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De acordo com o autor, “a mudança envolve transformação, interrupção, perturbação e ruptura, dependendo da sua intensidade”. Wood2, por sua vez, explica que “mudança organizacional é qualquer transformação de natureza estrutural, institucional, estratégica, cultural, tecnológica, humana, ou de qualquer outro componente, capaz de gerar impacto em partes ou no conjunto da organização”. Antigamente, as empresas prezavam pela estabilidade e pela manutenção do status quo3. Contudo, a globalização, as rápidas mudanças tecnológicas, a velocidade com que as informações fluem e a inovação, aumentaram a competitividade entre as empresas, fazendo com que a estabilidade não fosse mais uma opção viável. Esse ambiente em que vivemos, cada vez mais dinâmico, instável, complexo e em constante mutação, exige que as empresas atuem como sistemas abertos, adaptando-se constantemente às mudanças ambientais. Em outras palavras, as empresas passam a ter a necessidade de mudar para se adaptarem e se ajustarem às demandas ambientais. Hadju4 destaca que “as organizações precisam dispor de uma grande capacidade de mudança para manterem a sua competitividade. As mudanças devem ocorrer de forma ágil e bem planejada, pois uma decisão precipitada, mal planejada ou, ainda, tomada tardiamente pode comprometer o futuro da organização”. Vale destacar que a mudança pode decorrer de fatores/estímulos internos (endógenos) ou de fatores/estímulos externos (exógenos). Em outras palavras, a mudança pode ser impulsionada tanto por forças internas (endógenas), quanto por forças externas (exógenas). Vejamos: Forças Internas (Endógenas): Tecnologia utilizada, políticas da organização, objetivos organizacionais, métodos de trabalho, atividades dos funcionários, estrutura organizacional, recursos humanos, tecnologia utilizada pela organização, produtos, máquinas, equipamentos, etc. 1 CHIAVENATO, Idalberto. Administração Geral e Pública: provas e concursos, 5ª edição. Barueri, Manole: 2018. p.264 2 WOOD (1995) 3 Status quo: expressão que significa “estado atual das coisas”. É utilizada para indicar a condição em que algo se encontra atualmente. Indica uma circunstância que se mantém “igual”, da forma como estava “antes de qualquer alteração”. . 4 Hadju (2016) apud PALUDO, Augustinho Vicente. Administração Geral e Pública para AFRF e AFT, 3ª edição. Rio de Janeiro, Editora Método: 2017. pp.79-80 Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Forças Externas (Exógenas): São os fatores “ambientais”. Por exemplo: Hábitos dos clientes, concorrentes, fornecedores, preços das matérias primas, fatores políticos, fatores sociais, fatores culturais, fatores econômicos, fatores educacionais, modificações tecnológicas, legislação, agentes reguladores, etc. (ESAF - ANAC - Analista Administrativo - 2016) O processo de mudança organizacional é decorrente de muitos fatores, e a maioria deles se altera constantemente. Esses fatores são denominados forças causadoras da mudança e podem ter origem tanto dentro quanto fora da organização. Assim, têm-se as Forças Internas de Mudança e as Forças Externas de Mudança. Analise as assertivas a seguir: I. As forças internas de mudança são compostas por: a) objetivos; b) políticas; c) atividades dos funcionários; d) tecnologias. II. As forças internas de mudança são compostas por: a) objetivos; b) políticas; c) atividades dos funcionários; d) tecnologias; e) condições educacionais. III. Os fatores externos de mudança são compostos por: a) fatores políticos; b) fatores culturais; c) fatores sociais; d) fatores tecnológicos; e) atividades dos funcionários; f) condições econômicas. IV. Os fatores externos de mudança são compostos por: a) fatores políticos; b) fatores culturais; c) fatores sociais; d) fatores tecnológicos; e) condições educacionais; f) condições econômicas. Estão corretas apenas as assertivas Forças Internas (Endógenas) Tecnologia utilizada, políticas da organização, objetivos organizacionais, métodos de trabalho, atividades dos funcionários, estrutura organizacional, recursos humanos, tecnologia utilizada pela organização, produtos, máquinas, equipamentos, etc. Forças Externas (Exógenas) São os fatores “ambientais”. Por exemplo: Hábitos dos clientes, concorrentes, fornecedores, preços das matérias primas, fatores políticos, fatores sociais, fatores culturais, fatores econômicos, fatores educacionais, modificações tecnológicas, legislação, agentes reguladores, etc. Késia Késia a) II e III. b) I e II. c) II e IV. d) I e IV. e) I e III. Comentários: Conforme vimos a mudança pode ser impulsionada tanto por forças internas (endógenas), quanto por forças externas (exógenas). Vejamos: Forças Internas (Endógenas): Tecnologia utilizada, políticas da organização, objetivos organizacionais, métodos de trabalho, atividades dos funcionários, estrutura organizacional, recursos humanos, tecnologia utilizada pela organização, produtos, máquinas, equipamentos, etc. Forças Externas (Exógenas): São os fatores “ambientais”. Por exemplo: Hábitos dos clientes, concorrentes, fornecedores, preços das matérias primas, fatores políticos, fatores sociais, fatores culturais, fatores econômicos, fatores educacionais, modificações tecnológicas, legislação, agentes reguladores, etc. O gabarito é a letra D. (CESPE – MCT – Analista – 2012) Mudanças organizacionais referem-se a qualquer transformação de natureza estrutural, tecnológica, cultural e humana, independentemente do impacto que causarem à organização. Comentários: Nada disso! De acordo com Wood5, “mudança organizacional é qualquer transformação de natureza estrutural, institucional, estratégica, cultural, tecnológica, humana, ou de qualquer outro componente, capaz de gerar impacto em partes ou no conjunto da organização”. Gabarito: errada. 5 WOOD (1995) 1 – Tipos de Forças que Impulsionam a Mudança Organizacional Conforme vimos, diversos fatores (internos e externos) exercem influência sobre a mudança. De acordo com Robbins6, existem 06 tipos de forças que impulsionam a mudança organizacional: Natureza da força de trabalho: O aumento da diversidade cultural, o aumento da imigração e as mudanças demográficas são fatores que impulsionam as mudanças organizacionais. Isso acontece, pois, as mudanças ocorridas no “perfil da população” afetam a “força de trabalho” utilizada pelas organizações. Além disso, a crescente terceirização da força de trabalho também é um fator que exige adaptação por parte das organizações. Afinal, as características da “força de trabalho terceirizada” são diferentes das características de funcionários contratados diretamente pela organização. Nesse sentido, as organizaçõesque estão conduzindo as mudanças. Portanto, em processos de mudança, a organização deve buscar desenvolver e aprimorar as relações entre os gestores e os funcionários. Implementar mudanças de forma justa: A organização deve buscar que os funcionários visualizem uma “razão” para a mudança, e percebam que ela está sendo implementada de forma coerente e justa (percepção de equidade), com o objetivo de reduzir e evitar resistências. Ou seja, se o funcionário visualizar uma “razão” para a mudança, e perceber que a mudança está sendo implementada de forma coerente e justa (percepção de equidade), ele tenderá a não resistir a essa mudança. Manipulação e cooptação: A manipulação consiste em tentar influenciar os funcionários de forma “disfarçada”. A manipulação pode ser feita através da distorção de fatos para torná- los mais atraentes, omissão de informações ou criação de falsos rumores para induzir os funcionários a aceitarem as mudanças. 17 ROBBINS, Stephen P.; JUDGE, Timothy A.; SOBRAL, Filipe. Comportamento Organizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. / Tradução: Rita de Cássia Gomes, 14ª edição. São Paulo, Pearson Prentice Hall: 2010. pp. 569-571 Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia A cooptação, por sua vez, é uma mistura de “manipulação” com “participação”. Trata-se de uma tentativa de “subornar” os líderes dos “grupos de resistência”, oferecendo-lhes papéis- chave nas decisões sobre as mudanças, com o único objetivo de obter seu apoio. Tanto a manipulação como a cooptação são táticas relativamente baratas para obter o apoio dos “resistentes à mudança”. Contudo, caso as pessoas perceberem que estão sendo “usadas”, o agente que está conduzindo a mudança irá perder a credibilidade e as pessoas poderão se voltar contra ele. Selecionar pessoas que aceitam mudanças: Existem pessoas que são mais suscetíveis a aceitarem as mudanças. A capacidade de aceitar e se adaptar mais facilmente às mudanças, é uma habilidade relacionada à personalidade das pessoas. Algumas pesquisas sugerem que indivíduos com elevada tolerância a riscos, elevada autoestima, elevada confiança, e alta habilidade mental, lidam melhor com as mudanças organizacionais. Portanto, selecionar as pessoas que estão mais predispostas a aceitarem às mudanças, é uma tática que pode ser utilizada para enfrentar e superar as resistências. Coerção: A coerção consiste na utilização de ameaças ou de força sobre os indivíduos resistentes. Por exemplo: a organização anuncia que irá fechar a fábrica se os funcionários não aceitarem a redução salarial. ESQUEMATIZANDO! Taticas para enfrentar e superar a resistência Educação e comunicação Participação Apoio e comprometimento Desenvolver relações positivas Implementar mudanças de forma justa Manipulação e cooptação Selecionar pessoas que aceitam mudanças Coerção Késia Késia Késia Késia Késia (CESPE – INPI – Analista de Planejamento) A gestão de pessoas no setor público tem enfrentado, ao longo dos últimos anos, um processo de mudança no qual políticas e práticas administrativas, arraigadas em princípios legalistas, começam a ser orientadas por resultados e objetivos estratégicos. A respeito de gestão de mudanças, julgue os próximos itens. Manipulação, cooptação e coerção representam táticas de enfrentamento da resistência à mudança. Comentários: Isso mesmo! Manipulação, cooptação e coerção são exemplos de táticas de enfrentamento e superação da resistência à mudança. Gabarito: correta. 10 – Fatores Críticos para o Sucesso da Mudança Organizacional Em suma, dentre os principais fatores críticos (essenciais) para o sucesso da mudança organizacional podem-se citar: -Apoio dos gestores da cúpula da organização. -Participação e envolvimento dos funcionários no processo de mudança. -Criação de uma “necessidade comum”. -Estabelecimento de um senso de urgência. -Comunicação clara e transparente. -Criação de metas de curto prazo. -Recompensar o alcance das metas de curto prazo (recompensar as vitórias). -Monitoramento do progresso da mudança. -Avaliação do processo de mudança. Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia 10.1 – A Mudança Individual como Precursora da Mudança Organizacional Chiavenato explica que muitas mudanças organizacionais não são bem-sucedidas, pois levam em consideração apenas as mudanças no “trabalho em si”, deixando de considerar as atitudes e o comportamento das pessoas. Portanto, o primeiro passo para que uma mudança seja bem-sucedida deve ser no sentido de mudar o comportamento individual para, posteriormente, mudar o comportamento e a estrutura organizacional. Para o autor, a mudança individual “habilita” a mudança organizacional. Nesse sentido, Chiavenato elenca 05 fases da “mudança individual”: 1 – Consciência quanto à necessidade de mudança: Essa consciência pode ser obtida através da comunicação efetuada pelos agentes de mudança; através das mudanças no mercado; etc. 2 – Desejo de participar e de apoiar a mudança: O desejo de participar e apoiar a mudança pode decorrer do medo de perder o emprego; da insatisfação com o status quo; da confiança na liderança, da esperança em um futuro melhor; do desejo de avançar na carreira; etc. 3 – Conhecimento de como implementar a mudança: O conhecimento é obtido através de treinamento e educação; através do acesso à informação; etc. 4 – Capacidade para implementar as habilidades e os comportamentos requeridos: Essa capacidade pode decorrer da prática e uso de novas habilidades; da remoção de barreiras; através de coaching e mentoring; etc. 5 – Reforço consistente para manter a mudança: Por exemplo: Incentivos e recompensas; Mudanças na remuneração; Reconhecimento; Celebrações; etc. Portanto, a organização deve buscar, primeiro, mudar o “comportamento individual” para, depois, estar “habilitada” e ter condições de mudar o “comportamento organizacional”. 10.2 – Técnicas para o Sucesso da Implementação da Mudança De acordo com Datf, existem algumas técnicas que podem ser utilizadas para o sucesso da implementação da mudança. Vejamos quais são elas18: Estabelecer um sentido de urgência para a mudança: Consistem em criar um sentido de urgência nos funcionários de que a mudança é realmente necessária. Isso faz com que os 18 DAFT, Richard L. Organizações: Teorias e Projetos, 11ª edição. São Paulo, Cengage Learning: 2014. p. 443 Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia funcionários “aceitem” a mudança e, consequentemente, tenha vontade de investir o tempo e a energia necessários para o sucesso da mudança. Estabelecer uma aliança para orientar a mudança: Trata-se de construir uma “aliança de pessoas” que tenham o poder e a influência necessária para conduzir o processo de mudança. Criar uma ideia e uma estratégia para a mudança: Trata-se de formular e articular ideias e estratégias persuasivas, que irão nortear o processo de mudança. Encontrar uma ideia que se ajuste à necessidade: Trata-se de encontrar a “ideia certa”. Ou seja, aquela ideia que realmente se ajusta às necessidades. Para isso, deve-se investigar o problema, falar com fornecedores e clientes, bem como incentivar os funcionários a criarem soluções. Criar equipes de mudança: Consiste em criar equipes (ou forças-tarefa), com liberdade e autonomia, para concentrar esforços tanto na criação quanto na implementação das mudanças. Promover e incentivar os “campeões” de ideias: O “campeão” mais eficaz é um campeão voluntário profundamente comprometido com uma nova ideia. Ele tem por objetivo verificar se todas as atividades técnicas estão corretas e completas. (CESGRANRIO – Petrobras – Profissional Júnior) A diretoria de recursos humanos decidiu colocar, em 2012, foco sobre a dimensão individual, considerando o grande processo de mudança na cultura de gestãoque a organização está empreendendo. Nesse sentido, foram criados mecanismos relacionados a incentivos e recompensas; mudanças na remuneração; reconhecimento às pessoas; celebração. Considerando as cinco fases da mudança individual que habilitam a mudança organizacional, os mecanismos listados fazem referência à fase de a) conhecimento de como implementar a mudança. b) consciência quanto à necessidade de mudança. c) desejo de participar e de apoiar a mudança. d) habilidade para implementar a mudança. Késia Késia Késia Késia Késia Késia e) reforço consistente para manter a mudança. Comentários: Os mecanismos listados pelo enunciado (Incentivos e recompensas; Mudanças na remuneração; Reconhecimento; e Celebrações) fazem parte da fase de reforço consistente para manter a mudança. O gabarito é a letra E. 11 – Aprendizagem Organizacional Uma forma pela qual as organizações podem administrar as mudanças organizacionais é fazendo com que o “crescimento contínuo” seja parte de sua rotina. Em outras palavras, é transformar a organização em uma organização que aprende.19 O aprendizado organizacional deve ser organizado e contínuo (ou seja, não deve ocorrer “ao acaso”), e deve envolver todos os membros da organização. O aprendizado organizacional pode ser realizado em três diferentes níveis: Nível Individual: É o “primeiro” nível de aprendizagem. É nesse nível surgem as ideias. O conhecimento nesse nível é carregado de emoções positivas ou negativas. Nível Grupal: É o “segundo” nível de aprendizagem. É nesse nível que ocorre o compartilhamento das ideias e do conhecimento dos indivíduos. Nível Organizacional: É o “terceiro” nível de aprendizagem. É nesse nível que o conhecimento se torna institucionalizado. A organização institucionaliza o conhecimento através de regras, procedimentos, elementos simbólicos, etc. Tratam-se de conhecimentos que a organização retém para, posteriormente, recuperar essas informações. De acordo com Argyris20, a aprendizagem organizacional ocorre em duas condições básicas: Primeiro: quando uma organização alcança o que pretende, isto é, quando passa a existir uma “correspondência” entre seu plano de ação e o resultado real alcançado. 