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Aula 09 - Descartes e o racionalismo moderno

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14/05/2013 
1 
DESCARTES E O RACIONALISMO 
MODERNO 
Universidade Estácio de Sá 
Psicologia 
Disciplina: Filosofia 
Professora: Liana Ximenes 
 
Descartes 
 
• Pertencia a família de burgueses que se 
dedicavam ao comércio e à medicina, na França, 
no século XVI. 
 
• Descartes nasceu em 1596. Seu pai foi 
conselheiro do rei no Parlamento. 
 
• Passou o início da infância aos cuidados do pai e 
da avó, pois perdera a mãe com um ano de idade. 
 
Biografia 
• René Descartes nasceu na França, de família nobre. 
• Aos oito anos. órfão de mãe, é enviado para o colégio dos 
jesuítas de La Flèche, onde se revela um aluno brilhante. 
• Termina o secundário em 1612, contente com seus 
mestres, mas descontente consigo mesmo, pois não havia 
descoberto a Verdade que tanto procurava nos livros. 
• Decide procurá-la no mundo. Viaja muito. 
• Alista-se nas tropas holandesas de Maurício de Nassau 
(1618). Sob a influência de Beeckmann, entra em contato 
coin a física copernicana. Em seguida, alista-se nas tropas 
do imperador da Baviera. 
Biografia (continuação) 
• Para receber a herança da mãe retorna a Paris, onde 
frequenta os meios intelectuais. 
• Aconselhado pelo cardeal Bérulle, dedica-se ao estudo da 
filosofia, com o objetivo de conciliar a nova ciência com as 
verdades do cristianismo. 
• A fim de evitar problemas coro a Inquisição, vai para a 
Holanda (1629), onde estuda matemática e física. 
• Escreve muitos livros e cartas. Os mais famosos: O discurso 
do método, As meditações metafisicas, Os princípios de 
filosofia, O tratado do homem e o Tratado do mando. 
• Convidado pela rainha Cristina, vai passar uns tempos em 
Estocolmo, onde morre de pneumonia um ano depois. 
 
Momento histórico 
• Século XVI – Época de profundas transformações 
da visão do mundo do homem ocidental. Época 
marcada pela paixão das descobertas. 
 
• Redescoberta de antigas doutrinas filosóficas e 
científicas, forjadas pelos gregos, e opostas às 
concepções dominantes da Idade Média. 
 
• Grandes viagens náuticas, descobertas de terras e 
povos. 
 
Racionalismo 
• A razão controla a experiência sensível para 
que esta possa participar do conhecimento 
verdadeiro. 
• O modelo de conhecimento verdadeiro se dá 
pela matemática. 
• A filosofia de Descartes inaugura uma era de 
intelectualismo, uma era de racionalismo. 
• O racionalismo lança-se sobre todos os 
problemas do mundo, da ciência e da vida. 
 
 
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2 
Razão é oposta a quatro outras atitudes mentais: 
 
1. Conhecimento ilusório  conhecimento da mera 
aparência das coisas que não alcança a realidade ou 
verdade desta. A Ilusão provém dos nossos costumes, 
de nossos preconceitos, da aceitação imediata das 
coisas. A razão se opõe a mera opinião; 
2. Emoções  emoções, sentimentos, paixões são cegas, 
caóticas, desordenadas, contrárias umas às outras, ora 
dizendo sim a alguma coisa, ora dizendo não a essa 
mesma coisa, como se não soubéssemos o que 
queremos ou como as coisas são. A razão é vista como 
atividade ou ação oposta à paixão. 
 
 
3. Crença Religiosa  Na crença religiosa, a verdade é 
dada pela fé numa revelação divina, não dependendo 
do trabalho de conhecimento realizado pela nossa 
inteligência ou pelo nosso intelecto. A razão é oposta à 
revelação e por isso os filósofos cristãos distinguem a 
luz natural – a razão – da luz sobrenatural – revelação. 
 
4. Êxtase místico (dos santos, dos profetas) Quando o 
espírito acredita estar em relação direta com o ser 
divino e participar dele, sem nenhuma intervenção do 
intelecto ou da inteligência, nem da vontade. Êxtase 
místico exige um estado de abandono, um rompimento 
com a atividade intelectual. 
 
 
Razão ou Bom senso 
 
 
A razão ou bom senso é aquilo que define o 
homem como homem, o que o distingue dos 
outros animais. 
Inatismo 
• No racionalismo cartesiano predomina o inatismo. 
 
• Tese que admite algo na mente como sendo anterior à 
experiência. É admitido esse algo como o fundamento 
do conhecimento. 
 
• Ideias Inatas - Há conhecimentos prévios na mente, 
como em Descartes. Tais ideias são o fundamento de 
todo o conhecimento. Há, portanto, um núcleo de 
conhecimento que é invariável. 
 
 
 
Descartes distinguiu três grupos de ideias 
 
• Ideias adventícias 
 
• Ideias fictícias 
 
• Ideias Inatas 
Ideias adventícias 
• Ideias impostas pela realidade externa. Vindas de fora. São 
aquelas que originam de nossas sensações, percepções, 
lembranças; são as ideias que nos vem por termos tidos a 
experiência sensorial das coisas a que se referem. 
 
