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Aula 04 - Os Sofistas e Sócrates

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31/03/2013
1
Universidade Estácio de Sá
Professora Liana Ximenes
Disciplina: Filosofia
Contexto Histórico e Cultural
� Entre as guerras dos gregos contra os persas, no inicio
do século V e o fim da Guerra de Peleponeso (431-404),
a cidade de Atenas se impõe como a mais importante
de toda a Ásia Menor e do Sul da Europa.
� Destacava-se o contexto político em Atenas a figura de
Péricles (495-429), como chefe de estado.
� Péricles incentiva as artes, embeleza a cidade e facilita
os caminhos da filosofia.
Contexto histórico e cultural
� Consolidação de várias cidades-Estado.
� Organização da sociedade ateniense.
� Progressivo enriquecimento proveniente do comércio e
da expansão marítima, dando origem a uma classe
mercantil politicamente influente.
� Introdução das primeiras regras democráticas.
Contexto histórico e cultural
� Democracia – as decisões são tomadas em reuniões de 
cidadãos, as assembleias. 
� As decisões são tomadas por consenso, que acarreta 
persuadir, justificar, convencer, explicar.
� Não se dispõe mais da força, dos privilégios, da 
autoridade de origem divina.
� A linguagem deve ser racional, as discussões pressupõe 
o uso de justificativas, de argumentos, sendo abertas 
ao questionamento.
Contexto histórico e cultural
� Teatro deixa de ser um ritual de caráter quase religioso
para ser uma cerimônia cívica, em que as virtudes
morais e políticas são exaltadas.
� Surgem as ciências, como a física e a astronomia, e a
medicina com Hipócrates (470-360 a.C).
� Essas mudanças não ocorrem de um momento para o
outro, mas representam uma fase progressiva de
transição em que muitos elementos da tradição
anterior (aristocrática, mitológica, religiosa)
permanecem no discurso filosófico, da literatura.
Algumas definições
� Oratória - arte de falar em público.
� Retórica – arte de argumentar e persuadir; estudo da
capacidade persuasiva da linguagem.
� argumentação - encadeamento de argumentos
desenvolvidos de certa forma que defenda determinada
tese.
� Persuasão – convencimento.
� Relativismo - Doutrina que afirma que toda e qualquer
verdade (seja no campo dos valores morais, da política, do
conhecimento, etc.) é relativa ao indivíduo, ao grupo social,
à época, ao local, etc.
� No contexto, mostra -se como consequência das principais
teses da sofística.
31/03/2013
2
� Por sofista se entende, originalmente, aquele que
exerce a função de um sóphos, isto é, de um sábio que
possui conhecimentos singulares e a capacidade de
comunicá-los.
� Os sofistas de Atenas são mestres da retórica, que
entre seus alunos sobretudos filhos da aristocracia.
� Em geral, são estrangeiros que já tiveram contato com
outras culturas e que vieram para Atenas com o
objetivo de enriquecer graças às suas habilidades
intelectuais.
Os Sofistas 
� São mestres da retórica e da oratória, muitas vezes
mestres itinerantes, que percorrem as cidades-Estado,
fornecendo seus ensinamentos, sua técnica, suas
habilidades, sua técnica aos governantes e aos políticos
em geral.
� Responsáveis por uma determinada forma de
preparação dos cidadãos para a participação na vida
política.
Os Sofistas
Sofistas
� Persuasão - refere-se a um dos principais objetivos da 
sofística, que defendia não existir “discursos 
verdadeiros” ou “discursos falsos”, mas “discursos 
fortes” e “discursos fracos”, ou seja, convincentes ou 
não.
� Nessa medida, o discurso não se relaciona mais em 
retratar uma dada realidade, mas, o próprio discurso é 
capaz de provocá -la. 
� Tudo que resta da produção dos sofistas são
fragmentos, citações, testemunhos.
� A maioria dessas afirmações nos chegaram até hoje
através dos seus principais adversários (Platão e
Aristóteles), que transmitiram uma imagem negativa
desses pensadores.
