Prévia do material em texto
AFYA CURSO DE MEDICINA - AFYA NOTA FINAL Aluno: Componente Curricular: Integradora 7º Período Professor (es): Período: 202402 Turma: Data: INTEGRADORA_7°PERÍODO_28NOVEMBRO RELATÓRIO DE DEVOLUTIVA DE PROVA PROVA 14494 - CADERNO 004 1ª QUESTÃO Enunciado: (UNIFIPMOC) A.B.L, sexo feminino, com 58 anos de idade, comparece ao pronto-socorro com queixas de febre, calafrios, dor lombar intensa do lado direito e náuseas há 1 dia. Ela é diabética tipo 2, com uso de Metformina 850 mg 3x/dia e Dapaglifozina 10 mg 1x/dia (HbA1c do último mês, igual a 8,9%), e relata que, nos últimos dias, apresentou quadro de polaciúria e algúria, melhorado parcialmente com uso de Fenazopiridina. Ao exame físico, apresenta sensibilidade à palpação na região lombar direita. Sinais vitais indicam: PA: 115x75 mmHg, FC: 102 bpm; FR: 18 irpm, Tax: 38,9ºC, SatO2 em ar ambiente: 97%. A análise de urina mostra leucocitúria, hematúria e nitrito positivo, glicemia: 279 mg/dL. A urocultura foi realizada e o resultado sairá em breve. Diante desse quadro, qual a conduta mais apropriada a ser adotada pela equipe médica de plantão? Alternativas: (alternativa A) A paciente deve ser tratada ambulatorialmente com Ciprofloxacino 500 mg de 12/12 horas por 7 dias, já que seu diabetes está controlado e não apresenta sinais de gravidade. (alternativa B) (CORRETA) Considerando a hipótese diagnóstica mais provável e sua condição de diabética, faz-se necessário internar a paciente para tratamento intravenoso com a possibilidade de uso de Ceftriaxona 1g de 12/12 horas. (alternativa C) A paciente deve ser internada para realizada de exames laboratoriais complementares, como urocultura, e para tratamento com antibiótico, sendo uma sugestão permitente, a Nitrofurantoína 100 mg de 6/6 horas. (alternativa D) A internação está indicada, pois a hipótese diagnóstica mais provável costuma afetar pacientes diabéticos de forma grave, apesar da paciente apresentar um bom controle glicêmico. 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 1 de 71 Resposta comentada: Justificativa: A paciente deve ser tratada ambulatorialmente com Ciprofloxacino 500 mg de 12/12 horas por 7 dias, já que seu diabetes está controlado e não apresenta sinais de gravidade. Justificativa: Esta alternativa é falsa. Embora a paciente tenha diabetes controlada, o quadro clínico sugere uma infecção urinária alta (pielonefrite) devido à febre, dor lombar e sinais de infecção. O tratamento ambulatorial não é recomendado para pielonefrite complicada (paciente diabética), que geralmente requer internação para garantir a administração intravenosa de antibióticos e monitoramento. Considerando a hipótese diagnóstica mais provável e sua condição de diabética, faz-se necessário internar a paciente para tratamento intravenoso com a possibilidade de uso de Ceftriaxona 1g de 12/12 horas. Justificativa: Esta alternativa é verdadeira. Dada a apresentação clínica da paciente e sua condição de diabética, a internação é indicada. A ceftriaxona é uma escolha apropriada para o tratamento intravenoso de pielonefrite aguda, especialmente em pacientes com fatores de risco, como diabetes. A paciente deve ser internada para realização de exames laboratoriais complementares, como urocultura, e para tratamento com antibiótico, sendo uma sugestão permitente, a Nitrofurantoína 100 mg de 6/6 horas. Justificativa: Esta alternativa é falsa. Embora a internação e a realização de exames laboratoriais sejam necessárias, a nitrofurantoína não é o antibiótico de escolha para pielonefrite. Ela é mais indicada para infecções do trato urinário inferior. A urocultura é importante, mas não deve atrasar o início do tratamento antibiótico em um caso de pielonefrite. A internação está indicada, pois a hipótese diagnóstica mais provável costuma afetar pacientes diabéticos de forma grave, apesar da paciente apresentar um bom controle glicêmico. Justificativa: Esta alternativa é falsa. Embora seja verdade que a pielonefrite possa ser grave em pacientes diabéticos, a ênfase na condição de controle glicêmico é irrelevante para a decisão de internação. A internação deve ser baseada na gravidade do quadro clínico, que neste caso são claros. Ademais, a paciente possui um mau controle glicêmico. Referência: GOLDMAN, Lee; SCHAFER, Andrew I. Goldman-Cecil Medicina. 26th ed. Rio de Janeiro: GEN Guanabara Koogan, 2022. E-book. p.Capa. ISBN 9788595159297. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788595159297/. Acesso em: 15 out. 2024. 2ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA IPATINGA) Paciente primigesta de 38 semanas de gestação foi admitida para a assistência ao trabalho de parto. Estava com 2 cm de dilatação, feto no plano – 3 de de Lee, BCF: 152 bpm, bolsa íntegra e apresentou 2 contrações de 15 segundos durante 10 minutos, no momento de sua admissão. Foi reavaliada após 3 horas e estava com a mesma dilatação e as mesmas contrações e o BCF: 125 bpm. Segundo as recomendações do ALSO, qual a conduta adequada para a paciente? 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 2 de 71 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Aguardar entrar em fase ativa do trabalho de parto. (alternativa B) Realizar cesárea para a extração fetal. (alternativa C) Iniciar ocitocina para acelerar o trabalho de parto. (alternativa D) Articular o fórceps para a extração fetal. Resposta comentada: A paciente não encontra se em fase ativa do trabalho de parto portanto, deve receber alta médica com orientações quanto aos sinais / sintomas para retornar ao hospital. Segundo o ALSO, fase ativa do trabalho de parto caracteriza se por 6 cm ou mais de dilatação do colo uterino associada a contrações uterinas eficientes e duradouras. Não existe indicação médica para a realização de cesárea e, como está com 38 semanas, não é recomendada realização de cesárea a pedido. Não existe nenhuma indicação ou critério médico para alocar fórceps no caso apresentado bem como uso de ocitocina. Analgesia deve ser administrada em fase ativa do trabalho de parto e a mesma não acelera o processo. A paciente não está em fase ativa e não possui indicação médica para interrupção da gestação neste momento, deve portanto, receber alta medica com orientações quanto a sinais e sintomas para retorno ao hospital. Referência: ALSO – Suporte Avançado de Vida em Obstetrícia. 2023. 3ª QUESTÃO 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 3 de 71 Enunciado: (UNISL PORTO VELHO) Um paciente de 65 anos foi submetido a uma cirurgia de grande porte e encontra-se no 3º dia de pós-operatório em unidade de terapia intensiva. Apresenta-se com edema leve, fraqueza muscular, hipotensão postural e hiponatremia (Na+ = 125 mEq/L). Exames laboratoriais mostram hipocalemia (K+ = 2,8 mEq/L), níveis normais de creatinina e ureia. A diurese nas últimas 24 horas foi de 500 mL. Não há sinais de sobrecarga volêmica. Com base no quadro clínico e laboratorial, qual a conduta mais apropriada para corrigir com segurança os distúrbios hidro-eletrolíticos e preparar o paciente para alta hospitalar? Alternativas: (alternativa A) Administração de potássio intravenoso, solução salina isotônica (NaCl 0,9%), associada ao uso de corticosteróides para manejo da hipotensão postural. (alternativa B) (CORRETA) Administração de solução salina isotônica (NaCl 0,9%) e reposição de potássio intravenoso, com monitorização frequente dos eletrólitos a cada 6 horas. (alternativa C) Reposição de solução salina isotônica (NaCl 0,9%) para correção gradual da hiponatremia, com reposição intravenosa de potássio e monitorização clínica a cada rotina matinal. (alternativa D) Restrição hídrica leve com reposição de potássio oral, associada ao uso de diurético de alça para reduzir o edema e controlar a hiponatremia. Resposta comentada: A administração de solução a 0,9% neste paciente sintomático está adequada pois oferece uma abordagem completa e equilibrada para a correção dos distúrbios hidroeletrolíticos apresentados, com monitorizaçãodescompressão brusca negativa. Os exames laboratoriais mostram amilase 1030 U/L. Quais exames laboratoriais iniciais devem ser solicitados para auxílio na avaliação de gravidade do caso, segundo os Critérios da International Association of Pancreatology / American Pancreatic Association / American College of Gastroenterology? Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Glicemia, leucograma, DHL, AST. (alternativa B) Glicemia, Lipase, gama- GT. (alternativa C) Glicemia, TGO, TGP, fosfatase alcalina. (alternativa D) Glicemia, bilirrubinas, fosfatase alcalina. 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 37 de 71 Resposta comentada: Resposta Comentada: Para diagnóstico de pancreatite aguda, o doente deverá preencher dois dos três critérios seguintes: Clínico: dor abdominal quadrante superior associada a náuseas e vômitos. Laboratorial: aumento de amilase e/ou lipase acima de três vezes o limite superior da normalidade. Imagem: alterações típicas de pancreatite aguda nos exames de imagem. Ou seja: podemos concluir que o paciente fecha critérios para pancreatite aguda (clínico + laboratorial). Na admissão deve ser solicitado Leucograma, glicemia, LDH e AST, pois fazem parte dos critérios admissionais de Ranson e servirão para predizer a gravidade do quadro. Referências: LOSCALZO, Joseph; FAUCI, Anthony S.; KASPER, Dennis L.; et al. Medicina Interna de Harrison. 21st ed. Porto Alegre: AMGH, 2024. GOLDMAN, Lee; SCHAFER, Andrew I. Goldman-Cecil Medicina. 26th ed. Rio de Janeiro: GEN Guanabara Koogan, 2022. E-book. p.Capa. ISBN 9788595159297. LOPES, Antonio C. Manual de Clínica Médica. Rio de Janeiro: Roca, 2019. E-book. p.611. ISBN 9788527736145. 28ª QUESTÃO Enunciado: (UNISL PORTO VELHO) Uma paciente adulta será submetida a uma colecistectomia eletiva. Durante a consulta pré-operatória, foram identificadas alterações no perfil de coagulação, e o cirurgião recomenda uma avaliação com o hematologista. Assinale a alternativa que contém os exames mais adequados a serem solicitados . Alternativas: (alternativa A) Dosagem de creatinina sérica para verificar a função renal e possíveis interferências na coagulação. (alternativa B) (CORRETA) Tempo de protrombina (TP) e Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) para investigar as vias de coagulação. (alternativa C) Hemograma completo para avaliar as contagens de plaquetas e tamanho das hemácias e outros componentes sanguíneos. (alternativa D) Glicemia de jejum para excluir distúrbios metabólicos que possam interferir na cirurgia, REMIT e processo de coagulação. 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 38 de 71 Resposta comentada: Os exames Tempo de protrombina (TP) e Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) são os mais indicados para investigar alterações no sistema de coagulação, pois avaliam as vias extrínseca e intrínseca da coagulação. Eles ajudam a identificar possíveis distúrbios que podem impactar o risco de sangramento durante e após a cirurgia. Hemograma completo: Embora útil para avaliar a contagem de plaquetas, o hemograma não avalia diretamente as vias da coagulação, que é o foco principal no cenário de alterações de coagulação. Dosagem de creatinina sérica: A creatinina avalia a função renal, o que é importante para a saúde geral do paciente, mas não é o exame indicado para investigar alterações específicas da coagulação. Glicemia de jejum: A glicemia ajuda a monitorar distúrbios metabólicos, como diabetes, mas não tem relação direta com a avaliação do sistema de coagulação. Referência: "Sabiston: Tratado de Cirurgia", 21ª edição (2022). 29ª QUESTÃO Enunciado: (UNITPAC) Paciente de 42 anos é trazida ao pronto-socorro por seu marido relatando que ela está apresentando comportamento depressivo severo há meses. Nas últimas semanas, ela se isolou, perdeu interesse em atividades diárias, e verbalizou várias vezes a vontade de morrer. Na manhã do dia anterior tentou ingerir uma grande quantidade de medicamentos com o objetivo de tirar a própria vida, sendo socorrida a tempo pelo marido. No pronto-socorro, a paciente recusa ajuda, dizendo que não quer continuar vivendo e que "ninguém pode obrigá-la a receber tratamento". Diante do quadro descrito, analise a asserção e a razão a seguir e assinale a alternativa correta. ASSERÇÃO: O psiquiatra pode proceder com a internação involuntária da paciente, mesmo sem seu consentimento, uma vez que ela apresenta risco iminente à sua própria vida. PORQUE RAZÃO: O Código de Ética Médica permite a internação involuntária de pacientes psiquiátricos sem consentimento, desde que haja um risco significativo para a vida do paciente ou de terceiros, e a decisão seja comunicada às autoridades competentes. 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 39 de 71 Alternativas: (alternativa A) A asserção é falsa e a razão é verdadeira. (alternativa B) A asserção e a razão são verdadeiras, mas a razão não justifica a asserção. (alternativa C) A asserção é verdadeira e a razão é falsa. (alternativa D) (CORRETA) A asserção e a razão são verdadeiras, e a razão justifica a asserção. Resposta comentada: A paciente apresenta uma tentativa recente de suicídio e um quadro de depressão grave com ideação suicida, o que configura risco iminente à sua vida. Nesses casos, o psiquiatra tem o respaldo legal e ético para realizar a internação involuntária, conforme a Lei 10.216/2001, que trata da proteção e dos direitos das pessoas com transtornos mentais. A internação involuntária é indicada quando o paciente não tem discernimento para avaliar a necessidade de tratamento e apresenta risco significativo. A decisão deve ser comunicada ao Ministério Público ou outra autoridade competente. A razão, portanto, complementa e justifica a asserção. Referências: BRASIL, Presidência da República, Lei nº 10.216, de 06 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm. BRASIL. Conselho Federal de Medicina. Resolução. CFM nº 2.217, de 27 de setembro de 2018. Código de Ética Médica. Disponível em: https://portal.cfm.org.br/images/PDF/cem2019.pdf. BRASIL. Conselho Federal de Medicina. Recomendação CFM nº 1/2016. Disponível em: https://portal.cfm.org.br/images/Recomendacoes/1_2016.pdf. 30ª QUESTÃO Enunciado: (UNISL PORTO VELHO) Uma gestante de 30 anos, G3P1A1, com 31 semanas de gestação, procura atendimento em uma maternidade com queixa de contrações uterinas regulares e dolorosas a cada 8 minutos, iniciadas há 4 horas. Ao exame físico observava-se: colo uterino com apagamento de 70% e dilatação de 2 cm. Os sinais vitais estão estáveis, sem sangramento vaginal ou perda de líquido amniótico. O histórico obstétrico da paciente inclui um parto prematuro na gestação anterior e uma perda fetal precoce. Os exames complementares revelavam: ausência de infecção urinária e não havia amniorrexe (rompimento prematuro das membranas). Na cardiotocografia não havia evidências de sofrimento fetal. Qual a conduta inicial adequada para a paciente? 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 40 de 71 Alternativas: (alternativa A) Infecções urinárias na gestação anterior. Encaminhar a paciente para parto cesáreo imediato, uma vez que o colo está dilatado e há risco de complicações fetais. (alternativa B) Permitir que o trabalho de parto progrida sem intervenção, pois o feto já está em idade gestacional viável, monitorando a vitalidade fetal. (alternativa C) Administrar antibiótico profilático e iniciar a indução do parto devido ao risco elevado de infecção intrauterina. (alternativa D) (CORRETA) Administrar corticoide para maturação pulmonar fetal, iniciar tocólise para inibir as contrações e administrar sulfato de magnésio para neuroproteção fetal. 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 41 de 71 Resposta comentada: Alternativa correta:Administrar corticoide para maturação pulmonar fetal, iniciar tocólise para inibir as contrações e administrar sulfato de magnésio para neuroproteção fetal. Esta é a conduta padrão para gestantes com menos de 34 semanas de gestação em trabalho de parto prematuro, com foco na maturação pulmonar do feto (com corticoide), neuroproteção (com sulfato de magnésio) e retardamento do parto (tocólise) para reduzir os riscos associados à prematuridade. O objetivo é ganhar tempo e permitir que o feto se beneficie dessas intervenções. Alternativas incorretas: Encaminhar a paciente para parto cesáreo imediato, uma vez que o colo está dilatado e há risco de complicações fetais. Incorreta. A conduta de parto cesáreo imediato não é indicada nesse caso, pois os sinais vitais da paciente estão estáveis e não há sofrimento fetal na cardiotocografia. A dilatação cervical e o trabalho de parto prematuro sem sinais de complicação fetal ou materna não justificam uma cesárea emergencial. A prioridade é prolongar a gestação para reduzir os riscos da prematuridade. Permitir que o trabalho de parto progrida sem intervenção, pois o feto já está em idade gestacional viável, monitorando a vitalidade fetal. Incorreta. Embora o feto tenha boas chances de sobrevivência em 31 semanas, permitir que o trabalho de parto progrida sem intervenção não é adequado. O manejo deve focar em retardar o parto e permitir tempo para intervenções como corticoides e neuroproteção, que melhoram os desfechos neonatais. Apenas monitorar o feto não garante o melhor resultado, pois a prematuridade ainda apresenta riscos significativos. Administrar antibiótico profilático e iniciar a indução do parto devido ao risco elevado de infecção intrauterina. Incorreta. A administração de antibióticos profiláticos e a indução do parto não são indicadas neste caso, já que a paciente não apresenta sinais de infecção intrauterina ou rompimento das membranas (amniorrexe). A ausência de infecção e o padrão tranquilizador da cardiotocografia excluem a necessidade de medidas profiláticas com antibióticos ou indução de parto neste momento. Referências: REZENDE, J. Obstetrícia Fundamental. 15ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2024. ZUGAIB, M. Zugaib Obstetrícia. 5ª ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2023. 31ª QUESTÃO 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 42 de 71 Enunciado: (AFYA SANTA INÊS) Uma paciente de 25 anos de idade, primigesta, comparece à sua primeira consulta de pré-natal no primeiro trimestre de gestação. A data da última menstruação (DUM) foi há aproximadamente 10 semanas. Durante o exame físico, ao realizar a manobra de Leopold, o medico não consegue ter certeza das medidas, mas consegue auscultar os batimentos cardiofetais em dorso esquerdo. No entanto, a paciente relata histórico de múltiplos parceiros sexuais e uso inconsistente de preservativos. Na UBS dispomos de todos os testes rápidos para sífilis, hiv, hepatite B e C, e podemos solicitar todos que serão necessários para o período gestacional. Com base nesse cenário, qual é a melhor abordagem diagnóstica para a sífilis na gestante? Alternativas: (alternativa A) Solicitar o teste não treponêmico e esperar o resultado, caso positivo realizar o tratamento com 3 doses da penicilina benzatina, 1,2 milhões em cada glúteo por 3 semanas. (alternativa B) (CORRETA) Realizar o teste treponêmico e caso positivo, iniciar o tratamento com 3 doses da penicilina benzatina com 1,2 milhões de unidade em cada glúteo por 3 semanas. (alternativa C) Realizar o teste rápido, caso seja positivo, o médico deve solicitar uma contraprova com VDRL, caso este venha positivo, realizar o tratamento com 3 doses de penicilina benzatina por 3 semanas. (alternativa D) Solicitar o teste VDRL para sífilis e esperar o resultado, caso positivo realizar o tratamento, com 3 doses da penicilina benzatina, 1,2 milhões em cada glúteo por 3 semanas. Resposta comentada: Em caso de gestante, devido ao risco de transmissão ao feto, o tratamento deve ser iniciado com apenas um teste positivo (reagente), sem precisar aguardar o resultado do segundo teste. Referência: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sifilis GUSSO, G, et al. Tratado de medicina de família e comunidade - 2 volumes: princípios, formac ̧ão e prática. Disponível em: Minha Biblioteca, (2nd edic ̧ão). Grupo A, 2019. Cap. 140. DUCAN, B, B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenc ̧ão primária baseadas em evidências. Disponível em: Minha Biblioteca, (5th edic ̧ão). Grupo A, 2022. (Cap. 155). 32ª QUESTÃO 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 43 de 71 Enunciado: (IESVAP) Uma paciente de 18 anos, gestante no primeiro trimestre, chega à sala de parto com queixa de dor abdominal intensa, febre alta, calafrios e sangramento vaginal. O exame físico revela útero doloroso à palpação, secreção vaginal purulenta e sinais de peritonite. Os exames laboratoriais mostram leucocitose com desvio à esquerda e elevação dos marcadores inflamatórios. Qual é a conduta inicial mais adequada para o manejo desta paciente? Alternativas: (alternativa A) Administração de antifúngicos, realização de ultrassonografia e suporte nutricional. (alternativa B) Administração de tocolíticos, monitoramento fetal contínuo e hidratação intravenosa. (alternativa C) (CORRETA) Administração de antibióticos de amplo espectro, curetagem uterina e suporte hemodinâmico. (alternativa D) Observação clínica, administração de antipiréticos e repouso absoluto. 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 44 de 71 Resposta comentada: Alternativas: Administração de antibióticos de amplo espectro, curetagem uterina e suporte hemodinâmico. Justificativa: Correta. O quadro clínico é sugestivo de infecção uterina grave, possivelmente um aborto séptico, que pode evoluir rapidamente para sepse. A conduta inicial apropriada inclui a administração de antibióticos de amplo espectro para combater a infecção, curetagem uterina para remover o conteúdo infectado e suporte hemodinâmico para estabilizar a paciente. Este manejo é crítico para evitar complicações graves, como choque séptico. A alternativa está correta, pois aborda as prioridades no manejo de um quadro de infecção uterina grave: a administração de antibióticos de amplo espectro e a curetagem uterina, associados ao suporte hemodinâmico. Este manejo reduz o risco de complicações, especialmente a progressão para choque séptico, seguindo as práticas recomendadas em emergências obstétricas com suspeita de infecção. Observação clínica, administração de antipiréticos e repouso absoluto. Justificativa: Incorreta. Dada a gravidade dos sintomas, como dor abdominal intensa, febre alta e sinais de peritonite, a simples observação e uso de antipiréticos não são suficientes. Esta conduta negligencia a necessidade de antibióticos imediatos e intervenções para remoção do conteúdo uterino infectado, o que coloca a paciente em risco de piora rápida. Administração de tocolíticos, monitoramento fetal contínuo e hidratação intravenosa. Justificativa: Incorreta. Tocolíticos são usados para inibir contrações uterinas em casos de trabalho de parto prematuro iminente, mas não são apropriados para uma infecção intrauterina com risco de sepse. A hidratação intravenosa pode ser útil, mas não é suficiente para o manejo de uma infecção grave. A prioridade é o tratamento da infecção e estabilização hemodinâmica. Administração de antifúngicos, realização de ultrassonografia e suporte nutricional. Justificativa: Incorreta. A administração de antifúngicos é inadequada, pois o quadro clínico e os exames laboratoriais são mais indicativos de infecção bacteriana. A ultrassonografia pode auxiliar na avaliação do útero, mas não substitui a necessidade de antibióticos e de curetagem. O suporte nutricional é importante em longo prazo, mas não é prioritário neste contexto agudo. Referência: ROBBINS, Stanley L.; COTRAN, Ramzi S.; KUMAR, Vinay. Patologia: Bases Patológicasdas Doenças. 10. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2021. 33ª QUESTÃO 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 45 de 71 Enunciado: (UNIFIPMOC) Mulher de 54 anos comparece à consulta com o médico da UBS por apresentar sangramento vaginal intermitente há 2 meses. Conta que sua última menstruação aconteceu há quase 3 anos e, desde então, nunca havia apresentado episódios de sangramento. Nega terapia hormonal. Nega comorbidades prévias e atuais. Possui parceiro sexual único. Ao retorno, traz ultrassonografia endovaginal que revelou imagem hiperecogênica de 7 mm com vascularização única e espessura endometrial de 3 mm. Diante do caso, a conduta mais adequada é? Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Solicitar uma histeroscopia para avaliação e possível remoção da imagem hiperecogênica (pólipo), considerando o sangramento intermitente e a vascularização observada. (alternativa B) Realizar curetagem uterina para biópsia endometrial, devido ao sangramento vaginal em uma mulher na pós-menopausa. (alternativa C) Realizar histerectomia total, devido ao risco de malignidade associado à imagem hiperecogênica e ao sangramento vaginal persistente. (alternativa D) Solicitar ultrassonografia endovaginal de acompanhamento em 6 meses, visto que a espessura endometrial é de 3 mm, e observar a evolução do quadro. 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 46 de 71 Resposta comentada: Justificativa: Realizar uma curetagem uterina para biópsia endometrial, devido ao sangramento vaginal em uma mulher na pós-menopausa. Justificativa: Esta afirmação é falsa. A curetagem uterina é um procedimento realizado sem visão direta, o que pode não permitir a polipectomia adequada. Solicitar uma histeroscopia para avaliação e possível remoção da imagem hiperecogênica (pólipo), considerando o sangramento intermitente e a vascularização observada. Justificativa: Esta afirmação é verdadeira. A histeroscopia é o melhor método para realizar a exérese do pólipo endometrial, sendo o exame padrão ouro para a avaliação da cavidade uterina. Solicitar ultrassonografia endovaginal de acompanhamento em 6 meses, visto que a espessura endometrial é de 3 mm, e observar a evolução do quadro. Justificativa: Esta afirmação é falsa. Acompanhamento sem investigação não é apropriado, dado o sangramento. Realizar uma histerectomia total, devido ao risco de malignidade associado à imagem hiperecogênica e ao sangramento vaginal persistente. Justificativa: Esta afirmação é falsa. A histerectomia é um procedimento de maior morbidade, e não há indicação de ser realizada por causa de um pólipo endometrial. Referência: HOFFMAN, Barbara L.; SCHORGE, John O.; HALVORSON, Lisa M.; et al. Ginecologia de Williams. 2nd ed. Porto Alegre: ArtMed, 2014. E-book. p.18. ISBN 9788580553116. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788580553116/. Acesso em: 15 out. 2024. 34ª QUESTÃO Enunciado: (IESVAP) Mulher de 55 anos, sem comorbidades conhecidas, é conduzida por familiares ao serviço de urgência com relato de hematêmese em grande volume (cerca de 2 litros) há 30 minutos. Desde então, paciente evoluiu com rebaixamento do nível de consciência. Ao exame físico, PA – 90x50 mmHG, FC- 128 bpm, FR- 32 irpm, tempo de enchimento capilar de 3 segundos, Escala de Coma de Glasgow – 11 (Abertura Ocular- 3, Resposta Verbal – 3, Resposta Motora- 5), ausência de déficits neurológicos focais. Filha relata que mãe, estava há 7 dias fazendo uso de um medicamento que foi receitado para dor em joelho e havia se queixado de epigastralgia nos últimos dias. De acordo com caso clínico, qual a melhor conduta nesta situação? 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 47 de 71 Alternativas: (alternativa A) Solicitar hemograma com urgência e transfundir 01 concentrado de hemácias se hemoglobina for menor que 7 g/dl. (alternativa B) (CORRETA) Como trata-se de uma hemorragia aguda classe III, paciente deve ser submetido a transfusão de concentrado de hemácias, independente do valor de hemoglobina e hematócrito. (alternativa C) Paciente deve ser tratado com ferro endovenoso imediatamente, devido as perdas e solicitar exames laboratoriais para definir necessidade de transfusão. (alternativa D) Paciente deve ser submetido imediatamente a uma tomografia de crânio e abdome, pois a principal hipótese que justifique o rebaixamento do nível de consciência é acidente vascular encefálico. Resposta comentada: Paciente idosa com histórico de abuso de AINE evolui com hemorragia digestiva aguda, com sinal de instabilidade hemodinâmica, hemorragia classe III. Deve ser transfundida imediatamente independente do valor de hb/ht, já que esses parâmetros irão demorar cerca de 1-2h após a hemorragia para apresentar alterações. Referência: ZAGO, MA, FALCÃO, RP, PASQUINI, R. Tratado de Hematologia. 1a ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2013 35ª QUESTÃO Enunciado: (FIPGUANAMBI) Recém-nascido (RN) de 38 semanas de idade gestacional, parto cesáreo, nasceu hipotônico com frequência cardíaca (FC) de 56 bpm, cianótico e choro ausente. Foram iniciadas as manobras de reanimação, ventilação adequada, intubação orotraqueal e massagem cardíaca sincronizados, porém o RN permanece sem movimentos respiratórios, cianótico e com FC: 50 bpm. A conduta imediata adequada para o recém-nascido é: 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 48 de 71 Alternativas: (alternativa A) administar adrenalina 1:1.000 na dose de 0,1ml/Kg na cânula orotraqueal. (alternativa B) administrar bicarbonato de sódio através do cateter inserido na veia umbilical. (alternativa C) administrar soro fisiológico 0,9% 10ml/kg na veia umbilical para expansão volumétrica. (alternativa D) (CORRETA) administrar adrenalina 1: 10.000 na dose de 0,1ml/Kg na veia umbilical. Resposta comentada: A dose de adrenalina a ser utilizada é 0,01 a 0,03mg/kg. Como será feita via endovenosa, deve ser diluída na proporção de 1 mL de adrenalina para 9 mL de solvente (SF ou AD), a fim de obter solução de 1:10.000. Portanto a dose em mL será de 0,1 – 0,3mL/kg. Não se recomenda a adrenalina endotraqueal, por não se saber a biodisponibilidade, apenas na ausência de um acesso venoso. Mas caso haja necessidade de uso endotraqueal a diluição deverá ser a mesma da endotvenosa (1:1000) O expansor de volume pode ser necessário para reanimar o recém-nascido com hipovolemia. A suspeita é feita se não houver aumento da FC em resposta às outras medidas de reanimação e/ou se há perda de sangue ou sinais de choque hipovolêmico, como palidez, má perfusão e pulsos débeis. O bicarbonato de sódio não é recomendado na reanimação do recém-nascido na sala de parto, a hiper osmolaridade da solução, a hipernatremia desencadeada pela sua infusão e o fato de gerar CO2 podem diminuir a resistência vascular sistêmica, piorando a pressão de perfusão coronariana e, por conseguinte, a função miocárdica, exacerbando acidose venosa e contribuindo para o aumento da mortalidade. Referência: Almeida MFB, Guinsburg R; Coordenadores Estaduais e Grupo Executivo PRN-SBP; Conselho Científico Departamento Neonatologia SBP. Reanimação do recém-nascido ≥34 semanas em sala de parto: diretrizes 2022 da Sociedade Brasileira de Pediatria. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Pediatria; 2022. 36ª QUESTÃO Enunciado: (FESAR) Mulher cisgênero de 20 anos procura atendimento de urgência devido à erupção cutânea nos membros inferiores, semelhante a um rash. Nos últimos dias, relatou sangramento nasal prolongado em duas ocasiões e o surgimento de hematomas. Ao exame físico, observaram-se equimoses e petéquias presentes nos membros inferiores. Laboratório evidenciou: Plaquetas de 16.800/mL; VCN = 84Fl; leucócitos dentro da normalidade. Para prosseguir com o plano terapêutico, a paciente foi internada e encaminhada para enfermaria. Com base nas informações, assinale a alternativa que contenha a conduta inicial mais adequada para este caso. 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23Pgina 49 de 71 Alternativas: (alternativa A) Transfusão de plaquetas imediata. (alternativa B) Imunoglobulina intravenosa. (alternativa C) (CORRETA) Glicocorticoides. (alternativa D) Anti-histamínicos. Resposta comentada: O tratamento inicial da PTI geralmente envolve o uso de corticosteroides, como a prednisona. A ideia é diminuir a atividade do sistema imune para preservar as plaquetas. Após a melhora da contagem de plaquetas, a dose da prednisona deve ser reduzida gradualmente. INCORRETA. A imunoglobulina (400 mg/dia por 5 dias ou 1 g/dia por 2 dias) é indicada em sangramentos graves ou plaquetas muito baixas. A paciente deste caso não se encaixa nesses critérios. INCORRETA. A transfusão de plaquetas em pacientes com púrpura trombocitopênica imune (PTI) não é a abordagem mais eficaz. A PTI é uma doença autoimune, onde o próprio organismo produz anticorpos que destroem as plaquetas. Ao receber uma transfusão de plaquetas, estas novas células também serão atacadas por esses anticorpos, limitando a efetividade do tratamento e expondo o paciente aos riscos inerentes a qualquer transfusão de sangue. INCORRETA. Anti-histamínicos não possuem efeito sobre a contagem de plaquetas e não são indicados para o tratamento da PTI. Além disso, não há evidências de uma reação alérgica ou aumento dos níveis de histamina que justifiquem o uso de um anti-histamínico neste caso. Referência: HOFFBRAND, A V.; MOSS, P. A H. Fundamentos em hematologia de Hoffbrand. 7th ed. Porto Alegre: ArtMed, 2018. E-book. p.283. ISBN 9788582714515. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788582714515/. Acesso em: 10 nov. 2024. 37ª QUESTÃO Enunciado: (FACIMPA) Uma mulher cisgênero de 42 anos procura o ambulatório escola de coloproctologia com queixa de dor anal intensa e desconforto ao evacuar, que piorou nos últimos meses. Ela relata episódios de sangramento ao evacuar, com sangue vivo no papel higiênico. Além disso, sente a presença de um “caroço” na região anal, que costuma “sair para fora” durante a evacuação e, nas últimas semanas, não tem retornado espontaneamente, mesmo com auxílio digital. A paciente relata constipação crônica, com esforço evacuatório frequente. Ao exame físico, observam-se sinais de prolapso hemorroidário. Diante do quadro clínico, qual a conduta mais adequada para o manejo dessa paciente, baseado na classificação das doenças hemorroidárias? 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 50 de 71 Alternativas: (alternativa A) Realizar ligadura elástica das hemorroidas no ambulatório, que é uma opção eficaz para a resolução completa dos sintomas, principalmente em casos de hemorroidas grau II. (alternativa B) Prescrever pomadas tópicas à base de corticoides e anestésicos locais, que promovem alívio rápido dos sintomas e podem evitar a necessidade de cirurgia em casos de hemorroidas prolapsadas. (alternativa C) (CORRETA) Indicar tratamento cirúrgico para correção do prolapso hemorroidário, já que a paciente apresenta sintomas refratários ao manejo conservador e o prolapso não está retornando espontaneamente. (alternativa D) Prescrever medidas conservadoras, como aumento da ingesta de fibras e uso de laxantes, orientando retorno em um mês para reavaliação da resposta ao tratamento. 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 51 de 71 Resposta comentada: O tratamento conservador, com aumento da ingestão de fibras e uso de laxantes, é a primeira linha de manejo em casos de hemorroidas sem complicações graves, especialmente nas fases iniciais da doença. No entanto, quando há sinais de prolapso irreversível, essa conduta isolada pode não ser suficiente para resolver o problema. A ligadura elástica é uma técnica ambulatorial eficaz em hemorroidas de grau II, que ainda retornam espontaneamente após o prolapso. No entanto, no caso descrito, o prolapso já não está retornando nem com auxílio manual, o que sugere que a paciente apresenta uma condição mais avançada (grau III ou IV), com provável indicação cirúrgica. A indicação cirúrgica é apropriada para pacientes com prolapso hemorroidário irreversível e sintomas refratários ao tratamento conservador. Nesse caso, a paciente apresenta dor, sangramento e um prolapso que não retorna espontaneamente, indicando uma possível hemorroidectomia ou outro tratamento cirúrgico definitivo. As pomadas tópicas com corticoides e anestésicos locais podem oferecer alívio temporário dos sintomas, mas não tratam a causa subjacente em casos de prolapso hemorroidário irreversível. Elas são mais indicadas em casos de hemorroidas menos graves ou com inflamação localizada. Referências: Rivadeneira, D.E. et al. Guidelines for the management of hemorrhoids. Dis Colon Rectum, 2019. National Institute for Health and Care Excellence (NICE). Management of Hemorrhoidal Disease. 2020. Altomare, D.F. et al. Surgical and non-surgical treatment of hemorrhoidal disease: A systematic review. Int J Colorectal Dis, 2020. BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hemorroidas. 2018. Wexner, S.D. et al. Colorectal Surgery: Clinical Management and Complications. Springer, 2018 38ª QUESTÃO Enunciado: (UNIGRANRIO DUQUE DE CAXIAS) Escolar de 8 anos, sexo masculino, é levado ao pronto- socorro com queixas de dor abdominal intensa e difusa, acompanhada de febre, vômitos biliosos e falta de apetite nas últimas 12 horas. No exame físico, observa-se abdome distendido, doloroso à palpação, com sinais de defesa e ruídos hidroaéreos diminuídos. Os sinais vitais mostram taquicardia (frequência cardíaca de 130 bpm), hipotensão e extremidades frias. Exames laboratoriais revelam leucocitose com desvio à esquerda, aumento de PCR e gasometria arterial com lactato de 6mmol/L. A tomografia computadorizada de abdome indica sinais de apendicite complicada com abscesso e possível peritonite. Qual é a classificação mais provável de choque neste paciente? 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 52 de 71 Alternativas: (alternativa A) Cardiogênico. (alternativa B) Neurogênico. (alternativa C) Hipovolêmico. (alternativa D) (CORRETA) Séptico. 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 53 de 71 Resposta comentada: Choque séptico (Correta): O choque séptico é uma complicação comum em casos de infecções graves e pode surgir em crianças com abdome agudo inflamatório, como na apendicite complicada. Este tipo de choque caracteriza-se pela resposta inflamatória sistêmica associada à infecção, levando a taquicardia, febre, hipotensão e, em alguns casos, extremidades frias. No contexto de apendicite com peritonite, o choque séptico é a classificação mais provável devido à presença de febre, sinais de resposta inflamatória e alterações nos sinais vitais. Choque hipovolêmico: O choque hipovolêmico em pediatria geralmente ocorre devido à perda de líquidos extracelulares, como em casos de vômito e diarreia graves. Embora taquicardia e hipotensão possam estar presentes, o choque hipovolêmico não está associado a infecção intra-abdominal. Em casos de abdome agudo inflamatório, especialmente com peritonite, a causa mais provável do choque seria de natureza infecciosa e inflamatória, como o choque séptico. Choque cardiogênico: O choque cardiogênico ocorre devido à falha do coração em bombear sangue adequadamente, podendo ser causado por doenças cardíacas ou, em casos raros, por infecções que afetam diretamente o miocárdio. Os sinais incluem taquicardia, hipotensão e, muitas vezes, congestão pulmonar. No entanto, o choque cardiogênico não é uma consequência típica de abdome agudo inflamatório, sendo uma causa improvável neste caso pediátrico com apendicite complicada. Choque neurogênico: Choque neurogênico ocorre devido à disfunção do sistema nervoso autônomo, geralmente em resposta a uma lesão medular ou trauma que leva à perda de tônus vasomotor. É caracterizado por hipotensão e, muitas vezes, frequência cardíaca normal ou baixa, sem extremidades frias.Esse tipo de choque é improvável em casos de abdome agudo com causa infecciosa e inflamatória, como na apendicite complicada com peritonite. Referência: “Pediatric Advanced Life Support (PALS) Provider Manual.” American Heart Association, última edição. Este manual fornece diretrizes abrangentes para o reconhecimento e manejo de choques em pediatria, incluindo choque séptico, hipovolêmico e cardiogênico. Kliegman, R. M., et al. “Nelson Textbook of Pediatrics.” 21ª edição, Elsevier, 2019. Este livro aborda o manejo de situações de emergência pediátrica, incluindo abdome agudo e choque em pacientes pediátricos. Sociedade Brasileira de Pediatria. “Manual de Reanimação Pediátrica e Neonatal.” 4ª edição, 2021. Este manual oferece orientações atualizadas para o manejo de emergências pediátricas, incluindo as classificações e tratamentos dos diferentes tipos de choque. “Guidelines for the Management of Severe Sepsis and Septic Shock.” Surviving Sepsis Campaign, última atualização de 2021. Essas diretrizes incluem recomendações específicas para o manejo do choque séptico em pediatria, sendo úteis para o contexto de infecção intra- abdominal. 39ª QUESTÃO 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 54 de 71 Enunciado: (UNITPAC) Um homem, de 56 anos, é admitido no pronto-socorro com dor abdominal de início súbito e progressivo, há cerca de 12 horas. Ele relata episódios de vômito bilioso e distensão abdominal. O paciente tem histórico de duas cirurgias abdominais prévias: uma apendicectomia e uma colectomia parcial por diverticulite. No exame físico, o abdome está distendido, com timpanismo à percussão e ruídos hidroaéreos aumentados. A palpação revela dor difusa. Não há sinais de febre ou icterícia. Uma radiografia abdominal revela níveis hidroaéreos múltiplos e distensão de alças intestinais. Com base no caso acima, levando em consideração os achados qual é a principal hipótese diagnóstica? Alternativas: (alternativa A) Íleo adinâmico. (alternativa B) Isquemia colônica. (alternativa C) (CORRETA) Obstrução intestinal por bridas. (alternativa D) Íleo biliar. Resposta comentada: Resposta correta: Referência: DOHERTY, Gerard M. CURRENT Cirurgia. 14th ed. Porto Alegre: AMGH, 2017. E-book. p.104. ISBN 9788580556018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788580556018/. Acesso em: 11 out. 2024. 40ª QUESTÃO Enunciado: (FIPGUANAMBI) Paciente jovem, comparece à UBS com histórico de febre alta (39ºC ) intermitente, de início abrupto há 4 dias, associado a cefaleia, adinamia, astenia, mialgia e dor retro-ocular. Nega artralgia, conjuntivite e sintomas respiratórios. Como ele reside em região endêmica para arboviroses, o medico do PSF pensou na Dengue como hipótese mais provável. Considerando os aspectos clínicos e o tempo de doença, qual o exame mais indicado para confirmação diagnóstica neste caso? 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 55 de 71 Alternativas: (alternativa A) Hematócrito, contagem de plaquetas e dosagem de albumina. (alternativa B) Pesquisa de anticorpos IgM e IgG por testes sorológicos. (alternativa C) Demonstração de soroconversão de anticorpos por Hemaglutinação. (alternativa D) (CORRETA) Pesquisa da proteína não estrutural 1 (NS1). Resposta comentada: Em razão da semelhança entre alguns sinais e sintomas de dengue, Zika e chikungunya, recomenda-se, em caso de a suspeita inicial ser dengue, que a testagem seja iniciada por métodos diretos em amostras coletadas até o quinto dia de início de sintomas. Para dengue, a proteína não estrutural 1 (NS1) é uma glicoproteína altamente conservada, presente em altas concentrações no soro de pacientes infectados pelo vírus, razão pela qual pode ser identificado logo após o surgimento dos sintomas na fase aguda da doença e antes do aparecimento de anticorpos específicos. O hematócrito, a contagem de plaquetas e a dosagem de albumina não são exames para o diagnóstico de dengue. Auxiliam na avaliação e no monitoramento dos pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de dengue, especialmente os que apresentarem sinais de alarme ou gravidade. Já a pesquisa de anticorpos IgM e IgG por testes sorológicos e a demonstração de soroconversão de anticorpos por Hemaglutinação são métodos indiretos, e terão sua positividade identificada em períodos mais tardios da doença. Referencia Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Ações Estratégicas de Epidemiologia e Vigilância em Saúde e Ambiente. Guia de vigilância em saúde : volume 2 [recurso eletrônico] 6. ed. rev.Brasília: Ministério da Saúde, 2024. 3 v. : il. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vigilancia/guia-de- vigilancia-em-saude-volume-2-6a-edicao/view 41ª QUESTÃO 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 56 de 71 Enunciado: (UNINOVAFAPI) Ana, 34 anos, gestante de 32 semanas, comparece ao ambulatório de alto risco relatando inchaço progressivo nas pernas e rosto, acompanhado de dores de cabeça frequentes e turvação visual nos últimos dias. Ela tem diagnóstico de hipertensão arterial crônica e está em acompanhamento regular, mas nas últimas semanas tem percebido piora dos sintomas. No exame físico, apresenta edema 3+/4+ em membros inferiores, pressão arterial de 170/110 mmHg, e reflexos tendíneos exaltados. A análise de urina revela proteinúria significativa. Com base no caso de Ana, qual é o diagnóstico mais provável e a conduta mais adequada? Alternativas: (alternativa A) Hipertensão gestacional sem complicações, manejo ambulatorial e repouso. (alternativa B) Síndrome HELLP, administração de corticosteroides e interrupção imediata da gestação. (alternativa C) (CORRETA) Pré-eclâmpsia grave, administração de sulfato de magnésio e monitoramento fetal intensivo. (alternativa D) Edema fisiológico da gestação, aumento da ingestão de líquidos e repouso. 