Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

SEXOLOGIA 
 
SEXOLOGIA 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
1- DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL 3 
2- IDENTIDADE SEXUAL E DE GÊNERO 7 
3- SAÚDE SEXUAL E DIREITOS 13 
4- RESPOSTA SEXUAL 20 
5- PROBLEMAS SEXUAIS 34 
6- REMÉDIOS CASEIROS PARA AUMENTAR O APETITE SEXUAL 46 
REFERÊNCIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEXOLOGIA 
 
 
 
3 
 
1- DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL 
 
A sexualidade infantil se diferencia da sexualidade do adulto em diversos aspectos. 
A maior excitação não precisa necessariamente ser localizada nos genitais. Não 
levam necessariamente ao contato sexual, mas alongam-se em atividades que vêm 
a desempenhar papel futuramente no prazer. Pode ser auto-erótica. Excitação e 
satisfação não estão nitidamente diferenciadas. 
O desenvolvimento do Ego não é um processo homogêneo. Quando nasce, o 
organismo emerge de um ambiente relativamente tranquilo para entrar num estágio 
de estimulação esmagadora com pouca proteção contra os estímulos. (Fenichel, 
2005, pág. 30). 
No início da vida, o bebê não é capaz de fazer uma diferenciação entre 
mundo externo e mundo interno; ele não tem noção das dimensões do seu corpo, 
não se vê unificado com braços, pernas e cabeça etc. Fenichel (2005) diz que a 
origem do Ego e a origem do senso de realidade são dois aspectos de uma mesma 
etapa de desenvolvimento. O conceito de realidade é que também cria o conceito de 
Ego; somos indivíduos na medida em que nos sentimos distintos e separados de 
outras pessoas. 
A primeira percepção de objeto (externo) virá do desejo de alguma coisa que 
já é familiar ao bebê – alguma coisa capaz de gratificar necessidades, mas ausente 
no momento. Os primeiros sinais de representação objetal devem originar-se no 
estado de fome. (Fenichel, 2005, pág. 31). 
“A primeira aceitação da realidade é somente um estágio intermediário no caminho 
de se afastar dela.” (Fenichel, 2005, pág. 31). É o ponto em que surge a contradição 
básica da vida humana, a contradição entre o desejo de relaxamento completo e o 
desejo de objetos (fome de estímulo). O fato de objetos externos haverem trazido o 
desejado estado de satisfação relaxada introduziu a complicação de que os objetos 
se tornaram desejados. 
SEXOLOGIA 
 
 
 
4 
 
A primeira realidade é a que se engole. O “pôr na boca” vem a ser uma das 
primeiras formas de relação com os objetos externos. Essa incorporação é a 
percussora das atitudes sexuais e destrutivas ulteriores; destrói, em sentido 
psicológico, a existência do objeto. Como a forma como o Ego primitivo percebe o 
mundo é incompleta ele vem a sentir-se onipotente. É uma “onipotência ilimitada, a 
qual persiste enquanto não existe concepção dos objetos.” (Fenichel, 2005, pág. 34) 
Quando a criança é obrigada a renunciar a crença na sua onipotência, passa 
a considerar onipotentes os adultos “e tenta mediante a introjeção , partilhar-lhes, 
desta vez, a onipotência. Há sentimentos narcísicos de bem-estar que se 
caracterizam pelo fato de que se sentem como reunião a uma força onipotente 
existente no mundo exterior, força que se obteve ou pela incorporação de partes 
deste mundo, ou pela fantasia de que se é por ele incorporado” (Fenichel, 2005, 
pág. 36) 
Na criança maior todo o sinal de amor que vem do adulto, mais poderoso e 
admirado, tem o mesmo efeito que o leite teve sobre o bebê. 
Fenichel (2005) caracteriza amor objetal passivo o período durante o qual a 
criança quer obter do objeto alguma coisa sem com nada contribuir. Nessa época do 
desenvolvimento para a criança o objeto ainda não é personalidade, é apenas um 
instrumento com que obter satisfação. Nesse período o medo de perda de amor 
significa perda de ajuda e proteção que acarretam perda de auto-estima. 
O desamparo inicial do bebê leva-o a estados de alta tensão dolorosa , 
estados nos quais o organismo é inundado por quantidades de excitação que lhe 
excedem a capacidade de controle: são os chamados estados traumáticos. O 
sofrimento dos estados traumáticos representa a raiz comum de vários afetos 
futuros, entre eles a angústia. (Fenichel, 2005). 
https://psicologado.com.br/atuacao/psicologia-clinica/uma-abordagem-psicologica-sobre-o-medo
https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/a-teoria-da-angustia-na-psicanalise
SEXOLOGIA 
 
 
 
5 
 
As sensações desta angústia primária podem ser consideradas , de um lado, 
como a maneira pela qual a tensão se faz sentir e, de outro lado, como a percepção 
de descargas de emergência vegetativas involuntárias. (Fenichel, 2005). 
A libido, a princípio é toda armazenada no ego. 
E este estado absoluto é chamado de narcisismo primário. Ele perdura até o ego 
começar a catexizar as idéias dos objetos com a libido, a transformar a libido 
narcísica em libido objetal. Durante toda a vida o ego permanece sendo o grande 
reservatório, do qual as catexias libidinais são enviadas aos objetos e para o qual 
elas são também mais uma vez recolhidas (...) (Freud,1932, pág 18) 
 
