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Conteúdo:
INSTALAÇÕES 
ELÉTRICAS
Rodrigo 
Rodrigues
Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094
R696i Rodrigues, Rodrigo.
 Instalações elétricas / Rodrigo Rodrigues, Rafaela Filomena Alves 
 Guimarães, Diogo Braga da Costa Souza ; [revisão técnica: Shanna Trichês
 Lucchesi]. – Porto Alegre : SAGAH, 2017.
 98 p. : il. ; 22,5 cm.
 ISBN 978-85-9502-142-6
 1. Engenharia elétrica. 2. Instalações elétricas. I. Guimarães, Rafaela 
 Filomena Alves. II. Souza, Diogo Braga da Costa. III. Título. 
CDU 696.6
Revisão técnica:
Shanna Trichês Lucchesi
Mestre em Engenharia de Produção
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O projeto luminotécnico
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Diferenciar as grandezas do projeto luminotécnico.
  Selecionar tipos de lâmpadas para o projeto luminotécnico.
  Aplicar cálculos práticos para projetos luminotécnicos.
Introdução
 A tecnologia vem avançando em um ritmo cada vez mais rápido. A busca 
por economia e eficiência no que diz respeito ao uso da eletricidade 
impulsiona o mercado para o desenvolvimento de novos produtos para 
atender às demandas atuais. Assim, é importante que profissionais da área 
se mantenham atualizados e atentos às novidades do mercado para que 
seus projetos atendam aos requisitos de seus clientes.
A história da viabilização da primeira lâmpada comercial tem como 
principal nome Thomas Alva Edison. Atualmente, muitas empresas se de-
dicam à pesquisa e produção de lâmpadas mais eficientes e econômicas.
Neste texto, você vai ver os principais fundamentos relacionados a 
luz, lâmpadas e iluminação, além de métodos básicos de cálculo para 
projetos luminotécnicos.
Grandezas do projeto luminotécnico
A luz pode ser defi nida como uma modalidade da energia radiante capaz 
de produzir uma sensação visual de claridade. A faixa de comprimento de 
radiações das ondas eletromagnéticas detectada pelo olho humano é geral-
mente considerada entre 380 e 400 nanômetros (limite inferior) e 760 e 780 
nanômetros (limite superior). 
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Um nanômetro é igual a 10–9 m.
As principais grandezas luminotécnicas:
Fluxo luminoso (Φ): é a potência de energia luminosa de uma fonte per-
cebida pelo olho humano ou a quantidade total de luz emitida por uma fonte 
luminosa. Essa quantidade é medida por segundos em lumens (lm). 
Um lm é a quantidade de luz produzida por uma radiação eletromagnética igual a λ 
555 nm e fluxo radiante de 1/680 W.
Eficácia luminosa (de uma radiação): é a razão do fluxo luminoso para 
o seu respectivo fluxo radiante.
Eficiência luminosa: é a relação entre o fluxo luminoso emitido por uma 
lâmpada e sua potência elétrica indicada em lm/W.
Intensidade luminosa (I): é o limite da razão do fluxo luminoso no interior 
de um ângulo sólido; seu eixo é a direção considerada para esse ângulo sólido 
quando ele tende a zero (COTRIM, 2009). A intensidade luminosa (Figura 1) 
é a grandeza de base do sistema internacional para iluminação, e a unidade 
é a candela (cd). 
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Figura 1. Intensidade luminosa.
Fonte: Gebran e Rizzato (2017, p. 151). 
Curva de distribuição luminosa: é um diagrama polar em que a lâmpada ou 
luminária é reduzida a um ponto no centro do diagrama, e a intensidade luminosa 
é representada por vetores nas várias direções, com módulos proporcionais 
a velocidades, partindo do centro do diagrama. Ligando-se as extremidades 
desses vetores, é obtida uma curva de distribuição luminosa (Figura 2). 
Figura 2. Curva de luminância.
