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Introdução à Macroeconomia

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MACROECONOMIA
PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA
Prof. André de Faria Thomáz
MACROECONOMIA
Marília/SP
2022
“A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma 
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à 
geração, sistematização e disseminação do conhecimento, 
para formar profissionais empreendedores que promovam 
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e 
cultural da comunidade em que está inserida.
Missão da Faculdade Católica Paulista
 Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
 www.uca.edu.br
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma 
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, 
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emissão de conceitos.
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
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SUMÁRIO
CAPÍTULO 01
CAPÍTULO 02
CAPÍTULO 03
CAPÍTULO 04
CAPÍTULO 05
CAPÍTULO 06
CAPÍTULO 07
CAPÍTULO 08
CAPÍTULO 09
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
07
14
24
32
40
48
56
70
78
88
97
106
116
125
134
INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
FLUTUAÇÕES ECONÔMICAS
AGENTES ECONÔMICOS
ATIVIDADES ECONÔMICAS
FLUTUAÇÕES ECONÔMICAS
TEORIAS ECONÔMICAS
CONSTITUIÇÃO ECONÔMICA NO BRASIL 
DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES 
ECONÔMICAS
FLUXO CIRCULAR DA ECONOMIA 
MODELO DE ECONÔMIA SIMPLES
MODELO CAPITALISTA
PAPEL DA MOEDA
DESCRIÇÃO DA MOEDA
PÓLITICAS MACROECONOMICAS
POLÍTICAS OU ECONOMIAS
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INTRODUÇÃO
Olá Estudante, você sabia que a estrutura macroeconômica está dividida em 
campos de estudo que têm como objetivo principal buscar a estabilidade da economia 
de determinado cenário. Em busca dessa estabilidade, existem os instrumentos 
macroeconômicos na forma de políticas utilizadas pelos governos como, por exemplo, 
as políticas monetária, cambial, fiscal e de renda.
Você sabia que a macroeconomia se preocupa com o reflexo das movimentações 
dos agentes fornecedores e consumidores na estrutura econômica de um determinado 
sistema econômico? Neste capítulo, você aprenderá sobre a macroeconomia, analisando 
as movimentações de agentes fornecedores e consumidores e considerando diversos 
fatores econômicos. Tais análises consideram diferentes cenários, que podem ser 
definidos em termos de regiões, municípios, estados e países.
O sistema econômico pode ser analisado sob aspectos distintos, dando forma 
aos enfoques da ciência econômica. Os termos macroeconomia e microeconomia 
surgiram para dar orientação ao estudo das particularidades existentes na economia e 
no sistema econômico. Sendo assim, segmentando os estudos da economia, podemos 
entender a microeconomia como um ramo de conhecimento da ciência econômica 
que visa a entender ou estudar os problemas de alocação de recursos econômicos, 
ou seja, analisar o comportamento individual dos consumidores e distribuidores. 
Podemos entender a microeconomia, a partir de perspectivas individuais e particulares, 
como o estudo dos movimentos de empresas e consumidores. Os consumidores, à 
medida que aumentam o consumo, maximizam os lucros das empresas fornecedoras; 
da mesma forma, quando diminuem o consumo, reduzem os lucros das empresas. 
Forma-se, assim, uma relação de consumo que estabelece os preços relativos aos 
produtos ou serviços e, ao mesmo tempo, em função da limitação da renda dos 
consumidores, mantém um equilíbrio competitivo nesse cenário de renda e consumo. 
Em suma, a microeconomia, como ramo de estudo da ciência econômica, estuda 
o mercado no que diz respeito às relações de consumo, analisando a atuação 
dos agentes, consumidores e fornecedores a partir de perspectivas individuais. A 
macroeconomia, por outro lado, estuda o relacionamento entre os agentes de um 
determinado sistema econômico, ou seja, analisa as movimentações dos agentes 
fornecedores e consumidores em um determinado cenário, que pode ser definido em 
termos de regiões, países, estados ou municípios.
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CAPÍTULO 01
INTRODUÇÃO À 
MACROECONOMIA
Introdução
Olá Estudante durante esta aula iremos apresentar informações sobre a origem e 
a evolução da Macroeconomia, bem como seus principais desafios enquanto ciência 
econômica, admitindo sua necessidade a fim de buscar a adoção de políticas que visem 
o equilíbrio econômico e social. Para isso, serão trabalhados os principais problemas 
macroeconômicos, como recessão, desemprego da força de trabalho e inflação, com 
a utilização de seus conceitos e a análise de suas evoluções.
Nessa perspectiva, existem políticas macroeconômicas de curto e longo prazo. As 
políticas de curto prazo estão relacionadas a conjunturas e/ou ciclos econômicos, 
isto é, a flutuações do emprego, desemprego, inflação e deflação. Por outro lado, as 
políticas de longo prazo são voltadas ao crescimento econômico, ou seja: nível de 
vida, desigualdades, distribuição de renda e riqueza etc.
Diante desse cenário, surge o seguinte questionamento: qual é a diferença entre a 
Macroeconomia de curto e longo prazo?
1.1. MACROECONOMIA: ORIGEM E EVOLUÇÃO
Os estudos iniciam-se, agora, a partir da origem e evolução da Macroeconomia. 
Para isso, será abordado o seu nascimento, bem como sua evolução enquanto teoria 
econômica. Assim, serão compreendidos os principais fatores que originaram os 
estudos sobre o tema, como a gênese da história da Macroeconomia e o contexto 
de seu surgimento dentro de um fato marcante da história econômica mundial, 
mudando, assim, a percepção dos agentes econômicos e os governos em relação 
ao funcionamento das economias de mercado.
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1.1.1 O NASCIMENTO DA MACROECONOMIA
A Macroeconomia surgiu em 1933 e foi introduzida pelo economista norueguês 
Ragnar Frisch (1895-1973), também criador da Econometria e ganhador do Prêmio 
Nobel em Ciências, no ano de 1969. O marco do surgimento da Macroeconomia 
ocorreu a partir da publicação, em 1936, da obra A Teoria Geral do Emprego, do Juro 
e da Moeda, de autoria do economista inglês John Maynard Keynes (1883-1946) 
(PASSOS; NOGAMI, 2016).
Figura 01: Importância da Economia
Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/contabilidade-finan%c3%a7a-o-neg%c3%b3cio-6063321/
Cabe salientar que o contexto do surgimento da Macroeconomia é o meio da maior 
crise mundial do capitalismo, conhecida como a grande depressão, que se iniciou 
no ano 1929 e perdurou até 1941. Nesse cenário, os economistas confiavam que as 
economias de mercado tinham a capacidade de autorregular-se, por meio de uma 
mão invisível. Acreditava-se que a oferta cria sua própria demanda, isto é, tudo que 
era produzido era vendido (Lei de Say), e que os preços e salários eram capazes de 
se ajustarem no mercado, garantindo o equilíbrio econômico e o pleno emprego.
Entretanto, em 1929, o mercado não foi capaz de se autorregular, pois havia um 
excesso de oferta e um desemprego alarmante. Nesse contexto, surge o pensamento 
Keynesiano, destacando que, às vezes, a mão invisível falha e, quando isso acontece, 
em um cenário de desemprego, falta de recursos, os governos podem intervir, por 
meio de políticas fiscais e monetárias, a fim de melhorar os resultados do mercado.
https://pixabay.com/pt/vectors/contabilidade-finan%c3%a7a-o-neg%c3%b3cio-6063321/
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Para que se entenda como Keynes foi importante para a evolução da teoria 
macroeconômica, serão apresentados os números assustadores que levaram a grandes 
discussões sobre o porquê de a mão invisível não funcionar. Conhecida como o maior 
choque da economia moderna, a grande depressão provocou queda na produçãoindustrial, entre 1930 e 1932, de 50% nos Estados Unidos, de aproximadamente 30% na 
França, de quase 10% na Inglaterra e de cerca de 40% na Alemanha (SAMPAIO, 2016).
Ademais, a deflação, nunca vista antes, atingiu as economias industrializadas, com 
preços caindo mais de 30% nos Estados Unidos e na Alemanha, mais de 40% na 
França e quase 25% no Reino Unido. Isso tudo sem falar no desemprego, que alcançou 
patamares superiores a 24% nos Estados Unidos e Europa (SAMPAIO, 2016).
Nesse panorama, a principal contribuição de Keynes foi a fantástica forma de 
olhar para a Macroeconomia e para a política macroeconômica. Antes de Keynes, os 
economistas e as autoridades econômicas aceitavam os altos e baixos dos ciclos 
econômicos como algo inevitável.
Os altos e baixos na economia são conhecidos como ciclos econômicos. Nesse 
sentido, como é possível entender a política keynesiana em relação à temporalidade?
Todavia, com sua obra, Keynes deu um enorme salto intelectual ao apresentar 
dois argumentos: “é possível a persistência de desemprego alto e de capacidade 
subutilizada nas economias de mercado; e as políticas fiscais e monetárias do governo 
podem influenciar a produção e, assim, reduzir o desemprego e encurtar as recessões 
econômicas” (SAMUELSON; NORDHAUS, 2012, p. 328).
Houve impacto das ideias de Keynes, ao serem apresentadas pela primeira vez 
em um cenário de plena depressão. Notadamente, em um primeiro momento, essas 
ideias ori- ginaram muita controvérsia e discussão. Entretanto, após “a Segunda Guerra 
Mundial, a economia keynesiana passou a dominar a Macroeconomia e a política 
governamental” (SAMUELSON; NORDHAUS, 2012, p. 328).
Desde aquela época, “novos desenvolvimentos incorporando condicionantes da 
oferta, expectativas e visões alternativas sobre a dinâmica dos preços e dos salários 
cor- roem o anterior consenso keynesiano” (SAMUELSON; NORDHAUS, 2012, p. 328). 
Apesar de um pequeno número de economistas da contemporaneidade acreditar 
que a ação do governo possa eliminar os ciclos econômicos (como a economia de 
Keynes), “nem a ciên- cia econômica nem a política econômica foram as mesmas 
desde a grande descoberta de Keynes” (SAMPAIO, 2016, p. 328).
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1.1.2 EVOLUÇÃO DA TEORIA ECONÔMICA
Antes dessa depressão, os economistas clássicos dominavam o pensamento 
econômico, dando ênfase à autorregula cão do mercado, isto é, sem a necessidade 
de interfência do governo, as economias conseguiam utilizar, de forma eficiente, os 
recursos e promover o pleno emprego (PASSOS; NOGAMI, 2016).
Assim, os economistas clássicos acreditavam na plena flexibilidade de preços e 
salários, que sempre iriam ajustar-se ao mercado, atestando o equilíbrio no mercado 
de trabalho e o pleno emprego (PASSOS; NOGAMI, 2016). Ainda, os clássicos admitiam, 
que a demanda ou procura agregada de bens e serviços, constituída por despesas 
com bens de consumos e gastos em investimentos, não era um fator decisivo do 
nível de produto.
Figura 02: Controle Econômico
Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/apresenta%c3%a7%c3%a3o-estude-professora-4158205/
Não obstante, segundo a Lei de Say, de fato, se as economias se comportassem 
de acordo com esses pressupostos, os níveis de produto e emprego já estariam 
determinados e a competição ajudaria a manter ou direcionar a economia para o 
pleno emprego. Por exemplo, se a quantidade ofertada superasse a demandada, a 
competição forçaria os preços para baixo, até garantir que todos os bens fossem 
comprados pelos consumidores. Nesse sentido, por algum motivo, se os trabalhadores 
estivessem desempregados, eles iriam competir por trabalho, oferecendo-se para a 
função por um salário mais baixo.
Além disso, Keynes tratou da rigidez salarial, chamando a atenção dos sindicatos. 
A rigidez salarial levaria ao desemprego involuntário, ou seja, quando os trabalhadores 
https://pixabay.com/pt/vectors/apresenta%c3%a7%c3%a3o-estude-professora-4158205/
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procuram empregos, e não encontram. Nessa perspectiva, a economia operaria abaixo 
do pleno emprego.
Keynes enfatiza, ainda, que os níveis de produto e emprego são determinados 
pela demanda agregada. Diferentemente, os economistas clássicos enfatizavam que 
a oferta cria sua própria demanda. Para Keynes, a demanda agregada é constituída 
pela demanda dos consumidores, das firmas, do governo e das exportações líquidas.
De fato, para Keynes, o valor do produto total é decorrente do valor total da renda 
e do nível de emprego, que são determinados pela demanda agregada. Aqui, Keynes 
refuta a Lei de Say, pois, para ele, a crise ocorre pela insuficiência de demanda. Se 
não há for- ças que promovam o pleno emprego de forma automática, é necessária 
a intervenção do governo, a fim de melhorar os resultados do mercado.
A intervenção do governo, para Keynes, seria por meio de política fiscal e monetária 
expansionista. Esse argumento leva ao fim o não intervencionismo da economia na Era 
Clássica, que se iniciou em 1776 com Adam Smith e a publicação de seu trabalho A 
Riqueza das Nações. Assim, o discurso de que o governo poderia intervir na economia 
para prevenir ou enfrentar as recessões econômicas foi tão bem aceito que tal conjunto 
de ideias foi denominado Revolução Keynesiana, sendo adotado por inúmeros países.
Nesse sentido, passou-se a acreditar que o combate a recessões poderia ser realizado 
por meio de políticas fiscais e monetárias. Com isso, a maioria das economias cresceu 
rapidamente, sem grandes problemas macroeconômicos, como recessão e inflação, 
até os anos de 1970 (PASSOS; NOGAMI, 2016).
De fato, a partir de 1970, muitos países passaram por um fenômeno chamado 
estagflação, isto é, uma combinação de estagnação econômica (crescimento baixo 
ou negativo e elevado desemprego) com alta inflação. Nesse momento, houve uma 
contrarrevolução, na qual surgiram os monetaristas (PASSOS; NOGAMI, 2016).
Os monetaristas, em oposição ao pensamento keynesiano, passaram a argumen- tar 
que a economia de mercado é autorreguladora, isto é, se não houver intervenção do 
governo, tende a voltar ao pleno emprego (PASSOS; NOGAMI, 2016). Por outro lado, os 
keynesianos acreditavam que os desequilíbrios exigiam intervenções governamentais.
Cabe ressaltar que, para os monetaristas, a inflação é um fenômeno essencialmente 
monetário e a moeda é a variável mais importante na determinação da demanda 
agregada da economia (PASSOS; NOGAMI, 2016). Nessa perspectiva, para combater 
a inflação, é necessário um controle efetivo do estoque de moeda.
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Ademais, as mudanças na política monetária, como aumentos na oferta de moeda, 
podem estimular a demanda agregada e ter um impacto na economia no curto prazo. 
Por outro lado, no longo prazo, ocorreria o processo inflacionário (PASSOS; NOGAMI, 
2016). Dessa forma, para os monetaristas, a moeda seria perniciosa, pois eles defendiam 
que as flutuações econômicas podem ser resultado de alterações na oferta de moeda. 
Notadamente, para os monetaristas, uma oferta de moeda estável seria o verdadeiro 
segredo da estabilidade econômica.
Já entre as décadas de 1970 e 1980, surgem as escolas das expectativas racionais, 
lideradas por Robert Lucas e Robert Barro. Tais escolas ficaram conhecidas como os 
novos clássicos, sustentando que a economia é autorreguladora e que as políticas 
governamentais não são eficazes para estabilizá-la.
A ideia das expectativas racionais dos novos clássicos consiste em afirmar que as 
pessoas e empresas obtêm suas expectativas com relação ao futuro de forma racional. 
Por isso, as políticas econômicas não têm tanto efeito como o previsto, visto que as 
pes-soas constroem suas expectativas com base no passado e no futuro, por causa 
do acesso à grande quantidade de informação. Sendo assim, conforme o caminhar 
da economia, os agenteseconômicos são capazes de prever as ações do governo. 
Consequentemente, tais ações tornam-se ineficazes (PASSOS; NOGAMI, 2016).
Considerando uma economia que esteja indo em direção a uma recessão, os preços 
e salários tendem a cair, porém, se houver uma política expansionista, os preços não se 
reduzirão, visto que os agentes econômicos, ao identificarem a política expansionista, 
acredi- tam que haverá um aumento da demanda. Com isso, os preços permanecerão 
altos e um aumento na oferta monetária irá pressiona-los, gerando inflação.
Num período mais recente, nasceu outra escola de pensamento: os defensores do 
ciclo real de negócios, argumentando que os choques da economia são tecnológicos 
e, sendo assim, não são os choques de demanda ou choques políticos que explicam 
as flutuações econômicas (PASSOS; NOGAMI, 2016). Surgiram, também, os 
neokeynesianos, tentando colocar as ideias fundamentais de Keynes em um esquema 
teórico mais sólido.
Por fim, nasceram os defensores do papel das instituições e da tecnologia, 
denomina- dos institucionalistas. Fazem parte dessa corrente de pensamento John 
Kenneth Galbraith, Thorstein Veblen, dentre outros, que centravam sua análise no 
papel desempenhado pelas instituições no processo de formação de preços e de 
alocação de recursos.
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ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=H67ctVbyPEA 
Nesse contexto, surge uma alternativa à visão clássica: a obra de Keynes. Tal 
obra sustentava a ideia de que a economia poderia atingir o equilíbrio por meio da 
intervenção do governo, para direcionar a economia para o pleno emprego. Keynes 
buscou mostrar que não há perfeita flexibilidade de preços e salários e que o pleno 
emprego de recursos não estaria garantido. 
ANOTE ISSO
Ainda, conforme os economistas clássicos, a renda das pessoas era direcionada 
para a aquisição de bens e serviços. Caso parte dessa renda fosse poupada, a 
poupança seria canalizada para se adquirir títulos. O volume de poupança, então, 
correspondia ao volume de fundos financeiros, que seriam emprestados a outros 
agentes econômicos para se adquirir bens de capital. Assim, as flutuações na 
taxa de juros asseguravam que toda poupança planejada fosse emprestada. 
Nesse sentido, os clássicos acreditavam que a produção criava a oferta e, então, 
a demanda equivalente. Tal pensamento foi aceito até 1930, porém, com a grande 
depressão, surgiram as insatisfações em relação à teoria clássica, principalmente a 
de que a economia operava no pleno emprego e que não haveria capacidade ociosa 
nas empresas. Na verdade, a teoria clássica não podia explicar, e muito menos 
oferecer, alternativas para a economia sair do desemprego.
https://www.youtube.com/watch?v=H67ctVbyPEA
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CAPÍTULO 02
FLUTUAÇÕES ECONÔMICAS
Introdução
Prezados Estudantes, neste momento iremos conversar sobre as flutuações 
econômicas, abordaremos alguns aspectos do Produto Interno Bruto (PIB) real e 
potencial, com ênfase nos principais problemas macroeconômicos, como: recessão, 
desemprego da força de trabalho e inflação. Notadamente, será trabalhada em conjunto 
a Macroeconomia de curto prazo, e também serão compreendidos os aspectos dessa 
política em longo prazo. 
2.1 OS DESVIOS DO PIB REAL EM RELAÇÃO AO PIB POTENCIAL
Tendo em vista o nascimento e a evolução da teoria em questão, você, provavelmente, 
já percebeu ao menos alguns dos principais objetivos e instrumentos das políticas 
macroeconômicas. Os principais objetivos são: crescimento do nível de produção, 
elevação do nível de emprego e níveis de preços estáveis, ou seja, uma economia livre 
da recessão, desemprego e sem significativas variações de preços. Para isso, existem 
instrumentos, como a política fiscal e a política monetária.
Nessa perspectiva, o sucesso econômico depende da condução do nível de produção 
de bens e serviços numa economia. Como medida para esse nível de produção, existe 
o Produto Interno Bruto (PIB). O PIB é a quantificação do valor de mercado de todos 
os bens produzidos num país durante um ano, como habitação, educação, alimentos, 
cerveja, automóveis, concertos, passeios, dentre outros.
Existem duas formas de medição do PIB: o PIB real e o PIB nominal. O PIB real é 
calculado a preços constantes ou invariáveis, levando em consideração a quantidade 
produzida e eliminando os efeitos da inflação. Já o PIB nominal é medido a preços 
correntes de mercado, isto é, no ano em que o produto foi produzido e comercializado.
Dessa forma, o processo de crescimento econômico ocorre a partir de um cresci- 
mento contínuo no longo prazo do PIB real e uma melhoria dos padrões de vida de 
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uma população. O PIB potencial representa o nível de produção sustentável máximo 
que uma economia pode alcançar (SAMUELSON; NORDHAUS, 2012).
Ao se comparar a diferença entre o PIB real e o PIB potencial, há o hiato do produto. 
Por que calcular o hiato do produto?
De acordo com Dornbusch, Fischer e Startz (2013), o hiato do produto é a diferença 
entre o produto real e o produto potencial, isto é, o que a economia poderia produzir 
no pleno emprego, dados os recursos existentes. Assim:
Hiato do produto = produto real – produto potencial.
Tal fato pode ser observado na figura “PIB real e potencial nos Estados Unidos”.
O PIB real e potencial nos Estados Unidos”, o hiato do produto nos anos de 1930 
a 1940 e perceba que o PIB real estava muito abaixo do PIB potencial. Quando isso 
ocorre, tem-se como consequência um desemprego elevado. Ainda na referida figura, 
após 1940, o PIB real ficou acima do PIB potencial. Nesse caso, quando a produção 
cresce acima do produto potencial, a inflação dos preços tende a aumentar.
Notadamente, o produto potencial é determinado pela capacidade de produção da 
economia, a qual depende destes fatores: capital, trabalho, terra e eficiência tecnológica. 
Assim, o PIB potencial tende a crescer de forma gradativa, uma vez que os fatores de 
produção variam lentamente ao longo do tempo.
Em contrapartida, o PIB real está sujeito a grandes variações cíclicas. Logo, durante 
as recessões cíclicas, ele cai abaixo do seu potencial, aumentando o desemprego 
(SAMUELSON; NORDHAUS, 2012). Nesse sentido, a inflação, o crescimento e o 
desemprego estão relacionados ao ciclo econômico, que é um padrão de expansão 
e contração da atividade econômica ao longo de uma trajetória de crescimento 
(DORNBUSCH; FISCHER; STARTZ, 2013), conforme apresentado na figura “Ciclos 
econômicos”.
A atividade econômica é alta em rela- ção à tendência; em um vale cíclico, é atingido 
o ponto baixo na atividade econômica. Todos (inflação, crescimento e desemprego) 
possuem padrões cíclicos” (DORNBUSCH; FISCHER; STARTZ, 2013, p. 14). É importante, 
agora, prestar atenção no comportamento do produto (PIB) em relação à tendência 
do ciclo econômico.
Essa trajetória de tendência do PIB seria a trajetória que ele tomaria se os fatores 
de produção fossem plenamente empregados. Mas não é isso que ocorre o tempo 
todo, pois o PIB varia constantemente, ou seja, a população aumenta, os empresários 
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adquirem máquinas e equipamentos, o conhecimento melhora, enfim, todos esses 
recursos aumentados permitem que o nível do produto cresça.
Em contrapartida, os fatores de produção não são empregados o tempo todo, 
visto que, para isso, todas as pessoas teriam que estar trabalhando, em média, de 8 
a 16 horas por dia. Em “termos econômicos, há o pleno emprego de trabalho quando 
todas as pessoas que querem um emprego podem encontrá-lo em um intervalo de 
tempo razoável”.
Nessa perspectiva, o hiato do produto permite mensurar o tamanho de seus desvios 
cíclicos, em relação ao produto potencial, ou da tendência do produto (DORNBUSCH;FISCHER; STARTZ, 2013). Assim, para buscar equilíbrio econômico de curto prazo e 
controlar o hiato do produto, é necessário evitar as grandes variações cíclicas do PIB 
real. Para isso, o governo pode utilizar dois instrumentos: a política fiscal e a política 
monetária.
A política fiscal utiliza impostos e gastos do governo. Os gastos do governo 
correspondem às compras governamentais, gastos com bens e serviços e transferência 
de rendas (aposentadorias, seguro desemprego e bolsa família). Dessa forma, uma 
ampliação das despesas do governo influencia o nível global de despesa da economia, 
bem como o PIB. Por causa do peso dos gastos do governo na economia, um aumento 
desses implica uma elevação do PIB. Por outro lado, uma redução das despesas 
reduz o PIB.
Existem, ainda, os tributos que afetam a economia, visto que os impostos influenciam 
as rendas das pessoas e, por sua vez, o consumo (SAMPAIO, 2016). Nessa perspectiva, 
deixar as pessoas com maior ou menor renda disponível provoca efeitos relevantes na 
economia. Por exemplo, o governo pode tentar estimular a economia com desemprego 
de recursos, ou seja, por meio de uma redução dos impostos, ampliando a renda 
disponível para as famílias para que elas passem a ter mais renda para gastar ou 
poupar. Sendo assim, essa medida provoca um crescimento do PIB. Em contrapartida, 
um aumento no imposto leva a um efeito contrário, reduzindo, assim, o PIB.
Por outro lado, existe a política monetária, considerada o segundo instrumento mais 
importante da política macroeconômica (SAMPAIO, 2016). Tal política é conduzida pelo 
governo por meio da gestão da moeda, do crédito e do sistema bancário.
Você já deve ter notado como o Banco Central do Brasil aumenta e reduz a taxa 
de juros da economia. O Banco Central afeta a economia ao determinar as taxas de 
juros de curto prazo e também pela compra e venda de títulos públicos. Por exemplo, 
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para segurar a inflação, o governo pode decidir aumentar a taxa de juros. Dessa forma, 
as pessoas serão incentivadas a deixarem de consumir e a aplicarem o dinheiro em 
títulos públicos. Com a aquisição de tais papéis, “retira-se” o dinheiro de circulação. 
Nesse caso, a pessoa, incentivada pelo aumento dos juros, pode deixar de comprar 
um caro zero para adquirir títulos.
Por outro lado, se a economia estiver em recessão e o governo decidir estimular 
o con-sumo, ele pode reduzir a taxa de juros, tornando os títulos públicos não tão 
atrativos assim, o que faria com que as pessoas pudessem preferir a moeda para 
realizar as transações ao invés de adquirir títulos. Assim, Samuelson e Nordhaus 
(2012) afirmam que a política monetária tem um efeito importante tanto sobre o PIB 
real quanto sobre o PIB potencial.
2.2 MACROECONOMIA DE CURTO E LONGO PRAZO
A história econômica, ao ser observada, é descrita conforme o desempenho 
macroeconômico das economias. O qual pode ser analisado conforme as relações 
entre a demanda e a oferta agregada, uma vez que tais relações explicam as principais 
tendências de variações nos preços, quando se leva em consideração o equilíbrio do 
mercado de bens, financeiro e de trabalho, o que pode ser observado, na figura “Oferta 
e demanda agregadas determinam as principais variáveis macroeconômicas”.
Oferta e demanda agregadas determinam as principais variáveis macroeconômicas. 
Pense que o nível da oferta agregada é a quantidade de bens que a economia pode 
produzir, de acordo com os recursos e a tecnologia disponíveis. Por outro lado, o nível de 
demanda agregada é a demanda total por bens de consumo, por novos investimentos, 
por bens adquiridos pelo governo e por bens líquidos a serem exportados.
A Oferta e Demanda agregadas determinam as principais variáveis macroe conômicas, 
observe, os principais determinantes que afetam a atividade econômica global. Do lado 
esquerdo, estão as variáveis que determinam a demanda e a oferta agregadas. No 
centro, mostra-se como elas interagem entre si. Finalmente, o lado direito apresenta 
o resultado em termos de produto, emprego, nível de preços e comércio externo.
Apesar da oferta agregada, as empresas estão, em geral, dispostas a venderem tudo 
o que puderem pelo maior preço possível (SAMUELSON; NORDHAUS, 2012). Assim, 
durante uma expansão, as empresas se esforçam para entregar todos os produtos 
demandados. Em contrapartida, em tempos de contração de demanda, as empresas 
podem perceber que possuem excesso de capacidade e de custos.
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Figura 01: Controle Econômico
Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/dinheiro-troca-moeda-economia-5723747/
Nesse sentido, a produção nacional e o nível geral de preços dependem do comporta- 
mento da oferta e também da demanda agregada (DA). Na parte de cima da figura 
“Oferta e demanda agregadas determinam as principais variáveis macroeconômicas”, 
tem-se a demanda agregada, que é igual ao total da despesa em bens e serviços, 
dependendo do nível de preços e das políticas fiscal e monetária.
A demanda agregada é composta por consumo, investimentos, gastos do governo 
e exportações menos importações.
Assim, a demanda agregada é afetada pelos seus componentes e pelas variáveis 
exógenas, como o gasto do governo. Nesse sentido, quando há um equilíbrio entre 
oferta e demanda agregada, a produção nacional e o nível de preços estão estabelecidos 
no patamar em que há consumidores dispostos para a compra e empresas dispostas 
para a venda.
Desse modo, a relação de oferta agregada reflete os efeitos do produto sobre o 
nível de preços e decorre do equilíbrio no mercado de trabalho, isto é, da relação entre 
o nível de preços, o nível de preços esperado e o nível de produção. Por outro lado, a 
relação de demanda agregada reflete o nível de preços sobre o produto.
No curto prazo, as variações no produto da economia são causadas tanto por variações 
na oferta agregada quanto na demanda agregada. Ao se analisar, no curto prazo, as 
curvas de OA e DA, verifica-se que a curva de oferta agregada é horizontal. 
No médio prazo, o produto é determinado pelo equilíbrio no mercado de trabalho, no 
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qual a velocidade do ajuste de preços é resumida na curva de Phillips, que relaciona 
inflação e desemprego. Por isso, as curvas de oferta e demanda agregada possuem 
uma inclinação intermediária.
Assim, em uma economia com capacidade de produção fixa, “no longo prazo, o nível 
de produto é determinado somente por considerações por parte da oferta. Basicamente, 
o produto é determinado pela capacidade produtiva da economia” (DORNBUSCH; 
FISCHER; STARTZ, 2013, p. 6). O nível de preços é determinado pela demanda em 
relação ao produto que a economia pode ofertar. A seguir, há a figura “Oferta agregada 
e demanda agregada: longo prazo”.
A Oferta agregada e demanda agregada: longo prazo”, há o diagrama da oferta e de 
demanda, agregada com uma curva de oferta agregada vertical. Na curva de oferta 
agregada (OA), está representada, a cada nível de preços, a quantidade de produto 
que as empresas estão dispostas a ofertar (DORNBUSCH; FISCHER; STARTZ, 2013). 
Com isso, a posição da curva de oferta agregada depende da capacidade produtiva 
da economia.
Na curva de demanda agregada (DA), está apresentado, a cada nível de preços, 
o nível de produto no qual os mercados de bens e os mercados monetários estão, 
simultaneamente, em equilíbrio (DORNBUSCH; FISCHER; STARTZ, 2013). A posição da 
curva de demanda agregada depende das políticas monetárias e fiscais e do nível de 
confiança do consumidor. A interseção da oferta agregada com a demanda agregada 
determina preço e quantidade.
Em longo prazo, a curva de oferta agregada é vertical. O produto está atrelado à 
posição em que essa curva de oferta atinge o eixo horizontal.O nível de preços, por 
sua vez, pode assumir qualquer valor” (DORNBUSCH; FISCHER; STARTZ, 2013, p. 
7). Logo, no longo prazo o produto é determinado somente pela oferta agregada, e 
os preços são determinados pela oferta agregada e pela demanda agregada. Cabe 
ressaltar que, no longo prazo, conforme ocorre o crescimento econômico, a curva 
de oferta, geralmente, move-se para a direita em ordem de pequenas porcentagens.
Ademais, os movimentos na demanda agregada podem ser pequenos ou gran- 
des. Logo, a única fonte possível de inflação elevada está em grandes movimentos de 
demanda agregada, que se deslocam, cruzando a curva de oferta agregada na verti- cal 
(DORNBUSCH; FISCHER; STARTZ, 2013). Diante disso, serão abordadas essas relações 
no decorrer do texto. Por isso, o escopo deste material está limitado ao estudo da 
Macroeconomia de curto e médio prazo.
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2.3 DESEMPREGO E PRODUTO
Neste tópico, será trabalhada a relação entre o mercado de trabalho, o produto e 
a determinação de preços e salários. Por isso, é importante frisar que alterações na 
renda interferem na demanda por bens e que variações na demanda por bens levam 
a mudanças no produto, as quais, por sinal, interferem diretamente na renda.
Como a mão de obra é um fator de produção, alterações nos salários podem levar 
a mudanças no nível de preços e também do produto. Para entender essa dinâmica, é 
necessário trazer o conceito de oferta e demanda para o mercado de trabalho. Ao se 
pensar pela lei da oferta, quanto maior a oferta de trabalho, considerando a demanda 
constante, menor serão os salários. Logo, quanto maior o desemprego, menor tende 
a ser o salário.
O contrário é verdadeiro, pois quanto menor a oferta de trabalho, maior tende a ser 
o salário. Ainda, se houver um aumento na demanda por mão de obra, mantendo-se 
a oferta constante, o salário tende a subir. Por outro lado, se houver uma redução da 
demanda por mão de obra, os salários tendem a cair (BLANCHARD, 2004).
Pense que as empresas podem demitir em função de uma queda na demanda ou 
reduzir o número de contratações. Se as empresas, inicialmente, optarem pela redução do 
número de contratações, isso levará a uma maior concorrência no mercado de trabalho.
Em contrapartida, se a decisão for demitir, haverá a possibilidade de os que estão 
empregados perderem o emprego, o que pode levar a um alto desemprego e a uma 
piora na situação dos trabalhadores. A probabilidade de que os trabalhadores venham 
a perder o emprego é maior e, se eles ficarem desempregados, há uma probabilidade 
de permanecerem no desemprego por um período mais longo (BLANCHARD, 2004).
Figura 02: Equilíbrio da Oferta e Demanda
Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/bitcoin-pre%c3%a7o-gr%c3%a1fico-moeda-6856507/
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Assim, considerando a lei da oferta e da demanda no mercado de trabalho, é possível 
inferir que um aumento na taxa de desemprego afeta os salários. Logo, a determinação dos 
salários depende do nível de desemprego, de forma que o nível de desemprego enfraquece 
o poder de barganha do trabalhador, forçando-o a aceitar um salário mais baixo.
Outro fator que pode afetar os salários é o seguro-desemprego, visto que quanto melhor 
ele for, mais as pessoas tenderão a abrir mão do emprego em prol de consegui- rem o 
benefício, o que pode levar a um maior desemprego. Pense que se o seguro-desemprego 
não existisse, o indivíduo, para não ficar desempregado, aceitaria qualquer salário. No 
entanto, com o seguro-desemprego, o trabalhador tenderia a escolher um trabalho que 
oferecesse um salário melhor, para que não fosse necessário abrir mão do benefício em 
prol de um emprego, uma vez que o benefício de seguro desemprego tende a elevar os 
salários.
Agora, imagine que as empresas produzam bens utilizando o trabalho como o único 
fator de produção, embora seja preciso destacar que elas utilizam máquinas e precisam 
de uma infraestrutura. Porém, para efeito de exemplo, considere somente a mão de obra. 
Não obstante, se a mão de obra é um fator de produção, o custo para produzir algum 
bem é o salário (W) do trabalhador. De acordo com Blanchard (2004), para a empresa 
calcular o preço (P) do seu produto, levará em consideração a margem de lucro (m) que 
deseja obter e também o valor dos salários. 
Perceba que os preços possuem uma relação direta com o salário, visto que à medida 
que o salário aumenta, os preços também aumentam, e vice-versa. 
A razão entre o nível de preços e salários é resultante do processo de formação de preços 
das empresas, que é igual a um mais a margem de lucro, ao se pensar que os salários 
são nominais. Uma elevação na margem de lucros das empresas leva a um aumento de 
preço, o que provoca uma redução no salário real (BLANCHARD, 2004).
Como os salários são fixados por um determinado período, durante um tempo, mesmo 
que haja um aumento de preço, os salários, normalmente, não serão reajustados, ou seja, 
esse reajuste demora um tempo. Portanto, como os preços dos produtos dependem dos 
salários e da margem de lucro, uma margem de lucro maior leva a um salário real menor.
Ademais, o equilíbrio do mercado de trabalho requer que o salário real escolhido na 
determinação dos salários seja igual ao salário real resultante da fixação dos preços. Esse 
equilíbrio, então, determina a taxa de desemprego (BLANCHARD, 2004).
