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Prévia do material em texto

Teoria e História 
da Arte e do Design
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Christian David Rizzato Petrini
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
Arte e Design
• Introdução;
• Conceituação: Arte x Design;
• Definição de Arte e História da Arte;
• Estudo da Estética.
• Estudar a relação de proximidade que a Arte e a História da Arte têm com o Design;
• Apresentar conteúdo teórico sobre como a Arte e a Estética infl uenciam nesta relação;
• Mostrar como os movimentos artísticos oferecem fundamentação para a atuação do 
designer contemporâneo. 
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Arte e Design
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de 
aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Arte e Design
Introdução
Seja muito bem-vindo(a) à nossa disciplina Teoria e História da Arte e do 
Design! Espero que este conteúdo seja muito útil para a sua formação e seu desen-
volvimento profissional.
Antes de iniciarmos nossa viagem, passando por movimentos artísticos, por 
artistas, por técnicas empregadas, por motivações e razões históricas que levaram 
ao surgimento desses movimentos, é necessário entender o porquê a Arte ser im-
portante para o Design e vice-versa.
O Design, com esse nome e definição, surgiu após a Revolução Industrial, po-
rém, seria no mínimo menosprezo considerar que o Design começou “apenas” a 
partir de 1820, uma vez que outros períodos da História da humanidade fornece-
ram influências e referências para o que conhecemos hoje como Design.
Portanto, a Arte e o Design sempre caminharam lado a lado. Estudar a História da 
Arte nos ajuda a entender a História do Design. Veremos que diversos movimentos 
que podem ser considerados “próprios” do Design estão intimamente relacionados 
com a Arte, só aconteceram porque o homem passou por outros movimentos artís-
ticos e momentos históricos e, na sua essência, são também movimentos artísticos.
Sem falar que, saber mais sobre a História da Arte, além de aprendizado, repre-
senta um enriquecimento nas referências e fundamentações de qualquer designer, 
contribuindo na criação e na realização de trabalhos.
Em muitos casos, a atuação profissional e os trabalhos desenvolvidos por você 
estão sujeitos à aprovação de uma pessoa. Seja o indivíduo que solicitou o trabalho 
diretamente a você, o cliente, ou mesmo um profissional de cargo superior em 
algum estúdio, agência ou empresa em que você esteja atuando, assim, você terá 
embasamento para justificar suas escolhas através de referências sólidas.
Importante!
Elimine qualquer barreira que você possa ter entre Arte e Design. Procure entender que 
tudo o que você aprender aqui será importante para a sua formação pessoal e profissio-
nal. Tudo o que aprendemos serve para nosso conteúdo intelectual e para o desenvolvi-
mento da sua carreira!
Importante!
Conceituação: Arte x Design
Tudo o que mencionamos até aqui sobre a relação entre Arte e Design já seria 
importante para percebemos como ambos são importantes e estão relacionados, 
porém, para reforçarmos ainda mais a proximidades entre essas duas áreas, come-
çaremos respondendo a seguinte pergunta: o que é Design?
8
9
Design é o esforço criativo relacionado à configuração, concepção, elaboração 
e definição de algo, como um objeto, uma imagem, entre outros, voltados a uma 
determinada função.
Uma maneira simples de entender o que é Design, é pensarmos em tudo o que 
é visualmente agradável e funcionalmente eficaz. Tudo o que tem estes dois 
quesitos buscando facilitar a vida das pessoas ou mesmo tornar uma mensagem 
interpretável de uma maneira mais eficaz e interessante. É a solução prévia de um 
problema com base em um projeto.
De acordo com o designer e teórico alemão Gui Bonsiepe (1997), o Design 
consiste no domínio no qual se estrutura a interação entre usuário e produto, para 
facilitar ações efetivas.
Design vem do latim disegnare, que traduz desenhar, portanto, um projeto é 
um desenho de alguma ideia. Um desenho que pode começar amador e vazio, 
mas que, num segundo momento, respeita algumas coerências geométricas para 
se sustentar. Assim como o nome que deriva do latim, o Design nasceu na Itália, 
principalmente relacionado com produtos.
O Design pode ser visto em utensílios, vestimentas, máquinas, ambientes, sites, 
interfaces de programas etc. Portanto, começa na parte funcional, do conteúdo, da 
embalagem, etc., até o visual daquele produto, sua representação gráfica. O concei-
to do Design foi aplicado em diferentes áreas, sempre pensando no ponto de vista 
da funcionalidade x beleza:
• Design de Produto: Design de Embalagem, Design Automobilístico, etc.;
• Design Gráfico: Design Tipográfico, Design Editorial, Design de Jogos, 
WebDesign, etc.;
• Design de Moda: Design de Joias, etc.;
• Design de Ambientes: Design de Interiores, Design de Iluminação, etc.;
• Entre outros.
Aqui, já conseguimos relacionar o Design com a História da Arte. As pinturas 
rupestres nas cavernas podem ser consideradas uma forma primitiva de Design, 
uma vez que elas têm um cunho utilitário, ou seja, transmitiam para outros uma 
informação necessária, usando a técnica mais adequada possível para que essa 
imagem fosse mais identificável.
Para reforçar ainda mais essa relação, somente como exemplo, o termo “Grá-
fico”, presente no nome Design Gráfico, deve ser entendido, de maneira es-
sencial e universal como uma representação pictórica ou um registro visual,
e não como um significado relacionado apenas à técnica de impressão (LAS-CASAS, 
2006). Portanto, por conceituação, o próprio Design Gráfico, já se relaciona com 
as Artes Visuais. As próprias pinturas rupestres pré-históricas são consideradas 
uma forma de Arte, a Arte Rupestre.
Contudo, isso não chega a ser uma unanimidade. Muitos pesquisadores não 
consideram as pinturas rupestres como uma forma de Arte, assim como designers 
9
UNIDADE Arte e Design
não acreditam que o Design se aproxime da Arte. O próprio Bonsiepe, por exem-
plo, tem uma opinião um tanto quanto controversa sobre esse assunto. Para ele:
Design não é e nem será Arte. Não há justificação para uma interpre-
tação do Design como uma atividade artística, supostamente intuitiva. 
A Arte, através dos seus arquétipos há muito hegemónicos (pintura, es-
cultura,Como já mencionamos, as regras gregas mudaram durante os anos, e no pe-
ríodo Clássico não foi diferente. Existiam outras regras de reprodução. Durante o 
auge do período Clássico, a regra de proporção das esculturas era a regra das 
7 cabeças, ou seja, a altura total da escultura devia ter a altura da cabeça multipli-
cada por sete.
Além dessa regra das 7 cabeças, a escultura devia sintetizar a estabilidade do 
movimento, dividindo o corpo em 4 quadrantes. Os braços ficavam nos quadrantes 
1 e 3 e as pernas ficavam nos quadrantes 2 e 4.
Pensando nos membros superiores, se o braço do quadrante 1 estivesse em 
movimento, o braço do quadrante 3 deveria estar em repouso e vice-versa. O mes-
mo acontece com os membros inferiores. Se a perna do quadrante 2 estivesse em 
movimento, a perna do quadrante 4 deveria estar em repouso.
Essas regras do período Clássico definem a síntese grega. Para eles, tinha a 
proporção perfeita do corpo humano e representava o equilíbrio entre movimento 
e estabilidade.
Como falamos, serve de modelo para o cidadão grego; representa um equilíbrio 
entre a razão e a emoção, a estabilidade e o movimento.
A regra das 7 cabeças e a síntese do movimento nos quadrantes estão presentes 
em praticamente todas as esculturas do período Clássico.
Assim como ocorreu no período Arcaico, em que vimos obras com insinuação 
da síntese grega, no período Clássico, as obras foram ficando cada vez mais elegan-
tes. Perdem a tensão e ganham elegância! É um prenúncio do período Helenístico 
que estava por vir.
As obras do período Helenístico são referentes à submissão da Grécia ante o 
Império romano. É uma perda da identidade grega, que passa a reproduzir obras 
para os romanos.
Além da elegância e da imponência que as obras de Arte ganham, a principal 
regra do período Helenístico é um alongamento das imagens, ou seja, nesse perí-
odo, a altura total da obra deve ser de 7 cabeças e meia, meia cabeça a mais que 
nos período Clássico.
Nesse período, estão algumas das obras mais famosas da Grécia antiga, como a 
Vênus de Milo que, atualmente, encontra-se no Museu do Louvre, em Paris. 
Outra obra marcante desse período é o Laocoonte e seus filhos, que está expos-
ta no Vaticano, um conjunto escultório que tem a profundidade muito explorada.
Uma característica das esculturas da Grécia antiga não chega a ser uma regra, 
pois está presente nas obras de todos os períodos. Trata-se de mais um princípio 
que é aplicado pelos gregos quando a escultura era exposta no local mais alto. 
Então, as esculturas tinham relações distorcidas que visavam à exposição.
12
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Por exemplo, uma escultura que ficava no alto de um templo ou na proa de um 
navio tinha a parte inferior do corpo menor que a parte superior. Quando olhavam 
de baixo, pela perspectiva, as duas metades do corpo seriam “proporcionais”. Eram 
ajustes que eles chamavam de correções compositivas. 
Isso só ocorria com esculturas que seriam expostas em lugares mais altos e fossem 
vistas por baixo. Uma mesma obra pensada para ser exposta numa altura, quando 
exposta no nível do chão, pareceria distorcida. Um exemplo disso é a escultura da 
deusa da vitória Niqué, que foi esculpida para ficar no alto, na proa de um barco.
Podemos relacionar essa prática com o que falamos anteriormente sobre a experiência que o 
espectador tem ao ver uma obra de Arte exposta num local específico. Os gregos prezavam 
pela experiência do espectador ao apreciar a escultura, mesmo que para isso tivessem de 
alterar a proporção. O mesmo deve ser aplicado para um trabalho realizado por nós, que será 
exposto num local alto ou próximo do expectador.
Ex
pl
or
Vimos que desde o período Arcaico até o período Helenístico, passando pelo 
período Clássico, houve uma busca pelo movimento e pela elegância. A Arte grega 
pode ser caracterizada como a idealização da forma humana; é a representação do 
corpo humano livre no espaço.
Essa intenção dos gregos de reproduzir os braços e as pernas esticadas, sem 
estarem conectadas com o restante da obra por grandes áreas, fez com que as es-
culturas gregas estivessem praticamente destruídas. 
Os braços e pernas livres no espaço são mais fáceis de quebrar com o tempo e 
com a guerras. Diferentemente dos egípcios que construíram peças compactas que 
eram tumulares e, por consequência, duravam muito tempo, os gregos ousavam 
nas representações e expunham essas esculturas em lugares públicos. Isso fez com 
que as obras estivessem mais suscetíveis ao tempo e aos desgastes.
Porém, reforçamos, cada período é dividido por acontecimentos históricos, se 
não pela Arte. As obras de cada período são mais evidentes em um determinado 
período, mas vemos que a transição de uma regra para outra foi um movimento 
contínuo e gradual.
Assim como acontece na malha de quadrados do Egito antigo, que usamos até 
hoje em nossos trabalhos, como logotipos e marcas, na ilustração, também usamos 
a regra das cabeças e a ideia de algumas partes do corpo em movimento e outras 
partes em repouso para representar o movimento.
Como mencionamos, o período Helenístico, último período da Grécia antiga, foi 
o período marcado pela anexação da Grécia ao Império romano.
Essa anexação deixou marcas na própria Roma, que foi influenciada pelos gre-
gos. Uma das formas dessa influência se deu nas Artes, já que os romanos mais 
ricos reproduziam estátuas gregas para decorar seus jardins.
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UNIDADE O Design Antes do Design: Arte Grega e Arte Romana
Arte Romana na Antiguidade
Como falamos, a Grécia foi dominada pelo Império romano e, por consequên cia, 
deixou-se influenciar pelos dominados, a ponto de reproduzirem estátuas gregas.
Os romanos consideravam os gregos clássicos e, portanto, buscavam obras 
gregas originais para enfeitar suas propriedades ou produziam cópias dos clássi-
cos gregos.
O termo clássico, usado para algo que é tradicional e referencial, foi criado pe-
los romanos para designar as obras de Arte gregas, e significava tudo aquilo que 
merecia ser imitado.
Essa admiração fez com que os romanos fossem considerados os primeiros co-
lecionadores de obras de Arte gregas. As vilas romanas eram adornadas por obras 
de Arte gregas originais, que foram saqueadas durante a anexação ou por cópias 
dessas obras.
Assim como fizemos no capítulo anterior, também iremos começar falando da 
contribuição que os romanos deram para a escrita ocidental. E, mais uma vez, fica 
evidente a inspiração que Roma teve na Grécia. 
Os romanos alteraram o desenho das letras, com base na escrita grega primiti-
va. Vale ressaltar que essa evolução da escrita, do Egito antigo até a Roma antiga, 
passando pela Grécia antiga, deu-nos “apenas” as letras maiúsculas, que usamos 
até hoje.
Além da escrita, nosso idioma é de origem romana, ou melhor, latina. Assim, 
também na Língua que falamos existe uma relação com Roma.
Contudo, nossa civilização e nosso modo de viver também são influenciados 
pela cultura e pela estrutura social romana e, já que os romanos foram influencia-
dos pelos gregos, pode-se dizer que os romanos adaptaram a cultura grega para 
sua civilização e espalharam essa cultura greco-romana para o mundo ocidental. 
A Arte das civilizações ocidentais também tem grande influência da cultura gre-
co-romana, que chamamos de civilização clássica.
De certa maneira, artisticamente, os romanos não trouxeram muita evolução, 
pois eles simplesmente copiavam as esculturas gregas durante o período Helenísti-
co. A contribuição que os romanos tiveram, com essa anexação, foi a expansão da 
Arte grega por vários lugares da Europa, da Ásia e da África.
O início da expansão romana foi no século 3 a.C. e, em “apenas” 400 anos, eles 
aumentaram seus domínios por 3 continentes.
A característica bélica de Roma também determina um fator que os diferencia dos 
gregos. Os gregos eram grandes arquitetos; já os romanos eram grandes engenheiros.
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Entre suas obras de Engenharia mais marcantes estão as estradas, tanto que 
existe o ditado: “Todas as estradas levamà Roma.” Projetaram uma rede de estra-
das que levava à capital para facilitar o deslocamento de seus exércitos.
Para atravessar rios durante a expansão, eles construíam pontes resistentes, ra-
pidamente, enquanto o inimigo estava do outro lado, contra atacando. Esse concei-
to do projeto detalhado que os romanos tinham na Engenharia também se refletiu 
em outros setores da Sociedade romana, como falaremos mais adiante.
Falamos que, durante a expansão, quando conquistavam cidades gregas, os ro-
manos saquearam a obras de Arte gregas e levaram para a capital e outras cidades. 
Foi dessa maneira que começou a influência da Arte grega na Arte romana.
Apesar da influência da cultura grega na cultura romana, existia um aspecto que 
era caracteristicamente romano, que podemos relacionar a essa ideia racional da 
Engenharia típica dos romanos e que podemos aplicar para a Arte. A principal par-
ticularidade da Arte romana que os distinguia dos gregos é o realismo. Os romanos 
eram retratistas, diferentemente dos gregos.
Como mencionamos anteriormente, as esculturas gregas não representavam as 
feições de uma pessoa. Lembre-se: eles estavam realmente preocupados em evi-
denciar as semelhanças, e não as diferenças.
Os romanos, por outro lado, prezavam um realismo impressionante e represen-
tavam as feições das pessoas em suas reproduções artísticas, ou seja, um impera-
dor romano tinha sua aparência representada numa escultura. A própria Grécia, 
posteriormente, começou a ser retratista no período Helenístico, já que foi domina-
da pelo Império romano.
No lugar da representação da beleza ideal dos gregos, os romanos prezavam 
pela clareza e pela fidelidade da representação. Enquanto a Arte grega era idea-
lizada, a Arte romana era realista.
Os romanos divinizavam seus antepassados, eram os deuses lares, ou seja, 
cada família endeusava parentes que já tinham morrido, isto é, quando um antepas-
sado de uma família morria, eles passavam a ver esse antepassado como um deus. 
A princípio, era típico da nobreza, mas com o enriquecimento de algumas famílias 
plebeias que se destacavam na guerra, isso passou também para a plebe. Depois da 
morte do familiar, a família tirava um molde do seu rosto e de suas feições, e reproduzia 
a imagem desse novo deus, como ele era no momento de sua morte. Dessa prática 
de tirar um molde, diretamente do rosto da pessoa morta, nasceu o realismo romano.
Com o molde pronto, as reproduções dos mortos eram feitas inicialmente em 
cera de abelha, portanto, um material perecível, que estragava. A busca por re-
produzir esses novos deuses num material mais perene, a pedra, faz com que o 
realismo romano fosse se atenuando, ou seja, fosse diminuindo aos poucos, em 
virtude da dificuldade de se esculpir a pedra. Assim, a reprodução em pedra trouxe 
perenidade, mas diminuiu o realismo romano.
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UNIDADE O Design Antes do Design: Arte Grega e Arte Romana
Importante!
O realismo romano diminuiu em virtude do material mais resistente, a pedra, porém, 
não acabou. O realismo, a intenção de reproduzir as pessoas em esculturas para que 
fossem identificáveis, sempre foi uma característica da Roma antiga.
Importante!
Assim como os romanos, as esculturas de imperadores romanos tinha uma fun-
ção social. Diferentemente dos gregos, que usavam uma estátua de um atleta para 
mostrar ao povo o domínio da razão sobre a emoção, as estátuas romanas serviam 
para “controlar” o povo.
O império romano era um império muito turbulento, repleto de rebeliões. A par-
tir do momento em que Roma passou a ser governada pelos Imperadores, o poder 
ficou centralizado em uma só pessoa, então, existia a necessidade de uma repre-
sentação do imperador de maneira serena e equilibrada, para mostrar ao povo que, 
mesmo num império turbulento, “tudo estava sob controle do imperador”.
Como falamos acima, pelo fato de a Arte romana ser praticamente uma cópia e 
uma coleção da Arte grega, é na Engenharia que Roma se destaca, mas ainda com 
influência grega, tanto que os templos romanos eram inspirados nos templos gregos.
Outra característica grega que foi transformada pelos romanos também está na 
Engenharia, principalmente, nos teatros. No início, em ambas as civilizações, os 
teatros são semicirculares; porém, na Grécia, os assentos eram construídos aprovei-
tando o declive do terreno, erguendo do chão “apenas” o palco, independente dos 
assentos. Em Roma, por outro lado, tudo era erguido do chão, o palco e os assen-
tos, fazendo com que todo o teatro fosse composto por uma só estrutura fechada.
Isso foi possível porque os romanos não usavam pilares para sustentação da 
construção, como os gregos. O que sustenta a obra romana são os arcos de plena 
Cintra, arcos montados com pedras encaixadas, em que cada pedra faz pressão na 
outra, dando a sustentação necessária. Para os Romanos, os pilares passam a ser 
ornamentais e decorativos.
Essa técnica dos arcos de plena cintra permitiram que as construções dos teatros ro-
manos deixassem de ser semicirculares e passassem a ser totalmente circulares. O mais 
famoso de todos é o Coliseu que, na época, tinha capacidade para 60.000 pessoas.
Outras aplicações dos arcos de plena cintra, ainda pensando na engenharia das 
cidades, estão nas pontes, que mencionamos anteriormente, e nos aquedutos que, 
além de serem funcionais, pois levavam água limpa para as cidades, eram peças de 
decoração, pois não se impunham sobre o ambiente. 
Estão espalhados por diversos países em que existiam cidades romanas e mes-
mo em cidades a milhares de quilômetros, que não tiveram dominação romana.
Assim como na Grécia, a Arte romana também era narrativa; contava uma his-
tória. Um exemplo é a coluna de Trajano, em Roma, com 30 metros de altura, que 
conta a vitória do imperador Trajano e a conquista da Dácia (atualmente, Romênia).
16
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Além disso, foram os romanos que criaram os Arcos do Triunfo, também em 
plena cintra e, como o próprio nome diz, são arcos criados para marcar os seus 
triunfos, suas conquistas, além de funcionarem como entrada e saída das cidades. 
Cada cidade conquistada tinha um arco do triunfo construído, como mostra da 
força do império romano. Eles também eram narrativos, como, por exemplo, o arco 
de Tito, que tomou Jerusalém, e seu arco conta os fatos e os passos dessa conquista.
Voltando ao assunto da escrita, do início deste capítulo, é no alto desses arcos que 
vemos o alfabeto romano, todo em letras maiúsculas, como falamos anteriormente.
