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Aula 08 - Filosofia Medieval

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Universidade Estácio de Sá 
Disciplina: Filosofia 
Professora: Liana Ximenes 
 
Filosofia Medieval – Resumo para aula 
 
Helenismo (período anterior a Filosofia Medieval) 
 
 
Para entender a Filosofia Medieval, é necessário conhecer algumas características do período 
histórico anterior: o Helenismo. 
 
Em um sentido amplo, helenismo refere-se à influência que a cultura grega (helênica, de 
Hellas. ou Grécia) passou a ter no Oriente Próximo (Mediterrâneo oriental: Síria, Egito, 
Palestina, chegando até a Pérsia e Mesopotâmia) após a morte de Alexandre (323 a.C.) e em 
conseqüência de suas conquistas. Como um dos períodos em que se divide tradicionalmente a 
história da filosofia, o helenismo vai da morte de Aristóteles (322 a.C.) ao fechamento das 
escolas pagãs de filosofia no Império do Oriente pelo imperador Justiniano (525 d.C.). 
 
Nessa época, houve uma tendência predominante ao ecletismo e muitos filósofos sofreram a 
influência de diferentes escolas. O principal centro de cultura do helenismo foi Alexandria no 
Egito. 
 
O período do helenismo é marcado na filosofia pelo desenvolvimento das escolas vinculadas a 
uma determinada tradição, destacando-se a Academia de Platão, a escola aristotélica, a escola 
epicurista, a escola estóica, o ceticismo e o pitagorismo. 
 
 
Escola epicurista – Doutrina de Epicuro e de seus seguidores segundo a qual, na moral, o bem 
é o prazer, isto é, a satisfação de nossos desejos e impulsos de forma moderada, levando assim 
à tranqüilidade. Por extensão, e de forma imprópria, este termo passou a aplicar-se a todo 
aquele que faz do prazer ou do gozo o objetivo da vida, o assim denominado "epicurista". 
Foram defensores de uma física materialista, atomista e mobilista. 
Postulava a busca da felicidade, obtida através da tranquilidade ou imperturbabilidade 
(ataraxia), porém divergia dos estoicos sobre o caminho de chegar a essa felicidade. Os 
epicuristas consideravam não haver conflito entre razão e paixão. 
 
 
Escola estoica - doutrina filosófica de Zenão de Cicio, segundo a qual o ideal do sábio consiste 
em viver cm perfeito acordo e em total harmonia com a natureza, dominando suas paixões e 
suportando os sofrimentos da vida cotidiana, até alcançar a mais completa indiferença e 
impassibilidade diante dos acontecimentos. 
Essa imperturbabilidade (ataraxia) é o sinal máximo de sabedoria e felicidade, já que 
representa o estado no qual o homem, impassível, não é afetado pelos males da vida. É 
sobretudo da valorização dessa atitude impassível que se deriva o termo estóico, com seu 
sentido corrente. 
Os estóicos sustentavam uma física materialista, sendo a matéria um continuum, em oposição 
ao atomismo epicurista. 
 
 
Ceticismo - Concepção segundo a qual o conhecimento do real é impossível à razão humana. 
Portanto, o homem deve renunciar à certeza, suspender seu juízo sobre as coisas e submeter 
toda afirmação a uma dúvida constante. Oposto a dogmatismo. 
 
Marcondes aponta que há diferença entre os céticos, os céticos acadêmicos e os dogmáticos. 
Enquanto os céticos acadêmicos apontam ser impossível encontrar a verdade, os céticos 
seguem buscando e os dogmáticos acreditam que já encontraram a verdade. 
 
 
Pitagorismo - denomina-se "pitagorismo" toda concepção que atribui papel central à 
matemática no conhecimento do mundo natural e do universo em geral. Doutrina da escola 
fundada por Pitágoras na colônia grega de Crotona, no sul da Itália, tendo grande influência 
em toda a Antigüidade. 
 
 
Filosofia Medieval 
 
 
Corresponde a um período histórico que vai final do Helenismo (séculos IV-V) até o início do 
Renascimento (final do século XV- século XI). São aproximadamente dez séculos, portanto. 
 