Fase Oral 
Durante a fase oral já ocorrem esporadicamente impulsos sádicos, 
juntamente com o aparecimento dos dentes. Porem sua amplitude é muito maior na 
fase seguinte, a fase anal-sádica, por ser a satisfação então procurada na agressão 
e na função excretória . (Freud, 1932) 
Fase Sádico-anal 
Na fase Sádico-anal o objetivo primário do erotismo anal é o gozo de 
sensações prazerosas na excreção. (Fenichel, 2005). Os primeiros desejos anais 
são auto-eróticos. Subdivide-se a fase de organização anal da libido em um período 
inicial, que teria um objetivo sádico no prazer excretório, sem consideração do 
objeto; e um período ulterior, que se caracterizaria por um prazer prevalente de 
retenção, no qual se conserva o objeto. 
Fase Fálica 
https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/sigmund-freud-biografia
SEXOLOGIA 
 
 
 
6 
 
Na fase fálica o órgão que desempenha o papel principal é o pênis, os 
órgãos genitais femininos por muito tempo permanecem desconhecidos. Nas 
primeiras fases, os diferentes componentes das pulsões empenham-se na busca de 
prazer independentemente uns dos outros, na fase fálica, há os primórdios de uma 
organização que subordina os outros impulsos à primazia dos órgãos genitais e 
determina o começo de uma coordenação do impulso geral em direção ao prazer na 
função sexual. (Freud, 1932) 
Em Novas Conferências Introdutórias sobre Psicanálise Freud (1933) fala que 
as crianças de tenra idade não possuem mecanismos internas contra seus impulsos 
que buscam o prazer. O papel que mais tarde é assumido pelo superego é 
desempenhado, no início por um poder externo, pela autoridade dos pais. A 
influência dos pais governa as crianças, concedendo-lhe provas de amor e 
ameaçando com castigos; os quais para a criança são sinais de perda de amor e se 
farão temer por essa mesma causa. Essa angústia realística é precursora da 
angústia moral subseqüente. 
Ao abandonar o Complexo de Édipo, a criança deve renunciar às 
intensas catexias objetais que depositou nos seus pais, e é por compensação a essa 
perda de objetos que existe uma intensificação tão grande das identificações com os 
pais. (Freud, 1933). 
 
 
 
 
 
 
 
https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/introducao-ao-conceito-de-pulsao
https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/introducao-a-psicanalise
https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/uma-breve-compreensao-sobre-o-complexo-de-edipo
SEXOLOGIA 
 
 
 
7 
 
2- IDENTIDADE SEXUAL E DE GÊNERO 
 
É a maneira como alguém se sente e se apresenta para si e para as demais 
pessoas como masculino ou feminino, ou ainda pode ser uma mescla, uma mistura 
de ambos, independentemente do sexo biológico (fêmea ou macho) ou da 
orientação sexual (orientação do desejo: homossexual, heterossexual ou bissexual). 
É a forma como nos reconhecemos a nós mesmo e desejamos que os outros nos 
reconheçam. Isso incluí a maneira como agimos (jeitoe/ou mantê-las. As principais causas da impotência sexual emocional são: 
 Quadros de ansiedade; 
 Altos níveis de estresse; 
 Traumas pós-acidentes; 
 Medos relacionados ao fracasso sexual e possibilidade de humilhação; 
 Padrões estéticos exagerados; 
 Perda da libido; 
 Conflitos emocionais e amorosos; 
 Baixa autoestima; 
 Casos precedentes de abuso sexual; 
 Entre outros. 
Tratamentos possíveis para a impotência sexual emocional 
A melhor escolha de tratamento para esse tipo de problema é a psicoterapia. Nela, o 
paciente será capaz de expor sua rotina, seus problemas e medos e o profissional, 
por sua vez, poderá encontrar o fator motivacional principal da impotência sexual 
emocional e tratá-la mais assertivamente, apenas com uma boa conversa e o 
apontamento de soluções. 
 
Em alguns casos, pode ser necessário que o paciente promova alterações em sua 
rotina, como a busca por uma profissão menos estressante, ou a prática de 
atividades capazes de tranquilizar o paciente como a meditação, por exemplo. 
https://www.vittude.com.br/psicologos/online/sexologia?utm_source=blog&utm_medium=banner&utm_campaign=como-lidar-com-a-impotencia-sexual-emocional-e-acabar-com-o-problema
https://www.vittude.com.br/psicologos/online/sexologia?utm_source=blog&utm_medium=banner&utm_campaign=como-lidar-com-a-impotencia-sexual-emocional-e-acabar-com-o-problema
https://www.vittude.com/blog/ansiedade/
https://www.vittude.com/blog/estresse-saiba-como-ele-afeta-sua-saude/
https://www.vittude.com/blog/atitudes-para-aumentar-autoestima/
https://www.vittude.com/blog/o-que-e-psicoterapia/
https://www.vittude.com/blog/assertividade-dicas-ser-mais-assertivo/
https://vittude-7024940.hs-sites.com/indicacao-vittude-corporate?utm_medium=rock-convert&utm_source=blog&utm_campaign=indicacao_corporate
https://vittude-7024940.hs-sites.com/indicacao-vittude-corporate?utm_medium=rock-convert&utm_source=blog&utm_campaign=indicacao_corporate
https://www.vittude.com/blog/mindfulness-atencao-plena/
SEXOLOGIA 
 