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 57 de 71 Resposta comentada: Hipertensão gestacional sem complicações, manejo ambulatorial e repouso: Incorreta. Embora a hipertensão gestacional possa ocorrer na ausência de outros sinais de gravidade, Ana apresenta sintomas significativos, como proteinúria, cefaleia e turvação visual, além de pressão arterial severamente elevada, todos indicativos de pré-eclâmpsia grave, que requer manejo hospitalar. Pré-eclâmpsia grave, sulfato de magnésio e monitoramento fetal intensivo: Correta. A pré-eclâmpsia grave é caracterizada por hipertensão severa (≥160/110 mmHg), sinais de comprometimento de órgãos-alvo e sinais de alarme / iminência de eclampsia como cefaleia, turvação visual, escotomas citilantes, epigastralgia, entre outros. O manejo envolve internação imediata, administração de sulfato de magnésio para estabilização, além de controle rigoroso da pressão arterial e monitoramento fetal. Deve-se considerar a indução do parto se houver deterioração materna ou fetal. Síndrome HELLP, administração de corticosteroides e interrupção imediata da gestação: Incorreta. Embora a síndrome HELLP seja uma complicação grave da pré- eclâmpsia, caracterizada por hemólise, elevação de enzimas hepáticas e plaquetopenia, não há evidências de alteração hepática ou plaquetária no caso de Ana. O diagnóstico mais provável é pré-eclâmpsia grave. Edema fisiológico da gestação, aumento da ingestão de líquidos e repouso: Incorreta. O edema fisiológico na gestação não é acompanhado por hipertensão severa, proteinúria e sinais de comprometimento de órgãos, como observado no caso de Ana. A presença desses sintomas aponta para uma condição mais grave, como a pré-eclâmpsia. Referências: DI RENZO, Gian Carlo; RIVA, Davide. Gestação de alto risco: diagnóstico e condutas. São Paulo: Atheneu, 2018. CUNNINGHAM, F. Gary; LEVENO, Kenneth J. Williams Obstetrícia. 25. ed. Porto Alegre: Artmed, 2018. AMERICAN COLLEGE OF OBSTETRICIANS AND GYNECOLOGISTS (ACOG). Hypertension in Pregnancy. Obstetrics &Gynecology, v. 122, n. 5, p. 1122-1131, 2013. 42ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA IPATINGA) Primípara de 27 anos, gestação de alto risco com 29 semanas e 3 dias, em acompanhamento devido a quadro de pré eclampsia, em uso de metildopa. Evoluiu com PAS (pressão arterial sistólica) = 210 mmHg, sem melhora após medicamentos administrados. Realizada avaliação da vitalidade fetal, que foi desfavorável, sendo indicada cesariana de urgência. O recém nascido apresentava respiração tipo gasping e tônus diminuído. Segundo o Manual de Reanimação do RNde tomar outras medidas. (alternativa D) (CORRETA) Iniciar reposição volêmica com soro fisiológico 0,9% e realizar hemotransfusão, se necessário, seguido de encaminhamento para endoscopia digestiva. 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 63 de 71 Resposta comentada: Este caso clínico sugere um quadro de hemorragia digestiva alta, que pode ser identificado pelos sinais de hematêmese (vômito com sangue) e melena (fezes negras indicativas de sangue digestivo) . A criança apresenta sinais de choque hipovolêmico (hipotensão arterial, taquicardia, palidez, mucosas secas, tempo de enchimento capilar prolongado e pulsos filiformes), o que indica uma perda significativa de volume sanguíneo. Conduta: Reposição volêmica com cristaloides, como soro fisiológico a 0,9%, para estabilizar a hemodinâmica; A transfusão sanguínea deve ser considerada caso haja sinais de anemia grave ou instabilidade hemodinâmica persistente; A endoscopia digestiva é indicada após a estabilização inicial para identificar a fonte do sangramento e possibilitar o tratamento definitivo, se necessário. Administrar antiemético, de preferência ondasetrona, e observar regressão do quadro por 24 horas– INCORRETA. Em caso de hematêmese não há indicação de antiemético. A necessidade principal neste caso é, após resolução da condição de colapso cardiocirculatório, buscar a causa da hematêmese. Iniciar reposição volêmica com soro fisiológico 0,9% e realizar transfusão sanguínea, se necessário, seguido de encaminhamento para endoscopia digestiva. – CORRETA. Em casos de hemorragia digestiva significativa, como indicado pela presença de hematêmese, melena e sinais de choque hipovolêmico, a conduta inicial envolve estabilizar o paciente com reposição volêmica e, se necessário, transfusão sanguínea. Além disso, uma endoscopia digestiva deve ser realizada para diagnóstico e possível intervenção terapêutica. Realizar administração de inibidores da bomba de prótons (IBPs) e esperar melhora clínica antes de tomar outras medidas. – INCORRETA. Não há indicação de inibidores de bomba de prótons ou qualquer outro protetor gástrico até que seja resolvido o quadro de choque em que o paciente se encontra e determinada a causa da HDA. Prescrever dieta zero e aguardar avaliação da equipe cirúrgica, sem necessidade de monitorização hemodinâmica – INCORRETA. O primeiro passo na condução do caso é estabilização hemodinâmica do paciente, resolvendo o quadro de choque. Em seguida, é necessário realização de propedêutica complementar a fim de buscar a causa da HDA. Referências: Sabiston Textbook of Surgery. 20th. ed.: Ed. Elsevier, 2019. Livro Manual do Profissional de Suporte Avançado de Vida em Pediatria (SAVP-PALS). 2020. 47ª QUESTÃO 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 64 de 71 Enunciado: (UNIFIPMOC) J.A.B., um menino de 3 anos de idade, foi levado à Unidade Básica de Saúde (UBS) por sua mãe devido a episódios frequentes de sangramento. Desde os 2 anos, o paciente sempre aparece com equimoses e hematomas inexplicáveis em diferentes partes do corpo após quedas leves. Nos últimos meses, ele também teve sangramentos nas gengivas durante a escovação e um episódio de sangramento nasal que durou mais de 30 minutos. Não possui histórico de comorbidades conhecidas, não faz uso de medicações contínuas. A história familiar mostra que o pai tem diagnóstico de doença hematológica e faz acompanhamento no Hemocentro. Durante a consulta, foram solicitados exames laboratoriais que mostraram os seguintes resultados: Tempo de protrombina (TP): 12 segundos (VR: 11 a 14 segundos), Tempo de tromboplastina parcial ativada (PTTa): 60 segundos (VR: 25 a 40 segundos), Contagem de plaquetas: 250.000/mm³ (VR: 150.000 a 450.000/mm³ ) . Considerando o o caso apresentado, analise as assertivas que seguem. I. Os resultados de contagem de plaquetas e do PTTa sugerem que a condição de J.A.B. está relacionado com a hemostasia secundária, e não a hemostasia primária. II. A presença de sangramentos frequentes nas gengivas e hematomas após traumas leves indica uma possível trombocitopatia, sendo necessário realizar um teste de função plaquetária mais detalhado para confirmar essa hipótese. III. Considerando o histórico familiar de hemorragias e o resultado do PTTa, a hipótese diagnóstica mais provável para J.A.B. é a hemofilia, indicando uma deficiência de fator de coagulação (VIII e IX). É correto apenas o que se afirma em Alternativas: (alternativa A) I, II e III. (alternativa B) I e II. (alternativa C) II e III. (alternativa D) (CORRETA) I e III. 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 65 de 71 Resposta comentada: Justificativa: Os resultados de contagem de plaquetas e do PTTa sugerem que a condição de J.A.B. está relacionada com a hemostasia secundária, e não com a hemostasia primária. Justificativa: Esta afirmativa é correta. O PTTa elevado sugere um problema na hemostasia secundária, que envolve a coagulação e os fatores de coagulação. A contagem de plaquetas está dentro do intervalo normal, o que indica que a hemostasia primária (que depende da função plaquetária e da integridade vascular) não é a causa dos sangramentos. A presença de sangramentos frequentes nas gengivas e hematomas após traumas leves indica uma possível trombocitopatia, sendo necessário realizar um teste de função plaquetária mais detalhado para confirmar essa hipótese. Justificativa: Esta afirmativa é falsa. Embora a trombocitopatia possa causar sangramentos, a contagem de plaquetas normal e o PTTa elevado são mais indicativos de um problema com os fatores de coagulação. Portanto, a necessidade de um teste de função plaquetária pode não ser a abordagem mais indicada neste caso. Considerando o histórico familiar de hemorragias e o resultado do PTTa, a hipótese diagnóstica mais provável para J.A.B. é a hemofilia, indicando uma deficiência de fator de coagulação (VIII e IX). Justificativa: Esta afirmativa é correta. O histórico familiar e o aumento do PTTa são consistentes com a hemofilia, que é uma condição hereditária caracterizada pela deficiência de fatores de coagulação, especificamente os fatores VIII (hemofilia A) e IX (hemofilia B). Conclusão: Portanto, a análise correta é que apenas as assertivas I e III estão corretas. A alternativa correta é I e III. Referência: GOLDMAN, Lee; SCHAFER, Andrew I. Goldman-Cecil Medicina. 26th ed. Rio de Janeiro: GEN Guanabara Koogan, 2022. E-book. p.Capa. ISBN 9788595159297. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788595159297/. Acesso em: 15 out. 2024. 48ª QUESTÃO Enunciado: (FACIMPA) Uma paciente cisgênero de 50 anos comparece à Unidade Básica de Saúde (UBS), após um intenso período chuvoso, que a fez sair de sua casa, devido às enchentes locais. Apresentou sintomas como febre alta, cefaleia intensa, dor muscular (principalmente nas panturrilhas), náuseas e icterícia leve, iniciados há cinco dias. Ela relata histórico de dependência de benzodiazepínicos, fazendo uso diário da medicação há mais de 5 anos. A paciente mora em uma área de risco para inundações e diz que teve contato com água de enchente alguns dias antes de o quadro iniciar. Diante do caso clínico, considerando a suspeita de leptospirose, qual é a conduta mais adequada a ser realizada na UBS? 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 66 de 71 Alternativas: (alternativa A) Suspender o uso de benzodiazepínicos imediatamente para evitar interação medicamentosa com antibióticos, promovendo a interrupção abrupta do uso durante o tratamento da leptospirose. (alternativa B) Encaminhar imediatamente a paciente para internação hospitalar, pois o quadro de icterícia e uso de benzodiazepínicos pode predispor a insuficiência hepática aguda (alternativa C) Tratar os sintomas com analgésicos e antipiréticos, orientando retorno em 48 horas para avaliação da progressão do quadro, considerando o uso crônico de benzodiazepínicos. (alternativa D) (CORRETA) Iniciar tratamentoempírico com antibióticos e solicitar exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico de leptospirose, respeitando a gravidade do quadro clínico. 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 67 de 71 Resposta comentada: O tratamento empírico com antibióticos é uma conduta recomendada diante da suspeita de leptospirose, especialmente em pacientes expostos a áreas de risco como enchentes. A instituição precoce de antibióticos, como doxiciclina ou penicilina, é fundamental para reduzir complicações. Exames laboratoriais, como sorologia e hemograma, devem ser solicitados para confirmar o diagnóstico, mas o tratamento não deve ser adiado. A gravidade do quadro clínico, incluindo a febre e a icterícia, justifica essa abordagem. O encaminhamento para internação hospitalar pode ser necessário em casos de leptospirose grave, que cursam com insuficiência renal ou hepática, mas não há, até o momento, sinais de insuficiência hepática aguda. A icterícia leve e o uso de benzodiazepínicos devem ser monitorados, mas a internação imediata não é mandatória apenas com base nesse achado, a menos que haja piora clínica significativa. Embora o tratamento dos sintomas seja importante, a conduta de apenas prescrever analgésicos e antipiréticos sem iniciar o tratamento específico pode deixar a infecção evoluir. O uso de benzodiazepínicos, por si só, não contraindica o uso de antibióticos, e é essencial tratar a infecção de base para evitar complicações graves, como a forma íctero-hemorrágica da leptospirose. A suspensão abrupta de benzodiazepínicos pode levar a sintomas de abstinência, como crises de ansiedade e convulsões, que podem complicar o quadro clínico da paciente. Além disso, não há evidências de que os antibióticos indicados para o tratamento da leptospirose tenham interações significativas com benzodiazepínicos. Qualquer ajuste no uso dessa medicação deve ser feito com cuidado e gradual, considerando o histórico de dependência. Referências: 1. BRASIL. Ministério da Saúde. Leptospirose: Guia de Vigilância Epidemiológica. 2021. 2. WHO. Human Leptospirosis: Guidance for Diagnosis, Surveillance and Control. 2017. 3. Cunha, B.A. et al. Leptospirosis: Diagnosis and Management. Infectious Disease Clinics of North America, 2020. 4. NICE. Benzodiazepine and Z-drug withdrawal management. 2021. 5. BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas: Leptospirose. 2019 49ª QUESTÃO Enunciado: (UNIREDENTOR) R.C.V, 25 anos, G2P1, com história de parto normal anterior com 35 semanas há 1 ano 3 meses, é atendida na emergência da maternidade com queixa de dor em baixo ventre e relato de barriga ficando dura. No dia do atendimento ela estava com IG de 33 semanas e 1 dia calculado pela ultrassonografia de primeiro trimestre. Relata ter realizado procedimento dentário há 3 dias. Ao exame físico: FU = 33 cm AU = 2/10’/50” TU = normal BCF= 128bpm MAF = presente. Toque vaginal: colo 3 cm dilatado, apagado 70%, bolsa íntegra, apresentação cefálica. De acordo com sua hipótese diagnóstica, marque a alternativa correta: 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 68 de 71 Alternativas: (alternativa A) Internar, hidratar com Sl FSL 0,9% em bolus, realizar interrupção imediata da gestação por cesariana devido ao risco de trabalho de parto prematuro, solicitar histopatológico placentário para investigação do caso. (alternativa B) Liberar para casa com uso de progesterona micronizada 200 mg via vaginal à noite até 37 semanas, para prevenção do parto prematuro, solicitar hemograma completo, EAS com urocultura ambulatorialmente. (alternativa C) Internar, administrar nifedipina, hidrocortisona EV por 24 horas, solicitar hemograma completo, EAS com urocultura, ultrassonografia obstétrica e cultura para estreptococo B, além de antibioticoprofilaxia. (alternativa D) (CORRETA) Internar, administrar nifedipina, betametasona IM para maturação pulmonar fetal, solicitar hemograma completo, EAS com urocultura, ultrassonografia obstétrica e cultura para estreptococo B, além de antibioticoprofilaxia. Resposta comentada: Justificativa detalhada: Liberar para casa com uso de progesterona micronizada 200 mg via vaginal à noite até 37 semanas, para prevenção do parto prematuro. Falsa. O uso de progesterona micronizada é uma estratégia preventiva para pacientes de risco, mas não é indicada quando o trabalho de parto prematuro já está em curso, como no caso dessa paciente com dinâmica uterina ativa (2 contrações em 10 minutos), colo dilatado (3 cm) e apagamento cervical (70%). O manejo adequado exige internação e medidas para inibir o trabalho de parto, além de assegurar a maturação pulmonar fetal e investigar potenciais infecções. Internar, realizar interrupção imediata da gestação por cesariana devido ao risco de trabalho de parto prematuro. Falsa. A cesariana imediata não é indicada neste caso, já que não há sinais de sofrimento fetal (BCF = 128 bpm), e a paciente ainda está em uma fase inicial de trabalho de parto prematuro. O manejo correto neste cenário é a tocolítica associada à corticoterapia para permitir o prolongamento da gestação e a maturação pulmonar fetal, além de prevenir infecções. Internar, administrar nifedipina sublingual, hidrocortisona intravenosa por 24 horas, solicitar hemograma completo, EAS com urocultura, ultrassonografia obstétrica e cultura para estreptococo B, além de antibioticoprofilaxia. Falsa. Embora a internação e o uso de nifedipina para inibição da contratilidade uterina estejam corretos, a hidrocortisona não é a escolha adequada para maturação 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 69 de 71 pulmonar fetal. A corticoterapia para maturação pulmonar deve ser feita com betametasona ou dexametasona, conforme as diretrizes obstétricas. O restante da conduta, incluindo exames e antibioticoprofilaxia, está correto, mas o erro no tipo de corticóide faz com que esta alternativa seja incorreta. Internar, administrar nifedipina sublingual, betametasona intramuscular para maturação pulmonar fetal, solicitar hemograma completo, EAS com urocultura, ultrassonografia obstétrica e cultura para estreptococo B, além de antibioticoprofilaxia. Correta. Esta alternativa descreve o manejo mais adequado para o caso, que inclui: Internação: necessária para monitoramento e controle do trabalho de parto prematuro. Tocolíticos (nifedipina): utilizados para inibir as contrações uterinas e prolongar a gestação. Corticoterapia (betametasona): para maturação pulmonar fetal, especialmente em gestações entre 24 e 34 semanas com risco iminente de parto prematuro. Exames laboratoriais: hemograma, EAS e urocultura para investigar possíveis infecções, especialmente após procedimento dentário recente, que pode ser um foco infeccioso. Cultura para estreptococo do grupo B e antibioticoprofilaxia: essenciais para prevenir infecções neonatais caso o parto ocorra. Referência: Ministério da Saúde. Protocolos de Atendimento para Parto Prematuro. Brasília, 2023. Ministério da Saúde. Gestação de Alto Risco: Manual Técnico. Brasília, 2022. Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Recomendações para Prevenção e Manejo do Parto Prematuro. São Paulo, 2022. American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG). Antenatal Corticosteroid Therapy for Fetal Maturation. Washington, 2022. 50ª QUESTÃO Enunciado: (UNIREDENTOR) Adolescente, feminina, cisgênero, 15 anos, foi diagnosticada com depressão maior há seis meses. Ela tem apresentado humor persistentemente deprimido, dificuldade em dormir, queda acentuada no rendimento escolar e distúrbios alimentares. Recentemente começou a expressar pensamentos suicidas e relatou planejamento inicial para tentar tirar a própria vida. Após avaliação clínica cuidadosa, sua equipe médica considerou que a paciente apresenta risco elevado de suicídio. Qual a conduta terapêutica mais apropriada nesse caso? 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 70 de 71 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA)Internação psiquiátrica imediata, associada à estabilização com antidepressivos da classe dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) e monitoramento contínuo. (alternativa B) Introdução de antidepressivo tricíclico e alta com orientação para a família monitorar o uso da medicação. (alternativa C) Introduzir um antidepressivo da classe dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) sem acompanhamento psicoterapêutico imediato. (alternativa D) Intervenção psicoterapêutica intensiva (terapia cognitivo comportamental) e acompanhamento domiciliar com suporte familiar. Resposta comentada: Em casos de risco elevado de suicídio, como no caso da paciente, a hospitalização imediata é necessária para garantir a segurança da paciente. A estabilização com antidepressivos, preferencialmente inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) devido ao melhor perfil de segurança em adolescentes, deve ser associada a um acompanhamento contínuo em ambiente controlado. O monitoramento constante e o suporte multidisciplinar são essenciais para prevenir tentativas de suicídio, especialmente nas fases iniciais do tratamento medicamentoso. Referências: Birmaher, B., Brent, D. A., AACAP Work Group on Quality Issues. (2007). Practice parameter for the assessment and treatment of children and adolescents with depressive disorders. Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry, 46(11), 1503-1526. Bridge, J. A., Goldstein, T. R., & Brent, D. A. (2006). Adolescent suicide and suicidal behavior. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 47(3-4), 372-394. Explicação adicional: Em adolescentes com risco de suicídio, a hospitalização pode ser necessária para garantir segurança imediata, com o uso de ISRSs sendo preferido devido ao seu perfil mais seguro comparado aos antidepressivos tricíclicos. Além disso, a intervenção multidisciplinar, incluindo acompanhamento psiquiátrico e psicoterapêutico, é essencial. 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 71 de 71 AFYA CURSO DE MEDICINA - AFYA NOTA FINAL Aluno: Componente Curricular: Integradora 7º Período Professor (es): Período: 202402 Turma: Data: INTEGRADORA_7°PERÍODO_28NOVEMBRO RELATÓRIO DE DEVOLUTIVA DE PROVA PROVA 14494 - CADERNO 001 1ª QUESTÃO Enunciado: (FACIMPA) Uma mulher cisgênero de 42 anos procura o ambulatório escola de coloproctologia com queixa de dor anal intensa e desconforto ao evacuar, que piorou nos últimos meses. Ela relata episódios de sangramento ao evacuar, com sangue vivo no papel higiênico. Além disso, sente a presença de um “caroço” na região anal, que costuma “sair para fora” durante a evacuação e, nas últimas semanas, não tem retornado espontaneamente, mesmo com auxílio digital. A paciente relata constipação crônica, com esforço evacuatório frequente. Ao exame físico, observam-se sinais de prolapso hemorroidário. Diante do quadro clínico, qual a conduta mais adequada para o manejo dessa paciente, baseado na classificação das doenças hemorroidárias? Alternativas: (alternativa A) Realizar ligadura elástica das hemorroidas no ambulatório, que é uma opção eficaz para a resolução completa dos sintomas, principalmente em casos de hemorroidas grau II. (alternativa B) Prescrever pomadas tópicas à base de corticoides e anestésicos locais, que promovem alívio rápido dos sintomas e podem evitar a necessidade de cirurgia em casos de hemorroidas prolapsadas. (alternativa C) Prescrever medidas conservadoras, como aumento da ingesta de fibras e uso de laxantes, orientando retorno em um mês para reavaliação da resposta ao tratamento. (alternativa D) (CORRETA) Indicar tratamento cirúrgico para correção do prolapso hemorroidário, já que a paciente apresenta sintomas refratários ao manejo conservador e o prolapso não está retornando espontaneamente. 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 1 de 69 Resposta comentada: O tratamento conservador, com aumento da ingestão de fibras e uso de laxantes, é a primeira linha de manejo em casos de hemorroidas sem complicações graves, especialmente nas fases iniciais da doença. No entanto, quando há sinais de prolapso irreversível, essa conduta isolada pode não ser suficiente para resolver o problema. A ligadura elástica é uma técnica ambulatorial eficaz em hemorroidas de grau II, que ainda retornam espontaneamente após o prolapso. No entanto, no caso descrito, o prolapso já não está retornando nem com auxílio manual, o que sugere que a paciente apresenta uma condição mais avançada (grau III ou IV), com provável indicação cirúrgica. A indicação cirúrgica é apropriada para pacientes com prolapso hemorroidário irreversível e sintomas refratários ao tratamento conservador. Nesse caso, a paciente apresenta dor, sangramento e um prolapso que não retorna espontaneamente, indicando uma possível hemorroidectomia ou outro tratamento cirúrgico definitivo. As pomadas tópicas com corticoides e anestésicos locais podem oferecer alívio temporário dos sintomas, mas não tratam a causa subjacente em casos de prolapso hemorroidário irreversível. Elas são mais indicadas em casos de hemorroidas menos graves ou com inflamação localizada. Referências: Rivadeneira, D.E. et al. Guidelines for the management of hemorrhoids. Dis Colon Rectum, 2019. National Institute for Health and Care Excellence (NICE). Management of Hemorrhoidal Disease. 2020. Altomare, D.F. et al. Surgical and non-surgical treatment of hemorrhoidal disease: A systematic review. Int J Colorectal Dis, 2020. BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hemorroidas. 2018. Wexner, S.D. et al. Colorectal Surgery: Clinical Management and Complications. Springer, 2018 2ª QUESTÃO Enunciado: (UNINOVAFAPI) Ana, 34 anos, gestante de 32 semanas, comparece ao ambulatório de alto risco relatando inchaço progressivo nas pernas e rosto, acompanhado de dores de cabeça frequentes e turvação visual nos últimos dias. Ela tem diagnóstico de hipertensão arterial crônica e está em acompanhamento regular, mas nas últimas semanas tem percebido piora dos sintomas. No exame físico, apresenta edema 3+/4+ em membros inferiores, pressão arterial de 170/110 mmHg, e reflexos tendíneos exaltados. A análise de urina revela proteinúria significativa. Com base no caso de Ana, qual é o diagnóstico mais provável e a conduta mais adequada? 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 2 de 69 Alternativas: (alternativa A) Edema fisiológico da gestação, aumento da ingestão de líquidos e repouso. (alternativa B) Síndrome HELLP, administração de corticosteroides e interrupção imediata da gestação. (alternativa C) (CORRETA) Pré-eclâmpsia grave, administração de sulfato de magnésio e monitoramento fetal intensivo. (alternativa D) Hipertensão gestacional sem complicações, manejo ambulatorial e repouso. Resposta comentada: Hipertensão gestacional sem complicações, manejo ambulatorial e repouso: Incorreta. Embora a hipertensão gestacional possa ocorrer na ausência de outros sinais de gravidade, Ana apresenta sintomas significativos, como proteinúria, cefaleia e turvação visual, além de pressão arterial severamente elevada, todos indicativos de pré-eclâmpsia grave, que requer manejo hospitalar. Pré-eclâmpsia grave, sulfato de magnésio e monitoramento fetal intensivo: Correta. A pré-eclâmpsia grave é caracterizada por hipertensão severa (≥160/110 mmHg), sinais de comprometimento de órgãos-alvo e sinais de alarme / iminência de eclampsia como cefaleia, turvação visual, escotomas citilantes, epigastralgia, entre outros. O manejo envolve internação imediata, administração de sulfato de magnésio para estabilização, além de controle rigoroso da pressão arterial e monitoramento fetal. Deve-se considerar a indução do parto se houver deterioração materna ou fetal. Síndrome HELLP, administração de corticosteroides e interrupção imediata da gestação: Incorreta. Embora a síndrome HELLP seja uma complicação grave da pré- eclâmpsia, caracterizadapor hemólise, elevação de enzimas hepáticas e plaquetopenia, não há evidências de alteração hepática ou plaquetária no caso de Ana. O diagnóstico mais provável é pré-eclâmpsia grave. Edema fisiológico da gestação, aumento da ingestão de líquidos e repouso: Incorreta. O edema fisiológico na gestação não é acompanhado por hipertensão severa, proteinúria e sinais de comprometimento de órgãos, como observado no caso de Ana. A presença desses sintomas aponta para uma condição mais grave, como a pré-eclâmpsia. Referências: DI RENZO, Gian Carlo; RIVA, Davide. Gestação de alto risco: diagnóstico e condutas. São Paulo: Atheneu, 2018. CUNNINGHAM, F. Gary; LEVENO, Kenneth J. Williams Obstetrícia. 25. ed. Porto Alegre: Artmed, 2018. AMERICAN COLLEGE OF OBSTETRICIANS AND GYNECOLOGISTS (ACOG). Hypertension in Pregnancy. Obstetrics & Gynecology, v. 122, n. 5, p. 1122-1131, 2013. 3ª QUESTÃO 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 3 de 69 Enunciado: (FIPGUANAMBI) Recém-nascido (RN) de 38 semanas de idade gestacional, parto cesáreo, nasceu hipotônico com frequência cardíaca (FC) de 56 bpm, cianótico e choro ausente. Foram iniciadas as manobras de reanimação, ventilação adequada, intubação orotraqueal e massagem cardíaca sincronizados, porém o RN permanece sem movimentos respiratórios, cianótico e com FC: 50 bpm. A conduta imediata adequada para o recém-nascido é: Alternativas: (alternativa A) administrar soro fisiológico 0,9% 10ml/kg na veia umbilical para expansão volumétrica. (alternativa B) (CORRETA) administrar adrenalina 1: 10.000 na dose de 0,1ml/Kg na veia umbilical. (alternativa C) administrar bicarbonato de sódio através do cateter inserido na veia umbilical. (alternativa D) administar adrenalina 1:1.000 na dose de 0,1ml/Kg na cânula orotraqueal. Resposta comentada: A dose de adrenalina a ser utilizada é 0,01 a 0,03mg/kg. Como será feita via endovenosa, deve ser diluída na proporção de 1 mL de adrenalina para 9 mL de solvente (SF ou AD), a fim de obter solução de 1:10.000. Portanto a dose em mL será de 0,1 – 0,3mL/kg. Não se recomenda a adrenalina endotraqueal, por não se saber a biodisponibilidade, apenas na ausência de um acesso venoso. Mas caso haja necessidade de uso endotraqueal a diluição deverá ser a mesma da endotvenosa (1:1000) O expansor de volume pode ser necessário para reanimar o recém-nascido com hipovolemia. A suspeita é feita se não houver aumento da FC em resposta às outras medidas de reanimação e/ou se há perda de sangue ou sinais de choque hipovolêmico, como palidez, má perfusão e pulsos débeis. O bicarbonato de sódio não é recomendado na reanimação do recém-nascido na sala de parto, a hiper osmolaridade da solução, a hipernatremia desencadeada pela sua infusão e o fato de gerar CO2 podem diminuir a resistência vascular sistêmica, piorando a pressão de perfusão coronariana e, por conseguinte, a função miocárdica, exacerbando acidose venosa e contribuindo para o aumento da mortalidade. Referência: Almeida MFB, Guinsburg R; Coordenadores Estaduais e Grupo Executivo PRN-SBP; Conselho Científico Departamento Neonatologia SBP. Reanimação do recém-nascido ≥34 semanas em sala de parto: diretrizes 2022 da Sociedade Brasileira de Pediatria. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Pediatria; 2022. 4ª QUESTÃO 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 4 de 69 Enunciado: (UNISL PORTO VELHO) Um paciente de 65 anos foi submetido a uma cirurgia de grande porte e encontra-se no 3º dia de pós-operatório em unidade de terapia intensiva. Apresenta-se com edema leve, fraqueza muscular, hipotensão postural e hiponatremia (Na+ = 125 mEq/L). Exames laboratoriais mostram hipocalemia (K+ = 2,8 mEq/L), níveis normais de creatinina e ureia. A diurese nas últimas 24 horas foi de 500 mL. Não há sinais de sobrecarga volêmica. Com base no quadro clínico e laboratorial, qual a conduta mais apropriada para corrigir com segurança os distúrbios hidro-eletrolíticos e preparar o paciente para alta hospitalar? Alternativas: (alternativa A) Restrição hídrica leve com reposição de potássio oral, associada ao uso de diurético de alça para reduzir o edema e controlar a hiponatremia. (alternativa B) Reposição de solução salina isotônica (NaCl 0,9%) para correção gradual da hiponatremia, com reposição intravenosa de potássio e monitorização clínica a cada rotina matinal. (alternativa C) Administração de potássio intravenoso, solução salina isotônica (NaCl 0,9%), associada ao uso de corticosteróides para manejo da hipotensão postural. (alternativa D) (CORRETA) Administração de solução salina isotônica (NaCl 0,9%) e reposição de potássio intravenoso, com monitorização frequente dos eletrólitos a cada 6 horas. Resposta comentada: A administração de solução a 0,9% neste paciente sintomático está adequada pois oferece uma abordagem completa e equilibrada para a correção dos distúrbios hidroeletrolíticos apresentados, com monitorização adequada. As demais alternativas cometem erros ao propor condutas inadequadas, como o uso de diuréticos, monitorização insuficiente e reposição oral de potássio além de incorretamente sugerir o uso de corticosteróides sem evidência de insuficiência adrenal, além de não considerar a verdadeira causa da hipotensão. Referências: Sabiston Textbook of Surgery: The Biological Basis of Modern Surgical Practice. 21st ed. Philadelphia: Elsevier, 2022. Harrison's Principles of Internal Medicine. 20th ed. McGraw-Hill, 2018. 5ª QUESTÃO 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 5 de 69 Enunciado: (UNIDEP) Paciente de 62 anos, sexo masculino, com histórico de hipertensão arterial há 10 anos. O paciente apresenta: - Creatinina sérica: 2,6 mg/dL - Taxa de filtração glomerular estimada (TFGe): 35 mL/min/1,73 m² - Proteína na urina: 1,8 g/24 horas - Hemoglobina: 10 g/dL. Qual é a classificação da doença renal crônica (DRC) deste paciente, conforme a classificação da National Kidney Foundation (NKF) e da Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN)? Alternativas: (alternativa A) DRC Estágio 5 (Insuficiência Renal). (alternativa B) (CORRETA) DRC Estágio 3B (Risco Alto). (alternativa C) DRC Estágio 3A (Risco Moderado). (alternativa D) DRC Estágio 4 (Risco Muito Alto). 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 6 de 69 Resposta comentada: DRC Estágio 3A (Risco Moderado): - TFGe entre 45-59 mL/min/1,73 m² - Presença de lesão renal Não se aplica ao caso, pois a TFGe do paciente é abaixo de 45 mL/min/1,73 m². DRC Estágio 3B (Risco Alto): - TFGe entre 30-44 mL/min/1,73 m² - Presença de lesão renal Corresponde ao caso, pois o paciente tem TFGe de 35 mL/min/1,73 m² e proteinúria. DRC Estágio 4 (Risco Muito Alto): - TFGe entre 15-29 mL/min/1,73 m² - Presença de lesão renal Não se aplica ao caso, pois a TFGe do paciente é acima de 30 mL/min/1,73 m². DRC Estágio 5 (Insuficiência Renal): - TFGeadequada. As demais alternativas cometem erros ao propor condutas inadequadas, como o uso de diuréticos, monitorização insuficiente e reposição oral de potássio além de incorretamente sugerir o uso de corticosteróides sem evidência de insuficiência adrenal, além de não considerar a verdadeira causa da hipotensão. Referências: Sabiston Textbook of Surgery: The Biological Basis of Modern Surgical Practice. 21st ed. Philadelphia: Elsevier, 2022. Harrison's Principles of Internal Medicine. 20th ed. McGraw-Hill, 2018. 4ª QUESTÃO 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 4 de 71 Enunciado: (FMIT) Uma gestante de 19 anos, no primeiro trimestre da gestação, com 10 semanas, pela DUM (data da última menstruação) e pela ultrassonografia de primeiro trimestre, dá entrada na emergência da maternidade com quadro de febre, dor abdominal em baixo ventre, sangramento vaginal em pequena a moderada quantidade e queixa de secreção vaginal de início há 2 dias. Sinais vitais à admissão: TAX 39ºC, FC 92 bpm, PA 110x70 mmHg, FR=20 irpm. Ao exame físico apresentava-se com dor à palpação em região inferior do abdome, sem sinais de irritação peritoneal. Ao exame especular observava-se: secreção purulenta exteriorizando através de orifício externo de colo uterino. A ultrassonografia realizada é sugestiva de abortamento incompleto infectado. A conduta adequada para a paciente é: Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Iniciar antibioticoterapia intravenosa imediatamente na internação, e logo que possível, preparar a paciente para realizar curetagem uterina ou AMIU (aspiração manual intra uterina), se a mesma estiver clinicamente estável. (alternativa B) Prescrever imediatamente na internação analgésicos e medicações sintomáticas e aguardar a expulsão espontânea do conteúdo uterino, utilizando misoprostol, que é o método menos invasivo para estes casos. (alternativa C) Monitorar a paciente clinicamente por 48 horas, com sinais vitais, iniciando administração de antibiótico e analgésicos imediatamente na internação, antes de qualquer intervenção, a menos que haja sangramento intenso. (alternativa D) Realizar a curetagem uterina AMIU (aspiração manual intra uterina) imediatamente logo após a internação, para esvaziar a cavidade uterina e depois do procedimento administrar antibióticos e/ou analgésicos. 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 5 de 71 Resposta comentada: A condução de um aborto infectado requer uma abordagem cuidadosa para prevenir complicações graves, como sepse. A opção mais apropriada é: Iniciar antibioticoterapia intravenosa e realizar curetagem uterina ou AMIU (aspiração manual intra uterina) após estabilização da paciente, pois envolve: De acordo com Zugaib, a abordagem para o aborto infectado deve incluir: 1. 1. Antibioticoterapia: A administração de antibióticos intravenosos é essencial para tratar a infecção e prevenir complicações sépticas. O tratamento deve ser iniciado assim que o aborto infectado for diagnosticado. 2. Curetagem Uterina ou AMIU: A curetagem ou AMIU deve ser realizada para remover o conteúdo uterino retido, mas somente após a estabilização da paciente. Isso é crucial para evitar a progressão da infecção e garantir a segurança do procedimento. 3. O abortamento infectado é uma condição que coloca em risco a vida da mulher, se evoluir para sepse ou choque séptico ne cessita de imediata reanimação, esvaziamento uterino e antibioticoterapia de amplo espectro. (ACOG) Análise das Alternativas incorretas: Realizar a curetagem uterina ou AMIU imediatamente, sem administração prévia de antibióticos: Essa abordagem pode expor a paciente a riscos maiores de complicações, pois a infecção pode ser agravada sem o uso de antibióticos. Monitorar a paciente por 24 horas antes de qualquer intervenção, a menos que haja sangramento intenso: O monitoramento pode ser importante, mas a infecção requer intervenção imediata. A espera pode levar a complicações sérias. Prescrever apenas analgésicos e aguardar a expulsão espontânea do conteúdo uterino: Essa conduta é inadequada em casos de aborto infectado, pois não trata a infecção e pode resultar em um agravamento do quadro clínico. REFERÊNCIA DA QUESTÃO: MORAES, L. M.; SILVA, A. L. Aborto espontâneo e suas complicações. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, São Paulo, v. 40, n. 7, p. 389-396, 2018. DOI: 10.1056/S0004- 27302018000700002. ZUGAIB, M. Aborto: diagnóstico e tratamento. In: Obstetrícia. São Paulo: Atheneu, 2021. p. 205- 210. AMERICAN COLLEGE OF OBSTETRICIANS AND GYNECOLOGISTS (ACOG). Practice Bulletin: Early Pregnancy Loss. Obstetrics & Gynecology, v. 130, n. 6, p. e203-e216, 2022. DOI: 10.1097/AOG.0000000000004975. 5ª QUESTÃO 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 6 de 71 Enunciado: (UNITPAC) Um paciente do sexo masculino, 42 anos, chega ao ambulatório de ortopedia às 8h da manhã com queixa de dor lombar intensa. Como parte do tratamento para o quadro álgico, ele utilizou de forma inadvertida uma quantidade excessiva de anti-inflamatórios. Posteriormente, passou a apresentar edema facial e edema em membros inferiores 2+/4+, além de dispneia progressiva, que atualmente ocorre aos médios esforços. Devido à piora clínica, o ortopedista encaminhou o paciente para uma unidade de pronto atendimento (UPA), onde ele foi atendido apenas às 20h. Na UPA, foi medida a creatinina, que apresentou valor de 2,3 mg/dL (sua creatinina basal era de 1,1 mg/dL). A médica responsável decidiu deixá-lo em observação e orientou a coleta de urina em um saco coletor para monitoramento do débito urinário. Na manhã seguinte, às 9h, a creatinina foi repetida e chegou a 2,5 mg/dL. Durante o período de observação (das 20h às 9h), o volume total de urina coletado foi de 460 mL. O paciente tem 80 kg e 1,75 de estatura. Com base nesses achados, o médico realizou a classificação da função renal segundo os critérios da KDIGO. Com base nos dados clínicos e laboratoriais apresentados, marque a alternativa que apresenta o melhor julgamento clínico e a correta classificação da lesão renal do paciente segundo o KDIGO. Alternativas: (alternativa A) O paciente apresenta um quadro clínico compatível com insuficiência cardíaca descompensada, que justifica os edemas e a dispneia. A alteração na creatinina é secundária à má perfusão renal, e não há necessidade de classificar como IRA. (alternativa B) A suspeita principal é de estágio 3 de injúria renal aguda (IRA), dado o quadro de edema e dispneia. Uma vez que a creatinina aumentou para 2,5 mg/dL, o caso já configura um estágio avançado da IRA, sugerindo necessidade de terapia renal substitutiva. (alternativa C) (CORRETA) O paciente apresenta injúria renal aguda (IRA), estágio 2, de acordo com os critérios KDIGO. Deve-se dar continuidade ao monitoramento urinário e investigar a progressão da IRA com base no uso abusivo de anti-inflamatórios. (alternativa D) O paciente apresenta injúria renal aguda (IRA), estágio 1, dado o aumento da creatinina, mas sem alterações significativas no débito urinário. A classificação é adequada para uma IRA inicial e não há necessidade de intervenção urgente. 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 7 de 71 Resposta comentada: Segundo os critérios da KDIGO, a IRA estágio 2 é definida por um aumento da creatinina sérica de 2 a 3 vezes o valor basal ou pela redução do débito urinário para menos de 0,5 mL/kg/h por 12 horas ou mais. No caso, a creatinina subiu de 1,1 mg/dL para 2,5 mg/dL (mais que o dobro), e o débito urinário foi 460 mL em cerca de 13 horas, o que sugere oligúria. O estágio 1 exige um aumento da creatinina para 1,5 a 2 vezes o valor basal, o que não é o caso, pois a creatinina subiu mais do que o dobro. O débito urinário também sugere estágio mais avançado. O estágio 3 exige um aumento da creatinina para 3 vezes o valor basal ou mais, ou creatinina ≥4,0 mg/dL. No caso, a creatinina não atingiu esses valores. Embora edemas e dispneia sejamnas próximas 48 horas. (alternativa C) Orientar repouso domiciliar e analgésico, com retorno em 24 horas para reavaliação. (alternativa D) Solicitar exames laboratoriais na UBS e aguardar os resultados antes de tomar uma decisão. Resposta comentada: O quadro clínico apresentado pelo paciente (dor abdominal migratória para o quadrante inferior direito, náuseas, febre e sinal de Blumberg positivo) é altamente sugestivo de apendicite aguda, uma condição cirúrgica de emergência. A apendicite pode evoluir rapidamente para complicações graves, como perfuração e peritonite, se não for tratada prontamente. Portanto, o encaminhamento imediato para um hospital é essencial para confirmação diagnóstica e tratamento cirúrgico. Condutas como aguardar exames na UBS, observar a evolução ou prescrever apenas analgésicos ou antibióticos sem encaminhamento adequado podem atrasar o diagnóstico e aumentar o risco de complicações. Referências: GUSSO, G, et al. Tratado de medicina de família e comunidade - 2 volumes: princípios, formação e prática. Disponível em: Minha Biblioteca, (2nd edição). Grupo A, 2019. (Cap. 250) Emergência pré- hospitalar. p 1426-1427. JAMESON, J L.; FAUCI, Anthony S.; KASPER, Dennis L.; et al. Medicina interna de Harrison [recurso eletrônico]. 20. ed. Grupo A, 2020. 2 vols. p 111-112. 7ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA PARAÍBA) Um menino de 8 anos é trazido pelos pais para avaliação na Unidade Básica de Saúde devido à preocupação com o seu comportamento. Desde a primeira infância, a criança tem demonstrado dificuldades em interações sociais. Ele raramente faz contato visual e tem um padrão de linguagem limitado, falando poucas palavras e repetindo frases. Na escola, ele prefere brincar sozinho e demonstra resistência a mudanças na rotina. Além disso, apresenta comportamentos repetitivos, como balançar o corpo para frente e para trás e fica fascinado por tópicos específicos, como números e calendários, aos quais dedica longos períodos de tempo. Com base no caso descrito, marque a alternativa que apresenta o diagnóstico mais provável. 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 8 de 69 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Transtorno de espectro autista. (alternativa B) Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. (alternativa C) Transtorno compulsivo. (alternativa D) Transtorno de ansiedade generalizada. Resposta comentada: Resposta correta: Transtorno do Espectro Autista (TEA) Justificativa: As características do quadro descrito são compatíveis com TEA, incluindo dificuldades na comunicação social, comportamentos repetitivos e interesses restritos. Essas características são centrais para o diagnóstico do TEA, de acordo com o DSM-5 (American Psychiatric Association). O TEA é caracterizado por desafios persistentes na comunicação e interação social, além de padrões de comportamento restritos e repetitivos. Outros transtornos, como ansiedade ou TDAH, podem apresentar alguns sintomas semelhantes, mas o quadro clínico completo descrito é mais típico de TEA. Referências: American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and statistical manual of mental disorders (5th ed.). Washington, DC: American Psychiatric Publishing. Volkmar, F. R., & Wiesner, L. A. (2019). Autism Spectrum Disorder. In Child and Adolescent Psychiatry (pp. 301-319). Springer. 