Fonte: Gebran e Rizzato (2017, p. 153).
55O projeto luminotécnico
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Iluminância ou iluminamento (E): é a quantidade de fluxo luminoso na 
superfície sobre a qual este incide. A unidade é o lux (lx). 
Onde: 
E = Iluminância 
φ = Fluxo luminoso
A = Área da superfície
De acordo com a norma ABNT NBR 5413:1992, cada ambiente requer um 
determinado nível de iluminância (E) ideal, estabelecido de acordo com as 
atividades a serem ali desenvolvidas, segundo a Tabela 1.
Tabela 1. Iluminância (em lux) por grupo de atividade.
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (1992).
Índice de reprodução de cor (IRC): é uma tentativa de mensurar a relação 
entre a cor real e a aparência da cor. O IRC é o valor percentual médio relativo 
à sensação de reprodução de cor, de acordo com oito cores padrão, obtidas de 
diferentes fontes geradoras.
Normalmente, os fabricantes apresentam uma tabela que indica comparati-
vamente o índice de reprodução de cores, a temperatura de cor e a eficácia ou 
eficiência luminosa. Um IRC em torno de 60 pode ser considerado razoável, 80 é 
bom e 90 é excelente. É evidente que tudo irá depender da aplicação que se pretende. 
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Veja na Tabela 2 o exemplo de uma tabela fornecida por um fabricante.
Tabela 2. IRC.
Fonte: Osram (2010?).
57O projeto luminotécnico
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Luminância: é a intensidade luminosa que reflete de uma superfície e impressiona os 
olhos. As partes sombreadas são as que apresentam a menor luminância em oposição 
às outras mais iluminadas. A luminância está relacionada aos contrastes, pois a leitura 
de uma página escrita em letras pretas (refletância 10%) sobre um fundo branco 
(refletância 85%) revela que a luminância das letras é menor do que a luminância do 
fundo, e, assim, a leitura fica mais confortável aos olhos.
Tipos de lâmpadas
Lâmpadas incandescentes 
A lâmpada incandescente é formada, basicamente, por um bulbo de vidro com 
um fi lamento de tungstênio espiralado dentro, que é levado à incandescência 
pela passagem da corrente (efeito Joule). A presença de gás inerte (níquel e 
argônio) ou vácuo dentro do tubo evita sua oxidação. 
Lâmpadas halógenas 
As lâmpadas halógenas são incandescentes e apresentam, dentro do bulbo, 
elementos halógenos como o iodo ou bromo. No interior do bulbo, ocorre o 
chamado “ciclo do iodo ou do bromo”. O tungstênio evaporado se combina 
com o halogênio adicionado ao gás presente no bulbo em temperaturas abaixo 
de 1400°C, e, por causa da presença das correntes de convecção, o iodeto de 
tungstênio que se formou fi ca circulando dentro do bulbo até se aproximar 
novamente do fi lamento. A alta temperatura decompõe o iodeto, e parte do 
tungstênio é depositado novamente no fi lamento, regenerando-o. O halogêneo 
liberado reinicia o ciclo. Assim, temos uma reação cíclica que reconduz o 
tungstênio evaporado para o fi lamento. Desse modo, o fi lamento pode trabalhar 
em temperaturas mais elevadas (3200 a 3400K), ocasionando maior efi ciência 
luminosa, maior temperatura de cor no fl uxo luminoso, ausência de depreciação 
do fl uxo luminoso por enegrecimento do bulbo e dimensões reduzidas. 
Para que o ciclo do iodo ocorra, por sua vez, a temperatura do bulbo deve estar 
acima de 250°C, obrigando a utilização de bulbos de quartzo, encarecendo a pro-
dução e exigindo que a lâmpada funcione nas posições para as quais foi projetada. 
