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FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Programa de Pós-Graduação EAD UNIASSELVI-PÓS Autoria: Tulio Kléber Vicenzi CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Ivan Tesck Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz Prof.ª Tathyane Lucas Simão Prof. Ivan Tesck Revisão de Conteúdo: Thaíse Schmitz Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2018 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. 658.8 V632f Vicenzi, Tulio Kléber Fundamentos em marketing digital / Tulio Kléber Vicenzi. Indaial: UNIASSELVI, 2018. 216 p. : il. ISBN 978-85-69910-97-8 1.Marketing. I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. Tulio Kléber Vicenzi Graduado em Administração de Empresas pelo Centro Universitário de Jaraguá do Sul (2002) e mestrado em Administração de Negócios pela Universidade Regional de Blumenau (2007). Atualmente professor presencial da disciplina Sistemas Financeiros. Professor do Ensino a Distância do Centro Universitário Leonardo da Vinci e do Centro Universitário - Católica de Santa Catarina. Tem experiências na Gestão da Tecnologia da Informação, nas disciplinas de Logística, Administração da Produção, Marketing e Teoria Geral da Administração. Na EAD publicou capítulos das disciplinas de Fundamentos da Teoria Organizacional, Prospecção de Novos Negócios e Fomentos, Marketing e Comportamento do Consumidor. Sumário APRESENTAÇÃO ..........................................................................01 CAPÍTULO 1 Introdução ao Marketing Digital..............................................09 CAPÍTULO 2 Convergência Digital e Transmídia ...........................................45 CAPÍTULO 3 CAPÍTULO 4 CAPÍTULO 5 CAPÍTULO 6 CAPÍTULO 7 O Consumidor Digital .................................................................75 Links Patrocinados e Ferramentas Sociais ........................... 113 Inbound, Outbound e Content .................................................137 Estratégias de Mídias Online e Offline .................................163 O Futuro do Marketing Digital ...............................................185 APRESENTAÇÃO Nesse livro de estudos será discutida e apresentada a importância do Marketing Digital nos dias de hoje para as organizações. Como o desenvolvimento da internet está cada vez mais presente na vida das pessoas, as organizações estão percebendo a necessidade de estar mais perto e manter contato com o seu cliente, que está cada vez mais informado, pela facilidade de buscar na rede as suas dúvidas referentes a um produto, empresa ou pessoas. No primeiro capítulo, a importância de conhecer os conceitos fundamentais do marketing digital, facilitará os conhecimentos básicos para desenvolver uma direção ao gestor de marketing para identificar quais as estratégias necessárias para conquistar um maior número de clientes e, principalmente, manter os que já usufruem de algum produto ou serviço da empresa. Na sequência, no segundo capítulo, o uso da convergência e da transmídia, que apresenta uma forma mais eficiente de estar em contato com o consumidor. A necessidade de compreender esse modelo de marketing digital, utilizado da forma correta, auxiliará nas estratégias que deverão ser implantadas para um melhor desenvolvimento no método de comunicação interativa na conquista dos consumidores. Já o terceiro capítulo foi desenvolvido para apresentar como o consumidor se comporta na internet, e cada vez mais as informações são de fácil acesso, que podem mudar de um momento para outro, promovendo mudanças nos gostos dos consumidores bem como as mudanças de hábitos, conforme uma notícia se espalha, seja ela boa ou fake news. Os gestores precisam saber o que o consumidor está fazendo na internet, ou seja, onde está navegando, quais os sites de pesquisa e ou está buscando informações da empresa. Os links patrocinados e as ferramentas sociais, serão apresentadas no capítulo quarto. As empresas, após conhecer o perfil e a características dos usuários, precisam usar de ferramentas para conquistar e fazer com que ele tenha interesse nos seus produtos ou serviços. Para isso, existe uma grande quantidade de ferramentas que são usadas na internet para chamar a atenção dos consumidores, bem como a utilização dos links patrocinados que ficam geralmente nas laterais dos sites, blogs, jogos, e até nos vídeos que aparecem tarjas que são usadas como forma de propaganda e publicidades. Cada modelo deve ser usado de acordo com as metas da organização. Tudo depende de um planejamento adequado para atingir o mercado, algo segmentado pela empresa. No quinto capítulo do livro didático, foram propostos os modelos de marketing inbound, outbound e contente, ferramentas muito utilizadas no ambiente digital para conquistar consumidores. Essas ferramentas, com o auxílio do marketing viral, de conteúdo e de busca, têm muita força para alcançar o consumidor digital, e promover o produto ou serviço que a empresa oferece. As estratégias de mídias online e offline foram destacas no capítulo seis, pois, conhecer essas estratégias de marketing podem melhorar o alcance de apresentação da organização aos consumidores. Muitas vezes as empresas escolhem o marketing errado para apresentar os seus produtos e serviços, bem como a não segmentação do mercado. Os custos são muito altos para que a empresa não direcione onde deseja estar no mercado, pois, nem sempre é vantajoso estar em todos os segmentos. As empresas precisam direcionar para qual classe elas querem vender ou prestar serviços. No capítulo três foram apresentados sobre as classes sociais dos consumidores. Por fim, o capítulo sete, traz as novas ferramentas utilizadas pelo marketing digital, bem como os 8 Ps, que demonstram quais os procedimentos para a implantação de estratégias, sendo que devem seguir algumas regras para se alcançar o sucesso. A utilização das forças do marketing digital, auxiliará em um maior desenvolvimento na geração de mais consumidores para a organização, e o que o futuro do marketing digital espera. Deve-se entender que a busca por informações não acaba no último capítulo do livro didático, pois o gestor e/ou profissional de marketing deve estar constantemente buscando as informações que mudam a cada momento, principalmente identificar tendências de mercado para que sejam criadas estratégias para que a empresa sobreviva em um mercado cada vez mais competitivo e com consumidores que destacam a sustentabilidade, missão, valores e objetivos da organização. Bons estudos e sucesso na busca pelo conhecimento. Prof. Tulio Kléber Vicenzi CAPÍTULO 1 Introdução ao Marketing Digital A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Compreender as origens e os principais conceitos do marketing digital. � Refletir os ambientes digitais nessa nova concepção do marketing. � Comparar a teoria com a prática em relação aos ambientes digitais. � Identificar e desenvolver novas oportunidades na utilização da internet como novos procedimentos de mídia e do marketing. 10 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL 11 Introdução ao Marketing Digital Capítulo 1 Contextualização Quando se fala em marketing, a maioria das pessoas ainda tem em mente que é apenas um modelo de fazer propaganda e promoções de preços, no entanto vai muito além do que apenas isso. O profissional de marketingCommerce: a manager´s guide. Boston: Addison-Wesley, 1997. KOTLER, Philip. Administração de marketing: análise, planejamento, implementação e controle. Tradução Ailton Bomfim Brandão. 5. ed. 9 reimpr. São Paulo: Atlas, 2011. KOTLER, Philip. ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Marketing: conceitos, exercícios e casos. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2009. LISBOA, Natalia. Breve comparação dos termos Web 1.0, 2.0, 3.0 e 4.0. 2010. Disponível em: . Acesso em: 28 dez. 2017. 43 Introdução ao Marketing Digital Capítulo 1 MARTINI, A. Formulação, Implantação e Marketing de uma Empresa Virtual: Estudo de caso no Brasil. Rio de Janeiro: UFRJ/COPPEAD, 1999. MORAIS, R. P. As empresas e o marketing digital. In: Baguete tecnologia e informação em um só lugar. São Paulo, 10 dez. 2007. O'REILLY, Tim. What Is Web 2.0 - Design patterns and business models for the next generation of software. O'Reilly Publishing, 2005. Disponível em:. Acesso em: 28 dez. 2017. PRIMO, Alex. Interação mediada por computador: comunicação, cibercultura, cognição. Porto Alegre: Sulina, 2007. SANTOS, P. C. L. V. A. C.; ALVES, R. C. V. Metadados e web semântica para estruturação da web 2.0 e web 3.0. Data Grama Zero, v. 10, n. 6, p. A04, 2009. Disponível em: . Acesso em: 21 fev. 2018. SOUZA, Renato Rocha; ALVARENGA, Lídia. A Web semântica e suas contribuições para a ciência da informação. Belo Horizonte, 2004. Disponível em:. Acesso em: 28 dez. 2017. STERNE, Jim. Marketing na internet : integrando a web à sua estratégia de marketing. 1. ed. Rio de Janeiro, Campus, 2000. 398 p. 658.8/S839m/LIVRO. TEIXEIRA, P. R. (2008). SEO otimização de sites: marketing de busca como estratégia para empresas. Rio de Janeiro: edição do autor (limitada). TELLES, A. A revolução das mídias sociais. Cases - Conceitos, dicas e ferramentas. São Paulo: M. Books do Brasil, 2010. TORRES, Cláudio. A Bíblia do marketing digital. São Paulo: Novatec, 2009. VAZ, Conrado Adolpho. Google marketing: o guia definitivo de marketing digital. 2. ed. São Paulo: Novatec, 2010. 44 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL CAPÍTULO 2 Convergência Digital e Transmídia A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Compreender os procedimentos para melhorar o desenvolvimento do marketing digital em relação à convergência e à transmídia. � Identificar novos modelos de apresentação para alcançar os novos consumidores on-line. � Analisar os processos necessários para o desenvolvimento do marketing digital. � Desenvolver novos métodos de comunicação interativa com a utilização da internet. 46 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL 47 Convergência Digital e Transmídia Capítulo 2 Contextualização Na era digital, é necessário entender uma nova nomenclatura na comunicação desenvolvida com os clientes e as empresas que possuem um site para apresentar os seus produtos e serviços, de uma forma que possa proporcionar aos usuários o desejo e a necessidade de adquirir o que estejam procurando. Com o aumento de novas plataformas e mídias digitais no cotidiano das pessoas, as quais estão ainda misturadas nas plataformas e mídias tradicionais, é necessário que as empresas estejam preparadas para essa nova cultura, sendo preciso buscar mudanças significativas para melhorar a performance da comunicação transmídia e a convergência. No entanto, apesar de não serem novidade, elas fazem parte do cenário atual cheio de tecnologias e, consequentemente, encaixando-se em um ambiente propício para a propagação, criando uma grande possibilidade de integração entre os consumidores e empresas. Com as diversas mídias disponíveis no mercado, a comunicação digital passou a ser uma ferramenta muito importante para as empresas alcançarem seus consumidores. Nos dias atuais, a maioria das pessoas já possui um mobile que tenha acesso à internet, com a oportunidade de pesquisar, em qualquer lugar que tenha conexão, o que deseja para aquele momento; ou seja, com alguns cliques, o consumidor poderá verificar preços, disponibilidades, distância, troca de informações de algum produto e/ou serviço. As pessoas estão interagindo muito mais e estão ambientalizadas com as novas tecnologias, apesar de que, para algumas pessoas, ainda exista certa restrição em seu uso. Aos poucos, essa cultura traz uma transformação significativa na vida humana, como no caso de uma pessoa com 80 anos que tem seu próprio smartphone. 48 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Conceitos Fundamentais de Transmídia O tema transmídia, por mais que seja um assunto antigo, iniciou uma nova inspiração entre produtores e estudiosos, e tem como princípio básico a criação de um modelo narrativo consistente e flexível. Esse novo conceito tem a finalidade de criar possibilidades de modificar, criar, descrever, produzir histórias em uma plataforma de mídia. Empresas que seguem esse caminho estão alcançando um sucesso em relação a uma legião de seguidores que auxiliam no desenvolvimento das plataformas, através das tecnologias, com alcance a qualquer usuário conectado a um aparelho que tenha conexão à internet. Henry Jenkins, um dos pensadores mais conceituados e respeitados dos EUA, em relação à comunicação, já faz atividades práticas de transmídia desde os anos de 1990. A abordagem transmídia está cada vez mais atual em relação à integração de conceitos de produção; e na distribuição de conteúdo utilizando a princípio uma única metodologia no processo de criação e desenvolvimento em qualquer tipo de mídia (GOMEZ, 2010). Contudo, a transmídia não deve ser considerada um termo para ser usado de forma isolada, pois, segundo Gomez (2010. p. 45), “há uma certa ambiguidade sobre o que ele significa, e poderia ser o mesmo que multiplataforma ou crossmídia”. Jenkins (2009, p. 78) apresenta o conceito da transmídia como “Processo onde os elementos integrais da ficção são sistematicamente dispersos através de múltiplos canais de distribuição para criar uma experiência unificada e coordenada de entretenimento”. Em termos de domínio cultural, para Jenkins (2009), a transmídia permite às pessoas criarem experiências com conteúdo mais rico e profundo quando expressada em apenas uma plataforma, pois a transmídia tem a capacidade de transformar o público-alvo nos conceitos de mediador, ou seja, o emissor, como o receptor; e assim, se transformar em uma melhor ferramenta de comunicação, com maior interação dos usuários, em relação às narrativas clássicas (DOMINGOS, 2008). Segundo Gosciola e Versuti (2012), o conceito de transmídia teve como causa os estudos de comunicação, por meio de um livro, através do termo “transmedia intertextuality”, que tinha como propósito a criação de uma plataforma de entretenimento, com a aplicação de histórias enquanto crianças assistiam desenhos e séries na TV, ou brincar com os brinquedos, após assistir no cinema aos personagens destacados. 49 Convergência Digital e Transmídia Capítulo 2 O termo transmídia, segundo Jenkins (2009), tem como compreensão aquilo que se move de uma mídia para outra, seja um texto, uma imagem ou um vídeo. A transmídia está associada a um consumo linear em diferentes meios e plataformas, mas que possui um mesmo conteúdo. Para um melhor entendimento da transmídia, é importante ter a seguinte sequência que apresenta a evolução das tecnologias em relação às plataformas dos conteúdos na internet: • Da multimídia e intermídia: O embasamentoda Intermídia está na fusão conceitual de meios distintos entre si, que, conjugados no nível do seu significado, formam um terceiro meio, este, diferente dos anteriores, e por isso mesmo, apto a uma nova classificação e denominação. Tal “fusão conceitual” é mais do que uma mistura. É uma inter-relação orgânica entre diferentes formas artísticas e seus significados estéticos reunidos em um mesmo modo de representação. (LONGHI, 2002). • Da hipermídia à transmídia: “A hipermídia atua para a criação de narrativas nas quais o acompanhamento de informações adicionais ao texto significa, por si só, um elemento fundamental da informação on- line” (LONGHI, 2009, p. 192). Como se pôde perceber, o uso básico da internet era apenas a multimídia, na qual não havia interação, mas apenas a observação por parte do receptor, ou seja, não havia uma troca de informações na construção do conhecimento. Considerando-se que tudo seja uma evolução, a partir da intermídia e a hipermídia, criou-se a transmídia, que transcendeu trazendo um novo conceito, ou seja, a “Narrativa Transmídia”, que será apresentada logo a seguir. Como o entendimento da transmídia ainda está confuso entre as literaturas, buscou-se a compreensão através do autor Jenkins (2009, p. 95), que apresenta um estudo mais aprofundado em relação ao tema. Para tanto, a seguir serão apresentadas algumas características sobre a transmídia: • Capacidade de compartilhamento versus a complexidade: relaciona o potencial do conteúdo a ser compartilhado, mas, ao mesmo tempo, a habilidade do espectador/receptor de observar e aprofundar o tema; • Habilidade de continuidade versus multiplicidade: diz respeito à necessidade explorada da história ter uma continuação e de se multiplicar, criando novas histórias dentro da mesma; • Habilidade de fazer parte: fazer o receptor ter a capacidade de participar e de fazer parte daquele universo através de experiências reais, além da habilidade do receptor ter consigo partes da história, como miniaturas 50 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL dos personagens, por exemplo; • Elaboração de ambientes pertencentes ao contexto da história, reais ou virtuais; • Segmentos: habilidade de transformar fragmentos contados em diferentes plataformas; • Imparcialidade: habilidade para analisar a história através de outros olhares; quem conta o tema pode ser apenas um narrador ou personagens; • Comportamento: habilidade de fazer com que os fãs façam parte da história. A narrativa transmídia tem como referência um modelo que se manifestou em resposta à convergência de mídias, e é dependente da participação das pessoas quando se trata especificamente das comunidades de conhecimento. Segundo Jenkins (2009), é “parte da criação de um universo”, em que está tudo conectado nos mais variados tipos de canais de comunicação, e o seu sentido apenas é compreendido quando existe uma troca de conteúdo por todos os ângulos. O usuário não tem a necessidade de acessar todo o conjunto de assuntos e temas para compreender o enredo, mas pode compreendê-lo em sua totalidade e o aprofundamento no todo. Jenkins, em 2003, usou o termo transmídia pela primeira vez na revista Technology Review, em um artigo que apresentava essa nova forma de comunicação no meio digital. No entanto, três anos mais tarde, tratou de aperfeiçoar o termo no seu livro Cultura da Convergência, com publicação em 2009 no Brasil. Jenkins utilizava, como experiência, o filme Matrix, para apresentar a experimentação, que expandia além das telas do cinema e que foi constituída como a narrativa transmidiática (Transmedia Storytelling). Uma história transmidiática se desenrola através de múltiplos suportes midiáticos, com cada novo texto contribuindo de maneira distinta e valiosa para o todo. Na forma ideal de narrativa transmidiática, cada meio faz o que faz de melhor – a fim de que uma história possa ser introduzida num filme, ser expandida pela televisão, romances e quadrinhos; seu universo possa ser explorado em games ou experimentado como atração de um parque de diversões. Cada acesso à franquia deve ser autônomo, para que não seja necessário ver o filme para gostar do game, ou vice-versa. Cada produto determinado é um ponto de acesso à franquia como um todo (JENKINS, 2009, p. 135). 51 Convergência Digital e Transmídia Capítulo 2 Outro conceito do mesmo autor diz que: Narrativas transmídia são histórias que se desenrolam em múltiplas plataformas de mídia, cada uma delas contribuindo de forma distinta para nossa compreensão do universo; uma abordagem mais integrada do desenvolvimento de uma franquia do que os modelos baseados em textos originais e produtos acessórios (JENKINS, 2009, p. 384). Scolari (2009), com base nas propostas conceituais de Jenkins, apresentou outro conceito, que define a narrativa transmídia como uma plataforma que se desenvolve com tal intensidade tanto nos termos de linguagens (textuais, verbais, icônicas etc.) quanto nas mídias (televisão, celular, rádio, internet, quadrinhos, jogos etc.). Esse novo termo conceitual trouxe como características uma narrativa de continuidade, ou seja, o conteúdo não deve se repetir, mas um complementar as histórias, que devem fazer sentido. No entanto, o autor destaca que o termo ainda gera confusão. A compreensão das narrativas não está apenas no que é pronunciado, mas como é pronunciado, além da compreensão dos fenômenos (FIORIN, 2008). O mesmo autor apresenta que a narrativa tem como entendimento não apenas a história em si, mas nos fenômenos, tipologias e peculiaridades. Fiorin (2008, p. 5) ainda diz que “uma narrativa mínima se define como uma transformação de estado. Essa transformação refere-se à relação de mudança entre o sujeito e o objeto”, ou seja, é um processo contínuo e de transformação para o conhecimento. Para um entendimento melhor, em relação às plataformas de comunicação, na figura a seguir é apresentada a evolução e a analogia da sequência no sentido da comunicação e interação das empresas com os usuários, no que se refere a multimídia, crossmídia e transmídia. Figura 6 – Multimídia, Crossmídia e Transmídia Fonte: Adaptado de Jenkins (2009). 52 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL No momento em que foi alcançada a era da multimídia, havia uma exploração nas tecnologias com suportes digitais, que se destinava a criar, manipular, armazenar e pesquisar conteúdo. Vale destacar que multimídia é a existência de mais de um meio de comunicação em um mesmo conteúdo, em que existe a cópia de um assunto para diferentes mídias. A crossmídia é a possibilidade de uma propaganda, publicidade, marca ou assuntos utilizando diferentes plataformas tecnológicas para vender ou trocar coisas e ideia, porém, não possui contato com o conteúdo ou coisa que está sendo desenrolado em cada canal de comunicação independente (JENKINS, 2009). No quadro a seguir, pode-se perceber as diferenças da narrativa transmídia e da crossmídia, conforme apresenta Altermann (2013). Quadro 2 – Narrativas Transmídia e Cossmídia Narrativa Transmídia Narrativa Crossmídia • A corrida de veículos é transmitida na TV, no rádio e na internet. • Na TV, a corrida é transmitida ao vivo com narração do comentarista. • Na rádio, são transmitidos os bastidores da corrida, como entrevista com os fãs, ex-pilotos etc. • Na internet, o usuário pode conferir to- das as paradas no box, bandeiras ama- relas, desistentes, ver os replays, históri- cos das corridas anteriores de todas as equipes etc. • Resumo: os meios, juntos, fortalecem uns aos outros e complementam a sua mensagem. • A corrida é transmitida na TV, no rádio e na internet. • Na TV, a corrida é transmitida ao vivo com narração do comentarista. • Na rádio, a corrida é transmitida ao vivo com narração do comentarista. • Na internet, a corrida é transmitida ao vivo com narração do comentarista. • Resumo: os meios, juntos, levam o con-teúdo ao máximo de usuários. Fonte: Adaptado Altermann (2013). Para um melhor entendimento, assista no link a seguir um breve resumo da diferença entre multimídia, crossmídia e transmídia. 53 Convergência Digital e Transmídia Capítulo 2 Ainda existem paradigmas que devem ser quebrados, principalmente pelas organizações, pois a web é um caminho sem volta para a comunicação e vai além do que vender produtos e serviços pela internet. O usuário, além de assistir à televisão, está no mesmo momento com seu smartphone ou tablet acessando às redes sociais, e talvez ao mesmo tempo está acessando o seu notebook para conversas on-line, ou ouvindo o rádio ao mesmo tempo, ou ainda, um bate-papo com um fundo musical (ALTERMANN, 2013). É importante entender que os usuários já são transmidiádicos, que utilizam a internet e o celular como plataformas para criar diálogo com as empresas, além da interação para si próprios (ALTERMANN, 2013). A narrativa transmídia ainda é um assunto que gera dúvida em seu entendimento, no entanto, está sendo desenvolvida aos poucos; e para isso, é importante saber como deverá ser usada para alcançar os usuários cada vez mais interativos e que geralmente fazem duas ou três atividades ao mesmo tempo quando conectados à internet. Para saber mais sobre a Narrativa Transmídia, é interessante fazer a leitura do autor JENKINS, Henry. Convergence culture: where old and new media collide. New York, London: New York University Press, 2006. Atividade de Estudos: 1) Com a evolução natural que está ocorrendo na rede mundial da internet, quem está perdendo audiência são os canais de televisão, principalmente os canais abertos como Globo, SBT, RedeTV, Band, entre outras. Portanto, existe a necessidade de inovar, empresas que não inovam estão fadadas a ficarem pelo caminho. Quando se trata das plataformas de comunicação, está ocorrendo uma grande transformação. Em relação a essa transformação, observe a sequência a seguir. 54 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL I - Multimídia. II - Crossmídia. III - Transmídia. ( ) Transmissão tanto na televisão, rádio e internet. ( ) Transmissão tanto na televisão, rádio e internet, mas com a participação das pessoas. ( ) Sem interação com as pessoas, apenas transmissão na televisão e rádio. Assinale a alternativa com a sequência CORRETA: a) ( ) I, III, II. b) ( ) II, I, III. c) ( ) II, III, I. d) ( ) III, I, II. Convergência da Transmídia Com a necessidade de atender às questões individuais dos usuários, ultimamente, as mídias estão passando por um processo de convergência entre as interfaces e as plataformas digitais. Portanto, os novos conteúdos não são mais restritos a uma só plataforma, pois estão se originando de uma para outra, transformando-se em uma convergência midiática, adequando-se às mudanças tecnológicas e favorecendo experiências a todas as pessoas. Jenkins (2009) aponta que a convergência não está apenas numa metodologia tecnológica, que tende a unir as diversas funções no mesmo equipamento eletrônico, mas um processamento de transformação cultural em que é possível identificar os fãs com novos graus de participação, ligações, conteúdos; e novas especificações necessárias para o marketing contemporâneo, novas leis, direitos autorais e novas maneiras de medir a audiência. Com um número elevado e a diversidade das plataformas, os usuários são estimulados a pesquisar informações nas mais variadas mídias. Na verdade, não são as plataformas que são convergidas, mas o usuário. Por convergência, refiro-me ao fluxo de conteúdos através de múltiplas plataformas de mídia, a cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e ao comportamento migratório dos públicos dos meios de comunicação, que vão a quase 55 Convergência Digital e Transmídia Capítulo 2 qualquer parte em busca de experiências de entretenimento que desejam (JENKINS, 2010, p. 29). É possível dizer que a comunicação está vivenciando uma mudança bem mais divergente das que foram vividas na sociedade anteriormente. Pode-se dizer que a convergência trata de linguagens para a elaboração de manifestações compostas pela diversidade de linguagens disponíveis. Em um único modelo de comunicação é possível encontrar textos, áudios, foto, cor, luz e vídeos, nas mais diversas plataformas, como sites, cinemas, impressos, blogs e/ou em qualquer rede social, e possíveis de serem visualizados nas plataformas mobile ou dispositivos portáteis (JENKINS, 2009). Os pesquisadores Antikainen et al. (2004, p. 8) destacam que “convergência pode ser percebida nos conteúdos, nos dispositivos terminais e nos sistemas de rede”. São identificados ao menos três modelos de convergência midiática: de formato, de terminal/dispositivo e de conteúdo. • Formato: multimídias ou multimeios, ou seja, é a integração dos mais variados formatos midiáticos, geralmente em vídeos, áudio, infográfico, imagens, textos e animação. • Terminal/dispositivo: especificações das mais variadas mídias em um só dispositivo. • Conteúdo: está relacionada com a transposição dos materiais de um dispositivo para outro. Para um melhor entendimento dessa convergência, recomenda-se uma leitura do artigo a seguir, que demonstra essa mudança de cultura tradicional para a mediática na concepção da transformação dos modelos multimídia para novas plataformas e linguagem de comunicação. CONVERGÊNCIA MIDIÁTICA E O FUTURO DA MÍDIA TRADICIONAL Foi-se o tempo em que a informação estava concentrada nas mãos dos detentores dos veículos de comunicação de massa. Com o advento da internet e a popularização dos dispositivos móveis com conexão banda larga, esse poder concentrado começou a perder força. Hoje, qualquer indivíduo pode ser ouvido através das redes sociais on-line. Para tal, basta ter em mãos o conteúdo e a oportunidade de compartilhá-lo. 56 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL A rede formal de comunicação precisa estar atenta às informações postadas nas redes on-line. A fonte de seu furo jornalístico pode estar, a qualquer momento, postando o potencial assunto do dia de amanhã em uma rede social como o Facebook, por exemplo. Saber rastrear o fluxo de informações e mensurar temas com tendência de ascensão é fundamental para o profissional de jornalismo. Tão importante quanto ser informado rapidamente e veicular em primeira mão, é ter a ética de checar a credibilidade da fonte. Fontes com pouca autoridade ou relevância sobre o tema da informação devem ser postas em dúvida e melhor averiguadas. Televisão e rádio: mídias que precisaram se reinventar O rádio agora vai muito além do “radinho à pilha”: profissionais podem veicular podcasts, ou seja, programas radiofônicos gravados em arquivo de áudio digital e disponibilizados via web. Os assinantes de blogs e feeds RSS desses canais são notificados quando da disponibilização de um novo programa e, a partir daí, podem realizar seu download. Uma vez baixado, o arquivo pode ser transferido para qualquer dispositivo de reprodução de áudio. Ao contrário da versão analógica, na internet o rádio e a televisão podem ter sua memória preservada, com o histórico completo dos programas já gravados disponíveis para visualização ou audição, a qualquer tempo. Outro ponto que não pode ser esquecido é a ausência de fronteiras. Enquanto as rádios são limitadas à amplitude que o sinal pode atingir, na web essa limitação inexiste. Pode-se escutar uma estação europeia, chinesa ou australiana sem qualquer interferência ou perda de sinal. A programação radiofônica e televisiva precisa aprender a conversar com o público e tirar proveito das novas possibilidades de diálogo pelas redes sociais. O ouvinte ou o telespectador, hoje, pode ter contato direto com o veículo. Cabe a ele saber canalizar esse potencial em prol de uma comunicação interativa, participativa e muito mais interessante.57 Convergência Digital e Transmídia Capítulo 2 Todas as mídias podem lucrar com as possibilidades que a internet abre. O potencial de retorno real, viralização, a ausência de fronteiras e a perenidade são características que precisam ser avaliadas e melhor aproveitadas. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 5 jan. 2018. Atividade de Estudos: 1) Procurando melhorar o entendimento da convergência transmidiática, em relação a esse assunto, qual é a importância desse modelo que está mudando a cultura das pessoas, em que as plataformas de conteúdos devam estar em todos os modelos eletrônicos de acesso para os usuários? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Portabilidade e Convergência da Transmídia Para que o entendimento referente à portabilidade da convergência e da transmídia, seja compreensível, em uma entrevista da TwentiethCentury Fox Television, Gary Newman, afirma em entrevista para o periódico do NAB show de 2010 com a tradução de Meirelles (2010, p. 120) o seguinte: 58 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL O consumidor de hoje é bem diferente do que era há uma ou duas décadas atrás [sic]. Ele tem acesso a uma gama muito maior de opções de entretenimento do que jamais antes. Eles também querem assistir o que eles querem e quando eles querem, e desfrutar de um mergulho mais profundo dentro de seu programa favorito do que podem ter através de uma grade de programação de uma rede de TV. Isso não é um problema. Os grupos de fanáticos é o que agora alavanca os programas. Deixando os fãs felizes através da Web, celulares e DVDs somente impulsiona os programas que eles gostam – e impulsionam as taxas e receitas de comerciais das estações nas quais eles assistem esses programas. Naturalmente, é possível pensar que com o grande número de plataformas pelas quais as pessoas têm acesso à comunicação digital, a audiência da televisão possa estar em declínio e ser prejudicada. Esse paradoxo pode ser percebido quando um grande número de séries de televisão, entre outros conteúdos, é disponibilizado na internet para acesso dos usuários, sejam eles legalizados ou os “piratas” (MEIRELLES, 2010). Jenkins (2009), em uma de suas palestras, diz que a audiência não se reflete em prejuízos para os canais de televisão aberta, porque o modelo usado não é baseado no número de assinantes. Por exemplo, em séries de televisão como Game of Thrones, são disponibilizados os episódios na internet após a exibição na televisão (apenas para quem é assinante), ajudando aqueles telespectadores que perderam algum episódio, ou que não acompanharam as primeiras temporadas, mas que muitas vezes continuam seguindo a programação da televisão. Um detalhe muito importante é que, no caso, os usuários que não tiveram a oportunidade de acessar esse material têm grandes chances de desestimular e, com toda certeza, parariam de acompanhar o programa da TV (MEIRELLES, 2010). Portanto, a portabilidade dos conteúdos da TV digital para a internet será algo muito comum e de forma contínua, pois auxilia na distribuição do conteúdo que a televisão aberta oferece para os usuários que estão desenvolvendo outras atividades, como estudar, trabalhar, e não podem assistir ao programa naquele horário (MEIRELLES, 2010). Um exemplo bem claro é o Globoplay da Rede Globo, pois o assinante tem condições de assistir à programação na hora que estiver disponível, e isso inclui os canais abertos e os de assinatura. Por isso apostamos que, mesmo no futuro, qualquer programa de televisão vai ter mais audiência do que qualquer WebTV. Por um motivo simples: quando a WebTV der mais audiência 59 Convergência Digital e Transmídia Capítulo 2 que a televisão, a televisão irá englobá-la. Isso não significa que a televisão é melhor ou pior que a internet. Significa apenas, como já ressaltamos aqui, que a televisão trabalha com audiências genéricas e a internet tende a interesses segmentados. O conceito de cauda longa não é adequado à televisão, que continuará transmitindo um número muito limitado de programas, de modo que as pessoas mais diversas assistam à mesma coisa. Elas gostam de poder ir à padaria e conversar com alguém sobre a novela do dia; gostam de conhecer uma pessoa de outra cidade e poder comentar o jogo de futebol a que todos assistiram. Por essas razões, a queda impressionante das audiências de novelas não deve nos impressionar. É claro que, principalmente entre jovens, surgem os movimentos de diversidade cultural que constroem identidades para uma pequena tribo cultural que visa se diferenciar das outras negando o genérico. Mas isso sempre foi típico da cultura jovem (momento da individuação, individualidade e de reação; de oposição aos pais), e mesmo neles, segue forte a vontade de formar comunidades. E a necessidade de assuntos de interesse comum é o que faz a estética das programações genéricas. Pois, do mesmo modo que é interessante diferenciar-se, é extremamente importante ter características e gostos comuns. Trabalhar na produção de conteúdos genéricos para a TV, no entanto, não garante que todos gostem de tudo o que for transmitido, pois as diferentes visões de mundo continuam interferindo nas escolhas e gostos individuais ou de pequenos grupos. Se a televisão focar na segmentação de informações, provavelmente os críticos de televisão reclamarão da falta de uma programação que seja de interesse comum. Ao contrário do que pensavam alguns estudos dos anos 80 e 90, tais como Anthony Giddens (2006), não estamos entrando na era do individualismo, em que todos os conteúdos serão customizados. Tendemos mais a apostar no pensamento de Jenkins, que afirmou que “a maior mudança talvez seja a substituição do consumo individualizado e personalizado pelo consumo como prática interligada em rede” (JENKINS, 2009, p. 312). (CANITTO, 2009, p. 278-279). As empresas de televisão que não seguirem esse caminho terão grandes problemas com a audiência, pois quando é apresentado um produto na televisão, o patrocinador estará lá com seu patrocínio e, ao mesmo tempo, estará na internet, que mostrará sua propaganda ou publicidade. A televisão está passando por uma grande transformação com a era digital, portanto, é importante buscar mais informações referentes ao assunto. Para melhorar o conhecimento, recomenda-se a leitura da tese de doutorado dos autores Cannito, Newton e Guimarães (2009). Vamos exercitar? 60 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Atividade de Estudos: 1) Quando se tratar de portabilidade, a ideia é a de uma transferência de uma plataforma para outra, ou seja, levamos como exemplo uma operadora de telefonia. Quando os consumidores estão insatisfeitos com os serviços, eles irão fazer a portabilidade entre as operadoras. No caso do meio digital, qual dos itens a seguir descreve o conceito de portabilidade? ( ) É a transferência de arquivos de um local para outro dentro dos equipamentos eletrônicos digitais. ( ) É a transferência de um produto ou conteúdo digital que está em uma plataforma para outras plataformas com o mesmo conteúdo e assunto. ( ) É a transferência dos produtos analógicos para serem distribuídos na internet. ( ) Pode ser considerada uma troca de informações usando uma variedades de plataformas de comunicação, no entanto, comtemas diferentes. A Comunicação Digital Uma frase muito usada pelo personagem Chacrinha foi: “quem não se comunica, se trumbica”. Esse bordão apresenta muito bem o conceito das empresas em que não havia um relacionamento com interação, trocas de informações ou apresentação de conteúdos para as pessoas. Os únicos meios de comunicação, de aproximadamente 30 anos atrás, eram: rádio, revistas, jornais, televisão e os telefones, em que o telespectador era apenas o ouvinte e não tinha interação alguma, salvo alguns programas que usavam o telefone. Desde essa época, muita coisa mudou, e ocorreu a revolução da comunicação digital (CHLEBA, 1999). 61 Convergência Digital e Transmídia Capítulo 2 Como visto anteriormente, com a explosão da era da internet, ocorreu a possibilidade de a comunicação ser muito mais rápida, por meio de vídeos, áudio e animações através dos computadores, notebooks e atualmente pelos tablets e smartphones, que estão conectados na rede mundial, favorecendo a distribuição dos conteúdos multimídia (CHLEBA, 1999). Considerando o meio digital via computador, Chleba (1999) apresenta algumas ferramentas usadas no mundo dos negócios, muito poderosas e práticas no cotidiano para as organizações: • apoio à comunicação institucional; • promoção de produtos e serviços; • criação de serviços on-line para os consumidores atuais, os potenciais, entre outros que interessam à organização. Levando ainda em consideração apenas uma ferramenta, no caso, o computador como meio de comunicação digital, mesmo que existem outras ferramentas que também possam ter acesso ao ambiente digital, a maioria das empresas inicia a divulgação do seu produto ou serviço através da internet desenvolvendo blogs e sites. Muitas empresas de pequeno porte que não têm, muitas vezes, condições financeiras de pagar por um produto de qualidade, quando desejam apresentar seus produtos ou serviços ao meio digital, geralmente contratam um amigo do dono da empresa para criar um site, muitas vezes estático, ou seja, apresentando os produtos ou serviços através de imagens e disponibilizando um telefone e principalmente um e-mail para iniciar a comunicação (CHLEBA, 1999). A seguir, um exemplo de página estática, do ano de 2000, pertencente a um dos sites mais visitados atualmente, onde se pode perceber sua simplicidade. 62 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Figura 7 – Exemplo de site estático Fonte: Disponível em: . Acesso em: 6 jan. 2018. No exemplo apresentado na figura anterior, pôde-se perceber como os sites eram simples e apresentavam elementos essenciais com apenas algumas imagens e links para acesso a outros serviços da página. Faça uma comparação com o site da Figura 7 dos anos 2000 com a página atual da e reflita sobre o que melhorou de lá para cá. 63 Convergência Digital e Transmídia Capítulo 2 Muitos administradores de empresas de pequeno porte ainda pensam não ser necessário um site para apresentar seus serviços ou produtos. Dessa forma, apenas possuem uma página na internet para marcar presença na rede. Assim, sua apresentação continua simples, geralmente sendo criada pelo filho do amigo que está iniciando um curso de web design. No entanto, segundo Chleba (1999), esse tipo de pensamento está comprometendo sua imagem corporativa a cada visita que o site recebe, e a possibilidade de o usuário nunca mais voltar – pois, muitas vezes, a atualização do site se dá uma vez ou outra ou nem ao menos uma atualização ao mês. “Portanto, a possibilidade de algum usuário voltar para o site da empresa será remota” (CHLEBA, 1999, p. 108). Os empreendedores de empresas de pequeno porte ainda têm uma ideia de comparação de que um site mais estruturado não tem o alcance como os meios de circulação, ou seja, revistas, fôlderes e/ou jornais. Essa comparação, de certa forma, não tem sentido, pois não é o número de visitantes que determina o índice de respostas e sim o alcance que irá determinar os índices de respostas (CHLEBA, 1999). Um exemplo apresentado por Chleba (1999, p. 109) descreve muito bem o que ocorre nesses casos: imagine que o site de uma empresa, independentemente do tamanho, tenha mil acessos por mês. Parece pouco, mas não é. Um site deverá ser considerado um meio receptivo, que deverá ser comparado à resposta de uma mala direta, a quantidade de pessoas que leram ou viram a mensagem publicada e ligaram para a empresa. Quando se trata de mala direta, por exemplo, para se ter um retorno de mil clientes é necessário enviar em média 50 a 100 mil cartas impressas ou via e-mail. Algumas características para as quais os sites ou páginas na internet, como veículo de comunicação de empresas, deverão estar atentos, segundo Chleba (1999): • Receptividade: como o 0800 de uma empresa, um site é considerado receptivo, ou seja, caso não haja divulgação, ninguém vai ligar. Assim, a divulgação é algo importante para que a empresa tenha visitantes em seu site, ou apenas será visitado por força da marca. • Não segmentação: considerado um veículo de comunicação não segmentado, o site alcança qualquer tipo de visitante quando chega na internet, dessa forma, não é possível identificar se o usuário é um médico, representante, acionista, homem, mulher, jovens ou um funcionário de uma empresa concorrente. O site deverá apresentar uma diferenciação para motivar as pessoas a voltarem em busca dos seus interesses. Já um cliente ativo tem interesses distintos dos clientes potenciais. No entanto, por mais que acessem o mesmo endereço, suas necessidades e desejos são diferentes. 64 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL • Interatividade: é atender as necessidades e informações dos visitantes de um site; quando o usuário faz uma pergunta, que ele tenha uma resposta, geralmente on-line. Essa interação é muito importante para o relacionamento com o consumidor, pois as respostas deixarão o cliente satisfeito, pois tem a certeza de que está sendo atendido com o que está sendo solicitado, seja na compra, venda, reclamações e sugestões. A ideia inicial para os empreendedores, especialmente as empresas de pequeno porte, é sobre a importância de um site com um visual inovador e atual, que apresente os seus produtos e serviços e, principalmente, que tenha uma interação e respostas rápidas quando um visitante for navegar no site da empresa. Existem outros canais de comunicação digital que podem ser usados, como pode ser visualizado no quadro apresentado por Shimp (2009): CANAIS DE COMUNICAÇÃO Websites Anúncios exibidos ou banners Formatos Rich Media • Pop-ups • Intersticiais • Supersticiais • Anúncios em vídeos Web Logs • Blogs • Podcasts E-mail • Socialização de adesão versus spam • E-zines • Publicidade em e-mail via conectividade sem fio • Celulares e mensagens de texto Publicidade em mecanismo de busca • Publicidade em correspondência de palavras-chave • Publicidade voltada para o conteúdo Publicidade via direcionamento comportamental. Fonte: Shimp (2009, p. 269). 