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DPC3_T16_Eficácia e extinção das medidas cautelares.

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DPC3_T16_ Eficácia e extinção das medidas cautelares
UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR - UCSAL
 
FACULDADE DE DIREITO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III
Tema 16.	Eficácia e extinção das medidas cautelares. Decisões cautelares. Sentença cautelar. Coisa julgada. Execução.
	EFICÁCIA E EXTINÇÃO DAS MEDIDAS CAUTELARES 
I - Quanto a eficácia
A medida cautelar, conforme já examinamos, é essencialmente provisória, tanto mais quando ela já nasce com o cunho da provisoriedade de modo a servir apenas para garantir o efeito de uma decisão em processo principal. Daí entender-se que a cautela tem efeito efêmero porque se propõe assegurar um outro efeito que será o definitivo. À partir desse entendimento, ensina Theodoro Júnior que
“Vinculam-se, pois, os destinos dos dois processos, já que a existência do instrumental pressupõe a do principal. Por conseguinte deve, em princípio, durar a medida cautelar, enquanto estiver sendo útil ao processo principal”.
									
(obr. cit., pág. 408)
Concluído, pois o processo principal, não somente a cognição como a execução, com a garantia da cautelar, tem-se uma completa e perfeita prestação jurisdicional.
Como é sabido, a medida cautelar, por outro lado, pode perder a sua eficácia em vista de outros acontecimentos ou situações jurídicas que abortam o seu efeito, por via das várias formas de sua extinção, assuntos que serão examinados nos tópicos seguintes, como também perdurar além do processo principal cognitivo.
Todavia, antes mesmo de cuidarmos da extinção, examinaremos duas situações distintas, por isso que deveras oportuno, trazer, mais uma vez, os ensinamentos de Theodoro Júnior:
“Conclusão
	Se a medida for deferida antes do ajuizamento da ação principal, sua eficácia, inicialmente, perdurará pelo prazo de trinta dias a que se refere o art. 806.
	
Qualquer que seja, contudo, o momento do deferimento, desde que observado o prazo do art. 806, se não houver extinção, revogação ou substituição, sua eficácia perdurará enquanto pender o processo principal, conforme dispõe o art. 807.
	Na verdade, a eficácia muitas vezes deve ultrapassar a pendência da ação principal, como no caso do sequestro do bem litigioso, quando a ação reivindicatória é julgada procedente. É claro que esse sequestro deve subsistir além da ação principal para garantir a subsequente execução.
	O próprio arresto, se obtido com base em sentença condenatória ilíquida (art. 814, parágrafo único), não se transforma automaticamente em penhora, com o simples trânsito em julgado da decisão de mérito. Encerrado o processo, terá o vencedor de propor outra ação - a de liquidação - e mesmo depois de liquidada a condenação, ainda terá de ajuizar a ação de execução; e só depois da citação do executado é que será possível a conversão do arresto em penhora. É lógico que até então deverá subsistir o arresto.
	É claro, porém, que se as mesmas ações (a de reivindicação e a de condenação) fossem julgadas improcedentes, a eficácia do sequestro ou do arresto desapareceria com o encerramento da causa principal.
	Então é lícito concluir que, na realidade, ‘a medida cautelar tem efeito enquanto for idônea’, isto é, enquanto estiver cumprindo a missão para a qual for deferida, perdurando, nos casos de sentença de mérito favorável ‘até ser substituída pelo ato processual que ela visa garantir’.
	O que se impõe admitir é que, em situações como as exemplificadas, o sequestro e o arresto, quando deferidos, já visavam outro processo principal além do de cognição, então existente. Sua destinação maior, desde a origem, era assegurar o futuro processo de execução que só adviria depois da sentença do processo de conhecimento. Daí a continuidade de efeitos da medida cautelar, mesmo após a extinção do primeiro processo principal (o de conhecimento), que era apenas veículo ou caminho para chegar-se ao realmente protegido pela tutela cautelar.
Obs: Essa redação é anterior a Lei nº 11.232, de 22.12.2005, mantida, todavia, em face do argumento doutrinário.
	Suspensão do processo
	A suspensão do processo (cautelar ou principal) pelos motivos admitidos em lei (arts 265 e 791) não afeta, por si só, a eficácia das medidas cautelares já deferidas. Ressalva-se, porém, a possibilidade de decisão judicial expressa em sentido contrário (art. 807, parágrafo único).
	
