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1 
 
2 
 
 
 
 
Apostila 1 
 
 
 
 
 
Português - Redação 
 
 
 
 
Dissertativa, argumentativa. Considerações sobre a 
avaliação. Tópicos frasais. Semântica, sintaxe, 
concordâncias, acentuação e gramática. 
 
 
 
 
Data da Primeira Edição: 07/2023 
 
Título original em Português: Português: Redação – Apostila 1 
 
Autor – Prof. Fernando César Morellato 
 
 
 
Biênio 23/24 
 
 
 
 
3 
ÍNDICE 
 
ÍNDICE ................................................................................ 3 
1. REDAÇÃO DISSERTATIVA-ARGUMENTATIVA .......................... 8 
1.1. PESSOA DO DISCURSO - IMPESSOALIDADE ......................... 9 
1.2. QUANTIDADE DE LINHAS ................................................ 10 
1.3. INTRODUÇÃO (RESUMO DAS IDEIAS PRINCIPAIS) .............. 11 
1.3.1. CONCEITUAÇÃO ......................................................... 12 
1.3.2. CITAÇÕES ................................................................. 12 
1.3.3. LEGISLAÇÃO ............................................................. 13 
1.3.4. FILMES E SÉRIES ....................................................... 13 
1.3.5. MÉTODO DEDUTIVO ................................................... 14 
1.3.6. REFERÊNCIA HISTÓRICA ............................................. 15 
1.3.7. NARRATIVA COM BASE REAL ....................................... 15 
1.3.8. ANALOGIA OU COMPARAÇÃO ....................................... 16 
1.3.9. MITOS E LENDAS ....................................................... 16 
1.3.10. REFERÊNCIA LITERÁRIA ............................................ 17 
1.3.11. DIVISÃO EM TÓPICOS .............................................. 17 
1.4. DESENVOLVIMENTO (DEFESA DO PONTO DE VISTA) ........... 18 
1.4.1. ARGUMENTAÇÃO........................................................ 19 
1.4.2. OPERADORES ARGUMENTATIVOS ................................. 20 
1.5. CONCLUSÃO (FECHAMENTO DA IDEIA) ............................. 22 
1.6. OUTRAS CONSIDERAÇÕES .............................................. 24 
1.6.1. RESPEITO AOS DIREITOS HUMANOS ............................ 24 
1.6.2. RASURAS E LEGIBILIDADE .......................................... 24 
1.6.3. ORTOGRAFIA E MARGEM ............................................. 24 
1.6.4. GÍRIAS, PALAVRAS POPULARES E OUTRO IDIOMA .......... 25 
1.6.5. PONTUAÇÃO E ACENTUAÇÃO ....................................... 25 
1.6.6. O QUE ZERA A NOTA DA REDAÇÃO ............................... 25 
1.6.7. COESÃO, COERÊNCIA E CONCORDÂNCIA ....................... 26 
2. FERRAMENTAS DE COESÃO TEXTUAL .................................. 27 
4 
2.1. ADVÉRBIOS .................................................................. 27 
2.1.1. INTERROGAÇÃO DIRETA E INDIRETA ............................ 29 
2.1.2. FLEXÃO DE GRAU: COMPARATIVO E SUPERLATIVO ......... 30 
2.1.3. LOCUÇÕES ADJETIVAS ............................................... 31 
2.2. CONJUNÇÕES ................................................................ 32 
2.2.1. CONJUNÇÕES COORDENATIVAS ................................... 33 
2.2.2. CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS .................................. 34 
2.2.3. POLISSEMIA CONJUNCIONAL ....................................... 37 
2.2.4. LOCUÇÕES CONJUNTIVAS ........................................... 37 
2.3. PREPOSIÇÕES ............................................................... 38 
2.3.1. PREPOSIÇÕES ESSENCIAIS ......................................... 38 
2.3.2. PREPOSIÇÕES ACIDENTAIS ......................................... 39 
2.3.3. COMBINAÇÕES E CONTRAÇÕES DE PREPOSIÇÕES .......... 40 
2.3.4. CRASE ...................................................................... 43 
2.3.4.1. ANTES DE PALAVRAS FEMININAS ............................... 43 
2.3.4.2. ANTES DE NOMES PRÓPRIOS GEOGRÁFICOS ............... 44 
2.3.4.3. COM PRONOMES DEMOSNTRATIVOS ........................... 47 
2.3.4.4. ANTES DOS PRONOMES A, AS .................................... 48 
2.3.4.5. ANTES DE PRONOMES RELATIVOS .............................. 49 
2.3.4.6. NA INDICAÇÃO DE HORAS ........................................ 49 
2.3.4.7. LOCUÇÕES ADVERBIAIS FEMININAS ........................... 50 
2.3.4.8. LOCUÇÕES PREPOSITIVAS FEMININAS ........................ 51 
2.3.4.9. LOCUÇÕES CONJUNTIVAS ......................................... 52 
2.3.5. CASOS EM QUE NÃO SE USA CRASE ............................. 52 
2.3.6. CRASE FACULTATIVA .................................................. 53 
2.4. PRONOMES RELATIVOS .................................................. 55 
2.4.1. EMPREGOS DOS PRONOMES RELATIVOS ....................... 56 
2.5. PONTUAÇÃO ................................................................. 58 
2.5.1. PONTO (.) ................................................................. 59 
2.5.2. DOIS PONTOS (:) ...................................................... 60 
2.5.3. VÍRGULA (,) .............................................................. 63 
5 
2.5.4. PONTO E VÍRGULA (;) ................................................. 65 
2.5.5. ASPAS (“ OU ‘) .......................................................... 67 
2.5.6. PARÊNTESES OU PARÊNTESIS “(“ E “)” ......................... 67 
2.5.7. PONTO DE EXCLAMAÇÃO (!) ........................................ 68 
2.5.8. PONTO DE INTERROGAÇÃO (?) .................................... 69 
2.5.9. RETICÊNCIAS (...) ...................................................... 69 
2.5.10. TRAVESSÃO (–) ....................................................... 69 
3. ESTRATÉGIAS PARA O DESENVOLVIMENTODA REDAÇÃO ....... 70 
3.1. EVITANDO REPETIÇÕES .................................................. 73 
3.2. RELAÇÕES DISCURSIVAS NO DESENVOLVIMENTO .............. 75 
3.3. FORMAS DE MELHORAR A ESCRITA .................................. 77 
3.3.1. ESCRITA ................................................................... 78 
3.3.2. EVITANDO O BRANCO ................................................. 79 
3.3.3. ADMINISTRANDO O TEMPO DE PROVA .......................... 81 
3.4. O QUE EVITAR EM REDAÇÕES .......................................... 83 
4. TERMOS PARECIDOS - SIGNIFICADOS DIFERENTES .............. 85 
4.1. MAIS E MAS .................................................................. 85 
4.2. A GENTE E AGENTE ........................................................ 85 
4.3. ACIDENTE E INCIDENTE ................................................. 86 
4.4. SUAR E SOAR ................................................................ 86 
4.5. EM CIMA E EMBAIXO ...................................................... 87 
4.6. NADA A VER E NADA HAVER ............................................ 87 
4.7. SOBRESCREVER E SUBSCREVER ...................................... 88 
4.8. ESTRUPO E ESTUPRO ..................................................... 88 
4.9. PERDA E PERCA ............................................................. 89 
4.10. ONDE E AONDE ......................................................... 89 
4.11. ATRAVÉS E POR MEIO DE ............................................ 90 
4.12. AFIM E A FIM ............................................................. 90 
4.13. ABAIXO E A BAIXO ..................................................... 91 
4.14. ERROS COMUNS ........................................................ 92 
4.15. PLEONASMO .............................................................. 92 
6 
5. COMPETÊNCIAS COBRADAS NA REDAÇÃO DO ENEM ............. 93 
6. REDAÇÕES NOTA 1000 NO ENEM ....................................... 96 
6.1. REDAÇÃO 1 ................................................................... 97 
6.2. REDAÇÃO 2 ................................................................... 98 
6.3. REDAÇÃO 3 .................................................................. 100 
6.4. REDAÇÃO 4 .................................................................. 102 
6.5. REDAÇÃO 5 ..................................................................noite, (à) distância, (à) toa. Acompanhe nos 
exemplos: 
 
 Saímos à tarde e voltamos à noite. 
 Sentiu-se à vontade. 
 Sentou-se à direita. 
 Respondeu às pressas. 
 Fez à toa. 
 Estava à distância de 100 metros da própria casa. 
 Às vezes ela dorme tarde. 
 Sentou-se à mesa. 
 Ele foi à feira para comprar frutas, mas depois dirigiu-se à pizzaria. 
 Ele conduziu o processo às cegas. 
 
Em alguns casos, as locuções adverbiais femininas recebem crase 
meramente por clareza, visto que na verdade só levam um “a”, veja 
os exemplos: 
 
 Tranquei a chave (a chave foi trancada). 
 Tranquei à chave (tranquei algo com a chave). 
 
Perceba que o verbo trancar não exige preposição, e mesmo assim 
recebe o acento para evitar o duplo sentido. O mesmo ocorre nos 
exemplos abaixo: 
 
 Coloquei a venda (venda nos olhos). 
 Coloquei à venda (está vendendo algo). 
51 
 
 Desenhou a mão (desenhou uma mão). 
 Desenhou à mão (desenhou usando a mão). 
 
2.3.4.8. Locuções Prepositivas Femininas 
 
Locuções prepositivas são duas ou mais palavras que exercem a 
função de preposição, sendo a segunda palavra sempre considerada 
como “preposição essencial”. As locuções prepositivas seguidas de 
palavra feminina e acompanhadas por determinantes (artigo, por 
exemplo), exigem o uso da crase. São alguns exemplos de locuções 
prepositivas formadas pela preposição "a": em frente a, graças a, junto 
a, devido a. 
 
 Eu estava assim devido à espera do amor. 
 Ambas estavam à sombra do balão de ar. 
 Era lindo o pôr do sol devido à luz do sol. 
 Graças à ventania, a cidade inteira foi afetada. 
 Devido à vontade de ajudá-la, a outra o recolheu. 
 Junto à irmã, ela ficou jogando videogame. 
 
Existem locuções prepositivas cuja preposição "a" aparece no início 
da oração e, geralmente, terminam pela preposição "de". O emprego 
da crase junto a essas locuções é igualmente obrigatório, mesmo se a 
locução não vier expressa na oração. 
 
Exemplos: 
 
 À custa da irmã, ela conseguiu pagar as contas. 
 Todos nós estávamos à espera de um milagre. 
 Os gestores da empresa, diziam que estavam à beira da falência. 
 Eu estava à espera de um emprego. 
 Ele escreve à Machado de Assis. (Locução prepositiva implícita: 
à maneira de Machado de Assis) 
52 
 
A seguir temos mais alguns exemplos de locuções prepositivas 
formadas pela preposição "a": à beira de, à espera de, à maneira de, 
à moda de, à procura de, à base de, à vontade, à toa, às pressas, às 
escuras, à disposição, à francesa, à milanesa, à tarde, à noite, às 12 
horas, à meia-noite, à par de, à respeito de, à mercê de, à fim de, às 
custas de, junto à, graças à, com respeito à, quanto à. 
 
2.3.4.9. Locuções Conjuntivas 
 
Locução Conjuntiva é a denominação ao conjunto de uma ou mais 
palavras com valor de conjunção na frase. São elas: contanto que, 
apesar de, à medida que, a fim de que, à proporção que, quanto mais, 
uma vez que, de maneira que, ainda que, visto que, por mais que, 
desde que, logo que, já que, sem que, posto que. 
 
Emprega-se crase nas locuções conjuntivas como nos exemplos: 
 
 À medida que o trabalho aumenta, o salário não acompanha. 
 À proporção que o salário diminuía, os empregados iam embora. 
 
2.3.5. Casos em que Não se Usa Crase 
 
1. Como visto, antes de palavra masculina: 
 
 Gosto de andar a cavalo. 
 Sinto-me lisonjeado a respeito do comunicado. 
 
2. Antes de verbo: 
 
 A seguir, fiquem com o jogo de futebol. 
 
3. Antes da maioria dos pronomes, por não admitirem artigo: 
 
53 
 Contei aquela história a ele. 
 Ele nunca mais se referiu a nós. 
 Tínhamos perguntado a todas as outras pessoas. 
 Então desisti de contar histórias a elas também. 
 
4. Antes de palavras no plural que não são definidas pelo artigo: 
 
 Ela gosta de ir a lugares bonitos, mas não a reuniões. 
 
5. Antes das palavras casa e terra quando não tiverem elementos 
modificadores: 
 
 Chegaram a casa e ficaram calados. 
 Chegaram à casa de Luan e ficaram calados (com modificador). 
 Eles voltaram a terra. 
 Eles voltaram à terra de origem (com modificador). 
 Eles voltaram à terra natal (com modificador). 
 
6. Na expressão a distância quando esta não estiver especificada, 
pois se enquadra no caso de termo modificador: 
 
 À distância de 100 metros (distância especificada - com crase). 
 Teve aulas a distância (distância não especificada - sem crase). 
 Olhei o falecido à distância de 10 metros. 
 
7. Nas locuções adverbiais formadas por palavras repetidas: 
 
 Gota a gota a água escoava pela rachadura. 
 Cara a cara era difícil dizer não. 
 Quero te ver face a face Senhor. 
 Lágrima a lágrima o arrependimento só aumentava. 
 
2.3.6. Crase Facultativa 
 
54 
1. Antes de nomes próprios femininos referentes a pessoas: 
 
 Refiro-me à Ana, minha irmã. 
 Refiro-me a Ana, minha irmã. 
 
Porém, observe que, se houver (termo modificador) determinante, 
a crase será obrigatória: 
 
 Refiro-me à Júlia da academia. 
 
2. Antes de pronomes possessivos femininos: 
 
 Não me referi à sua capacidade. 
 Não me referi a sua capacidade. 
 Contei uma história à Vossa Senhoria. 
 Contei uma história a Vossa Senhoria. 
 
Observação: pronome possessivo feminino singular a crase é 
facultativa, entretanto, se houver a preposição a diante de um 
pronome possessivo adjetivo plural, o emprego do acento grave 
indicador de crase só ocorrerá se houver as; caso o a aparecer no 
singular, haverá somente a preposição: a ou às. Veja: 
 
 Não obedeço a sua diretora. (Preposição a, sem o artigo a) 
 Não obedeço à sua diretora. (Preposição a, com o artigo a) 
 Não obedeço a suas diretoras. (Preposição a, sem o artigo as) 
 Não obedeço às suas diretoras. (Preposição a, com o artigo as) 
 
3. Após a palavra ATÉ a crase é facultativa, desde que haja a 
preposição a na frase: 
 
A preposição “até” é a única que aceita “crase”. 
 
 Fomos até à farmácia. 
 Fomos até a farmácia. 
55 
2.4. Pronomes Relativos 
 
Como já foi dito anteriormente, os pronomes relativos são aqueles 
que servem para retomar, referenciar um termo anterior: o 
antecedente. 
 
Seu uso é um recurso para evitar repetições, recurso extremamente 
bem-vindo em redações de qualidade e de texto fluído. Quanto à forma, os 
pronomes podem ter formas variáveis e formas invariáveis: 
 
VARIÁVEIS INVARIÁVEIS 
MASCULINO/FEMININO 
O QUAL, A QUAL, OS QUAIS, AS 
QUAIS, CUJO, CUJA, CUJOS, CUJAS, 
QUANTO, QUANTOS, QUANTAS 
QUE 
QUEM 
ONDE 
 
Podem ter formas simples: que, quem, cujo e quando; e forma 
composta: o qual. 
 
Vale lembrar que o pronome onde, antecedido das preposições a 
e de, se aglutina a elas, formando aonde e donde. 
 
Natureza do antecedente 
 
O antecedente é aquele termo já mencionado, o qual o pronome 
relativo fará referência, retomará. 
 
Pode ser: 
 
1. Substantivo: 
 
 Chamem as meninas que eu vi hoje no corredor. 
 
2. pronome: 
56 
 Serão eles de quem tanto me falaram? 
 
3. adjetivo: 
 
 As maçãs tornaram-se doces, mais gostosas e suculentas 
que dantes. 
 
4. advérbio: 
 
 Lá, por onde caminhavam os dois, a sós. 
 
5. oração (nesse caso é resumida pelo demonstrativo o) 
 
 Dormiram todos juntos, o que gerou muitos comentários. 
 
2.4.1. Empregos dos Pronomes Relativos 
 
1 - Que: usa-se para referenciar pessoa ou coisa, no singular ou 
plural. Pode iniciar orações adjetivas restritivas e explicativas: 
 
 Esse cidadão não faz nada que se aproveite 
 O instrutor, que acabava de explicar, se perguntava se 
aprenderam. 
 
Em alguns casos o pronome relativo que pode ser o sentido de uma 
oração anterior. Neste caso, o que vem antecipado do demonstrativo 
o ou da palavra coisa ou equivalente, que resumem a oração referida: 
 
 Ensinava muito bem, o que requer muito estudo, empenho e 
amor pelo trabalho. 
 Era melhor eu irembora rápido, o que fiz de modo a não ver 
nada ao meu redor. 
 Ela me permitiu limpar suas lágrimas, gesto que a mostrou 
confiante. 
57 
Em outros casos o antecedente pode não estar expresso: 
 
 A uma situação assim, o rapaz não sabia o que fazer. 
 
2 - Qual, o qual: pode ser usado nas orações adjetivas 
explicativas para substituir o pronome que. 
 
 Lembro-me muito bem da professora, a qual, uma vez, me 
chamou a atenção. 
 Caiu da janela, através da qual eu olhava as flores no jardim. 
 
Atenção! A substituição é utilizada como um recurso de estilo, 
sendo um recurso para ter clareza ou dar ritmo ao texto. No entanto, 
há casos que se deve, preferencialmente, utilizar o pronome que. Essa 
regra se aplica quando o pronome vem antecedido de preposições 
monossilábicas a, com, de, em e por. 
 
Quando com as outras preposições ou locuções prepositivas, usa-
se o pronome o qual. 
 
 Joguei fora o tapete sobre o qual morreu meu cão. 
 As visitas chatas, durante as quais eu dormia, nunca mais 
aconteceram. 
 
Usa-se o qual após alguns pronomes indefinidos, numerais e 
superlativos: 
 
 Ana era mãe de três moças, algumas das quais já foram 
minhas colegas. 
 Três gatos dos quais um era cego. 
 Os irmãos, quatro ou cinco, o mais velho dos quais tem 
quarenta anos. 
 
Quem: usado quando se refere a pessoas ou coisas personificadas: 
 
58 
 Triste é quem não dá valor à educação. 
 De quem ela é mãe? 
 
Quando há um antecedente explícito, pode substituir o qual. Vem 
sempre antecedido de preposição: 
 
 A moça a quem voltava o olhar era casada e eu não sabia. 
 
3 - Cujo: é utilizado como pronome adjetivo e concorda com a 
coisa possuída em gênero e número: 
 
 Lindíssima a escola, cujo diretor era meu professor de 
português. 
 Machado de Assis escreveu A mão e a luva, em cuja obra o amor 
se encaixa perfeitamente. 
 
4 - Quanto: sempre é utilizado após os pronomes indefinidos tudo, 
todos (ou todas), que podem ser omitidos: 
 
 Em tudo quanto fiz fui esquecido. 
 Entre quantos te amam, não vês a ti próprio. 
 
5 - Onde: usado, normalmente, com a função de adjunto adverbial 
(com o significado de “o lugar em que”, “no qual”): 
 
 Este é o jazigo, onde descansam meus antepassados. 
 Não sei onde posso comprar amêndoas. 
 Poderia me dizer aonde vais a essa hora? 
 Não sei aonde ele está. 
 
2.5. Pontuação 
 
Quando nós nos comunicamos e falarmos existem certos recursos 
para expressarmos uma determinada ideia ou então dar ênfase em um 
59 
ponto como, como por exemplo, o tom da voz (que pode expressar 
inclusive ironia, raiva, indiferença, etc.), a ordem em que se fala, as 
pausas, os silêncios, entre outros. E isso pode fazer toda a diferença 
em uma comunicação. 
 
Mas na hora de escrevermos um texto, para que ele seja 
adequadamente interpretado, quem é responsável agora é a 
pontuação. A pontuação é a responsável por trazer clareza no 
momento de expressar as ideias nos textos escritos, para que os textos 
não sejam interpretados incorretamente, às vezes, até mesmo, com 
sentido contrário ao que se quer expressar. Repetindo o que foi dito 
anteriormente, por exemplo: Matar não, salvar! Ou Matar, não salvar! 
Que expressam ideias completamente contraditórias, enquanto o 
primeiro propõe salvar, o segundo propões matar. 
 
Assim, os sinais de pontuação garantem coesão e coerência ao 
texto e, por meio deles, é possível destacar palavras, expressões e 
esclarecer os sentidos das frases, evitando ambiguidades e equívocos. 
 
2.5.1. Ponto (.) 
 
Basicamente, o emprego do ponto é sinalizar o final de uma frase, 
ou seja, o fim de uma sentença. 
 
 Esse texto simplesmente expressa o uso do ponto final. 
 
Mas, o ponto também é usado nas abreviaturas de palavras. 
 
 d.C. (depois de Cristo), Sr. (senhor), adj. (adjetivo), m. (metro), 
p. (página), dr. (doutor), cia. (companhia), jan. (Janeiro). 
 
Em redações procure evitar o uso de abreviações. 
 
60 
2.5.2. Dois pontos (:) 
 
Os dois pontos são usados durante a escrita de textos. Quando os 
dois pontos são necessários? 
 
a) Antes de uma fala de algum personagem; 
b) Antes de uma citação; 
c) Começar uma enumeração de itens; 
d) Introduzir uma explicação, esclarecimento ou resumo, 
situações de causa ou consequência; 
e) Após exemplos, observações, notas, informações 
importantes; 
f) Ao introduzir uma oração apositiva; 
g) Após vocativo inicial de cartas e comunicações. 
 
Em cada uso, sua função se dá por motivos diferentes. Veja: 
 
(a) Ao Introduzir fala de algum personagem, tipicamente seguida 
de travessão: 
 
 (...) E vendo o relógio: — Jesus! São três horas. Vou-me embora. 
(Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis, 1881) 
 
(b) Ao introduzir uma citação: 
 
A respeito de do conhecimento, Albert Einstein disse: “A 
imaginação é mais importante que o conhecimento...” 
 
(c) Ao iniciar uma enumeração de itens: 
 
 Entre as diversas causas de incêndios, as mais comuns são: 
sistemas de eletricidade com defeito, sobrecarga de energia, curto-
circuito, “gatos” na fiação, objetos que produzem chamas, brasa ou 
faísca, como cigarro, vela, palito de fósforo, fogos de artifício, 
61 
vazamento de gases ou líquidos inflamáveis, entre outros. 
 
(d) Após uma explicação, esclarecimento ou resumo, situações de 
causa ou consequência: 
 
 Todos estavam realmente muito assustados e com medo, alguns em 
pânico e sem reação, resumindo: apavorados 
 
(e) Após exemplos, observações, notas, informações importantes, 
sendo essa própria citação, um exemplo, mas vejamos outro: 
 
 Observação: não se usa crase antes de palavras masculinas. 
 
(f) Em orações apositivas. Oração apositiva é aquela que exerce a 
função de aposto (termo atrelado) a um termo da oração principal. 
Exemplos: 
 
 Decidi finalmente falar: não consigo mais guardar este segredo. 
 Era meu maior medo: que você não aceitasse minhas desculpas. 
 
(g) Ao introduzir vocativo inicial de comunicações: 
 
 Ilustríssimos deputados: 
 
Observação: Os dois-pontos nunca deverão ser utilizados após 
outro sinal de pontuação. 
 
Podemos usar letra maiúscula depois de dois-pontos: se sim, 
quando usar então? 
 
O uso predominantemente é de letra minúscula após o sinal de 
dois pontos, porque o sinal de pontuação não finaliza frases e é uma 
continuação do exposto anteriormente. No entanto, há situações em 
que é usada a letra maiúscula após os dois-pontos, veja: 
 
62 
Em citações: 
 
 Como dizia minha saudosa mãe: “Quer aparecer? Pendura uma 
melancia no pescoço!”. 
 
Em mudanças de parágrafo: 
 
 A menina entrou na sala berrando: 
— Alguém viu a minha irmã? 
 
Em enumerações com substantivos próprios: 
 
 Já visitamos cinco países: Cuba, Itália, Chile, França e Espanha. 
 
Em enumerações com alíneas formadas por frases extensas: 
 
 A redações basicamente subdividem-se em três principais partes: 
 
A introdução, onde deve ser apresentada o tópico frasal que esteja 
de acordo com o tema proposto. 
 
O desenvolvimento, onde deverão em dois parágrafos, pelo 
menos, ser apresentados os argumentos sobre o que foi iniciado na 
introdução. 
 
A conclusão, que deverá conter o desfecho, evidenciando a 
resolução e as consequências dos acontecimentos referidos no 
desenvolvimento, e no caso do ENEM possíveis soluções para o tema 
proposto. 
 
Após o estudo das características dos dois pontos, basta praticar e 
inseri-la em suas redações. Ela demonstra clareza e domínio da língua 
escrita. O uso baseado em fundamentos e ousadia são essenciais para 
uma escrita agradável. 
 
63 
2.5.3. Vírgula (,) 
 
A vírgula é o sinal de pontuação que possui o maior número de 
funções e, se mal empregada, pode alterar completamente o sentido 
da frase. De uma maneira geral, a vírgula indica a inversão da ordem 
direta nas frases, a omissão de elementos subentendidose o destaque 
para certas expressões. 
 
Porém, antes das explicações a respeito dos usos da vírgula, 
veremos algumas situações em que NÃO devemos usar a vírgula. 
 
(a) Nunca se deve separar o sujeito e o predicado 
 
 Jogadores e árbitros [sujeito] fizeram um protesto por causa das 
más condições do gramado [predicado]. 
 
(b) Os verbos e seus complementos também não se separam 
 
 Os moradores fizeram [verbo] uma barricada [complemento]. 
 
(c) Complementos nominais devem ficam juntos 
 
 O rapaz não conseguiu obter o apoio [substantivo] dos seus pais 
no seu projeto [complemento do substantivo]. 
 
Agora vamos ver situações em que a vírgula deve ser 
empregada: 
 
(a) Para isolar os vocativos. Independente da posição que o vocativo 
apareça na frase, deve estar separado por vírgulas. Veja alguns exemplos: 
 
 Boa tarde, senhoras e senhores [vocativo]! 
 José [vocativo], tudo certo para a viagem? 
 A determinação, meus filhos [vocativo], é a chave da vitória. 
64 
Perceba, no terceiro caso, em que o vocativo está no centro da 
frase (entre vírgulas), se ele for eliminado, a frase não perderá o seu 
contexto. “A determinação é a chave da vitória”. 
 
(b) Para separar os apostos. O aposto pode ser uma palavra ou 
expressão usada para explicar ou especificar um termo. 
 
 “Faroeste Caboclo”, música composta por Renato Russo 
[aposto], retrata a saga de vida e morte de um jovem de baixa renda, 
seu envolvimento no crime e sua amada. 
 
(c) Para indicar que uma palavra ou trecho está deslocado da 
ordem direta da frase. 
 
 Os políticos, raramente [advérbio antecipado], frequentam seus 
gabinetes parlamentares. 
 
Neste caso, perceba que se remover o advérbio antecipado (entre 
vírgulas) a frase alterará completamente o sentido “Os políticos 
frequentam seus gabinetes parlamentares”. 
 
 Após toda a paralisação da economia causada pela Covid-19, 
alguns países estão tentando voltar ao normal. 
 
A frase poderia ser rescrita invertendo-se a ordem, sem alterar o 
sentido: “Alguns países estão tentando voltar ao normal após toda a 
paralisação da economia causada pela Covid-19”. 
 