65 Convergência Digital e Transmídia Capítulo 2 Para saber mais, faça uma leitura do capítulo Gerenciamento da Propaganda, do livro de Terence A. Shimp – Comunicação Integrada de Marketing – Propaganda e Promoção. O modelo de comunicação digital a ser usado pela empresa depende dos objetivos, valores e até a meta que deseja alcançar. Dessa forma, somente através de estratégias (o que será visto em outro modulo do curso) é que se definirá o modelo que melhor irá se adequar à organização. No entanto, os empresários devem mudar seus conceitos em relação ao investimento em sites, pois não é o alcance que determina o sucesso da empresa, e sim o número de visitantes que acessam o site. Vamos exercitar? Atividade de Estudos: 1) Faça pesquisas na internet de empresas que você conheça,ou de empresas em que seus amigos e colegas trabalham, e verifique se o site está sendo visitado. Independentemente da resposta, desenvolva um diagnóstico do que é preciso fazer para melhorar os acessos ao site da empresa. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 66 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL A Comunicação Interativa Ao mesmo tempo em que novas plataformas e ferramentas tecnológicas são desenvolvidas, a comunicação também terá que tomar um novo rumo na distribuição dos conteúdos informacionais, pois ainda são tratados de uma única forma, ou seja, a informação está na tela do notebook, desktop ou smartphone na forma de janelas, como o do Windows. Para entender essa necessidade de mudanças, é necessário compreender o que é a interatividade, que, segundo Silva (2001), é um conceito de comunicação e não de tecnologia, ou seja, uma comunicação entre pessoas e máquinas e entre usuários e serviços. Outro conceito, segundo Belloni (p. 78, 1999): é uma “característica técnica que significa a possibilidade de o usuário interagir com uma máquina”. Existem muitas instituições de ensino, sejam elas com cursos on-line, graduação, entre outros, que se autodenominam modelos de ensino interativo, no entanto, o conteúdo continua sendo o antigo modelo de transmissão. Outro exemplo nada interativo são os sites estáticos, que apenas apresentam o texto, sem troca de informações e conhecimento colaborativo. É preciso enfatizar que o essencial não é a tecnologia, mas um novo estilo de pedagogia sustentado por uma modalidade comunicacional que supõe interatividade, isto é, participação, cooperação, bidirecionalidade e multiplicidade de conexões entre informações e atores envolvidos. Mais do que nunca, o professor está desafiado a modificar sua comunicação em sala de aula e na educação (SILVA, 2001, p. 9). É importante salientar que a interatividade é a participação ativa dos usuários na troca de informações, independentemente da tecnologia usada, no entanto, a necessidade de a comunicação interativa acompanhar essas novas plataformas e ferramentas digitais é que está impedindo uma melhor maneira de criar e melhorar a interação. O que realmente conta para o ser humano não são os instrumentos de que dispomos, mas a oportunidade de interagir com as pessoas que nos cercam, seja na família, seja no trabalho, seja na sala de aula presencial ou no ambiente de educação a distância. Em casos extremos, podemos interagir apenas com o artefato, o que rigorosamente falando não seria interação, mas interatividade (LEFFA, 2005, p. 78). A interatividade nada mais é do que duas ou mais pessoas que possam controlar o conteúdo e o fluxo de informações, e um exemplo muito claro dessa interação é o Wikipedia, no entanto, vale lembrar que as fontes nem sempre são seguras ou verdadeiras. 67 Convergência Digital e Transmídia Capítulo 2 Primo (2007) descreve que a necessidade da interatividade deverá ter níveis de interação, tais como: • Ramificação simples: torna a possibilidade de uma sessão a outra do produto multimídia assim que a ação tenha expirado, ou seja, quando o usuário fica um longo tempo sem clicar com o mouse na tela; • Ramificação condicional: tem a dependência de uma ação para realizar outra, ou seja, acessar em algum site utilizando usuário e senha, e caso esteja correta, irá para a próxima sessão; • Ramificação estruturada: é dependente de uma complexa lógica de programação, por exemplo, um site de busca que, dependendo das condições que estão sendo empregadas, oferece respostas personalizadas para diferentes usuários, mas com os mesmos conteúdos. A comunicação interativa deverá passar por uma grande transformação caso pretenda alcançar a interação com os usuários, e a tecnologia possui muitos aspectos que podem melhorar o modo de fazer essa transformação. Mas é necessário desenvolver modelos com visuais gráficos que contemplem os indivíduos interessados no conteúdo que está sendo proposto. Interatividade não é apenas a leitura de um texto e responder ou apresentar uma opinião do que foi apresentado, a interatividade é uma continuidade da interação entre as pessoas. Para saber mais sobre A Comunicação Interativa, leia o capítulo 3 do livro Marketing Digital – Novas tecnologias & Novos modelos de negócio, do autor Márcio Chleba. Atividade de Estudos: 1) Para identificar o conhecimento sobre a comunicação interativa, é importante conhecer o que é e o que não é comunicação interativa. Dessa forma, veja a seguir e, se necessário, pesquise na internet e assinale o item que apresenta uma comunicação interativa na forma de conteúdo. ( ) Cinema. ( ) Fóruns. ( ) Enquetes. ( ) Jogos. 68 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL CINCO FERRAMENTAS ÚTEIS PARA COMUNICAÇÃO DIGITAL O digital, cada vez mais, estabelece-se como um gigante da comunicação. Sendo assim, todo negócio que deseja prosperar necessita estar presente neste meio. Para isso, é necessário conhecer e utilizar as ferramentas disponíveis no mercado. Apresento cinco ferramentas úteis para a comunicação digital: 1 E-mail marketing Sim! O e-mail é uma ferramenta óbvia e muitos até pensam que ela já está fora de moda, mas ela se mostra muito eficiente. O e-mail marketing é uma forma direta e poderosa de divulgar os seus produtos e serviços e deve ser incluída na sua estratégia de comunicação. Através desta ferramenta, você alcança seus clientes e potenciais clientes e cria a chance de vender e de construir um relacionamento com o consumidor, fixando sua marca na mente do público. O MailChimp, por exemplo, permite um gerenciamento completo da sua base de contatos e o envio de e-mails para listas segmentadas, além de possuir templates pré-prontos para suas mensagens. 2 Redes sociais As redes sociais são outra ferramenta importante e que cresce com força total. Se você deseja fazer o seu negócio aparecer, essa é a oportunidade de alcançar o seu público e mostrar suas qualidades de forma eficiente. O cuidado essencial é entender que para cada rede há um público, e para cada público, uma linguagem. As melhores opções de forma geral são o Facebook, o Twitter, o LinkedIn e o Instagram. A partir da criação das contas, é só gerenciar o conteúdo e acompanhar seu desempenho constantemente em busca de novos seguidores. 3 Blog O blog é uma excelente forma de mostrar a empresa para o consumidor e manter a comunicação constante, aumentando a visibilidade da marca. Com essa ferramenta, você pode criar conteúdo de qualidade para atrair novos consumidores. Há a possibilidade de 69 Convergência Digital e Transmídia Capítulo 2 falar tanto dos seus produtos como de assuntos relacionados, para atrair tráfego para o seu site. 4 Ferramentas de análise A análise é fundamental em todo planejamento de comunicação, inclusive e, principalmente, no digital. A mensuração é importante tanto para apresentar resultados quanto para analisar os pontos de melhora e investir nos positivos. O Google Analytics é gratuito e possui informações relevantes. Será necessário lidar com números, o que é básico para qualquer negócio, e analisando-os você estará sempre à frente das possíveis eventualidades. 5 Inbound Marketing O Inbound Marketing, conhecido também como marketing de atração, é um conjunto de estratégias que têm como objetivo atrair voluntariamente os consumidores para o site da empresa. É um marketing baseado no relacionamento com o público ao invés do tradicional. Ele ésustentado com ações de conteúdo personalizado com o intuito de atrair o potencial cliente para seu blog ou site e, a partir dali, é feito todo um trabalho de relacionamento com o uso de fluxos de e-mails marketing, SEO etc. Com o Inbound Marketing a empresa consegue mensurar os resultados com as informações de quem visualizou, converteu ou comprou o produto. (Confira nosso e-book com tudo o que você precisa saber sobre Inbound marketing). Essas são ferramentas úteis para a comunicação digital, mas é imprescindível a gestão do conjunto de todas elas e entender o comportamento dos usuários da internet e suas preferências. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 5 jan. 2018. 70 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL A DIFERENÇA ENTRE MARKETING DIGITAL E COMUNICAÇÃO DIGITAL Marketing Digital é a função de desenvolver produtos e serviços com o objetivo de que eles possam satisfazer as necessidades dos consumidores. Comunicação Digital é o último item (mas não menos importante) no fluxograma de Marketing Digital. A comunicação serve ao propósito de expor ao consumidor o interesse da empresa em vender o produto ou serviço. Marketing Digital inicia na composição do preço de um produto para venda na web, na avaliação de tendências de mercado, no estudo detalhado dos concorrentes, na escolha de volume de venda indicado. Marketing Digital é programar com outras áreas de uma empresa como as ações em meios digitais afetam a organização. É correlacionar com a área de Recursos Humanos e diagramar o perfil de profissionais que devem ser contratados para esta área. É correlacionar com a área de compras e avaliar se o custo tecnológico de investimento compensa na margem de contribuição. É necessário avaliar com a logística se a empresa pode vender pela internet, entregar dentro dos prazos e com segurança. São necessários ainda muitas outras avaliações e estudos, que envolvem, principalmente, a estrutura da organização, isso antes de se partir para o Marketing Digital propriamente dito. Após a avaliação criteriosa da capacidade da empresa em absorver ações de Marketing Digital, entra no processo de trabalho a agência de propaganda, que irá avaliar quais as ações de comunicação de Marketing Digital que somarão com as ações de mídia off-line, que ainda são dominantes no mercado. A Comunicação Digital entra após, sendo a responsável por entregar ao consumidor as mensagens definidas com o propósito de obter as esperadas conversões. 71 Convergência Digital e Transmídia Capítulo 2 Portanto, Marketing Digital não é Comunicação Digital, assim como Marketing Digital vem após o Marketing Tradicional. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 5 jan. 2018. Algumas Considerações Com a finalização desse capítulo, foram apresentados os conceitos iniciais e fundamentais da transmídia, em que a comunicação e o conteúdo foram apresentados em diversos canais digitais que possibilitam ao usuário acessar e interagir com outras pessoas. Como a tecnologia e a cultura das pessoas estão em constante mudança, a convergência, ou seja, as mudanças de hábitos das pessoas devem ser levadas em consideração pelos administradores de empresas, pois, com o meio digital, é cada vez mais fácil buscar informações, principalmente quando se trata da concorrência. Quando foi tratado da portabilidade, o assunto se referiu aos modelos de mídias como o rádio e a televisão, que foram obrigados a se transformar para não perder audiência. Dessa forma, muitos produtos que apenas estavam disponíveis na televisão passaram a ser digitais, ou seja, disponíveis na rede mundial da internet, em que as pessoas, por meio de uma assinatura, têm acesso ao conteúdo. Por fim, abordamos dois assuntos da nova era digital, que são: as comunicações, a partir da comunicação digital, com muitas plataformas; e ferramentas que foram construídas para proporcionar uma comunicação mais interativa entre as pessoas, criando, consequentemente, uma maior qualidade no conteúdo que está sendo tratado naquele momento naquele site específico, seja particular, educacional e/ou público. 72 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Referências ALTERMANN, D. Vamos entender a diferença entre crossmídia e transmídia. Disponível em: . Acesso em: 23 fev. 2018. ANTIKAINEN, H.; KANGAS, S.; VAINIKAINEN, S. Three views on mobilecross media entertainment. In: VTT Information Technology, Research Report, 2004. Disponível em: . Acesso em: 23 fev. 2018. BELLONI, M. L. Mediatização – os desafios das novas tecnologias de informação e comunicação. In: BELLONI, M. L. Educação a Distância. Campinas: Editora Autores Associados, 1999. pp. 53-77. CANNITO, N. G. A televisão na era digital. 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Acesso em: 3 jan. 2018. 73 Convergência Digital e Transmídia Capítulo 2 JENKINS, H. A cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2009. LEFFA, V. J. Interação virtual versus interação face a face: o jogo de presenças e ausências. Trabalho apresentado no Congresso Internacional da Linguagem e Interação. São Leopoldo: Unisinos, ago. 2005. Disponível em: Acesso em: 23 fev. 2018. LONGHI, R. O turning point da grande reportagem multimídia. Revista Famecos. Porto Alegre, v. 21, n. 3, set-dez. 2014. p. 897-917. Disponível em: . Acesso em: 3 jan. 2018. MEIRELLES, R. C. A digitalização da TV e os contextos culturais. Rodrigo Corrêa Meirelles; orientadora: Maria Aparecida Campos Mamede Neves. – 2010. 129 p. Dissertação (mestrado) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Educação, 2010. PRIMO, A. Interação mediada por computador: comunicação, cibercultura, cognição. 2. ed. Porto Alegre: Sulina, 2007. SCOLARI, C. A. 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Acesso em: 23 fev. 2018. 74FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL CAPÍTULO 3 O Consumidor Digital A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Identificar o comportamento dos consumidores digitais. � Compreender as mudanças necessárias no comportamento dos consumidores on-line. � Analisar as melhores estratégias para a identificação do perfil dos consumidores on-line. � Monitorar o comportamento dos consumidores on-line. 76 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL 77 O Consumidor Digital Capítulo 3 Contextualização A evolução é algo comum em nossas vidas, e desde a invenção da roda ocorreram inúmeras inovações. As mudanças passaram pelo uso da pedra, da madeira, do ferro, alumínio e outros metais que hoje compõem inúmeros utensílios. Com o consumidor não é diferente, pois as pessoas têm tendência a mudar o comportamento, a cultura e, consequentemente, suas escolhas. O consumidor da década de 1990 não é o mesmo consumidor dos dias atuais, pois a globalização e a introdução da internet na vida das pessoas tornam-nas digitais. E quem é esse consumidor digital? É o que será apresentado nesse capítulo, ou seja, o entendimento do que está acontecendo com esse novo consumidor, que está muito mais informado devido à grande quantidade de informações disponíveis na internet. Dessa forma, as empresas foram obrigadas a transformar e mudar seu comportamento em relação ao consumidor, pois, hoje, ele busca saber, através da internet, o que os demais clientes estão comentando sobre o produto que deseja adquirir, ou seja, dependendo dos comentários, ele definirá sua escolha. Sabe-se que as organizações precisam sobreviver e para isso é necessário que vendam seus produtos e serviços, no entanto, atualmente, não basta terem qualidade e preço, pois os consumidores querem saber a procedência dos produtos, bem como o que as empresas estão fazendo em relação ao meio ambiente e/ou a outras atitudes e valores sociais. A compreensão das empresas acerca dessa nova cultura dos consumidores vai ditar o sucesso ou não da organização, portanto, o papel dos profissionais de marketing é buscar o relacionamento com os consumidores, conquistá-los para que prefiram seus produtos, que se sintam satisfeitos e com seus desejos realizados. Assim, o capítulo tem como objetivo apresentar o comportamento do consumidor digital para que a empresa possa tomar suas decisões e criar estratégias. 78 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Consumidor Digital É correto afirmar que a internet ou a rede mundial de computadores facilitou a vida dos consumidores e, consequentemente, alterou seu comportamento em relação a fazer compras, pois nem sempre é necessário sair de casa, basta acessar o site de alguma empresa de vendas on-line, por meio de alguns cliques adquirir o produto e aguardar o recebimento no conforto do seu lar. Essa tendência mudou a vida das empresas e dos consumidores, no entanto, não quer dizer que as lojas físicas desaparecerão, pois ainda existem os que desejam olhar o produto, vestir, provar e testar para decidir se o comprarão ou não. Contudo, é sabido que o consumidor, antes de realizar alguma compra, principalmente se for complexa, irá pesquisar e buscar as informações necessárias para se decidir. Engel, Blackwell e Minardi (2005) conceituam o comportamento do consumidor como uma atividade com a qual as pessoas estão se ocupando, seja para aquisição de algum produto ou serviço para consumo ou apenas para diversão. Ainda acerca dessa definição, Churchill e Peter (2005, p. 146) afirma que “consumidores são pessoas que compram bens e serviços para si mesmas ou para outros, e não para revendê-los ou usá-los como insumos”. Muitas vezes os conceitos divergem entre autores. Shet, Mitall e Newmann (2001) conceituam comportamento do consumidor como as atividades mentais e físicas em praticar operações de compra e venda, sejam profissionais e/ou pessoais. Outro conceito abordado por Solomon (2016, p. 27) apresenta que “o comportamento do consumidor é o estudo dos processos envolvidos quando indivíduos ou grupos selecionam, compram, usam ou descartam produtos, serviços, ideias ou experiências para satisfazer necessidades e desejos. Vale destacar que para entender melhor um consumidor digital, é necessário entender o comportamento dos consumidores sem acesso à internet. 79 O Consumidor Digital Capítulo 3 Existem muitas variáveis que podem levar o consumidor a escolher um produto ou serviço, dessa forma, as empresas estão sendo obrigadas a rever seus conceitos quando se trata de relacionamento com o consumidor, visto que há mudanças constantes. O comportamento do consumidor possui muitas variações, segundo Kotler e Armstrong (2007), pois indiferentemente da classe social, renda, idade, nível de instrução e gostos, ele busca atender a seus interesses individuais. Uma pessoa dificilmente irá gostar da mesma coisa que outra, embora seja o mesmo produto, pois há variações de cores, formatos, entre outras características. Claro que existem os produtos padrões, mas a escolha é individual. Na figura a seguir, Kotler e Armstrong (2007) descrevem as influências em relação ao comportamento do consumidor: Figura 8 – Fatores que influenciam os consumidores Fonte: adaptado de Kotler e Armstrong (2007). Note que na Figura 8 existe um grande número de fatores e variáveis que fazem o comportamento do consumidor ser - muitas vezes - único. Além disso, cada indivíduo possui prioridades e necessidades diferentes, como se pode verificar na Figura 9. 80 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Figura 9 – Pirâmide das necessidades humanas Fonte: adaptado de Kotler e Armstrong (2007, p. 123). O modelo da pirâmide de Maslow com as necessidades dos indivíduos descreve o conceito e as prioridades de cada pessoa, porém nem sempre se segue essa sequência, mas é o que a grande maioria das pessoas deseja. Quando se refere ao consumidor digital, Torres (2009) descreve que se trata de uma pessoa de carne e osso que trabalha, que faz leitura de livros, que assiste televisão, que faz atividades físicas, entre outras, mas que quando acessa a internet, ocorre uma verdadeira transformação no seu comportamento, pois algum motivo o impedia. Os consumidores querem ter flexibilidade de escolha e escutar o que dizem sobre a marca, opiniões isentas e de pessoas comuns como eles. As pessoas querem exercer o poder de escolha que têm para adquirir a solução que acreditam ser a melhor, e não a que a empresa lhes diga. Ferramentas para pesquisa eles têm – a internet e as redes sociais estão aí, com uma enorme quantidade de elementos para que eles exerçam tal poder –, a era do “vender” dá espaço à do “ajudar a comprar (VAZ, 2010, p. 69). Com a era da informação, o consumidor se transformou em digital e está constantemente em busca de informação, diversão e realiza compras no aconchego de sua casa. Geralmente, esse novo consumidor digital realiza pesquisas na internet para buscar informações sobre os produtos e serviços, fazer comparações de preços e qualidade para depois realizar a compra. Independentemente se o produto será adquirido em uma loja virtual ou física, esse comportamento dos 81 O Consumidor Digital Capítulo 3 consumidores faz com que estejam preparados para não serem mais “enrolados” nas lojas comerciais, pois sabem o que está sendo discutido, as configurações, entre outros itens técnicos. O profissional de marketing e/ou o dono da empresa devem estar cientes desse novo comportamento dos clientes. Para saber mais sobre o comportamento do consumidor, o livro de Michael R. Solomon (2016) – O comportamento do consumidor, São Paulo: Bookman – apresenta mais detalhes sobre como as empresas deverão fazer para atender a esse novo consumidor digital. Atividade de Estudos: 1) O consumidor, quando tem a necessidade ou desejode adquirir alguma coisa, se possuir condições financeiras, vai até a loja e compra. Para outros consumidores, o importante é fazer pesquisa de preços. Em relação a esse comportamento, que na maioria das vezes é individual, busca satisfazer seus desejos, e em se tratando do comportamento do consumidor, descreva as diferenças entre o consumidor digital e o consumidor tradicional. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 82 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Características e o Perfil do Consumidor Digital Como vimos anteriormente, o consumidor digital é o mesmo consumidor que sai da sua casa e vai fazer compras em uma loja física. A diferença é que o consumidor digital possui as informações necessárias para adquirir o produto desejável. Por exemplo, na compra de uma televisão, o consumidor digital fez inúmeros acessos, participou de fóruns, pesquisou sobre as marcas, os modelos, a procedência, entre outros. Quando resolve comprar o produto que lhe agrada, de empresas que tenham princípios, objetivos, valores e missão muito bem apresentáveis, isso o deixará satisfeito, pois a organização possui os mesmos princípios que os seus. Levando em consideração a grande transformação econômica e social que ocorre através da tecnologia, as empresas criaram situações que mudaram significativamente o comportamento do consumidor, através dos meios digitais que alteraram sua forma de viver, por estarem sempre conectados à rede mundial da internet. A influência que a mídia apresenta para o consumidor é muito grande e a variedade de informações, sejam elas positivas ou negativas, pode alterar o seu comportamento. Segundo Lopes et al. (2014), o interesse dos consumidores é buscar informações, comunicar-se, comprar e trabalhar, pois a geração dos indivíduos de hoje é muito diferente das gerações passadas. A geração X é composta por pessoas Baby Boomers, ou seja, consideradas indivíduos motivados, otimistas e viciados em trabalhar. As pessoas da geração Y possuem características como individualismo e estão constantemente conectadas, buscando e compartilhando informações. Além disso, optam pela tecnologia, ao invés dos livros, digitam, ao invés de escrever, preferem sites de relacionamento e constantemente compartilham conteúdos (LOPES et al., 2014). A chamada Geração Y chegou com força total e seu envolvimento com a internet é quase que prioritário no dia a dia. Jovens que não chegaram aos 30 anos representam uma força de milhões de pessoas que, ocupando um espaço completamente multidisciplinar, dão vazão à criatividade digital e passam, inclusive, a supervisionar os “dinossauros” do marketing (REINA, 2009, p. 68). Por fim, a geração dos dias de hoje, conhecida como geração Z, continua conectada, porém são pessoas extremamente ansiosas. São os indivíduos que usam permanentemente a tecnologia, conectados 24 horas por dia, são ágeis, fazem, muitas vezes, duas ou três atividades simultaneamente (LOPES et al., 2014). 83 O Consumidor Digital Capítulo 3 Para saber mais sobre as Gerações X, Y e Z, leia: SOUSA; F. J, GOBBI; C. M. Geração digital: uma reflexão sobre as relações da “juventude digital” e os campos da comunicação e da cultura. Revista GEMINIS, v. 2, n. 1, p. 129-145, 2014. Segundo Sousa e Gobbi (2014), a geração Z tem a tendência de assistir menos à televisão, quando comparada aos seus pais, no entanto, é muito mais provável que estejam em frente a um desktop, smartphone ou tablet. Essa geração é muito mais tecnológica, pois, na maioria das vezes, a simples leitura dos livros que deseja será através da tela do seu aparelho tecnológico. Essa geração surgiu baseada na conectividade e interação. Esteves (2014) destaca que o acesso facilitado às informações, e com a dinâmica das novas ferramentas tecnológicas, o novo comportamento de consumo está aos poucos sendo disseminado pela terceira idade. A geração X, que por sua vez está encontrando seu espaço na rede mundial da internet, passou a ser mais exigente e atualizada. A diferença entre as gerações está sendo diluída constantemente, mesmo que demore mais alguns anos para que todas as gerações estejam conectadas. Com a constante interação entre as gerações, muitas características são parecidas, contudo, deve-se levar em consideração a individualidade. No Quadro 3 são apresentadas as características dos consumidores, lembrando que é um perfil genérico, ou seja, nem todos se enquadram nos grupos apresentados. Quadro 3 – Características do consumidor Nome do perfil Descrição Inner Circle – círculo fechado Estes consumidores estão dentro do próprio círculo, ou seja, aqueles que não gostam de receber mensagens de marcas pelo Twitter ou Facebook. Cautiuos – cauteloso, cuidadoso. São usuários muito ativos na internet, mas reagem mal quan- do usam sua informação pessoal. São consumidores seleti- vos e para compartilhar algo na internet pensam muito bem sobre o assunto antes de postar. Info – Seeker – buscador de informações Consumidores pouco interessados em recolher novas infor- mações sobre produtos, mas sim em ver comentários e opin- iões de outros consumidores sobre o produto ou serviço. Eles enxergam o Twitter como um canal para buscar informações. Um conteúdo adequado é uma maneira de deixar esse tipo de consumidor cativado com o produto ou serviço. 84 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Enthusiast - entusias- mado Gostam de ser os primeiros a receber informações sobre as marcas. Estão sempre no Facebook e no Twitter. Exigem que as informações que recebem sobre as marcas sejam de qual- idade. Deal Seeker – buscador de ofertas São usuários que procuram ofertas e descontos em redes sociais, e-mails ou no próprio site da marca. Participam ativa- mente de comentários sobre as marcas, serviços e produtos. Shopper – o comprador São os cibernautas que compram quando estão on-line. Geralmente têm mais de 25 anos e grande poder de compra. Seguem marcas no Twitter e Facebook e são mais propensos a comprar as marcas que seguem. Info Seeker 2 – novo buscador de informações Utilizam a internet para obter notícias. Leem e publicam arti- gos sobre produtos (são poucos os que fazem isso). Gamer – jogador Possuem pouco interesse em seguir marcas, gostam mesmo de jogar on-line e por isso a presença que têm nas redes sociais é apenas para o jogo on-line. Social Butterfly – so- ciáveis Estes são os usuários que gostam de utilizar as redes so- ciais para conversar e compartilhar conteúdos com os seus amigos. Eles têm blogs e gostam de receber e-mails. Business First – a profis- são em primeiro Estes são os cibernautas para os quais o trabalho e os negócios estão em primeiro lugar. Buscam oportunidades de trabalho, entram em contato com profissionais, usam o Linke- din. São muito ativos na internet, mas não estão interessados em seguir marcas. Megaphone – megafone Este grupo de cibernautas adora compartilhar qualquer tipo de informação com outros usuários. Levam muito a sério as interações sociais e veneram o Facebook e o Twitter. Open Book – livro aberto São usuários que postam na internet as suas opiniões pes- soais. Gostam de dar a conhecer as suas experiências sobre alguma coisa que leram, principalmente livros ou artigos. De- fendem as marcas com as quais partilham simpatia de forma on-line. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 23 fev. 2018. Vale destacar que, tanto o consumidor tradicional quanto o digital procuram a mesma satisfação após a aquisição do produto ou serviço. Dessa forma, no Quadro2 são apresentadas as características dos produtos e serviços que auxiliam na satisfação e no benefício no dia a dia das pessoas. 85 O Consumidor Digital Capítulo 3 CARACTERÍSTICAS DOS PRODUTOS E SERVIÇOS Qualidade do produto: • Desempenho das características básicas do produto. • Recursos das características básicas, ou seja, o número de acessórios que complementam o produto. • Confiabilidade em relação às falhas e/ou ao mau funcionamento. • Durabilidade em relação à sua vida útil. • Capacidade de atendimento em relação aos serviços técnicos, velocidade, tempo de atendimento. • Estética em relação ao formato e à aparência. • Conformidade das especificações em forma de informação ao atendimento dos requisitos do produto. • Qualidade percebida dos consumidores em relação ao produto, envolvendo a percepção, fatores intangíveis e emocionais que envolvem a imagem e a marca da organização. Qualidade do serviço: • Nas qualidades intangíveis estão a aparência dos atendentes, a infraestrutura e os equipamentos. • Confiabilidade do atendimento ser seguro e preciso. • Tempo de resposta em relação ao cliente no que se refere ao que é solicitado e, dessa forma, sempre estar em prontidão para atendê-lo. • Segurança no atendimento, fornecendo uma imagem e inspiração de confiança. • Empatia em relação à capacidade do atendimento dos atendentes aos consumidores, com uma atenção especial. Fonte: Samara e Morsch (2005 apud MOWEN; MINOR, 2003, p. 225). 86 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Diferente do tradicional, o consumidor digital, quando se trata de informações, está muito mais abastecido das qualidades técnicas dos produtos e serviços que deseja adquirir. Vamos a um exemplo: o consumidor deseja instalar em sua propriedade placas solares para diminuir o seu consumo de eletricidade, para isso irá pesquisar uma empresa que tenha princípios voltados à sustentabilidade e ao meio ambiente, marcas, preço, garantia, entre outras situações, até decidir onde irá comprar. Pode-se perceber que cada vez mais o consumidor está preocupado com a proveniência dos produtos e materiais que estão sendo utilizados para a fabricação e com quem está produzindo, pois muitas lojas de grife utilizam mão de obra escrava, tema que está sendo muito comentado e denunciado nas mídias. O princípio ético e moral está no pensamento dos indivíduos que desejam uma vida muito melhor, pagando o preço justo, com qualidade e voltado para a sustentabilidade. As empresas precisam entender que existe um novo consumidor, muito mais informado. Assim, é importante que gerem mudanças nas organizações se quiserem sobreviver em um mercado globalizado e com inúmeras concorrências, seja local, nacional ou internacionalmente. Atividade de Estudos: 1) Os consumidores, sejam eles tradicionais ou digitais, buscam pelas mesmas características nos produtos e serviços, pois desejam estar satisfeitos com o que adquiriram. Também é muito importante para as empresas obterem essa qualidade, pois o marketing boca a boca é uma ferramenta indiscutivelmente essencial para as organizações. A seguir, observe as sentenças e assinale a resposta que representa a característica dos produtos e serviços. ( ) Confiabilidade, proveniência, durabilidade, segurança e qualidade. ( ) Destaca o preço dos produtos e serviços. ( ) Compartilhamento das informações. ( ) Apatia em relação aos serviços prestados. 87 O Consumidor Digital Capítulo 3 Pesquisa do Perfil do Consumidor Digital Uma pesquisa realizada no início de 2017, pela Conversion, publicada e-book Perfil do Consumidor 2017, apresenta alguns resultados em relação aos hábitos do consumidor digital brasileiro na internet. Esse resultado traz insights valiosos que serão utilizados para o desenvolvimento de um planejamento e posterior tomada de decisão acerca do rumo a ser seguido para criar ações eficazes. Segundo a pesquisa da Conversion (2017), aproximadamente 93% dos brasileiros que possuem acesso à internet já realizaram algum tipo de compra on- line. É fato que a internet está presente no dia a dia das pessoas e que comprar algo por meio dela se tornou muito comum. A pesquisa apresenta ainda que 52% das pessoas realizaram compras quatro ou mais vezes nos últimos meses e que 28% realizaram compras sete vezes ou mais no mesmo período. Dando continuidade ao resultado da pesquisa, foram definidas as seguintes gerações: Geração Z = até 25 anos; Geração Y = entre 26 e 37 anos; Geração X = entre 38 e 57 anos; Acima de 57 anos. Nos últimos tempos, a mulher se tornou a maior consumidora on-line, com aproximadamente 52%, contra 48% dos homens que realizam compras on-line. Quando se trata de divisão por regiões, a maior fatia de consumidores está na região sudeste, com 51,2%, claro que isso é influenciado por ser a região mais populosa do Brasil. Em segundo lugar está a região nordeste, com 21,4%, seguida pela região sul, com 14,6%, Centro-oeste com 6,5% e a região Norte com 6,3%. Em relação à idade, pode-se verificar os dados através do Gráfico 1. 88 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Gráfico 1 – Idade do consumidor digital Fonte: Conversion (2017). Na pesquisa realizada pela Conversion (2017), o maior grupo de consumidores digitais está na faixa entre 25 a 34 anos, representado por 34,2%, seguindo pela faixa etária, está o grupo entre 35 a 49 anos, com 33,4%, após, entre 18 a 24 anos, com aproximadamente 18%, acima de 49 anos, com 11,9% e, por fim, a faixa etária até os 17 anos, com 2,3%. Em relação à classe social, 73% dos consumidores são representados pelas classes C, D e E. A classe D representa um terço dos consumidores digitais e 17% gastam mais de R$ 601,00 por compra e 30% costumam gastar mais de R$ 451,00. Já comparando com a Classe E, 8% dos consumidores, o valor médio fica abaixo, e aproximadamente 38% realizam compra com o valor máximo de R$ 150,00. No Gráfico 2 é apresentada a divisão das classes sociais em relação ao perfil do consumidor digital. 89 O Consumidor Digital Capítulo 3 Gráfico 2 – Classe social Fonte: Conversion (2017). No Gráfico 2 é apresentada a proporção de consumidores digitais em relação às classes sociais, e a que realiza a maior parte das compras on-line é a classe C, com 34,9%, seguida pela classe D, com 29,6%, classe B, 24,8%, classe E 8,2, e classe A, com 2,6%. O Facebook continua sendo a rede social mais acessada, com 97%, Instagram (70%), Twitter (52%), LinkedIn (48%), Pinterest (42%) e Snapchat (36%). Nesse levantamento não foi considerada a frequência de uso, apenas se o consumidor digital usou ou não a rede social ao menos uma vez no mês. Fica evidente que a rede social Facebook é a mais usada pelas pessoas pesquisadas, sendo que 71% dos consumidores acessam o Facebook diariamente, e apenas 3% nunca acessam. Em seguida, a rede social mais acessada todos os dias é o Instagram, com 34,43%, geralmente pelos jovens (51,97%) entre 18 e 24 anos e por pessoas com ensino superior (42,86%). 90 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Gráfico 3 – Redes sociais Facebook e Instagram Fonte: Conversion (2017). Observe a Figura 10, que apresenta a quantidade de acessos em relação às redes sociais, como o Twitter, Snapchat, LinkedIn e Pinterest. Figura 10 – Redes sociais – Twitter, Snapchat, Linkedin e Pinterest Fonte: Conversion (2017). 91 O Consumidor Digital Capítulo 3 Em relação à preferência de compras, os homens possuem maior atenção aos itens como: 1º Eletrônicos - 68,98%, 2º Telefonia e celulares - 67,77% e 3º Produtos de informática - 67,47%. Já com relação às mulheres, suas preferencias são: 1º Produtos de moda e acessórios - 64,11%, 2º Telefonia e celulares - 61,92%, 3º Cosméticos e, por fim, perfumaria e bem-estar - 57,81%. Os produtos mais comprados por faixa etária estão representados a seguir: • Até 17 anos: moda e acessórios (62,5%).tem um papel fundamental para proporcionar a imagem de um produto, serviço ou até mesmo de uma pessoa. Empresas que ainda não tratam o marketing como estratégia deparam- se com muitas dificuldades para prosperar e alavancar seus resultados. Esta situação tem ocorrido em micro e pequenas empresas. O marketing possui várias nomenclaturas específicas para cada ramo de negócio, por exemplo, Marketing Eleitoral, Turismo, Institucional, Social, Viral, Busca, Conteúdo, entre outros, e todos são importantes para promover a propagação do que se está inserindo no mercado. Nesse capítulo, o intuito é iniciar com um novo modelo de marketing, no qual todas as empresas são obrigadas a estar inseridas, pois a informação está cada vez mais rápida e sua propagação é tão veloz quanto um vírus. Seja a partir de algo bom ou ruim, a informação é instantânea de norte a sul, de leste a oeste e até em outros continentes, a partir de um simples clique. O marketing digital está se tornando uma das ferramentas mais importantes para a propagação de notícias, informações, sejam elas verdadeiras ou falsas, ou seja, os famosos fake News, mas quando é usado para fins benéficos, o mundo digital ou como podemos dizer, a internet traz muitos benefícios, principalmente para o consumidor, quando deseja realizar uma pesquisa para comprar um produto ou serviço, ou até mesmo visualizar perfis em redes sociais, bem como pesquisar inúmeras outras informações. É importante para o acadêmico entender suas origens, saber como teve início o marketing digital. Claro que existe toda uma história, ou seja, para existir o marketing digital foi preciso criar a ferramenta que conhecemos como Internet, que, apesar de ter sido inventada em decorrência das duas grandes guerras mundiais, hoje está sendo usada para uma infinidade de coisas que agregam ou não conhecimento (EDWARDS, 1996). A relevância de conhecer as utilidades da internet é necessária para que o profissional de marketing possa entender como é seu funcionamento, estas informações são pertinentes para um designer digital que criará uma página de internet, ou mesmo um programador, para criar um site de vendas de mercadorias 12 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL em que há a necessidade da utilização de pagamentos. Portanto, existe um grande número de pessoas para criar e fazer funcionar uma página de internet, atividade que muitas vezes é bastante complexa, principalmente com relação à segurança do usuário e da própria empresa. As empresas têm a necessidade de buscar conhecimento referente ao marketing digital, pois isto trará um maior aprendizado no que se refere a estratégias e planejamento em relação a como abordar esse novo consumidor digitalizado, que pesquisa informações dos produtos e serviços através de alguns poucos cliques. Marketing Digital No decorrer dos últimos anos, as empresas foram obrigadas a se transformar de forma radical quando se trata do uso da internet. As pessoas estão cada vez mais informatizadas pelo fácil acesso através dos seus smartphones, tablets, notebooks, entre outros aparelhos eletrônicos que estejam ligadas à nuvem, ou seja, ao mundo digital da internet. O novo consumidor, que veremos mais adiante, está em uma nova fase de interação, pelo motivo de que em quase qualquer lugar em que estejamos exista alguma rede de internet disponível para navegar, pesquisar, conversar e até para a realização de compras através de alguns cliques. Antes de iniciar com os conceitos do marketing digital, é preciso saber o que é marketing, pois se trata de como iniciaram as transformações mercadológicas. Existe uma grande variedade de conceitos sobre o que é marketing, mas todos têm algo em comum, que é levar em consideração a satisfação e os desejos do consumidor. Para Kotler (2011, p. 27), “marketing é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outro”. Segundo Boone e Kurt (2011, p. 8), “marketing é o processo de planejar, executar a concepção, a fixação de preço, a promoção e distribuição de ideias, produtos, serviços, organizações e eventos para criar e manter relacionamentos que satisfarão objetivos individuais e organizacionais”. Segundo Boone e Kurt (2011, p. 8), “marketing é o processo de planejar, executar a concepção, a fixação de preço, a promoção e distribuição de ideias, produtos, serviços, organizações e eventos para criar e manter relacionamentos que satisfarão objetivos individuais e organizacionais”. 13 Introdução ao Marketing Digital Capítulo 1 Outro entendimento do conceito de marketing muito persistente, segundo Las Casas (2009, p. 7), é o que define a Associação Americana de Marketing: O marketing é uma função organizacional e um conjunto de processos que envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valor para o cliente, bem como a administração do relacionamento com eles, de modo que beneficie a organização e seu público interessado. Os conceitos de marketing são muito amplos, pois incorporam um contexto de ideias. Independentemente do número de autores que você pesquisar sobre marketing, cada qual irá apresentar uma resposta de uma forma diferente, mas o âmbito será o mesmo, ou seja, as ideias serão direcionadas na satisfação, valores, desejos, necessidades, sempre com relação ao consumidor (LAS CASAS, 2009). O marketing passou por várias eras, ou como se pode dizer, ocorreram diversas transformações e inovações para que o Marketing Digital pudesse surgir. Dessa forma, como qualquer evolução, o marketing também teve sua transformação evolutiva. Segundo Boone e Kurt (2011) mesmo a séculos e séculos atrás quando exigiu-se a necessidade de trocar produtos e objetos entre as pessoas. Seja apenas pela troca ou através do uso de dinheiro para a aquisição de um produto tangível, um serviço intangível ou até a simples doação de sangue será uma combinação na busca para satisfazer uma necessidade entre as pessoas. No Quadro 1, a seguir, Boone e Kurt (2011) e Kotler (2011) apresentam as eras do marketing, divididas da seguinte forma: 1º da produção, 2º das vendas, 3º do marketing e por fim o 4º, do relacionamento. Quadro 1 – As eras do marketing ERAS Produção Antes de 1920 Vendas Antes de 1950 Marketing A partir de 1950 Relacionamen- to (mercado) A partir de 1990 Atitude domi- nante do perío- do. Um bom pro- duto se vende sozinho. Propaganda e vendas cri- ativas ultra- passarão a resistência do consumidor e irão con- vencê-lo a com- prar. O consumi- dor domina! Encontre uma necessidade e a satisfação. Relacionamen- to de longo prazo com consumidores e outros sócios levam ao sucesso. Fonte: Adaptado de Boone e Kurt (2011) e Kotler (2011). 14 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Atividade de Estudos: 1) Apresente com suas palavras o que é marketing e por que é importante para as empresas em relação aos seus clientes. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ De acordo com o Quadro 1, percebeu-se que o marketing percorreu várias evoluções durante alguns longos anos, ou seja, algumas eras foram de menor duração, enquanto outras demandaram maior tempo, no entanto, a evolução foi necessária para atender às mudanças de cultura das empresas visando manter e conquistar novos clientes, estimulando-os a comprar os seus produtos (BOONE; KURT, 2011; KOTLER, 2011). Para um melhor entendimento dos conceitos básicos é importante realizar a leitura dos livros de Kotler e Boone. O marketing digital somente se desenvolveu com a chegada• 18 a 24 anos: moda e acessórios (70,08%). • 25 a 34 anos: telefonia e celulares (67,65%). • 35 a 49 anos: telefonia e celulares (71,67%). • Acima de 49 anos: eletrodomésticos (61,45%). Produtos mais comprados por classe social: A: Eletrodomésticos (77,78%). B: Telefonia e celulares (73,41%). C: Telefonia e celulares (63,79%). D: Telefonia e celulares (64,08%). E: Cosméticos, perfumaria e bem-estar (50,88%). Figura 11 – Produtos mais comprados pelos consumidores digitais Fonte: Conversion (2017). 