O projeto luminotécnico58
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As lâmpadas halógenas são de grande potência, duráveis, de melhor rendi-
mento luminoso, menores dimensões e reproduzem mais fielmente as cores, 
porém são mais caras. Elas normalmente são utilizadas para iluminação de 
praças de esporte, pátios e iluminação externa em geral, grandes centros de 
eventos, monumentos, projetores, máquinas de xerox, etc.
São necessários os seguintes cuidados na instalação: 
  Não tocar o bulbo de quartzo com as mãos para evitar engordurá-lo — 
caso isso ocorra, deve-se limpar as manchas com álcool. 
  As lâmpadas de maior potência devem ser protegidas individualmentepor fusíveis, pois suas reduzidas dimensões poderão fazer com que 
ocorram arcos elétricos internos no fim de sua vida.
  Atentar para a correta ventilação das bases e soquetes, pois temperaturas 
elevadas poderão danificá-los.
  As lâmpadas devem ser instaladas na posição para as quais foram 
projetadas. 
Lâmpadas halógenas dicroicas 
A lâmpada dicroica é uma lâmpada halógena com bulbo de quartzo, no centro 
de um refl etor com espelho multifacetado em uma base bipino. Seu facho de 
luz é bem delimitado, homogêneo, com abertura controlada e mais frio, pois 
transmite para a parte superior da lâmpada aproximadamente 65% da radiação 
infravermelha. Ela apresenta duas versões: dicroica fechada com abertura de 
facho de 12°, 24° e 36°, e refl etor dicroico com vidro frontal; e dicroica aberta 
com abertura de facho de 24° e 36°, e vidro refl etor dicroico sem vidro frontal. 
As duas versões têm potência de 50 W e tensão de 12 V, sendo necessário o 
uso de transformador.
Essas lâmpadas têm luz mais branca, mais brilhante e intensa, são usadas 
para fins decorativos, transmitem menos calor ao ambiente e apresentam um 
facho de luz homogêneo bem definido. 
Lâmpadas de descarga 
Nessas lâmpadas, a passagem da corrente elétrica através de um gás, mistura de 
gases ou vapores gera direta ou indiretamente o fl uxo luminoso. As lâmpadas 
de descarga podem ser: vapor de mercúrio, vapor de sódio, fl uorescente, luz 
mista, multivapores metálicos e luz negra.
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Lâmpadas fluorescentes 
São lâmpadas que utilizam a descarga elétrica de um gás para produzir energia 
luminosa. As lâmpadas fl uorescentes tubulares são formadas por: um bulbo 
cilíndrico de vidro; eletrodos metálicos de tungstênio recobertos de óxidos 
em suas extremidades, por onde circula a corrente elétrica, o que aumenta seu 
poder emissor; vapor de mercúrio ou argônio à baixa pressão em seu interior; 
e paredes internas do tubo pintadas com materiais fl uorescentes conhecidos 
por cristais de fósforo. 
As lâmpadas fluorescentes, conhecidas como “partida lenta”, necessitam de 
dois equipamentos auxiliares: o starter e o reator. O starter é um dispositivo 
formado por um pequeno tubo de vidro onde são colocados dois eletrodos imersos 
em gás inerte, responsável pela formação inicial do arco formando um contato 
direto entre os referidos eletrodos, o que provoca um pulso de tensão a fim de 
deflagrar a ignição da lâmpada. Há dois tipos de reatores: o eletromagnético (uma 
bobina com núcleo de ferro, ligada em série com a alimentação da lâmpada), com 
a finalidade de provocar um aumento da tensão durante a ignição e uma redução 
na intensidade da corrente durante o funcionamento da lâmpada; e o eletrônico 
(um circuito de retificação e um inversor oscilante de 16 a 50 kHz), que tem 
a mesma função do reator eletromagnético. De acordo com os fabricantes, os 
reatores eletrônicos são mais vantajosos do que os eletromagnéticos, apresentando 
menor ruído, menor aquecimento, menor interferência eletromagnética, menor 
consumo de energia elétrica e cintilação reduzida ( flicker).
