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DPC3_T19_Caução

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR - UCSAL
 
FACULDADE DE DIREITO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III
Tema 19.	CAUÇÃO. Conceito. Classificação: legal, negocial e processual. Ação de caução. Procedimento.
C O N C E I T O 
O vocábulo caução é derivado do latim cautio, que tem o significado de prevenção ou precaução e corresponde, em nosso direito, a adoção de uma medida específica para “acautelar-se contra um dano provável”.
Toda vez que o responsável por uma prestação coloca livremente um bem jurídico à disposição do credor, ou é obrigado a tanto, com o fim de configurar-se uma cautela contra um possível e presumível dano, em caso de inadimplemento, estar-se-á diante de uma caução.
Nem toda caução tem conteúdo de ação cautelar, muito embora a prevenção seja própria da caução. Isto porque a caução na dogmática processual, tem por objeto servir de instrumentabilidade a um outro processo, para garantir um resultado, mas não tutela imediatamente a um direito. Aí estamos diante de caução cautelar.
Assim, consoante preleciona Frederico Marques, “Quando a prevenção se destina a resguardar diretamente direitos substanciais da parte, não se pode falar em função cautelar, no sentido técnico, pois a atividade jurisdicional assume características de satisfação de pretensão material”. (obr. cit., pág. 455)
Por isso, infere-se que a caução pode funcionar como medida cautelar, mas também tem função não cautelar quando posta para satisfação imediata de direito material, quando o sujeito passivo da obrigação, o obrigado a prestar, coloca um bem, por lei, por contrato ou convenção, à disposição do credor para cobrir o valor da obrigação em caso de inadimplemento, como simplesmente para prevenir dano. A caução tem, assim, sentido genérico quando ela cabe em toda e qualquer medida, tanto como restritivas de direito, como constritivas de bens. No sentido específico, podemos identificar a caução na oportunidade em que há dispensa de justificação prévia, ou mesmo de prova documental, nos casos de concessão liminar de medida cautelar em ação cautelar, (art. 804 do CPC); ou no caso de concessão de arresto, na conformidade do art. 816, II., combinado com o art. 804, ambos do CPC.
A caução como especificidade do procedimento da ação cautelar, está contida nos arts. 826 a 838 do Código, conforme já examinado em classe, e tem como finalidade tanto para exigi-la como para de prestá-la.
Este mencionado rito se presta para o processamento de caução, qualquer que seja a sua natureza, valendo para caução cautelar ou cauções não cautelares.
CLASSIFICAÇÃO: LEGAL, NEGOCIAL E PROCESSUAL.
A classificação doutrinária da caução se impõe em razão da multiplicidade de natureza e conteúdo que a envolve.
Adotamos a classificação sistematizada por Theodoro Júnior (obr. cit., pág. 464/465):
“a) cauções legais;
	b) cauções negociais;
					 . ações cautelares
	c) cauções processuais 
. medidas incidentais necessárias, de imposição	 ex officio, pelo juiz.”
Cauções legais - São aquelas impostas pelo direito material ou processual, que ordena a sua prestação independente de outra motivação.
Ainda com Theodoro Júnior - (idem, pág. 458): “são exemplos de exigência de caução legal, no Código de Processo Civil, entre outros, os arts. 588, 690, 804, 940, 1.051, 1.166 e 643, §§ 2º e 5º. No Código Civil, os arts. 555, 729, 297, 419, 529, 580, 582, 1.734, parágrafo único, etc. No Código Comercial, os arts. 198, 263, 527, 580, 595, 784 etc.”
Cauções negociais - São aquelas que, por contrato ou convenção, uma parte dá a outra uma garantia, traduzida na oferta de um bem para responder por provável inadimplemento, na articulação de um contrato ou um negócio jurídico.
Conforme preleção do autor citado (idem), “São exemplos típicos dessa caução o penhor, a hipoteca, a fiança e os depósitos de dinheiro ou títulos nos contratos administrativos, além de seguro garantia.”
Caução processual - “com o cunho de garantia ao processo (traço específico da função cautelar), existe integrante do poder geral da cautela (art. 789), como medida substitutiva de um outro provimento cautelar específico (art. 805) e como contra cautela nas medidas liminares (art. 804)”.
										(Idem)
Vale dizer que, tenha ou não, a caução, natureza cautelar, aplica-se o procedimento do art. 826 a 838 do CPC, tanto mais quando se tratar de ação de caução para exigi-la ou para prestá-la.
AÇÃO DE CAUÇÃO
No tocante à ação de caução, invocamos o dizer de Ovídio Baptista da Silva, citado por Theodoro Júnior - idem, pág. 465 – no que tange às cauções não cautelares, “a caução decorre da relação jurídica de direito material preexistente que nada tem de cautelar. A parte que for obrigada, diz o art. 829, ou parte a favor de quem se há de dar caução, prevê o art. 830, requererão, no primeiro caso, a citação da pessoa a favor de quem tiver de ser prestada; no segundo, a citação do obrigado. A redação desses dispositivos não deixa dúvidas de que a parte não propõe ação cautelar, mas apenas, utiliza-se do rito procedimental da ação sumária do livro III, para exercer a pretensão relativa ao direito de exigir caução necessária, ou liberar-se de idêntica obrigação, prestando a que esteja obrigado”.
Como se vê, as cauções não cautelares, muito embora se utilizem do procedimento prescrito nos arts. 826 a 838, não se enquadram nas características e nos princípios das ações cautelares. São simplesmente ações de caução.
E arremata Theodoro Júnior:
“A caução, como tal, pode ser ação preparatória ou preventiva, mas nunca ação cautelar.
	Medidas cautelares típicas são as que apontamos no item anterior, isto é, aquelas previstas como integrantes do poder geral de cautela (art. 798 e 799) e a admitida, genericamente, como substitutiva de outra medida cautelar, como o arresto, o seqüestro, etc. (art. 805), bem como a caução de contracautela (art. 804).
	Essas, sim, exercem a função de tutelar outro processo, preservando-lhe a eficiência e utilidade, mediante o restabelecimento da igualdade de fato entre as partes, como instrumento para prevenir os danos deriváveis do retardamento do provimento principal ou de mérito, ad instar do que se passa com o arresto e o seqüestro.”
	