92 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Nota-se que os produtos mais comprados são celulares e telefonia, com 65% dos pesquisados, em segundo lugar estão os eletrônicos, com 59%, e eletrodomésticos em terceiro lugar, com 58% dos interessados. A pesquisa aponta, e como já comentado anteriormente, que 78% dos pesquisados buscam informações no Google em relação ao que estão procurando, independentemente de sexo, faixa etária, escolaridade, classe social e região do país. A pesquisa apresenta o perfil do consumidor on-line e suas preferências quando se trata de compras pela internet. Existe uma grande divisão entre algumas classes, mas a maioria já faz algum movimento eletrônico, mesmo que seja uma vez ao mês. Os valores gastos também são uma diferença, principalmente entre a classe C e E, dessa forma, os valores de compra dependem muito da classe social. Para saber mais sobre outros itens da pesquisa da Conversion (2017), acesse o estudo completo no link a seguir: . Para saber mais sobre perfil do consumidor, você poderá fazer uma análise da pesquisa realizada pelo Governo Federal, através do link a seguir: . Relacionamento com o Consumidor Digital Para que haja um entendimento acerca do relacionamento digital com o consumidor, serão apresentados alguns conceitos em relação ao marketing de relacionamento que irão auxiliar na compreensão do assunto proposto nessa seção. Adiante, será apresentado o relacionamento com as redes sociais, dessa forma, o assunto será dividido para melhor entendimento. O marketing de relacionamento leva em consideração o envolvimento entre a organização e o consumidor, tanto o tradicional como o novo consumidor, ou seja, 93 O Consumidor Digital Capítulo 3 o digital. Esse relacionamento com a organização tem a intenção de preservar o cliente atual, bem como conquistar novos, mas para isso são necessários grandes investimentos que atendam à necessidade desse consumidor. O consumidor tradicional e o digital são pessoas que necessitam de algum produto ou serviço, no entanto, o modo de buscar esses serviços e produtos é o que os diferencia. Enquanto o tradicional bate de porta em porta das lojas e empresas, o digital procura na internet. O lembrete apresenta a diferença dos consumidores, portanto, a organização precisa investir tanto em ferramentas digitais como em ferramentas nas lojas físicas para atender a ambos os perfis. Segundo Kotler e Armstrong (2007, p. 56), marketing de relacionamento “não é a arte de descobrir maneiras inteligentes para se desfazer do que você faz. O marketing de relacionamento é a arte de criar um valor legítimo para o cliente. É a arte de ajudar os seus clientes a ficar numa situação melhor. As palavras de ordem do profissional de marketing são: qualidade, serviço e valor”. Segundo Kotler, Kartajaya e Setianwan (2010, p. 37), “para ter sucesso, as empresas precisam entender que os consumidores apreciam cada vez mais a cocriação, a comunicação, e o desenvolvimento de personalidade da marca”, ou seja, tanto o consumidor tradicional quanto o digital buscam nas marcas das organizações satisfazer suas necessidades, principalmente quando se trata de ética, valores e missão. Além do relacionamento entre empresa e cliente, para Kotler e Keller (2012), existem outros três componentes para o relacionamento com o consumidor, e com os quais as organizações devem desenvolver relações fortes e sólidas: a) os colaboradores; b) os parceiros (canais, fornecedores, distribuidores, agências e revendedores); e c) integrantes da comunidade financeira (investidores, analistas e acionistas). Como se pode perceber, para um relacionamento entre empresa e consumidor, é necessário que todas as partes envolvidas estejam cientes de que o consumidor, nos dias atuais, tem muita facilidade para buscar informações sobre a organização, por isso a importância do relacionamento ser muito bem construído. 94 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Segundo Boone e Kurtz (1998, p. 89), o marketing de relacionamento é uma “tentativa da organização de desenvolver ligações a longo prazo com seus clientes e que sejam efetivas em termos de custos, procurando benefícios múltiplos”. A maior questão do marketing é criar um relacionamento duradouro e para isso é necessário buscar sempre satisfazer as necessidades dos clientes. A palavra-chave é “valor para o cliente”, é aí que o consumidor identifica o valor percebido, indo além das expectativas, ou seja, o modo como ele avalia o serviço ou produto de uma determinada organização, com os benefícios que ela entrega (KOTLER; ARMSTRONG, 2007). Os autores Barreto e Crescitelli (2013, p. 13) descrevem que é necessária para as empresas uma “mudança da visão de realização de negócios pontuais com os clientes (fechar uma venda) para visão de uma cadeia de negócios ao longo da vida do cliente com a empresa (iniciar um relacionamento)”. O marketing de relacionamento é um modelo que a empresa deverá utilizar para tratar seus consumidores, de forma a acompanhar todo o processo, ou seja, não se finaliza quando uma venda é realizada, há um constante relacionamento pós-venda. Os aspectos do marketing de relacionamento são o compartilhamento dos benefícios mútuos, a colaboração, a cocriação de valor, a lealdade e, principalmente, o estabelecimento de um relacionamento de longo prazo e duradouro com o cliente (YAMASHITA; GOUVÊIA, 2007). A partir desse entendimento do que é o relacionamento entre o consumidor e a organização, serão apresentadas as ferramentas em relação ao fortalecimento do relacionamento tanto com o consumidor tradicional como com o consumidor digital. Para saber mais sobre o relacionamento com o consumidor, leia o livro dos autores Kotler e Armstrong, Os princípios de marketing, Pearson Prentice Hall, 2007 que apresenta mais detalhadamente o assunto. 95 O Consumidor Digital Capítulo 3 Atividade de Estudos: 1) As empresas estão empenhadas em vender produtos e serviços para o consumidor, no entanto, para muitas delas não existe um pós-venda e, consequentemente, não se possui dados para ter conhecimento se o consumidor está ou não satisfeito com os produtos ou serviços que recebeu da organização. Apresente de forma simples e clara a importância do relacionamento entre a organização e o consumidor. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Monitoramento do Comportamento do Consumidor Através das Redes Sociais Em relação ao monitoramento do comportamento do consumidor, as ferramentas mais utilizadas são as mídias e redes sociais. Assim, a empresa poderá criar um planejamento estratégico mais eficiente para conquistar novos clientes e manter os que já possuem algum relacionamento. Facebook: um dos maiores websites de relacionamento do mundo, criado em fevereiro de 2004, idealizado pelo estudante de Harvard,Mark Zuckerberg. O formato do Facebook foi agregar outras redes sociais para um modelo de interação e ferramentas sociais, com a intenção de facilitar o contato entre os estudantes da universidade. 96 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL O foco inicial do Facebook era criar uma rede de contatos em um momento crucial da vida de um jovem universitário: o momento em que este sai da escola e vai para a universidade, o que, nos Estados Unidos, quase sempre representa uma mudança de cidade e um espectro novo de relações sociais. O sistema, no entanto, era focado em escolas e colégios e, para entrar nele, era preciso ser membro de alguma das instituições reconhecidas (RECUERO, 2009, p.171). O Facebook, a partir do momento em que foi liberado para todos os usuários conectados à rede, tornou-se um grande sucesso e, consequentemente, é uma das ferramentas mais usadas para monitorar os usuários e para as empresas fazerem sua publicidade e propaganda. É nele que são inseridos anúncios em que o usuário, a partir de algoritmos, irá direcionar o conteúdo que esteja procurando (RECUERO, 2009). Instagram: também usado como uma ferramenta para monitorar e estar próximo ao consumidor, permite o compartilhamento de fotos e vídeos. Criado por um brasileiro, chamado Michael Krieger, estudante de design na Universidade de Stanford, na Califórnia, Estados Unidos. Segundo Valentim (2003, p. 12), é “uma das redes sociais de compartilhamento de fotos e vídeos mais populares do mundo, disponível para Android, IOS e Windows Phone, é gratuito e fácil de usar”. Com o efeito do aplicativo atingir números estratosféricos e seu sucesso ter sido além do que se imaginava, ocorreram muitos investimentos e, consequentemente, um grande número de usuários começaram a utilizá-lo. Seguindo as tendências, as empresas também verificaram o potencial de estar presente e perto do seu cliente, encaminhando fotos e vídeos, tentando seguir também os seus seguidores, dando a perceber que a empresa está interessada no que ele está fazendo (VALENTIM, 2003). Apesar do Instagram pertencer ao Facebook, ele não possui uma abrangência tão grande, mas atinge um número considerável de usuários que também serve para monitorar conteúdos, imagens e vídeos, muito interessante para o marketing digital (VALENTIM, 2003). Twitter: segundo o site Tecmundo, o Twitter iniciou em março de 2006, com o intuito de reinventar o modo de enviar mensagens pelo celular. Dessa forma surgiu o microblog, e a rede social Twitter. Evan Willians, Biz Stone e Jack Dorsey – estes dois primeiros, ex-funcionários da Google – são os criadores, cuja ideia é transmitir um pensamento ou informação de forma curta, rápida e objetiva, utilizando até cento e quarenta caracteres. 97 O Consumidor Digital Capítulo 3 As empresas têm por necessidade estarem também nessa rede social, cuja ideia é obter informações do que está acontecendo em relação a alguém e/ou à empresa. Vale destacar que as trocas são instantâneas, podendo gerar grandes debates e a transferência de informações que auxiliam no planejamento das empresas, pois podem identificar algum usuário insatisfeito com o produto ou serviço e rapidamente tomar decisões para sanar o problema (LIMEIRA, 2003). Pinterest: criado em 2009 por Bem Silbermann, consiste em afixar fotos, imagens ou links da internet pelos usuários. Empresas do ramo de cosméticos viram uma grande oportunidade de negócio com a utilização dessa rede social, o que consequentemente auxiliou o site a se reerguer. Como é de fácil utilização, a facilidade de organizar auxiliou esse ramo de negócio a aumentar suas vendas, pois atraiu muitos usuários pela forma de compartilhamento das imagens, fotos e vídeos. O Pinterest apresenta três quesitos para ser uma das referências da próxima geração dos grandes sites: disponibiliza ferramentas que tornam mais fácil a tarefa de compartilhar conteúdo, tem um apelo estético e permite a rápida catalogação de informações do dia a dia (REVISTA EXAME, 2012). Segundo o site Fizzi Marketing Digital, as vantagens que a organização pode ter com o uso dessa ferramenta dependem da estratégia de marketing digital e do ramo de negócio no qual está incluída, pois além de compartilhar imagens, o Pinterest pode atuar como direcionadora de tráfego para o site. Por exemplo, o usuário visualiza as imagens do site, ou do blog da empresa e é direcionado através dos links para o site de destino. Ainda tem a possibilidade de ampliar o network da empresa. O Pinterest tem a possibilidade de localizar o usuário e sugere seguir e ser seguido pela empresa, portanto, o importante no uso dessa plataforma acompanha o pensamento do usuário e não apenas a divulgação de produtos e serviços. WhatsApp: considerado um aplicativo multiplataforma que envia mensagens instantâneas, faz chamadas de voz e envia arquivos, fotos, vídeos e mp3. Fundado em 2009, por Brian Acton e Jan Koum, no dia 19 de fevereiro de 2014 o Facebook adquiriu a plataforma e os fundadores foram incorporados no conselho administrativo. O WhatsApp está a um alcance de mais de 1 bilhão de usuários. A ideia inicial é não criar spams em massa para enviar pelo aplicativo, mas existem estudos de como fazer renda, principalmente com empresas, como os bancos, que possam se comunicar com seus clientes sobre alguma fraude ou algum assunto que deverá preservar a privacidade. 98 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Apesar de ser restrito a grupos, as empresas podem usar essa ferramenta para enviar avisos, conversar com seus clientes e até mesmo criar um grupo da própria empresa para apresentar sugestões, opiniões, ouvir seus clientes com alguma reclamação. O WhatsApp é outra ferramenta muito interessante para monitorar os consumidores (KEDSON, 2016). Existem outras redes sociais nas quais as empresas devem estar presentes, como o LinkedIn, Snapchat, entre outras redes voltadas para namoro, relacionamentos, bem como os LGBT. Cada empresa poderá usar todas elas ou apenas as que pensa serem interessantes para apresentar seus produtos e serviços. Basicamente, a estratégia para monitorar o consumidor é definida no planejamento através de uma pesquisa, utilizando os 8 Ps do marketing digital, como será visto no capítulo 7. Limeira (2003) apresenta algumas fontes de como buscar informações dos consumidores, com o uso da internet, além das redes sociais. No Quadro 3 são apresentadas fontes de pesquisa sobre os clientes. Quadro 4 – Fontes de pesquisa de informações dos clientes na internet Fontes tradicionais de informação so- bre o cliente Fontes de informação sobre o cliente na internet Pesquisa de mercado (discussões em gru- po, levantamentos quantitativos, pesquisa sindicalizada paga). Consultas do cliente em tempo real. GPS (Sistema de Posicionamento Geográfico). Feedback do cliente (cartas, caixas de sug- estões, centrais telefônicas de atendimento ao cliente). Salas de bate-papo (chat) on-line, quadros de avisos eletrônicos, sites de usuários de produtos, grupos de discussão on-line. Ra- streamento do comportamento do cliente na internet. Diálogos com os vendedores. Dados quantitativos baseados na análise em tempo real das transações de vendas. Análise de dados a partir de processamento computadorizado de lotes de informações sobre transações. Análise de informações em tempo real so- bre transações de vendas e consultas dos clientes. Malas diretas organizadas demografica- mente. Envio de e-mail personalizado com a per- missão do cliente. Fonte: Limeira (2003, p. 115). 99 O Consumidor Digital Capítulo 3 Naturalmente, as empresas estão sendo obrigadas a ter muito mais interação com os seus clientes, primeiro para conquistá-los e segundo para mantê-los, para que voltem a adquirir seus produtos ou negócio, independentemente do ramo em que atuem. Além das redes sociais, existem muitos serviços gratuitos para interagir com seusclientes, no entanto, deve-se levar em consideração o porte da empresa, ou seja, de nada adianta você querer enviar e-mails personalizados, sendo que a única mudança é o nome do cliente, e o restante é exatamente igual, centenas ou até mesmo milhares de consumidores. Quando existe um grande número de clientes, o monitoramento deverá ser efetuado de forma mais fácil, como utilizar listas de discussão, fóruns, enquetes e, claro, as redes sociais. Atividade de Estudos: 1) O monitoramento em relação aos consumidores digitais é muito importante para que as organizações identifiquem as tendências e o que os consumidores estão procurando. Para isso, é necessário estar presente em um grande número de redes sociais, o que muitas vezes dificulta o controle de toda essa demanda. Em relação à fonte de pesquisa, assinale a alternativa que considera o cliente na internet. ( ) Malas diretas. ( ) E-mail personalizado. ( ) Conversas com os vendedores. ( ) Análise de informações em segundo plano. 100 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL O Consumidor do Futuro É importante destacar que o comportamento do consumidor mudou radicalmente com a internet, hoje, todos estão muito mais conectados, com mais informações, mais acesso e facilidade para atender aos seus desejos e necessidades com apenas alguns cliques. No passado, era normal as pessoas se deslocarem até as lojas e supermercados para encontrar os produtos que desejavam, e não tinham conhecimento sobre o produto ou serviço ser ou não bom. Um exemplo claro é em relação a um veículo, certamente ainda existem pessoas que compram pela emoção e esquecem da razão quando se trata de seu primeiro veículo, mas com o tempo seu comportamento muda. A mudança de comportamento: antes da compra, inicia um processo de pesquisa sobre o veículo que irá adquirir, pesquisando a média que fará com o combustível, valores das revisões, se precisa fazer algum recall e se possui ou não problemas crônicos. O consumidor irá decidir o produto que deseja após inúmeras pesquisas no ambiente virtual, através de redes sociais, entre outros canais de comunicações on-line, e por suas perspectivas é que irá decidir a aquisição, pois levará em consideração as opiniões das outras pessoas que adquiriram o mesmo produto (MATEUS, 2010). Lembrando um pouco da história, e isso não é mais que 10 ou 15 anos atrás, os consumidores tinham sua preferência de compra em relação à marca, ao que ela representava, ou seja, status, satisfação e modernidade (CHETOCHINE, 2006). O consumidor digital começou a se destacar a partir do surgimento da internet, que foi o novo modelo de comunicação, que conecta pessoas e empresas, na busca por informações e conteúdo. O consumidor é o objeto central no meio eletrônico de comércio e das informações (APOLLI; GAUTHIER, 2008). O consumidor do passado era fiel à marca de qualquer que fosse o produto, um carro, um tênis, uma roupa, uma bebida e assim por diante, no entanto, hoje os indivíduos não são tão fiéis à marca, trocando constantemente de acordo com a sua vontade, e não possuem complexo de culpa, quando mudam da marca italiana para a alemã ou para a francesa e vice-versa (CHETOCHINE, 2006). Vale destacar que “[...] O consumidor on-line no Brasil representa as classes A, B e C, e acessa pelo menos uma hora a internet toda semana. Ele busca diversão, relacionamento e informação, usa as ferramentas de busca, participa de redes sociais e lê muito” (TORRES, 2009, p. 29). 101 O Consumidor Digital Capítulo 3 Levando em consideração o Brasil, a classe social é bem definida em relação aos que possuem acesso à internet, geralmente são as três primeiras classes sociais, A, B e C, no entanto, com o barateamento da internet, as classes D e E, aos poucos, estão se tornando conectados (TORRES, 2009). CRESCE ACESSO À INTERNET PELO CELULAR ENTRE CLASSES C, D E E As classes populares tiveram um grande salto em participação no acesso à internet pelo celular, segundo a pesquisa TIC Domicílios 2014, divulgada nesta terça-feira (15) pelo Comitê Gestor da Internet. Entre 2011 e 2014, o percentual de usuários em dispositivos móveis subiu de 4% para 18% nas classes D e E, enquanto na classe C o número saltou de 14% para 47% de acessos. Já a classe B pulou de 25% para 69%, enquanto a classe A registrou alta de 45% para 70%. Os números fazem parte da pesquisa TIC Domicílios 2014, divulgada nessa terça-feira (15). O acesso à rede nos domicílios brasileiros também cresceu nas classes C, D e E. O percentual de moradias da classe C com acesso à rede aumentou de 33% para 48%, também entre 2011 e 2014. No mesmo período, as casas da classe D e E com internet saltaram de 4% para 14%, enquanto a classe B saltou de 73% para 82% e a classe A, de 97% para 98%. O aumento do uso da internet móvel também é notado nas áreas rurais. Nessas regiões, as conexões móveis foram multiplicadas por seis. Dos 4% de acesso em 2011, o número chegou a 24%. Na área urbana, a quantidade de conexões triplicou, de 17% para 51%. Nessa edição da pesquisa, o Comitê Gestor da Internet (CGI) passou a considerar as conexões móveis feitas em casa como acesso domiciliar à internet, conforme recomendação internacional. Os dispositivos portáteis, como notebooks, ultrapassaram os computadores de mesa no acesso à internet nos domicílios conectados. A pesquisa apontou que, pela primeira vez, o PC foi ultrapassado por outros meios. São 60% de acessos por aparelhos portáteis, contra 102 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL 56% pelo computador de mesa. Os tablets já representam 33% das conexões. Em 2011, por exemplo, os computadores representavam 77% das conexões contra 41% dos portáteis. As regiões com maior acesso à rede são o Sudeste, com 60% dos domicílios conectados, e o Sul, com 51%. Depois vêm o Centro- Oeste, com 44%, o Nordeste (37%) e o Norte (35%). Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério das Comunicações. Disponível em: . Acesso em: 12 fev. 2018. Os consumidores nos dias atuais estão muito mais à vontade em relação às suas escolhas, independentemente do preço, marca, qualidade, satisfação, entre outras questões individuais. Paixão (2012, p. 78), em seus estudos, quando trata das tendências de mercado, apresenta algumas características do consumidor do futuro: • Individualidade e solidão: as pessoas passam mais tempo em casa e sozinhas. • Diversidade cultural: não há mais espaço para segregações. • Menor lealdade: o consumidor tem cada vez mais liberdade de escolha. • Independência relativa: a geração mais jovem continua sob a proteção dos pais. • Tecnoliteratas: geração instruída pelo computador. Todo o processo para adquirir um produto ou serviço inicia-se quando o consumidor tem a intenção de adquiri-lo, independentemente de suas percepções positivas ou negativas, pois estas podem sofrer interferência de outros consumidores, seja por meios dos comentários boca a boca ou em algum blog, e-mail, site, entre outros. Dessa forma, existem muitas variáveis que o consumidor irá analisar até a aquisição final do produto ou serviço (PAIXÃO, 2012). “O consumidor avalia o resultado da compra. Se for positivo, ele poderá desenvolver a fidelidade à marca e passará a influenciar positivamente outras pessoas do seu meio” (PAIXÃO, 2012, p. 97). É importante que as empresas estejam cientes de que, caso o consumidor não esteja satisfeito com o produto ou serviço, a internet é uma ferramenta muito utilizada para apresentar um conteúdo, seja bom ou ruim, em relação à imagem do produto e, consequentemente, à imagem da organização. 103 O Consumidor Digital Capítulo 3 A facilidade que o consumidor digital possui nos dias de hoje através da internet possibilita um grande desenvolvimento para as transações, diminuindo distâncias eo tempo, e ampliando opções de novos canais de comunicação para a aquisição de produtos e serviços. Para Almeida e Ramos (2012), o consumidor, seja ele tradicional ou digital, busca aquilo que deseja, e as decisões que antecedem ou sucedem são definidas através das informações que influenciam o comportamento de cada indivíduo nesse processo de aquisição, e a internet, muitas vezes, auxilia ou complica ainda mais essa decisão. Com a internet, o consumidor passou a ter uma nova cultura, que engloba os pensamentos, sentimentos e atitudes, e é compartilhada nos mais variados canais de comunicação. As pessoas convivem e partilham informações na mesma rede social, mas em diferentes grupos, pois cada uma tem seus objetivos e desejos particulares. As informações são trocadas de acordo com cada grupo quando estes desejam a mesma coisa (MATEUS, 2010). Os consumidores estão vivendo num mundo onde a antiga assimetria de informações entre vendedores e clientes não existe mais. A internet resolveu isso de maneira exemplar e radical. Hoje o consumidor pode encontrar várias opções do que procura, descobrir como funcionam os produtos, comparar suas características e contar a avaliação de clientes reais e especialistas (LEMOS, 2014, p. 34). Esse novo contexto em que o consumidor está inserido é influenciado por inúmeros argumentos, principalmente os aspectos culturais, sociais e psicológicos que determinam seus desejos e necessidades (MATEUS, 2010). No final, quem acaba decidindo as informações relevantes necessárias para a tomada de decisão são os próprios consumidores, pois eles são os interessados na qualidade do produto, na oferta e no preço que desejam pagar (KOTLER; ARMOSTRONG, 2007). É importante que as empresas, através do marketing digital, busquem apresentar as informações relevantes aos seus clientes, criando canais de comunicação para tirar dúvidas. Dessa forma, os consumidores que já usufruem do serviço ou do produto podem apresentar sua satisfação, no entanto, por meio dessa ferramenta, as organizações também correm o risco de o consumidor insatisfeito publicar uma mensagem e assim prejudicar a imagem da organização. Então, pelo fato de os comentários poderem ocasionar grandes prejuízos para a imagem da empresa, é crucial que seja ofertado um bom atendimento na resolução dos problemas. Enfim, sabe-se que a internet é uma ferramenta muito perigosa se for utilizada de forma errada, e esse novo consumidor digital sabe muito bem disso. 104 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Para saber mais sobre o consumidor digital, faça uma leitura do livro de Marta Gabriel - Marketing digital, Editora Novatec, pois esta obra apresenta mais informações sobre o tema. 1) O consumidor digital, através dos inúmeros canais de comunicação que a rede mundial da internet oferece, tem gerado muitas opiniões em relação à prestação de serviços e produtos comercializados via web, e isso se torna algo comum entre as pessoas e indivíduos, principalmente quando existe a necessidade de trocar informações. No que se refere ao consumidor digital, assinale a alternativa correta. ( ) É um consumidor que busca por informações, opiniões, quando necessita adquirir um produto ou serviço. ( ) É um consumidor que usa a internet para as redes sociais. ( ) É um consumidor que utiliza os mais variados canais de comunicação para sacrificar a imagem da empresa quando lhe atende bem. A ERA DIGITAL E SUAS REVOLUÇÕES NO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Em meio a tantos avanços tecnológicos, como podemos nos adaptar às mudanças de comportamento dos consumidores? Este artigo lhe dará uma base de como podemos usar a era digital a nosso favor. Quem nunca entrou numa loja em que o atendente está parado (provavelmente por horas) aguardando ansiosamente um cliente? Quem nunca olhou na vitrine determinado produto, mas pensou bem e disse: “na internet eu acho mais barato”? Casos como estes estão 105 O Consumidor Digital Capítulo 3 cada vez mais frequentes, mas o que esperar das lojas físicas para os próximos anos? E os consumidores, você já parou para pensar como serão seus hábitos? Já dizia Peter Drucker: “A meta do marketing é conhecer e entender o consumidor tão bem, que o produto ou serviço se molde a ele e se venda sozinho”. Hoje, conhecer bem o consumidor está cada vez mais difícil com a era digital, porém continuamente fomos alertados de que estas mudanças em breve ocorreriam, só que nem mesmo nós prevíamos um avanço tão rápido. De qualquer forma, vimos a necessidade de nos adaptar às mudanças dos consumidores para que nossos produtos ou serviços possam ser exatamente o que procuram. Mas você já deve ter se questionado sobre como podemos nos adaptar em meio a tantas mudanças? Não irei listar regras exatas do que deve ser feito, pois tudo irá depender do mundo como um todo. Sim, isso mesmo, mundo! Quando falo desta forma, se aplica até mesmo ao fato dos governos estarem em contínua mudança. Quem diria que Donald Trump seria o presidente da potência mundial? Se até mesmo algo tão impactante não fomos capazes de prever com exatidão, muito menos conseguiremos isso em meio à área tecnológica e seus grandes avanços. Então, estarei dando algumas dicas comparando dados e fatos, vamos lá! Consumo – aumento das compras on-line Não é de se surpreender que estudos realizados pela PWC em 2016 mostraram que cerca de 38,2% dos brasileiros fazem compras on-line, contra 30,9% que preferem compras em lojas físicas. Sim, até mesmo pessoas acima dos 50 anos preferem lojas on-line. É inevitável não dizer que compras on-line passaram a ser as grandes aliadas do ser humano, este aumento se dá devido ao fato de nosso tempo de 24 horas estar parecendo 10 horas. Não temos tempo para basicamente nada, sempre estamos atarefados demais para ter tempo de ir às compras. De fato, quero lembrar que isso não significa uma escassez nas lojas físicas, porém estas terão que se reinventar dia após dia. 106 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL O aumento do consumo das compras on-line também se dá por conta da maioria dos e-commerce terem fornecido aos clientes diversos benefícios, como o frete grátis. A cada dia que passa, vemos que os e-commerce fazem estratégias de vendas arrojadas, tornando cada vez mais difícil uma loja física competir. Embora as compras on-line tenham aumentado, ainda existem as pessoas que não trocam o “bom e velho” boca a boca ou mesmo “toque a toque”. Quem nunca deixou de comprar uma calça linda na internet, pois prefere ver o seu caimento no corpo? Ou mesmo que não compra uma sandália, pois um pé sempre é maior que outro (experiência própria). Sim, há os prós e contras para se realizar uma compra on-line, mas temos que salientar que a cada nova era digital os consumidores têm mudado suas formas de comprar, levando sempre em conta o custo e o benefício. Atendimento diferenciado – “o cliente sempre tem a razão” Quem nunca ouviu a expressão: “O cliente sempre tem a razão”? É isso mesmo, o cliente (até mesmo quando você é o cliente) sempre tem a razão para absolutamente tudo. Hoje, o nicho de mercado está cada vez mais acirrado, o que indica que se você perdeu um cliente é algo totalmente irreversível. Certa vez, ao ler o livro Nos bastidores da Disney, obra do autor Thomas K. Connellan (se você nunca leu este livro, faça o favor de baixar e ler, é fantástico), achei muito interessante uma das sete lições que ele abrange (na verdade, todas as lições são incríveis), em que diz que concorrente é qualquer empresa pela qual o cliente o compara. Independentemente de seu ramo, seu atendimento sempre será comparado. Nós, seres humanos, por si só queremos ser tratados como reis. E quando recebemos um atendimento prestativo e diferenciado, isso traz à empresa ótimas referências. Cliente satisfeito é sinônimo de empresas bem-sucedidas. 107 O Consumidor Digital Capítulo 3Mas, qual é o fator principal para um atendimento diferenciado? Será que temos que bajular o cliente? Ou ficar no seu pé empurrando coisas? Sem chance, posso dizer que o profissional que fica “empurrando” é um dos piores. O cliente fica irritado e então troca você por uma compra on-line. Saber ouvir é primordial para um bom atendimento, quando entendemos o que o cliente precisa será mais fácil prestar um atendimento diferenciado, à medida que não ficamos empurrando produtos ou serviços que não são de seu interesse. Hoje, o consumidor está mais informado, exigindo preços justos e serviços que atendam às suas expectativas, se você não puder atender isso, outro o fará. Lembre-se de que ninguém aqui está falando para você sorrir 24 horas por dia, sete dias por semana, estou apenas dizendo que todos queremos ser bem atendidos e nos sentirmos satisfeitos, então, na próxima vez que prestar um atendimento, pergunte-se: • É desta forma que eu gostaria de ser atendido? • Estou sendo honesto, da mesma forma que eu gostaria que fossem comigo ou tento ludibriar o cliente? • Sou mal-humorado e respondo rispidamente ou procuro ser afetuoso com todos? Sim, a velha lei do retorno, meus amigos. Quando você presta um atendimento da mesma forma que gostaria de ser atendido, estará demonstrando que seu atendimento é diferenciado, e então, como consequência, seu cliente ficará satisfeito. Assim como falei anteriormente do livro Nos bastidores da Disney, saliento que a Disney só é a maior e bem-sucedida empresa porque faz todos os seus colaboradores (ou membros do elenco, como são chamados) tratarem os clientes de maneira diferenciada, sempre com cordialidade, e todos sem exceção resolvem seus problemas sem ficar encaminhando o cliente a algum setor responsável. A forma como tratamos nossos clientes mostra o quanto nossa empresa é sinônimo de sucesso. 108 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Use a era digital a seu favor É nítido que a tendência da tecnologia é o avanço contínuo, nisso entra aquela velha expressão: “não pode contra ele, junte-se a ele”. Isso mesmo, use a era digital a seu favor. Se você é uma empresa de produtos ou ramo de serviço, atualize-se! Use todas as ferramentas que a tecnologia proporciona para alavancar seu negócio, o consumidor presta atenção nas coisas em média por volta de cinco segundos, por isso use os atrativos da comunicação visual. Sim, chame a atenção!!! Seja autêntico e original. Lembre-se de que o consumidor está cada vez mais atualizado, desta forma, sempre irá comparar seu serviço com o da concorrência, e é neste momento que mostrar seus diferenciais será fundamental. Atualize seu site, crie um APP, facilite sua vida e principalmente a do seu cliente. Tempo é dinheiro, isso não mudará. Portanto, não basta achar que a mesmice irá segurar seu cliente, pois ele sempre comprou com você. Acredite, todos tememos as mudanças, porém são estas que nos levam ao êxito. Não tenha medo de mudar!!! Fonte: Disponível em: . Acesso em: 11 jan. 2018. 109 O Consumidor Digital Capítulo 3 Algumas Considerações Nesse capítulo foram apresentados alguns comportamentos do consumidor digital, pois com essa nova era e as pessoas cada vez mais conectadas, ficou muito mais fácil trocar informações, bem como realizar pesquisas sobre determinado produto ou serviço. Atualmente, basta alguns cliques para adquirir algum desejo ou atender alguma necessidade, dessa forma, o consumidor passou a ser o centro das atenções quando se trata do relacionamento com as empresas. Esse relacionamento é importante para que a organização possa manter esse consumidor, e não apenas deixá-lo comprar e acabar o relacionamento assim que efetuar o pagamento do produto e o receber em casa. O relacionamento é um ponto importante que as empresas devem destacar, pois o pós-venda é que irá garantir o retorno dele à loja ou ao site para adquirir um novo produto. O relacionamento entre a empresa e o consumidor, seja tradicional ou digital, deverá ser constante e duradouro. Por fim, esse novo comportamento do consumidor está se tornando uma tendência em todas as classes sociais, pois o acesso à internet está facilitando a mudança de cultura dos indivíduos através das informações dos mais variados canais de comunicações on-line. Referências ALMEIDA, V. N. T.; RAMOS, M. S. A. Os impactos das reclamações on-line na lealdade dos consumidores: um estudo experimental. Revista RAC - Revista de Administração contemporânea, Rio de Janeiro, v. 16, n. 5, p. 664-683, set./out., 2012. APOLLI, M.; GAUTHIER, F. A. O. Publicidade na era digital. Florianópolis, SC: Pandion, 2008. BARRETO, I. F.; CRESCITELLI, E. Marketing de relacionamento: como implantar e avaliar resultados. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013. 110 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL BOONE, L. E.; KURTZ, D. L. Marketing contemporâneo. 8. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1998. CHETOCHINE, George. Buzz Marketing: Sua Marca Boca do Cliente. São Paulo: Prentice-Hall, 2006. CHURCHILL, G.; PETER, P. J. Marketing: criando valor para os clientes. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. CONVERSION. Pesquisa do perfil do consumidor digital. 2017. Disponível em: . Acesso em: 13 fev. 2018. ENGEL, J. F.; BLACKWELL, R. D.; MINARDI, P. W. Comportamento do consumidor. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2005. 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Marketing de relacionamento: importância e implicações no mercado consumidor. Revista de Administração Mackenzie, São Paulo, v. 8, n. 4, p. 103-124, 2007. CAPÍTULO 4 Links Patrocinados e Ferramentas Sociais A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Analisar e identificar os processos das ferramentas digitais para promoção da publicidade e propaganda. � Planejar métodos para o gerenciamento do controle nos ambientes sociais. � Aplicar novas tecnologias para promover o marketing digital em relação ao consumidor. � Desenvolver a interação no ambiente virtual com auxílio das mídias sociais. 114 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL 115 Links Patrocinados e Ferramentas Sociais Capítulo 4 Contextualização Um dos objetivos do marketing digital é criar com os consumidores um entretenimento duradouro, pois um relacionamento entre organização e cliente não pode acabar quando se finaliza uma venda. Assim, existem muitas formas de criar uma interação de pós-venda com os consumidores, pois o marketing sozinho não é suficiente para alavancar as vendas de uma empresa, ele é uma ferramenta muito importante que pode ser utilizada como estratégia. Nesse capítulo serão abordadas as ferramentas sociais, pois o novo consumidor digital, apresentado no capítulo anterior, está muito mais informado devido à facilidade de acesso à internet e às grandes plataformas de redes sociais, que possuem milhões de pessoas conectadas em vários cantos do mundo. Dessa forma, as empresas foram sendo obrigadas a criar novas estratégias, pois, além das mídias de televisão e rádio, a internet passou a ser tão importante quanto as anteriores. O consumidor tem acesso a ela em qualquer lugar que tenha sinal de internet, e ao utilizá-la poderá fazer qualquer consulta sobre um produto ou serviço, tirar dúvidas, comparar, verificar os comentários bons ou ruins de uma determinada marca, entre outras pesquisas. Através das redes sociais, o consumidor cria grupos para trocar informações de um determinado produto ou serviço, e aí está o perigo para as empresas, pois já é de amplo conhecimento que o marketing “boca a boca” é uma ferramenta que pode prejudicar ou ajudar a imagem da empresa, dependendo do contexto, ou seja, é obrigação das organizações ficarem atentas a esses grupos que se proliferam na internet. Muitas tecnologias são usadas pelas empresas e pelos usuários na troca mútua de informações, e cada uma delas está associada ao meio em que a organização está inserida e ao seu público-alvo. No entanto, há cada vez mais a exigência do uso de novas tecnologias associadas às mais variadas plataformas para buscar esse consumidor, que, muitas vezes, tem dúvidas ao adquirir um produto ou serviço. Dessa forma, o consumidor irá pesquisar na internet, tirar suas dúvidas para depois realizar a compra, seja on-line ou em loja física. Por fim, a necessidade de criar a propaganda e a publicidade é condição para as empresas apresentarem seus produtos ou serviços para os consumidores. Contudo, ao utilizar essa estratégia, a organização deverá estar ciente de que a publicação de uma notícia ruim poderá prejudicar sua imagem, porém, também há o outro lado, pois os comentários positivos mostrarão que seu produto é confiável e bom para os consumidores. 116 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Ferramentas das Mídias Sociais Existe um grande número de ferramentas digitais que são usadas na interação com o consumidor, ou seja, as mídias sociais estão cada vez mais associadas à troca de informações, que podem ser boas ou fake (falsas) para a organização que precisa vender produtos e/ou serviços. Quanto mais poderosa a tecnologia de informação, tanto mais informado e poderoso se torna o usuário, seja ele uma pessoa, organização ou um país. A informação torna-se a principal fonte de energia da organização: seu principal combustível e o mais importante recurso ou insumo (CHIAVENATO, 2000, p. 395). Como se pode perceber, a informação é uma das ferramentas mais importantes para a organização, mas para que seja usada de forma correta, é importante diferenciar alguns instrumentos que são usados na internet. Os autores Tavares, Barbosa e Santos (2013) apresentam a diferença entre algumas ferramentas digitais: • Redes sociais: são grupos de pessoas que compartilham e possuem interesses comuns. • Mídias sociais: sistemas on-line que permitem a interação social, quando são criados compartilhamentos colaborativos de informações nos mais variados formatos. • Mídias digitais: são os aparelhos que usam as plataformas das mídias sociais e redes sociais, que permitem a comunicação oral, escrita e de vídeo digitalmente. O Facebook e o LinkedIn são redes e mídias sociais utilizadas através das mídias digitais, tais como: celulares, computadores e tablets. Dentro dessas plataformas ocorre um grande compartilhamento de informações, verídicas ou não, que estão acessíveis a todo e qualquer usuário que participa dos grupos de discussão. Ali são trocadas opiniões, de satisfação ou insatisfação (políticas, sociais, profissionais), que geram as mobilizações das redes e mídias sociais (TAVARES; BARBOSA; SANTOS, 2013). A Figura 12 apresenta um resumo das ferramentas que podem ser usadas nas mídias sociais, e percebe-se que sua cobertura é bem grande em relação à comunicação. 117 Links Patrocinados e Ferramentas Sociais Capítulo 4 Figura 12 – A comunicação das mídias sociais Fonte: adaptado de Strauss (2012). Para saber mais sobre a comunicação das mídias sociais, leia: STRAUS, Judy. E-Marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012, p. 234. No Quadro 5 são apresentadas algumas diferenças entre as mídias sociais e as redes sociais. 118 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Quadro 5 – Diferenças entre mídias e redes sociais Mídias sociais Redes sociais O compartilhamento é o ponto principal das mídias sociais. O relacionamento é o foco principal das re- des sociais. Definidas como superconjunto que agrega várias mídias usadas para a comunicação de forma compartilhada através de canais digitais. Redes sociais são uma parte ou categoria das mídias sociais. Compreendem um conceito vasto de meios de comunicação que facilitam e permitem o compartilhamento. Estão voltadas para grupos de sites de rela- cionamento e têm como principal foco criar um ambiente favorável à interação social. As redes sociais estão voltadas preferen- cialmente às redes de relacionamento, no entanto, estão inseridas no contexto das mídias sociais, mas não apenas nelas. Para Scott (2013, p. 44), “mídias sociais fornecem maneiras para as pessoas par- tilharem ideias, conteúdo, pensamentos e relações on-line. Diferem da mídia tradicio- nal, porque qualquer um pode criar e co- mentar ou acrescentar algo ao conteúdo na web. As mídias sociais podem ter a forma de texto, áudio, vídeo, imagens e comuni- dades”. Possui perfis sociais. Para Scott (2013,p. 44), “um subconjunto da mídia social é a rede social, termo que uso para me refer- ir à interação das pessoas no Facebook, Twitter, Linkedin, MySpace e em sites se- melhantes. A rede social ocorre quando pessoas criam um perfil social e interagem para se tornar parte de uma comunidade, formada por amigos e pessoas que pens- am semelhantemente, e para partilhar infor- mações”. As mídias sociais vão além de suas tecno- logias e ferramentas disponibilizadas, pois elas podem se modificar enquanto conceito de comunicação. “O melhor jeito de pensar sobre mídias sociais não é em termos de diferentes tecnologias e ferramentas, mas em como estas tecnologias e ferramen- tas permitem que você se comunique [...]” (SCOTT, 2013, p. 44). Não se trata de um enquadramento estáti- co: com a difusão de novas tecnologias e a evolução do público, observa-se certa tendência de uma “fusão de funcionali- dades”, em um movimento que tende ao hibridismo. Nele, mídias sociais, que até então não se enquadravam no modelo de relacionamento, ganham ferramentas nesse sentido e, com isso, podem também passar a ser consideradas redes sociais. Por outro lado, redes sociais vêm investin- do na diversificação, em áreas de produção de vídeos, inteligência artificial, entre out- ras, que podem ampliar seu escopo. Fonte: Adaptado de Costa (2017). Por mais que existam inúmeros recursos disponibilizados na internet, os que mais se destacam são as mídias sociais, por sua aplicabilidade, diversidade e influência nas pessoas no dia a dia. Com a evolução da Web 1.0 para a Web 2.0, ocorreu uma grande produção de sites e blogs dos mais variados temas e de compartilhamentos, com isso, cada vez mais a internet transforma a vida das pessoas. Segundo Telles (2010), as mídias sociais são sites de participação colaborativa de assuntos, interação social e compartilhamento de informações nos 119 Links Patrocinados e Ferramentas Sociais Capítulo 4 mais variados tipos e formatos. Acompanhando a ideia de Telles (2010), Torres (2009, p. 113) argumenta que as mídias sociais são como “sites que permitem a criação e o compartilhamento de informações e conteúdos pelas pessoas e para as pessoas”. Existem as mídias sociais de negócio, que segundo Cipriani (2011, p. 5), são “ferramentas que permitem a formação de discussões entre as empresas na rede”, no entanto, é o usuário o centro das atenções. De modo geral, pode-se dizer que as mídias sociais são um conjunto de cooperação que oferece experiências, diversão, educação, entretenimento aos mais variados grupos sociais, culturas, idades, gêneros, cor, raça, entre outros, mas quem controla esse domínio é o usuário. O sucesso das mídias sociais está associado a um comportamento inerente ao ser humano, ou seja, o “desejo de se comunicar”. As mídias sociais, através da internet, têm como premissa atender aos desejos dos usuários, por permitir a comunicação e a criação de forma colaborativa (TORRES, 2009). No Quadro 5 foram apresentadas as diferenças entre os termos mídias sociais e redes sociais, mas ainda existe uma grande confusão, pois as redes sociais são uma categoria das mídias sociais, ou seja, são sites de relacionamento, nos quais os indivíduos se expõem, através de um perfil, e no qual ocorre interação entre os membros, compartilhamento de imagens, notícias, comentários etc. (TELLES, 2010). Segundo Cipriani (2011), as redes sociais são sites que permitem a criação de redes de usuários conectados simultaneamente e de pequenas comunidades virtuais para um relacionamento de amizade ou discussão de um determinado assunto. Muitas vezes, as redes sociais são chamadas de sites de relacionamento e contribuem para a composição das mídias sociais, pois são recursos que permitem a troca de informações e a interação entre os indivíduos, produzindo conteúdos que são compartilhados na rede mundial da internet, tornando-se parte das mídias sociais, vistas como “o conjunto de todos os tipos e formas de mídias colaborativas” (TORRES, 2009, p. 113). A mídia social ocupa um gigantesco espaço na internet, sendo apresentada como um ambiente em que as empresas e pessoas são inseridas para debater opiniões, temas, compartilhar conhecimento e entreter-se, uma verdadeira vitrine de promoções e informações (GONÇALVES, 2013). 