“Durante muito tempo, a Idade Média foi conhecida como a “Idade das Trevas”, um período 
de obscurantismo e ideias retrógradas, marcado pelo atraso econômico e político do 
feudalismo, pelas guerras religiosas, pela peste negra e pelo monopólio restritivo da Igreja nos 
campos da educação e cultura.” (Marcondes,2004:103). Porém, é importante destacar 
aspectos positivos da época como a arte gótica das catedrais, a poesia lírica dos trovadores e a 
obra dos filósofos da época (Marcondes, 2004). 
 
Verdade Revelada – Crença e adesão às verdades reveladas por Deus aos homens, expressas 
sobretudo nas Sagradas Escrituras e interpretadas pelas autoridades da Igreja. A fé é o 
caminho de adesão à Verdade Revelada. 
 
Demonstração Racional – No período medieval dominado pelo pensamento cristão, 
representa o reconhecimento de que, frente à Verdade Revelada, resta apenas à 
Demonstração Racional da mesma, não havendo mais a necessidade de uma busca pela 
verdade. 
 
 
As origens da filosofia cristã 
 
A religião cristã, embora originária do judaísmo, surge e se desenvolve no contexto do 
helenismo, e é da síntese do judaísmo, do cristianismo e da cultura grega que se originou a 
tradição cultural ocidental que somos herdeiros até hoje. 
 
Períodos da Filosofia Medieval: 
 Padres apostólicos (séculos I e II) 
 Padres apologistas (séculos III a IV) 
 Patrística ( de meados do século IV ao século VIII ) 
 Escolástica ( do século IX a XVI ) 
 
 
Padres Apostólicos 
 
 
Caracteriza-se pela disseminação das palavras de Cristo. Ênfase nas questões morais. Destaque 
para o nome de São Paulo. 
 
O primeiro passo para o cristianismo como religião independente e dotada de uma identidade 
própria é a pregação de São Paulo, que se converte e passa a pregar uma religião cristã em 
suas viagens por alguns dos principais centros do Império Romano. 
 
É em São Paulo que encontramos a noção de uma religião universal, não só a religião de um 
povo, mas de todo o Império e de todo um mundo conhecido. E é essa a diferença básica em 
relação ao judaísmo e às demais religiões da época, todas elas religiões de um povo ou cultura 
sem pretensão de se difundir e converter outros povos. 
 
 
Padres Apologistas 
 
Apologia do Cristianismo e embate contra filosofia pagã. Ênfase na oposição à filosofia grega 
em defesa da fé cristã; 
 
Entre os apologistas destacam-se Origenes, Justino e Tertuliano, o mais intransigente na 
defesa da fé contra a filosofia grega. 
 
 
Patrística 
 
Movimento dos primeiros grandes padres da Igreja que buscaram explicar às autoridades 
romanas os preceitos do catolicismo por meio de diversos textos que procuravam 
fundamentar a fé e a revelação cristã. 
 
Busca-se uma conciliação entre a razão e a fé e se destacam a figura de Santo Agostinho e a 
influência da filosofia platônica. 
 
Uma das principais correntes da filosofia patrística, inspirada na filosofia greco-romana, tentou 
munir a fé de argumentos racionais. Esse projeto de conciliação entre o cristianismo e o 
pensamento pagão teve como principal expoente o padre Agostinho, posteriormente 
consagrado santo pela igreja. 
 
“Compreender para crer, crer para compreender.” 
Santo Agostinho 
 
Santo Agostinho 
 
Aureliano Agostinho (354-430) nasceu em Tagaste, província romana situada na África, e 
faleceu em Hipona, hoje localizada na Argélia. 
 
Por um tempo, Agostinho seguiu o maniqueísmo – religião que considera o bem e o mal como 
forças duplas regendo o universo. Em 386, sofreu uma crise espiritual e se converteu. Dedicou-
se a escrever obras cristãs, muitas de natureza altamente filosófica. Ocupou o cargo de bispo 
da Igreja católica. 
 
Agostinho defendeu a superioridade da alma humana, isto é, a supremacia do espírito sobre o 
corpo, a matéria. A alma teria sido criada por Deus para reina sobre o corpo, para dirigi-lo à 
prática do bem. 
 