19 ROBBINS, Stephen P.; JUDGE, Timothy A.; SOBRAL, Filipe. Comportamento Organizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. / Tradução: Rita de Cássia Gomes, 14ª edição. São Paulo, Pearson Prentice Hall: 2010. p. 579 20 ARGYRIS (1978) apud CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração, 9ª edição. Barueri, Manole: 2014. p.605 Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Segundo: quando uma defasagem entre o objetivo pretendido e o resultado alcançado é identificada e corrigida, isto é, a defasagem é transformada em “correspondência”. Baseado nas ideias de Senge, Robbins destaca que as características de uma organização que aprende são as seguintes21: -Existe uma visão compartilhada com a qual todos concordam. -As pessoas abrem mão de suas velhas ideias e das rotinas padronizadas que utilizam para solucionar problemas ou para realizar seu trabalho. -As pessoas pensam todos os processos, atividades, funções organizacionais e interações com o ambiente como parte de um sistema de inter-relacionamentos. -As pessoas se comunicam de maneira aberta (vertical e horizontalmente), sem medo de críticas ou de punições. -As pessoas sublimam os seus interesses pessoais e os de seus departamentos fragmentados em prol do trabalho conjunto, para alcançar a visão compartilhada da organização. Ou seja, as pessoas “abrem mão” de seus interesses pessoais e “departamentais”, em prol dos benefícios organizacionais. De acordo com Senge, o que diferenciará as “organizações que aprendem” das demais organizações (defasadas), é o domínio de 05 disciplinas básicas. Em outras palavras, Senge elencou 05 disciplinas básicas que, em conjunto, formam as principais características das “organizações que aprendem”. São elas22: Domínio Pessoal: Consiste na habilidade do indivíduo de expandir continuamente as suas habilidades de inovar, criar e comunicar-se com outras pessoas. Ou seja, trata-se da habilidade do indivíduo de esclarecer e aprofundar a sua visão pessoal, focalizar sua energia e visualizar a realidade de forma objetiva. Modelos Mentais: Tratam-se dos paradigmas. Ou seja, se referem às pressuposições que os indivíduos têm em relação ao ambiente exterior. Os indivíduos devem levar em consideração que a organização se inter-relaciona constantemente com o meio ambiente. Ou seja, os processos e padrões não são estáticos. A organização é parte de um sistema de relações. 21 SENGE (1990) apud ROBBINS, Stephen P.; JUDGE, Timothy A.; SOBRAL, Filipe. Comportamento Organizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. / Tradução: Rita de Cássia Gomes, 14ª edição. São Paulo, Pearson Prentice Hall: 2010. p. 580 22 SENGE (1990) apud CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações, 4ª edição. Barueri, Manole: 2014. p. 343 Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Visão Compartilhada: Parte do principio de que os indivíduos devem compartilhar uma “visão comum”. Ou seja, os indivíduos devem ter uma visão compartilhada em relação ao que pretendem fazer, uma vez que, quanto mais os indivíduos compartilharem uma visão comum (ou se associarem a essa visão), tanto maior será a probabilidade dos indivíduos sentirem que essa visão é alcançável. Aprendizagem em Equipe: O aprendizado em equipe exige que os indivíduos consigam deixar de lado suas “opiniões” e “suposições” pessoais, para que possam “pensar” e “aprender” juntos. Os indivíduos devem compartilhar conhecimentos, informações e experiências aos demais membros da equipe, no intuito de tornar as atividades coordenadas e inovadoras. Para isso, o diálogo e a discussão são importantes ferramentas. A aprendizagem em equipe tende a produzir melhores resultados do que a aprendizagem individual. Pensamento Sistêmico: Trata-se da quinta disciplina. É a disciplina que integra todas as anteriores. O pensamento sistêmico permite que as demais disciplinas funcionem juntas. A base fundamental dessa disciplina é o feedback (ou seja, como as ações e atitudes podem causar, reforçar ou inibir umas as outras). Os indivíduos devem abandonar velhos hábitos, velhas maneiras de pensar e velhas rotinas padronizadas, com o objetivo de resolver problemas e desempenhar suas atividades através de novas maneiras de pesquisar, aprimorar, pensar, testar e inovar. De acordo com Riche e Alto23, “as organizações que aprendem são formadas por pessoas que expandem, continuamente, a sua capacidade de criar os resultados que desejam, onde se estimulam padrões de comportamento novos e abrangentes, a aspiração coletiva ganha liberdade, e as pessoas exercitam-se, continuamente, em aprender juntas”. Portanto, o aprendizado organizacional é uma forma de mudança organizacional. As organizações bem-sucedidas estão se transformando em verdadeiros “centros de aprendizagem”. Por esse motivo, recebem o nome de organizações de aprendizagem.24 23 RICHE, Geroges Ayoub. ALTO, Rocardo Monte. As Organizações que Aprendem, Segundo Peter Senge: “A Quinta Disciplina”. Cadernos Discentes Coppead, Rio de Janeiro, n. 9, p. 36-55, 2001. Disponível em: http://www.mettodo.com.br/pdf/Organizacoes%20de%20Aprendizagem.pdf 24 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração, 9ª edição. Barueri, Manole: 2014. p.605 http://www.mettodo.com.br/pdf/Organizacoes%20de%20Aprendizagem.pdf Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia (FEMPERJ – VALEC – Administrador - ADAPTADA) Para Chris Argyris, a aprendizagem organizacional ocorre em duas condições. A primeira se dá quando a organizaçãoobtém uma correspondência entre seu plano de ação e o resultado real obtido. A segunda condição ocorre quando uma defasagem entre o objetivo pretendido e o resultado alcançado é identificada e corrigida. Comentários: Isso mesmo! De acordo com Argyris25, a aprendizagem organizacional ocorre em duas condições básicas: Primeiro: quando uma organização alcança o que pretende, isto é, quando passa a existir uma “correspondência” entre seu plano de ação e o resultado real alcançado. Segundo: quando uma defasagem entre o objetivo pretendido e o resultado alcançado é identificada e corrigida, isto é, a defasagem é transformada em “correspondência”. 25 ARGYRIS (1978) apud CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração, 9ª edição. Barueri, Manole: 2014. p.605 ESQUEMATIZANDO! 05 Disciplinas Básicas das Organizações que Aprendem Domínio Pessoal Modelos Mentais Visão Compartilhada Aprendizagem em Equipe Pensamento Sistêmico Késia Gabarito: correta. (VUNESP – EMPLASA – Analista Administrativo) O conceito de learning organization foi desenvolvido por Chris Argyris e popularizado por Peter Senge na obra “A Quinta Disciplina”, na década de 1990, que passou a ser reconhecida como uma das bases teóricas no desenvolvimento do conceito. A quinta disciplina é a que integra as outras quatro, fundindo-as num conjunto coerente de teoria e prática, evitando que sejam vistas isoladamente. A quinta disciplina é a) Aprendizagem em Grupo ou em Equipe. b) Visão Compartilhada ou Compartilhamento de Informações. c) Domínio Pessoal. d) Modelos Mentais. e) Pensamento ou Raciocínio Sistêmico. Comentários: A quinta disciplina proposta por Senge, que integra todas as outras quatro disciplinas, é o Pensamento Sistêmico. O gabarito é a letra E. (ESAF – ANAC – Técnico Administrativo - 2016) As organizações aprendem por meio de pessoas, valores e sistemas que as habilitam a mudar e a melhorar continuamente seu desempenho pelas lições da experiência. Peter Senge descreveu cinco disciplinas que, no conjunto, constituem os elementos principais de uma organização que aprende. Assinale a opção cujo conceito da disciplina está incorreto. a) Pensamento Sistêmico: permite que as demais disciplinas funcionem juntas para o benefício da organização. Proporciona um meio de entender a complexidade do negócio e entrever o inter- relacionamento das partes em vez de instantâneos do status quo ou cadeias lineares de causa e efeito. b) Domínio Pessoal: a base fundamental desta disciplina é o feedback, isto é, como as ações podem causar, reforçar ou cancelar umas às outras. As pessoas devem descartar velhos modos de pensar e as rotinas padronizadas para resolver problemas ou desempenhar cargos para adotar novas maneiras de pesquisar, testar, melhorar e inovar c) Modelos Mentais: pressupostos a respeito de como se conhece o mundo exterior. Definem como se imagina poder interagir com o mundo com sucesso. Recebem o nome de paradigmas. São sistemas de pensamento. As pessoas devem pensar em termos de processos, padrões e inter- relações da organização com o ambiente como parte de um sistema de relações, e não simplesmente em coisas estáticas. d) Visão Compartilhada: emerge de visões pessoais, derivando energia e alimentando o comprometimento na medida em que evolui. Quanto mais as pessoas compartilham a visão ou se associam a ela, tanto maior a probabilidade de sentirem que é realizável. As pessoas devem ter uma visão comum e compartilhada daquilo que pretendem criar e) Aprendizado em Equipe: exige a disciplina de suspender as pressuposições pessoais e pensar juntos sobre aprender a reconhecer padrões de interação e como eles podem tanto prejudicar quanto acentuar o aprendizado. As pessoas devem trabalhar juntas para intercambiar experiências e conhecimentos dos vários membros da equipe a fim de tornar a ação coordenada e inovadora e engajar no diálogo. Comentários: A única alternativa que trouxe um conceito incorreto em relação à disciplina é a letra B. A alternativa B trouxe um conceito relacionado à disciplina Pensamento Sistêmico. O Domínio Pessoal, por sua vez, consiste na habilidade do indivíduo de expandir continuamente as suas habilidades de inovar, criar e comunicar-se com outras pessoas. Ou seja, trata-se da habilidade do indivíduo de esclarecer e aprofundar a sua visão pessoal, focalizar sua energia e visualizar a realidade de forma objetiva. O gabarito é a letra B. 12 – Desenvolvimento Organizacional O desenvolvimento organizacional (DO) consiste em um esforço planejado de mudança (especialmente grupal), que é bastante abrangente (leva em consideração a organização como um todo) e tem por objetivo aumentar a eficácia organizacional e o bem-estar e valorização dos funcionários. De acordo com Robbins, as diretrizes que norteiam o desenvolvimento organizacional são as seguintes26: 26 ROBBINS, Stephen P.; JUDGE, Timothy A.; SOBRAL, Filipe. Comportamento Organizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. / Tradução: Rita de Cássia Gomes, 14ª edição. São Paulo, Pearson Prentice Hall: 2010. p. 575 Késia Késia Késia Késia Respeito pelas pessoas: As pessoas devem ser tratadas com dignidade e respeito. Elas são vistas como responsáveis, conscientes e dedicadas. Confiança e apoio: Uma organização eficaz e saudável se caracteriza por um clima de confiança, autenticidade, abertura e apoio. Equalização do poder: Uma organização eficaz não enfatiza a autoridade e o controle hierárquicos. Confrontação: Os problemas devem ser confrontados abertamente, e não varridos para baixo do tapete. Participação: Quanto mais as pessoas afetadas por uma mudança participarem das decisões relacionadas ao processo, mais elas se comprometerão com sua implementação. Os métodos do DO valorizam o crescimento humano e organizacional. O agente de mudança até pode orientar e conduzir o desenvolvimento organizacional; contudo, há uma forte ênfase na colaboração. Um dos objetivos do DO é que a organização se torne mais eficaz. Para isso, é necessário que haja incentivo à inovação e que os resultados sejam continuamente avaliados. Em suma, o Desenvolvimento Organizacional é uma mudança organizacional planejada, baseada na capacitação dos grupos e na valorização dos indivíduos, com o objetivo de tornar a organização mais eficaz. ESQUEMATIZANDO! Diretrizes do Desenvolvimetno Organizacional (DO) Respeito pelas pessoas Confiança e apoio Equalização do poder Confrontação Participação Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia (FGV – Câmara de Salvador-BA – Analista Legislativo - 2018) Pessoas e organizações desenvolvem-se em um processo mútuo de aprendizagem. O desenvolvimento organizacional pressupõe mudanças planejadas, visando à maior eficácia organizacional e à valorização dos colaboradores. Tal processo geraria uma cultura de mudança que teria entre seus valores embasadores: a) a equalização do poder, o apoio e o controle hierárquico; b) a sensibilidade, o feedback e a mudança do foco do negócio; c) o respeito pelas pessoas, a participação e a confiança; d) a confrontação, a manutenção do status quo e o desenvolvimento de grupos; e) o conflito de papéis, o diagnóstico constante e a inovação. Comentários: De acordo com Robbins, as diretrizes que norteiam o desenvolvimento organizacional são os seguintes: -Respeito pelas pessoas -Confiança e apoio -Equalização do poder -Confrontação -Participação O gabarito é a letra C. 13 – Reengenharia A Reengenharia é uma técnica que foi criada com o objetivo de que as organizações fossem capazes de se adaptar e se ajustar a grandes e intensas mudanças ambientais. A Reengenharia consiste em realizar uma nova e diferente “engenharia” da estrutura organizacional. Ou seja, trata-se de uma reconstrução total dos processos fundamentais da Késia Késia Késia organização.A reengenharia descarta todos os processos existentes e vai em busca de outros totalmente novos. A reengenharia “parte do zero”. A Reengenharia é uma mudança organizacional drástica, radical e com foco nos processos (e não nas tarefas ou funções). (CESPE – Banco da Amazônica – Técnico Científico) Ao se analisar os processos de uma organização que pretende realizar a reengenharia, não se adotam mudanças incrementais; outrossim, é preciso aplicar uma mudança radical, partindo-se do zero. Comentários: Isso mesmo! Se a organização pretende realizar a reengenharia, não devem ser adotadas mudanças incrementais. É preciso aplicar uma mudança radical, partindo-se do zero. Gabarito: correta. 