120 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL É importante salientar que as empresas e as pessoas usam as redes sociais para apresentar opiniões, sugestões, temas, entre outros, para influenciar o indivíduo. No entanto, quem ainda tem as rédeas de ser ou não influenciado é o próprio usuário, pois ele irá analisar o que as pessoas estão compartilhando, sejam assuntos verdadeiros ou falsos, os famosos fake news. Dessa forma, a todo momento há um bombardeio de assuntos e cabe aos usuários saber filtrar tais informações e verificar sua fonte, ou seja, deve-se ter muito cuidado com as redes e mídias sociais. Para saber mais sobre as mídias e redes sociais, faça a leitura do livro: COSTA, Camila Gino Almeida. Gestão de mídias sociais [Livro eletrônico]. Curitiba: InterSaberes, 2017. Atividade de Estudos: 1) A interação entres os indivíduos se dá através da internet, por meio de plataformas e ferramentas, nas quais ocorre a troca de informações, conhecimentos, opiniões, compartilhamentos, entre outros. A importância dessas mídias sociais sobre as pessoas está na abordagem de temas de interesse dos usuários, que poderá ser boa ou ruim, dependendo do que e onde está procurando e dos compartilhamentos disponibilizados. Sobre esse assunto, observe as sequências a seguir e associe as colunas. I – Mídia Social II – Rede Social III – Mídias digitais ( ) Smartphone e tablets. ( ) Áudios, textos, imagens. ( ) Facebook, Instagram, Linkedin. 121 Links Patrocinados e Ferramentas Sociais Capítulo 4 Para saber sobre o marco civil, você poderá fazer a leitura da Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014. Disponível em: . Novas leis estão surgindo no Brasil e no mundo sobre os usos da internet. Em nosso país, a partir do marco da internet, muita coisa mudou, por isso é importante ficar atendo às novas leis, que também poderão ser acessadas no site do Governo Federal. O Poder das Mídias Sociais Muitas organizações ainda não perceberam quão poderosa pode ser a mídia digital nos tempos modernos, principalmente devido à facilidade das pessoas de estarem conectadas em quase todos os cantos do mundo. Para uma grande maioria, as mídias sociais são usadas para relacionamento, troca de imagens, compartilhamento de arquivos, visualização de vídeos, ouvir músicas e, às vezes, comprar algum produto em um site. As mídias sociais estão ligadas à troca de informações, e são consideradas um importante canal de comunicação por se proliferarem entre as pessoas, ou seja, não se tem controle para restringir tais notícias. Muitas das informações que são publicadas nas mídias sociais são falsas, e pessoas públicas, principalmente, recebem uma grande quantidade de fake news, que podem manchar sua imagem, tendo em vista serem boatos ou informações infundadas. Existe um grande número de mídias sociais e, consequentemente, um tipo de público para cada uma delas, dessa forma, a seguir, serão apresentadas as mídias e as redes sociais mais comuns atualmente. 122 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Comunidades virtuais: esse tipo de mídia auxilia tanto o cliente quanto o fornecedor, pois fornece comentários sobre um produto ou serviço. Dessa forma, para o cliente é um benefício para verificar se a empresa é de boa índole; para a empresa é uma oportunidade de resolver problemas com o consumidor que está insatisfeito; e para os fornecedores, acontecem as novas oportunidades de expansão nos mercados (HEGEL III; ARMSTRONG, 1999). Redes sociais: as redes sociais mais conhecidas no Brasil são Facebook,Instagram, Twitter, Youtube e Linkedin. Existem outras redes sociais, mas o volume de pessoas é menor, ou seja, com menos quantidade de usuários. As redes sociais possuem um grande poder no relacionamento entre as empresas e os consumidores, pois facilitam a comunicação para que sejam apresentados produtos e serviços. Em contrapartida, as empresas esperam do cliente um retorno em relação ao valor que atribui a elas (TORRES, 2009), pois como a qualidade se tornou muito importante nos dias atuais, é o mínimo que os consumidores esperam das empresas, sendo uma condição indispensável para torná-las competitivas no mercado. Blogs: cada vez mais esse tipo de ferramenta é usado nas mídias sociais, e muitas vezes, empresas patrocinam blogueiros para comentar e apresentar em forma de propaganda o seu produto ou serviço. Sua audiência é universal, pois são usuários de todos os tipos que buscam informações e temas para discussão, opiniões e o conhecimento em si (TORRES, 2009). Os blogs ainda podem possuir links de referências, ou seja, são usados para que o blogueiro receba valores (R$) pela quantidade de seguidores e de cliques que essas páginas e links recebem. Quanto maior o número de usuários no blog, maior a popularidade do blogueiro e, consequentemente, é o que mais tem chances de receber um valor das empresas patrocinadoras. Lembrando que esses blogueiros são verdadeiros influenciadores dos usuários que os seguem (TORRES, 2009). Sites: são o mínimo que uma organização deve ter nesse mundo globalizado e praticamente digital, pois é a porta de entrada para os usuários buscarem seus produtos e serviços. Quando se faz uma pesquisa de um determinado produto ou serviço em algum site de pesquisa, o resultado irá apresentar um link da empresa ou empresas que fornecem o que esteja sendo procurado (TORRES, 2009). Essas são algumas das mídias sociais mais utilizadas pelas organizações. A princípio, para o marketing digital, o básico é, em primeira situação, ter um site para que a empresa se apresente e mostre seus valores, missão, objetivos, produtos e/ou serviços, localização, entre outros dados. 123 Links Patrocinados e Ferramentas Sociais Capítulo 4 Outro tema que os consumidores procuram com relação às empresas é a sustentabilidade, ou seja, o que a organização está realizando para melhorar as condições ambientais e sustentáveis. A partir da apresentação, a empresa deverá dar sequência a um acompanhamento nas redes sociais sobre o que estão falando sobre sua imagem e os produtos e/ou serviços que oferece, pois muitas vezes os problemas com os consumidores não chegam à ouvidoria. Por meio das redes sociais, é possível que as organizações acompanhem seus clientes, principalmente no intuito de manterem um relacionamento de longo prazo, importando-se com o que ele pensa sobre elas e criando uma interação. Para saber mais sobre como usar as redes e as mídias digitais, leia o livro de Cláudio Torres, A bíblia do marketing digital, que oferece um ótimo conteúdo para leitura sobre o assunto. Atividade de Estudos: 1) Sabendo da importância das mídias sociais, as empresas devem estar preparadas para utilizá-las para apresentarem seus produtos e serviços. Sabendo que existem muitas comunidades na rede mundial da internet, muitas vezes fica difícil acompanhar todas elas. Dos itens a seguir, assinale qual é a melhor mídia para gerenciar o que os usuários estão comentando sobre a empresa. ( ) Youtube. ( ) Facebook. ( ) Blogs. ( ) Sites. 124 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Links Patrocinados Segundo Torres (2009) e Sterne (2000), uma maneira para atrair as pessoas é o uso dos links patrocinados, que direcionam para a homepage ou para algum site que identifique a organização em relação ao produto ou serviço que ela oferece. Quando o usuário faz uma pesquisa de algum produto ou serviço, se a empresa possui um link patrocinado nos sites de busca, geralmente essa é a primeira resposta que aparece na lista sobre o assunto pesquisado, ou seja, é uma das melhores formas para apresentar o que a organização oferece. O Google oferece uma ferramenta chamada Google AdWords que permite que as empresas criem campanhas de marketing e anúncios dependendo das palavras-chave selecionadas na pesquisa. Essa ferramenta também serve para alavancar a empresa através de um público segmentado, portanto, dependendo da estratégia escolhida, poderá diferenciar e escolher para qual usuário será apresentada a empresa, sendo que o investimento deve ser focado em audiência qualificada e que tenha relação com o negócio (TORRES, 2009). A ferramenta do Google AdWords será apresentada nas próximas unidades do curso. Figura 13 – Resultado de uma busca no Google Fonte: Google. Disponível em: . Acesso em: 20 jan. 2018. 125 Links Patrocinados e Ferramentas Sociais Capítulo 4 Na Figura 13 há um resultado de pesquisa dos pacotes de viagem para a Disney, e percebe-se a quantidade de links apresentados, no entanto, os primeiros resultados da listagem se referem aos patrocinados. O link é patrocinado quando uma organização deseja divulgar seus produtos, serviços e marca, e investe na compra de palavras-chave nos buscadores que direcionam os usuários para o site da empresa. Como é de conhecimento da maioria dos usuários, o buscador Google é o mais utilizado para esse fim, apesar de existirem outros buscadores, como o Yahoo, Bing, entre outros, que também possuem ferramentas para venda das palavras-chave (MAZZINGHY, 2014). O link patrocinado tem o objetivo de evidenciar a marca, produto ou serviço que a empresa oferece e chamar a atenção do consumidor. Segundo Monteiro (2006), os links patrocinados possuem uma publicidade original para o usuário, pois o resultado é apresentado através de uma palavra-chave do seu interesse, ou seja, é apresentado dentro dos buscadores, geralmente na forma de textos, que aparecem dependendo dos termos que foram utilizados para delimitar a pesquisa. O modelo de negócio que as empresas de busca, atualmente, estão explorando é o dos links patrocinados, pois anteriormente era cobrada a sua exposição, e hoje o anunciante paga apenas se algum internauta clicar em seu anúncio. Segundo Montardo (2006), os anúncios no link patrocinado são um novo canal de comunicação que destaca diferentes mercados-alvo ou em massa que podem ser facilmente gerenciados, através das ferramentas disponíveis nos sites de busca. Um detalhe que deve ser levado em consideração, segundo Oikawa (2005), é que as empresas que estão na internet, mas fora das primeiras páginas de um resultado de busca efetuado pelos usuários, ficam diagnosticadas como “invisíveis”. De fato, nos dias atuais, com o grande número de usuários que desejam consumir através de alguns cliques, empresas que não se adaptam a essa nova geração estão cada vez mais fadadas a sumirem do mercado. 126 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Publicidade e Propaganda no Marketing Digital Torres (2009) afirma que havia um uso exagerado de banners no início, que muitas vezes até comprometia a leitura do conteúdo, mas, com o passar do tempo, percebeu-se que a quantidade não era qualidade, e aos poucos esses espaços foram administrados mais adequadamente. Os banners ainda são muito utilizados para anúncios on-line, principalmente em blogs que contenham conteúdos de interesse do público-alvo. Para um melhor entendimento, é importante saber a diferença entre os conceitos de propaganda e publicidade, ou seja, a palavra publicidade vem do latim publicus, que significa tornar público, vender e anunciar. Propaganda tem como origem o latim propagare, que significa disseminar ideias políticas e religiosas, multiplicá-las, ou seja, processo de propagar as informações ideológicas (GOMES, 2003). A propaganda em si não possui necessariamente uma característica comercial, mas de persuasão, pois apelapara as técnicas de persuasão e argumentação filosóficas, enquanto que a publicidade tem o objetivo de vender um produto ou serviço e busca desenvolver técnicas de negociação e planejamento estratégico (GOMES, 2003). “Tanto a publicidade quanto a propaganda estão juntas na comunicação mercadológica e na produção da mensagem publicitária” (PINHO, 2003, p. 16). Há aproximadamente dez anos, os sites possuíam um grande número de banners e a maioria estava muito poluída visualmente, fazendo com que o usuário ficasse aborrecido com tanta informação piscando na tela. Geralmente, eles ficavam nas laterais das homepages, e serviam para patrocinar o site. Observe na Figura 14 um exemplo de um site com um grande número de banners. 127 Links Patrocinados e Ferramentas Sociais Capítulo 4 Figura 14 – Exemplo de publicidade em banners Fonte: Disponível em: . Acesso em: 20 jan. 2018. Como se pode perceber na Figura 14, o formato da homepage evidencia a poluição visual, contudo, com o tempo esse modelo foi sendo esquecido, dando espaço a banners mais direcionados e de melhor visualização. Os banners possuem uma grande variação de tamanhos e formatos, sendo que há os estáticos, os interativos e os animados. Além dos banners, nos dias atuais existem outros formatos que auxiliam na interação com os usuários, na promoção e apresentação da marca, ou na venda de produtos e serviços. Alguns exemplos de banners, segundo Santos (2014): • Sidekick: aba do lado direito ou esquerdo do site que se expande ao passar o mouse. • Pushdown: fica em cima do site e também se expande ao passar o mouse. • Pop-ups: janelas independentes que se abrem na tela, geralmente menores que o browser, e se abrem quando se acessa um determinado site. • Floater: imagem flutuante que aparece por alguns segundos na homepage e logo em seguida desaparece. • Takeover: é uma homepage que ocupa todo o espaço da página inicial de um site, links patrocinados. • Publieditoria: anúncio em formato de post. 128 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Existem ainda outros modelos de banners que devem ser usados dependendo do que se espera do site e, claro, os designers digitais é que irão promover, juntamente com o profissional de marketing, o melhor modelo a ser utilizado. Com as diferenças entre publicidade e propaganda apresentadas, é importante salientar que na internet o modelo não altera muita coisa, o que muda são os comportamentos dos indivíduos quando disponibilizadas as informações na web. A disputa entre os produtores e os consumidores está em chamar a atenção através de novas tecnologias, pois, segundo Adler e Firestone (2002, p. 79), buscam “transmitir mensagens cuja intenção é persuadir os consumidores a comprarem determinados produtos ou serviços” e possuem a intenção de garantir a viabilidade comercial. Vamos a um exemplo: atualmente, muitos vídeos disponibilizados no Youtube, Facebook, entre outras redes sociais, têm a inclusão de uma publicidade, e se os usuários quiserem assisti-los, são obrigados a aguardar alguns segundos de uma determinada publicidade, antes de assistir ao vídeo de seu interesse, o que para alguns usuários isso é algo “chato” e sem interesse. Faça uma pesquisa e comece a identificar como esse modelo de publicidade está cada vez mais presente nos sites, principalmente quando se tratam de vídeos do seu interesse. Marcelo Sant’Iago, presidente da Associação de Mídia Interativa, no Brasil, em entrevista a Tavares (2005), comenta que: A mídia está cada vez mais fragmentada e o desafio é criar ações que atinjam o consumidor durante todo o dia, seja em casa pela manhã (jornal), a caminho do trabalho (rádio e mídia exterior), durante o trabalho (internet), à noite com a família (televisão) e nos momentos de lazer (revistas, cinema, celular etc.) (TAVARES, 2005, p. 56). Segundo Adler e Firestone (2002), cada vez mais a tecnologia está em crescente aperfeiçoamento, pois possibilita criar novos modelos de produção, armazenamento e distribuição de informações. 129 Links Patrocinados e Ferramentas Sociais Capítulo 4 Quando os canais unidirecionais dos meios de comunicação tradicionais cedem o lugar a novas mídias interativas com base em computadores, os indivíduos passam a ter a capacidade de procurar informações que lhes interessem e a filtrar aquelas que não querem ver ou ouvir. Desse modo, o consumidor consegue controlar as mensagens que recebe e, consequentemente, dirige a demanda por mercadorias e serviços (ADLER; FIRESTONE; 2002, p. 10). Diante desses fatos, tornou-se necessário e indispensável criar novas relações com os consumidores e aliar as mensagens publicitárias à transmissão de informações que eles desejam obter (ADLER; FIRESTONE, 2002). Para que o consumidor receba aquilo que deseja, tornou-se necessária a criação de subgrupos para a transmissão dessas informações, definidos por regiões demográficas e geográficas com maior precisão, utilizando televisão a cabo, mala-direta, serviços on-line e personalização das mensagens (ADLER; FIRESTONE, 2002). Com essas mudanças, as informações serão mais direcionadas, o que poderá melhorar a relação entre as empresas e os consumidores. Além disso, poderão ser usados os links patrocinados, como destacado anteriormente, quando se trata da otimização e o usuário procura por um determinado produto ou serviço, fornecendo apenas aquilo que é de seu interesse (ADLER; FIRESTONE, 2002). Levando em consideração que as pessoas estão cada vez mais dedicando seu tempo ao notebook, computador, tablet ou smartphone, Evan Schwartz (1997), colaborador da revista Wired, destaca a publicidade na mídia tradicional como intrusiva, pelo fato de o anunciante comprar um espaço e um tempo publicitário. Quando o usuário não está interessado, ele apenas muda de canal ou vira a página, porém, na publicidade on-line o desafio é muito maior e diferente, ou seja: Os consumidores da web não ficam sentados passivamente diante de um anúncio intrusivo até o fim – porque não têm essa alternativa. Não se trata de optar por sair (mudando de página ou de canal), e sim, optar por entrar (resolver ver o material comercializado para começo de conversa) (SCHWARTZ, 1997 apud ADLER; FIRESTONE, 2002, p. 77). Os desafios ainda são muito grandes para que se encontre um ponto determinante em que o consumidor receba aquilo que deseja. No entanto, por mais que já existam algoritmos que destacam aquilo que ele procura, ainda são apresentadas publicidades que o usuário não está interessado. Dessa forma, entende-se que há um grande caminho para que a tecnologia consiga apresentar o que o consumidor deseja. Vamos exercitar? 130 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Atividade de Estudos: 1) Em relação a websites, existe uma grande quantidade de propagandas e publicidades que utilizam as mais variadas ferramentas para apresentar um novo produto ou serviço que possa interessar ao usuário e fazer com que, consequentemente, ele acesse a homepage sobre o conteúdo, suas vantagens, preços e promoções. No que se refere ao pop-up, assinale a alternativa correta. ( ) É um site que apresenta todos os assuntos e conteúdos. ( ) Pequenas janelas que se abrem para apresentar conteúdos e promoções e ao clicar direcionam à homepage. ( ) Imagem flutuante que após alguns minutos desaparece. ( ) Sistema de controle para organizar as promoções e conteúdos de uma homepage. O PODER DO MARKETING NAS REDES SOCIAIS (E PORQUE ELE É FUNDAMENTAL PARA O CRESCIMENTO DO SEU NEGÓCIO) Uma boa estratégia de marketing nas redes sociais vai muito além de postar informações sobre seus produtos e serviços. Uma estratégia sólida e eficaz deve ser muito bem estruturada e planejada, e sua base deve ser o conteúdo. Cada vez mais, empresas dos mais variados segmentos e portes apostam suas fichasnas mídias sociais, tornando sua comunicação mais pessoal e se aproximando dos consumidores. Portanto, o que era tendência há alguns anos, hoje é praticamente obrigatório para todos os empreendedores que queiram algum destaque para seus negócios no ambiente digital. Por que investir em marketing nas redes sociais? 131 Links Patrocinados e Ferramentas Sociais Capítulo 4 A resposta para essa pergunta fica até meio óbvia, quando nos deparamos com os dados abaixo: • Facebook se aproxima da marca de 2 bilhões de usuários. • Mais de 65 milhões de pequenas empresas usam o Facebook para se conectarem com seus clientes. • 92 milhões de brasileiros acessam o Facebook mensalmente (45% da população). • Mais de 150 milhões de pessoas agora usam o Instagram Stories todos os dias. • O Instagram já possui mais de 600 mil usuários. • O Twitter tem mais de 310 milhões de usuários ativos por mês. • O LinkedIn atingiu a marca de 100 milhões de usuários no mundo. • O Brasil é o terceiro maior público do LinkedIn. • 2 em cada 3 pessoas acima dos 60 anos acessam o Facebook via celular. Consegue visualizar o potencial das redes sociais? Em meio a tantas pessoas conectadas diariamente, com certeza é possível reforçar sua marca e encontrar novos clientes. Outro grande motivo para investir em marketing nas redes sociais é que pesquisas também apontam que de 80% a 90% dos consumidores brasileiros costumam pesquisar um produto ou serviço antes de realizar uma compra. Portanto, fica evidente que estar presente nas mídias sociais é fundamental para o seu negócio! Como funciona o marketing nas redes sociais? Em primeiro lugar, você deve ter em mente que a utilização das redes sociais no seu negócio deve ser planejada de forma estratégica. Esse é o primeiro passo! Aqui na Expressa Design, nós desenvolvemos uma metodologia de cinco etapas que envolvem o gerenciamento de redes sociais. Cada uma das etapas é crucial para a obtenção de bons resultados, e o ideal é que sua empresa tenha uma pessoa exclusivamente para cuidar disso, ou então uma empresa especializada em gestão de redes sociais. 132 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Também é preciso ter muita paciência, consistência e persistência, pois trata-se de uma estratégia de médio a longo prazo. Se você quer resultados no curto prazo, definitivamente não aconselhamos utilizar as redes sociais para isso, pois existem outras maneiras mais efetivas. Mas, as redes sociais já não estão saturadas com tanta informação? De certa forma, sim, porém, também podemos ver pelo lado bom. Como mostrado anteriormente, milhares de empresas já utilizam as redes sociais para divulgarem seus negócios. Mas o que acontece é que há muito conteúdo raso nessas mídias, muito “mais do mesmo”. Empresas copiando conteúdos de outras empresas, e assim por diante. E como se destacar? A resposta é simples. Simples, mas não fácil de ser aplicada. Afinal, se fosse fácil, todo mundo fazia, não é mesmo? Hoje em dia, destaca-se quem produz conteúdo próprio, que realmente seja relevante para o seu público-alvo e suas personas. Na etapa do planejamento, “gaste” muito tempo pesquisando e analisando o seu público ideal, seus gostos e interesses. Busque saber em quais redes sociais seu público está presente, e também analise as estratégias – e as brechas – dos seus concorrentes. Procure se diferenciar ao produzir os conteúdos. Se seus concorrentes só publicam fotos, publique vídeos e, quem sabe, textos em um blog corporativo. Se os concorrentes publicam vídeos, teste imagens com um design diferenciado. Enfim, explore todos os formatos permitidos pelas redes sociais, e faça muitos testes para analisar o que mais agrada à sua audiência. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 18 jan. 2018. 133 Links Patrocinados e Ferramentas Sociais Capítulo 4 Algumas Considerações Entender o comportamento do consumidor é fundamental para saber quais das ferramentas digitais deverão ser usadas para atraí-lo. Os usuários, que estão cada vez mais conectados, procuram coisas e possuem desejos diferentes entre si, portanto, as empresas de marketing deverão segmentar para quem serão apresentadas as propagandas e as publicidades e direcionar para o público-alvo. Os profissionais de marketing têm um grande desafio ao fazer o consumidor assistir à publicidade e à propaganda quando apresentadas em um vídeo, pois muitos usuários param de assistir, trocam a página ou simplesmente passam a buscar outros vídeos. Naturalmente, os consumidores têm a tendência de mudar sua cultura com o passar do tempo, dessa forma, as abordagens das empresas deverão ser focadas no segmento e perfil personalizado para cada usuário que tem acesso à internet. Referências ADLER, R.; FIRESTONE, C. 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O uso de ferramentas do marketing digital para o crescimento competitivo das empresas: links patrocinados, Facebook, Twitter e e-mail marketing. Revista Temática. Ano X, n. 09 – set./2014 - NAMID/UFPB. Disponível em: . Acesso em: 20 jan. 2018. MONTARDO, S. P. A busca é a mensagem: links patrocinados e marketing de otimização de busca. Novo Hamburgo: Centro Universitário Feevale, 2006. MONTEIRO, R. V. Google adwords: a arte da guerra. Rio de Janeiro: Brasport, 2006. OIKAWA, A. H. Considerações acerca da possibilidade de concorrência desleal nos links patrocinados em serviços de busca na Internet. Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n. 613. 2005. Disponível em: . Acesso em: 20 jan. 2018. PINHO, J. B. Relações públicas na internet: técnicas e estratégias para informar e influenciar públicos de interesse. São Paulo: Summus, 2003. SANTOS, F. A. Marketing na era digital: análise da marca Chico Rei. Faculdade de Comunicação Social da Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF. Juiz de Fora, 2014. Disponível em: . Acesso em: 20 jan. 2018. SCHWARTZ, Evan I. Webonomics: Nine Essential Principles for Growing Your Business on the World Wide Web Hardcover – 1997 SCOTT, D. M. Marketing e comunicação na era digital: fale diretamente com o cliente. São Paulo: Évora, 2013. STERNE, Jim. Marketing na internet : integrando a web à sua estratégia de marketing. 1. ed. Rio de Janeiro, Campus, 2000. 398 p. 658.8/S839m/LIVRO. STRAUS, J. E-Marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012. TAVARES, V. R. S.; BARBOSA, B. R.; SANTOS, F. M. O uso das redes sociais como meio de mobilização social nos protestos nacionais de junho de 2013. 135 Links Patrocinados e Ferramentas Sociais Capítulo 4 Curitiba (Paraná), VII Simpósio Nacional da Associação Brasileira de Pesquisadores em Cibercultura, 20 - 22 nov. 2013. Disponível em:da internet ao consumidor na década de 90, consequentemente ocorreu uma transformação no comportamento do consumidor em relação à aquisição de produtos. Quanto ao seu perfil, esses consumidores eram apenas das classes A e B. Os consumidores da classe C ainda não possuíam poder de compra para adquirir um microcomputador, pois naquela época o preço desses equipamentos era muito elevado e, claro, também não existia a facilidade de diversidade de equipamentos eletrônicos, como acontece nos dias atuais. É evidente que, com o passar dos anos, o poder de compra da classe C evoluiu, ocorrendo esse “boom” de vendas pela internet (TORRES, 2009). leand Comentário do texto O marketing é importante para que a empresa possa apresentar seus produtos e serviços, independentemente se for usar o marketing tradicional ou digital. Para sobreviverem, as empresas precisam fazer uso das mídias sociais, expondo os seus produtos e serviços através das redes sociais, blogs, sites e demais mídias, pois essa nova geração de indivíduos busca apenas aquilo que desejam, não sendo mais eficiente utilizarem a estratégia de “atirar para todos os lados”. As empresas precisam segmentar o mercado para alcançar os seus clientes. 15 Introdução ao Marketing Digital Capítulo 1 É muito importante saber diferenciar o marketing tradicional do marketing digital, pois cada abordagem é exclusiva de cada contexto. O modo de divulgação da imagem ou produto de uma organização é diferente quando se utiliza a internet. Segundo Gabriel (2010, p. 104), o conceito de marketing digital é: “o marketing que utiliza estratégias em algum componente digital nos 4 Ps do marketing tradicional, por exemplo, produto, preço, promoção e praça”, porém esse conceito não é muito adequado, pelos seguintes motivos: • Favorece um dos componentes da estratégia, como no caso, o digital, em detrimento dos outros, como impressos, eletrônicos; • Apesar de o digital estar em franca expansão a cada dia, itens como eletricidade e energia de baterias são os principais fatores que estão por trás não somente das mídias digitais, mas também dos equipamentos eletrônicos. Assim, se temos marketing digital, teríamos o marketing elétrico ou eletrônico. Gabriel (2010), quando se refere ao termo digital, assinala que ele somente terá sentido, em relação ao marketing digital, quando todas as plataformas e tecnologias forem 100% digitais, ou seja, todas as ações sejam tão somente digitais. Em um conceito mais direto sobre marketing digital, enfatiza que “é a soma de todas as tecnologias utilizadas para apresentar um produto ou serviço por meio eletrônico”. Segundo Crocco et al. (2006, p. 75), o termo marketing digital “está associado ao contato entre organização–mercado/consumidores suportado por meio digital, ou mais propriamente dito, a internet”. O marketing digital permite que as empresas aprimorem o relacionamento com seus clientes, pois a utilização de ferramentas de comunicação digital, como o e-mail marketing, ou então estratégias interativas, como fóruns ou enquetes, proporcionam uma aproximação dos usuários com a empresa e familiarização com os produtos/serviços. É o primeiro passo para a compra. (MORAIS, 2007, p. 89). É sabido que o meio digital veio para ficar, dessa forma, ocorrem novos estudos para identificar até que ponto esse meio de marketing terá alcance junto aos consumidores, principalmente o que eles desejam para satisfazer suas necessidades. É importante lembrar que a internet iniciou nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, pois era um meio onde as informações eram seguras e rápidas para serem distribuídas às tropas, deixando o oponente sem ideia do que iria acontecer. Assim, a internet não demorou a crescer e expandir para o mundo logo após o final da guerra. Agora, com tanta informação, existem outras guerras, as das notícias falsas, dessa forma é necessário ter muito cuidado e somente acreditar nas informações de sites com fontes seguras. Digital, assinala que ele somente terá sentido, em relação ao marketing digital, quando todas as plataformas e tecnologias forem 100% digitais, ou seja, todas as ações sejam tão somente digitais. 16 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL O consumidor está cada vez mais on-line, e através de alguns cliques ele tem, no aconchego de sua casa, o produto ou serviço solicitado. Muitos trabalham a partir da sua residência, fazem pesquisas, estudam, buscam diversões, relacionamento, entre tantas outras coisas possíveis que possam ser feitas digitalmente (TORRES, 2009). Kotler e Armstrong (2007, p. 146) afirmam que “o marketing on-line ou digital está sendo usado como uma ferramenta de comunicação cada vez mais eficaz; além de ser rápida, está crescendo constantemente, seja pelos avanços tecnológicos, ou pela mudança do comportamento do consumidor”. Com essa grande transformação no modo de vender os produtos, e com a facilidade de buscar informações, as empresas foram obrigadas a sair do meio físico, pois a demanda mudou de local, ou seja, o consumidor deixou de sair de casa e passou a comprar pela internet. Empresas como eBay, Amazon.com, Ponto.com, Americanas.com, Extra.com, Submarino.com, entre outras inúmeras organizações estão crescendo cada vez mais, pois encontraram na internet uma grande oportunidade de negócio, ou seja, entregar na casa do cliente os produtos adquiridos via internet através de alguns cliques (KOTLER; ARMSTRONG, 2007). Com a evolução dessa nova era da informação e globalização, as empresas foram obrigadas a buscar novas oportunidades pelo motivo da alta demanda dos clientes em querer satisfazer suas necessidades e desejos, portanto, os meios tradicionais de marketing que antes estavam atrelados à televisão, jornais, rádio e revistas, passaram a ser digitais. A popularização desse mundo cada vez mais digitalizado causou um grande impacto nos consumidores e nas empresas, e, claro, havendo a necessidade da transformação do marketing. Cada vez mais, novos canais digitais estão surgindo, bem como a necessidade de novas estratégias direcionadas para o consumidor, consequentemente proporcionando uma relação de troca entre cliente e empresa. Dessa forma, esses canais de comunicação digital possibilitam diversas funções, principalmente na divulgação das marcas, dos produtos, dos serviços, da propaganda e da publicidade (KOTLER, 2011). A primeira coisa a se entender é que continuamos falando de marketing e de consumidores [...] O consumidor é o mesmo, e seu comportamento on-line reflete os desejos e valores que ele traz de sua experiência na sociedade. As mudanças vêm da evolução do comportamento da sociedade, como no caso do novo Código de Defesa do Consumidor, que deu um novo impulso ao desejo das pessoas por mais respeito e proteção na relação de consumo. O consumidor se sente mais amparado com o novo código e explora muito bem isso pela Com a evolução dessa nova era da informação e globalização, as empresas foram obrigadas a buscar novas oportunidades pelo motivo da alta demanda dos clientes em querer satisfazer suas necessidades e desejos. 17 Introdução ao Marketing Digital Capítulo 1 internet. A grande diferença é que alguns comportamentos e desejos estavam reprimidos em função das restrições da comunicação em massa e da pressão da sociedade moderna sobre o indivíduo. O que a internet, de fato, fez foi abrir de novo as portas para a individualidade e para o coletivo, sem a mediação de nenhum grupo de interesse (TORRES, 2009, p. 63). Como esse mercado está crescendo cada vez mais, sob muitos aspectos e perspectivas, as organizações estão procurando manter um diálogo com seu público, facilitando identificar o que as pessoas desejam quando estão procurando as promoções, serviços e vantagens, e consequentemente, quem tem essa prática sai ganhando da concorrência (VAZ, 2010). Os consumidores querem tero_ de_2013>. Acesso em: 18 jan. 2018. TAVARES, M. O futuro interativo. Entrevista com Marcelo Sant’Iago. Revista Marketing. São Paulo: Referência, pp. 12-13, mar. 2005. TELLES, A. A revolução das mídias sociais: cases, conceitos, dicas e ferramentas. São Paulo: M. Books do Brasil, 2010. TORRES, C. A bíblia do marketing digital: tudo que você queria saber sobre marketing e publicidade na internet e não tinha a quem perguntar. São Paulo: Novatec, 2009. 136 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL CAPÍTULO 5 Inbound, Outbound e Content A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Compreender a utilização do Inbound, Outbound e Content � Identificar qual é o melhor método de aplicação dessas ferramentas. � Desenvolver novas técnicas no ambiente digital. � Aplicar novos modelos de interação com o consumidor on-line. 138 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL 139 Inbound, Outbound e Content Capítulo 5 Contextualização No marketing digital, como no tradicional, existem ferramentas de propagação para apresentação de uma publicidade, propaganda, promoção, entre outras situações que envolvem a distribuição de notícias, mensagens, vídeos, imagens etc. No entanto, tudo o que é compartilhado deverá ser verdadeiro, não importa se for pela internet ou boca a boca, a ética e a moral sempre deverão prevalecer, principalmente a verdade dos fatos e notícias. No marketing digital, como é muito fácil enviar para os usuários mensagens independentemente do formato, seja texto, vídeo, som e/ou imagem, deve-se ter o cuidado para não ser enviado em excesso, portanto, a organização deverá saber o limite para o envio utilizando as ferramentas Inbound, Outbound e Content. O marketing viral também é uma ferramenta muito usada nas mídias digitais, mas deve-se ter cuidado, pois existem dois lados, o bom e o ruim. O bom é quando a empresa envia sua publicidade e/ou propaganda para apresentar algum produto ou serviço, o lado ruim é quando uma notícia viraliza na internet com algo ou alguma situação que a empresa efetuou, prejudicando a imagem da organização. O marketing de busca é uma ferramenta muito usada pelas empresas para apresentar os seus produtos. Alguns exemplos usados no marketing de busca são o Google, Bing e Yahoo, os mais conhecidos. As empresas pagam um valor para que sua empresa apareça nas primeiras colocações quando o usuário decide buscar por um produto ou serviço. Por fim, nesse capítulo será apresentado o Marketing de Conteúdo e sua importância para as organizações. Inbound, Outbound e Content A cada momento existe uma tendência em que os profissionais de marketing e gestores das empresas devem estar preparados para identificá-la. No entanto não é algo fácil, mas que deve ser tomado como prioridade dentro de uma organização. Os consumidores passam por transformações quando estão procurando por um serviço ou produto. Normalmente, a primeira procura se dá sempre pelo meio digital. 140 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Um método que as empresas estão usando desde meados de 2005 é o Inbound Marketing, em que seu principal objetivo é transformar atrativa a marca para o consumidor. O termo Inbound ocorreu pelo grande aumento de propagandas e mensagens nas mídias digitais, mas para a maioria dos consumidores isso muitas vezes incomoda, assim surgiu o termo Outbound de marketing (HALLIGAN; SHAH, 2009). Com o tempo, o excesso deixou os consumidores exaustos e entediados da grande quantidade de mensagens, que na maioria das vezes adicionam ao spam, quando se trata de e-mails, mensagens pelo celular e WhatsApp, bloqueando a organização, e consequentemente perdem o contato com o consumidor. (HALLIGAN; SHAH, 2009). Quando se trata do Inbound Marketing, segundo Varanda (2010), é criar e enviar de forma eficaz as mensagens promocionais para que sejam recebidas positivamente, assim o consumidor apenas irá permitir receber quando estiver disposto e atraído pela empresa e/ou pela marca. Em 2005, Brian Halligan, CEO da HubSpot, cunhou o termo “Inbound Marketing”. O marketing “direcionado para dentro” é um conceito que se opõe ao “Outbound Marketing”, que é o marketing tradicional - alcançar o cliente com mensagens que chegam aonde ele estiver. Em vez disso, o Inbound Marketing busca produzir conteúdo útil ao consumidor, para que ele o encontre quando quiser resolver um problema ou atender a uma necessidade. O Inbound Marketing e o “marketing de permissão” partem da mesma premissa: o poder está cada vez mais com o consumidor e menos com o anunciante. Cabe ao consumidor escolher qual conteúdo consumir, e não ao anunciante interromper seu cotidiano com ofertas. Em 2015, faz mais sentido produzir um excelente blog sobre “como trocar uma lâmpada” (que é o que as pessoas vão digitar no Google) do que produzir banners “linda lâmpada espiral R$ 10,60” (ROCKCONTENT, 2015). Existe outro entendimento referente ao Inbound Marketing no Brasil, onde é utilizada a estratégia de Funil de Vendas estruturada em quatro etapas: 1) atração (attrac), 2) conversão (convert), 3) venda (close) e 4) pós-venda (delight). Quando este cliente percorre o funil, é atraído por um montante de conteúdos e que compartilhará com outros clientes que estejam procurando pelo mesmo serviço ou produto, dando uma continuidade e expansão ao fluxo (HUBSPOT, 2016). O Inbound Marketing também é conhecido como marketing de atração, ou seja, de atrair as pessoas, rompendo com os conceitos de marketing tradicional e apresentando um novo olhar que se baseia em ganhar o interesse dos usuários da rede de internet e formar potenciais clientes que procurem e encontrem as empresas (BURNES, 2008). A figura a seguir apresenta o fluxo Inbound de Marketing. 141 Inbound, Outbound e Content Capítulo 5 Figura 15 – Fluxo Inbound de marketing Fonte: Adaptado de Hubspot (2015). • Atração/atrair: nessa etapa é necessário propor conteúdos para atrair os consumidores e ser compartilhado nas redes sociais, disseminando para atrair a maior quantidade possível de interessados. • Conversão/converter: converter os visitantes em condutores (leads) para gerar a oportunidade de vendas. É interessante solicitar algo em troca de dados de contato ou o preenchimento de formulários pelo conteúdo que você está oferecendo, por exemplo, o endereço eletrônico. • Vendas/fechar: essa etapa é onde a empresa deverá desenvolver um relacionamento com seus condutores (leads), educando-os sobre o seu mercado através dos conteúdos pertinentes. A empresa irá encaminhar através dos e-mails que foram fornecidos com o formulário referente ao conteúdo desejado, pois o condutor (lead) estará pronto para efetuar a aquisição do produto ou serviço. • Pós-venda/encantar: nessa etapa é que ocorrerá um relacionamento de longo prazo, pois é necessário criar vínculos fidelizando o consumidor. É aqui que a organização encanta o seu cliente através dos conteúdos segmentados que passam pelo funil até que ele tenha novamente uma necessidade ou desejo, seguindo todo o fluxo novamente. É fundamental monitorar o seu cliente através das mídias sociais para identificar sobre o que os consumidores estão conversando a respeito da empresa ou de algum produto ou serviço novo. 142 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Inbound Marketing, ou o que muitos conhecem como o “novo marketing”, é uma metodologia e uma forma de pensar e fazer negócios relativamente recente. Seu foco principal, em contraste com o “Outbound Marketing” ou o “velho marketing”, é no desenvolvimento da jornada de compra de um potencial cliente, desde a sua atração até a retenção, respeitando, construindo e entendendo o momento ideal para fechar negócio. O Inbound Marketing pensa no relacionamento com o potencial cliente de forma progressiva. Em vez de “empurrar” um serviço/produto, o objetivo principalé criar valor para o seu negócio. Por isso, muitos o chamam também de marketing de atração (RESULTADOS DIGITAIS, 2015, p. 3). Segundo Godin (1999), ao se tratar do Inbound Marketing, a diferença entre o Outbound Marketing é que enquanto o Outbound apenas fica direcionado ao público, oferecendo produtos e serviços, o Inbound envolve o público, direcionando os clientes a pesquisarem a empresa. O Inbound Marketing atrai apenas os consumidores que realmente estão interessando nos produtos ou serviços oferecidos pela empresa, bem diferente do Outbound Marketing, que não cria segmentos e tenta envolver todas as pessoas, inclusive as que não têm interesse no seu produto. Como consequência ocorre o bloqueio da empresa, onde é possível bloquear nas mídias sociais. Segundo Piedharita (2015), o Inbound Marketing apresenta quatro características: 1) Cria conteúdos específicos que respondem às perguntas e necessidades básicas dos condutores (leads), e que sejam de fácil compartilhamento, tornando-se virais. 2) A cada etapa em que os condutores (leads) apresentam seus dados para as empresas, são necessárias ações exclusivas para cada segmento. 3) Tem a possibilidade de personalizar as mensagens através dos dados pesquisados para cada condutor (leads). 4) Com o resultado é necessária uma medição, e orientar novas ações que sejam mais eficazes. Portanto, o Inbound Marketing deverá focar, trabalhar e segmentar através do funil de vendas, ou seja, das etapas, para que apenas os interessados busquem o seu conteúdo, dessa maneira ficará mais direcionado e os custos de publicidade serão bem menores. Burnes (2008) apresenta no quadro a seguir, as diferenças técnicas do Inbound e do Outbound Marketing. 