 
 
45 
 
Já em outros casos, é possível que o profissional indique o uso de medicamentos 
estimulantes, associado ao tratamento psicológico. Essa possibilidade é mais 
comum em situações onde a impotência sexual é promovida pelo medo de fracassar 
com a parceira. 
Conheça alguns sinais comuns de impotência sexual emocional 
Assim como a maior parte dos problemas de fundo emocional, a impotência também 
possui alguns sinais simples de serem detectados, e esses são: 
 Uso excessivo de pornografia; 
 Vício em aplicativos e sites de bate-papo e encontro; 
 Sensação constante de insegurança, raiva ou humilhação em um encontro; 
 Sentimento de ansiedade relacionado ao ato sexual; 
 Capacidade de se satisfazer mais com o sexo virtual do que com o real; 
 Preferência ao isolamento social; 
 Quadro de depressão. 
Homens em qualquer fase da vida podem apresentar problemas emocionais que 
levem ao surgimento da impotência sexual, e para provar isso existe uma pesquisa 
que aponta que 70% dos casos de impotência sexual são emocionais. Isso acontece 
porque, os pensamentos e sentimentos são fundamentais para um bom 
funcionamento geral do corpo. Não só apenas em relação a função sexual, mas, 
também outros quesitos. 
Por isso, sempre que uma alteração de comportamento ou funcionamento orgânico, 
sem causa física aparente for detectada é importante que uma ajuda especializada 
seja procurada. 
 
 
 
 
https://www.euroclinix.net/br/impotencia/viagra/viagra-sem-receita-medica
https://www.euroclinix.net/br/impotencia/viagra/viagra-sem-receita-medica
https://www.euroclinix.net/br/impotencia/viagra/viagra-sem-receita-medica
https://www.vittude.com/blog/fala-psico/como-lidar-com-a-inseguranca-emocional/
https://www.vittude.com/blog/raiva/
https://www.vittude.com/blog/agorafobia/
https://www.vittude.com/blog/depressao/
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff300622.htm
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff300622.htm
https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff300622.htm
https://www.vittude.com/blog/comportamento/
SEXOLOGIA 
 
 
 
46 
 
6- REMÉDIOS CASEIROS PARA AUMENTAR O APETITE SEXUAL 
 
Um excelente remédio caseiro para aumentar o apetite sexual é o suco de açaí com 
guaraná, que também é composto por morangos, mel, canela e açúcar mascavo, 
assim como o chá de catuaba com salsaparrilha, que devem ser tomados até 3 
vezes por dia. 
 
Estes remédios caseiros para aumentar a líbido, têm propriedades estimulantes e 
afrodisíacas, que favorecem o fluxo de sangue para os órgãos sexuais, melhorando 
a relação entre o casal. 
 
Suco de açaí e guaraná 
 
Um bom remédio caseiro para aumentar o apetite sexual é com açaí e guaraná 
porque o açaí é afrodisíaco e o guaraná tem propriedades estimulantes. 
Ingredientes 
 4 polpas de açaí de 100 g cada; 
SEXOLOGIA 
 
 
 
47 
 
 Meia caixa de morangos picados; 
 2 litros de água; 
 2 colheres de guaraná em pó; 
 4 colheres de sopa de açúcar mascavo; 
 2 colheres de sopa de mel; 
 1/2 colher de sopa de canela em pó. 
Modo de preparo 
Colocar todos os ingredientes no liquidificador e bater até formar uma mistura 
homogênea. Beber 1 copo do suco, no mínimo, 3 vezes por dia. 
Remédio caseiro com catuaba e salsaparrilha 
 
O remédio caseiro para apetite sexual com catuaba e salsaparrilha ajuda a aumentar 
o apetite sexual, pois estas plantas medicinais possuem propriedades estimulantes e 
afrodisíacas, aumentando o tempo de ereção masculina e a sensibilidade dos 
órgãos genitais femininos. 
Ingredientes 
 1 colher de sopa de casca de catuaba; 
SEXOLOGIA 
 
 
 
48 
 
 2 colheres de sopa de raiz triturada de salsaparrilha; 
 250 mL de água. 
Modo de preparo 
Colocar a água para ferver juntamente com a catuaba e a salsaparrilha e depois de 
fervida, deixar amornar, coar e beber cerca de 2 a 3 xícaras do chá por dia. 
Além deste chá, o chá de Yohimbe também é uma ótima opção para aumentar o 
apetite sexual, pois possui propriedades afrodisíacas. 
Smoothie de banana e melancia 
 
A melancia possui uma grande quantidade de fitonutrientes, como licopeno, beta 
caroteno e citrulina, que ajudam a relaxar os vasos sanguíneos no caso dos 
homens. Já as bananas ajudam a aumentar a quantidade de hormônios tanto 
masculinos quanto femininos. 
Para aumentar ainda mais o potencial desse remédio caseiro, pode-se acrescentar a 
castanha do pará, pois contém uma grande quantidade de selênio, ajudando a 
aumentar a produção de serotonina e, no caso dos homens, de testosterona. 
Ingredientes 
https://www.tuasaude.com/salsaparrilha/
SEXOLOGIA 
 