14 – Inovação Leite explica que “a inovação ocorre a partir de uma criação, invenção, da busca pela solução de questões ainda não resolvidas ou do aprimoramento de soluções já existentes para problemas que o homem enfrenta ao longo da vida e no dia a dia.”27 Segundo o autor, a inovação é “a provisão de diferentes satisfações econômicas. Não basta que ela forneça quaisquer bens e serviços econômicos; ela deve oferecer bens e serviços melhores e mais econômicos. É a tarefa de dotar os recursos humanos e materiais de uma nova e maior capacidade de produzir riqueza.” 28 A Lei n° 13.24329, conhecida como a Lei de Inovação, “estabelece medidas de incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo, com vistas à capacitação tecnológica, 27 DORNELAS, José. Empreendedorismo para visionários: desenvolvendo negócios inovadores para um mundo em transformação. / 2ª edição. São Paulo, Empreende: 2019. p.11 28 LEITE, Emanuel. O fenômeno do empreendedorismo. / São Paulo, Saraiva: 2012. p.81 29 BRASIL. Lei n° 13.243 de 11 de janeiro de 2016 / Brasília, Diário Oficial: 2016 Késia Késia Késia Késia Késia ao alcance da autonomia tecnológica e ao desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional do País." A mencionada Lei busca fomentar a inovação por meio de parcerias para gerar desenvolvimento regional, incentivar o empreendedorismo e atrair investimentos. As ações do governo responsáveis pelo fomento da inovação ocorrem por meio de incentivo à implantação de incubadoras, criação de ambiente propício aos habitats, dentre outros. A inovação pode ser classificada incremental ou radical: Inovação Incremental: É uma inovação que busca apenas melhorar algo que já existe. Ou seja, está relacionada a melhorias contínuas. Em outras palavras, consiste em melhorar apenas algum ponto específico de um serviço, produto ou processo. Inovação Radical: É uma inovação que busca criar algo totalmente novo. Em outras palavras, consiste em criar um novo serviço, produto ou processo. Por exemplo: A criação da internet foi uma inovação radical. Posteriormente, surgiu a internet de alta velocidade, que melhorou bastante a qualidade e a velocidade de conexão (inovação incremental). De modo semelhante, Chiavenato explica que a inovação pode ser classificada da seguinte forma30: Inovação evolucionária: É o tipo de inovação que aperfeiçoa e melhora gradualmente (pouco a pouco) a tecnologia ou os produtos, de forma incremental e contínua. Inovação revolucionária: É o tipo de inovação que traz rápidas, drásticas e profundas mudanças nas tecnologias ou produtos atuais. Esse tipo de inovação rompe o status quo e torna rapidamente velho aquilo que, até então, era novo. A inovação revolucionária abre novas fronteiras, traz novas soluções e novos negócios. Trata-se da inovação que rompe paradigmas e cria novas e diferentes expectativas. Inovação disruptiva: É o tipo de inovação que inicia com uma tecnologia ou produto mais barato (e com desempenho inferior), no intuito de “preencher um espaço” que as organizações líderes de mercado não estão dispostas a ocupar ou que não atendem. Busca- se, assim, fazer com que todos tenham acesso a produtos e serviços que, antes, não eram acessíveis financeiramente. Depois, gradativamente, parte para a melhoria e aperfeiçoamento desses produtos e tecnologias, com o objetivo de “deslocar” os líderes de mercado. 30 CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. / 4ª edição. Barueri, Manole: 2012. p.11 Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia 14.1 – Mudança x Criatividade x Inovação Mudança significa “a passagem de um estado para outro diferente. É a transição de uma situação para outra”. A mudança envolve transformação, interrupção, perturbação e ruptura, dependendo da sua intensidade”. 31 A criatividade, por sua vez, consiste na habilidade de gerar novas ideias. Trata-se de algo difícil de ser mensurado. Já a inovação é o processo de colocar em prática essas novas ideias. Ou seja, a inovação está relacionada a tornar essas novas ideias viáveis. Portanto, a inovação ocorre quando há geração de valor (ganhos) com essas ideias. Nesse sentido, pode-se dizer que a inovação depende da criatividade (afinal, se não existirem “ideias novas”, não haverá ideias para serem “colocadas em prática” e, consequentemente, não haverá “geração de valor”). (FCC – PGE-RJ – Técnico Superior - ADAPTADO) Criatividade é a habilidade de aplicar soluções criativas e valiosas a problemas e oportunidades, compreendendo também a implementação destas soluções. Comentários: A assertiva trouxe o conceito de inovação. Gabarito: errada. (FCC – PGE-RJ – Técnico Superior - ADAPTADO) Inovação é a habilidade de desenvolver novas ideias e de descobrir novas formas de compreender problemas e vislumbrar oportunidades. Comentários: 31 CHIAVENATO, Idalberto. Administração Geral e Pública: provas e concursos, 5ª edição. Barueri, Manole: 2018. p.264 Késia Késia Késia Késia A assertiva trouxe o conceito de criatividade. Gabarito: errada. 14.2 – Hélice Tríplice A Hélice Tríplice é um modelo reconhecido internacionalmente, e que se encontra no centro dos estudos de inovação e empreendedorismo. São as interações entre universidade-indústria-governo que formam uma “hélice tríplice” de inovação e empreendedorismo. Essas interações são a chave para o crescimento econômico e o desenvolvimento social baseados no conhecimento. A Hélice Tríplice funciona como um guia de políticas e práticas nos âmbitos local, regional, nacional e multinacional. Esse sistema reconhece que o processo de inovação depende da interação entre esses 03 “atores principais”, os quais possuem papéis distintos, recíprocos e complementares (relacionados à inovação). Etzkowitz e Zhou32 definem a hélice tríplice “como um modelo de inovação em que a universidade/academia, a indústria e o governo, como esferas institucionais primárias, interagem para promover o desenvolvimento por meio da inovação e do empreendedorismo. No processo de interação novas instituições secundárias são formadas conforme a demanda.” A tese da Hélice Tríplice defende a ideia de que a universidade está deixando de ter um papel social “secundário” (de prover ensino superior e pesquisa), e está assumindo um papel primordial (equivalente aos papéis da indústria e do governo), como geradora de novas indústrias e empresas.33 As universidades podem criar empresas por meio de suas incubadoras. As empresas privadas (indústria), ao seu turno, podem exercer papel de educadoras através de suas universidades corporativas. E o governo, por fim, pode ser um investidor por meio dos programas de financiamento a atividades inovadoras. Além disso, cabe ao governo exercer o papel de interventor, prestador de serviços e de criador de marcos legais (leis). 32 ETZKOWITZ, Henry, ZHOU, Chunyan. Hélice tríplice: inovação e empreendedorismo universidade-insdústria-governo. / v.31, n.90. Estudos Avançados: 2017. p.24 33 ETZKOWITZ, Henry, ZHOU, Chunyan. Hélice tríplice: inovação e empreendedorismo universidade-insdústria-governo. / v.31, n.90. Estudos Avançados:2017. p.23 Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia (CESPE – MCT – Tecnologista Pleno) Consoante a tríplice hélice, o processo de inovação das empresas depende de ações do governo e das universidades, os quais possuem papéis distintos, recíprocos e complementares nesse processo. Comentários: Isso mesmo! Assertiva correta! Gabarito: correta. 14.3 – Manual de Oslo O Manual de Oslo, elaborado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), consiste na principal referência internacional para coleta, tratamento e interpretação de dados e indicadores sobre inovação. Trata-se de um manual metodológico de referência internacional para medir a inovação. Atualmente, o Manual está em uma 4ª Edição (2018). Contudo, algumas questões de prova ainda abordam conceitos da 3ª Edição. De acordo com a 3ª Edição do Manual, uma “inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas.”34 Nesse sentido, a 3ª Edição do Manual diferencia 04 tipos de inovação:35 Inovação de produto: é a introdução de um bem ou serviço novo ou significativamente melhorado no que concerne a suas características ou usos previstos. Incluem-se 34 Manual de Oslo: Diretrizes para Coleta e Interpretação de Dados sobre Inovação. Terceira Edição. Traduzido sob a responsabilidade da FINEP. p. 55 35 Manual de Oslo: Diretrizes para Coleta e Interpretação de Dados sobre Inovação. Terceira Edição. Traduzido sob a responsabilidade da FINEP. pp. 57-61 Késia Késia Késia Késia Késia melhoramentos significativos em especificações técnicas, componentes e materiais, softwares incorporados, facilidade de uso ou outras características funcionais. Inovação de processo: é a implementação de um método de produção ou distribuição novo ou significativamente melhorado. Incluem-se mudanças significativas em técnicas, equipamentos e/ou softwares. Inovação de marketing: é a implementação de um novo método de marketing com mudanças significativas na concepção do produto ou em sua embalagem, no posicionamento do produto, em sua promoção ou na fixação de preços. Inovação organizacional: é a implementação de um novo método organizacional nas práticas de negócios da empresa, na organização do seu local de trabalho ou em suas relações externas. A 4ª Edição do Manual, por sua vez, destaca que “inovação é um produto ou processo novo ou melhorado (ou combinação deles) que difere significativamente dos produtos ou processos anteriores da unidade e que foi disponibilizado para potenciais usuários (produto) ou trazido em uso pela unidade (processo).” 36 Portanto, conforme se nota, a 4ª Edição do Manual de Oslo promoveu uma grande mudança, diferenciando apenas 02 tipos de inovação: 37 Inovação de produto: é um bem ou serviço novo ou melhorado que difere significativamente dos bens ou serviços anteriores da empresa e que foi introduzido no mercado. Inovação no processo de negócios: é um novo ou aprimorado processo de negócios para uma ou mais funções de negócios que difere significativamente dos processos de negócios anteriores da empresa e que foi trazido em uso pela empresa. (IADES – BRB – Analista - 2021) 36 Traduzido de Oslo Manual 2018. Guidelines for Collecting, Reporting and Using Data on Innovation. OECD. p.20 37 Traduzido de Oslo Manual 2018. Guidelines for Collecting, Reporting and Using Data on Innovation. OECD. p.20 Késia Késia Késia Késia Késia Késia O Manual de Oslo é uma publicação que estabelece conceitos relacionados à inovação, que são adotados pela maioria dos países industrializados. Em sua terceira edição, o Manual de Oslo classifica os tipos de inovação existentes da seguinte forma: a) de produto, de processo e digital. b) de produto, de processo, de marketing e organizacional. c) de produto, de processo, de marketing e digital. d) de produto, de marketing e organizacional. e) de processo, de marketing e organizacional. Comentários: A 3ª Edição do Manual de OSlo diferencia 04 tipos de inovação:38 Inovação de produto: é a introdução de um bem ou serviço novo ou significativamente melhorado no que concerne a suas características ou usos previstos. Incluem-se melhoramentos significativos em especificações técnicas, componentes e materiais, softwares incorporados, facilidade de uso ou outras características funcionais. Inovação de processo: é a implementação de um método de produção ou distribuição novo ou significativamente melhorado. Incluem-se mudanças significativas em técnicas, equipamentos e/ou softwares. Inovação de marketing: é a implementação de um novo método de marketing com mudanças significativas na concepção do produto ou em sua embalagem, no posicionamento do produto, em sua promoção ou na fixação de preços. Inovação organizacional: é a implementação de um novo método organizacional nas práticas de negócios da empresa, na organização do seu local de trabalho ou em suas relações externas. O gabarito é a letra B. 38 Manual de Oslo: Diretrizes para Coleta e Interpretação de Dados sobre Inovação. Terceira Edição. Traduzido sob a responsabilidade da FINEP. pp. 57-61 RESUMO ESTRATÉGICO Mudança Organizacional De acordo com Chiavenato39, mudança significa “a passagem de um estado para outro diferente. É a transição de uma situação para outra”. De acordo com o autor, “a mudança envolve transformação, interrupção, perturbação e ruptura, dependendo da sua intensidade”. Wood40, por sua vez, explica que “mudança organizacional é qualquer transformação de natureza estrutural, institucional, estratégica, cultural, tecnológica, humana, ou de qualquer outro componente, capaz de gerar impacto em partes ou no conjunto da organização”. A mudança pode ser impulsionada tanto por forças internas (endógenas), quanto por forças externas (exógenas). 39 CHIAVENATO, Idalberto. Administração Geral e Pública: provas e concursos, 5ª edição. Barueri, Manole: 2018. p.264 40 WOOD (1995) Forças Internas (Endógenas) Tecnologia utilizada, políticas da organização, objetivos organizacionais, métodos de trabalho, atividades dos funcionários, estrutura organizacional, recursos humanos, tecnologia utilizada pela organização, produtos, máquinas, equipamentos, etc. Forças Externas (Exógenas) São os fatores “ambientais”. Por exemplo: Hábitos dos clientes, concorrentes, fornecedores, preços das matérias primas, fatores políticos, fatores sociais, fatores culturais, fatores econômicos, fatores educacionais, modificações tecnológicas, legislação, agentes reguladores, etc. Tipos de Forças que Impulsionam a Mudança Organizacional Análise do Campo de Forças Forças que Impulsonam a mudança Natureza da força de trabalho O aumento da diversidade cultural, o aumento da imigração e as mudanças demográficas são fatores que impulsionam as mudanças organizacionais. Além disso, a crescente terceirização da força de trabalho também é um fator que exige adaptação por parte das organizações. Tecnologia A tecnologia é uma força que impulsiona as organizações a mudarem. A organização deve se adaptar às evoluções tecnológicas, com o objetivo de se manter “viva”. Choques econômicos O cenário econômico também pode impulsionar mudanças nas organizações. Competição A competição também é uma força que impulsiona as mudanças. As organizações estão, constantemente, buscando seu espaço em um mercado cada dia mais competitivo Tendências sociais As tendências sociais são as “necessidades”, os “desejos” e os “comportamentos” dos clientes. Política internacional A política internacional também é uma força que impulsiona a mudança organizacional. Tipos de Mudança Organizacional Tipos deMudança Chiavenato Mudanças Estruturais Tratam-se das mudanças que afetam a estrutura organizacional. Mudanças na Tecnologia Tratam-se das mudanças que afetam equipamentos, máquinas, instalações e processos organizacionais. Mudanças nos Produtos / Serviços Tratam-se das mudanças que afetam os resultados ou saídas da organização. Mudanças Culturais Tratam-se das mudanças que ocorrem nas pessoas, nos seus comportamentos, atitudes, expectativas, aspirações e necessidades. Estratégiias de Mudança Mudança evolucionária É́ pequena e dentro dos limites das expectativas e do status quo. É lenta, suave e não transgride as expectativas daqueles que nela estão envolvidos ou são por ela afetados. Mudança revolucionária A mudança contradiz, rompe ou destrói os arranjos do status quo.