(d) Para enumerar uma sequência de termos que tenham a mesma 
função em uma sentença. O último termo se une à sequência com o 
“e”. Veja: 
 
 Os componentes principais de um computador são: a placa mãe, 
o processador, a memória RAM, a fonte de alimentação e o gabinete. 
 
65 
 Depois de acordar, escovei os dentes, tomei banho, me vesti, 
penteei o cabelo, tomei café da manhã, e sai para o trabalho. 
 
(e) Para omitir uma palavra ou um trecho que foi citado, sem 
repeti-lo. 
 
 O pai era muito autoritário; o filho, desinteressado. 
 
2.5.4. Ponto e Vírgula (;) 
 
O ponto e vírgula representado pelo símbolo (;) é um caractere 
utilizado na gramática como o propósito de separar orações. Um ponto 
e vírgula pode ser usado entre duas cláusulas independentes, desde 
que elas não estejam unidas por uma conjunção coordenativa. É uma 
marcação intermediária entre o ponto e a vírgula. É usado como uma 
forma de melhor organizar e melhorar a clareza nas frases, embora 
não seja uma acentuação obrigatória. Pode ser empregado nas 
seguintes situações: 
 
(a) Para prolongar as pausas antes de conjunções adversativas 
(mas, porém, todavia, entretanto, contudo...), podendo substituir a 
vírgula. Observe que, da mesma forma como ocorre com o uso da 
vírgula, a palavra seguinte geralmente não recebe letra maiúscula. 
 
 É preciso trabalhar; mas também é preciso se divertir. 
 
(b) Para separar orações coordenadas adversativas quando a 
conjunção aparecer no meio da oração, ou seja, quando o verbo vier 
antes. 
 
 Gostaria de viajar por todo o mundo; viajei, contudo, somente 
dentro do meu próprio país. 
 
Se o verbo não estiver posicionado antes da conjunção, a frase não 
66 
leva ponto e vírgula. Por exemplo: 
 
 Gostaria de viajar por todo o mundo, entretanto viajei somente 
dentro do meu próprio país. 
 
(c) Para enumerar itens em tópicos de forma detalhada, sendo que 
o último item ou tópico é acentuado com ponto final: 
 
 Neste curso serão abordados os seguintes tópicos: 
 
a. Introdução às fibras ópticas; 
b. Principais aplicações; 
c. Características técnicas; 
d. Manuseio da fibra óptica na prática. 
 
(d) Para separar orações relacionadas umas às outras, sem 
conjunções para ligá-las, especialmente quando são extensas ou já 
possuem vírgulas. 
 
 Eu aprecio música clássica; minha esposa, não. 
 
(e) É usado para separar itens de artigo de leis, decretos etc. 
 
 Trecho do artigo 5o da Constituição de 1988: 
 
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança 
e à propriedade, nos termos seguintes: 
 
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos 
termos desta Constituição; 
 
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa 
senão em virtude de lei; [...] 
67 
(f) É usado para comparações ou contrastes: 
 
O doce de leite possui sabor profundo e viciante; o bolo de 
aniversário possui um gosto de multiplicidade de sabores; e o 
chocolate tem um sabor que toma conta de toda a boca, talvez porque 
seu cheiro se mistura com o paladar. 
 
(g) É usado para separar orações coordenadas adversativas e 
conclusivas em um período extenso. 
 
 Conseguimos, depois de muita insistência, a aprovação do 
projeto de lei em favor dos povos indígenas; lutamos também pela 
punição dos responsáveis pelo massacre ocorrido nas terras 
demarcadas. 
 Vou adotar esta criança; não quero, no entanto, ter contato com 
seus pais biológicos. 
  O filme 2001 - uma odisseia no espaço é um clássico; tem, 
portanto, uma temática universal. 
 
2.5.5. Aspas (“ ou ‘) 
 
As aspas podem ser simples (‘) ou duplas (“) e são usadas para 
destacar estrangeirismos (termos em outra língua), citações, 
neologismos (palavra ou expressão nova, ou na atribuição de um novo 
sentido a uma palavra já existente), gírias, ironias e outras expressões. 
Títulos de livros e de filmes, bem como nomes de jornais e de revistas, 
são escritos entre aspas, mas em textos impressos, é preferível utilizar 
o itálico para esses casos. 
 
2.5.6. Parênteses ou Parêntesis “(“ e “)” 
 
Os parênteses são sinais gráficos usados para separar expressões 
em uma frase ou período. São usados também, às vezes, no lugar de 
vírgulas ou travessões, podem isolar indicações bibliográficas. 
68 
No mais, destacam elementos acessórios em uma frase, que 
devem ser pronunciados em um tom mais baixo (explicativo) do que o 
do restante do enunciado. De maneira geral, parênteses, chaves e 
colchetes apresentam a mesma utilidade. Resumidamente podem ser 
usados para: 
 
Isolar expressões de caráter explicativo ou não; 
Destacar um comentário; 
Substituir vírgulas ou travessões; 
Separar referências bibliográficas. 
 
2.5.7. Ponto de Exclamação (!) 
 
Tipo de sinal gráfico de acentuação que indica emoção, ordem ou 
súplica. Usado em final de frase exclamativa, a qual apresenta 
verbalmente uma entonação descendente, ou seja, é caracterizada 
pela diminuição da voz ao ser pronunciada. Mas também é utilizado 
para destacar uma frase imperativa ou em um vocativo enfático. 
 
Pode ser combinado com o ponto de interrogação ou com as 
reticências. A exclamação é uma das características do estilo de época 
denominado Romantismo. Veja alguns exemplos: 
 
 Surpresa: Não acredito! 
 Piedade: Pobre menina! 
 Indignação: Isso não vai ficar assim! 
 Alegria: Bom dia, meu povo!" 
 
Pode ser usado em substituição à vírgula em um vocativo enfático, 
por exemplo: 
 
 Querida! fica difícil estudar com esta bagunça. 
 Mano! o seu presente chegou. 
 Benji! você é um cachorro muito lindo. 
69 
 
2.5.8.Ponto de Interrogação (?) 
 
Como o nome sugere, o ponto de interrogação é um sinal gráfico 
que indica dúvida e, portanto, é utilizado em perguntas diretas. Ele 
deve ser usado ao final de uma palavra, frase ou oração, que, assim, 
apresentam uma entonação ascendente, ou seja, são caracterizadas 
pela elevação da voz ao serem pronunciadas de forma verbalizada. 
 
2.5.9. Reticências (...) 
 
São um sinal gráfico de pontuação representado por três pontos 
seguidos (...) que indicam a interrupção de um pensamento e possuem 
grande poder de sugestão. Podem ser usados também, por exemplo, 
na interrupção da fala de um personagem. Além disso, podem indicar 
hesitação, incerteza, sugerir o prolongamento de uma ideia ou apontar 
a supressão de palavra(s). Verbalmente apresentam entonação 
descendente. 
 
2.5.10. Travessão (–) 
 
O travessão, cujo símbolo é (–) é um sinal de pontuação cuja 
finalidade é indicar o discurso direto ou enfatizar passagens de texto. 
 
 — Bem-vindos! 
 — Como? 
 — Não sei. 
 
Observe, neste exemplo retirado de Vidas secas, de Graciliano 
Ramos, que esse sinal de pontuação é importante para distinguir a voz 
do personagem da voz do narrador (mudança de interlocutor): 
 
 — Anda, condenado do diabo! — gritou-lhe o pai. 
70 
3. Estratégias Para o Desenvolvimentoda Redação 
 
Como escrever um bom desenvolvimento? Existe uma receita? Não 
exatamente. Mas, costuma-se dizer que uma boa redação é aquela que 
é “redondinha”, ou seja, a introdução está ligada ao desenvolvimento, 
que está ligado à conclusão. Isso é de suma importância. Além disso a 
questão surpresa no texto também é bem-vinda. 
 
Existem algumas estratégias que podem ser utilizadas, e que 
tornam a escrita mais fácil. O uso de conectivos contribui para a coesão 
e coerência do texto. Normalmente, por meio das conjunções. Além 
disso, advérbios e pronomes também podem ser usados como 
conectivos. 
 
Em uma redação não basta apenas defender um posicionamento, 
que nada mais é que o seu ponto de vista apresentado e escrito de 
modo imparcial na 3ª pessoa do singular ou 1ª pessoa do plural como 
visto. É necessário fundamentar seus argumentos provando a 
veracidade ou fundamento. 
 
Para isso, podemos lançar mão de algumas estratégias válidas em 
qualquer ponto da sua redação, porém ideias para o desenvolvimento, 
tais como: 
 
• Exemplificação; 
• Enumeração; 
• Comparação; 
• Evolução Histórica; 
• Causa-efeito; 
• Contraposição. 
 
1. Exemplificação: como o nome sugere, pode ser usada quando 
se têm conhecimento de fatos marcantes. Então, NÃO use o que 
aconteceu com você ou com alguém próximo, embora seja válido como 
71 
exemplificação, pois não tem como o corretor ir atrás de tal veracidade. 
 
Este modelo de argumentação enriquece muito os argumentos por 
se tratar de algo que efetivamente acontece ou aconteceu. É possível 
utilizar palavras chaves, dentre tantas, algumas delas são: 
 
• Por exemplo; 
• A título de exemplificação; 
• Para contextualizar; 
• A exemplo de; 
• Como vemos em; 
• Como acontece no caso. 
 
2. Enumeração: essa técnica de escrita de desenvolvimento 
consiste na enumeração de uma lista de fatos relevantes para 
comprovar a tese que você está defendendo. Apresentar esses fatos 
em série te auxiliará na organização da redação, além de explicitar ao 
corretor sua linha de raciocínio. 
 
Vale lembrar que as ideias obrigatoriamente deverão aparecer no 
texto, e não se deve incluir nos parágrafos aspectos não enumerados 
anteriormente, da mesma forma que não podem ser esquecidos os 
fatos listados, visto que estes deverão aparecer durante a estrutura do 
desenvolvimento. 
 
Para fundamentá-los, pode-se reservar parágrafos para cada um, 
lembrando que o número ideal para essa parte da redação são dois. 
Podemos usar termos como: 
 
• Primeiramente; 
• Para iniciarmos; 
• Em primeiro lugar; 
• Há (x) fatores/faces/razões/motivos; 
• Outra questão relevante; 
• Outrossim; 
72 
• Ademais; 
• Além disso; 
• Também temos; 
• Podemos citar ainda; 
• Por outro lado. 
 
É importante ter em mente que, de maneira contrária da forma 
comparativa, os fatos enumerados não serão usados para que você os 
diferencie ou compare. Estes estarão presentes apenas como 
colocações (informações) para organizar suas ideias, e não precisam 
de comparações. 
 
3. Comparação: de maneira inversa a estratégia de enumeração, 
na estratégia de comparação, o parágrafo desenvolvido por 
comparação apresentará duas ideias que são utilizadas para 
demonstrar as semelhanças e/ou diferenças entre elas (fazendo um 
paralelo entre elas). Assim, é importante que se destaque a relevância 
daquilo que se está defendendo, o que fará com que a leitura fique 
mais clara e simples para o entendimento. 
 
Existem dois caminhos para a realização de desenvolvimentos por 
comparação: a alternação e a divisão. Por meio da alternação as duas 
ideias são alternadas, como o nome sugere, ao longo do parágrafo. Já 
na divisão as ideias são separadas, inicia-se o parágrafo com uma ideia 
e termina-se com a outra (essa estratégia é usual quando as ideias não 
podem ser separadas por tópicos). 
 
Para podermos desenvolver o texto de forma articulada e coesa 
alguns operadores argumentativos (já vistos) são interessantes. Os 
mais comuns são: mais que, menos que, assim como, igualmente, 
como se, da mesma forma, bem como, assim também, do mesmo 
modo, tanto quanto, semelhantemente, etc. 
 
4. Evolução Histórica: essa forma de abordagem é argumentativa, 
focada na cronologia dos dados tratados, no que se refere ao tempo e 
73 
local em que se ocorrem. Essa argumentação visa a abordagem de 
fatos históricos com referência de datas e locais específicos, sempre 
respeitando a ordem de tempo. 
 
Assim, operadores argumentativos devem ser usados com esse 
objetivo para esclarecer a cronologia dos argumentos, dentre os mais 
usados temos: antes, depois, posteriormente, quando, logo que, assim 
que, logo após, a princípio, no momento em que, pouco antes, pouco 
depois, atualmente, hoje, frequentemente, nesse meio tempo, sempre 
que, assim que, desde que, dentre outros. 
 
5. Causa e efeito: a argumentação de ideias com o uso da 
estratégia de causa e efeito é muito usada. Aqui, são referidos motivos 
(causas), razões para que determinado fato aconteça e, na sequência, 
traz-se as consequências (efeitos) do referido fato. 
 
Para conectar os elementos da produção, podem ajudar os 
seguintes conectores: porque, já que, visto que, graças a, em virtude 
de, como reflexo disso, com efeito, assim, consequentemente, etc. 
 
6. Contraposição: a argumentação por contraposição de ideias se 
baseia na contestação de pensamentos. Apresenta-se por exemplo a 
maneira como algo acontece e, em seguida, a razão do não 
funcionamento de tal situação ou circunstância. 
 
Devemos te, pelo menos duas perspectivas de um mesmo 
argumento que contrastem entre si. Alguns conectores para 
argumentação podem ser: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, 
no entanto, senão, embora, ainda que, mesmo que, mesmo quando, 
apesar de que, se bem que, não obstante, etc. 
 
3.1. Evitando Repetições 
 
A repetição de palavras é um dos grandes problemas na hora da 
74 
escrita de um texto. Torna a leitura cansativa, pobre e desinteressante. 
Em uma redação a repetição de palavras deve ser abolida. Aqui vemos 
algumas estratégias para enriquecer um texto e variar o uso de 
palavras da mesma temática: 
 
1. Sinonímia: é a relação entre duas palavras que têm exatamente 
o mesmo significado. Usa-se aqui a substituição de uma palavra por 
um sinônimo. Observe os exemplos dados pelo Blog do ENEM: 
 
 Uma lei interdita o uso de vestimentas que impeçam a 
identificação da pessoa. 
 Certa prescrição proíbe a utilização de roupas que obstam a 
identidade pessoal. 
 
Vemos a modificação integral de uma fraseinteira, de maneira a 
demonstrar como podemos utilizar palavras diferentes para trazer o 
mesmo significado. 
 
Vale lembrar que nem sempre os sinônimos substituem 
perfeitamente um termo pelo outro, veja o exemplo: 
 
 Aquele bolo é doce demais. Aquele bolo é açucarado demais. 
 Luíza tem uma voz doce. Luíza tem uma voz adocicada. 
 Doce lembrança! Açucarada lembrança! 
 
2. Hiperonímia e Hiponímia: para facilitar a compreensão desses 
termos, trazemos o conceito de hiperônimos e hipônimos como uma 
hierarquia de divisões. Hiper é a parte do conjunto maior e hipo, do 
conjunto menor. Veja nos exemplos: 
 
 A varíola durante muito tempo incomodou a humanidade, 
causando mortes e lesões graves e irreversíveis. Felizmente, a doença 
foi erradicada. “A doença” foi utilizada como hiperônimo de “varíola”. 
 A verdura não pode faltar na merenda, as nutricionistas sempre 
defendem sua importância. Afinal, a alface, além de ser saborosa, 
75 
contém vitaminas A e C, cálcio, ferro, fósforo e fibras. “A alface” é 
usada como hipônimo de “a verdura”. 
 
3. Elipse: recurso de linguagem empregado para evitar a repetição 
de palavras usando a omissão. É a proposta de que uma palavra fique 
subentendida noutra, uma vez que já foi mencionada na frase. 
 
 Gradativamente, assim que a Internet de alta velocidade e os 
computadores foram se difundindo no Brasil, ouvir sua “playlist” de 
músicas favoritas ficou cada vez mais fácil. A tecnologia de “streaming” 
de músicas de forma gratuita se tornou popular e acessível. 
 
Observe que na primeira frase estamos omitindo o conceito da 
tecnologia de “streaming” sem citá-la (vemos a utilização do zeugma 
que é uma figura de sintaxe caracterizada pela omissão de um termo 
no enunciado). Contudo, sem perder o contexto e o entendimento. 
 
Preste atenção quando for usar esse recurso de linguagem, de 
tomar o cuidado para não se afastar da temática principal da redação. 
 
3.2. Relações Discursivas no Desenvolvimento 
 
Conforme já vimos nos tipos de operadores argumentativos, agora 
vamos abordar sobre as relações discursivas com maior riqueza de 
detalhes na redação. 
 
1. Causalidade: como o próprio nome refere, é um tipo de relação 
discursiva que se baseia no motivo e causa pela qual uma ação ocorreu. 
 
A principal conjunção usada é o “porquê”, entretanto, há outras 
que podem e devem ser usadas na redação para trazer o recurso de 
um texto agradável. Como por exemplo, “visto que”, “em razão de”, 
“pois”, “posto que”. Para mais detalhes veja o item que aborda 
operadores argumentativos. 
76 
 
2. Condição: indica que é necessário que algo aconteça, para que 
se obtenha um determinado resultado. O termo mais usado para 
exprimir esse tipo de relação condicional é “se”. 
 
Para ter a certeza de se tratar da relação discursiva de condição, 
basta trocar a palavra “se” por “caso”, como nos exemplos: 
 
 Se o meu trabalho der certo, nós vamos a Paris. 
 Caso o meu trabalho dê certo, nós vamos a Paris. 
 
3. Consequência: tipo de relação discursiva que ocorre quando 
salientamos uma consequência na oração principal. Podemos usar as 
conjunções mais comuns que, admitem algumas das seguintes 
combinações: “de modo que”, “de forma que”, “de maneira que”, 
“tanto que”, “tão que”. 
 
4. Concessão: aqui você indica contraste, contradição e oposição 
entre duas ideias. Alguns termos bastante utilizados que indicam essa 
relação discursiva são “embora”, “conquanto”, “não obstante”, “ainda 
que”, “mesmo que”, “posto que”, “por mais que”, “a despeito de”, 
“apesar disso”. 
 
 A tecnologia evolui de forma rápida e progressiva, cada vez mais 
estando ao alcance de um maior número de pessoas. Embora, também 
a população de mais idade tenha maiores dificuldades em utilizar-se 
desse recurso. 
 
5. Conformidade: aqui, para a abordagem de fatos no texto, 
podemos usar o conceito de regra ou de norma. Por exemplo: podemos 
citar “conforme a pesquisa...”. A relação discursiva ocorre em 
conformidade com o fato abordado e a regra ou norma que referenciam 
o fato. Alguns marcadores discursivos são: segundo, de acordo, 
conforme, consoante, em conformidade, etc. 
 
77 
 
6. Comparação: tipo de relação discursiva que você poderá utilizar 
quando for necessário realizar uma comparação entre fatos, 
evidenciando diferenças ou semelhanças. Alguns marcadores 
discursivos comuns são o uso do “como”, “mais. . . do que”, “menos. . 
. do que”, “tanto. . . quanto”, “tão. . . quanto”, “tanto. . . como”, “tanto. 
. . como também”. 
 
8. Finalidade: é aquilo que se quer realizar, cumprir. Usa-se essa 
relação discursiva quando se deseja realizar um texto que possui por 
objetivo chegar a algum lugar, alcançar alguma meta, ou justificar uma 
ação. Alguns exemplos de marcadores discursivos são: a fim de que, 
para que, porque, com o intuito de, com o objetivo de, a fim de, com 
o fito de, etc. 
 
7. Temporalidade: usa-se o recurso de tempo para demonstrar 
fatos anteriores ou posteriores algum evento, além da noção de 
simultaneidade. Para marcar o tempo, são principalmente utilizados os 
termos “quando”, “apenas” e “enquanto”. 
 
3.3. Formas de melhorar a escrita 
 
Parafraseando o que já foi dito inúmeras vezes, um indivíduo que 
não lê não terá referências literárias, conhecimento de vocabulário, 
ortografia e conhecimento para formar opinião sobre qualquer assunto 
que seja. 
 
A leitura permite que se tenha uma ampliação da visão de mundo 
e conhecimento de temas da atualidade. Afinal, com a mente vazia de 
conhecimento não há referências e nada a dizer. Habilidades 
indispensáveis no momento de realizar a redação, especialmente de 
textos dissertativos, como os que são solicitados em redações das 
provas de vestibular e do ENEM. 
 
78 
 Esteja atualizado sobre as notícias a nível de Brasil e de mundo, 
sobre política (de direita, centro e esquerda), economia e sociedade, 
especialmente questões polêmicas. 
 
As bancas de avaliação de prova costumam cobrar temas em alta 
na mídia ou usá-los como referência para tratar sobre diversos temas 
gerais. Recomenda-se acompanhar os noticiários (mais de um, para 
não ficar preso a um único ponto de vista) e também ler jornais, 
resenhas críticas, revistas e artigos de opinião em sites de notícias, são 
exercícios na sua preparação. Reflita sobre o que foi lido, busque 
opiniões e pontos de vista diferentes para poder obter ferramentas de 
desenvolvimento. 
 
Procure entender lados positivos e negativos de uma determinada 
questão e qual a sua opinião sobre ela. São maneiras de estimular sua 
capacidade crítica, permitindo que você desenvolva os fatos em 
perspectiva sob outros pontos de vista e argumente com propriedade 
sobre eles. 
 
É interessante também que, sempre que possível, leia obras de 
autores de clássicos literários. Observe a construção de personagens e 
narrativas, isso permite ampliação do vocabulário (especialmente se 
foram literaturas de outra geração) e a criatividade. 
 
3.3.1. Escrita 
 
Reescreva textos, procure escolher temas já abordados em 
edições anteriores de outras provas, e além de sua própria correção, 
peça que amigos ou familiares façam observações ou apontamentos, o 
processo de escrita e reescrita além de ajudar a praticar a redação, 
fixa o aprendizado. 
 
Corrija seus textos e, depois de escrever, faça uma revisão, fique 
atento à ortografia e observe se os parágrafos estão conectados de 
79 
maneira lógica, é importante haver uma continuidade entre as ideias. 
 
 Como dito, tenha uma outra pessoa para revisar o que você 
escreveu. Uma dica é criar grupos de estudos e fazer trocas de 
redações, no qual vocês possam compartilhar seus erros e acertos. 
 
E, se possível, tenha um revisor com maior experiência e 
conhecimento na área de redação. Que pode fazer correções e ainda 
comentar sobre sua escrita, indicando o que está bom e os pontosa 
serem melhorados. 
 
3.3.2. Evitando o Branco 
 
O bloqueio criativo (popularmente conhecido como branco) é a 
dificuldade em criar algo, ou seja, é a falta de criatividade. Mas como 
um estudante pode vencer o bloqueio criativo, escapar do “branco” e 
escrever um texto atrativo? 
 
As causas de bloqueio são diferentes de pessoa para a outra, mas, 
algumas são comuns: nervosismo, descontrole emocional, excesso de 
informações ou falta de conhecimento, cansaço físico, mental e 
perfeccionismo, lembre-se um dito popular diz: “feito é melhor que 
perfeito”. 
 
Criar um texto “irretocável” na primeira tentativa é uma meta 
difícil de ser alcançada, podendo gerar frustração. Um bom texto vem 
tipicamente de uma grande ideia inicial. Ademais, o processo seguinte 
é a lapidação do resultado. 
 
 Ter muitas informações pode parecer uma vantagem, porém, se 
essas informações forem desencontradas, desorganizadas e/ou em 
forma de fragmentos, será difícil criar um texto coeso e coerente. 
Assim como ter excesso de informações pode representar um problema 
para escrever um texto, a falta de conhecimento em um assunto e de 
80 
técnicas de escrita traz insegurança não permitindo alcançar o 
resultado esperado. 
 
Logicamente cansaço, seja ele físico ou mental, não é bem vindo 
em nenhuma situação, especialmente quando se exige desempenho e 
pode ser um poderoso entrave para a criatividade. Estude para as 
provas com antecedência, não deixe para a última hora, ela deixará 
você exausto e disperso. Assim, estude com antecedência e reserve a 
última semana antes da prova para descansar e relaxar. 
 
 Abaixo segue, de forma resumida, algumas dicas de estudo 
(valendo para outras disciplinas também): 
 
 1 - Elabore um planejamento dos seus estudos, procure manter a 
regularidade, o cérebro humano se adapta bem a rotinas; 
 
2 - Se possível crie um grupo de estudos com seus amigos, mas 
lembre-se diversão somente depois do estudo (ela, inclusive, pode ser 
um dos motivadores para a reunião); 
 
 3 - Encontre um lugar adequado para estudar, escolha um local 
próprio para estudo (se viável, preferencialmente com vista para a 
natureza). Torne esse ambiente prazeroso, mas nem confortável 
demais (a ponto de causar sonolência), nem desconfortável ao ponto 
de causar dores. 
 
4 - Se for possível, coloque imagens e frases motivadoras e que 
contenham informações pertinentes a lembrar sobre as disciplinas; 
 
5 - Mantenha próximo os materiais necessários para seu estudo; 
 
6 - Evite as distrações, se concentre no estudo. Não perca o foco; 
 
7 - Escrita é um processo que se aperfeiçoa fazendo, treine e 
depois treine novamente; 
81 
 
8 – Reserve tempo para momentos de descanso, procure ter uma 
noite com no mínimo 8 ou 9 horas de sono, especialmente antes do dia 
da prova; 
 
9 – Se você é uma pessoa ansiosa procure formas de relaxar e 
preparar a mente antes da prova, alguns usam o recurso da Yoga, mas 
o ideal é que você encontre o seu modo de se acalmar. Treine a 
inspiração e expiração. Mas, se você percebeu que não houve melhoras 
na sua concentração busque ajuda profissional de um psicólogo; 
 
10 – Para se acalmar no dia do exame, um bom conselho é 
observar, antes do início da prova o nervosismo dos outros alunos e 
isso lhe acalmará, afinal não é só você que está com receio; 
 
11 – Inicia a prova primeiro pela redação, pois a mente está 
relaxada e descansada; 
 
3.3.3. Administrando o Tempo de Prova 
 
Essa é uma questão crucial em qualquer atividade que tenha 
limite de tempo, especialmente em provas. A administração do tempo 
requer prática. Procure realizar as tarefas que tem mais facilidade, 
reservando mais tempo para as que tenha maior dificuldade. 
 
Lembre-se, de realizar treino e adaptação, pois nem sempre o que 
funciona para um, funciona para outros. Experimente, teste, encontre 
o seu melhor ponto. Exercitar e simular provas é válido para que tome 
consciência de tempo que precisa para resolver cada tipo de questão. 
 
A pressa é sempre inimiga, mas sábio não ignore o tempo por 
completo. Em seguida temos algumas dicas para ajudá-lo no preparo 
da administração do tempo durante a prova: 
 
82 
 1 - Leia a questão atentamente (por completo, do início ao fim), 
assim poderá compreendê-la globalmente e de forma mais fácil, não 
perdendo tempo relendo-a várias vezes; 
 
2 - Não se esqueça de revisar todas as questões no cartão 
resposta, ao finalizar, para garantir que não deixou nenhuma sem 
preenchimento; 
 
3 - Em questões com textos longos, assinale (sublinhe) o que é 
importante extrair daquele texto; 
 
4 - Para a redação, leia atentamente o tema e tenha certeza de 
que conseguiu entendê-lo; 
 
5 - Utilize o rascunho, não tenha receio de rasurar, teste ideias e 
exercite técnicas que se sinta seguro ao desenvolvimento da estrutura 
do seu texto: introdução, desenvolvimento e conclusão; 
 
 6 – Siga sua ideia inicial de estrutura para não perder tempo 
tentando remodelar grandes estruturas, se atenha a detalhes, como 
uso de sinônimos, pontuação e erros ortográficos; 
 
7 – Reserve um tempo especial para o gabarito. Ao passar a limpo 
sua redação, cuide a legibilidade e a escrita, evite ao máximo erros e 
não faça rasuras, se errar, prefira usar o recurso de “(palavra com 
grafia errada), digo, (palavra com grafia correta)”. 
 