Atualmente, há uma imensa gama de tipos de lâmpadas fluorescentes, desde 
tubulares até compactas ou de formato circulares, atendendo a diferentes neces-
sidades e preferências. Em projeto de iluminação, é necessário que se tenham 
informações atualizadas dos diversos fabricantes de lâmpadas, mantendo-se 
informado dos últimos lançamentos. Os tipos mais conhecidos são: 
Lâmpadas fluorescentes compactas integradas: desenvolvidas visando 
obter grande economia de energia em substituição às incandescentes comuns. 
São mais eficientes, pois economizam até 80% de energia em relação às lâm-
padas incandescentes, têm vida longa (≈10.000 h), ótimo índice de reprodução 
de cores (≈80) e são adaptáveis à base comum (E-27), com potências que 
variam de 9 a 23W. O starter é incorporado à base. 
Lâmpadas fluorescentes compactas não integradas: são lâmpadas de dois 
pinos formadas por um grupo de pequenos tubos revestidos de pó fluorescente 
interligados — formando uma lâmpada “single-ended” com dimensões muito 
compactas — e reator eletromagnético acoplado. Seu revestimento é feito 
com fósforos tricomáticos, e elas apresentam um IRC de 82. Normalmente 
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são utilizadas de forma embutida, montadas em downlighters, luminárias de 
mesa, arandelas e luminárias de pedestais. São indicadas tanto para iluminação 
comercial quanto residencial. 
Sistema fluorescente circular: formado por uma lâmpada fluorescente 
circular e um adaptador para soquetes comuns. Elas também substituem bem 
as lâmpadas incandescentes em cozinhas, áreas de serviço, garagens, etc. 
Lâmpadas fluorescentes tubulares: são as tradicionais lâmpadas flu-
orescentes, com diversos comprimentos que variam de, aproximadamente, 
400 mm, 600 mm, 1200 mm e 2400 mm; potências que variam de 15 a 110 
W; tonalidades de cor distintas; duas opções de diâmetros (26 e 33,5mm); e 
partida rápida, convencional ou eletrônica. São muito utilizadas em iluminação 
de grandes áreas, como estabelecimentos comerciais, hospitais, etc. 
Lâmpadas a vapor de mercúrio 
São formadas por um tubo de descarga feito de quartzo que suporta elevadas 
temperaturas, tendo em cada extremidade um eletrodo principal de tungstênio 
recoberto com material emissor de elétrons. Ao aplicar uma tensão à lâmpada, 
cria-se um campo elétrico entre o eletrodo auxiliar e o principal, formando 
um arco elétrico entre eles que provoca o aquecimento dos óxidos emissores, 
a ionização do gás e a formação de vapor de mercúrio. Após a ionização do 
meio interno, a impedância elétrica torna-se reduzida e, como a do circuito 
de partida é elevada (devido ao resistor), este torna-se praticamente inativo, 
e a descarga elétrica passa a ocorrer entre os eletrodos principais. Com o 
aquecimento do meio interno, a pressão dos vapores cresce, aumentando o 
fl uxo luminoso. O período de partida leva alguns segundos, e a lâmpada só 
entra em operação aproximadamente 6 minutos depois de ligada a chave. Se 
a lâmpada é apagada, o mercúrio não pode ser reionizado até a diminuição da 
temperatura do arco, o que leva de 3 a 10 minutos, dependendo das condições 
externas e da potência da lâmpada. O IRC é de 45; a efi ciência luminosa varia 
entre 45 e 55 lm/W; e a vida útil varia em torno das 18.000 horas. Normal-
mente são utilizadas em vias públicas, fábricas, campos de futebol, praças, 
estacionamentos, etc. 
Lâmpadas de luz mista 
São formadas por um bulbo preenchido com gás. Sua parede interna é reves-
tida com um fósforo, contendo um tubo de descarga ligado em série com um 
fi lamento de tungstênio.