	Embora a suspensão importe proibição de praticar qualquer ato processual, não impede o exercício da pretensão à tutela cautelar, sendo lícito, durante a sua duração a efetivação de providências cautelares urgentes tanto no regime do processo de cognição (art. 266) como no de execução (art. 793)”.
							
		(idem, págs. 409/410)
II - Quanto a extinção
O multi-citado Mestre aponta que a extinção da medida cautelar pode ocorrer: de forma normal, ou de forma anômala.
A extinção de forma normal ocorre quando a medida cautelar atingir a sua finalidade, ou seja, ela se completa na prestação e tutela jurisdicional a que se propõe, ou para o fim a que foi proposta. E daí os exemplos do arresto que se extingue quando se converte em penhora, no curso da execução forçada; e do efeito cautelar da prova antecipada que “Se completa quando os elementos coligidos pelo processo preventivo se transformam em meios de convencimento dentro da instrução do processo de mérito”.
Já a forma anômala de extinção da cautelar é aquela em que isto ocorre prematuramente por acontecimentos ou situações jurídico-processuais previstos no Código, como por exemplo:
- REVOGAÇÃO (art. 807)
- DESISTÊNCIA (art. 267, VIII)
- CESSAÇÃO DA EFICÁCIA:
“art. 808 - Cessa e eficácia da medida cautelar:
I. se a parte não intentar a ação no prazo estabelecido no art. 806;
II. 	se não for executada dentro de 30 dias;
III. 	se o juiz declarar extinto o processo principal, com ou sem julgamento do mérito.
Parágrafo único - Se por qualquer motivo cessar a medida, é defeso à parte repetir o pedido, salvo por novo fundamento”.
Vejamos o processamento da extinção da cautelar e quanto a impossibilidade de renovar o pedido, na dicção de Theodoro Júnior (idem, págs. 411/412):
“Processamento da extinção 
	A revogação da medida cautelar, após o encerramento do processo em que foi deferida, depende de ação do interessado contra o beneficiário da medida.
	A desistência da ação cautelar é feita por simples petição do autor, mas depende de sentença homologatória, depois de ouvido o requerido (arts. 158, parágrafo único, e 267, § 4º).
	Os três casos do art. 808 são de extinção ope legis de eficácia da medida cautelar. Não há necessidade de sentença constitutiva para retirar a eficácia do provimento preventivo, que se torna ipso facto inoperante pela simples ocorrência das hipóteses previstas. Reconhecendo sua presença, o juiz simplesmente declara a perda de eficácia e determina o levantamento da constrição ou restrição. Não há, também, na espécie, julgamento de improcedência ou de carência da ação cautelar.
	Ao juiz incumbe apenas ordenar os atos necessários para fazer cessar os efeitos práticos da medida extinta, como ordenar a restituição do bem apreendido, levantar a interdição de direitos etc.
	Impossibilidade de renovar a medida que perdeu a eficácia
	‘Se por qualquer motivo cessar a medida, é defeso à parte repetir o pedido, salvo, por novo fundamento’(art. 808, parágrafo único).
	A medida cautelar regula fatos ao longo da duração do processo principal. Se os fatos apreciados pelo juiz não forem tidos como hábeis a autorizar a cautela, só com base em novos fatos poderá a parte renovar a pretensão de obter a medida preventiva.
	Também, a provisoriedade e o caráter restritivo de direitos que se entrevê nas medidas cautelares não coadunam com uso reiterado dessas providências, quando a parte sofra, por carência de direito material ou desídia processual, as consequências da extinção da eficácia da medida cautelar.
	Vem daí a vedação do parágrafo único do art. 808, que opera mesmo naquelas hipóteses em que, extinguindo-se o processo sem julgamento do mérito, possa o autor renová-lo (art. 268). E a restrição foitão severa que mesmo renovando a ação dentro dos trinta dias a que alude o art. 806, ainda assim, não restabelecerá o autor a eficácia da medida extinta, nem poderá renová-la.
	Se, todavia, o fundamento da renovação da medida cautelar se apoia em fatos novos, diversos daqueles que motivaram a providência extinta, já então inexistirá o óbice à nova ação cautelar, como expressamente ressalva o parágrafo único, in fine, do art. 808.