 8 - A técnica aprendida e exercitada durante a pre- paração da 
prova, garantem um bom desempenho na escrita e na interpretação 
de questões com mais facilidade e de forma mais tranquila, não 
deixando o estudante ser abatido por seus maiores inimigos: a 
ansiedade e a pressa. 
 
83 
3.4. O que Evitar em Redações 
 
Nunca, jamais, deixe a folha de redação em branco, mesmo que 
tenha feito o rascunho, ela não será considerada. Também não desvie 
demais do assunto principal, pois a fuga de tema também é um dos 
motivos que levam à atribuição de nota zero à redação. 
 
A obediência à estrutura da redação é essencial em uma redação 
dissertativa argumentativa, ou seja, introdução, desenvolvimento 
(pelo menos dois parágrafos) e conclusão. Deve-se seguir essa 
estrutura. A redação não deve ter menos de dez linhas e nem ser 
escrita a lápis. 
 
Em uma redação dissertativa argumentativa, o ideal é que hajam 
de três a quatro parágrafos. Leve sempre uma caneta extra, para 
garantir que a sua não falhe (ou vaze) na hora de transpassar a 
redação para a folha de entrega. Por isso muito cuidado com os 
borrões! Rabiscos, desenhos ou trechos incoerentes aos demais 
trechos da redação levam à anulação da redação. 
 
Quando se tratar de textos impessoais (em terceira pessoa) 
lembre-se de não falar diretamente com o leitor. Por exemplo, “Você é 
responsável pelas mudanças.” Abreviações, gírias e erros gramaticais 
são intolerados. Ao utilizar estrangeirismos, esses devem vir entre 
aspas, e caso fujam de um conhecimento geral, com sua equivalência 
entre parênteses. 
 
Figuras de linguagem podem ser utilizadas com cautela, mas uma 
nunca deve aparecer em uma redação dissertativa argumentativa em 
hipótese nenhuma: a ironia. 
 
Seguem os principais motivos que podem levar uma redação 
dissertativa argumentativa a ser ANULADA: 
 
84 
1 - Fugir completamente do tema proposto. Dica: Guie-se pela 
frase-tema, aquela que resume o assunto da redação; 
 
2 – NUNCA fale da sua vida, de seu vizinho, parente, ou use 
quaisquer informações pessoais, lembra-se da impessoalidade; 
 
3 - Escreva com letra ilegível, se o corretor não entender, não se 
esforçará para isso, zerando a redação; 
 
4 - Escrever menos linhas que o proposto (7 linhas); 
 
5 - Não seguir a estrutura dissertativa argumentativa, por 
exemplo, escrever um poema, narrativa, romance, etc; 
 
6 - Escrever propositalmente partes completamente desconexas 
do tema proposto; 
 
7 - Copiar textos na íntegra (especialmente aqueles que ficamno 
caderno de questões e que introduzem o tema), sem contexto, 
referências devem vir com a citação e o nome de quem disse entre 
aspas; 
 
8 - Escrever ofensas, palavrões, desenhos, números, rabiscos, etc. 
São formas propositais de anulação; 
 
9 - Escrever um texto com a maior parte do conteúdo em outra 
língua; 
 
10 - Desrespeitar os Direito Humanos; 
 
11 – Cometer atos de racismo e intolerância; 
 
12 - Deixar a folha de redação em branco e entregar o rascunho. 
 
85 
4. Termos Parecidos - Significados Diferentes 
 
4.1. Mais e Mas 
 
A pronúncia entre essas palavras possui uma leve diferença. Mas 
na escrita, o significado delas é distinto, deve-se observar a grafia 
correta. Então, segue a explicação do uso de cada uma delas: 
 
Mas: conduz a uma ideia de oposição. A dica sobre essa palavra é 
tentar substituir por uma outra conjunção equivalente, como: porém, 
todavia, contudo, entretanto. 
 
 Ele tentou alcança-los, mas era tarde demais. 
 
Mais: indica a ideia de soma, adição, maior quantidade ou 
intensidade. Dica: “mais” é o contrário de “menos”. Tente trocar uma 
palavra pelo outra e veja se a frase continua fazendo sentido. 
 
 A proposta da realização da Copa do Mundo seria a construção 
de mais rodovias. 
 
4.2. A gente e Agente 
 
As duas palavras possuem significados absolutamente diferentes. 
Por isso, deve-se tomar cuidado no seu uso. “Agente”, escrito junto, 
não deve ser usado para se referir à seres humanos. Os principais usos 
de cada uma delas: 
 
Agente: se refere a um funcionário, investigador, ou quem trabalha 
agenciando. Pode significar também àquele que age, que opera ou 
atua. 
 
 O agente James Bond é o espião mais conhecido do cinema. 
 
86 
A gente: usado em contextos informais podendo ser substituído 
por “nós”. Refere-se à pessoa ou pessoas. Também pode abranger os 
habitantes de uma localidade ou ainda uma quantidade não 
determinada de pessoas. 
 
 A gente se encontra depois? 
 A gente daquele país era minúscula. 
 
4.3. Acidente e Incidente 
 
Acidente: é um imprevisto, alguma ocorrência de caráter 
indesejado, imprevisto ou infeliz, geralmente associado a um prejuízo 
material, financeiro e/ou pessoal. 
 
 Foi um acidente aéreo sem precedentes. 
 
Incidente: indica algo que incide, sobrevém, ocorre. Situação que 
altera a ordem natural de algo. Pode se referir também a uma 
ocorrência de pouca importância, isto é, aquilo que tem caráter 
acessório ou secundário. 
 
 Depois daquele incidente, nunca mais fui o mesmo. 
 A obra “Incidente em Antares” foi o último romance escrito por 
Érico Veríssimo. 
 
4.4. Suar e Soar 
 
A troca indevida entre esses termos é comum na língua falada. Mas 
a diferença entre o significado dessas palavras é clara. 
 
Soar: literalmente significa emitir som. 
 
 Os sinos da igreja vão soar juntos no momento do sepultamento. 
 
87 
Suar: sinônimo de transpirar. 
 
 É difícil não suar quando canto em público. 
 
4.5. Em cima e Embaixo 
 
“Em cima”: é aquilo que está acima em posição superior (em uma 
posição mais alta ou sobre um outro objeto) e possui o significado 
contrário de “embaixo”. Ambas são locuções adverbiais de lugar. 
 
Perceba que “em cima” se escreve separadamente, enquanto que 
“embaixo” se escreve junto. Existe um truque para você lembrar disso: 
separe o dedo indicador do médio formando um 2 (ou um V, como em 
“paz e amor”) em sua mão. Perceba que as pontas dos dedos estão 
separadas (em cima), que se escreve separadamente e o final de cada 
dedo está junto (embaixo). 
 
 Havia muita gente, tanto em cima como embaixo do estádio. 
 
A PROPÓSITO 
TUDO JUNTO SE-PA-RA-DO 
Porventura De acordo 
Contudo A partir 
Todavia Com certeza 
Entretanto De repente 
Ademais De novo 
Embaixo Em cima 
Afim A fim 
 
4.6. Nada a ver e Nada haver 
 
A pronúncia desses termos é absolutamente igual. Mas possuem 
significados diferentes. 
 
Nada a ver: expressão usada para indicar algo que não tem sentido 
88 
ou não está relacionado. Que não possui correlação. Veja o exemplo: 
 
 Esta pessoa não tem nada a ver comigo. 
 
Nada haver: termo pouco usado. Significa não ter quantias 
monetárias a serem recebidas. Pode ser substituído por “a receber”. 
 
 Lorena não tinha comissão a haver pelas suas vendas. 
 
4.7. Sobrescrever e Subscrever 
 
Sobrescrever: pode ter duplo significado, no sentido de escrever 
sobre uma superfície, ou outro significado que é endereçar algo a 
alguém. 
 
 O gerente sobrescreveu a carta para seu funcionário. 
 
Subscrever: significa assinar. 
 
 O presidente subscreveu o documento. 
 
4.8. Estrupo e Estupro 
 
Estrupo: palavra que já caiu em desuso. Seu significado está ligado 
ao barulho excessivo causado por pessoas que se movimentam em 
tumulto. Muitas vezes confundido com estupro. 
 
Estupro: crime que consiste no ato de forçar alguém a praticar 
relações sexuais. 
 
 O apresentador foi acusado de estupro. 
 
89 
4.9. Perda e Perca 
 
Palavras muito comuns de serem trocadas. Ambas existem, mas 
deve se tomar cuidado em seu uso. 
 
Perda: ato de perder, extraviar. É um substantivo e seus sinônimos 
são ausência, privação. Por ser um substantivo, pode vir precedido de 
artigo. 
 
 Ele teve uma perda de peso considerável após a doença. 
 
Perca: é a conjugação do verbo “perder”. Na 1ª e 3ª pessoa do 
singular do presente do subjuntivo e na 3ª pessoa do singular do 
imperativo. 
 
 Por favor, não perca a cabeça ao falar com ela! 
 
4.10. Onde e Aonde 
 
Onde: é um advérbio de lugar. Significa em que lugar, em qual 
lugar (indagando ou informando). Traz a ideia de lugar fixo. Deve ser 
empregado quando estiver relacionado a um espaço físico. 
 
 Onde você nasceu? (Que local você nasceu?) 
 
Se não for lugar físico, use em que. "O que", nesse caso, é um 
pronome relativo que retoma o termo anterior. 
 
 O bar da cidade, onde toda equipe está agora, é barulhento. 
 O governador publicou nota em que estabelece as novas regras 
de convivência. 
 
Aonde: o lugar que (em que direção); para o lugar que (para que 
direção); para qual lugar. Ante uma afirmação, indica dúvida ou 
90 
descrença. Indica movimento, traz a ideia de deslocamento e destino. 
Sempre vai ser usado com verbos que exigem preposição. 
 
 Aonde você pensa que vai, mocinho? 
 
4.11. Através e Por meio de 
 
Quando o sentido do texto não for de fato atravessar fisicamente 
não use “através”. Nesse caso, a expressão utilizada deve ser “por 
meio de”. O uso metafórico de “através”, embora aceito no cotidiano, 
não deve ser empregado em contextos formais em redação, será 
considerado erro. 
 
Através: deve ser usado para expressar travessia. 
 
 O “motoboy” entregou a caixa através da janela. 
 
Por meio de: também pode significar “por intermédio de” ou “com 
o auxílio de”. 
 
 Falei com ele por meio de e-mail. 
 Por meio de muito trabalho, chegaremos ao nosso objetivo. 
 
4.12. Afim e A fim 
 
Além de serem escritos de formas diferentes, eles também têm 
sentidos diferentes. 
Afim: é um adjetivo e significa “igual” ou “semelhante”. Além disso, 
“afim” tem como plural “afins”, ao passo que “a fim” é invariável. 
 
 Sua vida era afim com a daqueles do passado. 
 Temos um sonho afim. 
 
“A fim”: é uma locução prepositiva e usada para indicar finalidade. 
91 
 
 Eu estou muito a fim dela. 
 
 
4.13. Abaixo e A baixo 
 
Abaixo ou “a baixo”? “Abaixo” é um advérbio de lugar e indica 
posição inferior ou quantidade inferior dependendo do contexto. “A 
baixo” é o encontro entre a preposição “a” e a palavra “baixo”, que só 
ocorre em contextos específicos. Possuem tanto a escrita como 
também significados diferentes. 
 
Abaixo: ocorrência de escrita 
 
 Abaixo das ruínas foi encontrada uma fortuna em ouro. 
 O diretor disse: hierarquicamente abaixo de mim só o dono. 
 Ele fezo gol chutando a bola abaixo do goleiro. 
 As notas dele estão muito abaixo da média. 
 Devido à falta de chuva o nível da água está abaixo do normal. 
 No Sul é comum termos temperatura abaixo de 0º Celsius. 
 
“A baixo”: ocorre quando a preposição “a” ocorre antes da palavra 
“baixo”. Exemplo: 
 
 Nesse “site” é possível comprar computadores a baixo custo. 
 De forma arrogante ela me olhou de cima a baixo. 
 
Perceba que “baixo” por ser um adjetivo referente a “custo”, pode 
ter a sua posição invertida na frase: 
 
 Nesse “site” é possível comprar computadores a custo baixo. 
92 
4.14. Erros Comuns 
 
CERTO ERRADO 
Menos Menas 
Seja Seje 
Poliomielite Poliomelite 
Ansioso Ancioso 
Privilégio Previlégio 
Reivindicar Reinvindicar 
Esteja Teje / Esteje 
Cisne Cisnei 
 
4.15. Pleonasmo 
 
Pleonasmo: é cometer uma redundância desnecessária ao se 
expressar. Veja uma lista de diversos pleonasmos comuns: 
 
 sair para fora 
 entrar para dentro 
 viúva do falecido 
 todos foram unânimes 
 subir para cima 
 descer para baixo 
 conviver junto 
 encarar de frente 
 fato real 
 multidão de pessoas 
 surdo do ouvido 
 cego dos olhos 
 ganhar de graça 
 pisar com os pés 
 bater palmas com as mãos 
 países do mundo 
 monopólio exclusivo 
 gritar alto 
 erário público 
 habitat natural 
93 
 sorrir com os dentes 
 hemorragia de sangue 
 metades iguais 
 outra alternativa 
 labareda de fogo 
 preconceito intolerante 
 recuar para trás 
 planejar antecipadamente 
 elo de ligação 
 certeza absoluta 
 surpresa inesperada 
 acabamento final 
 adiar para depois 
 novidade inédita 
 comparecer pessoalmente 
 protagonista principal 
 escolha opcional 
 avançar para frente 
 consenso geral 
 prosseguir adiante 
 panorama geral 
 decapitar a cabeça 
 lançamento novo 
 
5. Competências Cobradas na redação do ENEM 
 
Conheça as cinco competências cobradas na redação do ENEM do 
ano de 2019, conforme o portal do MEC, a redação do ENEM considera 
os seguintes itens: 
 
1 - Domínio da escrita formal da língua portuguesa: é avaliado 
se a redação do participante está adequada às regras de ortografia, como 
acentuação, ortografia, uso de hífen, emprego de letras maiúsculas e 
minúsculas e separação silábica. Ainda são analisadas a regência verbal e 
nominal, concordância verbal e nominal, pontuação, paralelismo, emprego 
de pronomes e crase. A figura abaixo apresenta a tabela de pontuação. 
94 
 
200 pontos Demonstra excelente domínio da modalidade escrita formal da língua 
portuguesa e de escolha de registro. Desvios gramaticais ou de 
convenções da escrita serão aceitos somente como excepcionalidade e 
quando não caracterizarem reincidência. 
160 pontos Demonstra bom domínio da modalidade escrita formal da língua 
portuguesa e de escolha de registro, com poucos desvios gramaticais e 
de convenções da escrita. 
120 pontos Demonstra domínio mediano da modalidade escrita formal da língua 
portuguesa e de escolha de registro, com alguns desvios gramaticais e 
de convenções da escrita. 
80 pontos Demonstra domínio insuficiente da modalidade escrita formal da língua 
portuguesa, com muitos desvios gramaticais, de escolha de registro e 
de convenções da escrita. 
40 pontos Demonstra domínio precário da modalidade escrita formal da língua 
portuguesa, de forma sistemática, com diversificados e frequentes 
desvios gramaticais, de escolha de registro e de convenções da escrita. 
0 ponto Demonstra desconhecimento da modalidade escrita formal da língua 
portuguesa. 
 
2 - Compreender o tema e não fugir do que é proposto: 
Avalia as habilidades integradas de leitura e de escrita do candidato. O 
tema constitui o núcleo das ideias sobre as quais a redação deve ser 
organizada e é caracterizado por ser uma delimitação de um assunto 
mais abrangente. A figura abaixo apresenta a tabela de pontuação. 
 
200 pontos Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente, a partir de 
um repertório sociocultural produtivo e apresenta excelente domínio do 
texto dissertativo-argumentativo. 
160 pontos Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente e apresenta 
bom domínio do texto dissertativo-argumentativo, com proposição, 
argumentação e conclusão. 
120 pontos Desenvolve o tema por meio de argumentação previsível e apresenta 
domínio mediano do texto dissertativo-argumentativo, com proposição, 
argumentação e conclusão. 
80 pontos Desenvolve o tema recorrendo à cópia de trechos dos textos 
motivadores ou apresenta domínio insuficiente do texto dissertativo-
argumentativo, não atendendo à estrutura com proposição, 
argumentação e conclusão. 
40 pontos Apresenta o assunto, tangenciando o tema, ou demonstra domínio 
precário do texto dissertativo-argumentativo, com traços constantes de 
outros tipos textuais. 
0 ponto Fuga ao tema/não atendimento à estrutura dissertativo-argumentativa. 
Nestes casos a redação recebe nota zero e é anulada. 
 
95 
3 - Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, 
fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista: O 
candidato precisa elaborar um texto que apresente, claramente, uma ideia 
a ser defendida e os argumentos que justifiquem a posição assumida em 
relação à temática da proposta da redação. Trata da coerência e da 
plausibilidade entre as ideias apresentadas no texto, o que é garantido pelo 
planejamento prévio à escrita, ou seja, pela elaboração de um projeto de 
texto. A figura abaixo apresenta a tabela de pontuação. 
 
200 pontos Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema proposto, 
de forma consistente e organizada, configurando autoria, em defesa de 
um ponto de vista. 
160 pontos Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, de forma 
organizada, com indícios de autoria, em defesa de um ponto de vista. 
120 pontos Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, 
limitados aos argumentos dos textos motivadores e pouco organizados, 
em defesa de um ponto de vista. 
80 pontos Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, mas 
desorganizados ou contraditórios e limitados aos argumentos dos 
textos motivadores, em defesa de um ponto de vista. 
40 pontos Apresenta informações, fatos e opiniões pouco relacionados ao tema ou 
incoerentes e sem defesa de um ponto de vista. 
0 ponto Apresenta informações, fatos e opiniões não relacionados ao tema e 
sem defesa de um ponto de vista. 
 
4 - Conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários 
para a construção da argumentação: são avaliados itens 
relacionados à estruturação lógica e formal entre as partes da redação. 
A organização textual exige que as frases e os parágrafos estabeleçam 
entre si uma relação que garanta uma sequência coerente do texto e 
a interdependência entre as ideias. 
 
Preposições, conjunções, advérbios e locuções adverbiais são 
responsáveis pela coesão do texto porque estabelecem uma inter-
relação entre orações, frases e parágrafos. Cada parágrafo será 
composto por um ou mais períodos também articulados. Cada ideia 
nova precisa estabelecer relação com as anteriores. A figura a seguir 
apresenta a tabela de pontuação. 
 
96 
00 pontos Articula bem as partes do texto e apresenta repertório diversificado de 
recursos coesivos. 
160 pontos Articula as partes do texto, com poucas inadequações, e apresenta 
repertório diversificado de recursos coesivos. 
120 pontos Articula as partes do texto, de forma mediana, com inadequações, e 
apresenta repertório pouco diversificado de recursos coesivos. 
80 pontos Articula as partes do texto, de forma insuficiente, com muitas 
inadequações e apresenta repertório limitado de recursos coesivos. 
40 pontos Articula as partes do texto de forma precária. 
0 ponto Não articula as informações. 
 
5 - Respeito aos direitos humanos: Apresentar uma proposta 
de intervençãopara o problema abordado que respeite os direitos 
humanos. Propor uma intervenção para o problema apresentado pelo 
tema significa sugerir uma iniciativa que busque, mesmo que 
minimamente, enfrentá-lo. A elaboração de uma proposta de 
intervenção na prova de redação do Enem representa uma ocasião 
para que o candidato demonstre o preparo para o exercício da 
cidadania, para atuar na realidade em consonância com os direitos 
humanos. A figura abaixo apresenta a tabela de pontuação. 
 
200 pontos Elabora muito bem proposta de intervenção, detalhada, relacionada ao 
tema e articulada à discussão desenvolvida no texto. 
160 pontos Elabora bem proposta de intervenção relacionada ao tema e articulada 
à discussão desenvolvida no texto. 
120 pontos Elabora, de forma mediana, proposta de intervenção relacionada ao 
tema e articulada à discussão desenvolvida no texto. 
80 pontos Elabora, de forma insuficiente, proposta de intervenção relacionada ao 
tema, ou não articulada com a discussão desenvolvida no texto. 
40 pontos Apresenta proposta de intervenção vaga, precária ou relacionada 
apenas ao assunto. 
0 ponto Não apresenta proposta de intervenção ou apresenta proposta não 
relacionada ao tema ou ao assunto. 
 
6. Redações Nota 1000 no ENEM 
 
A seguir relacionamos uma série de redações de candidatos que 
obtiveram a nota máxima na redação do ENEM, mencionando o tema 
proposto pela banca, o ano do exame, o nome do autor e o título da 
redação, quando houver. 
97 
6.1. Redação 1 
 
Tema: Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil 
Ano: 2016 
Autora: Larissa Cristine Ferreira 
Título: Orgulho Machadiano 
 
Brás Cubas, o defunto-autor de Machado de Assis, diz em suas 
“Memórias Póstumas’ que não teve filhos e não transmitiu a nenhuma 
criatura o legado da nossa miséria. Talvez hoje ele percebesse acertada 
sua decisão: a postura de muitos brasileiros frente a intolerância religiosa 
é uma das faces mais perversas de uma sociedade em desenvolvimento. 
Com isso, surge a problemática do preconceito religioso que persiste 
intrinsecamente ligado à realidade do país, seja pela insuficiência de leis, 
seja pela lenta mudança de mentalidade social. 
 
É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam 
entre as causas do problema. Conforme Aristóteles, a poética deve ser 
utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na 
sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, a 
perseguição religiosa rompe essa harmonia; haja vista que, embora esteja 
previsto na Constituição o princípio da isonomia, no qual todos devem ser 
tratados igualmente, muitos cidadãos se utilizam da inferioridade religiosa 
para externar ofensas e excluir socialmente pessoas de religiões diferentes. 
 
Segundo pesquisas, a religião afro-brasileira é a principal vítima de 
discriminação, destacando- se o preconceito religioso como o principal 
impulsionador do problema. De acordo com Durkheim, o fato social é a 
maneira coletiva de agr e de pensar. Ao seguir essa linha de pensamento, 
observa-se que a preparação do preconceito religioso se encaixa na teoria 
do sociólogo, uma vez que se uma criança vive em uma família com esse 
comportamento, tende a adotá-lo também por conta da vivência em grupo. 
Assim, a continuação do pensamento da inferioridade religiosa, transmitido 
de geração a geração, funciona como base forte dessa forma de 
preconceito, perpetuando o problema no Brasil. 
98 
6.2. Redação 2 
 
Tema: Democratização do acesso ao cinema no Brasil 
Ano: 2019 
Autora: Ana Clara Socha 
 
Embora a Constituição Federal de 1988 assegure o acesso à cultura 
como direito de todos os cidadãos, percebe-se que, na atual realidade 
brasileira, não há o cumprimento dessa garantia, principalmente no 
que diz respeito ao cinema. Isso acontece devido à concentração de 
salas de cinema nos grandes centros urbanos e à concepção cultural 
de que a arte direcionada aos mais favorecidos economicamente. 
 
É relevante abordar, primeiramente, que as cidades brasileiras 
foram construídas sobre um viés elitista e segregacionista, de modo 
que os centros culturais estão, em sua maioria, restritos ao espaço 
ocupado pelos detentores do poder econômico. Essa dinâmica não foi 
diferente com a chegada do cinema, já que apenas 17% da população 
do país frequenta os centros culturais em questão. Nesse sentido, 
observa-se que a segregação social - evidenciada como uma 
característica da sociedade brasileira, por Sérgio Buarque de Holanda, 
no livro "Raízes do Brasil" - se faz presente até os dias atuais, por 
privar a população das periferias do acesso à cultura e ao lazer que são 
proporcionados pelo cinema. 
 
Paralelo a isso, vale também ressaltar que a concepção cultural de 
que a arte não abrange a população de baixa renda é um fato limitante 
para que haja a democratização plena da cultura e, portanto, do 
cinema. Isso é retratado no livro "Quarto de Despejo", de Carolina 
Maria de Jesus, o qual ilustra o triste cotidiano que uma família em 
condição de miserabilidade vive, e, assim, mostra como o acesso a 
centros culturais é uma perspectiva distante de sua realidade, não 
necessariamente pela distância física, mas pela ideia de pertencimento 
a esses espaços. 
 
99 
Dessa forma, pode-se perceber que o debate acerca da 
democratização do cinema é imprescindível para a construção de uma 
sociedade mais igualitária. Nessa lógica, é imperativo que o Ministério 
da Economia destine verbas para a construção de salas de cinema, de 
baixo custo ou gratuitas, nas periferias brasileiras por meio da inclusão 
desse objetivo na Lei de Diretrizes Orçamentárias, com o intuito de 
descentralizar o acesso à arte. Além disso, cabe às instituições de 
ensino promover passeios aos cinemas locais, desde o início da vida 
escolar das crianças, mediante autorização e contribuição dos 
responsáveis, a fim de desconstruir a ideia de elitização da cultura, 
sobretudo em regiões carentes. Feito isso, a sociedade brasileira 
poderá caminhar para a completude da democracia no âmbito 
cultural." 
 
 
 
100 
6.3. Redação 3 
 
Tema: Democratização do acesso ao cinema no Brasil 
Ano: 2019 
Autor: Augusto Scapini 
 
"Aristóteles, grande pensador da Antiguidade, defendia a 
importância do conhecimento para a obtenção da plenitude da essência 
humana. Para o filósofo, sem a cultura e a sabedoria, nada separa a 
espécie humana do restante dos animais. Nesse contexto, destaca-se 
a importância do cinema, desde a sua criação, no século XIX, até a 
atualidade, para a construção de uma sociedade mais culta. No 
entanto, há ainda diversos obstáculos que impedem a democratização 
do acesso a esse recurso no Brasil, centrados na elitização do espaço 
público e causadores da insuficiência intelectual presente na sociedade. 
Com isso, faz-se necessária uma intervenção que busque garantir o 
acesso pleno ao cinema para todos os cidadãos brasileiros. 
 
De início, tem-se a noção de que a Constituição Federal assegura 
a todos os cidadãos o acesso igualitário aos meios de propagação do 
conhecimento, da cultura e do lazer. Porém, visto que os cinemas, 
materialização pública desses conceitos, concentram-se 
predominantemente nos espaços reservados à elite socioeconômica, 
como os "shopping centers", é inquestionável a existência de uma 
segregação das camadas mais pobres em relação ao acesso a esse 
recurso. Essa segregação é identificada na elaboração da tese de 
"autocidadania", escrita pelo sociólogo Jessé Souza, que denuncia a 
situação de vulnerabilidade social vivida pelos mais pobres, cujos 
direitos são negligenciados tanto pela falta de ação do Estado quanto 
pela indiferença da sociedade em geral. Fica claro, então, que o acesso 
ao cinema não é um recurso democraticamente pleno no Brasil. 
 
Como consequência dessa elitização dos espaços públicos, que 
promove aexclusão das camadas mais periféricas, é observado um 
bloqueio intelectual imposto a essa parte da população. Nesse sentido, 
101 
assuntos pertinentes ao saber coletivo, que, por vezes, não são 
ensinados nas instituições formais de ensino, mas são destacados 
pelos filmes exibidos nos cinemas, não alcançam as mentes das 
minorias sociais, fato que impede a obtenção do conhecimento e, por 
conseguinte, a plenitude da essência aristotélica. Essa situação 
relaciona-se com o conceito de "alienação", descrito pelo alemão Karl 
Marx, que caracteriza o estado de insuficiência intelectual vivido pelos 
trabalhadores da classe operária no contexto da Revolução Industrial, 
refletido na camada pobre brasileira atual. 
 
Portanto, fica evidente a importância do cinema para a construção 
de uma sociedade mais culta e a necessidade de democratização desse 
recurso. Nesse âmbito, cabe ao Ministério da Educação e da Cultura 
promover um maior acesso ao conhecimento e ao lazer, por meio da 
instalação de cinemas públicos nas áreas urbanas mais periféricas - 
que deverão possuir preços acessíveis à população local -, a fim de 
evitar a situação de alienação e insuficiência intelectual presente nos 
membros das classes mais baixas. Desse modo, o cidadão brasileiro 
poderá atingir a condição de plenitude da essência, prevista por 
Aristóteles, destacando-se, logo, das outras espécies animais, através 
do conhecimento e da cultura." 
 