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Assim como na lâmpada de mercúrio HPL-N, na lâmpada de luz mista 
(série ML), a radiação ultravioleta da descarga de mercúrio é convertida em 
radiação visível pela camada de fósforo. Somada a essa radiação visível, 
está a radiação visível do próprio tubo de descarga, bem como a luz de cor 
quente do filamento incandescente. A radiação das duas fontes se mistura 
harmonicamente, passando pela camada de fósforo para fornecer luz branca 
difusa com uma aparência de cor agradável. 
As lâmpadas de luz mista dispensam o reator, já que, além de produzir 
luz, o filamento limita a corrente de funcionamento, fazendo com que possam 
ser ligadas diretamente à rede — em tensões de 220 V, uma vez que tensões 
menores seriam insuficientes para a ionização do tubo de arco. 
O IRC dessas lâmpadas é 60, e a eficiência luminosa é em torno de 25 lm/W 
(muito baixa em comparação com a lâmpada a vapor de mercúrio). Não são 
uma boa opção para um sistema de iluminação, pois apresentam restrições 
quanto à posição de funcionamento e vida útil de aproximadamente 6000 
horas. Suas potências variam entre 160 e 500 W.
Lâmpadas a vapor de sódioConsiderada uma das melhores soluções para iluminação em locais onde 
há névoa ou bruma, esse tipo de lâmpada produz uma luz monocromática 
amarela sem ofuscamento.
As lâmpadas a vapor de sódio a alta pressão irradiam energia sobre uma 
grande parte do espectro visível. Em relação às lâmpadas de sódio de baixa 
pressão, elas proporcionam uma reprodução de cor boa. São disponíveis com 
eficiência luminosa até 130 lm/W e uma temperatura de cor de aproximada-
mente 2100 K. 
Um tipo especial de lâmpada de sódio de alta pressão é a lâmpada SON-H. 
Atualmente, ela existe em 350 e 210 W e poderá ser usada para substituir 
a lâmpada de mercúrio de alta pressão, sem a necessidade de modificar o 
reator ou adicionar um sistema de partida. A primeira é uma alternativa para 
a lâmpada de mercúrio de alta pressão de 400 W e, portanto, consome menos 
energia (-15%) para um fluxo luminoso maior, 30.000 lúmens (+25%). A se-
gunda poderá ser usada para substituir a lâmpada de mercúrio de alta pressão 
de 250 W, com o mesmo aumento em eficiência luminosa (COTRIM, 2009). 
As lâmpadas, naturalmente, não deverão ser usadas para instalações novas, 
não devendo ser utilizadas com circuitos capacitivos. São usadas em estradas, 
pontes, viadutos, túneis, aeroportos, etc. 
O projeto luminotécnico62
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Lâmpadas multivapor metálico 
São lâmpadas de vapor de mercúrio em que são introduzidos outros elementos 
(iodetos, brometos) em seu tubo de descarga, de modo que o arco elétrico se 
realize numa atmosfera de vários vapores misturados, resultando em maiores 
efi ciências luminosas — até 90 lm/W e melhor composição espectral. São 
especialmente indicadas quando se quer ótima qualidade na reprodução de 
cores, como em lojas, shoppings, estádios, pistas de corrida, principalmente 
quando há televisionamento em cores. O IRC varia entre 65 e 85, de acordo 
com o tipo e a potência, bem como a temperatura de cor, que varia entre 3000 
e 4900K. As lâmpadas a vapor metálico requerem um reator e um ignitor, e 
sua tensão não deve variar mais do que ± 5% da tensão do reator.
Lâmpadas de luz negra 
São lâmpadas a vapor de mercúrio cuja diferença está no vidro utilizado na 
confecção da ampola externa. Seu bulbo externo de vidro é com óxido de 
níquel (vidro de Wood), o qual, por ser transparente ao ultravioleta próximo, 
absorve em grande parte o fl uxo luminoso produzido. São usadas em setores 
de correio, levantamento de impressões digitais, na indústria alimentícia para 
verifi car adulterações, etc. 