 
 
49 
 
 1 banana; 
 1 fatia de melancia; 
 1 castanha do pará 
 1/2 copo de água. 
Modo de preparo 
Juntar todos os ingredientes no liquidificador, misturar e beber cerca de 2 copos do 
suco por dia. 
Chá de feno-grego 
 
O feno-grego é uma planta medicinal que ajuda a regular os níveis hormonais e, por 
tanto, pode ser usada para aumentar o desejo sexual. 
Ingredientes 
 1 colher de chá de sementes de feno-grego em pó; 
 Uma pitada de pimenta; 
 250 ml de água. 
Modo de preparo 
SEXOLOGIA 
 
 
 
50 
 
Em uma xícara, colocar as sementes em pó de feno-grego e uma pitada de pitada e 
deixar repousar por 3 horas. Em seguida, adicionar água quente e deixar por cerca 
de 10 minutos. Depois, coar e beber pelo menos 3 vezes por dia. 
Como aumentar a libido naturalmente 
Além destes remédios caseiros, outras dicas para aumentar o apetite sexual 
incluem: 
 Utilizar alimentos afrodisíacos, como o figo, a banana, o chocolate ou o café; 
 Manter uma alimentação saudável e fazer exercício físico regular; 
 Reservar tempo para relaxar e aliviar o estresse; 
 Dormir, pelo menos, 8 horas por noite; 
 Procurar novas aventuras durante o contato íntimo; 
 Evitar a ingestão exagerada de bebidas alcoólicas ou remédios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEXOLOGIA 
 
 
 
51 
 
REFERÊNCIASMOURA, Joviane Aparecida de. Desenvolvimento 
Psicossexual [online]. Psicologado, (2008) [viewed date: 24 Apr 2020]. Available 
from https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/desenvolvimento-
psicossexual 
http://www.adolescencia.org.br/site-pt-br/identidade-de-genero>acesso em 
24/04/2020 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_de_g%C3%AAnero>acesso em 24/04/2020 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sa%C3%BAde_sexual>acesso em 24/04/2020 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_sexual_saude_reprodutiva.pdf>a
cesso em 24/04/2020 
http://www.apf.pt/sexualidade/resposta-sexual-humana>acesso em 24/04/2020 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Resposta_sexual_humana>acesso em 24/04/2020 
https://www.gineco.com.br/saude-feminina/sexualidade/resposta-sexual-
feminina/>acesso em 24/04/2020 
https://amenteemaravilhosa.com.br/ciclo-resposta-sexual-humana/>acesso em 
24/04/2020 
http://www.apf.pt/sexualidade/dificuldades-e-disfuncoes-sexuais-homens-e-
mulheres>acesso em 24/04/2020 
https://www.vittude.com/blog/impotencia-sexual-emocional/>acesso em 24/04/2020 
https://www.tuasaude.com/remedio-caseiro-para-apetite-sexual/>acesso em 
24/04/2020 
 
https://psicologado.com.br/
https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/desenvolvimento-psicossexual
https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/desenvolvimento-psicossexual
http://www.adolescencia.org.br/site-pt-br/identidade-de-genero%3eacesso
https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_de_g%C3%AAnero%3eacesso
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sa%C3%BAde_sexual%3eacesso
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_sexual_saude_reprodutiva.pdf%3eacesso
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_sexual_saude_reprodutiva.pdf%3eacesso
http://www.apf.pt/sexualidade/resposta-sexual-humana%3eacesso
https://pt.wikipedia.org/wiki/Resposta_sexual_humana%3eacesso
https://www.gineco.com.br/saude-feminina/sexualidade/resposta-sexual-feminina/%3eacesso
https://www.gineco.com.br/saude-feminina/sexualidade/resposta-sexual-feminina/%3eacesso
https://amenteemaravilhosa.com.br/ciclo-resposta-sexual-humana/%3eacesso
http://www.apf.pt/sexualidade/dificuldades-e-disfuncoes-sexuais-homens-e-mulheres%3eacesso
http://www.apf.pt/sexualidade/dificuldades-e-disfuncoes-sexuais-homens-e-mulheres%3eacesso
https://www.vittude.com/blog/impotencia-sexual-emocional/%3eacesso
https://www.tuasaude.com/remedio-caseiro-para-apetite-sexual/%3eacessode ser), a maneira como nos 
vestimos, andamos, falamos (o linguajar que utilizamos) e também, nos vestimos 
A identidade de gênero é normalmente confundida com a orientação sexual. Por 
exemplo, é muito comum as pessoas travestis serem consideradas como 
homossexuais, pois, o fato dessas pessoas portarem, em seus corpos, elementos 
mais femininos, leva a grande maioria das outras pessoas a afirmarem que a travesti 
se sente, necessariamente, atraída por homens. Na realidade, a travesti pode se 
sentir atraída (orientação do desejo) tanto por homens, quanto por mulheres e por 
outras travestis. Ser travesti não determina a orientação do desejo da pessoa. 
É importante destacar que as pessoas travestis, como conhecemos no Brasil 
principalmente, não são encontradas em todas as partes do mundo. Em outros 
países, as pessoas que, para nós brasileiros, seriam travestis, recebem outros 
nomes. Existem casos de países onde se reconhecem nas travestis características 
divinas, sendo com sideradas deusas ou, ainda, portadores de boa sorte e bênçãos. 
Existem também, além do(a) travesti, as pessoas transexuais que são indivíduos 
que não reconhecem como seu, o corpo biológico que tem, ou seja, são pessoas 
que se reconhecem de um determinado sexo, mas o seu corpo é, biologicamente, 
do sexo oposto. São pessoas que, geralmente, buscam adequar cirurgicamente 
seus corpos, para aproximar-se do sexo que se reconhecem. Para a ciência, 
especialmente a medicina, são consideradas pessoas com transtorno de identidade 
de gênero e, portando, carecem de tratamentos para adequar as características 
anatômicas ao sexo com o qual a pessoa se identifica por meio de tratamentos 
hormonais, terapias psicológicas e intervenções cirúrgicas. 
SEXOLOGIA 
 