 
102 
6.4. Redação 4 
 
Tema: Democratização do acesso ao cinema no Brasil 
Ano: 2019 
Autora: Eduarda Duarte 
 
"Durante a primeira metade do século XX, as obras 
cinematográficas de Charlie Chaplin atuaram como fortes difusores de 
informações e de ideologias contra a exploração e o autoritarismo no 
continente americano. No contexto atual, o cinema permanece como 
um importante veículo de conhecimento, mas. No Brasil, não há o 
acesso democrático a essa mídia em decorrência das disparidades 
socioeconômicas nas cidades, as quais fomentam a elitização dos 
ambientes de entretenimento, e da falta de investimentos em exibições 
populares, as quais, muitas vezes, são realizadas em prédios precários 
e não são divulgadas. Portanto, é imperativo promover mecanismos 
eficientes de integração dos telespectadores para facilitar o contato 
com filmes, proeminentes na introdução dos cidadãos. 
 
Tendo em vista a realidade supracitada, destaca-se a crescente 
discrepância entre as classes sociais nos grandes centros habitacionais, 
o que leva a modificações no espaço. Essa visão condiz com as ideias 
de Henri Lefebvre, uma vez que, para o sociólogo, o meio urbano é a 
manifestação de conflitos, o que pode ser relacionado à evidente 
segregação socioespacial dos cinemas. Nesse viés, a concentração de 
salas de exibição em áreas nobres está vinculada às desigualdades 
sociais e configura a elitização do acesso aos filmes em locais públicos 
em função do encarecimento dos serviços ao longo dos anos. Dessa 
forma, para uma grande parte dos brasileiros, o entretenimento e o 
aprendizado por meio das obras cinematográficas, como visto no início 
do século XX, se tornam inviáveis, restringindo o contato com novos 
ideais e inibindo a mobilização da sociedade em prol de seus valores. 
 
Além disso, a insuficiência de recursos destinados a exibições em 
teatros populares é um fator que dificulta a democratização do cinema 
103 
no Brasil. Isso porque, apesar de Steve Jobs, um dos fundadores da 
empresa “Apple”, ter corroborado com a ideia do mundo virtual como 
influenciador ao constatar que a “tecnologia move o mundo”, as redes 
sociais não são utilizadas pelos órgãos públicos para divulgar 
apresentações cinematográficas nos centros culturais, presentes em 
diversas regiões do país. Aliada à falta de visibilidade, a precariedade 
infraestrutural dos prédios onde tais eventos ocorrem reduz a 
qualidade de experiência e desencoraja muitos de frequentarem os 
locais, apesar dos menores preços. Assim, torna-se clara a necessidade 
de investimentos par garantir o contato com os filmes, essenciais para 
a instrução e para a integração dos indivíduos. 
 
Desse modo, é imprescindível democratizar o acesso ao cinema no 
Brasil. Para isso, cabe às prefeituras disponibilizar a experiência 
cinematográfica à população urbana menos privilegiada, por meio de 
eventos de exibição em áreas periféricas – os quais devem fornecer 
programações internacionais e acionais a custos reduzidos -, com o 
intuito de evitar o processo de elitização cultural em virtude de 
disparidades socioeconômicas. Ademais, compete ao Ministério da 
Cidadania promover a visibilidade dos centros culturais nas redes 
sociais e investir em reformas periódicas, a fim de assegurar a 
manutenção dos locais. Com essas medidas, assim como na época de 
Charlie Chaplin, a sociedade terá o maior contato com as novas ideias 
e as informações do mundo contemporâneo." 
 
 
104 
6.5. Redação 5 
 
Tema: Democratização do acesso ao cinema no Brasil 
Ano: 2019 
Autor: Lucas Rios 
 
"O cinema se tornou uma tecnologia com grande potencial 
expressivo e, por essa razão, é considerado uma forma de arte. 
Simultaneamente, apresenta elevado valor lúdico, prova pelo recente 
sucesso de obras como "Coringa" e "Vingadores: Ultimato". 
Infelizmente, no contexto brasileiro, nem todos têm amplo acesso a tal 
maravilha. Nesse sentido, percebe-se a existência de problemas sociais 
e econômicos que dificultam a democratização dessa atividade no país. 
 
Segundo o economista Ludwig von Mises, um dos grandes nomes 
da Escola Austríaca de Economia, o homem quando em liberdade, 
tende a agir buscando a maximização de sua felicidade. Sob essa ótica, 
nota-se que indivíduos com baixo poder aquisitivo priorizarão serviços 
de necessidade básica (como alimentação, saúde e moradia) em 
detrimento de atividades culturais, uma vez que aqueles, por serem 
essenciais à sobrevivência, lhes farão mais felizes que estes. Assim, a 
fragilidade econômica torna-se um fator de exclusão de certas parcelas 
da população nacional do mundo cinematográfico. 
 
Além disso, de acordo com o Índice de Liberdade Econômica 
desenvolvido pela Heritage Foundation, o Brasil está entre os piores 
países para abrir uma empresa. Isso é resultado da alta complexidade 
tributária e burocrática, que resulta em maiores custos tanto para 
empreendedores quanto para consumidores. Por não ser imune a tal 
fenômeno, o setor do cinema sofre com as mesmas consequências, 
que restringem ainda mais a participação popular nas sessões. Dessa 
forma, a abertura e simplificação desse mercado são medidas 
necessárias para democratizá-lo, dado que reduzem os preços. 
 
 
105 
Diante do exposto, evidenciam-se os desafios sociais e econômicos 
para o pleno acesso da população brasileira às obras cinematográficas. 
Cabe, então, ao Ministério da Cidadania, por ter herdado as funções do 
extinto Ministério da Cultura, criar, por meio de parcerias com as 
empresas do setor, entradas gratuitas periódicas para a população de 
baixa renda, de modo a facilitar a sua participação nas salas de cinema 
e, consequentemente, popularizar o acesso à cultura. Paralelamente, 
o Ministério da Economia deve estimular, através de medidas 
provisórias, a redução de impostos e regulações no mercado citado. 
Desse modo, concretizar-se-ão os seus valores lúdico e artístico, que 
serão apreciados pelo povo brasileiro como um todo." 
 
 
106 
6.6. Redação 6 
 
Tema: Democratização do acesso ao cinema no Brasil 
Ano: 2019 
Autor: Daniel Gomes 
 
"O filme ‘’Cine Hollywood’’ narra a chegada da primeira sala de 
cinema na cidade de Crato, interior do Ceará. Na obra, os moradores 
do até então vilarejo nordestino têm suas vidas modificadas pela 
modernidade que, naquele contexto, se traduzia na exibição de obras 
cinematográficas. De maneira análoga à história fictícia, a questão da 
democratização104 
6.6. REDAÇÃO 6 .................................................................. 106 
6.7. REDAÇÃO 7 .................................................................. 108 
6.8. REDAÇÃO 8 .................................................................. 110 
6.9. REDAÇÃO 9 .................................................................. 112 
6.10. REDAÇÃO 10 ............................................................ 114 
6.11. REDAÇÃO 11 ............................................................ 116 
6.12. REDAÇÃO 12 ............................................................ 118 
6.13. REDAÇÃO 13 ............................................................ 120 
6.14. REDAÇÃO 14 ............................................................ 122 
6.15. REDAÇÃO 15 ............................................................ 124 
6.16. REDAÇÃO 16 ............................................................ 126 
6.17. REDAÇÃO 17 ............................................................ 128 
6.18. REDAÇÃO 18 ............................................................ 130 
6.19. REDAÇÃO 19 ............................................................ 132 
6.20. REDAÇÃO 20 ............................................................ 134 
6.21. REDAÇÃO 21 ............................................................ 136 
6.22. REDAÇÃO 22 ............................................................ 138 
6.23. REDAÇÃO 23 ............................................................ 140 
6.24. REDAÇÃO 24 ............................................................ 141 
6.25. REDAÇÃO 25 ............................................................ 142 
6.26. REDAÇÃO 26 ............................................................ 144 
6.27. REDAÇÃO 27 ............................................................ 146 
6.28. REDAÇÃO 28 ............................................................ 148 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................ 150 
7 
 
 
8 
 
 
 
Português - Redação 
 
Dissertativa, argumentativa. Considerações sobre a avaliação. Tópicos 
frasais. Semântica, sintaxe, concordâncias, acentuação e gramática 
 
 
 
 
Diversos vestibulares, o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) 
e muitos concursos públicos inclusive, têm como uma das principais 
competências a elaboração de uma redação, que possui um peso 
considerável no conjunto da avaliação. Inclusive tendo poder 
reprobatório, caso seja zerada na maioria dos casos. Vamos falar de 
temas como semântica, sintaxe e concordância. Muito embora os 
nomes assustem, não são assuntos complexos. Vamos trabalhar com 
diversas dicas de como se preparar antes e durante as redações para 
poder vencer o famigerado “branco” de bloqueio de criação. 
 
 Mas você sabe o que significa redação? Corresponde ao ato de 
redigir um texto empregando uma ordem e um método. Além de uma 
atividade imprescindível em avaliações para o vestibular e ENEM é uma 
atividade presente desde a invenção da escrita, e atualmente 
considerada um campo profissional e artístico na literatura, na 
produção de roteiros, na elaboração de relatórios e documentos, na 
publicidade e no jornalismo, entre diversas outras áreas. 
 
1. Redação Dissertativa-argumentativa 
 
Uma redação dissertativa-argumentativa é um gênero de produção 
textual em que se defende uma certa tese, por meio de argumentos e 
explicações fundamentadas, por isso dissertativa-argumentativa, isto é, 
frente a um tema que foi proposto você deverá escrever, com base em 
“evidências e fatos”, para justificar e convencer o seu ponto de vista 
sobre tal ponto. Essa é a modalidade de redação proposta pelo ENEM. 
9 
Vale salientar que a sua dissertação com argumentos deverá 
corresponder ao seu ponto de vista frente a questão abordada. Sem que 
em nenhum momento haja uma contradição entre seu ponto de vista. Por 
exemplo, se você estiver dissertando a favor, ou então contra uma 
determinada situação pontuada, não pode haver divergências quanto à sua 
escolha. Desde que sejam respeitadas as propostas da prova, como por 
exemplo, que esteja de acordo com os direitos humanos e dentro das leis. 
 
Para a elaboração de uma boa redação são importantes algumas 
práticas, especialmente a leitura de bons textos, sejam eles 
provenientes de livros, jornais ou artigos, para que dessa maneira, o 
candidato ou candidata adquira conhecimentos, além de socioculturais 
sobre temas da atualidade, que tipicamente são cobrados em provas, 
com opções de vocabulário, ou seja, saiba tratar de temas que 
envolvem a sociedade, culturas e as diferenças sociais existentes. Além 
disso, existem algumas regras a serem esclarecidas: 
 
1.1. Pessoa do Discurso - Impessoalidade 
 
Durante TODA a abordagem da redação, os verbos devem ser 
conjugados ou na 3ª pessoa do singular (ele), ou na 1ª pessoa do 
plural (nós). Por exemplo: 
 
3ª pessoa do singular: Acredita-se, entende-se, percebe-se. 
1ª pessoa do plural: Acreditamos, entendemos, percebemos. 
 
Assim, dessa maneira, procure manter a impessoalidade da 
linguagem. Essa é uma técnica indispensável quando falamos na 
produção de um texto dissertativo-argumentativo, foco do ENEM. 
 
O objetivo principal ao escrevermos um texto impessoal é 
justamente eliminarmos a subjetividade do discurso, isto é, devemos 
evitar opiniões e juízos de valores pessoais. Assim, procure evitar o 
uso de termos pessoais, como por exemplo: “eu acho que”, “eu 
10 
acredito que”, “na minha opinião”, “eu penso que”. Prefira usar em 
substituição termos como: “é bom lembrar”, “convém lembrar”, “é 
importante pontuar”, “precisamos considerar”, “é de suma importância 
lembrar que”, “consideramos que”. 
 
 
 
Em vez de: “eu acho que”, “eu acredito que”, “na 
minha opinião”, “nós pensamos que”, “eu considero”, 
“nós podemos”, “esperamos”, “quero”, 
 
Use: “é bom lembrar”, “convém lembrar”, “é 
importante pontuar”, “precisamos considerar”, “é de 
suma importância lembrar que”, “consideramos que”. 
 
 
1.2. Quantidade de Linhas 
 
É de vital importância que a redação tenha uma introdução, o 
desenvolvimento do tema e uma conclusão, e dentro desse contexto 
deve ter um máximo de 30 linhas e um mínimo de 8 linhas. 
 
Quanto maior a quantidade de linhas, maiores são as chances de 
desenvolver e provar seu ponto de vista, mas em compensação, maior 
a possibilidade de erros ortográficos, de contexto e de concordância. 
Textos curtos (menos linhas), por sua vez, podem não ser suficientes 
para provar o seu ponto de vista defendido e pode demonstrar, 
dependendo do caso, falta de argumentos. Se a quantidade for menor, 
o texto deve ser conciso, porém com argumentos sólidos e consistentes 
que cumpram com a justificativa do tema proposto. 
 
Uma divisão sugerida são 7 linhas de introdução, 8 linhas para o 
primeiro e 8 linhas para o segundo parágrafo de desenvolvimento e as 
últimas 7 linhas reservadas para a conclusão. 
IMPESSOALIDADE 
11 
1.3. Introdução (Resumo das Ideias Principais) 
 
Muitos alunos relatam que a introdução é a parte mais complexa 
na elaboração de uma redação, tendo dificuldade de interpretar o tema 
adequadamente para iniciar o processo, e que, passando dessa parte 
consideram que o restante do processo se torna muito mais 
automatizado e intuitivo. 
 
É neste ponto em que “a ficha cai” para o aluno, onde ocorre o 
primeiro posicionamento diante do(s) tema(s) proposto(s). Vamos ver 
que não existe um modo “milagroso” de se iniciar, entretanto, existem 
algumas formas e estruturas padronizadas para iniciarmos. 
 
É imprescindível que na introdução já se diga o ponto de vista 
escolhido, abordando as ideias centrais do tema, e também estar de 
acordo com a proposta da banca examinadora e o tema proposto. 
 
Existem algumas estratégias para a realização de uma boa 
introdução, que demonstram o domínio sobre a questão tratadado acesso ao cinema, no Brasil, ainda enfrenta 
problemas no que diz respeito à exclusão da parcela socialmente 
vulnerável da sociedade. Assim, é lícito afirmar que a postura do 
Estado em relação à cultura e a negligência de parte das empresas que 
trabalham com a ‘’sétima arte’’ contribuem para a perpetuação desse 
cenário negativo. 
 
Em primeiro plano, evidencia-se, por parte do Estado, a ausência 
de políticas públicas suficientemente efetivas para democratizar o 
acesso ao cinema no país. Essa lógica é comprovada pelo papel passivo 
que o Ministério da Cultura exerce na administração do país. Instituído 
para se rum órgão que promova a aproximação de brasileiros a bens 
culturais, tal ministério ignora ações que poderiam, potencialmente, 
fomentar o contato de classes pouco privilegiadas ao mundo dos 
filmes, como a distribuição de ingressos em instituições públicas de 
ensino básico e passeios escolares a salas de cinema. Desse modo, o 
Governo atua como agente perpetuador do processo de exclusão da 
população mais pobre a esse tipo de entretenimento. Logo, é 
substancial a mudança desse quadro. 
 
Outrossim, é imperativo pontuar que a negligência de empresas do 
setor – como produtoras, distribuidoras de filmes e cinemas – também 
colabora para a dificuldade em democratizar o acesso ao cinema no 
Brasil. Isso decorre, principalmente, da postura capitalista de grande 
107 
parte do empresariado desse segmento, que prioriza os ganhos 
financeiros em detrimento do impacto cultural que o cinema pode 
exercer sobre uma comunidade. Nesse sentido, há, de fato, uma visão 
elitista advinda dos donos de salas de exibição, que muitas vezes 
precificam ingressos com valores acima do que classes populares 
podem pagar. Consequentemente, a população de baixa renda fica 
impedida de frequentar esses espaços. 
 
É necessário, portanto, que medidas sejam tomadas para facilitar 
o acesso democrático ao cinema no país. Posto isso, o Ministério da 
Cultura deve, por meio de um amplo debate entre Estado, sociedade 
civil, Agência Nacional de Cinema (ANCINE) e profissionais da área, 
lançar um Plano Nacional de Democratização ao Cinema no Brasil, a 
fim de fazer com que o maior número possível de brasileiros possa 
desfrutar do universo dos filmes. Tal plano deverá focar, 
principalmente, em destinar certo percentual de ingressos para 
pessoas de baixa renda e estudantes de escolas públicas. Ademais, o 
Governo Federal deve também, mediante oferecimento de incentivos 
fiscais, incentivar os cinemas a reduzirem o custo de seus ingressos. 
Dessa maneira, a situação vivenciada em ‘’Cine Hollywood’’ poderá ser 
visualizada na realidade de mais brasileiros." 
 
 
108 
6.7. Redação 7 
 
Tema: Democratização do acesso ao cinema no Brasil 
Ano: 2019 
Autor: Gabriel Lopes 
 
"O longa-metragem nacional "Na Quebrada" revela histórias reais 
de jovens da periferia de São Paulo, os quais, inseridos em um cenário 
de violência e pobreza, encontram no cinema uma nova perspectiva de 
vida. Na narrativa, evidencia-se o papel transformador da cultura por 
intermédio do Instituto Criar, que promove o desenvolvimento pessoal, 
social e profissional dos alunos por meio da sétima arte. Apresentando-
se como um retrato social, tal obra, contudo, ainda representa a 
história de parte minoritária da população, haja vista o deficitário e 
excludente acesso ao cinema no Brasil, sobretudo às classes menos 
favorecidas. Todavia, para que haja uma reversão do quadro, faz-se 
necessário analisar as causas corporativas e educacionais que 
contribuem para a continuidade da problemática em território nacional. 
 
Deve-se destacar, primeiramente, o distanciamento entre as 
periferias e as áreas de consumo de arte. Acerca disso, os filósofos 
Adorno e Horkheimer, em seus estudos sobre a "Indústria Cultural", 
afirmaram que a arte, na era moderna, tornou-se objeto industrial feito 
para ser comercializado, tendo finalidades prioritariamente lucrativas. 
Sob esse prisma, empresas fornecedoras de filmes concentram sua 
atuação nas grandes metrópoles urbanas, regiões onde prevalece a 
população de maior poder aquisitivo, que se mostra mais disposta a 
pagar um maior valor pelas exibições. Essa prática, no entanto, 
fomenta uma tendência segregatória que afasta o cinema das camadas 
menos abastadas, contribuindo para a dificuldade na democratização 
do acesso a essa forma de expressão e de identidade cultural no Brasil. 
 
Ademais, uma análise dos métodos da educação nacional é necessária. 
Nesse sentido, observa-se uma insuficiência de conteúdos relativos à 
aproximação do indivíduo com a cultura desde os primeiros anos escolares, 
109 
fruto de uma educação tecnicista e pouco voltada para a formação cidadã 
do aluno. Dessa forma, com aulas voltadas para memorização teórica, o 
sistema educacional vigente pouco estimula o contato do estudante com 
as diversas formas de expressão cultural e artística, como o cinema, 
negligenciando, também, o seu potencial didático, notável pela sua 
inerente natureza estimulante. Tal cenário reforça a ideia da teórica Vera 
Maria Candau, que afirma que o sistema educacional atual está preso nos 
moldes do século XIX e não oferece propostas significativas para as 
inquietudes hodiernas. Assim, com a carência de um ensino que desperte 
o interesse dos alunos pelo cinema, a escola contribui para um afastamento 
desses indivíduos em relação ao cinema, o que constitui um entrave para 
que eles, durante a vida, tornem-se espectadores ativos das produções 
cinematográficas brasileiras e internacionais. 
 
É evidente, portanto, que a dificuldade na democratização do 
acesso ao cinema no Brasil é agravada por causas corporativas e 
educacionais. Logo, é necessário que a Secretaria Especial de Cultura 
do Ministério da Cidadania torne tais obras mais alcançáveis ao corpo 
social. Para isso, ela deve estabelecer parcerias público-privadas com 
empresas exibidoras de filmes, beneficiando com isenções fiscais 
aquelas que provarem, por meio de relatórios semestrais, a expansão 
de seus serviços a preços populares para regiões fora dos centros 
urbanos, de forma que, com maior oferta a um maior número de 
pessoas, os indivíduos possam efetivar o seu uso para o lazer e para o 
seu engrandecimento cultural. Paralelamente, o Ministério da Educação 
deve levar o tema às escolas públicas e privadas. Isso deve ocorrer por 
meio da substituição de parte da carga teórica da Base Nacional 
Comum Curricular por projetos interdisciplinares que envolvam 
exibição de filmes condizentes com a prática pedagógica e visitas aos 
cinemas da região da escola, para que se desperte o interesse do aluno 
pelo tema ao mesmo tempo em que se desenvolve sua consciência 
cultural e cidadã. Nesse contexto, poder-se-á expandir a ação 
transformadora da sétima arte retratada em "Na Quebrada", criando 
um legado duradouro de acesso à cultura e de desenvolvimento social 
em território nacional." 
110 
6.8. Redação 8 
 
Tema: Manipulação do comportamento do usuário pelo controle 
de dados na internet 
Ano: 2018 
Autora: Thais Saeger Ruschmann da Costa 
 
É fato que a tecnologia revolucionou a vida em sociedade nas mais 
variadas esferas, a exemplo da saúde, dos transportes e das relações 
sociais. No que concerne ao uso da internet, a rede potencializou o 
fenômeno da massificação do consumo, pois permitiu, por meio da 
construção de um banco de dados, oferecer produtos de acordo com 
os interesses dos usuários. Tal personalização se observa, também, na 
divulgação de informações que, dessa forma, se tornam, muitas vezes, 
tendenciosas. Nesse sentido, é necessário analisar tal quadro, 
intrinsecamente ligado a aspectos educacionais e econômicos. 
 
É importante ressaltar, em primeiro plano, de que forma o controle 
de dados na internet permite a manipulação do comportamento dos 
usuários. Isso ocorre, em grande parte,devido ao baixo senso crítico 
da população, fruto de uma educação tecnicista, na qual não há 
estímulo ao questionamento. Sob esse âmbito, a internet usufrui dessa 
vulnerabilidade e, por intermédio da uma análise dos sites mais 
visitados por determinado indivíduo, consegue rastrear seus gostos e 
propor notícias ligadas aos seus interesses, limitando, assim, o modo 
de pensar dos cidadãos. Em meio a isso, uma analogia com a educação 
libertadora proposta por Paulo Freire mostra-se possível, uma vez que 
o pedagogo defendia um ensino capaz de estimular a reflexão e, dessa 
forma, libertar o indivíduo da situação a qual encontra-se sujeitado - 
neste caso, a manipulação 
 
Cabe mencionar, em segundo plano, quais os interesses atendidos 
por tal controle de dados. Essa questão ocorre devido ao capitalismo, 
modelo econômico vigente desde o fim da Guerra Fria, em 1991, o qual 
estimula o consumo em massa. Nesse âmbito, a tecnologia, aliada aos 
111 
interesses do capital, também propõe aos usuários da rede produtos 
que eles acreditam ser personalizados. Partindo desse pressuposto, 
esse cenário corrobora o termo "ilusão da contemporaneidade" 
defendido pelo filósofo Sartre, já que os cidadãos acreditam estar 
escolhendo uma mercadoria diferenciada mas, na verdade, trata-se de 
uma manipulação que visa ampliar o consumo. 
 
Infere-se, portanto, que o controle do comportamento dos usuários 
possui íntima relação com aspectos educacionais e econômicos. Desse 
modo, é imperiosa uma ação do MEC, que deve, por meio da oferta de 
debates e seminários nas escolas, orientar os alunos a buscarem 
informações de fontes confiáveis como artigos científicos ou por 
intermédio da checagem de dados, com o fito de estimular o senso 
crítico dos estudantes e, dessa forma, evitar que sejam manipulados. 
Visando ao mesmo objetivo, o MEC pode, ainda, oferecer uma 
disciplina de educação tecnológica nas escolas, através de sua inclusão 
na Base Comum Curricular, causando um importante impacto na 
construção da consciência coletiva. Assim, observar-se-ia uma 
população mais crítica e menos iludida. 
 
 
112 
6.9. Redação 9 
 
Tema: Manipulação do comportamento do usuário pelo controle 
de dados na internet 
Ano: 2018 
Autora: Vanessa Fernandes 
 
O mundo conheceu novos equipamentos ao longo do processo de 
industrialização, com destaque para os descobrimentos da Terceira 
Revolução Industrial, que possibilitou a expansão dos meios de 
comunicação e controle de dados em inúmeros países. Entretanto, as 
ferramentas recém descobertas foram utilizadas de forma inadequada, 
como por exemplo, durante a Era Vargas. Com efeito, a má utilização 
dessas tecnologias contribui com a manipulação comportamental dos 
usuários que se desenvolve devido não só à falta de informação 
popular como também à negligência governamental. 
 
Primeiramente, vale ressaltar o efeito que a falta de informação 
possui na manipulação das pessoas. Consoante à Teoria do Habitus 
elaborada pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu, a sociedade possui 
padrões que são impostos, naturalizados e, posteriormente, 
reproduzidos pelos indivíduos. Nessa perspectiva, a possibilidade da 
coleta de dados virtuais, como sites visitados e produtos pesquisados, 
por grandes empresas ocasiona a divulgação de propagandas 
específicas com o fito de induzir a efetivação da compra da mercadoria 
anunciada ou estimular um estilo de vida. Assim, o desconhecimento 
dessa realidade permite a construção de uma ilusão de liberdade de 
escolha que favorece unicamente as empresas. Dessa forma, medidas 
são necessárias para alterar a reprodução, prevista por Bourdieu, 
dessas estratégias comerciais que afetam negativamente inúmeros 
indivíduos. 
 
Ademais, a influência de milhares de usuários se dá pela 
negligência e abuso de poder governamental. Durante a Era Vargas, a 
manipulação comportamental dos brasileiros foi uma realidade a partir 
113 
da criação do Departamento de Imprensa e Propaganda que possuía a 
função de fiscalizar os conteúdos que seriam divulgados nos meios de 
comunicação usando o controle da população. Nos dias atuais, com o 
auxílio da internet, as pessoas estão mais expostas, uma vez que o 
governo possui acesso aos dados e históricos de navegação que 
possibilitam a ocorrência de uma obediência influenciada como ocorreu 
na Era Vargas. Desse modo, urge a extrema necessidade de alterações 
estruturais para a ocorrência de uma liberdade comportamental de 
todos. 
 
Impende, portanto, que a manipulação do comportamento através 
do controle de dados na internet deixe de ser realidade. Nesse sentido, 
cabe ao Governo, por meio do aumento da parcela de investimentos 
com prioridade, fiscalizar e punir instituições que utilizem essa 
estratégia de direcionamento através de multas e aumento na 
cobrança de impostos. Essa inciativa tem a finalidade de propor o uso 
adequado das tecnologias descobertas durante, e posteriormente, a 
Terceira Revolução Industrial e, consequentemente, erradicar a 
manipulação comportamental dos indivíduos através dos dados 
coletados na internet. 
 
 
114 
6.10. Redação 10 
 
Tema: Manipulação do comportamento do usuário pelo controle 
de dados na internet 
Ano: 2018 
Autora: Clara de Jesus Rocha 
 
“Black Mirror” é uma série americana que retrata a influência da 
tecnologia no cotidiano de uma sociedade futura. Em um de seus 
episódios, é apresentado um dispositivo que atua como uma babá 
eletrônica mais desenvolvida, capaz de selecionar as imagens e sons 
que os indivíduos poderiam vivenciar. Não distante da ficção, nos dias 
atuais, existem algoritmos especiais ligados em filtrar informações de 
acordo com a atividade “online” do cidadão. Por isso, torna-se 
necessário o debate acerca da manipulação comportamental do 
usuário pelo controle de dados na internet. 
 