Assim, a taxa de desemprego permite identificar se a economia está operando acima 
ou abaixo de seu nível normal de atividade. Nesse sentido, um alto crescimento do produto 
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leva a uma queda da taxa de desemprego. Por outro lado, o baixo crescimento está asso- 
ciado a uma elevação da taxa de desemprego.
Não obstante, um aumento no produto leva a um aumento do nível geral de preços, o 
que implica em um aumento do emprego. Um aumento do emprego, porém, leva a uma 
redução do desemprego e, portanto, a uma queda da taxa de desemprego (BLANCHARD, 
2004), tendo vista que uma queda da taxa de desemprego leva a um aumento dos salários 
nominais. Logo, um aumento dos salários nominais implica em um aumento dos preços 
definidos pelas empresas, o que equivale a um aumento do nível de preços (BLANCHARD, 
2004).
Cabe ressaltar que há uma dinâmica sobre as expectativas de aumento de preços. 
Por exemplo, um nível esperado de preços mais elevado provoca um nível de preços 
correntes, proporcionalmente, mais alto, ou seja, se o nível de preços esperados dobrar, o 
nível de preços correntes irá dobrar (BLANCHARD, 2004). Esse efeito acontece por meio 
dos reajustes salariais.
Se os responsáveis pelos reajustes dos salários tiverem expectativas de aumento 
de preços, eles estabelecerão salários nominais mais altos. Por sua vez, isso levará as 
empresas a fixarem preços mais elevados (BLANCHARD, 2004). Assim, a relação entre o 
produto e o nível de preços, para um dado valor de nível de preços esperados, é representada 
pela curva OA (oferta agregada.
Dessa forma, a curva, na figura “Oferta agregada” tem três propriedades: primeira- 
mente, uma oferta agregada possui inclinação ascendente, de forma que um aumento 
do produto leva a um aumento do nível de preços; em segundo lugar, a curva de oferta 
agregada passa pelo ponto A, no qual o produto (Y) é igual ao seu produto natural (Yn) 
e o seu nível de preços (P) é igual ao nível de preços esperados (Pe); por fim, aumentos 
no nível de preços farão com que a curva de oferta agregada desloque-se para cima, e a 
queda nos preços levará a um deslocamento da curva para baixo.
ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=YbLvUXZZ0T4 
A Macroeconomia é diferenciada pelos economistas entre de médio e de longo 
prazo. A Macroeconomia de curto prazo considera os preços e salários fixos.Portanto, analisa os ciclos econômicos bem como os fatores que estabelecem o 
produto, determinado pela demanda. Assim, muitos fatores afetam a demanda, 
desde a confiança do consumidor até as políticas fiscais, monetárias e cambiais.
https://www.youtube.com/watch?v=YbLvUXZZ0T4
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ANOTE ISSO
Já a Macroeconomia de médio prazo estuda o que determina o produto, como 
recursos tecnológicos, estoque de capitais e força de trabalho. No longo prazo, os 
preços e salários são flexíveis e o produto é determinado pelos fatores de produção. 
Assim, são estudadas as relações entre crescimento econômico, renda e riqueza, 
distribuição de renda e a razão de alguns países serem ricos enquanto outros são 
pobres. Para isso, as políticas econômicas de longo prazo, comumente, focam em 
fatores como instrução, pesquisa, poupança e papel do governo. 
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CAPÍTULO 03
AGENTES ECONÔMICOS
Introdução
Nesta aula você, compreenderá o funcionamento da Macroeconomia a partir do 
fluxo circular da atividade econômica. Serão apresentados, também, os conceitos dos 
principais agregados macroeconômicos, como o Produto Interno Bruto (PIB), o Produto 
Nacional Bruto (PNB), o Produto Interno Líquido (PIL) e o Produto Nacional Líquido 
(PNL), bem como a sua a evolução ao longo do tempo. Além disso, você aprenderá 
a diferenciar o investimento bruto do líquido.
Também, serão analisadas as diferenças entre variáveis reais e nominais e o PIB 
a custo de fatores e o preço de mercado, destacando sua importância para uma 
compreensão mais ampla do sistema econômico.
Diante desse cenário: Qual é a identidade macroeconômica fundamental?
Agora, você entenderá, de forma detalhada, a relação da demanda agregada como 
uma variação entre a inflação, a expectativa de inflação e o desemprego ao longo do 
tempo.
3.1 Controle Internos 
A taxa de inflação é um percentual do aumento generalizado dos preços, o que 
resulta na perda do poder aquisitivo da moeda (PASSOS; NOGAMI, 2016). Por exemplo, 
você precisa de mais moedas, hoje, para comprar um litro de leite do que precisava 
alguns anos atrás. Logo, a inflação é uma desvalorização da moeda, isto é, para se 
adquirir o mesmo produto, mais moedas são necessárias. Isso ocorre quando o PIB 
nominal aumenta mais rapidamente que o PIB real.
É importante destacar que existem dois tipos de inflação: a de demanda e a de 
custos. “A inflação de demanda diz respeito ao excesso de demanda agregada em 
relação à produção disponível de bens e serviços (oferta agregada) (PASSOS; NOGAMI, 
2016, p. 506). Esse tipo de inflação pode ser entendido como “dinheiro demais à 
procura de poucos bens”.
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Dessa forma, políticas expansionistas de demanda agregada tendem a gerar inflação. 
Por exemplo, o governo, ao financiar seus deficit emitindo moeda, cria um processo 
inflacionário.
Imagine uma economia na qual a demanda é dada por:
Considere a oferta agregada (OA) dada por Y, que mede o nível de renda ou de 
produto da economia. Para que a economia esteja em equilíbrio, é preciso que a oferta 
agregada seja igual à demanda agregada (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 506). 
Agora, se o produto está operando abaixo do pleno emprego, nesse cenário, não há 
inflação. “Presume-se aqui que, se houver desemprego em larga escala na economia, 
aumento da demanda agregada deverá corresponder a aumento na produção agregada 
de bens e serviços, sem que haja correspondente aumento de preços” (PASSOS; 
NOGAMI, 2016, p. 508).
Entretanto, uma vez atingido o pleno emprego, qualquer aumento adicional da 
demanda agregada provocará apenas aumento de preços, visto que a demanda estará 
maior que a oferta.
Por outro lado, para se combater a inflação, será necessário reduzir a demanda 
agregada por bens e serviços, uma vez que, em curto prazo, ela se mostra mais 
sensível a alterações de política econômica que a oferta agregada, cujos ajustes se 
dão em longo prazo. Dessa forma, uma contração da demanda agregada tende a 
reduzir a taxa de inflação.
Em contrapartida, existe a inflação de custos, provocada pelo aumento de custos de 
produção, como matéria-prima e salários, em que a demanda é constante. Essa elevação 
dos custos leva a uma retração da produção, uma vez que ocorre um deslocamento 
da curva de oferta para a esquerda, provocando um aumento de preços.
Perceba que a inflação tem uma relação direta com os salários e o mercado 
de trabalho. Quando o desemprego está baixo, a inflação tende a subir; quando o 
desemprego está alto, a inflação tende a cair. Logo, “a variação da inflação depende da 
diferença entre as taxas de desemprego atual e natural. Quando a taxa de desemprego 
atual ultrapassa a taxa natural, a inflação cai; quando a taxa de desemprego atual é 
menor que a taxa natural, a inflação aumenta” (BLANCHARD, 2004, p. 163).
A inflação, bem como o desemprego, é uma grande preocupação macroeconômica. 
Cabe ressaltar que os custos do desemprego englobam o desperdício do produto 
potencial. No caso da inflação, não há uma perda evidente de produto, mas ela incomoda 
as relações dos preços conhecidas e reduz a eficiência do sistema de preços.
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Nesse contexto, os formuladores de políticas econômicas, comumente, estão 
dispostos a aumentar o desemprego como um esforço para diminuir a inflação. Para 
isso, os governos utiliza políticas de contração de demanda, o que leva a uma queda na 
quantidade da demanda de produtos na economia. As empresas param de contratar 
ou passam a demitir, gerando desemprego. Indivíduos desempregados consomem 
menos, o que leva a um maior desemprego e uma redução da inflação.
Para comprimir a demanda agregada, são utilizadas políticas de: “aumento da carga 
tributária; redução dos gastos do governo; elevação das taxas de juros; controle de 
cré- dito; e arrocho salarial” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 508). 
Demanda agregada: deslocamento” um exemplo da curva de demanda agregada, 
considerando-se uma política expansionista de gasto do governo e contracionista, por 
meio da redução da quantidade de moeda.
A relação da demanda agregada reflete o nível de preços sobre o produto. Assim, um 
aumento no nível de preços esperado mais elevado provoca um aumento no nível de 
preços, de forma que um nível de preços mais elevado leve a uma queda no estoque 
real de moeda. Por sua vez, um estoque real de moeda menor provoca aumento na 
taxa de juros. Como consequência, uma taxa de juros maior leva a uma queda da 
demanda por bens e a um produto menor.
Assim, um aumento no nível de preços reduz o estoque real de moeda, o que leva 
a um aumento da taxa de juros. Um aumento da taxa de juros leva a uma queda do 
consumo, o que reduz o produto.
Os estudos serão iniciados a partir do fluxo circular da atividade econômica, produto 
e renda. Para isso, serão vistos os agentes econômicos, o fluxo real e monetário e o 
fluxo circular da atividade econômica. Assim, você compreenderá o funcionamento 
da Macroeconomia a partir do fluxo circular da economia. Verá, também, como é a 
interação entre os agentes econômicos e a circulação de moeda e de produtos nos 
mercados. Dessa forma, você passará a ter uma melhor percepção do funcionamento 
das atividades econômicas.
Nessa perspectiva, a expressão fluxo circular da atividade econômica pode parecer 
estranha à primeira vista, mas ela retrata a forma pela qual a economia se movimenta 
como um todo (PASSOS; NOGAMI, 2016). Isso porque o fluxo circular da atividade 
econômica está relacionado diretamente ao cotidiano das pessoas, sobre o qual nunca 
se reflete.
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3.2 AGENTES ECONÔMICOS
A economia se caracteriza por uma quantidade infinita e contínua de transações 
econômicas entreos agentes, sejam pessoas ou, sejam empresas, significando que 
todas as unidades econômicas transacionam entre si.
Figura 01: Efeitos da Inflação
Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/dinheiro-transfer%c3%aancia-de-dinheiro-3598743/
De forma simples, como os indivíduos e as empresas interagem na economia, sendo 
que cada um busca atingir diferentes objetivos: “as empresas procurando maximizar 
seus lucros e os indivíduos procurando maximizar a satisfação de seus desejos e 
necessidades” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 370
Assim uma sociedade bem simples, na qual são considerados somente dois setores: 
os indivíduos representados pelas famílias e as empresas. “As famílias oferecem 
mão de obra para as empresas, que a utilizam para a produção de bens e serviços, 
remunerando-os sob a forma de salários; com esses salários elas adquirem bens e 
serviços das empresas” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 370).
Agora, imagine que as famílias sejam detentoras de outros fatores de produção, 
tais como máquinas e equipamentos, construções, recursos naturais, além da mão de 
obra, e que esses fatores sejam utilizados, direta ou indiretamente, para a produção 
de bens e serviços (PASSOS; NOGAMI, 2016).
Dessa forma, para analisar esses fluxos de forma mais precisa, é necessária a 
adoção de alguns critérios para se agregarem ao conjunto de informações geradas 
nas relações entre indivíduos e empresas, como a remuneração dos proprietários de 
fatores de produção, isto é, a renda (PASSOS; NOGAMI, 2016). Fazem parte dessa renda 
salários, lucros, juros e aluguéis. Logicamente, os salários referem-se aos pagamentos 
https://pixabay.com/pt/vectors/dinheiro-transfer%c3%aancia-de-dinheiro-3598743/
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feitos aos proprietários do fator de trabalho, e os lucros representam a remuneração 
dos empresários. Já os juros representam a remuneração do capital, e os aluguéis 
referem-se à remuneração dos bens e imóveis (PASSOS; NOGAMI, 2016).
Nesse sentido, ao “somarmos a renda auferida por todas as famílias de uma 
sociedade, em um determinado período, obteremos a Renda Nacional relativa a esse 
período” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 371). Na parte inferior da figura “Fluxo da atividade 
econômica”, está apresentado “o fluxo de renda (juros, lucros, salários e aluguéis) das 
empresas para as famílias, fruto do fornecimento dos fatores de produção das famílias 
para as empresas (capital, terra, mão de obra etc)” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 371).
A renda auferida pelas famílias, a despesa dos fatores de produção e o produto 
gerado representam uma relação de igualdade. Essa igualdade entre produto, renda 
e despesa é a identidade fundamental da economia?
Nessa perspectiva, as empresas, ao utilizarem os fatores de produção, produzirão 
bens e serviços que serão oferecidos às famílias. Dessa forma, o Produto Nacional 
refere- se ao valor de toda a produção gerada pelas empresas. Veja o fluxo do Produto 
Nacional na parte superior.
Ademais, é realizada a suposição de que toda a renda das famílias é destinada ao 
consumo, logo, todo “esse consumo retratará o total das despesas efetuadas pelos 
indivíduos na aquisição de todos os bens e serviços produzidos pelas empresas” 
(PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 371). Considerando que o pagamento para as empresas 
dos bens e serviços adquiridos pelas famílias é denominado despesa, a “soma de todos 
os pagamentos efetua- dos dentro de uma economia, em um determinado período de 
tempo, chama-se Despesa Nacional” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 371).
É possível compreender, então, que o valor do Produto Nacional é igual ao valor da 
despesa nacional, que por sinal, é igual à renda nacional, isto é: PN = DN = RN.
3.3 Fluxos Monetários 
Existem dois fluxos: o fluxo real e o fluxo monetário, ou o fluxo da atividade econômica, 
como também é conhecido.
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Figura 02: Fluxos Monetários
Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/dinheiro-moeda-finan%c3%a7a-investimento-1673582/
O fluxo real das firmas é o movimento dos recursos produtivos de bens e serviços 
entre os diversos agentes econômicos (PASSOS; NOGAMI, 2016). Assim, as empresas 
“contratam mão de obra, compram matérias-primas e bens de investimentos, e produzem 
bens que são, posteriormente, vendidos a outras empresas que transformam o pro- duto 
ainda mais, até que o produto final seja vendido ao consumidor” (PASSOS; NOGAMI, 
2016, p. 371). Observe que, durante todas essas posições, há uma transferência 
constante de bens e serviços entre os agentes econômicos.
Os fluxos monetários são contrapartidas monetárias dos fluxos reais, isto é, “toda 
vez que um bem ou serviço é transferido de um agente para outro, são efetuados 
pagamentos em troca deles” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 372). O fluxo monetário gira 
na direção contrária ao fluxo real. 
O fluxo de renda que foi visto anteriormente. “Agora, na parte superior, temos o 
movimento dos recursos produtivos e de bens e serviços que denominamos Fluxo 
Real” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 372). Considere, então, o pagamento em moeda pela 
utilização dos recursos produtivos, bem como pela aquisição dos bens e serviços, o 
que se denomina fluxo monetário, na parte inferior da figura “Fluxos reais e fluxos 
monetários”.
Portanto, é possível salientar que a preocupação central do estudo macroeconômico 
“é com o que determina a magnitude desses fluxos e por que esses fluxos variam ao 
longo do tempo” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 372).
Agora, para que se entenda melhor o fluxo circular da atividade econômica, é 
necessário compreender o conceito mais importante da Macroeconomia, que é o 
Produto Interno Bruto (PIB). O PIB é o valor total de bens finais e serviços produzidos 
numa economia (país) durante um período de tempo (normalmente, um ano). Dessa 
forma, o PIB é o termômetro da economia, isto é, permite que as autoridades econômicas 
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determinem se a economia está em expansão ou contração, bem como se há ameaça 
de uma grave recessão e de inflação.
Se o PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos numa economia num 
dado período de tempo, qual é a relação entre PIB e o fluxo circular da atividade 
econômica?
Para se conhecer o nível de desenvolvimento econômico de um país, basta analisar 
o PIB per capita, ou seja, dividido pela população. Logo, o PIB pode dar uma imagem 
global da economia, visto que representa o valor a que se chega quando se aplica a 
medida monetária aos diversos bens e serviços – desde abacate a zinco – que um 
país produz com os seus recursos de terra, trabalho e capital.
Nesse sentido, o PIB representa toda a produção de bens de consumo (C), 
investimento (I), gastos do governo (G) e as exportações líquidas (X - M) (exportação 
menos importação de bens e serviços). Em símbolos: PIB = C + I + G + (X - M). 
Como representa a produção global da economia, o PIB é utilizado para medir o seu 
desempenho.
 Na grande depressão que se iniciou em 1929, o PIB dos EUA caiu quase 50% 
em quatro anos, o que causou elevado desemprego, falências, quebras de bancos e 
dificuldades para a população em geral. Em contrapartida, desde a Segunda Guerra 
Mundial até os anos 2000, o PIB dos EUA aumentou 250% (DORNBUSCH; FISCHER; 
STARTZ, 2013). 
Nesse contexto, “o produto interno bruto pode ser medido (a) como um fluxo de 
produtos finais ou, equivalentemente, (b) como um fluxo de remunerações ou rendas. 
No arco superior, os compradores adquirem bens e serviços finais” (DORNBUSCH; 
FISCHER; STARTZ, 2013, p. 344). O fluxo monetário total da sua despesa em cada 
ano é uma das medidas do PIB.
3.4 FORMAS DE MENSURAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA
Neste momento, serão trabalhadas as formas de mensuração da atividade econômica 
no mercado. Abordando o Produto Interno Bruto (PIB) pela ótica do dispêndio eda 
renda, bem como o Produto Interno Bruto (PIB) pela ótica da oferta e o problema da 
dupla contagem.
Você deve estar pensando: como os economistas calculam o PIB? Pois bem, 
ficando você surpreso(a) ou não, saiba que é possível medir o PIB de duas formas 
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completamente independentes, ou seja, o PIB pode ser medido ou como um fluxo de 
produtos ou como uma soma de rendas.
Assim, para demonstrar as diferentes formas de se calcular o PIB, os tópicos a 
seguir serão iniciados com a consideração de uma economia muito simplificada, na 
qual não há governo, comércio exterior e investimento, e a economia produz apenas 
bens de consumo adquiridos pelas famílias. 
ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=gRiAGmlToq4 
A inflação é perniciosa, pois provoca diversos danos à economia e, consequente- 
mente, à sociedade, como a redução do poder aquisitivo de alguns segmentos 
da população que possuem rendimentos fixos, por exemplo, aluguéis e salários. 
Por sua vez, aqueles com renda livre, como empresas e especuladores, são mais 
favorecidos pelo processo inflacionário.
ANOTE ISSO
A inflação influencia a alocação de recursos na economia, visto que costuma 
modificar o perfil de investimentos dos agentes econômicos, provocando 
resistências em investidores ao alocar recursos em projetos de longo prazo. Por 
fim, a inflação influencia o balanço de pagamentos, visto que a elevação dos 
preços internos encarece o produto nacional, o que pode dificultar as exportações e 
estimular as importações. 
https://www.youtube.com/watch?v=gRiAGmlToq4
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CAPÍTULO 04
ATIVIDADES ECONÔMICAS
Introdução
Olá Estudante, a partir, deste momento iremos conversar sobre o reflexos econômicos, 
onde o Produto Interno Bruto (PIB), pela ótica do dispêndio, divide-se em: despesa 
de consumo (consumo das famílias), investimentos (formação bruta de capital fixo 
e variação de estoque), gastos do governo (despesa de consumo da administração 
pública) e exportações menos importações (exportações líquidas de bens e serviços).
Entretanto, esse estoque de capital está em constante desgaste, isto é, ferramentas, 
máquinas, edificações e outros instrumentos de produção utilizados durante o ano 
se depreciam.
Por esse motivo, parte das despesas de investi- mento destina-se à substituição 
do capital desgastado, o que não aumenta o estoque de capital da economia. Por 
isso, existem duas definições de investimento: “Investimento Bruto (Ib), que é igual 
às despesas com novas edificações, novos equipamentos etc., mais a variação de 
estoques; e Investimento Líquido (Il), que é igual ao investimento bruto menos a 
depreciação” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 382). 
4.1 CONTROLE GOVERNAMENTAL
O gasto do governo (G) “em bens e serviços também são um importante componente 
da demanda agregada da economia. São inclusas nesse item despesas com educação, 
segurança, justiça, construção de estradas, hospitais etc.” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 
382). O gasto do governo (G) deve atender suas funções típicas, como “administração 
direta, judiciário, legislativo etc., que dependem de dotação orçamentária” (SAMPAIO, 
2016, p. 382).
Por fim, existem as exportações (X) menos as importações (M), que são denominadas 
exportações líquidas. “As exportações correspondem à venda de parte da nossa 
produção para o exterior e que constituem demanda por produção interna. As despesas 
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de impor- tação constituem-se em aquisições de produção realizada em outros países” 
(SAMPAIO, 2016). Assim, pode-se entender o PIB pela ótica do dispêndio ou da demanda, 
como costuma ser chamado. Desse modo, tem-se:
Agora, o Produto Interno Bruto (PIB) será trabalhado pela ótica da renda, também 
chamada de abordagem pelo custo. Por meio dele, surgem todos os custos das 
atividades empresariais, que incluem os salários pagos à mão de obra, os aluguéis 
pagos pela terra, os lucros pagos ao capital, e assim consecutivamente.
Por outro lado, esses custos empresariais representam as rendas que as famílias 
recebem das empresas. Logo, ao mensurarem o fluxo anual dessas rendas, os 
economistas chegam, novamente, ao PIB. Dessa forma, calcula-se o PIB pelo total 
das rendas dos fatores produtivos (salários, juros, aluguéis e lucros), que são os custos 
de produção dos produtos finais de uma empresa.
Figura 01: Controle do PIB
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/financeiro-planejamento-relat%c3%b3rio-3207895/
Assim, denomina-se valor adicionado a um produto a soma dos custos dos fatores 
de produção. Mas o método do valor adicionado é, de fato, a abordagem da renda 
para medir o PIB. Esses custos, em cada fase de produção, podem ser visualizados 
no quadro “Valor adicionado”.
Na produção do pão, o valor de um bem em cada estágio de produção é a soma 
do valor adicionado (salários + juros + aluguéis + lucros) durante cada estágio. Deve-
se observar “que a inclusão do lucro como um item de custo se deve ao fato de ele 
ser uma remuneração a um fator de produção (ou seja, é um custo para se produzir 
um bem)” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 377). Assim, o valor final é a soma do valor 
adicionado em cada estágio de produção, o que, no quadro “Valor adicionado”, resultou 
no valor final do pão de R$1.400,00.
É possível entender o porquê de as duas abordagens serem iguais analisando uma 
economia simples de pedreiros. Considere que os pedreiros não possuem outras 
despesas além das de mão de obra. Se trabalharem dez horas pelo valor de R$ 8,00 
https://pixabay.com/pt/photos/financeiro-planejamento-relat%c3%b3rio-3207895/
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a hora, o PIB é de R$ 80,00. Mas as remunerações dos pedreiros (em salários e 
lucros) são exatamente iguais a R$ 80,00. Assim, o PIB é idêntico, quer como fluxo 
de produtos (R$ 80,00 de horas trabalhadas), quer como fluxo de custo e rendas (R$ 
80 de salários e lucros).
As duas abordagens são idênticas, visto que os lucros são incluídos em conjunto 
com as outras rendas. Mas o que é, exatamente, o lucro? O lucro caracteriza-se pela 
receita menos os custos de produção, isto é, o que resta da venda de um produto 
depois de pagos os custos dos outros fatores, como salários, juros e aluguéis.
Mais um exemplo será apresentado a seguir, no quadro “Abordagens da despesa 
e da renda”, que demonstra que as abordagens da despesa e da renda são formas 
diferentes de se medir o valor da produção em uma economia, a economia produz 
quatro tipos de bens: A, B, C e D.
O PIB (valor de mercado do produto final), conforme a abordagem da renda, “é dado 
pela soma dos salários (renda do trabalho), juros (renda do capital), dos aluguéis (renda 
da terra) e lucros (renda do fator capacidade empresarial)” (PASSOS; NOGAMI, 2016, 
p. 377). Os salários recebidos na produção dos bens A, B, C e D totalizam R$170,00 
(50,00 + 40,00 + 60,00 + 20,00). Por sua vez, a soma dos juros apresenta um total de 
R$15,00, e a soma dos aluguéis e do lucro totaliza R$79,00 e R$38,00, respectivamente. 
Se for realizada a soma do total de salários, juros, aluguéis e lucros ( 170,00 + 15,00 
+ 79,00 + 38,00), será obtido o valor da renda gerada de 302,00.
Como foi visto, o PIB pela ótica da oferta é a quantidade total produzida no período 
multiplicada pelo preço de mercado desse bem. Agora, preste atenção: o valor de 
mercado do bem A é de R$80,00 ( 2,00/unidade × 40 unidades); já os valores de 
mercado dos bens B, C e D são de R$70,00, R$102,00 e R$50,00, respectivamente. 
Assim, o PIB é de R$302,00. Se for feita a suposição de que tudo o que é produzido 
é vendido, chegar-se-á, novamente, à identidade básica da Macroeconomia:
Resumindo, ambas as abordagens proporcionam exatamente a mesma medida do 
PIB. Ou seja, o PIB pode ser mensurado de duas formas diferentes: (1) como o totalde custos, ou rendas, dos fatores de produção; ou (2) como o fluxo de despesa com 
produtos finais.
Todos os anos, a população consome uma grande variedade de bens e serviços 
finais, como bananas, computadores, camisetas, serviços odontológicos, serviços 
de assistência médica e cortes de cabelo. Esses bens são adquiridos e consumidos, 
em última instância, pelos consumidores, e as famílias gastam suas rendas nesses 
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bens de consumo. Ao somar todo o dinheiro gasto com o consumo desses bens, 
chega-se ao PIB total dessa economia simplificada.
Na economia simplificada, você pode calcular facilmente a renda ou o produto 
nacional como a soma do fluxo anual dos bens e serviços finais (preço das camisetas 
× número de camisetas) + (preço das bananas × número das bananas), e assim 
consecutivamente para todos os outros bens finais. Dessa forma, o PIB é definido 
como o valor monetário total do fluxo dos produtos finais produzidos pelo país.
Definir o PIB como a produção total de bens e serviços finais significa afirmar que 
o PIB exclui os bens intermediários, isto é, aqueles que são utilizados para produzir 
outros bens. O PIB inclui, por exemplo, a calça jeans, mas não o tecido; o pão, mas 
não o trigo.
Calcular o PIB pelo fluxo de produção (excluindo-se os bens intermediários) não é 
tão complicado. Estão inclusas as calças jeans e os pães, mas evita-se incluir o tecido 
utilizado na produção da calça e o trigo utilizado na produção dos pão. Logo, os itens 
intermediários estão apenas circulando no processo produtivo, visto que, se não forem 
comprados pelos consumido- res, nunca aparecerão no PIB como produtos finais.
Outro exemplo é o do pneu em um carro. Os bens pneu e carro são produzidos 
por empresas distintas. Seria possível considerar, na produção agregada, o valor da 
produção de ambos os bens, todavia não seria correto considerar o valor do pneu duas 
vezes, pois, no valor do carro, já está computado o valor desse bem intermediário. 
Para que esse problema de dupla contagem seja evitado, é necessário descontar da 
produção total da economia a produção ou o consumo intermediário.
Ainda, de acordo com Passos e Nogami (2016), excluir os produtos intermediários 
ou computar somente o valor adicionado são duas formas de se evitar o problema 
de dupla contagem.
Para a computação do valor adicionado, são levados em consideração os valores 
adicionados ao produto, à medida que ele passa pelos vários estágios do processo 
produtivo. Há um exemplo no quadro “Método do valor adicionado”, para que o problema 
de dupla contagem seja evitado com a utilização do método do valor adicionado, no 
qual se faz a suposição de que os produtores de trigo não compram bens intermediários 
de outras empresas.
Estágios Produção Receitas de Vendas - Compras de Outras Empresas = Valor 
Adicionado
1. Produção de trigo (fazenda)
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2. Produção de farinha (moinho)
3. Produção de pão (padaria) 
$700
Cabe ressaltar que, para uma empresa, o valor adicionado consiste no valor de 
suas vendas menos o valor de suas compras de bens intermediários. No exemplo 
do quadro “Método do valor adicionado”, faz-se a suposição de que os produtores 
de trigo não compram bens intermediários de outras empresas (PASSOS; NOGAMI, 
2016). Pode-se inferir, também, que o fazendeiro vende sua produção de trigo a um 
moinho por R$700,00. Já o dono do moinho processa o trigo, transformando-o em 
farinha, vendendo-a, posterior- mente, a uma padaria por R$1.000,00. O padeiro utiliza 
a farinha para fabricar o pão, vendendo-o aos consumidores por R$1.400,00.
Assim, “o valor adicionado na produção de trigo é de $ 700; na produção de farinha 
adicionam-se $ 300 ($ 300 = $ 1.000 – $ 700); na produção de pão, finalmente, 
adicionam-se $ 400 ($ 400 = $ 1.400 – $ 1.000)” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 376). A 
“soma dos valores adiciona- dos em cada estágio de produção totaliza $ 1.400 ($ 700 
+ $ 300 + $ 400), que é igual ao valor do pão, que é o produto final. Esse resultado 
não é fruto do acaso e origina-se do fato de que os dois métodos evitam a contagem 
dos bens intermediários” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 376).
4.2 VALORES REAIS E NOMINAIS
Existe um problema associado às medidas de atividade econômica: separar 
crescimentos de preços de crescimentos reais. Se, por exemplo, for observado que, 
entre dois períodos, o produto medido a preços correntes aumentou de R$ 10.000,00 
para R$ 18.000,00, como se assegurar de que não foram somente os preços que 
aumentaram? Para responder a essa questão, inicialmente, é necessário conhecer o 
que é e como calcular o deflator do PIB. Em seguida, ver os aspectos do desempenho 
do PIB real versus nominal.
O PIB nominal reflete tanto as quantidades de bens e serviços produzidos na 
economia quanto os seus preços. Todavia, mantendo os preços constantes nos níveis 
do ano-base, o PIB real reflete apenas a produção em quantidade (MANKIW, 2014). A 
partir dessas duas estatísticas, é possível calcular uma terceira, chamada de deflator 
do PIB, que representa uma medida utilizada para monitorar o nível médio de preços 
na economia e, consequentemente, a taxa de inflação.
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Figura 02: Controle das Taxas
Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/gr%c3%a1fico-diagrama-crescimento-3033203/
Cabe ressaltar que o deflator do PIB pode ser empregado para se obter a inflação 
do PIB nominal, isto é, deflacionar o PIB nominal devido a um aumento de preços 
(SAMPAIO, 2016). Assim, o deflator do PIB é calculado da seguinte forma:
O PIB nominal e o PIB real devem ser iguais no ano-base e, por isso, o deflator 
do PIB para o ano-base é sempre igual a 100. Logo, o deflator do PIB para os anos 
seguintes mede a variação do PIB nominal a partir do ano-base, variação essa que 
não pode ser atribuída a uma variação do PIB real (SAMPAIO, 2016).
Para verificar se é verdade que o deflator do PIB mede o nível de preços corrente em 
relação ao nível de preços do ano-base, considere dois exemplos. Primeiro, pense em 
uma situação em que que as quantidades produzidas na economia aumentem com o 
tempo, mas os preços permaneçam iguais. Nesse caso, tanto o PIB nominal quanto 
o PIB real aumentam em conjunto, de forma que o deflator do PIB seja constante. 
Agora, imagine que os preços aumentem com o tempo, entretanto as quantidades 
produzidas permaneçam as mesmas. Nesse segundo caso, o PIB nominal aumenta, 
mas o PIB real se mantém inalterado, de forma que o deflator do PIB também aumenta. 
Em ambos os casos, o deflator do PIB reflete o que está acontecendo com os preços, 
não com as quantidades.
Os economistas utilizam o termo inflação para descrever ou expor uma situação na 
qual o nível geral de preços da economia aumenta. Nesse sentido, a taxa de inflação é 
uma alteração na porcentagem, em alguma medida, do nível de preços de um período 
para outro. 
Se o deflator do PIB aumentou em 2014 de 100 para 120, a taxa de inflação é 
100 × (120 – 100) / 100, ou 20%. Em 2015, o deflator do PIB aumentou de 120, no 
ano anterior, para 240, portanto, a taxa de inflação é 100 × (240 – 120) / 120, ou 
100%. Igualmente, a inflação pode ser medida pelo nível de preços, que é o acúmulo 
https://pixabay.com/pt/illustrations/gr%c3%a1fico-diagrama-crescimento-3033203/
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de inflações passadas. Se Pt-1 representa o nível de preços do ano passado e Pt 
representa o nível de preços de hoje.
Cabe ressaltar que a mensuração da inflação seria simples se os preços de todos 
os bens crescessem proporcionalmente. Entretanto, quando um preço cresce mais 
rápido que o outro, o cálculo da inflação é realizado com base numa determinada cesta 
de bens e ser- viços que, muitas vezes, não reflete a realidade de alguns indivíduos.
O PIB foidefinido anteriormente como o valor de mercado dos bens e serviços finais 
produzidos na economia, em um determinado período. Em outras palavras, o PIB é 
avaliado em termos monetários, levando em conta o preço de cada bem, no período 
em que esse bem foi produzido. Essa é uma medida satisfatória, caso se queira saber 
o valor do PIB de um ano qualquer.
Sabe-se, porém, que, ano a ano, o PIB pode variar devido a um aumento (ou uma 
diminuição) de preços, devido a um aumento (ou uma diminuição) na quantidade de 
bens ou devido a ambos. Por essa razão, é importante saber que parte do aumento 
corresponde à quantidade de bens e serviços produzidos, e que parte do aumento 
corresponde à variação de preços. 
Cabe, destacar que, por definição, a renda nacional é igual ao produto interno líquido 
a custo dos fatores. Ainda, uma última medida utilizada na economia é a da renda 
disponível do setor privado, isto é, quanto o setor privado da economia teve a seu 
dispor como resultado da atividade econômica no período em questão.
Partindo da renda nacional a custo dos fatores, há que se levar em consideração que 
os indivíduos precisam pagar impostos diretos, como Imposto de Renda de Pessoas 
Físicas, contribuições para o INSS ( Instituto Nacional do Seguro Social), dentre outros. 
Logo, ao serem deduzidos todos os abatimentos de contribuições compulsórias que 
o setor privado faz e acrescentadas todas as transferências do setor público para o 
privado (tais como pagamentos de aposentadorias, subsídios e outros), será obtida a 
renda que o setor privado teve a seu dispor, para consumo e poupança, como resultado 
da atividade econômica do período em questão.
Os dados do PIB, também, são utilizados como uma medida do bem-estar dos 
residentes de um país, dando a entender que um aumento do PIB significa que as 
pessoas estão em melhor situação, mas tais dados estão longe da perfeição, tanto 
em relação ao produto quanto em relação ao bem-estar. Nesse sentido, há alguns 
problemas como produtos que são mensurados de forma deficiente, visto que não são 
comercializados no mercado. Por exemplo, se você assa bolos de chocolate, o valor 
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do seu trabalho não é contabilizado nas estatísticas oficiais do PIB. Se você comprar 
um bolo (sem dúvida, de qualidade inferior), o trabalho do confeiteiro é contabilizado.
Assim, já houve diversas tentativas de se construir uma série de PIB ajustado que 
considere algumas dessas dificuldades, aproximando-se de uma medição do bem-
estar. Há estudos que indicam que uma série do PIB ajustado, em seu nível real, é 
cerca de 50% maior do que as estimativas oficiais.
ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=lVjPv33T0hk 
Ademais, o aumento da participação das mulheres na força de trabalho tem 
aumentado os valores do PIB oficial sem redução de compensação para a 
diminuição da produção caseira. O valor da creche é medido, mas a ação de cuidar 
de seus próprios filhos em casa não é contabilizada. Os serviços oferecidos pelo 
governo não são diretamente precificados pelo mercado. Ainda, alguns recursos 
são incluídos no PIB, mas, na verdade, são empregados para evitar ou conter males 
como crimes ou riscos à segurança nacional.
ANOTE ISSO
É difícil contabilizar, de forma correta, as inovações e o aperfeiçoamento na 
qualidade dos bens, por exemplo os computadores, dos quais a qualidade tem 
melhorado radical- mente, enquanto seus preços têm caído de modo significativo. 