 
 
8 
 
Desde os anos 1990, com o crescimento dos movimentos sociais que lutam pelo 
reconhecimento dos direitos humanos de lésbicas, gays, travestis, transexuais e 
bissexuais, tem sido usado em algumas siglas, o termo TRANSGÊNERO, para 
reunir as necessidades e exigências de travestis e transexuais, conjuntamente. O 
termo é controverso e, por vezes, inadequado pois trata da mesma forma demandas 
que são, geralmente, diferentes. Além disso, o termo “transgênero” também é 
utilizado para designar outras manifestações de identidade de gênero como, por 
exemplo, as/os transformistas (chamados, em outros como croos-dresser) ou drag-
queens, pessoas que se utilizam de elementos de um determinado gênero 
(masculino ou feminino), para realizar uma apresentação artística ou mesmo 
satisfazer a um desejo pessoal (fetiche) de sentir-se de outro gênero, por alguns 
instantes. 
A sigla LGBTT, corresponde a todas as pessoas lésbicas (L), gays (G), bissexuais 
(B), travestis (T) e transexuais (T). Pode aparecer em diversas ordenações 
diferentes, de acordo com critérios próprios, como por exemplo: GLBT, GLTB, 
LGTTB, LGBT, etc... Todas elas referem-se às mesmas pessoas. Vale ressaltar que 
quando na sigla aparece apenas um “T” é por que esta se refere a transgêneros, de 
forma geral. 
Na sociedade, identidade de gênero se refere ao gênero com que a pessoa se 
identifica (i.e, se ela se identifica como sendo um homem, uma mulher ou se ela vê a 
si como fora do convencional, como em não-binariedade e variância de gênero), 
mas pode também ser usado para referir-se ao gênero que certa pessoa atribui ao 
indivíduo tendo como base o que tal pessoa reconhece como indicações de papel 
social de gênero (roupas, corte de cabelo, etc.).[1] 
Do primeiro uso, acredita-se que a identidade de gênero se constitui como fixa e 
como tal não sofrendo variações, independente do papel social de gênero que a 
pessoa apresente pra ela. 
Do segundo, acredita-se que a identidade de gênero possa ser afetada por uma 
variedade de estruturas sociais, incluindo etnicidade, trabalho, religião ou irreligião, 
e família. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade
https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%A9nero_(sociedade)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Homem
https://pt.wikipedia.org/wiki/Mulher
https://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%A3o-binariedade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vari%C3%A2ncia_de_g%C3%AAnero
https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%A9nero
https://pt.wikipedia.org/wiki/Papel_social_de_g%C3%AAnero
https://pt.wikipedia.org/wiki/Papel_social_de_g%C3%AAnero
https://pt.wikipedia.org/wiki/Papel_social_de_g%C3%AAnero
https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_de_g%C3%AAnero#cite_note-EBO_gender_identity-1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Irreligi%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fam%C3%ADlia
SEXOLOGIA 
 
 
 
9 
 
Jaqueline Jesus define a identidade de gênero como: "Gênero com o qual uma 
pessoa se identifica, que pode ou não concordar com o gênero que lhe foi atribuído 
quando de seu nascimento. Diferente da sexualidade da pessoa. Identidade de 
gênero e orientação sexual são dimensões diferentes e que não se confundem. 
Pessoas transexuais podem ser heterossexuais, lésbicas, gays ou bissexuais, tanto 
quanto as pessoas cisgênero".[2] Miriam Pillar Grossi destaca que, diferentemente 
dos papéis sociais de gênero, que não são biologicamente determinados, mas sim 
construtos culturais e históricos, a identidade de gênero "remete à constituição do 
sentimento individual de identidade".[3] No entanto, Henrietta L. Moore pontua que a 
identidade de gênero é construída e vivida na "relação entre estrutura e práxis, entre 
o indivíduo e o social" 
Discussão 
 