� Os próprios termos “sofista” e “sofisma” acabaram por
adquirir uma conotação fortemente depreciativa.
� Seus principais representantes são: Protágoras (486-
411), Górgias (485-378) e Hípias (443-343).
� Afastam-se da problemática levantada pelos pré-
socráticos, enfatizando que as questões sobre a 
natureza não mostram utilidade, pois não se pode ter 
uma verdade segura neste campo.
� Afirmam uma impossibilidade de o homem chegar a 
uma verdade segura em qualquer esfera.
Os Sofistas
� Negam qualquer tipo de naturalismo: não há qualquer 
lei natural.
� Tudo resulta de convenções.
� As leis, os hábitos, as regras morais ou as estruturas 
políticas são frutos da atividade humana.
� Consideram a palavra como instrumento decisivo na 
vida do cidadão: é importante saber convencer o outro.
� Estimulam a polêmica que não tem como objetivo a 
verdade mas a vitória do orador mais hábil. 
Os Sofistas
31/03/2013
3
� Diziam que os ensinamentos dos filósofos estavam 
repletos de erros e contradições e que não tinham 
utilidade para a vida da polis. 
� Apresentavam-se como mestres de oratória ou de 
retórica, afirmando ser possível ensinar aos jovens tal 
arte para que fossem bons cidadãos.
Que diziam e faziam os Sofistas?
� Os sofistas ensinavam técnicas de persuasão para os 
jovens, que aprendiam a defender a posição ou opinião 
A, depois a posição ou opinião contrária, não-A, de 
modo que, numa assembléia, soubessem ter fortes 
argumentos a favor ou contra uma opinião e 
ganhassem a discussão.
� “O homem é a medida de todas as coisas, das que são 
como são e das que não são como não são”. 
� Isto é, as coisas são como parecem ser, como se 
mostram a nossa percepção sensorial.
� Seu tratado Antilogia, descreve uma antilogica como 
tentativa de argumentação pró e contra determinada 
posição, sendo ambas igualmente verdadeiras e 
defensáveis.
Protágoras
� Tese apresentada por Protágoras (Todo Homem é a 
medida de todas as coisas, do ser das que são, do não-
ser das que não -são) que implica numa posição 
relativista acentuada. 
� Baseando-se na tese do mobilismo de Heráclito, 
Protágoras extrai as consequências de que, se tudo está 
em constante movimento, nem aquele que procura 
conhecer nem o que é conhecido permanecem 
constantes, o que leva à impossibilidade de existir uma 
Verdade, de se estabelecer uma linguagem e, 
consequentemente, do conhecimento.
Tese do “Homem-Medida”
� Perspectiva filosófica em que a realidade, a verdade, os
valores tornam-se relativos ao sujeito que apreende
tais objetos ou mesmo só podem ser considerados
como existentes a partir de um pensamento que os
apreende.
� Ou seja, tais objetos têm sua existência determinada
pelo pensamento do sujeito que os percebe.
Subjetivismo
� No contexto, tratando-se da sofística, pode -se verificar
como consequência da tese do Homem-Medida, na
medida em que a realidade, a verdade e os valores
tornam-se relativos ao sujeito que as percebe.
� Se assim uma dada realidade aparece para alguém,
assim é para esse alguém e assim por diante. Tal como
a tese da Homem-medida, essa perspectiva leva à
impossibilidade de existir uma Verdade, de se
estabelecer uma linguagem e, consequentemente, do
conhecimento.
Subjetivismo
31/03/2013
4
� Considerado um dos principais oradores e mestre de 
retórica de sua época. 
� Górgias dá grande importância ao logos enquanto 
discurso argumentativo, e em seu “Elogio a Helena” faz 
a importante afirmação: “O logos é um grande senhor.”
� Logos – discurso racional
Górgias
� Tese de Górgias de Leôncio - “Nada é. Se for, não pode ser 
pensado. Se for pensado, não pode ser comunicado. 