É importante frisar que tal fato se aplica a, praticamente, todos os bens, como os 
automóveis, cuja qualidade se altera ao longo do tempo.
https://www.youtube.com/watch?v=lVjPv33T0hk
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CAPÍTULO 05
FLUTUAÇÕES ECONÔMICAS 
Introdução
Olá Estudante, nesta unidade iremos abordar principais causas das flutuações 
econômicas. Para isso, você verá os componentes da demanda agregada em uma 
economia fechada sem governo e, em seguida, com governo; aprenderá sobre as 
relações do consumo, da poupança e do investi- mento, por meio da função consumo 
keynesiana e, na sequência, a função poupança; e, então, trabalhará a igualdade entre 
poupança e investimento.
Você compreenderá os fatores que determinam a renda, bem como os componentes 
da renda de equilíbrio e, ainda, as mudanças nos investimentos e as flutuações na renda. 
Por fim, irá analisar o comportamento da renda (produto) em alguns países selecionados 
ao longo dos úl- timos anos, para se aprofundar na questão das flutuações econômicas, 
que, em grande parte, estão relacionadas a alterações na demanda agregada.
Diante desse cenário, surge uma questão importante: Como o sistema econômico 
está vinculado ao comportamento da demanda agregada?
5.1 COMPONENTES DA DEMANDA AGREGADA
O desempenho do sistema econômico, de alguma forma, está vinculado ao 
comportamento da demanda agregada. Assim, os níveis de emprego, o hiato do produto, 
as variações cíclicas do desemprego involuntário e os índices de desemprego estrutural 
são derivados da demanda efetiva. Nesse sentido, quando esses itens estão baixos, 
a taxa de ocupação dos recursos de produção também será baixa.
Ainda, o comportamento da demanda agregada e suas pressões sobre a oferta 
agregada podem resultar em variações no índice geral de preços, Todavia, as quais 
podem, também, originar-se de movimentos nos custos da oferta agregada, o que levará 
a reações subsequentes que serão definidas pelas respostas da demanda agregada.
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A demanda agregada desempenha um papel importante nos modelos de 
determinação do produto e da renda nacional de equilíbrio, sob diferentes níveis de 
emprego e de preços. Nesse sentido, é importante conhecer o comportamento e os 
fatores determinantes de cada um de seus componentes.
Inicia-se, assim, o estudo sobre os principais componentes da demanda agregada 
e sobre como ela interage com a oferta para determinar a produção e os preços. Para 
isso, é necessário conhecer como a demanda agregada influencia o produto em uma 
economia fechada e sem governo e, em seguida, em uma economia fechada e com 
governo.
5.2 ECONOMIA FECHADA E SEM GOVERNO
Para entender o funcionamento do sistema econômico, conheça, agora, os 
determinantes da demanda, isto é, a renda de uma economia. Para isso, inicialmente, 
serão apresentados os agentes econômicos, como trabalhadores, empresários e o 
governo. Nesse sentido, preliminarmente, será montado um sistema econômico bem 
simples, no qual haja apenas trabalhadores e empresários, sendo uma economia 
fechada (não há setor externo) e sem governo.
Figura 01: Construção Econômica
Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/homem-figura-brinquedo-76196/
Assim, nesse tipo de economia, os trabalhadores e os empresários produzem bens 
e serviços que são consumidos por eles. Os trabalhadores oferecem sua força de 
trabalho e os empresários oferecem as demandas. Nesse sentido, ao conjunto de 
https://pixabay.com/pt/illustrations/homem-figura-brinquedo-76196/
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empresas numa economia dá-se o nome de capacidade produtiva, representada pela 
letra K, que também pode ser denominada capital.
Se a poupança for igual ao investimento, é possível dizer que o sistema econômico 
está em equilíbrio. Como você entende a relação entre poupança e investimento?
Até o momento, tem sido trabalhada uma economia que funciona de acordo com a 
Lei de Say, ou seja, tudo o que foi produzido, foi consumido. No entanto podem ocorrer 
falhas no processo montado, visto que os empresários podem não aplicar toda sua 
poupança em um investimento produtivo.
De acordo com Silva e Luiz (2010), se os empresários estiverem pessimistas em 
relação ao futuro da economia, certamente não acreditarão no crescimento de seus 
negócios e não realizarão o investimento.Dessa forma, a poupança fica maior do que 
o investimento ou a demanda será menor do que a oferta.
Assim, se a situação persistir, haverá aumento dos estoques, as empresas terão que 
reduzir a produção, demitirão funcionários e haverá recessão e desemprego. Essa é 
apenas uma das possíveis razões para a ocorrência de uma falha, isto é, a demanda 
ser menor que a oferta em um dado momento.
5.3 ECONOMIA FECHADA E COM GOVERNO
Agora, o setor público será introduzido, ou seja, o governo, que interfere na divisão 
do produto e influencia o lado da demanda. O governo, então, também realiza despesas 
de consumo e de investimento, as quais são denominadas gastos do governo (G).
Dessa forma, “tudo o que é produzido pela economia destina-se ao consumo das 
unidades familiares e investimento das empresas, bem como para o consumo e 
investimento do governo” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 388). Para que o governo realize 
suas despesas de consumo e investimento, é necessária a receita, comumente obtida 
mediante os impostos (T) pagos pela sociedade. 
Nessa perspectiva, a inclusão do governo na economia permite analisar a pou- pança 
de forma mais detalhada. Assim, é possível reescrever a igualdade fundamental da 
macroeconomia:
Considerando que S = Y - C, tem-se que I = (RN - T) = (T - G). Na expressão anterior, 
a poupança pode ter duas origens: o setor privado (RN - T) e o governo (T - G) (PASSOS; 
NOGAMI, 2016). Notadamente, se o governo gastar mais do que ganha, seu déficit 
será financiado pelo setor privado. Diante disso, são consideradas três situações:
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• (T – G) = 0. Ocorre equilíbrio no orçamento do governo e poupança governamental 
nula, isto é, o que o governo gasta é igual ao que arrecada.
• (T – G) > 0. Nesse caso, o governo tem um superávit, ou seja, uma poupança.
• (T – G) < 0. Nesse caso, o governo tem um déficit. Quando isso ocorre, não só 
o governo não poupa, como também toma emprestado do setor privado para 
cobrir suas despesas.
Figura 02: Desenvolvimento Econômico
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/refugiados-refugiados-econ%c3%b4micos-1015294/
Assim, numa economia fechada e com governo, o PIB é composto por consumo, 
investimento e gastos do governo, que são expressos na identidade das contas 
nacionais (Y = C + I + G). Nesse tipo de economia, as famílias recebem a renda, 
pagam impostos ao governo e decidem quanto consumir e quanto poupar da renda 
remanescente após o pagamento dos impostos.
A renda que as famílias recebem é igual ao produto da economia (Y) e o governo, 
então, tributa as famílias em um montante (T). Assim, a renda remanescente após o 
pagamento de todos os impostos (Y – T) é denominada renda disponível (MANKIW, 
2014).
Com sua renda disponível, as famílias decidem entre consumo e poupança. Partindo 
do pressuposto de que o nível de consumo depende da renda disponível, uma maior 
renda disponível leva a um maior consumo, de forma que C = C (Y – T) (MANKIW, 
2014). Essa relação entre consumo e renda disponível é chamada função consumo, 
em que a propen- são marginal a consumir (PMgC) é o montante no qual o consumo 
se modifica quando a renda disponível aumenta em uma unidade de moeda corrente. 
Entretanto a PMgC fica entre zero e um, visto que o aumento na renda faz aumentar 
o consumo em um montante inferior ao aumento na renda (MANKIW, 2014).
Não obstante, quando as famílias obtêm mais moeda, tendem a poupar uma 
parcela dessa unidade para investimento. Assim, tanto as famílias quanto as empresas 
https://pixabay.com/pt/photos/refugiados-refugiados-econ%c3%b4micos-1015294/
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adquirem bens de investimento. As famílias adquirem novas casas e também podem 
investir na abertura de empresas que têm como objetivo aumentar o seu estoque de 
capital ou substituir o existente (MANKIW, 2014).
Entretanto, a quantidade demandada de bens de investimento tem uma 
relação direta com a taxa de juros, visto que se remete aos custos dos recursos 
utilizados para financiar o investimento, isto é, para que um projeto seja lucrativo, sua 
receita tem que ser maior que seu custo. Agora se a taxa de juros aumenta, ou se for 
muito alta, uma quantidade menor de projetos passa a ser lucrativa na economia e, 
consequentemente, a demanda por bens de investimento é reduzida.
Por exemplo, uma empresa está ponderando se deve ou não ampliar a fábrica 
utilizando um valor de dois milhões de reais que proporcione um retorno de 200 mil 
reais por ano, ou 10% (MANKIW, 2014). A empresa compara esse retorno com o custo 
de tomar emprestado dois milhões. Se a taxa de juros estiver abaixo de 10%, a empresa 
toma emprestado o dinheiro no banco, por exemplo, e faz o investimento. Se a taxa 
de juros estiver acima de 10%, a empresa desiste da oportunidade de investimento e 
não amplia a fábrica (MANKIW, 2014).
Mesmo que a empresa tenha o dinheiro disponível e não precise pegar emprestado, 
ela utilizará a mesma análise para tomar a decisão. Isso porque se a taxa de juros 
for muito alta, o empresário não arriscará seu patrimônio em uma expansão, sendo 
que poderá ganhar a mesma quantia em forma de juros, aplicando seus recursos no 
mercado financeiro. Assim, o investimento tem uma relação inversa com a taxa de 
juros, isto é, um aumento da taxa de juros reduz investimentos e uma redução da 
taxa de juros aumenta investimentos.
Agora, será tratado o terceiro componente da demanda por bens e serviços: os 
gastos do governo. Os governos adquirem armamentos, constroem escolas, estradas, 
estádios e pagam o funcionalismo público. Ainda, há outro tipo de gasto, que engloba as 
transferências de rendas para as famílias, por meio de programas sociais e pagamentos 
de aposentadorias (SAMPAIO, 2016). Ademais, os pagamentos de transferências afetam 
a demanda por bens e serviços, de forma indireta, à medida que essas transferências 
aumentam a renda disponível das famílias.
Se os gastos do governo forem iguais aos tributos (G = T), tem-se um orçamento 
do governo equilibrado. Se os gastos excedem os tributos, o governo incorre em um 
deficit orçamentário. Esse deficit é financiado com a emissão de títulos da dívida 
pública, isto é, emprestando o dinheiro no mercado financeiro. Por outro lado, se os 
gastos forem menor que os tributos, o governo incorre em um superávit orçamentário, 
ao qual pode recorrer para saldar uma parcela remanescente de sua dívida.
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5.4 CONSUMO, POUPANÇA E INVESTIMENTO
Agora, serão tratados consumo, poupança e investimento em uma economia. Para 
isso, inicialmente, você conhecerá um pouco sobre o comportamento das despesas 
de consumo em uma economia. Nesse contexto, será utilizado o exemplo de uma 
família cujo padrão pode ser generalizado para a economia como um todo. Dessa 
forma, quais são os fatores que determinam o consumo de uma família? A renda é, 
comumente, o fator mais importante na determinação das despesas de consumo de 
uma família.
5.5 PONTO DE EQUILIBRIO
O ponto de equilíbrio da família é o nível de renda de R$6.000,00, que dá uma 
despesa de consumo de R$6.000,00 (ponto C na curva de consumo), isto é, a renda 
igual ao consumo. Nesse ponto, há a intersecção da curva de consumo com a reta 
de 45o. Até esse ponto, a poupança era negativa. No ponto de equilíbrio, a família 
consegue se manter sem recorrer a empréstimos, mas também sem poupar.
No nível de renda de R$7.000,00 (ponto D na curva de consumo), as despesas de 
consumo são de R$6.700,00, isto é, existe uma poupança de R$300,00. “Devemos 
observar que, à direita do ponto de equilíbrio, a distância vertical entre a linha de 
consumo e a reta diretriz nos dá o valor da poupança” (PASSOS; NOGAMI, 2016, p. 398).
Como se sabe, a poupança é obtida mediante a diferença entre a renda e o con- sumo 
(S = Y – C). Nessa perspectiva, se o consumo depende darenda, a poupança também 
depende. Na parte 2 da figura “Representação gráfica do consumo e da poupança”, o 
valor da poupança está no eixo vertical e a renda disponível no eixo horizontal.
“O ponto A’ corresponde ao nível de renda de $ 4.000 e despoupança de $ 600; 
o ponto B’ corresponde ao nível de renda de $ 5.000 e uma despoupança de $ 300. 
Já o ponto C’ corresponde ao nível de renda de $ 6.000 e poupança zero” (PASSOS; 
NOGAMI, 2016, p. 398). Nesse ponto, a curva da poupança intercepta o eixo da renda.
A partir desse momento, se a renda aumentar, a poupança vai se tornar positiva (a 
curva ficará acima do eixo da renda). Assim, “ao nível de renda de $ 7.000 teremos uma 
poupança de $ 300 (ponto D’ na curva de poupança), ao nível de $ 8.000 teremos uma 
pou- pança de $ 600 (ponto E’ na curva de poupança) e assim por diante” (PASSOS; 
NOGAMI, 2016, p. 398).
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Nesse sentido, há a propensão marginal a consumir e a propensão marginal a 
poupar, conforme pode ser verificado no quadro “Propensão marginal a consumir e 
propensão marginal a poupar”.
A propensão marginal a consumir (PMgC) é a variação no consumo resultante de 
uma variação na renda. Já a propensão marginal a poupar (PMgS) é a variação da 
poupança decorrente da variação na renda (PASSOS; NOGAMI, 2016).
A propensão marginal a poupar determina o nível de poupança de uma economia 
que pode ser utilizada para um consumo futuro ou um investimento em acúmulos 
de bens de capital, como edifícios e equipamentos, aumentando o produto nacional 
de uma economia ao longo do tempo.
5.5 FUNÇÃO DE CONSUMO KEYNESIANA
A função consumo, criada por Keynes para designar a parte da renda que é 
despendida em consumo, baseia-se na Lei Psicológica Fundamental, que ressalta: 
“Os homens estão dispostos, quase sempre e em média, a aumentar seu consumo à 
medida que a sua renda aumenta, mas não pela quantia do aumento em sua renda” 
(SAMPAIO, 2016, p. 402).
Nesse sentido, a renda influencia a determinação do consumo. Logo, as despesas 
de consumo dependem da renda disponível das famílias, isto é, variam diretamente 
com ela. Assim, é possível descrever a função consumo.
A renda (Y) é a variável independente e o consumo é a variável dependente. Nessa 
perspectiva, a função consumo trata da relação entre o consumo e a renda (PASSOS; 
NOGAMI, 2016). Assim, essa função mostra o nível de despesas às quais os indivíduos 
estão dispostos a incorrer na aquisição de bens e serviços em todos os níveis de 
renda (PASSOS; NOGAMI, 2016). Supondo que as despesas de consumo dependem 
da renda, é possível definir a função consumo como ponto de equilíbrio.
É a partir da combinação desses fatores apresentados que surge a divisão 
internacional do trabalho e a especialização das nações (PASSOS; NOGAMI, 2016), a 
qual leva os países a ganharam com o comércio. Os preços determinados pela troca 
levam os produtores, necessariamente, a aumentarem a produção da mercadoria que 
tem vantagem comparativa, porque essa mercadoria tem preço relativamente maior 
no mercado mundial do que autarquicamente.
A especialização completa quer dizer que todos os recursos são dedicados à 
produção de uma mercadoria, sem a produção de nenhuma outra (APPLEYARD et 
al., 2010). Se os dois países alterarem seus padrões de produção e se empenharem 
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na especialização completa das mercadorias nas quais têm vantagem comparativa, 
cada um aumentará cada vez mais seus ganhos com o comércio.
Vejamos um exemplo em que o país A produz apenas tecido, e o país B produz 
apenas vinho. Eles trocam 2 mil barris de vinho por 5 mil jardas de tecido. Assim, 
o país A consumi- ria 4 mil jardas de tecido (9 mil jardas produzidas e 5 mil jardas 
exportadas) e 2 mil barris de vinho importados.
Uma combinação tem um valor-trabalho para o país A de 10 mil horas (4 mil horas 
para tecido, visto que cada unidade de tecido requereria 1 hora, e 6 mil horas para vinho, 
já que cada uma das 2 mil unidades de vinho requereria três horas), o que é maior 
que o valor- trabalho de remuneração em qualquer nação, ou no caso de comércio 
sem modificação de produção.
Dessa forma, se há uma base para a troca, ela, automaticamente, leva um país 
à completa especialização da mercadoria na qual tem vantagem comparativa. O 
consumo mantém-se diversificado nos produtos, conforme ditado pelas preferências 
dos consumidores.
ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=iXqU-w2dxuY 
Entretanto é importante apontar as limitações desse conjunto de proposições. Uma 
das premissas para que a teoria da dotação relativa dos fatores pudesse encontrar 
validade estava localizada na necessidade de estabelecimento do livre-comércio. 
A presença de barreiras, tarifas, controle de comércio ou, ainda, de custos de 
transporte pode inviabilizar a validade do conjunto de trocas entre as nações.
ANOTE ISSO
A proporção dos fatores de produção de cada país determina seu padrão de 
importação e exportação. De acordo com os neoclássicos, o processo de troca 
entre duas nações deve observar o fato de que os países sempre tendem a exportar 
mercadorias provenientes de seus recursos produtivos mais abundantes e tendem a 
importar bens cujos recursos sejam mais escassos (SAMPAIO, 2016). Assim, pode-
se explicar o comércio entre países como o Brasil, que exporta produtos primários 
(por ter abundância de mão de obra) e importa do Japão produtos industrializados 
(com abundância de capital).
https://www.youtube.com/watch?v=iXqU-w2dxuY
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CAPÍTULO 06
TEORIAS ECONÔMICAS
Introdução
Olá Estudante, neste momento vamos conversar sobre as Teorias Econômicas, 
devido à complexidade da ciência econômica, como você já deve ter percebido ao 
longo de sua caminhada de estudos neste curso, para poder entender os fenômenos 
econômicos, interpretá-los e adotar medidas de intervenção, a macroeconomia adota 
uma metodologia própria de análise. Isso porque, para compreender a macroeconomia 
é preciso levar em consideração uma série de variáveis interligadas, como o próprio 
conceito já sinaliza (recordar também é aprender).
“A macroeconomia estuda a economia como um todo, analisando a determinação 
e o comportamento de grandes agregados, tais como: renda e produto nacionais, nível 
geral de preços, emprego e desemprego, estoque de moeda e taxas de juros, balanço 
de pagamentos e taxa de câmbio” (VASCONCELLOS; GARCIA, 2005, p. 86).
Desta forma, neste momento você verá que a macroeconomia se utiliza de dados (que 
também podemos chamar de indicadores) para conhecer a situação de determinado 
país, região, estado, município, interpretar estes dados (indicadores), criando novas 
ou reafirmando teorias já existentes, para então pôr em prática medidas de política 
macroeconômica que visam intervir nessa realidade com o objetivo de modificá-
la, sanando ou diminuindo a intensidade de problemas econômicos existentes na 
sociedade.
6.1 DADOS ECONÔMICOS
Para que as intervenções efetuadas no sistema econômico sejam eficientes é 
necessário observar os fatos que partem de uma dada realidade. Para isso, diversas 
variáveis são utilizadas, como o nível de preços, o nível de produção e consumo, a 
renda nacional, taxas de desemprego, taxas de juros, dentre outras. Esses dados não 
são apresentados de forma isolada, mas acompanhados sistematicamente, formando 
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um todo estatístico que visa à identificação da tendência e do ciclo. Por exemplo, 
quando analisamos a evolução da taxa de desemprego no Brasil, podemos constatar 
tendências de queda e de alta quando analisamos um período de tempo relativamente 
longo. 
Assim, como podemos ver na figura, a partir de 2004 se observa uma tendência de 
baixa na taxa de desemprego, que perdura até o ano de2014, quando inicia uma forte 
tendência de alta. Isoladamente este indicador é importante, mas não consegue explicar 
o comportamento da economia como um todo; entretanto, quando confrontado com 
outros indicadores, como nível de produção, renda agregada, dentre outros, fornece 
um conjunto de informações que permite traçar com maior precisão um diagnóstico 
da realidade para, a partir deste diagnóstico, propor alguma intervenção.
6.2 TEORIAS ECONÔMICAS
Ao longo da evolução da ciência econômica, diversas teorias foram construídas 
para explicar os fenômenos econômicos, analisar tendências e efetuar prognósticos. 
Para exemplificar, abordaremos a teoria dos ciclos econômicos.
Para Nikolai D. Kondratiev (1992), o modo de produção capitalista é caracterizado 
pela ocorrência de ciclos econômicos ou movimentos cíclicos de ondas longas, de 40 
a 60 anos, de variação de toda atividade econômica (industrial, agrícola e comercial) 
de um país ou de um conjunto de países. Vivemos períodos de prosperidade quando 
ocorre uma expansão econômica, seguidos de períodos de crise econômica, marcada 
pela recessão e depressão, e, finalmente, um novo intervalo de crescimento ou de 
recuperação econômica.
“O estudo dos ciclos econômicos está intimamente ligado ao das crises, que podem 
ser caracterizadas como um momento descontínuo desastroso de uma evolução 
cíclica contínua” (SANDRONI, 1989, p. 47).
As crises são inerentes ao modo de produção capitalista. De certa forma, podemos 
compreender essa teoria quando analisamos as grandes crises do capitalismo, citando 
a de 1929 e a de 2008, consideradas as mais graves e abrangentes. Ao contrário 
do que muitos economistas imaginavam, essas crises não provocaram a queda do 
capitalismo ou sua substituição por outro sistema, apenas exigiram mudanças na 
forma como a economia se desenvolveria. Aprimorando a teoria de Kondratiev, Joseph 
Schumpeter (1883-1950), Ignácio Rangel (1914-1994) e Ernest Mandel (1923-1995) 
também se debruçaram sobre a teoria dos ciclos econômicos.
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Assim, com base na realidade econômica, diversas teorias foram elaboradas pelas 
escolas de pensamento econômico e podem ser aplicadas para explicar determinados 
fenômenos e sua evolução.
6.3 POLÍTICA MACROECONÔMICA
A política macroeconômica nada mais é do que um conjunto de ações governamentais 
desenvolvidas para o alcance de diferentes finalidades que estão intrinsecamente 
relacionadas com a situação econômica de um país e mesmo de uma respectiva 
região, conjunto de países ou de blocos econômicos.
Tais ações são executadas por diferentes agentes de política econômica, como 
o Governo Federal, no caso de um país, bem como organismos internacionais 
como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial, a Comissão 
Jurídica Interamericana da Organização dos Estados Econômicos (CJI-OEA), Banco 
Interamericano de Desenvolvimento (BID), Comissão Econômica das Nações Unidas 
para a América Latina e o Caribe (CEPAL), Programa das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento (PNUD), blocos econômicos regionais como a União Europeia, 
Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), dentre outros.
A macroeconomia se utiliza de dados, teorias e políticas para explicar tanto os 
fenômenos que são considerados macro, quanto para diagnosticar suas causas e 
propor soluções por meio dos instrumentos de política macroeconômica.
Os dados (indicadores) fornecem informações importantes para um diagnóstico 
mais preciso da realidade, sendo que diversos indicadores devem ser utilizados neste 
levantamento, como os níveis de produção e de renda, produção industrial, desemprego, 
inflação, dentre outros.
Figura 01: Indicadores Economicos
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/bolsa-de-valores-ganhar-estrondo-3087396/
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As teorias visam explicar os fenômenos ocorridos, como as crises e as fases de 
ascensão da economia, e podem variar substancialmente de uma para outra, de 
acordo com a ideologia utilizada pelo pensador e a corrente de pensamento a que o 
economista pertença ou seja o criador.
De posse dos dados e das teorias, a política macroeconômica é a aplicação de um 
conjunto de medidas que visa intervir na realidade diagnosticada, utilizando determinada 
teoria econômica que seja considerada a ideal pelo seu agente (no caso do Governo 
Federal, seria o ministro da Fazenda).
6.4 CONTROLES ECONÔMICOS E MERCADO FINANCEIRO
Vamos analisar o mercado de bens e serviços num contexto macroeconômico, 
assim temos a oferta e a demanda de bens e serviços. O nível geral de preços e o 
nível agregado de produção são determinados por outras duas variáveis: a evolução 
do nível de demanda e oferta agregada de bens e serviços.
Você saberia dizer como se forma a demanda agregada? Esta depende somente 
dos consumidores ou há outros setores econômicos envolvidos?
Para responder a estas perguntas, vamos a um exemplo: afirmamos anteriormente 
que o fluxo real da economia é constituído pelo mercado de bens e serviços e pelo 
mercado de trabalho. Temos aqui dois agentes importantes: os consumidores, que 
demandam bens e serviços, e as empresas, que demandam força de trabalho e 
demais fatores produtivos. Mas a demanda agregada depende ainda de dois outros 
setores importantes: o primeiro é o governo, que demanda bens e serviços e força 
de trabalho para executar as ações governamentais. O segundo é o setor externo, 
já que, como sabemos, há uma interdependência entre os países, pois o que não 
produzimos internamente ou produzimos de forma ineficiente pode ser suprido pelas 
importações, e o que excede a demanda nacional pode ser exportado (apesar de ser 
mais comum encontrar na literatura apenas três agentes: famílias/consumidores, 
empresas e governo).
Por outro lado, a oferta ou produção agregada depende da evolução do nível do 
emprego e da capacidade instalada da economia.
Por isso, como verificamos nas situações de crise, que podem ser ocasionadas por 
um fenômeno inflacionário, por exemplo, a diminuição da demanda agregada interfere 
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no nível de emprego, pressionando-o para baixo, o que impacta também no nível de 
preços e a utilização da capacidade instalada de produção.
E qual é a condição de equilíbrio do mercado de bens e serviços?
A cada dia as relações sociais e econômicas se tornam mais virtuais, você deve ter 
percebido que o mercado financeiro também tem se tornado de difícil operacionalização 
e até de entendimento por parte dos leigos no assunto. A moeda, que é um ativo 
financeiro, portanto, pertencente ao Sistema Financeiro Nacional, é também uma 
mercadoria (e por isso tem seu preço definido pelo mercado) que serve de equivalente 
geral para todas as demais, pois os preços dos demais bens e serviços são expressos 
em moeda corrente.
Você sabe o que é e para que serve o mercado financeiro?
• O que é: conjunto de instituições e instrumentos de intermediação de recursos 
financeiros.
• Função: transferência de recursos dos agentes econômicos superavitários para 
os deficitários.
• É semelhante à ideia de mercado de bens e serviços, o que muda é a mercadoria 
que, no caso, são ativos financeiros (moeda nacional e estrangeira, ações, títulos 
públicos e privados, commodities, mercado de opções: uma espécie de apólice 
de seguro).
• Os intermediários financeiros não trabalham com recursos próprios, repassando 
recursos dos ofertadores para os receptores.
• São responsáveis pela criação de condições para que os títulos e valores 
mobiliários tenham liquidez no mercado.
Quanto maior a quantidade de moeda circulando numa economia, menor tende a ser 
o seu preço, já que a moeda também é uma mercadoria. Quando há uma diminuição 
da quantidade de moeda disponível, a tendência é que ocorra uma elevaçãoem seu 
preço, que é determinado pela taxa de juros.
A taxa básica de juros da economia brasileira já deve ser conhecida por você, já que 
o noticiário divulga de tempos em tempos mudanças na taxa, que são determinadas 
pelo Conselho de Política Monetária (COPOM), órgão vinculado ao CMN, órgão do qual 
integra, dentre outros, o Ministro da Fazenda, certo? Essa mesmo, a SELIC, sigla de 
Sistema Especial de Liquidação e Custódia.
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Historicamente, em comparação com outros países, a SELIC tem destaque por ser 
uma das mais altas do mundo (em termos reais). De fato, ainda no início de 2017 
(com 12,90% a.a.) era a maior no ranking que leva em conta 40 países, finalizando 
o ano com a taxa de 6,90% a.a. No início de 2018, caiu de quarto para quinto lugar, 
passando para 6,75% a.a. (BANCO CENTRAL, 2018).
“Essa é a menor taxa nominal da série histórica, que tem início em 1986. Com a 
Selic em 6,75% ao ano, os juros reais, ou seja, descontada a inflação, atingiram 2,89% 
ao ano. Atrás do Brasil estão: Argentina: 6,05%; Turquia: 5,31%; Rússia: 3,68%; México: 
3,66%” (MARTELLO, 2018).
A SELIC é considerada a taxa básica da economia porque serve de referência para 
as demais taxas de juros cobradas pelas instituições financeiras. Assim, quanto mais 
alta é a SELIC, mais “cara” a moeda se torna e, assim, mais difícil o acesso ao crédito, o 
que interfere de forma direta sobre a economia, podendo gerar depressão econômica.
6.5 MERCADO DE DIVISAS
Utilizando a mesma dedução utilizada para analisar os demais mercados, no mercado 
de divisas existe equilíbrio quando:
Mas o que são divisas? Divisas é o nome dado às moedas estrangeiras, que são 
utilizadas para as transações entre os países, hoje cada vez mais globalizados.
E como as divisas são precificadas? Como sabemos, as moedas também são 
mercadorias e as divisas têm seu preço determinado pela taxa de câmbio. A taxa de 
câmbio, por sua vez, é o valor que se paga, em moeda nacional, por uma unidade de 
moeda estrangeira, que pode ser o dólar, euro, ou qualquer moeda aceita no mercado 
de câmbio.
Figura 02: Estrutura Econômica
Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/an%c3%a1lise-pagar-pessoas-de-neg%c3%b3cio-680572/
https://pixabay.com/pt/illustrations/an%c3%a1lise-pagar-pessoas-de-neg%c3%b3cio-680572/
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A moeda oficial utilizada nas transações internacionais é o dólar americano. Com 
a crise financeira internacional de 2008, iniciada nos Estados Unidos, tendo como 
ponto de partida a crise imobiliária, chegou-se até mesmo a discutir a substituição 
do dólar como meio de pagamento oficial, mas ainda não se chegou a um consenso 
sobre como seria possível utilizar um novo instrumento, já que todas as moedas 
estão vinculadas ao seu país de origem e, por isso, sofrem influência dos fenômenos 
econômicos internos.
Mas como é que se determina a taxa de câmbio, então? A taxa de câmbio é 
determinada pela relação entre a demanda e a oferta de moeda estrangeira.
Quem são os demandantes e ofertantes nesse mercado? Vejamos: quando um 
agente importador brasileiro fecha um contrato de importação, por exemplo, com os 
Estados Unidos, pelo valor estipulado de U$ 2.000,00, este valor não pode ser pago 
em reais. Logo, convertendo pela taxa de câmbio vigente na transação, que era de, 
suponhamos, U$ 3,00, o importador pagará R$ 6.000,00 ao agente de câmbio e terá 
os dólares necessários para efetuar a transação. Assim, além do importador e do 
exportador, qualquer pessoa física (mesmo você ou alguém da sua família quando 
viaja para o exterior ou faz uma compra internacional), empresário ou agente público 
que precise efetuar uma transação com o exterior, necessita comprar ou vender moeda 
estrangeira e a relação entre estes demandantes e ofertantes é que vai determinar a 
taxa de câmbio daquele dia.
Quando você estudar economia internacional irá aprofundar esses conceitos. Por 
ora é importante que você entenda que quando há um desequilíbrio entre oferta e 
demanda de moeda estrangeira, sempre um dos agentes econômicos fica prejudicado. 
Quando a taxa de câmbio está valorizada (dólar mais caro, por exemplo), significa que 
o Brasil tem que desembolsar mais reais na transação, o que prejudica especialmente 
os importadores, e quando a taxa de câmbio está desvalorizada (dólar mais barato), 
os exportadores se sentem prejudicados porque recebem menos reais para cada 
unidade de moeda estrangeira paga pelos produtos exportados.
Na contabilidade social (ou nacional), quando estudamos uma das suas contas, que 
é o balanço de pagamentos, você verá que quando exportarmos menos (produtos e 
serviços, capitais, mão de obra etc.) do que importamos, teremos um déficit em nosso 
balanço de pagamentos (ou seja, ficamos devendo para o exterior) e quando ocorrer 
o contrário, seremos superavitários nas nossas contas com o exterior, então buscar 
esse equilíbrio e, na medida do possível, o superávit com o setor externo é uma das 
metas de política econômica dos países.
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Por fim, agora que já tratamos dos mercados que compõem o lado real e monetário 
da economia, você deve ter percebido o quanto todos esses mercados estão inter-
relacionados. Assim, um desequilíbrio havido em um desses mercados poderá levar 
a um desequilíbrio em todo o sistema econômico.
Se ocorre uma diminuição da renda nacional (composta pela remuneração na forma 
de salários, juros, lucros e aluguéis), poderá ocorrer uma diminuição das despesas 
com consumo, desencadeando uma diminuição da produção e do nível de emprego, 
que por sua vez poderá levar a uma queda no investimento produtivo, interferindo nas 
relações com o setor externo, que consequentemente afetam tanto o lado real como 
monetário da economia.
ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=s_8Wk_GUtAc 
De posse dos dados fornecidos pelas estatísticas econômicas e baseados nas 
teorias que mais se adéquam à ideologia adotada pelo governo é que se aplicam 
as políticas macroeconômicas de intervenção na sociedade, visando corrigir 
distorções, solucionar problemas, superar crises. Quando afirmamos que a política 
macroeconômica adotada tem um componente ideológico é porque partimos do 
pressuposto de que não existe neutralidade na ciência econômica, pois cada teórico 
tem maior afinidade com dada teoria ou então cria a sua própria, refutando assim 
as demais.
ANOTE ISSO
Em nível de Governo Federal, este pode intervir na esfera econômica por meio 
das políticas monetária, fiscal, cambial e comercial e de rendas. Exemplificando, 
imaginemos que o governo queira estimular o crescimento de determinado setor 
de atividade econômica, tornando-o mais forte no país para competir em condições 
de igualdade com seus concorrentes no exterior. O que ele pode fazer? Lançar mão 
tanto de política fiscal (concedendo um plano de acesso a financiamentos com 
taxas de juros mais baixas ou diminuindo alíquotas de impostos, este é denominado 
de renúncia fiscal), quanto da política comercial (impondo barreiras tarifárias ou não 
tarifárias ao produto proveniente do exterior). 
https://www.youtube.com/watch?v=s_8Wk_GUtAc
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AULA 07
CONSTITUIÇÃO 
ECONÔMICA NO BRASIL 
Introdução
Olá Estudante, vimos anteriormente que a política macroeconômica é um conjunto 
de ações governamentais desenvolvidas para o alcance de diferentes finalidades, que 
estão intrinsecamente relacionadas com a situação econômica de um país e mesmo 
de uma respectiva região, conjunto de países ou de blocos econômicos.
Entretanto, para que o governo possa de fato interferir na economia de um país é 
necessária uma legislação que legitime e ampare esta intervenção.
Nesta unidade, você verá o que trata a Constituição da República Federativa do Brasil 
(CRFB) de1988 a respeito dos casos em que o Estado pode intervir na economia, bem 
como verificará que são cinco os principais objetivos (finalidades, metas) de política 
macroeconômica listados pela literatura econômica:
• Alto nível de emprego.
• Estabilidade de preços.
• Crescimento econômico.
• Distribuição equitativa da renda.
• Equilíbrio nas contas externas.
7.1 A CONSTITUIÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL
No caso do Governo Federal é a Constituição da República Federativa do Brasil 
(CRFB) de 1988 que estabelece a forma pela qual irá acontecer esta intervenção. 
No seio da CRFB está estabelecida a Constituição Econômica, ou seja, as normas e 
princípios que regem a intervenção do Estado na economia.
 O Título VII da CRFB, que trata da Ordem Econômica e Financeira, reza, no Capítulo 
1 (dos princípios gerais da atividade econômica), em seu art. 170 que:
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Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho 
humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência 
digna, conforme os ditames da justiça social, observados os 
seguintes princípios: I- soberania nacional; II- propriedade privada; 
III- função social da propriedade; IV- livre concorrência; V- defesa 
do consumidor; VI- defesa do meio ambiente, inclusive mediante 
tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos 
e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; VII- 
redução das desigualdades regionais e sociais; VIII- busca do pleno 
emprego; IX- tratamento favorecido para as empresas de pequeno 
porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e 
administração no País. Parágrafo único. É assegurado a todos o livre 
exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de 
autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei 
(BRASIL, 1988, s.p.).