Martin Van Maele, 1905 
O conceito identidade de gênero remete a outras categorias, sem as quais seu 
entendimento pode ficar incompleto. Primeiramente, deve-se ter em mente 
que sexo e gênero são conceitos distintos. Em 1968, Robert Stoller define a 
diferença conceitual entre sexo e gênero: sexo refere-se aos aspectos anatômicos, 
morfológicos e fisiológicos (genitália, cromossomos sexuais, hormônios) da espécie 
humana. Ou seja, a categoria sexo é definida por aspectos biológicos: quando 
falamos em sexo, estamos nos referindo a sexo feminino e sexo masculino, ou 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sexualidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Orienta%C3%A7%C3%A3o_sexual
https://pt.wikipedia.org/wiki/Transexuais
https://pt.wikipedia.org/wiki/Heterossexuais
https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A9sbica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gay
https://pt.wikipedia.org/wiki/Bissexualidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cisg%C3%AAnero
https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_de_g%C3%AAnero#cite_note-Jesus-2
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Miriam_Pillar_Grossi&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pap%C3%A9is_sociais_de_g%C3%AAnero
https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_de_g%C3%AAnero#cite_note-3
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Henrietta_L._Moore&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Van_Maele
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sexo
https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%A9nero_(sociedade)
https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Robert_Stoller&action=edit&redlink=1
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Martin_Van_Maele_-_La_Grande_Danse_macabre_des_vifs_-_04.jpg
SEXOLOGIA 
 
 
 
10 
 
a fêmeas e machos. Já o conceito de gênero remete aos significados sociais, 
culturais e históricos associados aos sexos. 
Robert Stoller, psicólogo norte-americano, estudou casos de crianças intersexo (na 
época classificados como "hermafroditas" ou como tendo "genitais escondidos") que 
foram educadas de acordo com um gênero que lhes fora designado no 
nascimento. Essas crianças, mesmo depois de saberem que suas genitálias eram 
ambíguas, parciais, duplicadas, ausentes ou sofreram alguma intervenção cirúrgica 
compulsória, empenhavam-se em manter os padrões de comportamento de acordo 
com os quais haviam sido educados, o que levou Stoller à conclusão de que seria 
"mais fácil mudar o genital do que o gênero de uma pessoa".[5] 
Rita de Lourdes de Lima destaca que a identidade de gênero nem sempre 
corresponde ao sexo donascimento: uma pessoa pode nascer com o sexo feminino 
e sentir-se um homem ou vice-versa, como acontece com travestis e pessoas 
transexuais. A identidade de gênero também não deve ser confundida 
com orientação sexual: a primeira remete à forma como as pessoas se autodefinem 
(como mulheres ou como homens), a segunda remete à questão da sexualidade, do 
desejo, da atração afetivo-sexual por alguém de algum gênero (homossexualidade, 
bissexualidade e heterossexualidade). 
Variantes na identidade de gênero 
https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%AAmea
https://pt.wikipedia.org/wiki/Macho
https://pt.wikipedia.org/wiki/Intersexo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hermafrodita
https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_de_g%C3%AAnero#cite_note-Grossi-5
https://pt.wikipedia.org/wiki/Orienta%C3%A7%C3%A3o_sexual
SEXOLOGIA 
 
 
 
11 
 
 
Infográfico sobre a diversidade sexual 
Para Jaqueline Gomes de Jesus, a vivência discordante de um gênero (que é 
cultural, social) com o que se esperaria de alguém de determinado sexo (que é 
biológico) não deve ser tratada como um transtorno, mas sim como uma questão de 
identidade, como acontece com travestis e pessoas transexuais, que compõem o 
grupo transgênero. 
Para essa autora, as pessoas transexuais "geralmente sentem que seu corpo não 
está adequado à forma como pensam e se sentem, e querem “corrigir” isso 
adequando seu corpo à imagem de gênero que têm de si. Isso pode se dar de várias 
formas, desde uso de roupas, passando por tratamentos hormonais e até 
procedimentos cirúrgicos".[9] Ou seja, nem todas as pessoas transgênero buscam 
a cirurgia de redesignação sexual. Já as travestis são as pessoas que vivenciam 
"papéis de gênero feminino, mas não se reconhece como homem ou mulher, 
entendendo-se como integrante de um terceiro gênero ou de um não-gênero".[10] 
Já as pessoas intersexo são aquelas que desenvolvem naturalmente características 
sexuais parte da definição típica de sexo masculino e do sexo feminino.[11] A 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Transg%C3%AAnero
https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_de_g%C3%AAnero#cite_note-9
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cirurgia_de_redesigna%C3%A7%C3%A3o_sexual
https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_de_g%C3%AAnero#cite_note-10
https://pt.wikipedia.org/wiki/Macho
https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%AAmea
https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_de_g%C3%AAnero#cite_note-11
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Mandala_da_Diversidade_Sexual.svg
SEXOLOGIA 
 
 
 