8ª QUESTÃO Enunciado: (FESAR) Mulher cisgênero de 20 anos procura atendimento de urgência devido à erupção cutânea nos membros inferiores, semelhante a um rash. Nos últimos dias, relatou sangramento nasal prolongado em duas ocasiões e o surgimento de hematomas. Ao exame físico, observaram-se equimoses e petéquias presentes nos membros inferiores. Laboratório evidenciou: Plaquetas de 16.800/mL; VCN = 84Fl; leucócitos dentro da normalidade. Para prosseguir com o plano terapêutico, a paciente foi internada e encaminhada para enfermaria. Com base nas informações, assinale a alternativa que contenha a conduta inicial mais adequada para este caso. 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 9 de 69 Alternativas: (alternativa A) Anti-histamínicos. (alternativa B) Imunoglobulina intravenosa. (alternativa C) (CORRETA) Glicocorticoides. (alternativa D) Transfusão de plaquetas imediata. Resposta comentada: O tratamento inicial da PTI geralmente envolve o uso de corticosteroides, como a prednisona. A ideia é diminuir a atividade do sistema imune para preservar as plaquetas. Após a melhora da contagem de plaquetas, a dose da prednisona deve ser reduzida gradualmente. INCORRETA. A imunoglobulina (400 mg/dia por 5 dias ou 1 g/dia por 2 dias) é indicada em sangramentos graves ou plaquetas muito baixas. A paciente deste caso não se encaixa nesses critérios. INCORRETA. A transfusão de plaquetas em pacientes com púrpura trombocitopênica imune (PTI) não é a abordagem mais eficaz. A PTI é uma doença autoimune, onde o próprio organismo produz anticorpos que destroem as plaquetas. Ao receber uma transfusão de plaquetas, estas novas células também serão atacadas por esses anticorpos, limitando a efetividade do tratamento e expondo o paciente aos riscos inerentes a qualquer transfusão de sangue. INCORRETA. Anti-histamínicos não possuem efeito sobre a contagem de plaquetas e não são indicados para o tratamento da PTI. Além disso, não há evidências de uma reação alérgica ou aumento dos níveis de histamina que justifiquem o uso de um anti-histamínico neste caso. Referência: HOFFBRAND, A V.; MOSS, P. A H. Fundamentos em hematologia de Hoffbrand. 7th ed. Porto Alegre: ArtMed, 2018. E-book. p.283. ISBN 9788582714515. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788582714515/. Acesso em: 10 nov. 2024. 9ª QUESTÃO 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 10 de 69 Enunciado: (FMIT) Uma gestante de 19 anos, no primeiro trimestre da gestação, com 10 semanas, pela DUM (data da última menstruação) e pela ultrassonografia de primeiro trimestre, dá entrada na emergência da maternidade com quadro de febre, dor abdominal em baixo ventre, sangramento vaginal em pequena a moderada quantidade e queixa de secreção vaginal de início há 2 dias. Sinais vitais à admissão: TAX 39ºC, FC 92 bpm, PA 110x70 mmHg, FR=20 irpm. Ao exame físico apresentava-se com dor à palpação em região inferior do abdome, sem sinais de irritação peritoneal. Ao exame especular observava-se: secreção purulenta exteriorizando através de orifício externo de colo uterino. A ultrassonografia realizada é sugestiva de abortamento incompleto infectado. A conduta adequada para a paciente é: Alternativas: (alternativa A) Realizar a curetagem uterina AMIU (aspiração manual intra uterina) imediatamente logo após a internação, para esvaziar a cavidade uterina e depois do procedimento administrar antibióticos e/ou analgésicos. (alternativa B) Monitorar a paciente clinicamente por 48 horas, com sinais vitais, iniciando administração de antibiótico e analgésicos imediatamente na internação, antes de qualquer intervenção, a menos que haja sangramento intenso. (alternativa C) Prescrever imediatamente na internação analgésicos e medicações sintomáticas e aguardar a expulsão espontânea do conteúdo uterino, utilizando misoprostol, que é o método menos invasivo para estes casos. (alternativa D) (CORRETA) Iniciar antibioticoterapia intravenosa imediatamente na internação, e logo que possível, preparar a paciente para realizar curetagem uterina ou AMIU (aspiração manual intra uterina), se a mesma estiver clinicamente estável. 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 11 de 69 Resposta comentada: A condução de um aborto infectado requer uma abordagem cuidadosa para prevenir complicações graves, como sepse. A opção mais apropriada é: Iniciar antibioticoterapia intravenosa e realizar curetagem uterina ou AMIU (aspiração manual intra uterina) após estabilização da paciente, pois envolve: De acordo com Zugaib, a abordagem para o aborto infectado deve incluir: 1. 1. Antibioticoterapia: Aadministração de antibióticos intravenosos é essencial para tratar a infecção e prevenir complicações sépticas. O tratamento deve ser iniciado assim que o aborto infectado for diagnosticado. 2. Curetagem Uterina ou AMIU: A curetagem ou AMIU deve ser realizada para remover o conteúdo uterino retido, mas somente após a estabilização da paciente. Isso é crucial para evitar a progressão da infecção e garantir a segurança do procedimento. 3. O abortamento infectado é uma condição que coloca em risco a vida da mulher, se evoluir para sepse ou choque séptico ne cessita de imediata reanimação, esvaziamento uterino e antibioticoterapia de amplo espectro. (ACOG) Análise das Alternativas incorretas: Realizar a curetagem uterina ou AMIU imediatamente, sem administração prévia de antibióticos: Essa abordagem pode expor a paciente a riscos maiores de complicações, pois a infecção pode ser agravada sem o uso de antibióticos. Monitorar a paciente por 24 horas antes de qualquer intervenção, a menos que haja sangramento intenso: O monitoramento pode ser importante, mas a infecção requer intervenção imediata. A espera pode levar a complicações sérias. Prescrever apenas analgésicos e aguardar a expulsão espontânea do conteúdo uterino: Essa conduta é inadequada em casos de aborto infectado, pois não trata a infecção e pode resultar em um agravamento do quadro clínico. REFERÊNCIA DA QUESTÃO: MORAES, L. M.; SILVA, A. L. Aborto espontâneo e suas complicações. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, São Paulo, v. 40, n. 7, p. 389-396, 2018. DOI: 10.1056/S0004- 27302018000700002. ZUGAIB, M. Aborto: diagnóstico e tratamento. In: Obstetrícia. São Paulo: Atheneu, 2021. p. 205- 210. AMERICAN COLLEGE OF OBSTETRICIANS AND GYNECOLOGISTS (ACOG). Practice Bulletin: Early Pregnancy Loss. Obstetrics & Gynecology, v. 130, n. 6, p. e203-e216, 2022. DOI: 10.1097/AOG.0000000000004975. 10ª QUESTÃO 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 12 de 69 Enunciado: (FASA VIC) Paciente de 35 anos, deu entrada em pronto atendimento com história de múltiplas hospitalizações nos últimos dois anos devido a uma variedade de sintomas físicos inexplicáveis, incluindo dor abdominal intensa, dor articular em grandes articulações, fraqueza generalizada e convulsões. Ele relata ter sido submetido a numerosos exames e procedimentos médicos invasivos, mas nenhum diagnóstico médico definitivo foi estabelecido até o momento. O paciente conhece bem os termos médicos e frequentemente menciona experiências anteriores com diferentes especialistas. Além disso, ele expressa um desejo frequente de ser hospitalizado e busca constantemente atenção médica. Qual é o diagnóstico mais provável para esse paciente? Alternativas: (alternativa A) Transtorno de Somatização (alternativa B) (CORRETA) Transtorno Factício (alternativa C) Transtorno de Conversão (alternativa D) Transtorno de Ansiedade Generalizada Resposta comentada: A resposta correta é Transtorno Factício. Este transtorno envolve a fabricação deliberada ou simulação de sintomas físicos ou psicológicos para assumir o papel de paciente. Indivíduos com esse transtorno geralmente têm um histórico de múltiplas hospitalizações e procedimentos médicos desnecessários. Eles buscam atenção médica de forma persistente e são altamente conhecedores da linguagem e dos procedimentos médicos, como observado no caso apresentado. Os principais diagnósticos diferenciais incluem: Transtorno de Somatização: Este transtorno envolve múltiplos sintomas físicos, mas não há intenção deliberada de simular ou causar esses sintomas. Transtorno de Conversão: Caracterizado pela presença de sintomas neurológicos sem causa orgânica identificável, como paralisia ou convulsões. No entanto, no transtorno de conversão, os sintomas não são intencionalmente fabricados. Transtorno de Ansiedade Generalizada: Envolve preocupação e ansiedade excessivas sobre uma variedade de eventos ou atividades, mas não está associado à simulação de sintomas físicos. Referência bibliográfica: AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and statistical manual of mental disorders. 5. ed. Arlington, VA: American Psychiatric Publishing, 2013. 11ª QUESTÃO 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 13 de 69 Enunciado: (FIPGUANAMBI) Paciente jovem, comparece à UBS com histórico de febre alta (39ºC ) intermitente, de início abrupto há 4 dias, associado a cefaleia, adinamia, astenia, mialgia e dor retro-ocular. Nega artralgia, conjuntivite e sintomas respiratórios. Como ele reside em região endêmica para arboviroses, o medico do PSF pensou na Dengue como hipótese mais provável. Considerando os aspectos clínicos e o tempo de doença, qual o exame mais indicado para confirmação diagnóstica neste caso? Alternativas: (alternativa A) Hematócrito, contagem de plaquetas e dosagem de albumina. (alternativa B) Demonstração de soroconversão de anticorpos por Hemaglutinação. (alternativa C) Pesquisa de anticorpos IgM e IgG por testes sorológicos. (alternativa D) (CORRETA) Pesquisa da proteína não estrutural 1 (NS1). Resposta comentada: Em razão da semelhança entre alguns sinais e sintomas de dengue, Zika e chikungunya, recomenda-se, em caso de a suspeita inicial ser dengue, que a testagem seja iniciada por métodos diretos em amostras coletadas até o quinto dia de início de sintomas. Para dengue, a proteína não estrutural 1 (NS1) é uma glicoproteína altamente conservada, presente em altas concentrações no soro de pacientes infectados pelo vírus, razão pela qual pode ser identificado logo após o surgimento dos sintomas na fase aguda da doença e antes do aparecimento de anticorpos específicos. O hematócrito, a contagem de plaquetas e a dosagem de albumina não são exames para o diagnóstico de dengue. Auxiliam na avaliação e no monitoramento dos pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de dengue, especialmente os que apresentarem sinais de alarme ou gravidade. Já a pesquisa de anticorpos IgM e IgG por testes sorológicos e a demonstração de soroconversão de anticorpos por Hemaglutinação são métodos indiretos, e terão sua positividade identificada em períodos mais tardios da doença. Referencia Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Ações Estratégicas de Epidemiologia e Vigilância em Saúde e Ambiente. Guia de vigilância em saúde : volume 2 [recurso eletrônico] 6. ed. rev.Brasília: Ministério da Saúde, 2024. 3 v. : il. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vigilancia/guia-de- vigilancia-em-saude-volume-2-6a-edicao/view 12ª QUESTÃO 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 14 de 69 Enunciado: (UNISL PORTO VELHO) Uma paciente adulta será submetida a uma colecistectomia eletiva. Durante a consulta pré-operatória, foram identificadas alterações no perfil de coagulação, e o cirurgião recomenda uma avaliação com o hematologista. Assinale a alternativa que contém os exames mais adequados a serem solicitados . Alternativas: (alternativa A) Glicemia de jejum para excluir distúrbios metabólicos que possam interferir na cirurgia, REMIT e processo de coagulação. (alternativa B) Dosagem de creatinina sérica para verificar a função renal e possíveis interferências na coagulação. (alternativa C) (CORRETA) Tempo de protrombina (TP) e Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) para investigar as vias de coagulação. (alternativa D) Hemograma completo para avaliar as contagens de plaquetas e tamanho das hemácias e outros componentes sanguíneos. Resposta comentada: Os exames Tempo de protrombina (TP) e Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) são os mais indicados para investigar alterações no sistema de coagulação, pois avaliam as vias extrínseca e intrínseca da coagulação. Eles ajudam a identificar possíveis distúrbios que podem impactar o risco de sangramento durante e após a cirurgia. Hemograma completo: Embora útil para avaliar a contagem de plaquetas, o hemogramanão avalia diretamente as vias da coagulação, que é o foco principal no cenário de alterações de coagulação. Dosagem de creatinina sérica: A creatinina avalia a função renal, o que é importante para a saúde geral do paciente, mas não é o exame indicado para investigar alterações específicas da coagulação. Glicemia de jejum: A glicemia ajuda a monitorar distúrbios metabólicos, como diabetes, mas não tem relação direta com a avaliação do sistema de coagulação. Referência: "Sabiston: Tratado de Cirurgia", 21ª edição (2022). 13ª QUESTÃO 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 15 de 69 Enunciado: (UNIDEP) Um paciente do sexo masculino, 68 anos, aposentado, comparece à unidade de saúde com queixas de perda de peso inexplicável nos últimos 6 meses (aproximadamente 8 kg), episódios frequentes de diarreia crônica e fadiga intensa. O paciente relata também febre vespertina intermitente e sudorese noturna. Ao ser questionado sobre sua vida sexual, o paciente informa que tem um parceiro fixo e não usa preservativo regularmente. Ao exame físico, nota-se emagrecimento importante, com índice de massa corporal (IMC) de 18,5 kg/m², linfadenopatia generalizada e candidíase oral. Considerando as informações acima, analise as alternativas abaixo e selecione a correta: Alternativas: (alternativa A) Por ser um paciente idoso, algumas hipóteses diagnósticas não devem ser elencadas, como HIV. (alternativa B) Considerando o quadro clínico do paciente, deverá ser solicitado contagem de CD4 para o paciente para fechar o diagnóstico. (alternativa C) (CORRETA) Um diagnóstico provável é de HIV e deve ser realizado teste rápido na unidade de saúde, sempre com consentimento do paciente. (alternativa D) Considerando a possibilidade do diagnóstico ser de HIV, o paciente deve ser referenciado ao centro de testagem e aconselhamento do município. Resposta comentada: Os testes rápidos são realizados na unidade de saúde e sempre devem ser consentidos pelo usuário. A história clínica é sugestiva de HIV e o seguimento adequado será dado ao paciente após a realização do teste. Se positivo, deverá ser realizado outro exame de outra marca. Se os resultados forem divergentes, deverá ser solicitado exame laboratorial para a confirmação. Referência: Tratado de medicina de família e comunidade : princípios, formação e prática [recursoeletrônico] / Organizadores, Gustavo Gusso, José Mauro Ceratti Lopes, Lêda ChavesDias; 2. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2019. 2 v. 14ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA IPATINGA) Paciente primigesta de 38 semanas de gestação foi admitida para a assistência ao trabalho de parto. Estava com 2 cm de dilatação, feto no plano – 3 de de Lee, BCF: 152 bpm, bolsa íntegra e apresentou 2 contrações de 15 segundos durante 10 minutos, no momento de sua admissão. Foi reavaliada após 3 horas e estava com a mesma dilatação e as mesmas contrações e o BCF: 125 bpm. Segundo as recomendações do ALSO, qual a conduta adequada para a paciente? 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 16 de 69 Alternativas: (alternativa A) Realizar cesárea para a extração fetal. (alternativa B) Articular o fórceps para a extração fetal. (alternativa C) (CORRETA) Aguardar entrar em fase ativa do trabalho de parto. (alternativa D) Iniciar ocitocina para acelerar o trabalho de parto. Resposta comentada: A paciente não encontra se em fase ativa do trabalho de parto portanto, deve receber alta médica com orientações quanto aos sinais / sintomas para retornar ao hospital. Segundo o ALSO, fase ativa do trabalho de parto caracteriza se por 6 cm ou mais de dilatação do colo uterino associada a contrações uterinas eficientes e duradouras. Não existe indicação médica para a realização de cesárea e, como está com 38 semanas, não é recomendada realização de cesárea a pedido. Não existe nenhuma indicação ou critério médico para alocar fórceps no caso apresentado bem como uso de ocitocina. Analgesia deve ser administrada em fase ativa do trabalho de parto e a mesma não acelera o processo. A paciente não está em fase ativa e não possui indicação médica para interrupção da gestação neste momento, deve portanto, receber alta medica com orientações quanto a sinais e sintomas para retorno ao hospital. Referência: ALSO – Suporte Avançado de Vida em Obstetrícia. 2023. 15ª QUESTÃO 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 17 de 69 Enunciado: (FIPGUANAMBI) Uma paciente grávida de 32 semanas é admitida na maternidade com quadro de emergência hipertensiva. Ao exame, apresenta pressão arterial de 180/110 mmHg, cefaleia intensa, edema generalizado e oligúria. A gasometria arterial mostra pH de 7,33, bicarbonato de 17 mEq/L, sódio 130mEq/L, cálcio 1,2mmol/L, Magnésio 2,2 mg/dL, potássio 3,7mEq/L. Qual dos seguintes distúrbios hidroeletrolíticos e sua correlação com o quadro clínico é a mais provável? Alternativas: (alternativa A) Hipermagnesemia, resultante da terapia de sulfato de magnésio, levando a hipotonia e comprometimento respiratório como complicações adicionais. (alternativa B) Hipocalemia, levando a arritmias cardíacas graves, relacionadas à diminuição do volume plasmático e redução da perfusão renal. (alternativa C) (CORRETA) Hiponatremia dilucional associada a síndrome de secreção inapropriada de hormônio antidiurético (SIADH), contribuindo para o edema e sintomas neurológicos. (alternativa D) Hipernatremia, provocando edema cerebral e sintomas neurológicos, que são comuns em pré- eclâmpsia grave. Resposta comentada: Na emergência hipertensiva gestacional, distúrbios hidroeletrolíticos como hiponatremia dilucional são frequentes e podem ocorrer devido à SIADH, contribuindo para o edema e sintomas neurológicos associados ao quadro clínico. A terapia com sulfato de magnésio (resposta D) é frequentemente usada em pré-eclâmpsia, mas a paciente aqui não apresenta sinais de hipermagnesemia e nem de hipocalcemia. A gasometria evidencia uma hiponatremia. Referência: MONTENEGRO, Carlos Antônio Barbosa; REZENDE FILHO, Jorge de. Rezende obstetrícia fundamental. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 16ª QUESTÃO 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 18 de 69 Enunciado: (UNIGRANRIO DUQUE DE CAXIAS) Escolar de 8 anos, sexo masculino, é levado ao pronto- socorro com queixas de dor abdominal intensa e difusa, acompanhada de febre, vômitos biliosos e falta de apetite nas últimas 12 horas. No exame físico, observa-se abdome distendido, doloroso à palpação, com sinais de defesa e ruídos hidroaéreos diminuídos. Os sinais vitais mostram taquicardia (frequência cardíaca de 130 bpm), hipotensão e extremidades frias. Exames laboratoriais revelam leucocitose com desvio à esquerda, aumento de PCR e gasometria arterial com lactato de 6mmol/L. A tomografia computadorizada de abdome indica sinais de apendicite complicada com abscesso e possível peritonite. Qual é a classificação mais provável de choque neste paciente? Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Séptico. (alternativa B) Neurogênico. (alternativa C) Cardiogênico. (alternativa D) Hipovolêmico. 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 19 de 69 Resposta comentada: Choque séptico (Correta): O choque séptico é uma complicação comum em casos de infecções graves e pode surgir em crianças com abdome agudo inflamatório, como na apendicite complicada. Este tipo de choque caracteriza-se pela resposta inflamatória sistêmica associada à infecção, levando a taquicardia, febre, hipotensão e, em alguns casos, extremidades frias. No contexto de apendicite com peritonite, o choque séptico é a classificação mais provável devido à presença de febre, sinais de resposta inflamatória e alterações nos sinais vitais. Choque hipovolêmico: O choque hipovolêmico em pediatria geralmente ocorre devido à perda de líquidos extracelulares, como em casos de vômito e diarreia graves. Embora taquicardia e hipotensão possam estar presentes, o choque hipovolêmico não está associadoa infecção intra-abdominal. Em casos de abdome agudo inflamatório, especialmente com peritonite, a causa mais provável do choque seria de natureza infecciosa e inflamatória, como o choque séptico. Choque cardiogênico: O choque cardiogênico ocorre devido à falha do coração em bombear sangue adequadamente, podendo ser causado por doenças cardíacas ou, em casos raros, por infecções que afetam diretamente o miocárdio. Os sinais incluem taquicardia, hipotensão e, muitas vezes, congestão pulmonar. No entanto, o choque cardiogênico não é uma consequência típica de abdome agudo inflamatório, sendo uma causa improvável neste caso pediátrico com apendicite complicada. Choque neurogênico: Choque neurogênico ocorre devido à disfunção do sistema nervoso autônomo, geralmente em resposta a uma lesão medular ou trauma que leva à perda de tônus vasomotor. É caracterizado por hipotensão e, muitas vezes, frequência cardíaca normal ou baixa, sem extremidades frias. Esse tipo de choque é improvável em casos de abdome agudo com causa infecciosa e inflamatória, como na apendicite complicada com peritonite. Referência: “Pediatric Advanced Life Support (PALS) Provider Manual.” American Heart Association, última edição. Este manual fornece diretrizes abrangentes para o reconhecimento e manejo de choques em pediatria, incluindo choque séptico, hipovolêmico e cardiogênico. Kliegman, R. M., et al. “Nelson Textbook of Pediatrics.” 21ª edição, Elsevier, 2019. Este livro aborda o manejo de situações de emergência pediátrica, incluindo abdome agudo e choque em pacientes pediátricos. Sociedade Brasileira de Pediatria. “Manual de Reanimação Pediátrica e Neonatal.” 4ª edição, 2021. Este manual oferece orientações atualizadas para o manejo de emergências pediátricas, incluindo as classificações e tratamentos dos diferentes tipos de choque. “Guidelines for the Management of Severe Sepsis and Septic Shock.” Surviving Sepsis Campaign, última atualização de 2021. Essas diretrizes incluem recomendações específicas para o manejo do choque séptico em pediatria, sendo úteis para o contexto de infecção intra- abdominal. 17ª QUESTÃO 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 20 de 69 Enunciado: (AFYA IPATINGA) Primípara de 27 anos, gestação de alto risco com 29 semanas e 3 dias, em acompanhamento devido a quadro de pré eclampsia, em uso de metildopa. Evoluiu com PAS (pressão arterial sistólica) = 210 mmHg, sem melhora após medicamentos administrados. Realizada avaliação da vitalidade fetal, que foi desfavorável, sendo indicada cesariana de urgência. O recém nascido apresentava respiração tipo gasping e tônus diminuído. Segundo o Manual de Reanimação do RNo peso... Erro: Na anorexia nervosa, a perda de peso é intencional. Os pacientes têm um medo intenso de ganhar peso e adotam comportamentos para restringir a ingestão de alimentos. Portanto, a redução de peso não é involuntária. Referência: CANTILINO, Amaury; MONTEIRO, Dennison C. Psiquiatria clínica. Rio de Janeiro: MedBook Editora, 2017. E-book. p.Capa. ISBN 9786557830031. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786557830031/. Acesso em: 11 out. 2024. 19ª QUESTÃO 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 23 de 69 Enunciado: (UNIREDENTOR) Paciente masculino, 64 anos, esteve em atendimento na UBS devido queixas de de dispneia, mal-estar, hematomas subungueais, palidez e cianose, além de estar apresentado eritema nodoso há 1 semana, onde o diagnóstico de Hanseníase foi suspeitado, trazendo hoje o diagnóstico através da baciloscopia positiva. Irá iniciar a poliquimioterapia. Traz consigo alguns exames já solicitados e realizados, com os seguintes resultados: Hemoglobina 10 (12-18 g/dL) Hematócrito 30% ( 36-50%) VCM 88 (80-97) CHM 32 (32 a 38) Ferro sérico 33 (65 e 165 µg/dL) VHS 85 ((alternativa C) Permitir que o trabalho de parto progrida sem intervenção, pois o feto já está em idade gestacional viável, monitorando a vitalidade fetal. (alternativa D) Administrar antibiótico profilático e iniciar a indução do parto devido ao risco elevado de infecção intrauterina. 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 27 de 69 Resposta comentada: Alternativa correta: Administrar corticoide para maturação pulmonar fetal, iniciar tocólise para inibir as contrações e administrar sulfato de magnésio para neuroproteção fetal. Esta é a conduta padrão para gestantes com menos de 34 semanas de gestação em trabalho de parto prematuro, com foco na maturação pulmonar do feto (com corticoide), neuroproteção (com sulfato de magnésio) e retardamento do parto (tocólise) para reduzir os riscos associados à prematuridade. O objetivo é ganhar tempo e permitir que o feto se beneficie dessas intervenções. Alternativas incorretas: Encaminhar a paciente para parto cesáreo imediato, uma vez que o colo está dilatado e há risco de complicações fetais. Incorreta. A conduta de parto cesáreo imediato não é indicada nesse caso, pois os sinais vitais da paciente estão estáveis e não há sofrimento fetal na cardiotocografia. A dilatação cervical e o trabalho de parto prematuro sem sinais de complicação fetal ou materna não justificam uma cesárea emergencial. A prioridade é prolongar a gestação para reduzir os riscos da prematuridade. Permitir que o trabalho de parto progrida sem intervenção, pois o feto já está em idade gestacional viável, monitorando a vitalidade fetal. Incorreta. Embora o feto tenha boas chances de sobrevivência em 31 semanas, permitir que o trabalho de parto progrida sem intervenção não é adequado. O manejo deve focar em retardar o parto e permitir tempo para intervenções como corticoides e neuroproteção, que melhoram os desfechos neonatais. Apenas monitorar o feto não garante o melhor resultado, pois a prematuridade ainda apresenta riscos significativos. Administrar antibiótico profilático e iniciar a indução do parto devido ao risco elevado de infecção intrauterina. Incorreta. A administração de antibióticos profiláticos e a indução do parto não são indicadas neste caso, já que a paciente não apresenta sinais de infecção intrauterina ou rompimento das membranas (amniorrexe). A ausência de infecção e o padrão tranquilizador da cardiotocografia excluem a necessidade de medidas profiláticas com antibióticos ou indução de parto neste momento. Referências: REZENDE, J. Obstetrícia Fundamental. 15ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2024. ZUGAIB, M. Zugaib Obstetrícia. 5ª ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2023. 22ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA ITABUNA) Qual dos seguintes sinais ou sintomas é mais comumente associado ao diagnóstico de malária em áreas endêmicas? 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 28 de 69 Alternativas: (alternativa A) Tosse e dor torácica. (alternativa B) Perda de peso rápida e fadiga. (alternativa C) Dor abdominal e icterícia. (alternativa D) (CORRETA) Cefaleia e febre intermitente. Resposta comentada: CORRETA - Cefaleia e febre intermitente. - Febre intermitente é uma característica clássica da malária, especialmente em regiões endêmicas. A cefaleia também é um sintoma comum, sendo importante o médico da atenção primária associar esses sintomas ao histórico de exposição a áreas endêmicas. GUSSO, G, et al. Tratado de medicina de família e comunidade - 2 volumes: princípios, formação e prática. Disponível em: Minha Biblioteca, (2nd edição). Grupo A, 2019. (Cap.258, 259). DUCAN, B, B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Disponível em: Minha Biblioteca, (5th edição). Grupo A, 2022. (Cap. 160). 23ª QUESTÃO Enunciado: (FIPGUANAMBI) Homem de 45 anos, diagnosticado com HIV há 10 anos, apresenta-se à UBS queixando-se de fezes com coágulos e dor abdominal em região mesogástrica e flanco esquerdo, intensa e sem relação com a alimentação. Nega hematêmese, febre ou diarreia. Ele tem estado em tratamento antirretroviral regular, com carga viral suprimida. No entanto, ele admite que ocasionalmente falha na adesão ao tratamento. No exame físico, o paciente está hipotenso, taquicardíaco e pálido, com sinais de desidratação. A anamnese revela um histórico de úlcera péptica tratada há cinco anos. Diante desse quadro clínico, qual dos seguintes diagnósticos é mais provável? 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 29 de 69 Alternativas: (alternativa A) Úlcera péptica recorrente. (alternativa B) Colite ulcerativa. (alternativa C) (CORRETA) Colite isquêmica. (alternativa D) Trombocitopenia imune. Resposta comentada: Pacientes com HIV têm um risco aumentado de desenvolver complicações gastrointestinais, incluindo colite isquêmica. Esta condição pode ser desencadeada por vários fatores, incluindo a própria infecção pelo HIV, uso de medicamentos antirretrovirais e outros fatores de risco como tabagismo, diabetes e hipertensão. A apresentação clínica com fezes com sangue vivo, dor abdominal intensa e sinais de choque sugerem uma hemorragia digestiva baixa significativa, que pode ser causada por colite isquêmica em pacientes com HIV. Referência: Sabiston - Tratado de Cirurgia - Townsend, Courtney; Beauchamp,Daniel - 2 Volumes - 18ª Ed. 24ª QUESTÃO Enunciado: (ITPAC PORTO NACIONAL) Adolescente de 12 anos é levado ao pronto-socorro com queixa de hematêmese e melena. Os sinais vitais indicam pressão arterial de 90/60 mmHg e frequência cardíaca de 150 bpm. O exame físico mostra palidez cutânea, mucosas secas, TEC 4s, pulsos filiformes. Considerando o diagnóstico sindrômico mais provável, qual deve ser a conduta inicial adequada para o manejo deste paciente? 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 30 de 69 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Iniciar reposição volêmica com soro fisiológico 0,9% e realizar hemotransfusão, se necessário, seguido de encaminhamento para endoscopia digestiva. (alternativa B) Administrar antiemético, de preferência ondasetrona, e observar regressão do quadro por 24 horas, considerando tratar-se de um adolescente. (alternativa C) Realizar administração de inibidores da bomba de prótons (IBPs) e esperar melhora clínica antes de tomar outras medidas. (alternativa D) Prescrever dieta zero e aguardar avaliação da equipe cirúrgica, sem necessidade de monitorização hemodinâmica. 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 31 de 69 Resposta comentada: Este caso clínico sugere um quadro de hemorragia digestiva alta, que pode ser identificado pelos sinais de hematêmese (vômito com sangue) e melena (fezes negras indicativas de sangue digestivo) . A criança apresenta sinais de choque hipovolêmico (hipotensão arterial, taquicardia, palidez, mucosas secas, tempo de enchimento capilar prolongado e pulsos filiformes), o que indica uma perda significativa de volume sanguíneo. Conduta: Reposição volêmica com cristaloides, como soro fisiológico a 0,9%, para estabilizar a hemodinâmica; A transfusão sanguínea deve ser considerada caso haja sinais de anemia grave ou instabilidade hemodinâmica persistente; A endoscopia digestiva é indicada após a estabilização inicial para identificar a fonte do sangramento e possibilitar o tratamento definitivo, se necessário. Administrar antiemético, de preferência ondasetrona, e observar regressão do quadro por 24 horas– INCORRETA. Em caso de hematêmese não há indicação de antiemético. A necessidade principal neste caso é, após resolução da condição de colapso cardiocirculatório, buscar a causa da hematêmese. Iniciar reposição volêmica com soro fisiológico 0,9% e realizar transfusão sanguínea, se necessário, seguido de encaminhamento para endoscopia digestiva. – CORRETA. Em casos de hemorragia digestiva significativa, como indicado pela presença de hematêmese, melena e sinais de choque hipovolêmico, a conduta inicial envolve estabilizar o paciente com reposiçãovolêmica e, se necessário, transfusão sanguínea. Além disso, uma endoscopia digestiva deve ser realizada para diagnóstico e possível intervenção terapêutica. Realizar administração de inibidores da bomba de prótons (IBPs) e esperar melhora clínica antes de tomar outras medidas. – INCORRETA. Não há indicação de inibidores de bomba de prótons ou qualquer outro protetor gástrico até que seja resolvido o quadro de choque em que o paciente se encontra e determinada a causa da HDA. Prescrever dieta zero e aguardar avaliação da equipe cirúrgica, sem necessidade de monitorização hemodinâmica – INCORRETA. O primeiro passo na condução do caso é estabilização hemodinâmica do paciente, resolvendo o quadro de choque. Em seguida, é necessário realização de propedêutica complementar a fim de buscar a causa da HDA. Referências: Sabiston Textbook of Surgery. 20th. ed.: Ed. Elsevier, 2019. Livro Manual do Profissional de Suporte Avançado de Vida em Pediatria (SAVP-PALS). 2020. 25ª QUESTÃO Enunciado: (IESVAP) Mulher de 55 anos, sem comorbidades conhecidas, é conduzida por familiares ao serviço de urgência com relato de hematêmese em grande volume (cerca de 2 litros) há 30 minutos. Desde então, paciente evoluiu com rebaixamento do nível de consciência. Ao exame físico, PA – 90x50 mmHG, FC- 128 bpm, FR- 32 irpm, tempo de enchimento capilar de 3 segundos, Escala de Coma de Glasgow – 11 (Abertura Ocular- 3, Resposta Verbal – 3, Resposta Motora- 5), ausência de déficits neurológicos focais. Filha relata que mãe, estava há 7 dias fazendo uso de um medicamento que foi receitado para dor em joelho e havia se queixado de epigastralgia nos últimos dias. De acordo com caso clínico, qual a melhor conduta nesta situação? 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 32 de 69 Alternativas: (alternativa A) Paciente deve ser tratado com ferro endovenoso imediatamente, devido as perdas e solicitar exames laboratoriais para definir necessidade de transfusão. (alternativa B) Solicitar hemograma com urgência e transfundir 01 concentrado de hemácias se hemoglobina for menor que 7 g/dl. (alternativa C) Paciente deve ser submetido imediatamente a uma tomografia de crânio e abdome, pois a principal hipótese que justifique o rebaixamento do nível de consciência é acidente vascular encefálico. (alternativa D) (CORRETA) Como trata-se de uma hemorragia aguda classe III, paciente deve ser submetido a transfusão de concentrado de hemácias, independente do valor de hemoglobina e hematócrito. Resposta comentada: Paciente idosa com histórico de abuso de AINE evolui com hemorragia digestiva aguda, com sinal de instabilidade hemodinâmica, hemorragia classe III. Deve ser transfundida imediatamente independente do valor de hb/ht, já que esses parâmetros irão demorar cerca de 1-2h após a hemorragia para apresentar alterações. Referência: ZAGO, MA, FALCÃO, RP, PASQUINI, R. Tratado de Hematologia. 1a ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2013 26ª QUESTÃO 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 33 de 69 Enunciado: (FIPGUANAMBI) Paciente de 34 anos, G1P0A0, no momento com idade gestacional de 38 semanas, é admitida em trabalho de parto. Realizado o partograma abaixo. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticos de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher/ Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica da Mulher. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001. Avalie o partograma da paciente e indique o diagnóstico e conduta necessária: 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 34 de 69 Alternativas: (alternativa A) Trabalho de parto fisiológico e analgesia. (alternativa B) (CORRETA) Fase ativa prolongada e ocitocina. (alternativa C) Parada secundária da dilatação e cesárea. (alternativa D) Parto precipitado ou taquitócico e analgesia Resposta comentada: Na fase ativa prolongada ou distócia funcional, a dilatação do colo uterino ocorre lentamente, numa velocidade menor que 1 cm/hora. A curva da dilatação ultrapassa a linha de alerta e, ás vezes, a linha de ação. Essa distócia geralmente decorre de contrações uterinas não eficientes . A correção é feita inicialmente pelo emprego de técnicas humanizadas de estímulo ao parto normal, por exemplo estimulando-se a deambulação e, se necessário, posteriormente pela administração de ocitocina ou rotura artificial da bolsa das águas. Na evolução normal do trabalho de parto, a curva de dilatação cervical se processa à esquerda da linha de ação. Quando essa curva ultrapassa a linha de ação, trata-se de um parto disfuncional. A parada secundária da dilatação é diagnosticada por dois toques sucessivos, com intervalo de 2 horas ou mais, com a mulher em trabalho de parto ativo. Nesse tipo de distócia, a dilatação cervical permanece a mesma durante duas horas ou mais, ultrapassa a linha de alerta e, por vezes, a linha de ação, a indicação de cesárea é necessária quando as outras medidas não foram eficazes. O parto precipitado ou taquitócico é diagnosticado quando a dilatação cervical e a descida e expulsão do feto ocorrem num período de 4 horas ou menos. Referência: MONTENEGRO, Carlos Antônio B.; FILHO, Jorge de R. Rezende Obstetrícia Fundamental, 14. ed. Grupo GEN,2017. E-book. ISBN 9788527732802 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticos de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher/ Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica da Mulher. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001. 27ª QUESTÃO 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 35 de 69 Enunciado: (FESAR) Criança de 7 anos, acompanhada dos pais, foi levada a Unidade Básica de Saúde devido a um inchaço generalizado que se iniciou de forma gradual e piorou nos últimos dias. Ao exame físico, a criança apresentava bom estado geral, mas os exames laboratoriais revelaram proteinúria, hematúria microscópica e albuminemia. Analise as hipóteses diagnósticas abaixo, e assinale a alternativa que contenha a causa mais provável para o caso de glomerulonefrite apresentado por essa criança. Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Por lesões mínimas. (alternativa B) Rapidamente progressiva. (alternativa C) Difusa aguda. (alternativa D) Membranoproliferativa. Resposta comentada: CORRETA. Glomerulonefrite por lesões mínimas é a principal causa de síndrome nefrótica em crianças. Caracteriza-se por proteinúria maciça, edema e, geralmente, ausência de hematúria macroscópica. A histologia renal poderá mostrar alterações mínimas nas lesões glomerulares. INCORRETA. Rapidamente progressiva é uma doença grave, com rápida progressão para insuficiência renal. Caracteriza-se por hematúria macroscópica, proteinúria e cilindros hemáticos. O edema pode estar presente, mas não é a manifestação predominante. INCORRETA. A glomerulonefrite difusa aguda pós-estreptocócica (GNDA) é uma doença grave, com rápida progressão para insuficiência renal. Caracteriza-se por hematúria macroscópica, proteinúria e cilindros hemáticos. O edema pode estar presente, mas não é a manifestação predominante. INCORRETA. A glomerulonefrite membranoproliferativa se caracteriza por uma apresentação clínica mista, combinando elementos da síndrome nefrítica e da síndrome nefrótica, além da depleção dos níveis séricos de complemento. Referência: PEDIATRIA, Sociedade Brasileira de. Tratado de pediatria. 6th ed. Barueri: Manole, 2024. E-book. p.v2-125. ISBN 9788520458679. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788520458679/. Acesso em: 11 nov. 2024. 28ª QUESTÃO 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 36 de 69 Enunciado: (FACIMPA) Uma paciente cisgênero de 50 anos comparece à Unidade Básica de Saúde (UBS), após um intenso período chuvoso, que a fez sair de sua casa, devido às enchentes locais. Apresentou sintomas como febre alta, cefaleia intensa, dor muscular (principalmentenas panturrilhas), náuseas e icterícia leve, iniciados há cinco dias. Ela relata histórico de dependência de benzodiazepínicos, fazendo uso diário da medicação há mais de 5 anos. A paciente mora em uma área de risco para inundações e diz que teve contato com água de enchente alguns dias antes de o quadro iniciar. Diante do caso clínico, considerando a suspeita de leptospirose, qual é a conduta mais adequada a ser realizada na UBS? Alternativas: (alternativa A) Encaminhar imediatamente a paciente para internação hospitalar, pois o quadro de icterícia e uso de benzodiazepínicos pode predispor a insuficiência hepática aguda (alternativa B) Suspender o uso de benzodiazepínicos imediatamente para evitar interação medicamentosa com antibióticos, promovendo a interrupção abrupta do uso durante o tratamento da leptospirose. (alternativa C) Tratar os sintomas com analgésicos e antipiréticos, orientando retorno em 48 horas para avaliação da progressão do quadro, considerando o uso crônico de benzodiazepínicos. (alternativa D) (CORRETA) Iniciar tratamento empírico com antibióticos e solicitar exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico de leptospirose, respeitando a gravidade do quadro clínico. 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 37 de 69 Resposta comentada: O tratamento empírico com antibióticos é uma conduta recomendada diante da suspeita de leptospirose, especialmente em pacientes expostos a áreas de risco como enchentes. A instituição precoce de antibióticos, como doxiciclina ou penicilina, é fundamental para reduzir complicações. Exames laboratoriais, como sorologia e hemograma, devem ser solicitados para confirmar o diagnóstico, mas o tratamento não deve ser adiado. A gravidade do quadro clínico, incluindo a febre e a icterícia, justifica essa abordagem. O encaminhamento para internação hospitalar pode ser necessário em casos de leptospirose grave, que cursam com insuficiência renal ou hepática, mas não há, até o momento, sinais de insuficiência hepática aguda. A icterícia leve e o uso de benzodiazepínicos devem ser monitorados, mas a internação imediata não é mandatória apenas com base nesse achado, a menos que haja piora clínica significativa. Embora o tratamento dos sintomas seja importante, a conduta de apenas prescrever analgésicos e antipiréticos sem iniciar o tratamento específico pode deixar a infecção evoluir. O uso de benzodiazepínicos, por si só, não contraindica o uso de antibióticos, e é essencial tratar a infecção de base para evitar complicações graves, como a forma íctero-hemorrágica da leptospirose. A suspensão abrupta de benzodiazepínicos pode levar a sintomas de abstinência, como crises de ansiedade e convulsões, que podem complicar o quadro clínico da paciente. Além disso, não há evidências de que os antibióticos indicados para o tratamento da leptospirose tenham interações significativas com benzodiazepínicos. Qualquer ajuste no uso dessa medicação deve ser feito com cuidado e gradual, considerando o histórico de dependência. Referências: 1. BRASIL. Ministério da Saúde. Leptospirose: Guia de Vigilância Epidemiológica. 2021. 2. WHO. Human Leptospirosis: Guidance for Diagnosis, Surveillance and Control. 2017. 3. Cunha, B.A. et al. Leptospirosis: Diagnosis and Management. Infectious Disease Clinics of North America, 2020. 4. NICE. Benzodiazepine and Z-drug withdrawal management. 2021. 5. BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas: Leptospirose. 2019 29ª QUESTÃO 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 38 de 69 Enunciado: (AFYA PARAIBA) Paciente sexo feminino, 65 anos de idade chega ao hospital referindo evacuações com sangue. Relata que o quadro iniciou há cerca de 10 dias com 4 (quatro) episódios de evacuações com sangramento de coloração vermelho vivo em pequena quantidade. Relata que apresentou outros episódios de evacuações sem sangue. Ao exame apresenta PA 120 x 80 mmHg, FC de 60 bpm e o exame anorretal ectoscopico estava normal, com ausência de lesões, fissuras ou hemorroidas e o toque retal revelou a presença de sangue vermelho vivo na luva em pequena quantidade. Em relação ao caso em questão, analise as assertivas abaixo: I. A principal hipótese diagnóstica é de ulcera péptica gastroduodenal complicada com hemorragia. II. A paciente necessita de colonoscopia para diagnóstico do local do sangramento pois está estável. III. A melhor conduta é realizar um exame de scan com hemácias marcadas para localizar o sangramento ativo. IV. A paciente deve ser internada para reposição de sangue, medicação anticoagulante e antibioticoterapia profilática. É correto apenas o que se afirma apenas em: Alternativas: (alternativa A) III e IV. (alternativa B) IV. (alternativa C) (CORRETA) II. (alternativa D) I e II. 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 39 de 69 Resposta comentada: Resposta correta - O sangramento é pequeno e intermitente e o paciente está estável e a melhor conduta é realizar uma colonoscopia para diagnóstico. Distratores: O paciente apresenta uma hemorragia digestiva baixa, persistente em pequena quantidade. O scan seria indicado em caso de sangramento ativo em maior intensidade e a cirurgia em caso de instabilidade. Não há indicação de anticoagulantes. Referência: Sabiston tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna / Courtney M. Townsend ... [et al.]; tradução GEA ; [colaboração Cary B. Aarons ... [et al.]]