É atribuição do Estado assegurar a todos existência digna, conforme os ditames 
da justiça social.
Afinal, o que isso significa, na prática? É isso mesmo o que você deve estar 
pensando: o que nós abordamos no início deste material didático, sobre o objeto da 
economia, podemos nos referir novamente, acrescentando o que hoje é também papel 
do Estado: atender às necessidades de toda a sociedade e não apenas de alguns 
grupos econômicos.
Ao longo da história do capitalismo, podemos observar que este é um modo de 
produção que cria e reproduz desigualdades, já que se trata de uma sociedade dividida 
em duas classes sociais: o capital e o trabalho, sendo este último o lado mais fraco 
nesta relação.
Assim, garantir uma existência digna implica em executar ações que façam com 
que todos tenham acesso à moradia, educação, saúde, segurança, inclusão social, 
um meio ambiente preservado, direitos de consumidor assegurados, redução das 
desigualdades regionais e assim por diante.
E, ainda, garantindo a soberania nacional. Mas o que isso significa?
Na etimologia da palavra, “soberania é a qualidade de algo ou alguém que é soberano, 
isto é, uma autoridade superior (com mais poder e domínio) em comparação aos 
demais” (SIGNIFICADOS, 2018, s.p., grifo do original).
Desse modo, podemos citar que nas monarquias o rei era o soberano, aquele que 
fazia as leis e as impunha aos seus súditos, independentemente da vontade destes.
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Já em um Estado Republicano, como é hoje a maioria dos países, a soberania 
deveria pertencer ao povo. Assim, de acordo com Rousseau (1973), a soberania não 
é outra coisa, senão o exercício da vontade geral, sendo esta a vontade do povo e 
tendendo sempre ao bem comum.
Com relação à soberania nacional econômica, que em nosso caso é a que mais 
nos interessa, frente aos demais países, de acordo com Noble (2014, s.p.):
São elementos centrais da soberania econômica de um país, fundamentalmente 
em tempos de globalização: a defesa da produção nacional, a conquista de novos 
mercados no exterior, com o consequente crescimento da participação do país no 
mercado internacional, o equilíbrio das contas externas, e a geração de uma tecnologia 
nacional altamente competitiva.
Figura 01: Desenvolvimento das Atividades Econômicas
Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/dedo-toque-m%c3%a3o-estrutura-internet-769300/
Infelizmente, no caso do Brasil, a soberania nacional, tão intensamente defendida 
na Constituição de 1988, vem sofrendo consecutivos ataques nos últimos anos desta 
década.
Assim, no que se refere à defesa da produção nacional, especialmente em tempos 
de globalização, o Estado deveria proteger as empresas nacionais em detrimento das 
estrangeiras. Quando uma empresa brasileira fecha, em decorrência de uma falência 
pela concorrência com outra externa, empregos, renda e riqueza do país também são 
afetados diretamente.
Vemos que as multinacionais avançam sobre o Brasil de forma assustadora nas 
últimas décadas para explorar nossas riquezas naturais, nossa diversidade biológica 
https://pixabay.com/pt/illustrations/dedo-toque-m%c3%a3o-estrutura-internet-769300/
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e até nossos empregos, além do fato de que a riqueza gerada por essa exploração é 
levada para fora do país, na forma de lucros e dividendos para a multinacional.
Para que o Brasil possa ter destaque no comércio mundial, o governo deve adotar 
estratégias de inserção que aumentem sua soberania nacional, ou seja, não deve ser 
dominado por outro país ou por um conjunto de outros países, como acontece no 
caso do domínio americano sobre muitas nações.
No que se refere à geração de uma tecnologia nacional altamente competitiva, as 
privatizações que se intensificaram no Brasil a partir de 1990, além de contribuírem 
para a desnacionalização da economia brasileira, aceleraram o processo de 
“desindustrialização” (diminuição do número de indústrias) no país.
Com certeza você sabe o que significa privatização. Em todo caso, de acordo com 
Pena (2018, s.p.), “entende-se por privatização o processo de transferência de órgãos 
ou empresas estatais (pertencentes ao Estado, portanto, públicos) para a iniciativa 
privada por meio da realização de vendas, que costumam ser instrumentalizadas a 
partir de leilões públicos” (grifo do original).
Isso quer dizer que um patrimônio que antes era público (em outras palavras, do 
povo), passa para as mãos da iniciativa privada, a exemplo do que ocorreu com a 
Companhia Vale do Rio Doce, em 1997, quando foi vendida por R$ 3,3 bilhões, o que, 
de acordo com Sthephanowitz (2018), equivalia a apenas 3,3% do valor estimado de 
suas reservas de minério de ferro, que era de R$ 100 bilhões na época.
Assim, mais de uma centena de empresas públicas já foram privatizadas nas 
últimas décadas, deixando o Brasil ainda mais subserviente aos interesses do capital 
internacional, de acordo com as recomendações que foram ditadas pelo Consenso 
de Washington, realizado em 1989.
[Este] apresentava uma série de recomendações econômicas que funcionaram como 
instrumento de pressão internacional para a adoção do neoliberalismo, principalmente 
pelos países subdesenvolvidos. Dessa forma, muito instrumentalizadas pelo FMI, as 
recomendações desse consenso foram amplamente difundidas no Brasil, das quais 
as privatizações são destaque (PENA, 2018, s.p.).
Quanto mais empresas públicas forem privatizadas, menor será o tamanho do 
Estado e menor será a capacidade deste em realizar ações e investir na economia 
do país, visando justamente atender ao que está propugnado na própria Constituição 
Econômica.
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7.2 OBJETIVOS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA
Como já afirmamos, a política macroeconômica visa ao atendimento de diversos 
objetivos. A literatura enumera pelo menos cinco: alto nível de emprego; estabilidade 
de preços; crescimento econômico; distribuição equitativa da renda; e, equilíbrio nas 
contasexternas.
Vamos tratar de cada um deles especificamente.
7.1.1 ALTO NÍVEL DE EMPREGO
Acompanhando as notícias econômicas divulgadas, é muito comum ouvir indicadores 
do nível de desemprego do país. É claro que você sabe da importância que a geração 
de emprego tem para a economia de qualquer país, já que o salário, que nada mais 
é do que a remuneração pelo fator de produção trabalho, é um dos componentes da 
renda nacional agregada. Assim, se o nível de desemprego aumenta, diminui a massa 
salarial, que faz pressionar para baixo o consumo, afetando igualmente a produção e 
a renda e assim sucessivamente.
Entretanto, é preciso que se faça aqui uma distinção entre o pensamento liberal e 
marxista/keynesiano sobre o desemprego.
A história revela que, com a implantação e o desenvolvimento do capitalismo, vieram 
a consciência da luta de classes, já que os trabalhadores se mobilizavam para garantir 
direitos fundamentais, que não existiam; a jornada de trabalho era de 16 a 18 horas 
semanais, a condição de trabalho na maioria das situações era desumana, os salários 
aviltantes, o que fez surgir e solidificar os sindicatos de trabalhadores que, organizados, 
exigiam melhores salários e condições de trabalho. Além disso, o comércio internacional 
e o mercado de capitais também se intensificaram, trazendo incerteza e insegurança 
para os agentes econômicos sobre o real funcionamento da economia.
A Grande Depressão Econômica de 1930, iniciada com a quebra da Bolsa de 
Valores de Nova York em 1929, atingindo a maioria dos países do mundo ocidental, 
pôs em xeque este entendimento, já que milhares de trabalhadores ao redor do mundo 
perderam seus empregos, centenas de empresas faliram, ocorreram suicídios de muitos 
empresários que tiveram suas empresas falidas, o que levou à constatação de John 
Maynard Keynes (afirmação esta já atribuída a Marx [1890]), de que o desemprego não 
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é um problema conjuntural, mas estrutural, ou seja, é inerente ao modo de produção 
capitalista.
Marx trata dessa questão quando aborda o exército industrial de reserva, peça-
chave para que o capitalista possa extrair mais-valia do trabalhador que, com medo 
de perder o emprego (já que há muitos desempregados esperando por uma vaga), 
aceita trabalhar por um salário cada vez menor.
Marx (apud DANTAS, 2016, s.p.) afirma que:
Há no capitalismo uma “lei de salários”, isto é, uma norma que é a 
seguinte: o sistema capitalista necessita de que haja constantemente 
um exército de desempregados, de forma que a patronal possa usar 
os trabalhadores sem emprego para pressionar pelo rebaixamento 
dos salários de quem está empregado. ‘Aceite o salário que te pago 
caso contrário alguém lá fora pega seu lugar e ainda aceita salário 
menor’. Esse ‘alguém lá fora’ vem a ser justamente aquela multidão de 
trabalhadores desempregados, nas periferias das cidades, no campo 
ou as próprias mulheres dos trabalhadores, todos em uma posição 
mais frágil, mais carente ou mais defensiva ao ponto de aceitarem 
substituir o trabalhador demitido inclusive por um salário menor do 
que ele ganhava. O chamado terceirizado, o precarizado, vem a ser 
justamente isso: a massa de trabalhadores que o sistema lança no 
desemprego absoluto e na carência profunda.
A partir dessa constatação, de ser o desemprego um componente estrutural do 
capitalismo, Keynes, no célebre livro Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, de 
1936, “forneceu aos governantes os instrumentos necessários para que a economia 
recuperasse seu nível de emprego potencial ao longo do tempo” (VASCONCELLOS; 
GARCIA, 2005, p. 88).
A principal contribuição de Keynes, implantada por governantes de diversos países, 
foi no sentido de comprovar que para debelar a recessão que assolava os países, os 
Estados Nacionais deveriam intervir na economia que, até aquele momento, não sofria 
uma intervenção direta por parte do Estado.
Mas que tipo de intervenção seria essa? O Estado, utilizando recursos públicos, 
investiria na construção de estradas, rodovias, ferrovias, hospitais e demais bens 
públicos, demandando, além de matérias-primas e insumos por parte das empresas, 
mão de obra assalariada para execução das obras, o que geraria um aumento da renda 
nacional, que induziria a um aumento na demanda nacional e, consequentemente, no 
nível de produção das empresas, elevando a riqueza do país e resgatando o país da 
recessão econômica.
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Keynes (1983) também asseverou que o investimento produtivo e a inovação 
tecnológica são importantes para gerar competitividade ao país, mas podem gerar 
novo ciclo de desemprego (o que ele chamou de paradoxo do investimento), haja vista 
que em geral novas tecnologias demandam menos mão de obra, o que se verifica na 
prática se formos analisar a evolução do emprego formal por setor econômico, como 
já abordamos anteriormente.
Além desse fator, temos um outro agravante: novas tecnologias, que mudam cada 
vez mais rapidamente, exigem um grau de conhecimento e especialização cada vez 
maior por parte da classe trabalhadora, o que cria o chamado ‘trabalhador marginal’, 
que fica à margem da sociedade porque não consegue acompanhar essa evolução 
e perde a possibilidade de encontrar emprego no mercado formal. Por isso que, no 
Brasil, cresce assustadoramente o mercado informal de trabalho.
7.1.2 ESTABILIDADE DE PREÇOS
Você já deve ter ouvido diversas vezes os economistas falarem da importância da 
estabilidade de preços. Mas você sabe qual é o real significado de estabilidade?
Na etimologia da palavra, estabilidade é a qualidade de estável (que mantém o 
equilíbrio, não varia e permanece no mesmo lugar durante muito tempo). O termo 
deriva do latim stabilitate” (CONCEITO.DE, 2018).
A estabilidade é uma palavra que designa diversas concepções, como podemos 
observar em alguns exemplos: a) no serviço público indica que o servidor terá a garantia 
de permanência no trabalho, não podendo ser demitido; b) na política indica que há 
convergência de ideologias, competência para resolver e/ou prevenir crises; c) na saúde 
indica que o paciente está estável, ou seja, responde bem ao tratamento; d) na construção 
civil indica que a obra está em equilíbrio, não corre risco de sofrer algum colapso.
Figura 02: Estabilidade de Preços
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/d%c3%b3lar-v%c3%b4o-conceito-o-neg%c3%b3cio-2891817/
https://pixabay.com/pt/photos/d%c3%b3lar-v%c3%b4o-conceito-o-neg%c3%b3cio-2891817/
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E para os preços? Indica que os preços dos mais diferentes tipos de bens estão 
estáveis, ou seja, constantes, o que significa dizer que não há inflação.
Define-se inflação “como o aumento contínuo e generalizado no nível geral de preços” 
(VASCONCELLOS; GARCIA, 2005, p. 88).
Sendo contínuo, significa dizer que não se pode confundir com elevações “sazonais” 
de preços, aquelas oriundas de efeitos adversos, por exemplo, uma queda de granizo, 
que afeta a oferta de alimentos de ciclo curto de produção, como as verduras e legumes, 
ou então aquelas havidas pela diminuição da oferta conforme a estação do ano, como 
a produção leiteira. E generalizado, pois afeta todas as cadeias de produção, atingindo 
todos os setores da economia.
A inflação é um dos maiores problemas econômicos, pois como a história econômica 
já constatou, gera inúmeras distorções, afetando diretamente a distribuição de renda 
de um país, bem como as expectativas dos agentes econômicos e o balanço de 
pagamentos (VASCONCELLOS; GARCIA, 2005).
A distribuição de renda é afetada, pois quando os preços dos bens aumentam, 
diminui o poder de compra de certos indivíduos (que dependem de rendimentos fixos), 
afetando mais fortemente os assalariados, pois com o mesmo salário recebido no 
início do mês não é possível adquirir a mesma quantidade de produtos ao longodo 
mês, pois os mesmos são reajustados mais frequentemente em relação ao reajuste 
salarial. Esta realidade ainda é agravada porque o trabalhador geralmente utiliza todo 
seu salário na aquisição de bens de consumo, não podendo, portanto, aplicar sua 
renda no sistema financeiro com o intuito de manter o poder de compra da moeda por 
meio dos juros. Os donos do capital, entretanto, como têm um fluxo de rendimentos 
mais flexível, pois recebem suas rendas provenientes de lucros, juros e aluguéis em 
dias alternados, conseguem manter seu poder de compra, aumentando assim a 
desigualdade entre pobres e ricos.
No que se refere às expectativas dos agentes econômicos (consumidor, empresas 
e governo), os mesmos são afetados porque criam-se incertezas com relação a 
investimentos produtivos (se é apropriado investir na implantação de uma nova fábrica, 
na construção de uma casa, no financiamento de um automóvel ou mesmo em um 
imóvel, na realização de uma obra pública, por exemplo), pois o retorno esperado desse 
investimento pode não compensar economicamente, ou no caso de empréstimos, pode 
não haver possibilidade de quitar as dívidas pelo aumento do valor das prestações. 
Os agentes econômicos preferem deixar suas economias em aplicações financeiras 
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(mais seguras) do que utilizar estes recursos em projetos de longo prazo, pois o risco 
de prejuízo é tanto maior quanto mais incerto é o investimento. Assim, pode resultar 
numa paralisia do sistema econômico, gerando decréscimo no consumo, desemprego, 
dentre outros fatores.
A própria fixação de novos preços pelos agentes econômicos também fica afetada, 
pois há incertezas no sentido de prever se a inflação persistirá nos meses seguintes, o 
que levaria, em tese, os agentes a aumentarem os preços de seus produtos e serviços. 
No Brasil, como já afirmamos, houve um período chamado de inflação inercial (nas 
décadas de 1980-1990), quando os preços dos produtos e serviços eram aumentados 
sistematicamente pelos agentes econômicos de um período para outro, sem a verificação 
da real ocorrência de tal subida dos preços, o que retroalimentava a inflação.
A inflação inercial ocorre quando os preços de uma economia oferecem resistência 
às políticas de estabilização para atacar as causas primárias da inflação, é a chamada 
memória inflacionária. Essa inflação inercial é decorrente de mecanismos de indexação, 
que reajustam o valor das parcelas de contratos pela inflação do período passado, 
ou seja, mesmo que não tenha uma razão do preço aumentar, ele aumenta baseado 
nessa memória inflacionária (CULTURAMIX, 2012, s.p., grifo da autora).
Finalmente, em relação ao balanço de pagamentos, um país com altas taxas de 
inflação pode facilmente perder a competitividade no comércio mundial, já que os 
preços dos seus bens e serviços se tornam mais “caros” em comparação com os 
demais países com os quais mantêm relações comerciais, levando a diminuições da 
demanda e, consequentemente, exportando menos. Assim, se o valor das exportações 
passa a ser inferior ao valor das importações, gera um déficit no balanço de transações 
correntes (uma das contas do balanço de pagamentos), o que pode acarretar inclusive, 
dependendo do comportamento das demais contas (de capital e financeira e de erros 
e omissões), em déficit no citado balanço de pagamentos.
A inflação de demanda “diz respeito ao excesso de demanda agregada em relação 
à produção disponível de bens e serviços (oferta agregada)” (NOGAMI; PASSOS, 2003, 
p. 500).
Para você não deve ser difícil entender: há mais pessoas procurando bens e serviços 
do que bens e serviços disponíveis para venda. Ou, por analogia, há muita moeda 
disponível à procura de poucos bens. Esse fenômeno costuma ocorrer quando se 
verifica um crescimento na renda dos agentes econômicos, que pode ser por meio 
do crescimento econômico do país.
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Entretanto, há “estudos que admitem que o governo, ao financiar seus déficits através 
da emissão de moeda, origina o processo inflacionário. Essa é a visão monetarista 
da inflação” (NOGAMI; PASSOS, 2003, p. 500).
Já a inflação de custos
[...] pode ser associada a uma inflação tipicamente de oferta. O nível 
de demanda permanece o mesmo, mas os custos de certos fatores 
importantes aumentam. Com isso ocorre uma retração da produção, 
deslocando a curva de oferta do produto para trás, provocando um 
aumento dos preços de mercado (VASCONCELLOS; GARCIA, 2005, 
p. 184).
7.2 As causas da hiperinflação brasileira
As causas da hiperinflação no país costumam ser relacionadas ao aumento dos 
gastos públicos durante o governo militar e pela elevação do endividamento externo, 
agravado pela crise mundial derivada do aumento dos preços do petróleo e pela retração 
na taxa de expansão da economia. A política de substituição das importações – que 
vinha desde o governo Juscelino Kubitschek – fez crescer os gastos públicos, e o 
“milagre econômico” entre o final dos anos 1960 e o início da década de 1970 (quando 
a economia brasileira cresceu à média de 10% ao ano) foi financiado por empréstimos 
internacionais. A partir de 1973, quando a crise internacional do petróleo fez o custo 
do barril subir 400% em três meses, de US$ 2,90 para US$ 11,65, a economia brasileira 
passou a apresentar taxas de inflação crescentes. O PIB já não crescia tanto, e o 
Brasil entrou na década de 1980 com o pé esquerdo: inflação, dívida externa elevada 
e indústria defasada.
Na hiperinflação crônica, as causas se sucedem e se realimentam. O choque 
do petróleo pode ter dado início à crise hiperinflacionária, mas ela foi intensificada 
por desvalorizações da moeda, para manter o Brasil competitivo (com uma 
maxidesvalorização em 1979); e pelo aumento do dinheiro em circulação para financiar 
a dívida externa.
Foram cerca de 15 anos de inflação acima de dois dígitos e de correção monetária. 
Comerciantes remarcavam diariamente os preços dos produtos, que sumiam 
rapidamente das prateleiras, já que a população estocava alimentos por temer as 
sucessivas altas. Preços e salários eram reajustados automaticamente assim que era 
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divulgada a inflação do mês anterior, criando o efeito bola de neve, em que a inflação 
de um mês era imediatamente repassada para o mês seguinte.
Quem mais perdia com a hiperinflação eram os mais pobres, que não podiam se 
defender das perdas colocando o dinheiro em aplicações que rendessem juros diários 
e acompanhassem a desvalorização da moeda.
O Plano Cruzado
O Plano Cruzado foi um conjunto de medidas econômicas, lançado pelo governo 
brasileiro em 28 de fevereiro de 1986, com base no Decreto-Lei nº 2.283, de 27 de 
fevereiro de 1986.
Na época, o presidente da República era José Sarney e o ministro da Fazenda era 
Dilson Funaro.
O Plano Cruzado foi o primeiro plano econômico nacional em larga escala desde 
o término da ditadura militar.
Em 1986, o Plano Cruzado congelou preços, e a carne sumiu dos supermercados. 
Principais medidas do Plano Cruzado
As principais medidas contidas no plano foram:
• congelamento de preços de bens e serviços; congelamento da taxa de câmbio;
• reforma monetária, com alteração da unidade do sistema monetário, que passou 
a denominar-se cruzado (Cz$), cujo valor correspondia a mil unidades de cruzeiro;
• substituição da Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional (ORTN – (título da 
dívida pública instituído em 1964), pela Obrigação do Tesouro Nacional (OTN), 
cujo valor foi congelado por um ano;
• congelamento dos salários pela média de seu valor dos últimos seis meses 
e do salário mínimo em Cz$ 804,00, que era igual a aproximadamente a US$ 
67,00 de salário mínimo;
• como a economia fora desindexada, instituiu-se uma tabela de conversão para 
transformar as dívidas contraídas numa economia com inflação muito alta em 
dívidascontraídas em uma economia de inflação praticamente nula;
• criação de uma espécie de seguro-desemprego para aqueles que fossem 
dispensados sem justa causa ou em virtude do fechamento de empresas;
• os reajustes salariais passaram a ser realizados por um dispositivo chamado 
gatilho salarial ou seguro-inflação, que estabelecia o reajuste automático dos 
salários sempre que a inflação alcançasse 20%.
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Plano Verão
O Plano Verão, instituído em 16 de janeiro de 1989, foi um plano econômico lançado 
pelo governo do presidente brasileiro José Sarney, realizado pelo ministro Maílson 
Ferreira da Nóbrega, que havia assumido o lugar de Bresser Pereira.
Devido à crise inflacionária da década de 1980, foi editada uma lei que modificava 
o índice de rendimento da caderneta de poupança, promovendo ainda o congelamento 
dos preços e salários, a criação de uma nova moeda, o Cruzado Novo, inicialmente 
atrelada em paridade com o dólar e a extinção da OTN, importante fator de correção 
monetária.
Assim como ocorreu no Plano Bresser, o Plano Verão também gerou grandes 
desajustes às cadernetas de poupança, em que as perdas chegaram a 20,37%. 
Nenhuma regra foi definida em relação a ajustes salariais. Atualmente, até dezembro 
de 2008, estas perdas podem ser reclamadas na justiça.
Cruzado Novo
Em 1989, o governo lançou o Cruzado Novo: o dinheiro perdeu zeros, a taxa de 
juros subiu e o crédito desapareceu.
Plano Real
Após quase uma dezena de planos econômicos fracassados, o Plano Real marcou 
o final do período de instabilidade monetária e altas taxas de inflação, que chegaram 
a atingir 5.000% ao ano, de julho de 1993 a junho de 1994. Junto com o plano, veio 
a nova moeda, o real – a quinta à qual os brasileiros tiveram que se acostumar em 
uma década.
Lançado no início de 1994, durante o governo Itamar Franco, o plano baseou-se, 
num primeiro momento, no equilíbrio das contas do governo, iniciado ainda no ano 
anterior, com redução de gastos, aumento de impostos e privatizações. O governo 
também promoveu a desindexação da economia – isto é, a inflação passada deixou 
de corrigir automaticamente preços e salários.
Para os brasileiros, a medida mais visível foi a nova troca de moeda. Antes do 
real, a moeda que circulava no país era o cruzeiro real (CR$), vigente de 1º de agosto 
de 1993 até 30 de junho de 1994. Em fevereiro de 1994, foi criada a Unidade Real 
de Valor (URV), uma moeda fictícia, cujo valor, em cruzeiros reais, era estabelecido 
diariamente. Assim, a hiperinflação seguia em cruzeiros reais, mas não em URVs. Em 
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1º de julho de 1994, uma URV passou a ser igual a R$ 1, o novo dinheiro entrou em 
circulação no país.
Distribuir as notas e moedas do real pelo país foi uma das maiores operações 
de logística já vistas. Para a equivalência, o valor da nova moeda foi fixado com a 
cotação da URV do dia anterior, que era de 2.750 cruzeiros reais. Dessa forma, CR$ 
5.000 equivaliam a cerca de R$ 2 – o suficiente para comprar, na época, meio quilo de 
carne, três litros de leite ou duas latas de refrigerante, por exemplo. Entre as medidas 
para controlar os preços, o governo também.
A âncora cambial instituiu o regime de bandas cambiais que, na prática, fixava o 
valor da moeda e barateava o custo dos importados. Já a âncora monetária buscava 
controlar o volume de dinheiro em circulação, evitando a pressão sobre os preços. 
Para isso, foram elevadas a taxa de juros e as reservas compulsórias dos bancos 
(recursos que eles são obrigados a deixar guardado no Banco Central).
Essas âncoras foram substituídas, em 1999, pelo regime de metas de inflação, em 
que as autoridades monetárias se comprometeram a cumprir metas estabelecidas 
para o ano corrente e próximo – o que ancora as expectativas do mercado. Uma das 
formas de buscar atingir essa meta é por meio da taxa Selic. Ao elevar os juros, o 
governo encarece o custo do dinheiro, e faz cair a procura por produtos e serviços à 
venda.
Para manter o nível de inflação esperado, o governo faz uso da política monetária, 
por meio da taxa básica de juros, a Selic. Assim, caso o BC observe que a inflação 
corre o risco de superar a meta, a tendência é elevar os juros. A taxa de juros foi o 
instrumento escolhido pelo governo, pois ela determina o nível de consumo do país, 
já que a taxa Selic é utilizada nas transações bancárias e, portanto, influencia os 
juros de todas as operações na economia. A Selic é utilizada pelos bancos como 
um parâmetro. A partir dela, as instituições financeiras definem quanto vão cobrar 
por empréstimos às pessoas e às empresas. Caso os juros do país estejam altos, o 
consumidor tende a comprar menos, porque a prestação de seu financiamento vai 
ser mais alta. Isso reflete na queda da inflação. Segundo a lei da oferta e da procura, 
quanto maior a demanda por um determinado produto, mais elevado é o seu preço. 
Do contrário, se uma mercadoria ou serviço não forem tão procurados, o preço tende 
a cair para atrair mais compradores.
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7.2.1 Principais indicadores de inflação do Brasil
No Brasil há diversos índices de inflação. Os diferentes índices utilizam em seus 
cálculos faixas de renda diferentes, regiões diferentes, itens diferentes e até períodos 
diferentes. Isso contribui para tornar mais segura a medição da inflação no país. 
Confira abaixo os mais conhecidos:
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) Índice Geral de Preços – 
Mercado (IGP-M)
Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) Índice Nacional de Preços 
ao Consumidor (INPC)
Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) Índice de Preços ao Consumidor 
– Fipe (IPC-FIPE) Índice Nacional da Construção Civil (INCC).
ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=o6F3ne4RQdQ 
Os mercados, sem interferência do Estado, conduziriam a economia ao pleno 
emprego de seus recursos, ou ao seu produto potencial: milhões de consumidores 
e milhares de empresas, como que guiados por uma ‘mão invisível’, determinariam 
os preços e a produção de equilíbrio, e, desse modo, nenhum problema surgiria no 
mercado de trabalho.
ANOTE ISSO
Para a teoria liberal, o nível de emprego é um problema conjuntural, ou seja, de curto 
prazo. O pensamento liberal acredita que ao analisar a evolução do capitalismo 
desde a Revolução Industrial, no período entre o final do século XVIII até o início do 
século XX, quando o desenvolvimento tecnológico e a produção foram crescentes 
e demandando muita mão de obra, pode-se afirmar que, de certa forma, neste 
interregno, não havia flutuações tão grandes no emprego. 
https://www.youtube.com/watch?v=o6F3ne4RQdQ
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CAPÍTULO 08
DESENVOLVIMENTO DAS 
ATIVIDADES ECONÔMICAS
Introdução
Olá Estudante, neste momento iremos aprender sobre o desenvolvimento econômico, 
afinal não se pode negar a importância do crescimento econômico para as nações, 
não é mesmo? Você, com certeza, sabe que o crescimento econômico é aquele que 
diz respeito à economia, ou seja, aquele que aumenta a riqueza de um país, sendo 
esta medida por meio do Produto Nacional Bruto (PNB).
Exemplificando, um país cresce economicamente quando aumenta sua riqueza de 
um ano para outro, que pode se dar por meio de um incremento na produção agrícola, 
industrial, dentre outros, de forma isolada ou envolvendo diversos setores econômicos.
Além do PNB é comum utilizar a renda per capita para medir o crescimento 
econômico, que nada mais é do que o PNB dividido pela população. Assim, teremos 
o valor que cada cidadão, em tese, deveria possuir em relação à riqueza produzida. Por 
que grifamos? Certamente você já sabe o motivo: a riqueza não é bem distribuída para 
todos os cidadãos, pois esse crescimento pode beneficiar apenas determinadosgrupos, 
como é comum acontecer no Brasil. Então a renda per capita é apenas uma média, 
necessitando de outros indicadores para medir a qualidade de vida e a distribuição 
de renda, como veremos adiante.
8.1 APLICABILIDADES 
Desde a Grande Depressão, os Estados Nacionais têm utilizado políticas 
macroeconômicas para estimular o crescimento econômico, pois em diversos períodos 
de crise do capitalismo, como as que ocorreram na década de 1970 (com as altas do 
preço do petróleo) e aquela iniciada em 2008 (crise imobiliária/ financeira), que ainda 
perdura, foi necessária a presença do Estado para ajudar a economia a se reerguer.
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Uma distinção se faz necessária: há controvérsias entre os economistas no que 
se refere a afirmar que crescimento e desenvolvimento são sinônimos (têm o mesmo 
significado). “Via de regra, os manuais têm consagrado crescimento como ‘taxas 
positivas de crescimento do PIB’, enquanto desenvolvimento, além de supor crescimento, 
exige melhoria dos indicadores sociais e de bem-estar” (FONSECA, 2004, p. 270).
Percebe-se que essa discussão passa por questões bastante subjetivas, por estarem 
carregadas de apelo ideológico. Mas, o que é ideologia?
Em um sentido amplo, significa aquilo que seria ou é ideal. Este termo possui 
diferentes significados, sendo que no senso comum é tido como algo ideal, que 
contém um conjunto de ideias, pensamentos, doutrinas ou visões de mundo de 
um indivíduo ou de determinado grupo, orientado para suas ações sociais e políticas 
(SIGNIFICADOS, 2018, s.p., grifo do original).
Assim, muitos afirmam que somente o desenvolvimento econômico garante melhoria 
dos indicadores sociais (distribuição de renda, melhoria dos serviços públicos, dentre 
outros), trazendo justiça social. Já o crescimento seria apenas o aumento da riqueza 
material.
Há, entretanto, os que afirmam serem os mesmos sinônimos, pois:
Ambos se opõem à estagnação, ou seja, desenvolvimento/crescimento 
ocorrem quando a economia cresce, expande-se a produção e a 
acumulação de capital; a sociedade, assim, se reproduz, criando mais 
bens e serviços para pôr à disposição de seus habitantes, segundo 
determinadas regras de distribuição (FONSECA, 2004, p. 270).
8.2 DISTRIBUIÇÃO EQUITATIVA DA RENDA
Temos aqui outro conceito importante para a economia. Distribuir significa repartir, 
certo? Renda é pagamento pela utilização dos fatores produtivos terra, trabalho, capital 
e capacidade empresarial. E equitativa?
“Equitativo é um adjetivo da língua portuguesa e refere-se ao que é justo, equivalente, 
imparcial e igual. De acordo com a definição, ser equitativo está relacionado com o 
“ser justo”, em um sentido moral e/ou ético. Ser honesto e imparcial” (SIGNIFICADOS, 
2018, s.p., grifo do original).
Agora você já deve ter decifrado a charada: há equidade de renda quando a distribuição 
das riquezas de um país é igual para todos. Claro que chegar a essa total igualdade 
é quase que impossível, mas como é um desejo e direito de todos, é o que se busca. 
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Porém, no que se refere a este quesito, o Brasil está classificado em um triste ranking, 
justamente o que mede a disparidade de renda.
Mas você pode estar se perguntando: Na chamada “década do milagre econômico” 
(1969 a 1963) o Brasil não cresceu a taxas invejáveis entre 7% e 13% ao ano?
Nisso você está certo. O problema é que, neste caso específico, o termo crescer 
significou somente aumentar riqueza mesmo, já que foi igualmente o período em 
que a concentração de renda só fez aumentar. Os resultados do aumento da riqueza 
ficaram somente com determinados grupos, aqueles ligados à ditadura militar.
Foi nesse período que o então ministro da Fazenda, Delfim Neto, criou a famigerada 
“teoria do bolo”, que fez o povo acreditar que, em relação a este crescimento verificado 
no período, era preciso que primeiro o bolo (o crescimento) fosse aumentando ano a 
ano, para que futuramente a renda fosse distribuída. E, adivinha? Estamos esperando 
por uma migalha deste bolo até hoje.
Mesmo com a redemocratização, iniciada com o movimento “Diretas Já” (1984) 
e efetivada com a promulgação da CRFB de 1988, esta importante meta de política 
macroeconômica não foi colocada no centro do debate, não sendo prioridade dos 
governos subsequentes.
Figura 01: Repercussão Econômica
Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/m%c3%b3vel-smartphone-bolsa-de-valores-1419281/
Como é possível, então, distribuir renda? Por meio da política das rendas e por 
meio de políticas sociais (programas assistenciais), cujos principais instrumentos 
abordamos aqui:
Entende-se por programas assistenciais de distribuição de renda as transferências de 
renda em que o beneficiário recebe um valor monetário sem ter contribuído diretamente 
para financiá-lo ou sem alguma forma de contrapartida. No Brasil, os maiores programas 
assistenciais de transferência de renda são o Benefício de Prestação Continuada da 
Lei Orgânica da Assistência Social (BPC-LOAS), o benefício da aposentadoria rural e 
https://pixabay.com/pt/illustrations/m%c3%b3vel-smartphone-bolsa-de-valores-1419281/
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o Bolsa Família (BF). O BPC é uma transferência de renda sem condicionalidades, 
dirigida aos indivíduos inválidos ou idosos de 65 anos de idade ou mais cuja renda 
per capita familiar seja inferior a ¼ do salário-mínimo nacional. 
O benefício corresponde ao pagamento mensal de um salário mínimo. A aposentadoria 
rural é uma transferência de renda para trabalhadores rurais idosos instituída dentro da 
legislação da seguridade social brasileira. Antes da Constituição de 1988, a legislação 
garantia o pagamento de meio salário-mínimo ao trabalhador rural idoso que fosse chefe 
de família. A Constituição de 1988 e a Lei Ordinária 8.212/8.213 de 1991 estenderam 
o benefício para outros membros da família, reduziram a idade mínima requerida de 
65 para 60 anos para homens e de 60 para 55 anos para as mulheres e aumentaram 
o valor do benefício para um salário-mínimo mensal (SOUZA, 2012, p. 1).
Além destas, mais recentemente foi instituído o Bolsa Família:
O programa Bolsa Família (BF) foi criado em 2003 pelo Governo Federal como 
resultado da fusão de quatro programas até então existentes: Auxílio Gás, Bolsa Escola, 
Bolsa Alimentação e Cartão Alimentação. Diferentemente dos dois anteriores, ele é 
um programa de transferência direta de renda com condicionalidades. Programas 
com transferências condicionais de renda nos moldes do Bolsa Família surgiram 
em meados dos anos 1990 com o duplo objetivo de combater a pobreza no curto 
prazo via transferências de renda e reduzir a pobreza no longo prazo via incentivo à 
acumulação do capital humano das futuras gerações via condicionalidades (Fiszbein; 
Schady, 2009). O programa beneficia famílias em situação de pobreza (com renda 
mensal por pessoa de R$ 70 a R$ 140) e extrema pobreza (com renda mensal por 
pessoa de até R$ 70) (SOUZA, 2012, p. 1).
Apenas para que você tenha uma primeira aproximação com a política de rendas 
(que trataremos adiante), falaremos daquela que trata do reajuste do salário mínimo 
nacional. Para que o poder de compra do salário mínimo aumente, ele precisa ser 
reajustado acima da inflação do período, ou seja, precisa ter um aumento real.