Primeiramente, é notável que o acesso a esse meio de 
comunicação ocorre de maneira, cada vez mais, precoce. Segundo 
pesquisa divulgada pelo IBGE, no ano de 201, apenas 35% dos 
entrevistados, que apresentavam idade igual ou superior a 10 anos, 
nunca haviam utilizado a internet. Isso acontece porque desde cedo a 
criança tem contato com aparelhos tecnológicos que necessitam da 
disponibilidade de uma rede de navegação, que memoriza cada passo 
que esse jovem indivíduo dá para traçar um perfil de interesse dele e, 
assim, fornecer assuntos e produtos que tendem a agradar ao usuário. 
Dessa forma, o uso da internet torna-se uma imposição viciosa para 
relações sócio-econômicas. 
 
Em segundo lugar, o ser humano perde sua capacidade de escolha. 
Conforme o conceito de “Mortificação do Eu”, do sociólogo Erving 
Goffman, é possível entender o que ocorre na internet que induz o 
indivíduo a ter um comportamento alienado. Tal preceito afirma que, 
por influência de fatores coercitivos, o cidadão perde seu pensamento 
individual e junta-se a uma massa coletiva. Dentro do contexto da 
115 
internet, o usuário, sem perceber, é induzido a entrar em determinados 
sites devido a um “bombardeio” de propagandas que aparece em seu 
dispositivo conectado. Evidencia-se, portanto, uma falsa liberdade de 
escolha quanto ao que fazer no mundo virtual. 
 
Com o intuito de amenizar essa problemática, o Congresso 
Nacional deve formular leis que limitem esse assédio comercial 
realizado por empresas privadas, por meio de direitos e punições aos 
que descumprirem, a fim de acabar com essa imposição midiática. As 
escolas, em parceria com as famílias, devem inserir a discussão sobre 
esse tema tanto no ambiente doméstico quanto no estudantil, por 
intermédio de palestrantes, com a participação de psicólogos e 
especialistas, que debatam acerca de como agir “online”, com o 
objetivo de desenvolver, desde a infância, a capacidade de utilizar a 
tecnologia a seu favor. Feito isso, o conflito vivenciado na série não se 
tornará realidade.116 
6.11. Redação 11 
 
Tema: Manipulação do comportamento do usuário pelo controle 
de dados na internet 
Ano: 2018 
Autora: Isabel Petrenko Dória 
 
No filme “O jogo da imitação”, o personagem Alan Turing consegue 
prejudicar o avanço da Alemanha nazista, posto que decifrou os 
algoritmos correspondentes ao projeto de guerra de Hitler. Diante 
disso, pode-se observar, desde a segunda metade do século XX, a 
relevância do conhecimento tecnológico para atingir certos objetivos. 
Contudo, diferentemente de tal contexto, atualmente, utiliza-se a 
tecnologia, muitas vezes, não para o bem coletivo, como representado 
pelo filme, mas para vantagem privada, mediante a manipulação de 
dados de usuários da internet. Destarte, é fundamental analisar as 
razões que fazem dessa problemática uma realidade no mundo 
contemporâneo. 
 
Em primeiro lugar, cabe abordar a dificuldade de regulação dos 
sites quanto ao acesso aos dados de quem está inserido no ambiente 
virtual. De acordo com Sartre, o homem deve zelar pelo bem coletivo 
em detrimento do individual, uma vez que ele está articulado a uma 
comunidade. No entanto, a tecnologia, atualmente, rompe com tal 
lógica altruísta, pois prioriza-se o lucro gerado pela manipulação do 
indivíduo. Isso ocorre porque muitas empresas detêm habilidades 
técnicas para traçar perfis individuais, direcionando, por conseguinte, 
o consumo, além de influenciar escolhas e gostos de cada um. Logo, 
verifica-se também uma ruptura com a filosofia kantiana de que a 
pessoa deve ser um fim em si mesma e não um meio de conseguir 
alcançar interesses particulares. 
 
Ademais, outro fator a salientar é a falta de informação do público 
no que tange à internet. Diante do advento da Era Tecnológica, a priori 
com a Terceira Revolução Industrial e, posteriormente, com a Quarta, 
117 
nota-se uma educação incompleta e que não prepara o indivíduo para 
um mundo imerso em computadores e inteligência artificial. Nessa 
perspectiva, apesar de, desde a infância, estar em contato com tablets 
e celulares, a criança cresce sem saber discernir corretamente quais 
informações podem ser publicadas ou se seu dispositivo está realmente 
seguro. 
 
Torna-se evidente, portanto, a necessidade de repensar a 
manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na 
internet. Assim, cabe ao Executivo combater o domínio de elementos 
pessoais dos consumidores, por meio do investimento na área de 
tecnologia de informações do Ministério de Ciência e Tecnologia, que 
deverá aprimorar seu sistema de identificação de uso impróprio de tais 
dados. Desse modo, poderá ser alcançado o objetivo de proteger os 
brasileiros inseridos na esfera cibernética. Outrossim, compete ao 
Ministério da Educação promover a inclusão de disciplinas como Ética 
e Tecnologia, mediante a alteração na Lei de Bases e Diretrizes da 
Educação, que impulsionará uma maior difusão da percepção crítica 
acerca do mundo virtual e de como utilizá-lo, a fim de mitigar a 
manipulação da conduta dos consumidores. Dessa forma, além de 
formar cidadãos mais capazes de reconhecer tal adversidade, será 
possível construir uma sociedade mais bem intencionada e preocupada 
com o bem coletivo. 
 
 
118 
6.12. Redação 12 
 
Tema: Manipulação do comportamento do usuário pelo controle 
de dados na internet 
Ano: 2018 
Autor: Yuri Faquini de Sousa 
 
Para o sociólogo Manuel Castells, o advento da “Era da Informação” 
significou uma mudança nas relações de poder. Enquanto, na “Era 
Industrial”, o cenário era regulado pela posse dos meios de produção, 
na nova fase, o domínio político, econômico e social tornou-se 
vinculado ao controle da produção, do processamento e do 
compartilhamento de dados. Tal transformação favoreceu que o meio 
virtual, por meio de algoritmos, adquirisse a capacidade de manipular 
o comportamento de internautas de acordo com suas preferências, 
prática a qual, uma vez sustentada pela ausência de autonomia dos 
indivíduos na “internet”, constitui o alicerce para o surgimento das 
“bolhas virtuais”. 
 
Em primeira análise, o controle da atividade dos usuários da rede 
é possibilitado pela navegação sem autonomia no espaço digital, visto 
que esta facilita o direcionamento do internauta a páginas ou grupos 
específicos. Quanto a isso, o filósofo italiano Umberto Eco afirma que 
a “internet” originou uma “legião de imbecis”, sendo o ambiente virtual 
desprovido de hierarquia. Assim, a qualidade dos “sites” acessados e a 
escolha dos itens pesquisados são determinadas pelo próprio sujeito, 
o qual depende de sua responsabilidade para não ser manipulado. 
Nesse sentido, a escola emerge como um decisivo agente de 
socialização, já que, ao formar cidadãos mais autônomos, contribui 
para diminuir a influência de mecanismos de filtragem nos indivíduos. 
 
Além disso, a seleção do conteúdo exibido aos usuários com base 
no seu histórico leva à formação das “bolhas virtuais”, considerando 
que eles são direcionados, sobretudo nas redes sociais, para páginas 
nas quais é compartilhado um mesmo interesse. Segundo o médico e 
119 
criador da psicanálise Freud, um indivíduo, ao ser inserido em um 
grupo específico, tende a suprimir suas peculiaridades para assumir as 
características predominantes no ambiente em que se encontra. No 
caso da “internet”, esse fenômeno, além de ocorrer, é agravado, uma 
vez que a própria escolha de integrantes de um espaço é feita a partir 
de opiniões convergentes. 
 
Portanto, a manipulação de pessoas no meio digital, favorecida 
pela falta de autonomia nesse contexto, leva à formação de grupos os 
quais só compartilham um único interesse. Logo, cabe às escolas, 
instituições que desenvolvem sujeitos autônomos, a tarefa de alertar 
acerca da necessidade de navegar com responsabilidade pela internet, 
por meio de palestras e discussões sobre o assunto, envolvendo as 
disciplinas de Filosofia e Sociologia, a fim de formar cidadãos que não 
sejam controlados pelas ferramentas virtuais. Ademais, as redes 
sociais, principal espaço causador das “bolhas” de pensamentos e 
gostos, deve facilitar a interação de ideias divergentes, mediante a 
criação de páginas voltadas para a troca de opiniões. Só assim, o 
controle de indivíduos na “Era da Informação” será solucionado. 
 
 
120 
6.13. Redação 13 
 
Tema: Manipulação do comportamento do usuário pelo controle 
de dados na internet 
Ano: 2018 
Autor: Lucas Felpi 
 
No livro “1984” de George Orwell, é retratado um futuro distópico 
em que um Estado totalitário controla e manipula toda forma de 
registro histórico e contemporâneo, a fim de moldar a opinião pública 
a favor dos governantes. Nesse sentido, a narrativa foca na trajetória 
de Winston, um funcionário do contraditório Ministério da Verdade que 
diariamente analisa e altera notícias e conteúdos midiáticos para 
favorecer a imagem do Partido e formar a população através de tal 
ótica. Fora da ficção, é fato que a realidade apresentada por Orwell 
pode ser relacionada ao mundo cibernético do século XXI: 
gradativamente, os algoritmos e sistemas de inteligência artificial 
corroboram para a restrição de informações disponíveis e para a 
influência comportamental do público, preso em uma grande bolha 
sociocultural. 
 
Em primeiro lugar, é importante destacar que, em função das 
novas tecnologias, internautas são cada vez mais expostos a uma 
gama limitada de dados e conteúdos na internet, consequência do 
desenvolvimento de mecanismos filtradores de informação a partir do 
uso diário individual. De acordo com o filósofo Zygmund Baüman, vive-
se atualmente um período de liberdade ilusória, já que o mundo 
digitalizado não só possibilitou novas formas de interação com o 
conhecimento, mas também abriu portas para a manipulação e 
alienação vistas em “1984”. Assim, os usuários são inconscientemente 
analisados e lhes é apresentado apenas o mais atrativopara o consumo 
pessoal. 
 
Por conseguinte, presencia-se um forte poder de influência desses 
algoritmos no comportamento da coletividade cibernética: ao observar 
121 
somente o que lhe interessa e o que foi escolhido para ele, o indivíduo 
tende a continuar consumindo as mesmas coisas e fechar os olhos para 
a diversidade de opções disponíveis. Em um episódio da série televisiva 
Black Mirror, por exemplo, um aplicativo pareava pessoas para 
relacionamentos com base em estatísticas e restringia as 
possibilidades para apenas as que a máquina indicava – tornando o 
usuário passivo na escolha. Paralelamente, esse é o objetivo da 
indústria cultural para os pensadores da Escola de Frankfurt: produzir 
conteúdos a partir do padrão de gosto do público, para direcioná-lo, 
torná-lo homogêneo e, logo, facilmente atingível. 
 
Portanto, é mister que o Estado tome providências para amenizar 
o quadro atual. Para a conscientização da população brasileira a 
respeito do problema, urge que o Ministério de Educação e Cultura 
(MEC) crie, por meio de verbas governamentais, campanhas 
publicitárias nas redes sociais que detalhem o funcionamento dos 
algoritmos inteligentes nessas ferramentas e advirtam os internautas 
do perigo da alienação, sugerindo ao interlocutor criar o hábito de 
buscar informações de fontes variadas e manter em mente o filtro a 
que ele é submetido. Somente assim, será possível combater a 
passividade de muitos dos que utilizam a internet no país e, ademais, 
estourar a bolha que, da mesma forma que o Ministério da Verdade 
construiu em Winston de “1984”, as novas tecnologias estão 
construindo nos cidadãos do século XXI. 
 
 
122 
6.14. Redação 14 
 
Tema: Manipulação do comportamento do usuário pelo controle 
de dados na internet 
Ano: 2018 
Autora: Julia Paula Celem 
 
Sob a perspectiva de uma revolução Tecno-Científico-
Informacional, vive-se o auge da evolução humana em sua relação com 
a tecnologia, em que se destaca a ascensão do papel da internet no 
cotidiano social. Entretanto, tal avanço não é apenas benéfico, de 
modo que a popularidade existente no uso das redes virtuais 
possibilitou seu aproveitamento malicioso para que ela atue como um 
meio influenciador de comportamentos. 
 
Nesse contexto, configura-se um quadro alarmante correlacionado 
ao potencial de manipulação do usuário por meio do controle dos dados 
expostos a ele, o que decorre de interesses organizacionais e gera um 
processo de alienação social. Em um primeiro plano, é imperioso 
ressaltar que a busca por adesão a um interesse financeiro ou 
ideológico intensifica o controle da internet como um formador 
comportamental. De acordo com as pesquisas dos sociólogos Adorno e 
Horkheimer sobre Indústria Cultural, as mídias digitais possuem uma 
grande capacidade de atuar como formadoras e moldadoras de 
opinião. Assim, com o aumento abrupto do uso das redes virtuais, 
diversas organizações usufruem desse poder em prol de atingir sua 
causa com a imposição de informações selecionadas as quais limitam 
a escolha do usuário. 
 
Essa seleção permite que empresas comerciais, por exemplo, 
atraiam um mercado consumidor maior e ampliem suas vendas ao 
restringir as opções de compra ao perfil do indivíduo, que, em vez de 
escolher, apenas obedece ao sistema. Ademais, governos autoritários 
também se aproveitam do potencial manipulador para permitir que 
somente notícias favoráveis à sua ideologia possam ser acessadas 
123 
pelos seus cidadãos, o que evita rebeliões. Depreende-se, pois, a 
privação da liberdade pessoal pelo direcionamento de comportamentos 
no meio digital. Sob outro prisma, é válido analisar que o controle de 
dados na internet fomenta a alienação da sociedade. Essa problemática 
ocorre porque, quando conteúdos previamente selecionados, 
descontextualizados ou alterados são a maior parte das informações 
acessíveis ao público, este passa a reproduzir os comportamentos 
esperados pelos órgãos manipuladores e influencia as pessoas ao seu 
redor por apresentar tais fatos como verdades, o que gera um estado 
de desinformação. Nesse viés, percebe-se que a seleção informacional 
como um meio alienante antecede a internet, de modo a ser visto, por 
exemplo, no período ditatorial do Brasil, que, ao censurar notícias 
negativas sobre o panorama do país, criou a ideia de uma nação livre 
de problemas sociais, econômicos e de segurança. Infere-se, então, 
que o uso maléfico da internet na moldagem de opiniões por meio de 
ações controladoras propicia uma redução na capacidade de senso 
crítico da comunidade. 
 
Torna-se evidente, portanto, a complexa situação que envolve a 
manipulação do indivíduo com a seleção de dados na rede virtual. Para 
amenizar o quadro, cabe ao Poder Legislativo reformular o Marco Civil, 
que é responsável por regularizar o uso do meio digital. Essa medida 
deverá ocorrer por intermédio da inclusão de uma cláusula a qual irá 
reforçar os limites no controle dos conteúdos expostos, de forma a 
ampliar o espectro de escolhas do usuário. Tal ação objetiva impedir 
que a internet seja utilizada para a moldagem de comportamentos. 
 
 
124 
6.15. Redação 15 
 
Tema: A persistência da violência contra a mulher na sociedade 
brasileira 
Ano: 2015 
Autor: Caio Nobuyoshi Koga 
 
O Brasil cresceu nas bases parternalistas da sociedade europeia, 
visto que as mulheres eram excluídas das decisões políticas e sociais, 
inclusive do voto. Diante desse fato, elas sempre foram tratadas como 
cidadãs inferiores cuja vontade tem menor validade que as demais. 
Esse modelo de sociedade traz diversas consequências, como a 
violência contra a mulher, fruto da herança social conservadora e da 
falta de conscientização da população. 
Casos relatados cotidianamente evidenciam o conservadorismo do 
pensamento da população brasileira. São constantes as notícias sobre 
o assédio sexual sofrido por mulheres em espaços públicos, como no 
metrô paulistano. Essas ações e a pequena reação a fim de acabar com 
o problema sofrido pela mulher demonstram a normalidade da postura 
machista da sociedade e a permissão velada para o seu acontecimento. 
Esses constantes casos são frutos do pensamento machista que 
domina a sociedade e descende diretamente do paternalismo em que 
cresceu a nação. 
 
Devido à postura machista da sociedade, a violência contra a 
mulher permanece na contemporaneidade, inclusive dentro do Estado. 
A mulher é constantemente tratada com inferioridade pela população 
e pelos próprios órgãos públicos. Uma atitude que demonstra com 
clareza esse tratamento é a culpabilização da vítima de estupro que, 
chegando à polícia, é acusada de causar a violência devido à roupa que 
estava vestindo. A violência se torna dupla, sexual e psicológica; essa, 
causada pela postura adotada pela população e pelos órgãos públicos 
frente ao estupro, causando maior sofrimento à vítima. 
 
O pensamento conservador, machista e misógino é fruto do 
125 
patriarcalismo e deve ser combatido a fim de impedir a violência contra 
aquelas que historicamente sofreram e foram oprimidas. Para esse fim, 
é necessário que o Estado aplique corretamente a lei, acolhendo e 
atendendo a vítima e punindo o violentador, além de promover a 
conscientização nas escolas sobre a igualdade de gênero e sobre a 
violência contra a mulher. Cabe à sociedade civil, o apoio às mulheres 
e aos movimentos feministas que protegem as mulheres e defendem 
os seus direitos, expondo a postura machista da sociedade. Dessa 
maneira, com apoio do Estado e da sociedade, aliado ao debate sobre 
a igualdade de gênero, é possível acabar com a violência contra a 
mulher. 
 
 
126 
6.16. Redação 16 
 
Tema: A persistência da violência contra a mulher na sociedade 
brasileira 
Ano: 2015 
Autor: José Miguel Zanetti Trigueiros 
Título: Por um basta na violência contra a mulher 
 
A violência contra a mulherno Brasil ainda é grande. Entretanto, 
deve haver uma distinção entre casos gerais (que ocorrem 
independentemente do sexo da vítima) e casos específicos. Os níveis 
de homicídios, assaltos, sequestros e agressões são altos, portanto, o 
número de mulheres atingidas por esse índice também é grande. Em 
casos que a mulher é vítima devido ao seu gênero, como estupros, 
abusos sexuais e agressões domésticas, as Leis Maria da Penha e do 
Feminicídio, aliadas às Delegacias das Mulheres e ao Ligue 180 são 
meios de diminuir esses casos. 
 
O sistema de segurança no Brasil é falho. Como a violência é alta 
e existe uma enorme burocracia, os casos denunciados e julgados são 
pequenos. Além do mais, muitas mulheres têm medo de seus 
companheiros ou dependem financeiramente deles, não contando as 
agressões que sofrem. Dessa forma, mais criminosos ficam livres e 
mais mulheres se tornam vítimas. 
 
Alguns privilégios são necessários para garantir a integridade física 
e moral da vítima, como a Lei Maria da Penha, que é um marco para a 
igualdade de gênero e serve de amparo para todo tipo de violência 
doméstica e já analisou mais de 300 mil casos. Há também medidas 
que contribuem para reduzir assédios sexuais e estupros, como a 
criação do vagão feminino em São Paulo e a permissão para que ônibus 
parem em qualquer lugar durante a noite, desde que isso seja 
solicitado por uma mulher. 
 
Também é alarmante os casos que envolvem turismo sexual. 
127 
Durante a Copa do Mundo de 2014, houve um grande fluxo de 
estrangeiros para o Brasil. Muitos vêm apenas para se relacionar com 
as mulheres brasileiras, algo ilegal, que que prostituição é crime. Não 
bastasse, o pior é o envolvimento de menores de idade. Inúmeros 
motivos colocam crianças e adolescentes nessa vida, como o abandono 
familiar, o aliciamento por terceiros e até sequestros. 
 
Portanto, para reduzir drasticamente a violência contra a mulher, 
deve ocorrer uma intensificação na fiscalização, através das Leis que 
protegem as vítimas femininas. No que se refere à punição dos 
criminosos, deve ocorrer o aumento das penas ou até atitudes mais 
drásticas, como a castração química de estupradores (garantindo a 
reincidência zero). Para aumentar o número de denúncias, a vítima 
deve se sentir protegida e não temer nada. Por isso, mobilizações 
sociais, através de propagandas e centros de apoio devem ser 
adotadas. Todas essas medidas culminariam em mais denúncias, mais 
julgamentos e mais prisões, além de diminuir os futuros casos, devido 
às prisões exemplares. 
 
 
128 
6.17. Redação 17 
 
Tema: A persistência da violência contra a mulher na sociedade 
brasileira 
Ano: 2015 
Autora: Julia Guimarães Cunha 
 
O feminismo é o movimento que luta pela igualdade social, política 
e econômica dos gêneros. Hodiernamente, muitas conquistas em prol 
da garantia dessas igualdades já foram alcançadas – a exemplo do 
direito ao voto para as mulheres, adquirido no Governo Vargas. 
Entretanto, essas conquistas não foram suficientes para eliminar o 
preconceito e a violência existentes na sociedade brasileira. 
 
De acordo com o site “Mapa da Violência”, nas últimas três décadas 
houve um aumento de mais de 200% nos índices de feminicídio no 
país. Esse dado evidencia a baixa eficiência dos mecanismos de auxílio 
à mulher, tais como a Secretaria de Políticas para as mulheres e a Lei 
Maria da Penha. A existência desses mecanismos é de suma 
importância, mas suas ações não estão sendo satisfatórias para 
melhorar os índices alarmantes de agressões contra o, erroneamente 
chamado, “sexo frágil.” 
 
Mas, apesar de ser o principal tipo, não é só agressão física a 
responsável pelas violências contra a mulher. Devido ao caráter 
machista e patriarcal da sociedade brasileira, o preconceito começa 
ainda na juventude, com o tratamento desigual dado a filhos e filhas – 
comumente nota-se uma maior restrição para o sexo feminino. Além 
disso, há a violência moral, ainda muito frequente no mercado de 
trabalho. Pesquisas comprovam que, no Brasil, o salário dado a 
homens e mulheres é diferente, mesmo com ambos exercendo a 
mesma função. Ademais, empresas preferem contratar funcionários do 
sexo masculino para não se preocuparem com uma possível licença 
maternidade. 
 
129 
É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a 
segurança da mulher brasileira. Desse modo, o Estado deve, mediante 
a ampliação da atuação dos órgãos competentes, assegurar o 
atendimento adequado às vítimas e a punição correta aos agressores. 
Além disso, cabe às empresas a garantia de igualdade no espaço 
laboral, pagando um salário justo e admitindo funcionários pela sua 
qualificação, livre de preconceitos. Por fim, é dever da sociedade o 
respeito ao sexo feminino, tratando igualmente homem e mulher. 
Assim, alcançar-se-á uma sociedade igualitária e de harmonia para 
ambos os gêneros. 
 
 
130 
6.18. Redação 18 
 
Tema: A persistência da violência contra a mulher na sociedade 
brasileira 
Ano: 2015 
Autora: Amanda Carvalho Maia Castro 
 
A violência contra a mulher no Brasil tem apresentado aumentos 
significativos nas últimas décadas. De acordo com o Mapa da Violência 
de 2012, o número de mortes por essa causa aumentou em 230% no 
período de 1980 a 2010. Além da física, o balanço de 2014 relatou 
cerca de 48% de outros tipos de violência contra a mulher, dentre 
esses a psicológica. Nesse âmbito, pode-se analisar que essa 
problemática persiste por ter raízes históricas e ideológicas. 
 
O Brasil ainda não conseguiu se desprender das amarras da 
sociedade patriarcal. Isso se dá porque, ainda no século XXI, existe 
uma espécie de determinismo biológico em relação às mulheres. 
Contrariando a célebre frase de Simone de Beavouir “Não se nasce 
mulher, torna-se mulher”, a cultura brasileira, em grande parte, prega 
que o sexo feminino tem a função social de se submeter ao masculino, 
independentemente de seu convívio social, capaz de construir um ser 
como mulher livre. Dessa forma, os comportamentos violentos contra 
as mulheres são naturalizados, pois estavam dentro da construção 
social advinda da ditadura do patriarcado. Consequentemente, a 
punição para este tipo de agressão é dificultada pelos traços culturais 
existentes, e, assim, a liberdade para o ato é aumentada. 
 
Além disso, já o estigma do machismo na sociedade brasileira. Isso 
ocorre porque a ideologia da superioridade do gênero masculino em 
detrimento do feminino reflete no cotidiano dos brasileiros. Nesse viés, 
as mulheres são objetificadas e vistas apenas como fonte de prazer 
para o homem, e são ensinadas desde cedo a se submeterem aos 
mesmos e a serem recatadas. Dessa maneira, constrói-se uma cultura 
do medo, na qual o sexo feminino tem medo de se expressar por estar 
131 
sob a constante ameaça de sofrer violência física ou psicológica de seu 
progenitor ou companheiro. Por conseguinte, o número de casos de 
violência contra a mulher reportados às autoridades é baixíssimo, 
inclusive os de reincidência. 
 
Pode-se perceber, portanto, que as raízes históricas e ideológicas 
brasileiras dificultam a erradicação da violência contra a mulher no 
país. Para que essa erradicação seja possível, é necessário que as 
mídias deixem de utilizar sua capacidade de propagação de informação 
para promover a objetificação da mulher e passe a usá-la para difundir 
campanhas governamentais para a denúncia de agressão contra o sexo 
feminino. Ademais, é preciso que o Poder Legislativo crie um projeto 
de lei para aumentar a punição de agressores, para que seja possível 
diminuir a reincidência. Quem sabe, assim, o fim da violência contra a 
mulher deixe de ser uma utopia para o Brasil. 
 
 
132 
6.19. Redação 19 
 
Tema: A persistência da violência contra a mulher na sociedade 
brasileira 
Ano: 2015 
Autora: Anna Beatriz Alvares Simões Wreden 
Título: Parte desfavorecidaDe acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser 
comparada a um “corpo biológico” por ser, assim como esse, composta 
por partes que interagem entre si. Desse modo, para que esse 
organismo seja igualitário e coeso, é necessário que todos os direitos 
dos cidadãos sejam garantidos. Contudo, no Brasil, isso não ocorre, 
pois em pleno século XXI as mulheres ainda são alvos de violência. 
Esse quadro de persistência de maus tratos com esse setor é fruto, 
principalmente, de uma cultura de valorização do sexo masculino e de 
punições lentas e pouco eficientes por parte do Governo. 
 
Ao longo da formação do território brasileiro, o patriarcalismo 
sempre esteve presente, como por exemplo na posição do “Senhor do 
Engenho”, consequentemente foi criada uma noção de inferioridade da 
mulher em relação ao homem. Dessa forma, muitas pessoas julgam 
ser correto tratar o sexo feminino de maneira diferenciada e até 
desrespeitosa. Logo, há muitos casos de violência contra esse grupo, 
em que a agressão física é a mais relatada, correspondendo a 51,68% 
dos casos. Nesse sentido, percebe-se que as mulheres têm suas 
imagens difamadas e seus direitos negligenciados por causa de uma 
cultural geral preconceituosa. Sendo assim, esse pensamento é 
passado de geração em geração, o que favorece o continuísmo dos 
abusos. 
 
Além dessa visão segregacionista, a lentidão e a burocracia do 
sistema punitivo colaboram com a permanência das inúmeras formas 
de agressão. No país, os processos são demorados e as medidas 
coercitivas acabam não sendo tomadas no devido momento. Isso 
133 
ocorre também com a Lei Maria da Penha, que entre 2006 e 2011 teve 
apenas 33,4% dos casos julgados. Nessa perspectiva, muitos 
indivíduos ao verem essa ineficiência continuam violentando as 
mulheres e não são punidos. Assim, essas são alvos de torturas 
psicológicas e abusos sexuais em diversos locais, como em casa e no 
trabalho. 
 