É rápida, intensa, brutal, transgride e rejeita as antigas expectativas e introduz expectativas novas. Desenvolvimento sistemático Os responsáveis pela mudança delineiam modelos do que a organização deveria ser em comparação com o que ela é. Enquanto isso, aquelas pessoas que serão afetadas pela mudança estudam, avaliam e criticam o modelo de mudança para recomendar alterações. Giroux Ruptura Tipo de mudança que pode ser considerada como revolucionária e radical, pois atinge todos os níveis da estratégia. Sobressalto Possui um aspecto transitório marcado por uma transformação momentânea das atividades visando a adaptação da organização a uma variação pontual no ambiente. Erosão Através da acumulação de mudanças marginais, produz uma transformação global e radical a longo prazo. Elaboração Mudança evolutiva, gradual e durável. Geralmente representa um refinamento da estratégia atual, podendo, no entanto, afetar os seus mais diferentes níveis Enxerto É um tipo de mudança significativa. Adiciona novos valores e escolhas de domínios ou práticas à estratégia da organização, que não entram em contradição com as regras em vigor, apesar de serem radicalmente diferentes destas. Quanto ao "Planejamento" Planejada (Deliberada / Sitemática) É devidamente planejada, pensada e administrada pela organização. Envolve estratégias e ações deliberadas por parte da organização. Emergente (Orgânica) Não é planejada pela organização. São as mudanças que ocorrem naturalmente. Quanto à "Participação" dos indivíduos Participativa (Negociada) É planejada conjuntamente com os funcionários. Os funcionários participam do processo de mudança. Impositiva (Imposta) O gestor decide sozinho e os funcionários são obrigados a executar. Ou seja, o gestor impõe a mudança Quanto ao grau de "Transformação " Incremental (Evolutiva) Mudança gradual, que busca apenas acrescentar, agregar ou somar algo. Ou seja, é a mudança “suave”, que ocorre “pouco a pouco”. Radical (Transformacional) Envolve grandes transformações. Esse tipo de mudança ocorre de maneira drástica e intensa, com o objetivo de “romper” ou alterar profundamente e repentinamente os processos ou a situação existente. Quanto ao tipo de "Atuação" Reativa Ocorre como “resposta” a alguma situação. O gestor busca fazer um diagnóstico do ambiente e, posteriormente, realiza a mudança necessária para se adaptar às demandas ambientais. Proativa A mudança ocorre “antes” da situação. O gestor busca fazer um prognóstico do ambiente e, então, inicia as mudanças com o objetivo de se “preparar” para as “futuras” mutações ambientais. Sentido do Processo de Mudança Organizacional Processo de Mudança Organizacional (Fases de Kurt Lewin) Mudança Organizacional de “Cima para Baixo” (Top-down): A mudança é decidida e iniciada pelos níveis organizacionais mais altos e, depois, são “impostas” aos funcionários dos níveis mais baixos. São mudanças impositivas. Mudança Organizacional de “Baixo para Cima” (Bottom-up): Trata-se da mudança que é iniciada pelos níveis hierárquicos mais baixos da organização. Ou seja, os funcionários dão sugestões e sugerem mudanças. 3 - Recongelamento É a fase onde as novas práticas, ideias e comportamentos são incorporados pelos indivíduos. Ou seja, é a fase onde as novas ações e o “novo padrão” são completamente consolidados. 2 - Mudança É a fase onde novas práticas, ideias e comportamentos são aprendidos. Ou seja, trata-se da fase onde as novas ações começam a ser executadas. 1 - Descongelamento É a fase onde se percebe, se entende e se aceita que é necessário mudar. As velhas práticas, ideias e comportamentos são abandonados. Processo de Mudança Organizacional (Passos de John Kotter) Fases de Kurt Lewin x Passos de John Kotter 03 Fases (Kurt Lewin) 08 Passos (John Kotter) 1 – Descongelamento 1 – Estabelecer um Senso de Urgência 2 – Formar uma Coalizão de Liderança 3 – Criar Visão de Futuro e Estabelecer as Estratégias 4 – Comunicar a Visão de Futuro 2 – Mudança 5 – Dar Autonomia aos Membros da Organização (Empowerment) 6 – Criar Metas de Curto Prazo e Recompensar as Vitórias 7 – Realizar os Ajustes Necessários 3 – Recongelamento 8 – Reforçar e Incorporar as Mudanças 8 – Reforçar e Incorporar as Mudanças Trata-se de reforçar a mudança, com o objetivo de incorporar e consolidar o novo comportamento. 7 – Realizar os Ajustes Necessários Consiste em fazer os ajustes necessários, reavaliar o processo de mudança, e consolidar os ganhos e vitórias de curso prazo. 6 – Criar Metas de Curto Prazo e Recompensar as Vitórias Deve-se criar metas de curto prazo, bem como reconhecer e recompensar o atingimento dessas metas. 5 – Dar Autonomia aos Membros da Organização (Empowerment) Trata-se de “empoderar” os membros da organização, bem como remover as forças negativas (restritivas) e fortalecer as forças positivas (propulsoras), com o objetivo de que os indivíduos busquem atingir a “visão”. 4 – Comunicar a Visão de Futuro Consiste em comunicar a “visão” e as estratégias aos membros da organização, com o objetivo de que eles entendam e se comprometam com essa visão. 3 – Criar Visão de Futuro e Estabelecer as Estratégias Trata-se de criar uma “visão de futuro” que indicará “onde quer se chegar” com a mudança, bem como estabelecer as estratégias necessárias para atingir essa “visão”. 2 – Formar uma Coalizão de Liderança Consiste em reunir as forças necessárias para promover a mudança. 1 – Estabelecer um Senso de Urgência Trata-se de estabelecer um senso de urgência para a mudança, através de motivos fortes e razões que “convençam” as pessoas da necessidade de mudar Processos de Mudança Organizacional (Etapas de Chiavenato) Processo de Mudança Organizacional (Fischer) Modelo pesquisa-Ação A Pesquisa-Ação é um modelo de processo de mudança que envolve a coleta sistemática de dados e informações (pesquisa) e, com base nesses dados coletados, a seleção de uma alternativa/ação de mudança (ação). Reconhecimento do Problema Identificar as Causas do Problema Implementação da Mudança Avaliação da Mudança Auscultação Concepção Disseminação / Adesão Sustentação Diagnóstico Análise Retroação (Feedback) Ação Avaliação Resistência à Mudança Organizacional Principais fatores que causam a resistência Medo do desconhecido Incerteza Interesses pessoais diferentes dos interesses organizacionais Falta de entendimento sobre o processo de mudança Crença de que as mudanças levarão a uma situação “pior” do que a atual Dificuldade em mudar hábitos e costumes arraigados Cultura organizacional forte Padronização dos comportamentos Aspectos que causam resistência à mudança (Chaivenato) Aspectos lógicos A resistência lógica decorre do tempo e do esforço requerido para uma pessoa se ajustar à mudança. Aspectos psicológicos A resistência psicológica é a “lógica” individual em termos de atitudes e sentimentosdas pessoas a respeito da mudança. Aspectos sociológicos A resistência sociológica é a “lógica” de grupos em termos de seus interesses grupais e valores sociais envolvidos. Fontes de Resistência (Robbins) Fontes Individuais Hábitos Segurança Fatores econômicos Medo do desconhecido Processamento seletivo de informações Fontes Organizacionais Inércia estrutural Foco limitado de mudança Inércia de grupo Ameaça à especialização Ameaça às relações de poder estabelecidas Ameaça às alocações de recursos estabelecidas Táticas para Enfrentar e Superar a Resistência à Mudança Organizacional Agente de Mudanças Os agentes de mudança são os responsáveis pela condução do processo de mudança organizacional. Ou seja, são os responsáveis pela administração das atividades de mudança organizacional. Os agentes de mudança podem ser altos executivos, gestores, funcionários, ou consultores externos. Fatores Críticos para o Sucesso da Mudança Organizacional Taticas para enfrentar e superar a resistência Educação e comunicação Participação Apoio e comprometimento Desenvolver relações positivas Implementar mudanças de forma justa Manipulação e cooptação Selecionar pessoas que aceitam mudanças Coerção Fatores Críticos (Essenciais) para o Sucesso da Mudança Organizacional Apoio dos gestores da cúpula da organização Participação e envolvimento dos funcionários no processo de mudança Criação de uma “necessidade comum” Estabelecimento de um senso de urgência Comunicação clara e transparente Criação de metas de curto prazo Recompensar o alcance das metas de curto prazo (recompensar as vitórias) Monitoramento do progresso da mudança Avaliação do processo de mudança Técnicas para o Sucesso da Mudança Organizacional Aprendizagem Organizacional Uma forma pela qual as organizações podem administrar as mudanças organizacionais é fazendo com que o “crescimento contínuo” seja parte de sua rotina. Em outras palavras, é transformar a organização em uma organização que aprende.41 O aprendizado organizacional deve ser organizado e contínuo (ou seja, não deve ocorrer “ao acaso”), e deve envolver todo os membros da organização. 41 ROBBINS, Stephen P.; JUDGE, Timothy A.; SOBRAL, Filipe. Comportamento Organizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. / Tradução: Rita de Cássia Gomes, 14ª edição. São Paulo, Pearson Prentice Hall: 2010. p. 579 Técnicas para o Sucesso da Mudança Organizacional (Daft) Estabelecer um sentido de urgência para a mudança Estabelecer uma aliança para orientar a mudança Criar uma ideia e uma estratégia para a mudança Encontrar uma ideia que se ajuste à necessidade Criar equipes de mudança Promover e incentivar os “campeões” de ideias Organizações que Aprendem Desenvolvimento Organizacional 05 Disciplinas Básicas das Organizações que Aprendem Domínio Pessoal Consiste na habilidade do indivíduo de expandir continuamente as suas habilidades de inovar, criar e comunicar-se com outras pessoas. Modelos Mentais Tratam-se dos paradigmas. Ou seja, se referem às pressuposições que os indivíduos têm em relação ao ambiente exterior. Os indivíduos devem levar em consideração que a organização se inter-relaciona constantemente com o meio ambiente. Visão Compartilhada Parte do principio de que os indivíduos devem compartilhar uma “visão comum”. Aprendizagem em Equipe O aprendizado em equipe exige que os indivíduos consigam deixar de lado suas “opiniões” e “suposições” pessoais, para que possam “pensar” e “aprender” juntos. Os indivíduos devem compartilhar conhecimentos, informações e experiências aos demais membros da equipe, no intuito de tonar as atividades coordenadas e inovadoras. Pensamento Sistêmico Trata-se da quinta disciplina. É a disciplina que integra todas as anteriores. O pensamento sistêmico permite que as demais disciplinas funcionem juntas. Diretrizes do Desenvolvimetno Organizacional (DO) Respeito pelas pessoas Confiança e apoio Equalização do poder Confrontação Participação Reengenharia A Reengenharia é uma técnica que foi criada com o objetivo de que as organizações fossem capazes se de adaptar e se ajustar a grandes e intensas mudanças ambientais. A Reengenharia consiste em realizar uma nova e diferente “engenharia” da estrutura organizacional. Ou seja, trata-se de uma reconstrução total dos processos fundamentais da organização. A reengenharia descarta todos os processos existentes e vai em busca de outros totalmente novos. A reengenharia “parte do zero”. A Reengenharia é uma mudança organizacional drástica, radical e com foco nos processos (e não nas tarefas ou funções). Mudança x Criatividade x Inovação A mudança significa “a passagem de um estado para outro diferente. É a transição de uma situação para outra”. De acordo com o autor, “a mudança envolve transformação, interrupção, perturbação e ruptura, dependendo da sua intensidade”. A criatividade, por sua vez, consiste na habilidade de gerar novas ideias. Trata-se de algo difícil de ser mensurado. Já a inovação é o processo de colocar em prática essas novas ideias. Ou seja, a inovação está relacionada a tornar essas novas ideias viáveis. Portanto, a inovação ocorre quando há geração de valor (ganhos) com essas ideias.devem buscar se adaptarem a essas mudanças ocorridas no “perfil” da força de trabalho. Por exemplo: A população está envelhecendo cada dia mais. Nesse sentido, é importante que as organizações se adaptem a esse tipo de situação, pois os funcionários mais idosos possuem características de trabalho diferentes dos funcionários mais jovens. Tecnologia: A tecnologia também é uma força que impulsiona as organizações a mudarem. A organização deve se adaptar às evoluções tecnológicas, com o objetivo de se manter competitiva no mercado. Por exemplo: Antigamente existiam as famosas “locadoras de filmes”. Contudo, atualmente, é possível que as pessoas aluguem filmes diretamente de suas TVs, sem sair de casa. Essa mudança tecnológica exigiu que as “locadoras de filmes” se adaptassem a esse novo cenário e se reinventassem, sob pena de irem à falência. Da mesma forma, imagine que surja uma nova tecnologia que reduza 80% os custos de fabricação de determinado produto, e aumente em 50% a produtividade. Caso uma empresa do ramo deste produto deseje se manter competitiva no mercado, deverá mudar para se adaptar à utilização dessa nova tecnologia. Choques econômicos: O cenário econômico também pode impulsionar mudanças nas organizações. 