. - 20. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2019. 30ª QUESTÃO Enunciado: (UNIFIPMOC) J.A.B., um menino de 3 anos de idade, foi levado à Unidade Básica de Saúde (UBS) por sua mãe devido a episódios frequentes de sangramento. Desde os 2 anos, o paciente sempre aparece com equimoses e hematomas inexplicáveis em diferentes partes do corpo após quedas leves. Nos últimos meses, ele também teve sangramentos nas gengivas durante a escovação e um episódio de sangramento nasal que durou mais de 30 minutos. Não possui histórico de comorbidades conhecidas, não faz uso de medicações contínuas. A história familiar mostra que o pai tem diagnóstico de doença hematológica e faz acompanhamento no Hemocentro. Durante a consulta, foram solicitados exames laboratoriais que mostraram os seguintes resultados: Tempo de protrombina (TP): 12 segundos (VR: 11 a 14 segundos), Tempo de tromboplastina parcial ativada (PTTa): 60 segundos (VR: 25 a 40 segundos), Contagem de plaquetas: 250.000/mm³ (VR: 150.000 a 450.000/mm³ ) . Considerando o o caso apresentado, analise as assertivas que seguem. I. Os resultados de contagem de plaquetas e do PTTa sugerem que a condição de J.A.B. está relacionado com a hemostasia secundária, e não a hemostasia primária. II. A presença de sangramentos frequentes nas gengivas e hematomas após traumas leves indica uma possível trombocitopatia, sendo necessário realizar um teste de função plaquetária mais detalhado para confirmar essa hipótese. III. Considerando o histórico familiar de hemorragias e o resultado do PTTa, a hipótese diagnóstica mais provável para J.A.B. é a hemofilia, indicando uma deficiência de fator de coagulação (VIII e IX). É correto apenas o que se afirma em 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 40 de 69 Alternativas: (alternativa A) II e III. (alternativa B) (CORRETA) I e III. (alternativa C) I, II e III. (alternativa D) I e II. Resposta comentada: Justificativa: Os resultados de contagem de plaquetas e do PTTa sugerem que a condição de J.A.B. está relacionada com a hemostasia secundária, e não com a hemostasia primária. Justificativa: Esta afirmativa é correta. O PTTa elevado sugere um problema na hemostasia secundária, que envolve a coagulação e os fatores de coagulação. A contagem de plaquetas está dentro do intervalo normal, o que indica que a hemostasia primária (que depende da função plaquetária e da integridade vascular) não é a causa dos sangramentos. A presença de sangramentos frequentes nas gengivas e hematomas após traumas leves indicauma possível trombocitopatia, sendo necessário realizar um teste de função plaquetária mais detalhado para confirmar essa hipótese. Justificativa: Esta afirmativa é falsa. Embora a trombocitopatia possa causar sangramentos, a contagem de plaquetas normal e o PTTa elevado são mais indicativos de um problema com os fatores de coagulação. Portanto, a necessidade de um teste de função plaquetária pode não ser a abordagem mais indicada neste caso. Considerando o histórico familiar de hemorragias e o resultado do PTTa, a hipótese diagnóstica mais provável para J.A.B. é a hemofilia, indicando uma deficiência de fator de coagulação (VIII e IX). Justificativa: Esta afirmativa é correta. O histórico familiar e o aumento do PTTa são consistentes com a hemofilia, que é uma condição hereditária caracterizada pela deficiência de fatores de coagulação, especificamente os fatores VIII (hemofilia A) e IX (hemofilia B). Conclusão: Portanto, a análise correta é que apenas as assertivas I e III estão corretas. A alternativa correta é I e III. Referência: GOLDMAN, Lee; SCHAFER, Andrew I. Goldman-Cecil Medicina. 26th ed. Rio de Janeiro: GEN Guanabara Koogan, 2022. E-book. p.Capa. ISBN 9788595159297. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788595159297/. Acesso em: 15 out. 2024. 31ª QUESTÃO 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 41 de 69 Enunciado: (UNITPAC) Paciente de 42 anos é trazida ao pronto-socorro por seu marido relatando que ela está apresentando comportamento depressivo severo há meses. Nas últimas semanas, ela se isolou, perdeu interesse em atividades diárias, e verbalizou várias vezes a vontade de morrer. Na manhã do dia anterior tentou ingerir uma grande quantidade de medicamentos com o objetivo de tirar a própria vida, sendo socorrida a tempo pelo marido. No pronto-socorro, a paciente recusa ajuda, dizendo que não quer continuar vivendo e que "ninguém pode obrigá-la a receber tratamento". Diante do quadro descrito, analise a asserção e a razão a seguir e assinale a alternativa correta. ASSERÇÃO: O psiquiatra pode proceder com a internação involuntária da paciente, mesmo sem seu consentimento, uma vez que ela apresenta risco iminente à sua própria vida. PORQUE RAZÃO: O Código de Ética Médica permite a internação involuntária de pacientes psiquiátricos sem consentimento, desde que haja um risco significativo para a vida do paciente ou de terceiros, e a decisão seja comunicada às autoridades competentes. Alternativas: (alternativa A) A asserção é verdadeira e a razão é falsa. (alternativa B) A asserção e a razão são verdadeiras, mas a razão não justifica a asserção. (alternativa C) A asserção é falsa e a razão é verdadeira. (alternativa D) (CORRETA) A asserção e a razão são verdadeiras, e a razão justifica a asserção. 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 42 de 69 Resposta comentada: A paciente apresenta uma tentativa recente de suicídio e um quadro de depressão grave com ideação suicida, o que configura risco iminente à sua vida. Nesses casos, o psiquiatra tem o respaldo legal e ético para realizar a internação involuntária, conforme a Lei 10.216/2001, que trata da proteção e dos direitos das pessoas com transtornos mentais. A internação involuntária é indicada quando o paciente não tem discernimento para avaliar a necessidade de tratamento e apresenta risco significativo. A decisão deve ser comunicada ao Ministério Público ou outra autoridade competente. A razão, portanto, complementa e justifica a asserção. Referências: BRASIL, Presidência da República, Lei nº 10.216, de 06 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm. BRASIL. Conselho Federal de Medicina. Resolução. CFM nº 2.217, de 27 de setembro de 2018. Código de Ética Médica. Disponível em: https://portal.cfm.org.br/images/PDF/cem2019.pdf. BRASIL. Conselho Federal de Medicina. Recomendação CFM nº 1/2016. Disponível em: https://portal.cfm.org.br/images/Recomendacoes/1_2016.pdf. 32ª QUESTÃO Enunciado: (UNITPAC) Um paciente do sexo masculino, 42 anos, chega ao ambulatório de ortopedia às 8h da manhã com queixa de dor lombar intensa. Como parte do tratamento para o quadro álgico, ele utilizou de forma inadvertida uma quantidade excessiva de anti-inflamatórios. Posteriormente, passou a apresentar edema facial e edema em membros inferiores 2+/4+, além de dispneia progressiva, que atualmente ocorre aos médios esforços. Devido à piora clínica, o ortopedista encaminhou o paciente para uma unidade de pronto atendimento (UPA), onde ele foi atendido apenas às 20h. Na UPA, foi medida a creatinina, que apresentou valor de 2,3 mg/dL (sua creatinina basal era de 1,1 mg/dL). A médica responsável decidiu deixá-lo em observação e orientou a coleta de urina em um saco coletor para monitoramento do débito urinário. Na manhã seguinte, às 9h, a creatinina foi repetida e chegou a 2,5 mg/dL. Durante o período de observação (das 20h às 9h), o volume total de urina coletado foi de 460 mL. O paciente tem 80 kg e 1,75 de estatura. Com base nesses achados, o médico realizou a classificação da função renal segundo os critérios da KDIGO. Com base nos dados clínicos e laboratoriais apresentados, marque a alternativa que apresenta o melhor julgamento clínico e a correta classificação da lesão renal do paciente segundo o KDIGO. 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 43 de 69 Alternativas: (alternativa A) O paciente apresenta injúria renal aguda (IRA), estágio 1, dado o aumento da creatinina, mas sem alterações significativas no débito urinário. A classificação é adequada para uma IRA inicial e não há necessidade de intervenção urgente. (alternativa B) A suspeita principal é de estágio 3 de injúria renal aguda (IRA), dado o quadro de edema e dispneia. Uma vez que a creatinina aumentou para 2,5 mg/dL, o caso já configura um estágio avançado da IRA, sugerindo necessidade de terapia renal substitutiva. (alternativa C) O paciente apresenta um quadro clínico compatível com insuficiência cardíaca descompensada, que justifica os edemas e a dispneia. A alteração na creatinina é secundária à má perfusão renal, e não há necessidade de classificar como IRA. (alternativa D) (CORRETA) O paciente apresenta injúria renal aguda (IRA), estágio 2, de acordo com os critérios KDIGO. Deve-se dar continuidade ao monitoramento urinário e investigar a progressão da IRA com base no uso abusivo de anti-inflamatórios. 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 44 de 69 Resposta comentada: Segundo os critérios da KDIGO, a IRA estágio 2 é definida por um aumento da creatinina sérica de 2 a 3 vezes o valor basal ou pela redução do débito urinário para menos de 0,5 mL/kg/h por 12 horas ou mais. No caso, a creatinina subiu de 1,1 mg/dL para 2,5 mg/dL (mais que o dobro), e o débito urinário foi 460 mL em cerca de 13 horas, o que sugere oligúria. O estágio 1 exige um aumento da creatinina para 1,5 a 2 vezes o valor basal, o que não é o caso, pois a creatinina subiu mais do que o dobro. O débito urinário também sugere estágio mais avançado. O estágio 3 exige um aumento da creatinina para 3 vezes o valor basal ou mais, ou creatinina ≥4,0 mg/dL. No caso, a creatinina não atingiu esses valores. Embora edemas e dispneia sejam sintomas comuns na insuficiência cardíaca, o uso abusivo de anti-inflamatórios e a elevação progressiva da creatinina indicam uma IRA primária, não insuficiência cardíaca como diagnóstico principal. A alternativa responde à questão: " O paciente apresenta injúria renal aguda (IRA), estágio 2, de acordo com os critérios KDIGO. Deve-se dar continuidade ao monitoramento urinário e investigar a progressão da IRA com base no uso abusivo de anti-inflamatórios.", uma vez que reflete o diagnóstico de IRA com a correta classificação (estágio 2), de acordocom os critérios KDIGO. As demais alternativas apresentam classificações incorretas ou diagnósticos inadequados frente aos achados clínicos e laboratoriais apresentados no caso. Referências GOLDMAN, Lee; SCHAFER, Andrew I. Goldman-Cecil Medicina. Grupo GEN, 2022. E- book. ISBN 9788595159297. Disponível em:https://integrada. minhabiblioteca. com. br/#/books/978859515929 7/. Acesso em: 03 mai.2023. 33ª QUESTÃO Enunciado: (UNITPAC) Um homem, de 56 anos, é admitido no pronto-socorro com dor abdominal de início súbito e progressivo, há cerca de 12 horas. Ele relata episódios de vômito bilioso e distensão abdominal. O paciente tem histórico de duas cirurgias abdominais prévias: uma apendicectomia e uma colectomia parcial por diverticulite. No exame físico, o abdome está distendido, com timpanismo à percussão e ruídos hidroaéreos aumentados. A palpação revela dor difusa. Não há sinais de febre ou icterícia. Uma radiografia abdominal revela níveis hidroaéreos múltiplos e distensão de alças intestinais. Com base no caso acima, levando em consideração os achados qual é a principal hipótese diagnóstica? 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 45 de 69 Alternativas: (alternativa A) Íleo biliar. (alternativa B) Íleo adinâmico. (alternativa C) (CORRETA) Obstrução intestinal por bridas. (alternativa D) Isquemia colônica. Resposta comentada: Resposta correta: Referência: DOHERTY, Gerard M. CURRENT Cirurgia. 14th ed. Porto Alegre: AMGH, 2017. E-book. p.104. ISBN 9788580556018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788580556018/. Acesso em: 11 out. 2024. 34ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA ITABUNA) Homem, 32 anos, procura atendimento médico por febre e dor abdominal em hipocôndrio direito há 1 dia. Antecedentes pessoais: litíase biliar e esteatose hepática diagnosticadas por ultrassonografia há seis meses. Exame físico: icteríco +++/4+; desidratado +/4+; corado; T = 38°C; FR = 26irpm; FC= 120bpm; abdome: dor a palpação em hipocôndrio direito no rebordo costal, Sinal de Murphy negativo, descompressão brusca dolorosa ausente. ALT=250UI/L; AST=300 UI/L; bilirrubina direta=6,7 mg/dl; bilirrubina indireta=0,6 mg/dl; gamaGT=336 mg/dl; fosfatase alcalina=680 UI/L; leucócitos=16.400 mm3; (Bastonete 8%, Segmentado 71%, Linfócitos 15%, monócitos 4% eosinófilos 2%) HB=13,1 g/dl; Ht=40%. Qual alternativa contém o diagnóstico mais provável ? Alternativas: (alternativa A) Pancreatite aguda. (alternativa B) (CORRETA) Colangite aguda. (alternativa C) Hepatite aguda. (alternativa D) Colecistite aguda. 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 46 de 69 Resposta comentada: A paciente já possui diagnóstico de colelitíase e está evoluindo com icterícia devido ao aumento da bilirrubina direta. Nesses casos, é importante considerar a possibilidade de coledocolitíase, ou seja, obstrução da via biliar por cálculo, que é a principal causa de colangite aguda. Como a paciente ainda apresenta sinais de inflamação sistêmica, como febre, taquicardia e leucocitose com desvio à esquerda, o diagnóstico mais provável é colangite aguda. A pancreatite aguda pode ser uma complicação da colelitíase, mas o padrão da dor abdominal é diferente e, geralmente, não está associada à icterícia. A dor é intensa, localizada na região epigástrica, em faixa, irradiando para o dorso, e é comum o paciente apresentar vômitos. Pacientes com hepatite aguda, por sua vez, geralmente apresentam hepatomegalia, fadiga, mal-estar e desconforto em hipocôndrio direito, além de elevação das transaminases e bilirrubinas. Como a paciente já tem diagnóstico de colelitíase e está ictérica com padrão obstrutivo (aumento da bilirrubina direta), a hipótese de hepatite é menos provável. Na colecistite aguda, por outro lado, a icterícia não costuma ser tão pronunciada, e um sinal clássico no exame físico é o sinal de Murphy, caracterizado pela interrupção abrupta da inspiração profunda durante a palpação do quadrante superior direito. Referência: LOSCALZO, Joseph; FAUCI, Anthony S.; KASPER, Dennis L.; et al. Medicina Interna de Harrison. 21st ed. Porto Alegre: AMGH, 2024. 35ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA ITABUNA) Mulher, 28 anos de idade, 2 partos normais, marido vasectomizado, refere que seus ciclos menstruais permanecem regulares de 30 dias, mas sua menstruação vem aumentando em duração e quantidade há 6 meses, inclusive com aparecimento de cólica (que não apresentava antes). O exame clínico geral é normal. O toque vaginal, não doloroso, identifica útero em anteversoflexão, volume e forma normais, regiões anexiais sem alterações. Qual é a principal hipótese diagnóstica? Alternativas: (alternativa A) Istmocele. (alternativa B) Miomatose uterina. (alternativa C) Endometrite. (alternativa D) (CORRETA) Adenomiose. 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 47 de 69 Resposta comentada: Os principais sintomas da adenomiose são o sangramento menstrual intenso e a dismenorreia, correspondendo a alternativa correta. A paciente apresenta exame físico com útero de volume e forma normais. Em geral, a miomatose provoca aumento do volume uterino com forma irregular (nodular). A endometrite (doença inflamatória pélvica) é um quadro infeccioso, geralmente agudo. Nesse caso, a paciente refere uma história de seis meses sem sintomas infecciosos (febre). Além disso, o toque vaginal não é doloroso. A istmocele é uma “falha” na musculatura uterina, localizada no istmo, geralmente associada à cicatriz prévia de uma cesárea, mas essa paciente teve dois partos normais. A Síndrome dos Ovários Policísticos é um distúrbio hormonal que afeta as mulheres em idade reprodutiva e caracterizada pela presença de cistos nos ovários associada a irregularidade menstrual ou ausência de menstruação, acne, excesso de pelos no corpo, principalmente em locais como face e seio, obesidade e infertilidade, não correspondendo ao caso clínico. Referência: Febrasgo - Tratado de Ginecologia. Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595154841. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154841/. 36ª QUESTÃO Enunciado: (FMIT) Adolescente de 17 anos é levada ao posto de saúde com histórico de preocupação excessiva com o peso e episódios de ingestão alimentar exagerada. Ela relatou períodos de perda de controle durante a alimentação, seguidos por comportamentos compensatórios para evitar ganho de peso, como vômitos autoinduzidos e uso excessivo de laxantes. Durante a consulta demonstrou que sua autoavaliação está extremamente influenciada pelo peso e forma corporal. Com base no DSM-5-TR, qual é o diagnóstico mais provável para esta paciente? Alternativas: (alternativa A) Anorexia nervosa do tipo purgativo. (alternativa B) (CORRETA) Bulimia nervosa. (alternativa C) Anorexia nervosa do tipo restritivo. (alternativa D) Transtorno de compulsão alimentar. 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 48 de 69 Resposta comentada: O principal diagnóstico diferencial aqui é relacionado à anorexia com componente purgativo e a bulimia. No entanto, na anorexia, os aspectos principais são o baixo peso, a restrição alimentar e a imagem corporal que é gravemente distorcida. Na bulimia há prejuízo na autoavaliação, mas há consciência plena da forma e pesos corporais. Usualmente a anorexia é um quadro de gravidade muito mais extrema e pode se configurar em grave risco à integridade e à saúde. Referência: NARDI, Antonio E.; SILVA, Antônio G.; QUEVEDO, João. Tratado de psiquiatria da associação brasileira de psiquiatria. Porto Alegre: ArtMed, 2021. E-book. p.442-465. ISBN 9786558820345. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786558820345/. Acesso em: 20 out. 2024. 37ª QUESTÃO Enunciado: (UNIREDENTOR) Um pediatra está de plantão na sala de parto e é chamado para atender um recém-nascido pré-termo de 35 semanas de idade gestacional. O recém-nascido nasce sem movimento dos membros e sem choro, indicando uma possível necessidade de reanimação.sintomas comuns na insuficiência cardíaca, o uso abusivo de anti-inflamatórios e a elevação progressiva da creatinina indicam uma IRA primária, não insuficiência cardíaca como diagnóstico principal. A alternativa responde à questão: " O paciente apresenta injúria renal aguda (IRA), estágio 2, de acordo com os critérios KDIGO. Deve-se dar continuidade ao monitoramento urinário e investigar a progressão da IRA com base no uso abusivo de anti-inflamatórios.", uma vez que reflete o diagnóstico de IRA com a correta classificação (estágio 2), de acordo com os critérios KDIGO. As demais alternativas apresentam classificações incorretas ou diagnósticos inadequados frente aos achados clínicos e laboratoriais apresentados no caso. Referências GOLDMAN, Lee; SCHAFER, Andrew I. Goldman-Cecil Medicina. Grupo GEN, 2022. E- book. ISBN 9788595159297. Disponível em:https://integrada. minhabiblioteca. com. br/#/books/978859515929 7/. Acesso em: 03 mai.2023. 6ª QUESTÃO Enunciado: (FIPGUANAMBI) Homem de 45 anos, diagnosticado com HIV há 10 anos, apresenta-se à UBS queixando-se de fezes com coágulos e dor abdominal em região mesogástrica e flanco esquerdo, intensa e sem relação com a alimentação. Nega hematêmese, febre ou diarreia. Ele tem estado em tratamento antirretroviral regular, com carga viral suprimida. No entanto, ele admite que ocasionalmente falha na adesão ao tratamento. No exame físico, o paciente está hipotenso, taquicardíaco e pálido, com sinais de desidratação. A anamnese revela um histórico de úlcera péptica tratada há cinco anos. Diante desse quadro clínico, qual dos seguintes diagnósticos é mais provável? 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 8 de 71 Alternativas: (alternativa A) Trombocitopenia imune. (alternativa B) (CORRETA) Colite isquêmica. (alternativa C) Úlcera péptica recorrente. (alternativa D) Colite ulcerativa. Resposta comentada: Pacientes com HIV têm um risco aumentado de desenvolver complicações gastrointestinais, incluindo colite isquêmica. Esta condição pode ser desencadeada por vários fatores, incluindo a própria infecção pelo HIV, uso de medicamentos antirretrovirais e outros fatores de risco como tabagismo, diabetes e hipertensão. A apresentação clínica com fezes com sangue vivo, dor abdominal intensa e sinais de choque sugerem uma hemorragia digestiva baixa significativa, que pode ser causada por colite isquêmica em pacientes com HIV. Referência: Sabiston - Tratado de Cirurgia - Townsend, Courtney; Beauchamp,Daniel - 2 Volumes - 18ª Ed. 7ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA PARAÍBA) Um menino de 8 anos é trazido pelos pais para avaliação na Unidade Básica de Saúde devido à preocupação com o seu comportamento. Desde a primeira infância, a criança tem demonstrado dificuldades em interações sociais. Ele raramente faz contato visual e tem um padrão de linguagem limitado, falando poucas palavras e repetindo frases. Na escola, ele prefere brincar sozinho e demonstra resistência a mudanças na rotina. Além disso, apresenta comportamentos repetitivos, como balançar o corpo para frente e para trás e fica fascinado por tópicos específicos, como números e calendários, aos quais dedica longos períodos de tempo. Com base no caso descrito, marque a alternativa que apresenta o diagnóstico mais provável. 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 9 de 71 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Transtorno de espectro autista. (alternativa B) Transtorno de ansiedade generalizada. (alternativa C) Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. (alternativa D) Transtorno compulsivo. Resposta comentada: Resposta correta: Transtorno do Espectro Autista (TEA) Justificativa: As características do quadro descrito são compatíveis com TEA, incluindo dificuldades na comunicação social, comportamentos repetitivos e interesses restritos. Essas características são centrais para o diagnóstico do TEA, de acordo com o DSM-5 (American Psychiatric Association). O TEA é caracterizado por desafios persistentes na comunicação e interação social, além de padrões de comportamento restritos e repetitivos. Outros transtornos, como ansiedade ou TDAH, podem apresentar alguns sintomas semelhantes, mas o quadro clínico completo descrito é mais típico de TEA. Referências: American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and statistical manual of mental disorders (5th ed.). Washington, DC: American Psychiatric Publishing. Volkmar, F. R., & Wiesner, L. A. (2019). Autism Spectrum Disorder. In Child and Adolescent Psychiatry (pp. 301-319). Springer. 8ª QUESTÃO 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 10 de 71 Enunciado: (UNITPAC) Paciente de 17 anos é trazida ao consultório pela mãe que está preocupada com a perda de peso significativa da filha nos últimos seis meses. A paciente, que costumava pesar 58 kg, agora pesa 42 kg, com IMC de 16,2. Apesar da magreza extrema, ela insiste que se sente "gorda" e tem um medo intenso de ganhar peso. Relata que reduziu drasticamente a ingestão de alimentos, especialmente carboidratos e gorduras, e está praticando exercícios físicos excessivos diariamente. Recusa-se a comer em frente a outras pessoas e desenvolveu rituais alimentares como cortar a comida em pedaços minúsculos e consumir apenas alimentos de baixa caloria. Durante a consulta, admite que se sente exausta, mas não vê problemas em seu comportamento alimentar, afirmando que está "apenas tentando ser saudável". A mãe relata que a filha não menstruou nos últimos quatro meses, e a paciente acredita que isso é um sinal de que seu corpo está se "ajustando a um estilo de vida mais saudável". Com base no caso clínico, pensando na principal hipótese diagnóstica e suas repercussões podemos inferir que pacientes com este quadro experimentam sintomatologia significativa, de forma frequente, mas não exclusiva, relacionada à: Alternativas: (alternativa A) depressão, funcionamento anormal do hormônio reprodutivo, mas também hipotermia, taquidicardia, ortostase e reservas de gordura corporal severamente reduzidas; (alternativa B) inanição, funcionamento normal do hormônio reprodutivo, mas também hipotermia, bradicardia, ortostase e reservas de gordura corporal severamente reduzidas; (alternativa C) (CORRETA) inanição, funcionamento anormal do hormônio reprodutivo, mas também hipotermia, bradicardia, ortostase e reservas de gordura corporal severamente reduzidas; (alternativa D) depressão, involuntariamente reduzem e mantém um grau doentio de perda de peso ou não conseguem ganhar peso proporcional ao crescimento; 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 11 de 71 Resposta comentada: Resposta correta: Indivíduos com essa patologia experimentam sintomatologia médica significativa relacionada à inanição, de forma frequente, mas não exclusiva, funcionamento anormal do hormônio reprodutivo, mas também hipotermia, bradicardia, ortostase e reservas de gordura corporal severamente reduzidas. Justificativa: O quadro clínico de Carolina é característico de Anorexia Nervosa, uma condição marcada por uma redução extrema da ingestão alimentar, intensa preocupação com o peso e uma distorção da imagem corporal. Além disso, os sinais médicos mais comuns relacionados à anorexia incluem alterações hormonais (como amenorreia, que Carolina apresenta), hipotermia, bradicardia (observada na consulta com frequência cardíaca de 50 bpm), e reservas de gordura corporal significativamente reduzidas devido à desnutrição. Erro das alternativas incorretas: Sintomatologia médica significativa relacionada à depressão, taquidicardia... Erro: Embora a depressão possa estar associada à anorexia nervosa, a taquicardia é incompatível com o quadro típico de anorexia. Na anorexia, bradicardia é mais comum devido à desnutrição e efeitos metabólicos. Funcionamento normal do hormônio reprodutivo... Erro: A anorexia nervosa frequentemente causa disfunção hormonal, levando a amenorreia (ausência de menstruação), como observado no caso de Carolina. O funcionamentoÀ observação inicial, o recém-nascido não apresenta respiração espontânea e está hipotônico. Considerando a condição clínica do recém-nascido e as diretrizes de 2022 para reanimação neonatal, assinale a alternativa que descreve a sequência de procedimentos imediatos mais apropriada para o caso. Alternativas: (alternativa A) Esperar 60 segundos para clampear o cordão umbilical e, então, levá-lo à mesa de reanimação, onde deve ser aquecido, posicionado, seco e aspirado se necessário. (alternativa B) Realizar ventilação com pressão positiva com bolsa-válvula-máscara e O₂ a 21%, monitorando a resposta e ajustando conforme a saturação alvo para a faixa etária. (alternativa C) (CORRETA) Realizar estímulo tátil no dorso de forma delicada, no máximo 2 vezes, e proceder com clampeamento imediato do cordão umbilical. (alternativa D) Realizar intubação orotraqueal e ventilação com pressão positiva com bolsa-válvula-máscara e O₂ a 21%, monitorando a resposta respiratória e realizando ajustes conforme necessário. 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 49 de 69 Resposta comentada: Alternativas: Realizar intubação orotraqueal e ventilação com pressão positiva com O₂ a 21%. Justificativa: Incorreta. A intubação orotraqueal é indicada em casos em que a ventilação com máscara e bolsa não é eficaz ou em condições especiais (por exemplo, em casos de mecônio espesso e ineficácia de outras manobras). No caso descrito, o primeiro passo apropriado é a ventilação com bolsa e máscara, especialmente em um recém-nascido pré-termo de 35 semanas. Realizar ventilação com pressão positiva com bolsa-válvula-máscara e O₂ a 21%, monitorando a resposta e ajustando conforme a saturação alvo para a faixa etária. Justificativa: Correta. De acordo com as diretrizes de 2022, a ventilação com pressão positiva com bolsa e máscara é indicada em recém-nascidos que não respiram espontaneamente e apresentam tônus muscular reduzido. A concentração inicial de oxigênio recomendada para recém-nascidos de mais de 32 semanas é de 21% (ar ambiente), com ajustes baseados na oximetria para atingir os alvos de saturação estabelecidos. A alternativa está correta e segue as diretrizes atualizadas de 2022. A reanimação inicial de um recém-nascido de 35 semanas que não apresenta respiração espontânea e hipotonia deve iniciar com ventilação com pressão positiva com bolsa- válvula-máscara e ar ambiente (O₂ a 21%), ajustando conforme necessário de acordo com a saturação alvo para recém-nascidos pré-termo. Realizar estímulo tátil no dorso de forma delicada, no máximo 2 vezes, e proceder com clampeamento imediato do cordão umbilical. Justificativa: Incorreta. Embora o estímulo tátil possa ser realizado inicialmente para incentivar a respiração, o clampeamento imediato do cordão umbilical não é recomendado se o bebê está hipotônico e sem respiração. O clampeamento tardio (após 30 a 60 segundos) é preferido, sempre que possível, para permitir melhor perfusão, especialmente em casos de prematuridade. Esperar 60 segundos para clampear o cordão umbilical e, então, levá-lo à mesa de reanimação, onde deve ser aquecido, posicionado, seco e aspirado se necessário. Justificativa: Incorreta. Embora o clampeamento tardio seja recomendado quando possível, a ausência de respiração e o tônus reduzido justificam a necessidade de intervenção imediata com ventilação com pressão positiva. A reanimação neonatal deve começar o quanto antes, não sendo recomendado aguardar 60 segundos em um recém-nascido com esses sinais. Referência: Almeida MFB, Guinsburg R; Coordenadores Estaduais e Grupo Executivo PRN-SBP; Conselho Científico Departamento Neonatologia SBP. Reanimação do recém-nascido ≥34 semanas em sala de parto: diretrizes 2022 da Sociedade Brasileira de Pediatria. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Pediatria; 2022. https://doi.org/10.25060/PRN-SBP-2022-2. 38ª QUESTÃO 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 50 de 69 Enunciado: (UNIPTAN) Gestante, 28 anos, G2P1A0, em início do pré-natal, apresenta resultado de sorologia para toxoplasmose IgG negativo e IgM positivo. Restante dos exames não apresentam alterações. US obstétrico mostra feto sem alterações, com crescimento adequado para a idade gestacional. Iniciada espiramicina e solicitada nova sorologia. A nova sorologia, com 24 semanas de gestação, apresenta IgG e IgM negativos para toxoplasmose. Assinale a alternativa que apresente o diagnóstico provável e a conduta adequada. Alternativas: (alternativa A) Toxoplasmose tardia. Manter paciente em pré-natal de risco habitual. (alternativa B) Toxoplasmose aguda. Encaminhar para pré-natal de alto risco. (alternativa C) Toxoplasmose aguda. Associar pirimetamina. (alternativa D) (CORRETA) IgM falso positivo. Suspender espiramicina. 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 51 de 69 Resposta comentada: ALTERNATIVA CORRETA: IgM falso positivo – suspender espiramicina. No segundo exame da paciente, o IgM veio negativo e o IgG manteve se negativo, portanto, trata se de falso positivo de IgM. Para confirmar a infecção o IgG tinha que se positivar. DEMAIS ALTERNATIVAS: "Toxoplasmose aguda – associar pirimetamina." Justificativa da incorreção: A toxoplasmose aguda seria confirmada se houvesse um IgM positivo acompanhado de um IgG positivo subsequente, sugerindo infecção recente. No entanto, no novo exame, ambos IgG e IgM são negativos, o que indica ausência de infecção aguda ou imunidade. Associar pirimetamina seria indicado apenas em caso de toxoplasmose confirmada, geralmente após 18 semanas e com infecção ativa. Neste caso, como o IgM parece ter sido um falso positivo, não há indicação para o uso de pirimetamina. "Toxoplasmose tardia – manter paciente em pré-natal de risco habitual." Justificativa da incorreção: O termo "toxoplasmose tardia" não se aplica corretamente aqui. A toxoplasmose tardia normalmente se refere à infecção adquirida no terceiro trimestre, que aumenta o risco de transmissão vertical, mas com menor gravidade fetal. Contudo, no caso de Ana Lúcia, o exame atual mostra IgG e IgM negativos, indicando que ela não adquiriu toxoplasmose. Portanto, essa alternativa está incorreta. "Toxoplasmose aguda – encaminhar para pré-natal de alto risco." Justificativa da incorreção: O encaminhamento para pré-natal de alto risco seria apropriado em casos de toxoplasmose confirmada ou suspeita fortemente confirmada. No entanto, como a nova sorologia mostra tanto IgG quanto IgM negativos, não há evidências de infecção recente ou aguda por toxoplasmose. Portanto, o pré-natal de alto risco não é indicado, e essa alternativa está incorreta. Referência: COSTA, R. et al. Condução da toxoplasmose gestacional. Femina, São Paulo, v. 47, n. 12, p. 893- 897, 2019. Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2020/01/1048446/femina-2019-4712- 893-897.pdf. Acesso em: 6 nov. 2024. 39ª QUESTÃO Enunciado: (UNINOVAFAPI) Um recém-nascido (RN) com 38 semanas de idade gestacional nasceu de parto cesáreo devido a descolamento prematuro de placenta com grande sangramento em cavidade uterina. O RN necessitou de reanimação avançada, com intubação traqueal para realizar massagem cardíaca sincronizada com a ventilação com pressão positiva. Foram conferidos e corrigidos os possíveis erros dos procedimentos realizados. Na reavaliação, o monitor cardíaco indicava frequência cardíaca de 22 bpm e o RN encontrava-se em apneia. Realizado cateterismo venoso umbilical de emergência. Baseado nas diretrizes de reanimação neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria 2022, o próximo procedimento da reanimação desse bebê deve ser: 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 52 de 69 Alternativas: (alternativa A) administrar atropina por via endovenosa. (alternativa B) iniciar expansão volumétrica por via endovenosa. (alternativa C) (CORRETA) administrar epinefrina por via endovenosa. (alternativa D) administrar atropina por via endotraqueal. Resposta comentada: Durante a reanimaçãoavançada de recém-nascidos (RN) com 34 ou mais semanas de idade gestacional o uso de medicações está indicado quando a frequência cardíaca (FC) permanece abaixo de 60 bpm e o RN já recebe massagem cardíaca aplicada de forma sincronizada com a ventilação com pressão positiva (VPP) por cânula traqueal e fornecimento de oxigênio a uma fração inspiratória (FiO2) de 100% com técnica adequada. As drogas utilizadas durante a reanimação neonatal em sala de parto são a epinefrina e o expansor de volume (soro fisiológico 0,9%). A primeira medicação que deve ser administrada é a epinefrina (CORRETA), preferencialmente por via endovenosa (veia umbilical). O expansor de volume é a segunda medicação a ser administrada via endovenosa (INCORRETA), quando há sinais de choque ou sangramento. A atropina é uma medicação que não está indicada durante a reanimação de recém-nascidos com bradicardia em sala de parto (INCORRETAS). Referência: Almeida MFB, Guinsburg R; Coordenadores Estaduais e Grupo Executivo PRN-SBP; Conselho Científico Departamento Neonatologia SBP. Reanimação do recém-nascido ≥34 semanas em sala de parto: diretrizes 2022 da Sociedade Brasileira de Pediatria. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Pediatria; 2022. Páginas: 22 a 24. 40ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA ITABUNA) Paciente de sexo feminino, de 45 anos é atendida no pronto atendimento do Hospital do Exército com história de dor abdominal, em andar superior do abdome, em faixa, acompanhada de vários episódios de vômitos, há 12 horas da entrada. Ao exame físico apresenta-se hemodinamicamente estável, com dor difusa à palpação abdominal, pior em epigástrio e mesogástrio, descompressão brusca negativa. Os exames laboratoriais mostram amilase 1030 U/L. Quais exames laboratoriais iniciais devem ser solicitados para auxílio na avaliação de gravidade do caso, segundo os Critérios da International Association of Pancreatology / American Pancreatic Association / American College of Gastroenterology? 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 53 de 69 Alternativas: (alternativa A) Glicemia, TGO, TGP, fosfatase alcalina. (alternativa B) (CORRETA) Glicemia, leucograma, DHL, AST. (alternativa C) Glicemia, bilirrubinas, fosfatase alcalina. (alternativa D) Glicemia, Lipase, gama- GT. Resposta comentada: Resposta Comentada: Para diagnóstico de pancreatite aguda, o doente deverá preencher dois dos três critérios seguintes: Clínico: dor abdominal quadrante superior associada a náuseas e vômitos. Laboratorial: aumento de amilase e/ou lipase acima de três vezes o limite superior da normalidade. Imagem: alterações típicas de pancreatite aguda nos exames de imagem. Ou seja: podemos concluir que o paciente fecha critérios para pancreatite aguda (clínico + laboratorial). Na admissão deve ser solicitado Leucograma, glicemia, LDH e AST, pois fazem parte dos critérios admissionais de Ranson e servirão para predizer a gravidade do quadro. Referências: LOSCALZO, Joseph; FAUCI, Anthony S.; KASPER, Dennis L.; et al. Medicina Interna de Harrison. 21st ed. Porto Alegre: AMGH, 2024. GOLDMAN, Lee; SCHAFER, Andrew I. Goldman-Cecil Medicina. 26th ed. Rio de Janeiro: GEN Guanabara Koogan, 2022. E-book. p.Capa. ISBN 9788595159297. LOPES, Antonio C. Manual de Clínica Médica. Rio de Janeiro: Roca, 2019. E-book. p.611. ISBN 9788527736145. 41ª QUESTÃO Enunciado: (FMIT) Homem, 25 anos, da entrada no pronto-socorro com queixa de dor lombar à direita de forte intensidade com irradiação para região escrotal. Ele nega febre. Após analgesia, paciente é submetido a tomografia computadorizada de abdome sem contraste que evidencia a presença de um cálculo de 22 mm alocado em ureter distal. Analise a situação acima e assinale a alternativa que contém a conduta correta nesse caso: 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 54 de 69 Alternativas: (alternativa A) A nefrolitotomia aberta é a melhor terapia viável para o tratamento desse tipo de cálculo, apesar de estar associada a maiores complicações. (alternativa B) A nefrolitotripsia percutânea é uma excelente opção terapêutica por ser pouco invasiva e efetiva para o tratamento de cálculos ureterais maiores que 2 cm. (alternativa C) (CORRETA) A ureterolitotripsia endoscópica é a opção terapêutica mais adequada nesse caso devido a localização e o tamanho do cálculo. (alternativa D) A melhor opção terapêutica para esse paciente é a prescrição de terapia expulsiva com bloqueadores alfa adrenérgicos. Resposta comentada: A terapia expulsiva com alfa adrenérgicos está indicada apenas para pacientes com cálculo menores que 1 cm. A litotripsia endoscópica é o tratamento comumente mais utilizado para o tratamento de cálculos > 2 cm, especialmente aqueles localizados na porção mais distal do ureter. Para cálculos > 2 cm localizados na pelve renal ou em ureter proximal e nefrolitotomia percutânea também é uma opção viável. Atualmente a nefrolitotomia aberta é utilizada apenas em casos refratários ou para remoção de cálculos coraliformes, devido ao maior risco de complicações pós operatórias. Referência: Riella, Miguel Carlos; Princípios de nefrologia e distúrbios hidreletrolíticos/Miguel Carlos Riella. – 6.ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 1.136 p.: il.; 28 cm. 42ª QUESTÃO Enunciado: (IESVAP) Uma paciente de 18 anos, gestante no primeiro trimestre, chega à sala de parto com queixa de dor abdominal intensa, febre alta, calafrios e sangramento vaginal. O exame físico revela útero doloroso à palpação, secreção vaginal purulenta e sinais de peritonite. Os exames laboratoriais mostram leucocitose com desvio à esquerda e elevação dos marcadores inflamatórios. Qual é a conduta inicial mais adequada para o manejo desta paciente? 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 55 de 69 Alternativas: (alternativa A) Administração de tocolíticos, monitoramento fetal contínuo e hidratação intravenosa. (alternativa B) Administração de antifúngicos, realização de ultrassonografia e suporte nutricional. (alternativa C) Observação clínica, administração de antipiréticos e repouso absoluto. (alternativa D) (CORRETA) Administração de antibióticos de amplo espectro, curetagem uterina e suporte hemodinâmico. 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 56 de 69 Resposta comentada: Alternativas: Administração de antibióticos de amplo espectro, curetagem uterina e suporte hemodinâmico. Justificativa: Correta. O quadro clínico é sugestivo de infecção uterina grave, possivelmente um aborto séptico, que pode evoluir rapidamente para sepse. A conduta inicial apropriada inclui a administração de antibióticos de amplo espectro para combater a infecção, curetagem uterina para remover o conteúdo infectado e suporte hemodinâmico para estabilizar a paciente. Este manejo é crítico para evitar complicações graves, como choque séptico. A alternativa está correta, pois aborda as prioridades no manejo de um quadro de infecção uterina grave: a administração de antibióticos de amplo espectro e a curetagem uterina, associados ao suporte hemodinâmico. Este manejo reduz o risco de complicações, especialmente a progressão para choque séptico, seguindo as práticas recomendadas em emergências obstétricas com suspeita de infecção. Observação clínica, administração de antipiréticos e repouso absoluto. Justificativa: Incorreta. Dada a gravidade dos sintomas, como dor abdominal intensa, febre alta e sinais de peritonite, a simples observação e uso de antipiréticos não são suficientes. Esta conduta negligencia a necessidade de antibióticos imediatos e intervenções para remoção do conteúdo uterino infectado, o que coloca a paciente em risco de piora rápida. Administração de tocolíticos, monitoramento fetal contínuo e hidratação intravenosa. Justificativa: Incorreta. Tocolíticos são usados para inibir contrações uterinas em casos de trabalho de parto prematuro iminente, mas não são apropriados para uma infecção intrauterina com risco de sepse. A hidratação intravenosa pode serútil, mas não é suficiente para o manejo de uma infecção grave. A prioridade é o tratamento da infecção e estabilização hemodinâmica. Administração de antifúngicos, realização de ultrassonografia e suporte nutricional. Justificativa: Incorreta. A administração de antifúngicos é inadequada, pois o quadro clínico e os exames laboratoriais são mais indicativos de infecção bacteriana. A ultrassonografia pode auxiliar na avaliação do útero, mas não substitui a necessidade de antibióticos e de curetagem. O suporte nutricional é importante em longo prazo, mas não é prioritário neste contexto agudo. Referência: ROBBINS, Stanley L.; COTRAN, Ramzi S.; KUMAR, Vinay. Patologia: Bases Patológicas das Doenças. 10. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2021. 43ª QUESTÃO 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 57 de 69 Enunciado: (UNIREDENTOR) Adolescente, feminina, cisgênero, 15 anos, foi diagnosticada com depressão maior há seis meses. Ela tem apresentado humor persistentemente deprimido, dificuldade em dormir, queda acentuada no rendimento escolar e distúrbios alimentares. Recentemente começou a expressar pensamentos suicidas e relatou planejamento inicial para tentar tirar a própria vida. Após avaliação clínica cuidadosa, sua equipe médica considerou que a paciente apresenta risco elevado de suicídio. Qual a conduta terapêutica mais apropriada nesse caso? Alternativas: (alternativa A) Intervenção psicoterapêutica intensiva (terapia cognitivo comportamental) e acompanhamento domiciliar com suporte familiar. (alternativa B) Introdução de antidepressivo tricíclico e alta com orientação para a família monitorar o uso da medicação. (alternativa C) Introduzir um antidepressivo da classe dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) sem acompanhamento psicoterapêutico imediato. (alternativa D) (CORRETA) Internação psiquiátrica imediata, associada à estabilização com antidepressivos da classe dos inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) e monitoramento contínuo. Resposta comentada: Em casos de risco elevado de suicídio, como no caso da paciente, a hospitalização imediata é necessária para garantir a segurança da paciente. A estabilização com antidepressivos, preferencialmente inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) devido ao melhor perfil de segurança em adolescentes, deve ser associada a um acompanhamento contínuo em ambiente controlado. O monitoramento constante e o suporte multidisciplinar são essenciais para prevenir tentativas de suicídio, especialmente nas fases iniciais do tratamento medicamentoso. Referências: Birmaher, B., Brent, D. A., AACAP Work Group on Quality Issues. (2007). Practice parameter for the assessment and treatment of children and adolescents with depressive disorders. Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry, 46(11), 1503-1526. Bridge, J. A., Goldstein, T. R., & Brent, D. A. (2006). Adolescent suicide and suicidal behavior. Journal of Child Psychology and Psychiatry, 47(3-4), 372-394. Explicação adicional: Em adolescentes com risco de suicídio, a hospitalização pode ser necessária para garantir segurança imediata, com o uso de ISRSs sendo preferido devido ao seu perfil mais seguro comparado aos antidepressivos tricíclicos. Além disso, a intervenção multidisciplinar, incluindo acompanhamento psiquiátrico e psicoterapêutico, é essencial. 44ª QUESTÃO 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 58 de 69 Enunciado: (FACIMPA) Uma criança de 7 anos é trazida à Unidade Básica de Saúde (UBS) por sua mãe, preocupada com o comportamento do filho na escola. A mãe relata que a criança tem dificuldade em manter a atenção durante as atividades escolares, distrai-se facilmente, e muitas vezes age impulsivamente, interrompendo a fala de colegas e professores. Além disso, a criança está constantemente inquieta, movendo-se frequentemente durante as aulas e em casa. A mãe também comenta que seu filho tem dificuldade em seguir instruções e frequentemente esquece materiais escolares, mesmo após ser lembrado. Considerando o caso descrito, qual das alternativas abaixo representa a melhor abordagem terapêutica para essa criança? Alternativas: (alternativa A) Uso de antipsicóticos atípicos, como clozapina e olanzapina, e intervenção psicossocial intensa. (alternativa B) Prescrição de ansiolíticos, como benzodiazepínicos, como clonazepam, e terapia de exposição gradual. (alternativa C) (CORRETA) Uso de metilfenidato, um psicoestimulante, associado à terapia comportamental cognitiva (TCC). (alternativa D) Terapia comportamental cognitiva (TCC) sem uso de medicação, associada a técnicas de mindfulness. Resposta comentada: Uso de metilfenidato, um psicoestimulante, associado à terapia comportamental cognitiva (TCC): O tratamento de primeira linha para crianças com sintomas de TDAH geralmente inclui uma combinação de intervenções farmacológicas e não farmacológicas. O metilfenidato, um estimulante, é uma das medicações mais frequentemente prescritas para o manejo dos sintomas de desatenção e hiperatividade, promovendo melhorias no foco e controle de impulsos. A TCC ajuda a criança a desenvolver estratégias de enfrentamento, controlar impulsos e melhorar o comportamento em casa e na escola. Esta combinação é amplamente respaldada por evidências e é recomendada em diretrizes de tratamento para TDAH. Prescrição de ansiolíticos, como benzodiazepínicos, como clonazepam, e terapia de exposição gradual Ansiedade e TDAH são condições distintas, apesar de algumas comorbidades. Ansiolíticos podem ser usados para tratar transtornos de ansiedade, mas não são indicados como primeira linha para TDAH. A terapia de exposição gradual é uma técnica utilizada principalmente em transtornos de ansiedade, como fobias, e não tem aplicabilidade direta na modificação dos sintomas de desatenção e impulsividade. 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 59 de 69 Terapia comportamental cognitiva (TCC) sem uso de medicação, associada a técnicas de mindfulness Embora as intervenções comportamentais sejam eficazes, o uso isolado sem medicação é menos eficaz no controle dos sintomas nucleares de TDAH, especialmente em casos mais graves. As técnicas de mindfulness podem complementar o tratamento, mas não substituem terapias mais estabelecidas, como a TCC e o uso de medicamentos estimulantes. Portanto, esta abordagem seria incompleta para a maioria das crianças com sintomas moderados a graves de TDAH. Uso de antipsicóticos atípicos, como clozapina e olanzapina, e intervenção psicossocial intensa Antipsicóticos atípicos são indicados como primeira linha para transtornos psiquiátricos como esquizofrenia ou transtorno bipolar, e não para TDAH. Além disso, eles têm um perfil de efeitos colaterais significativo, o que os torna inadequados para o manejo de crianças com TDAH, exceto em casos com comorbidades severas, como agressividade extrema. A intervenção psicossocial intensa pode ser útil, mas não seria o tratamento primário para o caso apresentado. Referências: AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS. Clinical Practice Guideline for the Diagnosis, Evaluation, and Treatment of Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder in Children and Adolescents. Pediatrics, 144(4), AMERICAN PSYCHIATRIC Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5). 5th ed. Arlington, VA: American Psychiatric Publishing, 2013. BARKLEY, A. Attention-Deficit Hyperactivity Disorder: A Handbook for Diagnosis and Treatment. 4th ed. New York: Guilford Press, 2015. ROHDE, A. et al. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) ao Longo da Vida: Uma Perspectiva Clínica Baseada em Evidências. Porto Alegre: Artmed, 2018. SPENCER, T. J.; BIEDERMAN, J.; WILENS, T. Pharmacotherapy of Attention Deficit Hyperactivity Disorder. In: Neuropsychopharmacology: The Fifth Generation of Progress. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 45ª QUESTÃO Enunciado: (UNIFIPMOC) Mulher de 54 anos comparece à consulta como médico da UBS por apresentar sangramento vaginal intermitente há 2 meses. Conta que sua última menstruação aconteceu há quase 3 anos e, desde então, nunca havia apresentado episódios de sangramento. Nega terapia hormonal. Nega comorbidades prévias e atuais. Possui parceiro sexual único. Ao retorno, traz ultrassonografia endovaginal que revelou imagem hiperecogênica de 7 mm com vascularização única e espessura endometrial de 3 mm. Diante do caso, a conduta mais adequada é? 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 60 de 69 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Solicitar uma histeroscopia para avaliação e possível remoção da imagem hiperecogênica (pólipo), considerando o sangramento intermitente e a vascularização observada. (alternativa B) Realizar curetagem uterina para biópsia endometrial, devido ao sangramento vaginal em uma mulher na pós-menopausa. (alternativa C) Solicitar ultrassonografia endovaginal de acompanhamento em 6 meses, visto que a espessura endometrial é de 3 mm, e observar a evolução do quadro. (alternativa D) Realizar histerectomia total, devido ao risco de malignidade associado à imagem hiperecogênica e ao sangramento vaginal persistente. 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 61 de 69 Resposta comentada: Justificativa: Realizar uma curetagem uterina para biópsia endometrial, devido ao sangramento vaginal em uma mulher na pós-menopausa. Justificativa: Esta afirmação é falsa. A curetagem uterina é um procedimento realizado sem visão direta, o que pode não permitir a polipectomia adequada. Solicitar uma histeroscopia para avaliação e possível remoção da imagem hiperecogênica (pólipo), considerando o sangramento intermitente e a vascularização observada. Justificativa: Esta afirmação é verdadeira. A histeroscopia é o melhor método para realizar a exérese do pólipo endometrial, sendo o exame padrão ouro para a avaliação da cavidade uterina. Solicitar ultrassonografia endovaginal de acompanhamento em 6 meses, visto que a espessura endometrial é de 3 mm, e observar a evolução do quadro. Justificativa: Esta afirmação é falsa. Acompanhamento sem investigação não é apropriado, dado o sangramento. Realizar uma histerectomia total, devido ao risco de malignidade associado à imagem hiperecogênica e ao sangramento vaginal persistente. Justificativa: Esta afirmação é falsa. A histerectomia é um procedimento de maior morbidade, e não há indicação de ser realizada por causa de um pólipo endometrial. Referência: HOFFMAN, Barbara L.; SCHORGE, John O.; HALVORSON, Lisa M.; et al. Ginecologia de Williams. 2nd ed. Porto Alegre: ArtMed, 2014. E-book. p.18. ISBN 9788580553116. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788580553116/. Acesso em: 15 out. 2024. 46ª QUESTÃO Enunciado: (UNISL PVH) Um adolescente de 16 anos, sem histórico de doenças neurológicas prévias, comparece à UBS acompanhado pela mãe, que relata que há 2 semanas o filho apresentou episódios de fraqueza súbita nos membros inferiores, levando-o a cair várias vezes ao chão. Não houve perda de consciência, mas o adolescente relata formigamento nas pernas antes dos episódios de queda. No exame físico, os reflexos tendinosos estão normais, e não há sinais de atrofia muscular ou alteração de força objetiva nos membros inferiores. A ressonância magnética cerebral e da coluna lombar solicitada previamente foram normais. Durante o exame, o paciente exibe episódios de fraqueza nos quais os joelhos se dobram, mas sem lesões associadas às quedas. A mãe menciona que o filho tem se mostrado muito ansioso e estressado com questões escolares. Com base no quadro clínico descrito, qual é o diagnóstico mais provável e o próximo passo adequado? 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 62 de 69 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Síndrome conversiva: encaminhar para avaliação psicológica e suporte psicoterápico. (alternativa B) Miastenia gravis: iniciar teste com edrofônio (Tensilon) e tratamento com imunoglobulina. (alternativa C) Esclerose múltipla: solicitar análise do líquido cefalorraquidiano para confirmação. (alternativa D) Neuropatia periférica: encaminhar para eletroneuromiografia dos membros inferiores. Resposta comentada: Síndrome conversiva (transtorno de conversão); encaminhar para avaliação psicológica e iniciar suporte psicoterápico. Justificativa: O quadro clínico apresentado é sugestivo de síndrome conversiva, caracterizada por sintomas neurológicos (como fraqueza ou formigamento) que não podem ser explicados por uma condição neurológica ou médica, e frequentemente associada a fatores de estresse psicológico. O fato de o exame físico ser normal, sem alterações neurológicas objetivas (reflexos preservados, ausência de atrofia ou déficits de força) e exames de imagem normais (ressonância magnética), sugere que a causa dos sintomas é funcional. A história de ansiedade e estresse escolar também reforça o diagnóstico. A conduta adequada inclui encaminhamento para avaliação psicológica e suporte psicoterápico, visando tratar o transtorno subjacente. Distratores: Esclerose múltipla normalmente apresenta achados de imagem ou exames complementares alterados, além de sinais neurológicos objetivos. Miastenia gravis apresenta fraqueza muscular que piora com o esforço, mas o exame físico frequentemente mostra sinais específicos, como ptose palpebral ou dificuldade na elevação dos membros. Neuropatia periférica causaria déficits sensoriais e motores com exames clínicos e eletroneuromiográficos alterados. Referências: 1. American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5). Washington, DC: American Psychiatric Publishing. 2. Stone, J., et al. (2010). Functional neurological symptoms: assessment and management. Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry, 81(12), 1567-1574. 3. Espay, A. J., & Aybek, S. (2017). Current Concepts in Diagnosis and Treatment of Functional Neurological Disorders. JAMA Neurology, 74(9), 1132-1139. 4. Feinstein, A., et al. (2018). The neurobiology and treatment of conversion disorder and related functional neurological disorders. Handbook of Clinical Neurology, 139, 591-605. 47ª QUESTÃO 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 63 de 69 Enunciado: (UNIFIPMOC) A.B.L, sexo feminino, com 58 anos de idade, comparece ao pronto-socorro com queixas de febre, calafrios, dor lombar intensa do lado direito e náuseas há 1 dia. Ela é diabética tipo 2, com uso de Metformina 850 mg 3x/dia e Dapaglifozina 10 mg 1x/dia (HbA1c do último mês, igual a 8,9%), e relata que, nos últimos dias, apresentou quadro de polaciúria e algúria, melhorado parcialmente com uso de Fenazopiridina. Ao exame físico, apresenta sensibilidade à palpação na região lombar direita. Sinais vitais indicam: PA: 115x75 mmHg, FC: 102 bpm; FR: 18 irpm, Tax: 38,9ºC, SatO2 em ar ambiente: 97%. A análise de urina mostra leucocitúria, hematúria e nitrito positivo, glicemia: 279 mg/dL. A urocultura foi realizada e o resultado sairá em breve. Diante desse quadro, qual a conduta mais apropriada a ser adotada pela equipe médica de plantão? Alternativas: (alternativa A) A internação está indicada, pois a hipótese diagnóstica mais provável costuma afetar pacientes diabéticos de forma grave, apesar da paciente apresentar um bom controle glicêmico. (alternativa B) (CORRETA) Considerando a hipótese diagnóstica mais provável e sua condição de diabética, faz-se necessário internar a paciente para tratamento intravenoso com a possibilidade de uso de Ceftriaxona 1g de 12/12 horas. (alternativa C) A paciente deve ser internada para realizada de exames laboratoriais complementares, como urocultura, e para tratamento com antibiótico, sendo uma sugestão permitente, a Nitrofurantoína 100 mg de 6/6 horas. (alternativa D) A paciente deve ser tratada ambulatorialmente com Ciprofloxacino 500 mg de 12/12 horas por 7 dias, já que seu diabetesestá controlado e não apresenta sinais de gravidade. 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 64 de 69 Resposta comentada: Justificativa: A paciente deve ser tratada ambulatorialmente com Ciprofloxacino 500 mg de 12/12 horas por 7 dias, já que seu diabetes está controlado e não apresenta sinais de gravidade. Justificativa: Esta alternativa é falsa. Embora a paciente tenha diabetes controlada, o quadro clínico sugere uma infecção urinária alta (pielonefrite) devido à febre, dor lombar e sinais de infecção. O tratamento ambulatorial não é recomendado para pielonefrite complicada (paciente diabética), que geralmente requer internação para garantir a administração intravenosa de antibióticos e monitoramento. Considerando a hipótese diagnóstica mais provável e sua condição de diabética, faz-se necessário internar a paciente para tratamento intravenoso com a possibilidade de uso de Ceftriaxona 1g de 12/12 horas. Justificativa: Esta alternativa é verdadeira. Dada a apresentação clínica da paciente e sua condição de diabética, a internação é indicada. A ceftriaxona é uma escolha apropriada para o tratamento intravenoso de pielonefrite aguda, especialmente em pacientes com fatores de risco, como diabetes. A paciente deve ser internada para realização de exames laboratoriais complementares, como urocultura, e para tratamento com antibiótico, sendo uma sugestão permitente, a Nitrofurantoína 100 mg de 6/6 horas. Justificativa: Esta alternativa é falsa. Embora a internação e a realização de exames laboratoriais sejam necessárias, a nitrofurantoína não é o antibiótico de escolha para pielonefrite. Ela é mais indicada para infecções do trato urinário inferior. A urocultura é importante, mas não deve atrasar o início do tratamento antibiótico em um caso de pielonefrite. A internação está indicada, pois a hipótese diagnóstica mais provável costuma afetar pacientes diabéticos de forma grave, apesar da paciente apresentar um bom controle glicêmico. Justificativa: Esta alternativa é falsa. Embora seja verdade que a pielonefrite possa ser grave em pacientes diabéticos, a ênfase na condição de controle glicêmico é irrelevante para a decisão de internação. A internação deve ser baseada na gravidade do quadro clínico, que neste caso são claros. Ademais, a paciente possui um mau controle glicêmico. Referência: GOLDMAN, Lee; SCHAFER, Andrew I. Goldman-Cecil Medicina. 26th ed. Rio de Janeiro: GEN Guanabara Koogan, 2022. E-book. p.Capa. ISBN 9788595159297. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788595159297/. Acesso em: 15 out. 2024. 48ª QUESTÃO Enunciado: (FESAR) Uma primigesta de 32 semanas, comparece à emergência obstétrica com queixa de perda de líquido transvaginal. Ao exame físico, observa-se rotura das membranas ovulares com saída de líquido amniótico límpido. A paciente refere corrimento vaginal amarelado há 3 dias, disúria e dispareunia há 2 dias. A infecção intrauterina é uma importante causa identificável de rotura das membranas ovulares. Qual seria a principal infecção sexualmente transmissível (IST) possivelmente associada à rotura prematura de membranas nesta paciente e qual a estratégia preventiva mais eficaz para essa condição? 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 65 de 69 Alternativas: (alternativa A) Clamídia trachomatis: Uso profilático de azitromicina 1g VO por 03 dias em gestantes de alto risco. (alternativa B) (CORRETA) Neisseria gonorrhoeae: Rastreamento e tratamento precoce em gestantes e seus parceiros. (alternativa C) Trichomonas vaginalis: Tratamento com secnidazol 1 g VO dose única para ambos os parceiros. (alternativa D) Herpes simples vírus: Uso de aciclovir profilático em gestantes com história de herpes genital. Resposta comentada: A gonorreia é uma IST altamente associada à RPM, aumentando o risco em até 8 vezes. O rastreamento e tratamento precoce da gestante e seus parceiros são cruciais para prevenir a RPM e outras complicações obstétricas. Lembre-se: O diagnóstico de ISTs em gestantes deve ser feito com base em história clínica, exame físico e testes laboratoriais específicos. O tratamento oportuno das ISTs reduz significativamente o risco de RPM e outras complicações obstétricas. A educação em saúde sexual e reprodutiva, incluindo o uso correto de preservativos, é fundamental para prevenir ISTs e seus desdobramentos. Referências: DUCAN, B, B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Disponível em: Minha Biblioteca, (5th edição). Grupo A, 2022. Ministério da Saúde. Atenção ao pré-natal de baixo risco.2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_pre_natal_baixo_risco.pdf. 49ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA SANTA INÊS) Uma paciente de 25 anos de idade, primigesta, comparece à sua primeira consulta de pré-natal no primeiro trimestre de gestação. A data da última menstruação (DUM) foi há aproximadamente 10 semanas. Durante o exame físico, ao realizar a manobra de Leopold, o medico não consegue ter certeza das medidas, mas consegue auscultar os batimentos cardiofetais em dorso esquerdo. No entanto, a paciente relata histórico de múltiplos parceiros sexuais e uso inconsistente de preservativos. Na UBS dispomos de todos os testes rápidos para sífilis, hiv, hepatite B e C, e podemos solicitar todos que serão necessários para o período gestacional. Com base nesse cenário, qual é a melhor abordagem diagnóstica para a sífilis na gestante? 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 66 de 69 Alternativas: (alternativa A) Solicitar o teste não treponêmico e esperar o resultado, caso positivo realizar o tratamento com 3 doses da penicilina benzatina, 1,2 milhões em cada glúteo por 3 semanas. (alternativa B) (CORRETA) Realizar o teste treponêmico e caso positivo, iniciar o tratamento com 3 doses da penicilina benzatina com 1,2 milhões de unidade em cada glúteo por 3 semanas. (alternativa C) Solicitar o teste VDRL para sífilis e esperar o resultado, caso positivo realizar o tratamento, com 3 doses da penicilina benzatina, 1,2 milhões em cada glúteo por 3 semanas. (alternativa D) Realizar o teste rápido, caso seja positivo, o médico deve solicitar uma contraprova com VDRL, caso este venha positivo, realizar o tratamento com 3 doses de penicilina benzatina por 3 semanas. Resposta comentada: Em caso de gestante, devido ao risco de transmissão ao feto, o tratamento deve ser iniciado com apenas um teste positivo (reagente), sem precisar aguardar o resultado do segundo teste. Referência: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sifilis GUSSO, G, et al. Tratado de medicina de família e comunidade - 2 volumes: princípios, formac ̧ão e prática. Disponível em: Minha Biblioteca, (2nd edic ̧ão). Grupo A, 2019. Cap. 140. DUCAN, B, B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenc ̧ão primária baseadas em evidências. Disponível em: Minha Biblioteca, (5th edic ̧ão). Grupo A, 2022. (Cap. 155). 50ª QUESTÃO Enunciado: (UNIREDENTOR) R.C.V, 25 anos, G2P1, com história de parto normal anterior com 35 semanas há 1 ano 3 meses, é atendida na emergência da maternidade com queixa de dor em baixo ventre e relato de barriga ficando dura. No dia do atendimento ela estava com IG de 33 semanas e 1 dia calculado pela ultrassonografia de primeiro trimestre. Relata ter realizado procedimento dentário há 3 dias. Ao exame físico: FU = 33 cm AU = 2/10’/50” TU = normal BCF= 128bpm MAF = presente. Toque vaginal: colo 3 cm dilatado, apagado 70%, bolsa íntegra, apresentação cefálica. De acordo com sua hipótese diagnóstica, marque a alternativa correta: 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 67 de 69 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Internar, administrar nifedipina, betametasona IM para maturação pulmonar fetal, solicitar hemograma completo, EAS com urocultura, ultrassonografia obstétrica e cultura para estreptococo B, além de antibioticoprofilaxia. (alternativa B) Liberarpara casa com uso de progesterona micronizada 200 mg via vaginal à noite até 37 semanas, para prevenção do parto prematuro, solicitar hemograma completo, EAS com urocultura ambulatorialmente. (alternativa C) Internar, administrar nifedipina, hidrocortisona EV por 24 horas, solicitar hemograma completo, EAS com urocultura, ultrassonografia obstétrica e cultura para estreptococo B, além de antibioticoprofilaxia. (alternativa D) Internar, hidratar com Sl FSL 0,9% em bolus, realizar interrupção imediata da gestação por cesariana devido ao risco de trabalho de parto prematuro, solicitar histopatológico placentário para investigação do caso. Resposta comentada: Justificativa detalhada: Liberar para casa com uso de progesterona micronizada 200 mg via vaginal à noite até 37 semanas, para prevenção do parto prematuro. Falsa. O uso de progesterona micronizada é uma estratégia preventiva para pacientes de risco, mas não é indicada quando o trabalho de parto prematuro já está em curso, como no caso dessa paciente com dinâmica uterina ativa (2 contrações em 10 minutos), colo dilatado (3 cm) e apagamento cervical (70%). O manejo adequado exige internação e medidas para inibir o trabalho de parto, além de assegurar a maturação pulmonar fetal e investigar potenciais infecções. Internar, realizar interrupção imediata da gestação por cesariana devido ao risco de trabalho de parto prematuro. Falsa. A cesariana imediata não é indicada neste caso, já que não há sinais de sofrimento fetal (BCF = 128 bpm), e a paciente ainda está em uma fase inicial de trabalho de parto prematuro. O manejo correto neste cenário é a tocolítica associada à corticoterapia para permitir o prolongamento da gestação e a maturação pulmonar fetal, além de prevenir infecções. Internar, administrar nifedipina sublingual, hidrocortisona intravenosa por 24 horas, solicitar hemograma completo, EAS com urocultura, ultrassonografia obstétrica e cultura para estreptococo B, além de antibioticoprofilaxia. Falsa. Embora a internação e o uso de nifedipina para inibição da contratilidade uterina estejam corretos, a hidrocortisona não é a escolha adequada para maturação 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 68 de 69 pulmonar fetal. A corticoterapia para maturação pulmonar deve ser feita com betametasona ou dexametasona, conforme as diretrizes obstétricas. O restante da conduta, incluindo exames e antibioticoprofilaxia, está correto, mas o erro no tipo de corticóide faz com que esta alternativa seja incorreta. Internar, administrar nifedipina sublingual, betametasona intramuscular para maturação pulmonar fetal, solicitar hemograma completo, EAS com urocultura, ultrassonografia obstétrica e cultura para estreptococo B, além de antibioticoprofilaxia. Correta. Esta alternativa descreve o manejo mais adequado para o caso, que inclui: Internação: necessária para monitoramento e controle do trabalho de parto prematuro. Tocolíticos (nifedipina): utilizados para inibir as contrações uterinas e prolongar a gestação. Corticoterapia (betametasona): para maturação pulmonar fetal, especialmente em gestações entre 24 e 34 semanas com risco iminente de parto prematuro. Exames laboratoriais: hemograma, EAS e urocultura para investigar possíveis infecções, especialmente após procedimento dentário recente, que pode ser um foco infeccioso. Cultura para estreptococo do grupo B e antibioticoprofilaxia: essenciais para prevenir infecções neonatais caso o parto ocorra. Referência: Ministério da Saúde. Protocolos de Atendimento para Parto Prematuro. Brasília, 2023. Ministério da Saúde. Gestação de Alto Risco: Manual Técnico. Brasília, 2022. Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Recomendações para Prevenção e Manejo do Parto Prematuro. São Paulo, 2022. American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG). Antenatal Corticosteroid Therapy for Fetal Maturation. Washington, 2022. 000144.940012.3413ae.ebe34e.0f9cff.154f38.751298.6e0a4 Pgina 69 de 69 AFYA CURSO DE MEDICINA - AFYA NOTA FINAL Aluno: Componente Curricular: Integradora 7º Período Professor (es): Período: 202402 Turma: Data: INTEGRADORA_7°PERÍODO_28NOVEMBRO RELATÓRIO DE DEVOLUTIVA DE PROVA PROVA 14494 - CADERNO 002 1ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA IPATINGA) Paciente primigesta de 38 semanas de gestação foi admitida para a assistência ao trabalho de parto. Estava com 2 cm de dilatação, feto no plano – 3 de de Lee, BCF: 152 bpm, bolsa íntegra e apresentou 2 contrações de 15 segundos durante 10 minutos, no momento de sua admissão. Foi reavaliada após 3 horas e estava com a mesma dilatação e as mesmas contrações e o BCF: 125 bpm. Segundo as recomendações do ALSO, qual a conduta adequada para a paciente? Alternativas: (alternativa A) Iniciar ocitocina para acelerar o trabalho de parto. (alternativa B) Articular o fórceps para a extração fetal. (alternativa C) Realizar cesárea para a extração fetal. (alternativa D) (CORRETA) Aguardar entrar em fase ativa do trabalho de parto. 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 1 de 72 Resposta comentada: A paciente não encontra se em fase ativa do trabalho de parto portanto, deve receber alta médica com orientações quanto aos sinais / sintomas para retornar ao hospital. Segundo o ALSO, fase ativa do trabalho de parto caracteriza se por 6 cm ou mais de dilatação do colo uterino associada a contrações uterinas eficientes e duradouras. Não existe indicação médica para a realização de cesárea e, como está com 38 semanas, não é recomendada realização de cesárea a pedido. Não existe nenhuma indicação ou critério médico para alocar fórceps no caso apresentado bem como uso de ocitocina. Analgesia deve ser administrada em fase ativa do trabalho de parto e a mesma não acelera o processo. A paciente não está em fase ativa e não possui indicação médica para interrupção da gestação neste momento, deve portanto, receber alta medica com orientações quanto a sinais e sintomas para retorno ao hospital. Referência: ALSO – Suporte Avançado de Vida em Obstetrícia. 2023. 2ª QUESTÃO Enunciado: (UNITPAC) Paciente de 17 anos é trazida ao consultório pela mãe que está preocupada com a perda de peso significativa da filha nos últimos seis meses. A paciente, que costumava pesar 58 kg, agora pesa 42 kg, com IMC de 16,2. Apesar da magreza extrema, ela insiste que se sente "gorda" e tem um medo intenso de ganhar peso. Relata que reduziu drasticamente a ingestão de alimentos, especialmente carboidratos e gorduras, e está praticando exercícios físicos excessivos diariamente. Recusa-se a comer em frente a outras pessoas e desenvolveu rituais alimentares como cortar a comida em pedaços minúsculos e consumir apenas alimentos de baixa caloria. Durante a consulta, admite que se sente exausta, mas não vê problemas em seu comportamento alimentar, afirmando que está "apenas tentando ser saudável". A mãe relata que a filha não menstruou nos últimos quatro meses, e a paciente acredita que isso é um sinal de que seu corpo está se "ajustando a um estilo de vida mais saudável". Com base no caso clínico, pensando na principal hipótese diagnóstica e suas repercussões podemos inferir que pacientes com este quadro experimentam sintomatologia significativa, de forma frequente, mas não exclusiva, relacionada à: 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 2 de 72 Alternativas: (alternativa A) depressão, funcionamento anormal do hormônio reprodutivo, mas também hipotermia, taquidicardia, ortostase e reservas de gordura corporal severamente reduzidas; (alternativa B) depressão, involuntariamente reduzem e mantém um grau doentio de perda de peso ou não conseguem ganhar peso proporcional ao crescimento; (alternativa C) inanição, funcionamento normal do hormônio reprodutivo, mas também hipotermia, bradicardia, ortostase e reservas de gordura corporal severamente reduzidas; (alternativa D) (CORRETA) inanição, funcionamento anormal do hormônio reprodutivo, mas também hipotermia, bradicardia, ortostase ereservas de gordura corporal severamente reduzidas; Resposta comentada: Resposta correta: Indivíduos com essa patologia experimentam sintomatologia médica significativa relacionada à inanição, de forma frequente, mas não exclusiva, funcionamento anormal do hormônio reprodutivo, mas também hipotermia, bradicardia, ortostase e reservas de gordura corporal severamente reduzidas. Justificativa: O quadro clínico de Carolina é característico de Anorexia Nervosa, uma condição marcada por uma redução extrema da ingestão alimentar, intensa preocupação com o peso e uma distorção da imagem corporal. Além disso, os sinais médicos mais comuns relacionados à anorexia incluem alterações hormonais (como amenorreia, que Carolina apresenta), hipotermia, bradicardia (observada na consulta com frequência cardíaca de 50 bpm), e reservas de gordura corporal significativamente reduzidas devido à desnutrição. Erro das alternativas incorretas: Sintomatologia médica significativa relacionada à depressão, taquidicardia... Erro: Embora a depressão possa estar associada à anorexia nervosa, a taquicardia é incompatível com o quadro típico de anorexia. Na anorexia, bradicardia é mais comum devido à desnutrição e efeitos metabólicos. Funcionamento normal do hormônio reprodutivo... Erro: A anorexia nervosa frequentemente causa disfunção hormonal, levando a amenorreia (ausência de menstruação), como observado no caso de Carolina. O funcionamento hormonal não é normal nesses pacientes. Involuntariamente reduzem o peso... Erro: Na anorexia nervosa, a perda de peso é intencional. Os pacientes têm um medo intenso de ganhar peso e adotam comportamentos para restringir a ingestão de alimentos. Portanto, a redução de peso não é involuntária. Referência: CANTILINO, Amaury; MONTEIRO, Dennison C. Psiquiatria clínica. Rio de Janeiro: MedBook Editora, 2017. E-book. p.Capa. ISBN 9786557830031. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786557830031/. Acesso em: 11 out. 2024. 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 3 de 72 3ª QUESTÃO Enunciado: (UNIREDENTOR) Paciente masculino, 64 anos, esteve em atendimento na UBS devido queixas de de dispneia, mal-estar, hematomas subungueais, palidez e cianose, além de estar apresentado eritema nodoso há 1 semana, onde o diagnóstico de Hanseníase foi suspeitado, trazendo hoje o diagnóstico através da baciloscopia positiva. Irá iniciar a poliquimioterapia. Traz consigo alguns exames já solicitados e realizados, com os seguintes resultados: Hemoglobina 10 (12-18 g/dL) Hematócrito 30% ( 36-50%) VCM 88 (80-97) CHM 32 (32 a 38) Ferro sérico 33 (65 e 165 µg/dL) VHS 85 (Pgina 7 de 72 Resposta comentada: Alternativas: Realizar intubação orotraqueal e ventilação com pressão positiva com O₂ a 21%. Justificativa: Incorreta. A intubação orotraqueal é indicada em casos em que a ventilação com máscara e bolsa não é eficaz ou em condições especiais (por exemplo, em casos de mecônio espesso e ineficácia de outras manobras). No caso descrito, o primeiro passo apropriado é a ventilação com bolsa e máscara, especialmente em um recém-nascido pré-termo de 35 semanas. Realizar ventilação com pressão positiva com bolsa-válvula-máscara e O₂ a 21%, monitorando a resposta e ajustando conforme a saturação alvo para a faixa etária. Justificativa: Correta. De acordo com as diretrizes de 2022, a ventilação com pressão positiva com bolsa e máscara é indicada em recém-nascidos que não respiram espontaneamente e apresentam tônus muscular reduzido. A concentração inicial de oxigênio recomendada para recém-nascidos de mais de 32 semanas é de 21% (ar ambiente), com ajustes baseados na oximetria para atingir os alvos de saturação estabelecidos. A alternativa está correta e segue as diretrizes atualizadas de 2022. A reanimação inicial de um recém-nascido de 35 semanas que não apresenta respiração espontânea e hipotonia deve iniciar com ventilação com pressão positiva com bolsa- válvula-máscara e ar ambiente (O₂ a 21%), ajustando conforme necessário de acordo com a saturação alvo para recém-nascidos pré-termo. Realizar estímulo tátil no dorso de forma delicada, no máximo 2 vezes, e proceder com clampeamento imediato do cordão umbilical. Justificativa: Incorreta. Embora o estímulo tátil possa ser realizado inicialmente para incentivar a respiração, o clampeamento imediato do cordão umbilical não é recomendado se o bebê está hipotônico e sem respiração. O clampeamento tardio (após 30 a 60 segundos) é preferido, sempre que possível, para permitir melhor perfusão, especialmente em casos de prematuridade. Esperar 60 segundos para clampear o cordão umbilical e, então, levá-lo à mesa de reanimação, onde deve ser aquecido, posicionado, seco e aspirado se necessário. Justificativa: Incorreta. Embora o clampeamento tardio seja recomendado quando possível, a ausência de respiração e o tônus reduzido justificam a necessidade de intervenção imediata com ventilação com pressão positiva. A reanimação neonatal deve começar o quanto antes, não sendo recomendado aguardar 60 segundos em um recém-nascido com esses sinais. Referência: Almeida MFB, Guinsburg R; Coordenadores Estaduais e Grupo Executivo PRN-SBP; Conselho Científico Departamento Neonatologia SBP. Reanimação do recém-nascido ≥34 semanas em sala de parto: diretrizes 2022 da Sociedade Brasileira de Pediatria. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Pediatria; 2022. https://doi.org/10.25060/PRN-SBP-2022-2. 6ª QUESTÃO Enunciado: (UNISL PORTO VELHO) Uma paciente adulta será submetida a uma colecistectomia eletiva. Durante a consulta pré-operatória, foram identificadas alterações no perfil de coagulação, e o cirurgião recomenda uma avaliação com o hematologista. Assinale a alternativa que contém os exames mais adequados a serem solicitados . 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 8 de 72 Alternativas: (alternativa A) Dosagem de creatinina sérica para verificar a função renal e possíveis interferências na coagulação. (alternativa B) (CORRETA) Tempo de protrombina (TP) e Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) para investigar as vias de coagulação. (alternativa C) Glicemia de jejum para excluir distúrbios metabólicos que possam interferir na cirurgia, REMIT e processo de coagulação. (alternativa D) Hemograma completo para avaliar as contagens de plaquetas e tamanho das hemácias e outros componentes sanguíneos. Resposta comentada: Os exames Tempo de protrombina (TP) e Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) são os mais indicados para investigar alterações no sistema de coagulação, pois avaliam as vias extrínseca e intrínseca da coagulação. Eles ajudam a identificar possíveis distúrbios que podem impactar o risco de sangramento durante e após a cirurgia. Hemograma completo: Embora útil para avaliar a contagem de plaquetas, o hemograma não avalia diretamente as vias da coagulação, que é o foco principal no cenário de alterações de coagulação. Dosagem de creatinina sérica: A creatinina avalia a função renal, o que é importante para a saúde geral do paciente, mas não é o exame indicado para investigar alterações específicas da coagulação. Glicemia de jejum: A glicemia ajuda a monitorar distúrbios metabólicos, como diabetes, mas não tem relação direta com a avaliação do sistema de coagulação. Referência: "Sabiston: Tratado de Cirurgia", 21ª edição (2022). 7ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA ITABUNA) Homem, 32 anos, procura atendimento médico por febre e dor abdominal em hipocôndrio direito há 1 dia. Antecedentes pessoais: litíase biliar e esteatose hepática diagnosticadas por ultrassonografia há seis meses. Exame físico: icteríco +++/4+; desidratado +/4+; corado; T = 38°C; FR = 26irpm; FC= 120bpm; abdome: dor a palpação em hipocôndrio direito no rebordo costal, Sinal de Murphy negativo, descompressão brusca dolorosa ausente. ALT=250UI/L; AST=300 UI/L; bilirrubina direta=6,7 mg/dl; bilirrubina indireta=0,6 mg/dl; gamaGT=336 mg/dl; fosfatase alcalina=680 UI/L; leucócitos=16.400 mm3; (Bastonete 8%, Segmentado 71%, Linfócitos 15%, monócitos 4% eosinófilos 2%) HB=13,1 g/dl; Ht=40%. Qual alternativa contém o diagnóstico mais provável ? 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 9 de 72 Alternativas: (alternativa A) Hepatite aguda. (alternativa B) (CORRETA) Colangite aguda. (alternativa C) Colecistite aguda. (alternativa D) Pancreatite aguda. Resposta comentada: A paciente já possui diagnóstico de colelitíase e está evoluindo com icterícia devido ao aumento da bilirrubina direta. Nesses casos, é importante considerar a possibilidade de coledocolitíase, ou seja, obstrução da via biliar por cálculo, que é a principal causa de colangite aguda. Como a paciente ainda apresenta sinais de inflamação sistêmica, como febre, taquicardia e leucocitose com desvio à esquerda, o diagnóstico mais provável é colangite aguda. A pancreatite aguda pode ser uma complicação da colelitíase, mas o padrão da dor abdominal é diferente e, geralmente, não está associada à icterícia. A dor é intensa, localizada na região epigástrica, em faixa, irradiando para o dorso, e é comum o paciente apresentar vômitos. Pacientes com hepatite aguda, por sua vez, geralmente apresentam hepatomegalia, fadiga, mal-estar e desconforto em hipocôndrio direito, além de elevação das transaminases e bilirrubinas. Como a paciente já tem diagnóstico de colelitíase e está ictérica com padrão obstrutivo (aumento da bilirrubina direta), a hipótese de hepatite é menos provável. Na colecistite aguda, por outro lado, a icterícia não costuma ser tão pronunciada, e um sinal clássico no exame físico é o sinal de Murphy, caracterizado pela interrupção abrupta da inspiração profunda durante a palpação do quadrante superior direito. Referência: LOSCALZO, Joseph; FAUCI, Anthony S.; KASPER, Dennis L.; et al. Medicina Interna de Harrison. 21st ed. Porto Alegre: AMGH, 2024. 8ª QUESTÃO Enunciado: (UNIFIPMOC) Mulher de 54 anos comparece à consulta com o médico da UBS por apresentar sangramento vaginal intermitente há 2 meses. Conta que sua última menstruação aconteceu há quase 3 anos e, desde então, nunca havia apresentado episódios de sangramento. Nega terapia hormonal. Nega comorbidades prévias e atuais. Possui parceiro sexual único. Ao retorno, traz ultrassonografia endovaginal que revelou imagem hiperecogênica de 7 mm com vascularização única e espessura endometrial de 3 mm. Diante do caso, a conduta mais adequada é? 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 10 de 72 Alternativas: (alternativa A) Realizar histerectomia total, devido ao risco de malignidade associado à imagem hiperecogênica e ao sangramento vaginal persistente.(alternativa B) Realizar curetagem uterina para biópsia endometrial, devido ao sangramento vaginal em uma mulher na pós-menopausa. (alternativa C) (CORRETA) Solicitar uma histeroscopia para avaliação e possível remoção da imagem hiperecogênica (pólipo), considerando o sangramento intermitente e a vascularização observada. (alternativa D) Solicitar ultrassonografia endovaginal de acompanhamento em 6 meses, visto que a espessura endometrial é de 3 mm, e observar a evolução do quadro. 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 11 de 72 Resposta comentada: Justificativa: Realizar uma curetagem uterina para biópsia endometrial, devido ao sangramento vaginal em uma mulher na pós-menopausa. Justificativa: Esta afirmação é falsa. A curetagem uterina é um procedimento realizado sem visão direta, o que pode não permitir a polipectomia adequada. Solicitar uma histeroscopia para avaliação e possível remoção da imagem hiperecogênica (pólipo), considerando o sangramento intermitente e a vascularização observada. Justificativa: Esta afirmação é verdadeira. A histeroscopia é o melhor método para realizar a exérese do pólipo endometrial, sendo o exame padrão ouro para a avaliação da cavidade uterina. Solicitar ultrassonografia endovaginal de acompanhamento em 6 meses, visto que a espessura endometrial é de 3 mm, e observar a evolução do quadro. Justificativa: Esta afirmação é falsa. Acompanhamento sem investigação não é apropriado, dado o sangramento. Realizar uma histerectomia total, devido ao risco de malignidade associado à imagem hiperecogênica e ao sangramento vaginal persistente. Justificativa: Esta afirmação é falsa. A histerectomia é um procedimento de maior morbidade, e não há indicação de ser realizada por causa de um pólipo endometrial. Referência: HOFFMAN, Barbara L.; SCHORGE, John O.; HALVORSON, Lisa M.; et al. Ginecologia de Williams. 2nd ed. Porto Alegre: ArtMed, 2014. E-book. p.18. ISBN 9788580553116. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788580553116/. Acesso em: 15 out. 2024. 9ª QUESTÃO Enunciado: (FMIT) Uma gestante de 19 anos, no primeiro trimestre da gestação, com 10 semanas, pela DUM (data da última menstruação) e pela ultrassonografia de primeiro trimestre, dá entrada na emergência da maternidade com quadro de febre, dor abdominal em baixo ventre, sangramento vaginal em pequena a moderada quantidade e queixa de secreção vaginal de início há 2 dias. Sinais vitais à admissão: TAX 39ºC, FC 92 bpm, PA 110x70 mmHg, FR=20 irpm. Ao exame físico apresentava-se com dor à palpação em região inferior do abdome, sem sinais de irritação peritoneal. Ao exame especular observava-se: secreção purulenta exteriorizando através de orifício externo de colo uterino. A ultrassonografia realizada é sugestiva de abortamento incompleto infectado. A conduta adequada para a paciente é: 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 12 de 72 Alternativas: (alternativa A) Prescrever imediatamente na internação analgésicos e medicações sintomáticas e aguardar a expulsão espontânea do conteúdo uterino, utilizando misoprostol, que é o método menos invasivo para estes casos. (alternativa B) Monitorar a paciente clinicamente por 48 horas, com sinais vitais, iniciando administração de antibiótico e analgésicos imediatamente na internação, antes de qualquer intervenção, a menos que haja sangramento intenso. (alternativa C) Realizar a curetagem uterina AMIU (aspiração manual intra uterina) imediatamente logo após a internação, para esvaziar a cavidade uterina e depois do procedimento administrar antibióticos e/ou analgésicos. (alternativa D) (CORRETA) Iniciar antibioticoterapia intravenosa imediatamente na internação, e logo que possível, preparar a paciente para realizar curetagem uterina ou AMIU (aspiração manual intra uterina), se a mesma estiver clinicamente estável. 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 13 de 72 Resposta comentada: A condução de um aborto infectado requer uma abordagem cuidadosa para prevenir complicações graves, como sepse. A opção mais apropriada é: Iniciar antibioticoterapia intravenosa e realizar curetagem uterina ou AMIU (aspiração manual intra uterina) após estabilização da paciente, pois envolve: De acordo com Zugaib, a abordagem para o aborto infectado deve incluir: 1. 1. Antibioticoterapia: A administração de antibióticos intravenosos é essencial para tratar a infecção e prevenir complicações sépticas. O tratamento deve ser iniciado assim que o aborto infectado for diagnosticado. 2. Curetagem Uterina ou AMIU: A curetagem ou AMIU deve ser realizada para remover o conteúdo uterino retido, mas somente após a estabilização da paciente. Isso é crucial para evitar a progressão da infecção e garantir a segurança do procedimento. 3. O abortamento infectado é uma condição que coloca em risco a vida da mulher, se evoluir para sepse ou choque séptico ne cessita de imediata reanimação, esvaziamento uterino e antibioticoterapia de amplo espectro. (ACOG) Análise das Alternativas incorretas: Realizar a curetagem uterina ou AMIU imediatamente, sem administração prévia de antibióticos: Essa abordagem pode expor a paciente a riscos maiores de complicações, pois a infecção pode ser agravada sem o uso de antibióticos. Monitorar a paciente por 24 horas antes de qualquer intervenção, a menos que haja sangramento intenso: O monitoramento pode ser importante, mas a infecção requer intervenção imediata. A espera pode levar a complicações sérias. Prescrever apenas analgésicos e aguardar a expulsão espontânea do conteúdo uterino: Essa conduta é inadequada em casos de aborto infectado, pois não trata a infecção e pode resultar em um agravamento do quadro clínico. REFERÊNCIA DA QUESTÃO: MORAES, L. M.; SILVA, A. L. Aborto espontâneo e suas complicações. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, São Paulo, v. 40, n. 7, p. 389-396, 2018. DOI: 10.1056/S0004- 27302018000700002. ZUGAIB, M. Aborto: diagnóstico e tratamento. In: Obstetrícia. São Paulo: Atheneu, 2021. p. 205- 210. AMERICAN COLLEGE OF OBSTETRICIANS AND GYNECOLOGISTS (ACOG). Practice Bulletin: Early Pregnancy Loss. Obstetrics & Gynecology, v. 130, n. 6, p. e203-e216, 2022. DOI: 10.1097/AOG.0000000000004975. 10ª QUESTÃO 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 14 de 72 Enunciado: (UNIREDENTOR) R.C.V, 25 anos, G2P1, com história de parto normal anterior com 35 semanas há 1 ano 3 meses, é atendida na emergência da maternidade com queixa de dor em baixo ventre e relato de barriga ficando dura. No dia do atendimento ela estava com IG de 33 semanas e 1 dia calculado pela ultrassonografia de primeiro trimestre. Relata ter realizado procedimento dentário há 3 dias. Ao exame físico: FU = 33 cm AU = 2/10’/50” TU = normal BCF= 128bpm MAF = presente. Toque vaginal: colo 3 cm dilatado, apagado 70%, bolsa íntegra, apresentação cefálica. De acordo com sua hipótese diagnóstica, marque a alternativa correta: Alternativas: (alternativa A) Liberar para casa com uso de progesterona micronizada 200 mg via vaginal à noite até 37 semanas, para prevenção do parto prematuro, solicitar hemograma completo, EAS com urocultura ambulatorialmente. (alternativa B) Internar, administrar nifedipina, hidrocortisona EV por 24 horas, solicitar hemograma completo, EAS com urocultura, ultrassonografia obstétrica e cultura para estreptococo B, além de antibioticoprofilaxia. (alternativa C) Internar, hidratar com Sl FSL 0,9% em bolus, realizar interrupção imediata da gestação por cesariana devido ao risco de trabalho de parto prematuro, solicitar histopatológico placentário para investigação do caso. (alternativa D) (CORRETA) Internar, administrar nifedipina, betametasona IM para maturação pulmonar fetal, solicitar hemograma completo, EAS com urocultura, ultrassonografia obstétrica e cultura para estreptococo B, além de antibioticoprofilaxia. Resposta comentada: Justificativa detalhada: Liberar para casa com uso deprogesterona micronizada 200 mg via vaginal à noite até 37 semanas, para prevenção do parto prematuro. Falsa. O uso de progesterona micronizada é uma estratégia preventiva para pacientes de risco, mas não é indicada quando o trabalho de parto prematuro já está em curso, como no caso dessa paciente com dinâmica uterina ativa (2 contrações em 10 minutos), colo dilatado (3 cm) e apagamento cervical (70%). O manejo adequado exige internação e medidas para inibir o trabalho de parto, além de assegurar a maturação pulmonar fetal e investigar potenciais infecções. Internar, realizar interrupção imediata da gestação por cesariana devido ao risco de trabalho de parto prematuro. Falsa. 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 15 de 72 A cesariana imediata não é indicada neste caso, já que não há sinais de sofrimento fetal (BCF = 128 bpm), e a paciente ainda está em uma fase inicial de trabalho de parto prematuro. O manejo correto neste cenário é a tocolítica associada à corticoterapia para permitir o prolongamento da gestação e a maturação pulmonar fetal, além de prevenir infecções. Internar, administrar nifedipina sublingual, hidrocortisona intravenosa por 24 horas, solicitar hemograma completo, EAS com urocultura, ultrassonografia obstétrica e cultura para estreptococo B, além de antibioticoprofilaxia. Falsa. Embora a internação e o uso de nifedipina para inibição da contratilidade uterina estejam corretos, a hidrocortisona não é a escolha adequada para maturação pulmonar fetal. A corticoterapia para maturação pulmonar deve ser feita com betametasona ou dexametasona, conforme as diretrizes obstétricas. O restante da conduta, incluindo exames e antibioticoprofilaxia, está correto, mas o erro no tipo de corticóide faz com que esta alternativa seja incorreta. Internar, administrar nifedipina sublingual, betametasona intramuscular para maturação pulmonar fetal, solicitar hemograma completo, EAS com urocultura, ultrassonografia obstétrica e cultura para estreptococo B, além de antibioticoprofilaxia. Correta. Esta alternativa descreve o manejo mais adequado para o caso, que inclui: Internação: necessária para monitoramento e controle do trabalho de parto prematuro. Tocolíticos (nifedipina): utilizados para inibir as contrações uterinas e prolongar a gestação. Corticoterapia (betametasona): para maturação pulmonar fetal, especialmente em gestações entre 24 e 34 semanas com risco iminente de parto prematuro. Exames laboratoriais: hemograma, EAS e urocultura para investigar possíveis infecções, especialmente após procedimento dentário recente, que pode ser um foco infeccioso. Cultura para estreptococo do grupo B e antibioticoprofilaxia: essenciais para prevenir infecções neonatais caso o parto ocorra. Referência: Ministério da Saúde. Protocolos de Atendimento para Parto Prematuro. Brasília, 2023. Ministério da Saúde. Gestação de Alto Risco: Manual Técnico. Brasília, 2022. Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Recomendações para Prevenção e Manejo do Parto Prematuro. São Paulo, 2022. American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG). Antenatal Corticosteroid Therapy for Fetal Maturation. Washington, 2022. 11ª QUESTÃO 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 16 de 72 Enunciado: (FESAR) Uma primigesta de 32 semanas, comparece à emergência obstétrica com queixa de perda de líquido transvaginal. Ao exame físico, observa-se rotura das membranas ovulares com saída de líquido amniótico límpido. A paciente refere corrimento vaginal amarelado há 3 dias, disúria e dispareunia há 2 dias. A infecção intrauterina é uma importante causa identificável de rotura das membranas ovulares. Qual seria a principal infecção sexualmente transmissível (IST) possivelmente associada à rotura prematura de membranas nesta paciente e qual a estratégia preventiva mais eficaz para essa condição? Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Neisseria gonorrhoeae: Rastreamento e tratamento precoce em gestantes e seus parceiros. (alternativa B) Herpes simples vírus: Uso de aciclovir profilático em gestantes com história de herpes genital. (alternativa C) Trichomonas vaginalis: Tratamento com secnidazol 1 g VO dose única para ambos os parceiros. (alternativa D) Clamídia trachomatis: Uso profilático de azitromicina 1g VO por 03 dias em gestantes de alto risco. Resposta comentada: A gonorreia é uma IST altamente associada à RPM, aumentando o risco em até 8 vezes. O rastreamento e tratamento precoce da gestante e seus parceiros são cruciais para prevenir a RPM e outras complicações obstétricas. Lembre-se: O diagnóstico de ISTs em gestantes deve ser feito com base em história clínica, exame físico e testes laboratoriais específicos. O tratamento oportuno das ISTs reduz significativamente o risco de RPM e outras complicações obstétricas. A educação em saúde sexual e reprodutiva, incluindo o uso correto de preservativos, é fundamental para prevenir ISTs e seus desdobramentos. Referências: DUCAN, B, B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Disponível em: Minha Biblioteca, (5th edição). Grupo A, 2022. Ministério da Saúde. Atenção ao pré-natal de baixo risco.2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_pre_natal_baixo_risco.pdf. 12ª QUESTÃO 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 17 de 72 Enunciado: (UNISL PVH) Um adolescente de 16 anos, sem histórico de doenças neurológicas prévias, comparece à UBS acompanhado pela mãe, que relata que há 2 semanas o filho apresentou episódios de fraqueza súbita nos membros inferiores, levando-o a cair várias vezes ao chão. Não houve perda de consciência, mas o adolescente relata formigamento nas pernas antes dos episódios de queda. No exame físico, os reflexos tendinosos estão normais, e não há sinais de atrofia muscular ou alteração de força objetiva nos membros inferiores. A ressonância magnética cerebral e da coluna lombar solicitada previamente foram normais. Durante o exame, o paciente exibe episódios de fraqueza nos quais os joelhos se dobram, mas sem lesões associadas às quedas. A mãe menciona que o filho tem se mostrado muito ansioso e estressado com questões escolares. Com base no quadro clínico descrito, qual é o diagnóstico mais provável e o próximo passo adequado? Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Síndrome conversiva: encaminhar para avaliação psicológica e suporte psicoterápico. (alternativa B) Neuropatia periférica: encaminhar para eletroneuromiografia dos membros inferiores. (alternativa C) Miastenia gravis: iniciar teste com edrofônio (Tensilon) e tratamento com imunoglobulina. (alternativa D) Esclerose múltipla: solicitar análise do líquido cefalorraquidiano para confirmação. 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 18 de 72 Resposta comentada: Síndrome conversiva (transtorno de conversão); encaminhar para avaliação psicológica e iniciar suporte psicoterápico. Justificativa: O quadro clínico apresentado é sugestivo de síndrome conversiva, caracterizada por sintomas neurológicos (como fraqueza ou formigamento) que não podem ser explicados por uma condição neurológica ou médica, e frequentemente associada a fatores de estresse psicológico. O fato de o exame físico ser normal, sem alterações neurológicas objetivas (reflexos preservados, ausência de atrofia ou déficits de força) e exames de imagem normais (ressonância magnética), sugere que a causa dos sintomas é funcional. A história de ansiedade e estresse escolar também reforça o diagnóstico. A conduta adequada inclui encaminhamento para avaliação psicológica e suporte psicoterápico, visando tratar o transtorno subjacente. Distratores: Esclerose múltipla normalmente apresenta achados de imagem ou exames complementares alterados, além de sinais neurológicos objetivos. Miastenia gravis apresenta fraqueza muscular que piora com o esforço, mas o exame físico frequentemente mostra sinais específicos, como ptose palpebral ou dificuldade nahormonal não é normal nesses pacientes. Involuntariamente reduzem o peso... Erro: Na anorexia nervosa, a perda de peso é intencional. Os pacientes têm um medo intenso de ganhar peso e adotam comportamentos para restringir a ingestão de alimentos. Portanto, a redução de peso não é involuntária. Referência: CANTILINO, Amaury; MONTEIRO, Dennison C. Psiquiatria clínica. Rio de Janeiro: MedBook Editora, 2017. E-book. p.Capa. ISBN 9786557830031. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786557830031/. Acesso em: 11 out. 2024. 9ª QUESTÃO Enunciado: (UNIDEP) Um paciente do sexo masculino, 68 anos, aposentado, comparece à unidade de saúde com queixas de perda de peso inexplicável nos últimos 6 meses (aproximadamente 8 kg), episódios frequentes de diarreia crônica e fadiga intensa. O paciente relata também febre vespertina intermitente e sudorese noturna. Ao ser questionado sobre sua vida sexual, o paciente informa que tem um parceiro fixo e não usa preservativo regularmente. Ao exame físico, nota-se emagrecimento importante, com índice de massa corporal (IMC) de 18,5 kg/m², linfadenopatia generalizada e candidíase oral. Considerando as informações acima, analise as alternativas abaixo e selecione a correta: 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 12 de 71 Alternativas: (alternativa A) Por ser um paciente idoso, algumas hipóteses diagnósticas não devem ser elencadas, como HIV. (alternativa B) Considerando o quadro clínico do paciente, deverá ser solicitado contagem de CD4 para o paciente para fechar o diagnóstico. (alternativa C) (CORRETA) Um diagnóstico provável é de HIV e deve ser realizado teste rápido na unidade de saúde, sempre com consentimento do paciente. (alternativa D) Considerando a possibilidade do diagnóstico ser de HIV, o paciente deve ser referenciado ao centro de testagem e aconselhamento do município. Resposta comentada: Os testes rápidos são realizados na unidade de saúde e sempre devem ser consentidos pelo usuário. A história clínica é sugestiva de HIV e o seguimento adequado será dado ao paciente após a realização do teste. Se positivo, deverá ser realizado outro exame de outra marca. Se os resultados forem divergentes, deverá ser solicitado exame laboratorial para a confirmação. Referência: Tratado de medicina de família e comunidade : princípios, formação e prática [recursoeletrônico] / Organizadores, Gustavo Gusso, José Mauro Ceratti Lopes, Lêda ChavesDias; 2. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2019. 2 v. 10ª QUESTÃO Enunciado: (FASA VIC) Paciente de 35 anos, deu entrada em pronto atendimento com história de múltiplas hospitalizações nos últimos dois anos devido a uma variedade de sintomas físicos inexplicáveis, incluindo dor abdominal intensa, dor articular em grandes articulações, fraqueza generalizada e convulsões. Ele relata ter sido submetido a numerosos exames e procedimentos médicos invasivos, mas nenhum diagnóstico médico definitivo foi estabelecido até o momento. O paciente conhece bem os termos médicos e frequentemente menciona experiências anteriores com diferentes especialistas. Além disso, ele expressa um desejo frequente de ser hospitalizado e busca constantemente atenção médica. Qual é o diagnóstico mais provável para esse paciente? 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 13 de 71 Alternativas: (alternativa A) Transtorno de Somatização (alternativa B) (CORRETA) Transtorno Factício (alternativa C) Transtorno de Conversão (alternativa D) Transtorno de Ansiedade Generalizada Resposta comentada: A resposta correta é Transtorno Factício. Este transtorno envolve a fabricação deliberada ou simulação de sintomas físicos ou psicológicos para assumir o papel de paciente. Indivíduos com esse transtorno geralmente têm um histórico de múltiplas hospitalizações e procedimentos médicos desnecessários. Eles buscam atenção médica de forma persistente e são altamente conhecedores da linguagem e dos procedimentos médicos, como observado no caso apresentado. Os principais diagnósticos diferenciais incluem: Transtorno de Somatização: Este transtorno envolve múltiplos sintomas físicos, mas não há intenção deliberada de simular ou causar esses sintomas. Transtorno de Conversão: Caracterizado pela presença de sintomas neurológicos sem causa orgânica identificável, como paralisia ou convulsões. No entanto, no transtorno de conversão, os sintomas não são intencionalmente fabricados. Transtorno de Ansiedade Generalizada: Envolve preocupação e ansiedade excessivas sobre uma variedade de eventos ou atividades, mas não está associado à simulação de sintomas físicos. Referência bibliográfica: AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and statistical manual of mental disorders. 5. ed. Arlington, VA: American Psychiatric Publishing, 2013. 11ª QUESTÃO Enunciado: (FIPGUANAMBI) Uma paciente grávida de 32 semanas é admitida na maternidade com quadro de emergência hipertensiva. Ao exame, apresenta pressão arterial de 180/110 mmHg, cefaleia intensa, edema generalizado e oligúria. A gasometria arterial mostra pH de 7,33, bicarbonato de 17 mEq/L, sódio 130mEq/L, cálcio 1,2mmol/L, Magnésio 2,2 mg/dL, potássio 3,7mEq/L. Qual dos seguintes distúrbios hidroeletrolíticos e sua correlação com o quadro clínico é a mais provável? 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 14 de 71 Alternativas: (alternativa A) Hipocalemia, levando a arritmias cardíacas graves, relacionadas à diminuição do volume plasmático e redução da perfusão renal. (alternativa B) Hipernatremia, provocando edema cerebral e sintomas neurológicos, que são comuns em pré- eclâmpsia grave. (alternativa C) Hipermagnesemia, resultante da terapia de sulfato de magnésio, levando a hipotonia e comprometimento respiratório como complicações adicionais. (alternativa D) (CORRETA) Hiponatremia dilucional associada a síndrome de secreção inapropriada de hormônio antidiurético (SIADH), contribuindo para o edema e sintomas neurológicos. Resposta comentada: Na emergência hipertensiva gestacional, distúrbios hidroeletrolíticos como hiponatremia dilucional são frequentes e podem ocorrer devido à SIADH, contribuindo para o edema e sintomas neurológicos associados ao quadro clínico. A terapia com sulfato de magnésio (resposta D) é frequentemente usada em pré-eclâmpsia, mas a paciente aqui não apresenta sinais de hipermagnesemia e nem de hipocalcemia. A gasometria evidencia uma hiponatremia. Referência: MONTENEGRO, Carlos Antônio Barbosa; REZENDE FILHO, Jorge de. Rezende obstetrícia fundamental. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 12ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA ITABUNA) Mulher, 28 anos de idade, 2 partos normais, marido vasectomizado, refere que seus ciclos menstruais permanecem regulares de 30 dias, mas sua menstruação vem aumentando em duração e quantidade há 6 meses, inclusive com aparecimento de cólica (que não apresentava antes). O exame clínico geral é normal. O toque vaginal, não doloroso, identifica útero em anteversoflexão, volume e forma normais, regiões anexiais sem alterações. Qual é a principal hipótese diagnóstica? 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 15 de 71 Alternativas: (alternativa A) Endometrite. (alternativa B) (CORRETA) Adenomiose. (alternativa C) Istmocele. (alternativa D) Miomatose uterina. Resposta comentada: Os principais sintomas da adenomiose são o sangramento menstrual intenso e a dismenorreia, correspondendo a alternativa correta. A paciente apresenta exame físico com útero de volume e forma normais. Em geral, a miomatose provoca aumento do volume uterino com forma irregular (nodular). A endometrite (doença inflamatória pélvica) é um quadro infeccioso, geralmente agudo. Nesse caso, a paciente refere uma história de seis meses sem sintomas infecciosos (febre). Além disso, o toque vaginal não é doloroso. A istmocele é uma “falha” na musculatura uterina, localizada no istmo, geralmente associada à cicatriz prévia de uma cesárea, mas essa paciente teve doiselevação dos membros. Neuropatia periférica causaria déficits sensoriais e motores com exames clínicos e eletroneuromiográficos alterados. Referências: 1. American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5). Washington, DC: American Psychiatric Publishing. 2. Stone, J., et al. (2010). Functional neurological symptoms: assessment and management. Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry, 81(12), 1567-1574. 3. Espay, A. J., & Aybek, S. (2017). Current Concepts in Diagnosis and Treatment of Functional Neurological Disorders. JAMA Neurology, 74(9), 1132-1139. 4. Feinstein, A., et al. (2018). The neurobiology and treatment of conversion disorder and related functional neurological disorders. Handbook of Clinical Neurology, 139, 591-605. 13ª QUESTÃO Enunciado: (FESAR) Mulher cisgênero de 20 anos procura atendimento de urgência devido à erupção cutânea nos membros inferiores, semelhante a um rash. Nos últimos dias, relatou sangramento nasal prolongado em duas ocasiões e o surgimento de hematomas. Ao exame físico, observaram-se equimoses e petéquias presentes nos membros inferiores. Laboratório evidenciou: Plaquetas de 16.800/mL; VCN = 84Fl; leucócitos dentro da normalidade. Para prosseguir com o plano terapêutico, a paciente foi internada e encaminhada para enfermaria. Com base nas informações, assinale a alternativa que contenha a conduta inicial mais adequada para este caso. 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 19 de 72 Alternativas: (alternativa A) Imunoglobulina intravenosa. (alternativa B) Transfusão de plaquetas imediata. (alternativa C) Anti-histamínicos. (alternativa D) (CORRETA) Glicocorticoides. Resposta comentada: O tratamento inicial da PTI geralmente envolve o uso de corticosteroides, como a prednisona. A ideia é diminuir a atividade do sistema imune para preservar as plaquetas. Após a melhora da contagem de plaquetas, a dose da prednisona deve ser reduzida gradualmente. INCORRETA. A imunoglobulina (400 mg/dia por 5 dias ou 1 g/dia por 2 dias) é indicada em sangramentos graves ou plaquetas muito baixas. A paciente deste caso não se encaixa nesses critérios. INCORRETA. A transfusão de plaquetas em pacientes com púrpura trombocitopênica imune (PTI) não é a abordagem mais eficaz. A PTI é uma doença autoimune, onde o próprio organismo produz anticorpos que destroem as plaquetas. Ao receber uma transfusão de plaquetas, estas novas células também serão atacadas por esses anticorpos, limitando a efetividade do tratamento e expondo o paciente aos riscos inerentes a qualquer transfusão de sangue. INCORRETA. Anti-histamínicos não possuem efeito sobre a contagem de plaquetas e não são indicados para o tratamento da PTI. Além disso, não há evidências de uma reação alérgica ou aumento dos níveis de histamina que justifiquem o uso de um anti-histamínico neste caso. Referência: HOFFBRAND, A V.; MOSS, P. A H. Fundamentos em hematologia de Hoffbrand. 7th ed. Porto Alegre: ArtMed, 2018. E-book. p.283. ISBN 9788582714515. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788582714515/. Acesso em: 10 nov. 2024. 14ª QUESTÃO Enunciado: (FACIMPA) Uma paciente cisgênero de 50 anos comparece à Unidade Básica de Saúde (UBS), após um intenso período chuvoso, que a fez sair de sua casa, devido às enchentes locais. Apresentou sintomas como febre alta, cefaleia intensa, dor muscular (principalmente nas panturrilhas), náuseas e icterícia leve, iniciados há cinco dias. Ela relata histórico de dependência de benzodiazepínicos, fazendo uso diário da medicação há mais de 5 anos. A paciente mora em uma área de risco para inundações e diz que teve contato com água de enchente alguns dias antes de o quadro iniciar. Diante do caso clínico, considerando a suspeita de leptospirose, qual é a conduta mais adequada a ser realizada na UBS? 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 20 de 72 Alternativas: (alternativa A) Suspender o uso de benzodiazepínicos imediatamente para evitar interação medicamentosa com antibióticos, promovendo a interrupção abrupta do uso durante o tratamento da leptospirose. (alternativa B) Tratar os sintomas com analgésicos e antipiréticos, orientando retorno em 48 horas para avaliação da progressão do quadro, considerando o uso crônico de benzodiazepínicos. (alternativa C) (CORRETA) Iniciar tratamento empírico com antibióticos e solicitar exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico de leptospirose, respeitando a gravidade do quadro clínico. (alternativa D) Encaminhar imediatamente a paciente para internação hospitalar, pois o quadro de icterícia e uso de benzodiazepínicos pode predispor a insuficiência hepática aguda 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 21 de 72 Resposta comentada: O tratamento empírico com antibióticos é uma conduta recomendada diante da suspeita de leptospirose, especialmente em pacientes expostos a áreas de risco como enchentes. A instituição precoce de antibióticos, como doxiciclina ou penicilina, é fundamental para reduzir complicações. Exames laboratoriais, como sorologia e hemograma, devem ser solicitados para confirmar o diagnóstico, mas o tratamento não deve ser adiado. A gravidade do quadro clínico, incluindo a febre e a icterícia, justifica essa abordagem. O encaminhamento para internação hospitalar pode ser necessário em casos de leptospirose grave, que cursam com insuficiência renal ou hepática, mas não há, até o momento, sinais de insuficiência hepática aguda. A icterícia leve e o uso de benzodiazepínicos devem ser monitorados, mas a internação imediata não é mandatória apenas com base nesse achado, a menos que haja piora clínica significativa. Embora o tratamento dos sintomas seja importante, a conduta de apenas prescrever analgésicos e antipiréticos sem iniciar o tratamento específico pode deixar a infecção evoluir. O uso de benzodiazepínicos, por si só, não contraindica o uso de antibióticos, e é essencial tratar a infecção de base para evitar complicações graves, como a forma íctero-hemorrágica da leptospirose. A suspensão abrupta de benzodiazepínicos pode levar a sintomas de abstinência, como crises de ansiedade e convulsões, que podem complicar o quadro clínico da paciente. Além disso, não há evidências de que os antibióticos indicados para o tratamento da leptospirose tenham interações significativas com benzodiazepínicos. Qualquer ajuste no uso dessa medicação deve ser feito com cuidado e gradual, considerando o histórico de dependência. Referências: 1. BRASIL. Ministério da Saúde. Leptospirose: Guia de Vigilância Epidemiológica. 2021. 2. WHO. Human Leptospirosis: Guidance for Diagnosis, Surveillance and Control. 2017. 3. Cunha, B.A. et al. Leptospirosis: Diagnosis and Management. Infectious Disease Clinics of North America, 2020. 4. NICE. Benzodiazepine and Z-drug withdrawal management. 2021. 5. BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas: Leptospirose. 2019 15ª QUESTÃO 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 22 de 72 Enunciado: (UNITPAC) Paciente de 42 anos é trazida ao pronto-socorro por seu marido relatando que ela está apresentando comportamento depressivo severo há meses. Nas últimas semanas, ela se isolou, perdeu interesse em atividades diárias, e verbalizou várias vezes a vontade de morrer. Na manhã do dia anterior tentou ingerir uma grande quantidade de medicamentos com o objetivo de tirar a própria vida, sendo socorrida a tempo pelo marido. No pronto-socorro, a paciente recusa ajuda, dizendo que não quer continuar vivendo e que "ninguém pode obrigá-la a receber tratamento". Diante do quadro descrito, analise a asserção e a razão a seguir e assinale a alternativa correta. ASSERÇÃO: O psiquiatra pode proceder com a internação involuntária da paciente, mesmo sem seu consentimento, uma vez que ela apresenta risco iminente à sua própria vida. PORQUE RAZÃO: O Código de Ética Médica permitea internação involuntária de pacientes psiquiátricos sem consentimento, desde que haja um risco significativo para a vida do paciente ou de terceiros, e a decisão seja comunicada às autoridades competentes. Alternativas: (alternativa A) A asserção é falsa e a razão é verdadeira. (alternativa B) A asserção é verdadeira e a razão é falsa. (alternativa C) (CORRETA) A asserção e a razão são verdadeiras, e a razão justifica a asserção. (alternativa D) A asserção e a razão são verdadeiras, mas a razão não justifica a asserção. 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 23 de 72 Resposta comentada: A paciente apresenta uma tentativa recente de suicídio e um quadro de depressão grave com ideação suicida, o que configura risco iminente à sua vida. Nesses casos, o psiquiatra tem o respaldo legal e ético para realizar a internação involuntária, conforme a Lei 10.216/2001, que trata da proteção e dos direitos das pessoas com transtornos mentais. A internação involuntária é indicada quando o paciente não tem discernimento para avaliar a necessidade de tratamento e apresenta risco significativo. A decisão deve ser comunicada ao Ministério Público ou outra autoridade competente. A razão, portanto, complementa e justifica a asserção. Referências: BRASIL, Presidência da República, Lei nº 10.216, de 06 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm. BRASIL. Conselho Federal de Medicina. Resolução. CFM nº 2.217, de 27 de setembro de 2018. Código de Ética Médica. Disponível em: https://portal.cfm.org.br/images/PDF/cem2019.pdf. BRASIL. Conselho Federal de Medicina. Recomendação CFM nº 1/2016. Disponível em: https://portal.cfm.org.br/images/Recomendacoes/1_2016.pdf. 16ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA PARAIBA) Paciente sexo feminino, 65 anos de idade chega ao hospital referindo evacuações com sangue. Relata que o quadro iniciou há cerca de 10 dias com 4 (quatro) episódios de evacuações com sangramento de coloração vermelho vivo em pequena quantidade. Relata que apresentou outros episódios de evacuações sem sangue. Ao exame apresenta PA 120 x 80 mmHg, FC de 60 bpm e o exame anorretal ectoscopico estava normal, com ausência de lesões, fissuras ou hemorroidas e o toque retal revelou a presença de sangue vermelho vivo na luva em pequena quantidade. Em relação ao caso em questão, analise as assertivas abaixo: I. A principal hipótese diagnóstica é de ulcera péptica gastroduodenal complicada com hemorragia. II. A paciente necessita de colonoscopia para diagnóstico do local do sangramento pois está estável. III. A melhor conduta é realizar um exame de scan com hemácias marcadas para localizar o sangramento ativo. IV. A paciente deve ser internada para reposição de sangue, medicação anticoagulante e antibioticoterapia profilática. É correto apenas o que se afirma apenas em: 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 24 de 72 Alternativas: (alternativa A) IV. (alternativa B) III e IV. (alternativa C) I e II. (alternativa D) (CORRETA) II. Resposta comentada: Resposta correta - O sangramento é pequeno e intermitente e o paciente está estável e a melhor conduta é realizar uma colonoscopia para diagnóstico. Distratores: O paciente apresenta uma hemorragia digestiva baixa, persistente em pequena quantidade. O scan seria indicado em caso de sangramento ativo em maior intensidade e a cirurgia em caso de instabilidade. Não há indicação de anticoagulantes. Referência: Sabiston tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna / Courtney M. Townsend ... [et al.]; tradução GEA ; [colaboração Cary B. Aarons ... [et al.]]. - 20. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2019. 17ª QUESTÃO 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 25 de 72 Enunciado: (FIPGUANAMBI) Paciente de 34 anos, G1P0A0, no momento com idade gestacional de 38 semanas, é admitida em trabalho de parto. Realizado o partograma abaixo. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticos de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher/ Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica da Mulher. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001. Avalie o partograma da paciente e indique o diagnóstico e conduta necessária: 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 26 de 72 Alternativas: (alternativa A) Trabalho de parto fisiológico e analgesia. (alternativa B) Parada secundária da dilatação e cesárea. (alternativa C) (CORRETA) Fase ativa prolongada e ocitocina. (alternativa D) Parto precipitado ou taquitócico e analgesia Resposta comentada: Na fase ativa prolongada ou distócia funcional, a dilatação do colo uterino ocorre lentamente, numa velocidade menor que 1 cm/hora. A curva da dilatação ultrapassa a linha de alerta e, ás vezes, a linha de ação. Essa distócia geralmente decorre de contrações uterinas não eficientes . A correção é feita inicialmente pelo emprego de técnicas humanizadas de estímulo ao parto normal, por exemplo estimulando-se a deambulação e, se necessário, posteriormente pela administração de ocitocina ou rotura artificial da bolsa das águas. Na evolução normal do trabalho de parto, a curva de dilatação cervical se processa à esquerda da linha de ação. Quando essa curva ultrapassa a linha de ação, trata-se de um parto disfuncional. A parada secundária da dilatação é diagnosticada por dois toques sucessivos, com intervalo de 2 horas ou mais, com a mulher em trabalho de parto ativo. Nesse tipo de distócia, a dilatação cervical permanece a mesma durante duas horas ou mais, ultrapassa a linha de alerta e, por vezes, a linha de ação, a indicação de cesárea é necessária quando as outras medidas não foram eficazes. O parto precipitado ou taquitócico é diagnosticado quando a dilatação cervical e a descida e expulsão do feto ocorrem num período de 4 horas ou menos. Referência: MONTENEGRO, Carlos Antônio B.; FILHO, Jorge de R. Rezende Obstetrícia Fundamental, 14. ed. Grupo GEN,2017. E-book. ISBN 9788527732802 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticos de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher/ Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica da Mulher. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001. 18ª QUESTÃO 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 27 de 72 Enunciado: (FMIT) Um paciente de 18 anos, sexo masculino, chega à Unidade Básica de Saúde com queixa de dor abdominal há 24 horas, iniciada na região periumbilical e migrando para o quadrante inferior direito. Ele apresenta náuseas, febre baixa (37,8 °C) e anorexia. Ao exame físico, nota-se dor à palpação no quadrante inferior direito do abdômen e sinal de Blumberg positivo. Diante do quadro clínico apresentado, qual é a conduta mais adequada? Alternativas: (alternativa A) Prescrever antibiótico de largo espectro e observar evolução nas próximas 48 horas. (alternativa B) Orientar repouso domiciliar e analgésico, com retorno em 24 horas para reavaliação. (alternativa C) (CORRETA) Encaminhar o paciente imediatamente para o hospital, considerando suspeita de apendicite aguda. (alternativa D) Solicitar exames laboratoriais na UBS e aguardar os resultados antes de tomar uma decisão. Resposta comentada: O quadro clínico apresentado pelo paciente (dor abdominal migratória para o quadrante inferior direito, náuseas, febre e sinal de Blumberg positivo) é altamente sugestivo de apendicite aguda, uma condição cirúrgica de emergência. A apendicite pode evoluir rapidamente para complicações graves, como perfuração e peritonite, se não for tratada prontamente. Portanto, o encaminhamento imediato para um hospital é essencial para confirmação diagnóstica e tratamento cirúrgico. Condutas como aguardar exames na UBS, observara evolução ou prescrever apenas analgésicos ou antibióticos sem encaminhamento adequado podem atrasar o diagnóstico e aumentar o risco de complicações. Referências: GUSSO, G, et al. Tratado de medicina de família e comunidade - 2 volumes: princípios, formação e prática. Disponível em: Minha Biblioteca, (2nd edição). Grupo A, 2019. (Cap. 250) Emergência pré- hospitalar. p 1426-1427. JAMESON, J L.; FAUCI, Anthony S.; KASPER, Dennis L.; et al. Medicina interna de Harrison [recurso eletrônico]. 20. ed. Grupo A, 2020. 2 vols. p 111-112. 19ª QUESTÃO Enunciado: (FIPGUANAMBI) Paciente jovem, comparece à UBS com histórico de febre alta (39ºC ) intermitente, de início abrupto há 4 dias, associado a cefaleia, adinamia, astenia, mialgia e dor retro-ocular. Nega artralgia, conjuntivite e sintomas respiratórios. Como ele reside em região endêmica para arboviroses, o medico do PSF pensou na Dengue como hipótese mais provável. Considerando os aspectos clínicos e o tempo de doença, qual o exame mais indicado para confirmação diagnóstica neste caso? 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 28 de 72 Alternativas: (alternativa A) Pesquisa de anticorpos IgM e IgG por testes sorológicos. (alternativa B) (CORRETA) Pesquisa da proteína não estrutural 1 (NS1). (alternativa C) Hematócrito, contagem de plaquetas e dosagem de albumina. (alternativa D) Demonstração de soroconversão de anticorpos por Hemaglutinação. Resposta comentada: Em razão da semelhança entre alguns sinais e sintomas de dengue, Zika e chikungunya, recomenda-se, em caso de a suspeita inicial ser dengue, que a testagem seja iniciada por métodos diretos em amostras coletadas até o quinto dia de início de sintomas. Para dengue, a proteína não estrutural 1 (NS1) é uma glicoproteína altamente conservada, presente em altas concentrações no soro de pacientes infectados pelo vírus, razão pela qual pode ser identificado logo após o surgimento dos sintomas na fase aguda da doença e antes do aparecimento de anticorpos específicos. O hematócrito, a contagem de plaquetas e a dosagem de albumina não são exames para o diagnóstico de dengue. Auxiliam na avaliação e no monitoramento dos pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de dengue, especialmente os que apresentarem sinais de alarme ou gravidade. Já a pesquisa de anticorpos IgM e IgG por testes sorológicos e a demonstração de soroconversão de anticorpos por Hemaglutinação são métodos indiretos, e terão sua positividade identificada em períodos mais tardios da doença. Referencia Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Ações Estratégicas de Epidemiologia e Vigilância em Saúde e Ambiente. Guia de vigilância em saúde : volume 2 [recurso eletrônico] 6. ed. rev.Brasília: Ministério da Saúde, 2024. 3 v. : il. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vigilancia/guia-de- vigilancia-em-saude-volume-2-6a-edicao/view 20ª QUESTÃO 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 29 de 72 Enunciado: (AFYA SANTA INÊS) Uma paciente de 25 anos de idade, primigesta, comparece à sua primeira consulta de pré-natal no primeiro trimestre de gestação. A data da última menstruação (DUM) foi há aproximadamente 10 semanas. Durante o exame físico, ao realizar a manobra de Leopold, o medico não consegue ter certeza das medidas, mas consegue auscultar os batimentos cardiofetais em dorso esquerdo. No entanto, a paciente relata histórico de múltiplos parceiros sexuais e uso inconsistente de preservativos. Na UBS dispomos de todos os testes rápidos para sífilis, hiv, hepatite B e C, e podemos solicitar todos que serão necessários para o período gestacional. Com base nesse cenário, qual é a melhor abordagem diagnóstica para a sífilis na gestante? Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Realizar o teste treponêmico e caso positivo, iniciar o tratamento com 3 doses da penicilina benzatina com 1,2 milhões de unidade em cada glúteo por 3 semanas. (alternativa B) Solicitar o teste não treponêmico e esperar o resultado, caso positivo realizar o tratamento com 3 doses da penicilina benzatina, 1,2 milhões em cada glúteo por 3 semanas. (alternativa C) Realizar o teste rápido, caso seja positivo, o médico deve solicitar uma contraprova com VDRL, caso este venha positivo, realizar o tratamento com 3 doses de penicilina benzatina por 3 semanas. (alternativa D) Solicitar o teste VDRL para sífilis e esperar o resultado, caso positivo realizar o tratamento, com 3 doses da penicilina benzatina, 1,2 milhões em cada glúteo por 3 semanas. Resposta comentada: Em caso de gestante, devido ao risco de transmissão ao feto, o tratamento deve ser iniciado com apenas um teste positivo (reagente), sem precisar aguardar o resultado do segundo teste. Referência: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/sifilis GUSSO, G, et al. Tratado de medicina de família e comunidade - 2 volumes: princípios, formac ̧ão e prática. Disponível em: Minha Biblioteca, (2nd edic ̧ão). Grupo A, 2019. Cap. 140. DUCAN, B, B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenc ̧ão primária baseadas em evidências. Disponível em: Minha Biblioteca, (5th edic ̧ão). Grupo A, 2022. (Cap. 155). 21ª QUESTÃO 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 30 de 72 Enunciado: (AFYA IPATINGA) Primípara de 27 anos, gestação de alto risco com 29 semanas e 3 dias, em acompanhamento devido a quadro de pré eclampsia, em uso de metildopa. Evoluiu com PAS (pressão arterial sistólica) = 210 mmHg, sem melhora após medicamentos administrados. Realizada avaliação da vitalidade fetal, que foi desfavorável, sendo indicada cesariana de urgência. O recém nascido apresentava respiração tipo gasping e tônus diminuído. Segundo o Manual de Reanimação do RNregular, mas nas últimas semanas tem percebido piora dos sintomas. No exame físico, apresenta edema 3+/4+ em membros inferiores, pressão arterial de 170/110 mmHg, e reflexos tendíneos exaltados. A análise de urina revela proteinúria significativa. Com base no caso de Ana, qual é o diagnóstico mais provável e a conduta mais adequada? Alternativas: (alternativa A) Hipertensão gestacional sem complicações, manejo ambulatorial e repouso. (alternativa B) (CORRETA) Pré-eclâmpsia grave, administração de sulfato de magnésio e monitoramento fetal intensivo. (alternativa C) Síndrome HELLP, administração de corticosteroides e interrupção imediata da gestação. (alternativa D) Edema fisiológico da gestação, aumento da ingestão de líquidos e repouso. 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 32 de 72 Resposta comentada: Hipertensão gestacional sem complicações, manejo ambulatorial e repouso: Incorreta. Embora a hipertensão gestacional possa ocorrer na ausência de outros sinais de gravidade, Ana apresenta sintomas significativos, como proteinúria, cefaleia e turvação visual, além de pressão arterial severamente elevada, todos indicativos de pré-eclâmpsia grave, que requer manejo hospitalar. Pré-eclâmpsia grave, sulfato de magnésio e monitoramento fetal intensivo: Correta. A pré-eclâmpsia grave é caracterizada por hipertensão severa (≥160/110 mmHg), sinais de comprometimento de órgãos-alvo e sinais de alarme / iminência de eclampsia como cefaleia, turvação visual, escotomas citilantes, epigastralgia, entre outros. O manejo envolve internação imediata, administração de sulfato de magnésio para estabilização, além de controle rigoroso da pressão arterial e monitoramento fetal. Deve-se considerar a indução do parto se houver deterioração materna ou fetal. Síndrome HELLP, administração de corticosteroides e interrupção imediata da gestação: Incorreta. Embora a síndrome HELLP seja uma complicação grave da pré- eclâmpsia, caracterizada por hemólise, elevação de enzimas hepáticas e plaquetopenia, não há evidências de alteração hepática ou plaquetária no caso de Ana. O diagnóstico mais provável é pré-eclâmpsia grave. Edema fisiológico da gestação, aumento da ingestão de líquidos e repouso: Incorreta. O edema fisiológico na gestação não é acompanhado por hipertensão severa, proteinúria e sinais de comprometimento de órgãos, como observado no caso de Ana. A presença desses sintomas aponta para uma condição mais grave, como a pré-eclâmpsia. Referências: DI RENZO, Gian Carlo; RIVA, Davide. Gestação de alto risco: diagnóstico e condutas. São Paulo: Atheneu, 2018. CUNNINGHAM, F. Gary; LEVENO, Kenneth J. Williams Obstetrícia. 25. ed. Porto Alegre: Artmed, 2018. AMERICAN COLLEGE OF OBSTETRICIANS AND GYNECOLOGISTS (ACOG). Hypertension in Pregnancy. Obstetrics & Gynecology, v. 122, n. 5, p. 1122-1131, 2013. 23ª QUESTÃO Enunciado: (FACIMPA) Uma criança de 7 anos é trazida à Unidade Básica de Saúde (UBS) por sua mãe, preocupada com o comportamento do filho na escola. A mãe relata que a criança tem dificuldade em manter a atenção durante as atividades escolares, distrai-se facilmente, e muitas vezes age impulsivamente, interrompendo a fala de colegas e professores. Além disso, a criança está constantemente inquieta, movendo-se frequentemente durante as aulas e em casa. A mãe também comenta que seu filho tem dificuldade em seguir instruções e frequentemente esquece materiais escolares, mesmo após ser lembrado. Considerando o caso descrito, qual das alternativas abaixo representa a melhor abordagem terapêutica para essa criança? 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 33 de 72 Alternativas: (alternativa A) Uso de antipsicóticos atípicos, como clozapina e olanzapina, e intervenção psicossocial intensa. (alternativa B) (CORRETA) Uso de metilfenidato, um psicoestimulante, associado à terapia comportamental cognitiva (TCC). (alternativa C) Terapia comportamental cognitiva (TCC) sem uso de medicação, associada a técnicas de mindfulness. (alternativa D) Prescrição de ansiolíticos, como benzodiazepínicos, como clonazepam, e terapia de exposição gradual. Resposta comentada: Uso de metilfenidato, um psicoestimulante, associado à terapia comportamental cognitiva (TCC): O tratamento de primeira linha para crianças com sintomas de TDAH geralmente inclui uma combinação de intervenções farmacológicas e não farmacológicas. O metilfenidato, um estimulante, é uma das medicações mais frequentemente prescritas para o manejo dos sintomas de desatenção e hiperatividade, promovendo melhorias no foco e controle de impulsos. A TCC ajuda a criança a desenvolver estratégias de enfrentamento, controlar impulsos e melhorar o comportamento em casa e na escola. Esta combinação é amplamente respaldada por evidências e é recomendada em diretrizes de tratamento para TDAH. Prescrição de ansiolíticos, como benzodiazepínicos, como clonazepam, e terapia de exposição gradual Ansiedade e TDAH são condições distintas, apesar de algumas comorbidades. Ansiolíticos podem ser usados para tratar transtornos de ansiedade, mas não são indicados como primeira linha para TDAH. A terapia de exposição gradual é uma técnica utilizada principalmente em transtornos de ansiedade, como fobias, e não tem aplicabilidade direta na modificação dos sintomas de desatenção e impulsividade. Terapia comportamental cognitiva (TCC) sem uso de medicação, associada a técnicas de mindfulness Embora as intervenções comportamentais sejam eficazes, o uso isolado sem medicação é menos eficaz no controle dos sintomas nucleares de TDAH, especialmente em casos mais graves. As técnicas de mindfulness podem complementar o tratamento, mas não substituem terapias mais estabelecidas, como a TCC e o uso de medicamentos estimulantes. Portanto, esta abordagem seria incompleta para a maioria das crianças com sintomas moderados a graves de TDAH. 