12 
 
intersexuação[12] se refere a um conjunto amplo de variações naturais de corpos 
tidos como masculinos e femininos, que engloba, conforme a denominação médica, 
"hermafroditismo verdadeiro" e "pseudo-hermafroditismo". O grupo composto por 
pessoas intersexo tem-se mobilizado cada vez mais, a nível mundial, para que a 
intersexuação não seja entendida como uma patologia, mas como uma variação, e 
para que não sejam submetidas, após o parto, a cirurgias ditas “reparadoras”, que 
as mutilam e moldam órgãos genitais que não necessariamente concordam com 
suas identidades de gênero ou orientações sexuais".[13] 
Relação entre identidade de gênero e papel social de gênero 
De acordo com Miriam Pillar Grossi, os papéis de gênero podem ser percebidos 
como a representação de personagens: tudo o que é associado ao sexo biológico, 
fêmea ou macho, em determinada cultura é considerado papel de gênero. Estes 
papéis mudam de uma cultura para outra e também sofrem modificações dentro de 
uma mesma cultura. 
 Assim, os atributos que estabelecem coisas e comportamentos classificados como 
"típicos" ou "naturais" de mulheres ou de homens constituem os chamados papéis 
sociais de gênero. Na cultura ocidental, pautada pelo saber masculino, esses papéis 
são pautados em dicotomias: os homens seriam dotados de uma natureza ativa, 
menos sentimentais, dotados de racionalidade e de instinto sexual desenvolvido e, 
portanto, suas atividades estão situadas na esfera pública. Já as mulheres seriam 
mais bondosas, emotivas e sentimentais, de sexualidade menos desenvolvida, 
"naturalmente" passivas e submissas, por isso suas tarefas estão situadas na esfera 
privada: ser dona de casa, esposa e mãe. 
Já a identidade de gênero, remete à constituição do sentimento individual de 
identidade, é uma categoria que permite pensar o lugar do indivíduo no interior de 
uma cultura e que, nem sempre, corresponde ao sexo biológico. Nossa identidade 
de gênero se constrói ainda no útero, quando há a rotulação do bebê como menina 
ou menino. A partir desse assinalamento do gênero, socialmente se esperará da 
criança comportamentos condizentes com ele. A identidade de gênero é composta 
pelos papéis de gênero, pela sexualidade e pelo significado social da reprodução.[5] 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_de_g%C3%AAnero#cite_note-12
https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_de_g%C3%AAnero#cite_note-13
https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_de_g%C3%AAnero#cite_note-Grossi-5
SEXOLOGIA 
 
 
 
13 
 
3- SAÚDE SEXUAL E DIREITOS 
 
A saúde sexual refere-se às áreas da medicina envolvidas com 
a reprodução humana e comportamento sexual, as doenças sexualmente 
transmissíveis, os métodos contraceptivos, anticoncepcionais, entre outros. 
A saúde reprodutiva implica que pessoas são capazes de ter uma responsável, 
gratificante e mais segura vida sexual, e que têm a capacidade de reproduzir e a 
liberdade de decidir-se: quando e com que frequência fazê-lo. Implícito neste ponto 
está o direito de homens e mulheres para serem informados e ter acesso aos 
seguros, eficazes, acessíveis e aceitáveis métodos de regulação da fecundidade da 
sua escolha e o direito de acesso aos serviços de saúde adequados, aos cuidados 
que permitam que as mulheres prossigam em segurança com a gravidez, e ao parto 
adequado, que proporcione aos casais as melhores possibilidades de ter um bebê 
saudável. 
Os direitos sexuais e os direitos reprodutivos são Direitos Humanos já reconhecidos 
em leis nacionais e documentos internacionais. Os direitos, a saúde sexual e a 
saúde reprodutiva são conceitos desenvolvidos recentemente e representam uma 
conquista histórica, fruto da luta pela cidadania e pelos Direitos Humanos. 
1.1 Direito é direito, está na Declaração... 
A partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada no ano de 1948, a 
comunidade internacional, por meio da Organização das Nações Unidas (ONU), vem 
firmando uma série de convenções internacionais nas quais são estabelecidos 
estatutos comuns de cooperação mútua e mecanismos de controle que garantam 
um elenco de direitos considerados básicos à vida digna, os chamados Direitos 
Humanos. Os Direitos Humanos inscrevem-se no conjunto dos direitos sociais e 
surgem como uma resposta aos horrores ocorridos na Segunda Guerra Mundial. O 
pressuposto é que os Direitos Humanos são universais, inerentes à condição de 
pessoa, e não relativos a peculiaridades sociais e culturais de uma dada sociedade 
(VILLELA; ARILHA, 2003). O direito à vida, à alimentação, à saúde, à moradia, à 
educação, ao afeto, os direitos sexuais e os direitos reprodutivos são considerados 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Medicina
https://pt.wikipedia.org/wiki/Reprodu%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Comportamento_sexual
https://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7as_sexualmente_transmiss%C3%ADveis
https://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7as_sexualmente_transmiss%C3%ADveis
https://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7as_sexualmente_transmiss%C3%ADveis
https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todos_contraceptivos
https://pt.wikipedia.org/wiki/Anticoncepcionais
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gravidez
SEXOLOGIA 
 
 
 