6 ROBBINS, Stephen. Comportamento Organizacional / Tradução Técnica: Reynaldo Cavalheiro Marcondes, 11ª edição. São Paulo, Pearson Prentice Hall: 2005. p.423 Késia Késia Késia Késia Késia Késia Por exemplo: Uma recessão econômica pode fazer com que as organizações sejam “obrigadas” a reduzirem gastos com pessoal, para se manterem “vivas”. Da mesma forma, uma “crise econômica” pode fazer com que as pessoas deixem de consumir determinado produto considerado “supérfluo”. Nesse caso, a empresa que fabrica esse tipo de produto deverá mudar e se adaptar a esse cenário. Competição: A competição também é uma força que impulsiona as mudanças. As organizações estão, constantemente, buscando seu espaço em um mercado cada dia mais competitivo. O tipo de competição também está mudando. Hoje, o concorrente pode estar do outro lado da rua, ou, então, do outro lado do mundo! Desta forma, para que as organizações sejam competitivas, elas devem ser rápidas e flexíveis. Tendências sociais: As tendências sociais são as “necessidades”, os “desejos” e os “comportamentos” dos clientes. As tendências sociais estão em constante alteração e são forças que impulsionam as mudanças organizacionais. As organizações estão, a todo momento, buscando adaptarem-se a essas tendências. Por exemplo: A busca das pessoas por produtos “ecologicamente corretos” faz com que organizações modifiquem a embalagem de seus produtos, por exemplo. Da mesma forma, a busca das pessoas por produtos “saudáveis” faz com que as empresas modifiquem produtos existentes ou criem novos produtos (ex: refrigerantes sem açúcar, alimentos com menos sódio, inclusão de saladas e frutas no cardápio de restaurantes). Política internacional: A política internacional também é uma força que impulsiona a mudança organizacional. Por exemplo: Existem diversos acordos internacionais de “livre comércio”, que tem por objetivo abandonar barreiras tarifárias e aumentar as trocas comerciais entre os países. Nesse sentido, a empresa que quiser aproveitar esse mercado e se manter competitiva, deve buscar se adaptar a esse novo ambiente globalizado. Ou seja, a organização deve aumentar ainda mais a qualidade de seus produtos (tendo em vista que, agora, compete com empresas internacionais), bem como deve buscar adaptar seus produtos a cultura dos outros países, por exemplo. Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia (QUADRIX - CRBIO - Assistente Administrativo) Robbins, S.P (Mudança Organizacional e Administração do Estresse. Comportamento Organizacional. 1999. Rio de Janeiro: LTC) conceitua as Mudanças Organizacionais como "atividades intencionais, pró-ativas e direcionadas para a obtenção das metas organizacionais". Vivemos em um mundo globalizado onde as facilidades de comunicação, transporte e novas tecnologias, entre outros fatores, provocam uma mortandade de organizações, se estas não se adaptarem às condições mundiais que provocam uma concorrência desenfreada entre elas. Daí a razão pela qual as organizações devem promover sistemáticas mudanças em sua organização. Elas devem planejar e adotar estratégias de mudança que obtenham sucesso, se adaptando ao ambiente de sua atuação, ao perfil das pessoas com que interage e à sua própria estrutura organizacional. Observe os fatores relacionados. I. Evolução da tecnologia. II. Choques econômicos e intervenção governamental na economia. III. Concorrência a nível nacional e internacional. IV. Tendências sociais. Aponte a alternativa que retrata os fatores que estimulam a mudança organizacional. a) Somente I e II. ESQUEMATIZANDO! Forças que Impulsonam a mudança Natureza da força de trabalho Tecnologia Choques econômicos Competição Tendências sociais Política internacional Késia b) Somente I e III. c) Somente I, II e III. d) Somente I, III e IV. e) Todos. Comentários: De acordo com Robbins, existem 06 tipos de forças que impulsionam a mudança organizacional: Natureza da força de trabalho; Tecnologia; Choques econômicos; Competição (Competição); Tendências sociais; Política internacional. Portanto, todas as assertivas trazem, corretamente, fatores que estimulam (impulsionam) a mudança organizacional. O gabarito é a letra E. (COPEVE-UFAL - ALGÁS - Analista) Assinale a alternativa correta quanto à força propulsora da mudança nas organizações de distribuição de gás resultante da flexibilização do monopólio. a) Mudanças nas relações da competição. b) Mudanças nas tendências sociais. c) Mudanças tecnológicas. d) Mudanças por choques econômicos. e) Mudanças da Natureza da força de trabalho. Comentários: O enunciado da questão nos diz que houve flexibilização do monopólio. Portanto, novos concorrentes tendem a entrar no mercado de distribuição de gás. Essa situação, consequentemente, aumentará a competição nesse mercado. Trata-se, portanto, de uma força impulsionadora (propulsora) relacionada à competição. Ou seja, as empresas tendem a mudar para buscar seu espaço em um mercado que se tornará mais competitivo. O gabarito é a letra A. 1.1 – Análise do Campo de Forças De acordo com o modelo proposto por Kurt Lewin, o processo de mudança é afetado por dois conjuntos de forças que se opõem. De um lado, encontram-se as forças positivas (ou propulsoras), que tendem a apoiar e impulsionar a mudança. De outro lado, as forças negativas (ou restritivas), que tendem a inibir, se opor e resistir à mudança. Assim, se um conjunto de forças for maior do que o outro, a mudança tende a ser influenciada a seguir a direção desse conjunto de forças que é maior. Ou seja, se o conjunto de forças positivas for maior, a mudança tende a ser bem-sucedida (isto é, a organização consegue atingir a situação desejada); por outro lado, se o conjunto de forças negativas for maior, a mudança tende a ser malsucedida (ou seja, a organização não consegue atingir o estado desejado). Nesse sentido, em um processo de mudança organizacional, o gestor deve buscar entender quais são os fatores “favoráveis” (forças positivas) e quais são os fatores contrários (forças negativas) à mudança. O ideal é que o gestor busque maximizar as forças propulsoras e minimizar as forças restritivas, para que a mudança seja bem-sucedida e a organização consiga atingir a situação desejada. Chiavenato explica que “em toda organização existe uma balança dinâmica constituída de forças que apoiam e suportam a mudança e de forças que restringem e impedem a mudança” e que “esse equilíbrio é rompido toda vez que se introduz uma tentativa de mudança.” 7 7 CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento organizacional: a dinâmica do sucesso das organizações,3ª edição. Barueri, Manole: 2014. p.347 ESQUEMATIZANDO! Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia (CESGRANRIO - IBGE - Analista) A mudança pode ser considerada um aspecto essencial da criatividade e da inovação das organizações. O processo de mudança ocorre no meio de um campo de forças que atuam dinamicamente em mais de um sentido. De um lado, existem forças positivas de apoio e suporte à mudança e, de outro, forças negativas de oposição e resistência à mudança. Exemplos de uma força positiva e de uma força negativa são, respectivamente, a) acomodação dos funcionários; costumes da organização b) cultura organizacional inovadora; concorrência acirrada c) dificuldades de aprender; falta de iniciativa d) novas tecnologias; necessidades dos clientes e) oportunidades do mercado; velhos paradigmas culturais Comentários: Letra A: errada. A alternativa trouxe 02 exemplos de forças negativas. Letra B: errada. A alternativa trouxe 02 exemplos de forças positivas. Letra C: errada. A alternativa trouxe 02 exemplos de forças negativas. Letra D: errada. A alternativa trouxe 02 exemplos de forças positivas. Letra E: errada. Bingo! De fato, as oportunidades do mercado são forças positivas que impulsionam a mudança. Por sua vez, velhos paradigmas culturais são forças negativas inibem a mudança. O gabarito é a letra E. 2 – Tipos de Adaptabilidade Organizacional As organizações possuem “perfis” diferentes de adaptabilidade a situações de mudança. Em outras palavras, as organizações reagem de formas diferentes em contextos de mudança. Nesse sentido, existem 03 tipos de adaptabilidade organizacional em relação ao ambiente: Positiva: Trata-se da organização que atua proativamente. Ou seja, a organização inicia as mudanças com o objetivo de se “preparar” para as “futuras” mutações ambientais. Em outras palavras, a organização muda “antes” das mudanças ambientais. Neutra: Trata-se da organização que atua reativamente. A organização reage às mudanças ambientais, com o objetivo de se adaptar a essas mudanças. Ou seja, o ambiente muda e, depois, a organização muda para se adaptar a esse novo ambiente. Negativa: Trata-se da organização que não consegue se adaptar às mudanças ambientais. Ou seja, a mudança ambiental ocorre; contudo, a organização não consegue se adaptar a essas mudanças. Essa é uma característica das organizações fechadas. 3 – Tipos de Mudança Organizacional (Chiavenato) De acordo com Chiavenato, as mudanças organizacionais podem ser classificadas em 04 tipos8: Mudanças Estruturais (Mudanças na Estrutura Organizacional): Tratam-se das mudanças que afetam a estrutura organizacional. Essas mudanças estão relacionadas ao redesenho da organização e a alterações da estrutura do trabalho, trazendo uma “nova configuração” para a organização. Ou seja, são mudanças que envolvem alterações nos departamentos, nas redes de comunicação, nos níveis hierárquicos, nos esquemas de “diferenciação e integração”, etc. Mudanças na Tecnologia: Tratam-se das mudanças que afetam equipamentos, máquinas, instalações e processos organizacionais. Essas mudanças estão relacionadas ao redesenho do fluxo de trabalho, a novos equipamentos e novos processos. A tecnologia envolve a maneira pela qual a empresa executa suas tarefas e produz seus produtos e serviços. Mudanças nos Produtos / Serviços: Tratam-se das mudanças que afetam os resultados ou saídas da organização. Essas mudanças estão relacionadas ao redesenho do fluxo de trabalho, a novos produtos e novos clientes. 8 CHIAVENATO, Idalberto. Os novos paradigmas: como as mudanças estão mexendo com as pessoas, 5ª edição. Barueri, Manole: 2008. pp.119-120 Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Mudanças Culturais (Mudanças na Cultura Organizacional): Tratam-se das mudanças que ocorrem nas pessoas, nos seus comportamentos, atitudes, expectativas, aspirações e necessidades. Essas mudanças estão relacionadas a novas atitudes, percepções, expectativas, mentalidade, habilidades e resultados. (FCC – TRT-15a Região – Analista Judiciário) O indivíduo, o grupo, a organização e a comunidade são sistemas dinâmicos e vivos de adaptação, ajustamento e reorganização, como condição básica de sua sobrevivência em um ambiente de mudança. (Chiavenato, 2009). Considerando o conceito apresentado, NÃO corresponde a um tipo de mudança nas organizações: a) Produtos e serviços. b) Estrutural. c) Tecnológica. d) Cultural. e) Contingencial. Comentários: De acordo com Chiavenato, as mudanças organizacionais podem ser classificadas em 04 tipos: Mudanças Estruturais, Mudanças na Tecnologia, Mudanças nos Produtos / Serviços e Mudanças Culturais. Portanto, a única alternativa que não traz um tipo de mudança organizacional é a Letra E (Contingencial). O gabarito é a letra E. Tipos de mudança organizacional (Chiavenato) Mudanças Estruturais Mudanças na Tecnologia Mudanças nos Produtos / Serviços Mudanças Culturais Késia Késia Késia Késia 3.1 – Estratégias de Mudança Chiavenato propõe, ainda, que o desenvolvimento da organização pode ser feito por meio de 03 tipos de estratégias de mudança9: Mudança evolucionária: quando a mudança é pequena e dentro dos limites das expectativas e do status quo. A mudança evolucionaria é lenta, suave e não transgride as expectativas daqueles que nela estão envolvidos ou são por ela afetados. Há uma tendência de se repetir e reforçar soluções que foram eficientes no passado e de se abandonar soluções fracas e deficientes. São mudanças que não geram entusiasmo nas pessoas e não provocam resistência. Mudança revolucionária: quando a mudança contradiz, rompe ou destrói os arranjos do status quo. A mudança revolucionária é rápida, intensa, brutal, transgride e rejeita as antigas expectativas e introduz expectativas novas. Enquanto as mudanças evolucionarias ocorrem aos poucos (e não geram entusiasmo e nem provocam resistência), as mudanças revolucionárias são súbitas e causadoras de impacto. Desenvolvimento sistemático: os responsáveis pela mudança delineiam modelos do que a organização deveria ser em comparação com o que ela é. Enquanto isso, aquelas pessoas que serão afetadas pela mudança estudam, avaliam e criticam o modelo de mudança para recomendar alterações baseadas em seu próprio discernimento e compreensão. As mudanças resultantes traduzem-se por apoio e compromisso, e não por resistências ou ressentimentos. Os autores do Desenvolvimento Organizacional (DO) adotam esse tipo de estratégia de mudança. (FCC – TRT-11a Região – Analista Judiciário - 2017) Quando os responsáveis pela mudança delineiam modelos do que a organização deveria ser em comparação com o que é, enquanto aqueles cujas ações serão afetadas estudam, avaliam e criticam o modelo de mudança para recomendar alterações baseadas em seu próprio discernimento e compreensão, a empresa está fazendo uso de uma estratégia de mudança, denominada a) convencional. b) evolucionária. 9 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração, 9ª edição. Barueri, Manole: 2014. pp.374-375 Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia c) revolucionária. d) humanista. e) desenvolvimento sistemático. Comentários: O enunciado trouxe características da estratégia de mudança chamada de desenvolvimento sistemático. O gabarito é a letra E. 4 – Tipos de Mudanças Estratégicas (Giroux) De acordo com Giroux10, existem 05 tipos de mudanças estratégicas: Ruptura: Tipo de mudança que pode ser considerada como revolucionária e radical, pois atinge todos os níveis da estratégia. Implica uma transformação dramática da posição da empresa, seja em resposta a uma crise interna ou a uma descontinuidade importante no ambiente. Gera questionamento sobre as rotinas e práticas vigentesna organização. Tendo em vista o caráter crucial e a urgência da situação, se faz necessária uma ação imediata e enérgica, que pode resultar em uma mudança fortemente deliberada, imposta por novos dirigentes recrutados. Sobressalto: Mudança que afeta as práticas da organização, porém geralmente se insere dentro do quadro das regras existentes. Possui um aspecto transitório marcado por uma transformação momentânea das atividades visando à adaptação da organização a uma variação pontual no ambiente. A tomada de decisão tende a ser centralizada por causa da pequena margem de tempo para a sua realização. Apesar de temporária, sua assimilação pode não ser tão simples, pois é possível que ocorram repercussões na organização a longo prazo. Erosão: Tipo de mudança que, através da acumulação de mudanças marginais, produz uma transformação global e radical a longo prazo. Refere-se a mudanças emergentes, muitas vezes involuntárias ou mesmo inconscientes, influenciadas por grandes variações no ambiente. Tende a transformar a identidade, o domínio e as práticas organizacionais. 10 GIROUX (1990) apud SOUZA, Cristina Lyra Couto de. Mudança Organizacional em uma Empresa Familiar Brasileira: Um Estudo de Caso. Dissertação de Metrado. Pontifícia Universidade Católica do Rio De Janeiro - PUC-Rio, 2006. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/8339/8339_3.PDF Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Elaboração: Mudança evolutiva, gradual e durável. Geralmente representa um refinamento da estratégia atual, podendo, no entanto, afetar os seus mais diferentes níveis e ter, a longo prazo, um impacto significativo sobre o conjunto dessa estratégia. Representa um ajuste da organização à evolução de seu ambiente. Esse tipo de mudança ocorre devido à necessidade de aprendizado nas organizações em face das exigências emergentes do ambiente em transformação. Pode ser dirigida pelo topo da organização (top-down), emergir da base (bottom-up), ou ser consequência desses dois movimentos simultaneamente. Enxerto: É um tipo de mudança significativa. Adiciona novos valores e escolhas de domínios ou práticas à estratégia da organização, que não entram em contradição com as regras em vigor, apesar de serem radicalmente diferentes destas. Representa um enxerto de significação na história da organização. Tipo de Mudança Natureza da Mudança Compatibilidade com a estratégia “atual” Tempo Processo Ruptura Total, profunda e radical Incompatível Urgente e rápida Deliberada (planejada) Sobressalto Parcial, superficial e marginal Compatível Urgente, rápida e temporária Deliberada (planejada) Erosão Total, profunda e marginal Compatível Lenta Emergente Elaboração Total ou parcial, radical ou marginal Compatível Lenta e permanente Deliberada (planejada) ou emergente Enxerto Parcial, radical e superficial ou profunda Compatível Permanente Deliberada (planejada) Adaptado de Souza (2006) com base em Giroux (FGV – DPE-MT – Administrador - 2015) Quanto ao impacto causado nas organizações pelos cinco tipos de mudança – ruptura, sobressalto, erosão, elaboração e enxerto, analise as afirmativas a seguir. I. A ruptura é a forma mais radical de mudança na organização e atinge todos os aspectos da estratégia vigente. ESQUEMATIZANDO! Késia Késia Késia Késia Késia II. A elaboração ocorre como refinamento gradual da estratégia vigente e pode ter sentido top- down e/ou bottom-up. III. A erosão se dá pela deliberada ação de grupo(s) dentro da organização em função de novos interesses e disputas. Assinale: a) se somente a afirmativa I estiver correta. b) se somente a afirmativa II estiver correta. c) se somente a afirmativa III estiver correta. d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. e) se todas as afirmativas estiverem corretas. Comentários: A primeira assertiva está correta. De fato, a ruptura é considerada o tipo de mudança mais revolucionária e radical, pois atinge todos os níveis da estratégia. A segunda assertiva está correta. Com efeito, a elaboração consiste em uma mudança evolutiva, gradual e durável. Geralmente representa um refinamento da estratégia atual, podendo, no entanto, afetar os seus mais diferentes níveis e ter a longo prazo um impacto significativo sobre o conjunto dessa estratégia. Esse tipo de mudança pode ser dirigida pelo topo da organização (top- down), emergir da base (bottom-up), ou ser consequência desses dois movimentos simultaneamente. A terceira assertiva está errada. Nada disso! A erosão é um tipo de mudança que, através da acumulação de mudanças marginais, produz uma transformação global e radical a longo prazo. Refere-se a mudanças emergentes, muitas vezes involuntárias ou mesmo inconscientes, influenciadas por grandes variações no ambiente. Tende a transformar a identidade, o domínio e as práticas organizacionais. Portanto, apenas as assertivas I e II estão corretas. O gabarito é a letra D. 5 – Outros Tipos de Mudanças Organizacionais 5.1 – Mudança Planejada x Mudança Emergente Mudança Planejada (Mudança Deliberada / Sistemática): Trata-se do tipo de mudança que é devidamente planejada, pensada e administrada pela organização e que envolve estratégias e ações deliberadas por parte da organização. Ou seja, a organização planeja quais são os “objetivos” e resultados esperados com a mudança, e de que maneira a mudança ocorrerá. Por exemplo: implementação de novas tecnologias para aprimorar o processo produtivo. Mudança Emergente (Mudança Orgânica): Trata-se do tipo de mudança que não é planejada pela organização. São as mudanças que ocorrem naturalmente. Muitas vezes, esse tipo de mudança decorre da necessidade das pessoas de enfrentarem situações difíceis, imprevisíveis ou ameaçadoras. Por exemplo: quando o funcionário se depara com a falta de algum insumo, e muda o processo produtivo para enfrentar e se adaptar a essa situação. 5.2 – Mudança Participativa x Mudança Impositiva Mudança Participativa (Mudança Negociada): Esse tipo de mudança é planejada conjuntamente com os funcionários. Os funcionários participam do processo de mudança, contribuindo com ideias, sugestões e opiniões para o processo de mudança. Vantagens: Pelo fato dos funcionários participarem do processo de mudança, eles ficam mais “motivados” para que as mudanças sejam bem-sucedidas (ou seja, os funcionários passam a agir como forças positivas em relação à mudança). Além disso, a mudança tende a se manter mais “consolidada” com o passar do tempo. Desvantagens: Esse tipo de mudança é mais lenta e envolve maiores custos (tempo e recursos financeiros). Além disso, os resultados aparecem de forma mais devagar e são menos visíveis no curto prazo. Mudança Impositiva (Mudança Imposta): Nesse tipo de mudança o gestor decide sozinho e os funcionários são obrigados a executar. Ou seja, o gestor impõe a mudança aos subordinados. Vantagens: Esse tipo de mudança é mais rápida e envolve menores custos (tempo e recursos financeiros). Além disso, os resultados aparecem de forma mais rápida e são mais visíveis no curto prazo. Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Desvantagens: Pelo fato dos funcionários não participarem do processo de mudança, eles tendem a ficarem desmotivados e resistirem à mudança (ou seja, os funcionários passam a agir como forças negativas em relação à mudança). A mudança enfrenta dificuldades em ser “internalizada” pelos funcionários. 5.3 – Mudança Incremental x Mudança Radical Mudança Incremental (Evolutiva): É a mudança gradual, que busca apenas acrescentar, agregar ou somar algo. Ou seja, é a mudança “suave”, que ocorre “pouco a pouco”, com o objetivo de implementar melhorias em processos e situações que já existem. Esse tipo de mudança é mais fácil de ser implementada. Esse tipo de mudança envolve menorescustos, não gera entusiasmo nas pessoas e não provoca resistência. Mudança Radical (Transformacional): Trata-se da mudança que envolve grandes transformações. Esse tipo de mudança ocorre de maneira drástica e intensa, com o objetivo de “romper” ou alterar profundamente e repentinamente os processos ou a situação existente. A mudança radical altera profundamente a organização, e, normalmente, é utilizada como resposta a sérias crises. Esse tipo de mudança envolve maiores custos, destrói o status quo e provoca resistência. 5.4 – Mudança Reativa x Mudança Proativa Mudança Reativa: A mudança ocorre como “resposta” a alguma situação. O gestor busca fazer um diagnóstico do ambiente (isto é, procura entender as características do novo ambiente) e, posteriormente, realiza a mudança necessária para se adaptar às demandas ambientais. A organização atua reativamente. Ou seja, o ambiente muda e, depois, a organização muda para se adaptar a esse novo ambiente. Mudança Proativa: A mudança ocorre “antes” da situação. O gestor busca fazer um prognóstico do ambiente (isto é, traça o “provável” resultado ou desenvolvimento futuro da situação) e, então, inicia as mudanças com o objetivo de se “preparar” para as “futuras” mutações ambientais. A organização atua proativamente. Ou seja, a organização muda “antes” das mutações ambientais. Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia (SUGEP – UFRPE – Administrador - 2019) A mudança _______ busca acrescentar algo, ou seja, implementar uma melhoria. Enquanto isso, a mudança _______ não acrescenta nada, mas foca na alteração de algum processo. As palavras que preenchem corretamente as lacunas são, respectivamente: a) evolucionária, revolucionária. b) incremental, evolucionária. ESQUEMATIZANDO! Outros Tipos de mudança Quanto ao "Planejamento" Planejada (Deliberada / Sitemática) Emergente (Orgânica) Quanto à "Participação" dos indivíduos Participativa (Negociada) Impositiva (Imposta) Quanto ao grau de "Transformação" Incremental (Evolutiva) Radical (Transformacional) Quanto ao tipo de "Atuação" Reativa Proativa Késia c) transformacional, revolucionária. d) incremental, transformacional. e) evolucionária, transformacional. Comentários: A Mudança Incremental (Evolutiva) é a mudança gradual, que busca apenas acrescentar, agregar ou somar algo. Ou seja, é a mudança “suave”, que ocorre “pouco a pouco”, com o objetivo de implementar melhorias em processos e situações que já existem. Por sua vez, a Mudança Radical (Transformacional) é mudança que envolve grandes transformações (alterações). Esse tipo de mudança ocorre de maneira drástica e intensa, com o objetivo de “romper” ou alterar profundamente e repentinamente os processos ou a situação existente. O gabarito é a letra D. (CESPE – FUB – Assistente em Administração - 2018) No mundo contemporâneo, um dos desafios da gestão de pessoas é o gerenciamento de mudanças reativas e proativas nas organizações de trabalho. Comentários: De fato, um dos desafios das organizações é saber gerenciar as mudanças reativas (aquelas que ocorrem como “resposta” a alguma situação) bem como as mudanças proativas (aquelas que têm por objetivo de se “preparar” para as “futuras” mutações ambientais). Gabarito: correta. 6 – Sentido do Processo de Mudança Organizacional Mudança Organizacional de “Cima para Baixo” (Top-down): A mudança é decidida e iniciada pelos níveis organizacionais mais altos e, depois, são “impostas” aos funcionários dos níveis mais baixos. São mudanças impositivas. Aqui, é necessário que os gestores tentem “convencer” os funcionários de que as mudanças são necessárias; afinal, são esses funcionários que irão “implementar” a mudança. Caso contrário, existe uma grande probabilidade de a mudança ser malsucedida. Késia Késia Késia Normalmente, mudanças transformacionais que afetam a organização como um todo, requerem esse modelo de mudança top-down. Mudança Organizacional de “Baixo para Cima” (Bottom-up): Trata-se da mudança que é iniciada pelos níveis hierárquicos mais baixos da organização. Ou seja, os funcionários dão sugestões e sugerem mudanças. Aqui, os gestores não precisam tentar “convencer” os funcionários de que as mudanças são necessárias; afinal, os próprios funcionários sugeriram e propuseram o processo de mudança. Entretanto, esse tipo de mudança dificilmente obtém sucesso, pois, raramente consegue o apoio necessário dos níveis hierárquicos mais altos. Normalmente, o modelo de mudança bottom-up é indicado para mudanças incrementais que tem por objetivo melhorar algum departamento ou processo específico. (CESPE – SUFGRAMA – Analista Técnico - 2014) As melhorias de processo específico ou departamentais requerem uma abordagem top-down, ao passo que as mudanças transformacionais de processos que afetam a organização requerem uma abordagem bottom-up. Comentários: É exatamente o contrário! As melhorias de processo específico ou departamentais requerem uma abordagem bottom-up, ao passo que as mudanças transformacionais de processos que afetam a organização requerem uma abordagem top-down. Gabarito: errada. Késia Késia Késia Késia Késia 7 – Processo de Mudança Organizacional 7.1 – Fases do Processo de Mudança Organizacional (de Kurt Lewin) De acordo com Kurt Lewin, o processo de mudança organizacional é composto, necessariamente, por 03 fases: 1 - Descongelamento: Trata-se do descongelamento do “padrão atual” de comportamento. É a fase inicial, onde se percebe, se entende e se aceita que é necessário mudar. As velhas práticas, ideias e comportamentos são abandonados, com o objetivo de serem substituídos por novos. Em outras palavras, é a fase onde o status quo é destruído. O ponto chave da fase de descongelamento é fazer com que os funcionários entendam, se conscientizem e aceitem que é necessário mudar. Caso contrário, os indivíduos terão pouco ou nenhum interesse por mudar e resistirão à mudança, fazendo com que a fase de descongelamento não ocorra (ou seja, se os funcionários não “aceitarem” que é necessário mudar, o “padrão atual” será mantido). 2 – Mudança (Movimento): Essa é a fase onde novas práticas, ideias e comportamentos são aprendidos. Ou seja, trata-se da fase onde as novas ações e comportamentos começam a ser executadas, em direção ao “estado futuro desejado”. De acordo com Chiavenato, a depender da intensidade, a mudança envolve transformação, perturbação, interrupção, ou fratura/ruptura do comportamento. 3 - Recongelamento: Trata-se da fase onde as novas práticas e ideias são incorporadas ao comportamento. Ou seja, é a fase onde as novas ações e o “novo padrão” de comportamento são completamente consolidados. Em outras palavras, significa que tudo que foi “aprendido” passou a ser integrado e consolidado ao “estado atual”. Nessa fase, é necessário que a organização ofereça mecanismos de suporte (apoio) e de reforço, com o objetivo de que a novo padrão seja devidamente incorporado. “Stefan, você poderia dar um exemplo?” Claro, meu amigo! Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Imagine que João das Neves esteja estudando para concursos apenas por video aulas, sem fazer qualquer tipo de revisão e sem fazer questões. Além disso, durante o estudo, a cada 20 minutos ele visualiza o instagram para ver as novidades. João está estudando faz um ano, e seu desempenho nas provas tem sido bastante fraco. Certo dia, João estava conversando com Mario, um colega concursado que já havia sido aprovado em 04 concursos públicos. Mario disse a João que ele estava estudando de maneira errada, e que deveriamudar! João percebeu que, de fato, deveria mudar a maneira como estava estudando. Ele passou a entender e aceitar a ideia de que era necessário mudar seu comportamento (Descongelamento). Nesse sentido, João passou a estudar também por PDFs, passou a fazer revisões e questões de concursos anteriores e, também, parou de visualizar o instagram durante o momento de estudo. Ou seja, ele passou a aprender novos comportamentos e executar novas ações (Mudança). Por fim, para que esse novo comportamento seja incorporado por João, é necessário que ele tenha o apoio de um bom curso preparatório que, além das video aulas, lhe ofereça um bom material em PDF, completo, atualizado e com questões de concursos anteriores. Dessa forma, com o apoio necessário, João passará a internalizar e consolidar esse novo comportamento (Recongelamento). ESQUEMATIZANDO! 3 - Recongelamento É a fase onde as novas práticas, ideias e comportamentos são incorporados pelos indivíduos. Ou seja, é a fase onde as novas ações e o “novo padrão” são completamente consolidados. 