� Baseando-se em Parmênides e admitindo a unidade, a 
imobilidade e a eternidade do “é”, do “Ser”, Górgias extrai a 
conclusão de que a natureza da linguagem (se faz em 
partes, implica movimento, é temporal) não tem relação 
com o Ser e, portanto, com a Verdade e o conhecimento. 
� A linguagem não é veículo, não tem relação com a verdade, 
com o que “é”, apresenta-se apenas como campo de disputa 
e combate. Uma das consequências admitidas para a tese 
de Górgias é o ceticismo.
Tese da “Incomunicabilidade do 
Ser”
� Perspectiva filosófica que coloca em dúvida a 
possibilidade do conhecimento. 
� O cético, etimologicamente,seria aquele que duvida e 
que não se compromete com qualquer possível 
resposta.
Ceticismo
� O filósofo Sócrates, considerado o patrono da 
Filosofia, rebelou-se contra os sofistas, dizendo que 
não eram filósofos, pois não tinham amor pela 
sabedoria nem respeito pela verdade, defendendo 
qualquer ideia, se isso fosse vantajoso.
� Corrompiam o espírito dos jovens, pois faziam o erro e 
a mentira valer tanto quanto a verdade.
Críticas aos Sofistas
� Como homem de seu tempo, Sócrates concordava com 
os sofistas em um ponto:
� por um lado, a educação antiga do guerreiro belo e 
bom já não atendia às exigências da sociedade grega, 
� por outro lado, os filósofos cosmologistas defendiam 
ideias tão contrárias entre si que também não eram 
uma fonte segura para o conhecimento verdadeiro.
Críticas aos Sofistas
� Os historiadores mais recentes consideram os sofistas 
verdadeiros representantes do espírito democrático, 
isto é, da pluralidade conflituosa de opiniões e 
interesses, enquanto seus adversários seriam 
partidários de uma política aristocrática, na qual 
somente algumas opiniões e interesses teriam o direito 
para valer para o restante da sociedade
Críticas aos Sofistas
31/03/2013
5
SÓCRATES
� Propunha que, antes de querer conhecer a Natureza e 
antes de querer persuadir os outros, cada um deveria, 
primeiro e antes de tudo, conhecer-se a si mesmo. 
� A expressão “conhece-te a ti mesmo” que estava 
gravada no pórtico do templo de Apolo, patrono grego 
da sabedoria, tornou-se a divisa de Sócrates.
Sócrates
Sócrates
� Rompe com a preocupação quase que exclusivamente 
centrada na formulação de doutrinas sobre a realidade 
natural.
� A problemática ético-política passa a primeiro plano 
da discussão filosófica como questão urgente para a 
sociedade grega.
� Pensamento de Sócrates se desenvolve sobretudo em 
oposição aos do pensamento dos sofistas e como crítica 
a situação política de sua época. 
(Marcondes, 2002)
� Período socrático é antropológico, isto é, voltado para o 
conhecimento do homem, particularmente de seu 
espírito e de sua capacidade para conhecer a verdade.
� O retrato que a história da Filosofia possui de Sócrates 
foi traçado por seu mais importante aluno e discípulo, 
o filósofo ateniense Platão.
Sócrates
� Sócrates andava pelas ruas e praças de Atenas, pelo
mercado e pela assembleia indagando a cada um:
� “Você diz”, falava Sócrates, “que a coragem é
importante, mas: o que é a coragem?
� Você acredita que a justiça é importante, mas: o que é a
justiça?
� Você diz que ama as coisas e as pessoas belas, mas o
que é a beleza?
� Você crê que seus amigos são a melhor coisa que você
tem, mas: o que é a amizade?
Sócrates
� “Tudo o que sei é que nada sei ” 
� Partindo para examinar o que lhe foi atribuído pelo 
oráculo (ser o homem mais sábio de Atenas) Sócrates se 
dedica a compreender qual é a sabedoria que possui. 