Cálculo luminotécnico 
Ao pensar em cálculo luminotécnico, você precisa ter em mente quatro cri-
térios principais: 
  A escolha do tipo de lâmpada e luminária adequados ao local.
  A definição do iluminamento (E), utilizando, por exemplo, a tabela ou 
os valores recomendados pela norma ABNT NBR 5413:1992 e NR 15 
(BRASIL, 1978).
  O cálculo do fator do local K.
  A determinação do fator de utilização (η) com os valores de referência 
fornecidos pelo fabricante ou pela tabela.
Desse modo, devem ser considerados aspectos como: quantidade de luz, 
equilíbrio da iluminação, ofuscamento e reprodução de cor. Esses elementos 
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são fundamentais para garantir o atendimento às necessidades visuais e ao 
conforto visual.
Para o cálculo luminotécnico, há basicamente dois métodos: 
  Método ponto por ponto
  Método dos lumens ou método do fluxo luminoso
Método ponto por ponto 
Baseado nas leis de Lambert, também é chamado de método das intensidades 
luminosas e é utilizado quando as dimensões da fonte luminosa são muito 
pequenas em comparação com o plano que deve ser iluminado. Consiste em 
determinar a iluminância (lux) em qualquer ponto da superfície, individu-
almente, para cada projetor em que seu facho atinja o ponto considerado. A 
iluminância é inversamente proporcional ao quadrado da distância do ponto 
iluminado ao foco luminoso. 
Método dos lumens ou método do fluxo luminoso 
Nos sistemas de iluminação em edifi cações, o método mais utilizado é o mé-
todo dos lumens, ou método do fl uxo luminoso, que determina a quantidade 
de fl uxo luminoso (lumens) necessário para determinado ambiente de acordo 
com o tipo de atividade desenvolvida, as cores das paredes e do teto e o tipo 
de lâmpada/luminária escolhidos. 
Para isso, utilizamos a seguinte fórmula:
Onde: 
Φ: fluxo luminoso em lumens; 
E: iluminância ou nível de iluminamento em lux; 
S: área do ambiente em m2; 
µ: coeficiente de utilização; 
d: fator ou coeficiente de depreciação.
A partir do fluxo luminoso total necessário, determina-se o número de 
lâmpadas do seguinte modo:
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n = Φ/Ø
Onde:
n: número de lâmpadas; 
Φ: fluxo luminoso em lumens; 
Ø: fluxo luminoso de cada lâmpada.
Determinação da iluminância
Estudos internacionais indicam níveis luminosos necessários para várias tarefas 
específi cas. A iluminação pode prejudicar o conforto humano, a segurança 
e a produtividade em locais onde estas recomendações não forem seguidas. 
A norma ABNT NBR 5413:1992, por exemplo, indica os níveis adequados 
de iluminância de interiores para a execução de tarefas em diversos tipos de 
ambientes. A iluminância relativa necessária para o desempenho de uma tarefa 
específi ca pode ser verifi cada na Tabela 3.
 Fonte: Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (2011). 
Atividade E (mínima) E (média) E (máxima)
Orientação simples para 
permanência curta
50 75 100
Recintos não usados para 
trabalho contínuo; depósitos, 
saguão, sala de espera
100 150 200
Tarefas com requisitos visuais 
limitados, trabalho bruto 
de maquinaria, auditórios
200 300 500
Tarefas com requisitos visuais 
normais, trabalho médio de 
maquinaria, escritórios
500 750 1000
Tarefas com requisitos especiais, 
gravação manual, inspeção
1000 1500 2000
 Tabela 3. Iluminância por classe de tarefas visuais (em lux). 
65O projeto luminotécnico
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Coeficiente de utilização 
O coefi ciente de utilização depende da distribuição e da absorção da luz pro-
duzida pelas luminárias; das dimensões do compartimento, que são defi nidas 
por meio do Índice do Local; e das cores das paredes e do teto, caracterizados 
pelo Fator de Refl exão.