O que isso significa? Que quando o salário mínimo sofre um aumento real (que 
é um percentual de aumento acima da inflação do período, neste caso utilizando 
como indicador o Índice Nacional de Preços ao Consumidor [INPC]), aumenta o poder 
de compra do trabalhador, que passa a adquirir mais produtos e, assim, também 
dinamiza a economia, a exemplo do que ocorreu no período de 2003 a 2013 no Brasil, 
segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-
Econômicos (DIEESE):
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EVOLUÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO DO BRASIL DE 2002 A 2013
Valor (R$) Reajuste (%) Variação do INPC (%) Aumento real (%)
2002 200 –
2003 240 20,0 18,54 1,23
2004 260 8,33 7,06 1,19
2005 300 15,38 6,61 8,23
2006 350 16,67 3,21 13,04
2007 380 8,57 3,30 5,10
2008 415 9,21 4,98 4,03
2009 465 12,05 5,92 5,79
2010 510 9,68 3,45 6,02
2011 545 6,86 6,47 0,37
2012 622 14,13 6,08 7,59
2013 678 9,0 5,96* 2,9**
Total – 239 98,6% 70,7%
Evolução do salário mínimo
* Percentual acumulado em 12 meses até novembro
**Percentuais aproximados
FONTE: DIEESE (2015, p. 3)
 
Como se observa na figura apresentada, no período compreendido entre os anos 
de 2003 a 2013 houve um aumento real de 70,7% do salário mínimo nacional, já o 
reajuste concedido no respectivo período foi de 239%, enquanto que a inflação (neste 
caso medida pelo INPC) subiu 98,6%.
Além disso, é preciso que o mercado conquiste maior produtividade, mas para 
que isso ocorra é necessária a realização de reformas urgentes nas atuais políticas 
tributária e industrial, dentre outras.
De acordo com Fonseca (2004, p. 291), “aumentos crescentes de produtividade e 
construção de um quadro institucional adequado, ao que tudo sugere, ainda constituem 
o caminho a ser trilhado para que se alcance um desenvolvimento socialmente mais 
justo e equilibrado”.
8.3 EQUILÍBRIO NAS CONTAS EXTERNAS
Você se lembra de que na seção 3.4 tratamos do mercado de divisas? Definimos que 
as divisas são as moedas estrangeiras, utilizadas para as transações entre os países 
e que a moeda oficial utilizada nas transações internacionais é o dólar americano.
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Abordamos também que as divisas, sendo mercadorias, têm seu preço determinado 
pela taxa de câmbio. A taxa de câmbio, por sua vez, é o valor que se paga, em moeda 
nacional, por uma unidade de moeda estrangeira, que pode ser o dólar, euro, ou qualquer 
moeda aceita no mercado de câmbio.
Informamos que a taxa de câmbio é determinada pela relação entre a demanda e 
a oferta de moeda estrangeira, e que qualquer pessoa física ou jurídica, e mesmo o 
governo, são demandantes e ofertantes de divisas.
Finalmente, tratamos do balanço de pagamentos, que é uma das contas nacionais 
e definida como a conta onde são registradas todas as movimentações legais entre 
o Brasil e os demais países, registrados em dólar e que, quando exportamos menos 
(produtos e serviços, capitais, mão de obra etc.) do que importamos, teremos um 
déficit em nosso balanço de pagamentos (ou seja, ficamos devendo para o exterior), e 
quando ocorrer o contrário, seremos superavitários nas nossas contas com o exterior. 
Assim, buscar esse equilíbrio e, na medida do possível, o superávit com o setor externo, 
é uma das metas de política econômica dos países.
A vitória de Donald Trump em 2016, nas eleições para presidente dos Estados Unidos, 
tem provocado alterações nas relações comerciais entre os países e nas expectativas 
dos agentes econômicos. Em sua plataforma de governo está sendo colocado como 
prioridade o protecionismo (nacionalismo econômico), que, em termos gerais, implica na 
imposição de barreiras tarifárias e não tarifárias aos produtos estrangeiros, protegendo 
assim os empregos e a indústria americana da concorrência internacional, além de 
tentar reverter os déficits comerciais estadunidenses (a balança comercial é uma 
das contas do balanço de pagamentos, que registra a importação e exportação de 
mercadorias).
Figura 02: Bússola Econômica
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/b%c3%bassola-jornal-finan%c3%a7a-dire%c3%a7%c3%a3o-2779371/
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Como assim? Por ser um grande importador mundial, os EUA têm um histórico 
de consecutivos déficits comerciais, como podemos constatar na imagem a seguir:
O que isso significa? Que os EUA compram, em valor, mais mercadorias do exterior do 
que vendem. Então, se as medidas protetivas (como taxação dos produtos importados 
pelos EUA) forem mesmo adotadas, afetarão toda a nação e, consequentemente, o 
Brasil.
Além desse fator, novas batalhas judiciais entre os países podem vir a ser travadas, 
porque aqueles que mantêm relações comerciais com os EUA serão prejudicados pelas 
medidas, gerando insegurança e afetando todo o sistema econômico global. Portanto:
A análise das relações econômicas internacionais constitui condição necessária para 
um adequado entendimento da estrutura econômica de uma determinada nação. Isto 
por que os países não são estruturas isoladas, e mesmo os mais ‘fechados’ acabam 
por manter uma série de relações econômicas com outros países, envolvendo troca 
de mercadorias, fatores de produção e ativos financeiros. Tais relações acabam tendo 
importantes implicações no cômputo de determinados agregados macroeconômicos 
(CASTOLDI, 2006, p. 109).
Manter um balanço de pagamentos em equilíbrio (e melhor ainda quando 
superavitário) tem sido uma meta bem antiga. Se formos analisar como se dava na 
prática a chamada era do capitalismo mercantil (que os historiadores e economistas 
também chamam de mercantilista ou de etapa de acumulação primitiva de capital), 
ocorrido na Europa da Idade Moderna, entre o século XV e final do século XVIII, iremos 
constatar uma quase total intervenção do Estado na economia, caracterizado ainda 
por um protecionismo extremo, visando alcançar este superávit.
O que embasava esta prática? A crença de que o que gerava riqueza para uma 
nação era a acumulação de grande volume de metais preciosos (especialmente ouro 
e prata que, por sua escassez, são considerados metais nobres).
Como você sabe, esses minerais são objeto de extração mineral e, dada esta 
característica, o estoque existente no planeta é fixo (não pode ser produzido pelo 
homem). Assim, pela lógica chegamos à conclusão de que, obviamente, para que um 
país enriqueça, necessariamente outro tem que empobrecer.
Caro acadêmico! Se você se liga em história, sabe da existência do chamado período 
absolutista (ou da era das navegações) quando, principalmente países europeus como 
Inglaterra, França, Portugal e Espanha, por deterem grande conhecimento sobre 
navegação marítima, ao “descobrirem” outros países (como o Brasil), impuseram sua 
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força e poder para conquistar estas nações. Sabe, também, que estas terras eram 
habitadas por indígenas ou negros, e que, para colonizá-las, os impérios, na maioria 
dos casos, realizaram verdadeiras carnificinas, dizimando povos inteiros e os obrigando 
a se submeterem as suas regras. Os continentes americano e africano foram os 
principais alvos dessa política imperialista.
ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=P4GttdWSOBY 
Assim, com o aumento do salário mínimo, os trabalhadores das empresas que 
recebem um salário “normativo” que é determinado na negociação coletiva entre 
o sindicato patronal e dos trabalhadores de acordo com a categoria econômica 
a que pertencem (comerciário, mecânico, etc.), também conseguem maior poder 
na referida negociação para que seus salários sejam aumentados pelo menos no 
mesmo percentual, o que beneficia toda a classe trabalhadora.
ANOTE ISSO
Finalmente, para que ocorra uma distribuição de renda mais equitativa no Brasil, 
é necessário fortalecer as organizações da sociedade civil, instituições que, 
organizadas e mobilizadas, exijam que o poder público esteja imbuído dos mesmos 
objetivos, porque não se pode distribuir renda sem que haja vontade política e 
institucional para promover estas políticas.
https://www.youtube.com/watch?v=P4GttdWSOBY
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CAPÍTULO 09
FLUXO CIRCULAR DA ECONOMIA 
Introdução
Olá Estudante, quando tratamos da estrutura da análise macroeconômica,vimos 
que na economia existem dois fluxos: o real e o monetário.
De acordo com Nogami (2012, p. 34), por fluxo real entende-se como sendo “o movimento 
dos recursos produtivos e de bens e serviços entre os diversos agentes econômicos”.
A economia se torna a cada dia mais complexa. Assim, esse fluxo real torna-
se mais dinâmico na medida em que as relações de compra e venda de recursos 
produtivos (terra, trabalho, capital e capacidade empresarial) e de bens e serviços 
vão se avolumando.
“Como contrapartida monetária dos fluxos reais temos os fluxos monetários. Toda 
vez que um bem ou serviço é transferido de um agente para outro, são efetuados 
pagamentos em troca deles. O fluxo monetário, consequentemente, gira em direção 
contrária ao fluxo real” (NOGAMI, 2012, p. 35, grifo da autora).
Exemplificando, relembramos o exemplo da Unidade 1: Para adquirir os bens e 
serviços necessários para atender às suas necessidades, você (caso seja trabalhador) 
oferece ao mercado a sua força de trabalho e recebe uma remuneração na forma 
de salário. O dono da terra a aluga e recebe por ela uma renda na forma de aluguel, 
o proprietário de moeda a empresta e recebe por ela uma renda chamada de juro. 
A empresa na qual você trabalha vende os bens ou serviços e recebe uma renda 
denominada de lucro. Ou seja, terra, trabalho, capital e capacidade empresarial são 
denominados fatores de produção e representam o fluxo real da economia. Já o 
pagamento pela utilização desses fatores (também chamados de recursos), que são 
o aluguel, o salário, o juro e o lucro, representa o fluxo monetário.
9.1 APLICABILIDADES 
Assim, quando falamos em “Fluxo Circular da Atividade Econômica” estamos nos 
referindo a toda movimentação existente entre os agentes econômicos, na busca pela 
satisfação de suas necessidades.
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Temos assim que o fluxo circular da atividade econômica “mostra de forma 
simplificada a maneira pela qual indivíduos e firmas interagem na economia, cada 
qual buscando atingir diferentes objetivos: as firmas procurando maximizar seus lucros 
e os indivíduos procurando maximizar a satisfação de seus desejos e necessidades” 
(NOGAMI; PASSOS, 2003, p. 371).
9.2 O FLUXO BÁSICO DA ECONOMIA
Como você já deve ter percebido, a ciência econômica se utiliza de abstrações da 
realidade para explicar os fenômenos econômicos.
Desta forma, para que possamos entender o funcionamento do fluxo circular da 
atividade econômica é necessário primeiro entender como se dá este fluxo numa 
economia que possua apenas dois agentes econômicos: os consumidores (unidades 
familiares) e as firmas.
A capacidade empresarial nada mais é do que o “saber fazer”. Exemplificando: se uma 
fábrica de móveis possui à sua disposição os fatores capital (fábrica + equipamentos + 
recursos financeiros), trabalho (mão de obra), terra (local onde está instalada a planta 
industrial + matérias-primas + insumos), mas o seu proprietário não tiver domínio 
da atividade, não souber como administrar esta fábrica, a chance de falência desta 
empresa em pouco tempo é muito grande.
Figura 01: Mercado Capitalista
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/lavagem-de-dinheiro-1963184/
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Desta forma, ampliando nosso campo de análise, vamos conhecer o funcionamento 
do fluxo da atividade econômica como um todo.
O mercado de fatores de produção, que são todos os recursos necessários para 
produzir um bem ou prestar um serviço (terra, trabalho, capital e capacidade empresarial) 
e o mercado de bens e serviços.
Como já analisamos anteriormente, esses mercados dinamizam dois fluxos básicos 
da atividade monetária: o fluxo real e o fluxo monetário.
Verifique que neste modelo simplificado existem apenas dois agentes econômicos: 
empresas e famílias.
As empresas oferecem bens e serviços e demandam fatores de produção, enquanto 
as famílias demandam bens e serviços e oferecem fatores de produção.
Relembrando, assim, o que abordamos anteriormente, essa relação entre as famílias 
e as empresas dá origem aos fluxos reais e monetários, sendo que o fluxo real representa 
a utilização dos fatores de produção e a produção de bens e serviços, enquanto o fluxo 
monetário representa o pagamento pela utilização desses fatores e pelo consumo 
de bens e serviços. A renda representa, então, num primeiro momento, este fluxo 
monetário entre empresas e famílias.
9.3 O FLUXO BÁSICO DA ECONOMIA COM GOVERNO E SETOR EXTERNO
Que agente econômico está ausente do nosso modelo básico? Lógico que é o 
governo, que desempenha uma função muito importante na economia, em especial, 
a partir da Grande Depressão de 1930, como já estudamos na Unidade
Este também interage no mercado e, como tal, demanda recursos produtivos e 
bens e serviços e aufere renda por meio dos tributos.
O governo é a instância máxima de administração executiva, geralmente reconhecida 
como a liderança de um Estado ou uma nação. O papel que um governo desempenha 
é, na sua essência, zelar pelo bem-estar, da mesma maneira como o chefe de uma 
unidade familiar, ou o síndico de um condomínio.
Quando observamos a realidade e fazemos uma análise mais aprofundada sobre 
o papel do governo na atualidade, vemos que este tem assumido diferentes papéis 
ao longo da história do capitalismo, em especial, neste século XXI.
Para Oliveira (2015, p. 17-18):
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A existência de uma atuação estatal que coordene, resolva conflitos 
e direcione as decisões para o melhor aproveitamento dos recursos 
e para o alcance dos resultados é base para o funcionamento dos 
mercados e para o crescimento da economia [...]. O Estado brasileiro 
tem a desafiadora tarefa de conciliar a função de Estado indutor com 
as demais funções. Somos um Estado de redistribuição de renda, 
além de sermos responsáveis por políticas geradoras de crescimento. 
O grande desafio é preservar as conquistas sociais e melhorar a 
eficiência das políticas públicas, garantindo os investimentos e 
ampliando a participação do setor privado. Para o secretário executivo 
do Ministério do Planejamento, o papel do Estado no Brasil diz respeito 
à promoção dos direitos individuais e sociais, ao provimento da 
seguridade social e da infraestrutura, e indução ao desenvolvimento 
sustentável. O Estado tem uma especificidade no Brasil: conciliar ação 
indutora e inovadora com a distribuição de renda e a ampliação dos 
serviços públicos (saúde, educação, previdência social, saneamento, 
habitação, segurança pública etc.), afirmou o secretário executivo. 
Para isso, Dyogo defende a parceria para o desenvolvimento produtivo 
na saúde, cooperação pública/privada para desenvolvimento, 
transferência e absorção de tecnologia, produção, e capacitação 
produtiva e tecnológica do país em produtos estratégicos, como o 
Sistema Único de Saúde (SUS).
Como você pode perceber, para que o Estado possa desempenhar essas funções, 
precisa auferir renda. E de que forma faz isso?
Caro estudante, é o que você está pensando: por meio da cobrança de tributos.
Mas o que é um tributo? Quando pesquisamos sobre a etimologia da palavra tributo, 
temos que:
No início da civilização romana, o povo estava dividido em várias tribos. Em latim, 
tribus, vocábulo que produziu vários derivados conhecidos: o tribuno era o magistrado 
da tribo, enquanto o tributo era a contribuição a ser paga pelos membros da tribo. O 
termo logo generalizou-se para abranger todo imposto ou taxa cobrado dos cidadãos 
romanos, passando a designar também o valor que um povo vencedor obrigava o 
povo vencido a pagar como símbolo de submissão e obediência. Naquela época, 
como até hoje, os poderosos raramente pagavam tributos, que eram suportados pelos 
comerciantes mais humildes, os camponeses e os pequenos proprietários. Esse infeliz 
contribuinteera chamado de tributarius, designação que se aplica, por metáfora, aos 
rios que vão desaguar em um rio maior: “o rio Tapajós é um dos mais importantes 
tributários do Amazonas” (DICIONÁRIO ETIMOLÓGICO, 2018, s.p.).
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Os tributos, por sua vez, são despendidos pelo governo na execução de todas as suas 
atividades e são denominados de gastos, “que podem ser de três naturezas: dispêndios 
com custeio (manutenção da máquina do Estado), investimentos (especialmente em 
infraestrutura como educação, moradia, saúde, segurança pública e transporte) e 
transferências (pensões, aposentadorias e subsídios)” (NOGAMI, 2012, p. 40).
9.4 HAJA IMPOSTO (E PACIÊNCIA)!
O sistema tributário brasileiro é composto por mais de 70 tipos de tributos, entre 
impostos, taxas e contribuições.
O Brasil tem uma das mais elevadas cargas tributárias do mundo e serviços públicos 
que não condizem com o montante de tributos que pagamos.
De acordo com a Receita Federal, a Carga Tributária do Brasil atingiu a cifra de 
32,66% do PIB em 2015. Isso significa que, a cada R$ 100 que ganhamos, os governos 
federal, estadual e municipal ficam com quase R$ 33, e sobram apenas R$ 67 em 
nossa carteira. Mesmo com nosso salário mínimo equivalente a US$ 280, pagamos 
mais impostos que cidadãos de países ricos e desenvolvidos, como Estados Unidos 
(26%), Suíça (26,6%), Canadá (30,8%), e praticamente o mesmo que cidadãos do Reino 
Unido (32,6%), Espanha (33,2%) e Alemanha (36,1%).
Nosso sistema tributário é tão perverso, arcaico e injusto que deveria ser considerado 
a principal reforma do país.
Figura 02: Elevação da Economia 
Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/tend%c3%aancia-curva-m%c3%a3o-1445464/ 
https://pixabay.com/pt/illustrations/tend%c3%aancia-curva-m%c3%a3o-1445464/
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Ele é perverso porque prejudica a economia. Existem várias condições 
socioeconômicas que determinam o potencial tributário de um país, entre elas a renda 
per capita, participação da agricultura no PIB, escolaridade, grau de abertura econômica, 
condições de saúde etc. Estudos apontam que o Brasil arrecada efetivamente mais 
tributos do que suporta sua economia. A longo prazo, essa tributação excessiva provoca 
baixo crescimento econômico e desemprego. Nos Estados Unidos, por exemplo, o 
salário mínimo equivale a US$ 1.160 e, ainda assim, pagam menos tributos que aqui 
na Terra de Santa Cruz. Vale dizer que apenas 2,7% da população de lá ganha salário 
mínimo, enquanto aqui, essa parcela chega a quase 50% da população ocupada.
A legislação tributária brasileira é extremamente complexa e ultrapassada. Nosso 
código tributário é da época em que metade da população vivia na zona rural e não 
existiam computadores. Segundo levantamento do IBPT, desde a Constituição de 1988 
já foram criadas 363.779 normas tributárias, isto é, cerca de 1,88 por hora nos dias 
úteis. A bagunça tributária é tão generalizada que até mesmo contadores e advogados 
tributaristas ficam perdidos em meio a tantas mudanças que ocorrem diariamente 
nos níveis federal, estaduais e municipais.
O sistema tributário é, ainda, injusto, pois metade do dinheiro subtraído pelo poder 
público é cobrada nos bens e serviços que adquirimos, desde medicamentos a veículos. 
E não importa se você é rico ou pobre, a alíquota é a mesma. Pense, por exemplo, 
a compra de uma geladeira no valor de R$ 2.000, em que a tributação é de 40%, ou 
seja, R$ 800. Nesse caso, quem ganha um salário mínimo precisa gastar 85% da sua 
renda para pagar o “imposto da sociedade”. 
FONTE: <https://ibpt.com.br/noticia/2606/Haja-imposto-e-paciencia>. Acesso em: 
21 ago. 2018.
Continuando nossa análise da atividade econômica a três setores, é importante 
ainda informar que os tributos são divididos em impostos, taxas e contribuições.
Os impostos, como o nome já faz referência, são aqueles que somos obrigados a 
pagar, pois caso não o façamos sofreremos as sanções que a lei determina, como 
no caso do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), do Imposto sobre Veículos 
Automotores (IPVA), Imposto de Renda (IR), dentre outros, independentemente deste 
imposto retornar na forma de ações governamentais diretas.
Com relação aos impostos, ainda há outra divisão: há os impostos diretos, que 
incidem sobre a renda e a propriedade e é possível identificar o contribuinte, como no 
caso do IPTU, IR, IPVA; e os indiretos, que incidem sobre o consumo e as vendas e não 
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tem como identificar o contribuinte porque quem presta as informações ao fisco não 
é a fonte pagadora. Isso acontece no caso do ICMS, já que somos nós que pagamos 
esse imposto (dentre outros indiretos) quando adquirimos um bem ou serviço, mas 
quem presta contas é a empresa que nos vendeu o produto.
As taxas, por sua vez, são aquelas que pagamos por um serviço que o Estado presta 
ao cidadão de forma generalizada, como a taxa de coleta de lixo, taxa de iluminação 
pública, dentre outros, e que vai beneficiar a qualquer cidadão, independentemente 
da sua identificação. Por exemplo, quando você passa à noite numa rua com boa 
iluminação pública, mesmo que não resida no local, também é beneficiado, pois terá 
maior segurança.
As contribuições (geralmente de melhoria) são aquelas que o poder público executa 
e que irão beneficiar determinados grupos ou localidades. Como exemplo clássico 
temos a contribuição de melhoria que pagamos quando a administração pública 
executa uma obra de pavimentação da rua onde residimos. Geralmente pagamos 
um valor que é calculado levando em conta a metragem do terreno em relação à rua 
a ser pavimentada. Chama-se contribuição de melhoria, porque esta obra irá valorizar 
o seu imóvel e você e todos os residentes da rua onde você mora serão diretamente 
beneficiados, razão pela qual o valor é cobrado.
Voltemos à nossa análise do fluxo da atividade econômica. O que falta incluirmos 
na nossa análise? Com o avanço da globalização econômica e financeira, sabemos 
que as relações comerciais entre os países, ou entre blocos econômicos, estão cada 
vez mais acirradas e a interdependência entre os mesmos é cada vez maior.
Então o setor externo, por sua vez, importa e exporta bens e serviços e fatores de 
produção, de acordo com as necessidades e recursos disponíveis em cada país.
Analisemos um exemplo dessa interdependência comercial entre os países, no 
caso do Brasil, com o mercado de fertilizantes.
Por ser um país produtor de alimentos, conhecido inclusive como “celeiro do mundo”, 
o Brasil demanda grande quantidade de fertilizantes e defensivos agrícolas. Ocorre que 
em sua maioria os insumos utilizados para a produção de fertilizantes, principalmente 
os nitrogenados, são importados, já que os maiores produtores mundiais são China, 
Índia e Estados Unidos.
Em contrapartida, o Brasil é um dos maiores exportadores de alimentos, sendo que 
os países que mais importaram produtos do agronegócio brasileiro foram, em 2017, 
respectivamente, China, Zona do Euro e Estados Unidos, conforme indica o quadro 
a seguir:
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É por estas características que observamos, não só nos dias de hoje, fluxos 
migratórios, fluxos de comércio e fluxo de capitais estrangeiros, aportando nas mais 
diferentes economias mundo afora. Só que esse comportamento moderno pode afetar 
as economias, domesticamente, criando o desequilíbrio entre as nações (NOGAMI, 
2012, p. 41, grifo da autora).
É importante analisar a abordagem citada, pois como Nogami (2012) afirma, e 
nós destacamos, uma das consequências mais perversas da economia moderna é 
o acirramento da xenofobia como consequência do aumento dos fluxos migratórios.
Ficou em dúvida sobre o que significa “xenofobia”? De acordo com o Dicionário 
Etimológico (2018, s.p.):
Xenofobia significaaversão a pessoas ou coisas estrangeiras. O termo é de origem 
grega e se forma a partir das palavras “xénos” (estrangeiro) e “phóbos” (medo). A 
xenofobia pode se caracterizar como uma forma de preconceito ou como uma doença, 
um transtorno psiquiátrico.
O preconceito gerado pela xenofobia é algo controverso. Geralmente se manifesta 
através de ações discriminatórias e ódio por indivíduos estrangeiros. Há intolerância e 
aversão por aqueles que vêm de outros países ou diferentes culturas, desencadeando 
diversas reações entre os xenófobos.
Nem todas as formas de discriminação contra minorias étnicas, diferentes culturas, 
subculturas ou crenças podem ser consideradas xenofobia. Em muitos casos são 
atitudes associadas a conflitos ideológicos, choque de culturas ou mesmo motivações 
políticas.
Como doença, a xenofobia é um transtorno causado por um medo descontrolado 
do desconhecido, que se transforma em desequilíbrio. Quem sofre este transtorno 
possivelmente passou por uma má experiência ao estar exposto a uma situação 
desconhecida que causou terror e deixou marcas que vão interferir na sua vida diária.
As pessoas com essa patologia sofrem de angústia e extrema ansiedade, se 
distanciam do convívio social, evitam o contato com estranhos e, em alguns casos, 
podem ter crises de pânico.
Xenofobia no Brasil
O Brasil é conhecido por ser um país que recebeu e recebe muitos imigrantes de 
vários países com diferentes culturas, sem graves demonstrações de xenofobia. No 
entanto, no século XIX se verificou no Brasil um fenômeno chamado lusofobia, que 
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resultou de um sentimento nacionalista de alguns políticos brasileiros, que tinham 
como objetivo reduzir a interação de indivíduos portugueses na economia local.
Xenofobia na Europa
A existência de xenofobia é bastante comum na Europa, principalmente nos países 
onde há um grande fluxo de imigração, como a Inglaterra e Suíça. Também em Portugal, 
alguns portugueses apresentam sentimentos xenófobos em relação a brasileiros.
Xenofobia e racismo
Xenofobia e racismo são dois conceitos diferentes, mas que muitas vezes se traduzem 
em atitudes semelhantes de discriminação em relação a alguém. A xenofobia está 
direcionada para alguém que vem de outro país, mesmo que seja da mesma etnia. 
Por outro lado, o racismo é a discriminação fundamentada na existência de uma raça 
superior às outras. É uma construção social que não encontra eco na comunidade 
científica, sendo um grave preconceito, e que pode ocorrer também a uma pessoa 
que tenha nascido no mesmo país daquela que comete o ato racista.
De qualquer forma, o setor externo desempenha um papel muito importante para a 
economia das nações, pois permite a aquisição de bens e serviços que não possuem 
ou não têm competitividade e a venda de bens e serviços que possuem em abundância 
no país.
Especialmente para o Brasil, que ainda é grande exportador de commodities, 
manter sólida relação comercial com o exterior é muito importante, pois trata-se, 
em muitos casos, de produtos perecíveis ou com um grande excedente de oferta em 
relação à demanda interna, que obriga a exportar o que não é brevemente consumido 
internamente.
Numa economia aberta, constituída por famílias, empresas, governo e setor externo, 
pode-se afirmar que a renda obtida a partir da venda dos fatores produtivos terra, 
trabalho, capital e capacidade empresarial, bem como da venda dos bens e serviços, 
é utilizada, em grande medida, na compra dos produtos e serviços necessários e 
desejados pelos agentes econômicos.
Assim, ocorre uma circulação contínua de produtos e rendimentos que possibilitam 
a observação do desempenho macroeconômico de uma economia sob três óticas 
distintas: o produto (P), a renda (R) e a despesa (D). Afirma-se que estes três agregados 
constituem uma identidade econômica básica, por que:
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Observe que a forma mais adequada para expressar as identidades é a utilização do 
símbolo da identidade (≡) em vez do símbolo da igualdade (=). Isso para demonstrar que, 
“da mesma forma que não pode ocorrer uma compra sem que vejamos do outro lado 
uma venda, também não pode haver uma produção que não constitua um dispêndio 
e não seja simultaneamente geração de renda” (PAULANI; BRAGA, 2006, p. 8). Daí 
surge a denominação identidade básica.
ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=jNeUx0LAJXQ 
Como já sabemos, o modo de produção capitalista, que é o sistema no qual 
vivemos desde a Revolução Industrial do século XVIII, se caracteriza, dentre outros 
fatores, pela existência de duas classes sociais: capital (que dá origem às firmas) 
e trabalho (representado pelas unidades familiares). Nesse sistema, os meios de 
produção pertencem ao dono do capital, o capitalista, sendo que o trabalhador 
dispõe apenas de sua força de trabalho para vender ao mercado. Utilizamos a 
expressão “vender ao mercado” porque é justamente o que ocorre: para que o 
trabalhador consiga manter a sua própria subsistência (e da sua família), vende 
sua força de trabalho ao capitalista e recebe em troca um pagamento denominado 
salário. Este salário representa a renda do trabalhador, que adquire bens e serviços 
que são produzidos pelo empresário, ou capitalista, e este recebe pela sua produção 
um valor que denominamos lucro. 
ANOTE ISSO
Entretanto, firmas e unidades familiares não são os únicos agentes econômicos 
existentes na economia, bem como trabalho, como já afirmamos, não é o único 
fator produtivo, até porque qualquer firma precisa de outros fatores produtivos 
para operar, pois de que adiantaria o fator trabalho sem máquinas, equipamentos, 
recursos financeiros (que provêm do fator capital), matérias- primas oriundas da 
extração mineral e vegetal (provenientes do fator terra)? E, finalmente, mesmo 
tendo todos os demais fatores à disposição, ainda assim faltaria um fator deveras 
importante: a capacidade empresarial. 
https://www.youtube.com/watch?v=jNeUx0LAJXQ
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CAPÍTULO 10
MODELO DE 
ECONÔMIA SIMPLES
Introdução
Olá Estudante, iremos analisar cada agregado econômico separadamente. Para 
melhor compreensão desses conceitos, partiremos de um modelo de economia simples, 
sem governo e sem setor externo.
10.1 FUNCIONALIDADES 
Sob a ótica das famílias, basicamente toda a renda obtida é gasta na compra de 
produtos e serviços. Entretanto, aquilo que não é gasto no momento é poupado. A 
poupança nada mais é que uma renúncia do consumo presente para poder consumir 
mais no futuro, já que o dinheiro aplicado rende juros. Assim, se pode afirmar que:
R = C + S
em que:
R = renda; C = consumo e S = poupança (savings, em inglês).
Na ótica das empresas, tudo o que é produzido (denominaremos a partir de agora 
de produto) é destinado ao consumo das famílias e parte desta produção, que é 
constituída por bens de capital (aqueles utilizados na confecção de outros bens, como 
máquinas, equipamentos e materiais de construção) é denominada de investimentos. 
Não podemos esquecer que a parcela que é produzida e não vendida é considerada 
como investimento em estoques e, por isso, também é contabilizada como investimento. 
Assim:
P = C + I
em que:
P = produto; C = consumo e I = investimento.
Se partirmos do pressuposto de que R = P, então, igualando as duas equações, 
temos que:
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C + S = C + I
Ou, finalmente, obtemos que:
S = I
Chegamos assim à outra identidade econômica básica. A poupança é tecnicamente 
igual ao investimento porque o excedente sobre o consumo (poupança) é canalizado 
para o investimento. Assim:
S ≡ I
Temos aqui uma importante observação: uma economia, para crescer, precisa 
investir, e para investir precisa contar com uma renda não consumida, que pode ser 
a poupança. Por isso que taxasde poupança elevadas tendem a levar a taxas de 
investimento também elevadas, o que explica, de certo modo, o bom desempenho 
econômico de países com altas taxas de poupança. Observe a figura a seguir:
Figura 01: Importância da Poupança
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/porquinho-banco-dinheiro-finan%c3%a7a-2889050/
A relação entre poupança e investimento é objeto de discussões acaloradas entre 
os economistas. E você sabe por quê?
Há quem defenda, como a exemplo dos monetaristas, que a poupança é que precede 
o investimento, e há quem entenda que é o investimento que precede a poupança, 
como para Keynes.
Para ele, o investimento é que precede a poupança; a renda adicional criada pelo 
investimento produz a posteriori a poupança exigida. Logo, pode haver investimento 
sem poupança – por exemplo, via criação de crédito [...] e, por conseguinte, não é a 
poupança que explica o investimento e sim um conjunto de outras variáveis, como a 
preferência pela liquidez, a eficiência marginal do capital e a taxa de juros (PAULANI; 
BRAGA, 2006, p. 8).
https://pixabay.com/pt/photos/porquinho-banco-dinheiro-finan%c3%a7a-2889050/
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Por isso, é importante levar em conta outras variáveis, além da poupança e 
investimento, quando analisamos os condicionantes do crescimento econômico. Uma 
série de outros fatores políticos, econômicos e sociais, que constituem o sistema 
econômico como um todo, é imprescindível numa análise mais apurada.
10.1.1 Modelo de Economia Fechada (com governo e sem setor externo)
Quando incluímos o governo no nosso modelo de análise, passamos a tratar com 
mais duas variáveis importantes, que são os gastos do governo (G) e a tributação (T).
Os gastos governamentais são de três naturezas: custeio (manutenção da máquina 
pública), investimentos do governo (infraestrutura de saúde, educação, transportes, 
moradia, segurança pública) e transferências (pagamento de aposentadorias, subsídios 
e pensões).
A tributação abrange os impostos, taxas e contribuições, que constituem as receitas 
governamentais.
Você já deve ter percebido que tributação e gastos são postos em lados contrários 
quando se analisam as contas públicas visando conhecer a sua situação fiscal. Assim, 
quando o governo gasta mais do que arrecada por meio dos tributos, temos um déficit 
fiscal, e o contrário ocorre quando as receitas superam as despesas, quando temos 
um superávit fiscal.
Estudante, como a tributação é extraída da renda e os gastos do governo advêm 
de parte da produção, então:
C + S + T = C + I + G
Temos que:
S + T = I + G
Ou, ainda:
S - I = G - T
Essa nova identidade pode ser assim interpretada: o excesso de despesas do governo 
sobre a arrecadação, isto é, o déficit do orçamento do governo é contabilmente idêntico 
ao excesso de poupança sobre o investimento privado. Em outras palavras, o déficit 
orçamentário do governo é financiado pela poupança privada, que deveria estar sendo 
canalizada para investimentos na economia.
Quando falamos em investimento (não de aplicação financeira), existem três 
agentes envolvidos: as famílias (construção de imóveis, educação), as empresas 
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(criação ou ampliação de unidades fabris, maquinário, equipamentos) e o governo 
(infraestrutura). Quando o governo tem uma estrutura de gastos muito elevada em 
custeio ou transferências, sobra pouco para investir em infraestrutura (transportes, 
saúde, moradia, educação, segurança pública), que é um dos determinantes do 
crescimento econômico. 
Quando o governo apresenta déficit fiscal, ele precisa fazer empréstimos para realizar 
as ações governamentais, fazendo com que a poupança privada (transformada em 
diversas modalidades de aplicações financeiras), que tecnicamente deveria atender 
à demanda de investimentos, seja mais atrativa circulando no mercado financeiro.
10.1.2 Modelo de Economia Aberta (com governo e com setor externo)
Vamos completar nosso modelo com a inclusão do setor externo que, como já 
vimos, é imprescindível para as nações.
Assim, temos que o excedente que produzimos, além dos demais fatores de produção 
e serviços, é comercializado por meio das exportações (X), enquanto que são importados 
(M) bens e serviços e fatores produtivos que não dispomos internamente ou que são 
mais vantajosos quando trazidos do exterior.
Na ótica da renda, além do consumo, poupança e tributação, incluímos as importações, 
e na ótica do produto ou da despesa, temos o consumo, o investimento, os gastos 
do governo e as exportações.
Assim:
C + S + T + M = C + I + G + X
Logo:
S + T + M = I + G + X
Agrupando este conjunto de variáveis de acordo com sua procedência, temos que:
Privado Externo Público (S - I) + (M - X) = (G - T)
Como entender essa equação?
Em relação ao setor privado, o montante poupado é superior ao investido, ou seja, 
há uma poupança interna líquida, enquanto que no setor externo há uma remessa 
de recursos ao exterior superior à entrada no país, o que representa uma poupança 
externa líquida. Tendo a terceira relação apresentando um déficit fiscal, chega-se à 
conclusão de que a poupança interna líquida e a poupança externa líquida podem – e 
têm financiado – o endividamento público, podendo assim causar paralisia ou lentidão 
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na economia que, sem capacidade de investir, tem dificuldade de crescer (NOGAMI, 
2012).
Por outra ótica, podemos deduzir que qualquer acontecimento ou política econômica 
que reduza o consumo (C), os investimentos (I), os gastos do governo
(G) ou resultado da balança comercial (M – exportações menos importações – X) 
a um dado nível geral de preços (P) leva à diminuição da demanda agregada (DA).