									(idem, pag. 465)
PROCEDIMENTO
No que diz respeito ao procedimento, optamos igualmente por colher os ensinamentos do multi-citado Mestre:
“Procedimento
A caução pode ser requerida como medida preparatória (antecedente) ou como medida incidente no curso do processo principal.
Admite-se até mesmo a modalidade de medida liminar inaudita altera parte, em casos de urgência.
De qualquer forma, porém, será provocada por petição inicial, com autuação separada e oportuno apensamento aos autos principais (art. 809). 
A iniciativa da ação tanto pode ser do obrigado à caução como do que tem direito a ela.
Como a escolha cabe ao obrigado, este, ao ajuizar o pedido, deve indicar na inicial (art. 829), além dos seus requisitos ordinários (arts. 828 e 801), mais os seguintes dados:
I. 	o valor a caucionar, isto é, o valor a ser garantido, que na maioria das vezes, é objeto de simples estimativa;
II. 	o modo pelo qual a caução será prestada: depósito de dinheiro, hipoteca, fiança, etc.
III. a estimativa dos bens a caucionar: se se tratar de fiança, deverá ser mencionada a idoneidade financeira do fiador, com indicação de seu patrimônio livre.
Pode o obrigado, já com a inicial, depositar o bem ou apresentar a carta de fiança, ou simplesmente mencionar a garantia a ser prestada se procedente a ação. É o que se depreende do art. 832, nº II.
Se o pedido é daquele a quem há de ser dada a caução, a sua forma é a de uma ação cominatória: sem especificar a garantia (salvo se a lei material ou o contrato forem daqueles que determinam expressamente a garantia a ser dada), o autor pedirá a citação do obrigado para que a preste, sob pena de incorrer na sanção que a lei ou o contrato cominar para a falta (art. 830).
Deferida a inicial, em qualquer dos dois casos, o requerido(réu) será citado, com o prazo de cinco dias (art. 831), para:
a) 	aceitar a caução ou contestar o pedido, se a hipótese é a do art. 829; ou
b) 	prestar a caução ou contestar o pedido, se o caso é o do art. 830.
Há julgamento imediato da ação, por sentença, independentemente da audiência, nos seguintes casos (art. 832):
I. 	se o requerido não contestar;
II. se a caução oferecida ou prestada for aceita;
III. se a matéria a resolver for somente de direito ou, sendo de direito e de fato, já não houver necessidade de outra prova.
Havendo, contudo, contestação e necessidade de provas orais ou esclarecimentos de peritos, o juiz designará audiência de instrução e julgamento, seguindo-se sentença, na própria audiência, ou no prazo do art. 456”.
								(idem, pags. 466/467)
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APOSTILA ELABORADA PELO PROFº MÁRIO MARQUES DE SOUZA E REESCRITA PELO PROFº LUIZ SOUZA CUNHA
AUTORES CITADOS E CONSULTADOS
José Frederico Marques - Manual de Direito Processual Civil
 4º Volume - 7ª Edição - 1987.
Humberto Theodoro Júnior - Curso de Direito Processual Civil
 Volume II - 17ª Edição - 1996.
Atenção:	A apostila é, tão somente, um resumo da matéria que pode ser aprendida pelo aluno. Ela deve servir de guia do ensino-aprendizado, sob orientação pedagógica.
		Esta apostila se destina, pois, exclusivamente ao estudo e discussão do texto em sala de aula, como diretriz do assunto, podendo substituir os apontamentos de sala de aula, a critério do aluno.
		Consulte a bibliografia anteriormente indicada além de outros autores.
Atualizada em junho/2011
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