O desenho das letras romanas, como vimos, vêm do grego primitivo; porém, o 
uso de letras apenas maiúsculas também se deve ao fato de combinar com o for-
mato dos arcos do triunfo. Elas formam um bloco de texto retangular, um formato 
que orna com os arcos do triunfo. As letras maiúsculas também transmitiam a im-
portância e a força do Império.
Importante!
Atualmente, muitas pessoas consideram que um e-mail totalmente escrito em letras 
minúsculas é rude. É como se o emissor estivesse “gritando”, ou seja, escrever um texto 
somente com letras maiúsculas é visto como “agressivo”. Para os romanos, essa “agressi-
vidade” das letras maiúsculas nos Arcos do Triunfo são intencionais!
Trocando ideias...
Pode parecer que a Roma antiga não teve muita importância para a atuação de 
um designer; porém, é completamente o oposto. A característica de Engenharia 
dos romanos está totalmente inserida na nossa função, até os dias de hoje. 
Como já mencionamos neste curso, o Design nasceu na Itália, país cuja capital 
é Roma. Na Itália, o Design é considerado uma forma de Engenharia, tanto que lá 
os cursos de Design são ministrados em Institutos Politécnicos, ou seja, Faculdades 
de Engenharia.
Além disso, a ideia da funcionalidade das obras de Arte ou de Engenharia ro-
manas, transmitindo mensagens para o povo ou facilitando os deslocamentos e a 
expansão do Império, aliada à intenção de representar obras realistas ou utilizando 
letras que combinassem com a estrutura dos arcos do triunfo, pode ser relacionada 
à ideiado Design, de unir tudo o que é funcionalmente eficaz com o que é visual-
mente agradável. Sem falar que, até hoje, nós nos inspiramos na escrita romana 
para criar nossas fontes ou para realizarmos um trabalho.
Em Roma, existiam diversas esculturas equestres, isto é, de imperadores ou 
generais montando cavalos. Essas esculturas não existem atualmente, pois foram 
destruídas pela iconoclastia cristã, que veio na Idade Média, por acharem que estas 
estátuas reproduziam deuses pagãos.
Um exemplo é a estátua de Marco Aurélio, que só foi preservada pois acredita-
vam se tratar do imperador romano Constantino.
17
UNIDADE O Design Antes do Design: Arte Grega e Arte Romana
Mas porque deixaram a estátua intacta pensando ser de Constantino?
Porque foi Constantino que se declarou cristão e determinou que Roma não seria 
mais perseguidora dos cristãos, e mais, que Roma passaria a ser um império cristão.
Essa atitude de Constantino fez com que o Cristianismo passasse a ser uma 
Instituição romana, com a particularidade de que o Império romano caiu, mas essa 
Instituição permaneceu.
Além da herança que o Império romano deixou para nós e que influenciou a 
forma como nós ocidentais vivemos, o Império romano foi importante, também, 
para a continuidade da História da Arte e do Design, pois influenciou no desenvol-
vimento da Arte cristã da Idade Média, assunto que abre a próxima Unidade.
Complemente seus estudos assistindo à videoaula desta Unidade. Você terá uma visão mais 
ampla sobre a Arte na Grécia e na Roma da Antiguidade!Ex
pl
or
Importante!
Como já sabemos, a descoberta da escrita, aproximadamente em 4.000 a.C, determina 
o início da Antiguidade, que se estende até 476 d.C., com a queda do Império romano. 
Em séculos, a Antiguidade vai do século 40 a.C até o século 5 d.C., portanto, a Antiguida-
de é Era da História que em que “rompemos” a barreira dos anos e séculos antes e depois 
de Cristo. Tanto a Grécia antiga quanto a Roma antiga, que estudamos nesta Unidade, 
surgiram durante a Antiguidade, nos anos antes de Cristo (a.C.) e passaram pela divisão 
a.C. e d.C., ainda durante a Era Antiga.
Em Síntese
18
19
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
História de Roma: Antiguidade Clássica II
GIORDANE, M. C. História de Roma: Antiguidade Clássica II. Petrópolis: Vozes, 2012.
A história da arte
GOMBRICH, E. H. A história da arte. Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: 
LTC, 2008.
 Filmes
Gladiador – 2010
Apresenta mais sobre a cultura da Roma antiga, pelo qual se pode perceber um pouco 
mais sobre a estrutura das construções e esculturas.
Donald no país da Matemágica
Donald no país da Matemágica, da Walt Disney, que apresenta a importância da pro-
porção na Arte e na cultura da Grécia antiga.
https://youtu.be/SG2kAgUUrtc
19
UNIDADE O Design Antes do Design: Arte Grega e Arte Romana
Referências
GOMBRICH, E. H. A história da arte. Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: 
LTC, 2008.
MANDEL, L. Escritas, espelho dos homens e das sociedades. São Paulo: 
 Rosari, 2006.
MANDEL, L. O Poder da Escrita. São Paulo, 2011.
PETRINI, C. D. R. Legenda Cinética: tipografia em movimento e traduções nar-
rativas. São Paulo: Gênio Criador, 2018.
20
Teoria e História 
da Arte e do Design
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Christian David Rizzato Petrini
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
O Design Antes do Design: Arte Cristã e Idade Média
• Introdução;
• Arte Cristã e Idade Média;
• A Transição da Idade Média para A Idade Moderna.
• Estudar a relação e a infl uência que a Arte cristã e os demais movimentos artísticos da 
Idade Média tiveram nas civilizações e nos movimentos artísticos posteriores e têm na 
função e na atuação do designer contemporâneo. 
OBJETIVO DE APRENDIZADO
O Design Antes do Design: 
Arte Cristã e Idade Média
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de 
aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE O Design Antes do Design: Arte Cristã e Idade Média
Introdução
Até aqui, vimos que a Pré-História e as civilizações da Antiguidade (Egito, Grécia 
e Roma) se influenciaram mutuamente em diversas áreas, entre elas, a Arte.
Comentamos, também, que tanto o homem pré-histórico quanto todas essas ci-
vilizações antigas deixaram contribuições para nossa atuação como designers, pois 
muito do que eles faziam em relação à Arte nós usamos até hoje. 
Contudo, contribuições artísticas e sociais desses períodos foram importantes para o 
desenvolvimento das civilizações e dos Períodos históricos que vieram posteriormente. 
É o que mostraremos nesta Unidade, quando falaremos sobre a Arte cristã e a 
Idade Média e começaremos a falar sobre o embrião do Renascimento, na Idade 
Moderna, que veio logo na sequência da Idade Média.
Importante!
Vale à pena ressaltar que não estamos tratando aqui sobre Religião; estamos falando, 
exclusivamente, sobre Arte e Design. Para estudar os movimentos artísticos que virão a 
seguir, temos de falar sobre a relação que o Império romano teve com a Arte cristã e so-
bre a importância que a Cristianismo teve para a Arte da Idade Média. Peço que entenda 
que não estamos fazendo nenhum tipo de apologia a nenhuma Religião específica, da 
mesma forma que não estamos preterindo nenhuma Religião. 
Estamos analisando essa época sob um ponto de vista exclusivamente artístico e histórico!
Trocando ideias...
Anteriormente, vimos que, na Roma antiga, existiam diversas esculturas eques-
tres, ou seja, esculturas de imperadores ou generais romanos montando cavalos.
Essas esculturas foram destruídas pela iconoclastia cristã da Idade Média, por pen-
sarem que essas estátuas reproduziam deuses pagãos, por representarem deuses que 
não estivessem relacionados ao Cristianismo, vez que o Império romano, desde a sua 
fundação, no século 8 a.C., e durante muitos anos de sua expansão, foi um Império 
que não teve relação nenhuma com o Cristianismo, vez que ele nem existia até então.
Uma das poucas estátuas equestres que permaneceu foi a estátua do imperador 
Marco Aurélio.
Aqui vale a pena fazer um parêntese histórico, que nos ajudará a entender a 
importância e a relação do Império romano com a Cristianismo.
Como sabemos,o Império romano teve seu início no século 8 a.C., começou 
sua expansão no século 3 a.C. e, durante aproximadamente 400 anos, até o século 
1 d.C., tornou-se o maior império do ocidente, estendendo-se pela Europa, pela 
Ásia e pela África. 
Percebamos que o desenvolvimento do Império romano começou nos anos antes 
de Cristo e continuou pelos anos depois de Cristo; portanto, o surgimento da figura 
8
9
de Jesus Cristo, que determinou a divisão entre os anos a.C. e d.C., aconteceu 
durante o Império romano, tanto que a História nos conta que foi o Império roma-
no que perseguiu a açoitou Jesus Cristo, no ano 33 d.C.
Após esse acontecimento, o Império romano continuou perseguindo os seguido-
res do Cristianismo, inclusive durante o governo do imperador Marco Aurélio, que 
governou o império romano desde o ano de 161 d.C. até sua morte, em 180 d.C.
Aqui, podemos responder duas perguntas interessantes:
• Se o Império romano, durante o governo do imperador Marco Aurélio, perse-
guia o Cristianismo, porque a iconoclastia cristã da Idade Média preservou a 
estátua equestre de um Imperador que perseguiu os seguidores de sua religião?
 » A estátua equestre de Marco Aurélio só foi preservada pois os cristãos acredita-
vam se tratar da representação do Imperador romano Constantino, que governou 
o Império romano de 306 d.C. a 337 d.C., portanto, depois de Marco Aurélio.
• Por que os cristãos preservaram a estátua, mesmo pensando se tratar de Cons-
tantino, um Imperador romano? 
 » Porque foi Constantino que se declarou cristão e determinou que Roma não 
seria mais perseguidora dos cristãos, e mais, que Roma passaria a ser um 
império cristão. Essa atitude de Constantino fez com que o Cristianismo pas-
sasse a ser uma instituição romana, com a particularidade de que o Império 
romano caiu, mas essa Instituição permaneceu.
Aqui acontece uma mudança importante: o Império que perseguiu e açoitou Jesus 
Cristo e seus seguidores passou a seguir os preceitos dele por causa de Constantino. 
A oficialização do Cristianismo como a religião oficial do Império romano foi 
determinante para sua continuidade, mesmo depois da queda do Império romano, 
em 476 d.C.
Essa relação determinada por Constantino explica a presença de obras de Arte 
pagãs gregas e romanas no Vaticano, até hoje. Foi por meio dessa relação e, pos-
teriormente, da queda do Império romano e da permanência do Cristianismo, que 
muitas características artísticas gregas e romanas permaneceram reproduzidas no 
que chamamos de Arte cristã.
Arte Cristã e Idade Média
Importante!
Como mencionamos acima, foi durante nosso estudo do Império romano antigo que ti-
vemos a divisão entre os anos antes de Cristo (a.C.) e depois de Cristo (d.C.). Portanto, a 
partir de agora, falaremos somente sobre os anos d.C. Então, não iremos mais escrever a 
abreviação d.C. após todos os anos e séculos que citarmos.
Importante!
9
UNIDADE O Design Antes do Design: Arte Cristã e Idade Média
Logo após o surgimento da figura de Jesus Cristo, ainda antes de Constantino 
governar o Império romano e mesmo antes da oficialização, surgiu o que chama-
mos de Arte paleocristã, ou seja, a Arte cristã antiga. São as primeiras expressões 
artísticas cristãs que acontecem ainda no Império romano, enquanto ele ainda per-
seguia os cristãos.
A Arte paleocristã começa no século 2 e vai até o século 5 e, como vimos, a ofi-
cialização acontece somente no século 4; portanto, a Arte paleocristã começa antes 
mesmo da oficialização da Igreja e se estende mesmo nos primeiros anos após a 
oficialização. Como eram perseguidos, são poucos os registros cristãos existentes 
anteriores ao século 3.
Uma característica dos primeiros cristãos é a reprodução do corpo humano, 
como os egípcios e os gregos primitivos, ou seja, de maneira bidimensional, além 
de muito se assemelhar às pinturas rupestres, mesmo já estando séculos à frente. 
Em outras palavras, os primórdios da Arte cristã já têm elementos de Arte pagã, 
adaptando as representações aos ensinamentos cristãos. Um exemplo disso é a 
mais antiga imagem conhecida de Maria com o Menino Jesus, que data do século 2, 
e está nas Catacumbas de Santa Priscila, em Roma.
Durante os anos de perseguição, os cristãos primitivos desenvolveram sua pró-
pria iconografia. Representavam símbolos do Cristianismo por meio de ícones. Era 
uma forma de esconder suas representações.
Inicialmente, Jesus foi representado de diversas maneiras, pelo pictograma sim-
bólico do ictus (peixe), por um pavão, por um cordeiro de Deus ou por uma âncora.
Essas representações simbólicas marcam uma característica da Arte cristã de ter 
suas representações por meio de ícones. Essa iconografia permaneceu e permane-
ce até hoje, pois é comum ver representações de um peixe ou de um cordeiro para 
se referir à Jesus.
Importante!
Até aqui podemos relacionar com nossa atuação profissional. Um sanitário masculino ou 
feminino, por exemplo, pode ser identificado apenas pelo ícone de um boneco vestindo 
camiseta e calça ou usando um vestido. Também é possível identificar esses sanitários 
usando os ícones do escudo de Marte ( ) para o sanitário masculino e o espelho de Vênus 
( ) para o sanitário feminino. Em qualquer um dos casos, usamos ícones para passar 
uma mensagem, sem precisar escrever o texto por extenso. Obviamente, não por perse-
guição, mas por simplificação. Quem vê esse ícone na porta do sanitário sabe identificá-
-lo, mesmo sem um texto.
Trocando ideias...
Durante o período paleocristão, existem poucas esculturas, vez que eram caras 
de se produzir e o Cristianismo não tinha suporte financeiro. E também por se 
tratar de uma manifestação religiosa, até então perseguida.
10
11
Como já mencionamos, é no século 4, durante o Império de Constantino, que 
o Cristianismo passa a ser oficializado e é nessa época que surgem as primeiras 
Basílicas cristãs, que são construções romanas que passam a ser utilizadas pelos 
cristãos para realizarem suas celebrações.
Nos próximos 140 anos, depois da oficialização de Constantino, o Império 
romano, agora cristão, a Arte paleocristã ainda permanece, porém agora com 
suporte financeiro e podendo reproduzir estátuas em marfim para suas repre-
sentações, ainda com caráter bidimensional, mas com um movimento típico dos 
gregos e dos romanos.
Como falamos anteriormente, a Arte paleocristã vai do século 2 até o século 5, 
portanto, é no século 5 que temos o início da Arte cristã propriamente dita.
Histórica e cronologicamente, ela está diretamente ligada à Idade Média, uma 
vez que esta começa justamente no século 5, mais precisamente em 476, com a 
queda do Império romano para os povos bárbaros germânicos.
Importante!
Não é a Arte cristã que determina o fim da Idade Antiga; é a queda do Império romano. 
Esse acontecimento histórico, em 476, é que determina o fim da Antiguidade e o início 
da Idade Média. Como falamos, o Império romano caiu, mas o Cristianismo continuou e 
determinou a Arte e o conhecimento da Idade Média.
Importante!
Logo no início da Idade Média, ensinamentos da Bíblia eram reproduzidos nas 
pinturas e nos vitrais das igrejas, em livros e em esculturas. Eram criados para en-
sinar a população sobre Religião, pois a maior parte das pessoas era analfabeta. 
A Idade Média, em seus primeiros anos, aproximadamente no século 8, é marcada 
pelo Império de Carlos Magno, o Império Carolíngio. 
A influência da Igreja católica sobre esse período fica evidente, se pensarmos 
que Carlos Magno foi um governante eleito pelo papa da época, Leão III.
É durante o império carolíngio que temos a criação da letras minúsculas, que foram 
inspiradas nas maiúsculas romanas. Tudo isso se deve à intenção de reprodução rápida 
de ensinamentos cristãos nos textos produzidos durante o império de Carlos Magno, 
que mandou os escribas do Império carolíngio estudarem em cidades romanas.
Portanto, os escribas da época de Carlos Magno se inspiraram nas maiúsculas lapi-
dárias romanas para as letras minúsculas. Na época, essasletras minúsculas ficaram co-
nhecidas como letras carolíngias. Eles continuaram a usar as maiúsculas romanas, prin-
cipalmente, no início das frases, dando origem ao modo sentença, como conhecemos.
Foi durante o império carolíngio que surgiram, também, as Iluminuras, evan-
gelhos encomendados por Carlos Magno, que tinham os textos escritos em latim, 
com diversas ilustrações.
11
UNIDADE O Design Antes do Design: Arte Cristã e Idade Média
Já que boa parte da população da época era analfabeta, as iluminuras eram uma 
forma de ilustrar visualmente, por meio de uma imagem, um texto escrito para 
àqueles que não conseguiam ler. Uma forma de “iluminar” o acesso à informação, 
complementando/substituindo o texto com uma imagem.
Depois do fim do Império carolíngio, no ano de 924, mas ainda sob influência 
do Cristianismo, a Idade Média ficou marcada por dois estilos artísticos. Os dois 
principais estilos artísticos da Idade Média foram a Arte românica e a Arte gótica.
A Arte românica surgiu e foi mais evidente na Europa entre os séculos 11 e 13. 
A influência romana ainda está presente, evidenciada pelo nome. Os mosteiros e 
as basílicas desse período tem suas abóbadas inspiradas no arcos de plena cintra 
romanos. Os detalhes podiam ser de voltas completas; porém, as pedras também 
faziam pressão umas nas outras.
Essas construções eram tão resistentes que eram chamadas de fortalezas de 
Deus e castelos (daí a cultura da Idade Média dos castelos e dos cavaleiros). As cons-
truções do estilo românico são mais frequentes no sul da Europa, onde atualmente 
ficam Portugal, Espanha, França e Itália.
Durante o estilo românico, as pinturas ainda tinham caráter didático-religioso, ou 
seja, ainda serviam para o ensino dos princípios cristãos. Dentro dessas fortalezas e 
castelos, os vitrais também tinham esse caráter didático-religioso e se assemelhavam 
às Iluminuras do Império carolíngio, representando as figuras de maneira ilustrativa.
Mais evidente no norte da Europa, onde atualmente é a Alemanha, temos a pre-
dominância do outro estilo que marcou a Idade Média, o estilo gótico, que surgiu e 
foi mais evidente do século 13 ao século 15.
A principal característica do estilo gótico é a utilização de arcos cruzados e arcos que-
brados. No geral, existe uma prevalência de linhas verticais que “apontam” para o céu.
No que diz respeito às pinturas e aos vitrais dessas catedrais do estilo gótico, 
ainda podemos mencionar a temática religiosa; porém, percebemos também uma 
característica que vai marcar o Renascimento que vem logo a seguir, a busca do 
Realismo (assim como o Império romano), com expressões emotivas e da diversi-
dade de cores.
Da mesma forma que falamos que o estilo românico se evidencia no Sul e o 
gótico no Norte, podemos dizer que essa divisão geográfica não é uma regra. 
Vemos construções de estilo gótico em cidade francesas, assim como vemos cons-
truções de estilo românico na Alemanha; porém, é importante ressaltar que o estilo 
românico é mais evidente no Sul, enquanto o estilo gótico é mais evidente no Norte.
Anteriormente, comentamos que os romanos usavam as letras maiúsculas nos 
Arcos do Triunfo, pois uma composição somente com letras maiúsculas fica pre-
dominantemente retangular, combinando, portanto, com o formato retangular dos 
arcos. Durante a Idade Média, isso também acontece. Aqui, podemos mencionar 
mais um exemplo de como a Arquitetura se relaciona à escrita.
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Essa característica de abóbadas arredondadas no estilo românico e linhas verti-
cais no estilo gótico também se reproduz na escrita da época.
O Sul da Europa foi o berço de nascimento da escrita itálica, uma escrita mais 
arredondada, enquanto o Norte da Europa, por sua vez, foi o berço da escrita gó-
tica, uma escrita geométrica com predominância vertical.
É com a escrita gótica que Johannes Gutenberg desenvolve, em 1450, a pren-
sa tipográfica, ou seja, Gutenberg se inspira nesse estilo, para criar a tipografia. 
A prensa tipográfica de Gutenberg revolucionou a indústria da escrita na época, ao 
esculpir cada caractere num pedaço de chumbo, o tipo móvel.
Para compor uma página, Gutenberg colocava cada tipo móvel lado a lado, 
amarrados, dentro de uma forma de madeira, criando uma matriz.
Essa composição dos tipos móveis era colocada na prensa tipográfica, era passa-
da uma camada de tinta sobre essa composição e o papel era prensado contra essa 
composição e, como se fosse um “carimbo invertido”, a página estava impressa.
Gutenberg revolucionou a Indústria da escrita da época pois, até então, as publi-
cações eram feitas com escrita manual e, depois dele, as publicações puderam ser 
produzidas de forma mecanizada, por meio dos tipos móveis.