2 - Mudança É a fase onde novas práticas, ideias e comportamentos são aprendidos. Ou seja, trata-se da fase onde as novas ações começam a ser executadas. 1 - Descongelamento É a fase onde se percebe, se entende e se aceita que é necessário mudar. As velhas práticas, ideias e comportamentos são abandonados. Késia 7.2 – Passos do Processo de Mudança Organizacional (de John Kotter) Baseado no modelo de Kurt Lewin, John Kotter desenvolveu um modelo mais detalhado (mais “destrinchado”) de processo de mudança organizacional. De acordo com Kotter, o processo de mudança organizacional é composto por 08 passos: 1 – Estabelecer um Senso de Urgência: Trata-se estabelecer um senso de urgência para a mudança, através de motivos fortes e razões que “convençam” as pessoas da necessidade de mudar. 2 – Formar uma Coalizão de Liderança: Consiste em reunir as forças necessárias para promover a mudança. Ou seja, trata-se de “juntar” um bom “time de líderes” para conduzir e liderar o processo de mudança. 3 – Criar Visão de Futuro e Estabelecer as Estratégias: Trata-se de criar uma “visão de futuro” que indicará “onde quer se chegar” com a mudança, bem como estabelecer as estratégias necessárias para atingir essa “visão”. 4 – Comunicar a Visão de Futuro: Consiste em comunicar a “visão” e as estratégias aos membros da organização, com o objetivo de que eles entendam e se comprometam com essa visão. 5 – Dar Autonomia aos Membros da Organização (Empowerment): Trata-se de “empoderar” os membros da organização, bem como remover as forças negativas (restritivas) e fortalecer as forças positivas (propulsoras), com o objetivo de que os indivíduos busquem atingir a “visão”. 6 – Criar Metas de Curto Prazo e Recompensar as Vitórias: Deve-se criar metas de curto prazo, bem como reconhecer e recompensar o atingimento dessas metas. Reconhecer e recompensar as vitórias (atingimento das metas de curto prazo) é essencial, pois estimula e impulsiona os esforços dos indivíduos. 7 – Realizar os Ajustes Necessários: Consiste em fazer os ajustes necessários, reavaliar o processo de mudança, e consolidar os ganhos e vitórias de curso prazo. O objetivo é não deixar o ritmo diminuir e não “perder o foco”, pois as mudanças profundas demoram mais tempo para serem realizadas. 8 – Reforçar e Incorporar as Mudanças: Trata-se de reforçar a mudança, com o objetivo de incorporar e consolidar o novo comportamento. Ou seja, consiste em incorporar a mudança na cultura organizacional. Em outras palavras, é fazer com que a mudança se torne parte da cultura organizacional. Para isso, deve-se buscar relacionar os “novos comportamentos” ao “sucesso” que a organização está obtendo (em outras palavras, deve- se buscar criar uma relação de “causa e efeito” entre os novos comportamentos e o sucesso organizacional). Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Vejamos como se dá a associação das 03 fases do modelo de Kurt Lewin, com os 08 passos do modelo de John Kotter: 03 Fases (Kurt Lewin) 08 Passos (John Kotter) 1 – Descongelamento 1 – Estabelecer um Senso de Urgência 2 – Formar uma Coalizão de Liderança 3 – Criar Visão de Futuro e Estabelecer as Estratégias 4 – Comunicar a Visão de Futuro 2 – Mudança 5 – Dar Autonomia aos Membros da Organização (Empowerment) 6 – Criar Metas de Curto Prazo e Recompensar as Vitórias 7 – Realizar os Ajustes Necessários 3 – Recongelamento 8 – Reforçar e Incorporar as Mudanças 7.3 – Etapas do Processo de Mudança Organizacional (segundo Chiavenato) De acordo com Chiavenato, o processo de mudança organizacional envolve toda a organização e é composto por 04 etapas gradativas11: 1 – Reconhecimento do Problema: Consiste em localizar e reconhecer o problema. Através da coleta de dados e informações, é possível reconhecer que alguma situação está errada ou que alguma necessidade não está sendo devidamente satisfeita. 2 – Identificar as Causas do Problema: Depois que o problema foi devidamente localizado e reconhecido, deve-se buscar identificar quais são as causas desse problema. Trata-se de realizar um diagnóstico da situação. 3 – Implementação da Mudança: Essa etapa consiste em determinar quais são as alternativas de solução para o problema e implementá-las. Trata-se da etapa que busca solucionar o problema. A mudança pode ser implementada de 04 formas diferentes: 11 CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento organizacional: a dinâmica do sucesso das organizações, 3ª edição. Barueri, Manole: 2014. pp.359-361 ESQUEMATIZANDO! Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia -Estrutural: envolve mudanças no desenho dos cargos ou em algum aspecto físico da atividade ou do local de trabalho. -Processual: envolve mudança nos processos de trabalho. -Interpessoal: envolve a mudança no comportamento das pessoas (técnicas de treinamento, por exemplo). -Organizacional: envolve mudanças amplas e abrangentes, para solucionar problemas que possuem natureza ampla. 4 – Avaliação da Mudança: Consiste em verificar se o processo de mudança foi eficaz. Trata-se de identificar o que foi mudado, e se a mudança alcançada trará resultados positivos. 7.4 – Processo de Mudança Organizacional de Fischer De acordo com Rosa Maria Fisher, o processo de mudança organizacional é composto por 04 etapas12: 1 – Auscultação: Trata-se da etapa onde são realizados os levantamentos e as análises de dados que ajudam a identificar: -as características dos processos de trabalho; -os fluxos de comunicação e; -a interação entre as diferentes áreas organizacionais. 12 FISCHER, Rosam Maria. Mudança e Transformação Organizacional. IN: FLEURY, M. T. L, As pessoas na Organização. São Paulo, Editora Gente: 2002. ESQUEMATIZANDO! Reconhecimento do Problema Identificar as Causas do Problema Implementação da Mudança Avaliação da Mudança Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Essa etapa tem por objetivo determinar os fatores restritores e os fatores alavancadores da eficiência dos procedimentos e da eficácia dos resultados das práticas administrativas, técnicas e gerenciais utilizadas pela organização. 2 – Concepção: Essa etapa representa a transição entre a constatação dos problemas, carências e necessidades de aperfeiçoamento e a construção de uma forma viável de implementar as mudanças necessárias e os aperfeiçoamentos de curto e médio prazo. Trata-se da etapa onde os grupos são formados, os papéis são definidos, e os planos, objetivos e diretrizes estratégicas são traçados. 3 – Disseminação / Adesão: A etapa de disseminação tem por objetivo ampliar a participação e adesão dos funcionários no processo de mudança organizacional, de forma gradativa, em eventos estruturados, nos quais os seguintes objetivos devem ser atingidos: -disseminaro conteúdo dos produtos elaborados pelo grupo de mobilização que atuou na etapa de concepção; -aferir o grau de compreensão e adequação das propostas de mudança à realidade organizacional vivenciada pelos participantes; -adequar ou detalhar as propostas e produtos para as diferentes áreas organizacionais; -gerar ideias, sugestões e críticas que aperfeiçoem as propostas originalmente concebidas; e -estimular a adesão consciente dos participantes aos princípios e critérios dos produtos gerados, com o objetivo de que eles sejam internalizados. 4 – Sustentação: Essa etapa envolve um conjunto de atividades que tem por objetivo monitorar e avaliar as ações e os rumos do processo de mudança. Nessa etapa, os gestores da organização devem estar capacitados a utilizar técnicas de levantamento de informações que funcionem como uma espécie de “auscultação permanente”, trazendo subsídios para o contínuo aperfeiçoamento do processo. 7.5 – Modelo da Pesquisa-Ação A Pesquisa-Ação é um modelo de processo de mudança que envolve a coleta sistemática de dados e informações (pesquisa) e, com base nesses dados coletados, a seleção de uma alternativa/ação de mudança (ação). Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia O modelo da Pesquisa-Ação é composto por 05 etapas13: 1 - Diagnóstico: Trata-se da etapa onde as informações e os dados sobre o problema são coletados. Consiste em realizar um diagnóstico preliminar do problema. 2 - Análise: Nessa etapa os agentes de mudança sintetizam e analisam as informações para saber quais são os problemas e as ações (soluções) possíveis. Ou seja, trata-se de obter dados e informações para “apoio” ou “rejeição” ao diagnóstico que foi realizado. 3 – Retroação (Feedback): Aqui, o agente de mudanças busca envolver ativamente as pessoas na identificação do problema e na criação de soluções. Em outras palavras, é a etapa onde ocorre o compartilhamento das descobertas realizadas nas duas etapas anteriores. 4 - Ação: Trata-se da etapa em que os agentes de mudanças, juntamente com os funcionários, executam as ações necessárias ao processo de mudança, com o objetivo de solucionar os problemas identificados. 5 - Avaliação: Essa etapa busca avaliar se os planos e ações implementadas foram eficazes em solucionar o problema. Essa avaliação utiliza como base os dados que foram levantados na etapa do “diagnóstico”. Em outras palavras, busca-se comparar os dados coletados na etapa de diagnóstico, com os dados “atuais” (dados obtidos após a implementação das ações), com o objetivo de verificar se o problema foi solucionado. A pesquisa-ação oferece, pelo menos, duas vantagens para a organização: a) Está focada no problema. Ou seja, o agente de mudança busca entender os problemas e, a partir do problema é que será determinado o curso da ação de mudança. b) Reduz a resistência à mudança. Como a pesquisa-ação envolve a participação dos funcionários no processo (na fase do “feedback”), os funcionários tendem a “aceitar” a mudança. 13 CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento organizacional: a dinâmica do sucesso das organizações, 3ª edição. Barueri, Manole: 2014. p.361 ESQUEMATIZANDO! Diagnóstico Análise Retroação (Feedback) Ação Avaliação Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia (CCV – UFC – Assistente em Administração - 2015) O modelo do processo de mudança organizacional proposto seminalmente por Kurt Lewin e aplicado a organizações envolve três grandes etapas distintas, sendo estas apresentadas na seguinte ordem do processo: a) Preparação, Divulgação e Mudança. b) Mudança, Reforço e Consolidação. c) Mudança, solidificação e estratificação. d) Descongelamento, Sublimação e Alteração. e) Descongelamento, Mudança e Recongelamento. Comentários: De acordo com Kurt Lewin, o processo de mudança organizacional é composto, necessariamente, por 03 fases: Descongelamento, Mudança e Recongelamento. O gabarito é a letra E. (QUADRIX – CFP – Técnico Administrativo - 2016) Existe uma teoria sobre o processo de mudança organizacional baseada nas fases de descongelamento, mudança e recongelamento. Sobre essa teoria, a fase de mudança é aquela em que: a) as velhas ideias e práticas são abandonadas, desaprendidas ou desencorajadas. b) as novas ideias e práticas são incorporadas ao comportamento tornando-se a nova norma. c) as novas ideias e práticas são aprendidas e as pessoas passam a adotar novos comportamentos. d) é necessário apoio através de reforço positivo ou recompensas para estabilizar o novo contexto. e) as pessoas percebem a necessidade de mudança e tomam as ações necessárias. Comentários: Letra A: errada. É na fase de descongelamento que as velhas práticas, ideias e comportamentos são abandonados. Letra B: errada. É na fase de recongelamento que as novas práticas e ideias são incorporadas ao comportamento. Letra C: correta. Isso mesmo! É na fase de mudança que novas práticas, ideias e comportamentos são aprendidos. Ou seja, trata-se da fase onde as novas ações e comportamentos começam a ser executadas, em direção ao “estado futuro desejado”. Letra D: errada. É na fase de recongelamento que há necessidade de que a organização ofereça mecanismos de suporte (apoio) e de reforço, com o objetivo de que a novo padrão seja devidamente incorporado. Letra E: errada. É na fase de descongelamento que se percebe, se entende e se aceita que é necessário mudar. O gabarito é a letra C. (ESAF – MF – Analista de Finanças e Controle) O processo de mudança constitui-se de três fases: descongelamento, mudança e recongelamento. Entre as definições a seguir, está(ão) correta(s): I. Descongelamento é a fase em que novas ideias e práticas são experimentadas. II. Mudança é a fase em que ocorre a abdicação do padrão atual de comportamento para ser substituído por um novo. III. Recongelamento é a fase em que as novas ideias são incorporadas no comportamento. a) I b) I e III c) I e II d) II e III e) III Comentários: A primeira assertiva está errada. Mudança é a fase em que novas ideias e práticas são experimentadas. A segunda assertiva está errada. Descongelamento é a fase em que ocorre a abdicação (abandono) do padrão atual de comportamento para ser substituído por um novo. A terceira assertiva está correta. De fato, Recongelamento é a fase em que as novas ideias são incorporadas no comportamento. Portanto, somente a assertiva III está correta. O gabarito é a letra E. 8 – Agentes de Mudança Os agentes de mudança são os responsáveis pela condução do processo de mudança organizacional. Ou seja, são os responsáveis pela administração das atividades de mudança organizacional. Os agentes de mudança podem ser altos executivos, gestores, funcionários, ou consultores externos. Os agentes de mudança devem ter as competências necessárias para compreender, avaliar e implementar a mudança organizacional. O agente de mudanças deve impulsionar o processo de mudança. Para isso, eles devem buscar reduzir às resistências, influenciando os membros da organização a enxergarem a necessidade e os benefícios da mudança, com o objetivo de que os membros “aceitem” e “entendam” que é necessário mudar. Nesse sentido, Schermerhorn14 destaca a existência de 02 tipos de “agentes de mudança”: o Líder de Mudança e o Chefe de Status Quo. Líder de Mudança: é o líder comprometido com a mudança. Ele é “voltado para o futuro”e confiante em sua capacidade. Esse tipo de líder é proativo, ou seja, ele toma a iniciativa para mudar. Ele tenta mudar o comportamento das pessoas ou do sistema social. Ele “faz as coisas acontecerem”. O Líder de Mudança está sempre aberto a ideias, sugestões e oportunidades. Além disso, está sempre disposto a apoiar e implementar novas ideias. Ele promove e apoia ativamente a criatividade e a inovação.Chefe de Status Quo: ele não é comprometido com a mudança Esse tipo de gerente é “voltado para trás”. Ele é reativo, ou seja, não toma iniciativas (apenas reage às situações). Ele “espera as coisas acontecerem”. Ele tem medo de “perder o poder” por conta da mudança. Ele manipula a direção da mudança, para que ela vá em direção às suas 14 SCHERMERHORN, John R. Management, 12ª ed. Hoboken, John Wiley & Sons: 2013. pp. 306-307 Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia preferências. Esse tipo de gerente prefere a previsibilidade, a estabilidade e a manutenção do status quo. Ele evita e desencoraja a criatividade e a inovação. O ideal seria que todos os agentes de mudança agissem como Líderes de Mudança. Contudo, a realidade é que existem “agentes de mudança” (os quais foram “escolhidos” apenas por ocuparem algum cargo de “chefia”) que acabam preferindo manter o status quo (ou seja, não aceitam mudar). Nesse último caso, há uma grande chance de que as mudanças sejam malsucedidas. (CESPE – INPI – Analista de Planejamento – 2013) Para que uma mudança organizacional seja bem-sucedida, é necessário que o agente de mudança seja um consultor externo, cuja atuação não seja influenciada pela cultura organizacional da empresa. Comentários: Nada disso! Os agentes de mudança podem ser altos executivos, gestores, funcionários, ou consultores externos. Todos esses atores são capazes de fazer com que a mudança organizacional seja bem-sucedida. Gabarito: errada. 