10.2 AGREGADOS ECONÔMICOS
Agora vamos estudar os agregados econômicos. Como exposto anteriormente, 
temos a seguinte igualdade econômica:
Veremos, na sequência, como estes agregados são mensurados.
O produto nacional (ou produto agregado) é o somatório do valor de todos os bens e 
serviços finais, em determinado período de tempo (geralmente um ano), contabilizados 
em termos monetários. O grifo é importante porque neste cômputo não entram os bens 
ou serviços intermediários, pois implicariam em dupla contagem. Assim, por exemplo, 
no caso do valor de uma cadeira, considerado um produto final, já está implícito o 
valor pago ao fornecedor das matérias-primas e insumos como a madeira, a cola, a 
tinta etc. Temos então que:
Produto Nacional = PiQi. i 1
Em que:
Pi = preço médio do produto i Qi = bem ou serviço i
i = bens e serviços finais i = 1, 2,...n
PiQi = valor da produção de setor i
Vale observar que há diferentes formas de definir o produto: interno, nacional, bruto 
ou líquido e a preço de mercado ou a custo de fator.
O Produto Interno Bruto (PIB), na maioria das vezes o mais conhecido e divulgado, é a 
soma, em unidades monetárias, de tudo o que é produzido em bens e serviços dentro do 
país, ou seja, não entra neste cômputo o que é produzido por multinacionais brasileiras 
no exterior, mas entra o que é produzido no país por multinacionais estrangeiras.
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Figura 02: Descrição Econômica
Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/contador-calculadora-contabilidade-3681227/
No caso do Brasil, nos últimos anos houve flutuações muito grandes no PIB, devido 
aos fenômenos econômicos ocorridos tanto interna como externamente (especialmente 
a crise financeira de 2008). Para você compreender melhor essas flutuações, 
Observe na figura que o reflexo mais forte da crise financeira internacional sobre 
o PIB brasileiro foi sentido no ano de 2009, quando houve um decréscimo nesse 
indicador da ordem de 0,1%, embora já em 2008 (a crise “estourou” em agosto de 
2008) tenha havido uma queda significativa, passando de um crescimento de 6,1% 
em 2007 para 5,1%em 2008.
Nos anos seguintes, e ainda hoje, muitos países continuam sendo afetados pelos 
efeitos gerados pela crise de 2008, como se observa quando vemos que a partir de 
2013 houve novos decréscimos no PIB brasileiro, quando aliado à situação econômica 
internacional, somaram-se também fatores internos que geraram uma forte crise na 
economia do país.
Quando nos referimos ao PIB, observe que existe aqui uma delimitação geográfica 
importante. O PIB, como já afirmamos, é o somatório de tudo o que é produzido no 
país, independentemente da nacionalidade das empresas.
Já o Produto Nacional Bruto (PNB), como a denominação indica, mede o que é 
produzido em bens e serviços pelas empresas nacionais, quer elas estejam no país 
ou no exterior, desde que a propriedade da empresa pertença a empresários do país. 
Neste caso, não é contabilizado o que é produzido pelas multinacionais instaladas 
no país que têm sua matriz no exterior.
No sistema de contas nacionais, o PNB é encontrado quando subtraímos a Renda 
Líquida Enviada ao Exterior (RLEE) do PIB. A renda enviada ao exterior é líquida 
https://pixabay.com/pt/illustrations/contador-calculadora-contabilidade-3681227/
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porque representa a diferença entre recursos enviados ao exterior para remuneração 
da matriz das multinacionais instaladas no país e os recursos recebidos do exterior 
para remuneração da matriz das empresas brasileiras que têm filiais em outros países.
Assim, temos que:
PNB = PIB - RLEE
Outro conceito relacionado ao produto é o de Produto a Preço de Mercado (PIBpm). 
Este é o produto que inclui os impostos indiretos (que incidem sobre a produção e o 
consumo, tais como ICMS, IPI, dentre outros), já descontados os subsídios. Podemos 
dizer, assim, que o PIBpm é a soma do valor dos bens e serviços efetivamente pagos 
pelo consumidor.
Já o conceito de Produto a Custo de Fatores (PIBcf) é aquele que reflete os custos de 
produção das empresas, pois não inclui os impostos indiretos, mas inclui os subsídios.
Temos, ainda, que efetuar uma diferenciação entre o Produto Nacional Bruto e o 
Produto Nacional Líquido (PNL), já que o produto se torna líquido quando extraímos o 
valor relativo à depreciação (bens e serviços produzidos para a reposição ou manutenção 
do capital, na forma de máquinas, equipamentos e instalações das mais diversas).
Assim:
PNL = PNB - depreciação
Alternativamente, o produto agregado pode ser obtido contabilizando- se o Valor 
Adicionado em cada etapa produtiva. Para exemplificar, utilizamos uma abstração da 
realidade. Imaginemos, então, que um país produza um único bem final, o pão. Para 
produzir pão, dois insumos fundamentais são requeridos: o trigo e a farinha (LOPES; 
VASCONCELLOS, 2008). Esses insumos tiveram um custo para serem produzidos. 
Assim, conforme estabelecido no quadro abaixo, o valor adicionado de cada etapa 
produzida estaria assim representado:
Produto Valor do produto Insumos Valor adicionado
Trigo 10 0 10
Farinha 15 10 5
Pão 20 15 5
FONTE: Lopes e Vasconcellos (2008, p. 31)
Desta forma, soma-se o valor adicionado a cada etapa produtiva, gerando um valor 
total de $ 20,00. Neste exemplo, o Valor Bruto da Produção (VBP) é a soma de todos 
os bens (trigo, farinha e pão), que soma $ 45,00. Entretanto, não podemos considerar 
este valor, pois incorreríamos no erro de dupla contagem. Temos, então, que suprimir 
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o valor dos insumos necessários à produção do pão, no caso, denominados de bens 
de consumo intermediário (LOPES; VASCONCELLOS, 2008).
Assim, o valor adicionado (VA) é dado por:
VA = VBP - consumo de bens serviços intermediários
Então:
VA = 45 - 25
VA = 20
Como afirmamos anteriormente, produto, despesa e renda agregados formam uma 
identidade econômica básica. Mas como obter o valor da despesa (ou dispêndio) 
nacional? Esta é encontrada quando medimos as despesas realizadas pelos 
consumidores, empresas, governo e setor externo para produzir bens e serviços.
DN = Despesas de consumo
Ou seja: “Para produzir, quais tipos de bens a economia despendeu seus esforços, 
sua força de trabalho, seu capital material?” (PAULANI; BRAGA, 2006, p. 12).
Na sociedade em que vivemos e que é, no aspecto material, inteiramente organizada 
pela troca, a ótica do produto considera a atividade dos indivíduos como produtores, 
ou seja, a atividade das unidades produtivas ou empresas. Já a ótica do dispêndio 
(ou do gasto, ou da demanda) refere-se à sua atuação como consumidores, ou seja, 
como famílias. Finalmente, a ótica da renda analisa os indivíduos em sua condição 
de proprietários de fatores de produção. As transações ocorrem entre as famílias 
e empresas e envolvem fluxos reciprocamente determinados de bens e serviços 
concretos, por um lado, e de dinheiro, por outro (PAULANI; BRAGA, 2006, p. 20).
10.3 A RENDA NACIONAL
A terceira forma de medir a atividade econômica utiliza o conceito de Renda 
Nacional, que nada mais é do que a soma da remuneração obtida pela utilização dos 
fatores produtivos terra, capital, trabalho e capacidade empresarial, denominados, 
respectivamente, de aluguel, juro, salário e lucro, na produção dos bens e serviços 
demandados pela sociedade.
RN = aluguel + juro + salário + lucro (RPD), que é a Renda Pessoal subtraindo-se 
os impostos diretos sobre as famílias.
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ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=ZUVQZi0lYII 
Vimos, desta forma, que as três óticas (produto, despesa e renda) são utilizadas 
para medir a atividade econômica e conduzem ao mesmo resultado numérico, 
expresso em unidades monetárias.
ANOTE ISSO
Para fecharmos as medidas de produto e de renda, podemos introduzir os 
conceitos de Renda Nacional (RN), que é o Produto Nacional Líquido a custo de 
fatores, Renda Pessoal (RP), que é igual à Renda Nacional menos os lucros retidos 
pelas empresas, os impostos diretos sobre empresas, outras receitas do governo 
(contribuição previdenciária, FGTS etc.), e mais as transferências governamentais 
(aposentadorias, seguro desemprego etc.). Temos ainda a Renda Pessoal Disponível 
https://www.youtube.com/watch?v=ZUVQZi0lYII
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CAPÍTULO 11
MODELO CAPITALISTA
Introdução
Olá Estudante, o modo de produção capitalista é um sistema que gera e reproduz 
crises. Isso porque a crise é inerente a este sistema, que divide a sociedade em duas 
classes sociais: o capital e o trabalho, como já afirmamos.
Uma das mais graves crises foi a ocorrida em 1930, que você já ouviu falar desde 
o Ensino Fundamental ou Médio, não à toa chamada de “Grande Depressão”.
A teoria clássica de Adam Smith (também conhecida como teoria do liberalismo 
econômico) foi hegemônica desde a Revolução Industrial até a Grande Depressão.
A base desta teoria trazia os seguintes pressupostos: o mercado deveria funcionar 
livremente; b) a economia deveria atingir o pleno emprego; c) o desemprego somente 
ocorreria quando os trabalhadores quisessem receber acima do salário de mercado 
– desemprego voluntário; d) a oferta cria sua própria demanda – Lei de Say.
A partir da Grande Depressão, pelo menos até as décadas de 1970/1980, as nações 
praticamente não mais utilizaram como modelo a teoria clássica, mas a “Teoria da 
Determinação do Equilíbrio da Renda Nacional”, de Keynes, capítulo integrante da célebre 
obra Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, publicada em 1936, que contestava 
veementemente a ideia de que “havia uma tendência automática ao pleno emprego, com 
inexistência de desemprego e de capacidade ociosa” (NOGAMI; PASSOS, 2003, p. 395).
Já estudamos que a macroeconomia analisa as relações existentes entre dois 
mercados específicos: o mercado real e o mercado monetário. Vimos também que é 
por meio das políticas macroeconômicas que acontece a intervençãodo Estado na 
economia, o que pode acontecer tanto no mercado monetário quanto no mercado real.
11.1 CONTROLES CAPITALISTAS
Os principais órgãos responsáveis por implementar estas políticas são o Ministério da 
Fazenda, que atua mais especificamente no mercado real, e o Banco Central, também 
chamado de Autoridade Monetária, que se responsabiliza pelo mercado monetário.
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Um dos principais objetivos da intervenção do Estado na economia é a geração 
de renda, componente fundamental para o crescimento econômico e a geração de 
empregos. Mas existem teorias divergentes no que se refere à forma como se determina 
a renda, que são o modelo clássico e o modelo keynesiano.
Para que você possa construir seu próprio pensamento crítico a respeito das 
duas teorias de determinação da renda, analisaremos primeiro o modelo clássico de 
determinação da renda nacional para, em seguida, conhecermos o modelo keynesiano.
11.2 O MODELO CLÁSSICO
Para Rossetti (1988, p. 606), “todo o desenvolvimento clássico sobre o equilíbrio geral 
da atividade econômica foi definitivamente resumido nos primeiros anos do século 
XIX pelo teórico francês Jean-Baptiste Say (1767-1832), em seu Traité d’Êconomie 
Politique, cuja primeira edição foi publicada em 1803”.
Defensor do liberalismo econômico, tal como proposto por Adam Smith, Say era 
defensor do livre mercado e do mecanismo do sistema de preços, assegurando que 
a produção cria mercados para os produtos.
Figura 01: Ponto de Equilíbrio
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/estat%c3%adsticas-setas-flechas-tend%c3%aancia-2899919/
Segundo Pereira (1976, p. 9), “a Macroeconomia Clássica, como toda a teoria 
econômica clássica, parte do pressuposto fundamental de que o mundo econômico 
é governado por leis naturais, as quais, se forem deixadas a funcionar livremente, 
produzirão sempre os melhores resultados possíveis”.
https://pixabay.com/pt/photos/estat%c3%adsticas-setas-flechas-tend%c3%aancia-2899919/
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Os clássicos se utilizam de três hipóteses para formular a sua teoria de determinação 
da renda nacional: a) as forças de mercado tendem a equilibrar a economia a pleno 
emprego; b) a quantidade de moeda afeta apenas o nível geral de preços; e c) a 
demanda agregada não é um fator determinante do nível do produto, hipóteses essas 
que estudaremos adiante.
Antes de prosseguirmos, entretanto, uma informação é importante: como já frisamos, 
até a Grande Depressão de 1930 a teoria macroeconômica não tinha grande importância 
na literatura econômica, sendo Keynes seu principal formulador.
Assim, de acordo com Lopes e Vasconcellos (2008, p. 105-6):
O que os livros-textos de Macroeconomia caracterizam como modelo clássico é 
na realidade a junção da contribuição de diversos autores isolados. [...] Na verdade, 
o chamado modelo clássico utilizado nos principais livros-texto de Macroeconomia 
diz respeito ao modelo neoclássico, que se baseia na hipótese da racionalidade dos 
agentes econômicos.
Um dos principais defensores de Say sustentava que:
Como a oferta cria a sua própria procura, não poderia haver superprodução, afastando-
se, consequentemente, a possibilidade de ocorrência do desemprego geral. A produção 
global sempre criaria, ela própria, mercado para seu escoamento, pois, numa economia 
baseada nas trocas e na divisão do trabalho, o ato da produção representa um futuro 
ato de procura; o fato de a coletividade estar produzindo significa que ela está se 
preparando para consumir (A. G. PIGOU apud ROSSETTI, 1988, p. 606).
Segundo Lopes e Vasconcellos (2008, p. 105):
O modelo clássico considera que as forças de mercado tendem a 
equilibrar a economia a pleno emprego, isto é, no ponto em que se 
igualam a oferta e a procura de mão de obra; corresponde a dizer que há 
completa flexibilidade de preços e salários; como o nível de atividade e de 
emprego está determinado automaticamente pelas forças de mercado, a 
quantidade de moeda afeta apenas o nível geral de preços. Significa dizer 
que as variáveis reais, bem como os preços relativos, não são afetados 
pela política monetária (hipótese da neutralidade da moeda); a demanda 
agregada não é um fator determinante do nível do produto; é válida a 
chamada Lei de Say: ‘a oferta cria sua própria demanda’.
Para que possamos conhecer todas as proposições do modelo clássico de 
determinação da renda nacional, analisaremos primeiro como se forma a oferta 
agregada, a função de produção agregada, demanda, oferta e equilíbrio no mercado de 
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trabalho, oferta e demanda agregada, o papel da moeda no modelo clássico, poupança, 
investimento e o papel da taxa de juros para, finalmente, analisarmos o equilíbrio entre 
oferta e demanda
11. 3 OFERTA AGREGADA
A demanda agregada não é um fator determinante do nível do produto para os 
clássicos; é válida a chamada Lei de Say: “a oferta cria sua própria demanda”.
Segundo esta lei, a oferta agregada, ou seja, as quantidades produzidas e o volume 
de serviços oferecidos são determinados pela quantidade e qualidade dos fatores 
de produção existentes, nível tecnológico, capacitação do capital humano e pela 
capacidade de administração dos empreendedores (LOPES; VASCONCELLOS, 2008).
Say argumentava que havia simultaneidade e interdependência dos fluxos da 
produção e da renda. Mas o que isso significa?
Basicamente, significa que a produção vai determinar a oferta, e esta criará a demanda 
e a renda, então será uma consequência da produção, já que no processo produtivo 
todos os agentes são envolvidos, quer sejam firmas, quer sejam trabalhadores.
“Afinal, a geração simultânea da produção e da renda coloca nas mãos da coletividade 
um potencial de compra suficiente para que todos os bens e serviços produzidos pelo 
sistema possam ser efetivamente consumidos” (ROSSETI, 1988, p. 609).
Não é a demanda agregada que determina o nível de produtos e serviços da 
economia, mas sim as condições de oferta. A demanda apenas determina o nível de 
preços (LOPES; VASCONCELLOS, 2008).
E a oferta agregada, como se forma? Para os clássicos, “a oferta agregada 
corresponde ao total de produto que as empresas e famílias estão dispostas a oferecer 
em um determinado período de tempo, a um determinado padrão de preços” (LOPES; 
VASCONCELLOS, 2008, p. 106).
10.4 FUNÇÃO DE PRODUÇÃO AGREGADA
“Produzir significa adaptar a natureza, por meio da combinação de fatores de 
produção, às necessidades humanas. Para gerar produto, portanto, as empresas se 
utilizam de capital (máquinas, equipamentos, edifícios etc.) e trabalho, de acordo com 
uma dada tecnologia” (LOPES; VASCONCELLOS, 2008, p. 106).
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Assim, para produzir sapatos é preciso de máquinas e equipamentos, matérias-primas 
e insumos, mão de obra, sendo que o nível tecnológico irá depender de quão modernos 
são estes bens de capital e, ainda, o nível tecnológico, adaptado ao conhecimento, irá 
determinar a produtividade da empresa.
Para analisar a relação existente entre a quantidade produzida e os fatores produtivos 
empregados, os clássicos utilizam a seguinte função de produção:
Y = f (K.N,T)
Em que:
Y = produto;
K = estoque de capital utilizado;
N = quantidade de trabalho (horas); T = nível tecnológico.
Essas variáveis são definidas num dado período de tempo, nesse caso considerado 
o curto prazo, que é aquele período de tempo em que pelo menos um dos fatores de 
produção é fixo, neste caso o capital, sendo o trabalho o fator variável.
Vamos considerar que a produção responde positivamente a qualquer das variáveis 
que a determina, ou seja, aumentando a quantidade de fatores produtivos utilizados, 
aumentará a quantidade produzida e que a função de produção apresenta retornos 
constantes de escala.
Se tomarmos o capital (K)como um fator de produção fixo, essa função apresentará 
rendimentos marginais decrescentes em relação ao fator variável (N), que é o trabalho. 
Dessa formulação resulta um conceito muito utilizado pelos clássicos, que é o da 
produtividade marginal decrescente.
Figura 02: Variáveis Econômicas
Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/o-neg%c3%b3cio-finan%c3%a7a-bolsa-de-valores-816491/
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Para entender esse conceito, vamos a um exemplo formulado por Nogami e Passos 
(2003, p. 225-226):
Suponhamos que uma fazenda possua uma determinada área cultivável de, por 
exemplo, 10 hectares. Façamos então a hipótese de que esse fator de produção 
permanecerá fixo e que a mão de obra será o único fator de produção variável, de 
tal forma que essa fazenda possa produzir volumes maiores de produção (trigo) por 
meio do aumento desse fator (mão de obra).
Em termos de função de produção, teríamos:
Y = f (K.N)
Em que:
K = Terra (capital) e N = Trabalho Logo:
Y = f (N)
Ou seja, o nível de produto varia apenas em função (ou depende) de alterações na 
mão de obra, em curto prazo, coeteris paribus (todas as demais variáveis permanecem 
constantes). 
A partir dessa constatação é que os clássicos formularam a teoria da produtividade 
marginal de um fator de produção, no caso, da mão de obra.
Essa teoria consiste no seguinte: “O produto marginal (ou produtividade marginal) 
do fator variável é definido como sendo a variação na produção total decorrente da 
variação de uma unidade no fator de produção variável. Como em nosso exemplo, a 
mão de obra é o único fator de produção variável” (NOGAMI; PASSOS, 2003, p. 229).
Assim, o nível de produção depende da quantidade utilizada do fator trabalho, dado 
o estoque de capital e o nível tecnológico, como se observa no gráfico ilustrado a 
seguir, sendo que a produtividade marginal do trabalho é positiva, mas decrescente:
Considerando o curto prazo em que, em nosso caso, apenas a quantidade de trabalho 
pode ser alterada, percebemos que a produção ou oferta agregada passa a depender 
exclusivamente de quanto é utilizado deste fator. O nível de emprego (utilização) do 
fator trabalho é determinado no mercado de trabalho, em que a demanda é realizada 
pelas empresas que o utilizam na produção, e a oferta pelos indivíduos (famílias, 
trabalhadores) que o possuem (LOPES; VASCONCELLOS, 2008, p. 108).
Como para os clássicos o mercado de trabalho é a força motriz, que determina 
o nível de mão de obra e o salário real de pleno emprego, vamos analisar agora os 
condicionantes desse mercado.
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11.5 DEMANDA, OFERTA E EQUILÍBRIO NO MERCADO DE TRABALHO
Considerando a hipótese dos clássicos de que as forças de mercado tendem a 
equilibrar a economia a pleno emprego, ou seja, que flutuações na economia seriam 
apenas momentâneas, questionamos: Como, então, explicar o desemprego?
O desemprego seria apenas momentâneo, haja visto que, como sempre haveria 
tendência ao equilíbrio nos mercados, se houvesse desemprego seria porque haveria 
um excesso de oferta de trabalho em relação à demanda dos empresários pela mão 
de obra.
Desta forma, para restabelecer o equilíbrio no mercado de trabalho (assim como 
acontecia no mercado de bens e serviços), bastaria reduzir os salários (o preço da mão 
de obra) para que a demanda por trabalho aumentasse e o problema fosse resolvido.
A livre interação entre as forças de oferta e demanda por trabalho é que determina o 
número de pessoas e os seus salários reais de equilíbrio. Assim, há a seguinte relação 
entre demanda e oferta de mão de obra: a oferta de trabalho é função crescente do 
salário real e a demanda por trabalho é função decrescente do salário real.
Quanto ao trabalhador, a decisão de quanto trabalhar corresponde à escolha de 
como alocar as horas do dia entre o trabalho e o lazer, sendo que o trabalho não gera 
nenhum prazer, apenas a renda necessária para poder consumir e obter a satisfação 
decorrente do consumo de mercadorias.
Assim, a decisão de dedicar seu tempo ao trabalho depende do valor do salário 
real, ou seja, deve ser tal que induza o indivíduo a abrir mão do lazer.
“Por simplicidade, suporemos que o efeito substituição se sobreponha ao efeito 
renda, e que a curva de oferta de trabalho seja positivamente inclinada em relação 
ao salário real” (LOPES; VASCONCELLOS, 2008, p. 111).
Considerando que a teoria do equilíbrio parcial considera que os mercados operem 
em uma situação de concorrência perfeita, em que empresas e trabalhadores são 
tomadores de preços tanto de bens e serviços quanto de fatores produtivos, o equilíbrio 
entre oferta e demanda de mão de obra é análogo ao formato do equilíbrio entre oferta 
e demanda de um produto qualquer (já que é o mercado que vai determinar o preço 
dos produtos e dos fatores produtivos).
Assim, quando o salário real estiver acima do nível de equilíbrio, haverá excesso 
de oferta de trabalho, o número de horas de trabalho oferecidas pelos trabalhadores 
será maior do que o demandado pelas empresas, caracterizando uma situação de 
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desemprego (W/P). Com isso, a concorrência entre trabalhadores para obter empregos 
levará à redução dos salários, reduzindo a oferta e ampliando a demanda, até que as 
duas quantidades se igualem, em um nível inferior de salário real (W/P). Se o salário real 
estiver abaixo do equilíbrio, haverá excesso de demanda por trabalho (superemprego) 
(W/P). Com isso, a concorrência entre as firmas para conseguir trabalhadores levará 
ao aumento do salário real, ampliando a oferta de trabalho e diminuindo a demanda, 
até que as duas quantidades se igualem (W/P) (LOPES; VASCONCELLOS, 2008, p. 113).
11.5 OFERTA E DEMANDA AGREGADA E O PAPEL DA MOEDA
Tendo analisado a oferta e demanda de mão de obra no modelo clássico e 
considerando que neste modelo (analisado no curto prazo) o nível de produto depende 
da função de produção, e sendo a mão de obra o único fator de produção variável, 
temos o seguinte formato do produto de pleno emprego (que será ao mesmo tempo 
a oferta agregada da economia) (LOPES; VASCONCELLOS, 2008).
Note que a curva de produto, embora seja positiva, cresce a taxas decrescentes 
devido à produtividade marginal do trabalho ser decrescente, como já analisamos 
anteriormente.
Desta forma, “o nível de emprego e de produto independem de variáveis nominais 
(monetárias), como o nível de preços ou salário nominal, por exemplo. [...] Portanto, a 
oferta agregada é inelástica ao nível de preços, o que significa que a curva de oferta 
é vertical” (LOPES; VASCONCELLOS, 2008, p. 114, grifo da autora).
Afinal, o que significa essa afirmação? Quando um produto é inelástico a preços, 
significa que se aumentar o preço, a quantidade ofertada permanecerá a mesma. Isso 
acontece porque este é o nível de produção no pleno emprego, ou seja, não há mais 
recursos disponíveis para aumentar a produção, razão pela qual, se aumentar o nível 
de preços da economia, a oferta permanecerá a mesma.
Isso porque, para que o nível de oferta (e de produto) aumente, é preciso que 
haja uma expansão dos recursos produtivos: que aumente a quantidade de matérias-
primas disponíveis, por exemplo, com a descoberta de novos materiais, que o nível 
tecnológico se modernize (o que faz com que se produza mais e desperdiçando 
menos), aumentando assim a produtividade do trabalho, ou, ainda, com o aumento 
da população economicamente ativa (crescimento populacional). Podemos chamar 
isso de expansão da fronteira de produção.
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ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=V1U67_ZjJ30 
É preciso lembrar que existem algumas condições importantes na análiseclássica 
do equilíbrio geral, dentre elas que as empresas estão inseridas num mercado 
perfeitamente competitivo e, assim, são tomadoras de preços, ou seja, é o próprio 
mercado que determina o preço dos produtos na interação entre oferta e demanda. 
Somando-se a produção de cada firma, obtém-se a oferta agregada. 
ANOTE ISSO
A renda nacional é gerada no processo de produção pela remuneração dos fatores 
produtivos (salários, lucros, juros e aluguéis) e retorna para o mesmo processo na 
forma de consumo ou investimento. Com isso, toda a produção de bens e serviços 
da economia seria escoada, não havendo vazamentos. Mesmo a parte da renda que 
não fosse para o consumo, isto é, a parte poupada, iria para os investimentos em 
bens de capital.
https://www.youtube.com/watch?v=V1U67_ZjJ30
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CAPÍTULO 12
PAPEL DA MOEDA
Introdução
Olá Estudante, aprendemos que uma das hipóteses do modelo clássico de 
determinação da renda supõe que há uma separação entre o lado real e o lado monetário 
da economia. Para estes, a moeda tende a ser neutra, especialmente no longo prazo. 
Mas o que isso significa?
Basicamente significa que, caso haja aumento da quantidade de moeda em circulação, 
acarretará em aumento do nível geral de preços (gerando inflação), sem alterar o nível 
de produto, nível de emprego, salário real e os preços relativos da economia.
Caso imperfeições no mercado venham a ocorrer (lembremos de que os clássicos 
supõem a livre concorrência), como a pressão de sindicatos com o consequente 
aumento dos salários, haverá desemprego, fazendo com que haja uma oferta maior 
de mão de obra em relação à demanda e uma diminuição do produto (ficará abaixo 
do produto potencial).
Entretanto, com o desemprego haverá trabalhadores aceitando trabalhar por salários 
cada vez menores, ou, se o governo lançar mão da política monetária e injetar moeda 
na economia, elevará o nível geral de preços e o valor do salário real cairá, o que 
restabelecerá novamente o equilíbrio.
12.1 POUPANÇA, INVESTIMENTO E O PAPEL DA TAXA DE JUROS
Apesar dos clássicos sustentarem a aplicabilidade da Lei de Say, admitiam a 
existência de uma variável que poderia interromper (mas sempre temporariamente) 
este mecanismo: a poupança.
“Sem dúvida, se a sociedade destinasse ao consumo todo o rendimento gerado pelo 
processo da produção, não haveria motivos para que ocorressem a superprodução, 
o desemprego e o desequilíbrio da atividade econômica” (ROSSETTI, 1988, p. 609).
Afirmavam, então, que a poupança, se de início pode causar algum desequilíbrio, 
acaba sendo importante componente para o crescimento da economia, porque esta se 
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traduziria em investimento, bastando, para restaurar o equilíbrio, que as duas variáveis 
se igualem. Ou seja, acreditavam que a poupança é uma variável que antecede o 
investimento.
Sendo o nível de poupança determinado pela taxa de juros, quanto maior a taxa 
de juros de mercado, maiores os recursos poupados. Já o investimento caminha 
em sentido contrário: como os investidores (unidades produtoras) em geral captam 
recursos no mercado financeiro, quanto menores essas taxas, maior será o nível de 
investimento.
Segundo Nogami e Passos (2003), uma vez que a poupança é estimulada pelas 
altas taxas de juros e o investimento é encorajado pelas baixas taxas de juros, as 
curvas de poupança e do investimento caminham em direções inversas, devendo 
interceptar-se em determinado ponto de equilíbrio.
É importante destacar, por fim, que o nível de consumo agregado também depende 
da taxa de juros, pois quando as mesmas estão elevadas o custo da moeda também 
se eleva, podendo elevar os preços dos produtos.
12.2 EQUILÍBRIO ENTRE OFERTA E DEMANDA
Tendo estudado oferta e demanda agregadas separadamente, vamos analisar como 
se dá o equilíbrio entre as duas variáveis.
Temos que:
Oferta Agregada = Demanda Agregada, ou seja:
Y = DA
Considerando apenas o consumo e o investimento, temos que:
DA = C + I
Assim, no equilíbrio entre oferta e demanda, substituímos DA por C + I:
Y = C + I
Considerando, ainda, que tanto o consumo como o investimento dependem da 
taxa real de juros, temos que:
Y = C( i ) + l( i ), sendo r a taxa real de juros Pela definição de poupança, temos que:
S = Y - C
Sabendo que:
S = S ( i )
Chegamos, finalmente, no equilíbrio macroeconômico, que é obtido quando:
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S ( i ) = l( i )
Ou seja, de acordo com Lopes e Vasconcellos (2008, p. 122), “a taxa de juros tem 
a função de equilibrar o mercado de produto”.
Quando tratamos dos agregados macroeconômicos, vimos que renda nacional, 
produto nacional e despesa nacional são grandezas de igual valor (que possuem 
uma identidade básica). Entretanto, como podemos agora compreender a partir das 
hipóteses keynesianas, a condição de equilíbrio macroeconômico pode ser alcançada 
mesmo com a economia operando abaixo do pleno emprego, o que Keynes chamou 
de produto efetivo (o que, por analogia, conduz às demais igualdades, que são a renda 
e a demanda, à mesma designação).
Assim, a renda de equilíbrio (ou renda efetiva) é determinada quando a demanda 
agregada e a oferta agregada se igualam, o que pode acontecer mesmo quando a 
economia estiver operando com capacidade ociosa de produção (VASCONCELLOS; 
GARCIA, 2005).
Então, como restabelecer o equilíbrio que possa conduzir a economia novamente ao 
pleno emprego dos recursos? É isso mesmo que você deve estar pensando: “Como a 
oferta agregada é fixada no curto prazo, a política econômica deve se concentrar em 
elevar a demanda agregada, por meio de instrumentos que proporcionem aumento 
dos gastos de consumo, investimento, gastos do governo, elevação das exportações 
acima das importações etc.” (VASCONCELLOS; GARCIA, 2005, p. 126).
Figura 01: Controle da Moeda
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/ouro-dinheiro-o-neg%c3%b3cio-finan%c3%a7a-2024083/
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Quais variáveis são analisadas nesse gráfico? Vejamos: temos o Nível Geral de 
Preços, no eixo vertical do gráfico, a Renda Nacional Real (RN) (ou efetiva), no eixo 
horizontal e as variáveis que são dependentes tanto dos preços quanto da renda, que 
são a Demanda Agregada (DA) e a Oferta Agregada (OA).
Vamos analisar o gráfico ponto a ponto. Para Keynes, quando a Oferta Agregada 
(OA) está distante da Renda Nacional de Pleno Emprego (RNpe) é possível aumentar 
a Demanda Agregada (DA) de DA0 para DA1 sem aumentar o Nível Geral de Preços 
e, consequentemente, aumentar a Renda Nacional (RN) de RN0 para RN1.
Observe que, nesse caso, a economia está operando abaixo do pleno emprego, 
certo? Entretanto, quando a economia está operando no pleno emprego dos recursos, 
quando há equilíbrio entre Demanda Agregada (DA2) e Oferta Agregada no ponto em 
que a Renda Nacional chega ao pleno emprego de recursos (RNpe), aumentos na 
Demanda Agregada (DA) de D1 para D2 não alteram a Oferta Agregada (OA), porque 
esta oferta é fixa no curto prazo, o que vai acarretar no aumento do Nível Geral de 
Preços de P1 para P2.
Observe que existe uma parte da curva intermediária, na qual o aumento da demanda 
agregada leva ao incremento do produto, mas com uma pequena elevação do nível 
geral de preços. Nessa área da curva, o governo precisa tomar muito cuidado com sua 
política de aumentar a demanda agregada, pois ele vai começar a levar a economia 
para um processo inflacionário (ROSSETTI, 1988).
Conseguiu visualizar a afirmação no gráfico da Figura 20? Quando a economia 
está operando no pleno emprego de recursos, para que haja uma expansão da Oferta 
Agregada (OA) é preciso aumentar a quantidade de recursos disponíveis, o que somente 
é possível no longo prazo. Portanto, qualquerestímulo da Demanda Agregada (DA) 
nesse intervalo de tempo pode causar um processo inflacionário, já que a demanda 
será maior que a oferta, levando o nível geral de preços de P2 para P3.
12.3 CONSUMO, POUPANÇA E INVESTIMENTO AGREGADO
Agora que já estudamos as relações existentes entre Nível Geral de Preços, Renda 
Nacional Efetiva (ou real), Demanda Agregada (DA) e Oferta Agregada (OA), vamos 
incluir outras variáveis que são importantes na análise macroeconômica, que são o 
consumo, a poupança e o investimento agregado.
Por que estas variáveis são importantes? Vejamos na sequência.
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Quando você decide adquirir um bem, por exemplo, um automóvel, que fatores você 
leva em conta na sua decisão de compra?
Entretanto, como no exemplo anterior (onde analisamos como funcionam suas 
decisões de compra), a Renda Nacional Disponível (RND) é o fator mais importante 
a ser levado em conta no consumo agregado.
Renda Nacional Disponível é aquela que sobra quando subtraímos os tributos 
(impostos, taxas e contribuições) da Renda Nacional Efetiva, ou seja, é a renda 
efetivamente utilizada para o consumo de toda a coletividade, o que é gasto, despendido 
por todos os residentes em uma nação.
Assim, podemos expressar esta relação algebricamente:
C = f (RND)
Sendo que:
C = consumo agregado;
RND = Renda Nacional Disponível.
Antes de prosseguirmos com as demais variáveis, vamos a um conceito criado por 
Keynes que é deveras importante para a análise macroeconômica. É o que Keynes 
denominou Propensão Marginal a Consumir.
A denominação parece difícil de entender, mas com um simples exemplo você irá 
entender perfeitamente.
Como o consumo depende em grande medida da renda, utilizando o exemplo anterior, 
quando você pensa em adquirir um automóvel, irá verificar se sua renda disponível 
será suficiente para efetuar a compra.
Se num primeiro momento você constatar que sua renda não será suficiente, 
provavelmente não efetuará a compra. Mas se no futuro sua renda disponível aumente 
em, digamos, 30%, será que você finalmente comprará o automóvel tão desejado?
Analisando agora, em termos macroeconômicos, a Propensão Marginal a Consumir 
mede a variação que ocorre no Consumo Agregado quando ocorre uma variação na 
Renda Nacional Disponível, ou seja:
Propensão marginal a Consumir = Variação no consumo agregado = C 
 Variação na renda nacional disponível
 RND
 
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Vamos a um exemplo: Se a Renda Nacional Disponível sofrer uma variação de 30% 
e o Consumo Agregado variar 25%, temos que: 
Propensão marginal a Consumir = 25 X 0, 83 X 30
O que este resultado significa? Que para este país, 83% da Renda Nacional Disponível 
é destinada ao consumo dos mais diferentes bens e serviços.
Assim, se a Renda Nacional Disponível sofrer um aumento de, digamos, $ 100 
milhões, $ 83 milhões serão destinados ao consumo.
Mas, e o restante da Renda Nacional Disponível? É o que veremos na próxima seção.