Essa tecnologia permitiu a impressão padronizada de mais de uma cópia de um 
documento. O primeiro registro impresso por Gutenberg foi a Bíblia latina, e teve 
em torno de 8 unidades.
Esse conceito de impressão do documento faz com que Gutenberg seja consi-
derado o pai da imprensa; porém, na comunicação e no Design, a invenção de 
Gutenberg também teve grande importância, pois nós também usamos a tipografia 
para a composição de um trabalho.
Além disso, essa técnica do Gutenberg de esculpir uma letra em alto relevo e 
passar tinta sobre essa matriz se relaciona com uma forma de impressão muito 
comum no Renascimento, como falaremos mais adiante.
Portanto, vimos que a influência do Império romano está presente tanto no es-
tilo românico como no estilo gótico. No estilo românico, com o uso dos arcos de 
plena cintra e, no estilo gótico, uma vez que as pinturas aqui buscam o Realismo. 
Então, entendemos que a corrente da História da Arte que estudamos é uma evo-
lução quase natural.
Falamos que a Idade Média é marcada pelos cavaleiros medievais, tanto que as 
Cruzadas aconteceram nesse período e têm influência religiosa, como toda a Idade 
Média, inclusive na Arte. 
A Idade Média tem a característica de ser um período “dominado” pela Igreja 
católica; tanto que é aqui que surge a iconoclastia cristã que destruiu todas as es-
culturas equestres, exceto a de Marco Aurélio, como comentamos anteriormente.
A Idade Média, que começou em 476 com a queda do Império romano, vai até 
o ano de 1453, ou seja, século 15. O acontecimento histórico que marca o fim 
13
UNIDADE O Design Antes do Design: Arte Cristã e Idade Média
da Idade Média é a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos em 1453. 
A queda de Constantinopla marca a transição da cidade de mãos cristãs para mãos 
islâmicas, a passagem dos cristãos para os turcos, onde atualmente é a Turquia. 
Porém, é ainda na Idade Média, sob influência do Cristianismo, que começa a surgir 
um contraponto na Religião, isto é, ainda na Idade Média, acontece o que podemos 
chamar de embrião do que viria a ser o Renascimento, na Idade Moderna.
Importante!
Idade Média é um período da História de aproximadamente 1.000 anos, isto é, 10 séculos e, 
no que diz respeito à Arte, trata-se de um período um tanto quanto antagônico. Como fala-
remos mais adiante, foi muito criticado, pois, pela influência e pelo domínio do Cristianismo 
nas produções artísticas e intelectuais, acreditou-se que a Idade Média foi um período sem 
liberdade artística nenhuma, já que todas as pinturas, construções e publicações divulgavam 
informações religiosas. Contudo, para nós, designers, é importante frisar que foi um período de 
diversas técnicas, que usamos até hoje, como a utilização de ícones na comunicação, as letras 
minúsculas dando origem ao modo sentença, o ato de complementar um texto com uma ima-
gem relacionada, as escritas itálica e gótica, que estavam alinhadas às manifestações visuais da 
época, a prensa tipográfica e os tipos móveis de Gutenberg, entre outras.
Trocando ideias...
A Transição da Idade Média 
para A Idade Moderna
Ainda nos últimos séculos da Idade Média, começam a despontar os sinais dos 
novos tempos que revolucionaram a vida da Humanidade a partir do século 15, 
entre eles, a Arte.
As conquistas marítimase o contato mercantil com a Ásia ampliaram o comér-
cio e a diversificação dos produtos de consumo na Europa. Os reinos cristãos se 
consolidaram e expandiram suas fronteiras internas; o comércio de produtos de 
luxo e alimentos ganhou impulso. 
Com o aumento do comércio, principalmente com o Oriente, muitos comercian-
tes europeus fizeram riquezas e acumularam fortunas. Com isso, eles dispunham 
de condições financeiras para investir na produção artística de escultores, pintores, 
músicos, arquitetos, escritores etc.
Os governantes europeus e o clero passaram a dar proteção e ajuda financeira 
aos artistas e aos intelectuais da época. Essa ajuda, ficou conhecida como mecenato.
O objetivo do mecenato era fazer com que os mecenas (governantes e burgue-
ses) se tornassem mais populares entre os cidadãos das regiões em que atuavam. 
Nesse período, era muito comum as famílias nobres encomendarem pinturas (re-
tratos) e esculturas junto aos artistas. Aí começa certa comercialização da Arte, 
14
15
acontece uma diminuição das reproduções exclusivamente religiosas e um aumento 
do Realismo, que mencionamos anteriormente.
Foi na Península itálica, ou seja, na Itália, que o comércio mais se desenvolveu nes-
se período, dando origem a uma grande quantidade de locais de produção. Cidades 
como Veneza, Gênova e, principalmente, Florença tiveram um expressivo movimento 
artístico e intelectual. Por esse motivo, a Itália passou a ser conhecida como o berço do 
Renascimento, o primeiro movimento intelectual e artístico da Idade Moderna.
Chamou-se Renascimento, em virtude da redescoberta e da revalorização das 
referências culturais da  antiguidade  clássica, que nortearam as mudanças desse 
período em direção a um ideal humanista e naturalista.
O termo foi registrado pela primeira vez por Giorgio Vasari, já no século 17, mas 
a noção de Renascimento como hoje o entendemos surgiu a partir da publicação do 
livro A cultura do Renascimento na Itália, de 1867, de Jacob Burckhardt, em que 
ele definia o período como uma época de descoberta do mundo e do homem.
Assim, o Renascimento marca uma ruptura com a Arte didático-religiosa eviden-
te na Idade Média e uma busca às referências culturais da Antiguidade clássica, ou 
seja, essencialmente grega e romana. Muito da Geometria grega e muito da Cultura 
romana estão presentes no Renascimento e, como dissemos, é importante, pois 
vem logo no início da Idade Moderna.
O Renascimento é o primeiro movimento artístico e intelectual da Idade Moderna. 
Não somente na Arte, mas também intelectual, pois foi uma mudança de pensamen-
to do homem. Como dito, uma ruptura com os pensamentos cristãos da Idade Média.
Concluindo, em 1453, século 15, começa a Idade Moderna, sendo que o pri-
meiro movimento intelectual e artístico desse período é o Renascimento. 
Esse será o assunto inicial de nossa próxima Unidade!
Assista à videoaula desta Unidade e aprimore seus estudos sobre a Idade Média, esse impor-
tante período da História da Arte e do Design!Ex
pl
or
Importante!
Como mencionamos nesta Unidade, a Arte cristã começou ainda durante os últimos sé-
culos da Antiguidade, após a mudança dos anos antes de Cristo (a.C.) para os anos depois 
de Cristo (d.C.), depois do surgimento da figura de Jesus Cristo. 
A Arte cristã antiga, ou seja, a Arte paleocristã, começou nos primeiros anos d.C. e atra-
vessou a transição entre a Idade Antiga e a Idade Média, no ano de 476 (século 5), com a 
queda do Império romano. A Idade Média, por sua vez, como também falamos, começou 
no século 5 e durou por quase 1.000 anos (10 séculos), até o ano de 1453, com a tomada 
de Constantinopla pelos turcos!
Em Síntese
15
UNIDADE O Design Antes do Design: Arte Cristã e Idade Média
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
A cultura do Renascimento na Itália
BURCKHARDT, J. A cultura do Renascimento na Itália. São Paulo: Companhia 
de Bolso, 2009.
A história da arte
GOMBRICH, E. H. A história da arte. Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: 
LTC, 2008.
O Mito da Idade Média
PERNOUD, R. O Mito da Idade Média. Portugal: Publicações Europa-América LDA, s.d.
 Vídeos
Como eram feitos os manuscritos medievais
O vídeo apresenta um pouco da produção das letras carolíngeas e da iluminuras.
https://youtu.be/6lT2cSIl9Ek
16
17
Referências
BURCKHARDT, J. A cultura do Renascimento na Itália. São Paulo: Companhia 
de Bolso, 2009.
GOMBRICH, E. H. A história da arte. Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: 
LTC, 2008.
PANOFSKY, E. Arquitetura gótica e escolástica: sobre a analogia entre arte, 
filosofia e teologia na Idade Média. Tradução de Wolf Hörnke. São Paulo: Martins 
Fontes, 2001.
PETRINI, C. D. R. Legenda Cinética: tipografia em movimento e traduções nar-
rativas. São Paulo: Gênio Criador, 2018.
17
Teoria e História 
da Arte e do Design
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Christian David Rizzato Petrini
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
O Design Antes do Design: Renascimento e Idade Moderna
• Introdução;
• Renascimento e Idade Moderna.
• Estudar a relação e a infl uência que o Renascimento e os demais movimentos artísticos 
da Idade Moderna tiveram para as civilizações e para os movimentos artísticos posterio-
res, e que têm para a função e atuação do designer contemporâneo. 
OBJETIVO DE APRENDIZADO
O Design Antes do Design: 
Renascimento e Idade Moderna
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de 
aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE O Design Antes do Design: Renascimento e Idade Moderna
Introdução
Finalizamos a última unidade comentando que, nos últimos séculos da Idade 
Média, por volta dos séculos XIII, XIV e início do século XV, começam a despontar 
os sinais dos novos tempos que revolucionaram a vida da humanidade.
Ainda no final da Idade Média, ocorreu uma mudança de pensamento do ho-
mem, começando a questionar o “domínio” do cristianismo na arte e no conheci-
mento em geral, fato que marcou praticamente os 1.000 anos da Idade Média.
Essa mudança de mentalidade da humanidade, na Idade Média, teve resultado 
em praticamente todas as áreas do conhecimento e da vida da população, entre 
eles a própria religião e a arte.
Na religião,por exemplo, no século XVI, ou seja, já na Idade Moderna, um pa-
dre alemão chamado Martinho Lutero iniciou um movimento de reforma religiosa 
que acabaria por dividir a Igreja Católica. Foi assim que surgiram outras igrejas 
cristãs, mas não ligadas ao papado.
Já na arte, acontece uma diminuição das reproduções exclusivamente religiosas e 
um aumento do realismo, além do comércio que surgiu envolvendo as obras de arte.
Enfim, como também comentamos, essa mudança de mentalidade do final da 
Idade Média seria o embrião do Renascimento, o primeiro movimento artístico da 
Idade Moderna, assunto desta unidade.
Renascimento e Idade Moderna
Já sabemos que as conquistas marítimas e o contato mercantil com a Ásia am-
pliaram o comércio e a diversificação dos produtos de consumo na Europa. Com 
o aumento do comércio, principalmente com o Oriente, muitos comerciantes eu-
ropeus fizeram riquezas e acumularam fortunas, por conta disso, dispunham de 
condições financeiras para investir na produção artística de escultores, pintores, 
músicos, arquitetos, escritores etc.
Além disso, existia também a prática do mecenato, uma ajuda financeira dos 
governantes europeus e do clero a artistas e intelectuais da época. No geral, esse 
comércio de obras de arte também incentivou o Renascimento, a partir da metade 
final do século XV, quando ocorreu a transição da Idade Média para a Idade Mo-
derna, mais precisamente no ano de 1453 com a queda de Constantinopla para os 
turcos otomanos.
Uma das regiões que mais se beneficiou com o comércio e com o mecenato foi 
a região italiana de Gênova, Veneza e Florença. Por esse motivo, a Itália, principal-
mente a cidade de Florença, é considerada o berço do Renascimento.
O Renascimento foi um movimento cultural e, simultaneamente, um período da 
história europeia. É, de certa forma, um repúdio à Idade Média e uma busca pelo 
classicismo típico dos gregos e romanos da Antiguidade.
8
9
Como já mencionamos, chamou-se Renascimento em virtude da redescoberta e 
da revalorização das referências culturais da Antiguidade clássica, que nortearam as 
mudanças desse período em direção a um ideal humanista e naturalista.
A geometria típica dos gregos que, posteriormente, se aplicou também aos ro-
manos, foi uma referência fundamental para esse período – como veremos mais à 
frente. No Renascimento, encontramos paralelamente ao interesse pela civilização 
clássica (Grécia e Roma antigas) um menosprezo pela Idade Média, associado a 
expressões como “barbarismo”, “ignorância”, “escuridão”, “gótico”, “noite de mil 
anos” ou “sombrio”, por conta, principalmente, da característica principal das ma-
nifestações artísticas da Idade Média: serem influenciadas pelo cristianismo.
Um trecho da obra Pantagruel, de 1532, de François Rabelais, costuma ser 
citado para ilustrar o espírito de mudança do Renascimento:
Todas as disciplinas são agora ressuscitadas, as línguas estabelecidas: 
Grego, sem o conhecimento do qual é uma vergonha alguém chamar-
-se erudito, Hebraico, Caldeu, Latim [...] O mundo inteiro está cheio de 
acadêmicos, pedagogos altamente cultivados, bibliotecas muito ricas, de 
tal modo que me parece que nem nos tempos de Platão, de Cícero ou Pa-
pinianus, o estudo era tão confortável como o que se vê a nossa volta [...] 
Eu vejo que os ladrões de rua, os carrascos, os empregados do estábulo 
hoje em dia são mais eruditos do que os doutores e pregadores do meu 
tempo. (RABELAIS, 1532)
Importante!
Esse trecho da obra Pantagruel, de François Rabelais, é importante para entendermos o 
espírito de mudança que motivou o Renascimento, além da rejeição à cultura da Idade 
Média. Pode nos dar margens para diversas interpretações, mas ele começa valorizando 
o conhecimento da cultura greco-romana, mencionando, inclusive, que era uma ver-
gonha alguém se chamar de erudito, de culto, sem ter conhecimento da língua grega. 
Continua com uma crítica ao controle da informação na Idade Média, relacionando-o 
a uma espécie de zona de conforto, uma vez que somente uma instituição regulava a 
informação que chegava à população. E, por fim, acredita que a informação pode e deve 
ser e estar acessível a qualquer esfera da população.
Trocando ideias...
Portanto, o Renascimento tem como característica a valorização da estética 
artística da Antiguidade clássica (greco-romana). Os artistas renascentistas defen-
diam a ideia de que a arte na Grécia e Roma antigas tinha um valor estético e cul-
tural muito maior do que na Idade Média. Por isso que uma escultura renascentista, 
por exemplo, possui uma grande semelhança como as esculturas da Grécia antiga. 
Uma das obras mais marcantes do Renascimento é o Davi de Michelangelo, que 
está atualmente em Florença, e tem muitas semelhanças ao movimento desenvolvi-
do pelos gregos e reproduzidos em suas esculturas.
O Davi consumiu pouco mais de três anos da vida de Michelangelo e, depois de 
acabada, a escultura contou com quarenta homens que levaram quatro dias para 
9
UNIDADE O Design Antes do Design: Renascimento e Idade Moderna
levá-la do ateliê ao Palazzo Vecchio, em Florença, onde seria exposta. Durante o 
caminho, a escultura foi atacada por rajadas de pedras que eram lançadas contra a 
obra, o que nos leva a crer que essa mudança de mentalidade do Renascimento não 
era uma unanimidade – mas o Davi chegou ao seu destino sem sofrer maiores danos.
Outra característica do Renascimento, alinhado ao rompimento com a cultura 
da Idade Média, é a visão de que o homem é o principal e decisivo elemento na 
condução da história da humanidade, essa visão é conhecida como antropocen-
trismo. Antro é um prefixo usado para a palavra homem, portanto, o homem 
no centro de tudo. Essa visão fez oposição à visão teocêntrica da Idade Média, já 
que a palavra Teo é um prefixo usado para Deus, portanto, Deus no centro de 
tudo. Vale ressaltar que ambas as visões são metáforas que representam o domínio 
do conhecimento. Enquanto o antropocentrismo do Renascimento defendia que 
o conhecimento vinha do homem; o teocentrismo da Idade Média defendia que o 
conhecimento vinha de Deus.
Outra obra do Renascimento é O Homem Vitruviano, um desenho de 1492, 
feito por Leonardo da Vinci, no qual ele expõe o traçado e as proporções do cor-
po humano – lembre-se: os gregos usavam muita proporção geométrica em suas 
obras. Da Vinci usou como inspiração a obra Os dez livros da Arquitetura, do ar-
quiteto romano Marco Vitruvio Polião, por isso o seu nome, o que reforça a relação 
com os romanos além da Grécia.
O Renascimento também tinha grande importância pela sua relação com as 
ciências e a razão. Os renascentistas defendiam a ideia de que há explicação cien-
tífica para a maioria das coisas, portanto, desprezavam as explicações elaboradas 
pela Igreja Católica ou por outras fontes que não fossem científicas.
Esse período da História foi muito significativo no tocante ao desenvolvimento 
das experiências científicas e do pensamento racional e lógico. Aconteceu uma 
busca do conhecimento em várias áreas. Os renascentistas buscavam entender o 
mundo através do estudo de várias ciências (Biologia, Matemática, Física, Astrono-
mia, Botânica, Anatomia, Química etc.).
Um ótimo exemplo dessa visão interdisciplinar de mundo foi Leonardo da Vinci 
que, além de ser pintor, também desenvolveu trabalhos e estudos em várias áreas 
do conhecimento. 
Mais uma vez trazendo para a nossa realidade, podemos mencionar outras ca-
racterísticas gerais do Renascimento em diferentes áreas.
• Na arquitetura:
 » Procura de uma harmonia racional;
 » Regras modulares e proporções modulares;
 » Simetria, regularidade, alinhamento e proporção;
 » Muita coerência geométrica;
 » Influências gregas e romanas.
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• Na escultura:
 » Fica evidente um grande naturalismo;
 » Liberdade das posições e movimentos;
 » Representações anatômicas;
 » Rigorosa proporcionalidade;
 » O homem como tema privilegiado;
 » Crescente capacidade e domínio técnico;
 » Libertação da escultura em relaçãoà arquitetura.
• Nas pinturas:
 » Presença de diversos elementos técnicos;
 » Perspectiva rigorosa;
 » Pintura a óleo;
 » Utilização da tela;
 » Elementos formais e estéticos;
 » Cenários arquiteturais;
 » Naturalidade e realismo anatômicos;
 » Equilíbrio e harmonia;
 » Temas de inspiração mitológicos e laicos (retratos).
Importante!
Uma curiosidade quanto à obra renascentista O Nascimento de Vênus, de Sandro 
Botticelli, e sua relação com o software Illustrator. Desde a versão inicial 1.0, a Adobe 
adquiriu a licença de utilização do quadro junto à empresa Bettmann Archive para abertu-
ra do software. Foi usada uma fração do quadro como identidade visual do Illustrator, que 
foi sendo estilizada com o passar dos anos e permaneceu até a versão 10, a partir da versão 
CS, a Vênus foi substituída por flores. John Warnock, um dos criadores do Illustrator, queria 
uma imagem renascentista que representasse a sua visão do software. A escolha da Vênus 
se deu por representar a potencialidade do Illustrator em delinear curvas.
Você Sabia?
Como falamos na unidade anterior, n o Renascimento, foi muito utilizada uma 
técnica de impressão muito parecida com a técnica de Gutenberg para os tipos mó-
veis na Idade Média, a xilogravura. Essa consiste em um bloco de madeira escul-
pido em alto relevo, assim como os tipos móveis, que eram gravados em chumbo. 
Possibilita um uso eficaz de linhas de espessura variável para descrever a forma.
C ostuma-se dividir o Renascimento em três grandes fases, correspondentes aos 
séculos XIV, XV e XVI: o Trecento, o Quattrocento e o Cinquecento. Não se 
tratam de fases datadas, em que o Renascimento mudou drasticamente de uma 
11
UNIDADE O Design Antes do Design: Renascimento e Idade Moderna
fase para outra, elas são referentes à evolução do pensamento, das motivações do 
Renascimento e das proporções que esse movimento intelectual tomou na Europa.
O Trecento, por exemplo, é o embrião do Renascimento, sobre o qual comen-
tamos anteriormente. Como se localiza no século XIV, ocorreu ainda durante a 
Idade Média. É a fase decisiva para a mudança de mentalidade da humanidade que 
mencionamos por tantas vezes. Manifesta-se predominantemente na Itália, mais es-
pecificamente na cidade de Florença, polo político, econômico e cultural da região, 
e tem Giotto, Boccaccio e Petrarca entre seus representantes.
A principal característica do Trecento é o rompimento com o imobilismo e a 
hierarquia da pintura medieval. Ocorreu uma valorização do individualismo e dos 
detalhes humanos. É aqui que ocorre a ruptura com a influência cristã da Idade 
Média. Durante o Trecento, podemos destacar o legado literário de Petrarca (De 
África e Odes a Laura) e Dante Alighieri (Divina Comédia), bem como as pintu-
ras de Giotto di Bondoni (Beijo de Judas, Juízo Final, A lamentação e Lamento 
ante Cristo Morto).