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 34 de 72 Uso de antipsicóticos atípicos, como clozapina e olanzapina, e intervenção psicossocial intensa Antipsicóticos atípicos são indicados como primeira linha para transtornos psiquiátricos como esquizofrenia ou transtorno bipolar, e não para TDAH. Além disso, eles têm um perfil de efeitos colaterais significativo, o que os torna inadequados para o manejo de crianças com TDAH, exceto em casos com comorbidades severas, como agressividade extrema. A intervenção psicossocial intensa pode ser útil, mas não seria o tratamento primário para o caso apresentado. Referências: AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS. Clinical Practice Guideline for the Diagnosis, Evaluation, and Treatment of Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder in Children and Adolescents. Pediatrics, 144(4), AMERICAN PSYCHIATRIC Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5). 5th ed. Arlington, VA: American Psychiatric Publishing, 2013. BARKLEY, A. Attention-Deficit Hyperactivity Disorder: A Handbook for Diagnosis and Treatment. 4th ed. New York: Guilford Press, 2015. ROHDE, A. et al. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) ao Longo da Vida: Uma Perspectiva Clínica Baseada em Evidências. Porto Alegre: Artmed, 2018. SPENCER, T. J.; BIEDERMAN, J.; WILENS, T. Pharmacotherapy of Attention Deficit Hyperactivity Disorder. In: Neuropsychopharmacology: The Fifth Generation of Progress. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 24ª QUESTÃO Enunciado: (FASA VIC) Paciente de 35 anos, deu entrada em pronto atendimento com história de múltiplas hospitalizações nos últimos dois anos devido a uma variedade de sintomas físicos inexplicáveis, incluindo dor abdominal intensa, dor articular em grandes articulações, fraqueza generalizada e convulsões. Ele relata ter sido submetido a numerosos exames e procedimentos médicos invasivos, mas nenhum diagnóstico médico definitivo foi estabelecido até o momento. O paciente conhece bem os termos médicos e frequentemente menciona experiências anteriores com diferentes especialistas. Além disso, ele expressaum desejo frequente de ser hospitalizado e busca constantemente atenção médica. Qual é o diagnóstico mais provável para esse paciente? 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 35 de 72 Alternativas: (alternativa A) Transtorno de Somatização (alternativa B) Transtorno de Conversão (alternativa C) (CORRETA) Transtorno Factício (alternativa D) Transtorno de Ansiedade Generalizada Resposta comentada: A resposta correta é Transtorno Factício. Este transtorno envolve a fabricação deliberada ou simulação de sintomas físicos ou psicológicos para assumir o papel de paciente. Indivíduos com esse transtorno geralmente têm um histórico de múltiplas hospitalizações e procedimentos médicos desnecessários. Eles buscam atenção médica de forma persistente e são altamente conhecedores da linguagem e dos procedimentos médicos, como observado no caso apresentado. Os principais diagnósticos diferenciais incluem: Transtorno de Somatização: Este transtorno envolve múltiplos sintomas físicos, mas não há intenção deliberada de simular ou causar esses sintomas. Transtorno de Conversão: Caracterizado pela presença de sintomas neurológicos sem causa orgânica identificável, como paralisia ou convulsões. No entanto, no transtorno de conversão, os sintomas não são intencionalmente fabricados. Transtorno de Ansiedade Generalizada: Envolve preocupação e ansiedade excessivas sobre uma variedade de eventos ou atividades, mas não está associado à simulação de sintomas físicos. Referência bibliográfica: AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and statistical manual of mental disorders. 5. ed. Arlington, VA: American Psychiatric Publishing, 2013. 25ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA ITABUNA) Mulher, 28 anos de idade, 2 partos normais, marido vasectomizado, refere que seus ciclos menstruais permanecem regulares de 30 dias, mas sua menstruação vem aumentando em duração e quantidade há 6 meses, inclusive com aparecimento de cólica (que não apresentava antes). O exame clínico geral é normal. O toque vaginal, não doloroso, identifica útero em anteversoflexão, volume e forma normais, regiões anexiais sem alterações. Qual é a principal hipótese diagnóstica? 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 36 de 72 Alternativas: (alternativa A) Endometrite. (alternativa B) (CORRETA) Adenomiose. (alternativa C) Istmocele. (alternativa D) Miomatose uterina. Resposta comentada: Os principais sintomas da adenomiose são o sangramento menstrual intenso e a dismenorreia, correspondendo a alternativa correta. A paciente apresenta exame físico com útero de volume e forma normais. Em geral, a miomatose provoca aumento do volume uterino com forma irregular (nodular). A endometrite (doença inflamatória pélvica) é um quadro infeccioso, geralmente agudo. Nesse caso, a paciente refere uma história de seis meses sem sintomas infecciosos (febre). Além disso, o toque vaginal não é doloroso. A istmocele é uma “falha” na musculatura uterina, localizada no istmo, geralmente associada à cicatriz prévia de uma cesárea, mas essa paciente teve dois partos normais. A Síndrome dos Ovários Policísticos é um distúrbio hormonal que afeta as mulheres em idade reprodutiva e caracterizada pela presença de cistos nos ovários associada a irregularidade menstrual ou ausência de menstruação, acne, excesso de pelos no corpo, principalmente em locais como face e seio, obesidade e infertilidade, não correspondendo ao caso clínico. Referência: Febrasgo - Tratado de Ginecologia. Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595154841. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154841/. 26ª QUESTÃO Enunciado: (UNITPAC) Um homem, de 56 anos, é admitido no pronto-socorro com dor abdominal de início súbito e progressivo, há cerca de 12 horas. Ele relata episódios de vômito bilioso e distensão abdominal. O paciente tem histórico de duas cirurgias abdominais prévias: uma apendicectomia e uma colectomia parcial por diverticulite. No exame físico, o abdome está distendido, com timpanismo à percussão e ruídos hidroaéreos aumentados. A palpação revela dor difusa. Não há sinais de febre ou icterícia. Uma radiografia abdominal revela níveis hidroaéreos múltiplos e distensão de alças intestinais. Com base no caso acima, levando em consideração os achados qual é a principal hipótese diagnóstica? 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 37 de 72 Alternativas: (alternativa A) Isquemia colônica. (alternativa B) Íleo biliar. (alternativa C) Íleo adinâmico. (alternativa D) (CORRETA) Obstrução intestinal por bridas. Resposta comentada: Resposta correta: Referência: DOHERTY, Gerard M. CURRENT Cirurgia. 14th ed. Porto Alegre: AMGH, 2017. E-book. p.104. ISBN 9788580556018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788580556018/. Acesso em: 11 out. 2024. 27ª QUESTÃO Enunciado: (FIPGUANAMBI) Uma paciente grávida de 32 semanas é admitida na maternidade com quadro de emergência hipertensiva. Ao exame, apresenta pressão arterial de 180/110 mmHg, cefaleia intensa, edema generalizado e oligúria. A gasometria arterial mostra pH de 7,33, bicarbonato de 17 mEq/L, sódio 130mEq/L, cálcio 1,2mmol/L, Magnésio 2,2 mg/dL, potássio 3,7mEq/L. Qual dos seguintes distúrbios hidroeletrolíticos e sua correlação com o quadro clínico é a mais provável? 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 38 de 72 Alternativas: (alternativa A) Hipernatremia, provocando edema cerebral e sintomas neurológicos, que são comuns em pré- eclâmpsia grave. (alternativa B) (CORRETA) Hiponatremia dilucional associada a síndrome de secreção inapropriada de hormônio antidiurético (SIADH), contribuindo para o edema e sintomas neurológicos. (alternativa C) Hipermagnesemia, resultante da terapia de sulfato de magnésio, levando a hipotonia e comprometimento respiratório como complicações adicionais. (alternativa D) Hipocalemia, levando a arritmias cardíacas graves, relacionadas à diminuição do volume plasmático e redução da perfusão renal. Resposta comentada: Na emergência hipertensiva gestacional, distúrbios hidroeletrolíticos como hiponatremia dilucional são frequentes e podem ocorrer devido à SIADH, contribuindo para o edema e sintomas neurológicos associados ao quadro clínico. A terapia com sulfato de magnésio (resposta D) é frequentemente usada em pré-eclâmpsia, mas a paciente aqui não apresenta sinais de hipermagnesemia e nem de hipocalcemia. A gasometria evidencia uma hiponatremia. Referência: MONTENEGRO, Carlos Antônio Barbosa; REZENDE FILHO, Jorge de. Rezende obstetrícia fundamental. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 28ª QUESTÃO Enunciado: (FMIT) Adolescente de 17 anos é levada ao posto de saúde com histórico de preocupação excessiva com o peso e episódios de ingestão alimentar exagerada. Ela relatou períodos de perda de controle durante a alimentação, seguidos por comportamentos compensatórios para evitar ganho de peso, como vômitos autoinduzidos e uso excessivo de laxantes. Durante a consulta demonstrou que sua autoavaliação está extremamente influenciada pelo peso e forma corporal. Com base no DSM-5-TR, qual é o diagnóstico mais provável para esta paciente? 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 39 de 72 Alternativas: (alternativa A) Anorexia nervosa do tipo restritivo. (alternativa B) Anorexia nervosa do tipo purgativo. (alternativa C) (CORRETA) Bulimia nervosa. (alternativa D) Transtorno de compulsão alimentar. Resposta comentada: O principal diagnóstico diferencial aqui é relacionado à anorexia com componente purgativo e a bulimia. No entanto, na anorexia, os aspectos principais são o baixo peso, a restrição alimentar e a imagem corporal que é gravemente distorcida. Na bulimia há prejuízo na autoavaliação, mas há consciência plena da forma e pesos corporais. Usualmente a anorexia é um quadro de gravidade muito mais extrema e pode se configurar em grave risco à integridade e à saúde. Referência: NARDI, AntonioE.; SILVA, Antônio G.; QUEVEDO, João. Tratado de psiquiatria da associação brasileira de psiquiatria. Porto Alegre: ArtMed, 2021. E-book. p.442-465. ISBN 9786558820345. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786558820345/. Acesso em: 20 out. 2024. 29ª QUESTÃO Enunciado: (UNINOVAFAPI) Um recém-nascido (RN) com 38 semanas de idade gestacional nasceu de parto cesáreo devido a descolamento prematuro de placenta com grande sangramento em cavidade uterina. O RN necessitou de reanimação avançada, com intubação traqueal para realizar massagem cardíaca sincronizada com a ventilação com pressão positiva. Foram conferidos e corrigidos os possíveis erros dos procedimentos realizados. Na reavaliação, o monitor cardíaco indicava frequência cardíaca de 22 bpm e o RN encontrava-se em apneia. Realizado cateterismo venoso umbilical de emergência. Baseado nas diretrizes de reanimação neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria 2022, o próximo procedimento da reanimação desse bebê deve ser: 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 40 de 72 Alternativas: (alternativa A) administrar atropina por via endotraqueal. (alternativa B) administrar atropina por via endovenosa. (alternativa C) (CORRETA) administrar epinefrina por via endovenosa. (alternativa D) iniciar expansão volumétrica por via endovenosa. Resposta comentada: Durante a reanimação avançada de recém-nascidos (RN) com 34 ou mais semanas de idade gestacional o uso de medicações está indicado quando a frequência cardíaca (FC) permanece abaixo de 60 bpm e o RN já recebe massagem cardíaca aplicada de forma sincronizada com a ventilação com pressão positiva (VPP) por cânula traqueal e fornecimento de oxigênio a uma fração inspiratória (FiO2) de 100% com técnica adequada. As drogas utilizadas durante a reanimação neonatal em sala de parto são a epinefrina e o expansor de volume (soro fisiológico 0,9%). A primeira medicação que deve ser administrada é a epinefrina (CORRETA), preferencialmente por via endovenosa (veia umbilical). O expansor de volume é a segunda medicação a ser administrada via endovenosa (INCORRETA), quando há sinais de choque ou sangramento. A atropina é uma medicação que não está indicada durante a reanimação de recém-nascidos com bradicardia em sala de parto (INCORRETAS). Referência: Almeida MFB, Guinsburg R; Coordenadores Estaduais e Grupo Executivo PRN-SBP; Conselho Científico Departamento Neonatologia SBP. Reanimação do recém-nascido ≥34 semanas em sala de parto: diretrizes 2022 da Sociedade Brasileira de Pediatria. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Pediatria; 2022. Páginas: 22 a 24. 30ª QUESTÃO Enunciado: (UNIGRANRIO DUQUE DE CAXIAS) Escolar de 8 anos, sexo masculino, é levado ao pronto- socorro com queixas de dor abdominal intensa e difusa, acompanhada de febre, vômitos biliosos e falta de apetite nas últimas 12 horas. No exame físico, observa-se abdome distendido, doloroso à palpação, com sinais de defesa e ruídos hidroaéreos diminuídos. Os sinais vitais mostram taquicardia (frequência cardíaca de 130 bpm), hipotensão e extremidades frias. Exames laboratoriais revelam leucocitose com desvio à esquerda, aumento de PCR e gasometria arterial com lactato de 6mmol/L. A tomografia computadorizada de abdome indica sinais de apendicite complicada com abscesso e possível peritonite. Qual é a classificação mais provável de choque neste paciente? 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 41 de 72 Alternativas: (alternativa A) Hipovolêmico. (alternativa B) Cardiogênico. (alternativa C) Neurogênico. (alternativa D) (CORRETA) Séptico. 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 42 de 72 Resposta comentada: Choque séptico (Correta): O choque séptico é uma complicação comum em casos de infecções graves e pode surgir em crianças com abdome agudo inflamatório, como na apendicite complicada. Este tipo de choque caracteriza-se pela resposta inflamatória sistêmica associada à infecção, levando a taquicardia, febre, hipotensão e, em alguns casos, extremidades frias. No contexto de apendicite com peritonite, o choque séptico é a classificação mais provável devido à presença de febre, sinais de resposta inflamatória e alterações nos sinais vitais. Choque hipovolêmico: O choque hipovolêmico em pediatria geralmente ocorre devido à perda de líquidos extracelulares, como em casos de vômito e diarreia graves. Embora taquicardia e hipotensão possam estar presentes, o choque hipovolêmico não está associado a infecção intra-abdominal. Em casos de abdome agudo inflamatório, especialmente com peritonite, a causa mais provável do choque seria de natureza infecciosa e inflamatória, como o choque séptico. Choque cardiogênico: O choque cardiogênico ocorre devido à falha do coração em bombear sangue adequadamente, podendo ser causado por doenças cardíacas ou, em casos raros, por infecções que afetam diretamente o miocárdio. Os sinais incluem taquicardia, hipotensão e, muitas vezes, congestão pulmonar. No entanto, o choque cardiogênico não é uma consequência típica de abdome agudo inflamatório, sendo uma causa improvável neste caso pediátrico com apendicite complicada. Choque neurogênico: Choque neurogênico ocorre devido à disfunção do sistema nervoso autônomo, geralmente em resposta a uma lesão medular ou trauma que leva à perda de tônus vasomotor. É caracterizado por hipotensão e, muitas vezes, frequência cardíaca normal ou baixa, sem extremidades frias. Esse tipo de choque é improvável em casos de abdome agudo com causa infecciosa e inflamatória, como na apendicite complicada com peritonite. Referência: “Pediatric Advanced Life Support (PALS) Provider Manual.” American Heart Association, última edição. Este manual fornece diretrizes abrangentes para o reconhecimento e manejo de choques em pediatria, incluindo choque séptico, hipovolêmico e cardiogênico. Kliegman, R. M., et al. “Nelson Textbook of Pediatrics.” 21ª edição, Elsevier, 2019. Este livro aborda o manejo de situações de emergência pediátrica, incluindo abdome agudo e choque em pacientes pediátricos. Sociedade Brasileira de Pediatria. “Manual de Reanimação Pediátrica e Neonatal.” 4ª edição, 2021. Este manual oferece orientações atualizadas para o manejo de emergências pediátricas, incluindo as classificações e tratamentos dos diferentes tipos de choque. “Guidelines for the Management of Severe Sepsis and Septic Shock.” Surviving Sepsis Campaign, última atualização de 2021. Essas diretrizes incluem recomendações específicas para o manejo do choque séptico em pediatria, sendo úteis para o contexto de infecção intra- abdominal. 31ª QUESTÃO 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 43 de 72 Enunciado: (FIPGUANAMBI) Homem de 45 anos, diagnosticado com HIV há 10 anos, apresenta-se à UBS queixando-se de fezes com coágulos e dor abdominal em região mesogástrica e flanco esquerdo, intensa e sem relação com a alimentação. Nega hematêmese, febre ou diarreia. Ele tem estado em tratamento antirretroviral regular, com carga viral suprimida. No entanto, ele admite que ocasionalmente falha na adesão ao tratamento. No exame físico, o paciente está hipotenso, taquicardíaco e pálido, com sinais de desidratação. A anamnese revela um histórico de úlcera péptica tratada há cinco anos. Diante desse quadro clínico, qual dos seguintes diagnósticos é mais provável? Alternativas: (alternativa A) Colite ulcerativa. (alternativa B) Úlcera péptica recorrente. (alternativa C) Trombocitopenia imune. (alternativa D) (CORRETA) Colite isquêmica. Resposta comentada: Pacientes com HIV têm um risco aumentado de desenvolver complicações gastrointestinais, incluindo colite isquêmica. Esta condição pode ser desencadeada por vários fatores, incluindo a própria infecção pelo HIV, uso de medicamentos antirretrovirais e outros fatores de risco como tabagismo, diabetes e hipertensão. A apresentação clínica com fezes com sangue vivo, dor abdominal intensa e sinais de choque sugerem uma hemorragiadigestiva baixa significativa, que pode ser causada por colite isquêmica em pacientes com HIV. Referência: Sabiston - Tratado de Cirurgia - Townsend, Courtney; Beauchamp,Daniel - 2 Volumes - 18ª Ed. 32ª QUESTÃO 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 44 de 72 Enunciado: (UNIFIPMOC) J.A.B., um menino de 3 anos de idade, foi levado à Unidade Básica de Saúde (UBS) por sua mãe devido a episódios frequentes de sangramento. Desde os 2 anos, o paciente sempre aparece com equimoses e hematomas inexplicáveis em diferentes partes do corpo após quedas leves. Nos últimos meses, ele também teve sangramentos nas gengivas durante a escovação e um episódio de sangramento nasal que durou mais de 30 minutos. Não possui histórico de comorbidades conhecidas, não faz uso de medicações contínuas. A história familiar mostra que o pai tem diagnóstico de doença hematológica e faz acompanhamento no Hemocentro. Durante a consulta, foram solicitados exames laboratoriais que mostraram os seguintes resultados: Tempo de protrombina (TP): 12 segundos (VR: 11 a 14 segundos), Tempo de tromboplastina parcial ativada (PTTa): 60 segundos (VR: 25 a 40 segundos), Contagem de plaquetas: 250.000/mm³ (VR: 150.000 a 450.000/mm³ ) . Considerando o o caso apresentado, analise as assertivas que seguem. I. Os resultados de contagem de plaquetas e do PTTa sugerem que a condição de J.A.B. está relacionado com a hemostasia secundária, e não a hemostasia primária. II. A presença de sangramentos frequentes nas gengivas e hematomas após traumas leves indica uma possível trombocitopatia, sendo necessário realizar um teste de função plaquetária mais detalhado para confirmar essa hipótese. III. Considerando o histórico familiar de hemorragias e o resultado do PTTa, a hipótese diagnóstica mais provável para J.A.B. é a hemofilia, indicando uma deficiência de fator de coagulação (VIII e IX). É correto apenas o que se afirma em Alternativas: (alternativa A) I, II e III. (alternativa B) (CORRETA) I e III. (alternativa C) II e III. (alternativa D) I e II. 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 45 de 72 Resposta comentada: Justificativa: Os resultados de contagem de plaquetas e do PTTa sugerem que a condição de J.A.B. está relacionada com a hemostasia secundária, e não com a hemostasia primária. Justificativa: Esta afirmativa é correta. O PTTa elevado sugere um problema na hemostasia secundária, que envolve a coagulação e os fatores de coagulação. A contagem de plaquetas está dentro do intervalo normal, o que indica que a hemostasia primária (que depende da função plaquetária e da integridade vascular) não é a causa dos sangramentos. A presença de sangramentos frequentes nas gengivas e hematomas após traumas leves indica uma possível trombocitopatia, sendo necessário realizar um teste de função plaquetária mais detalhado para confirmar essa hipótese. Justificativa: Esta afirmativa é falsa. Embora a trombocitopatia possa causar sangramentos, a contagem de plaquetas normal e o PTTa elevado são mais indicativos de um problema com os fatores de coagulação. Portanto, a necessidade de um teste de função plaquetária pode não ser a abordagem mais indicada neste caso. Considerando o histórico familiar de hemorragias e o resultado do PTTa, a hipótese diagnóstica mais provável para J.A.B. é a hemofilia, indicando uma deficiência de fator de coagulação (VIII e IX). Justificativa: Esta afirmativa é correta. O histórico familiar e o aumento do PTTa são consistentes com a hemofilia, que é uma condição hereditária caracterizada pela deficiência de fatores de coagulação, especificamente os fatores VIII (hemofilia A) e IX (hemofilia B). Conclusão: Portanto, a análise correta é que apenas as assertivas I e III estão corretas. A alternativa correta é I e III. Referência: GOLDMAN, Lee; SCHAFER, Andrew I. Goldman-Cecil Medicina. 26th ed. Rio de Janeiro: GEN Guanabara Koogan, 2022. E-book. p.Capa. ISBN 9788595159297. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788595159297/. Acesso em: 15 out. 2024. 33ª QUESTÃO Enunciado: (FACIMPA) Uma mulher cisgênero de 42 anos procura o ambulatório escola de coloproctologia com queixa de dor anal intensa e desconforto ao evacuar, que piorou nos últimos meses. Ela relata episódios de sangramento ao evacuar, com sangue vivo no papel higiênico. Além disso, sente a presença de um “caroço” na região anal, que costuma “sair para fora” durante a evacuação e, nas últimas semanas, não tem retornado espontaneamente, mesmo com auxílio digital. A paciente relata constipação crônica, com esforço evacuatório frequente. Ao exame físico, observam-se sinais de prolapso hemorroidário. Diante do quadro clínico, qual a conduta mais adequada para o manejo dessa paciente, baseado na classificação das doenças hemorroidárias? 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 46 de 72 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Indicar tratamento cirúrgico para correção do prolapso hemorroidário, já que a paciente apresenta sintomas refratários ao manejo conservador e o prolapso não está retornando espontaneamente. (alternativa B) Realizar ligadura elástica das hemorroidas no ambulatório, que é uma opção eficaz para a resolução completa dos sintomas, principalmente em casos de hemorroidas grau II. (alternativa C) Prescrever medidas conservadoras, como aumento da ingesta de fibras e uso de laxantes, orientando retorno em um mês para reavaliação da resposta ao tratamento. (alternativa D) Prescrever pomadas tópicas à base de corticoides e anestésicos locais, que promovem alívio rápido dos sintomas e podem evitar a necessidade de cirurgia em casos de hemorroidas prolapsadas. 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 47 de 72 Resposta comentada: O tratamento conservador, com aumento da ingestão de fibras e uso de laxantes, é a primeira linha de manejo em casos de hemorroidas sem complicações graves, especialmente nas fases iniciais da doença. No entanto, quando há sinais de prolapso irreversível, essa conduta isolada pode não ser suficiente para resolver o problema. A ligadura elástica é uma técnica ambulatorial eficaz em hemorroidas de grau II, que ainda retornam espontaneamente após o prolapso. No entanto, no caso descrito, o prolapso já não está retornando nem com auxílio manual, o que sugere que a paciente apresenta uma condição mais avançada (grau III ou IV), com provável indicação cirúrgica. A indicação cirúrgica é apropriada para pacientes com prolapso hemorroidário irreversível e sintomas refratários ao tratamento conservador. Nesse caso, a paciente apresenta dor, sangramento e um prolapso que não retorna espontaneamente, indicando uma possível hemorroidectomia ou outro tratamento cirúrgico definitivo. As pomadas tópicas com corticoides e anestésicos locais podem oferecer alívio temporário dos sintomas, mas não tratam a causa subjacente em casos de prolapso hemorroidário irreversível. Elas são mais indicadas em casos de hemorroidas menos graves ou com inflamação localizada. Referências: Rivadeneira, D.E. et al. Guidelines for the management of hemorrhoids. Dis Colon Rectum, 2019. National Institute for Health and Care Excellence (NICE). Management of Hemorrhoidal Disease. 2020. Altomare, D.F. et al. Surgical and non-surgical treatment of hemorrhoidal disease: A systematic review. Int J Colorectal Dis, 2020. BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hemorroidas. 2018. Wexner, S.D. et al. Colorectal Surgery: Clinical Management and Complications. Springer, 2018 34ª QUESTÃO Enunciado: (IESVAP) Mulher de 55 anos, sem comorbidades conhecidas, é conduzida por familiares ao serviço de urgência com relato de hematêmese em grande volume (cerca de 2 litros) há 30 minutos. Desde então, paciente evoluiu com rebaixamento do nível de consciência. Ao exame físico, PA – 90x50 mmHG, FC- 128 bpm, FR- 32 irpm, tempo de enchimento capilar de 3 segundos, Escala de Coma de Glasgow – 11 (AberturaOcular- 3, Resposta Verbal – 3, Resposta Motora- 5), ausência de déficits neurológicos focais. Filha relata que mãe, estava há 7 dias fazendo uso de um medicamento que foi receitado para dor em joelho e havia se queixado de epigastralgia nos últimos dias. De acordo com caso clínico, qual a melhor conduta nesta situação? 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 48 de 72 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Como trata-se de uma hemorragia aguda classe III, paciente deve ser submetido a transfusão de concentrado de hemácias, independente do valor de hemoglobina e hematócrito. (alternativa B) Paciente deve ser tratado com ferro endovenoso imediatamente, devido as perdas e solicitar exames laboratoriais para definir necessidade de transfusão. (alternativa C) Paciente deve ser submetido imediatamente a uma tomografia de crânio e abdome, pois a principal hipótese que justifique o rebaixamento do nível de consciência é acidente vascular encefálico. (alternativa D) Solicitar hemograma com urgência e transfundir 01 concentrado de hemácias se hemoglobina for menor que 7 g/dl. Resposta comentada: Paciente idosa com histórico de abuso de AINE evolui com hemorragia digestiva aguda, com sinal de instabilidade hemodinâmica, hemorragia classe III. Deve ser transfundida imediatamente independente do valor de hb/ht, já que esses parâmetros irão demorar cerca de 1-2h após a hemorragia para apresentar alterações. Referência: ZAGO, MA, FALCÃO, RP, PASQUINI, R. Tratado de Hematologia. 1a ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2013 35ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA ITABUNA) Paciente de sexo feminino, de 45 anos é atendida no pronto atendimento do Hospital do Exército com história de dor abdominal, em andar superior do abdome, em faixa, acompanhada de vários episódios de vômitos, há 12 horas da entrada. Ao exame físico apresenta-se hemodinamicamente estável, com dor difusa à palpação abdominal, pior em epigástrio e mesogástrio, descompressão brusca negativa. Os exames laboratoriais mostram amilase 1030 U/L. Quais exames laboratoriais iniciais devem ser solicitados para auxílio na avaliação de gravidade do caso, segundo os Critérios da International Association of Pancreatology / American Pancreatic Association / American College of Gastroenterology? 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 49 de 72 Alternativas: (alternativa A) Glicemia, Lipase, gama- GT. (alternativa B) Glicemia, bilirrubinas, fosfatase alcalina. (alternativa C) Glicemia, TGO, TGP, fosfatase alcalina. (alternativa D) (CORRETA) Glicemia, leucograma, DHL, AST. Resposta comentada: Resposta Comentada: Para diagnóstico de pancreatite aguda, o doente deverá preencher dois dos três critérios seguintes: Clínico: dor abdominal quadrante superior associada a náuseas e vômitos. Laboratorial: aumento de amilase e/ou lipase acima de três vezes o limite superior da normalidade. Imagem: alterações típicas de pancreatite aguda nos exames de imagem. Ou seja: podemos concluir que o paciente fecha critérios para pancreatite aguda (clínico + laboratorial). Na admissão deve ser solicitado Leucograma, glicemia, LDH e AST, pois fazem parte dos critérios admissionais de Ranson e servirão para predizer a gravidade do quadro. Referências: LOSCALZO, Joseph; FAUCI, Anthony S.; KASPER, Dennis L.; et al. Medicina Interna de Harrison. 21st ed. Porto Alegre: AMGH, 2024. GOLDMAN, Lee; SCHAFER, Andrew I. Goldman-Cecil Medicina. 26th ed. Rio de Janeiro: GEN Guanabara Koogan, 2022. E-book. p.Capa. ISBN 9788595159297. LOPES, Antonio C. Manual de Clínica Médica. Rio de Janeiro: Roca, 2019. E-book. p.611. ISBN 9788527736145. 36ª QUESTÃO 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 50 de 72 Enunciado: (UNITPAC) Um paciente do sexo masculino, 42 anos, chega ao ambulatório de ortopedia às 8h da manhã com queixa de dor lombar intensa. Como parte do tratamento para o quadro álgico, ele utilizou de forma inadvertida uma quantidade excessiva de anti-inflamatórios. Posteriormente, passou a apresentar edema facial e edema em membros inferiores 2+/4+, além de dispneia progressiva, que atualmente ocorre aos médios esforços. Devido à piora clínica, o ortopedista encaminhou o paciente para uma unidade de pronto atendimento (UPA), onde ele foi atendido apenas às 20h. Na UPA, foi medida a creatinina, que apresentou valor de 2,3 mg/dL (sua creatinina basal era de 1,1 mg/dL). A médica responsável decidiu deixá-lo em observação e orientou a coleta de urina em um saco coletor para monitoramento do débito urinário. Na manhã seguinte, às 9h, a creatinina foi repetida e chegou a 2,5 mg/dL. Durante o período de observação (das 20h às 9h), o volume total de urina coletado foi de 460 mL. O paciente tem 80 kg e 1,75 de estatura. Com base nesses achados, o médico realizou a classificação da função renal segundo os critérios da KDIGO. Com base nos dados clínicos e laboratoriais apresentados, marque a alternativa que apresenta o melhor julgamento clínico e a correta classificação da lesão renal do paciente segundo o KDIGO. Alternativas: (alternativa A) A suspeita principal é de estágio 3 de injúria renal aguda (IRA), dado o quadro de edema e dispneia. Uma vez que a creatinina aumentou para 2,5 mg/dL, o caso já configura um estágio avançado da IRA, sugerindo necessidade de terapia renal substitutiva. (alternativa B) O paciente apresenta injúria renal aguda (IRA), estágio 1, dado o aumento da creatinina, mas sem alterações significativas no débito urinário. A classificação é adequada para uma IRA inicial e não há necessidade de intervenção urgente. (alternativa C) O paciente apresenta um quadro clínico compatível com insuficiência cardíaca descompensada, que justifica os edemas e a dispneia. A alteração na creatinina é secundária à má perfusão renal, e não há necessidade de classificar como IRA. (alternativa D) (CORRETA) O paciente apresenta injúria renal aguda (IRA), estágio 2, de acordo com os critérios KDIGO. Deve-se dar continuidade ao monitoramento urinário e investigar a progressão da IRA com base no uso abusivo de anti-inflamatórios. 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 51 de 72 Resposta comentada: Segundo os critérios da KDIGO, a IRA estágio 2 é definida por um aumento da creatinina sérica de 2 a 3 vezes o valor basal ou pela redução do débito urinário para menos de 0,5 mL/kg/h por 12 horas ou mais. No caso, a creatinina subiu de 1,1 mg/dL para 2,5 mg/dL (mais que o dobro), e o débito urinário foi 460 mL em cerca de 13 horas, o que sugere oligúria. O estágio 1 exige um aumento da creatinina para 1,5 a 2 vezes o valor basal, o que não é o caso, pois a creatinina subiu mais do que o dobro. O débito urinário também sugere estágio mais avançado. O estágio 3 exige um aumento da creatinina para 3 vezes o valor basal ou mais, ou creatinina ≥4,0 mg/dL. No caso, a creatinina não atingiu esses valores. Embora edemas e dispneia sejam sintomas comuns na insuficiência cardíaca, o uso abusivo de anti-inflamatórios e a elevação progressiva da creatinina indicam uma IRA primária, não insuficiência cardíaca como diagnóstico principal. A alternativa responde à questão: " O paciente apresenta injúria renal aguda (IRA), estágio 2, de acordo com os critérios KDIGO. Deve-se dar continuidade ao monitoramento urinário e investigar a progressão da IRA com base no uso abusivo de anti-inflamatórios.", uma vez que reflete o diagnóstico de IRA com a correta classificação (estágio 2), de acordo com os critérios KDIGO. As demais alternativas apresentam classificações incorretas ou diagnósticos inadequados frente aos achados clínicos e laboratoriais apresentados no caso. Referências GOLDMAN, Lee; SCHAFER, Andrew I. Goldman-Cecil Medicina. Grupo GEN, 2022. E- book. ISBN 9788595159297. Disponível em:https://integrada. minhabiblioteca. com. br/#/books/978859515929 7/. Acesso em: 03 mai.2023. 37ª QUESTÃO Enunciado: (UNISL PORTO VELHO) Uma gestante de 30 anos, G3P1A1, com 31 semanas de gestação, procura atendimento em umamaternidade com queixa de contrações uterinas regulares e dolorosas a cada 8 minutos, iniciadas há 4 horas. Ao exame físico observava-se: colo uterino com apagamento de 70% e dilatação de 2 cm. Os sinais vitais estão estáveis, sem sangramento vaginal ou perda de líquido amniótico. O histórico obstétrico da paciente inclui um parto prematuro na gestação anterior e uma perda fetal precoce. Os exames complementares revelavam: ausência de infecção urinária e não havia amniorrexe (rompimento prematuro das membranas). Na cardiotocografia não havia evidências de sofrimento fetal. Qual a conduta inicial adequada para a paciente? 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 52 de 72 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Administrar corticoide para maturação pulmonar fetal, iniciar tocólise para inibir as contrações e administrar sulfato de magnésio para neuroproteção fetal. (alternativa B) Permitir que o trabalho de parto progrida sem intervenção, pois o feto já está em idade gestacional viável, monitorando a vitalidade fetal. (alternativa C) Infecções urinárias na gestação anterior. Encaminhar a paciente para parto cesáreo imediato, uma vez que o colo está dilatado e há risco de complicações fetais. (alternativa D) Administrar antibiótico profilático e iniciar a indução do parto devido ao risco elevado de infecção intrauterina. 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 53 de 72 Resposta comentada: Alternativa correta: Administrar corticoide para maturação pulmonar fetal, iniciar tocólise para inibir as contrações e administrar sulfato de magnésio para neuroproteção fetal. Esta é a conduta padrão para gestantes com menos de 34 semanas de gestação em trabalho de parto prematuro, com foco na maturação pulmonar do feto (com corticoide), neuroproteção (com sulfato de magnésio) e retardamento do parto (tocólise) para reduzir os riscos associados à prematuridade. O objetivo é ganhar tempo e permitir que o feto se beneficie dessas intervenções. Alternativas incorretas: Encaminhar a paciente para parto cesáreo imediato, uma vez que o colo está dilatado e há risco de complicações fetais. Incorreta. A conduta de parto cesáreo imediato não é indicada nesse caso, pois os sinais vitais da paciente estão estáveis e não há sofrimento fetal na cardiotocografia. A dilatação cervical e o trabalho de parto prematuro sem sinais de complicação fetal ou materna não justificam uma cesárea emergencial. A prioridade é prolongar a gestação para reduzir os riscos da prematuridade. Permitir que o trabalho de parto progrida sem intervenção, pois o feto já está em idade gestacional viável, monitorando a vitalidade fetal. Incorreta. Embora o feto tenha boas chances de sobrevivência em 31 semanas, permitir que o trabalho de parto progrida sem intervenção não é adequado. O manejo deve focar em retardar o parto e permitir tempo para intervenções como corticoides e neuroproteção, que melhoram os desfechos neonatais. Apenas monitorar o feto não garante o melhor resultado, pois a prematuridade ainda apresenta riscos significativos. Administrar antibiótico profilático e iniciar a indução do parto devido ao risco elevado de infecção intrauterina. Incorreta. A administração de antibióticos profiláticos e a indução do parto não são indicadas neste caso, já que a paciente não apresenta sinais de infecção intrauterina ou rompimento das membranas (amniorrexe). A ausência de infecção e o padrão tranquilizador da cardiotocografia excluem a necessidade de medidas profiláticas com antibióticos ou indução de parto neste momento. Referências: REZENDE, J. Obstetrícia Fundamental. 15ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2024. ZUGAIB, M. Zugaib Obstetrícia. 5ª ed. Barueri, São Paulo: Manole, 2023. 38ª QUESTÃO Enunciado: (FMIT) Homem, 25 anos, da entrada no pronto-socorro com queixa de dor lombar à direita de forte intensidade com irradiação para região escrotal. Ele nega febre. Após analgesia, paciente é submetido a tomografia computadorizada de abdome sem contraste que evidencia a presença de um cálculo de 22 mm alocado em ureter distal. Analise a situação acima e assinale a alternativa que contém a conduta correta nesse caso: 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 54 de 72 Alternativas: (alternativa A) A melhor opção terapêutica para esse paciente é a prescrição de terapia expulsiva com bloqueadores alfa adrenérgicos. (alternativa B) A nefrolitotomia aberta é a melhor terapia viável para o tratamento desse tipo de cálculo, apesar de estar associada a maiores complicações. (alternativa C) (CORRETA) A ureterolitotripsia endoscópica é a opção terapêutica mais adequada nesse caso devido a localização e o tamanho do cálculo. (alternativa D) A nefrolitotripsia percutânea é uma excelente opção terapêutica por ser pouco invasiva e efetiva para o tratamento de cálculos ureterais maiores que 2 cm. Resposta comentada: A terapia expulsiva com alfa adrenérgicos está indicada apenas para pacientes com cálculo menores que 1 cm. A litotripsia endoscópica é o tratamento comumente mais utilizado para o tratamento de cálculos > 2 cm, especialmente aqueles localizados na porção mais distal do ureter. Para cálculos > 2 cm localizados na pelve renal ou em ureter proximal e nefrolitotomia percutânea também é uma opção viável. Atualmente a nefrolitotomia aberta é utilizada apenas em casos refratários ou para remoção de cálculos coraliformes, devido ao maior risco de complicações pós operatórias. Referência: Riella, Miguel Carlos; Princípios de nefrologia e distúrbios hidreletrolíticos/Miguel Carlos Riella. – 6.ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 1.136 p.: il.; 28 cm. 39ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA ITABUNA) Qual dos seguintes sinais ou sintomas é mais comumente associado ao diagnóstico de malária em áreas endêmicas? 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 55 de 72 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Cefaleia e febre intermitente. (alternativa B) Tosse e dor torácica. (alternativa C) Perda de peso rápida e fadiga. (alternativa D) Dor abdominal e icterícia. Resposta comentada: CORRETA - Cefaleia e febre intermitente. - Febre intermitente é uma característica clássica da malária, especialmente em regiões endêmicas. A cefaleia também é um sintoma comum, sendo importante o médico da atenção primária associar esses sintomas ao histórico de exposição a áreas endêmicas. GUSSO, G, et al. Tratado de medicina de família e comunidade - 2 volumes: princípios, formação e prática. Disponível em: Minha Biblioteca, (2nd edição). Grupo A, 2019. (Cap.258, 259). DUCAN, B, B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Disponível em: Minha Biblioteca, (5th edição). Grupo A, 2022. (Cap. 160). 40ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA PARAÍBA) Um menino de 8 anos é trazido pelos pais para avaliação na Unidade Básica de Saúde devido à preocupação com o seu comportamento. Desde a primeira infância, a criança tem demonstrado dificuldades em interações sociais. Ele raramente faz contato visual e tem um padrão de linguagem limitado, falando poucas palavras e repetindo frases. Na escola, ele prefere brincar sozinho e demonstra resistência a mudanças na rotina. Além disso, apresenta comportamentos repetitivos, como balançar o corpo para frente e para trás e fica fascinado por tópicos específicos, como números e calendários, aos quais dedica longos períodos de tempo. Com base no caso descrito, marque a alternativa que apresenta o diagnóstico mais provável. 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 56 de 72 Alternativas: (alternativa A) Transtorno compulsivo. (alternativa B) Transtorno de ansiedade generalizada. (alternativa C) (CORRETA) Transtorno de espectro autista. (alternativa D) Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Resposta comentada: Resposta correta: Transtorno do Espectro Autista (TEA) Justificativa: As características do quadro descrito são compatíveis com TEA, incluindodificuldades na comunicação social, comportamentos repetitivos e interesses restritos. Essas características são centrais para o diagnóstico do TEA, de acordo com o DSM-5 (American Psychiatric Association). O TEA é caracterizado por desafios persistentes na comunicação e interação social, além de padrões de comportamento restritos e repetitivos. Outros transtornos, como ansiedade ou TDAH, podem apresentar alguns sintomas semelhantes, mas o quadro clínico completo descrito é mais típico de TEA. Referências: American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and statistical manual of mental disorders (5th ed.). Washington, DC: American Psychiatric Publishing. Volkmar, F. R., & Wiesner, L. A. (2019). Autism Spectrum Disorder. In Child and Adolescent Psychiatry (pp. 301-319). Springer. 41ª QUESTÃO Enunciado: (IESVAP) Uma paciente de 18 anos, gestante no primeiro trimestre, chega à sala de parto com queixa de dor abdominal intensa, febre alta, calafrios e sangramento vaginal. O exame físico revela útero doloroso à palpação, secreção vaginal purulenta e sinais de peritonite. Os exames laboratoriais mostram leucocitose com desvio à esquerda e elevação dos marcadores inflamatórios. Qual é a conduta inicial mais adequada para o manejo desta paciente? 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 57 de 72 Alternativas: (alternativa A) Observação clínica, administração de antipiréticos e repouso absoluto. (alternativa B) (CORRETA) Administração de antibióticos de amplo espectro, curetagem uterina e suporte hemodinâmico. (alternativa C) Administração de antifúngicos, realização de ultrassonografia e suporte nutricional. (alternativa D) Administração de tocolíticos, monitoramento fetal contínuo e hidratação intravenosa. 