O homem pecador, entretanto, utilizando-se do livre-arbítrio, costuma inverter essa 
relação, fazendo o corpo assumir o governo da alma. Provoca, com isso, a submissão do 
espírito à matéria, equivalente á subordinação do eterno ao transitório, da essência à 
aparência. 
 
Mas a verdadeira liberdade estaria na harmonia das ações humanas com a vontade de Deus. 
Ser livre é servir a Deus, poiso prazer é a escravidão. 
 
 
Ceticismo – Doutrina do período helenístico grego, e que coloca em questão a possibilidade de 
um critério seguro para afirmarmos o conhecimento. Tanto a Razão como os sentidos são 
limitados para produzir essa certeza. Teve influência sobre Santo Agostinho, especialmente no 
que diz respeito à desconfiança com relação aos sentidos. 
Do ceticismo ficou a permanente desconfiança nos dados dos sentidos, isto é, no 
conhecimento sensorial, conhecimento que nos apresenta uma multidão de seres multáveis, 
flutuantes e transitórios. 
 
Maniqueísmo – Doutrina que teve origem em Maniqueu, pensador persa, que defendia ser o 
Universo dominado por apenas dois princípios opostos: bem e mal. Tal doutrina produziu 
influência sobre o pensamento de Santo Agostinho e, através desse, sobre o próprio 
pensamento ocidental. 
Do maniqueísmo ficou uma concepção dualista, simbolizada pela luta entre o bem e o mal, a 
luz e as trevas, a alma e o corpo. Nesse sentido, dizia que o homem tem uma inclinação natural 
para o mal, para os vícios, para o pecado. Insistia em que já nascemos pecadores (pecado 
original) e somente um esforço consciente pode nos fazer superar essa deficiência "natural". 
Considerando o mal como o afastamento de Deus, defendia a necessidade de uma intensa 
educação religiosa, tendo como finalidade reduzir essa distancia. 
Neoplatonismo – Doutrina inspirada na obra de Platão e de platônicos, que tem sua origem 
aproximadamente em torno do século III, com o filósofo Plotino. Teve influência sobre Santo 
Agostinho especialmente no que diz respeito à busca de Verdades eternas no “Mundo das 
Idéias”. Esse caminho enfatizou o papel da alma, da interioridade e do autoconhecimento 
como os instrumentos legítimos para o alcance da Verdade. 
 
Do neoplatonismo, Agostinho assimilou a concepção de que a verdade, como conhecimento 
eterno, deveria ser buscada intelectualmente no "mundo das idéias”. 
 
Fé x Razão – Uma dos debates centrais da filosofia medieval irá girar em torno da 
determinação do papel da fé e da razão no conhecimento da Verdade. Para os filósofos da 
Patrística, especialmente, Santo Agostinho, é necessário crer para compreender. O papel da 
razão é esclarecer, posteriormente, o que a fé revelou direta e intuitivamente ao homem. 
 
Com o cristianismo, a Patrística defendeu a via do autoconhecimento, o caminho da 
interioridade, como instrumento legítimo para a busca da verdade. Somente o íntimo de nossa 
alma, iluminada por Deus, poderia atingir a verdade das coisas. Da mesma forma que os olhos 
do corpo necessitam da luz do sol para enxergar os objetos do mundo sensível, os "olhos da 
alma" necessitam da luz divina para visualizar as verdades eternas da sabedoria. 
 
 
Escolástica 
 
Período de divulgação da cultura greco-romana por meio da fundação de escolas ligadas à 
instituições católicas. 
No ambiente cultural dessas escolas e das primeiras universidades do século XI surgiu uma 
produção filosófico-teológica denominada escolástica (de escola). 
 