� Nos diálogos travados com os concidadãos, o único 
conhecimento que ele tinha, desde o início dos 
diálogos, e que os outros não tinham inicialmente, era o 
reconhecimento da ignorância. 
� Tal reconhecimento se revela como a máxima sabedoria 
humana, reconhecida pelos deuses como tal.
� Reconhecimento da ignorância é o princípio da 
sabedoria. 
Tese socrática da ignorância como 
sabedoria
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6
� “Conhece-te a ti mesmo” – A máxima está relacionada 
à tese socrática da ignorância. Encontrava -se no 
frontispício do oráculo de Delfos.
� É desse oráculo que Sócrates recebe a missão de 
compreender o porquê ser ele o homem mais sábio de 
Atenas e que sabedoria é valorizada pelos deuses como 
a máxima sabedoria humana. 
Autoconhecimento
� É interessante, entretanto, que seja observado que a
aplicação do pronome reflexivo na frase “Conhece-te”
enfatizado pelo complemento “a ti mesmo” não se
refere, necessariamente ao conhecimento do indivíduo
dele mesmo, mas pode estar sendo aplicado ao coletivo
de toda categoria “Homem”.
� Nesse caso, a compreensão da frase seria: “Conhece-te
a ti mesmo, Homem” ou “Conhece-te a ti mesmo
enquanto natureza humana” e não “Conhece-te a ti
mesmo, Sócrates ” ou qualquer outro nome individual.
Autoconhecimento
� Método desenvolvido por Sócrates de conduzir um
exame por meio do diálogo.
� Conta com uma estrutura própria, de um jogo de
perguntas e respostas.
� Às perguntas de Sócrates, os interlocutores geralmente
não dão as respostas que atendam satisfatoriamente o
que está sendo solicitado através da dialética, ou seja, a
definição solicitada do valor moral examinado.
� A estrutura da dialética vai expondo ao interlocutor
suas próprias contradições, e o diálogo termina,
invariavelmente, em aporia (sem conclusão).
Dialética socrática
� Dotada de uma estrutura própria a pergunta socrática 
se caracteriza pela forma que foi consagrada pelos 
comentadores como “o que é ‘x’”, podendo o ‘x’ ser 
substituído por diversos valores examinados por 
Sócrates.
� Exemplo: “o que é a piedade?”; “o que é a amizade?”; “o 
que é a coragem?”, etc. 
A “pergunta socrática”
� A dialética desenvolvida a partir da pergunta revela 
que a intenção da mesma é levar o interlocutor ao 
raciocínio e à identificação da definição do valor. 
� O interlocutor, invariavelmente, responde através de 
exemplos, permanecendo no campo da multiplicidade 
e não reconhecendo a unidade que justifica cada 
exemplo ser o exemplar daquilo que é. 
A “pergunta socrática”
� Busca do que podemos chamar de essencial no que será
definido, das características, das propriedades que estão
presentes em todos os diversos exemplares do que está
sendo examinado.
� Assim, uma definição de cadeira não poderia ser “um
objeto para sentar de quatro pés ”, pois nem todas as
cadeiras têm quatro pés e nem tudo o que serve para sentar
é cadeira, tal como o banco, a poltrona e etc.
� A identificação dessa propriedade que é o que caracteriza o 
objeto como sendo o que ele é e, simultaneamente, 
caracteriza todos os outros objetos que são também 
exemplares do que está sendo examinado, apesar da 
diversidade de tais exemplares. .
Definição
31/03/2013
7
� Ironia socrática - no grego significado: interrogação.
� Característica da dialética socrática ao conduzir a 
interrogação dos interlocutores. 
Ironia socrática
� Maiêutica significa arte de fazer o parto, uma analogia 
com o ofício de sua mãe que era parteira. 
� Ele também se considera um parteiro, mas de ideias.
� O papel do filósofo não é transmitir um saber pronto e 
acabado, mas fazer com que seu indivíduo, seu 
interlocutor, através da dialética, do diálogo, dê luz às 
suas próprias ideias. 
Maiêutica socrática

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