Não se trata do período mais importante do Renascimento, onde surgem os 
grandes nomes, mas foi extremamente significativo, pois foi aqui que o homem 
decidiu romper com uma cultura que, para ele, estava atrasando o desenvolvimento 
intelectual da humanidade. Em outras palavras, foram os artistas do Trecento os 
responsáveis por ser desencadeada uma mudança que deixou marcas na Europa e 
no mundo, e na arte que viria a seguir.
Em seguida, temos o Quattrocento, durante o século XV, ou seja, no século de 
transição da Idade Média para a Idade Moderna. Por esse motivo que dizemos que o 
Renascimento foi o primeiro movimento artístico e intelectual da Idade Moderna. Du-
rante o Quattrocento, o Renascimento espalhou-se pela península itálica, atingindo seu 
auge. Nesse período, atuam Botticelli, Leonardo da Vinci, Rafael e, no final do século 
XV, Michelangelo – os três últimos, são considerados o “trio sagrado” da Renascença.
Importante!
O Renascimento, assim como outros movimentos artísticos, é influência para a cultura 
pop. Leonardo da Vinci, Rafael e Michelangelo, junto com Donatello, outro artista renas-
centista, foram os nomes escolhidos para as quatro Tartarugas Ninjas, desenho animado 
de 1987, que virou filme recentemente. Mais um exemplo da História da Arte influencian-
do e servindo como referência para elementos da cultura pop e da vida contemporânea.
Você Sabia?
Dentre as características mais marcantes do Quattrocento, podemos destacar a 
inspiração greco-romana (paganismo e línguas clássicas), o racionalismo e o expe-
rimentalismo. Podemos dizer que aqui acontece a consolidação do Renascimento, 
quando surgem os grandes nomes do movimento e esse ganha representatividade.
Por fim, temos o Cinquecento, período do movimento no século XVI. É quan-
do o Renascimento ganhou grandes proporções, dominando várias regiões do 
12
13
continente europeu. Em Portugal, podemos destacar a literatura de Gil Vicente 
(Auto da Barca do Inferno) e Luís de Camões (Os Lusíadas). Na Alemanha, os 
quadros de Albercht Dürer (Adão e Eva e Melancolia) e Hans Holbein (Cristo 
morto e A virgem do burgomestre Meyer). A literatura francesa teve como seu 
grande representante o já citado François Rabelais (Gargântua e Pantagruel).
No campo científico, devemos destacar o rebuliço causado pela teoria helio-
cêntrica defendida pelos estudiosos Nicolau Copérnico, Galileu Galilei e Giordano 
Bruno. O prefixo helio, que significa Sol, defende a visão científica, e nesse caso 
literal, do Sol no centro do universo. Tal concepção abalou ainda mais o monopólio 
dos saberes controlados pela Igreja.
Na pintura, continuaram se destacando Rafael e Michelangelo, tanto que 
A Criação de Adão, de Michelangelo,  é um quadro marcante do período Cin-
quecento. Se trata de um afresco de 5,70 m x 2,80 m, pintado por Michelangelo 
Buonarotti por volta de 1511, que figura no teto da Capela Sistina, no Vaticano. 
A cena representa um episódio do Livro do Gênesis, no qual Deus cria o primeiro 
homem: Adão. Embora ainda existam representações religiosas na arte, essas se 
dão com a impressão e interpretação do artista, ou seja, o artista representa a cena 
da maneira que ele pretende.
O Cinquecento é uma fase do Renascimento que pode ser considerada como 
contraditória, pois foi nessa fase que o Renascimento se tornou um movimento 
continental, mas, ao mesmo tempo, foi nela que teve início sua decadência. É nes-
se período que ocorrem as primeiras manifestações contra o Renascimento e o 
cristianismo, que tinha sido confrontado pelo Renascimento, aproveitando essa 
decadência. A igreja católica lança assim a Contrarreforma, a resposta da igreja à 
reforma protestante proposta por Lutero, conforme comentamos anteriormente, 
e na arte. Também como resposta à ruptura do Renascimento, a igreja instaura o 
Barroco como estilo oficial da igreja católica nessa época. 
E por que na arte essa instauração do Barroco como estilo artístico oficial do 
cristianismo contribuiu com o declínio do Renascimento?
Porque se o Renascimento continuasse como um forte movimento intelectual e 
artístico na Europa, o Barroco seria a continuação natural do Renascimento, talvez 
até como uma nova fase. Portanto, a igreja católica se apropriou de um movimento 
artístico que seria a continuação do Renascimento, o que contribuiu com o enfra-
quecimento e o declínio desse, pelo menos no que diz respeito à arte.
O Barroco nasceu no final do século XVI, depois do enfraquecimento do Renas-
cimento, também na Itália. Como falamos, o Barroco é uma continuação natural do 
Renascimento, pois ambos os movimentos compartilharam um interesse pela Anti-
guidade clássica. O Barroco tem esse nome derivado do grego baros, que significa 
“pesado”, reforçando a influência da civilização clássica até no nome. Ele continuou 
durante o século XVII e no século XVIII. Sua origem foi ampliada para designar 
aquilo que é extravagante, ou seja, grandioso. Esse conceito de extravagância se 
tornou uma de suas características principais. 
13
UNIDADE O Design Antes do Design: Renascimento e Idade Moderna
Ainda na Idade Moderna, depois do Barroco, veio oRococó, surgido a partir da 
metade final do século XVIII. Com formas mais leves e elegantes, privilegiando o 
decorativismo, a sofisticação e a sensibilidade, ao mesmo tempo se formava como 
uma corrente que pregava a razão e um retorno à natureza.
Originado na França, seu nome deriva da palavra francesa rocaille, que significa 
“concha”. Seu nome também se deve à técnica usada no Rococó de incrustação de 
conchas e vidros nas representações artísticas. Como consequência dessa técnica 
de elementos incrustados, na Arte, o Rococó se tornou um movimento artístico 
essencialmente decorativo e a pintura Rococó, por exemplo, foi acusada de ser 
banal e frívola, ou seja, sem sentido, por ser uma pintura criada para a decoração 
dos palácios da época.
No fim da Idade Moderna, no final do século XVIII, emergem duas correntes 
opostas que continuarão na Idade Contemporânea que virá a seguir: o Romantismo 
e o Neoclassicismo. O primeiro enfatizava a experiência individual do artista, en-
quanto que o segundo impunha uma função social, moral e política para a arte.
Mais uma vez o termo função, muito relacionado ao design, aparece relacionado a um mo-
vimento artístico!Ex
pl
or
Na corrente romântica, podemos destacar artistas como Victor Hugo, Eugène 
Delacroix, Chopin e Beethoven. E, na corrente neoclássica, destacamos Antonio 
Canova e Mozart.
A Idade Moderna termina no século XVIII, mais precisamente em 1789, com o 
início da Revolução Francesa. Esse foi um período muito importante para a huma-
nidade, pois foi na Idade Moderna, mais precisamente com o Renascimento, que 
“nasceu” um novo homem, que pensava de maneira racional.
Concluindo, o Renascimento foi marcado por três fatores principais:
• A descoberta do indivíduo-pessoa, que pode aproveitar a vida sem pensar em 
consequências religiosas;
• Um indivíduo autossuficiente e, portanto, independente de controles religiosos 
e políticos;
• E um indivíduo que tem a consciência de que pode dominar, e não mais 
ser dominado.
Como mencionamos anteriormente, tanto os movimentos artísticos da Idade 
Moderna quanto a mudança de pensamento da humanidade foram importantes 
para o desenvolvimento intelectual do homem a partir de então, o que deixou mar-
cas até hoje. É ainda nesse período que surgem os dois movimentos (Romantismo 
e Neoclassicismo) que ultrapassam a barreira da Idade Moderna e continuam até a 
Idade Contemporânea, assunto da nossa última unidade!
14
15
Não perca a videoaula desta unidade para aprender ainda mais sobre os movimentos artís-
ticos da Idade Moderna!Ex
pl
or
Importante!
Já estamos relativamente avançados na linha do tempo da História. Como vimos, a Idade 
Moderna se inicia no século 15, mais precisamente no ano de 1453, quando a cidade 
de Constantinopla é tomada pelos turcos otomanos, e se estende por pouco mais de 
300 anos, até o século XVIII, em 1789, com a Revolução Francesa, sendo esse o aconteci-
mento histórico que marca o fim da Idade Moderna e o início da Idade Contemporânea.
Em Síntese
15
UNIDADE O Design Antes do Design: Renascimento e Idade Moderna
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Clássico anticlássico: o renascimento de Brunelleschi a Bruegel
ARGAN, G. C. Clássico anticlássico: o renascimento de Brunelleschi a Bruegel. 
São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
A cultura do Renascimento na Itália
BURCKHARDT, J. A cultura do Renascimento na Itália. Brasília, DF: Editora 
UnB, 1991.
Introdução ao Barroco Mineiro: cultura barroca e manifestações do rococó em Minas Gerais
CAMPOS, A. A. Introdução ao Barroco Mineiro: cultura barroca e manifestações 
do rococó em Minas Gerais. Belo Horizonte: Crisálida, 2006.
A história da arte
GOMBRICH, E. H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
16
17
Referências
BURCKHARDT, J. A cultura do Renascimento na Itália. São Paulo: Companhia 
de Bolso, 2009.
GOMBRICH, E. H. A história da arte. – Rio de Janeiro: LTC, 2008.
PETRINI, C. D. R. Legenda cinética: tipografia em movimento e traduções narra-
tivas. São Paulo: Gênio Criador, 2018.
Sites visitados
PANTAGRUEL. Wikipedia. Disponível em: . Acesso em: 15 jan. 19.
17
Teoria e História 
da Arte e do Design
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Christian David Rizzato Petrini
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Idade Contemporânea
• Introdução;
• A Transição do Design antes do Design 
para o Design pós-Industrial;
• Arte Moderna;
• Arte Contemporânea.
• Estudar a relação e a infl uência que os movimentos artísticos da Idade Contemporânea 
tiveram para as civilizações e os movimentos artísticos posteriores, e têm para a função e 
atuação do designer contemporâneo. 
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Idade Contemporânea
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de 
aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Idade Contemporânea
Introdução
Como vimos, a mudança de pensamento da humanidade na Idade Moderna foi 
extremamente importante para o desenvolvimento intelectual do homem nos sécu-
los seguintes. Representou um inconformismo com o controle do conhecimento da 
Idade Média e mudou o rumo da produção do conhecimento. Costuma-se dizer que 
essa ruptura foi importante porque tirou o homem de um conformismo que poderia 
durar por muitos anos.
E como também dissemos anteriormente, o Renascimento foi o movimento artís-
tico e intelectual que começou com essa mudança. Ainda no final da Idade Moderna, 
surgem dois movimentos artísticos: o Romantismo e o Neoclassicismo. Esses pas-
saram pela mudança da Idade Moderna e continuaram na Idade Contemporânea. 
Portanto, mesmo tendo surgido na Idade Moderna, foram os dois primeiros movi-
mentos artísticos da Idade Contemporânea e se tornaram movimentos extremamen-
te importante para esse período e, por isso, começaremos esta unidade por eles.
A Transição do Design Antes do 
Design para o Design pós-Industrial
Infelizmente, os principais acontecimentos da Idade Contemporânea são confli-
tos e guerras. Por esse motivo, a Idade Contemporânea é conhecida como a Idade 
das Guerras. Os principais acontecimentos da Idade Contemporânea até hoje são: 
a Revolução Francesa, que vai de 1789 a 1799 e, comovimos na unidade anterior, 
marca o início da Idade Contemporânea; a Primeira Guerra Mundial, de 1914 a 
1918; a Segunda Guerra Mundial, de 1939 a 1945; e a Guerra Fria, de 1947 a 
1991. Essa característica dos conflitos e das guerras, de certa maneira, influenciou 
a Arte e o Design, como veremos mais adiante.
Para iniciar esta unidade, é importante destacar duas informações importantes 
da Idade Contemporânea: a primeira é que esse é o momento que nós estamos 
vivendo atualmente, por mais que ele tenha começado há mais de 200 anos, o que 
acontece neste momento faz parte da Idade Contemporânea; a segunda informa-
ção importante da Idade Contemporânea, mais precisamente sobre o Romantismo 
e o Neoclassicismo, é que, pela primeira vez até aqui, vimos dois movimentos artís-
ticos com ideologias opostas que são simultâneos.
Até então, já tínhamos estudado movimentos artísticos e intelectuais que se 
conectaram por influência ou por ruptura, porém, eles se sucederam, ou seja, 
vieram um após o outro, muitas vezes com séculos de diferença. O Romantismo e 
o Neoclassicismo, portanto, são correntes de pensamento com ideologias opostas 
que acontecem no mesmo momento da História. Os artistas de uma corrente sa-
bem o que os artistas da outra corrente fazem e, muitas vezes, rejeitam a produção 
cultural do movimento contrário.
8
9
Como também já mencionamos, o Neoclassicismo (também conhecido como 
Arcadismo, quando relacionado à literatura) impunha uma função social, moral e 
política para a arte, o que podemos relacionar com o conceito funcional do design, 
como temos frizado desde o início da disciplina. Como o próprio nome já adianta, 
esse se dedicou ao retorno aos princípios gregos e romanos antigos e renascen-
tistas. Neo é um prefixo usado para se referir ao que é “novo”, portanto, o Neo-
classicismo é o “novo clássico”. Como vimos, o termo clássico era usado para se 
referir à Grécia antiga, ou seja, mais uma vez na História da Arte os artistas de um 
movimento buscavam referência na civilização clássica greco-romana pra produzir 
suas obras e, como o Renascimento já buscava referências na Grécia e na Roma 
antigas, os artistas neoclássicos também tinham os renascentistas como referência.
Como a mudança da Idade Moderna para a Idade Contemporânea aconteceu em 
1789 com a Revolução Francesa e o Neoclassicismo foi um dos movimentos que 
passou pela transição de um período para o outro, ele aconteceu durante essa revo-
lução, portanto, trouxe novas formas de produção artística, principalmente durante o 
governo de Napoleão Bonaparte, na França, mas sem se vincular ao governo.
O Neoclassicismo foi um movimento cultural que teve larga influência na Arte e 
cultura de todo o Ocidente até meados do século XIX. Teve como base um renova-
do interesse pela cultura da Antiguidade clássica, advogando os princípios da mo-
deração, equilíbrio e idealismo como uma reação contra os excessos decorativistas 
e dramáticos do Barroco e do Rococó.
As principais características do Neoclassicismo são:
• Retorno ao passado, pela imitação dos modelos antigos greco-romanos;
• Academicismo nos temas e nas técnicas, isto é, sujeição aos modelos e às re-
gras ensinadas nas academias de belas-artes;
• Arte entendida como imitação da natureza, num verdadeiro cultoà teoria do 
pensador grego Aristóteles.
Tanto nas construções civis quanto nas religiosas, a arquitetura neoclássica se-
guiu o modelo dos templos greco-romanos ou das edificações do Renascimento 
italiano, como, por esemplo, a igreja de Santa Genoveva, posteriormente transfor-
mada no Panteão Nacional, em Paris; e o Portão de Brandemburgo, em Berlim.
A pintura desse período foi inspirada principalmente na escultura clássica grega 
e na pintura renascentista italiana, sobretudo em Rafael, mestre inegável do equilí-
brio da composição. As características da pintura são:
• Formalismo na composição, refletindo racionalismo dominante;
• Exatidão nos contornos;
• Harmonia do colorido.
Um dos maiores representantes da pintura neoclássica é o francês Jacques-Louis 
David. Podemos destacar suas obras: Despedida de Telemachus e Eucharis 
(1818) e Marte desarmado por Vênus (1825). Nessas fica claro também a relação 
9
UNIDADE Idade Contemporânea
com a cultura grega, uma vez que essas pinturas citadas retratam figuras pagãs, ou 
seja, personagens das mitologias grega e romana.
Quanto ao Romantismo, também já descrevemos que ele enfatizava a experiên-
cia individual do artista, ou seja, os artistas do Romantismo acreditavam que uma 
obra de arte deveria expressar o estilo do artista. Foi um movimento artístico, políti-
co e filosófico surgido também nas últimas décadas do século XVIII e que perdurou 
por grande parte do século XIX na Europa. Assim como o Neoclassicismo, surgiu 
em meio a uma grande era de revolução, a Revolução Francesa. O Romantismo, 
porém, diferentemente do Neoclassicismo, teve uma breve relação com a Revolu-
ção Francesa, principalmente em seu início, como falaremos mais adiante.
O Romantismo se caracterizou como uma visão de mundo contrária ao racio-
nalismo e buscou um nacionalismo que viria a consolidar os estados nacionais na 
Europa. A primeira onda do Romantismo foi fortemente influenciada pelo espírito 
da Revolução Francesa e pelo seu ideal de “liberdade, igualdade e fraternidade”.
Contudo, com a decepção tanto em relação ao regime de terror da Revolução 
Francesa quanto a Napoleão Bonaparte, o Romantismo voltou-se a uma crítica 
ao imperialismo, à lógica e ao materialismo artificial da sociedade industrial. 
Ou seja, no início, o Romantismo se vinculou à Revolução Francesa, tornando-
-se um movimento imperialista, porém, a decepção quanto ao resultado dessa 
revolução fez com que esse movimento mudasse completamente seu foco, da 
exaltação para a crítica.
As principais características do Romantismo são: individualismo, subjetivismo, 
idealização, sentimentalismo exacerbado e egocentrismo; e entre os destaques do 
Romantismo podemos destacar A Liberdade Guiando o Povo, pintura de Eugène 
Delacroix, que ainda carrega o espírito nacionalista e foi produzida em comemora-
ção à Revolução de Julho de 1830, com a queda de Carlos X, também conhecida 
como As Três Gloriosas. É a obra mais conhecida de Delacroix e mostra a imagem 
de uma mulher representando a Liberdade, que guia o povo passando por cima dos 
corpos dos derrotados, levando a bandeira da Revolução Francesa em uma mão e 
brandindo um mosquete com baioneta na outra.
O Brasil também tem obras românticas, principalmente na literatura. O princi-
pal nome desse período é José de Alencar, um dos grandes patriarcas da literatura 
brasileira, pelo volume e a mensagem de suas obras, que deu à ficção produzida no 
século XIX um tratamento monumental. José de Alencar foi um escritor romântico 
que enfocou os mais importantes aspectos da nossa realidade: o índio e o branco; 
a cidade e o campo; o sertão e o litoral.
Uma das principais obras românticas de José de Alencar foi O Guarani, que lhe 
deu popularidade ao ser lançado em folhetim. O romance conta a história de amor 
entre o índio Peri e a moça branca Ceci, tendo como cenário o Brasil do século 
XVII. Ele era lido avidamente, até nas ruas, à luz dos lampiões.
10
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O Romantismo se dividiu em três gerações, não nomeadas e não datadas cro-
nologicamente: 
• 1ª geração: as características centrais do romantismo são o nacionalismo, o 
lirismo, o subjetivismo. O sonho de um lado; o exagero, a busca pelo exótico 
e pelo inóspito de outro; 
• 2ª geração: eventualmente também são notados o pessimismo e um certo 
gosto pela morte (o escritor norte-americano Edgar Allan Poe é um exemplo), 
além de religiosidade e naturalismo; 
• 3ª geração: é a fase de transição para outra corrente literária, o Realismo, 
a qual denuncia os vícios e males da sociedade, mesmo que o faça de forma 
enfatizada e irônica, com o intuito de apresentar realidades desconhecidas que 
revelam fragilidades.
Portanto, é aqui que o Romantismo se aproximadesenho etc.), não é a única possibilidade da experiência estética. 
O mundo do Design está ligado ao da estética, mas não necessariamente 
ao da Arte. (BONSIEPE, 1982 apud RIBEIRO, 2014, p. 48)
Importante!
Na própria citação, Bonsiepe menciona que: “O mundo do Design está ligado ao da esté-
tica, mas não necessariamente ao da Arte”. Podemos dizer que essa opinião do autor é 
controversa, pois a própria estética está relacionada à Arte desde os tempos mais remo-
tos. Diversos pensadores usaram a Arte para falar do conceito de estética, como veremos 
mais adiante.
Trocando ideias...
Concluindo, apesar de termos autores que discordam da relação entre Arte e Design, 
existem outros muitos autores, artistas e designers que consideram que o Design está 
muito próximo da Arte, se influenciam. Como exemplo, os autores Rita Ribeiro e 
Camilo Belchior publicaram um livro intitulado “Design & Arte: entre os limites e as 
interseções”, no qual apresentam diversos exemplos e opiniões dessa proximidade.