12.4 POUPANÇA AGREGADA
Você já parou para pensar o que significa a palavra poupar? Do latim, palpare, 
significa deixar de gastar, economizar (DICIONARIOWEB, 2018). Ou seja, você deixa 
de gastar hoje para poder gastar mais no futuro.
A moeda, quando retirada de circulação e posta numa aplicação financeira, dentre 
elas a mais popular, chamada de “caderneta de poupança”, rende juros que aumentam 
o seu poder de compra ao longo do período em que estiver aplicado, protegendo sua 
renda dos efeitos da inflação.
Figura 02: Poupança
Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/cofrinho-salvando-dinheiro-finan%c3%a7a-4747516/
Mas de onde se origina a poupança? Esta é parte da nossa renda pessoal disponível 
e responde à pergunta que fizemos. Da nossa renda pessoal disponível (deduzidos os 
impostos), ou nós gastamos com o consumo ou nós poupamos. Assim, ampliando 
nosso horizonte para toda a macroeconomia, “a poupança é a parte residual da renda 
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nacional disponível, ou seja, a parcela da renda nacional que não é gasta em bens de 
consumo” (VASCONCELLOS; GARCIA, 2005, p. 129, grifo da autora).
Algebricamente, temos o seguinte:
S = f (RND)
Sendo que:
S = poupança agregada (do inglês, savings); RND = Renda Nacional Disponível.
 Assim, temos que:
Propensão Marginal a Poupar = Variação na poupança agregada = S 
Variação na renda nacional disponível RND
Ora, utilizando o mesmo exemplo do Consumo Agregado: se a Renda Nacional 
Disponível sofrer uma variação de 30% e a Poupança Agregada variar 5%, temos que:
Também podemos obter este resultado com outra fórmula, bem fácil de entender:
Propensão Marginal a Poupar + Propensão Marginal a Consumir = 1
Assim, se sabemos que a Propensão Marginal a Consumir é igual a 0,83:
Propensão Marginal a Poupar + 0,83 = 1
Logo:
Propensão Marginal a Poupar = 1 - 0,83
 
Ou seja:
Propensão Marginal a Poupar = 0,17
Aplicando no exemplo anterior, para um acréscimo na Renda Nacional Disponível de 
$ 100 milhões, $ 17 milhões serão poupados e o restante ($ 83 milhões), consumidos.
 
12.5 INVESTIMENTO AGREGADO
Antes de mais nada, é importante definirmos o que é investimento, pois há confusão 
principalmente em relação às aplicações financeiras.
“Investimento é o acréscimo ao estoque de capital que leva ao crescimento da 
atividade produtiva (construções, instalações, máquinas, dentre outros). Ele pode ser 
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interpretado sob dois ângulos: a curto prazo e a longo prazo” (VASCONCELLOS; GARCIA, 
2005, p. 129, grifo da autora).
Então, quando falamos de investimento, estamos nos referindo ao lado real da 
economia (produção de bens e serviços) e não ao lado monetário (pois há quem utilize 
a expressão investimento para se referir a uma aplicação no mercado financeiro).
Depois dessa diferenciação, vamos entender: O que é investimento de curto e longo 
prazos e quais seus efeitos?
Muito bem acadêmico, vamos lá! Como já estudamos nessa unidade, no curto 
prazo a Oferta Agregada (OA) é fixa, injeções de renda via gastos com investimento 
irão fazer com que a capacidade de produção aumente, afetando, assim, a Demanda 
Agregada (DA).
Como por definição o curto prazo é aquele período de tempo em que pelo menos 
um dos fatores de produção é fixo, vamos então imaginar que este fator seja a mão 
de obra. Logo, se aumentar os gastos com investimento, no caso, na construção de 
uma escola, trabalhadores serão contratados para a execução da obra, mas os demais 
fatores envolvidos nesse processo produtivo já estarão em estoque (matérias-primas, 
insumos). Assim, aumentará a renda dos trabalhadores, o que fará com que aumente 
a demanda agregada.
Agora, se o objetivo é aumentar a Oferta Agregada (OA), isso acontecerá somente 
no longo prazo, período em que todos os fatores de produção são variáveis (capital, 
tecnologia, trabalho, capacidade empresarial, terra).
Com relação ao investimento, há que se ressaltar a sua importância para o crescimento 
econômico de um país. É fácil de entender essa afirmação: para que um país possa 
crescer ao longo dos anos, aumentando sua riqueza, volumosos recursos na forma 
de investimentos são necessários, na forma de incremento da infraestrutura do país: 
ampliação e manutenção de estradas, rodovias, portos, aeroportos, edificações para 
armazenamento e distribuição dos produtos, bem como nas áreas de saúde, educação 
e segurança pública, dentre outros.
Por que isso é preciso, então? Ora, se houver um aumento da produção nacional e 
não tiver uma infraestrutura condizente com este aumento, haverá o que chamamos 
de “gargalo” logístico na economia. De certa forma já convivemos com essa realidade 
no Brasil, pois não temos sequer rodovias em muitas regiões, deixamosque a rede 
ferroviária fosse sucateada, ainda há lacunas de investimentos nas demais áreas de 
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transporte de cargas (como o fluvial, marítimo e aéreo), temos uma educação muito 
aquém daquela que seria a ideal para desenvolvermos pesquisa e desenvolvimento 
de qualidade (que nos tornem mais soberanos em relação aos países desenvolvidos, 
principalmente na inovação tecnológica), a saúde pública ainda é precária e a segurança, 
então, você conhece muito bem, pois é notícia diária nos telejornais e mídias sociais.
Ao mesmo tempo em que o investimento é uma variável indispensável quando 
tratamos do crescimento e desenvolvimento econômico, precisamos refletir na sua 
instabilidade, pois “seu comportamento é de difícil previsão, por depender de fatores não 
apenas econômicos, mas também das expectativas quanto ao futuro” (VASCONCELLOS; 
GARCIA, 2005, p. 130).
E do que ele depende, então? Vamos a uma análise micro para depois entender 
estas relações na sua forma macro.
Dissemos anteriormente que quando você quer adquirir um automóvel, a renda 
pessoal disponível será a principal variável na sua decisão de compra. Isso pode ser 
analisado em duas situações:
1) Se você tiver feito uma aplicação financeira e tiver reunido o valor necessário 
para a compra do automóvel, irá pensar se valerá a pena adquiri-lo neste momento, 
analisando como estão as taxas de juros no mercado, pois se a taxa de juros estiver 
elevada, poderá preferir deixar seu dinheiro aplicado, que lhe renderá juros, ao invés 
de resgatar este valor na aquisição do veículo, ainda mais que este veículo deprecia 
ao longo do tempo.
2) Se você não tiver o dinheiro necessário para adquirir o automóvel à vista, poderá 
optar por um financiamento, mas se a taxa de juros estiver muito elevada, talvez não 
seria indicado adquiri-lo neste momento, porque você pode não conseguir efetuar o 
pagamento das prestações mensais.
Com o investimento agregado acontece mais ou menos a mesma coisa, ou seja, 
ele vai depender da taxa de rentabilidade esperada e da taxa de juros do mercado.
A taxa de rentabilidade esperada ou taxa de retorno é calculada a partir da estimativa 
do retorno líquido esperado pela aquisição do bem de capital [...ou, ainda] também é 
chamada, na literatura econômica, de eficiência marginal do capital” (VASCONCELLOS; 
GARCIA, 2005, p. 130, grifos do original).
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A taxa de retorno do investimento baseia-se nas relações entre: o fluxo de renda 
esperado advindo da aquisição do bem de capital, o preço de compra e o tempo de 
depreciação desse bem e a taxa de juros praticada no mercado.
ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=kPuc60MYiVw 
Provavelmente irá verificar, em primeiro lugar, a sua renda disponível, para decidir 
a forma de compra desse bem (se à vista ou financiado), a taxa de juros praticada 
pelos bancos (já que se você precisar financiar tem que avaliar se terá moeda 
suficiente para efetuar o pagamento das prestações mensais), suas expectativas 
sobre o fluxo da sua renda no futuro, bem como a situação econômica do país, 
avaliando se não haverá uma alta significativa da inflação, por exemplo, que fará 
com que o valor das prestações mensais se eleve muito ao longo do tempo, dentre 
outras variáveis. 
ANOTE ISSO
O Consumo Agregado também depende de variáveis como a renda nacional, 
estoque de riqueza ou patrimônio, taxa de juros do mercado, disponibilidade de 
crédito, expectativa sobre a renda futura e rentabilidade das aplicações financeiras. 
https://www.youtube.com/watch?v=kPuc60MYiVw
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CAPÍTULO 13
DESCRIÇÃO DA MOEDA
Introdução
Olá Estudante, como você já estudou anteriormente, a moeda é um ativo, certo? 
Mas, o que é um ativo?
Na etimologia da palavra, moeda provém do latim activus, “que tem ação, que atua, 
que opera com energia” (DICIONÁRIOWEB, 2018, s.p.).
A moeda é, portanto, um ativo, porque é o meio utilizado pelas nações para efetuar 
o pagamento de todos os demais bens e serviços existentes, ou seja, é o equivalente 
geral de todas as mercadorias.
Você já se perguntou por que cada país tem uma moeda diferente, tanto na forma 
(figuras constantes nas cédulas e nas moedas metálicas) como na nomenclatura 
(real, dólar, euro, yene etc.)?
Isso se dá devido ao fato de que cada país determina qual moeda utilizará de acordo 
com suas características, situação econômica, sendo que em muitos casos é comum 
inserir a figura de personalidades importantes da história do país.
Agora, você sabe o que faz com que as pessoas aceitem utilizar a moeda que o 
governo cria, como foi no caso da implantação do real em 1994? Isso se deve ao fato 
da moeda ter curso forçado, ou seja, ser determinado por lei.
Mas nem sempre foi assim. A história da moeda é bem antiga, como veremos em 
breve exposição nas linhas seguintes.
13.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO
De acordo com Nogami e Passos (2003), são seis fases distintas que explicam a 
origem e a evolução da moeda.
A primeira fase remonta ao início da civilização, quando o homem deixa de ser 
nômade e passa a viver em pequenas comunidades, iniciando assim o processo de 
divisão do trabalho e especialização (caça, pesca, plantio, colheita etc.).
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O que isso significa? Ora, como acontece hoje, as pessoas se especializam em 
algum tipo de profissão, ou seja, se especializam em alguma área do conhecimento 
humano (ciências humanas, exatas, etc.), sendo que a divisão do trabalho é o que 
permite esta especialização (em vez de cada pessoa ter que efetuar todo o processo 
produtivo, é responsável por uma parte).
Apenas para exemplificar, Nogami e Passos (2003, p. 446) dizem que a quantidade de 
transações necessárias para que um indivíduo adquirisse o que estivesse demandando 
neste sistema de escambo.
Percebeu qual seria o grau de dificuldade se esse sistema de escambo funcionasse 
na economia moderna, que possui milhares de produtos diferentes?
Já na Antiguidade, esse sistema se tornou insuportável e com a evolução das 
trocas entre tribos e famílias, estas perceberam que existiam mercadorias mais raras 
que outras e, então, começaram a eleger uma dessas mercadorias como meio de 
pagamento. E foi assim que mercadorias como animais, alimentos, metais não nobres, 
até os metais nobres foram utilizados ao longo da história da humanidade, prevalecendo 
este sistema até o final da Idade Moderna (fins do século XVIII, constituindo-se na 
segunda fase da moeda a fase das mercadorias-moeda.
Com a utilização dos metais já na segunda fase da moeda, a sociedade começou 
a ver nesta mercadoria algo que a diferenciava das demais mercadorias- moeda, 
e passaram a dar a ela maior preferência por diversos motivos, dentre os quais a 
durabilidade (durava mais que alimentos, cereais, dentre outros), a homogeneidade 
(possibilidade que têm os metais de serem moldados de forma que fiquem exatamente 
iguais), a divisibilidade (é possível derreter o metal e parcelar em valores diferentes), a 
facilidade de manuseio e transporte (entende- se que é mais fácil transportar um baú 
com moedas que dez cabeças de gado, que foi uma das mercadorias-moeda mais 
utilizada) (NOGAMI; PASSOS, 2003).
Assim, a terceira fase da moeda inicia-se com a utilização de metais não nobres, 
como o cobre, o bronze e o ferro, mas logo percebeu-se que tais metais, por existirem 
em abundância, não serviriam como reserva de valor. “Em outras palavras, a existência 
em abundância desses metais, associada à descoberta de novas jazidas e ao 
aperfeiçoamento do processo industrial de fundição, fez com que tais metais perdessem 
gradativamente seu valor” (NOGAMI; PASSOS, 2003, p. 450).
A consequência disso com certeza você já sabe: a descoberta de metais chamados 
nobres, devido ao fato desuas características melhor se ajustarem às exigências para 
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que uma mercadoria seja considerada moeda, fez com que o ouro e a prata passassem 
a ser a moeda metálica por excelência, ou seja, esta é a fase da moeda metálica.
E como inicia a quarta fase da moeda? Nos clássicos filmes de faroeste norte-
americano, ou mesmo no hilariante “Piratas do Caribe”, de Jack Sparrow, podemos 
encontrar facilmente a resposta: carregar baús de moeda metálica, além de pesados, 
deixava os mercadores expostos a ladrões e piratas, que frequentemente assaltavam 
as caravanas ou os navios, gerando muita insegurança.
“Para contornar esse problema, especialmente após o século XIV, com o crescimento 
dos fluxos comerciais na Europa, iniciou-se a difusão de um instrumento monetário 
mais flexível: a moeda-papel” (NOGAMI; PASSOS, 2003, p. 451, grifo da autora).
Citadas pelos historiadores como embrião do Sistema Financeiro, surgem assim as 
Casas de Custódia, que funcionavam da seguinte forma: os mercadores depositavam 
as moedas metálicas que dispunham nas casas de custódia existentes em seu lugar 
de origem e o “custodiante” (dono da casa de custódia) emitia um certificado de 
depósito especificando o valor depositado. De posse desse papel, o mercador ia para 
seu lugar de destino e trocava esse papel por moedas depositadas naquela casa e 
somente depois comercializava seus produtos.
Esse sistema de pagamento deu tão certo que com o tempo os mercadores 
perceberam que não seria mais necessário trocar o certificado pelas moedas, efetuando 
pagamentos e aceitando recebimentos por meio do papel, daí a denominação “moeda-
papel”.
Uma característica, entretanto, é fundamental nessa fase da moeda: a moeda-papel 
era 100% lastreada em ouro, ou seja, representava que o valor contido no certificado era 
exatamente equivalente ao depositado em moedas metálicas nas casas de custódia.
Figura 01: Produção Econômica 
Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/o-neg%c3%b3cio-economia-global-troca-1676138/ 
https://pixabay.com/pt/illustrations/o-neg%c3%b3cio-economia-global-troca-1676138/
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E o que diferencia a fase da moeda-papel para a quinta fase, conhecida como a 
fase do papel-moeda ou moeda fiduciária?
Com o passar do tempo, as ‘Casas de Custódia’, que recebiam o metal e forneciam 
certificados de depósito (ou moeda-papel) totalmente lastreados, começam a perceber 
que os detentores desses certificados não faziam a reconversão ao mesmo tempo. 
Além disso, enquanto alguns faziam a troca de moeda-papel pelo metal, outros faziam 
novos depósitos em ouro e prata, o que acabava por ensejar novas emissões (NOGAMI; 
PASSOS, 2003, p. 451).
Surge, assim, o papel-moeda no formato que conhecemos hoje, já que com 
o passar dos anos as Casas de Custódia, que mais tarde foram denominadas de 
bancos, passaram a emitir os certificados de depósito sem o lastro em metal, sendo 
aceito baseado numa relação de confiança (significado da expressão ‘fidúcia’) entre 
o custodiante e os comerciantes e consumidores em geral.
Note que houve um período em que bancos privados podiam emitir papel- moeda. 
Entretanto, como você deve imaginar, naquele tempo, como hoje, havia os honestos 
e também os desonestos, que levaram o sistema à ruína e obrigaram o Estado a ser 
o emissor oficial da moeda, o que no Brasil é realizado por meio da Casa da Moeda.
Com o tempo, as moedas passaram a denominar-se moeda de curso forçado, isto 
é, aceita por força de lei e não eram mais lastreadas em metais preciosos.
Houve tentativas de restaurar o padrão ouro depois da Primeira Guerra Mundial, 
da Grande Depressão e da Segunda Guerra Mundial. O acordo de Bretton Woods 
trouxe a aceitação geral de um padrão ouro fundamentado no dólar dos Estados 
Unidos. Segundo esse acordo, as principais moedas tinham valor em dólar, sendo que 
o dólar era conversível em ouro. Esse acordo acabou em 1971, quando foi suspensa 
a conversibilidade do dólar em ouro (NOGAMI; PASSOS, 2003, p. 452).
A sexta e última fase da moeda é a conhecida como a fase da moeda bancária. 
Essa, entretanto, é complementar ao papel-moeda, pois representa uma modalidade 
diferente de manusear dinheiro. É chamada de moeda bancária ou escritural porque 
representa os depósitos à vista e a curto prazo nos bancos, sendo que a escrituração 
das contas dos correntistas é feita pelo mesmo sistema de partidas dobradas da 
contabilidade, ou seja, para todo crédito existe um débito correspondente.
13.2 FUNÇÕES, CARACTERÍSTICAS E FORMAS DA MOEDA
Vasconcellos e Garcia (2005) enumeram três funções básicas da moeda: 1. 
Instrumento ou meio de trocas: é a intermediária perfeita para efetuar as transações 
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comerciais; 2. Denominador comum monetário: serve como equivalente geral para 
todas as mercadorias, funcionando como um padrão de medida; 3. Reserva de valor: 
quando retirada de circulação a moeda pode valorizar-se, mantendo o valor de compra, 
como acontece quando fazemos uma aplicação financeira.
Já Nogami e Passos (2003) incluem ainda uma quarta função: a de padrão de 
pagamento diferido que, trocando em miúdos, significa que somente com a moeda 
é possível efetuar compras a prazo, fazer financiamentos, pois quando você adquire 
um automóvel, por exemplo, sai com o produto e somente pagará as parcelas, cujos 
valores são expressos em moeda, no futuro.
No que se refere às características da moeda, além das já elencadas acima 
(durabilidade, homogeneidade, facilidade de manuseio e transporte), Nogami e Passos 
(2003) incluem ainda a indestrutibilidade e inalterabilidade, pois custa caro emiti-la e, 
mesmo com toda tecnologia utilizada na sua fabricação, ainda existem os falsificadores. 
Por isso buscam-se novas formas de torná-la mais resistente, para que possa circular 
mais tempo e não seja passível de falsificações.
E quanto às formas de moeda? Isso com certeza você já sabe: existem as moedas 
metálicas (as de menor valor), o papel-moeda (cédulas) e a moeda bancária (depósitos 
à vista ou a curto prazo), que circulam na forma de cheques, ordens de pagamento, 
cartões de débito e de crédito.
13.3 OFERTA E DEMANDA DA MOEDA
Naturalmente, você sabe muito bem da importância que a moeda tem no nosso 
dia a dia, quer seja ela utilizada na forma de moedas metálicas, papel- moeda 
ou moeda bancária (hoje a mais utilizada devido à segurança que propicia aos 
usuários).
A não ser por alguns núcleos ou comunidades isoladas que experimentam outros 
sistemas monetários (como a utilização das chamadas “moedas sociais”), ou que 
realizam atividades de escambo (nos chamados comércios alternativos), precisamos de 
moeda para todas as transações comerciais que fazemos e por isso o lado monetário 
da economia é tão importante.
Para entender as versões clássica e keynesiana em relação ao lado monetário da 
economia, antes precisamos entender como se dá a oferta e demanda de moeda.
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13.4 A OFERTA MONETÁRIA
Você já sabe que a moeda é também uma mercadoria e, como tal, tem seu preço 
fixado pela relação entre a oferta e a demanda.
Assim, conceitua-se oferta de moeda como “o suprimento de moeda para atender 
às necessidades da coletividade” (VASCONCELLOS; GARCIA, 2005, p. 141).
Já os meios de pagamento, que é outra forma de conceituar a moeda,
[...] constituem o total de moeda à disposição do setor privado 
não bancário, de liquidez imediata, ou seja, que pode ser utilizada 
imediatamente para efetuar transações. A liquidez da moeda é a 
capacidade que ela tem de ser um ativo prontamente disponível e 
aceito para as mais diversas transações (VASCONCELLOS; GARCIA, 
2005, p. 141).
Consideramos o seguinte exemplo: Caso você tenha uma aplicação financeira 
de médio e longo prazos, como Letra de CréditoImobiliário, Certificado de Depósito 
Bancário, dentre diversas modalidades que o sistema financeiro oferece, não pode 
utilizar de imediato o saldo da aplicação para pagar suas compras, sendo necessário 
primeiramente efetuar o resgate dos valores. Por isso essas aplicações não têm a 
liquidez que o valor depositado em conta corrente tem.
Dessa forma, segundo Nogami e Passos (2003, p. 457), meios de pagamento (ou 
M1):
É o total de haveres de perfeita liquidez em poder do setor não bancário. É representado 
pelo ‘Papel-Moeda em Poder do Público’ (PMP), também chamado ‘moeda manual’ 
(papel-moeda e moedas metálicas), ou ‘moeda corrente’, mais os depósitos à vista nos 
bancos comerciais (DBC), públicos e privados, aí incluídos o Banco do Brasil (DBB) e 
a carteira comercial das Caixas Econômicas (DCE).
Entretanto, existem outros conceitos de moeda, quais sejam:
1 M2: M1 mais os Depósitos de Poupança e os Títulos Privados;
2 M3: M2 e por Quotas de Fundos de Renda Fixa mais Operações Compromissadas 
com Títulos Federais;
3 M4: M3 mais Títulos Federais (SELIC) mais Títulos Estaduais e Municipais.
Nogami e Passos (2003) explicam que é através do conceito de M4, que envolve os 
ativos monetários e não monetários, que o Banco Central procura controlar a oferta 
total de moeda na economia.
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É dever do Banco Central do Brasil, órgão executor das políticas monetária e cambial, 
providenciar a regulação da oferta de moeda, crédito, taxas de juros e câmbio levando 
em conta a demanda da coletividade, que sofre oscilações em decorrência da atividade 
econômica e o equilíbrio do balanço de pagamentos (VASCONCELLOS; GARCIA, 2005).
 
13.4.1 A Criação da Moeda
Já vimos que, além do papel-moeda, existe também a moeda bancária ou escritural. 
Entretanto, se já é sabido por todos que é função do governo emitir moeda, como 
podemos afirmar que os bancos também têm o poder de criar moeda?
Sim, isso é possível, mas não é a mesma coisa que a moeda manual (cédulas) que 
utilizamos para nossos pagamentos em espécie.
“A moeda escritural possui uma alta participação na composição do meio circulante, 
e isso pode ser explicado pela capacidade dos bancos em multiplicar os depósitos à 
vista realizados por seus correntistas. Trata-se, portanto, do mecanismo de criação 
de moeda pelos bancos” (NOGAMI; PASSOS, 2003, p. 459).
Como se dá, então, a criação de moeda escritural? Imaginemos que você seja 
um grande empresário e que efetue uma aplicação financeira em um título de renda 
fixa no valor de $ 500 milhões em um banco comercial existente na sua cidade, que 
chamaremos de “Banco A”. O seu gerente, então, irá utilizar parte deste valor (porque 
uma parte ele tem que reter como reserva ou encaixe bancário), digamos, 70%, o que 
corresponde a $ 350 milhões para emprestar a outro empresário, que tem conta no 
“Banco B”. Ocorrerá, então, a transferência bancária entre o “Banco A” e o “Banco B”. 
Já o “Banco B” poderá emprestar 70% dos $ 350 milhões a um terceiro empresário 
correntista do “Banco C” ($ 245 milhões).
No que essa movimentação bancária resulta? Ora, se somarmos o valor inicial 
depositado em papel-moeda ($ 500 milhões) aos valores emprestados pelo “Banco A” 
ao “Banco B” ($ 350 milhões) e do “Banco B” ao “Banco C” ($ 245 milhões), teremos 
uma expansão dos depósitos à vista de $ 1.095 bilhões, sendo que foram efetivamente 
emprestados $ 595 milhões em moeda escritural (que não existe no meio físico, 
apenas no seu modo bancário).
A demanda especulativa por moeda foi apresentada por Keynes e “fundamenta-se 
na relação entre os preços do mercado dos títulos de renda fixa e as taxas de juros 
ganhas pelos que detinham tais títulos” (NOGAMI; PASSOS, 2003, p. 463).
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Há, assim, uma relação inversa entre os preços dos títulos financeiros e a taxa de 
juros de mercado, ou seja, quando o preço dos títulos disponíveis no mercado está 
elevado, a taxa de juros cai e ocorre o contrário quando o preço do título cai.
Figura 02: Evolução Econômica
Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/d%c3%b3lar-dinheiro-ganhar-dinheiro-1968710/
Keynes observou que, quando os preços dos títulos estão altos e a taxa de juros 
baixa, as pessoas preferem manter seus ativos na forma de valor monetário, ficando 
no aguardo de que houvesse uma queda nos preços dos títulos. Se comprados quando 
estivessem em queda, a aquisição desses títulos ensejaria ganhos especulativos. Por 
outro lado, se os preços dos títulos estivessem baixos e as taxas de juros elevadas, 
as pessoas procuravam manter os saldos monetários reduzidos aplicando em títulos, 
na expectativa de que seus preços se elevassem no futuro. Se vendidos quando se 
encontrassem em alta, propiciariam maiores ganhos especulativos (NOGAMI; PASSOS, 
2003, p. 463).
Assim, temos que:
De = f (i), em que
De = Demanda especulativa
i = taxa de juros
Ao incluir a demanda especulativa como importante componente da demanda de 
moeda, Keynes demonstrou que a demanda da moeda não é somente associada 
para motivos de transação ou precaução, sendo que especular com a moeda pode 
ser decisivo para determinar o nível de produção da economia.
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ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=OG_pNXIKd3Q 
Com isso é comum ocorrer excedentes de produção, como se percebe facilmente 
na agricultura: se um agricultor se especializa na produção de grãos, gerará um 
excedente, que no início da civilização, como ainda não havia nenhuma moeda de 
troca, era trocado entre os demais agricultores, dando origem ao que chamamos de 
era da troca de mercadorias ou escambo, que durou muito tempo. 
ANOTE ISSO
Conforme as civilizações se formavam e cada núcleo familiar surgia, o número e a 
variedade de mercadorias produzidas aumentavam. Então, continuar utilizando esse 
sistema estava se tornando insuportável, pela dificuldade que era encontrar alguém 
que tivesse a mercadoria desejada e, ao mesmo tempo, demandasse a mercadoria 
ofertada. 
https://www.youtube.com/watch?v=OG_pNXIKd3Q
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CAPÍTULO 14
PÓLITICAS MACROECONOMICAS
Introdução
Olá Estudante, para atingir seus objetivos, o governo utiliza de instrumentos de 
política macroeconômica. Caro acadêmico, você sabe o que são instrumentos de 
política macroeconômica? Vamos explicar!
Instrumento é claro que você sabe o que significa, pois é todo e qualquer utensílio, 
podendo ser uma máquina, um aparelho, uma ferramenta utilizada para realizar 
uma tarefa, uma obra. Assim, este livro de estudos é um dos seus instrumentos de 
aprendizagem.
Política, na etimologia da palavra:
É a ciência da governança de um Estado ou Nação e também uma arte de negociação 
para compatibilizar interesses. O termo tem origem no grego politiká, uma derivação de 
polis que designa aquilo que é público. O significado de política é muito abrangente e 
está, em geral, relacionado com aquilo que diz respeito ao espaço público. Na ciência 
política, trata-se da forma de atuação de um governo em relação a determinados temas 
sociais e econômicos de interesse público: política educacional, política de segurança, 
política salarial, política habitacional, política ambiental etc. (SIGNIFICADOS, 2018, s.p., 
grifos do original).
Assim, se a política designa como se dará a atuação do governo na sociedade, que 
abrange todas as áreas de interesse público como segurança, saúde, educação, meio 
ambiente, inclusão social, seguridade social, dentre outras, a política econômica diz 
respeito à atuação do Estado na economia.
Isto quer dizer que, por ser um dos agentes econômicos, o governo tem um papel 
triplo na sociedade: ele exerce o papel de consumidor (porque compra e vende fatoresprodutivos e bens e serviços), empresário (porque oferece bens e serviços à sociedade 
e demanda fatores produtivos) e governo propriamente dito (porque tem a função de 
administrar o país, fiscalizar a atuação de todos os agentes econômicos e intervir 
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na sociedade, por meio de políticas), com a finalidade de atingir as metas de política 
macroeconômica.
Assim, a política macroeconômica é um conjunto de ações governamentais 
desenvolvidas para o alcance de diferentes finalidades, que estão intrinsecamente 
relacionadas com a situação econômica de um país e mesmo de uma respectiva 
região, conjunto de países ou de blocos econômicos.
É fácil deduzir que, interferindo na economia, o Estado influencia a sua condução 
no que diz respeito à produção, distribuição e o próprio consumo da sociedade.
Há que ressaltar, ainda, que, por ser a economia uma ciência social, as medidas 
governamentais podem alterar até a composição das classes de renda do país, 
favorecendo a ascensão das classes mais pobres a extratos maiores de renda, ou, 
como tem sido em boa parte da história do Brasil, mantendo interesses de grupos 
econômicos já abastados e fazendo com que a distribuição de renda brasileira seja 
uma das piores entre as nações.
Em cada país as políticas econômicas, mesmo que semelhantes, podem trazer 
resultados robustamente diferentes, pois, como já é do seu conhecimento, depende da 
subjetividade de cada agente econômico, do nível de organização das instituições, da 
diversidade de grupos econômicos e de seu poder em pressionar os poderes Executivo 
e Legislativo, e da própria teoria econômica que embasa os formuladores dessas 
políticas.
14. 1 TIPOS DE POLITICAS
Agora que você já sabe o que são instrumentos de política macroeconômica, 
precisamos conhecer e distinguir cada um deles, quais sejam:
• Política Monetária.
• Política Fiscal.
• Política Comercial e Cambial.
• Política de Rendas.
Vamos abordar cada uma nas páginas seguintes.
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A) POLÍTICA MONETÁRIA
A política monetária é conhecida até pelos mais leigos, pois é muito utilizada pelo 
governo por seu efeito rápido na economia. Sendo muito utilizada, é constantemente 
divulgada nas mídias sociais e telejornais.
E você, que já conhece um pouco mais desse universo econômico, sabe o que é 
e para que serve a política monetária? Bem, a expressão “monetário” vem de moeda, 
portanto na etimologia da palavra moeda, esta:
Vem do latim moneta, derivada do verbo monere (“avisar, aconselhar, lembrar”), da 
mesma família, portanto, de monumento (“o que deve ser lembrado”) e de premonição 
(“aviso prévio de que algo vai acontecer”). Moneta (“a que avisa”) era um dos nomes 
dados à deusa Juno, porque os romanos acreditavam que ela os havia advertido várias 
vezes da iminência de desastres militares e de catástrofes da natureza. No grande 
templo dedicado a Juno Moneta, que se erguia no Capitólio, foi instalada uma casa 
de cunhagem de dinheiro metálico, que logo passou a ser designado de moneta. Daí 
vieram moeda e monetário (port.), moneda (esp.), moneta (it.), monnaie (fr.) e money 
(ing.) (DICIONÁRIO ETIMOLÓGICO, 2018, s.p.).
Para Wassily Leontieff (apud NOGAMI; PASSOS, 2003, p. 445), “a moeda é a mercadoria 
(ou um ativo), que serve de equivalente geral para todas as mercadorias”.
Assim, a política monetária é um:
Conjunto de medidas adotadas pelo governo visando adequar os meios de pagamento 
disponíveis às necessidades da economia do país. Essa ação geralmente ocorre por 
meio de uma ação reguladora, exercida pelas autoridades sobre os recursos monetários 
existentes, de tal maneira que estes sejam plenamente utilizados e tenham um emprego 
tão eficiente quanto possível (SANDRONI, 1989, p. 244).
E o que são meios de pagamento?
É o total de haveres de perfeita liquidez em poder do setor não bancário. É representado 
pelo ‘Papel-Moeda em Poder do Público’ (PMP), também chamado ‘moeda manual’ 
(papel-moeda e moedas metálicas) ou ‘moeda corrente’, mais os depósitos à vista nos 
bancos comerciais (DBC), públicos e privados, aí incluídos o Banco do Brasil (DBB) e a 
carteira comercial das Caixas Econômicas (DCE) (NOGAMI; PASSOS, 2003, p. 457). 
Mas de que forma a política monetária interfere na economia e que reflexos recaem 
sobre os agentes econômicos?
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Figura 01: Trabalho Econômico
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/dinheiro-moeda-renda-investimento-4062229/
Bem, como a política monetária determina principalmente a quantidade de moeda 
disponível na economia, sua interferência sobre a renda e o consumo vai se dar de 
forma indireta, ou seja: irá atuar sobre o nível de preços e a taxa de juros, o que 
irá influenciar no poder de compra dos agentes econômicos, nas expectativas dos 
agentes com relação à inflação (nível geral de preços), que poderão ser estimulados ou 
desestimulados a tomar decisões de investimentos, o que vai influenciar no mercado 
real (de bens e serviços e de fatores produtivos).
Não podemos nos esquecer de que quando nos referimos à política monetária estamos 
tratando do lado monetário da economia, que é composto pelo mercado financeiro 
(monetário e de títulos), que tem como variáveis determinadas a taxa de juros e o estoque 
de moeda e o mercado de divisas, que tem como variável determinada a taxa de câmbio.
Para analistas, existem dois tipos de política monetária: a ativa e a passiva. Na primeira, o 
objetivo do governo é controlar a oferta de moeda e, neste caso, a taxa de juros oscila para 
determinar o equilíbrio entre oferta e demanda de moeda. No segundo caso, o objetivo do 
governo é determinar a taxa de juros e, neste caso, o governo, tanto via taxa de redesconto 
como pela remuneração dos títulos públicos, tenta determinar a taxa de juros de mercado, 
deixando a oferta de moeda variar livremente para manter esta taxa de juros, ou seja, a 
oferta de moeda fica endogenamente determinada (CASTOLDI, 2006, p. 90).
A política monetária se utiliza, assim, de diferentes ferramentas (ou instrumentos), 
quais sejam:
• controle direto da quantidade de dinheiro em circulação;
• operações no mercado aberto;
• fixação da taxa de reserva;
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• fixação da taxa de redesconto;
• controles seletivos de crédito.
Vamos analisar a seguir cada uma dessas ferramentas.
 
14.1 CONTROLE DIRETO DA QUANTIDADE DE DINHEIRO EM CIRCULAÇÃO
Esta ferramenta é a de mais fácil entendimento, pois se refere à atuação direta do 
governo sobre a moeda, já que é uma das suas atribuições a sua emissão.
A emissão de moeda também pode ser efetuada para fornecimento de empréstimos 
de liquidez às instituições bancárias e à realização de operações de compra e venda 
de moeda estrangeira.
14.3 OPERAÇÕES NO MERCADO ABERTO
Também conhecidas pela nomenclatura de open market, as operações de mercado 
aberto constituem um instrumento de política monetária ágil e de reflexos muito 
rápidos sobre a economia.
Consiste na compra e venda de títulos públicos por parte do Banco Central com a 
finalidade de controlar a liquidez da moeda. Este instrumento de política monetária 
é muito utilizado pela sua eficácia, já que permite ao governo regular no dia a dia a 
oferta monetária e a taxa de juros.
Genericamente, o open market é operado por intermédio da compra e venda de 
títulos da dívida ativa pública, como as letras e as obrigações do Tesouro Nacional.
Como demonstrado no esquema, quando as autoridades monetárias querem contrair 
os meios de pagamento, ou seja, diminuir a quantidade de moeda em circulação, eles 
vendem títulos públicos. Assim, o comprador fica com o título e entrega moeda ao governo, 
que recolhe o dinheiro no cofre do Banco Central, diminuindoa oferta monetária.
O contrário acontece quando o governo quer expandir a quantidade de dinheiro em 
circulação, quando efetua a compra de títulos públicos. Assim, o vendedor retoma o 
dinheiro e entrega o título à autoridade monetária, com o consequente aumento da 
oferta monetária.