 
Ênfase na produção filosófico -teológica. Buscou-se uma sistematização da filosofia cristã, 
sobretudo a partir da interpretação da filosofia de Aristóteles. Principal nome do período: São 
Tomás de Aquino. 
No século VIII, Carlos Magno organizou e fundou escolas ligadas às instituições católicas. A 
cultura greco-romana, guardada nos mosteiros até então, voltou a ser divulgada, passando a 
ter uma influência mais marcante nas reflexões da época. Tendo a educação romana como 
modelo, começaram a ser ensinadas matérias como gramática, retórica e dialética (o trivium) e 
geometria, aritmética, astronomia e música (o quadrivim). Todas elas estavam, no entanto, 
submetidas à teologia. 
A partir do século XIII, o aristotelismo penetrou de forma profunda no pensamento 
escolástico, marcando-o definitivamente. Isso se deveu à descoberta de muitas obras de 
Aristóteles, desconhecidas até então, e à tradução para o latim de algumas delas, diretamente 
do grego. 
Até cerca do século XII, os europeus só conheciam pequena parcela da filosofia de Aristóteles. 
Foi a partir das traduções e comentários feitos pêlos filósofos árabes que as obras de física, 
metafísica e ética passaram a ser conhecidas na Europa. 
No período escolástico, a busca de harmonização entre a fé cristã e a razão manteve-se como 
problema básico da filosofia. 
 Lógica – Retomando as obras aristotélicas, o período da escolástica dedicou especial atenção 
ao desenvolvimento da Lógica. Estudava-se o sistema das relações possíveis nas afirmações de 
forma a identificar as formas básicas do raciocínio válido. 
 
Na escolástica, era a grande discussão sobre a existência ou não da idéias gerais, isto é, 
chamados universais de Aristóteles. Tal discussão ficou conhecida como a questão do 
universais, isto é, da relação entre as coisas e seus conceitos, e envolvia não apenas 
problemas lingüísticos e gnoseológicos ( relativos á questão do conhecimento ), mas também 
teológicos. 
 
Questão dos Universais – “A questão dos universais” foi como ficou conhecido o debate, no 
período da escolástica especialmente, em torno da questão: 
 
 “Qual é a relação existente entre as palavras e as coisas? Entre os nomes das coisas e as 
próprias coisas? ”. 
 
A discussão trata da existência ou não, como realidade, das ideias gerais chamadas de 
universais por Aristóteles. 
 
Para essa questão, três posições apresentaram-se mais vivamente: Realismo, Nominalismo, 
Realismo moderado. 
 
 Realismo – Posição que defende que os universais existem de fato. As coisas só são o que são 
e só podem ser nomeadas como são porque há uma realidade metafísica formada por 
entidades, essências separadas das coisas que as justificam. Essa posição é afim da posição 
platônica da existência de Ideias como modelos das coisas. 
 
Ex: Santo Anselmo ( 1035 – 1109 ) que acreditava que a ideias universais existiriam na mente 
divina. 
 
 
Nominalismo – Posição que defende que os universais não existem de fato. Os termos gerais 
são apenas palavras. O nome é uma convenção. Só existem individualidades sensíveis. 
 
Essa era a posição do filósofo francês Roselin de Compiègne ( 1050 – 1120 ), autor segundo a 
qual só existiria a individualidade. Logo, anulam-se os termos universais. 
 
Realismo Moderado – Posição que defende que só existe a realidade dos seres singulares, mas 
é possível através deles se gerar os conceitos universais através da abstração. Tais conceitos 
não fariam referência a uma realidade metafísica, mas também não seriam palavras vazias. Os 
conceitos representariam categorias lógico-lingüísticas do discurso que mediam o pensamento 
e o mundo. 
 
 
 
São Tomás de Aquino 
 
Santo Tomás de Aquino (1226 – 1274) nasceu em Nápoles, Sul da Itália, e faleceu no convento 
Fossanuova, próximo de sua cidade natal. Aos 49 anos de idade, foi a figura mais destacada do 
pensamento cristão medieval, e elaborou os princípios da doutrina cristã numa síntese 
filosófica que teve como base o pensamento de Aristóteles, através das traduções árabe. 
 
Tomismo – São Tomás de Aquino seria o filósofo de maior destaque no período da escolástica. 
Tomismo representa a doutrina do filósofo cuja questão central foi a demonstrar através de 
argumentos racionais as revelações do cristianismo. 
 
Produziu uma síntese do pensamento aristotélico e seus conceitos com tais revelações. 
 