• Ideias das qualidades sensíveis  cor, sabor, textura, odor, 
som, tamanho, lugar, etc e ideias de coisas percebidas por 
meio dessas qualidades. 
 
• São também opiniões formuladas a partir dessas ideias ou 
nossas ideias cotidianas ou costumeiras, geralmente 
enganosas ou falsas, isto é, são opiniões recebidas e que, em 
geral, não correspondem à realidade das próprias coisas. 
 
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Ideias fictícias 
• Ideias que nós mesmos por meio da nossa imaginação 
formamos na alma. São aquelas que criamos em nossa 
fantasia e imaginação, compondo seres inexistentes com 
pedaços ou partes de ideias adventícias que estão em 
nossa memória. Por exemplo, cavalo alado, fadas, elfos, 
duendes, dragões, etc. 
 
• São fabulações das artes, da literatura, dos mitos e das 
superstições. Essas ideias nunca são verdadeiras, pois 
não correspondem a nada que exista realmente e 
sabemos que foram inventadas por nós, mesmo quando 
a recebermos prontas de outros que a inventaram. 
 
Ideias Inatas 
• Ideias que constituem o acervo próprio do 
espírito, da mente, da alma. 
• São aquelas que não poderiam vir de nossa 
experiência sensível, porque não há objeto 
sensoriais ou sensíveis para elas, nem poderiam 
vir de nossa fantasia, pois não tivemos 
experiência sensível para compô-las a partir de 
nossa memória. 
• Por exemplo, a ideia do infinito é inata. 
• As ideias inatas são inteiramente racionais e só 
podem existir porque já nascemos com elas. 
 
Ideias Inatas 
• O princípio da razão está relacionado a ideias 
inatas. 
 
• Também são inatas ideias que Descartes 
denomina “noções comuns da razão”, como, por 
exemplo, “o todo é maior do que as partes”. 
 
• Também são inatas as ideias simples conhecidas 
por intuição intelectual (como é o caso do 
cogito). 
 
Ideias Inatas 
• Por serem simples, as ideias inatas são 
conhecidas por intuição e são elas o ponto de 
partida da dedução racional e da indução, que 
conhecem as ideias complexas ou compostas. 
 
• As ideias inatas são a assinatura do “Criador” 
no espírito das criaturas racionais, e a razão é 
a luz natural inata que nos permite conhecer a 
verdade. 
 
Ideias Inatas 
• Foram colocadas em nosso espírito por Deus, por isso, 
são sempre verdadeiras, isto é, sempre corresponderão 
integralmente às coisas a que se referem, e, graças a elas, 
podemos julgar quando uma ideia adventícia é 
verdadeira ou falsa e saber que as ideias fictícias são 
sempre falsas. 
 
• Se desde o nosso nascimento, não possuímos em nosso 
espírito a razão com seus princípios e leis e algumas 
ideias verdadeiras das quais todas as outras dependem, 
não teríamos como saber se um conhecimento é 
verdadeiro ou falso. 
 
Razão discursiva 
• A intuição pode ser um processo de chegada, a conclusão 
de um processo de conhecimento, mas pode ser também 
o ponto de partida de um processo cognitivo. 
• Ao contrário da intuição, o raciocínio é o conhecimento 
que exige provas e demonstrações e que se realiza 
igualmente por meio de provas e demonstrações das 
verdades que estão sendo conhecidas ou investigadas. 
• Não é um só ato intelectual, mas são vários atos 
intelectuais ligados ou conectados, formando um 
processo de conhecimento. 
 
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4 
Dúvida metódica 
• Dúvida metódica: método de conhecimento 
que tem por objetivo descobrir a verdade, 
consistindo em considerar provisoriamentecomo falso tudo aquilo cuja verdade não se 
encontra assegurada. 
• Trata-se da dúvida cartesiana, destinada a ser 
um método utilizado para atingir uma certeza 
maior do que as certezas da vida cotidiana, 
caracterizada pelo fato de ser indubitável. 
Dúvida metódica ≠ Ceticismo 
• E evidente que não nos encontramos aqui diante 
da duvida dos céticos. 
• Neste caso, a duvida quer levar a verdade. 
• Por isso é chamada duvida metódica, enquanto é 
passagem obrigatória, ainda que provisória, para 
chegar verdade. 
• Descartes quer por em crise o dogmatismo dos 
filosofos tradicionais, ao mesmo tempo que 
também quer combater a atitude cética, que se 
comprazia em por tudo em duvida sem nada 
oferecer em troca. 
Dúvida metódica 
• Dúvida deve ser vista como um passo 
necessário na busca da verdade. 
 