143 Inbound, Outbound e Content Capítulo 5 Quadro 6 - Diferenças técnicas do Inbound e do Outbound marketing Outbound Inbound Conteúdos impressos Blogs, e-books, white papers Anúncios na televisão Vídeos virais no YouTube Cold calling SEO (Search Engine Optimazation) Feiras e eventos Webinars Envio massivo de e-mails sem segmen- tação RSS Feeds – e-mails direcionados Fonte: Adaptado de Burnes (2008). Em um estudo mais aprofundado, Rancati, Codignola e Capatina (2015) apresentam no quadro a seguir uma abordagem entre as diferenças do Inbound e Outbound Marketing. Quadro 7 – Inbound e Outbound de marketing Abordagem de Marketing Técnicas Objetivos Exemplos Inbound Marketing SEO Geração de tráfego Títulos únicos e precisos, meta-tags, tempo de car- regamento das páginas, design responsivo etc. Blog Demonstrar con- hecimento Promoção da marca Estudos dos consum- idores e de mercado, Company Insights. Webinar Geração de tráfego Direcionamento para aprendizagem e market- ing. Redes sociais Geração de tráfego Promoção da marca Partilha de conteúdos rel- evantes. Outbound Market- ing SEM (Search En- gine Marketing) Geração de tráfego Google AdWords, anúnci- os Bing. Anúncios display Geração de tráfego Anúncios Quantcast, Adroll, publicações pre- mium. Programas de afiliados Geração de tráfego Baseados em conteúdo, utilização de cupões e de comparações de preços. Fonte: Rancati, Codignola e Capatina (2015). 144 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Nos quadros apresentados anteriormente, pode-se perceber a diferença entre o Inbound e Outbound de Marketing e que descreve a diferença entre o novo marketing baseado no digital, e o velho marketing baseado no marketing tradicional. É importante que as empresas estejam cientes de que o Outbound Marketing não está mais oferecendo o que o consumidor quer, e sim, um montante de produtos e serviços. O consumidor de hoje precisa de direcionamento e ser segmentado, pois ninguém tem interesse em tudo, portanto, a pesquisa e o preenchimento de dados e formulários são o primeiro passo para direcionar os produtos e serviços para o consumidor que tenha necessidade ou esteja desejando apenas aquele item. Quando são usadas essas estratégias de marketing para alcançar os consumidores, deve-se ficar atento e tomar os devidos cuidados com o conteúdo enviado e minimizar o possível excesso de quantidade de e-mails. Além das estratégias Inbound e Outbound Marketing, outra estratégia que deverá ser inserida, muito usada no marketing digital, é o marketing de conteúdo (Content), pois o que é enviado para o consumidor deverá chamar a atenção dele. Esses conteúdos têm a finalidade de levar as informações de interesse aos consumidores. Segundo Strutzel (2015, p. 55-56): Ao contrário do que possa parecer, produzir conteúdo não é tarefa das mais fáceis. Além do próprio conhecimento em si e da disciplina, é imprescindível elaborar um planejamento para esta atividade, com objetivos bem claros e definidos. A importância deste tema é tão grande que existe até uma área do Marketing com foco dedicado, é o Marketing de Conteúdo. Marketing de Conteúdo nada mais é que uma estratégia estruturada para elaborar e disseminar conteúdo relevante com o objetivo de atrair e reter clientes, fortalecendo a presença digital da marca. Em resumo, o Marketing de Conteúdo sustenta-se na premissa de que, ao fornecer algo de valor para o público, você está desenvolvendo um relacionamento saudável, baseado na confiança. Segundo o Content Marketing Institute, Marketing de conteúdo é uma estratégia aplicada para criação de distribuição de informações que possuem conteúdos relevantes para um segmento do público-alvo, nesse caso deve- se usar sempre o Inbound Marketing. Esses conteúdos são enviados nos mais diversos canais de comunicações digitais, e devem atrair, conquistar e envolver o 145 Inbound, Outbound e Content Capítulo 5 público, buscando um relacionamento que possa ser rentável para a organização. As empresas precisam estar cientes de que os consumidores digitais são outros, pois cobram a sustentabilidade e a interação entre ambos, a sociedade quer muito mais do que apenas comprar produtos e serviços (ARGENTI, 2005; BALMER; GRAY, 2003; HATCH; SCHULTZ, 2003, 2008; KNOX; BICKERTON, 2003 apud RODRIGUES et al., 2014). Para Halvorson (2012) marketing de conteúdo são ações estratégicas de informação e o planejamento da criação para a publicação e gerenciamento de conteúdo aproveitável e benéfico. Também deve levar em consideração o propósito da publicação, além somente da escolha do conteúdo. Para Halvorson (2011, p. 24), “[...] até que nos comprometamos em tratar conteúdo como um recurso crítico merecedor de planejamento estratégico e investimentos significativos, nós iremos continuar a lançar conteúdo insignificante em reação a pedidos não mensuráveis”. Kissane (2011, p. 4) complementa que: Não há realmente apenas um princípio central de bom conteúdo: ele deve ser apropriado para o seu negócio, para seus usuários, e para o seu contexto. Apropriado em seu método de entrega, em seu estilo e estrutura, e acima de tudo, em sua substância. Conteúdo estratégia é a prática de determinar o que cada uma dessas coisas significa para o seu projeto e como chegar lá a partir de onde você está agora. Qualquer informação que é enviada pela internet tem o poder de proliferar em uma enorme escala as mensagens, quase como propriamente um vírus, seja para proporcionar relacionamentos pessoais, comerciais, sociais. Esse método é ainda comparado com o marketing tradicional, ou seja, o marketing boca a boca em um mundo real. As mídias sociais têm um poder incrível de comunicação e proliferação, espalhando mensagens e os conteúdos em questão de segundos, disseminando como um efeito viral. Para Torres (2009, p. 76-77), “na internet, esse efeito de espalhar uma mensagem por meio do boca a boca, com o envio de uma mensagem de uma pessoa a outra, cria uma corrente que espalha a comunicação por milhares ou milhões de pessoas sem muito esforço”. 146 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Ainda existe pouca literatura sobre Inbound,Outbound e Content, dessa forma, para ampliar o conhecimento, assista aos vídeos a seguir: . . . . Atividade de Estudos: 1) Quando se usam os modelos de estratégias como o Inbound e Outbound, deve-se levar em consideração qual é o melhor formato e até onde a organização deseja alcançar o seu público-alvo. Ambos os modelos possuem suas vantagens e desvantagens, no entanto, para que a mensagem chegue até o seu destino final, que é o consumidor, uma das duas deverá ser usada. Em relação ao Inbound Marketing, assinale a alternativa correta: ( ) Enviar mensagens sem segmentação. ( ) Enviar mensagens de interesses dos consumidores após a segmentação. ( ) Deverá ser usado o método anúncios de display. ( ) As mensagens deverão ser genéricas para todos os públicos-alvo. Marketing Viral A base do viral pode ser identificado como algo relativo ou causado por um vírus, e é justamente essa a ideia do marketing viral, em que Vaz (2008, p. 67) define como “uma comunicação planejada ou não, mas que se espalha com um vírus”. Esse modelo e a forma de realizar a comunicação só foram possíveis com o avanço da internet, tornando-se uma ferramenta muito usada e fundamental para a propaganda e publicidade. No entanto, deve-se tomar cuidado para não exagerar na quantidade de mensagens para o mesmo usuário. https://www.youtube.com/watch?v=gYwIkTTo-Jk https://www.youtube.com/watch?v=-bh03z6dtgk https://www.youtube.com/watch?v=qyDfFub4QDw 147 Inbound, Outbound e Content Capítulo 5 Segundo Allen (2008), marketing viral é uma elaboração de estratégias de uma empresa por meio da internet, para que qualquer pessoa que esteja conectada tenha acesso a essas mensagens e que posteriormente encaminhe a outras pessoas. Ainda Allen (2008, p. 81) exemplifica que marketing viral é “uma técnica de marketing que utiliza as redes sociais e incentiva os consumidores a difundirem uma mensagem”. O efeito desejado pelo marketing viral é a propagação de uma determinada informação com o conteúdo desejado, e a internet é a melhor forma de fazer isso, pois é rápida e sua proliferação é muito elevada. Por mais que seja realizado via canais digitais de comunicação, o marketing viral é o marketing tradicional quando se fala do famoso marketing “boca a boca”, dessa forma, as mensagens e/ou informações são passadas pelas pessoas, grupos de relacionamento e/ou uma conversa de bar. Indiferentemente de qual forma ocorre o marketing boca a boca, é o marketing mais eficaz para promover uma marca, um nome, um produto, um serviço, entre outros, pois fica marcado na cabeça do consumidor (TORRES, 2009; FERREIRA, 2012). O marketing viral atua no sentido estratégico de capturar a atenção do consumidor e de fazê-lo, ao mesmo tempo, um agente de venda, ou dito de outra forma, possibilita a um receptor (passivo) a se tornar num emissor (ativo), buscando influenciar sua rede de convivência social on- line (ANDRADE; MAZZON; KATZ, 2006, p. 8). O marketing viral cada vez mais se destaca na internet como uma forma de apresentar a imagem da organização, bem como sua marca, qualidade, produtos e serviços que são oferecidos. A internet facilita a distribuição desse conteúdo, espalhando-o entre centenas de milhares de usuários conectados à rede mundial da internet, pois tem a capacidade de criar uma corrente sem muito esforço nos mais variados canais de comunicação digital (TORRES, 2009). O marketing viral tem a habilidade de influenciar um grande número de indivíduos, o mínimo esforço é necessário para implementar tentativas de influência, e a flexibilidade para desenvolver uma variedade de estratégias por meio de tecnologias da informação representam uma poderosa combinação que faz da influência por meio de redes sociais on-line consideravelmente mais acessível e persuasiva que nas interações interpessoais convencionais (SUBRAMANI; RAJAGOPALAN, 2003 p. 301). Por mais que tenha uma facilidade de propagação de mensagens através do compartilhamento das pessoas referente a algum conteúdo, o marketing viral possui algumas regras. Mesmo que haja exceções, alcançar o maior número 148 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL de usuários on-line é o requisito básico para a propagação dos conteúdos, no entanto, deve-se tomar cuidado, pois, como uma boa notícia tem certa facilidade de propagação, uma fake news também viraliza na internet. O marketing viral se propaga igualmente a um vírus pela rede mundial de internet. O marketing viral possui algumas características que devem ser levadas muito em consideração, principalmente através da internet. Torres (2009) apud Vicenzi (2017) apresenta essas características: • Distribuir produtos e serviços gratuitamente; é importante para a empresa apresentar seus produtos ou serviços, porém, muitas vezes é necessário fazer ele provar, principalmente se for algo como alimentação; claro que não é considerado oferecer um veículo gratuito para um cliente, mas ele poderá fazer um teste drive. É necessário fazer o consumidor provar o que está sendo oferecido, desde um produto ou um serviço. • Oferecer um meio do envio sem esforços para os outros; a partir do momento em que a empresa oferece algo gratuito, ela deverá ter uma estratégia para que esse produto chegue até o consumidor, ou seja, uma distribuição eficaz. O que importa nesse momento é saber como o cliente recebeu o produto útil e gratuito, assim, é com muita certeza que passará adiante para outras pessoas do seu grupo social, de uma forma fácil e sem esforço. • Ter acessibilidade do pequeno ao grande cliente; pode-se dizer que nesse caso é crescer do pequeno ao grande sem muito investimento ou grande empenho. É importante a organização, nesse caso, estar ciente do alcance dos seus produtos, é muito mais interessante fazer uma distribuição para algumas centenas de pessoas do que milhares de pessoas, o fato é que os custos dessa distribuição gratuita não sejam o ideal e, portanto, se poderá criar um problema financeiro. Nesse caso é interessante para o profissional de marketing atingir uma escala pequena de pessoas, mas atingir grandes proporções como marketing viral. • Identificar o comportamento e a motivação em comum; é necessário que a organização identifique esse comportamento do seu público-alvo e crie uma motivação para que as pessoas passem adiante a mensagem. • Usufruir dos mecanismos já existentes na internet; definir de forma clara qual é a ferramenta que a organização deverá usar, ou seja, não estamos falando de uma propaganda tradicional, portanto, o uso das redes sociais e dos meios de comunicação deve ser o foco principal da estratégia. O produto deverá ser adequado para cada ferramenta que se vai usar, ou seja, para o e-mail, um tipo de mensagem; para redes 149 Inbound, Outbound e Content Capítulo 5 sociais como Facebook, Twitter, Youtube, blogs, entre outros, outro tipo, e assim sucessivamente. A estratégia é você criar produtos e serviços que possam ser oferecidos na rede. • Aproveitar os recursos de terceiros; é importante para a organização minimizar os custos o máximo possível, portanto é necessário usar o que já existe no mercado, pois quando se trata de algo gratuito é necessário conter os custos, dessa forma a internet auxilia muito as empresas com o baixo custo, e a proliferação é muito grande. Abuse de todos os modelos de comunicação gratuitos da internet para promover seu produto ou serviço. Como se pode perceber, a internet é uma ferramenta muito importante para a organização que deseja usar do marketing viral, ela é gratuita, se propaga de forma rápida como um vírus, mas deve-se ter o cuidado para que a propagação seja para a construção da imagem da organização e não ao contrário (VICENZI, 2017).Para facilitar o entendimento, a seguir são apresentados alguns exemplos de marketing viral. 1) A Dove tem trabalhado um branding voltado para uma empresa que prega o empoderamento feminino e que trata de todos os tipos de beleza real. Uma dessas campanhas, a “Choose Beautiful”, promoveu uma ação em cinco países pelo mundo onde mulheres tinham de escolher entre a porta “Bonita” ou “Comum” para passarem. Segundo a CEO do Youtube, Susan Wojcicki, anúncios que mostram uma mensagem forte feminina têm duas vezes mais chances de não ser pulados. Ela também afirma que mulheres entre 18 e 34 anos têm até 80% mais chance de compartilhar ou curtir uma campanha que mostre empoderamento feminino. 2) A cervejaria holandesa Heineken fez uma campanha recente que foi veiculada na UEFA Champions League, evento do qual é patrocinadora. Ao trabalhar um clichê de que homens tentam enganar as namoradas para poder assistir à final do campeonato, o desfecho surpreende quem assiste e por isso criou um buzz nas redes sociais. A peça teve mais de 4 milhões de visualizações em menos de 18 horas no Facebook e uma grande quantidade de comentários elogiosos, especialmente de mulheres que se sentiram representadas. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 25 jan. 2017. 150 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Quando a organização decide fazer uma publicidade, ela deverá ter o cuidado para não denegrir pessoa alguma, seja com a raça, cor, orientação sexual, entre outras, isso poderá manchar a imagem da empresa, e para reparar essa gafe é muito difícil, mesmo que não tenha sido intencional. Atividade de Estudos: 1) Descreva com suas palavras os motivos para que a empresa deva usar o marketing viral para propagar um conteúdo de publicidade para chamar a atenção dos usuários na rede mundial da internet. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Marketing de Busca Com um enorme número de informações na internet, ocorreu uma grande dificuldade para procurar e encontrar o conteúdo que efetivamente o usuário deseja, dessa forma, o processo de busca foi obrigado a se transformar. Para um melhor entendimento, segundo Silveira (2002, p. 89), marketing de busca é “um mecanismo com um banco de dados que ajuda as pessoas a encontrar informações na internet de acordo com palavras ou termos digitados pelos usuários”. No início da internet apenas havia catálogos de sites off-line com poucos conteúdos com referências, para se obter uma informação era muito difícil e apenas usuários avançados tinham esse conhecimento (FORMAGGIO, 2010). 151 Inbound, Outbound e Content Capítulo 5 Zander (2009) descreve que as ferramentas de busca nos primórdios da internet não eram eficientes em comparação com as atuais, e o processo de procura não era amigável ao usuário. Porém, nos dias atuais, temos um contexto muito diferente e fácil para utilizar e é possível buscar quase tudo na internet através das ferramentas disponíveis atualmente. Como existem cada vez mais informações na internet, a busca tornou- se de grande importância para os usuários e para as empresas, até podendo influenciar o mercado, dependendo da estratégia usada pelo marketing. Gabriel (2012, p. 211) descreve que: O sucesso dos mecanismos de busca é indiscutível. [...] As opções de busca na web são inúmeras e irresistíveis. Há sempre algo interessante a ser encontrado. Simples buscas de palavras isoladas a busca de trechos completos de textos, busca por imagens, cor, músicas, buscas com refinamentos booleanos, conversão de unidade de medidas, definições idiomáticas, calculadoras, busca de imagens, visualização de imagem por satélite etc. O marketing de busca é um mecanismo em que sites de procura deixam armazenadas as home pages, links, imagens, vídeos e tantos outros conteúdos para facilitar o usuário quando este deseja pesquisar algo do seu interesse. Os buscadores mais conhecidos na atualidade são o Google, Bing, MSN e Yahoo. “Buscadores são sistemas designados para buscar a informação desejada e, portanto, quanto mais adequada for ao resultado apresentado pelo buscador e quanto mais rapidamente ele trouxer esse resultado, mais útil ele se torna” (GABRIEL, 2009, p. 31). Essa modalidade de pesquisa melhorou nos últimos anos, pois com o desenvolvimento de novos algoritmos, é possível fazer muitos filtros para encontrar o que o usuário deseja, no entanto, como existe muito “lixo” digital, com o excesso de conteúdo, muitas vezes fica difícil encontrar o que se deseja. Gabriel (2012) descreve dois modelos de resultados apresentados quando um usuário faz uma pesquisa nos sites de procura, o primeiro é resultado de procura natural (orgânica), e o segundo, de resultados de busca paga (links dos patrocinadores). No modelo orgânico, são resultados de busca natural levando em relação à relevância do site pesquisado por uma palavra-chave. Já no modelo de pesquisa por links patrocinados, geralmente pagos, a relevância da palavra-chave é oferecida por um anunciante, ou seja, ele tem a preferência na ordem da pesquisa realizada pelo consumidor (GABRIEL, 2012). 152 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Gabriel (2012 p. 348) ainda afirma que “mecanismo de busca ou buscador é usado para designar um sistema de recuperação de informações que tem a finalidade específica de auxiliar na busca de informações armazenadas em ambientes computacionais”. Para aumentar o conhecimento sobre o modelo de marketing de busca, faça uma leitura do livro de Martha Gabriel - Marketing na era digital – Editora Novatec. Como foi apresentado anteriormente, muitas são as mudanças que ocorrem com a internet, e o marketing foi obrigado a sair do tradicional para o digital, isto é, nessa era da busca ocorreu uma inversão, antes era a empresa que enviava informações, como folders, e-mails, anúncios, entre outros, hoje é o consumidor que vai em busca da empresa. Lógico que a organização deverá ter acesso pela internet e criar uma publicidade para ser encontrada através dos buscadores e links patrocinados (GABRIEL, 2012). Esse modelo de marketing é cada vez mais usado, pois, através dos dados das empresas que gerenciam o sistema de busca, auxilia as organizações a aumentar o seu potencial de vendas através das pesquisas, identificando o que o consumidor deseja. Um exemplo muito comum é quando procuramos por algo na internet e aos poucos aparecem mensagens e links sobre o que estávamos procurando, no entanto, em um momento isso se torna cansativo e muitas vezes desagrada ao consumidor. A estratégia é muito boa para influenciar o consumidor à marca, ao produto ou ao serviço, mas deve-se ter o cuidado para não ser em excesso. Empresas que não investem nos links patrocinados correm o risco de serem esquecidas pelos consumidores, dessa forma, quanto mais visíveis a marca, o produto e/ou serviço, maiores serão as chances de efetivar vendas. 153 Inbound, Outbound e Content Capítulo 5 Atividade de Estudos: 1) As empresas estão cada vez mais fadadas a estarem digitais, caso contrário perderão mercado, e com os indivíduos cada vez mais informados, buscando informações em relação ao produto ou serviço, seja por necessidade ou por desejos, é fundamental que as organizações invistam cada vez mais em plataformas digitais, e para melhorar a audiência, a internet é um dos lugares que poderá promovê-la. Em relação aos buscadores, descreva a importância de a empresa investir nesse modelo de marketing. ____________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ O INBOUND MARKETING É UMA ESTRATÉGIA QUE DÁ RESULTADOS? O Inbound Marketing é a estratégia de marketing interna e integrada que exige pesquisa e planejamento para conhecer muito bem o seu negócio, sua marca e seu público. Dessa forma, seu primeiro objetivo é – com um processo de resultados a médio/longo prazo – atrair visitantes para o seu site através de conteúdo (de forma orgânica) junto com anúncios pagos do Google ou das redes sociais. Depois disso o Inbound vai te fazer transformar seus visitantes em leads, ajudar a nutrir esses leads com conteúdo para se tornarem consumidores, e quando bem encantados com toda a sua estratégia de Inbound, eles irão indicar sua empresa ou seu produto para outras pessoas, formando um uma estratégia que dá resultados. 154 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Parece mágica, mas o Inbound Marketing realmente faz tudo isso quando se tem uma estratégia bem executada. Através do SEO você vai otimizar site e páginas de conteúdo do blog para mecanismos de busca: isso inclui a experiência do usuário, facilidades de acesso, palavras-chave de acordo com o que seu cliente procura. Graças ao Inbound Marketing o seu trabalho é o de atrair visitantes, convertê-los em leads, fechar a venda e depois encantar os seus clientes com uma qualidade de conteúdo e serviço ininterrupta. Negócios que acertam nesses requisitos estão na elite do marketing. Então, como otimizar nosso conteúdo para atrair leads? PLANEJAR É ESSENCIAL PARA UMA ESTRATÉGIA DAR BONS RESULTADOS Se tornou sua obrigação, como profissional qualificado, se certificar de que a informação está chegando ao lead na hora certa, no formato ideal e nas plataformas mais adequadas. É aí que a estratégia de Inbound Marketing começa. Tudo o que você precisa é conhecer o seu negócio a fundo, sua área de atuação e o seu cliente. Alguns pontos para ajudar no planejamento: • Defina o seu negócio 1 Quais são os indicadores-chave que você quer medir? 2 Quais suas metas de receita? 3 Aonde você quer chegar com o seu empreendimento? 4 Como é o seu processo de vendas? • Estude a sua área de atuação Esteja à frente de tudo, saiba onde está pisando e o que está para acontecer. Esteja a par das inovações e atualizações. A pesquisa sobre a área é essencial para cada passo do Inbound. Pense em algumas questões como: 1 O que os seus concorrentes fazem em relação a conteúdo na web? 155 Inbound, Outbound e Content Capítulo 5 2 Quais os principais eventos e as inovações da área? 3 Tem algum mercado, alguma feira de B2B acontecendo para participar e se informar? 4 Quais as estatísticas? • Entenda o seu cliente A principal dica para entender o seu cliente melhor é se aliar à equipe de vendas. Ninguém melhor para conhecê-lo do que quem tem um relacionamento direto. Ou seja, a equipe de vendas tem muita informação e insights sobre o que seus potenciais consumidores querem e quais são seus problemas. Algumas questões importantes: 1 Quais são as cinco principais questões que as vendas fazem aos clientes? 2 Quais são os principais problemas do cliente quando chegam até a empresa? 3 Quais são os dados demográficos dos clientes? Além de conhecer muito bem esses três aspectos essenciais, seja via mídias sociais ou mecanismos de busca como o Google, todos sabemos que o investimento em anúncios é um grande companheiro de quem está começando na web ou para quem precisa lançar um novo produto no mercado. O plano de mídias bem elaborado é ideal para a boa estratégia de Inbound Marketing que dá resultados. Esta é a parte mais específica do marketing: conhecer os canais e as possibilidades de atuação. Conheça cada opção orgânica ou paga para aparecer ao seu público. QUAL A RELEVÂNCIA DE CONHECER O PÚBLICO CERTO? Todos os clientes em potencial são diferentes um do outro. Não se esqueça de considerar o contexto da sua audiência. Quando construir suas personas, você também cria protocolos claros de como a equipe de vendas deve administrá-los. Você deve especificar as características do seu lead e encaixá- las no seu devido lugar, de acordo com quem deve trabalhar com cada um deles. 156 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Eles geralmente são divididos em quatro categorias de leads: • Lead • Marketing Qualified Lead (MQL) • Sales Qualified Lead (SQL) • Oportunidade A IMPORTÂNCIA DE TER UM SITE RESPONSIVO E UM BLOG COM CONTEÚDO EXCELENTE Postar conteúdo relevante é como você atrai tráfego orgânico para as suas páginas e é uma tática altamente recomendada se esse é um dos seus objetivos. Boas landing pages também são essenciais para transformar visitantes em leads. É oferecendo algo em troca que você consegue o contato deles, como um e-book, tabelas já montadas, demonstração do produto etc. Depois disso você pode enviar conteúdos mais específicos de acordo com o potencial cliente quer. Para isso, a sua landing page deve ser objetiva, simples e com um call-to-action bastante convidativo. Dessa forma, você vai alcançar a estratégia que dá resultados que tanto procura. Bom conteúdo também é importante Formadores de opinião estão envolvidos no processo de compra. Essa é a grande questão do marketing de conteúdo. Os clientes se informam antes de comprarem, como o Zero Moment of Truth já nos mostrou. O ZMOT mudou completamente o modo como os consumidores agem para se decidirem sobre uma compra. Quando as pessoas falam sobre o blog ser a chave para o crescimento do empreendimento, não é mentira. Blog e conteúdo premium são o controle remoto universal do Inbound Marketing. Então fique atento para: • Publicar o conteúdo correto. • Publicar conteúdo consistentemente. • Determinar o foco ideal. • Conteúdo Premium (serve para converter os visitantes anônimos, 157 Inbound, Outbound e Content Capítulo 5 atraídos pelo blog, em leads que você possa nutrir com informação relevante e transformá-los em clientes). • Tente diferentes tipos de conteúdo: arrisque nos vídeos, PDF, estudos de caso e infográficos para sair da mesmice. Também não adianta ficar apenas nos posts do blog, é necessário ir além e trabalhar em conteúdos mais densos e onde você possa explorar melhor os temas de interesse do seu público- alvo. Com consumidores tão conectados e informados, você precisa ser a referência em um determinado assunto, e você vai conseguir isso através da produção de bons conteúdos que ajudem o seu potencial cliente a se educar melhor e estar mais preparado para a compra. O ALINHAMENTO ENTRE A EQUIPE DE MARKETING E VENDAS O caminho para o sucesso é unir os esforços do marketing e das vendas, não falhando na comunicação entre um e outro. Na maioria das vezes, os problemas entre essas duas equipes são causados por conteúdos mal transmitidos à equipe de vendas ou leads mal qualificados, sendo que só os com grande potencial de vendas devem ser nutridos para que não se perca tempo. Uma pessoa cuidando de todo o processo é ineficiente e caro. Por isso que cada lead deve ser encaminhado para o setor correto: ou para o marketing, ou na transferência entre marketing e vendas, ou nas oportunidades. Para ajudar com isso e alcançar a estratégia que traz resultados, o marketing pode criar uma pasta compartilhada na intranet ou no CRM, ou até mesmo no Google Drive para adicionar o conteúdo para educar os prospects de vendas. Use os dados do marketing para ajudar as Vendas, assim como as Vendas também devem compartilhar suas informações sobre os clientes para ajudar o marketing. E é através de todo esse processo e união que o Inbound Marketing é uma estratégia que traz bons resultados. Um trabalho 158 FUNDAMENTOS EM MARKETINGDIGITAL minucioso que faz com que os negócios cresçam na direção correta. Se você precisa de ajuda para colocar tudo isso em prática na sua empresa, nós podemos te ajudar. A Future é uma agência de marketing especializada em Inbound Marketing e focada em resultados concretos. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 25 jan. 2017. Algumas Considerações Nesse capítulo foram apresentadas algumas ferramentas para encaminhar informações e manter contato com o consumidor através das mídias sociais nos mais diversos canais de comunicação. O Inbound Marketing, conhecido como o novo marketing, em que se usam ferramentas com envio em massa, ou o Marketing Viral, para promover os produtos e serviços da empresa. No entanto, deve-se tomar cuidado para não exagerar na quantidade de e-mails, links, entre outros, para não desagradar o consumidor, deixando-o insatisfeito e muitas vezes até bloqueando a empresa. O Outbound Marketing, conhecido como o velho marketing ou marketing tradicional, em que essa ferramenta é cada vez menos utilizada em relação à publicidade e propaganda. Também tem o marketing de conteúdo, que quando usado no Inbound e Outbound, deve-se tomar cuidado com o que está sendo informado, pois uma má interpretação poderá manchar a imagem da organização. O marketing viral é uma ótima ferramenta para propagar informações da empresa, no entanto, deve-se cuidar com as fake news. Por fim, a importância de usar o marketing de busca para melhorar a audiência da organização, quando um cliente está procurando pelo produto ou serviço que a empresa oferece, sendo um dos primeiros e das primeiras páginas quando o usuário faz a pesquisa. Empresas que não utilizam essa ferramenta estão fadadas e ficarem estagnadas ou até mesmo perder mercado e, consequentemente, o seu fechamento. https://futuremarketing.com.br/noticias/a-importancia-do-inbound-marketing/ https://futuremarketing.com.br/noticias/a-importancia-do-inbound-marketing/ 159 Inbound, Outbound e Content Capítulo 5 Referências ANDRADE, Josmar; MAZZON, José Afonso; KATZ, Sérgio. Boca a boca eletrônico: explorando e integrando conceitos de marketing viral, buzz marketing e word-of-mouse. In: EMA – Encontro de Marketing da Anpad 2006, 2006, Rio de Janeiro. Anais do EMA 2006 – Encontro de Marketing da Anpad 2006, 2006. ALLEN, Kevin. Viral marketing: 100 success secrets. Lightning Source, 2008. BURNES, R. (2008). 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Acesso em: 27 jan. 2018. 162 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL CAPÍTULO 6 Estratégias de Mídias On-line e Off-line A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Identificar novas estratégias para utilização do marketing on-line e off-line. � Analisar a necessidade e os procedimentos no desenvolvimento do relacionamento com o consumidor. � Aplicar novos modelos de estratégias aos consumidores com auxílio das mídias sociais. � Identificar métodos e técnicas para a viabilidade do ambiente on-line e off-line. 164 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL 165 Estratégias de Mídias Online e Offline Capítulo 6 Contextualização As organizações estão buscando qual é a melhor ferramenta para alcançar o consumidor, mas de certa forma, é necessário fazer pesquisas de mercado e verificar a viabilidade do negócio e onde deseja investir. Muitas empresasnão possuem conhecimento suficiente para identificar qual é a melhor ferramenta de marketing que poderá ser usada para conquistar o consumidor, seja ele o tradicional ou o digital. No presente capítulo serão apresentados os modelos de marketing on-line e off-line, suas vantagens e desvantagens e os procedimentos que podem ser usados para alavancar as vendas e consequentemente motivar o consumidor a comprar produtos ou serviços do seu negócio. O fato é que tanto nas promoções on-line ou off-line, deve ser verificada em qual momento oportuno deverá ser utilizada para a divulgação do negócio da empresa. As estratégias, quando usadas corretamente, podem alavancar as vendas da empresa ou simplesmente não afetar a vontade do consumidor, pois seu comportamento é muito diferente do digital para o tradicional. Basicamente, cada tipo de marketing, seja on-line e/ou off-line, tem alcances limitados caso o desejo seja atingir todo o público, usando apenas uma delas, portanto, a necessidade de usar os dois modelos de marketing para influenciar um maior número de pessoas a comprar na organização. É importante lembrar que cada modelo de marketing, seja ele on-line e ou off- line, tem como objetivo a informação, mas para que isso ocorra de forma correta, a empresa deverá fazer uma pesquisa e posteriormente um planejamento, que será visto no decorrer do curso. Um planejamento de marketing criativo, com objetivos, missão e valores bem definidos, pode garantir o sucesso da empresa, tudo depende aonde a organização deseja chegar. 166 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Marketing e Mídias On-line e Off-line O marketing possui duas formas para a promoção de uma propaganda ou publicidade para atingir o consumidor final, o marketing on-line e o marketing off- line, e ambos os formatos possuem alcances limitados, e, portanto, a necessidade de usar as duas formas depende da estratégia da empresa, dos segmentos e do público-alvo. O plano de mídia tem a necessidade de refletir estratégias e táticas, definindo a parte criativa da campanha e as ferramentas com que se relacionará com o público. Também é importante pesquisar o que já trouxe de acerto e o que não ocorreu de forma satisfatória em campanhas anteriores. Claro que existe um número maior para limitar ou abranger até onde a empresa deseja chegar, portando, é necessário seguir os objetivos e as metas através de um planejamento estratégico, e tudo se resume a isso. Faça uma leitura no blog da Atalho e veja algumas dicas para o planejamento estratégico do plano de mídia. Disponível em: . Acesso em: 25 fev. 2018. Para um melhor entendimento Benetti (2016) descreve as diferenças entre o marketing on-line e o marketing off-line. 1 Marketing off-line: a própria palavra descreve que off-line quer dizer fora da rede de internet, utilizando os meios convencionais, principalmente a televisão, rádio, outdoors e mídias impressas, nada é feito através da internet. Esse modelo de marketing é aquele que estávamos acostumados nos formatos tradicionais, antes da era digital, que alterou de forma rápida o comportamento das empresas em relação ao mercado e dos consumidores em relação ao seu consumo. Por mais que existe a distribuição de “folhetinhos”, esse tipo de marketing ainda funciona e dá resultados, portanto ainda não foi abandonado. Esse modelo tradicional traz resultados, ele abre oportunidades para a promoção e divulgação nas mídias digitais. Nos dias atuais, as pessoas estão assistindo à televisão, mas ficam ao mesmo tempo navegando na 167 Estratégias de Mídias Online e Offline Capítulo 6 internet, dessa forma o consumidor está acostumado com os diversos tipos de mídias, sejam digitais ou tradicionais. Esse tipo de marketing off-line é ainda muito usado pelas empresas, para aquelas que usam uma estratégia mais segmentada, ou ainda para melhorar e reforçar a imagem e a identidade da marca em conjunto com o marketing on-line. Por ser mais difícil de mensurar, o marketing off-line é considerado um custo muito elevado e os resultados geralmente não são imediatos e diretos (BENETTI, 2016). 2 Marketing on-line: conhecidas como marketing digital, são todas as mídias que englobam o uso da internet. O intuito é buscar um envolvimento com os clientes usando conteúdos para atraí-los mais naturalmente e captar informações sobre eles, o que auxilia a estudar o comportamento do público que deseja segmentar. Os custos através das mídias digitais, que usam a internet, são muito mais reduzidos do que um marketing na televisão no horário nobre. Sua abrangência e eficiência são muito maiores, pois a maioria das pessoas já possui acesso à internet e, principalmente, ela dá a oportunidade de a empresa realizar a interação, bem como fazer ajustes, em tempo real caso necessário, além de auxiliar e identificar o comportamento do consumidor. A mensuração no marketing digital é muito mais fácil de ser realizada do que no marketing off-line. Por exemplo, mesmo que possa medir a audiência da televisão, não há como comprovar que o consumidor prestou atenção no momento em que a propaganda foi passada, pois muitas vezes é o momento que ele sai da sala e vai fazer suas necessidades básicas, como ir ao banheiro, tomar água, comer alguma coisa, entre outros. No entanto, quando se usam as mídias on-line, como e-mail marketing, é possível mensurar as taxas de visitantes no site, através da abertura da mensagem, se foi para o spam, rejeição, compartilhamento, curtidas, tendo indicadores muito mais precisos. O marketing on-line trabalha mais o inbound (Capítulo 5) em que os consumidores são atraídos pelo conteúdo da empresa e naturalmente inicia-se uma relação com ela (BENETTI, 2016). 3 Marketing off-line: O marketing off-line é a forma mais tradicional de marketing e consiste no uso de diversas ferramentas para a promoção e propagação de produtos e serviços. Alguns dos recursos que estão dentro do marketing off-line são a utilização de panfletos, folders, propaganda impressa em revistas e jornais, envio de mala direta, propaganda em rádio e televisão, organização de eventos, ações no ponto de venda, entre outros. O marketing on-line, por sua vez são todas as estratégias de marketing aplicadas ao meio digital. Ou seja, o objetivo é o mesmo: propagar um produto, serviço ou marca, porém as ferramentas são diferentes (DIAS, 2016). 168 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Figura 16 – Marketing on-line x marketing off-line Fonte: O autor. Possibilidades para Combinar Marketing On-line e Off-line Segundo Benetti (2016), a tendência em relação ao marketing on-line e off- line é que ambas caminhem juntas, e que estejam integradas para impactar os consumidores em todos os lugares que sejam possível atingi-los, tendo maior abrangência e com maiores chances de sucesso. Um exemplo é quando uma propaganda realizada na televisão pode indicar aos consumidores, que através de sites, rede sociais, canais de Youtube, eles podem acessar e buscar informações da empresa mais facilmente, e inicia-se a interação, através das enquetes, chats, entre outras ferramentas (BENETTI, 2016). Notari (2016) salienta que o marketing tradicional ou o off-line ainda possui muito espaço para ser usado nas estratégias promocionais, mas com a popularidade do e-commerce, foi necessário planejar ações estratégicas mais específicas para o mundo digital, no entanto, a integração entre o marketing on-line e off-line pode produzir bons resultados de sucesso para a empresa e a marca. 169 Estratégias de Mídias Online e Offline Capítulo 6 Estudos recentes efetuados pela Forrester Research indicam que 79% das pessoas que recebem uma comunicação off-line tem interesse em procurar na internet o produto para posteriormente comprá-lo. Isso demonstra que asduas estratégias de marketing sejam elas off-line e on-line, juntas têm grande possiblidade de sucesso, ou seja, uma auxilia a outra no objetivo final que é a prestação de serviço ou a venda de um produto (NOTARI, 2016). Alguns modelos de marketing são muito simples de serem realizados para ambos os modelos, seja on-line ou off-line, por exemplo: a) Do real para o virtual: esses materiais são muito bem recebidos pelas pessoas, como um banner ou material PDV, que possui um quiz ou enquete que podem ser respondidos pela internet. Outra ferramenta também muita usada é o QR Code, acessado por um dispositivo móvel que ao fazer a leitura leva o usuário a uma página ou site específico da empresa, ou para uma publicidade ou propaganda, ou ainda para uma pesquisa. Outro exemplo que pode ser usado de fácil aplicação é através das redes sociais, assim pode-se estimular o público-alvo a registrar os momentos bons que teve com os produtos e ou a marca e compartilhar os vídeos ou fotos nas plataformas como Facebook, Instagram e Twitter. Quando se oferece um benefício sempre irá motivar as pessoas a realizarem o compartilhamento, consequentemente valorizando a marca e a imagem da organização (NOTARI, 2016). b) Do virtual para o real: uma empresa em Cingapura unificou o uso do marketing on-line e off-line e criou uma campanha interessante e criativa, com o QR Code. Ao chegar no bar os clientes tinham acesso a um chat on-line, em que poderiam bater um papo com outros clientes e, se fosse o caso, pagar uma bebida, e a partir dessa interação eles conversavam cara a cara. O bar ganhava com a venda do drink extra e ganhava fama, com um serviço como se fosse um aplicativo de paquera (NOTARI, 2016). A junção dos dois tipos de marketing não é mágica e é necessário que seja bem planejada, desde as ações complexas até as mais básicas. O cuidado que se deve ter é com a linguagem, podendo não aparecer o resultado esperado. Apesar da facilidade de integrar as mídias on-line e off-line, elas possuem diferenças de linguagem e codificação entre si (NOTARI, 2016). As empresas precisam estar informadas de todas as novidades que podem ser usadas conforme o seu ramo de negócio, portanto, é necessário pesquisar as reais necessidades do público, pois deve-se levar em consideração as particularidades de cada negócio (NOTARI, 2016). 170 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL A figura a seguir a seguir apresenta a integração do marketing on-line com o off-line para conquistar ao mesmo tempo os dois tipos de consumidores, o digital e o tradicional. Figura 17 – Integração Do On-Line E Off-Line Fonte: O autor. Benefícios do Marketing On-line e Off-line O marketing off-line pode ser usado em regiões onde não há acesso à internet, ou regiões mais pobres, mas que exista potencial de compra, claro, dependendo do que será oferecido pela empresa. Para essa parcela da população ainda é vantajoso utilizar mídias, como o rádio e a televisão, pois, mesmo que tenham um smartphone, nos lugares mais distantes como na zona rural, existe uma dificuldade de conexão (DIAS, 2016). Fica claro que é importante que o modelo de marketing que será usado depende muito do público a ser alcançado. A credibilidade das mídias tradicionais, como rádio, jornais, revistas e televisão associa melhor a marca da empresa quando realizada a longo prazo. Um exemplo é o Bombril, todos lembram do ator que faz a propaganda, portanto, a televisão marcou as pessoas em relação à marca (DIAS, 2016). O marketing on-line tem como benefícios o baixo custo de investimento comparado com o marketing off-line. Nesse caso, a empresa pode definir ações de acordo com o valor que consegue investir, podendo otimizar o orçamento, pois, no caso das mídias on-line, existe um grande número de ferramentas que poderá segmentar e atingir apenas o público que foi definido no planejamento. 