Assim, Tomás de Aquino reviveu em grande parte o pensamento aristotélico com a finalidade 
de nele buscar os elementos racionais que explicassem os principais aspectos da fé cristã. 
Enfim, fez da filosofia de Aristóteles um instrumento a serviço da religião católica, ao mesmo 
tempo em que transformou essa filosofia numa síntese original. 
 
Ser e essência – Tomás de Aquino distinguiu entre o ser e a essência, distinguindo o Ser em 
Geral e o Ser Pleno. Apenas Deus pode ser considerado como Ser pleno, pois é puro ato e não 
há ser a atualizar em Deus. 
 
Deus é Ser. O mundo tem ser.O ser de todas as outras coisas existentes é separado da 
essência dessas. Tais coisas só têm ser na medida que participam do ser divino. . 
De acordo com essa distinção, o único ser realmente pleno, no qual o ser e a essência se 
identificam, é Deus. Para Tomás de Aquino, Deus é ato puro. Não há o que se realizar ou se 
atualizar em Deus, pois ele é completo. 
Ou seja, Deus é o Ser que existe como fundamento da realidade das outras essências que, uma 
vez existentes, participam de seu Ser. 
Isso equivale a dizer que, nas outras criaturas, o ser é diferente da essência pois as criaturas 
são seres não- necessários. É Deus que permite às essências realizarem-se em entes, em seres 
existentes. 
 
Para Aquino e para a maioria dos cristãos, os ensinamentos da Igreja devem ser aceitos, sem 
exceção. No entanto, Aquino era incomum porque pensava que, adequadamente 
compreendido, Aristóteles não contradizia o ensinamento cristão. 
 
Aristóteles dizia que o universo era infinito e sempre existiu. Tomás de Aquino discordava 
dizendo que o universo teve um começo. Apenas no caso particular sobre a questão do 
Universo, Aquino discordava de Aristóteles, e considerou que ele não teve acesso à revelação 
cristã e não tinha como saber que o universo não tinha existido desde sempre. 
 
Nesta questão, Aquino também considerou que o mundo teve um começo, mas Deus pode tê-
lo criado de forma a ter existido eternamente ( e com isso não havia conflito com as ideias de 
Aristoteles). 
 
São Tomás de Aquino e a razão. 
 
Para São Tomás de Aquino, a Bíblia e razão não precisam estar em conflito. Para ele, a razão 
humana e o ensinamento cristão vêm da mesma fonte – Deus – e não poderiam se 
contradizer. 
 
De acordo com Aquino, seres humanos adquirem conhecimento por meio dos sentidos: 
audição, visão, tato, paladar, olfato. No entanto, tais impressões sensoriais apenas nos dizem 
como são as coisas superficialmente. Por exemplo, ao ver a árvore vemos que é um objeto 
tridimensional verde e marrom. 
 
Como seres humanos, somos capazes de ir além e entender de forma racional o que é uma 
árvore, distinguindo-a de outros tipos de plantas e seres. Aquino chamou isso de 
conhecimento intelectual porque o adquirimos utilizando o poder do intelecto para aprender. 
 
 
Escolástica Pós -Tomista – Nos filósofos do período da escolástica em que a filosofia de Tomás 
de Aquino declina, predomina a tese da distinção radical entre fé e razão. 
 
Grandes acontecimentos históricos marcaram a Europa nos séculos XIII e XIV. Entre eles, estão 
a Guerra dos Cem Anos, entre a França e a Inglaterra, a epidemia da peste bubônica, que 
matou cerca de três quartos da população europeia, que entre outros fatores, diminuiu a 
influência da Igreja Católica Romana sobre o Estado e sobre a população. A criação de novas 
universidades, que iniciam o desenvolvimento de questões relativas às ciências naturais e a 
autonomia da filosofia em relação à teologia. Esses são alguns dos fatores que levarão ao 
questionamento do pensamento escolástico bem como ao fim da Idade Média. 
 
 
Referências 
 
Buckingham, Will et al. O livro da filosofia. São Paulo: Globo, 2011. 
Gilberto Cotrim. Fundamentos da Filosofia. ed.Saraiva, 2000. 
Japiassu, H & Marcondes, Danilo. Dicionário básico de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 
2001. 
Marcondes,D. Iniciação a história da filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004.

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