A violência contra esse setor, portanto, ainda é uma realidade 
brasileira, pois há uma diminuição do valor das mulheres, além do 
Estado agir de forma lenta. Para que o Brasil seja mais articulado como 
um “corpo biológico” cabe ao Governo fazer parceria com as ONGs, em 
que elas possam encaminhar, mais rapidamente, os casos de 
agressões às Delegacias da Mulher e o Estado fiscalizar severamente o 
andamento dos processos. Passa a ser a função também das 
instituições de educação promoverem aulas de Sociologia, História e 
Biologia, que enfatizem a igualdade de gênero, por meio de palestras, 
materiais históricos e produções culturais, com o intuito de amenizar 
e, futuramente, acabar com o patriarcalismo. Outras medidas devem 
ser tomadas, mas, como disse Oscar Wilde: “O primeiro passo é o mais 
importante na evolução de um homem ou nação.” 
 
 
134 
6.20. Redação 20 
 
Tema: A persistência da violência contra a mulher na sociedade 
brasileira 
Ano: 2015 
Autora: Cecília Maria Lima Leite 
Título: Violação à dignidade feminina 
 
Historicamente, o papel feminino nas sociedades ocidentais foi 
subjugado aos interesses masculinos e tal paradigma só começou a ser 
contestado em meados do século XX, tendo a francesa Simone de 
Beauvoir como expoente. Conquanto tenham sido obtidos avanços no 
que se refere aos direitos civis, a violência contra a mulher é uma 
problemática persistente no Brasil, uma vez que ela se dá- na maioria 
das vezes- no ambiente doméstico. Essa situação dificulta as denúncias 
contra os agressores, pois muitas mulheres temem expor questões que 
acreditam ser de ordem particular. 
 
Com efeito, ao longo das últimas décadas, a participação feminina 
ganhou destaque nas representações políticas e no mercado de 
trabalho. As relações na vida privada, contudo, ainda obedecem a uma 
lógica sexista em algumas famílias. Nesse contexto, a agressão parte 
de um pai, irmão, marido ou filho; condição de parentesco essa que 
desencoraja a vítima a prestar queixas, visto que há um vínculo 
institucional e afetivo que ela teme romper. 
 
Outrossim, é válido salientar que a violência de gênero está 
presente em todas as camadas sociais, camuflada em pequenos 
hábitos cotidianos. Ela se revela não apenas na brutalidade dos 
assassinatos, mas também nos atos de misoginia e ridicularização da 
figura feminina em ditos populares, piadas ou músicas. Essa é a 
opressão simbólica da qual trata o sociólogo Pierre Bordieu: a violação 
aos Direitos Humanos não consiste somente no embate físico, o 
desrespeito está –sobretudo- na perpetuação de preconceitos que 
atentam contra a dignidade da pessoa humana ou de um grupo social. 
135 
 
Destarte, é fato que o Brasil encontra-se alguns passos à frente de 
outros países o combate à violência contra a mulher, por ter 
promulgado a Lei Maria da Penha. Entretanto, é necessário que o 
Governo reforce o atendimento às vítimas, criando mais delegacias 
especializadas, em turnos de 24 horas, para o registro de queixas. Por 
outro lado, uma iniciativa plausível a ser tomada pelo Congresso 
Nacional é a tipificação do feminicídio como crime de ódio e hediondo, 
no intuito de endurecer as penas para os condenados e assim coibir 
mais violações. É fundamental que o Poder Público e a sociedade – por 
meio de denúncias – combatam praticas machistas e a execrável 
prática do feminicídio. 
 
 
136 
6.21. Redação 21 
 
Tema: Publicidade infantil em questão no Brasil 
Ano: 2014 
Autor: Carlos Eduardo Lopes Marciano 
Título: O verdadeiro preço de um brinquedo 
 
É comum vermos comerciais direcionados ao público infantil. Com 
a existência de personagens famosos, músicas para crianças e parques 
temáticos, a indústria de produtos destinados a essa faixa etária cresce 
de forma nunca vista antes. No entanto, tendo em vista a idade desse 
público, surge a pergunta: as crianças estariam preparadas para o 
bombardeio de consumo que as propagandas veiculam? 
 
Há quem duvide da capacidade de convencimento dos meios de 
comunicação. No entanto, tais artifícios já foram responsáveis por 
mudar o curso da História. A imprensa, no século XVIII, disseminou as 
ideias iluministas e foi uma das causas da queda do absolutismo. Mas 
não é preciso ir tão longe: no Brasil redemocratizado, as propagandas 
políticas e os debates eleitorais são capazes de definir o resultado de 
eleições. É impossível negar o impacto provocado por um anúncio ou 
uma retórica bem estruturada. 
 
O problema surge quando tal discurso é direcionado ao público 
infantil. Comerciais para essa faixa etária seguem um certo padrão: 
enfeitados por músicas temáticas, as cenas mostram crianças, em 
grupo, utilizando o produto em questão. Tal manobra de “marketing” 
acaba transmitindo a mensagem de que a aceitação em seu grupo de 
amigos está condicionada ao fato dela possuir ou não os mesmos 
brinquedos que seus colegas. Uma estratégia como essa gera um ciclo 
interminável de consumo que abusa da pouca capacidade de 
discernimento infantil. 
 
Fica clara, portanto, a necessidade de uma ampliação da legislação 
atual a fim de limitar, como já acontece em países como Canadá e 
137 
Noruega, a propaganda para esse público, visando à proibição de 
técnicas abusivas e inadequadas. Além disso, é preciso focar na 
conscientização dessa faixa etária em escolas, com professores que 
abordem esse assunto de forma compreensível e responsável. Só 
assim construiremos um sistema que, ao mesmo tempo, consiga 
vender seus produtos sem obter vantagem abusiva da ingenuidade 
infantil. 
 
 
138 
6.22. Redação 22 
 
Tema: Publicidade infantil em questão no Brasil 
Ano: 2014 
Autora: Nathalia Cardozo 
 
Produtos e serviços são necessários a qualquer sociedade. Dentre 
eles, estão serviços de planos de saúde, financiamento de moradias, 
compra de roupas e alimentos, entre outros elementos presentes no 
âmbito social. A publicidade e a propaganda exercem papel essencialna divulgação desses bens. No entanto, é preciso atenção por parte 
dos consumidores para analisar e selecionar que tipos de propagandas 
são fidedignas, e no caso de publicidade direcionada a crianças e 
adolescentes, essa medida nem sempre é possível. 
 
Em um primeiro plano, é importante constatar que as crianças não 
possuem capacidade de analisar os prós e contras da compra de um 
produto. Nesse sentido, os elementos persuasivos da propaganda têm 
grande influência no pensamento dos indivíduos da Primeira Idade, já 
que personagens infantis, brinquedos e músicas conhecidas por eles 
estimulam uma ideia positiva sobre o produto ou serviço anunciado, 
mas não uma análise do mesmo. Infere-se, assim, que a utilização 
desses recursos é abusiva, uma vez que vale-se do fato de a criança 
ser facilmente induzida e do apego às imagens de caráter infantil, 
considerando apenas o êxito do objetivo da propaganda: persuadir o 
possível consumidor. 
 
Além disso, observa-se que as ações do Conselho Nacional de 
Autorregulamentação Publicitária (Conar) são importantes, porém 
insuficientes nesse quesito. O Conar busca, entre outros aspectos, 
impedir a veiculação de propagandas enganosas, porém respeita o uso 
da persuasão. Assim, ao longo dos anos, pode-se perceber que o Conar 
não considera o apelo infantil abusivo e permitiu a transmissão de 
propagandas destinadas ao público infantil, já que essas permanecem 
na mídia. Diante desse raciocínio, é possível considerar a resolução do 
139 
Conselho Nacional de Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) 
válida e necessária para a contenção dos abusos propagandísticos 
evidenciados. 
 
Tendo em vista a realidade abusiva da propaganda infantil, é 
necessário que o Conar e o Conanda trabalhem juntos para 
providenciar uma análise ainda mais criteriosa dos anúncios 
publicitários dirigidos à primeira infância, a fim de verificar as técnicas 
de indução utilizadas. Ademais, a família e o sistema educacional 
brasileiro devem proporcionar às crianças uma educação relacionada a 
questões analíticas e argumentativas para que, já na adolescência, 
possam distinguir de maneira cautelosa as intenções dos órgãos 
publicitários e a validez das propagandas. Dessa forma, será possível 
conter os abusos e estabelecer justiça nesse contexto. 
 
 
140 
6.23. Redação 23 
 
Tema: Publicidade infantil em questão no Brasil 
Ano: 2014 
Autora: Mariana Pereira Pimenta 
 
A publicidade vem sendo valorizada com a constante globalização, 
onde o marketing se apropria em atingir diferentes parcelas 
populacionais. A questão da publicidade infantil vem ganhando 
destaque no cenário mundial, sendo criticadas suas grandes demandas 
dirigidas à criança, persuadindo-as em favor do consumismo. 
 
Com a crescente classe média do país, onde milhares de brasileiros 
são favorecidos pelos créditos governamentais, o consumismo vem 
afetando toda essa parcela populacional, deixando no passado a falta 
de eletrodomésticos e a participação social favorecida as elites. Com 
participação das principais mídias, agrava o abuso do imaginário 
infantil ao mesmo tempo em que favorece na distinção do benéfico e 
maléfico ao padrão de vida individual. 
 
É cabível que a anulação da publicidade infantil põe em xeque os 
ideais democráticos, confrontando tanto as famílias como o mercado 
publicitário, discriminando tal faixa etária ao mesmo tempo 
prejudicando o mercado consumidor, fator que pode levar a uma crise 
interna e abdicar do desenvolvimento comercial de um país 
subdesenvolvido. 
 
Portanto, a busca da comercialização muitas vezes abrange seu 
favorecimento através do imaginário infantil com os ideais seguidos 
por seus ídolos. Entretanto, é de responsabilidade dos pais na 
conscientização do bom e/ou ruim, em conjunto com a escolaridade 
infantil na abdicação do consumismo ao mesmo tempo em que o 
governo estude medidas preventivas que busquem o controle da 
exploração publicitária sem que atrapalhe o andar econômico do país. 
 
141 
6.24. Redação 24 
 
Tema: Publicidade infantil em questão no Brasil 
Ano: 2014 
Autor: José Querino de Macêdo Neto 
 
Se o conceito censitário de publicidade entende o uso de recursos 
estilísticos da linguagem, a exemplo da metáfora e das frases de efeito, 
como atrativo na vendagem de produtos, a manipulação de instrumentos 
a serviço da propaganda infantil produz efeitos que dão margem mais 
visível ao consumo desnecessário. Com base nisso, estabelecem-se 
propostas de debate social acerca do limite de conteúdos designados a 
comerciais televisivos que se dirigem a tal público. 
 
Faz-se preciso, no entanto, que se ressaltem as intenções das 
grandes empresas de comércio: o lucro é, sobretudo, ditador das 
regras morais e decisivo na escolha das técnicas publicitárias. Para 
Marx, por exemplo, o capital influencia, através do acúmulo de 
riquezas, os padrões que decidem a integração de um indivíduo no 
meio em que ele se insere — nesse caso, possuir determinados 
produtos é chave de aceitação social, principalmente entre crianças de 
cuja inocência se aproveita ao inferir importâncias na aquisição. 
 
Em contraposição a esses avanços econômicos e aos interesses dos 
grandes setores nacionais de mercado infanto-juvenil, os órgãos de 
ativismo em proteção à criança utilizam-se do Estatuto da Criança e do 
Adolescente para defender os direitos legítimos da não-ludibriação, 
detidos por indivíduos em processo de formação ética. Não obstante, 
a regulamentação da propaganda tende a equilibrar os ganhos das 
empresas com o crescente índice de consumo desenfreado. 
 
Cabe, portanto, ao governo, à família e aos demais segmentos sociais 
estimular o senso crítico a partir do debate em escolas e creches, de forma 
a instruir que as necessidades individuais devem se sobrepor às vontades 
que se possuem, a fim de coibir o abuso comercial e o superconsumo. 
142 
6.25. Redação 25 
 
Tema: Publicidade infantil em questão no Brasil 
Ano: 2014 
Autor: João Pedro Maciel Schlaepfer 
Título: Quem Sabe o que é Melhor Para Ela? 
 
Desde o final de 1991, com a extinção da antiga União Soviética, 
o capitalismo predomina como sistema econômico. Diante disso, os 
variados ramos industriais pesquisam e desenvolvem novas formas e 
produtos que atinjam os mais variados nichos de mercado. Esse 
alcance, contudo, preocupa as famílias e o Estado quando se analisa a 
publicidade voltada às crianças em contraponto à capacidade de 
absorção crítica das propagandas por parte desse público-alvo. 
 
Por ser na infância que se apreende maior quantidade de informações, 
a eficiência da divulgação de um bem é maior. O interesse infantil a 
determinados produtos é aumentado pela afirmação do desejo em meios 
de comunicação, sobretudo ao se articular ao anúncio algum personagem 
conhecido. Assim, a ânsia consumista dos mais jovens é expandida. 
 
Além disso, o nível de criticidade em relação à propaganda é 
extremamente baixo. Isso se deve ao fato de estarem em fase de 
composição da personalidade, que é pautada nas experiências vividas 
e, geralmente, espelhada em um grupo de adultos-exemplo. Dessa 
forma, o jovem fica suscetível a aceitar como positivo quase tudo o 
que lhe é oferecido, sem necessariamente avaliar se é algo realmente 
imprescindível. 
 
Com base nisso, o governo federal pode determinar um limite, 
desassociando personagens e figuras conhecidas aos comerciais, 
sejam televisivos, radiofônicos, por meios impressos ou quaisquer 
outras possibilidades. A família, por outro lado, tem o dever de 
acompanhar e instruir os mais novos em como administrar seus 
desejos, viabilizando alguns e proibindo outros. 
143 
 
Nesse sentido, torna-se evidente, portanto, a importância da 
assessoria parental e organização do Estado frente a essa questão. Não 
se pode atuar com descaso, tampouco ser extremista. A criança sabe 
o que é melhorpara ela? Talvez saiba, talvez não. Até que se descubra 
(com sua criticidade amadurecida), cabe às entidades superiores 
auxiliá-la nesse trajeto. 
 
 
144 
6.26. Redação 26 
 
Tema: Publicidade infantil em questão no Brasil 
Ano: 2014 
Autor: Juan Costa da Costa 
Título: Quem Sabe o que é Melhor Para Ela? 
 
Muito se discute acerca dos limites que devem ser impostos à 
publicidade e propaganda no Brasil - sobretudo em relação ao público 
infantil. Com o advento do meio técnico-científico informacional, as 
crianças são inseridas de maneira cada vez mais precoce ao 
consumismo imposto por uma economia capitalista globalizada - a qual 
preconiza flexibilidade de produção, adequando-se às mais diversas 
demandas. Faz-se necessário, portanto, uma preparação específica 
voltada para esse jovem público, a fim de tornar tal transição saudável 
e gerar futuros consumidores conscientes. 
 
Um aspecto a ser considerado remete à evolução tecnológica 
vivenciada nas últimas décadas. Os carrinhos e bonecas deram lugar 
aos "smartphones", videogames e outros aparatos que revolucionaram 
a infância das atuais gerações. Logo, tornou-se essencial a produção 
de um marketing voltado especialmente para esse consumidor mirim - 
objetivando cativá-lo por meio de músicas, personagens e outras 
estratégias persuasivas. Tal fator é corroborado com a criação de 
programas e até mesmo canais voltados para crianças (como Disney, 
Cartoon Network e Discovery Kids), expandindo o conceito de Indústria 
Cultural (defendido por filósofos como Theodor Adorno) - o qual aborda 
o uso dos meios de comunicação de massa com fins propagandísticos. 
 
Somado a isso, o impasse entre organizações protetoras dos 
direitos das crianças e os grandes núcleos empresariais fomenta ainda 
mais essa pertinente discussão. No Brasil, vigoram os acordos isolados 
com o Poder Público - sem a existência de leis específicas. 
Recentemente, a Conanda (Comissão Nacional de Direitos da Criança 
e do Adolescente) emitiu resolução condenando a publicidade 
145 
direcionada ao público infantil, provocando o repúdio de empresários e 
propagandistas - que não reconhecem autoridade dessa instituição 
para atuar sobre o mercado. Diante desses posicionamentos 
antagônicos, o debate persiste. 
 
Com o intuito de melhor adequar os "consumidores do futuro" a 
essa realidade, e não apenas almejar o lucro, é preciso prepará-los 
para absorver as muitas informações. Isso pode ser obtido por meio 
de campanhas promovidas pelo Poder Público nas escolas (com 
atividades lúdicas e conscientizadoras) e na mídia (TV, rádio, jornais 
impressos, internet), bem como a criação de uma legislação específica 
sobre marketing infantil no Brasil - fiscalizando empresas (prevenindo 
possíveis abusos) - além de orientação aos pais para que melhor lidem 
com o impulso de consumo dos filhos (tornando as crianças conscientes 
de suas reais necessidades). Dessa forma, os consumidores da 
próxima geração estarão prontos para cumprirem suas 
responsabilidades quanto cidadãos brasileiros (preocupados também 
com o próximo) e será promovido o desenvolvimento da nação. 
 
 
146 
6.27. Redação 27 
 
Tema: Publicidade infantil em questão no Brasil 
Ano: 2014 
Autora: Maria Eduarda de Aquino Correa Ilha 
Título: Consumidores do futuro 
 
De acordo com o movimento romântico literário do século XIX, a 
criança era um ser puro. As tendências do Romantismo influenciavam 
a temática poética brasileira através da idealização da infância. Indo 
de encontro a essa visão, a sociedade contemporânea, cada vez mais, 
erradica a pureza dos infantes através da influência cultural consumista 
presente no cotidiano. Nesse contexto, é preciso admitir que a 
alegação de uma sociedade conscientizada se tornou uma maneira 
hipócrita de esconder o descaso em relação aos efeitos da publicidade 
infantil no país. 
 
Em primeiro plano, deve-se notar que o contexto brasileiro 
contemporâneo é baseado na lógica capitalista de busca por lucros e 
de incentivo ao consumo. Esse comportamento ganancioso da 
iniciativa privada é incentivado pelos meios de comunicação, que 
buscam influenciar as crianças de maneira apelativa no seu dia-a-dia. 
Além disso, a ausência de leis nacionais acerca dos anúncios infantis 
acaba por proporcionar um âmbito descontrolado e propício para o 
consumo. Desse modo, a má atuação do governo em relação à 
publicidade infantil resulta em um domínio das influências consumistas 
sobre a geração de infantes no Brasil. 
 
Por trás dessa lógica existe algo mais grave: a postura passiva dos 
principais formadores de consciência da população. O contexto 
brasileiro se caracteriza pela falta de preocupação moral nas 
instituições de ensino, que focam sua atuação no conteúdo escolar em 
vez de preparar a geração infantil com um método conscientizador e 
engajado. Ademais, a família brasileira pouco se preocupa em controlar 
o fluxo de informações consumistas disponíveis na televisão e internet. 
147 
Nesse sentido, o despreparo das crianças em relação ao consumo 
consciente e às suas responsabilidades as tornam alvos fáceis para as 
aquisições necessárias impostas pelos anúncios publicitários. 
 
Torna-se evidente, portanto, que a questão da publicidade infantil 
exige medidas concretas, e não um belo discurso. É imperioso, nesse 
sentido, uma postura ativa do governo em relação à regulamentação 
da propaganda infantil, através da criação de leis de combate aos 
comerciais apelativos para as crianças. Além disso, o Estado deve 
estimular campanhas de alerta para o consumo moderado. Porém, 
uma transformação completa deve passar pelo sistema educacional, 
que em conjunto com o âmbito familiar pode realizar campanhas de 
conscientização por meio de aulas sobre ética e moral. Quem sabe, 
dessa forma, a sociedade possa tornar a geração infantil uma 
consumidora consciente do futuro, sem perder a pureza proposta pelo 
Movimento Romântico. 
 
 
148 
6.28. Redação 28 
 
Tema: Publicidade infantil em questão no Brasil 
Ano: 2014 
Autora: Paula Lage Freire 
Título: Responsabilidade social 
 
A Revolução Técnico-Científica do século XX inaugurou a Era da 
Informação e possibilitou a divulgação de propagandas nos meios de 
comunicação, influenciando o consumo dos indivíduos de diferentes 
faixas etárias. Nesse contexto, a publicidade destinada ao público 
infantil é motivo de debates entre educadores e psicólogos no território 
nacional. Assim, a proibição parcial da divulgação de produtos para as 
crianças é essencial para um maior controle dos pais e para um menor 
abuso de grandes empresas sobre os infantes. 
 
Os indivíduos com idade pouco avançada, em sua maioria, ainda 
não possuem condições emocionais para avaliar a necessidade de 
compra ou não de determinado brinquedo ou jogo. Isso porque eles 
não desenvolveram o senso crítico que possibilita uma escolha 
consciente e não impulsiva por um produto, como já observou Freud 
em seus estudos sobre os desejos e impulsos do homem. 
Consequentemente, os pais, principais responsáveis pela educação dos 
filhos, devem ter o controle sobre o que é divulgado para eles, pois 
possuem maior capacidade para enxergar vantagens e desvantagens 
do que é anunciado. 
 
Além disso, pela pouca maturidade, as crianças são facilmente 
manipuláveis pela mídia. Isso ocorre por uma crença inocente em 
imagens meramente ilustrativas, que despertam a imaginação e 
promovem o deslocamento da realidade, deixando a sensação de 
admiração pelo produto. Como consequência, empresas interessadas 
na venda em larga escala e no lucro aproveitam esse quadro para 
divulgar propagandas enganosas, em muitos casos. 
 
149 
Portanto, é fundamental uma regulação da publicidade infantil, 
permitindo-se o controle de responsáveis e impedindo-se ações 
irresponsáveis de muitas empresas. Faz-se necessário, então, que 
propagandas comconteúdo infantil sejam direcionadas aos 
responsáveis em horários mais adequados, à noite, por exemplo, 
evitando-se o consumo excessivo dos anúncios pelas crianças. 
Ademais, o Governo Federal deve promover uma central nacional de 
reclamações para denúncias de pais, via internet ou telefonema, que 
avaliem determinada informação como abusiva ou desnecessária na 
mídia. Assim, infantes viverão com maior segurança e proteção. 
 
 
 
150 
7. Referências Bibliográficas 
 
Beduka: Redação 
url: https://beduka.com/blog/dicas/redacao-enem/ 
 
Corrija-me 
https://www.corrijame.com.br/ 
 
Brasil Escola: Redação e gramática 
url: https://brasilescola.uol.com.br/redacao 
url: https://brasilescola.uol.com.br/ gramática 
 
Infoescola: Redação 
url: https://www.infoescola.com/redacao 
 
Toda a matéria: Redação 
url: https://www.todamateria.com.br/redacao 
 
Pré-UFSC Joinville: Redação 
url: https://preufsc.joinville.ufsc.br/leitura-e-interpretacao-textual/ 
 
Mundo da Educação: Redação 
url: https://mundoeducacao.uol.com.br/redacao 
 
Português: Gramática e Redação 
url: https://blogdoenem.com.br/ 
 
Português: Portal do MEC 
http://portal.mec.gov.br/ 
 
Projeto Redação 
https://www.projetoredacao.com.br/ 
 
 
 
 
 
 
151 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Editoração de livros 
 
 51 99314-1899 contato@digilivro.com.bre das 
formas de fazê-la, como o uso de tópicos frasais, que são formas de 
apresentar uma ideia, acompanhada de elementos de coesão textual 
(uma breve argumentação fundamentada no tópico frasal) que 
funcionará como ponte para a argumentação a ser defendida nos 
parágrafos seguintes de desenvolvimento. Por exemplo: vamos entender 
a construção de um tópico frasal utilizando o tema “Violência Urbana”. 
 
Tópico Frasal: “Não existe relação entre a violência urbana 
(tema) e a pobreza ou mesmo o racismo”. Coesão Contextual: 
“Entende-se que o real motivo é a desigual social, que privilegia 
poucos, enquanto desfavorece muitos, distante de oferecer 
oportunidades iguais”. 
 
O tópico frasal é o que dará a ideia central da redação. Cuidado! Fugir 
do tema zera a redação! Assim, mantenha a coerência. É uma forma de 
12 
mostrar a organização das ideias e domínio da escrita. Ele apontará para o 
corretor qual é seu posicionamento diante do tema proposto. Vamos ver 
a seguir alguns modelos de introdução de redação: 
 
1.3.1. Conceituação 
 
É uma das formas mais utilizadas na introdução de redações. O 
objetivo é explicar (conceituar) um certo termo e demonstrar a 
importância deste para o tema proposto. 
 
Por exemplo, baseado na proposta Enem de 2020 “Estigmas 
associados às doenças mentais na sociedade brasileira”. 
 
“Estigma” é um termo usado para definir algum tipo de marca 
negativa ou preconceito socialmente difundido e que deprecia alguém 
ou algo. Pode ser relativo à condição social, moral, racial ou da 
condição física, como as doenças mentais. No Brasil, o preconceito 
sobre doenças mentais está difundido e representa um estorvo para o 
tratamento dos acometidos por males como depressão, bipolaridade, 
ansiedade, entre outras. Assim, devemos discutir sobre o assunto para 
propor medidas capazes de reduzir o problema. 
 
1.3.2. Citações 
 
Modelo de introdução útil quando o aluno, por exemplo, conhece 
alguma citação relevante sobre o assunto, e que serve como gancho 
para iniciar o texto. As citações devem ser realizadas já na 
contextualização (introdução) do texto, ou seja, no primeiro período 
do parágrafo introdutório. 
 
Não se deve usar dados numéricos na introdução da redação. Estes 
dados devem fazer parte da sua argumentação, assim, você os descreve 
no desenvolvimento. Citações, de um modo geral, enriquecem na 
introdução por apresentar domínio e repertório sociocultural. 
13 
Vamos ver alguns exemplos: imagine que o tema proposto fosse: 
“Guerra, um mal ou um bem necessário para o desenvolvimento da 
ciência?”. 
 
Você poderia iniciar, por exemplo, sua abordagem com citações do 
tipo: “Ninon de Lenclos, uma cortesã, escritora e patrona de artes da 
idade média, certa vez afirmou: “O amor é como a guerra; fácil de 
começar e muito difícil de terminar”. Ou ainda: “O cientista alemão 
Albert Einstein, certa vez afirmou: “Não sei como será a terceira guerra 
mundial, mas sei como será a quarta: com pedras e paus”. 
 
Ainda, “Jean-Paul Sartre, filósofo, escritor e crítico francês, disse: 
Quando os ricos fazem a guerra, são sempre os pobres que morrem”. 
Ou dependendo da abordagem a ser tomada, referente ao mesmo 
autor Sartre: “Nunca se é homem enquanto se não encontra alguma 
coisa pela qual se estaria disposto a morrer”. 
 
1.3.3. Legislação 
 
Neste modelo, a introdução inicia fazendo uma menção a uma 
determinada lei a qual deve ser contraposta, para evidenciar um 
descompasso entre a teoria e a prática. Veja o exemplo abaixo onde o 
tema da redação é: “Garantia do acesso integral à educação para 
portadores de deficiência no Brasil”. 
 
“A Constituição Federal de 1988, no seu artigo 205, afirma que é 
dever do Estado garantir acesso à educação. Porém, há localidades 
onde as escolas não possuem recursos físicos e matérias, como, por 
exemplo, intérprete de libras ou pessoas capacitadas ao trato com 
altistas e, por consequência, atrapalham o acesso de portadores de 
deficiência ao ensino”. 
 