	Não cabe, porém, prosseguir na ação cautelar, como se a cessação fosse apenas da medida cautelar. O processo cautelar, por inteiro, se extingue por perda de objeto, já que cessada a medida ela não poderá ser reavivada pela sentença final, em virtude da interdição contida no parágrafo único o art. 808”.
DECISÕES CAUTELARES
SENTENÇA CAUTELAR
A medida pretendida pelo autor pode ser concedida na ação cautelar em duas oportunidades: antecipadamente, com ou sem justificação prévia (concessão liminar); ou depois de completado o procedimento. No primeiro caso, a medida é concedida por meio de uma decisão interlocutória, contra a qual cabe agravo sem efeito suspensivo. E, no segundo caso, a medida é concedida por meio de sentença, caso julgada procedente a ação cautelar contra a qual cabe a apelação igualmente com o efeito devolutivo (arts. 520 IV), não tendo, portanto efeito suspensivo.
A decisão interlocutória está prevista no art. 804 e a sentença definitiva está prevista no art. 803 e Parágrafo único, ambos do CPC.
Como em todo processo, não é diferente o processamento da ação cautelar: “Há, pois, que se cumprir o itinerário completo das fases procedimentais, que se iniciam com a postulação e só se exaurem com o julgamento” (idem, pág. 409).
Ainda com o mesmo autor (idem, pág. 398) analisaremos os limites e fundamentações da sentença:
“Limites da sentença
Em razão da predominância do interesse público - pois a medida cautelar se destina a servir a outro processo e não diretamente ao direito da parte -, e diante do princípio da fungibilidade dos provimentos de segurança, não configura decisão extra petita, a sentença que defere providência cautelar diversa da postulada pela parte.
Fundamentação 
Segurança não é sinônimo de arbítrio. O juiz não está, por isso, dispensado de fundamentar a sentença cautelar, que intrinsecamente deve conter todos os requisitos essenciais preconizados pelo art. 458: relatório, fundamentação de fato e de direito e dispositivo.
A instrução sumária que é própria do processo cautelar não necessita gerar para o juiz, a certeza de todos os fatos articulados pelo autor, mas deve dar-lhe a ideia da plausibilidade do perigo de dano, levando o julgador a admitir como provável a ocorrência de dano iminente.
Esse juízo há de ser demonstrado com argumentos lógicos na sentença concessiva da medida cautelar”.
COISA JULGADA
 EXECUÇÃO
Os textos do festejado Mestre Theodoro Júnior, de clareza meridiana, dispensam qualquer outro comentário sobre a matéria e, por completá-la à saciedade, ensejaria o risco de repetição caso nela nos fossemos adentrar:
“Coisa julgada
A coisa julgada material, na sistemática de nosso Código de Processo Civil, é o fenômeno pelo qual a sentença de mérito torna-se imutável e indiscutível, seja no processo em que foi prolatada, seja em qualquer outro que venha futuramente a ser instaurado entre as mesmas partes ou seus sucessores (Código de Processo Civil, arts. 467 e 468).
Uma vez que o processo cautelar não cuida de solucionar a lide, nele não há decisão de mérito, de maneira que não se pode cogitar de coisa julgada material diante do deferimento ou indeferimento das medidas cautelares. Aqui, portanto, a coisa julgada formal é a única que se manifesta, como decorrência do encerramento da relação processual, uma vez esgotada a possibilidade de impugnação recursal.
Além da ausência de julgamento de mérito, a provisoriedade é de essência da tutela cautelar, de sorte que, a qualquer tempo, mesmo depois da sentença que formalmente encerra o processo de prevenção, sempre é possível ao juiz, em nova relação processual, rever a medida já deferida, quer para modificá-la, quer para revogá-la (Código de Processo Civil, art. 807).
Num único caso a sentença do processo cautelar adquire a autoridade da coisa julgada material: é quando, excepcionalmente, o juiz, entrando no mérito da controvérsia existente entre os litigantes, acolhe, desde logo no julgamento da pretensão preventiva, a exceção material de prescrição ou decadência; nos termos do art. 810 do Código de Processo Civil.