• Se eu duvido de tudo o que me vem pelos 
sentidos, e se duvido até mesmo das verdades 
matemáticas, não posso duvidar de que tenho 
consciência de duvidar, portanto, de que 
existo enquanto tenho essa consciência. 
Cogito 
• O cogito é, pois, a descoberta do espírito por 
si mesmo, que se percebe que existe como 
sujeito. 
• Para Descartes, o cogito ergo sum ("penso 
logo existo") é o primeiro princípio da 
filosofia, inaugurando uma revolução que 
consiste em partir da presença do 
pensamento e não da presença do mundo. 
Cogito 
• Mais célebre de intuição intelectual é o cogito 
cartesiano, isto é, a afirmação de Descartes: “Penso 
(cogito), logo existo”. 
• De fato, quando penso, sei que estou pensando e não é 
preciso provar ou demonstrar isso, mesmo porque 
provar e demonstrar é pensar e para demonstrar e 
provar é preciso, primeiro, pensar e saber que se 
pensa. 
• Quando digo: “Penso, logo existo”, estou simplesmente 
afirmando racionalmente que sei que sou um ser 
pensante ou que existo pensando, sem necessidade de 
provas e demonstrações. 
Gênio Maligno 
• O caráter voluntário e metódico dessa dúvida 
aparece claramente no recurso ao "gênio 
maligno", simples hipótese usada por 
Descartes para permanecer na dúvida 
enquanto não consegue encontrar o 
indubitável. 
 
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Gênio Maligno 
• "Suporei que... certo gênio maligno de enorme 
poder e astúcia tenha empregado todas as 
suas energias para enganar-me. Pensarei que 
o céu, o ar, a terra, as cores, as figuras, os sons 
e todas as coisas exteriores são meras ilusões 
de sonhos por ele concebidos com a finalidade 
de enlear-me o juízo". 
Descartes - Meditações, 1641 
Método 
No Discurso sobre o método, estas regras são quatro: 
 
1) evidência racional, que se alcança mediante um ato intuitivo que se 
autofundamenta - Trata-se daquela ideia clara e distinta que reflete 
"unicamente a luz da razão , não ainda conjugada com outras ideias, mas 
considerada em si mesma, intuída e não argumentada. 
2) Análise, uma vez que para a intuição é necessária a simplicidade, que se 
alcança a mediante a decomposição do complexo em partes elementares. 
- "dividir cada problema que se estuda em tantas partes menores, quantas 
for possível e necessário para melhor resolvê-lo". 
3) Síntese - Trata-se de recompor a ordem ou criar urna cadeia de raciocínios 
que se desenvolvam do simples ao composto. 
4) Controle, efetuado mediante a enumeração completa dos elementos 
analisados e a revisão das operações sintéticas- “A ultima regra é a de 
fazer sempre enumerações tão completas e revisões tão gerais a ponto de 
se ficar seguro de não ter omitido nada.” 
Solipsismo 
• Termo de sentido negativo, e até mesmo pejorativo, 
designando o isolamento da consciência individual em 
si mesma, tanto cm relação ao mundo externo quanto 
em relação a outras consciências. 
• "Nada se pode conhecer a não ser os próprios 
conteúdos mentais". 
• Assim, o solipsista - aquele que tem como fundamento 
o solipsismo - nega tudo que esteja além dele mesmo. 
• É considerado como consequência do idealismo 
radical. 
• Críticos afirmam que a filosofia de Descartes pode-se 
levar ao solipsismo. 
Dualismo 
• Na filosofia, o termo "dualismo" é 
frequentemente empregado em referência a 
Descartes, cujo sistema filosófico repousa no 
dualismo do pensamento e da extensão: 
portanto, doutrina segundo a qual a realidade 
é composta de duas substâncias 
independentes e incompatíveis. 
“Res cogitans” e “res extensa” 
• Para Descartes existem apenas dois tipos de 
substâncias, claramente distintas e irredutíveis uma da 
outra: 
• substância pensante (res cogitans) - é a existência 
espiritual do homem sem nenhuma ruptura entre 
pensar e ser, e a alma humana como realidade 
pensante que e pensamento em ato, e como 
pensamento em ato que e realidade pensante. 
• a substância extensa (res extensa) - é o mundo 
material (compreendendo obviamente o corpo 
humano), do qual, justamente, se pode predicar como 
essencial apenas a propriedade da extensão. 
• A alma tem propriamente sede em urna 
pequena glândula, chamada pineal, situada no 
centro do cérebro, onde se reúnem 
ramificados todos os tecidos das artérias que 
veiculam o sangue para o cérebro. 
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• "Não basta que ela [a alma] seja inserida no 
corpo como um piloto em seu navio, senão, 
talvez, para mover seus membros, mas é 
necessário que ela seja conjugada e unida 
mais estreitamente com ele, para, ademais, 
experimentar sentimentos e apetites 
semelhantes aos nossos, compondo assim um 
verdadeiro homem." 
• A alma pode vencer as emoções ou, pelo menos, 
frear as solicitações sensíveis que a distraem da 
atividade intelectual, projetando-a para as 
amarras das paixões. 
• O guia do homem, porém, não são as emoções 
ou os sentimentos em geral, mas sim a razão, a 
única que pode avaliar e, portanto, induzir a 
acolher ou rejeitar certas emoções. 
• A sabedoria consiste precisamente na adoção do 
pensamento claro e distinto como norma, tanto 
do pensar como do viver.

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