1.3.4. Filmes e Séries 
 
14 
Esse modelo é bastante atrativo e faz uso de um filme ou série 
para posicionar o leitor a respeito do assunto que será abordado. Para 
uma redação é prático e cria um vínculo com o leitor, especialmente 
devido à atualidade das obras que podem ser usadas. 
 
Confira um exemplo disso com o tema: “A persistência da violência 
contra a mulher na sociedade brasileira”: 
 
Na série “Bom dia, Verônica” (2020), uma policial investiga um 
predador sexual e descobre um casal com um segredo horrível e um 
grande esquema de corrupção. O abusador coage, espanca e obriga sua 
esposa a o ajudar a obter suas vítimas. Como nessa ficção, existem 
inúmeros casos de violência contra a mulher que acontecem diariamente 
no Brasil, mesmo com leis que visam proteção. Sabendo-se disso, é crucial, 
propor um debate para buscar medidas eficazes em seu combate. 
 
1.3.5. Método Dedutivo 
 
É um dos modelos mais abrangentes e que pode ser usado em 
qualquer tema de redação. O objetivo é introduzir o assunto de uma 
visão geral para uma visão particular. 
 
Para entender melhor, veja o exemplo, a partir do tema da 
Famema 2020: “A redução da maioridade penal pode colaborar para a 
redução da violência no Brasil?” 
 
Nosso país enfrenta uma onda crescente de violência, e essa elevação 
é frequentemente atribuída a atos criminosos de jovens delinquentes, 
associados à impunidade. Justamente por essa razão que a sociedade civil 
tem falado cada vez mais na necessidade de se reduzir a maioridade penal 
de 18 para 16 anos, objetivando coibir a ação desses jovens. Porém, essa 
medida não é capaz de combater a criminalidade por si só, como se vê em 
outros países em que ela existe, estando distante da efetiva solução. 
 
15 
Veja que o exemplo de introdução foi elaborado em três períodos 
distintos. O primeiro propõe uma visão mais ampla do assunto, o 
segundo insere especificamente o problema e o terceiro apresenta a 
tese e define a posição que será defendida pelo redator. 
 
1.3.6. Referência Histórica 
 
Esse método representa uma ótima opção de introdução e aponta 
para os conhecimentos do autor a respeito de fatos históricos 
marcantes para o mundo ou para uma sociedade. Em outras palavras, 
a contextualização do tema faz uma relação com o que já aconteceu 
na história e assim exemplifica um determinado problema. 
 
Temas como: sociedade, política, economia, cultura, entre outros 
podem ser uma oportunidade de utilizar essa estratégia. Por exemplo. 
Em uma redação sobre “Caminhos para combater a intolerância 
religiosa no Brasil” (Enem 2016), ficaria, por exemplo, assim: 
 
Durante o processo de colonização do Brasil, em uma visão Europeia 
da época, tivemos a imposição do catolicismo sobre os povos escravizados, 
as culturas de matriz indígena e africana, fazendo com que as sofressem 
com esse preconceito durante muitos anos. Lamentavelmente essa 
herança está muito presente e prevalece até hoje, fomentando casos de 
intolerância religiosa. Assim, é indispensável promover um amplo debate 
sobre o assunto para podermos encontrar soluções para o seu combate. 
 
1.3.7. Narrativa Com Base Real 
 
Nessa modalidade de introdução, como o nome sugere, é possível 
utilizar um fato importante que foi noticiado e que ganhou repercussão 
nacional. Neste ponto é importante estar atualizado e estar em dia com 
a leitura dos periódicos. Veja abaixo um exemplo a partir do tema de 
redação da Unesp 2018: “Liberar o porte de armas de fogo a todos os 
cidadãos diminuirá a violência no Brasil?” 
16 
Em 2022 foi amplamente noticiado pela mídia que as mortes por armas 
de fogo nos EUA atingiram o nível mais alto em quase 30 anos. Embora a 
quantidade de massacres devido a tiroteios tenha diminuído em relação ao 
ano anterior, o número de tragédias por armas de fogo só aumenta. E, 
como sabemos, em muitas localidades dos EUA o porte de armasé 
permitido e facilitado. Logo, verifica-se que liberar o porte de armas para 
civis apenas irá aumentar a violência no Brasil, já elevada. 
 
1.3.8. Analogia ou Comparação 
 
Aqui, nesta modalidade de introdução, a proposta é uma 
comparação entre um determinado assunto e o tema proposto de 
maneira criativa. Esse é um modo em que sua criatividade adiciona 
preciosos pontos na avaliação. Vamos entender por meio de mais um 
exemplo, baseado no tema do ENEM 2022, “Os desafios para a 
valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”. 
 
Uma receita culinária possui ingredientes que devem ser dosados em 
quantidades adequadas, maiores ou menores, o fato de aumentar ou 
reduzir pode arruinar o resultado. Assim como na receita, o Brasil é marcado 
pela influência indígena, quilombola, cabocla, entre outras. Mesmo alguns 
grupos sendo minoria, isso não inviabiliza a sua relevância para o Brasil, 
tendo contribuído nas artes, culinária, dança, etc. Logo, verifica-se a 
necessidade de promover a valorização mesmo para os menores grupos. 
 
1.3.9. Mitos e Lendas 
 
Tipo de introdução considerado por muitos como um dos melhores 
métodos, porque várias redações com nota mil usaram esse recurso. Para 
entender melhor, veja o modelo abaixo baseado no tema: “O culto à 
padronização corporal no Brasil: a ditadura da beleza”. 
 
Conforme a mitologia, Narciso teria longa vida se não visse seu rosto. 
De beleza descomunal despertava amor em homens e mulheres. O rapaz 
17 
frívolo, arrogante e orgulhoso menosprezava quem o amava. Para lhe 
castigar, a deusa Nêmeses o condenou a apaixonar-se pelo seu reflexo. 
Inebriado pela sua beleza definhou olhando-se na água. Assim como no 
mito, na indústria da moda e nas mídias sociais a beleza escraviza. Vê-se 
então, que muitos não medem as consequências para ter o corpo perfeito. 
 
1.3.10. Referência Literária 
 
Modalidade de introdução bastante eficaz e que demonstra um 
repertório de conhecimento literário que pode surpreender o corretor 
da redação. Mas, para que tenha eficiência, é preciso lembrar que o 
livro que você leu tenha uma íntima associação com o tema proposto. 
Observe o exemplo abaixo, pautado no tema de redação FAMERP 2019: 
“Obrigatoriedade da vacinação: entre a prevenção a doenças e o 
respeito às escolhas individuais”. 
 
O livro “Capitães da Areia”, do escritor baiano Jorge Amado, 
ambientado em Salvador, no início do século XX, aborda um surto de 
varíola que preocupa as autoridades sanitárias, enquanto a população se 
recusa a se submeter ao tratamento recomendado. De forma similar à 
obra, hoje é possível constatar que o país enfrenta uma crescente onda 
antivacina, que questiona e defende o direito individual de escolha. 
Frente a isso, vamos abordar os prós e contras com detalhes. 
 
1.3.11. Divisão em Tópicos 
 
Tipo de introdução também muito usada, afinal é capaz de 
evidenciar o domínio da língua, repertório e criatividade. Para realizar 
esse método, você deve desmembrar algum termo, alguma palavra-
chave e demonstrar as ideias principais. Ocorre quando existe o 
objetivo de separar ideias e elementos para evidenciar as ideias usadas 
na discussão de um tema. Vamos exemplificar com o tema: “Desafios 
da educação no Brasil”. 
 
18 
“Educação difere de ensino! Educação é uma condição proveniente do 
seio familiar, reforçado ou corrigido pela escola, enquanto o ensino é um 
processo acadêmico demorado, complexo e amplo. No Brasil divide-se em 
ciclos conforme a faixa etária: educação básica, ensino médio, ensino 
superior, Pós-graduação (doutorado ou mestrado) e EJA (Ensino de Jovens 
e Adultos). A qualidade nessas etapas somadas a educação familiar forma 
um ser humano maduro, capaz de tomar decisões equilibradas e definir 
com sabedoria seu destino.” 
 
1.4. Desenvolvimento (Defesa do Ponto de Vista) 
 
Como você já deve ter entendido, um texto dissertativo-
argumentativo requer a defesa de um ponto de vista (tese), oferecendo 
justificativas plausíveis, independentemente da sua opinião a favor ou 
contra, a partir de um determinado assunto ou tema proposto, 
geralmente polêmico e atual. Obviamente sem se desviar da 
proposição. A defesa desse ponto de vista se dará no desenvolvimento 
do texto, com a apresentação de argumentos consistentes capazes de 
sustentá-lo. 
 
Este é o momento para apresentar informações detalhadas com 
dados quantitativos e qualitativos, isto é, que contenham números 
ou justificativas que sustentem a sua proposição. E você também deve 
desenvolver os argumentos que foram propostos na introdução sem 
que exista divergência de ideias. 
 
No primeiro parágrafo do desenvolvimento do tema discorremos 
sobre um primeiro argumento, se for o caso com números e detalhes. 
Num segundo parágrafo desenvolvemos uma segunda linha de 
raciocínio de argumentação. 
 
Lembrando que podem ser acrescidas mais justificativas (não 
apenas duas), mas sem que o texto fique vazio ou desconexo, ou 
mesmo confuso! Evite colocar justificativas em excesso para não poluir 
https://cursoenemgratuito.com.br/tecnica-para-redacao/
19 
demasiadamente o texto, sem que elas se auto sustentes e sejam 
interconectadas e coerentes. Foque nas principais. Muitas vezes, 
menos é mais! Visando aperfeiçoar o processo do desenvolvimento 
pode ser interessante realizar argumentações por meio de 
comparações, exemplificações ou até mesmo quantificação. 
 
1.4.1. Argumentação 
 
Mas você sabe o que é argumentação e de que forma pode realiza-
la? A argumentação é um método linguístico essencial para construção 
de uma boa redação, empregada para detalhar o raciocínio que 
sustenta a sua tese (ponto de vista), de forma a sensibilizar e 
influenciar o leitor, por meio de argumentos na defesa da sua ideia. 
 
Uma boa argumentação deve ser realizada conforme segue: 
 
1º) apresentar e organizar adequadamente suas proposições; 
2º) por meio de operadores argumentativos desenvolver o 
raciocínio em defesa da sua tese. 
 
Como vimos, na introdução, que logicamente é a primeira parte do 
texto da redação, são apresentadas, de modo sucinto, as principais 
ideias que devem ser desenvolvidas posteriormente, fazendo, 
portanto, a contextualização do tema e a defesa do seu ponto de vista. 
 
Portanto, a estrutura do seu texto deve ser organizada, objetiva e 
abrangente, contendo a(s) ideia(s) geral(s). Ao entender que introduzir 
é apresentar aquilo que se vai explanar, surge a importância de uma 
escrita que traga, sem “enrolação”, as futuras apresentações do texto. 
 
Para que a introdução seja organizada e clara, facilitando o posterior 
desenvolvimento das ideias chave, devem ser apontadas, com foco, as 
futuras argumentações. Há, portanto, a necessidade de uma apresentação 
que passe ao leitor do texto o entendimento daquilo que será lido. 
20 
Uma questão que deve ser avalizada atentamente é a orientação 
argumentativa. Isso permite que o leitor da redação possa entender o 
que será abordado no desenvolvimento do texto. Assim sendo, pode-se ter 
idealmente duas orientações argumentativas em uma introdução. As 
duas orientações argumentativas colocadas na introdução serão 
importantes para desenvolver no primeiro, e no segundo parágrafo. 
 
Sempre prestando a atenção para preservar a concordância entre 
a introdução e o restante do texto. No desenvolvimento do texto não 
use informações e ideias pessoais, argumente com embasamento no 
tema. Para isso, devem ser deixados dois parágrafos de 
desenvolvimento. 
 
Primeiramente, dá-se início ao desenvolvimento, trazendo um 
tópico frasal, que fará a síntese do que será defendido. Posteriormente, 
seguindo a ideia trazida pela primeira orientação argumentativa, esta 
deve ser trabalhada. 
 
No fechamento ou conclusão há algumas divergências entre as 
instituições. No entanto, no geral, a conclusão é aquela que desfecha 
o texto, e reforça o abordado nodesenvolvimento. Nessa parte é 
esclarecido o ponto de vista, é retomado o que fora apresentado na 
introdução e ratificado, por meio da paráfrase, a tese. Ela deve trazer 
uma reflexão geral, e, em se tratando do Enem, deve trazer proposta 
ou propostas de solução para o tema trabalhado. 
 
1.4.2. Operadores Argumentativos 
 
Como vimos, para poder realizar a sua argumentação no texto é 
preciso empregar operadores argumentativos. Eles consistem de uma 
associação de advérbios, conjunções e expressões de ligação que 
estabelecem relações de sentido lógico no decorrer do texto. 
Existem diversos tipos de operadores argumentativos, vamos 
abordar tipos e alguns exemplos: 
21 
 
 Causa e explicação (ou causa e consequência): permitem 
a inserção de explicações (por causa de, de modo que, por isso, 
porque, já que, visto que, pois, isto é, assim como, no caso, dessa 
forma, prova disso, para isso, em consequência, isto acarreta); 
 
 Junção ou soma: permite uma união de argumentações (e, 
também, aliás, ainda, outrossim, não só, além disso, acrescenta-se, 
adicionalmente, ademais, mas também); 
 
 Comparação: como o termo se auto justifica permite realizar 
comparações (...que, mais que, tão…como, tão...quanto, menor que, 
diferente de, tanto...quanto, tal qual, da mesma forma, da mesma 
maneira); 
 
 Condição: sugerem uma condição para a realização de algo (se, 
caso, desde que, contanto que, exceto se, salvo se, a menos que, a 
não ser que, sem que; 
 
 Condição temporal: indicam uma relação de tempo (quando, 
assim que, logo que, o momento que, à medida que, a princípio, na 
mesma época, à época, anteriormente, posteriormente, antes, depois, 
a princípio, pouco antes, pouco depois, hoje, atualmente); 
 
 Oposição ou contraposição: visa contrapor uma conclusão 
contrária (mas, porém, contudo, infelizmente, não obstante, em 
contraponto, todavia, embora, ainda que, posto que, no entanto, 
entretanto, apesar de, se bem que, mesmo que, senão); 
 
 Finalidade ou objetivo: explicam um fim ou objetivo (para, 
para que, a fim de que, visando, objetivando); 
 
 Indicação de conformidade: relaciona itens (segundo, conforme, 
de acordo com, em consonância, como salienta, como considera); 
 
22 
 Introdução de pressupostos: pressupõe alguma circunstância 
ou situação: (já, ainda, agora); 
 
 Condição entre um antecedente e um consequente: 
estabelece uma comparação, por exemplo, se não forem ao médico 
não melhorarão! (se, caso); 
 
 Alternância: alterna entre uma coisa e outra (ou… ou, ora… ora, 
já… já, não… nem, quer… quer, seja… seja, talvez… talvez); 
 
 Consequência: estabelece condição de causa e consequência 
(tão... que, tal... que, tanto... que, tamanho... que, de forma que, de 
sorte que, de maneira que); 
 
 Reforço argumentativo: indicam o argumento mais forte de 
um enunciado (até, mesmo, pelo menos, no mínimo, até mesmo, 
inclusive); 
 
 Conclusão: naturalmente será usado quando quisermos fazer 
um desfecho conclusivo (consequentemente, por essa razão, dessa 
maneira, então, concluímos que, portanto, pois, logo, diante do 
exposto, desta forma, em resumo, por conseguinte, a seguir); 
 
 Conclusão oposta: permite a abordagem de conclusões de 
ideais opostas (ou, ou então, quer isso… quer aquilo, em contrapartida, 
contrariamente). 
 
1.5. Conclusão (Fechamento da ideia) 
 
Na conclusão você deve procurar manter a coerência entre todas 
as argumentações defendidas e aquilo que de fato foi proposto no tema 
da redação. Focar no detalhamento e na viabilidade de exposto. Não 
divagar com questões pessoais que não se encaixem no tema ou na 
proposta. 
23 
Nessa parte do texto é necessário que haja argumentação e 
exemplificação para defender a tese ou ideia exposta na introdução. É 
importante chamar a atenção que se o seu desenvolvimento for 
construído com auxílio de fontes históricas, dados, pesquisas, na 
conclusão, os argumentos usados devem ser respeitados. Siga a 
seguinte premissa: afirmação, explicação, exemplificação e conclusão. 
 
Buscar se manter atualizado aos fatos que ocorrem no Brasil e 
também no mundo. Mesmo que a proposta dos temas seja 
fundamentada em acontecimentos do Brasil, o conhecimento das 
questões a nível internacional ajuda a desenvolver um repertório de 
argumentações amplo e confiável. 
 
A ideia principal da conclusão tem como proposta relembrar e 
reforçar ao leitor a respeito do que você foi abordado ao longo do texto. 
Não é o momento de expor ideias novas. Nos vestibulares tradicionais, 
você encerra seu texto assim. Sendo assim, você deve retomar o que 
escreveu de forma sucinta e conclusiva. 
 
Porém, na conclusão da redação para o Enem temos uma 
mudança significativa. A diferença é que, na conclusão do texto 
dissertativo-argumentativo, você deve apresentar soluções para as 
questões que foram levantadas anteriormente. É o que chamamos de 
“proposta de intervenção”. 
 
Dessa maneira é preciso que as frases-chave de cada parágrafo 
sejam retomadas. E, quando o leitor finalizar a leitura, deve estar 
convicto que você propôs as melhores soluções possíveis dentro do 
contexto. 
 
É comum lermos e ouvirmos diversas pessoas dizer que o aluno 
deve decorar citações para poder utilizar nas redações. Antes de citar 
algum filólogo, cientista, estudioso, ou outra pessoa com declarações 
públicas, ou mesmo uma frase de efeito, certifique-se se que ela está 
de acordo com o seu o tema que foi proposto. 
24 
Uma série ou filme que seja de seu domínio ou ainda um trecho de 
música pode ter tanta eficácia quanto qualquer outra citação, desde 
que esteja contextualizado com o tema. 
 
1.6. Outras Considerações 
 
1.6.1. Respeito aos Direitos Humanos 
 
 É importante manter-se sempre respeitando os direitos humanos 
para não ser penalizado. 
 
1.6.2. Rasuras e legibilidade 
 
Evite ao máximo rasuras, procure usar o espaço de rascunho e 
depois passe a limpo a redação com as devidas correções com calma 
e atenção, mantendo uma letra legível, pois se o corretor não 
entender sua letra perderá pontos importantes. E se, ainda assim, 
no processo de escrita por acaso errar, nunca rasure, escreva, digo, 
e corrija o erro. 
 
Recomenda-se, especialmente se tiver dificuldades com a redação, 
mas mesmo que não tenha, que procure fazê-la em primeiro lugar, 
pois no início sua concentração é maior, depois parta para as questões 
de alternativa simples ou de outras matérias. 
 
1.6.3. Ortografia e Margem 
 
Tome todo o cuidado possível com a ortografia. Palavras com grafia 
incorreta reduzem a pontuação final. Recomenda-se sempre a leitura 
que aumenta seu vocabulário e certeza da grafia. Se não tiver certeza 
da escrita, evite o uso da palavra, use sinônimos. Preste atenção e 
mantenha o afastamento de margem no início de cada parágrafo. 
Assim como os parágrafos desse texto. 
25 
1.6.4. Gírias, Palavras Populares e Outro Idioma 
 
Evite o uso de gírias e palavras que não estejam seguindo a norma 
culta ou de baixo calão, mas, caso seja necessário o seu uso, as 
coloque entre aspas “ ”. Para palavras em outro idioma as coloque 
entre aspas também. 
 
1.6.5. Pontuação e Acentuação 
 
Da mesma forma que a grafia das palavras é importante que 
observe a correta acentuação gráfica, especialmente a crase (agudo, 
grave, circunflexo, til, cê-cedilha, etc.). Se também não tiver certeza 
da acentuação é recomendado que efetue a troca da palavra por 
outra. Cuide a pontuação (ponto final, vírgula, ponto e vírgula, etc.). 
 
1.6.6. O Que Zera a Nota da Redação 
 
Em primeiro lugar a nota da redação irá zera se houver a fuga total ao 
tema proposto na redação, independentemente de ser para o ENEM ou 
para vestibulares. E, em especial no caso do ENEM a não obediência à 
estrutura dissertativa-argumentativa (um parágrafo de introdução, dois de 
desenvolvimento e argumentação e um de conclusão comsoluções para 
os problemas propostos nos parágrafos de desenvolvimento. 
 
 Ainda irá zerar, a redação que tiver um número de linhas abaixo 
do número informado pela instituição avaliadora. O uso de palavras 
impróprias ou de baixo calão gratuitamente, uso de desenhos para 
expressar algo que deveria ter sido realizado por meio de texto. 
 
A desconexão de parte da redação ao tema que tenha sido proposto, 
dependendo da banca examinadora pode zerar a redação e também o 
desrespeito aos direitos humanos. Além de redações entregues em branco, 
mesmo que tenha sido escrita em forma de rascunho e que não tenha sido 
passada a limpo. O rascunho será desprezado nesse caso. 
26 
 O uso porventura de informações inventadas ou mesmo falsas 
“Fake News” como argumentação explicativa irá zerar a nota da 
redação. E, por fim, cópia integral de texto, mesmo que tenha sido 
memorizado, como forma autoral, sem que seja empregado como uma 
referência justificável no texto, com menção ao autor irá zerar a 
redação se detectada pelo corretor. 
 
 
 Fuga total ou parcial ao tema; 
 Não obediência à estrutura dissertativa-argumentativa; 
 Texto inferior ao mínimo solicitado; 
 Palavras impróprias ou desenhos, 
 Desrespeito aos direitos humanos; 
 Redação em branco, mesmo tendo escrito em rascunho; 
 Cópia literal de outro autor; 
 Falsificação de informações. 
 
 
1.6.7. Coesão, Coerência e Concordância 
 
Observe a coesão e coerência entre as afirmações. A coesão se 
refere ao encadeamento das proposições entre as diferentes frases e 
parágrafos. A coerência textual corresponde à ligação entre as ideias 
do texto, que deve ser feita de maneira lógica para transmitir 
corretamente a mensagem. 
 
Cuidar a ordem de palavras e uso de vírgulas que pode modificar 
completamente o contexto. Por exemplo: Um navio brasileiro entrava 
um navio japonês no porto! Correto: Um navio brasileiro, entrava 
(tranca) um navio japonês no porto! Outro exemplo de escrita: Matar 
não, salvar! Ou Matar, não salvar! 
 
 A concordância verbal garante que os verbos concordem com os 
sujeitos. Por exemplo: na frase: “João e Maria conversaram até 
ZERA A REDAÇÃO 
27 
amanhecer”, João e Maria (os dois) conversaram. Outro exemplo: 
Portas e janelas ficarão com a pintura pronta até amanhã. 
 
A concordância nominal garante que os substantivos concordem 
com adjetivos, artigos, numerais e pronomes. Por exemplo: “Aprendi 
os idiomas inglês e italiano na hora certa”. 
 
2. Ferramentas de Coesão Textual 
 
Conforme vimos anteriormente, para estabelecer uma relação 
semântica (que estabeleça sentido entre as palavras e frases) e comunicar 
ideias de maneira lógica, é necessário o uso de elementos de coesão. 
 
Vamos abordar a seguir advérbios, conjunções, preposições e 
pronomes relativos e citaremos os principais conectivos para estruturar 
cada parágrafo de sua redação. 
 
2.1. Advérbios 
 
Um advérbio é uma palavra que modifica o sentido de um verbo, de um 
adjetivo ou do próprio advérbio. A palavra “advérbio” é composta por “ad” 
(ou “junto de”) e “verbo”, isto é, significa o termo que acompanha o verbo. 
 
Dessa forma, advérbio é aquela palavra que vai ter a função de 
trazer circunstância a ação de um verbo, ou circunstância a um adjetivo 
ou advérbio, podendo ser então uma afirmação, dúvida, intensidade, 
lugar, tempo, modo e negação. Vamos ver um exemplo: 
 
 Hoje eles talvez anunciem o resultado do sorteio mais cedo. 
 
Análise da frase: Hoje (advérbio de tempo) eles (pronome) talvez 
(advérbio de dúvida) anunciem (verbo) o (artigo) resultado (substantivo) 
do (preposição de + o) sorteio (substantivo) mais (advérbio de 
intensidade) cedo (advérbio de tempo). 
28 
Assim como em algumas outras classes gramaticais, temos a locução, 
neste caso, adverbial. A locução adverbial vai acontecer pela união de duas 
ou mais palavras advérbio, dando sentido de apenas um advérbio. Veja: 
 
 De longe, observava os meninos na calçada, em cima de um 
velho cobertor. 
 A tempestade chegou de repente, durante a madrugada, e 
arrasou a plantação. 
 
TIPOS DE ADVÉRBIOS 
LUGAR AQUI, ALI, LÁ, PERTO, LONGE, EMBAIXO... 
TEMPO HOJE, AMANHÃ, NUNCA, CEDO, SEMPRE... 
MODO BEM, MAL, CALMAMENTE, INTEGRALMENTE... 
AFIRMAÇÃO SIM, CERTO, CORRETAMENTE, REALMENTE... 
NEGAÇÃO NÃO, NUNCA, JAMAIS, NEM, TAMPOUCO... 
DÚVIDA TALVEZ, POSSIVELMENTE; PROVAVELMENTE... 
INTENSIDADE MUITO; POUCO; DEMAIS; MENOS, TANTO... 
EXCLUSÃO SALVO; EXCETO; APENAS; SOMENTE... 
INCLUSÃO INCLUSIVE; TAMBÉM; MESMO; AINDA... 
ORDEM PRIMEIRAMENTE; ULTIMAMENTE; DEPOIS... 
 
Os advérbios e locuções adverbiais, assim como as outras classes 
gramaticais, possuem classificações. Essas classificações variam quanto a 
afirmação, dúvida, intensidade, lugar, tempo, modo e negação. 
 
Atente que há, em alguns casos, o uso das terminações (sufixo) 
“mente”, que denota que tal palavra está tendo função de advérbio. 
 
Mas, este uso deve acontecer quando há uma sequência. Assim, 
pode-se fazer o uso apenas no último advérbio. Perceba: 
 
 O homem conta fria e pausadamente seus planos. 
 Ela dormia tranquila, calma e sossegadamente. 
 
É importante chamar a atenção que, embora haja a tabela que 
elucida qual tipo de advérbio se trata, o fundamental é compreender a 
29 
função em questão. Pois por haver muitas classificações, o ideal é 
buscar entender e não decorar. Um caso é o seguinte: 
 
 Vive-se mal em alguns lugares. (Mal = advérbio de modo) 
 Mal cheguei e já iniciaram a reunião. (Mal = advérbio de tempo). 
 
Vamos ver algumas frases de exemplo para compreender um 
pouco mais esse ponto: 
 
 Eu estou aqui aguardando meu amigo. (Adv. de lugar) 
 Amanhã irei estudar. (Adv. de tempo) 
 O rapaz estudava calmamente para o exame. (Adv. de modo) 
 Estou realmente empolgado com este show! (Adv. de afirmação) 
 Nunca maltrate os animais! (Adv. de negação) 
 Talvez haja prova na semana que vem. (Adv. de dúvida) 
 Ele repetiu tanto que decorou o poema. (Adv. de intensidade) 
 Ele resolveu apenas duas questões. (Adv. de exclusão) 
 Também aprenderemos a fazer isso. (Adv. de inclusão) 
 Primeiramente é preciso ler muito. (Adv. de ordem) 
 
Além destes, existe alguns advérbios, que podemos classificar 
como advérbios interrogativos, empregados em interrogativa direta 
ou indireta, indicando circunstâncias de tempo, lugar, modo e causa. 
 
Exemplos de advérbios interrogativos são: 
 
Onde? (Advérbio interrogativo de lugar) 
Por que? (Advérbio interrogativo de causa) 
Como? (Advérbio interrogativo de modo 
Quando? (Advérbio interrogativo de tempo) 
 
2.1.1. Interrogação Direta e Indireta 
 
Vamos recapitular a definição de interrogação direta e indireta. As 
30 
interrogações diretas são aquelas iniciadas com palavras interrogativas e 
ao fim da frase é feito o emprego de ponto de interrogação. Já a 
interrogação indireta é o oposto, pois, não inicia com palavras 
interrogativas e ao fim da frase faz-se o emprego do ponto final. 
 