Como vimos, as primeiras manifestações visuais do homem na Terra já podem 
ser consideradas trabalhos de Design, tanto pela estética como pela técnica e, 
principalmente, pela função que tinham. Mas isso é um assunto que falaremos mais 
adiante no curso. Falando de Arte como um todo…
Definição de Arte e História da Arte
Mesmo sem que saibamos ou não percebamos, estamos cercados por Arte, 
não necessariamente que estamos rodeados de quadros por todos os lados como 
quando vamos a um museu, mas a Arte está presente em nossa vida. Monumentos 
ou mesmo prédios nas ruas têm influência de movimentos artísticos. Mas fica uma 
pergunta: o que é Arte?
Arte é a atividade humana ligada a manifestações de ordem estética, feita por 
artistas a partir de percepção, emoções e ideias. Tem o objetivo de estimular um 
interesse de consciência em um ou mais espectadores, e cada obra de Arte possui 
um significado único e diferente. Como vimos, a Arte é a manifestação de uma per-
cepção, emoção e ideia por parte de um artista. Percepção, pois o artista percebe 
o mundo que o cerca. Emoção, pois esse mundo que o cerca desperta nele algum 
tipo de sentimento. Ideia, pois faz parte da intenção do artista transmitir alguma 
mensagem. Assim como um designer quando desenvolve um trabalho!
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E também como vimos, uma obra de Arte tem o objetivo de despertar interesse 
e diálogo com um espectador. Uma pessoa pode ter uma reação diante de uma 
obra de Arte diferente de outra. A Arte reage ao indivíduo de maneira individual. 
Mas uma obra exposta em um local público pode influenciar a percepção de uma 
pessoa com base na experiência que ela teve ao ter contato com a obra.
Pode-se definir qual a intenção do artista, mas não existe uma regra exata para 
descrever qual o resultado que a sua obra vai gerar. Depende do conteúdo de cada 
espectador e da situação em que o espectador teve acesso à obra de Arte. O re-
sultado da Arte depende da cultura de cada povo, dos valores, dos anseios e da 
subjetividade humana e o resultado pode ser individual ou coletivo.
Um designer quando realiza um trabalho também deve pensar em diversos fatores como a 
cultura e os hábitos das pessoas que irão receber aquele trabalho. Se as escolhas do designer 
não estiverem de acordo com a cultura e os hábitos do espectador, o produto desenvolvido 
pelo designer pode não ser efetivo!
Ex
pl
or
Mencionamos anteriormente que as pinturas rupestres, as primeiras manifesta-
ções visuais do homem na Terra, recebem o nome de Arte Rupestre, além de já 
poderem ser consideradas trabalhos de Design, tanto pela estética como pela téc-
nica e, principalmente, pela função que tinham. A técnica é outro fator importante 
para nós que também se relaciona com a Arte.
Arte é um termo que vem do latim “ars”. Para nos ajudar a traduzir essa palavra, 
podemos buscar a sua equivalente em grego, “tékne”. Ambas as palavras podem 
ser traduzidas como técnica, ou seja, os meios para se criar, fabricar ou produzir 
algo, uma vez que para os gregos, por exemplo, havia a Arte de fazer esculturas e 
pinturas ou mesmo a Arte de fazer sapatos ou navios, ou seja, o domínio das ferra-
mentas e das linguagens para nos auxiliar a realizar um trabalho. Daí se reforça a 
tradução de Arte que vimos como a técnica ou habilidade de se produzir algo. Mais 
uma vez, exatamente como um designer, quando domina os softwares grá-
ficos necessários e tem conhecimento técnico para desenvolver um projeto.
A Arte é um reflexo do ser humano e muitas vezes representa a sua condição 
social e essência de ser pensante. Tanto para quem produz, quanto para quem 
recebe, a Arte se apresenta através de diversas formas como: plástica, música, 
escultura, cinema, teatro, dança, arquitetura, etc. Tanto que pensadores e autores 
decidiram organizar as diferentes formas de Arte em uma lista numerada muito co-
mum nos dias de hoje. Uma lista que não representa necessariamente uma ordem 
cronológica ou de importância, mas que sofreu a inclusão de outras formas de Arte 
que surgiram com a evolução da sociedade:
• 1ª Arte: Música;
• 2ª Arte: Dança/Coreografia;
• 3ª Arte: Pintura;
• 4ª Arte: Escultura/Arquitetura;
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UNIDADE Arte e Design
• 5ª Arte: Teatro;
• 6ª Arte: Literatura;
• 7ª Arte: Cinema;
• 8ª Arte: Fotografia;
• 9ª Arte: Histórias em Quadrinhos;
• 10ª Arte: Jogos de Computador e de Vídeo;
• 11ª Arte: Arte Digital.
É dessa lista que surgiu o termo “A Sétima Arte” como sinônimo do Cinema.
A Arte também se manifesta em grupos, ou seja, formas de Arte que se asseme-
lham e são definidas dentro de áreas mais amplas, por exemplo:
• Artes Plásticas: conjunto de arquitetura, escultura, artes gráficas e artesanato artístico;
• Artes Cênicas: teatro;
• Artes Visuais: representação do real ou do imaginário que tem a visão como 
principal forma de avaliação e apreensão.
Escultura e Artes Gráficas são duas das quatro formas de Artes Plásticas. Será mesmo que o 
Design de Produto, que trabalha com modelagem, e o Design Gráfico, que utiliza elementos 
gráficos em sua elaboração não se relacionam com a Arte?
Ex
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or
Em relação às definições apresentadas anteriormente, é interessante assimilar que 
nem toda forma de Arte Plástica ou Cênica é uma forma de Arte Visual. Isso ocorre 
porque a Arte visual depende exclusivamente do sentido da visão para ser apreendi-
da, ou seja, é necessário que se visualize a obra de Arte. O teatro, por exemplo, pode 
ser frequentado por uma pessoa com deficiência visual, que não necessariamente vê 
a peça de teatro, porém, ainda assim, é uma forma de Arte, a Arte Cênica.
Isso se relaciona com a experiência de uma pessoa ao ter contato com uma 
obra de Arte, como dissemos anteriormente. Uma obra de Arte exposta em um 
local com iluminação ruim ou de difícil acesso, por exemplo, influencia na forma 
como cada pessoa vai reagir àquela obra. Assim como a reação das pessoas ao re-
dor. Portanto, vemos que o conceito de experiência do usuário (user experience), 
muito comum no Design atual, já é estudado e aplicado à Arte há muito tempo.
Com base em tudo o que vimos até aqui, podemos definir que a História da Arte 
é a ciência que estuda os movimentos artísticos, as modificações na valorização 
estética, as obras de Arte e os artistas. Este estudo é feito de acordo com a vertente 
social, política e religiosa da época que é estudada. Várias outras ciências servem 
de auxílio para a História da Arte, como a numismática, paleografia, história, ar-
queologia, etc. Com a História da Arte é possível aprender um pouco sobre o ser 
humano através a evolução das diversas expressões e manifestações artísticas.
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Contudo, vimos algumas vezes até aqui, a palavra estética ligada à Arte. A Arte 
está ligada à estética, porque é considerada uma intenção ou ato pelo qual, traba-
lhando um material físico, uma imagem ou um som, o homem cria beleza ao se 
esforçar por dar expressão ao mundo material ou imaterial que o inspira, ou seja, 
é a tentativa do homem reproduzir algo quedo Neoclassicismo e se co-
necta, por ruptura, com outro movimento literário, e também artístico, da Idade 
Contemporânea, o Realismo.
O Romantismo, que começou como um movi-
mento oposto ao Neoclassicismo, mudou seu 
foco de retratação três vezes com o passar dos 
anos. E quando o Romantismo, por ruptura, 
deu origem ao Realismo, ele já estava com a 
ideologia bem próxima à do Neoclassicismo.
O Realismo foi um movimento artístico e literário surgido nas últimas décadas 
do século XIX, na Europa, mais especificamente na França, em reação ao Roman-
tismo, como comentamos. Entre 1850 e 1900, o Realismo, enquanto movimento 
cultural, predominou na França e se estendeu pela Europa e por outros continen-
tes. Teve como principal influência a industrialização e como característica o retrato 
da realidade e os diversos temas sociais.
Importante!
Como vimos, o Realismo teve como principal influência a industrialização, fruto da Revolu-
ção Industrial. Como falamos na primeira unidade da disciplina, o design, com esse nome e 
definição, surgiu após a Revolução Industrial, e como estudamos nas demais unidades, seria 
no mínimo menosprezo considerar que ele começou “apenas” a partir de 1820, uma vez 
que outros períodos da história da humanidade forneceram influências e referências para 
o que conhecemos hoje como design. Portanto, aqui podemos encerrar o que chamamos a 
partir da segunda unidade de O Design antes do Design, uma vez que já estamos em um 
momento pós-industrial. Aqui começam a surgir movimentos artísticos que influenciaram 
diretamente o design; o mais importante, como vimos, foi perceber que antes mesmo do 
início “oficial” do design, existiram muitas técnicas e práticas que usamos até hoje.
Trocando ideias...
11
UNIDADE Idade Contemporânea
Os integrantes do Realismo repudiaram o que chamaram de artificialidade, 
tanto do Neoclassicismo quanto do Romantismo. Sentiam a necessidade de retratar 
a vida, os problemas e costumes das classes média e baixa, não inspirados em mo-
delos do passado. As ideias do liberalismo e da democracia ganharam mais espaço.
O Realismo se desenvolveu em um momento em que as ciências evoluiram e os 
métodos de experimentação e observação da realidade passaram a ser vistos como 
os únicos capazes de explicar o mundo físico. 
No Brasil, em 1870, iniciaram-se os primeiros sintomas da agitação cultural, sobre-
tudo nas academias de Recife, São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro, devido aos seus con-
tatos frequentes com as grandes cidades europeias. Houve também uma transformação 
no aspecto social com o surgimento da população urbana, a desigualdade econômica e 
o aparecimento do proletariado, e isso se refletiu também na produção artística. 
O Realismo se manifestou em diversas formas de arte, mas, principalmente, na 
literatura, e tem como principais características:
• Oposição ao idealismo romântico, não há envolvimento sentimental;
• Representação mais fiel da realidade;
• Romance como meio de combate e crítica às instituições sociais decadentes – 
como o casamento, por exemplo;
• Análise dos valores burgueses com visão crítica denunciando a hipocrisia e 
corrupção da classe;
• Influência dos métodos experimentais;
• Narrativa minuciosa (com muitos detalhes);
• Personagens analisados psicologicamente.
Quanto aos artistas, podemos destacar Édouard Manet, um artista pivô durante 
o século XIX. Não só o seu trabalho crítico foi de princípios realistas, mas sua arte 
também desempenhou um papel importante no desenvolvimento do Impressionis-
mo, em 1870, como falaremos mais adiante. Sua obra-prima, O piquenique no 
bosque, de 1862/1863, retrata duas mulheres, estando uma nua, e dois homens 
vestidos desfrutando um tipo de piquenique, representando uma crítica aos valores 
da época. Em consonância com os princípios realistas, Manet baseava todas as 
figuras de primeiro plano em pessoas vivendo cenas “corriqueiras”.
No Brasil, destacamos Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de As-
sis, como o marco inaugural do Realismo no país. Como fica explícito no título, quem 
narra as memórias já está morto, o que estabelece um diálogo crítico com a estética 
realista. Noções como verdade, ciência e razão são colocadas em discussão e relativi-
zadas por Brás Cubas. O narrador vê o mundo com ceticismo e desprezo e, dirigindo 
sua crítica ao gênero humano, transforma o próprio leitor em uma das vítimas das 
ironias do livro. A publicação desse romance, em 1881, é precedida pelo formato em 
folhetim da obra, publicado na Revista Brasileira entre março e dezembro de 1880.
Mais precisamente no final do século XIX, temos outro movimento de destaque 
da Idade Contemporânea, o Impressionismo, movimento que transformou a arte do 
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século XX. Baseava-se na observação minunciosa da luz sobre os objetivos artísticos, 
suas variações e como eles poderiam aparecer na tela dos pintores impressionistas.
Surgido na França, em 1874, o Impressionismo foi um movimento artístico que 
passou a explorar, de forma conjunta, a intensidade das cores e a sensibilidade do 
artista. A denominação desse movimento foi dada após a declaração pejorativa 
do crítico de arte francês Louis Leroy ao ver a tela Impressão: nascer do Sol, de 
Claude Monet, um dos principais artistas do movimento.
Como mencionamos, os impressionistas buscavam retratar em suas obras os 
efeitos da luz do Sol sobre a natureza, por isso, quase sempre pintavam ao ar livre. 
A ênfase, portanto, era dada na capacidade da luz solar em modificar todas as cores 
de um ambiente, assim, a retratação de uma imagem mais de uma vez, em horários 
e luminosidades diferentes, era algo normal. O Impressionismo explora os contras-
tes e a claridade das cores, resplandecendo a ideia de felicidade e harmonia. Um 
exemplo disso é a série de telas de Monet para representar a Catedral de Rouen, na 
França, em diferentes horas do dia, todas retratando a igreja de um mesmo ângulo.
Para os impressionistas, os objetos deveriam ser retratados como se estivessem 
totalmente iluminados pelo Sol, valorizando as cores da natureza. Além disso, as 
figuras não deveriam ter contornos nítidos e o preto não era muito utilizado, até as 
sombras deveriam ser luminosas e coloridas. Como dissemos, tinham ênfase nos 
temas da natureza, principalmente de paisagens.
O Impressionismo tem como principais características:
• Uso de técnicas de pintura que valorizam a ação da luz natural;
• Valorização da decomposição das cores;
• Pinceladas soltas buscando os movimentos da cena retratada;
• Uso de efeitos de sombras coloridas e luminosas.
O Impressionismo usa a técnica do pontilhismo, ou seja, quando o artista dá 
pinceladas rápidas na tela, parecendo pontos. E ssa é uma técnica muito usada pe-
los impressionistas por se tratar de uma pintura rápida, muito viável para a propos-
ta de pintar ao ar livre, aproveitando a luminosidade de um determinado momento 
do dia que dura pouco tempo.
São muitos os principais artistas impressionistas, entre eles: Claude Monet, 
Édouard Manet, Pierre-August Renoir, Camile Pissaro, Alfred Sisley, Vincent Van 
Gogh, Edgar Degas, Paul Cézanne, Gustave Caillebotte, Mary Cassatt, Eugène 
Boudin, Berthe Morisot, entre outros.
Importante!
Como vimos acima, são diversos nomes que podem ser citados como grandes figuras do 
Impressionismo. Alguns deles, como Monet, Manet, Renoir, Van Gogh, Degas e Cézanne 
são nomes marcantes da História da Arte. É aqui na Idade Contemporânea, principal-
mente a partir do Impresisonismo, que começam a surgir os grandes nomes da arte que 
permanecem até hoje como referência.
Trocando ideias...
13
UNIDADE Idade Contemporânea
No Brasil, o representante máximo do impressionismo foi Eliseu Visconti, o qual 
teve contato com a obra dos impressionistas europeus e soube transformar as ca-
racterísticas do movimento conforme a cor e a atmosfera luminosa do nosso país.
Como dito, o Impressionismo foi um movimento artístico do final do século XIX que 
apresentou ao mundo diversos artistas,principalmente no início do século XX. Artistas 
impressionistas como Van Gogh, por exemplo, são referência para muitos trabalhos de 
design e da cultura pop, como a animação Com Amor, Van Gogh, de 2017.
O que marca o século XX é a multiplicação de correntes artísticas. É nessa época 
que temos o que nomeamos como Arte Moderna e Arte Contemporânea. Arte 
Moderna é um termo usado para se referir às expressões artísticas surgidas nos 
últimos anos do século XIX e que se estenderam até a metade do século XX; Arte 
Contemporânea, por sua vez, são os movimentos artísticos surgidos a partir da 
segunda metade do século XX, como uma ação de ruptura com a Arte Moderna.
Importante!
Não confunda Idade Contemporânea com Arte Contemporânea! A Idade Contemporâ-
nea, como falamos, é o Período da História em que estamos vivendo atualmente e que se 
iniciou no século XVIII, em 1789, com a Revolução Francesa. A Arte Contemporânea é um 
termo usado para designar os movimentos artísticos que surgiram a partir da segunda 
metade do século XX. Tanto a Arte Moderna quanto a Arte Contemporânea se situam na 
Idade Contemporânea.
Importante!
Arte Moderna
Arte Moderna, como dissemos, é um termo que se refere às expressões artís-
ticas  surgidas no final do século XIX, que se estenderam até a metade do século 
XX. A modernidade é fruto da industrialização, como falamos, portanto, na Arte 
Moderna vê-se a influência da Revolução Industrial, das máquinas a vapor, do au-
mento das velocidades, da fotografia, do cinema, do avião, do estudo da mente, entre 
outros elementos que contribuíram para a mudança do pensamento e das atitudes.
Como resultado da industrialização, a Arte Moderna se voltou para três correntes:
• Estilo: os artistas buscaram o rompimento das regras na busca de um novo 
estilo capaz de expressar a vida moderna;
• Mente: os artistas experimentalistas declararam que o objetivo da arte não era 
o da simples representação do visível, mas a expressão interior da emoção e 
da sensibilidade;
• Função: designers, ilustradores e arquitetos passaram a se preocupar com a 
funcionalidade da arte, sem o descuido da forma, sendo o modo de vida das 
pessoas a maior preocupação.
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Importante!
Se até aqui vimos que a arte forneceu referências para o design; na Arte Moderna, principal-
mente na corrente funcionalista das obras, a arte se aproxima do Design de maneira literal!
Trocando ideias...
Como falamos anteriormente, a multiplicação de correntes artísticas marca a arte 
do século XX. Se nos períodos anteriores existiam poucos movimentos artísticos que 
duravam muito, no século XX, surgiram muitos movimentos artísticos quase que si-
multêneos em um curto período. Dentre os mais importantes desses movimentos da 
Arte Moderna que mencionaremos aqui, podemos destacar: Pós-Impressionismo, 
ainda do final do século XIX; Cubismo, Fauvismo, Expressionismo, Abstracionis-
mo, Futurismo, Dadaísmo e Surrealismo, todos do século XX.
O Pós-impressionismo nada mais é do que um termo usado para descrever as 
últimas obras do impressionismo, sobre as quais falamos anteriormente, e é im-
portante pois serve de conexão entre esse famoso movimento artístico do final do 
século XIX e os movimentos artísticos do século XX, bem como marca o início de 
um dos movimentos mais significativos da Arte Moderna: o Cubismo.
O Cubismo tratava as formas da natureza por meio de figuras geométricas, 
sendo que as representações das imagens não tinham nenhum compromisso
com a aparência real das coisas. Teve como fundadores Georges Braque e Pablo 
Picasso, sendo que o quadro As garotas de Avignon, de 1907, de Picasso, é co-
nhecido como seu marco inicial.
Como falamos anterioromente, o Cubismo 
pode ser relacionado com a pintura egíp-
cia. A obra As garotas de Avignon, de 
Picasso, usa a técnica da assamblage, ou 
seja, uma reunião de elementos e objetos 
sem se preocupar com a coerência, assim 
como os egípcios faziam.
O Fauvismo tem esse nome pois os artistas desse movimento eram chamados 
de fauve, que significa feras, principalmente por suas pinturas agressivas. Agres-
sividade não ncessariamente pelo o que era retratado nas pinturas, mas sim pela 
utilização das cores. O Fauvismo é marcado pela utilização de cores puras, tais 
como as que vêm no tubo de tinta, sem nenhuma mistura. Pinturas que também 
não representam a realidade, sendo que as cores e as figuras são sugestões dos 
artistas. Entre os principais nomes fauvistas, estão André Derain, Othon Friesz e, 
o mais famoso, Henri Matisse.
O Expressionismo nasceu como uma oposição ao Impressionismo, que comen-
tamos ateriormente, e focou mais nas sensações que a arte proporcionava ao es-
pectador, ou seja, o Expressionismo pensava em quem observava a obra, e não na 
impressão do artista como no Impressionismo. Tem como característica principal a 
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UNIDADE Idade Contemporânea
deformação da realidade e a melancolia. Entre os artistas do movimento, podemos 
destacar Ernst Ludwig Kichner e Erich Heckel, porém, o mais famoso foi o norue-
guês Edvard Munch. Sua principal obra é O Grito, que se destaca pela expressão 
das linhas, cores e seres que mostravam as angústias do homem moderno.