Advirta-se, porém, que as questões relativas à prescrição, em matéria patrimonial, não podem ser reconhecidas de ofício pelo juiz (Código Civil, art. 166); de modo que a decretação de que cogita o art. 810 do Estatuto Processual só pode ocorrer mediante provocação adequada do réu”.
								(idem, págs. 397/398)
..............................................................................................................................
“Execução em matéria cautelar
Há medidas cautelares restritivas de direito, constritivas de bens e simplesmente conservativas de bens, provas ou direitos.
As medidas conservativas como a antecipação de provas, exaurem em si mesmas toda sua finalidade. Nada há que se realizar após a ultimação da sentença final que não passa de mero provimento de extinção processual sem qualquer carga de imposição de ônus ou dever à parte.
Certas medidas restritivas de direitos são também de caráter constitutivo e realizam sua finalidade por si mesmas, como a que suspende a eficácia de uma deliberação social ou autoriza um cônjuge a deixar provisoriamente a companhia do outro.
Há, no entanto, sentenças ou decisões cautelares que participam da natureza das condenações, e, embora de eficácia provisória, reclamam execução.
Não se trata, porém, de execução no sentido técnico e específico como a que se dá no verdadeiro processo de execução (Livro II, do Código), que visa satisfazer uma pretensão a que reconhecidamente tem direito o credor, de modo que, em última análise, o processo estaria tutelando o próprio direito da parte.
Na execução cautelar, ao contrário, como de resto, em todo o processo cautelar, o que se encontra é um conteúdo muito diferente, voltado exclusivamente para a segurança de outro processo, sem cuidar de satisfazer ou proteger um direito de qualquer das partes”.
									(idem pág. 401)
A execução se realiza no limite da medida autorizada.
No que diz respeito à defesa do executado, na execução da medida cautelar, é sabido que não comporta embargos, mas existem providências outras que substituem mais apropriadamente, e com vantagem, no caso, os embargos. É o que se pode colher de Theodoro Júnior (idem, pág. 402):
“Impossibilidade de embargos à execução 
A execução de medida cautelar não é, como se frisou, execução forçada de sentença, é apenas ‘movimento processual’, ou ‘situação processual’, indispensável a que o processo cautelar se desenvolva e cumpra sua razão de ser.
Por conseguinte, impossível se mostra a oposição de embargos a essa execução, já que inexiste execução forçada em sentido técnico. Qualquer pretensão contrária à medida cautelar determinada em sentença só poderá ser deduzida em juízo através do processo principal, ou por meio do procedimento contencioso separado de modificação ou revogação pelo art. 807 (v., adiante, o nº 1.046).
Apenas no caso de alimentos provisionais, existe uma verdadeira execução regulada pelos arts. 732 a 735, que se impõe na espécie porque a medida cautelar em tela mais se apresenta como uma condenação antecipada (provisória) do pedido, do que propriamente uma previdência de segurança ao processo, como as demais medidas cautelares”.
____________________________________________________________________
APOSTILA ELABORADA PELO PROF. MÁRIO MARQUES DE SOUZA E PELO PROF. LUIZ SOUZA CUNHA E POR ESTE REESCRITA.
AUTORES CITADOS E CONSULTADOS:
Moacyr Amaral Santos 	Direito Processual Civil
 3º Vol. 12ª - Edição - 1988
José Frederico Marques 	Manual de DireitoProcessual Civil
	4º Vol. - 7ª Edição - 1987
Humberto Theodoro Júnior 	Curso de Direito Processual Civil
 Vol. II - 37 Edição - 2005
Atenção:	A apostila é, tão somente, um resumo da matéria que pode ser aprendida pelo aluno. Ela deve servir de guia do ensino-aprendizado, sob orientação pedagógica.
		Esta apostila se destina, pois, exclusivamente ao estudo e discussão do texto em sala de aula, como diretriz do assunto, podendo substituir os apontamentos de sala de aula, a critério do aluno.
		Consulte a bibliografia anteriormente indicada além de outros autores.
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Atualizada em junho/2011

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