171 Estratégias de Mídias Online e Offline Capítulo 6 A segmentação, nesse caso, é uma das possibilidades que pode ser usada no marketing on-line e ser definida de acordo com a idade, classe social, sexo, interesses etc. (DIAS, 2016). Outro benefício, segundo Dias (2016), é a capacidade de mensurar e obter dados da campanha realizada pela empresa, podendo identificar os acertos e erros e reparar o mais rápido possível. Atividade de Estudos: 1) Muitas empresas ainda possuem uma mentalidade que quando está se usando um modelo de marketing não é necessário utilizar outro, mas ao longo do texto percebe-se que essa mentalidade não está de acordo com os dias atuais e com a globalização. Em alguns casos, a má administração, ou seja, a falta de um plano de marketing com uma estratégia que não atende ao mínimo necessário para que ocorra a expansão da organização, revela as deficiências quando se trata de marketing on-line e off-line. Em relação ao marketing on-line e off-line, assinale V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas. ( ) O outdoor é considerado um modelo de marketing on-line. ( ) A televisão é considerada um modelo de marketing on-line. ( ) Todas as estratégias de marketing que usam a internet são modelos on-line de propaganda e publicidade. ( ) O marketing on-line utiliza o inbound, que através do conteúdo busca um relacionamento com os consumidores. Agora assinale a sequência correta. ( ) V – V – F – F. ( ) F – F – V – V. ( ) V – V – V – F. ( ) V – F – V – F. 172 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Estratégias do Marketing On-line e Off-line Em um mundo cada vez mais competitivo e globalizado, as organizações precisam satisfazer os desejos e necessidades dos consumidores, porém isso não é uma tarefa fácil, pois demanda tempo e dinheiro. As empresas para conquistarem o mercado precisam criar estratégias de marketing, e focar nas tendências que são reveladas através de pesquisa de mercado. Com o crescimento da internet, as empresas foram obrigadas a rever suas estratégias, pois apenas o marketing tradicional não estava mais alcançando todas as classes sociais, ou a todos os públicos que o produto ou serviço poderia alcançar. Dessa forma, a necessidade de tomar decisões foi contemplada com a junção do marketing off-line com o marketing on-line. Vale lembrar que o objetivo do marketing, segundo Kotler e Armstrong (2007), é satisfazer as necessidades e desejos dos consumidores e alavancar o negócio da empresa para um melhor posicionamento de mercado. O marketing se fundamenta no alcance de metas da empresa que busca a satisfação do consumidor de forma mais eficiente em relação aos concorrentes. Quando se trata das estratégias de marketing de forma realmente efetiva, para que a empresa seja competitiva, a necessidade de adaptar-se é fundamental para atender aos anseios e desejos dos consumidores e principalmente estar à frente dos concorrentes (KOTLER, 2012). A organização antes de estar no mercado precisa definir o seu posicionamento, nada adianta estar em todos os mercados (atirar para todos os lados) e não alcançar as metas de crescimento. Portanto, é necessária a realização de análises da concorrência, desenvolver um mix de marketing utilizando os quatro Ps, (Produto, Preço, Praça e Promoção), em que todos estejam em sintonia e apenas dessa maneira é possível levar a organização a ter uma vantagem competitiva no mercado em relação às outras empresas (KOTLER, 2012). Kotler (2012) salienta que a forma mais eficiente para alcançar as vantagens competitivas é através de um programa de marketing, coordenando eficazmente os compostos a partir dos valores e ofertas aos consumidores. Também é importante que a empresa estude o comportamento do consumidor para um melhor entendimento, pois a partir dessas informações serão tomadas ações no mercado. Os consumidores têm o poder de forçar o mercado a reduzir 173 Estratégias de Mídias Online e Offline Capítulo 6 preços e melhorar a qualidade, caso contrário,ele muda de fornecedor, portanto, um atendimento de qualidade gera satisfação do consumidor (PORTER, 2004). É importante lembrar que para uma estratégia é necessário um planejamento. Não pode haver dúvida que o planejamento é essencial quando consideramos o ambiente cada vez mais hostil e complexo em que as empresas funcionam. Centenas de fatores externos e internos interagem de um modo desorientadoramente complexo afetando a maneira das empresas conduzirem seus negócios (MACDONALD, 2004, p. 22). O planejamento estratégico dever estar relacionado aos objetivos e metas de longo prazo da organização, levando em considerações as ações que devem ser feitas para alcançá-los e que provavelmente afetarão a organização como um todo. De responsabilidade da gestão do alto nível da empresa, o planejamento estratégico deverá ser conceituado como um processo gerencial que auxilia os executivos na tomada de decisão para estabelecer o rumo que deverá ser seguido pela organização (MACDONALD, 2004). Com o novo advento da internet, o mundo se tornou mais integrado e globalizado, pois as informações são enviadas instantaneamente e, portanto, a concorrência entre as empresas se tornou uma grande questão de sobrevivência. Dessa forma, apenas o marketing tradicional não é suficiente para alcançar os consumidores e assim é necessário buscar conceitos e inovações, criando estratégias de marketing digital, através dos planos de negócio e do plano de marketing, e ambos devem trabalhar juntos para alcançar os objetivos da organização em relação às tendências do mercado que mudam constantemente. As empresas precisam estar preparadas e buscar constantemente qualquer mudança do mercado. É importante as duas estratégias trabalharem juntas, tanto a tradicional como a digital. Na figura a seguir, pode-se verificar uma interação para alcançar as metas e objetivos da organização. 174 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Figura 18 – Integração entre as estratégias digitais e tradicionais Fonte: O autor. Em relação à estratégia e ao planejamento do marketing digital, segundo Porter (2004), estes devem ser vistos como um complemento do marketing tradicional, e não como independentes, só assim poderão garantir o sucesso da organização. Turchi (2012, p. 67) afirma que “não parece uma boa estratégia ficar ausente desse processo de evolução envolvendo estratégias digitais”. Pode-se perceber que o marketing digital é um complemento do marketing tradicional. Ambos devem caminhar juntos para garantir o sucesso da empresa. A integração da estratégia do marketing tradicional com a estratégia do marketing digital é fundamental para alcançar os objetivos da empresa, nos dias atuais, uma não sobrevive sem a outra. Estratégias On-line As estratégias aplicadas ao marketing digital, segundo Torres (2009), são compostas por sete ações estratégicas, apresentadas a seguir. 175 Estratégias de Mídias Online e Offline Capítulo 6 Figura 19 – Ações estratégicas do marketing digital Fonte: Torres (2009, p. 71). a) Marketing de conteúdo: na internet existe uma infinidade de informações, e os usuários estão expondo suas críticas, sugestões e outros temas na rede, e consequentemente outros usuários podem fazer uso desse conteúdo. Porém ainda é muito comum esses usuários buscarem um determinado conteúdo através das palavras-chave, e o surgimento de ferramentas de buscas é a melhor forma de comunicação dos usuários conectados (TORRES, 2009). b) Marketing nas mídias sociais: desde que a humanidade existe, as redes sociais sempre existiram, claro de uma forma precária, mas a troca de informações já existia, porém, com a internet, isso passou a ser feito através de sites, blogs, redes sociais, entre outras ferramentas de comunicação, que caracterizaram as mídias sociais (TURCHI, 2012). c) Marketing viral: é a forma mais rápida de compartilhamento em grande escala, em que uma informação pode alcançar milhões de usuários conectados sem muito esforço, basta ter a informação correta. Turchi (2012, p. 83), define o marketing viral “como a consequência de estratégias que levam as pessoas a retransmitirem mensagens para amigos, conhecidos e demais integrantes das suas redes de contato”. 176 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL d) Publicidade on-line: a publicidade evoluiu da off-line para a on-line com novas tecnologias e recursos nos quais foram inseridos anúncios com animações, interação, imagens, vídeos, som, entre outros. Segundo Turchi (2012, p. 118), “a publicidade on-line ganha cada vez mais maior relevância. Não por acaso os investimentos nesse sentido estão crescendo de forma contínua”. e) Pesquisa on-line: a partir das pesquisas será possível criar e elaborar estratégias de marketing digital, pois é necessário antes conhecer o consumidor e identificar tendências. A internet facilita a elaboração de questionário, além de ser mais barata que as pesquisas tradicionais, no entanto, muitas vezes, existe a dificuldade de conseguir respostas, pois os consumidores não estão habituados a responder, ignorando uma ferramenta tão importante para que as empresas possam melhorar o atendimento e a qualidade dos produtos e serviços. O que se faz na internet, a publicação de algum recado, ou algum conteúdo, provavelmente irá ficar para sempre em algum servidor, e cedo ou tarde algum usuário irá fazer a leitura. Existem outras formas de realizar pesquisas on-line, sem que o usuário tenha que responder a algum formulário, essas ferramentas de pesquisa já podem identificar de onde o usuário está acessando, capturando os conteúdos que são divulgados. A privacidade dessas informações ainda é algo que gera muita discussão (TORRES, 2009). f) Mailing: muito usada nos dias atuais, o e-mail marketing deve atingir um público-alvo para não se tornar mais uma mensagem no spam. Muitas empresas ainda utilizam esse modelo para enviar conteúdo, mas não perceberam que provedores e programas de filtros, automaticamente, já excluem as mensagens da caixa de entrada do programa de e-mail. Portanto, deve-se ter o cuidado para não exagerar na quantidade enviada. Gabriel (2010, p. 261) define “e-mail marketing como a prática que utiliza eticamente o envio de mensagens por e-mail para atingir objetivos de marketing”. g) Monitoramento: o marketing digital tem uma grande vantagem em relação ao marketing tradicional. Com auxílio de programas é possível medir os resultados da campanha. O monitoramento permite agir através dos resultados e corrigir as deficiências o mais rápido possível, assim que verificada alguma necessidade de correção. Para Gabriel (2010, p. 333), monitoramento “são as análises das mensurações que confirmam a eficiência de diversas estratégias ou balizam os ajustes que devem ser feitos para melhorá-las”. 177 Estratégias de Mídias Online e Offline Capítulo 6 O marketing on-line tem grandes vantagens quando usado corretamente. Já foram discutidas nos capítulos anteriores, os modelos de marketing viral e de busca, que auxiliam na propagação da marca e da empresa para uma grande parcela da população. No entanto, o marketing digital é uma sequência do marketing tradicional e ambos devem trabalhar juntos para alcançar os objetivos da empresa através do planejamento estratégico. Estratégias Off-line A Casa da Consultoria (s.d.) destaca algumas estratégias que são ainda usadas por pequenas e médias empresas em relação ao marketing off-line, é que, dependendo da estratégia de abordagem, auxilia as empresas a conquistarem seus clientes, por mais que pareça antiquada nos dias atuais com a mídia digital, e ainda traz bons resultados. a) Jornais e revistas: considerados ainda uma boa alternativa de divulgação por oferecer um melhor custo e benefício, pois são voltados para o público-alvo. Por exemplo, uma loja de autopeças irá usar revistas de mecânicas e de veículos para divulgação, a mesma coisa para produtoscosméticos em relação à revista de forma, vestuário e beleza. b) Rádio: muito eficaz quando se trata de uma abordagem de marketing local e regional, no entanto, observe o alcance e a audiência da rádio. c) Cartão de visitas e outros impressos: apesar de ser uma das formas mais antigas e tradicionais de divulgação, as empresas e empreendedores não dão muita atenção para esse modelo de marketing. Imagine você em um evento e encontra um possível fornecedor ou comprador, mas não tem um cartão para oferecer. Você até pode estar com seu smartphone ou tablet para adicionar os contatos (ou vice-versa), no entanto, imagine que acabou a bateria, e as pessoas sempre estão com pressa, é possível que perca esse fornecedor ou potencial cliente. d) Brindes: sempre é interessante oferecer brindes para os seus clientes, pois isso surpreende-os. Muitas empresas oferecem tradicionalmente as canetas e calendários. Mude um pouco o foco dos brindes, existe uma infinidade de empresas que trabalham com esse nicho no mercado, e possuem grandes ideias e brindes muito mais eficientes. Mas lembre-se de oferece algo que o cliente necessita, uma novidade e assim atenção do cliente em voltar para a sua empresa é potencialmente grande. 178 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL e) Carros de som: ainda muito tradicionais e usados, o carro de som é uma ótima opção de propaganda. Seu custo é considerado baixo em relação a outros marketings off-line, mas deve-se ter o cuidado com algumas restrições de barulho, como perto de hospitais, escolas e repartições do governo. f) Outdoor: seu custo é elevado, mas apresenta uma alternativa eficiente de marketing, desde que esteja bem localizado em uma passagem de grande movimentação de pessoas. Lembre-se de adicionar as informações importantes, para não ficar poluída a mensagem ou a propaganda que deseja apresentar. g) Panfletagem: apesar de possuir um custo baixo, muitas vezes, a panfletagem não alcança o objetivo final, e também se leva em conta o grande desperdício de papel. Muitas pessoas não gostam que coloquem no vidro ou na porta do carro, e geralmente largam no primeiro lixeiro que encontram. Avalie bem se vale a pena fazer panfletagem, pois é necessário fazer algo que chame atenção do cliente, ou será apenas mais um papel amassado no chão ou no lixeiro. h) Feiras e eventos: dependendo do ramo de negócio da empresa, é importante que seja usada essa forma de marketing off-line, pois atrai a curiosidade dos clientes. Empresas de tecnologia, agrícola, eletrônica entre outras, sempre conquistam clientes através dos eventos, e reforçam ainda mais, a fidelidade do cliente. Lembre-se de entregar brindes, cartão de visitas, panfletos, pois apenas montar um stand não será suficiente. O sucesso dependerá do envolvimento e no relacionamento em fazer novos contatos após a finalização da feira. i) Busdoor: muito típico nas cidades que possui transporte público. O busdoor nada mais é que colocar uma propaganda nos ônibus que circulam pela cidade inteira. É uma ótima estratégia por não ser uma placa estática, ela alcança todos os bairros da cidade e também aos motoristas e acompanhantes nos veículos quando o seguem ou parado no semáforo, ou no ponto de ônibus. Dependo da criatividade, chama muito a atenção das pessoas. j) Mala direta: a maioria das empresas não aproveita todo o potencial dessa ferramenta de marketing off-line. Normalmente se limita a enviar catálogos e folders dos produtos e serviços. As empresas, muitas vezes, escolhem endereços aleatoriamente e enviam o material para pessoas que não têm interesse no produto ou serviço. É necessário fazer pesquisas e enviar para pessoas ou outras empresas que precisam 179 Estratégias de Mídias Online e Offline Capítulo 6 do seu produto. A empresa tem grandes ferramentas como o uso da internet, para verificar os usuários que acessaram o seu site e a partir daí identificar o endereço físico ou digital do potencial cliente e enviar os panfletos, brindes etc. k) Mini cards: cartões digitais estão na moda como CDs e DVDs geralmente pequenos do tamanho de um cartão impresso tradicional. A empresa pode adicionar vídeos explicativos, catálogos, apresentação da empresa, entre uma infinidade de informações que achar necessária. l) Propaganda por telefone: essa estratégia deverá ser muito bem analisada, pois as pessoas não gostam de receber ligações, e na maioria das vezes é no exato momento em que está dirigindo, no trabalho, ou em algum lugar público. Por mais que seja reprimida pelo público, a empresa deve usar essa estratégia, mas evitar uma padronização que se torne mecânica atrelada a um script igualmente para todas as pessoas. A empresa deverá: a) diversificar a mensagem para não se tornar algo mecânico; b) destinar as ofertas para as pessoas certas; c) cuidar com as promoções, pois muitas vezes o consumidor não entende o que se está oferecendo, caindo em armadilhas; d) personalizar as ofertas; e) usar o telefone para entrar em contado com o cliente e não vender; f) pedir permissão para enviar materiais pelos correios; g) fazer uma seleção dos contatos e minimizar a quantidade de ligações diárias; h) Jamais colocar terceiros para fazer ligações. m) Ações socioambientais: empresas preocupadas com o meio ambiente têm grande preferência dos consumidores que estão cada vez mais preocupados com o destino e origem dos produtos que estão ou irão usufruir. É papel fundamental das empresas em relação à sociedade apresentar benefícios que geram qualidade de vida e sustentabilidade do negócio. A empresa deverá fazer serviços voluntários e gratuitos, o custo é revertido em um maior número de pessoas através do maior marketing tradicional: o boca a boca. A organização deverá usar a criatividade e a interação entre o marketing on- line e off-line, ambos são necessários e um complementa o outro para conquistar e chamar atenção dos clientes. O resultado virá a partir do reconhecimento dos clientes em relação à empresa quando tem objetivos, valores e missão para com a sociedade. 180 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Para saber mais sobre estratégias de marketing tradicional e digitais, busque pelos autores HOOLEY, Graham. PIERCY, Nigel. NICOULAUD, Brigitte. Estratégia de marketing e posicionamento competitivo. Atividade de Estudos: 1) Como cada vez mais as empresas estão competindo entre si, desde que não seja monopólio, uma “guerra” de marketing é realizada entre elas. Agora, cabe identificar qual é a melhor estratégia a ser utilizada. Muito se fala na integração entre o marketing tradicional e o digital, e isso é uma ferramenta essencial para a sobrevivência da empresa. Observe as sequências a seguir no que se refere às estratégias off-line. I – A utilização de propaganda através dos ônibus. II – O mini cards é uma ótima estratégia on-line para apresentar a empresa nos eventos e feiras. III – Entregar brindes para os clientes é uma estratégia muito interessante off-line para conquistá-los. IV – O marketing off-line é um complemento do marketing on-line. Agora assinale a alternativa correta: ( ) Apenas a sentença IV está correta. ( ) Apenas as sentenças I e II estão corretas. ( ) Apenas as sentenças I e III estão corretas. ( ) Apenas as sentenças II, III e IV estão corretas. 181 Estratégias de Mídias Online e Offline Capítulo 6 MARKETING ON-LINE OU OFF-LINE: QUAL O MELHOR PARA O SEU NEGÓCIO? O marketing do seu negócio é como uma equação com dois lados: um está transmitindo o valor da sua empresa e o outro está atingindo várias pessoas com a sua mensagem, mas caso seja um público que não precise do seu serviço, eles não virão até sua empresa e por consequência você não irá obter resultados em vendas e nem aumentará sua cartela de clientes. Porém, se você já encontrou o seu público-alvo, mas não sabe como comunicar sua mensagem efetivamente, eles não irãoflexibilidade de escolha e escutar o que dizem sobre a marca, opiniões isentas, de pessoas comuns como ele; as pessoas querem exercer o poder de escolha que têm, para adquirir a solução que acreditam ser a melhor, e não a que a empresa lhes diga. Ferramentas para pesquisa eles têm – a internet e as redes sociais estão aí, com uma enorme quantidade de elementos para que eles exerçam tal poder - a era do “vender” dá espaço à do “ajudar a comprar” (VAZ, 2010, p. 69). Segundo Torres (2009), o marketing digital pode ser fragmentado e dessa forma facilitar as suas atividades da seguinte forma: marketing viral, marketing de mídias sociais, marketing de conteúdo, e-mail marketing, publicidade on-line, monitoramento e pesquisa on-line. Deve-se levar em consideração a necessidade de tomar o devido cuidado com as estratégias de marketing no momento de efetuar uma ação na rede, pois cada uma dessas atividades do segmento de marketing possui suas regras individuais e informais que devem ser levadas em consideração. Portanto, cada campanha de marketing deverá ser adaptada para cada canal de comunicação. Quando você ouve falar de marketing digital, publicidade on-line, marketing web, publicidade na internet ou quaisquer outras composições criativas que se possa fazer dessas palavras, estamos falando em utilizar efetivamente a internet como uma ferramenta de marketing, envolvendo comunicação, publicidade, propaganda e todo arsenal de estratégias e conceitos já conhecidos na teoria no marketing (TORRES, 2009, p. 45). O marketing digital deve ser levado muito em consideração na sobrevivência das empresas, pois, é necessário que as organizações estejam on-line (internet), assim como o consumidor on-line está, para apresentar os produtos e serviços. No entanto, o excesso de informações faz o consumidor mudar de postura e opinião de acordo Entanto, o excesso de informações faz o consumidor mudar de postura e opinião de acordo com o que está na internet. 18 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL com o que está na internet. Às vezes existem muitas informações falsas e, dessa forma, há a necessidade de as organizações estarem preparadas para minimizar esses casos, a fim de não serem prejudicadas. Essas situações serão vistas mais adiante no caderno de estudos. Para saber mais, faça uma leitura do livro de GABRIEL, Martha. Marketing na era digital. São Paulo: Novatec, 2010. Atividade de Estudos: 1) Em relação a utilizar a internet para buscar informações, relacionamento, produtos e serviços, quais os prós e contras desse novo conceito para os consumidores? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ A Internet Como Mídia Para entender o que é a internet, inicialmente é necessário saber como ela foi criada. Como já comentado anteriormente, a internet foi inventada por uma necessidade das Forças Armadas dos Estados Unidos de possuir uma comunicação eficiente, em que os computadores poderiam se comunicar instantaneamente para minimizar as consequências de um ataque nuclear, quando ocorria a Guerra Fria entre os EUA e a antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) (STERNE, 2000). A necessidade de uma rede que não fosse vulnerável a um ataque direto era muito grande, portanto foi através das guerras que nasceu a internet. leand Comentário do texto A internet traz muitas informações, quando existe a necessidade de pesquisar, ela facilita a troca de informações, relacionamentos, novidades, notícias e muitas outras coisas quando uma pessoa está navegando. Existe tanto o lado bom e o lado ruim da internet, o bom é que a propagação de uma informação é compartilhada por um número muito grande de pessoas, isto quando se trata de notícias verdadeiras. O lado ruim da internet é quando as notícias ou informações são falsas, podendo prejudicar a imagem da organização. 19 Introdução ao Marketing Digital Capítulo 1 Para um maior conhecimento sobre o início da internet o livro de STERNE, Jim. Marketing na internet : integrando a web à sua estratégia de marketing. 1. ed. Rio de Janeiro, Campus, 2000. 398 p. 658.8/S839m/LIVRO. Descrevendo de um modo bem genérico, a internet é um lugar em que as pessoas podem trocar informações, enviar e-mails e/ou mensagens, acessar sites de compras, notícias, relacionamentos, jogos interativos, assistir vídeos e uma infinidade de outras ocupações. Quando existe um acesso do usuário, ele está “navegando ou surfando” em uma “nuvem” infinitamente cheia de informações, sejam elas verdadeiras ou falsas (STERNE, 2000). Na Figura 1 é apresentado um fluxograma do processo que demonstra que uma informação viaja pela nuvem até chegar ao seu destino, lembrando que, por ser um processo de linguagem muito técnica, é importante buscar mais informações em livros que descrevem e apresentam o assunto. 20 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Fi gu ra 1 – F lu xo gr am a de in fo rm aç õe s em u m a re de d e in te rn et Fo nt e: D is po ní ve l e m : . A ce ss o em : 2 2 de z. 2 01 7. 21 Introdução ao Marketing Digital Capítulo 1 Na Figura 2 pode-se perceber como é complexo o caminho de uma informação da origem até o seu destino. Muitas vezes, uma página nacional poderá estar armazenada em outro país, do outro lado do planeta. Dessa forma, a internet pode ser considerada como uma grande rede de computadores conectados (STERNE, 2000), que seus usuários utilizam para diversas atividades, seja para lazer, trabalho e/ ou para estudar. A internet possui um grande número de ferramentas que possibilitam transferir arquivos e enviar mensagens através dos correios eletrônicos de e-mail, sendo os mais conhecidos o outlook, o mozilla, entre outros. Também podem ser encaminhados por softwares de transferências de arquivos, como o Drive, One drive, Dropbox, entre outros. Alguns modelos de softwares funcionam apenas pela WEB, diretamente do navegador ou Browser. Com o surgimento de sites, ocorreu uma grande transformação na internet. Quem já visitou um museu pôde verificar como os antigos computadores possuíam uma tela verde, sendo apenas textos, mas com a inovação e a evolução passou-se a ter um ambiente totalmente cheio de imagens coloridas, com inúmeras viabilidades sociais, artísticas e comerciais (KALAKOTA; WHINSTON, 1997, p. 63). O WWW (World Wide Web) é um modelo arquitetônico global onde são realizadas inúmeras trocas de informações e conteúdo on-line, através de incontáveis provedores espalhados pelo mundo inteiro, sendo considerado uma forma de propagação rápida, fácil e de baixo custo. A internet é a interface de navegação onde o usuário navega e através de alguns cliques busca o que está desejando. A internet também pode ser vista como uma grande biblioteca de informações, permitindo a criação, edição, pesquisa por áudio, vídeos, imagens, documentos, entre outros. Para não criar uma confusão de conceitos, é importante diferenciar internet de sites, então a internet é toda a estrutura que pode ser navegada na nuvem, e site é uma página da internet que possui textos, documentos, imagens e até comércio eletrônico. É claro que para isso se tornar funcional foram criados inúmeros padrões para facilitar a vida do usuário quando este estiver navegando. (MARTINI, 1999). O sucesso da internet tem incontáveis motivos, dentre eles, a linguagem e as figuras utilizadas lembram o perfil de revistas impressas, também por serem páginas dinâmicas e interativas, que possuem,se envolver com a sua marca. Alcançar as pessoas certas do jeito certo pode ser um desafio e pode não exigir apenas um conjunto de circunstâncias. Ao invés de tentar identificar exatamente uma abordagem, é melhor combinar algumas iniciativas que podem trabalhar juntas e criar oportunidades para as circunstâncias corretas ocorrerem. Para equilibrar a equação de marketing de sua empresa, você provavelmente precisará de uma combinação de estratégias de marketing on-line e off-line. Esses dois tipos de estratégias funcionam em direção ao mesmo objetivo: aumentar o reconhecimento sobre seus produtos e serviços, nutrir seu relacionamento com clientes atuais e potenciais, e aumentar o seu negócio. O que os torna diferentes um do outro é a forma como eles se conectam com o público-alvo. Eles usam diferentes canais de comunicação, atraem diferentes mentalidades e são realizados em diferentes contextos. As atividades de marketing on-line incluem: e-mails marketing, redes sociais, blogs, campanhas digitais, landing pages, links patrocinados e muito mais. Já as atividades de marketing off-line incluem: anúncios de jornal, anúncios de revista, flyers, outdoors, eventos, feiras comerciais etc. Para qualquer atividade de marketing ou objetivo de negócios, existem estratégias on-line e off-line para alcançá-lo. Se você deseja atender ao seu público e aumentar a sua interação com o target, pode fazê-lo on-line por meio de um grupo do Facebook ou do WhatsApp ou off-line por meio de um evento, por exemplo. 182 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Embora as atividades de marketing off-line e on-line sejam diferentes, elas se sobrepõem em seus benefícios e são capazes de se apoiar mutuamente em seus objetivos. Quando se trata de métodos de marketing on-line e off-line, não significa necessariamente que um seja melhor que o outro. Seu site e e-mail podem ajudá-lo a permanecer conectado com clientes existentes e potenciais, e suas mídias sociais e blog podem aumentar o engajamento com seu público-alvo e o reconhecimento da marca. No entanto, ainda há muito a ganhar com atividades de marketing off-line, especialmente para pequenas empresas. Os anúncios de jornal, folhetos, cartões postais, feiras e eventos, atualmente ainda são todos efetivos no crescimento de uma pequena empresa. Ao integrar suas atividades de marketing on-line com a off-line, você pode aumentar a relação com os clientes por mais tempo e oferecer uma experiência mais robusta do seu negócio. Por que você deve integrar o marketing off-line e on-line? 1 Consistência de marketing A primeira razão pela qual você deve integrar seus esforços off- line e on-line é porque um dos principais fundamentos de um plano de marketing é a consistência. Enquanto você tem diferentes objetivos de negócios e diferentes atividades de marketing para alcançá-los, a mensagem central em torno de sua marca, o valor da sua empresa e os produtos/serviços que você fornece sempre devem ser os mesmos. Ao combinar seus esforços de marketing off-line e on-line, você não os vê separadamente, mas sim um em relação com o outro. Isso permite que você tenha a certeza de que eles são semelhantes entre si e ambos estão alinhados com a mensagem geral. 2 Marketing mais forte Uma segunda razão pela qual você deve integrar os esforços de marketing off-line e on-line é que eles se fortalecem mutuamente. Ao usar um canal para promover o outro, você aumenta a eficácia de cada canal, proporcionando uma experiência contínua para seu público-alvo. Esta experiência positiva os manterá mais envolvidos com o seu negócio e um envolvimento mais longo geralmente leva a potenciais clientes. 183 Estratégias de Mídias Online e Offline Capítulo 6 3 Maior alcance Uma última razão pela qual você deve integrar suas atividades de marketing off-line e on-line é porque você pode expandir o seu alcance. Ao compartilhar algo on-line, seja através de redes sociais ou e-mails, você pode alcançar mais do que apenas as pessoas que visitam sua loja ou vivem perto dela. No entanto, expandir seu alcance nem sempre significa obter mais pessoas. Isso também pode significar melhorar as pessoas, ou seja, as pessoas mais adequadas para o seu negócio, que provavelmente se tornem clientes ou defensores da sua marca. Embora o marketing digital esteja em ascensão, as atividades de marketing off-line ainda são importantes e eficazes para o seu negócio. Ao mesmo tempo, algumas das atividades de marketing off-line eficientes que funcionaram no passado podem perder força, a menos que você incorpore um elemento on-line para elas. Ao combinar suas estratégias de marketing on-line e off-line, você certamente maximizará a eficácia de suas atividades. Fonte: Disponível em: . Acesso em: 13 fev. 2018. Algumas Considerações Neste capítulo percebeu-se como é importante a integração do marketing off-line com o digital, e o uso dos dois, pode-se considerar uma estratégia muito coerente, desde que bem aplicada. O marketing digital é uma sequência do marketing tradicional, pois mesmo que existam milhões de usuários que estão conectados na internet, muitas pessoas ainda, possuem certa restrição ao conteúdo das mídias digitais, seja por serem leigos no funcionamento ou pela falta de acesso às tecnologias devido ao seu custo ainda ser elevado. O marketing digital com o tradicional, trabalhando juntos, trazem muitas vantagens competitivas como o alcance de todos os potenciais clientes. Como apresentado no capítulo, cada modelo de marketing possui suas vantagens e desvantagens, pois cada caso deve ser analisado no momento em que for implantada a estratégia. 184 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Não existe uma “receita” pronta, tudo se inicia com o plano estratégico de negócio e do marketing, tendo bem definidos missão, valores e objetivos da organização. Referências BENETTI, Rodolfo. Orgânica digital. 2016. Disponível em: . Acesso em: 13 fev. 2018. CASA DA CONSULTORIA. Marketing. (s.d.). Disponível em: . Acesso em: 16 fev. 2018. DIAS, Bruno. Marketing digital. 2016. Disponível em: . Acesso em: 13 fev. 2018. GABRIEL, Martha. Marketing na era digital: conceitos, plataformas e estratégias. São Paulo: Novatec, 2010. HOOLEY, Graham; PIERCY, Nigel; NICOULAUD, Brigitte. Estratégia de marketing e posicionamento competitivo. 4. ed. São Paulo: Pearson Practice Hall, 2011. KOTLER, Philip. Administração de marketing. 14. ed. São Paulo: Pearson, 2012. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. MACDONALD, M. Plano de marketing: planejamento e gestão estratégica: como criar e implementar. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. NOTARI, Caetano. Indiga. 2016. Disponível em: . Acesso em: 13 fev. 2018. PORTER, Michael. Competição on competition: estratégias competitivas essenciais. 5. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2004. TORRES, Cláudio. A bíblia do marketing digital: tudo o que você queria saber sobre marketing e publicidade na internet e não tinha a quem perguntar. São Paulo: Novatec, 2009. TURCHI, Sandra R. Estratégias de marketing digital e e-commerce. São Paulo: Atlas, 2012. CAPÍTULO 7 O Futuro do Marketing Digital A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Identificar novos métodos em relação à utilização do marketing digital. � Desenvolver procedimentos com a utilização da nova era do marketing no ambiente digital.� Aplicar novos procedimentos para cativar o consumidor on-line através dos 8 Ps do marketing digital. � Desenvolver a criatividade no ambiente on-line de modo a aproximar as empresas e os consumidores on-line com a nova tendência do marketing 4.0. 186 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL 187 O Futuro do Marketing Digital Capítulo 7 Contextualização O mundo está em constante evolução e inovação e são as empresas e as tendências que fazem com que haja essas mudanças, tudo em relação às pessoas, para seu conforto, consumo e necessidades, até que estejam satisfeitas. As empresas são as responsáveis para satisfazerem os desejos e necessidades dos consumidores, e para isso elas devem identificar as tendências de mercado para que possam vender mais e obter maiores lucros. No entanto, quem possui um papel importante para alcançar um aumento de vendas e conquistar os consumidores é o marketing, pois é ele que faz pesquisa de mercado e busca identificar as tendências de mercados. Uma vez que a escolha não foi a correta, poderão ocorrer muitos problemas, como prejuízos e às vezes até o fechamento da empresa, sem esquecer que é a estratégia e a divulgação delas. Uma das ferramentas muito usada é o marketing digital, pois cada vez mais as pessoas estão conectadas, buscando informações que são facilmente encontradas através da internet, e os consumidores fazem pesquisas sobre o produto e/ou serviços, suas procedências, e principalmente a valorização social e ambiental. Já foi vista, nos capítulos anteriores, a importância de as empresas hoje levarem em consideração o meio ambiente, portanto, é imprescindível que as organizações em seus valores, missão e objetivos estejam alinhadas com a natureza e a sustentabilidade. Como é importante se adequar às novas tendências do mercado, as empresas passaram a usar os 8 Ps do marketing digital para alcançar as necessidades e os desejos dos consumidores, prevendo a sustentabilidade para sua sobrevivência. Além disso, cada vez mais as pessoas estão cobrando para minimizar os impactos na natureza, no entanto, muitas empresas ainda possuem um longo caminho para alcançar esses objetivos, caso contrário, correm o risco de perder uma grande fatia do mercado. O marketing digital possui forças que buscam conquistar os consumidores, no entanto, não é uma tarefa fácil e irá consumir esforços para que o objetivo final seja alcançado e consequentemente se melhore a imagem da organização. Estamos em uma nova era do marketing, e para as empresas que não estão preparadas, a tendência não é das melhores, pois o consumidor está cada vez mais conectado à internet, buscando informações sobre produtos e serviços que as organizações oferecem, e o que estão fazendo para diminuir o impacto na natureza. 188 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL O capítulo busca apresentar novas ferramentas para conquistar e buscar esse consumidor, muitas vezes indeciso, e o que é necessário fazer para conquistá-lo, sempre usando da ética profissional, apresentando os objetivos, valores e missão das organizações, na busca constante da sustentabilidade voltada para o social e o ambiental. Os 8 ps do Marketing Digital As empresas devem estar preparadas para o atual cenário cada vez mais tecnológico e digital, em que as decisões dos consumidores estão voltadas para a informação, e o que está sendo apresentado na rede mundial da internet é o que irão levar em consideração quando estão buscando algum desejo ou necessidade. As tecnologias digitais cada vez mais fazem parte do dia a dia das pessoas em suas tarefas diárias, e consequentemente impactam as empresas e o marketing deverá criar novas oportunidades, utilizando o meio digital, buscando identificar as tendências, pois gerou um novo comportamento no consumidor cada vez mais conectado (GABRIEL, 2012). Através dos anos e da transformação dos mercados, o marketing tradicional não conseguiu atrair esse novo comportamento dos consumidores com novos hábitos, novas necessidades e novos desejos, e o acompanhamento da evolução se tornou necessário, e consequentemente, com o surgimento da internet, originou-se um novo conceito, o marketing digital (KOTLER; KELLER, 2012). O marketing tradicional está focado nos 4 Ps (Preço, Produto, Praça e Promoção), no entanto, não é o suficiente para buscar o usuário digital, lembrando que são consumidores diferentes quando estão buscando suas necessidades e desejos, pois enquanto que o tradicional ainda prefere estar nos ambientes físicos das lojas, os consumidores digitais buscam suas necessidades e desejos através de cliques no aconchego de sua casa ou trabalho, e apenas esperar a entrega do que foi solicitado. Vaz (2011) salienta a necessidade de introduzir a metodologia 8 Ps aos consumidores digitais e exemplifica como proceder para conquistar esse novo público, aprofundando os estudos do comportamento desse consumidor e sabendo quais são as tendências que deverão ser direcionadas a um novo planejamento estratégico de vendas e de marketing. O processo dos “8 Ps do Marketing Digital” não é uma mistura de marketing digital com mais Ps do que os tradicionais 4 Ps. É um processo a ser seguido passo a passo para que sua estratégia de marketing digital central, que é se apoiar no grau de atividade do consumidor, possa ser cumprida com êxito (VAZ, 2011 p. 298). 189 O Futuro do Marketing Digital Capítulo 7 Na figura a seguir pode-se observar quais são os 8 Ps que o marketing digital deverá desenvolver para conquistar os consumidores digitais (Pesquisa, Planejamento, Produção, Publicação, Promoção, Propagação, Personalização e Precisão). Figura 20 – Os 8 Ps do marketing digital Fonte: Adaptado de Vaz (2011). Os 8 Ps do marketing digital têm como consequência a promoção de um novo método que deverá ser contundente e científico, pois é necessário que a organização tenha conhecimento do mercado para desenvolver um melhor desempenho a cada nova ação, voltado para um produto ou serviço através da internet e o consumidor cada vez mais tecnológico, e a tendência é aumentar o número de consumidores on-line, como já foi descrito nos capítulos anteriores (VAZ, 2011). A metodologia dos 8 Ps faz com que as empresas mantenham o foco no que deverá ser feito, como no conceito, nos métodos, para entender e alcançar esse consumidor digital (VAZ, 2011). 190 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Deve-se levar em consideração que a todo momento a tecnologia evolui, como os canais de comunicação, em que no passado foi o Orkut, hoje temos o Facebook e o Twitter, no entanto, no futuro, não se sabe qual será “a bola da vez”, portanto, é necessário entender o conceito dos 8 Ps, independentemente de qual canal de comunicação será utilizado. a) Pesquisa O primeiro P (pesquisa) é o passo inicial para quando for necessário fazer qualquer projeto de marketing digital, pois é na pesquisa que se descobrirá as tendências e o que a empresa imagina em relação ao seu cliente. É através da pesquisa que a empresa começa a conhecer o seu consumidor e consequentemente irão aparecer novas ideias onde antes nem havia imaginado que seria possível identificar o comportamento do consumidor (VAZ, 2011). Por exemplo, uma empresa varejista de brinquedos, através de uma pesquisa poderá identificar que a busca por uma palavra-chave “brinquedos coloridos” aumentou consideravelmente nas últimas semanas. Dessa forma, pode-se dizer que é um modismo ou uma tendência? Segundo Vaz (2011), isso não importa, no entanto, está na hora da empresa anunciar sua loja, seja através de banner na página principal do seu site, ou com uma faixa na fachada da loja com a descrição “brinquedos coloridos”. Muitas vezes, apenas com uma notícia na televisão, a empresa descobre que um brinquedo colorido auxilia as crianças a estimularem seu nervo óptico e consequentemente melhora a visão através das múltiplas corres,evitando problemas futuros quando adultos. Claro que sempre se deve ler a respeito do que os consumidores estão procurando, e agir a respeito do assunto, para depois buscar os “porquês” (VAZ, 2011). O que importa mesmo, segundo Vaz (2011, p. 302), “é que a pesquisa lhe dará as informações que poderia não ter descoberto a tempo de pegar o boom das vendas de brinquedos coloridos” como apresentado no exemplo. Outro detalhe que a empresa poderá descobrir, é a possibilidade de existirem grupos nas redes sociais que estejam reclamando de um determinado produto ou serviço que a empresa oferece, e se a empresa está lendo, pode acreditar que um consumidor também esteja, e é necessário que sejam tomadas providências para solucionar o problema, caso contrário perderá mercado sem saber o que ocorreu (VAZ, 2011). 191 O Futuro do Marketing Digital Capítulo 7 A pesquisa dirá à empresa qual é o rumo a seguir, direcionando seus esforços e identificando qual o rumo dos consumidores, ou seja, o que estão procurando, e assim oferecer exatamente o desejam, pois deve-se levar em consideração que o “achismo” não tem mais vez na internet. As decisões são tomadas através da pesquisa com números e fatos, segundo Vaz (2011). Com uma pesquisa de informações em relação aos seus clientes e potenciais clientes, melhor será o segundo P – Planejamento, apresentado a seguir. b) Planejamento A partir do momento em que a pesquisa foi realizada conforme o 1º P (pesquisa), as informações e os dados pesquisados serão usados para o planejamento. É importante salientar que o resultado do planejamento depende de uma pesquisa muito bem realizada, fazendo as perguntas corretas para obter o maior número de dados acerca do que se está pesquisando (VAZ, 2011). Com o resultado e as descobertas do primeiro P, para identificar como o consumidor age no meio digital, é iniciada a elaboração do planejamento com um projeto de inúmeras páginas que irá apresentar os resultados da pesquisa. Uma equipe fará o planejamento do marketing digital até a sua conclusão, fazendo os ajustes e correções, que geralmente ocorrem, no entanto, se a mudança no relatório for maior que 20%, já não é ajuste. Caso ocorrerem grandes mudanças no planejamento inicial, é preferível reunir toda a equipe para identificar os motivos de tantas alterações no planejamento inicial (VAZ, 2011). O planejamento deverá ser muito bem detalhado, apresentando todas as etapas necessárias para o marketing digital, independentemente de qual ferramenta será usada. Também deverá apresentar o tipo e layout que será desenvolvido, bem como as palavras-chave para trabalhar as técnicas do SEO (Search Engine Otimization), o desenvolvimento das redes sociais, links patrocinados, e quais os indicadores que o Google Analitics medirá. É necessário que o planejamento demonstre como o site se transformará em uma plataforma de negócios para garantir o sucesso da empresa (VAZ, 2010). Um detalhe muito importante ao término no segundo P, os relatórios não devem ser entregues por inteiro a todos os envolvidos, e sim apenas entregar para cada equipe a parte que lhe concerne. Por exemplo, a equipe que irá desenvolver as redes sociais, deverá receber apenas essa parte, bem como as outras equipes receberão as partes trabalhadas com os demais Ps, já desenvolvidos no planejamento (VAZ, 2011). “O segundo P é planejamento do marketing digital com todas as diretrizes de todos os outros Ps, utilizando tudo que foi pesquisado no primeiro P” (VAZ, 2011, p. 307). 