O Abstracionismo, por sua vez, surgiu com a tela Composição VII, de Wassily 
Kandinsky. Na pintura abstracionista também não existe relação entre a realidade, 
as cores e formas. Destacamos o próprio Kandinsky como expoente do Abstracio-
nismo e podemos mencionar também os artistas russos Mikhail Larionov, Natália 
Gontcharova e Vladimir Tatlin, que estudaram com Kandinsky na Bauhaus, na 
Alemanha, levaram a abstração para a Rússia e ajudaram a desenvolver o Constru-
tivismo russo, movimento do início do século XX muito associado ao Design.
O Futurismo é um estilo influenciado pelo movimento literário Manifesto Fu-
turista, de Fillippo Tommaso Marinetti, e retrata uma sugestão à velocidade das 
máquinas e como exaltação ao futuro. Para os futuristas, os artistas de outros mo-
vimentos não tinham nenhuma visão de futuro. Podemos mencionar artistas como 
Luigi Russolo, Carolo Carrà, Gino Severini e Umberto Boccioni.
Um dos mais fascinantes movimentos artísticos da Arte Moderna é o Dadaísmo. 
Nasceu por artistas franceses e alemães em oposição à Primeira Guerra Mundial. 
A principal crítica dos artistas é que a Guerra não tinha nada a acrescentar à humani-
dade, a Guerra não significava nada, portanto, criaram uma arte que não significava 
nada. O próprio nome dada significa cavalo de pau, ou seja, o próprio nome retrata 
a essência do movimento, não tem relação ou significado nenhum com a obra. Tem 
como principal característica os elementos que fugiam do racional e eram combi-
nados por acaso. Os artistas negavam sua cultura e representavam um protesto. 
A colagem presente nas obras representava a desordem que a Europa vivia na época. 
Os principais artistas são Francis Picabia, Man Ray e Marcel Duchamp.
O Dadaísmo deu origem a outro movimento artístico, o Surrealismo. Nesse es-
tilo, as obras eram representações ilógicas do subconsciente, como imagens vistas 
em sonhos ou alucinações. Podiam também representar aspectos da realidade em 
excesso, com elementos inexistentes. Dois dos principais nomes do Surrealismo 
são Salvador Dalí e Joan Miró.
O Brasil também acompanhou as tendências da Arte Moderna. A Semana de 
Arte Moderna, também chamada de Semana de 22, ocorreu em São Paulo, entre 
os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal da cidade. O evento 
contou com o apoio do governador do estado de São Paulo na época, Washington 
Luís, para conseguir patrocínio para trazer os artistas do Rio de Janeiro, Plínio 
Salgado e Menotti Del Picchia. Cada dia da semana trabalhou um aspecto cultu-
ral: pintura, escultura, poesia, literatura e música. O evento marcou o início do mo-
dernismo no Brasil e tornou-se referência cultural do século XX.
Como dissemos, a Arte Moderna e seus principais movimentos artísticos acon-
teceram até a metade do século XX. A partir do fim da SegundaGuerra Mundial, 
em 1945, surgiu o que chamamos de Arte Contemporânea.
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Arte Contemporânea
Depois da guerra, os artistas mostraram-se voltados a verdades do incons-
ciente e interessados na reconstrução da sociedade. E essa recosntrução tam-
bém se refletiu na arte, mais especificamente nos movimentos artísticos da 
Arte Contemporânea, que se caracterizaram pela constante experimentação de 
novas técnicas.
A Arte Contemporânea se mostrou mais evidente a partir da década de 1960 e 
se refletiu no estilo de vida da sociedade pós-guerra, se difundindo no cinema, na 
moda, na televisão e na literatura. A Arte Contemporânea se caracteriza também 
pela liberdade de atuação do artista, que não tem mais compromissos institucio-
nais que o limitem, portanto, pode exercer seu  trabalho sem se preocupar em 
enserir em suas obras um determinado cunho religioso ou político, é a arte do 
questionamento.
Os artistas passam a questionar a própria linguagem artística, a imagem em si, 
a qual subitamente dominou o dia a dia do mundo contemporâneo. O criador se 
volta para a crítica de sua mesma obra e do material de que se vale para concebê-la.
Na Arte Contemporânea, podemos mencionar movimentos extremamente 
atuais, como o graffiti, a arte conceitual, a arte digital e arte interativa, esses dois 
últimos, que sempre usaram e usam cada vez mais as tecnologias disponíveis, por-
tanto, são movimentos artísticos próximos de nossa época; muitos deles estão em 
desenvolvimento neste exato momento.
Contudo, destacamos aqui dois movimentos extremamente importantes pelo 
que representaram e representam até hoje: a Pop Art e a Land Art. 
Diz-se que a Pop Art é o marco de passagem da modernidade, fruto da indus-
trialização dos séculos XVIII e XIX, para a pós-modernidade da metade final do 
século XX na cultura ocidental, sendo que os artistas retratavam o dia a dia das 
grandes cidades. O tema desse movimento é formado por símbolos da grande mas-
sa consumidora, ou seja, retrata o consumo do capitalismo por parte da sociedade. 
Os principais nomes da Pop Art são Andy Warhol e Roy Lichtenstein.
A Land Art, por fim, é o tipo de arte em que o terreno natural, em vez de pro-
ver o ambiente para uma obra, é ele próprio trabalhado de modo a interagir com 
a obra. Pelas suas características, não é exposta em museus ou galerias – exceto 
por fotografias. Dentre os nomes mais expressivos estão o brasileiro Vik Muniz e 
Robert Smithson.
Falar sobre Arte Contemporânea é falar sobre a constante renovação da arte. 
Como falamos anteriormente, nós estamos vivendo a Idade Contemporânea, assim 
como os movimentos artísticos que surgem atualmente e que fazem parte da Arte 
Contemporânea, portanto, nós estamos vendo e vivendo, em tempo real, a Histó-
ria da Arte e do design sendo escrita.
17
UNIDADE Idade Contemporânea
Importante!
Como tratado e visto no decorrer de nossas unidades, o que é mais importante destacar 
em relação aos movimentos artísticos é que eles sempre se conectam uns aos outros por 
influência ou por ruptura – mesmo que tenham demorado muitos anos, talvez até muitos 
séculos, para tal. Sempre existiram movimentos artísticos que foram inspirados por outros 
ou surgiram de manifestações artísticas que quiseram romper completamente com o que 
foi feito, e isso continuará. Sempre existirá a influência e a ruptura. Isso acontece porque 
os movimentos artísticos, desde a Pré-História até a Arte Contemporânea, sempre foram e 
sempre serão influência para quaisquer profissionais, entre eles, os designers.
Os movimentos artísticos que mencionamos nesta disciplina podem até ter uma data de 
surgimento, porém, não têm data de encerramento, ou seja, eles não tiveram seu fim. Hoje 
um artista pode não somente se inspirar em um movimento cultural de centenas ou milha-
res de anos atrás, ele pode reproduzir essa arte. A evolução dos movimentos artísticos é o 
espelho do pensamento humano nos diversos momentos da sociedade. São manifestações 
do ser humano que sempre se renovam, por isso, o homem sempre produziu arte e sempre 
produzirá arte e design.
Em Síntese
Na vieoaula desta unidade, você vai encontrar um conteúdo exclusivo para aprimorar ainda 
mais os seus estudos. Assista!Ex
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Como sabemos, a Idade Contemporânea começou em 1789, no século XVIII, com a 
Revolução Francesa, e se extende até os dias atuais, no século XXI. Dentro da Idade 
Contemporânea, temos a Arte Moderna, que define os movimentos artísticos surgi-
dos das últimas décadas do século XIX, até meados do século XX, aproximadamente, 
1940; e a Arte Contemporânea, que define os movimentos artísticos surgidos a partir 
de 1945 até os dias atuais.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Arte Moderna: do Iluminismo aos movimentos contemporâneos
ARGAN, G. C. Arte Moderna: do Iluminismo aos movimentos contemporâneos. São 
Paulo: Companhia das Letras, 1992.
A história da arte
GOMBRICH, E. H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
 Filmes
Com Amor, Van Gogh
Uma animação produzida inteiramente no estilo do pintor holandês.
Meia-Noite em Paris
Filme que mostra a efervescência de artistas e movimentos artísticos da Arte Moderna.
19
UNIDADE Idade Contemporânea
Referências
ARCHER, M. Arte Contemporânea: uma história concisa. São Paulo: Martins 
Fontes, 2001.
GOMBRICH, E. H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
PETRINI, C. D. R. Legenda Cinética: tipografia em movimento e traduções nar-
rativas. São Paulo: Gênio Criador, 2018.
STANGOS, N. Conceitos da Arte Moderna. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1994.
20considere belo, manipulando materiais 
através das técnicas que tem. Os conceitos de beleza e belo se relacionam com a 
estética, que veremos a seguir.
Estudo da Estética
A própria Filosofia sempre tentou estudar a Arte de diferentes maneiras. A Arte 
já foi definida como intuição, expressão, projeção, sublimação, evasão, etc. Por 
exemplo: Aristóteles definiu a Arte como uma imitação da realidade; já Bergson 
ou Proust a veem como a exacerbação da condição atípica inerente à realidade; 
enquanto Kant considera que a Arte é uma manifestação que produz uma “satis-
fação desinteressada”. São definições diferentes, porém, elas se assemelham ao 
relacionar a Arte à estética.
Como vimos anteriormente, a estética é a tentativa do homem em reprodu-
zir o que é belo, contudo, não é “apenas” isso, não é tão simples assim definir
a estética, pois ela é completamente subjetiva.
Estética vem do grego “aisthetiké”, que significa conhecimento sensorial, expe-
riência sensível, sensibilidade. Portanto, refere-se a tudo aquilo que pode ser per-
cebido pelos sentidos, não somente da visão como vimos em Arte visual, mas por 
todos os sentidos. Essa, inclusive, foi a definição de estética de Kant como o estudo 
das condições da percepção pelos sentidos. Até então, a estética era relacionada 
somente ao quê uma experiência sensorial causa no homem, sem nenhuma relação 
com a Arte. Foi Alexander Baumgarten quem utilizou o termo estética pela primei-
ra vez no sentido de teoria do belo e das suas manifestações através da Arte. Não 
necessariamente sobre uma obra de Arte ser bela ou não, mas sobre o efeito que 
ela causa em um expectador. Se uma obra de Arte é agradável ou não, de acordo 
com a cultura e os valores de cada um.
Tentar definir com exatidão o conceito de beleza é uma das maiores discussões 
da filosofia. Alguns pensadores se dedicaram à investigação do que é a beleza e 
houve uma divisão nos pensamentos quanto a essa questão. Para uns, a beleza é 
algo que está objetivamente nas coisas. Para outros, a beleza é apenas um juízo 
subjetivo, pessoal e intransferível a respeito das coisas.
Para os filósofos idealistas, a beleza é algo que existe em si mesma, por exem-
plo, para Platão a beleza seria uma forma ideal que subsistiria por si mesma, como 
um modelo, no mundo das ideias. Para os filósofos materialistas-empiristas (como 
Hume), a beleza não está propriamente nos objetos, mas depende do gosto de cada 
um, da maneira como cada pessoa vê e valoriza o objeto. Esta última definição dos 
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UNIDADE Arte e Design
filósofos materialistas-empiristas é mais aceita atualmente. A beleza é um estado de 
espírito, é uma reação causada no ser humano e, novamente, pode ser individual (o 
que é belo para um, pode não ser para o outro) ou coletiva (depende da experiência 
que o espectador terá em conjunto com outras pessoas).
A beleza depende de uma série de julgamentos feitos pelo ser humano em uma 
fração de segundos, são eles:
• Juízo de Fato: dizer o que são as coisas;
• Juízo de Valor: julgar se determinada coisa é boa, ruim, agradável, bonita, 
feia, etc.;
• Juízo Moral: se algo faz bem ou mal de acordo com valores;
• Juízo Estético: julgamos se algum objeto, algum acontecimento, alguma pes-
soa ou algum outro ser é belo de acordo com nossos gostos.
O pensador Hegel, por sua vez, deu uma interessante contribuição em relação 
ao estudo da estética, quando interpretou a questão da beleza sob uma perspectiva 
histórica. Para ele, o relativo consenso acerca de quais são as coisas belas mostra 
apenas que o entendimento do que é belo depende do momento histórico e do 
desenvolvimento cultural. Esses dois fatores determinariam uma visão de mundo, a 
partir da qual algumas coisas seriam consideradas belas e outras não.
Isso explica o fato de movimentos artísticos ou obras de Arte serem bem aceitos 
apenas muitos anos depois de quando foram originalmente desenvolvidos. O mun-
do muda e o momento em que vivemos nos permite ver de maneira mais agradável 
um movimento artístico ou uma obra de Arte do que antes.
Para Hegel, a beleza artística não diz respeito apenas à sensação de prazer que 
determinada obra possa proporcionar, mas à capacidade que ela tem de sintetizar 
um dado conteúdo cultural de um momento histórico. A Arte não é apenas fruição, 
mas tem como função mostrar, de modo sensível, a evolução espiritual dos homens 
ao longo da história.
Essa discussão sobre o belo na sociedade levou a algumas convenções universais 
que não necessariamente representam uma verdade absoluta, mas se relacionam 
com a ideia dos valores que comentamos anteriormente. A primeira delas é a con-
venção de que “o que é belo é bom”. Muitas especulações tomaram o rumo de 
associar o belo ao bom, entrelaçando os campos filosóficos da estética e da ética. 
Sócrates e Platão já diziam que o que é bom é belo, e o que é belo é bom. A se-
gunda convenção criada relaciona o belo à educação, ou seja, a educação estética. 
Também se verifica um entrelaçamento entre estética e ética quando se constata 
que o belo pode despertar o bom no indivíduo e que por isso, deve fazer parte de 
sua educação. E por fim, a beleza também está muito associada à cultura de massa 
e é explorada pelo marketing. De acordo com Adorno, a Arte e os bens culturais 
estão submetidos aos interesses do mercado e, dessa forma, não passam de negó-
cios, como qualquer outro produto. A indústria de lazer e divertimento investe em 
determinados produtos culturais que agradam às massas de forma imediata.
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A estética, como vimos, pretende alcançar um tipo específico de conhecimento: 
aquele que é captado pelos sentidos. De uma forma geral, belo é algo que nos agra-
da, que nos satisfaz os sentidos, que nos proporciona prazer sensível e espiritual.
Por todos esses motivos que citamos, podemos dizer que a beleza é subjetiva. 
O que é belo para alguns pode não ser para outros. Tudo depende da cultura, dos 
valores e dos hábitos de cada indivíduo ou do grupo ou momento em que esse indi-
víduo está inserido. Por exemplo, no Brasil, um país ocidental, um movimento ar-
tístico ou uma obra de Arte pode ser mais bem aceita, ou mais bela, que no Japão, 
um país oriental, com uma cultura diferente.
É nesse sentido que a estética se relaciona com a Arte, pois esta tende a prender 
o espectador também pelos sentidos e na experiência ao ver uma obra. A estética 
parte da experiência sensorial, da sensação, da percepção sensível, para chegar a 
um resultado que não apresenta a mesma clareza e distinção da lógica e da mate-
mática. Seu principal objeto de investigação é o fenômeno artístico que se traduz 
na obra de Arte ou numa peça de comunicação. Portanto, a estética (a representa-
ção subjetiva do belo) é uma sensação causada no espectador, pode estar presente 
em qualquer tipo de Arte (ou qualquer coisa).
O escritor Ferreira Gullar disse que: “a Arte existe porque a vida não basta”. 
O importante, é que a Arte e a estética sempre estimularam o debate e estimula-
ram, por consequência, a própria Arte e estética.
Como dissemos anteriormente, estamos cercados por Arte diariamente, não 
apenas nas obras de Arte presentes pela cidade ou nos museus. No Design tam-
bém. Os movimentos artísticos são referência para quem trabalha com Design, 
em qualquer segmento, assim como você pode conferir em alguns itens descritos 
no Material Complementar. Aproveito a oportunidade para reforçar a necessidade 
de você estar sempre atento para o que está ao seu redor e assim como apresen-
tamos aqui, estar aberto a diferentes pontos de vista. Isso será importante para a 
sua formação de repertório e para os seus trabalhos. É muito comum pensar que 
o Design surgiu “recentemente”, porém, assim como vimos, o conceito de Design 
está implícito desde as pinturas rupestres, portanto, o Design e a História da Arte 
estão intimamente relacionados desde o início. O início é a Pré-História, tema que 
abre nossa próxima unidade!
Assista à videoaula desta unidade. Lá, são mostrados exemplosque irão complementar seus 
estudos e seus conhecimentos!Ex
pl
or
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UNIDADE Arte e Design
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
A história da arte
GOMBRICH, E. H. A história da arte. Tradução: Álvaro Cabral – Rio de Janeiro: 
LTC, 2008.
 Vídeos
PIXO
Preview do documentário Pixo que aborda o conceito sobre Arte e Estética.
https://youtu.be/TtlRZdLGi3I
Arte Cubista
Vídeo intitulado Arte Cubista, do grupo de humor Porta dos Fundos, com referência 
sobre arte abstrata e também sobre o conceito de Arte e Estética.
https://youtu.be/kxethi3ufcM
Alkaline Trio – "I Wanna Be A Warhol"
Videoclipe da música I Wanna Be A Warhol, da banda Alkaline Trio, com diversas 
referências do artista Andy Warhol, importante nome da Pop Art.
https://youtu.be/7trRQX0XP9k
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17
Referências
BONSIEPE, G. Design: do material ao digital. Trad. Cláudio Dutra. Florianópolis: 
FIESC/IEL, 1997.
LAS-CASAS, L. F. CineDesign: typography and graphics Design in motion pic-
tures – the AMPAS awards 1927 to 2004 – best pictures. Doctor of Philosophy in 
The Steinhardt School of Education. Art Education Program. New York: New York 
University, 2006.
PETRINI, C. D. R. Legenda Cinética: tipografia em movimento e traduções nar-
rativas. São Paulo: Gênio Criador, 2018.
RIBEIRO, R. A. C. Design & Arte: entre os limites e as interseções / Rita A. C. 
Ribeiro & Camilo Belchior; assistente de pesquisa Pamilla Vilas Boas; coordenação 
gráfica Clãudio Valentin. 1. Ed. Contagem, MG: Ed. do Autor, 2014.
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Teoria e História 
da Arte e do Design
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Christian David Rizzato Petrini
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Natalia Conti
O Design Antes do Design: Pré-História e Arte Egípcia
• Introdução;
• Pré-História;
• Arte Egípcia na Antiguidade.
• Estudar a relação e a infl uência que a Arte pré-histórica e a Arte do Egito antigo tiveram 
para as civilizações e os movimentos artísticos posteriores, e têm para a função e atuação 
do designer contemporâneo. 
OBJETIVO DE APRENDIZADO
O Design Antes do Design: 
Pré-História e Arte Egípcia
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de 
aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE O Design Antes do Design: Pré-História e Arte Egípcia
Introdução
Anteriormente, definimos a relação entre a Arte e a História da Arte com o 
Design e apresentamos conteúdo teórico sobre como a Arte e a Estética influen-
ciam nesta relação. Vimos também que conhecer os diferentes movimentos artísti-
cos oferece fundamentação para a atuação do designer na realização dos trabalhos.
A Arte e a Estética estão relacionadas com o Design, tanto na Arte quanto no 
Design, quando usamos conceitos de movimentos artísticos em um produto ou 
uma peça gráfica criada por nós, assim como buscamos agradar visualmente o con-
sumidor ou usuário fazendo com que esse produto ou peça gráfica seja bela para 
este consumidor. E, como vimos, a beleza é formada por conceitos subjetivos que 
dependem de diversos fatores, a cultura da época, o conhecimento individual, etc.
Agora, começaremos um breve passeio por alguns milênios de experimenta-
ções que influenciam a função de um designer. Começaremos nossa trajetória por 
milhares e milhares de anos de manifestações artísticas, pelo que é considerado o 
período mais criativo do homem na terra, a Pré-História.
Isso mesmo! Mesmo antes do Design “oficial”, o homem já produzia Design. 
É o que chamaremos de “O Design antes do Design”, já que, conforme mencio-
namos anteriormente, a prática do Design, com este nome e características que 
conhecemos, só surgiu após a Revolução Industrial, em meados de 1820. Porém, 
é inegável que já podemos ver elementos de Design em movimentos artísticos sur-
gidos muito antes disso. Isso se reforça com o conceito da Arte como técnica, logo, 
muito relacionada com o Design.
Um exemplo, como também já comentamos, são as pinturas rupestres nas ca-
vernas, da época da Pré-História, o primeiro vestígio da relação entre o Design e a 
História da Arte, que já podem ser consideradas uma forma primitiva de Comuni-
cação e Design, uma vez que têm cunho utilitário, ou seja, tinham uma função de 
transmitir para outros uma informação necessária, usando a técnica mais adequada 
possível para que essa mensagem fosse mais clara. Mas essa é somente uma das 
relações, vamos estudar essa influência de maneira mais ampla.