9 – Resistência à Mudança Organizacional O processo de mudança organizacional, normalmente, enfrenta muitas resistências internas. Isso acontece pois os indivíduos tendem a enxergar as mudanças como “ameaças”. A resistência à mudança pode ser aberta e imediata (por exemplo: protestos, ameaças de greves, diminuição do ritmo de trabalho), ou implícita e protelada (por exemplo: perda de motivação, aumento de erros no processo de trabalho, aumento de faltas por motivos de “saúde”). As resistências abertas e imediatas são mais fáceis de ser enfrentadas pelos gestores; afinal, o gestor sabe exatamente o que está enfrentando. Por outro lado, as resistências implícitas e proteladas são mais difíceis de lidar, isso pois elas são mais “sutis” e mais difíceis de identificar. Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Por exemplo: Se o gestor de uma empresa anuncia um tipo de mudança organizacional e os funcionários ameaçam fazer uma greve (resistência aberta e imediata), o gestor identifica facilmente que os funcionários estão resistindo à mudança, e pode buscar meios para enfrentar essa resistência. Por outro lado, se o gestor anuncia um tipo de mudança organizacional e os funcionários, por estarem descontentes com a mudança, passam a ir ao médico e “inventar/simular” doenças para conseguirem “atestados médicos” com o objetivo de faltarem ao serviço (resistência implícita e protelada), o gestor dificilmente irá identificar que trata-se de um caso de resistência à mudança. Assim, será mais difícil enfrentar esse tipo de situação. Os principais fatores que causam a resistência à mudança são os seguintes: -Medo do desconhecido. -Incerteza em relação ao processo de mudança. -Interesses pessoais diferentes dos interesses organizacionais. -Falta de entendimento sobre o processo de mudança: isso leva os indivíduos a terem diferentes “entendimentos” sobre o processo de mudança. -Crença de que as mudanças levarão a uma situação “pior” do que a atual. -Dificuldade em mudar hábitos e costumes arraigados. -Cultura organizacional forte: quando os valores compartilhados e arraigados não são “compatíveis” com os aspectos da mudança, a tendência é que os indivíduos resistam à mudança. -Padronização dos comportamentos: a flexibilidade organizacional é necessária para que a organização se adapte às mudanças. A padronização dos comportamentos dificulta a flexibilidade organizacional. Consequentemente, a padronização dos comportamentos dificulta a adaptação às mudanças, gerando resistências à mudança. Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia (FCC – MPE-RS – Assessor - ADAPTADA) O medo e a incerteza com relação ao processo de mudança organizacional podem se manifestar como resistência e devem ser levados em consideração no seu planejamento. Comentários: Isso mesmo! O medo e a incerteza em relação ao processo de mudança são fatores que geram resistência à mudança. Por conta disso, esses aspectos devem ser levados em consideração quando do planejamento da mudança organizacional. Gabarito: correta. 9.1 – Aspectos que Desencadeiam a Resistência à Mudança (Chiavenato) De acordo com Chiavenato, a resistência à mudança pode ser consequência de aspectos lógicos, psicológicos ou sociológicos15: Aspectos lógicos: a resistência lógica decorre do tempo e do esforço requerido para uma pessoa se ajustar à mudança, incluindo diferentes deveres e tarefas que precisam ser aprendidos. Tratam-se dos “custos” impostos às pessoas. Quando o indivíduo acredita que a mudança será favorável no longo prazo, ele certamente se mostrará predisposto a “pagar” o investimento de curto prazo. Tratam-se, portanto, de objeções racionais e lógicas. Por exemplo: Custos econômicos da mudança, questionamentos sobre a viabilidade técnica da mudança, tempo requerido para ajustar-se à mudança, esforço requerido para “aprender” as cosias novas, etc. Aspectos psicológicos: a resistência psicológica é a “lógica” individual em termos de atitudes e sentimentos das pessoas a respeito da mudança. As pessoas podem sentir medo do desconhecido, desconfiar da liderança do gerente ou perceber que sua segurança no emprego está ameaçada. Mesmo que a organização não acredite que existam justificativas 15 CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento organizacional: a dinâmica do sucesso das organizações, 3ª edição. Barueri, Manole: 2014. p. 353-354 Késia Késia Késia Késia Késia para esses sentimentos, eles podem estar na cabeça das pessoas e devem ser reconhecidos como reais. Tratam-se, portanto, de atitudes emocionais e psicológicas. Por exemplo: Medo do desconhecido, necessidade de “segurança”, dificuldade de compreender a mudança, baixa tolerância pessoal à mudança, falta de confiança nas pessoas, desejo de manter o status quo, antipatia em relação ao agente de mudanças, etc. Aspectos sociológicos: a resistência sociológica é a “lógica” de grupos em termos de seus interesses grupais e valores sociais envolvidos. Os valores sociais são forças poderosas e devem ser cuidadosamente considerados. Existem coalizões políticas, valores sindicais opostos e valores de diferentes comunidades que podem afetar o comportamento das pessoas frente às mudanças. No nível de pequenos grupos, por exemplo, existem colegas de trabalho que podem ser demitidos por causa de mudanças e os demais indivíduos do grupo podem indagar se a mudança é consistente com seus valores sociais ou se a mudança mantém o “espírito de equipe”. Tratam-se, portanto, de interesses grupais e fatores sociológicos. Por exemplo: Valores sociais divergentes, interesses afetados, desejo de “reter” colegas atuais, coalizões políticas, etc. (CCV – UFC – Assistente em Administração - 2017) A resistência à mudança significa um comportamento contrário à sua efetivação. Geralmente, a resistência à mudança pode ser consequência de aspectos lógicos, caracterizados como: Resistência à mudança (Chiavenato) Aspectos lógicos Aspectos sociológicos Aspectos psicológicos Késia Késia Késia Késia a) Referem-se aos interesses de grupos e valores sociais envolvidos. b) Consistem nas atitudes e sentimentos das pessoas a respeito da mudança. c) Decorrentes do esforço e do tempo requeridos para a pessoa se ajustar à mudança. d) As pessoaspodem sentir medo do desconhecido ou duvidar da liderança do gerente. e) Coalizões políticas ou valores de diferentes comunidades que podem afetar o comportamento das pessoas. Comentários: De acordo com Chiavenato, a resistência à mudança pode ser consequência de aspectos lógicos, psicológicos ou sociológicos. Nesse sentido, resistência lógica (os aspectos lógicos) decorre do tempo e do esforço requerido para uma pessoa se ajustar à mudança, incluindo diferentes deveres e tarefas que precisam ser aprendidos. O gabarito é a letra C. 9.2 – Fontes de Resistência à Mudança (Robbins) Robbins, por sua vez, destaca que as principais fontes de resistência à mudança são as seguintes16: Fontes individuais Hábitos: Os indivíduos criam hábitos (“respostas padronizadas”) para enfrentar a complexidade da vida. Quando os indivíduos se deparam com a mudança, essa tendência de reagir conforme os “hábitos” se transforma em uma fonte de resistência. Isso acontece, pois, o indivíduo se sente desconfortável em modificar seus hábitos. Segurança: Os indivíduos que possuem elevada “necessidade de segurança” tendem a resistir à mudança por se sentirem ameaçadas. As pessoas se sentem inseguras por terem de sair de sua “zona de segurança”. 16 ROBBINS, Stephen P.; JUDGE, Timothy A.; SOBRAL, Filipe. Comportamento Organizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. / Tradução: Rita de Cássia Gomes, 14ª edição. São Paulo, Pearson Prentice Hall: 2010. p. 569 e ROBBINS, Stephen. Comportamento Organizacional / Tradução Técnica: Reynaldo Cavalheiro Marcondes, 11ª edição. São Paulo, Pearson Prentice Hall: 2005. p. 426 Késia Késia Késia Késia Késia Fatores econômicos: As mudanças nas tarefas ou rotinas podem desencadear temor com relação a aspectos financeiros do indivíduo. Isso acontece quando o indivíduo acredita que, após a mudança, não será capaz de apresentar o mesmo desempenho que apresentava antes. Tal fato ocorre, principalmente, quando a remuneração do indivíduo está vinculada à produtividade. Medo do desconhecido: A mudança gera no indivíduo incertezas e ambiguidades em relação ao futuro. O indivíduo tem “medo” de trocar o “conhecido” (situação atual) pelo “desconhecido” (situação após a mudança). Consequentemente, o indivíduo tende a resistir à mudança. Processamento seletivo de informações: Os indivíduos tendem a ouvir somente o que “querem” ouvir. Eles ignoram informações que possam desafiar suas crenças. Ou seja, as pessoas processam as informações de forma “seletiva”, com objetivo de manter suas percepções inalteradas. Fontes organizacionais Inércia estrutural: As organizações possuem mecanismos internos no intuito de manter a “estabilidade” (por exemplo: regras formais e processos internos). Nesse sentido, quando uma organização se depara com a mudança, essa “inércia estrutural” (que tem por objetivo manter a estabilidade) age como um contrapeso ao processo de mudança. Foco limitado de mudança: As organizações são formadas por diversos subsistemas interdependentes. Nesse sentido, a mudança ocorrida em um desses subsistemas, acaba afetando os demais subsistemas. Dessa forma, as mudanças que levam em consideração apenas determinado subsistema, tendem a ser “anuladas” pelo sistema maior. Em outras palavras, o sistema maior tende a “resistir” ao processo de mudança que está limitado a determinado subsistema. Inércia de grupo: As “normas informais” dos grupos atuam de forma limitadora. Sendo assim, mesmo que os indivíduos queiram mudar seu comportamento, eles terão de enfrentar resistência à mudança advinda das “normas grupais”. Ameaça à especialização: A mudança organizacional pode enfrentar resistência por parte dos “grupos especializados” que existem na organização. Isso acontece, pois, esses grupos podem se sentir ameaçados em relação à sua “exclusividade” dentro da organização. Ameaça às relações de poder estabelecidas: As mudanças que tem por objetivo “redistribuir” a autoridade e o poder dentro da organização, tendem a encontrar resistência. Isso acontece, pois esse tipo de mudança “ameaça” as relações de autoridade e poder que já estão estabelecidas dentro da organização. Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Késia Ameaça às alocações de recursos estabelecidas: Os grupos que controlam recursos “consideráveis”, normalmente veem a mudança como uma ameaça. Eles costumam se contentar com as coisas do jeito que estão. (CESGRANRIO – BNDES – Profissional Básico) De acordo com Robbins (2005), para que uma organização sobreviva, tem que responder às mudanças em seu ambiente. Entretanto, não só os indivíduos, mas também as organizações podem resistir à mudança. Segundo o autor, dentre as fontes de resistência organizacional à mudança, destaca(m)-se a) a segurança. b) a ameaça às alocações de recurso estabelecidas. ESQUEMATIZANDO! Fontes de Resistência (Robbins) Fontes Individuais Hábitos Segurança Fatores econômicos Medo do desconhecido Processamento seletivo de informações Fontes Organizacionais Inércia estrutural Foco limitado de mudança Inércia de grupo Ameaça à especialização Ameaça às relações de poder estabelecidas Ameaça às alocações de recursos estabelecidas Késia Késia c) o medo do desconhecido. d) o processamento seletivo das informações. e) os hábitos. Comentários: De acordo com Robbins, as principais fontes de resistência à mudança são as seguintes: Fontes individuais -Hábitos -Segurança -Fatores econômicos -Medo do desconhecido -Processamento seletivo de informações Fontes organizacionais -Inércia estrutural -Foco limitado de mudança -Inércia de grupo -Ameaça à especialização -Ameaça às relações de poder estabelecidas -Ameaça às alocações de recursos estabelecidas O gabarito é a letra B. (FUNDESP – Prefeitura de Belo Horizonte – Auditor - ADAPTADA) As fontes da resistência podem ser individuais (hábito, segurança, fatores econômicos, medo do desconhecido e processamento seletivo das informações) ou organizacionais (inércia estrutural, foco limitado da mudança, inércia do grupo, ameaça à especialização, ameaça às relações estabelecidas de poder e ameaça às distribuições estabelecidas de recursos). Comentários: Isso mesmo! A assertiva trouxe, corretamente, a classificação das principais fontes de resistência à mudança, na visão de Robbins. Gabarito: correta. 9.3 – Táticas para Enfrentar e Superar a Resistência à Mudança Organizacional (Táticas para Reduzir às Resistências) De acordo com Robbins, existem 08 táticas que podem ajudar os agentes de mudança a enfrentarem e superarem a resistência17: Educação e comunicação: Trata-se de comunicar a “lógica da mudança”, com o objetivo de buscar esclarecer mal-entendidos e tentar “vender” a necessidade de mudança aos funcionários. Espera-se que, como consequência dessa comunicação, a resistência dos funcionários seja reduzida. Participação: Envolver os funcionários no processo de mudança, incentivando-os a participarem do processo de mudança e contribuírem com sugestões, ideias e opiniões, é uma tática que tende a reduzir a resistência. Isso acontece, pois, quando os funcionários participam do processo, eles ficam mais motivados e comprometidos com a mudança. Apoio e comprometimento: Fornecer apoio aos funcionários, através de aconselhamentos, terapias, treinamentos e até mesmo uma curta licença remunerada, é uma tática que pode facilitar a adaptação e o ajuste dos funcionários à mudança; especialmente em relação àqueles funcionários que demonstram muita ansiedade e medo. Essa tática pode ajudar os funcionários a se comprometerem emocionalmente com a mudança, ao invés de se agarrarem ao status quo e resistirem à mudança. Desenvolver relações positivas: Os indivíduos tendem a aceitar mais a mudança (e, consequentemente, não resistirem a ela) se eles confiarem nos gestores