192 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Haverá uma disciplina apresentando como utilizar o Google Analitics. Para antecipar os estudos, você poderá fazer a leitura do livro: VAZ, Conrado Adolpho. Google marketing: o guia definitivo de marketing digital. c) Produção O terceiro P apenas deverá ocorrer depois que o segundo P estiver finalizado com todas as correções, pois, muitas vezes, quando a empresa resolve desenvolver um site, parece aquele trabalho ou obra em casa que nunca termina. Uma das falhas é a falta de profissionais no mercado, que faz com que projetos simples se tornem um verdadeiro parto. No entanto, muitas vezes, as falhas são do fornecedor que não pergunta corretamente, bem como do cliente que não sabe descrever o que realmente deseja para o seu site. É a mesma coisa perguntar para um mecânico qual modelo de notebook ele deseja comprar, no entanto, tendo em vista que ele entende de mecânica de veículos e não de notebooks. Assim, é nesse caso que o fornecedor deve entrar em ação e apresentar as opções (VAZ, 2011). É no terceiro P do marketing digital, a implementação dos acessórios, que o site deverá ter, como os termos de navegação do consumidor, mensuração, taxa de rejeição, captar e-mails dos usuários visitantes, entre outros elementos que possam garantir a lucratividade para a organização. “O terceiro P é a execução propriamente dita, a mão na massa, o bloco na rua” (VAZ, 2011, p. 308). Pode-se dizer que o terceiro P é fazer o que foi planejado no segundo P (VAZ, 2011). d) Publicação Muitas empresas acreditam que criar um site para que os visitantes acessem já é o suficiente para gerar tráfego, no entanto, isso pode ser muito frustrante e é bem diferente o que ocorre na prática. Segundo Vaz (2011), nada adianta ter um site se ele não tem tráfego suficiente para gerar a receita que justifique sua criação, no entanto, existem duas maneiras de acontecer, a primeira é a compra de tráfego – anunciando em ferramentas digitais, on-line e ou off-line, e uma das plataformas que pode ser usada é o Google. A segunda é através do tráfego gerado por meio de técnicas que podem ser usadas nas redes sociais. É muito fácil gerar tráfego, basta pagar. 193 O Futuro do Marketing Digital Capítulo 7 Quando a empresa está iniciando, o gerador de tráfego do Google é a melhor ferramenta para o “pontapé” inicial, isso gerará um relacionamento com o cliente. “Um anúncio sozinho não constrói relacionamento com o público e, pelo seu alto valor de investimento, tem que gerar resultados rápidos que cubram o capital empatado nele” (VAZ, 2011, p. 310). O cliente quer se relacionar com a marca, com a empresa, portanto, as redes sociais são as melhores mídias para facilitar o envolvimento cliente- marca-empresa, pois, com o conteúdo disponível na rede, o consumidor busca informações que indiquem os valores, missão e objetivos da organização e claro pela facilidade de contato. O quarto P, portanto, trata do conteúdo da empresa, esta deve disponibilizá-lo para o acesso dos consumidores, fazendo com que ele auxilie no mais poderoso marketing, o boca a boca, pois ele estará compartilhando os anúncios e conteúdo que foram disponibilizados. Lembrando que o conteúdo deverá ser relevante, que apresente a organização, e que seja interessante para os visitantes, permitindo que estes compartilharem com grupos, familiares, amigos, seja através das redes sociais, ou outros canais de comunicação digital (WhatsApp, Instagram, LinkedIn, entre outros) (VAZ, 2011). e) Promoção O quinto P do marketing digital diz respeito à “promoção”. É esse P que auxilia a aumentar as vendas dos produtos e serviços em que a empresa esteja inserida. O quinto P tem como estratégia fazer com que o consumidor se transforme em um veículo de promoção da marca da empresa, consequentemente melhorando a imagem da organização, no entanto, não é uma tarefa fácil e rápida (VAZ, 2011). Em uma promoção, a empresa deve investir nos seus consumidores “alfa”, ou como se pode dizer, os clientes que já possuem um comprometimento com a marca, que são fiéis à marca. Consequentemente, o marketing tradicional ainda persiste e é necessário na atualidade para a promoção da empresa, ou seja, o marketing boca a boca (VAZ, 2011). O quinto P do marketing digital não é promover um produto ou um serviço e sim alcançar os clientes para a promoção da empresa. A promoçãodo produto é vista nos conceitos dos 4 Ps do marketing tradicional. Vaz (2011) destaca que a empresa deverá fazer uma comunicação para os “alfas” com um viés viral, para que eles propaguem a marca. A empresa não pode ter como atividade principal promover a comunicação da sua marca, pois quem fará essa tarefa são os “alfas”, no entanto, deverá fazer o seu papel e manter uma imagem e qualidade dos seus produtos e serviços. 194 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL O quinto P do marketing digital é a promoção da propagação da marca e da imagem da organização e não apenas uma promoção de produtos e serviços como é visto nas prateleiras de lojas e supermercados (VAZ, 2011). f) Propagação É fato dizer que a internet trouxe novos paradigmas para o mercado, pois é muito fácil e rápido criar uma propagação de uma marca, no entanto, deve- se levar em consideração que pode ser usada tanto para o bem como para o mau. É através do sexto P que a empresa irá ganhar reputação, por meio da comunicação pessoa a pessoa, transformando em um marketing viral (VAZ, 2011). “A propagação é a chave do marketing viral e da lucratividade da empresa na internet” (VAZ, 2011, p. 317). Para empresa que ainda não entende os consumidores, muitos vão dizer que para a propagação da marca, basta colocar um banner no meio de uma comunidade on-line no exato momento em que as pessoas estiverem interagindo entre si, porém as regras dizem “nunca faça isso, pois as pessoas não querem ver propagandas em um ambiente on-line quando estão se divertindo” (VAZ, 2011, p. 317). Como na atualidade as tendências mudam constantemente e mais rapidamente, a internet não é mais considerada uma mídia ou um veículo com foco na promoção de preços ou uma propaganda qualquer para vender alguns espaços publicitários. Acontece que hoje a internet é considerada um lugar em que os usuários fazem trocas monetárias, buscam principalmente informações, comparação, comunicação, compartilhamentos, lazer, diversão, entre outros, e é importante que a organização tenha uma interação para entender esse comportamento do consumidor (VAZ, 2011). No sexto P, a organização deverá promover uma interação com as pessoas, através da rede mundial da internet. A ideia é usar blogs, sites, fóruns, portais que falem (bem) da empresa. A marca deverá se propagar consumidor a consumidor. A empresa deverá provocar as pessoas para que espalhem os conteúdos, seja através de vídeos, imagens, slides, arquivos PDF, arquivos MP3, mesmo que fiquem disponíveis em sites como Youtube e ou SlideShare, no entanto, o ponto inicial da propagação sempre deverá ser através da homepage da organização (VAZ, 2011). “O pilar da credibilidade é muito explorado no sexto P. É neste P que a empresa fará com que a rede fale de maneira positiva dela mesmo, estimulando o boca a boca no ambiente web para que a marca ganhe credibilidade e alcance maiores margens” (VAZ, 2011, p. 319). 195 O Futuro do Marketing Digital Capítulo 7 g) Personalização Nesta etapa, a empresa deverá desenvolver uma personalização para cada segmento, pois, é necessário apresentar aquilo que o indivíduo está procurando. A personalização gera um relacionamento com o visitante. No marketing tradicional uma propaganda é geralmente voltada para um grande número de pessoas para atingir o maior número de visitantes, sendo que não tem as particularidades para cada mercado ou segmento (VAZ, 2011). No marketing digital, um site quando é igual para todo mundo, se torna irrelevante, e consequentemente acaba sendo apenas mais um em um milhão. Existem ferramentas de personalização que podem ser usadas nos sites para cada visitante, pois há a possibilidade de cocriação em que o sistema constrói um design de acordo com o comportamento de navegação e busca do consumidor (VAZ, 2011). Um exemplo de site personalizado é o da Dell, pois existem links em que o consumidor pode escolher qual modelo de notebook ou desktop deseja comprar, seja para pessoa física ou jurídica e até mesmo para jovens que gostam de jogar games. Essa personalização deverá ser realizada no site da empresa, independentemente do ramo de negócio, pois para cada segmento existe uma necessidade específica e uma linguagem diferenciada na venda de soluções (VAZ, 2011). A personalização deve ser levada em consideração no marketing digital, pois quando um visitante deixa uma mensagem, já está ocorrendo um contato, e esse visitante é um potencial comprador. O simples fato de ele navegar no site da empresa, já personalizado, poderá gerar outros visitantes para o mesmo segmento, desejo e ou necessidade. h) Precisão Na última etapa dos 8 Ps do marketing digital, é necessário medir todos os resultados obtidos com as ações realizadas em todas as outras etapas, pois a chance de fazer algo errado é muito grande, e é importante solucionar já no início para não ser muito mais prejudicial para a organização. Quanto mais informações e dados atualizados, menor serão as chances de errar, e os prejuízos serão minimizados. A necessidade de criar metas para obter os resultados desejados é essencial no mundo moderno, pois o tempo de correção é pequeno, e consequentemente se o concorrente perceber o erro, poderá desbancar a sua empresa em relação ao mercado (VAZ, 2011). 196 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL A mensuração dos resultados das ações realizadas pela organização ajuda a identificar o que deu certo e o que deu errado para a tomada de providências, para no caso dos acertos, aumentar as metas, e nos casos errados, buscar identificar o que o correu e solucionar o mais rápido possível. A seguir, Vaz (2011, p. 325) apresenta um resumo do que deverá ser feito no 8º P. No 8º P, a empresa deverá determinar quais as palavras-chaves no Google estão gerando a maior quantidade de contatos ou vendas (palavras descobertas no 1º P e que inseriu no conteúdo do 4º P), quais os blogs ou sites estão trazendo mais visitantes-clientes (blogs e sites que a empresa divulgou no 5º P e que propagaram sua marca, cumprindo o 6º P) e quais cidades do país e do mundo estão vindo mais compradores. É no 8º P que a empresa descobrirá quanto tempo os visitantes estão navegando no site, pois, deverá identificar onde eles estam demorando, seja preenchendo o formulário (podendo ou não significar uma maior ou menor taxa de conversão), maior número de páginas acessadas (as páginas estão cumprindo o papel para persuadir o visitante), e comparar com outras páginas o que está apresentando maior resultado (VAZ, 2011). A empresa deverá ter ciência que a mensuração dos resultados inicia-se no 1º P e não no 8º P, pois é necessário definir quais são os indicadores dos resultados para identificar o que está andando para frente ou para trás. Segundo Vaz (2011, p. 326), “a diferença entre o 1º P e 8º P é que no 1º P a empresa faz uma pesquisa secundária, com os dados que os consumidores deixam na internet como um todo, não necessariamente sobre a sua marca. No 8º P a empresa faz uma pesquisa primária. Lê exatamente o que o consumidor deixa de rastros no seu site ou na interação com a marca”. A mensuração de qualquer negócio virtual é uma das partes mais importantes para encontrar o melhor resultado, principalmente no custo e benefício e o retorno do investimento, pois é nesse momento que será identificado se a empresa está gerando lucros ou prejuízos. Quando a empresa chega ao 8º P o ciclo se fecha, pois ocorreu o planejamento do que será feito, desenvolveu o que será feito, atraiu tráfego para o site do negócio on-line da empresa, manteve esse tráfego no site, gerou credibilidade para a marca, converteu o tráfego em vendas, fidelizou o cliente, gerando mais vendas na forma cumulativa (VAZ, 2011). A empresa que usa o marketing digital deverá observar todo esse processo, pois ele é retroativo, e a busca por resultados deverá ser contínua para a sobrevivência do negócio, e cada vez maisserá necessário investir em 197 O Futuro do Marketing Digital Capítulo 7 ferramentas de mensuração para análise dos resultados e identificar tendências do mercado, pois caso o mercado mude, a empresa precisa estar atenta e à frente para mudar a segmentação, e, às vezes, até o produto que está oferecendo no mercado. Para saber mais sobre o assunto e aprender as técnicas dos 8 Ps do marketing digital, faça uma leitura do livro de VAZ, Conrado Adolpho. Os 8 Ps do marketing digital: o guia estratégico do marketing digital. Atividade de Estudos: 1) As 8 etapas do marketing digital são dependentes para obter um resultado, quando se trata da busca por possíveis compradores e consequentemente da alavancagem das vendas, e, portanto, a empresa deverá estar preparada para praticar todos os 8 Ps de forma eficiente e eficaz. Dos 8 Ps apresentados, qual representa a busca por informações para identificar a segmentação dos possíveis compradores? ( ) Planejamento. ( ) Pesquisa. ( ) Promoção. ( ) Propagação. As 7 Forças do Marketing Digital Com o aumento das tecnologias, o mundo pós-moderno em que vivemos está em constante crescimento no que se refere à inovação, e consequentemente aos novos desenvolvimentos de negócios em que são criadas novas oportunidades e, claro, riscos. Portanto, hoje, na maioria das vezes, faz-se necessária a mudança de hábitos e maneiras tradicionais para que a empresa possa ganhar espaço na sociedade (CHLEBA, 2000). 198 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Assim, há necessidade de as empresas constantemente buscarem novas ferramentas e tecnologias para que possam exercer suas atividades na internet. Com o avanço da tecnologia surgiu o “marketing digital”, que busca um relacionamento e aproximação com o consumidor através de conteúdos produzidos e divulgados na internet (CHLEBA, 2000). Anteriormente, verificamos os 8 Ps do marketing digital, nesse tópico, além de usar a estratégia dos 8 Ps, há outras forças que devem estar no planejamento da organização. Essas forças do marketing digital são: interatividade, personalização, globalização, integração, aproximação, convergência e democratização da informação (CHLEBA, 2000). As sete forças do marketing digital têm a oferecer à comunidade uma diferenciação às vendas e ao relacionamento com o mercado, para que o negócio possa alavancar. a) Interatividade: já faz tempo que a interatividade é uma exigência dos clientes com as empresas pela internet, e deverá ser compreendida de maneira muito mais ampla do que apenas uma troca de informações e transferências de dados. Um simples manual de instruções e ou o histórico da empresa já não satisfazem o consumidor. O cliente deseja respostas para suas dúvidas mais profundas e que sejam sanadas o mais rápido possível. A interatividade é uma das forças que envolve o cliente x empresa, promovendo o crescimento no relacionamento e os laços de confiança, consequentemente a empresa poderá contar com a colaboração dos clientes para que novos produtos sejam lançados (CHLEBA, 2000). O fornecimento de interatividade para o público pressupõe o que realmente esse público deseja e com o que pretende interagir, sendo que um conhecimento mais profundo poderá suprir as informações necessárias que esse público está procurando, segmentando conforme são recolhidas as informações através da interatividade, ou troca de informações (CHLEBA, 2000). As empresas deverão estar cientes que cada vez mais o público deseja serviços on- line que facilitem sua vida, como informações e transações para que ele não saia do aconchego da sua casa. Um exemplo são os bancos, caso um banco não ofereça o home banking para um possível cliente que já utiliza essa tecnologia, com certeza ele jamais será correntista desse banco. As pessoas destacam que os serviços on-line se tornaram um diferencial para as empresas que desejam manter-se no mercado cada vez mais digital pela facilidade de estarem conectadas na internet (CHLEBA, 2000). 199 O Futuro do Marketing Digital Capítulo 7 b) Personalização: por mais que uma empresa possa ter milhões de usuários, é possível um atendimento personalizado, para isso claro existem inúmeras ferramentas, pagas e não pagas, disponíveis na internet. Cada vez mais as pessoas buscam ser atendidas de forma diferenciada, pois cada uma tem um desejo ou uma necessidade diferente das outras. Essa personalização faz com que quando o cliente se sinta importante para a empresa, percebendo o grau de preocupação em resolver determinada situação, seja um problema e/ou uma dúvida, ele criará um maior vínculo e confiança com a organização. Naturalmente as empresas estão percebendo que atendimentos personalizados fazem com que esse cliente seja muito mais fiel à organização, e com a internet tornou-se muito mais fácil essa personalização. Um exemplo é o caso de um usuário cadastrar em uma agência financeira uma solicitação sobre onde investir, consequentemente um consultor de investimentos entrará em contato, seja por telefone, ou por e-mail, e o orientará sobre onde é mais vantajoso colocar o seu dinheiro, bem como sobre os juros, taxas e os riscos do investimento. O cliente quer resolver seus problemas através do atendimento personalizado (CHLEBA, 2000). c) Globalização: com o aumento das informações na internet, empresas que não estejam nela estão correndo um risco muito grande de se tornarem esquecidas, naturalmente isso poderá acarretar seu fechamento. É fato que a internet é o meio mais fácil e rápido de buscar informações sobre o produto ou serviço de uma determinada empresa, bem como, canais de comunicação on-line que facilitam a troca de informações e a interatividade entre o cliente e a empresa. Além de oferecer maior comodidade para os consumidores em conseguir opiniões dos produtos que desejam comprar, a internet auxilia na diminuição das distâncias entre as pessoas dos quatro cantos do mundo. A globalização não se restringe à mídia; as organizações podem construir marcas globais e conquistar outros mercados em que não haja operações locais. Um exemplo é a loja on-line eBay, ou seja, ela não possui uma operação local no Brasil, mas através da internet pode vender produtos para os consumidores brasileiros (CHLEBA, 2000). d) Integração: é natural que com a internet cada vez mais as empresas estejam se relacionando com os consumidores que estão muito mais integrados através das redes privadas e com as transferências de dados. A rede mundial, como a internet, permitiu que as empresas operassem a custos baixos, pois os sistemas podem estar interligados através da “nuvem” e consequentemente sua integração permite que as pessoas possam fazer seus pedidos e recebê-los em casa apenas através de cliques. O cliente poderá acompanhar o status do seu pedido, e saber 200 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL exatamente onde está, e receber um aviso quando o pedido é entregue no endereço indicado. As parcerias entre as empresas se tornaram cada vez mais comuns, melhorando muito o serviço que o cliente está buscando. As alianças entre as empresas estão tornando-se muito comuns com a internet e a globalização tornou isso muito mais fácil e seguro. Uma interação muito comum é entre as empresas e bancos que podem fazer as transações financeiras on-line, sem a necessidade de um funcionário se deslocar até o banco (CHLEBA, 2000). e) Aproximação: as tecnologias multimídias possibilitaram uma maior aproximação entre o cliente e a empresa, sem a necessidade de um intermediador, o contato é direto. A tecnologia também favoreceu a divulgação dos produtos e serviços e um grande número de informações através dos vídeos, áudios e imagens com a possibilidade de vendas on- line. Outro fenômeno que ocorreu com a internet foi a aproximação entre o cliente e o varejista, que anteriormente acontecia apenas através da loja física. Hoje, essas empresas passarama atender com vendas diretas e a entregar o produto ou serviço diretamente na casa do consumidor. Essa aproximação faz com que o consumidor perceba as facilidades que a empresa oferece e volte a comprar os produtos e serviços que são oferecidos (CHLEBA, 2000). É normal ainda muitas pessoas preferirem comprar em lojas físicas, mas a tendência é clara, as vendas on-line estão cada vez mais crescentes, é algo sem volta (GABRIEL, 2012). f) Convergência: naturalmente existe uma grande mudança com as inovações, pois a partir do momento que foi possível a digitalização de imagens, vídeos e som, além do texto, o entretenimento tornou- se cada vez mais forte. Anteriormente, era necessário um notebook, desktop para assistir aos vídeos na internet, hoje já é possível assistir ao Youtube pela televisão, que se tornou um computador, em que se pode também navegar, ver imagens e até fazer videoconferência, caso tenha uma câmera embutida. Cada vez mais a tecnologia está convergindo para que as necessidades e desejos dos consumidores sejam resolvidos de uma única vez em um único lugar, pois naturalmente as pessoas estão migrando do desktop e notebook para o smartphone, acessando em qualquer lugar que tenha conexão com a internet. Os meios de comunicação tradicionais são considerados uniformes e unilaterais na troca e distribuição de informações, assim a mídia impressa distribui grande volume de informações em imagens e textos da mesma maneira para todas as pessoas, bem como a televisão e o rádio que são direcionados para uma enorme quantidade de ouvintes/ telespectadores de forma uniforme, não havendo diferenciação entre as classes sociais, homens, mulheres, crianças, raças, cor, entre outros. É 201 O Futuro do Marketing Digital Capítulo 7 fato que com a internet as mídias de comunicação são as mais variadas e podem personalizar o que o consumidor realmente deseja, através de ferramentas que identificam o que ele está procurando. Um exemplo é quando um usuário faz uma pesquisa de um produto, naturalmente inicia-se um bombardeio de empresas que possuem o mesmo produto que ele está procurando. A convergência das empresas de televisão e do rádio para a internet foi necessária, levando em consideração a mesma qualidade ou até melhor do que dos aparelhos de televisão e rádio, para que não perdessem audiência (CHLEBA, 2000). g) Democratização da informação: em nenhum momento anterior foi vista tanta informação sendo distribuída pela internet e as várias mídias de comunicação, e sua proliferação é muito rápida através dos canais de comunicação e dos mecanismos de pesquisa. É possível buscar na internet, tanto em sites pagos como nos gratuitos, informações a custos incomparáveis com os livros, enciclopédias e revistas, comparando com as informações disponíveis na internet. A Wikipédia é um dos maiores sites de informações que podem ser acessados gratuitamente e que mudou a relação de transmissão de conteúdos e cada vez mais os usuários a utilizam para buscar informações. Para assuntos mais específicos existem os sites pagos através de uma mensalidade ou outro modelo de pagamento, e assim o usuário possui informações de fontes seguras para solucionar suas dúvidas. Por exemplo, um médico nunca irá usar a Wikipédia, pois as informações são editadas por várias pessoas até mesmo sem conhecimento, já nos sites pagos há informações de outros médicos e instituições de ensino que liberam os artigos científicos e livros do assunto que ele está procurando (CHLEBA, 2000). Naturalmente, existirão novas tecnologias para serem usadas na atratividade e integralidade com os usuários que usam a internet através das mais variadas mídias e redes sociais, e cada vez mais aumentará o número de pessoas que farão compras on-line e buscarão por informações, e as empresas que não investirem em tecnologias para interação com o consumidor estarão cada vez mais fadadas a perderem mercado. É importante que as organizações estejam investindo no marketing digital, com novas tecnologias e que através das sete forças de marketing digital apresentadas por Chleba (2000) possam melhorar muito o contato e a interação com os consumidores, e a transformação do marketing tradicional para o marketing digital. 202 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Atividade de Estudos: 1) Qualquer negócio tem suas mudanças, pois as culturas dos consumidores mudam e seus gostos, desejos e necessidades também, e consequentemente o marketing não foge à regra e precisa se adaptar. As empresas necessitam constantemente realizar pesquisas de mercado, para verificar o que o consumidor está querendo, pois seus hábitos mudam com o passar dos anos. Assim, o marketing digital possui suas forças para alavancar a organização. Observe os itens a seguir e assinale V para sentenças verdadeiras e F para as falsas. ( ) Nesses novos tempos é normal as empresas criarem atendimentos personalizados para alcançar potenciais clientes, pois, dessa forma, tornarão o cliente mais fiel. ( ) A globalização está se tornando cada vez menos essencial para as organizações, pois, para o mercado é considerada uma desvantagem competitiva. ( ) As informações com o tempo se tornaram mais democráticas, quando muitos sites oferecem conteúdos, imagens, vídeos, músicas, gratuitamente como os pagos. ( ) Através da internet, ocorreu uma aproximação muito mais eficaz e eficiente entre empresa e consumidor, facilitando os negócios e o anseio das necessidades e desejos desses consumidores. A Nova era do Marketing Digital Em um artigo, Douglas Campos (2015) conta que muitas empresas estão fechando suas portas, profissionais desesperados, contas estourando, escândalos após escândalos, crises e mais crises, e com essas mudanças a palavra da vez em inglês é “controllers” no mercado de trabalho, pois a necessidade de cortes e ajustes e um maior controle dentro de uma organização são necessários para sua sobrevivência. Empresas que não estão na mídia, seja elas on-line ou off-line, não existem, portanto, a necessidade de criar propagadas e publicidade para a sobrevivência da organização é essencial, no entanto, como divulgar com preços tão exorbitantes quando se fala na mídia de televisão? É nesse caso que o marketing digital e suas 203 O Futuro do Marketing Digital Capítulo 7 ferramentas passam a alavancar a organização, de uma forma eficiente e eficaz a preços razoáveis, que podem ser usados para ciar uma interação com os clientes e potenciais clientes. Campos (2015) comenta que os mecanismos de pesquisa e redes sociais estão presentes na vida de uma grande parcela da população. Estudos mostram que em torno de 20% da população mundial faz uso do Facebook, ou está cadastrada para curtir, compartilhar, comentar sobre os assuntos que chamam atenção, sugerindo, opinando, jogando, entre outras interações. Esse novo modelo de negócio em que as empresas têm por obrigação estarem on-line, independentemente se há uma loja para um consumidor, ou uma mineradora de ferro, ambas precisam ao menos possuir um site para apresentação e, principalmente, buscar interação com essas pessoas digitais. Campos (2015) destaca que uma empresa opta pela divulgação em mídias redes sociais devido aos benefícios que ela promove, e uma ferramenta muito usada na atualidade é o Facebook, pois as pessoas podem ter a interatividade com a empresa que demonstra interesse em interagir com o cliente ou com um visitante quando estes desejam saber o que ela está praticando, seja ambiental e socialmente. Harvard University destaca a eficiência das ações voltadas ao marketing no meio digital, pois são muitos os benefícios notados pelas empresas, como a melhoria da consciência e do conhecimento entre o público-alvo e em relação às empresas, pois os produtos e serviços auxiliam na percepção da marca (CAMPOS, 2015). Outro estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas afirmaque cada 1% gasto por uma organização em tecnologia transforma-se, a cada dois anos, em um crescimento de 7% no lucro da empresa. Ainda que existam investimentos superiores a essa média, são poucos que trazem essa lucratividade em tão pouco tempo (CAMPOS, 2015). Nesses novos tempos do consumidor cada vez mais conectado à internet, iniciaram-se novos procedimentos para conquistar esses clientes e cada vez mais torna-se mais necessário as empresas estarem na rede, seja em mídias sociais, blogs, links patrocinados, entre outras ferramentas disponíveis para que seja possível interagir com esses potenciais clientes. Lembrando as eras do marketing, observe no quadro a seguir o que mudou da 1ª era até a última em comparação com o novo modelo de marketing 4.0. 204 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Quadro 8 – As eras do marketing Marketing 1.0 Centrado no pro- duto 2.0 Centrado no Con- sumidor 3.0 Centrado nos va- lores Objetivo Vender produtos Satisfazer e reter consumidores Fazer o mundo um lugar melhor Forças propulso- ras Revolução Industrial Tecnologia da infor- mação Nova onda de tec- nologia Como as empre- sas veem o mer- cado Compradores de massa, com neces- sidades físicas Consumidor inteli- gente, dotado de coração e mente Ser humano pleno, com coração, mente e espírito Conceito de mar- keting Desenvolvimento de produto Diferenciações Valores Diretrizes de mar- keting da empresa Especificação do produto Posicionamento do produto e da em- presa Missão, visão e va- lores da empresa Proposição de valor Funcional Funcional e emo- cional Funcional, emocion- al e espiritual Interação com o consumidor Transação do tipo um para um Relacionamento um para um Colaboração um para muitos Fonte: Adaptado de Kotler e Keller (2012). Para saber mais sobre as Eras 1, 2 e 3 do marketing, o livro Administração de marketing de Kotler e Keller apresenta os conceitos, mudanças e tendências que ocorreram para chegar ao Marketing 4.0 Como se pode perceber no quadro anterior, as eras do marketing a cada tempo possuem novos objetivos, e constantemente as empresas precisam identificar as novas tendências, e uma nova era já está em seus primeiros passos e novamente irá obrigar as empresas a buscarem novos diferenciais para que o consumidor compre seus produtos e serviços. Destaca-se a era 4.0, ou seja, o novo marketing 4.0. Inicialmente, apresenta-se como as pessoas compram, dos 4 As do marketing tradicional para os 5 As do Marketing 4.0. Na Figura 21, Kotler, Kartajaya, Setiawan (2017) apresentam as tendências da mudança de como as pessoas estão realizando suas compras. 205 O Futuro do Marketing Digital Capítulo 7 Figura 21 – O caminho do consumidor pré-conectado dos 4 As tradicionais para os 5 As digitais dos consumidores conectados Fonte: Adaptado de Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 81). A mudança de cultura no comportamento das pessoas, é algo muito comum, e as empresas devem estar preparadas para essas mudanças caso desejem estar presentes no mercado cada vez mais competitivo. Kotler, Kartajaya, Setiawan (2017, p. 79) destacam o segundo comportamento das pessoas na pré-conectividade. • Na era da pré-conectividade, havia uma individualidade das pessoas em relação às atitudes que determinavam a relação com a marca. Na era da conectividade, a atração inicial de uma marca é influenciada pela comunidade em torno do consumidor para determinar a atitude final. As decisões em relação a uma marca se tornaram sociais apesar de aparentarem pessoais, e o caminho do consumidor é refletir o surgimento dessa influência social. • Na era da pré-conectividade, a definição da fidelidade era determinada pela retenção e recompra, na era da conectividade, a finalidade em última análise, é defender uma marca, porém, o consumidor não é obrigado a comprar continuamente da mesma marca, mas se ele está satisfeito com a marca, estará disposto a recomprar, mesmo que não haja necessidade para o momento. O caminho do consumidor deve ser alinhado de acordo com essa nova definição de fidelidade. 206 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL • Para conhecer e entender as marcas, os consumidores se conectam ativamente nessa nova era da conectividade, desenvolvendo relacionamentos para pesquisar e defender. Quando surgem dúvidas, os consumidores irão procurar outras pessoas que tenham mais conhecimento em relação à marca e suas experiências. Dependendo da tendência do que ocorreu na conversa, a marca pode ser fortalecida ou fragilizada. O caminho do consumidor é reconhecer a necessidade dessa conectividade. Com base na era da conectividade e na mudança do comportamento do consumidor, ocorreu uma nova nomenclatura em relação ao marketing tradicional dos 4 As para o marketing digital 5 As, que mudam a postura do consumidor cada vez mais conectado, buscando informações, para sua decisão na compra de uma determinada marca. Na figura a seguir, Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017) apresentam os novos conceitos dos 5 As do comportamento do consumidor. Figura 22 – Caminho do consumidor em relação aos 5 As Fonte: Adaptado de Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017). O Marketing 4.0 pondera que o consumidor é que irá ditar quais empresas sobreviverão no mercado, no entanto, as organizações que estão on-line pesquisando e identificando tendências, bem como identificando o que estão comentando sobre elas, têm grandes possibilidades de sobrevivência, mas para isso é necessário que busquem na internet um relacionamento com o consumidor para que ele volte 207 O Futuro do Marketing Digital Capítulo 7 Para um melhor entendimento em relação a nova era do marketing, acesse o link a seguir que apresenta alguns diferenciais que as empresas devem levar em consideração na era 4.0. Disponível em: . Acesso em: 12 fev. 2018. O marketing tradicional aos poucos demonstra que os consumidores são os personagens mais poderosos que as empresas devem temer, e com a era digital, o marketing passou a ter um papel mais relevante quando se trata no lado humano, pois é sabido que os consumidores não são perfeitos, sentem-se vulneráveis às manobras do marketing e consequentemente criam grupos e comunidades para debates, troca de informações e conteúdos a respeito de uma marca, buscando fortalecer suas opiniões (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017). As marcas devem se comportar como pessoas acessíveis e amáveis, mas também vulneráveis. A intimidação foi um forte argumento que as empresas usavam no passado, no entanto, nos dias atuais, as pessoas tornaram-se mais independentes em suas escolhas. As marcas devem ser autênticas, honestas, admitir suas falhas e minimizar o processo de serem perfeitas. As marcas devem ser movidas pelos seus valores básicos, centradas no ser humano e tratando os consumidores como amigos, integrando-se ao seu estilo de vida (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017). #Hashtag é o Novo Slogan e o Conteúdo o Novo Anúncio O marketing 4.0, nessa nova era, tem como principal objetivo uma abordagem de conteúdo para os anúncios, pois envolve criar, selecionar, distribuir e ampliar conteúdos que sejam interessantes para os visitantes, relevantes e principalmente úteis para um público personalizado e bem definido (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017). O fato é que o foco está no conteúdo que os consumidores estão pesquisando, seja no site da empresa, seja através das mídias e redes sociais, a comprar e que, nas redes sociais, troque informações com outros consumidores, amigos e familiares e fale bem da organização. Só dessa forma poderão ter chances de sobrevivência (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017). https://www.agenciaunico.com.br/blog/como-a-era-digital-mudou-jeito-de-fazer-marketing/ https://www.agenciaunico.com.br/blog/como-a-era-digital-mudou-jeito-de-fazer-marketing/208 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL porém também é fato que as empresas estão preocupadas com o que está sendo comentado nas mídias sociais a seu respeito. Um estudo realizado pela Content Marketing Institute e do MarketingProfs, segundo Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 148), afirma que “76% das empresas que vendem diretamente para os consumidores e 88% daquelas que vendem para outras empresas, nos Estados unidos, usaram marketing de conteúdo em 2016”. Os profissionais dessas áreas afirmam que o conteúdo se tornou a nova propaganda e as #hashtags usadas na distribuição dos conteúdos, pelas mídias e redes sociais se igualam ao papel dos slogans tradicionais. Nos capítulos anteriores foi apresentada a importância do marketing de conteúdo, mas para garantir sucesso é necessário que, através dos 8 Ps do marketing digital, seja realizada uma definição do conteúdo, que é efetuada no segundo P (Planejamento), e consequentemente se busque as novas tendências através do que está sendo comentado nas mídias e redes sociais. No quadro a seguir são apresentados os passos para o marketing de conteúdo. Quadro 9 – Passo a passo do marketing de conteúdo 1 – Fixação de metas 2 – Mapeamento do público 3 – Concepção e planejamento do conteúdo 4 – Criação do conteúdo O que quer atingir com sua campanha de marketing de conteúdo? - Objetivo de desen- volvimento da marca - Objetivo de cresci- mento das vendas Quem são meus consumidores e quais são as ansie- dades e os desejos deles? - Perfis e personas de consumidores - Ansiedade e dese- jos dos consumi- dores Qual é o tema geral do conteúdo? - Tema do conteúdo - Formatos e mix de conteúdo - Enredo e calendário do con- teúdo Quem cria o conteú- do e quando? - Criadores do con- teúdo: a própria em- presa ou agências - Cronograma de produção do con- teúdo 5 – Distribuição do conteúdo 6 – Ampliação do conteúdo 7 – Avaliação do marketing de con- teúdo 8 – Melhoria do marketing de con- teúdo Onde você deseja distribuir os itens de conteúdo? - Canal próprio - Canal pago - Canal conquistado Como você planeja alavancar os itens de conteúdo e in- teragir com os con- sumidores? - Criar conversa em torno do conteúdo - Uso de propagan- da boca a boca e influenciadores Quão bem-sucedida é a sua campanha de marketing de conteúdo? - Métricas de mar- keting de conteúdo - Realizações do objetivo geral Como você melhora o marketing de con- teúdo existente? - Mudanças do tema - Melhoria do con- teúdo - Melhoria da dis- tribuição e a ampli- ação do conteúdo Fonte: Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 152). 209 O Futuro do Marketing Digital Capítulo 7 O marketing 4.0 destaca o marketing de conteúdo nessa nova era digital, pois as pessoas estão cada vez mais informadas, e a insistência de comentar essa mudança é importante para que as empresas entendam essa nova nomenclatura de marketing em que a chave de ouro é o conteúdo que está sendo distribuído sobre a empresa, desde que sejam informações benéficas a sua imagem. Para saber mais sobre os passos do marketing de conteúdo, você deverá fazer uma leitura do livro de KOTLER, Philip. KARTAJAYA, Hermawan. SETIAWAN, Iwan. Marketing 4.0. Marketing Onicanal (Ownichannel) Vamos imaginar um cenário no qual um consumidor ao assistir a um anúncio de televisão fica interessado no produto apresentado, e a seguir vai até uma loja física para tentar testar o produto. Depois de testar, verificar, assimilar, examinar e comparar com outros produtos iguais ou parecidos no mercado, ele toma a decisão de que aquele produto é o melhor, mas ao invés de comprar na loja física, ele decide pesquisar na internet por um preço muito menor (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017). Agora, vamos para outro cenário, em que o consumidor através de banners on-line, vê um produto de seu interesse. Ele buscará informações através do seu smartphone nas mídias e redes sociais do produto que deseja e inicia uma comparação, lendo opiniões, sugestões e o examina detalhadamente. Depois desse processo, o consumidor decide que aquele produto é o melhor e vai até a loja física mais próxima para encontrar o produto e a marca desejada e realiza a compra (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017). Em um primeiro momento, parece estranho o segundo cenário, mas na realidade não é. O primeiro cenário é chamado de “showrooming” e o segundo cenário de “webrooming”. No entanto, esses dois cenários são muito comuns na era digital. Os consumidores estão cada vez mais indiferentes ao canal de compra, o que importa é o produto e ou serviço final, qual é o melhor e, a partir disso, decidem fazer a compra. Os consumidores estão alternando entre on-line e off-line, ou vice-versa constantemente, quando se trata da aquisição de produtos ou serviços (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017). 210 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Como o consumidor está se tornando independente, as empresas estão sendo obrigadas a mudarem em relação a serem apenas on-line ou apenas lojas físicas, pois o correto é ter as duas. É aí que surge o marketing unicanal, que é uma prática de integrar vários canais para criar uma experiência de consumo contínua e uniforme. É necessário que as empresas unifiquem os canais, suas metas e estratégias. Esse movimento irá assegurar maiores esforços dos canais on-line e off-line para levar o consumidor ao compromisso de comprar (KOTLER; KARTAJAYA; SETIAWAN, 2017). Segundo Kotler, Kartajaya e Setiawan (2017, p. 168), um estudo realizado pela International Data Corporation, “descobriu que os compradores unicanal tipicamente alcançam um valor de tempo de vida maior do que clientes (lifetime value) 30% maior do que os compradores de um só canal”. Naturalmente, os consumidores ficam mais fiéis e comprometidos quando a empresa oferece mais do que uma opção de compra no momento em que desejam adquirir um produto ou serviço. O fato é que as empresas devem focar nas tendências, e os avanços tecnológicos facilitam esse novo modelo de marketing unicanal, que logo se tornará predominante no mercado. Rigby (2011) afirma que o comércio, principalmente, o varejista, através do unicanal, será o caminho para o futuro, pois a necessidade de satisfazer o consumidor é cada vez maior, pois ele quer tudo a qualquer momento, quando estiver com vontade. Dessa forma, os consumidores, querem vantagens digitais: seleção quase ilimitada, transparência de preços com apenas alguns cliques, recomendações personalizadas dos amigos e especialistas, mas também querem vantagens nas lojas físicas, a interação face a face com o vendedor, disponibilidade de produtos para que possam ser experimentados, e experiências sociais realizadas em um evento. Naturalmente, cada consumidor irá medir e avaliar de modo diferente, mas todos desejam uma interação entre o digital e o físico. No quadro a seguir são apresentados os canais digitais e físicos dos consumidores conectados. 211 O Futuro do Marketing Digital Capítulo 7 Quadro 10 – Vantagens dos canais digitais e físicos para os consumidores digitais Vantagens do canal digital Vantagem do canal físico - Informações instantâneas dos produtos - Variedade editada - Ampla diversidade de seleções - A aquisição como uma experiência - Revisão de produtos por consumidores e dicas - Possibilidade de vestir ou experimentar os produtos e ou serviços - Conteúdo editorial e recomendações - Atenção pela equipe de vendas - Auxílio para iniciar o produto ou conduzir a reparos - Engajamento social e diálogo de mão du- pla - Acesso instantâneo a produtos - Conveniência de acesso a qualquer coisa, em qualquer tempo, em qualquer lugar - Retorno conveniente - Gratificação instantânea em todos os sen- tidos Fonte: Adaptado de Rigby (2011, p. 72). Ficou evidente que essa nova tendência da era 4.0 é uma unificação dos comércios on-line e off-line para atender ao consumidor, sejaele “showrooming” ou “webrooming”. O marketing de conteúdo poderá garantir a permanência do consumidor em realizar compra e recompra, ser fiel à marca, seja digital ou física. As organizações precisam entender os consumidores, estar onde eles estão, trocar informações, apresentar seus produtos, pesquisar o que estão comentando sobre o seu produto ou serviço, e garantir que o conteúdo seja benéfico, e caso não for, identificar o mais rápido possível o que está ocorrendo, o porquê de os consumidores não comprarem da loja. É importante lembrar que o marketing 3.0 está focado nas relações humanas, enquanto o marketing 4.0 procura estampar as mudanças no comportamento dos consumidores conectados, como seus potenciais de “advogados” das marcas. Através das mídias e redes sociais, os consumidores conseguem mudar de opinião com a influência de um e de outro consumidor que já teve alguma experiência com o que esteja sendo debatido. Por exemplo, quantas vezes um parente, amigo ou colega de trabalho, comentou sobre um produto ou serviço e teve a curiosidade de conhecer, provar e comprar? Essa é a verdadeira questão do marketing 4.0, a nova mudança de paradigmas apenas está começando, e não temos muita certeza qual será o caminho que irá nos levar, mas a tendência para o momento é essa, “a troca de informações on-line e a provação dos produtos e serviços nas lojas físicas”. 