Pré-História
Os primeiros registros artísticos da humanidade surgem na Pré-História. Trata-se 
do período mais longo da existência humana na Terra. Denominado de maneira 
imprecisa como Pré-História, pois existiram muitas divergências quanto a esse pe-
ríodo. Mas como o consenso define a Pré-História?
A Pré-História se define pelo período da existência do homem em que não se 
têm registros escritos, ou seja, não há fontes primárias de escritas. Por isso, no 
momento em que surge a escrita, ou aparecem os primeiros vestígios de escrita, 
termina a Pré-História.
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Para estudar a Pré-História, usamos os parentes consanguíneos da escrita, como 
por exemplo, as pinturas nas paredes das cavernas, as já mencionadas pinturas 
rupestres. Elas são tão importantes, que o escritor francês Georges Bataille disse 
que “as pinturas rupestres são os signos mais visíveis da nossa presença na Terra”.
Apesar de transmitirem uma mensagem, não sabemos ao certo a sua finalidade, 
mas o próximo, ou seja, uma pessoa que via aquela pintura, entendia a mensagem 
a que se propunha. O fato de não sabermos com certeza qual a finalidade das pin-
turas rupestres faz com que muitos pesquisadores não as considerem como uma 
forma de Arte. Porém, como falamos acima, a Pré-História é considerada o mais 
criativo período da história humana na Terra e a grande maioria dos historiadores 
vê as pinturas rupestres como a mais primitiva forma de Arte, além da forma mais 
primitiva de Comunicação e Design, pois usam as pinturas rupestres para transmi-
tir uma informação: lugar bom para caça, lugar que tem um dono, homenagem ao 
animal, cunho “religioso”, etc.
Existem vestígios de Arte pré-histórica em todo o mundo, porém, os mais con-
sideráveis ficam na região dos Pirineus, uma cadeia de montanhas que divide a 
Espanha e a França.
É naFrança, na região dos Pirineus, onde fica a caverna de Lascaux, até hoje 
considerada a maior descoberta pré-histórica, pela representatividade que teve na 
época de sua descoberta e tem até hoje.
Foi descoberta em 1940, porém, suas pinturas datam de 17.000 a 15.500 a.C., 
e para termos uma noção da sua importância, o espanhol Pablo Picasso, um 
dos mais renomados pintores da História, por exemplo, quando visitou Lascaux, 
disse que “a impressão que eu tive é que nós não criamos nada”. Essa visita de 
Picasso à Lascaux o influenciou como artista, pois usa uma imagem rupestre e 
a desconstrói.
Como dissemos, existem registros de pinturas pré-históricas no mundo todo, 
inclusive no Brasil. O Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, é o maior 
registro de pinturas rupestres do mundo, com mais de 33.000 unidades. É o maior 
registro, mas não o mais antigo, já que foi descoberto na década de 1970.
A Pré-História é considerada o período mais criativo da existência do homem na 
Terra, pois foi a época em que apareceram as grandes realizações do homem (antes 
da escrita). Animais domesticados, consumo de vegetais, cerâmica, tecelagem, etc, 
além da comunicação, através das já mencionadas pinturas rupestres.
Importante!
Entre as descobertas do homem na Pré-História, fazendo uma relação com a atuação de 
um designer, das mais importantes estão a descoberta e o domínio das ferramentas para 
a realização das pinturas, além do estudo do espaço onde as pinturas eram feitas, como 
veremos a seguir.
Importante!
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UNIDADE O Design Antes do Design: Pré-História e Arte Egípcia
Até hoje, a Arte pré-histórica influencia. Podemos e devemos dialogar com essa 
forma de Arte. A noção de ilustração e de pintura já vem desde a Pré-História e 
tem qualidades artísticas impressionantes, além da experimentação para descobrir 
formas de reprodução.
O artista pré-histórico pode ter começado a produzir Arte em cavernas por puro 
acaso. A mão suja de sangue quando ele encosta na parede deixa marcada sua 
mão. O mais impressionante acontece quando o homem se dá conta de que pode 
manipular alguns pigmentos para reproduzir a realidade. Aí começa o esforço de 
se comunicar, ele toma consciência de um poder de criação, diferente dos outros 
animais, tanto que Aristóteles disse: “o que difere os homens dos animais é que os 
homens são artistas”.
Esses estudos e o domínio da técnica levaram a diferentes formas de repro-
dução. De um acaso também surgiu a técnica do sopro, por exemplo. Quando 
se colocava a mão na frente da parede e se assoprava um pigmento que estava 
dentro de um “canudo”. O home pré-histórico percebeu que dentro dos ossinhos 
ocos das aves poderia ser inserido um pigmento e esse “canudo” poderia ser 
soprado. Foi a descoberta dessa ferramentaque deu origem à técnica do sopro. 
Na Argentina, mais precisamente na Patagônia, existe a Cueva de Las Manos, a 
caverna das mãos, com pinturas que datam de 9.000 a.C. e que apresentam essa 
técnica do sopro.
Essa técnica do sopro pode ser vista também em outros sítios pré-históricos 
espalhados pelo mundo. Em pinturas na Caverna de Altamira, na Espanha, essa 
técnica do sopro foi utilizada para mostrar a domesticação de animais por parte 
dos homens pré-históricos, ou seja, para demonstrar a ação do homem sobre os 
animais. Em algumas pinturas rupestres, próximo aos animais, sobre a imagem de 
um animal, existem mãos gravadas pela técnica do sopro.
Essa representação da mão sobre o animal foi interpretada pelos historiadores 
como marca dessa domesticação, como mencionado, aquela mão está ali para 
mostrar uma ação dominante do homem sobre o animal. Além disso, o homem 
pré-histórico era caçador, portanto, existe intenção em uma pintura rupestre.
Outra interpretação dos historiadores sobre as pinturas rupestres de animais 
tinha um cunho “religioso”. Alguns pesquisadores acreditam que eles reproduziam 
a imagem do animal morto como uma forma de homenagem e de apropriação da 
força do animal. Acreditavam que o animal tinha um espírito e, ao pintá-lo na pa-
rede da caverna, ele se reconciliava com o mesmo, após a sua dominação. Matava 
o animal para consumo ou para defesa, mas demonstrava seu resteito por ele, dei-
xando sua imagem representada na parede de uma caverna, ou seja, para manter 
“vivo” o seu espírito.
Usamos o termo religioso entre aspas, pois naquela época, não existia a religião 
como hoje conhecemos, existia uma crença. Para o homem pré-histórico, essa 
ação era uma crença, ou seja, algo em que ele acreditava.
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É interessante refletir que essa intenção “religiosa” que o homem pré-histórico tinha, ao 
desenhar um animal na caverna, o levou a aprimorar as técnicas de reprodução para que o 
desenho ficasse o mais realista e anatômico possível, e o animal pudesse ser homenageado 
da maneira mais nobre possível.
Ex
pl
or
Mas fica uma pergunta no ar. Se não se sabe ao certo, qual a intenção do ho-
mem pré-histórico ao desenhar uma imagem na parede de uma caverna, como os 
historiadores concluem que as imagens representavam domesticação ou tinham 
uma intenção “religiosa”?
Os pesquisadores concluíram que o homem pré-histórico pensava dessa 
maneira, pois muitos de nós pensamos assim, até hoje! Estendemos isso ao 
homem pré-histórico, pois existem homens, nos dias de hoje, que reagem assim. 
Esse é um método usado para se estudar a pré-história, se alguns homens atuais 
têm a tendência a pensar assim, eles também teriam.
Não necessariamente sob o ponto de vista “religioso” ou mesmo de dominação, 
mas de termos respeito por uma imagem. O homem pré-histórico, assim como 
muitos de nós, atribuia sentidos “mágicos” a uma imagem.
O autor Ernst Gombrich tem a seguinte teoria para entendermos esta aborda-
gem: como você se sente quando vê alguém com uma foto sua nas mãos e essa 
pessoa corta a sua cabeça na foto? Isso é agradável para você?
Caso você tenha respondido que não se sente bem e que não é agradável para 
você, isso significa o sentido “mágico” que damos para uma imagem, ou melhor, te-
mos respeito pelas imagens. É interessante refletir que essa intenção “religiosa” que o 
homem pré-histórico tinha, ao desenhar um animal na caverna, o levou a aprimorar 
as técnicas de reprodução para que o desenho ficasse o mais realista e anatômico 
possível, e o animal pudesse ser homenageado da maneira mais nobre possível.
Como dissemos, isso acontece para algumas pessoas, portanto, pode não ser uma unanimi-
dade. Mas pense sobre alguma coisa que você goste muito e como você reage a uma repre-
sentação visual deste seu gosto pessoal.
Ex
pl
or
Falando de uma maneira mais técnica, o que podemos concluir da Arte pré-
-histórica, e que podemos levar para nossa realidade, é a alta técnica de reprodu-
ção. O homem pré-histórico tinha um alto domínio do material e conhecimento 
dos pigmentos usados. Ele usava pigmentos encontrados na natureza, usava a 
madeira queimada, o carvão, o sangue de um animal, visando o uso de diferentes 
cores na representação.
Adquiriu o conhecimento de usar gordura animal como aglutinante, um pó era 
misturado com a gordura do animal para produzir uma tinta.
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UNIDADE O Design Antes do Design: Pré-História e Arte Egípcia
Tinha domínio também das ferramentas utilizadas. Primeiramente, usava os de-
dos e as mãos, depois, começou a desenvolver outras ferramentas como pincéis de 
pêlos de animais para pintar detalhes pequenos e o couro do animal como flanela 
embebida no pigmento para preencher grandes áreas da parede.
Tinha impressionantes noções de relevo, usando a própria caverna em favor 
da representação, assim como a luz que entrava nela. Ou seja, tinha conhecimen-
to também da utilização de sombra e da luminosidade para representação em 
locais específicos.
Outro ponto interessante em relação ao espaço físico das cavernas, também está 
relacionado ao cunho “religioso” que mencionamos anteriormente. Existem pintu-
ras rupestres deixadas nos pontos mais profundos das cavernas. Isso acontece pois, 
como vimos,uma das intenções do homem pré-histórico ao representar um animal 
morto, era para homenageá-lo, ou seja, deixar “vivo” seu espírito, através daquela 
imagem. Mas ao mesmo tempo, o homem pré-histórico temia e respeitava esse 
animal, em virtude da dificuldade que teve para abatê-lo, por isso, o deixava “vivo” 
através da sua imagem, porém, num local profundo, para dificultar que ele saísse. 
Também contaram com a sorte para que essas reproduções ficassem conser-
vadas por tanto tempo. Muitas cavernas passaram milhares de anos inacessíveis e 
com suas entradas obstruídas. Essa dificuldade no acesso de pessoas e mesmo de 
elementos da natureza, como água, vento e luz, fizeram com que as imagens ficas-
sem preservadas por tanto tempo.
Além disso, tinham enorme conhecimento dos animais. A utilização das cores e 
dessas noções teve uma finalidade específica, a intenção de passar de uma imagem 
figurativa para uma imagem cada vez mais realista. É o que podemos chamar de 
naturalismo anatômico dos animais.
Importante!
O homem pré-histórico foi extremamente criativo, pois mesmo vivendo em condições 
hostis e sem conhecimento prévio, ele desenvolveu muitas técnicas de reprodução que 
usamos até hoje e muitos hábitos que temos nos dias atuais.
Em Síntese
Como dissemos anteriormente, existem correntes de pensamento que são con-
tra a nomeação de Arte às imagens pré-históricas, pois não se sabe com 100% de 
certeza qual a intenção dos artistas, porém, as técnicas utilizadas e a representativi-
dade que elas têm na evolução das Artes fizeram com que a Pré-História fosse vista 
como um período também artístico, por grande parte de pesquisadores e artistas.
A Pré-História é importante para os períodos históricos e movimentos artísticos 
posteriores, pois, além de deixar uma herança nas técnicas de reprodução, tam-
bém foram a base para outro importante acontecimento, que inclusive acabou com 
a própria Pré-História. A passagem de uma imagem figurativa para uma imagem 
realista foi o que motivou a criação da escrita. O desenvolvimento da escrita está 
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diretamente relacionado às pinturas rupestres, ou seja, a origem de cada letra tem 
influência direta em pinturas rupestres.
A escrita começou na Mesopotâmia, às margens do Rio Nilo, em aproximada-
mente 4.000 a.C. e é considerada a maior revolução da humanidade, a ponto de 
determinar o fim de uma era, como mencionamos no início deste material, o fim 
da Pré-História.
A descoberta da escrita determinou o início da Antiguidade e a primeira forma 
de Arte da Antiguidade de que falaremos, a Arte egípcia!
Arte Egípcia na Antiguidade
Como falamos, a escrita começou na Mesopotâmia, onde hoje é a região do 
Egito e do Iraque, às margens do Rio Nilo, em aproximadamente 4.000 a.C., criada 
principalmente para registrar as transações comerciais entre as civilizações que vi-
viam às margens do rio. Também como vimos, é considerada a maior revolução da 
humanidade e foi responsável por acabar com a era pré-histórica, ou seja, a partir 
do momento em que começam a ter registros escritos do pensamento humano, 
começa o que chamamos de História, mais precisamente, começa a Antiguidade.
Uma significativa descoberta como essa merece uma descrição mais adequada. 
Escrita é o sistema que utiliza signos para expressar graficamente em um su-
porte o pensamento humano. O filósofo e teórico canadense Marshall McLuhan, 
no livro A Galáxia de Gutenberg, de 1972, define que: “a assimilação e interiori-
zação da tecnologia do alfabeto fonético translada o homem do mundo mágico da 
audição para o mundo neutro da visão”.
A primeira grande civilização que explorou a escrita foi a egípcia. A escrita era 
de extrema importância para o Egito, pois era o registro de cálculos de comércio, 
porém, com o tempo, tudo passou a ser registrado através da escrita: receita da 
cerveja, como se cultivava a uva, como se produzia o vinho, etc. As “letras” do 
início da escrita passaram por um processo de concretismo, saindo de um uni-
verso figurativo.
Mas de que forma uma letra egípcia, uma escrita pictórica, influenciada pelas 
pinturas rupestres, reproduzida através de símbolos, influenciou o alfabeto que co-
nhecemos hoje?
Alguns símbolos egípcios (mesmo os que não eram hieróglifos tradicionais) 
passaram de civilização para civilização e sofreram modificações em sua forma. 
Ou seja, do Egito Antigo até o Grego Primitivo, passando por civilizações como 
Sinai e Fenícia, as letras sofreram modificações em sua forma, mas todas começa-
ram com base nas pinturas rupestres.
A forma escrita para a letra “A” que conhecemos evoluiu de uma linguagem 
pictórica do Egito antigo (uma figura rupestre representando um boi), passando por 
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UNIDADE O Design Antes do Design: Pré-História e Arte Egípcia
uma simplificação no Sinai, até um símbolo similar à letra “A” na horizontal usado 
na Fenícia. Com o passar dos anos, ainda com a evolução da escrita, o símbolo 
fenício foi rotacionado na Grécia antiga, até chegar à letra “Alfa”, que também sig-
nificava a palavra “boi”.
Essa é a base para o alfabeto romano, que usamos atualmente e que falare-
mos mais adiante neste curso. É a base para o que filósofo e teórico canadense 
Marshall McLuhan chama de alfabeto fonético (também conhecido como sistema 
acrofônico). Segundo ele, a origem do alfabeto se deve ao som, por isso o termo 
fonético. Os nomes dados às letras foram definidos pela retenção do primeiro som 
da palavra. A letra “A”, por exemplo, foi definida a partir da palavra “Alfa”, ou seja, 
para simplificar a pronúncia, sempre que a letra “Alfa” era escrita, era lida apenas 
como “A”.
Falaremos um pouco mais sobre 
escrita quando nosso assunto for 
a Roma Antiga e a relação que ela 
teve com a Grécia antiga.
Os egípcios, porém, não valorizavam somente a escrita, a Arte também era 
extremamente importante para eles, mas não da maneira como outras civilizações 
posteriores a viam ou como nós a vemos atualmente. Para os egípcios, a Arte tinha 
uma função diferente, de certa maneira, também relacionada com o pensamento 
dos homens pré-históricos.
Quando pensamos em relação à Arte egípcia, temos que ter em mente que, no 
Egito Antigo, havia uma despreocupação em relação à beleza. Um faraó, quando 
posava para um escultor, não queria que o escultor o reproduzisse mais bonito do 
que ele era realmente.
Os egípcios entendiam a Arte como substratos materiais através dos quais a vida 
pode ser mantida (assim como o homem pré-histórico em relação aos animais, 
como falamos anteriormente). Por mais contraditório que possa parecer, eles cria-
ram uma Arte que não era considerada Arte por eles, pois era apenas uma forma 
através da qual garantiam a sobrevivência da alma. Quando os faraós morriam, 
os egípcios acreditavam que o espírito perdia sua morada, então, para eles, os 
objetos artísticos tinham uma função espitirual. Quando um faraó era reproduzido 
exatamente da forma como era, ele garantia sua existência mesmo após partir do 
mundo físico.
Para os egípcios as prepresentações artísticas dos faraós faziam com que sua 
alma continuasse habitando a terra, “vivendo” nas imagens e nas esculturas dos 
faraós. Por isso, os egípcios não tiveram definição para a Arte, ou seja, não chama-
vam as esculturas e pinturas que criavam de Arte. Como falamos acima, eles eram 
ligados a ela de uma maneira funcional e religiosa. Eram muito ligados à escrita, 
mas não à Arte.
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Isso também é explicado pelo fato deles preservarem o corpo, através das técni-
cas de mumificação. Tentavam preservar o corpo pelo máximo de tempo possível, 
porém, mesmo com a mumificação, este se deteriorava, e então, criaram a sua Arte 
(um sarcófago, uma escultura, etc.), como vimos, uma contradição. Sem valor ar-
tístico, porém, com valor religioso. Para eles, os objetos artísticos não foram feitos 
para serem observados pelos olhos humanos, a Arte egípcia era para ser “reconhe-
cida” pelos mortos, portanto, era uma Arte tumular.
Somente muitos anos depois a Arte egípciapassou a ser considerada Arte. Prin-
cipalmente por outras civilizações e muitos anos depois. Para facilitar o entendi-
mento em nossas aulas, como viemos fazendo até aqui, iremos nos referir às peças 
egípcias que garantiam a manutenção da vida, como Arte.
Trazendo um pouco mais para a nossa realidade do Design, podemos mencio-
nar que, para garantir a permanência do epírito, por muito tempo, as peças egíp-
cias eram feitas com materiais extremamente resistentes. É chamada de Arte para 
a eternidade.
Usavam o granito, uma pedra de grande resistência, além disso, não possui 
espaços vazios, ocos ou finos. A cabeça é ligada ao corpo através de áreas mais 
espessas, por exemplo.
Atualmente, quando criamos um produto ou quando escolhemos os ma-
teriais para produção de um trabalho, escolhemos os materiais mais dura-
douros. Não necessariamente por uma função religiosa, mas por uma função de 
garantir que aquele nosso trabalho dure por mais tempo.
Até a pintura egípcia levava em conta esse conceito da eternidade. Nas paredes 
dos túmulos, era feita através da técnica do afresco, uma argamassa com a mistura 
de cal, areia e água. Quando essa mistura estivesse pronta, aplicavam à na parede 
ou ao teto, diluíam os pigmentos coloridos em água e aplicavam essa tinta, pigmen-
to diluído na argamassa enquanto ainda estivesse úmida. Quando a argamassa se-
cava, surgia uma película fina sobre a pintura, que a protegia durante muitos anos.
A pintura afresco é uma pintura de muita qualidade, uma pintura para a eterni-
dade, assim como as esculturas em granito.
Por esse motivo que o patrimônio artístico egípcio está praticamente intacto, 
graças à alta resistência do material, mas também por ser tumular, ou seja, ficar em 
lugares fechados, protegidos da ação do tempo.
Além de ser resistente, feita para durar muitos anos, a Arte egípcia era uma 
Arte canônica. “Cano” é um prefixo derivado de uma palavra grega que significa 
régua, uma régua, por sua vez, é uma forma de regra. Portanto, a Arte egípcia é 
uma Arte regrada.