Os principais títulos utilizados nas operações de mercado aberto no Brasil são as 
Notas do Tesouro Nacional (NTN), as Letras do Tesouro Nacional (LTN) e os Títulos 
do Banco Central (TBC).
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14.4 FIXAÇÃO DA TAXA DE RESERVA
Este mecanismo permite ao governo atuar diretamente sobre os bancos, que são 
fiscalizados e normatizados pelo Sistema Financeiro Nacional.
No que consiste este instrumento? As reservas bancárias, também conhecidas 
como depósitos compulsórios, consistem num percentual sobre os depósitos à vista 
que os bancos têm que manter no Banco Central.
Como já tivemos a oportunidade de estudar quando tratamos da criação da moeda 
escritural pelos bancos, uma parte dos depósitos à vista pode ser emprestada e outra 
deve ser retida. 
Deduzindo o esquema apresentado, temos que quando as autoridades monetárias 
querem diminuir a oferta monetária, estas determinam que os bancos aumentem suas 
taxas de reserva, e o contrário ocorre quando o objetivo é aumentar a oferta de moeda.
14.5 FIXAÇÃO DA TAXA DE REDESCONTO
“O redesconto é um empréstimo que os bancos comerciais recebem do Banco 
Central para cobrir eventuais problemas de liquidez. A taxa de juros cobrada sobre 
esses empréstimos é chamada Taxa de Redesconto” (NOGAMI; PASSOS, 2003, p. 479).
Mesmo não trabalhando em uma instituição bancária é fácil imaginarmos que 
estas têm que manter uma boa reserva de moeda para suas operações diárias, que 
são chamadas de reservas voluntárias. Ocorre que mesmo assim, há situações em 
que não há disponibilidade suficiente de crédito em determinados períodos com maior 
movimento de transações bancárias.
Figura 02: Taxas Econômicas
Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/euro-parecer-moeda-bola-bala-447214/
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Não encontrando outros bancos na praça que possam efetuar empréstimo, os 
bancos têm que recorrer ao Banco Central. É assim que acontecem as operações de 
redesconto, sendo que aqui o esquema funciona da seguinte forma:
Para que você possa entender esse mecanismo, que geralmente é utilizado em 
conjunto com a política comercial e industrial do país, vamos citar o exemplo do Banco 
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A missão do BNDES é “promover o desenvolvimento sustentável e competitivo da 
economia brasileira, com geração de emprego e redução das desigualdades sociais 
e regionais” (BNDES, 2011, s.p.). Veja que estão embutidos na missão do BNDES dois 
dos principais objetivos de política macroeconômica e, por isso, não é à toa que é 
chamado de “Banco do Desenvolvimento”.
Assim, a cada ano o BNDES estipula suas metas, como será sua política de crédito 
aos setores econômicos, podendo beneficiar determinados setores que precisam de 
maiores incentivos financeiros para se tornarem competitivos no comércio mundial 
(como ocorreu, por exemplo, com o setor de informática), com o oferecimento de 
crédito a taxas de juros menores, o que ele faz por meio dos diversos programas que 
oferece.
Também os bancos comerciais públicos (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal), 
que atuam como executores da política monetária, oferecem créditos com juros 
subsidiados, como o Crédito Rural, Programa Nacional da Agricultura Familiar (PRONAF), 
dentre outros. Nesses casos, o governo pode controlar o volume e a destinação do 
crédito, determinando prazos, limites e condições dos empréstimos. Outra forma de 
controle se refere a aumentos ou reduções das taxas de juros da economia.
Você deve se lembrar de que o Conselho de Política Monetária (COPOM) é o órgão 
responsável pela fixação da taxa de juros básica da economia, a famosa SELIC. Esta 
se constitui em outra forma de intervenção direta, cujo mecanismo pode ser explicado 
da seguinte maneira:
14.5 POLÍTICA FISCAL
Quando nos referimos à política fiscal, temos que estar cientes de que existem dois 
aspectos a serem considerados: a arrecadação e os gastos.
A arrecadação, facilmente compreendida, consiste na cobrança de tributos, que se 
dividem em impostos, taxas e contribuições, e é chamada de política tributária.
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Os gastos, por sua vez, determinam a forma pela qual o governo utiliza os recursos 
públicos, e essa atuação é chamada de política de gastos.
A política fiscal é fortemente utilizada pelos países, já que a participação do Estado 
na economia tem sido bastante significativa na maioria das nações, sendo que tal 
política afeta não só as relações internas, mas também o comércio internacional. 
Fortemente criticada por diversos segmentos da economia brasileira, a nossa carga 
tributária, que nada mais é do que a proporção do PIB que é destinada aos tributos, 
é considerada uma das mais elevadas do mundo.
Não podemos nos esquecer de que a principal discussão a se fazer quando se 
trata de carga tributária não é a respeito do seu percentual em relação ao PIB, mas 
do retorno que o Estado faz dessa arrecadação em serviços ao cidadão.
Países desenvolvidos como Dinamarca, França, Suécia, dentre outros, tiveram uma 
carga tributária bem superior ao Brasil no ano de 2013, como se vê no gráfico da 
Figura 5. Entretanto, os serviços prestados à população por estes países (educação, 
saúde, segurança pública, moradia, transporte, acessibilidade, dentre outros) são em 
maior volume e qualidade que os verificados no Brasil, o que faz com que a satisfação 
dos cidadãos com a administração pública seja maior lá do que a verificada por aqui.
Como é sabido por todos, o governo (compreendido nas esferas federal, estadual 
e municipal) efetua despesas na economia na forma de pagamento do funcionalismo 
público, na manutenção e construção de escolas, hospitais, rodovias, penitenciárias 
etc. A partir do momento em que os gastos governamentais aumentam, entendemos 
que o governo está efetuando uma política fiscal expansionista. Quando ocorre o 
contrário, estaremos diante de uma política fiscal contracionista.
O que isso significa, na prática? Bem, “a política tributária, além de influir sobre o nível 
de tributação, é utilizada, por meio da manipulação da estrutura e alíquotas de impostos, 
para estimular (ou inibir) os gastos de consumo do setor privado” (VASCONCELLOS; 
GARCIA, 2005, p. 91).
Ao adotar uma política fiscal expansionista, além de aumentar os gastos, o governo 
pode diminuir alíquotas de impostos, estimular as exportações por meio de incentivos 
fiscais, taxar ou impor barreiras ao produto importado, incentivando a produção nacional 
para atender à demanda interna. Por exemplo, em 2008, quando estourou a bolha 
imobiliária americana, que resultou na chamada “Crise Financeira Mundial”, o governo 
brasileiro lançou mão de uma política tributária expansionista chamada de renúncia 
fiscal, ao isentar, dentre outros, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos 
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automóveis, o que fez aumentar a renda pessoal disponível e, consequentemente, o 
consumo.
Já para conter a inflação ou quando houver um aumento da demanda agregada 
superior à capacidade produtiva do país, o governo pode lançar mão do aumento das 
alíquotas dos impostos, para inibir (ou diminuir) o consumo, já que esse aumento 
repercute sobre a renda disponível, o que representa uma política tributária contracionista.
Ao adotar uma política tributária contracionista (ou restritiva), o governo pode 
diminuir gastos públicos (o que pode pressionar a renda, reduzindo o consumo),elevar 
a carga tributária sobre os bens de consumo, desencorajando os gastos, reduzir ou 
eliminar tarifas e barreiras para o produto importado.
As administrações estaduais e municipais também utilizam a política fiscal como 
forma de atrair investimentos, aumentar o nível de emprego, desenvolver a economia. 
Um dos grandes problemas que ocorre em relação à política fiscal entre estados e 
municípios é a chamada guerra fiscal, já que os mesmos impostos (como o ICMS e 
o IPVA de competência estadual e o IPTU e o ISS de competência municipal) podem 
ter alíquotas diferentes entre estes.
ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=ZbIyuOxM3yA 
Lançando mão desse tipo de recurso sem haver um crescimento proporcional do 
PIB, haverá uma expansão monetária, fazendo com que haja uma oferta excessiva 
de moeda em relação à demanda, o que levará a uma queda em seu preço, levando 
a um aumento no nível de preços dos produtos. 
ANOTE ISSO
Mas quando e para que o governo emite moeda? Já houve casos no Brasil em 
que a emissão de moeda foi muito utilizada para financiamento da dívida pública, 
o que contribuiu sobremaneira para o aumento da inflação. Por isso a emissão de 
moeda deve ser efetuada somente quando ocorre uma expansão da economia 
(crescimento do PIB e da renda), que fará aumentar as transações entre os agentes 
econômicos e a renda, o que, consequentemente, irá aumentar a demanda de 
moeda.
https://www.youtube.com/watch?v=ZbIyuOxM3yA
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AULA 15
POLÍTICAS OU ECONOMIAS 
Introdução
Olá Estudante, para exercer sua política tributária e de gastos, o governo se baseia, 
em nível teórico, nas funções a ele atribuídas, quais sejam:
• A função alocativa;
• a função distributiva;
• a função estabilizadora.
A função estabilizadora “corresponde ao manejo da política econômica para tentar 
garantir o máximo de emprego, crescimento econômico, com estabilidade de preços” 
(GREMAUD, 2005, p. 195, grifo do original).
Como já vimos nas unidades anteriores, a intervenção do Estado na economia se 
fortaleceu fortemente depois da Grande Depressão de 1930, atuando no sentido de 
elevar a demanda efetiva, o nível de emprego, de renda e de consumo.
15.1 CONTROLE DAS POLÍTICAS 
Também chamada de anticíclica, a função estabilizadora pode ser utilizada para 
intervir tanto em casos de recessão econômica, quanto em situações de crescimento 
acelerado, evitando que tal crescimento saia do controle e estimule um forte processo 
inflacionário.
“Quanto à função alocativa, tem-se a ação do governo complementando a ação do 
mercado no que diz respeito à alocação de recursos na economia” (GREMAUD, 2005, 
p. 195, grifo do original). O que isso significa?
Como todos nós sabemos, o capitalismo tem o lucro como figura central. Isso 
nos faz imaginar, então, que um empresário só irá empreender se a atividade for 
lucrativa. Existem, assim, bens e serviços que precisam ser ofertados à coletividade, 
mas que, por não gerarem lucro, não são de interesse da iniciativa privada, bem como 
demais “falhas de mercado” que precisam ser atendidas pelo setor público, como as 
externalidades e economias de escala, além dos chamados bens públicos.
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“As externalidades (ou economias externas) correspondem ao fato de que a ação 
de determinados agentes pode ter impactos sobre o resultado almejado por outros 
agentes” (GREMAUD, 2005, p. 195, grifo do original). Complicado de entender? Vamos 
descomplicar.
Quando você circula com seu automóvel por uma rodovia e se depara com inúmeros 
buracos, se pergunta: Quem é o responsável por isso?
“As economias de escala são definidas como a situação em que o aumento da 
produção de determinado bem, por uma única empresa, leva à redução do custo 
médio por produto, ocasionando no limite o aparecimento dos ‘monopólios naturais’” 
(GREMAUD, 2005, p. 195, grifo do original).
Pela citação anterior, você já deve ter deduzido que se trata dos casos em que uma 
única empresa domina a oferta de determinado produto por características próprias 
da atividade, como os custos para a implantação da empresa serem excessivamente 
altos (como o caso da Petrobras, Vale do Rio Doce), por serem estas destinadas à 
operação em áreas públicas (como as hidrelétricas), serem consideradas de interesse 
público (como a segurança pública, telecomunicações) etc.
Normalmente as nações estabelecem formas diferenciadas de fiscalização desses 
monopólios, como é o caso no Brasil das Agências Reguladoras, como a Agência 
Nacional do Petróleo (ANP), Agência Nacional das Águas (ANA), dentre outras.
Também estão associadas aos monopólios naturais ou a empresas estatais as 
atividades que, embora sejam importantes ao país, apresentem risco elevado, como 
o setor de energia nuclear, pesquisas de novos medicamentos, novos produtos e 
processos. Naturalmente que o setor privado tem mais restrições a investir nestes 
segmentos, restando essa responsabilidade ao setor público, especialmente ligado 
às universidades públicas.
“Os bens públicos são caracterizados pelo fato de seu consumo ser não excludente e 
não rival, isto é, o consumo de uma pessoa não impede o consumo de outra” (GREMAUD, 
2005, p. 196, grifo do original).
Existem atividades que não são lucrativas, ou que são de atribuição própria do 
Estado, como o caso da segurança pública, das forças armadas, da iluminação 
pública, educação, saúde, que devem ser disponibilizadas para todos os cidadãos, 
independentemente de sexo, idade, condição financeira.
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Finalmente, temos a função distributiva, que “corresponde à função do governo 
em arrecadar impostos (reduzir a renda) de determinadas classes sociais ou regiões, 
para transferi-los a outras” (GREMAUD, 2005, p. 196, grifo do original).
Você estudou na Unidade 2 que um dos princípios da Constituição Federal de 1988 é 
reduzir as desigualdades sociais e regionais. Somos um país de dimensões continentais, 
que passou por um processo de colonização a partir do seu descobrimento em 1500, 
já de forma concentradora de renda e de riquezas em determinados estados.
A Proclamação da República, em 1889, não alterou muito o cenário, com a presença 
de poucas atividades industriais no país, que até então era dependente da exportação 
de matérias-primas e vivia os chamados “ciclos econômicos” do ouro, da borracha, 
da cana-de-açúcar e, por derradeiro, o ciclo do café.
A Grande Depressão de 1930 fez com que o Brasil fosse obrigado a alterar a 
sua matriz econômica, totalmente dependente das exportações do café, passando 
então a um processo de industrialização por substituição de importações, mais uma 
vez caracterizado pela falta de planejamento e por priorizar determinadas regiões, 
principalmente Sudeste e Sul do país.
Um exemplo do que significou o processo de industrialização no Brasil relaciona-se 
a aspectos demográficos. No início do século XX, cerca de 80% da população brasileira 
vivia no campo e somente 20% na cidade. No final do século esta realidade se inverteu 
totalmente, já que hoje as estatísticas demográficas dão conta de que mais de 80% 
da população vive nas cidades.
A concentração populacional nos grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio 
de Janeiro (as chamadas metrópoles), resultou na favelização, reunindo principalmente 
famílias (ou parte delas) provenientes de regiões mais pobres do Norte e Nordeste, que 
vinham para o Sudeste atraídos pela promessa de empregos, os quais não existiam 
para todos.
Figura 01: Concentração Econômica
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/neg%c3%b3cios-finan%c3%a7as-economia-dinheiro-1908846/
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As famílias que permaneceram no campo convivem ainda hoje coma falta de água 
e demais políticas públicas que possam favorecê-los. Por isso existem políticas fiscais 
destinadas especialmente às regiões mais pobres do país, como Norte e Nordeste.
No que se refere às desigualdades sociais, como já exposto, somos um país de 
contrastes, já que há um pequeno número de famílias que fica com mais da metade 
da riqueza, enquanto a maioria da população sofre com a pobreza. Por isso que o 
princípio de diminuição das desigualdades regionais e sociais ainda é um desafio que 
requer do Estado o pleno exercício da sua função distributiva na economia.
É importante ainda destacar que o Estado pode utilizar-se ao mesmo tempo das 
três funções na economia. Vamos exemplificar: na transposição do Rio São Francisco, 
o Estado se valeu de sua função estabilizadora, já que a obra é realizada por meio do 
aumento de gastos públicos (política fiscal expansionista), da função distributiva, pois 
está destinando recursos a uma região específica do país, e da função alocativa, pois 
com a obra está oferecendo aos cidadãos um bem público, que é a própria transposição.
 
15. 2 POLÍTICA TRIBUTÁRIA E DE GASTOS
Como já salientado anteriormente, a arrecadação pública é efetuada por meio dos 
tributos, que são os impostos, taxas e contribuições, sendo que os primeiros são os 
de maior valor.
Lembramos, ainda, que os impostos se dividem em diretos (incidem sobre a renda 
e o patrimônio) e indiretos (incidem sobre o consumo e as vendas).
No Brasil, a arrecadação de impostos é ainda mais injusta com a população mais 
pobre, já que o peso dos impostos indiretos na arrecadação representa quase a metade 
de todos os impostos. 
“Um sistema é regressivo quando a participação dos impostos na renda dos agentes 
diminui conforme a renda aumenta (paga mais quem ganha menos)” (GREMAUD, 
2005, p. 199). Conforme exemplificamos, o Brasil não possui um sistema tributário 
com características progressivas, já que este tem recaído mais (relativamente) sobre 
as faixas de renda menores, tendendo a ser mais regressivo.
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Figura 02: Evolução dos Impostos
Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/gr%c3%a1fico-anal%c3%adtico-cubos-barras-1545734/
Um sistema tributário “é neutro quando a participação dos impostos na renda dos 
indivíduos é a mesma, independentemente do nível de renda” (GREMAUD, 2005, p. 199).
Uma das principais atribuições da política fiscal é proporcionar à sociedade a 
possibilidade de se desenvolver e obter eficiência econômica, de tal forma que possa 
ser competitiva em nível internacional, já que as exportações são uma forma importante 
de crescimento econômico.
 Desta forma, distorções nos preços relativos dos bens e serviços devem ser evitadas, 
bem como desincentivos ao investimento e perda de competitividade dos produtos 
nacionais. Por exemplo, se o governo taxar com altas alíquotas matérias- primas ou 
insumos importantes para o setor produtivo, como o petróleo e seus derivados e 
energia elétrica, poderá ocasionar uma distorção nos preços relativos dos produtos, 
encarecendo-os, o que pode inclusive acarretar no aumento do nível de preços e na 
perda de competitividade com os produtos do exterior.
“Por outro lado, quando se fala em desenvolvimento, o sistema tributário deve ser 
flexível, para facilitar o cumprimento de metas socialmente desejáveis” (GREMAUD, 
2005, p. 199).
O que é uma meta socialmente desejável? Existem produtos essenciais e produtos 
supérfluos, não é mesmo? Produtos essenciais são aqueles imprescindíveis à sociedade, 
e podemos citar a cesta básica cujos produtos têm uma alíquota tributária menor em 
relação a produtos menos importantes ou até nocivos ao ser humano, como o cigarro.
Veja a seguir alguns exemplos da taxação de produtos considerados supérfluos 
ou menos essenciais:
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TRIBUTAÇÃO ALÍQUOTA (%)
1 Cachaça 81,87
2 Casaco de pele 81,86
3 Vodca 81,52
4 Cigarro 80,42
5 Perfume importado 78,99
6 Caipirinha 76,66
7 Videogame 72,18
8 Revólver 71,58
9 Perfume nacional 69,13
10 Motos acima de 250 cc 64,64
QUADRO 1 – OS DEZ PRODUTOS MAIS TRIBUTADOS NO BRASIL
FONTE: <https://epocanegocios.globo.com/Dinheiro/noticia/2017/04/os-10-produtos-com- mais-imposto-no-brasil.html>. 
Desta forma, o governo aumenta a alíquota de produtos considerados supérfluos 
ou nocivos para desestimular o consumo e pode diminuir ou até isentar produtos 
considerados essenciais.
Tecnicamente, pode ser definido de várias formas: a) benefícios a pessoas ou a 
empresas pagos pelo governo, sem contrapartida em produtos ou serviços; b) despesas 
correspondentes à transferência de recursos de uma esfera de governo em favor 
de outra; c) despesas de governo visando à cobertura de prejuízos das empresas 
(públicas ou privadas) ou ainda para o financiamento de investimentos; d) benefícios 
a consumidores, na forma de preços inferiores que, na ausência de tal mecanismo, 
seriam fixados pelo mercado; e) benefícios a produtores e vendedores mediante preços 
mais elevados, como acontece com a tarifa aduaneira protecionista; e f) concessões 
de benefícios pela via do orçamento público ou outros canais.
Como você pôde observar pela definição de Sandroni (1989), existe uma infinidade 
de formas diferentes de concessão de subsídios que são importantes para o 
desenvolvimento econômico, desde que não impliquem no aumento do endividamento 
público. Exemplos? Temos o Programa de Financiamento Estudantil (FIES) como 
uma forma importante de ingresso e permanência de alunos nas universidades, o 
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), que favorece 
os pequenos agricultores, dentre tantos outros.
Infelizmente, a concessão de subsídios também passa por uma interpretação 
ideológica do agente público, que pode optar por beneficiar setores ou grupos 
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economicamente já privilegiados e deixar de atender a setores mais marginalizados 
pelo sistema econômico.
Uma das características da estrutura tributária brasileira que você já deve ter 
discutido é o grande número de impostos, que na linguagem “economês” compõe o que 
se chama de “custo Brasil” e dificulta a abertura de empresas, além da burocracia que 
está associada a esta estrutura, pois inúmeras portarias e decretos são frequentemente 
editados, o que faz com que as empresas tenham que contar com um verdadeiro 
aparato contábil e jurídico para decifrar e implantar as constantes modificações 
efetuadas no sistema tributário. Por isso a sociedade clama por uma reforma tributária 
que atenda aos interesses nacionais, reduza o número de impostos e torne nossos 
produtos mais competitivos.
Essa concentração dos tributos na esfera federal também é alvo de muitas críticas, 
pois a forma como está repartido o bolo tributário obriga municípios e estados a praticar 
o que denominamos de política do “pires na mão”, ou seja, frequentemente ouvimos 
nos noticiários e lemos nas mídias sociais sobre a ida de representantes de estados 
e municípios a Brasília para reivindicar mais recursos para si, o que representa uma 
forte relação de subserviência com o Governo Federal.
No primeiro caso, a tão discutida reforma da Previdência está no centro dos debates 
no Congresso Nacional e no Poder Executivo há anos, pois com a melhora significativa 
da expectativa de vida no Brasil (que implica no aumento do tempo de prestação do 
benefício previdenciário por aposentado) e a diminuição da taxa de natalidade (hoje 
caminha para menos de 1% ao ano) é preciso pensar numa alternativa viável para 
que as futuras gerações possam contar com a aposentadoria pública.
Há ainda que se ressaltar que nessa discussão não se pode deixar de tratar das 
injustiças que ocorrem em relação aos beneficiários da Previdência,principalmente 
relacionadas à aposentadoria dos servidores públicos, em especial de juízes, 
governadores, deputados e senadores, que embolsam grande fatia do bolo previdenciário.
Já no tocante à dívida da União, aquela famosa frase conhecida por todos de que é 
preciso gastar somente o que se recebe –, é preciso ser levada com seriedade pelos 
gestores públicos, para que tenhamos uma futura redução desses valores que permita 
ao país utilizar o recurso público de forma mais eficiente.
“O total de impostos arrecadados no país corresponde à chamada carga tributária 
bruta. A diferença entre a carga tributária bruta e as transferências governamentais 
(juros sobre a dívida pública, subsídios e gastos com assistência e previdência social) 
é a carga tributária líquida do governo” (GREMAUD, 2005, p. 210).
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É com base na carga tributária líquida que o governo pode financiar seus gastos 
correntes, que nada mais é do que o consumo do governo (custeio da máquina pública). 
Ao extrairmos da carga tributária líquida o consumo do governo, teremos a poupança 
do governo em conta corrente.
Assim:
Poupança do governo em conta corrente = Carga tributária líquida – consumo do 
governo
Como se observa, há significativas alterações na balança comercial brasileira, 
muito em função da produção agropecuária, já que grande parte das exportações 
provém desse setor. Ou seja, quando a produção agropecuária é boa, aumenta o saldo 
da balança comercial. Mas os produtos com maior valor agregado também sofrem 
impactos pela situação econômica interna e externa, ocorrendo períodos em que 
aumentam as exportações desses produtos e outros em que a exportação declina. Isso 
porque cada país irá adotar uma certa política comercial conforme a sua conjuntura 
interna, alternando períodos de maior abertura com períodos mais protecionistas.
Além das medidas protecionistas, a intervenção governamental no comércio mundial 
também pode se dar na forma de restrições ao livre comércio, por meio de barreiras 
tarifárias e não tarifárias.
O governo pode aplicar uma barreira tarifária, isto é, um imposto que, adicionado 
ao preço internacional do produto, poderá fazer com que o preço da mercadoria 
produzida internamente se torne competitivo; dessa forma, o governo protege os 
produtos nacionais a fim de que não sofram a concorrência de produtos importados 
mais baratos (NOGAMI; PASSOS, 2003, p. 519).
Barreiras tarifárias são impostas a diversos produtos brasileiros. Dentre elas, uma 
das mais conhecidas são as aplicadas por países como Estados Unidos e União 
Europeia, Japão e China ao suco de laranja, com a imposição de altas tarifas de 
importação para esse produto.
Nesse caso, assim como no caso da barreira tarifária, o governo visa dar maior 
competitividade ao produto nacional. A diferença básica é que não se aplica um imposto, 
mas sim obstáculos quantitativos ou burocráticos que oneram ou inviabilizam as 
importações. Como restrições burocráticas podemos citar os certificados de origem 
e vistos consulares. Como restrições quantitativas temos a fixação de cotas (volume 
máximo a ser importado) (NOGAMI; PASSOS, 2003, p. 519).
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Os certificados de origem, na maioria das situações, exigem que o país exportador 
atenda a uma série de exigências, como no caso dos alimentos, de ordem sanitária 
e fitossanitária (embalagens, temperatura, bem-estar animal etc.).
O Brasil, por ser grande produtor do chamado agronegócio, é constantemente 
bombardeado com barreiras não tarifárias, sendo comuns casos aplicados ao frango 
e aos suínos.
Finalmente, a intervenção do governo no comércio exterior também pode se dar na 
forma de incentivos, que podem ser fiscais ou creditícios, fazendo com que o produto 
nacional se torne competitivo internacionalmente.
Os incentivos fiscais podem se dar na forma da redução ou isenção de impostos 
ao produto exportado e os creditícios na forma de financiamentos para a produção 
com juros subsidiados (NOGAMI; PASSOS, 2003).
A taxa de câmbio, por sua vez, é determinada pela relação entre a demanda e a 
oferta de moeda estrangeira. O órgão responsável pela taxa de câmbio é o Banco 
Central, que pode utilizar dois regimes cambiais: torná-la fixa ou permitir que ela flutue 
ao sabor do mercado. As duas formas de administração da taxa de câmbio já foram 
utilizadas no Brasil.
Num período mais recente, foi o Plano Real que tornou a taxa de câmbio fixa ao 
estabelecer, em julho de 1994, que R$ 1,00 equivaleria a US$ 1,00. Por meio dessa 
medida, também chamada de âncora cambial, o governo utilizou a política cambial 
para ajudar no combate à inflação. Cada vez que os preços nacionais de alguns 
produtos ameaçavam subir, o governo liberava a importação do produto que, por ter 
uma taxa cambial fixa, tinha o mesmo valor do produto nacional, desestimulando o 
aumento dos preços.
É claro que essa política de câmbio fixa, em que pese ter ajudado efetivamente 
no combate à inflação, trouxe sérias consequências para a economia brasileira, já 
que contribuiu para aumentar o endividamento do país, pois para manter o câmbio 
fixo o Banco Central tinha que comprar ou vender dólar diretamente ao mercado, 
comprometendo as contas públicas. De acordo com Gremaud (2005, p. 283):
No regime de câmbio fixo, as oscilações nas demandas e ofertas de divisas 
não repercutem sobre a taxa de câmbio, mas apenas sobre o volume de reservas 
internacionais do país e sobre a oferta de moeda primária nesse país, pois a oferta de 
moeda dentro do país aumenta quando o governo compra divisas e diminui quando 
há venda de divisas. Isso porque, quando o governo adquire as divisas, as troca por 
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moeda nacional, colocando tal moeda em circulação; e quando as vende, recebe em 
troca moda nacional, que, assim, é retirada de circulação.
Para os exportadores foi um período difícil, pois os produtos a serem exportados 
rendiam o mesmo valor em dólar e assim isso desestimulava as exportações. Já os 
importadores foram beneficiados, pois conseguiam importar produtos com o mesmo 
valor em dólar, o que propiciou a modernização de setores econômicos que tiveram 
condições de adquirir principalmente bens de capital, como máquinas e equipamentos.
No regime de taxas de câmbio flutuantes o valor do câmbio é determinado pela 
relação entre a oferta e demanda de divisas, sendo que o governo não interfere 
diretamente, apenas indiretamente como um dos agentes econômicos.
Assim, quando a demanda de divisas for maior do que a oferta, dizemos que a 
moeda nacional se desvaloriza em relação à estrangeira, ficando a cotação mais 
distante (por exemplo, US$ 1,00 equivale a R$ 3,00), e quando a oferta de divisas 
for maior do que a demanda, a moeda nacional se valoriza em relação à estrangeira 
(US$ 1,00 = R$ 1,20).
O sistema de taxas de câmbio flutuantes provoca grandes desconfortos ao comércio 
mundial, pois, com a alta volatilidade de taxas, pode levar a constantes alterações nos 
preços relativos. Com isso, cria-se um cenário desfavorável à formação de expectativas 
e, consequentemente, à tomada de decisões dos agentes econômicos (GREMAUD, 
2005, p. 285).
Está difícil de entender? Vamos descomplicar.
Imaginemos que você fez uma reserva financeira para uma viagem à Europa por 
uma semana e ao se aproximar o dia de efetuar a troca de reais por dólar ou euro você 
observa que a moeda nacional está se desvalorizando, ou seja, precisa de mais reais 
para adquirir a divisa que irá utilizar. Você pode ficar em dúvida se deve adquirir logo a 
moeda, temendo por uma desvalorização ainda maior da moeda nacional, ou esperar 
que a moeda nacional se valorize, quando seu poder de compra de divisas aumente.
Assim também acontece com os demais agentes econômicos. Derivados dos dois 
principais regimes cambiais citados no parágrafoanterior, temos ainda dois outros, 
o sistema de flutuação suja e o sistema de bandas.
A partir de meados da década de 70, o sistema de flutuação suja foi utilizado e 
consistia em intervenções pontuais do governo em períodos em que a taxa, que era 
flutuante, apresentava riscos à economia interna. Nessas situações o governo intervinha 
estabilizando ou direcionando a taxa para o patamar desejável (GREMAUD, 2005).
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Recentemente o regime de bandas cambiais tem sido utilizado e consiste na fixação 
de um teto e uma base para a taxa, limites nos quais a taxa é fixa, sendo que no 
intervalo entre as duas “bandas” o regime é flutuante. Entretanto, assim como ocorre 
em relação ao regime de câmbio fixo, o regime de bandas cambiais também tem o 
inconveniente de se ter que trabalhar com uma taxa desejável. Como o comércio 
internacional atinge interesses antagônicos, já que para alguns o ideal é uma taxa 
valorizada e para outros uma taxa desvalorizada, fixar essa taxa desejável é um desafio 
para os governantes.
ISTO ESTÁ NA REDE
Link: https://www.youtube.com/watch?v=7xCcDNCHxjw 
Há também exemplos de externalidades positivas. Quando uma empresa instala 
uma unidade num bairro de uma cidade e efetua uma série de melhorias, como 
asfaltamento das ruas, temos uma externalidade positiva. Ou ainda, quando um 
município destina determinada área pública para a criação de um distrito industrial, 
oferecendo infraestrutura na forma de rodovias, energia elétrica e sistema de 
comunicações, favorece o desenvolvimento da cidade, possibilita a inovação e a 
criação de novas tecnologias, além de elevar o nível de emprego.
ANOTE ISSO
Partindo do pressuposto de que a rodovia tenha sido construída dentro dos 
parâmetros recomendados, uma possível resposta a essa pergunta reside no fato 
de muitos caminhões transitarem com peso superior ao permitido, causando danos 
à rodovia. Ou seja, todos nós sofremos as consequências pela atuação negativa 
ou de má-fé de uma parcela da população que transita na rodovia. Muitos outros 
exemplos estão associados a este, como os custos derivados da poluição, que são 
suportados por todos, a destruição da camada de ozônio, dentre outros. Estes são 
exemplos de externalidades negativas.
https://www.youtube.com/watch?v=7xCcDNCHxjw
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CONCLUSÃO
Aprendemos no decorrer da disciplina que a macroeconomia estuda o relacionamento 
entre os agentes de um determinado sistema econômico. Observando que nesse sistema 
ocorrem diversas atividades que produzem consumo, acumulação e fornecimento de 
bens, percebemos que podemos medir o nível de transações ou, até mesmo, valorizar 
essas transações segregando essas atividades em grupos. Esses grupos são chamados 
de agregados econômicos. Eles têm a função de acumular as transações, agrupando-
as em grupos de análise.
Uma vez mapeadas essas movimentações, observa-se a criação de tendências 
econômicas. Essas tendências estão, para a macroeconomia, divididas em campos de 
estudos, que dão origem à estrutura macroeconômica. Esses mercados trazem uma 
ideia de ambiente econômico: são os campos onde ocorrem aquelas movimentações, 
ou seja, onde os produtos são ofertados e demandados.
Em resumo, devemos analisar os mercados como ambientes limitados onde 
acontecem as movimentações de consumo e venda. Essas movimentações estão 
condicionadas a diversas variáveis, promovidas pelos consumidores e vendedores, 
gerando naturalmente uma dinâmica volátil na qual se deve considerar a evolução natural 
para o equilíbrio. Por outro lado, diversas variáveis, como o número de participantes, 
o nível de renda, o número de participantes aptos ao trabalho, a oferta de trabalho, 
e, ainda, as movimentações extra divisas com outros mercados, além das barreiras 
à entrada de novos participantes, são responsáveis por um tipo de movimentação 
diferente no mercado em análise. 
Em suma, verificamos que o estudo da macroeconomia, com foco no relacionamento 
entre os agentes de um determinado sistema econômico, analisa as movimentações 
dos agentes fornecedores e consumidores em um determinado cenário, que pode 
ser definido em termos de regiões, países, estados e municípios. Nesse contexto, 
percebemos que a estrutura macroeconômica analisa as tendências econômicas, 
e essas tendências estão, para a macroeconomia, divididas em campos de estudos 
que tem como objetivo principal buscar a estabilidade da economia daquele cenário. 
Para buscar essa estabilidade, existem os instrumentos macroeconômicos, na forma 
de políticas utilizadas pelos governos, como, por exemplo, as políticas monetária, 
cambial, fiscal e de renda. 
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ELEMENTOS COMPLEMENTARES
LIVRO
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Título: Macroeconomia.
Autor: Fernando de Holanda Barbosa
Editora: Livre
Sinopse: Macroeconomia é a aplicação da teoria econômica ao estudo do crescimento, 
do ciclo e da determinação do nível de preços da economia. Ela procura levar em conta 
os fatos estilizados observados no mundo real e construir arcabouços teóricos que 
sejam capazes de explicá-los. Nestes arcabouços existem, em geral, dois tipos de 
mecanismos: impulso e propagação. Os mecanismos de impulso são as causas das 
mudanças nas variáveis do modelo. Os mecanismos de propagação, como o próprio 
nome indica, transmitem os impulsos, ao longo do tempo, e são responsáveis pela 
dinâmica do modelo.
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REFERÊNCIAS
8.1. Bibliografia Básica
GARRATT, D. Macroeconomia. São Paulo: Saraiva, 2015. [Minha Biblioteca]
MANKIW, N. G. Macroeconomia. Rio de Janeiro: LTC, 2014. [Minha Biblioteca].
SAMPAIO, L. M. M. Esquematizado - Macroeconomia. São Paulo: Saraiva, 2016. 
[Minha Biblioteca].
8.2. Bibliografia Complementar
DORNBUSCH, R.; FISCHER, S.; STARTZ, R. Macroeconomia. Porto Alegre: Bookman, 
2013. [Minha Biblioteca].
KENNEDY, P. E. Macroeconomia em contexto: uma abordagem real e aplicada do 
mundo econômica. São Paulo: Saraiva, 2011. [Minha Biblioteca].
MONTELLA, M. Micro e macroeconomia: uma abordagem conceitual e prática. São 
Paulo: Atlas, 2011. [Minha Biblioteca].
PAULANI, L. M. A nova contabilidade social: uma introdução à macroeconomia. São 
Paulo: Saraiva, 2013. [Minha Biblioteca].
ROSSETTI, J. P. Introdução à economia. São Paulo: Atlas, 2016. [Minha Biblioteca].
OREIRO, J. L. C. Macroeconomia do desenvolvimento - uma perspectiva keynesiana. 
Rio de Janeiro: LTC, 2016. [Minha Biblioteca].
SIMONSEN, M. H.; CYSNE, R. P. Macroeconomia. São Paulo: Atlas, 2009. [Minha 
Biblioteca].
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