 Onde está sua carteira? (Interrogação direta, iniciando com 
advérbio de interrogação de lugar) 
 Perguntei onde estava sua carteira. (Interrogação indireta, iniciando 
com o verbo) 
 
2.1.2. Flexão de Grau: Comparativo e Superlativo 
 
Embora os advérbios sejam pertencentes da classe gramatical 
invariável, possui flexão de grau: comparativo e superlativo. 
 
O grau comparativo poderá ser de: 
 
Superioridade: mais (advérbio) que 
 
Inferioridade: menos (advérbio) que 
 
Igualdade: “tanto (advérbio) quanto” ou ainda “bem ... como”, 
“tão ... como”. 
 
 Ele come mais lentamente do que eu. 
 Ele come menos lentamente do que eu. 
 Ele come tão lentamente como eu. 
 
O grau superlativo poderá ser: 
 
Analítico: utilização de advérbio de intensidade: muito...; 
bastante...; pouco... 
 
Sintético: Faz-se o uso do prefixo “íssimo” no radical do advérbio. 
31 
Importante 
SufixoRadical Prefixo 
In feliz mente 
 
 Era longíssimo o sítio de meus avôs. 
 A secretária anotou rapidíssimo o endereço. 
 
2.1.3. Locuções Adjetivas 
 
Uma Locução Adjetiva é um conjunto de duas ou mais palavras 
que, juntas, terão a função de um advérbio, assim, trarão circunstância 
ao verbo, adjetivo ou advérbio. 
 
 Deve virar à esquerda. (à esquerda = locução adverbial de lugar) 
 Ele sabia o conteúdo de cor. (de cor = locução adverbial de modo) 
 
Classificação 
Locução adverbial de lugar 
à esquerda; 
à direita; 
à frente; 
ao lado; 
Locução adverbial de tempo 
 
à tarde; 
à noite; 
em breve; 
às vezes; 
Locução adverbial de modo 
ao contrário; 
às pressas; 
à vontade; 
Locução adverbial de 
afirmação 
com certeza; 
sem dúvida; 
por certo; 
Locução adverbial de 
negação 
de forma alguma; 
de modo algum; 
de jeito nenhum; 
Locução adverbial de 
intensidade 
de muito; 
de pouco; 
de todo; 
Locução adverbial de dúvida 
com certeza; 
quem sabe; 
32 
 
Onde e para que usar os advérbios? 
 
Como já fora citado, os advérbios e as locuções adverbiais trarão 
circunstâncias, principalmente ao verbo, mas também ao adjetivo e 
advérbio. Desta forma é possível dar ênfase, marcar o verbo fazendo 
o uso de advérbios de intensidade. 
 
 O Brasil precisa de uma reforma na educação. 
 O Brasil precisa muito de uma reforma na educação. 
 
 O governo se mostrou contra o projeto 
 O governo se mostrou totalmente contra o projeto. 
 
Como você pode perceber o uso do muito traz uma percepção de 
importância, necessidade e de vigência. E assim, durante a escrita de 
sua redação é interessante se pensar nesses tipos, fazendo as 
“jogadas” com as palavras, tornando a redação mais rica e fluida. Por 
isso, é muito importante estudar e buscar compreender tal uso. 
 
2.2. Conjunções 
 
A conjunção, também conhecida como conectivo é uma classe de 
vocábulos (palavras e expressões) que servem de ligação entre 
elementos de uma sentença, sejam eles termos de uma mesma oração 
ou orações de um mesmo período. As conjunções servem de ponte 
entre esses elementos, dando mais fluidez ao enunciado. 
 
Segundo Cunha e Cintra (Cunha e Cintra, 2016) elas podem ser 
responsáveis por relacionar duas orações com mesma função gramatical, 
orações coordenativas, ou por ligar duas orações, das quais uma determina 
ou completa o sentido da outra, orações subordinativas. 
 
33 
2.2.1. Conjunções Coordenativas 
 
As conjunções coordenativas têm a função de ligar dois termos 
independentes, estabelecendo relações de adição, adversão, 
alternância, conclusão ou explicação. Desse modo não há mudança na 
construção dos elementos. São recursos bastante interessantes para 
aplicação em redações. Expressam a conjunção de diferentes ideias, 
razão pela qual assim são chamadas. 
 
Dividem-se em: 
 
Aditivas: ligam duas orações ou dois termos com função idêntica, 
estabelecendo relação de adição. São as seguintes: e, nem, mas 
também, como também, bem como, etc. 
 
 Dona Maria acordou e levantou-se imediatamente. 
 Meu filho não toma café, nem leite. 
 
Adversativas: ligam duas orações ou dois termos de mesma 
função, acrescentando-lhes uma ideia de contraste, oposição. Recurso 
que torna a redação interessante e contrastante. São as seguintes: 
mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entretanto. 
 
 Alertei-o do perigo, mas ele não me ouviu. 
 Escrever não é fácil, no entanto, estudando e praticando se aprende. 
 
Alternativas: ligam duas orações ou dois termos com sentido 
diferente, indicando que o cumprimento de um fato não possibilita o 
cumprimento de outro. São as seguintes: ou, ou...ou, ora...ora, 
quer...quer, seja...seja, já...já, nem...nem. 
 
 Para Marília, ou fugia com o amado, ou viveria toda a vida triste. 
 Será que devo comer macarrão ou arroz? 
 Ora estava lendo, ora chorava pelos cantos da casa. 
34 
Conclusivas: ligam à oração anterior uma outra oração que 
permitirá conclusão, consequência. São as seguintes: logo, pois, 
portanto, por conseguinte, por isso, assim, etc. 
 
 Sua carteira de motorista está vencida, logo não pode dirigir. 
 Amo Machado de Assis, portanto o leio muito. 
 
Explicativas: ligam duas orações, a segunda justifica a ideia da 
primeira. São: que, porque, pois, porquanto. 
 
 Não venha aqui hoje, porque preciso terminar umas tarefas. 
 Vamos almoçar, mãe, que estou com fome. 
 
2.2.2. Conjunções Subordinativas 
 
Tais conjunções são classificadas em causais, concessivas, 
condicionais, finais, temporais, comparativas, consecutivas e 
integrantes. Todas elas, exceto as integrantes, iniciam orações 
adverbiais. Desse modo, as integrantes ficam responsáveis pelas 
orações substantivas. 
 
Causais: iniciam orações subordinadas que denotam causa. São as 
seguintes: porque, pois, porquanto, como, pois que, por isso que, já 
que, uma vez que, visto que, visto como, que, etc. 
 
 Tenho estudado muito, porque em breve serei submetido a uma 
avaliação. 
 
 Como já era idosa não pôde sair de casa. 
 
Concessivas: iniciam orações subordinadas com sentido contrário à 
principal, mas com incapacidade de impedi-la. São as seguintes: embora, 
conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que, por 
mais que, por menos que, apesar de que, nem que, que, etc. 
35 
 Estava sempre a sorrir, embora tivesse uma vida dura. 
 Nem que fosse torturada, ela jamais deixaria seu filho. 
 
Condicionais: iniciam orações subordinadas que indicam condição 
para que se realize ou não o fato da oração principal. São as seguintes: 
se, caso, contanto que, salvo se, sem que, dado que, desde que, a 
menos que, a não ser que, etc. 
 
 Caso chovesse, o encontro seria adiado. 
 As aulas serão ministradas online, desde que todos tenham 
acesso à internet. 
 
Finais: iniciam orações subordinadas que indicam finalidade para a 
oração principal. São as seguintes: para que, a fim de que, porque. 
 
 O amor do professor pela profissão não bastava para que ele 
trabalhasse por tão pouco. 
 A reunião foi marcada a fim de que fossem esclarecidos os fatos. 
 
Temporais: iniciam orações subordina- das que indicam situação 
de tempo. São as seguintes: quando, antes que, depois que, até que, 
logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada 
vez que, apenas, mal, que, etc. 
 
 Quando voltar para cá, traga contigo, mamãe. 
 João morava sozinho, desde que sua esposa faleceu. 
 Enquanto ela viver, nada será triste. 
 
Consecutivas: iniciam orações que indicam consequência do que 
fora declarado na oração anterior. São as seguintes: que, de forma 
que, de maneira que, de modo que, de sorte que, etc. 
 
 A piada foi tão engraçada, que Maria afinou-se de tanto rir. 
 A disciplina é muito complexa, de modo que os alunos precisam 
estudar muito. 
36 
 
Comparativas: iniciam orações que encerram com uma 
comparação. São: que, do que, qual, quanto, como, assim como, bem 
como, como se, que nem. 
 
 Correu como se estivesse sendo perseguida por bandidos. 
 Mais do que palavras, falam de verdades. 
 Como que nem um animal faminto. 
 
Integrantes: introduzem orações que servem como sujeito, objeto 
direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal ou aposto de 
uma oração. São as seguintes: que, se. 
 
Sugestões de uso: 
 
Quando o verbo apresenta certeza, faz-se uso do que: 
 
 Não tenho dúvidas de que ela me ama. 
 Sua resposta era que sim, que toparia ajudar. 
 
Quando o verbo apresenta incerteza, faz-se uso do se: 
 
a) Dúvida: 
 
 Os pais queriam saber se ele estava bem ou se estava mal. 
 
b) interrogação indireta: 
 
 A questão era se ainda faria sentido continuar. 
 
Atenção! Segundo Cunha e Cintra (Cunha e Cintra, 2016), “A 
Nomenclatura Gramatical Brasileira inclui ainda as conjunções 
conformativas e proporcionais, que a Nomenclatura Gramatical 
Portuguesanão distingue das comparativas”. 
 
37 
Conformativas: iniciam orações subordinadas que indicam 
conformidade com a ideia da oração principal. São: conforme, como, 
consoante, segundo, etc. 
 
 Como disse, não estarei presente. 
 Cada um vê a vida consoante a criação que teve. 
 
Proporcionais: iniciam orações que apresentam fatos que 
realizados ou a serem realizados ao mesmo tempo com o da oração 
principal. São: à medida que, ao passo que, à proporção que, 
enquanto, quanto mais...mais, quanto mais...tanto mais, quanto 
mais...menos, quanto mais...tanto menos, quanto menos...menos, 
quanto menos...tanto menos, quanto menos...mais, quanto 
menos...tanto mais. 
 
 À medida que os anos passavam, os cabelos caíam. 
 A violência aumentava, à proporção que a educação era 
deixada de lado. 
 Quanto mais se estuda, mais se quer estudar. 
 
2.2.3. Polissemia conjuncional 
 
Algumas conjunções podem pertencer a mais de uma das classes 
apresentadas, portanto, é de suma valia que se analise o contexto em 
que elas são colocadas. Exemplos de conjunções que podem ser 
polissêmicas: que, como, porque, se, etc. 
 
2.2.4. Locuções conjuntivas 
 
Conforme descrito por Cunha e Cintra (Cunha e Cintra, 2016), 
“[...] há numerosas conjunções formadas da partícula que antecedida 
de advérbios, de preposições e de particípios: desde que, antes que, 
já que, até que, sem que, dado que, posto que, visto que, etc.”. Todas 
essas são locuções conjuntivas. 
38 
2.3. Preposições 
 
As preposições são uma classe gramatical de palavras que são 
usadas para marcar as relações que substantivos, adjetivos, verbos e 
advérbios desempenham em um discurso. Isto é, corresponde a uma 
classe de palavras invariável que liga dois elementos da oração 
subordinando o segundo ao primeiro, ou seja, o regente e o regido. 
Há diferentes possibilidades de relação, como as de tempo “desde” 
e “após”, a de oposição “contra”, etc. Explicaremos em detalhes no 
próximo tópico. 
 
Temos inúmeras preposições, e é fundamental o conhecimento de 
todas elas. Embora seja recomendável que as memorize, não fique aflito 
caso esqueça algumas. O importante efetivamente é saber utilizá-las. 
 
2.3.1. Preposições Essenciais 
 
Vamos iniciar abordando as chamadas preposições “essenciais” 
que são: a, após, ante, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, 
per, perante, por, sem, sob, sobre, trás. 
 
Perceba a presença do “a”, muito utilizado como artigo, como por 
exemplo, em “a casa” ou “a caixa” ou “a senhora”. No caso das 
preposições, o “a” agora funciona como um elemento de ligação. 
Vamos ver um exemplo com o verbo “ir”: 
 
Na frase: “O homem deseja ir” não é informado o local desejado, 
correto? Portanto, pode-se dizer que “o homem deseja ir para algum 
lugar”. Veja que o verbo “ir” nesse caso necessita de um auxiliar para 
ligar-se ao resto da oração, e como dito anteriormente, as preposições 
existem justamente com esse propósito, afinal, por exemplo, “o 
homem deseja ir casa” soaria muito estranho. 
 
Veja assim, que “O homem deseja ir + preposição + lugar” 
39 
 O homem deseja ir para casa; 
 O homem deseja ir até o centro; 
 O homem deseja ir por ali; 
 O homem deseja ir em frente. 
 
Entretanto, suponha que o local seja, por exemplo a clínica. 
 
Dessa forma, “O homem desejar ir a + a clínica”, visto que quem vai, 
vai a algum lugar, e clínica é um substantivo feminino que leva o artigo “a”. 
 
Quando uma preposição se junta a um artigo pode se combinar ou 
contrair, e como se tratam de dois “as”, ocorre uma fusão, surge a 
crase e se transformam em um “à” (craseado). 
 
Esse “a” não só pode ser preposição ou artigo, como também pode 
ser um pronome oblíquo quando substitui o substantivo: “deixamos a 
irmã dele em casa” pode ser escrito como “a deixamos em casa”. 
 
2.3.2. Preposições Acidentais 
 
Antes de vermos mais sobre as combinações e contrações das 
preposições, é necessário falar sobre as chamadas “acidentais”, que 
são provenientes de outras classes gramaticais. 
 
As preposições acidentais, como o próprio nome sugere, são aquelas 
que não possuem originalmente a função de preposição, mas que podem 
acabar exercendo essa função em determinados contextos. São 
preposições acidentais: afora, como, conforme, consoante, durante, 
exceto, feito, fora, mediante, que, salvo, segundo visto, entre outras. 
 
Mas, destas, a preposição “que”, provavelmente, é uma das mais 
problemáticas, por isso a veremos em detalhes: 
 
Exemplos de usos do “que”: 
40 
 
 O quê? Não é possível! (Interjeição) - Aqui está sendo usado 
como forma de expressão para contrariedade e espanto. Leva acento 
circunflexo por estar no final de uma frase. 
 
 Essa pessoa tem um certo quê interessante. (Substantivo) -
Sinônimo de “um tanto”, “certa coisa”. Não é elemento de coesão. 
 
 Que divertido! (Advérbio) - Sinônimo de “quão” e “quanto”. Não 
é elemento de coesão. 
 
 Que houve? (Pronome substantivo) - “Que coisa aconteceu?” 
Não é elemento de coesão. 
 
 É importante que você venha me visitar. (Conjunção) - É um 
elemento de coesão, visto que está ligando duas orações. Perceba 
como as orações dos verbos “é” e “venha” estão conectadas. 
 
 Aquelas foram as pessoas que nos roubaram. (Pronome relativo) 
- O “que” vem após o substantivo (pessoas) e é relativo a elas. 
Também pode ser trocado por “as quais”, provando ser um pronome 
relativo. É um elemento de coesão. 
 
 Tenho que ler o livro. (Preposição) - Veja que aqui, quem “tem”, 
tem que fazer algo. Portanto, “que” age como elemento de coesão. 
 
2.3.3. Combinações e Contrações de Preposições 
 
As preposições a, de, em e per se unem a outras palavras, formando 
um único vocábulo. Ocorre combinação quando a preposição não perde 
nenhum som na fusão das palavras. 
 
Se juntarmos a preposição “a” aos artigos definidos “o” e “os”, por 
exemplo, as palavras formadas mantêm uma pronúncia aproximada dos 
41 
termos originais: “ao” e “aos”: 
 
 Fomos ao médico. 
 Fomos aos circos. 
 
E também pode combinar-se com o advérbio “onde”: 
 
 Vou aonde você vai. 
 
 
Já a contração acontece quando há perda de fonema: 
 
De + artigos 
De + o(s) Do(s) 
De + a(s) Da(s) 
De + um Dum 
De + uma Duma 
De + uns Duns 
De + umas Dumas 
 
De + pronomes demonstrativos 
De + este(s) Deste(s) 
De + esta(s) Desta(s) 
De + esse(s) Desse(s) 
De + essa(s) Dessa(s) 
De + aquele(s) Daquele(s) 
De + aquela(s) Daquela(s) 
De + isto Disto 
De + isso Disso 
De + aquilo Daquilo 
De + o(s) Do(s) 
De + a(s) Da(s) 
 
De + pronome pessoal 
De + ele(s) Dele(s) 
De + ela(s) Dela(s) 
 
42 
De + pronome indefinido 
De + outro(s) Doutro(s) 
De + outra(s) Doutra(s) 
 
De + advérbios 
De + aí Daí 
De + aqui Daqui 
De + ali Dali 
 
Em + artigos 
Em + a Na 
Em + o No 
Em + um Num 
Em + uma Numa 
Em + uns Nuns 
Em + umas Numas 
 
Em + pronomes demonstrativos 
Em + este(s) Neste(s) 
Em + esta(s) Nesta(s) 
Em + isto Nisto 
Em + isso Nisso 
Em + aquilo Naquilo 
Em + esse(s) Nesse(s) 
Em + essa(s) Nessa(s) 
Em + aquele(s) Naquele(s) 
Em + aquela(s) Naquela(s) 
Em + a(s) Na(s) 
Em + o(s) No(s) 
 
Per + artigos 
Per + a(s) Pela(s) 
Per + o(s) Pela(s) 
 
A + artigo feminino 
(ocorre crase) 
A + a(s) À(s) 
 
43 
A + pronomes demonstrativos 
(ocorre crase) 
A + aquele(s) Àquele(s) 
A + aquela(s) Àquela(s) 
A + aquilo Àquilo 
 
2.3.4. Crase 
 
A propósito, agora é conveniente tratarmos sobre o uso da crase. 
Crase nada mais é do que a contração da preposição a associada 
com outro a. Este que pode ser artigo definido, pronome demonstrativo 
ou o a inicial dos pronomes aquela, aquele, aquilo. A crase é sinalizada 
pela marcação via acento grave (`). 
 
 
2.3.4.1. Antes de Palavras Femininas 
 
Como regra geral, a crase somente deve ser usada antes de palavras 
femininas que admitem artigo, desde que o termoregente exija 
preposição. A exceção são os pronomes demonstrativos aquele e aquilo. 
Veja o exemplo: 
 
 Precisamos observar a + as leis = precisamos observar às leis. 
 
Observe que, quem obedece, obedece a alguma coisa ou a alguém. 
Esse é um termo regente que exige a preposição “a”. 
 
Outros exemplos: 
 
 Eu fui à padaria comprar pão (padaria = feminino a+a=à). 
44 
 Dirigi-me à que estava de crachá (nessa frase temos a 
preposição a exigida pelo verbo dirigir-se e “dirigi-me + a”, também, 
o pronome demonstrativo “a” + que estava no lugar de um substantivo 
feminino). 
 
Repare que no exemplo de uma palavra masculina (onde não há 
crase) é exigido o uso do “o”, como em “Fui a + o teatro”: 
 
 Fui ao teatro (teatro = masculino a+o=ao). 
 
Se, por acaso, não ocorrerem ambas as situações (a+a), a crase 
não deve ser usada, como no exemplo: 
 
 Rasparam + a barba. 
 
Repare que, quem raspa, raspa algo e não a algo, portanto, o 
termo regente não exige a preposição “a”. 
 
2.3.4.2. Antes de Nomes Próprios Geográficos 
 
Cidades: Via de regra não deve ser usada crase diante de nomes 
de cidades, porque eles não admitem artigo definido (ninguém diz o 
Blumenau), como nos exemplos: 
 
 Sejam muito bem-vindos a Salvador. 
 Vamos a Blumenau. 
 Refiro-me a Porto Alegre. 
 
Para saber se há ou não o uso da crase observe se há verbo ou 
nome exigindo preposição. Quando modificados por algum elemento 
restritivo ou qualificativo é que os nomes de cidade podem receber o 
artigo feminino, logo a crase. São poucos casos. 
 
Exemplos: 
45 
 
 Fomos à bela Porto Alegre. 
 Bem-vindos à Florianópolis das 42 praias. (Qualificativo) 
 Refiro-me à Brasília dos excluídos, não a dos ricos. (Restritivo) 
 
Uma dica muito útil para memorização é a seguinte: para nomes 
próprios de cidade/estado/país aplique a seguinte frase: 
 
Dica de Memorização 
Vim da... crase há! Vim de... crase para quê? 
 
 Todos nós fomos à Argentina. 
 Bem-vindos à Bahia. (Vim da Bahia) 
 Vamos à Paraíba, a Porto Alegre e a Santa Catarina. (Vim da 
Paraíba, vim de Santa Catarina) 
 Tudo isso pertence a Goiás. (Vim de Goiás) 
 
Estados: em princípio, só dois estados brasileiros admitem a crase, 
pois são femininos: a Bahia e a Paraíba. Os demais são nomes 
masculinos (o Amapá, o Acre, o Amazonas, o Ceará, o Espírito Santo, 
o Maranhão, o Mato Grosso do Sul, o Pará, o Paraná, o Piauí, o Rio de 
Janeiro, o Rio Grande do Norte, o Rio Grande do Sul, o Tocantins). 
 
Ou ainda não são determinados por artigo (Alagoas, Goiás, Mato 
Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, Rondônia, Santa Catarina, São 
Paulo, Roraima, Sergipe). 
 
No caso específico de Mato Grosso, embora originalmente o artigo 
seja dispensável, há uma hesitação: quando não acompanhada da 
palavra “estado”, é comum (provavelmente por analogia com o Mato 
Grosso do Sul) a construção “o Mato Grosso, do Mato Grosso, no Mato 
Grosso”. Mas sempre se dirá “o Estado de Mato Grosso”, considerada 
a forma oficial. 
 
46 
Países: a presença da crase diante de um nome de país depende de 
ser esse nome determinado ou não pelo artigo feminino A. Entre os países 
que levam artigo – e que constituem a maioria – alguns são masculinos (o 
Canadá, os Estados Unidos, o Japão, o Chile), outros femininos (a Rússia, 
a Venezuela, a Índia). 
 
Existem países que rejeitam o artigo, como Portugal, Israel, Angola, 
Moçambique, São Salvador, Liechtenstein. E há nomes que se usam tanto 
com o artigo quanto sem ele, principalmente quando regidos de 
preposição. O mesmo vale para os continentes. 
 
Exemplos: 
 
 Chegaremos à Dinamarca em pouco tempo. 
 Viajaremos a Roma. 
 Vamos a Veneza. 
 Voltaremos a Campinas. 
 Bem-vindos à Argentina. 
 Quanto à Europa, prefiro à França, à Espanha e à Alemanha. 
 Não fomos a Londres. 
 Enviamos nossos livros à Colômbia. 
 
Observação: as localidades África, Ásia, Europa, Espanha, Holanda, 
França e Inglaterra recebem ou não artigo, sendo opcional o uso da crase. 
 
 Vou a África. Ou 
 Vou à África. 
 Fomos a Europa. Ou 
 Fomos à Europa. 
 
Se o nome da localidade estiver determinado de alguma 
maneira, haverá crase obrigatória. Veja os exemplos: 
 
 Fomos a Roma. 
 Fomos à Roma antiga. (Nome determinado) 
47 
 
 Voltarei a São Luiz. 
 Voltarei à São Luiz de Aluízio Azevedo. (Nome determinado) 
 
 Fui a Jerusalém. 
 Fui à Jerusalém das muitas civilizações. (Nome determinado) 
 
2.3.4.3. Com Pronomes Demosntrativos 
 
Em relação aos pronomes demonstrativos: aquele(s), aquela(s), 
aquilo, quando o termo regente exigir a preposição “a” devemos usar 
a crase e associar o a do pronome. 
 
 Assisti àquele filme. 
 
Nessa frase temos a preposição “a” exigida pelo verbo assistir e, 
também, o “a” inicial do pronome demonstrativo aquele. (Troque os 
pronomes “aquele”, “aquela”, ”aquilo” por “a esta”, “a essa”, “a isto”, 
“a isso”, e, havendo a possibilidade dessa troca, usa-se crase. Outros 
exemplos: 
 
 Fui a + aquele cinema = fui àquele cinema. 
 Puxei + aquele fio = o termo regente não exige preposição “a”. 
 
Lembrando, não confunda a (artigo), a (preposição) e a (pronome 
demonstrativo). 
 
Artigo a(s): usado antes de substantivo feminino e diante de 
alguns pronomes, concordando em número (singular e plural). 
 
A bolsa As bolsas 
A estrada As senhoras 
A casa A outra 
A felicidade As mesmas 
48 
As ações As garças 
A matéria A água 
A partir A pé 
A começar A mulheres 
A falar A Jorge 
A você A cavalo 
A elas A milanesa 
A pessoas A água 
 
Preposição a: diante de outras palavras que não admitem artigo 
ou então com as quais não concordam, indicando subordinação entre 
os termos. 
 
Pronome demonstrativo a(s): quando substitui um substantivo 
feminino. Veja os exemplos: 
 
 Conheço a que está de chapéu. 
 Conheço a “pessoa” que está de chapéu. 
 
 Vi a de cabelos verdes ontem. 
 Vi a “mulher” de cabelos verdes ontem. 
 
2.3.4.4. Antes dos Pronomes a, as 
 
Deve-se usar a crase com os pronomes “a” e “as”, quando 
representam aquela ou aquelas, desde que o termo regente exija 
preposição. A crase com o pronome demonstrativo a(s) depende 
apenas da regência. Acompanhe os exemplos: 
 
 Esta cena é igual a (aquela) que vimos = esta cena é igual à 
que vimos. 
 Esta cena é igual a (aquelas) que vimos = esta cena é igual às 
que vimos. 
 
Referente às frases, porque se algo é igual, deve ser igual a algo 
49 
ou a alguém. Veja outro exemplo, agora sem o uso de crase. 
 
 Comi a (fruta) que estava madura = comi a que estava madura. 
 
Sem crase, porque o verbo comer não exige preposição. Podemos 
dizer: comi maçã ou comi a maça, ou ainda, comi arroz ou comi o 
arroz. Assim sendo, o “a” da primeira frase é apenas o pronome 
demonstrativo. 
 
 Refiro-me à de cabelos loiros = refiro-me à (aquela garota) de 
cabelos loiros. 
 
Com crase, porque o verbo referir-se exige a preposição “a”. 
 
Assim sendo, o “a” da segunda frase é, ao mesmo tempo, 
preposição e pronome demonstrativo. 
 
2.3.4.5. Antes de Pronomes Relativos 
 
Antes dos pronomes relativos a “qual” ou “as quais”, quando o 
termo regente exigir preposição: 
 
 Esta é a moça à qual me referi. (Quem se refere, se refere a algo 
ou alguém.) 
 Estas são as moças às quais nos referimos. 
 
2.3.4.6. Na indicação de Horas 
 
A crase deve ser obrigatoriamente usada na indicação de horas, 
veja nos exemplos: 
 
 Chegamos à uma hora. 
 Saímos às três horas. 
 
50 
2.3.4.7. Locuções Adverbiais Femininas 
 
Devemos também empregar a crase nas locuções adverbiais 
femininas, que são um conjunto de duas ou mais palavras que, quando 
agrupadas, desempenham função de advérbio. No caso das femininas 
observe que as que podem ser determinadas participam da locução 
adverbial, ou seja, são as palavras do tipo por exemplo (à) direita, (à) 
esquerda, (à) tarde, (à)

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