Violar uma Arte canônica é violar as regras, portanto, não havia liberda-
de artística, sendo que o artista era obrigado a reproduzir as regras. O artis-
ta egípcio era treinado para reproduzir uma Arte regrada. Existiam regras de 
15
UNIDADE O Design Antes do Design: Pré-História e Arte Egípcia
proporcionalidade que eram consideradas religiosas. O princípio geral presente 
na pintura egípcia é a reprodução de uma parte do corpo humano, de um ani-
mal ou de um objeto a partir do seu ângulo de maior visibilidade. Pensando em 
um corpo humano:
• O ângulo de maior visibilidade do rosto é o perfil, já que a representação do 
rosto de frente se perde em muitos detalhes;
• Por outro lado, o ângulo de maior representatividade de um olho é de frente;
• O ângulo de maior visibilidade do tronco também é de frente, por isso, se apre-
senta de maneira simétrica;
• O ângulo de maior visibilidade das mãos, pernas e pés é a visão lateral.
Por essa regra de reproduzir um corpo humano a partir do seu ângulo de maior 
visibilidade, reproduziam a imagem de uma pessoa com o rosto de perfil, apenas um 
olho de frente, o tronco também de frente e os braços, as pernas e os pés de lado.
Como falamos, tinham uma enorme preocupação com a visibilidade, por isso, 
muitas vezes reproduziam um corpo somente com apenas um braço (esquerdo 
ou direito), para privilegiar a visibilidade. Nos objetos, esse conceito do ângulo de 
maior visibilidade também se aplica, por exemplo, numa mesa de oferendas pinta-
da; a mesa era pintada pela visão de cima, mas os objetos nessa mesa poderiam 
ser representados sob um ângulo diferente. Uma vez definido o ângulo de maior 
visibilidade, eles não se preocupavam com a coerência ótica.
Não tinha somente um ponto de fuga, havia diversos. Não porque não sabiam 
geometria, tanto que os gregos aprenderam geometria com os egípcios, não usa-
vam a geometria do ponto de fuga porque não era a intenção deles. Quanto mais 
detalhes a pintura tivesse, mais difícil seria para o espírito encontrar sua morada.
A pintura egípcia, por exemplo, pode 
ser relacionada ao Cubismo, um mo-
vimento artístico do século XX que 
usa a técnica francesa da assamblage, 
ou seja, uma reunião de elementos e 
objetos sem se preocupar com a co-
erência, como veremos mais adiante 
neste curso.
Mesmo na escultura, essa regra da bidimensionalidade está presente. A escultura 
egípcia é chamada de escultura bidimensional. Paradoxal, já que toda escultura tem 
3 dimensões, porém, ela também é criada para ser vista de um só ângulo, como 
se estivesse “pintada” na parede. Não existem detalhes importantes nas lateriais ou 
na parte de trás da escultura. Tudo o que é importante pode ser visto apenas de 
um ângulo. Não precisamos circular em torno dela para percebê-la inteiramente. 
Essa forma de escultura bidimensional egípcia se apresenta no início da Arte grega 
também, como veremos mais adiante.
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A escultura egípcia, como vimos, era uma Arte feita para ser resistente, então, 
o artista egípcio neglicenciava os detalhes pela visibilidade. Quanto mais detalhes 
tivessem, maiores as chances de se quebrarem. Lembre-se: todas as obras de Arte 
criadas para um faraó ou mesmo as pinturas que contavam sua vida e seus feitos, 
já que a Arte egípcia era dotada de um cunho “contador de histórias”, em que tudo 
era reproduzido numa peça com o intuito de descrever um acontecimento, eram 
deixadas em uma câmara abaixo das pirâmides, junto com toda a riqueza que ele 
tinha em vida, para o espírito continuar “vivendo”.
Uma das regras egípcias que se estendeu até a Grécia, como falaremos a seguir, 
e que usamos até hoje quando realizamos um trabalho de Design, é a malha de 
quadrados. Toda Arte egípcia era feita dentro de uma malha estrutural, uma grade 
ou um grid proporcional.
Seja numa pintura ou num bloco de granito, eles desenhavam essa malha de 
quadrados e começavam pintando ou esculpindo por baixo:
• Na primeira linha, de baixo, ficavam os pés;
• Na sexta linha, de baixo para cima, ficavam os joelhos;
• Na 11ª, também de baixo para cima, ficava a cintura;
• E na 17ª e na 18º ficava a cabeça.
Como falamos, até hoje usamos malha estrutural em identidade visual e em ou-
tros trabalhos!
É curioso pensar que o artista egípcio, apesar de produzir peças de extrema 
representatividade, não era considerado um cargo de muita importância. O que 
era importante na realidade era o que ele reproduzia, a representação de um 
faraó, por exemplo. Naquela época, os trabalhos manuais não eram considera-
dos de grande importância, tanto que as próprias pirâmides eram construídas 
por camponeses.
Por outro lado, o cargo do escriba, aquele que detinha o conhecimento da escri-
ta, era de extrema importância. O escriba tem uma importância social necessária 
para a época. Como falamos anteriormente, todas as civilizações que ficam às mar-
gens do Rio Nilo e do Mar Mediterrâneo começam a dialogar entre si, a ter relações 
comerciais, então, é necessário registrar essas transações.
Voltando ao assunto da escrita, do início deste capítulo, podemos dizer que, 
no Egito antigo, a simbologia também passou para a escrita. Cada letra era 
reproduzida por símbolos. As pinturas de símbolos que vemos nas pirâmides e 
nos sarcófagos já é uma forma de escrita. Eles usavam símbolos para reprodu-
zir sua escrita. A escrita egípcia antiga era uma escrita de caracteres pictóricos 
(inspirados nas pinturas rupestres). Imagens de pássaros, insetos, objetos, etc., 
são os hieróglifos.
17
UNIDADE O Design Antes do Design: Pré-História e Arte Egípcia
Importante!
Os hieróglifos egípcios foram decifrados pelo francês Jean-François Champollion que, 
após anos de estudo, concluiu seu trabalho em 1822 decifrando a Pedra da Roseta, uma 
peça de basalto onde estavam gravados um mesmo texto em grego, em hieróglifos e em 
demóticos (forma mais simples e popular de escrita egípcia).
Você Sabia?
Falar sobre o fim do império egípcio é difícil, uma vezque o país existe até hoje. 
Falamos aqui sobre a cultura artística do Egito antigo e vimos que muito do que os 
egípcios pensavam em relação à sua Arte passou para nós atualmente. Os respon-
sáveis por divulgar a cultura egípcia para o mundo foram os gregos antigo. Pode-
mos dizer que a cultura egípcia influenciou diretamente a cultura grega. A Grécia 
antiga é contemporânea ao Egito antigo, ou melhor, quando a Grécia antiga sur-
giu, o Egito antigo já existia e já era uma civilização extremamente desenvolvida. 
A Grécia antiga se inspirou no Egito antigo em diversas áreas: na escrita, como 
vimos anteriormente, e na Arte, como mencionamos por algumas oportunidades e 
veremos de maneira mais profunda na próxima unidade!
Não deixe de assitir à videoaula desta unidade, para ter uma visão mais ampla sobre a Pré-
-História e sobre a Arte egípcia da Antiguidade!Ex
pl
or
Importante!
A Pré-História representa a era mais extensa de todas. Vai dos anos 2.500.000 a.C. 
até 4.000 a.C. Em séculos, a Pré-História se estende dos séculos 25.000 a.C. à 40 a.C. 
A Antiguidade, por sua vez, como vimos, começa aproximadamente em 4.000 a.C, com 
a descoberta da escrita. Portanto, nesta unidade falamos de movimentos artísticos e 
históricos de antes de Cristo (a.C.). Como os egípcios estiveram envolvidos no desenvol-
vimento da escrita, podemos concluir que a civilização egípcia já existia antes mesmo da 
Antiguidade, ou seja, o Egito já existia durante a Pré-História e continuou sua trajetória 
na Antiguidade (História).
Em Síntese
18
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
A história da arte
GOMBRICH, E. H. A história da arte. Tradução: Álvaro Cabral – Rio de Janeiro : 
LTC, 2008.
A galá xia de Gutenberg: a formaç ã o do homem tipográ fico
MCLUHAN, M. A galá xia de Gutenberg: a formaç ã o do homem tipográ fico. Sã o 
Paulo: Edusp, 1972.
 Filmes
Os Croods
Filme de 2013, apresenta de uma maneira lúdica, muito sobre a experimentação e as 
descobertas do homem pré-histórico.
Deuses do Egito
Filme de 2016 apresenta em seu enredo a cultura simbólica do Egito antigo.
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UNIDADE O Design Antes do Design: Pré-História e Arte Egípcia
Referências
GOMBRICH, E. H. A história da arte. Tradução: Álvaro Cabral. – Rio de Janeiro: 
LTC, 2008.
PETRINI, C. D. R. Legenda Cinética: tipografia em movimento e traduções nar-
rativas. São Paulo: Gênio Criador, 2018.
MCLUHAN, M. A galáxia de Gutenberg: a formação do homem tipográfico. 
São Paulo: Edusp, 1972.
MANDEL, L. Escritas, espelho dos homens e das sociedades. São Paulo: 
Rosari, 2006.
20
Teoria e História 
da Arte e do Design
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Christian David Rizzato Petrini
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
O Design Antes do Design: Arte Grega e Arte Romana
• Introdução;
• Arte Grega na Antiguidade;
• Arte Romana na Antiguidade.
• Estudar a relação e a infl uência que a Arte da Grécia e da Roma antigas teve para as 
civilizações e os movimentos artísticos posteriores e têm para a função e a atuação do 
designer contemporâneo.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
O Design Antes do Design: 
Arte Grega e Arte Romana
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de 
aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE O Design Antes do Design: Arte Grega e Arte Romana
Introdução
Nesta Unidade, iremos continuar no período da Antiguidade, para falar sobre os 
movimentos artísticos de duas civilizações extremamente importantes para cultura 
ocidental, além de mencionarmos as influências que tiveram no modo de vida de 
nossa Sociedade atual e também em nós, designers, em nossa atuação profissional.
Continuaremos com o que chamamos de O Design antes do Design, nas an-
tigas Grécia e Roma.
Arte Grega na Antiguidade
Já sabemos que foram os Gregos os responsáveis por divulgar a cultura egípcia 
para o mundo ocidental. A Grécia antiga teve como inspiração o Egito antigo na 
matemática, na Geometria, na Escrita e, como vimos, na Arte, ou seja, a cultura 
egípcia influenciou diretamente a cultura grega.
Isso aconteceu porque a Grécia antiga, enquanto ainda estava se desenvolven-
do como civilização, inspirou-se em uma Sociedade já estabelecida e grandiosa, o 
Egito antigo.
Para começar nossos estudos pela Arte na Grécia antiga, iremos relembrar a 
relação que o Egito antigo e a Grécia antiga tiveram na escrita.
Vimos que as letras sofreram uma transformação desde o Egito até a Grécia para 
ficarem bem próximas ao que conhecemos atualmente. A letra grega “Alfa”, por 
exemplo, derivou do pictograma egípcio da cabeça de um boi e essa transformação 
teve participação também de outras civilizações, como Sinai e Fenícia.
E, como dissemos, isso não acontece somente na escrita. Em suma, o Egito 
antigo está muito presente na cultura e na Arte grega. Os gregos visitavam o Egito 
e refletiam muito sobre o modo de pensar dos egípcios, como o fato de eles não 
terem conceituado a Arte e a beleza.
Essa reflexão dos gregos em relação aos egípcios fez com que nós, atualmente, 
tivéssemos a imagem que temos do Egito antigo, ou seja, foram os gregos que cria-
ram e deixaram a imagem atual do Egito para a eternidade.
Grande parte da cultura artística grega é um diálogo (interpretação) com a (da) 
Arte egípcia. Isso acontece não apenas em relação ao Egito.
A Grécia, por sua vez, tem extrema importância para nós, pois ainda vemos o 
mundo como os gregos viam. Como dissemos, a cultura grega influenciou de ma-
neira significativa a forma como as Sociedades ocidentais vivem até hoje.
Primeiramente, é importante destacar que a Arte grega é extremamente mais 
próxima a nós do que a Arte egípcia, vez que o Egito é uma civilização mais antiga 
do que a Grécia, tanto que, mesmo para os gregos, o Egito era “antiquíssimo”.
8
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Por exemplo, o grego Heródoto visitou o Egito no século 5 a.C.. A mais antiga 
pirâmide do Egito, a pirâmide de Djoser, é do século 28 a.C., ou seja, foi construída 
mais de 20 séculos antes da visita de Heródoto.
Outra mostra do fascínio dos gregos pelo Egito antigo foi o grego Thales de 
Mileto, que mediu a pirâmide de Quéops pela primeira vez de maneira um tanto 
quanto inusitada.
Ele se colocou ao lado da pirâmide,numa determinada hora do dia, e mediu a 
sua sombra, depois, ele multiplicou o tamanho da sua sombra, comparou com a 
sombra da pirâmide e chegou ao resultado de, aproximadamente, 176 metros.
Importante!
A pirâmide de Quéops, inclusive, foi o maior monumento construído pelo homem na 
Terra até o final do século 19, com a construção da Torre Eiffel.
Você Sabia?
A Grécia acreditava que quem desvendasse os enigmas egípcios teria o conheci-
mento universal. Daí surgiu a lenda de Édipo, que desvenda o enigma da Esfinge e 
é punido pelos deuses por ter adquirido um conhecimento inimaginável.
Mencionamos, também, os gregos acharem extremamente contraditório o fato 
de os egípcios não terem conceituado a Arte e a beleza. Para eles, era um paradoxo 
uma Arte tão bela como a egípcia não ser criada para ser vista pelos olhos huma-
nos, pois era uma Arte tumular, ou seja, para ser enterrada.
Contudo, se os egípcios não conceituaram a Arte e a beleza, os gregos o fizeram.
A Grécia definiu a Arte como a imitação da realidade e, como falamos anterior-
mente, foram gregos como Aristóteles e Platão que tentaram definir a beleza.
Se no Egito existia muito respeito em relação aos deuses, na Grécia também 
existia certo respeito, porém, não tão evidente como no Egito antigo.
Os deuses gregos eram considerados semelhantes aos homens, não só fisica-
mente: os deuses gregos tinham os mesmos defeitos dos homens. Por isso veremos 
obras de Arte gregas, de “pessoas normais”, e não somente de deuses.
Se na Escrita, na Matemática e na Mitologia grega o Egito teve influência, todo 
esse interesse no Egito antigo por parte dos gregos influenciou também na Arte.
A Arte grega também era canônica, ou seja, também tinha diversas regras, mas 
tinha uma particularidade: na Grécia, as regras mudaram durante os anos, en-
quanto no Egito, as regras continuaram as mesmas por mais de 3.000 anos. Essas 
mudanças nas regras gregas possibilitaram perceber diferenças na Arte grega nos 
3 períodos que dividiram a Grécia antiga.
O primeiro período da Grécia é o período Arcaico. Nele, eles estavam mui-
to próximos do sistema de proporcionalidade egípcio. O período Arcaico vai do 
9
UNIDADE O Design Antes do Design: Arte Grega e Arte Romana
 século 7 a.C. ao século 5 a.C., mais precisamente dos anos 650 a.C. até 480 a.C. 
Nesse período, os templos foram construídos em mármore e as esculturas foram 
construídas em bronze para enfeitar esses templos.
O segundo período da Grécia foi o período Clássico, que vai do ano 480 a.C. 
até 323 a.C. (séculos 5 a.C. até 4 a.C.). Começa com a vitória dos gregos sobre os 
persas e foi o período áureo da Grécia antiga, quando a civilização ganhou repre-
sentatividade por causa da filosofia. Essa representatividade também teve efeito na 
Arte, quando “surge” a síntese grega. Foi a “novidade” grega que mudou a forma 
de produzir a Arte. Esse período vai até a morte de Alexandre, o Grande, quando 
o Império romano estende seus domínios até a Grécia.
O terceiro e último período é o período Helenístico, que vai de 323 a.C. até 31 
a.C. (séculos 4 a.C. até 1 a.C.) e acontece durante a influência romana, que fez com 
que a Grécia perdesse sua influência política.
Como falamos, em cada um desses 3 períodos, a Arte grega respeitou uma re-
gra específica que marcou a Arte de cada período; porém, a mudança de uma regra 
de um período para o outro acontece de maneira gradual, ficando mais evidente 
em cada período. Isso é o que veremos a seguir.
Como falamos, o início das esculturas gregas, no período Arcaico, elas têm 
a característica de terem sido feitas em bronze. Esse foi um motivo que fez com 
que grande parte das esculturas gregas em bronze desaparecesse. O bronze era 
aquecido e derretido facilmente para a produção de armas; portanto, sempre que 
necessário, eles se desfaziam das esculturas.
Assim, as peças mais comuns do período Arcaico são peças em cerâmica, mais 
precisamente, os vasos. Os vasos são as obras de Arte grega que mais estão pre-
servadas. 
Os gregos eram antropoplásticos, ou seja, utilizavam o corpo humano para 
entender e descrever seus vasos. Um vaso tinha um ombro, tinha um corpo, um 
pé, uma boca etc. E relacionando com o que comentamos anteriormente sobre o 
Design, os vasos eram uma junção de Arte e função, já que cada vaso tinha sua 
utilidade específica. Existem vasos para carregar água, para servir vinho, para ar-
mazenar óleo etc. e cada um desses vasos tinha um desenho específico que facili-
tava a sua função.
Em alguns vasos do período Arcaico, vemos reproduzidas algumas figuras sob 
as mesmas regras de visibilidade egípcias. Isso reforça a influência que o Egito teve 
na Grécia, principalmente no início.
Também como acontece nas pinturas egípcias, os vasos gregos do período Ar-
caico são narrativos, ou seja, contam uma história. Existem vasos para contar di-
versas lendas gregas, como, por exemplo, a lenda do Minotauro.
Assim como também aconteceu no Egito antigo, as esculturas gregas arcaicas 
também são chamadas de bidimensionais (apesar de terem 3 dimensões). 
10
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Nos templos do período Arcaico, podemos ver esculturas que podem ser vistas ape-
nas sob um ângulo e que são construídas sob regras de uma malha de quadrados, 
exatamente como os egípcios. Porém, os gregos eram um pouco mais ousados em 
relação aos egípcios: as esculturas gregas não são completamente compactas como as 
egípcias. Essa ousadia de criar esculturas com espaços vazios vai ser um dos maiores 
erros gregos em relação à durabilidades das obras, como falaremos mais adiante.
Como mencionamos, a passagem das esculturas do período Arcaico para o período 
Clássico vai se insinuando durante os anos, ou seja, não acontece de uma hora para a 
outra; a mudança é gradual. Isso comprova o caráter mutável das regras gregas.
A síntese grega, presente marcantemente no período Clássico, vai se acentu-
ando pouco a pouco, ou seja, ainda no período Arcaico já começamos a perceber 
uma leve mudança nas representações. A escultura deixa de ser “simétrica”, isto é, 
deixa de ter o corpo reto em relação à cabeça, com uma leve “assimetria” do tronco 
em relação à cabeça, e as obras de Arte passam a ser mais expressivas, começam 
a ter um leve sorriso, não mais com as feições sérias.
Importante!
Os gregos do período Arcaico e, principalmente, do período Clássico, é que não eram re-
tratistas, não reproduziam retratos. Uma escultura de um campeão olímpico, por exem-
plo, tinha uma estátua para homenagear sua conquista, mas essa escultura não tinha 
as feições do campeão. Isso acontecia porque eles não estavam preocupados com o que 
diferenciava as pessoas; estavam preocupados com o que as unia.
Você Sabia?
No período Clássico, as esculturas ainda são bidimensionais por influência do 
Egito antigo e do período Arcaico, mas já começam a ter mais espaços vazios. 
Como falamos, a síntese grega vai se insinuando pouco a pouco.
A escultura que marca definitivamente a síntese grega e, por consequência, a 
ruptura com a bidimensionalidade egípcia e arcaica é o discóbolo – o arremessa-
dor de disco.
A intenção dos gregos era reproduzir o momento máximo de tensão da imagem 
momentos antes de o atleta arremessar o disco. Um arremessador ficava pouco 
tempo nessa posição; então, reproduziam esse momento, pensando no ato do 
arremesso. A pessoa que via a obra conseguia prever o movimento do arremesso 
vendo a imagem.
Outra intenção dessa – e de qualquer obra grega clássica – era mostrar o domí-
nio da razão. O arremessador, no momento de maior tensão, não perde o controle 
emocional, isto é, tinha a função social de servir de modelo para o povo, de sempre 
manter razão e de não se deixar levar pela emoção.
A função social da obra de Arte é a captação de uma fração de segundo, preven-
do o movimento; é o que caracteriza a síntese grega do período Clássico. Segundo 
o autor austríaco Ernst Gombrich, a síntese grega é a conquista do movimento.
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UNIDADE O Design Antes do Design: Arte Grega e Arte Romana

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