A obtenção do Índice do Local é uma relação entre o comprimento, a 
largura e a altura do ambiente, mas pode variar de acordo com o fabricante 
das luminárias. A General Electric fornece uma tabela; a Philips chama o 
Índice do Local de Fator do Local (K), que é calculado da seguinte forma:
Onde: 
K: Fator do Local; 
C: comprimento do local em m; 
L: largura do local em m; 
H: altura do local em m (ou altura da luminária ao plano de trabalho). 
Fator de reflexão
Os fatores de refl exão podem variar de acordo com as cores. Para o cálculo 
luminotécnico, utiliza-se a seguinte tabela simplifi cada (Tabela 4):
 Fonte: Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (2011). 
Superfície Refletância
Muito clara 70%
Clara 50%
Média 30%
Escura 10%
Preta 0%
 Tabela 4. Refletâncias. 
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Fator de depreciação 
O fator de depreciação é uma relação entre o fl uxo luminoso no início da ins-
talação e no fi m do período de manutenção. O fl uxo luminoso emitido por um 
aparelho de iluminação decresce com o uso em consequência da diminuição do 
fl uxo luminoso emitido pelas lâmpadas ao longo de sua vida útil, da sujeira que 
se deposita sobre os aparelhos e do escurecimento progressivo das paredes e do 
teto, o que diminui seu poder refl etor. O fator de depreciação, neste método, é 
fornecido pelo fabricante da luminária e depende basicamente do modelo utilizado. 
Elabore o projeto de iluminação de um escritório de 25 m de comprimento, 10 m de 
largura e 4 m de altura. O tetoe as paredes são brancos. O plano de trabalho está 
a 0,8 m do piso. Considere manutenção anual das luminárias, ambiente de limpeza 
médio e nível de iluminância baixo. Utilize luminárias com duas lâmpadas fluorescentes 
de 32 W (1350 lumens).
Solução:
1. Determinar a iluminância (E) utilizando as seguintes tabelas:
67O projeto luminotécnico
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2. Calcular o índice do local:
3. Escolher o tipo de lâmpada e a luminária:
– Luminárias com duas lâmpadas fluorescentes de 32 W
4. Em função do índice local (K), dos índices de reflexões do teto, parede e piso, 
determina-se o fator de utilização (FU) na tabela da luminária escolhida.
5. Fator de manutenção (FU)
6. Calcular a quantidade de luminárias:
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1. A potência de radiação emitida 
por uma fonte luminosa 
abrangendo todas as direções 
do espaço é definida como:
a) intensidade luminosa.
b) fluxo luminoso.
c) eficiência luminosa.
d) luminância.
e) refletância.
2. Há diferentes tipos de lâmpadas no 
mercado. Dentre as listadas a seguir, 
qual necessita do uso de reator para 
o seu funcionamento? 
a) Incandescente.
b) Halógena dicroica.
c) Fluorescente.
d) LED.
e) A vapor de mercúrio.
3. Segundo a ABNT NBR 5413:1992, 
qual é o nível de iluminância (E) 
ideal para o setor de inspeção de 
qualidade de uma empresa?
a) 500 a 1000 lux.
b) 2000 a 5000 lux.
c) 5000 a 10000 lux.
d) 1000 a 2000 lux.
e) 10000 a 20000 lux.
4. Qual o fluxo luminoso de uma 
lâmpada de vapor metálico 
de 400 W de potência ligada 
a uma rede de 220 V?
a) 35000 lm.
b) 50000 lm.
c) 10000 lm.
d) 60000 lm.
e) 25000 lm.
5. Qual tipo de lâmpada é indicado 
para verificarmos adulterações 
em ingressos e cédulas?
a) Incandescente.
b) Dicroica.
c) LED.
d) De luz negra.
e) De luz mista.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 5413:1992, Iluminância 
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69O projeto luminotécnico
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