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 58 de 72 Resposta comentada: Alternativas: Administração de antibióticos de amplo espectro, curetagem uterina e suporte hemodinâmico. Justificativa: Correta. O quadro clínico é sugestivo de infecção uterina grave, possivelmente um aborto séptico, que pode evoluir rapidamente para sepse. A conduta inicial apropriada inclui a administração de antibióticos de amplo espectro para combater a infecção, curetagem uterina para remover o conteúdo infectado e suporte hemodinâmico para estabilizar a paciente. Este manejo é crítico para evitar complicações graves, como choque séptico. A alternativa está correta, pois aborda as prioridades no manejo de um quadro de infecção uterina grave: a administração de antibióticos de amplo espectro e a curetagem uterina, associados ao suporte hemodinâmico. Este manejo reduz o risco de complicações, especialmente a progressão para choque séptico, seguindo as práticas recomendadas em emergências obstétricas com suspeita de infecção. Observação clínica, administração de antipiréticos e repouso absoluto. Justificativa: Incorreta. Dada a gravidade dos sintomas, como dor abdominal intensa, febre alta e sinais de peritonite, a simples observação e uso de antipiréticos não são suficientes. Esta conduta negligencia a necessidade de antibióticos imediatos e intervenções para remoção do conteúdo uterino infectado, o que coloca a paciente em risco de piora rápida. Administração de tocolíticos, monitoramento fetal contínuo e hidratação intravenosa. Justificativa: Incorreta. Tocolíticos são usados para inibir contrações uterinas em casos de trabalho de parto prematuro iminente, mas não são apropriados para uma infecção intrauterina com risco de sepse. A hidratação intravenosa pode ser útil, mas não é suficiente para o manejo de uma infecção grave. A prioridade é o tratamento da infecção e estabilização hemodinâmica. Administração de antifúngicos, realização de ultrassonografia e suporte nutricional. Justificativa: Incorreta. A administração de antifúngicos é inadequada, pois o quadro clínico e os exames laboratoriais são mais indicativos de infecção bacteriana. A ultrassonografia pode auxiliar na avaliação do útero, mas não substitui a necessidade de antibióticos e de curetagem. O suporte nutricional é importante em longo prazo, mas não é prioritário neste contexto agudo. Referência: ROBBINS, Stanley L.; COTRAN, Ramzi S.; KUMAR, Vinay. Patologia: Bases Patológicas das Doenças. 10. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2021. 42ª QUESTÃO 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 59 de 72 Enunciado: (UNISL PORTO VELHO) Um paciente de 65 anos foi submetido a uma cirurgia de grande porte e encontra-se no 3º dia de pós-operatório em unidade de terapia intensiva. Apresenta-se com edema leve, fraqueza muscular, hipotensão postural e hiponatremia (Na+ = 125 mEq/L). Exames laboratoriais mostram hipocalemia (K+ = 2,8 mEq/L), níveis normais de creatinina e ureia. A diurese nas últimas 24 horas foi de 500 mL. Não há sinais de sobrecarga volêmica. Com base no quadro clínico e laboratorial, qual a conduta mais apropriada para corrigir com segurança os distúrbios hidro-eletrolíticos e preparar o paciente para alta hospitalar? Alternativas: (alternativa A) Reposição de solução salina isotônica (NaCl 0,9%) para correção gradual da hiponatremia, com reposição intravenosa de potássio e monitorização clínica a cada rotina matinal. (alternativa B) (CORRETA) Administração de solução salina isotônica (NaCl 0,9%) e reposição de potássio intravenoso, com monitorização frequente dos eletrólitos a cada 6 horas. (alternativa C) Administração de potássio intravenoso, solução salina isotônica (NaCl 0,9%), associada ao uso de corticosteróides para manejo da hipotensão postural. (alternativa D) Restrição hídrica leve com reposição de potássio oral, associada ao uso de diurético de alça para reduzir o edema e controlar a hiponatremia. Resposta comentada: A administração de solução a 0,9% neste paciente sintomático está adequada pois oferece uma abordagem completa e equilibrada para a correção dos distúrbios hidroeletrolíticos apresentados, com monitorização adequada. As demais alternativas cometem erros ao propor condutas inadequadas, como o uso de diuréticos, monitorização insuficiente e reposição oral de potássio além de incorretamente sugerir o uso de corticosteróides sem evidência de insuficiência adrenal, além de não considerar a verdadeira causa da hipotensão. Referências: Sabiston Textbook of Surgery: The Biological Basis of Modern Surgical Practice. 21st ed. Philadelphia: Elsevier, 2022. Harrison's Principles of Internal Medicine. 20th ed. McGraw-Hill, 2018. 43ª QUESTÃO 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 60 de 72 Enunciado: (UNIFIPMOC) Gestante de 32 anos, G3P2A0, idade gestacional de 9 semanas e 4 dias, procura atendimento na maternidade com queixa de sangramento vaginal iniciado há 13 dias, que evoluiu com secreção purulenta e odor fétido. Refere que hoje iniciou com dor abdominal tipo cólica e febre aferida de 38,4 °C. Ao exame apresentava-se: hipocorada, 1+/4+, hidratada, eupneica, sem edemas. Pressão arterial de 110/70mmHg, frequência cardíaca de 98 bpm, saturação de oxigênio de 98%, frequência respiratória de 18 ipm, temperatura axilar de 39 °C. Abdome doloroso à palpação profunda, principalmente em região suprapúbica. Exame especular: presença de sangramento com coágulos, associado a secreção purulenta e forte odor fétido. Toque vaginal: útero intrapélvico, dor à palpação uterina e à mobilização do colo, com colo pérvio. A principal hipótese diagnóstica e a conduta adequada são: Alternativas: (alternativa A) Aborto retido, aguardar até 30 dias para conduta expectante. (alternativa B) Aborto completo, indicar curetagem uterina e antibiótico venoso. (alternativa C) Aborto infectado, iniciar antibiótico oral, realizar exames e indicar AMIU. (alternativa D) (CORRETA) Aborto infectado, antibiótico venoso, exames e curetagem uterina. 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 61 de 72 Resposta comentada: Aborto retido, aguardar até 30 dias para conduta expectante. ERRADA. O aborto retido apresenta clínicapartos normais. A Síndrome dos Ovários Policísticos é um distúrbio hormonal que afeta as mulheres em idade reprodutiva e caracterizada pela presença de cistos nos ovários associada a irregularidade menstrual ou ausência de menstruação, acne, excesso de pelos no corpo, principalmente em locais como face e seio, obesidade e infertilidade, não correspondendo ao caso clínico. Referência: Febrasgo - Tratado de Ginecologia. Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595154841. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595154841/. 13ª QUESTÃO Enunciado: (FESAR) Uma primigesta de 32 semanas, comparece à emergência obstétrica com queixa de perda de líquido transvaginal. Ao exame físico, observa-se rotura das membranas ovulares com saída de líquido amniótico límpido. A paciente refere corrimento vaginal amarelado há 3 dias, disúria e dispareunia há 2 dias. A infecção intrauterina é uma importante causa identificável de rotura das membranas ovulares. Qual seria a principal infecção sexualmente transmissível (IST) possivelmente associada à rotura prematura de membranas nesta paciente e qual a estratégia preventiva mais eficaz para essa condição? 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 16 de 71 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Neisseria gonorrhoeae: Rastreamento e tratamento precoce em gestantes e seus parceiros. (alternativa B) Herpes simples vírus: Uso de aciclovir profilático em gestantes com história de herpes genital. (alternativa C) Trichomonas vaginalis: Tratamento com secnidazol 1 g VO dose única para ambos os parceiros. (alternativa D) Clamídia trachomatis: Uso profilático de azitromicina 1g VO por 03 dias em gestantes de alto risco. Resposta comentada: A gonorreia é uma IST altamente associada à RPM, aumentando o risco em até 8 vezes. O rastreamento e tratamento precoce da gestante e seus parceiros são cruciais para prevenir a RPM e outras complicações obstétricas. Lembre-se: O diagnóstico de ISTs em gestantes deve ser feito com base em história clínica, exame físico e testes laboratoriais específicos. O tratamento oportuno das ISTs reduz significativamente o risco de RPM e outras complicações obstétricas. A educação em saúde sexual e reprodutiva, incluindo o uso correto de preservativos, é fundamental para prevenir ISTs e seus desdobramentos. Referências: DUCAN, B, B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Disponível em: Minha Biblioteca, (5th edição). Grupo A, 2022. Ministério da Saúde. Atenção ao pré-natal de baixo risco.2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_pre_natal_baixo_risco.pdf. 14ª QUESTÃO Enunciado: (FMIT) Homem, 25 anos, da entrada no pronto-socorro com queixa de dor lombar à direita de forte intensidade com irradiação para região escrotal. Ele nega febre. Após analgesia, paciente é submetido a tomografia computadorizada de abdome sem contraste que evidencia a presença de um cálculo de 22 mm alocado em ureter distal. Analise a situação acima e assinale a alternativa que contém a conduta correta nesse caso: 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 17 de 71 Alternativas: (alternativa A) A nefrolitotripsia percutânea é uma excelente opção terapêutica por ser pouco invasiva e efetiva para o tratamento de cálculos ureterais maiores que 2 cm. (alternativa B) A melhor opção terapêutica para esse paciente é a prescrição de terapia expulsiva com bloqueadores alfa adrenérgicos. (alternativa C) (CORRETA) A ureterolitotripsia endoscópica é a opção terapêutica mais adequada nesse caso devido a localização e o tamanho do cálculo. (alternativa D) A nefrolitotomia aberta é a melhor terapia viável para o tratamento desse tipo de cálculo, apesar de estar associada a maiores complicações. Resposta comentada: A terapia expulsiva com alfa adrenérgicos está indicada apenas para pacientes com cálculo menores que 1 cm. A litotripsia endoscópica é o tratamento comumente mais utilizado para o tratamento de cálculos > 2 cm, especialmente aqueles localizados na porção mais distal do ureter. Para cálculos > 2 cm localizados na pelve renal ou em ureter proximal e nefrolitotomia percutânea também é uma opção viável. Atualmente a nefrolitotomia aberta é utilizada apenas em casos refratários ou para remoção de cálculos coraliformes, devido ao maior risco de complicações pós operatórias. Referência: Riella, Miguel Carlos; Princípios de nefrologia e distúrbios hidreletrolíticos/Miguel Carlos Riella. – 6.ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. 1.136 p.: il.; 28 cm. 15ª QUESTÃO Enunciado: (UNIDEP) Paciente de 62 anos, sexo masculino, com histórico de hipertensão arterial há 10 anos. O paciente apresenta: - Creatinina sérica: 2,6 mg/dL - Taxa de filtração glomerular estimada (TFGe): 35 mL/min/1,73 m² - Proteína na urina: 1,8 g/24 horas - Hemoglobina: 10 g/dL. Qual é a classificação da doença renal crônica (DRC) deste paciente, conforme a classificação da National Kidney Foundation (NKF) e da Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN)? 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 18 de 71 Alternativas: (alternativa A) DRC Estágio 3A (Risco Moderado). (alternativa B) DRC Estágio 5 (Insuficiência Renal). (alternativa C) DRC Estágio 4 (Risco Muito Alto). (alternativa D) (CORRETA) DRC Estágio 3B (Risco Alto). Resposta comentada: DRC Estágio 3A (Risco Moderado): - TFGe entre 45-59 mL/min/1,73 m² - Presença de lesão renal Não se aplica ao caso, pois a TFGe do paciente é abaixo de 45 mL/min/1,73 m². DRC Estágio 3B (Risco Alto): - TFGe entre 30-44 mL/min/1,73 m² - Presença de lesão renal Corresponde ao caso, pois o paciente tem TFGe de 35 mL/min/1,73 m² e proteinúria. DRC Estágio 4 (Risco Muito Alto): - TFGe entre 15-29 mL/min/1,73 m² - Presença de lesão renal Não se aplica ao caso, pois a TFGe do paciente é acima de 30 mL/min/1,73 m². DRC Estágio 5 (Insuficiência Renal): - TFGede sangramento discreto, em pequena quantidade, sem sinais de infecção. As vezes um achado ultrassonográfico sem nenhum sintoma. Necessita ultrassonografia para confirmação. Aborto infectado, iniciar antibiótico oral, realizar exames e indicar AMIU. ERRADA. Realmente trata-se de aborto infectado, porém a antibioticoterapia necessita ser venosa. Aborto completo, indicar curetagem uterina e antibiótico venoso. ERRADA. O aborto completo apresenta quadro clínico de sangramento volumoso, seguido de interrupção do sangramento e alívio de dor. Não tem sinais de infecção como no caso acima. Aborto infectado, antibiótico venoso, exames e curetagem uterina. VERDADEIRA O aborto infectado é a terceira causa de morte materna no Brasil. Associação com abortamento provocado, causado por ascensão de bactérias vaginais e intestinais. E tem com sintomas: sangramento volumoso, febre, dor hipogástrio, dor a mobilização do colo uterino, leucorréia purulenta e fétida. No caso acima temos um quadro clássico de aborto infectado. Temos como tratamento: estabilizar a paciente; acesso venoso de grosso calibre; hidratação venosa; antibioticoterapia (clindamicina 900mg 8/8h+gentamicina 3-5mg/kg/dose única); ou Ampicilina(1-2gr 6/6h)+ gentamicina(3-5mg/kg/dia)+ metronidazol(500mg 8/8h) e esvaziamento cavidade uterina de acordo com idade gestacional (curetagem uterina ou AMIU). Sendo a opção que contempla a antibioticoterapia venosa e curetagem a mais adequada. Referências: Silva Filho, A.L. Laranjeira, C.L.S. Manual SOGIMIG de ginecologia e obstetrícia. 6 ed. Rio de Janeiro: Med Book, 2017. ALSO Brasil – Advanced Life Support in Obstetrics – Manual e Programa de Estudos : São Paulo : Sarvier Editora de Livros Médicos, 2020. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Aborto: classificação, diagnóstico e conduta. São Paulo: FEBRASGO; 2021.(Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, nº 1/ Comissão Nacional Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério). Faúndes A, Moraes Filho OB, Miranda L, Torres JH. Interrupções da gravidez com fundamento e amparo legais. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 120/ Comissão Nacional Especializada em Violência Sexual e Interrupção da Gestação Prevista em Lei). Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas. Manual de gestação de alto risco / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2022. 44ª QUESTÃO Enunciado: (UNIDEP) Paciente de 62 anos, sexo masculino, com histórico de hipertensão arterial há 10 anos. O paciente apresenta: - Creatinina sérica: 2,6 mg/dL - Taxa de filtração glomerular estimada (TFGe): 35 mL/min/1,73 m² - Proteína na urina: 1,8 g/24 horas - Hemoglobina: 10 g/dL. Qual é a classificação da doença renal crônica (DRC) deste paciente, conforme a classificação da National Kidney Foundation (NKF) e da Sociedade Internacional de Nefrologia (ISN)? 000144.940010.9e007b.c2796d.0dc148.aa21ef.62b088.0c5a0 Pgina 62 de 72 Alternativas: (alternativa A) DRC Estágio 5 (Insuficiência Renal). (alternativa B) (CORRETA) DRC Estágio 3B (Risco Alto). (alternativa C) DRC Estágio 4 (Risco Muito Alto). (alternativa D) DRC Estágio 3A (Risco Moderado). Resposta comentada: DRC Estágio 3A (Risco Moderado): - TFGe entre 45-59 mL/min/1,73 m² - Presença de lesão renal Não se aplica ao caso, pois a TFGe do paciente é abaixo de 45 mL/min/1,73 m². DRC Estágio 3B (Risco Alto): - TFGe entre 30-44 mL/min/1,73 m² - Presença de lesão renal Corresponde ao caso, pois o paciente tem TFGe de 35 mL/min/1,73 m² e proteinúria. DRC Estágio 4 (Risco Muito Alto): - TFGe entre 15-29 mL/min/1,73 m² - Presença de lesão renal Não se aplica ao caso, pois a TFGe do paciente é acima de 30 mL/min/1,73 m². DRC Estágio 5 (Insuficiência Renal): - TFGeespeciais (por exemplo, em casos de mecônio espesso e ineficácia de outras manobras). No caso descrito, o primeiro passo apropriado é a ventilação com bolsa e máscara, especialmente em um recém-nascido pré-termo de 35 semanas. Realizar ventilação com pressão positiva com bolsa-válvula-máscara e O₂ a 21%, monitorando a resposta e ajustando conforme a saturação alvo para a faixa etária. Justificativa: Correta. De acordo com as diretrizes de 2022, a ventilação com pressão positiva com bolsa e máscara é indicada em recém-nascidos que não respiram espontaneamente e apresentam tônus muscular reduzido. A concentração inicial de oxigênio recomendada para recém-nascidos de mais de 32 semanas é de 21% (ar ambiente), com ajustes baseados na oximetria para atingir os alvos de saturação estabelecidos. A alternativa está correta e segue as diretrizes atualizadas de 2022. A reanimação inicial de um recém-nascido de 35 semanas que não apresenta respiração espontânea e hipotonia deve iniciar com ventilação com pressão positiva com bolsa- válvula-máscara e ar ambiente (O₂ a 21%), ajustando conforme necessário de acordo com a saturação alvo para recém-nascidos pré-termo. Realizar estímulo tátil no dorso de forma delicada, no máximo 2 vezes, e proceder com clampeamento imediato do cordão umbilical. Justificativa: Incorreta. Embora o estímulo tátil possa ser realizado inicialmente para incentivar a respiração, o clampeamento imediato do cordão umbilical não é recomendado se o bebê está hipotônico e sem respiração. O clampeamento tardio (após 30 a 60 segundos) é preferido, sempre que possível, para permitir melhor perfusão, especialmente em casos de prematuridade. Esperar 60 segundos para clampear o cordão umbilical e, então, levá-lo à mesa de reanimação, onde deve ser aquecido, posicionado, seco e aspirado se necessário. Justificativa: Incorreta. Embora o clampeamento tardio seja recomendado quando possível, a ausência de respiração e o tônus reduzido justificam a necessidade de intervenção imediata com ventilação com pressão positiva. A reanimação neonatal deve começar o quanto antes, não sendo recomendado aguardar 60 segundos em um recém-nascido com esses sinais. Referência: Almeida MFB, Guinsburg R; Coordenadores Estaduais e Grupo Executivo PRN-SBP; Conselho Científico Departamento Neonatologia SBP. Reanimação do recém-nascido ≥34 semanas em sala de parto: diretrizes 2022 da Sociedade Brasileira de Pediatria. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Pediatria; 2022. https://doi.org/10.25060/PRN-SBP-2022-2. 17ª QUESTÃO 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 21 de 71 Enunciado: (UNIPTAN) Gestante, 28 anos, G2P1A0, em início do pré-natal, apresenta resultado de sorologia para toxoplasmose IgG negativo e IgM positivo. Restante dos exames não apresentam alterações. US obstétrico mostra feto sem alterações, com crescimento adequado para a idade gestacional. Iniciada espiramicina e solicitada nova sorologia. A nova sorologia, com 24 semanas de gestação, apresenta IgG e IgM negativos para toxoplasmose. Assinale a alternativa que apresente o diagnóstico provável e a conduta adequada. Alternativas: (alternativa A) Toxoplasmose tardia. Manter paciente em pré-natal de risco habitual. (alternativa B) (CORRETA) IgM falso positivo. Suspender espiramicina. (alternativa C) Toxoplasmose aguda. Associar pirimetamina. (alternativa D) Toxoplasmose aguda. Encaminhar para pré-natal de alto risco. 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 22 de 71 Resposta comentada: ALTERNATIVA CORRETA: IgM falso positivo – suspender espiramicina. No segundo exame da paciente, o IgM veio negativo e o IgG manteve se negativo, portanto, trata se de falso positivo de IgM. Para confirmar a infecção o IgG tinha que se positivar. DEMAIS ALTERNATIVAS: "Toxoplasmose aguda – associar pirimetamina." Justificativa da incorreção: A toxoplasmose aguda seria confirmada se houvesse um IgM positivo acompanhado de um IgG positivo subsequente, sugerindo infecção recente. No entanto, no novo exame, ambos IgG e IgM são negativos, o que indica ausência de infecção aguda ou imunidade. Associar pirimetamina seria indicado apenas em caso de toxoplasmose confirmada, geralmente após 18 semanas e com infecção ativa. Neste caso, como o IgM parece ter sido um falso positivo, não há indicação para o uso de pirimetamina. "Toxoplasmose tardia – manter paciente em pré-natal de risco habitual." Justificativa da incorreção: O termo "toxoplasmose tardia" não se aplica corretamente aqui. A toxoplasmose tardia normalmente se refere à infecção adquirida no terceiro trimestre, que aumenta o risco de transmissão vertical, mas com menor gravidade fetal. Contudo, no caso de Ana Lúcia, o exame atual mostra IgG e IgM negativos, indicando que ela não adquiriu toxoplasmose. Portanto, essa alternativa está incorreta. "Toxoplasmose aguda – encaminhar para pré-natal de alto risco." Justificativa da incorreção: O encaminhamento para pré-natal de alto risco seria apropriado em casos de toxoplasmose confirmada ou suspeita fortemente confirmada. No entanto, como a nova sorologia mostra tanto IgG quanto IgM negativos, não há evidências de infecção recente ou aguda por toxoplasmose. Portanto, o pré-natal de alto risco não é indicado, e essa alternativa está incorreta. Referência: COSTA, R. et al. Condução da toxoplasmose gestacional. Femina, São Paulo, v. 47, n. 12, p. 893- 897, 2019. Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2020/01/1048446/femina-2019-4712- 893-897.pdf. Acesso em: 6 nov. 2024. 18ª QUESTÃO 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 23 de 71 Enunciado: (UNISL PVH) Um adolescente de 16 anos, sem histórico de doenças neurológicas prévias, comparece à UBS acompanhado pela mãe, que relata que há 2 semanas o filho apresentou episódios de fraqueza súbita nos membros inferiores, levando-o a cair várias vezes ao chão. Não houve perda de consciência, mas o adolescente relata formigamento nas pernas antes dos episódios de queda. No exame físico, os reflexos tendinosos estão normais, e não há sinais de atrofia muscular ou alteração de força objetiva nos membros inferiores. A ressonância magnética cerebral e da coluna lombar solicitada previamente foram normais. Durante o exame, o paciente exibe episódios de fraqueza nos quais os joelhos se dobram, mas sem lesões associadas às quedas. A mãe menciona que o filho tem se mostrado muito ansioso e estressado com questões escolares. Com base no quadro clínico descrito, qual é o diagnóstico mais provável e o próximo passo adequado? Alternativas: (alternativa A) Neuropatia periférica: encaminhar para eletroneuromiografia dos membros inferiores. (alternativa B) (CORRETA) Síndrome conversiva: encaminhar para avaliação psicológica e suporte psicoterápico. (alternativa C) Esclerose múltipla: solicitar análise do líquido cefalorraquidiano para confirmação. (alternativa D) Miastenia gravis: iniciar teste com edrofônio (Tensilon) e tratamento com imunoglobulina. 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 24 de 71 Resposta comentada: Síndrome conversiva (transtorno de conversão); encaminhar para avaliação psicológica e iniciar suporte psicoterápico. Justificativa: O quadro clínico apresentado é sugestivo de síndrome conversiva, caracterizada por sintomas neurológicos (como fraqueza ou formigamento) que não podem ser explicados por uma condição neurológica ou médica, e frequentemente associada a fatores de estresse psicológico. O fato de o exame físico ser normal, sem alterações neurológicas objetivas (reflexos preservados, ausência de atrofia ou déficits de força) e exames de imagem normais (ressonância magnética), sugere que a causa dos sintomas é funcional. A história de ansiedade e estresse escolar também reforça o diagnóstico. A conduta adequada inclui encaminhamento para avaliação psicológica e suporte psicoterápico, visando tratar o transtorno subjacente. Distratores: Esclerose múltipla normalmente apresenta achados de imagemou exames complementares alterados, além de sinais neurológicos objetivos. Miastenia gravis apresenta fraqueza muscular que piora com o esforço, mas o exame físico frequentemente mostra sinais específicos, como ptose palpebral ou dificuldade na elevação dos membros. Neuropatia periférica causaria déficits sensoriais e motores com exames clínicos e eletroneuromiográficos alterados. Referências: 1. American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5). Washington, DC: American Psychiatric Publishing. 2. Stone, J., et al. (2010). Functional neurological symptoms: assessment and management. Journal of Neurology, Neurosurgery & Psychiatry, 81(12), 1567-1574. 3. Espay, A. J., & Aybek, S. (2017). Current Concepts in Diagnosis and Treatment of Functional Neurological Disorders. JAMA Neurology, 74(9), 1132-1139. 4. Feinstein, A., et al. (2018). The neurobiology and treatment of conversion disorder and related functional neurological disorders. Handbook of Clinical Neurology, 139, 591-605. 19ª QUESTÃO Enunciado: (UNINOVAFAPI) Um recém-nascido (RN) com 38 semanas de idade gestacional nasceu de parto cesáreo devido a descolamento prematuro de placenta com grande sangramento em cavidade uterina. O RN necessitou de reanimação avançada, com intubação traqueal para realizar massagem cardíaca sincronizada com a ventilação com pressão positiva. Foram conferidos e corrigidos os possíveis erros dos procedimentos realizados. Na reavaliação, o monitor cardíaco indicava frequência cardíaca de 22 bpm e o RN encontrava-se em apneia. Realizado cateterismo venoso umbilical de emergência. Baseado nas diretrizes de reanimação neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria 2022, o próximo procedimento da reanimação desse bebê deve ser: 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 25 de 71 Alternativas: (alternativa A) administrar atropina por via endotraqueal. (alternativa B) administrar atropina por via endovenosa. (alternativa C) (CORRETA) administrar epinefrina por via endovenosa. (alternativa D) iniciar expansão volumétrica por via endovenosa. Resposta comentada: Durante a reanimação avançada de recém-nascidos (RN) com 34 ou mais semanas de idade gestacional o uso de medicações está indicado quando a frequência cardíaca (FC) permanece abaixo de 60 bpm e o RN já recebe massagem cardíaca aplicada de forma sincronizada com a ventilação com pressão positiva (VPP) por cânula traqueal e fornecimento de oxigênio a uma fração inspiratória (FiO2) de 100% com técnica adequada. As drogas utilizadas durante a reanimação neonatal em sala de parto são a epinefrina e o expansor de volume (soro fisiológico 0,9%). A primeira medicação que deve ser administrada é a epinefrina (CORRETA), preferencialmente por via endovenosa (veia umbilical). O expansor de volume é a segunda medicação a ser administrada via endovenosa (INCORRETA), quando há sinais de choque ou sangramento. A atropina é uma medicação que não está indicada durante a reanimação de recém-nascidos com bradicardia em sala de parto (INCORRETAS). Referência: Almeida MFB, Guinsburg R; Coordenadores Estaduais e Grupo Executivo PRN-SBP; Conselho Científico Departamento Neonatologia SBP. Reanimação do recém-nascido ≥34 semanas em sala de parto: diretrizes 2022 da Sociedade Brasileira de Pediatria. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Pediatria; 2022. Páginas: 22 a 24. 20ª QUESTÃO Enunciado: (FESAR) Criança de 7 anos, acompanhada dos pais, foi levada a Unidade Básica de Saúde devido a um inchaço generalizado que se iniciou de forma gradual e piorou nos últimos dias. Ao exame físico, a criança apresentava bom estado geral, mas os exames laboratoriais revelaram proteinúria, hematúria microscópica e albuminemia. Analise as hipóteses diagnósticas abaixo, e assinale a alternativa que contenha a causa mais provável para o caso de glomerulonefrite apresentado por essa criança. 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 26 de 71 Alternativas: (alternativa A) Rapidamente progressiva. (alternativa B) Membranoproliferativa. (alternativa C) Difusa aguda. (alternativa D) (CORRETA) Por lesões mínimas. Resposta comentada: CORRETA. Glomerulonefrite por lesões mínimas é a principal causa de síndrome nefrótica em crianças. Caracteriza-se por proteinúria maciça, edema e, geralmente, ausência de hematúria macroscópica. A histologia renal poderá mostrar alterações mínimas nas lesões glomerulares. INCORRETA. Rapidamente progressiva é uma doença grave, com rápida progressão para insuficiência renal. Caracteriza-se por hematúria macroscópica, proteinúria e cilindros hemáticos. O edema pode estar presente, mas não é a manifestação predominante. INCORRETA. A glomerulonefrite difusa aguda pós-estreptocócica (GNDA) é uma doença grave, com rápida progressão para insuficiência renal. Caracteriza-se por hematúria macroscópica, proteinúria e cilindros hemáticos. O edema pode estar presente, mas não é a manifestação predominante. INCORRETA. A glomerulonefrite membranoproliferativa se caracteriza por uma apresentação clínica mista, combinando elementos da síndrome nefrítica e da síndrome nefrótica, além da depleção dos níveis séricos de complemento. Referência: PEDIATRIA, Sociedade Brasileira de. Tratado de pediatria. 6th ed. Barueri: Manole, 2024. E-book. p.v2-125. ISBN 9788520458679. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788520458679/. Acesso em: 11 nov. 2024. 21ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA ITABUNA) Homem, 32 anos, procura atendimento médico por febre e dor abdominal em hipocôndrio direito há 1 dia. Antecedentes pessoais: litíase biliar e esteatose hepática diagnosticadas por ultrassonografia há seis meses. Exame físico: icteríco +++/4+; desidratado +/4+; corado; T = 38°C; FR = 26irpm; FC= 120bpm; abdome: dor a palpação em hipocôndrio direito no rebordo costal, Sinal de Murphy negativo, descompressão brusca dolorosa ausente. ALT=250UI/L; AST=300 UI/L; bilirrubina direta=6,7 mg/dl; bilirrubina indireta=0,6 mg/dl; gamaGT=336 mg/dl; fosfatase alcalina=680 UI/L; leucócitos=16.400 mm3; (Bastonete 8%, Segmentado 71%, Linfócitos 15%, monócitos 4% eosinófilos 2%) HB=13,1 g/dl; Ht=40%. Qual alternativa contém o diagnóstico mais provável ? 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 27 de 71 Alternativas: (alternativa A) Colecistite aguda. (alternativa B) Pancreatite aguda. (alternativa C) Hepatite aguda. (alternativa D) (CORRETA) Colangite aguda. Resposta comentada: A paciente já possui diagnóstico de colelitíase e está evoluindo com icterícia devido ao aumento da bilirrubina direta. Nesses casos, é importante considerar a possibilidade de coledocolitíase, ou seja, obstrução da via biliar por cálculo, que é a principal causa de colangite aguda. Como a paciente ainda apresenta sinais de inflamação sistêmica, como febre, taquicardia e leucocitose com desvio à esquerda, o diagnóstico mais provável é colangite aguda. A pancreatite aguda pode ser uma complicação da colelitíase, mas o padrão da dor abdominal é diferente e, geralmente, não está associada à icterícia. A dor é intensa, localizada na região epigástrica, em faixa, irradiando para o dorso, e é comum o paciente apresentar vômitos. Pacientes com hepatite aguda, por sua vez, geralmente apresentam hepatomegalia, fadiga, mal-estar e desconforto em hipocôndrio direito, além de elevação das transaminases e bilirrubinas. Como a paciente já tem diagnóstico de colelitíase e está ictérica com padrão obstrutivo (aumento da bilirrubina direta), a hipótese de hepatite é menos provável. Na colecistite aguda, por outro lado, a icterícia não costuma ser tão pronunciada, e um sinal clássico no exame físico é o sinal de Murphy, caracterizado pela interrupção abrupta da inspiração profunda durante a palpação do quadrante superior direito. Referência: LOSCALZO, Joseph; FAUCI, Anthony S.; KASPER, Dennis L.; et al. Medicina Interna de Harrison. 21st ed. Porto Alegre: AMGH, 2024.22ª QUESTÃO Enunciado: (UNIFIPMOC) Gestante de 32 anos, G3P2A0, idade gestacional de 9 semanas e 4 dias, procura atendimento na maternidade com queixa de sangramento vaginal iniciado há 13 dias, que evoluiu com secreção purulenta e odor fétido. Refere que hoje iniciou com dor abdominal tipo cólica e febre aferida de 38,4 °C. Ao exame apresentava-se: hipocorada, 1+/4+, hidratada, eupneica, sem edemas. Pressão arterial de 110/70mmHg, frequência cardíaca de 98 bpm, saturação de oxigênio de 98%, frequência respiratória de 18 ipm, temperatura axilar de 39 °C. Abdome doloroso à palpação profunda, principalmente em região suprapúbica. Exame especular: presença de sangramento com coágulos, associado a secreção purulenta e forte odor fétido. Toque vaginal: útero intrapélvico, dor à palpação uterina e à mobilização do colo, com colo pérvio. A principal hipótese diagnóstica e a conduta adequada são: 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 28 de 71 Alternativas: (alternativa A) Aborto infectado, iniciar antibiótico oral, realizar exames e indicar AMIU. (alternativa B) (CORRETA) Aborto infectado, antibiótico venoso, exames e curetagem uterina. (alternativa C) Aborto retido, aguardar até 30 dias para conduta expectante. (alternativa D) Aborto completo, indicar curetagem uterina e antibiótico venoso. 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 29 de 71 Resposta comentada: Aborto retido, aguardar até 30 dias para conduta expectante. ERRADA. O aborto retido apresenta clínica de sangramento discreto, em pequena quantidade, sem sinais de infecção. As vezes um achado ultrassonográfico sem nenhum sintoma. Necessita ultrassonografia para confirmação. Aborto infectado, iniciar antibiótico oral, realizar exames e indicar AMIU. ERRADA. Realmente trata-se de aborto infectado, porém a antibioticoterapia necessita ser venosa. Aborto completo, indicar curetagem uterina e antibiótico venoso. ERRADA. O aborto completo apresenta quadro clínico de sangramento volumoso, seguido de interrupção do sangramento e alívio de dor. Não tem sinais de infecção como no caso acima. Aborto infectado, antibiótico venoso, exames e curetagem uterina. VERDADEIRA O aborto infectado é a terceira causa de morte materna no Brasil. Associação com abortamento provocado, causado por ascensão de bactérias vaginais e intestinais. E tem com sintomas: sangramento volumoso, febre, dor hipogástrio, dor a mobilização do colo uterino, leucorréia purulenta e fétida. No caso acima temos um quadro clássico de aborto infectado. Temos como tratamento: estabilizar a paciente; acesso venoso de grosso calibre; hidratação venosa; antibioticoterapia (clindamicina 900mg 8/8h+gentamicina 3-5mg/kg/dose única); ou Ampicilina(1-2gr 6/6h)+ gentamicina(3-5mg/kg/dia)+ metronidazol(500mg 8/8h) e esvaziamento cavidade uterina de acordo com idade gestacional (curetagem uterina ou AMIU). Sendo a opção que contempla a antibioticoterapia venosa e curetagem a mais adequada. Referências: Silva Filho, A.L. Laranjeira, C.L.S. Manual SOGIMIG de ginecologia e obstetrícia. 6 ed. Rio de Janeiro: Med Book, 2017. ALSO Brasil – Advanced Life Support in Obstetrics – Manual e Programa de Estudos : São Paulo : Sarvier Editora de Livros Médicos, 2020. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). Aborto: classificação, diagnóstico e conduta. São Paulo: FEBRASGO; 2021.(Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, nº 1/ Comissão Nacional Especializada em Assistência ao Abortamento, Parto e Puerpério). Faúndes A, Moraes Filho OB, Miranda L, Torres JH. Interrupções da gravidez com fundamento e amparo legais. São Paulo: Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); 2018. (Protocolo FEBRASGO - Obstetrícia, no. 120/ Comissão Nacional Especializada em Violência Sexual e Interrupção da Gestação Prevista em Lei). Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas. Manual de gestação de alto risco / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2022. 23ª QUESTÃO Enunciado: (FMIT) Um paciente de 18 anos, sexo masculino, chega à Unidade Básica de Saúde com queixa de dor abdominal há 24 horas, iniciada na região periumbilical e migrando para o quadrante inferior direito. Ele apresenta náuseas, febre baixa (37,8 °C) e anorexia. Ao exame físico, nota-se dor à palpação no quadrante inferior direito do abdômen e sinal de Blumberg positivo. Diante do quadro clínico apresentado, qual é a conduta mais adequada? 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 30 de 71 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Encaminhar o paciente imediatamente para o hospital, considerando suspeita de apendicite aguda. (alternativa B) Orientar repouso domiciliar e analgésico, com retorno em 24 horas para reavaliação. (alternativa C) Prescrever antibiótico de largo espectro e observar evolução nas próximas 48 horas. (alternativa D) Solicitar exames laboratoriais na UBS e aguardar os resultados antes de tomar uma decisão. Resposta comentada: O quadro clínico apresentado pelo paciente (dor abdominal migratória para o quadrante inferior direito, náuseas, febre e sinal de Blumberg positivo) é altamente sugestivo de apendicite aguda, uma condição cirúrgica de emergência. A apendicite pode evoluir rapidamente para complicações graves, como perfuração e peritonite, se não for tratada prontamente. Portanto, o encaminhamento imediato para um hospital é essencial para confirmação diagnóstica e tratamento cirúrgico. Condutas como aguardar exames na UBS, observar a evolução ou prescrever apenas analgésicos ou antibióticos sem encaminhamento adequado podem atrasar o diagnóstico e aumentar o risco de complicações. Referências: GUSSO, G, et al. Tratado de medicina de família e comunidade - 2 volumes: princípios, formação e prática. Disponível em: Minha Biblioteca, (2nd edição). Grupo A, 2019. (Cap. 250) Emergência pré- hospitalar. p 1426-1427. JAMESON, J L.; FAUCI, Anthony S.; KASPER, Dennis L.; et al. Medicina interna de Harrison [recurso eletrônico]. 20. ed. Grupo A, 2020. 2 vols. p 111-112. 24ª QUESTÃO 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 31 de 71 Enunciado: (UNIREDENTOR) Paciente masculino, 64 anos, esteve em atendimento na UBS devido queixas de de dispneia, mal-estar, hematomas subungueais, palidez e cianose, além de estar apresentado eritema nodoso há 1 semana, onde o diagnóstico de Hanseníase foi suspeitado, trazendo hoje o diagnóstico através da baciloscopia positiva. Irá iniciar a poliquimioterapia. Traz consigo alguns exames já solicitados e realizados, com os seguintes resultados: Hemoglobina 10 (12-18 g/dL) Hematócrito 30% ( 36-50%) VCM 88 (80-97) CHM 32 (32 a 38) Ferro sérico 33 (65 e 165 µg/dL) VHS 85 (“O tratamento dessa anemia nem sempre é necessário, pois sendo ela discreta, habitualmente não determina qualquer limitação funcional. O tratamento da doença básica responsável pela ADC, quando eficaz, associa-se à melhora do quadro hematológico.” Referências: Tratado de hematologia, Marco Antônio Zago. São Paulo, Ed. Atheneu, 2013. DUCAN, B, B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 25ª QUESTÃO 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 33 de 71 Enunciado: (FIPGUANAMBI) Paciente de 34 anos, G1P0A0, no momento com idade gestacional de 38 semanas, é admitida em trabalho de parto. Realizado o partograma abaixo. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticos de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher/ Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica da Mulher. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001. Avalie o partograma da paciente e indique o diagnóstico e conduta necessária: Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Fase ativa prolongada e ocitocina. (alternativa B) Parto precipitado ou taquitócico e analgesia (alternativa C) Parada secundária da dilatação e cesárea. (alternativa D) Trabalho de parto fisiológico e analgesia. 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 34 de 71 Resposta comentada: Na fase ativa prolongada ou distócia funcional, a dilatação do colo uterino ocorre lentamente, numa velocidade menor que 1 cm/hora. A curva da dilatação ultrapassa a linha de alerta e, ás vezes, a linha de ação. Essa distócia geralmente decorre de contrações uterinas não eficientes . A correção é feita inicialmente pelo emprego de técnicas humanizadas de estímulo ao parto normal, por exemplo estimulando-se a deambulação e, se necessário, posteriormente pela administração de ocitocina ou rotura artificial da bolsa das águas. Na evolução normal do trabalho de parto, a curva de dilatação cervical se processa à esquerda da linha de ação. Quando essa curva ultrapassa a linha de ação, trata-se de um parto disfuncional. A parada secundária da dilatação é diagnosticada por dois toques sucessivos, com intervalo de 2 horas ou mais, com a mulher em trabalho de parto ativo. Nesse tipo de distócia, a dilatação cervical permanece a mesma durante duas horas ou mais, ultrapassa a linha de alerta e, por vezes, a linha de ação, a indicação de cesárea é necessária quando as outras medidas não foram eficazes. O parto precipitado ou taquitócico é diagnosticado quando a dilatação cervical e a descida e expulsão do feto ocorrem num período de 4 horas ou menos. Referência: MONTENEGRO, Carlos Antônio B.; FILHO, Jorge de R. Rezende Obstetrícia Fundamental, 14. ed. Grupo GEN,2017. E-book. ISBN 9788527732802 Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticos de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher/ Ministério da Saúde, Secretaria de Políticas de Saúde, Área Técnica da Mulher. – Brasília: Ministério da Saúde, 2001. 26ª QUESTÃO Enunciado: (FACIMPA) Uma criança de 7 anos é trazida à Unidade Básica de Saúde (UBS) por sua mãe, preocupada com o comportamento do filho na escola. A mãe relata que a criança tem dificuldade em manter a atenção durante as atividades escolares, distrai-se facilmente, e muitas vezes age impulsivamente, interrompendo a fala de colegas e professores. Além disso, a criança está constantemente inquieta, movendo-se frequentemente durante as aulas e em casa. A mãe também comenta que seu filho tem dificuldade em seguir instruções e frequentemente esquece materiais escolares, mesmo após ser lembrado. Considerando o caso descrito, qual das alternativas abaixo representa a melhor abordagem terapêutica para essa criança? 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 35 de 71 Alternativas: (alternativa A) (CORRETA) Uso de metilfenidato, um psicoestimulante, associado à terapia comportamental cognitiva (TCC). (alternativa B) Prescrição de ansiolíticos, como benzodiazepínicos, como clonazepam, e terapia de exposição gradual. (alternativa C) Uso de antipsicóticos atípicos, como clozapina e olanzapina, e intervenção psicossocial intensa. (alternativa D) Terapia comportamental cognitiva (TCC) sem uso de medicação, associada a técnicas de mindfulness. Resposta comentada: Uso de metilfenidato, um psicoestimulante, associado à terapia comportamental cognitiva (TCC): O tratamento de primeira linha para crianças com sintomas de TDAH geralmente inclui uma combinação de intervenções farmacológicas e não farmacológicas. O metilfenidato, um estimulante, é uma das medicações mais frequentemente prescritas para o manejo dos sintomas de desatenção e hiperatividade, promovendo melhorias no foco e controle de impulsos. A TCC ajuda a criança a desenvolver estratégias de enfrentamento, controlar impulsos e melhorar o comportamento em casa e na escola. Esta combinação é amplamente respaldada por evidências e é recomendada em diretrizes de tratamento para TDAH. Prescrição de ansiolíticos, como benzodiazepínicos, como clonazepam, e terapia de exposição gradual Ansiedade e TDAH são condições distintas, apesar de algumas comorbidades. Ansiolíticos podem ser usados para tratar transtornos de ansiedade, mas não são indicados como primeira linha para TDAH. A terapia de exposição gradual é uma técnica utilizada principalmente em transtornos de ansiedade, como fobias, e não tem aplicabilidade direta na modificação dos sintomas de desatenção e impulsividade. Terapia comportamental cognitiva (TCC) sem uso de medicação, associada a técnicas de mindfulness Embora as intervenções comportamentais sejam eficazes, o uso isolado sem medicação é menos eficaz no controle dos sintomas nucleares de TDAH, especialmente em casos mais graves. As técnicas de mindfulness podem complementar o tratamento, mas não substituem terapias mais estabelecidas, como a TCC e o uso de medicamentos estimulantes. Portanto, esta abordagem seria incompleta para a maioria das crianças com sintomas moderados a graves de TDAH. 000144.94001d.300c1e.b968d1.34a30a.556522.a4b77a.58b23 Pgina 36 de 71 Uso de antipsicóticos atípicos, como clozapina e olanzapina, e intervenção psicossocial intensa Antipsicóticos atípicos são indicados como primeira linha para transtornos psiquiátricos como esquizofrenia ou transtorno bipolar, e não para TDAH. Além disso, eles têm um perfil de efeitos colaterais significativo, o que os torna inadequados para o manejo de crianças com TDAH, exceto em casos com comorbidades severas, como agressividade extrema. A intervenção psicossocial intensa pode ser útil, mas não seria o tratamento primário para o caso apresentado. Referências: AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS. Clinical Practice Guideline for the Diagnosis, Evaluation, and Treatment of Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder in Children and Adolescents. Pediatrics, 144(4), AMERICAN PSYCHIATRIC Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5). 5th ed. Arlington, VA: American Psychiatric Publishing, 2013. BARKLEY, A. Attention-Deficit Hyperactivity Disorder: A Handbook for Diagnosis and Treatment. 4th ed. New York: Guilford Press, 2015. ROHDE, A. et al. Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) ao Longo da Vida: Uma Perspectiva Clínica Baseada em Evidências. Porto Alegre: Artmed, 2018. SPENCER, T. J.; BIEDERMAN, J.; WILENS, T. Pharmacotherapy of Attention Deficit Hyperactivity Disorder. In: Neuropsychopharmacology: The Fifth Generation of Progress. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 27ª QUESTÃO Enunciado: (AFYA ITABUNA) Paciente de sexo feminino, de 45 anos é atendida no pronto atendimento do Hospital do Exército com história de dor abdominal, em andar superior do abdome, em faixa, acompanhada de vários episódios de vômitos, há 12 horas da entrada. Ao exame físico apresenta-se hemodinamicamente estável, com dor difusa à palpação abdominal, pior em epigástrio e mesogástrio,