212 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Atividade de Estudos: 1) Quando se está usando as mídias e redes sociais para apresentar as informações da empresa para os possíveis consumidores, são necessários alguns passos para que seja fornecida a informação correta. Em relação à ampliação de conteúdo, observe as sequências a seguir. I – Criar novas conversas em torno de um conteúdo. II – Segmentar o perfil dos consumidores. III – Utilizar o marketing tradicional de propaganda boca a boca. IV – Utilizar canais pagos. Agora assinale a alternativa correta: ( ) Apenas a sentença I está correta. ( ) Apenas as sentenças I e II estão corretas. ( ) Apenas as sentenças I e III estão corretas. ( ) Apenas as sentenças II, III e IV estão corretas. CINCO INSIGHTS SOBRE O FUTURO DO MARKETING DIGITAL Um dos maiores obstáculos no momento são os silos de dados que se formam: diferentes departamentos dentro de uma mesma empresa obtêm dados importantes sobre os consumidores, mas esses conjuntos de dados não são integrados. No início de agosto, a Sociomantic Labs trouxe seu evento Digital Marketing Heroes para São Paulo, reunindo players importantes como Raia Drogasil, Dunnhumby, GPA, Heineken, Magazine Luiza, Publicis, L’Oréal e Home Refill para discutir o futuro do marketing digital. Alguns dos temas abordados foram estratégias multicanais e multidispositivos, transformação de Big Data em Smart Data, exposição de marca e integração on-line e off-line. Confira a seguir os insights e tendências em marketing dentro e fora do ambiente on- line baseados nos debates que aconteceram no evento. 213 O Futuro do Marketing Digital Capítulo 7 1 Transformação de Big Data em Smart Data Atualmente, existe um enorme volume de dados úteis para as marcas, em especial para profissionais de CRM e marketing, que precisam ser corretamente processados e analisados para que as estratégias que os utilizam sejam relevantes. O maior obstáculo no momento são os silos de dados que se formam: diferentes departamentos dentro de uma mesma empresa obtêm dados importantes sobre os consumidores, mas esses conjuntos de dados não são integrados nem analisados como um todo, permanecendo fragmentados enquanto poderiam ser utilizados em estratégias robustas de personalização e relevância da marca. Aí está a diferença entre Big Data e Smart Data: enquanto a primeira modalidade se refere a uma grande quantidade de dados disponíveis, a segunda trata de processar e analisar esses dados de forma integrada, com uma perspectiva completa – o que é fundamental para otimizar as estratégias de marketing das empresas sem desperdiçar dados ou recursos organizacionais. 2 Integração on-line/off-line Muito se fala sobre a potencialidade do ambiente digital para todos os setores do mercado, mas ainda há pouca reflexão sobre a necessidade de combinar as abordagens on-line e off-line. Apesar de o tráfego on-line só aumentar, a experiência do consumidor ainda é muito concentrada nos ambientes físicos – uma pesquisa conduzida em 2016 nos Estados Unidos (um dos maiores mercados de e-commerce do mundo) pela consultoria Kelton Global, relata que 96% da população faz compras na internet, mas 65% da receita de vendas são gerados em lojas físicas. Isso significa que é essencial coletar informações sobre o comportamento do consumidor fora do ambiente on-line e encontrar soluções para integrar os dados on-line e off-line, traçando perfis integrados e completos dos clientes para alcançá-los com as mensagens certas, nos momentos certos. 214 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL 3 Personalização Omnichannel Hoje em dia é impossível planejar uma campanha sem levar em conta a multiplicidade de pontos de contato com os consumidores. Aqui também entra em jogo a integração entre os ambientes on e off- line, já que os canais podem ser digitais ou físicos. Para que a comunicação seja eficaz, os fatores mais importantes a serem considerados são: coerência de linguagem em todos os canais, otimização de frequência de mensagens (de forma a não ser inconveniente, mas manter um relacionamento constante com o cliente) e utilização inteligente dos dados sobre o comportamento dos consumidores – quem tende mais a comprar de dia/ à noite; quem busca promoções on-line para comprar na loja física; quem só compra produtos com desconto etc. 4 Monetização da audiência on-line Para otimizar suas campanhas on-line, é importante trabalhar com métodos que atendam às necessidades específicas da marca, desde o awareness até a fidelização, passando por branding, performance e vendas. É essencial buscar soluções que ajudem as marcas a impactarem uma audiência precisa com mensagens e promoções personalizadas com base nos comportamentos de compra dos consumidores, evitando desperdiçar recursos com mensagens irrelevantes para os clientes – o que possibilita uma exposição de marca positiva e eficaz, favorecendo tanto a experiência do consumidor como o desempenho da empresa – e oferecendo ao varejista um novo fluxo de tráfego para o site, uma nova fonte de receita e uma comunicação melhor com os players da indústria. 5 Colaboração entre indústria, marketing e varejo Por último, a colaboração entre as diferentes partes envolvidas nas estratégias de marketing (principalmente a indústria, os profissionais de marketing e o varejo) se faz mais importante do que nunca – muito devido ao potencial de coleta de dados de cada um dos players e à potência de uma abordagem integrada, muito superior a estratégias compartimentalizadas. 215 O Futuro do Marketing Digital Capítulo 7 Desta forma, é muito importante realizar parcerias transparentes e bem articuladas, incluindo o compartilhamento de insights e dados sobre o comportamento dos consumidores. Fonte: Moritz Wolf. Disponível em: . Acesso em: 8 fev. 2018. Algumas Considerações A necessidade de as empresas estarem cada vez mais conectadas com seus consumidores se tornou parte essencial para a sua sobrevivência, no entanto, é necessário que ao usar a internet deve-se ter cuidado com o conteúdo que será distribuído. Já foi visto nos capítulos anteriores a importância do marketing de conteúdo, de busca, o viral, entre outros, a necessidade de estar sempre perto do consumidor, pois é ele que decidirá se irá comprar ou não o produto ou serviço da empresa. O uso dos 8 Ps demostra como é importante buscar atravésda pesquisa o primeiro P, o que o consumidor está necessitando ou desejando, e com um segundo P (planejamento) bem caracterizado e estruturado com as informações necessárias e corretas, poderá trazer um crescimento para a organização. Também a partir da força do marketing digital, a empresa poderá crescer de forma rápida e eficaz, porém deverá ficar observando as tendências a partir da nova era, ou seja, o marketing 4.0. A nova era 4.0 destaca a importância do comportamento do consumidor, ao que se pode evidenciar é que ele ou um grupo de consumidores serão os donos da verdade, é de fato salientado que o consumidor quando não está satisfeito com aquela loja, seja ela digital ou física, irá procurar outra que atenda às suas expectativas. Infelizmente, muitas empresas ainda não estão preparadas para essa mudança, por ainda não entenderem a nova era, ou acreditarem que não haverá essa mudança de conceitos, ou pensarem que é apenas algo passageiro. No entanto, as empresas deverão estar preparadas se quiserem sobreviver. 216 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Referências CAMPOS, Douglas. Artigos administradores. 2015. Disponível em: . Acesso em: 12 fev. 2018. CHLEBA, Márcio. Marketing digital: novas tecnologias e novos modelos de negócios. São Paulo: Futura, 2000. GABRIEL, Martha. Marketing na era digital: conceitos, plataformas e estratégias. São Paulo: Novatec, 2012. KOTLER, Philip; KARTAJAYA, Hermawan; SETIAWAN, Iwan. Marketing 4.0. Rio de Janeiro: Sextante, 2017. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin L. Administração de marketing. 14. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012. RIGBY, D. The future of shopping. Harvard Business Review, Massachusetts, p. 65-76, December, 2011. VAZ, Conrado Adolpho. Os 8 Ps do marketing digital: o guia estratégico do marketing digital. 2 ed. São Paulo: Novatec Editora, 2011. ______. Google marketing: o guia definitivo de marketing digital. 3. ed. São Paulo: Novatec, 2010.muitas vezes, áudios, textos, gráficos, conhecidas como multimídias. É importante salientar que as empresas, quando possuem sites, estes devem ser atualizados constantemente para que o usuário perceba que a organização está interagindo com o consumidor, e claro, quando ocorre algum erro, a correção seja realizada imediatamente (MARTINI, 1999). A internet pode ser considerada como uma grande rede de computadores conectados. 22 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL É comum que empresas que façam o comércio de algum produto, por exemplo, um software, muitas vezes disponibilizem um DEMO, onde o usuário poderá usar, fazer testes e verificar se esse produto satisfaz suas necessidades. Essa técnica é muito interessante para que as empresas possam vender o produto (MARTINI, 1999). Cada vez mais, com a utilização da internet, há como contrapartida a diminuição nas ligações telefônicas, no entanto, existe uma grande preocupação, as pessoas ainda persistem em não realizar ou raramente enviar feedback para a organização, em forma de comentários e sugestões para a criação de um banco de dados de informações que possam auxiliar no melhoramento e na qualidade do produto ou serviço que a empresa oferece (MARTINI, 1999). A internet é um grande termômetro para a organização, pois os usuários, muitas vezes, mesmo de forma anônima, contribuem com comentários e testes ou sugestões de produtos ou serviços oferecidos, no entanto ainda são poucas as pessoas que fazem isso (MARTINI, 1999). Vamos exercitar? Existe uma grande preocupação, as pessoas ainda persistem em não realizar ou raramente enviar feedback para a organização. Atividade de Estudos: 1) Descreva a seguir quais são os softwares que você mais utiliza no seu dia a dia, seja no trabalho, em casa ou lazer, e faça uma pesquisa na internet sobre ao menos dois desses softwares que você utiliza. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ leand Comentário do texto O aluno deverá pesquisar na internet os softwares que utiliza no ambiente de trabalho e descrever o seu funcionamento, o que eles realizam, para que servem e todas as caraterísticas que possuem. 23 Introdução ao Marketing Digital Capítulo 1 Para conhecer a história completa da internet, é interessante buscar na biblioteca ou até mesmo na “nuvem” sobre o assunto, busque agora mesmo no Google. Boa leitura. Os Websites e Acessórios Com a invenção da internet, as tecnologias foram, ano após ano, sendo desenvolvidas para melhorar e realizar as tarefas digitais de forma mais eficiente e eficaz, pois a demanda cada vez maior tornou necessária essa grande transformação, ou seja, saímos de uma tela verde para os gráficos e imagens que atualmente fazem parte dos websites. O website, segundo Sterne (2000), é a primeira página eletrônica que o usuário acessa em seu computador, notebook, tablet ou smartphone. Essa página é enviada através da internet para o computador solicitante, em que será renderizada (processo pelo qual se obtém o produto final de um processamento digital qualquer), este sendo um texto, gráficos, imagens, vídeos, sons, hyperlinks etc. Quando um site é criado, geralmente fica armazenado em servidor, em que o usuário final apenas tem a opção de acessar o que está disponível para visualização. A estrutura é acessada apenas pelo profissional da Tecnologia da Informação (programador) através de senhas (STERNE, 2000). Na Figura 2 pode-se visualizar um website no qual os usuários podem navegar e buscar informações, nesse caso é um buscador muito conhecido, que é o Google. 24 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Figura 2 – Modelo de website – Google Fonte: O autor. Deve-se saber que para que um website exista é necessária uma linguagem de programação em HTML (Hyper Text Markup Language), pois é através de códigos, ponteiros e imagens que são criadas as home page (STERNE, 2000). Segundo Sterne (2000), as funções do HTML são: a) descrever o formato do seu documento; b) identificar os arquivos adicionais que precisam ser enviados junto com o da página que foi solicitada; c) conter links embutidos, que permitem apanhar outros arquivos. A linguagem de programação HTML foi criada com a intenção de melhorar a visualização e a interação entre os computadores da rede mundial da internet, principalmente no aspecto gráfico. Observe na Figura 3 um exemplo de como os usuários acessavam um site em seu início. A linguagem de programação HTML foi criada com a intenção de melhorar a visualização e a interação entre os computadores da rede mundial da internet, principalmente no aspecto gráfico. Figura 3 – Imagem antiga de um website Fonte: Disponível em: . Acesso em: 27 dez. 2017 25 Introdução ao Marketing Digital Capítulo 1 Antes dessa nova linguagem de programação HTML, as ferramentas mais utilizadas naquela época eram a ftp, gopher etelnet, e geralmente estas rodavam em terminais de caracteres e, no entanto, naquele tempo eram aplicadas e muito úteis e bastante populares no meio acadêmico, mas para o público em geral, pouco atrativas. A HTML, em conjunto com o protocolo HyperText Transfer Protocol (HTTP) e com os browsers (navegadores), iniciou a popularidade da internet pela sua forma gráfica e de fácil interação. A HTML não é exatamente uma linguagem de programação propriamente dita, mas uma linguagem de formatação, que desenvolve e estabelece um conjunto de tags que simulam o estilo como os textos, arquivos e documentos são expostos pelo navegador, “a HTML consiste em uma linguagem de programação que é usada como padrão internacional para formatação dos documentos na Web, na forma de aplicação de Standard Generalized Markup Language (SGML), para trabalhar com HTML, utiliza-se um editor de texto e um navegador para visualização” (FRANKLINT, 2001, p. 120). Existem ainda outras linguagens de programação que são utilizadas, claro que deverá ser levada em consideração a complexidade de cada website, principalmente os que necessitam de segurança, como é o caso dos bancos, lojas de comércio eletrônico, sites do governo etc. Para saber mais sobre linguagem de programação de websites, utilize o livro do autor BELL, Ian. HTML, DHTML & Web design. São Paulo: Market Books, 2000. p. 617. Web 1.0, 2.0 e 3.0 Com o passar do tempo, tudo o que envolve a tecnologia tem a necessidade de evoluir, por exemplo, aumentar e melhorar a velocidade, os gráficos, textos, sons e imagens, seja de um produto ou o desenvolvimento das websites. Para que o conhecimento seja desenvolvido é importante conhecer todas as fases e estágios da transformação da internet e, consequentemente, as home page ou websites. Com isso, foram necessárias transformações, principalmente nas formas de comunicação, e assim, inúmeras atividades, tais como 26 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL entretenimento, e-commerce, disseminação das informações e do conhecimento, compartilhamento e troca de arquivos, as redes sociais, tornaram-se muito comuns entre os usuários da grande rede que é a internet. Na Figura 4 são apresentadas as diferenças entre as WEB 1.0, 2.0 e 3.0. Em seguida, seus conceitos para que possamos entender o seu desenvolvimento até os dias atuais. Figura 4 – WEB 1.0, 2.0 E 3.0 Fonte: Disponível em: Acesso em: 27 dez. 2017. Quando a internet iniciou sua popularização, em meados de 1995, um dos seus objetivos era facilitar o acesso à internet e às demais mídias para que houvesse uma maior,melhor e rápida comunicação entre as pessoas, principalmente de forma dinâmica e eficiente (GUIZZO, 1999). A primeira fase, conhecida como WEB 1.0, era caracterizada por exibir home pages, na maioria das vezes, com assuntos e conteúdos estáticos, onde apenas os administradores podiam adicionar as informações a que os usuários poderiam ter acesso, sendo utilizadas de forma unidirecional, dos webmasters aos usuários. Nessa fase o usuário era apenas um espectador, pois não possuía autorização Para Gabriel (2010, p. 79), “a Web 1.0 é estática, onde as pessoas apenas navegavam e consumiam informações 27 Introdução ao Marketing Digital Capítulo 1 para reeditar, alterar e muito menos compartilhar as informações. Apesar das inúmeras informações disponíveis, havia uma restrição de público, pois comprar o equipamento e ter acesso à internet exigia um valor muito elevado, e apenas usuários com poder de compra tinham condições de pagar (naquela época não havia quase nada gratuito), tornando limitados os acessos à internet. (COUTINHO; BOTTENTUIT JUNIOR, 2007). Para Gabriel (2010, p. 79), “a Web 1.0 é estática, onde as pessoas apenas navegavam e consumiam informações”. Mas como a inovação se faz necessária, segundo Primo (2007), com o aumento dos usuários, houve a necessidade de aumentar a velocidade e o conteúdo, estes foram fatores para melhorar o desenvolvimento dos websites. Dessa forma, ocorreu a evolução para a WEB 2.0 no final da década de 90 e início dos anos 2000. A segunda fase, à qual foi dado o nome de WEB 2.0, ocorreu em meados do ano de 2004, quando as empresas O’Reilly e a MediaLive International, em uma conferência de tecnologia, apresentaram o novo modelo. A Web 2.0 é a mudança para uma Internet como plataforma, e um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva (O’REILLY, 2005, on-line). Segundo Gabriel (2010, p. 79), “a Web 2.0 é a de participação, onde as pessoas usam a web como plataforma para todo tipo de interação: blogs, vídeos, fotos, redes sociais”. A Web 2.0 a conhecemos como a fase da computação em nuvem, os aplicativos como Gmail, Redes Sociais, Dropbox, Drive, One Drive, ficam armazenados na internet (nuvem de computadores), sendo acessados de qualquer lugar do planeta por meio de equipamentos eletrônicos como os computadores e notebooks com conexões on-line. A Web 2.0 teve como efeito a transformação no método e no estilo das publicações, compartilhamento e a organização das informações, buscando uma maior interação com o usuário (PRIMO, 2007). Essa nova nomenclatura da Web 2.0 não está apenas limitada em referência às normas técnicas, como os serviços Web, linguagens de programação específicas, mas em consideração às estratégias que são desenvolvidas para o mercado e aos processos da troca de informações entre os computadores. O’Reilly (2005) e Primo (2007) destacam as características da Web 2.0: A Web 2.0 é a de participação, onde as pessoas usam a web como plataforma para todo tipo de interação: blogs, vídeos, fotos, redes sociais 28 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL • interfaces agradáveis e com facilidade de manusear; • depende muito do número de usuários para o sucesso da ferramenta, pois tratam-se de conteúdos colaborativos e trocas de informações; • um grande número de sistemas disponibilizados, sendo alguns gratuitos e outros com custo baixo; • aumento considerável na utilização e elaboração de páginas pessoais, principalmente com os blogs; • disponibilização e edição entre usuários das informações; • agilidade nas alterações (quase instantâneas) das informações e conteúdo dos sites; • os aplicativos (APP) funcionam tanto on-line como off-line; • criação de redes sociais e grupos de usuários que têm interesses pelo mesmo tipo de assunto; • aumento do aproveitamento dos aplicativos Web nos ambientes internos das empresas; • facilidade de aquisição dos produtos e serviços pelo aumento da utilização do comércio eletrônico, e-commerce; • Utilização de tags (palavras-chave com acesso (links) para outros sistemas ou páginas com temas relacionados) em quase todos os aplicativos. A Web 2.0 aumentou a repercussão nas redes sociais de maior audiência, que demonstram o processo da troca de informações colaborativas, principalmente redes sociais de relacionamento, como: Facebook, Linkedin, Twitter, Skype, entre outras, que são algumas das ferramentas da grande variedade de aplicativos disponíveis que podem ser usados, claro que a quantidade de usuários depende de quanto o aplicativo é popular. A Web 3.0, ou também conhecida como a Web Semântica, foi idealizada pelo inglês Tim Berners-Lee em 2001, criador do WWW (World Wide Web), portanto, já nessa época a Web 3.0 estava sendo desenvolvida, enquanto que a Web 2.0 dava seus primeiros passos. A Web 3.0 tinha como objetivo resolver os problemas das páginas WWW em relação à recuperação dos dados disponíveis nesse ambiente (SANTOS; ALVES, 2009). Segundo Gabriel (2010), a Web 3.0 pode ser considerada como a organização das informações, que permitirá encontrar um significado que auxilie o uso da web. Outro conceito da Web 3.0 ou Web Semântica é apresentado por Berners Lee (2007, p. 90): A Web Semântica ou Web 3.0 é sobre a colocação de arquivos de dados na web. Não é apenas uma web de documentos, mas também de dados. A tecnologia de dados da Web Semântica terá muitas aplicações, todas interconectadas. Pela primeira A Web 3.0 pode ser considerada como a organização das informações, que permitirá encontrar um significado que auxilie o uso da web. 29 Introdução ao Marketing Digital Capítulo 1 vez haverá um formato comum de dados para todos os aplicativos, permitindo que os bancos de dados e as páginas da web troquem arquivos. Com o aumento do uso da internet, os dados foram ficando confusos e complexos, dessa forma, as informações estavam reunidas em diversos e diferentes bancos de dados, sendo produzidos conteúdos automaticamente. A Web 3.0 veio para organizar toda essa mistura de informações, sendo associadas com o tipo de assunto que o usuário esteja procurando na grande nuvem (SOUZA; ALVARENGA, 2004). Santos e Alves (2009) dizem que é necessário organizar as informações de forma estruturada, associando os dados em relação às suas características. A falta de homogeneidade é um dos problemas com maior dificuldade para ser resolvido, pela alta complexidade de integrar as informações. Dessa forma, a importância de documentar e arquivar formalmente as relações entre termos e conceitos com uma linguagem única, com o objetivo de unificar os recursos (SOUZA; ALVARENGA, 2004). A Web 3.0 é a forma colaborativa, podendo ser síncrona ou assíncrona, onde os aplicativos, através de uma estrutura de dados na internet, trocam informações entre os usuários. Essa Web que atualmente está em vigor, está abrindo caminho para a Web 4.0, no entanto essa ainda se encontra em fase inicial de planejamento e estruturação. Como a tecnologia está cada dia mais rapidamente sendo desenvolvida, muitos outros conceitos, também por necessidade, devem acompanhar. Como visto, iniciou-se o planejamento da Web 4.0, em que cada vez mais é necessária uma transformação. Segundo Flandoli (2010), a Web 4.0 “é um gigantesco sistema operacional inteligente e dinâmico, que irá suportar as interações dos indivíduos, utilizando os dados disponíveis, instantâneos ou históricos, para propor ou suportar a tomada de decisão”, levando em consideração, claro, a complexidade da inteligência artificial. A Web 4.0 será um modelo de transparência global, de governança, distribuição, participação, colaboração nas empresas, redes políticas e sociais, e tantosoutros esforços da comunidade (LISBOA, 2010). A Web 4.0 tem como tendências buscar solucionar questões ainda não levantadas, ou seja, problemas que não existem. Um bom exemplo foi a integração de uma câmera anexa ao notebook, ou em um celular, ou seja, possui a mesma funcionalidade em equipamentos eletrônicos distintos, sendo completamente dependente dos softwares e hardwares (LISBOA, 2010). 30 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Segundo Flandoli (2010), conforme mostra a Figura 5, pode-se perceber a evolução das Webs 1.0, 2.0, 3.0 e 4.0. Figura 5 – Evolução das Webs Fonte: Adaptado de Flandoli (2010). A Figura 5 apresenta a evolução e as fases das Webs, desde o seu início e com as tendências que podem vir a ocorrer em um futuro não muito distante. Com o aumento da velocidade das bandas largas da internet, cada vez mais a tecnologia tem a necessidade de evoluir no dia a dia, pela grande quantidade de usuários conectados, que são o ponto principal na contribuição das tecnologias necessárias e importantes para essa nova tendência que é a Web 4.0. Por se tratar de um assunto novo, e ainda ser objeto de estudos de artigos, na sua maioria escritos em inglês, muito pouco se tem disponível sobre a Web 4.0 em português. Dessa forma, busque por artigos em inglês sobre o tema. 31 Introdução ao Marketing Digital Capítulo 1 Atividade de Estudos: 1) A evolução da WEB trouxe inúmeros benefícios para os usuários, bem como para as empresas, pois facilita o trabalho e a apresentação das informações e proporciona uma maior interação com o consumidor. Observe as sequências a seguir e assinale a opção correta que apresenta a WEB 2.0. ( ) Inteligência artificial. ( ) Mídias e redes sociais. ( ) Websites. ( ) Servidor de arquivos. Ambiente do Marketing On-line e as Transformações Com essa nova modalidade digital, o marketing também foi obrigado a mudar o seu formato tradicional, pois com a facilidade do consumidor em buscar informações, ficou muito mais fácil de encontrar o que se deseja através de alguns cliques, e nesse novo ambiente quem manda é o consumidor. Segundo Gabriel (2010), com essas novas tecnologias, que a cada dia estão em constante inovação, ocorreu a inversão do vetor do marketing, ou seja, enquanto no marketing tradicional as ações das promoções dos produtos e serviços e o relacionamento acontecem da empresa com o consumidor, ou da marca para o consumidor, a tendência hoje é que o consumidor é quem busca informações das empresas e da marca, quando, onde e como desejar. Uma das dificuldades na relação empresa e consumidor é que, no marketing tradicional, havia uma segmentação e o marketing de massa era generalizado. O primeiro diferenciava os consumidores entre os gêneros, sendo homens, mulheres, jovens e crianças, e também pela classe social (A, B, C, D e E). Como a internet é livre e qualquer pessoa busca aquilo que desejar, onde é o público que está no poder, as ações do marketing necessitam mensurar e entender o que o consumidor deseja e, assim, oferecer o que é relevante (GABRIEL, 2010). Como a internet é livre e qualquer pessoa busca aquilo que desejar, onde é o público que está no poder. leand Realce 32 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Um caso muito simples é quando estamos navegando na internet e buscamos por algum produto, e em seguida, em qualquer página que acessamos aparecerá uma empresa do item pesquisado, isso geralmente ocorre quando o usuário faz o login do Google no navegador. Essa inversão do marketing deverá ser levada em consideração como um fator muito importante para a estratégia da empresa, pois mudou o comportamento dos consumidores consideravelmente, bem como o relacionamento marca- consumidor. O consumidor, através das redes sociais, começou a pesquisar muito mais sobre a empresa e a marca, com outras pessoas que usam a mesma plataforma, principalmente blogs, e passou a ser o principal protagonista na relação entre consumidor-empresa-marca (GABRIEL, 2010). A Era da Busca (veremos logo em seguida) passou a ser essencial para os consumidores e para as empresas que consideram importante o relacionamento com o consumidor nessa inversão do marketing. A Era da Busca Com a expansão e o crescimento da Web cada vez mais pela ubiquidade on- line, os consumidores estão sendo conduzidos para a Era da Busca, caracterizada pela inversão do vetor de marketing, segundo Gabriel (2009). Dependendo do posicionamento em relação aos seus consumidores, é o que irá ditar o sucesso, este - claro - se tiver presença digital, indispensável para ser localizada na web. Cabe à empresa identificar qual é a melhor estratégia do marketing de busca, adequada ao seu posicionamento de um site que seja eficiente e ético. Gabriel (2009) descreve que o marketing de busca é como um conjunto de estratégias que buscam impactar o consumidor potencial, no exato momento em que esteja procurando pelo produto, serviço, ou qualquer informação que a empresa oferece. As estratégias mais utilizadas são através dos links patrocinados e, claro, a otimização para os sites de busca. Essa Era de Busca inaugura o aumento, crescimento e disseminação do conteúdo. “O Marketing de Busca pode proporcionar uma audiência extremamente qualificada para o site, maximizar a visibilidade da empresa através da internet, e principalmente, aumentar o potencial de conversão de visitantes em clientes” (TEIXEIRA, 2008, p. 48). “O Marketing de Busca pode proporcionar uma audiência extremamente qualificada para o site, maximizar a visibilidade da empresa através da internet, e principalmente, aumentar o potencial de conversão de visitantes em clientes” (TEIXEIRA, 2008, p. 48). 33 Introdução ao Marketing Digital Capítulo 1 Com o auxílio de sites de busca na web, são recuperadas informações armazenadas no ambiente digital, em que o consumidor, através desses sites, busca a informação desejada em um tempo útil e de maneira adequada. Gabriel (2009) descreve a importância dos buscadores e seu sucesso indiscutível, desde o primeiro buscador na web, como o Yahoo em 1994. A partir de 2005 esses sistemas de buscas ou sites tornaram-se a segunda prática mais popular na internet após o uso dos e-mails. Nessa época foi identificado que 90% dos internautas já estavam utilizando essas ferramentas de buscas, e 87% alegaram que encontraram o que desejavam. Os buscadores possuem alguns hábitos, em que 40% acreditam que os dez primeiros resultados são os principais líderes do mercado, e mais de 90% dos cliques são nos dez primeiros do ranking e cerca de 70% abandonam a busca depois da primeira página (GABRIEL, 2009). Com esse estudo, as empresas precisam melhorar o seu ranking para ficarem sempre na primeira página do site de procura. Com as novas tecnologias móveis e a facilidade de acesso à web, ocorreu uma nova motriz de procura que todos conhecem e é a primeira do mercado, o Google. Os buscadores mais conhecidos, como o Yahoo, MSN e o Google, são os que mais se destacam na lista de preferências dos usuários, pois oferecem um amplo portfólio de produtos que estão associados a eles, tais como, Gmail, Orkut (em desuso), Google Earth, Google Accelerator, Google Trends, Google Docs, entre outros de maior ou menor relevância (GABRIEL, 2009). Para saber mais sobre os produtos do Google, basta acessar o site principal e navegar pelas abas. A Era das Mídias Sociais É sabido que com as novas tecnologias, como a facilidade de acesso à internet em um celular móvel, ocorreu um grande crescimento de usuários e, consequentemente, um maior número de pessoas que acessam a internet, principalmente no que diz respeito às redes sociais. 34 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Segundo Telles (2010), as redes sociais fazem parte do escopo do marketing digital, em que está relacionado ao uso de mecanismos como os links dentro das ferramentasde busca, usando estratégias como o SEM (Search Engine Marketing) ou MOB, cujo significado é Marketing de Otimização de sites de Buscas, e o SEO (Search Engine Otimization), Marketing de Otimização de sites, os quais englobam técnicas de manipulação de conteúdo e estruturas de páginas do site. Sobre o assunto de estratégias SEM e SEO, elas serão apresentadas no caderno didático de Estratégias do Marketing Digital. O modo como nos relacionamos com as pessoas ao nosso redor, podendo estar até na mesma sala ou em algum canto do planeta, tem mudado sensivelmente e impactou todos os aspectos da nossa vida (GABRIEL, 2010). Uma listagem a seguir apresentada por Gabriel (2010, p. 85) demonstra como ocorreram transformações nesse mundo on-line de acesso ilimitado por qualquer pessoa conectada à internet. Vejamos. • Mais de 50% da população mundial possui menos de 30 anos de idade e 96% utilizam as redes sociais. • O Facebook supera o Google no tráfego de acesso semanal nos Estados Unidos. • O uso das redes sociais superou a pornografia como atividade mais popular da web. • Um em cada oito casais encontrou sua cara-metade nas redes sociais. • O rádio demorou 38 anos para alcançar 38 milhões de ouvintes, já em relação à televisão foram 13 anos, a internet quatro anos, e o Ipod três anos. • Em um ano o Facebook obteve 200 milhões de usuários. • Os aplicativos de Iphone alcançaram cerca de 1 bilhão de usuários em nove meses. • Comparando o Facebook com um país, ele seria o terceiro maior do mundo, perdendo apenas para a China e Índia. • 95% das empresas utilizam o Linkedin para contratação de profissionais. • As gerações Y e Z consideram o e-mail antiquado, e algumas universidades nem mais criam contas de e-mail, e passaram a fornecer e Readers + iPhone + tablets. • O segundo maior buscador é o Youtube. • A Wikipédia tem mais de 15 milhões de artigos. 35 Introdução ao Marketing Digital Capítulo 1 • Existem mais de 200 milhões de blogs. • 34% dos blogs postam opiniões de produtos e serviços. • 78% dos consumidores confiam nas opiniões dos amigos das redes sociais, e apenas 14% acreditam nas propagandas. Como se pode perceber, a internet veio para transformar a vida de cada pessoa, seja nos relacionamentos pessoais, na procura de um produto ou serviços, pesquisas bibliográficas, literatura, entre tantas outras coisas que podem ser feitas por meio de alguns cliques. No Brasil, oito em cada dez brasileiros on-line acessam algum modelo de rede social, consequentemente foi necessário que o marketing busque nessas mídias sociais formas de contagiar o consumidor quando ele procura satisfazer seus desejos e necessidades, buscando tornar um relacionamento muito mais integrado através das mídias sociais (GABRIEL, 2010) A Era da Mobilidade Com a evolução contínua e a facilidade de acesso na internet, em alguns anos haverá um grande número de usuários utilizando os aparelhos (GABRIEL, 2010). O grande problema encontrado no modelo mobile é a diferença entre a tecnologia móvel e a banda larga, pois poucos países no mundo têm acesso à internet com uma velocidade de conexão que seja realmente rápida e com preços realmente populares, é o caso do Japão e a Inglaterra, quando se pensa em mobilidade (GABRIEL, 2010). Como se pode perceber, essa nova onda da tecnologia mobile trará grandes benefícios para o consumidor, e consequentemente, muitas tomadas de decisão para o formato do marketing digital, pois é necessário identificar as tendências e as culturas que estão cada vez mais evoluindo, sendo que também os consumidores estão cada vez mais preocupados com a natureza, e as empresas que não tiverem o cuidado com esse assunto estão fadadas e ficar pelo caminho. A informação é instantânea e ela pode prejudicar a imagem da empresa que não esteja preparada. Vamos exercitar? 36 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Atividade de Estudos: 1) A crescente evolução fez com que as pessoas pudessem ter um melhor acesso à internet, seja pela inovação, seja pelo barateamento dos equipamentos ou pela necessidade ou desejo do consumidor em buscar informações. É importante salientar que ocorreram várias eras na evolução da internet. Dessa forma, analise os itens a seguir, e enumere de acordo com a sequência. 1 – Era da busca. 2 – Era das mídias sociais. 3 – Era da mobilidade. ( ) Smartphone e Tablet. ( ) Buscadores. ( ) Redes sociais O QUE É MARKETING DIGITAL? Para início de conversa, é bom entender o que, afinal, é o marketing digital. Bem, se formos bastante puristas e olharmos apenas para a base da palavra, entenderemos que marketing digital é um tipo de marketing que é feito para qualquer aparelho digital. No entanto, o correto é dizer que o marketing digital é o marketing da internet, ou seja, ele pode até funcionar em aparelhos digitais, mas se não estiver conectado na rede, não dá para dizer que de fato é digital. Afinal, é possível criar um outdoor ou um banner igualzinho aos da versão impressa e reproduzi-lo em um telão de LED, e isso não faria com que ele fosse categorizado como marketing digital. Como funciona o marketing digital Quando falamos sobre o que é marketing, apresentamos os 4 Ps que, segundo Philip Kotler, definem o marketing: 37 Introdução ao Marketing Digital Capítulo 1 Produto; Preço; Praça; Promoção. É o famoso “Mix de Marketing”. Os 8 Ps do marketing digital Agora, quando o assunto é marketing digital, existem não apenas 4, mas 8 Ps, que não apenas definem esse tipo de marketing, como ajudam a entender como ele funciona: Pesquisa: antes, durante e depois de colocar um projeto digital no ar, é preciso pesquisar não apenas onde estão as oportunidades, mas também as formas como eles estão funcionando (e em tempo real, através de ferramentas como o Google Analytics). Planejamento: encontrou o melhor ambiente para seguir com sua ação digital? Então, é hora de planejar como atuar por ali e saber como agir no caso de algum imprevisto. Produção: seja uma ação de e-mail marketing ou uma estratégia de conteúdo, o fato é que precisamos da parte de produção para fazer o marketing digital funcionar. Publicação: material produzido? Então, é hora de colocar no ar. Promoção: pode ser por meio de anúncios no Google, nas redes sociais ou apenas a publicação na sua fanpage do Facebook ou nos blogs parceiros. O que interessa aqui é promover aquele seu projeto ou conteúdo. Propagação: ocorre quando você faz a rede movimentar a seu favor, compartilhando o seu material na web. Personalização: aqui você segmenta o público-alvo, automatiza e consegue até mesmo personalizar as mensagens (como os e-mails) para falar diretamente com cada usuário. Precisão: sabe o Google Analytics lá do primeiro P? Pois bem, ele é uma das ferramentas que podemos usar para mensurar os 38 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL dados de toda a ação on-line para acertá-la, a fim de aprimorar seus resultados. Pronto, agora que você já sabe como o marketing digital funciona, que tal dar uma olhadinha também nas principais diferenças que existem entre ele e o marketing off-line? As diferenças do marketing on-line para o off-line Mesmo com aplicativos como Instagram, Facebook e YouTube fazendo muito sucesso, muita gente ainda tem dúvidas a respeito do potencial do marketing digital. Principalmente em comparação com aquele praticado em meios analógicos, como os anúncios de rádio, de TV e publicações impressas. Esse tipo de comparação, porém, não faz muito sentido. Por ser ligado à web, o marketing digital traz várias características que os meios tradicionais não têm. Veja algumas delas: Custo: No marketing digital, você não precisa pagar por impressão, transporte de material, e os custos com distribuição são bem menores que nos meios tradicionais, isso sem falar das centenas de ferramentas gratuitas de análise de resultados que existem na internet! Direcionamentoda mensagem: Pagou para anunciar na TV ou no rádio? Ótimo! Mas você sabe se aquele anúncio passou apenas para quem tem de 18 a 24 anos? Ah, e a intenção era falar apenas com o público feminino? Mesmo com anúncios em programas e horários destinados a esse público, você sabe que segmentar nesses meios fica um pouco mais complicado, certo? Exceto no marketing digital! Nele é possível definir exatamente para quem você irá direcionar sua campanha. Dá até para focar em microrregiões, como em uma determinada área de uma cidade. Velocidade: As análises de resultados on-line podem ser feitas em tempo real. A veiculação nas redes sociais ou nos mecanismos de buscas é feita assim que você aprova a campanha. Terminou de produzir e editar um post? Então é só clicar em “publicar”. Na internet, tudo é feito de uma forma muito mais rápida do que nos meios tradicionais. Desde a produção até a mensuração de resultados. Viu só quais são as diferenças entre esses dois tipos de marketing? 39 Introdução ao Marketing Digital Capítulo 1 Então agora, para fechar, que tal dar uma olhada nos benefícios do marketing digital? Benefícios do marketing digital Como prometido no início do texto, chegou a hora de falar das três grandes vantagens do marketing digital. Custo-benefício: Já tratamos um pouco disso durante o texto, mas vale a pena repetir: trabalhar com marketing digital costuma sair bem mais em conta do que investir no marketing tradicional. Alcance: Sua instituição de ensino está em Belo Horizonte, mas você quer alcançar o público de São Paulo? Trabalha no Brasil, mas atende no Chile? Com o marketing digital, essas barreiras geográficas praticamente não existem: basta colocar seu material on-line e direcionar as ações para o público que você deseja. Análise de dados: Falei bastante sobre isso por aqui, mas não custa reforçar: enquanto nos meios tradicionais você precisa ter um outro trabalho (bastante caro e demorado) de pesquisa, na web é possível acompanhar tudo em tempo real, com muitas informações e sem precisar pagar a mais por isso. Complementando, não posso deixar de falar sobre o inbound marketing: uma vertente do marketing digital e uma metodologia muito eficiente para potencializar os resultados da sua empresa na internet. O inbound marketing O inbound busca educar o público-alvo, para que ele veja na empresa uma referência no seu mercado e, assim, prefira consumir os seus produtos e serviços no momento da compra. Dentre as várias ferramentas utilizadas por essa metodologia, algumas se destacam: e-mail marketing. E-mail marketing: É a utilização dos correios eletrônicos como meio de comunicação entre a empresa e seu público. No âmbito do inbound, essa ferramenta busca, primeiramente, o interesse e a ação do cliente em receber o conteúdo da empresa em sua caixa de entrada. Só depois esse potencial consumidor será notificado sobre os novos conteúdos e oportunidades da instituição pelas mensagens eletrônicas. 40 FUNDAMENTOS EM MARKETING DIGITAL Blogs: Os blogs estão se tornando um poderoso canal de informação e comunicação entre diversos tipos de pessoas e instituições com seus públicos.Com seu nascimento, há mais de uma década, o uso profissional dessa plataforma pelas empresas só começou há pouco tempo, com a consolidação de uma das principais subdivisões do marketing digital, por exemplo, o marketing de conteúdo. Essa nova forma de se fazer marketing usa principalmente os blogs para estabelecer essa comunicação com o público, por meio do princípio do discurso de autoridade para educar. Redes sociais: Outra ferramenta poderosa que vem sendo usada por várias ramificações do marketing, e que também é a queridinha do inbound e do marketing de relacionamento. Nas redes sociais, as instituições de ensino conseguem utilizar em plenitude todas as capacidades do inbound para se relacionar com os clientes e potenciais consumidores. Canais como o Facebook, Twitter e Instagram vêm sendo usados amplamente para promover o encontro das IES com seus públicos. SEO (Search Engine Optimization): Essa é uma das principais armas do marketing digital para trabalhar outro importante elemento do ambiente digital: os sites de busca. O SEO procura otimizar o conteúdo de um site ou blog para que ele seja mais notório para as ferramentas de ranqueamento dos sites de busca, principalmente, é claro, o Google. Por meio do SEO, as instituições de ensino conseguem melhorar sua forma de comunicação na internet. Assim, a programação de suas páginas se torna mais atualizada, os conteúdos mais relevantes e palavras-chave mais interessantes para o seu público e para os sites de pesquisa. Assim, um artigo da sua IES pode ser o primeiro no resultado das buscas para uma determinada palavra ou expressão! Adwords: Outra forma que pode favorecer o ranqueamento de sites no Google e outros mecanismos de busca é o Adwords. Essa ferramenta é promovida pelos próprios sites de busca e redes sociais para rentabilizar seu negócio e, em contrapartida, dar mais destaque às instituições e empresas anunciantes. No Adwords, esses sites promovem um verdadeiro leilão das palavras buscadas pelos usuários das redes. A empresa que pagar mais terá preferência de visualização para aquela determinada busca. 41 Introdução ao Marketing Digital Capítulo 1 Viu como não faltam características positivas no marketing digital? Agora que você já sabe de tudo isso, que tal colocá-lo em prática no seu negócio? Fonte: Disponível em: acesso em: 20 dez. 2017. Algumas Considerações Nesse capítulo foram apresentados os principais conceitos do marketing digital, desde a sua origem até os dias atuais, bem como o seu desenvolvimento através da internet. A internet, como mídia, é muito usada nos dias atuais, principalmente com o acesso das classes sociais C, D e E, que alavancaram o acesso às mais diversas redes sociais. Os websites criaram oportunidades no seu desenvolvimento e evolução através das Webs 1.0, 2.0, 3.0 e finalmente a 4.0, que ainda está em fase de implantação, mas já tem como tendência a Inteligência Artificial. Por fim, o ambiente do marketing on-line trouxe as grandes transformações no modo de acesso dos usuários, principalmente com a facilidade de estar em qualquer lugar que tenha conexão com a internet. A Era da Busca e a Era das Redes Sociais estão cada vez mais demandando novos conceitos que o marketing digital deverá buscar para satisfazer os desejos e necessidades desse novo consumidor. 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