14 
 
Direitos Humanos fundamentais. Respeitá-los é promover a vida em sociedade, sem 
discriminação de classe social, de cultura, de religião, de raça, de etnia, de 
orientação sexual. Para que exista a igualdade de direitos, é preciso respeito às 
diferenças. Não existe um direitomais importante que o outro. Para o pleno 
exercício da cidadania, é preciso a garantia do conjunto dos Direitos Humanos. Nas 
duas últimas décadas, registraram-se grandes avanços na legislação internacional e 
nacional sobre as dimensões da reprodução e da sexualidade como Direitos 
Humanos e de cidadania. A concretização, por meio das políticas públicas, dos 
princípios de igualdade, respeito às diferenças, promoção do pleno exercício da 
cidadania é um desafio para os governos dos países que se pautam pelos novos 
marcos teóricos, políticos e jurídicos no campo dos direitos sexuais e dos direitos 
reprodutivos. 
1.2 Marcos referenciais internacionais 
Entre os marcos referenciais internacionais que definem os direitos sexuais e os 
direitos reprodutivos, destacam-se duas conferências promovidas pela Organização 
das Nações Unidas (ONU): 1. Conferência Internacional sobre População e 
Desenvolvimento (CIPD), realizada no Cairo, em 1994, que conferiu um papel 
primordial à saúde, aos direitos sexuais e aos direitos reprodutivos, abandonando a 
ênfase na necessidade de limitar o crescimento populacional como forma de 
combater a pobreza e as desigualdades, focalizando-se no desenvolvimento do ser 
humano. A CIPD levou em consideração, no debate sobre população e 
desenvolvimento, as questões sobre a mulher – desigualdades de gênero – meio 
ambiente e os Direitos Humanos. Estabeleceu acordos internacionais que foram 
assumidos por 179 países. 
2. IV Conferência Mundial sobre a Mulher, realizada em Beijing, Pequim, em 1995, 
em que se reafirmaram os acordos estabelecidos no Cairo e avançou-se na 
definição dos direitos sexuais e direitos reprodutivos como Direitos Humanos. Nos 
primórdios dos estudos sobre demografia, os direitos individuais não eram 
preocupações incorporadas na análise do problema populacional e as questões 
sexual e reprodutiva estavam confinadas ao mundo doméstico e privado, não sendo 
objeto de políticas públicas (CORRÊA; ALVES; JANUZZI, 2006). 
SEXOLOGIA 
 
 
 
15 
 
Nas décadas de 1950 e 1960, quando foi difundido o medo da “explosão 
populacional”, os formuladores de políticas passaram a defender a disseminação de 
métodos anticoncepcionais, mesmo que contrariando os interesses individuais. 
Nesse contexto, os movimentos feministas sempre colocaram como pontos 
fundamentais o direito de escolha e a liberdade de decisão das mulheres nos 
assuntos sexuais e reprodutivos (CORRÊA; ALVES; JANUZZI, 2006). Na década de 
90 do século XX, a confluência de um ambiente macroeconômico e político favorável 
e a presença ativa de representantes dos movimentos feministas, ambientalistas e 
de Direitos Humanos possibilitaram que os avanços teórico-conceituais fossem 
transformados em princípios assumidos pela Conferência sobre População e 
Desenvolvimento do Cairo (CORRÊA; ALVES; JANUZZI, 2006). No capítulo VII, 
parágrafo 7.3, do Programa de Ação do Cairo, os direitos reprodutivos estão 
definidos da seguinte forma: 
Esses direitos se ancoram no reconhecimento do direito básico de todo casal e de 
todo indivíduo de decidir livre e responsavelmente sobre o número, o espaçamento e 
a oportunidade de ter filhos e de ter a informação e os meios de assim o fazer, e o 
direito de gozar do mais elevado padrão de saúde sexual e reprodutiva. Inclui 
também seu direito de tomar decisões sobre a reprodução, livre de discriminação, 
coerção ou violência (NACIONES UNIDAS, 1995) 
Com relação à saúde reprodutiva, a CIPD ampliou e ratificou o conceito de saúde 
reprodutiva definido em 1988 pela Organização Mundial da Saúde (OMS): 
A saúde reprodutiva é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, em 
todos os aspectos relacionados com o sistema reprodutivo e as suas funções e 
processos, e não de mera ausência de doença ou enfermidade. A saúde reprodutiva 
implica, por conseguinte, que a pessoa possa ter uma vida sexual segura e 
satisfatória, tendo autonomia para se reproduzir e a liberdade de decidir sobre 
quando e quantas vezes deve fazê-lo. Implícito nessa última condição está o direito 
de homens e mulheres de serem informados e de terem acesso a métodos 
eficientes, seguros, permissíveis e aceitáveis de planejamento familiar de sua 
escolha, assim como outros métodos de regulação da fecundidade, de sua escolha, 
que não sejam contrários à lei, e o direito de acesso a serviços apropriados de 
SEXOLOGIA 
 
 
 
16 
 
saúde que deem à mulher condições de atravessar, com segurança, a gestação e o 
parto e proporcionem aos casais a melhor chance de ter um filho sadio. Em 
conformidade com a definição acima de saúde reprodutiva, a assistência à saúde 
reprodutiva é definida como a constelação de métodos, técnicas e serviços que 
contribuem para a saúde e o bem-estar reprodutivo, prevenindo e resolvendo 
problemas de saúde reprodutiva. Isso inclui também a saúde sexual, cuja finalidade 
é a intensificação das relações vitais e pessoais e não simples aconselhamento e 
assistência relativos à reprodução e a doenças sexualmente transmissíveis 
(NACIONES UNIDAS, 1995, anexo, cap. VII, par. 7.2). 
O conceito de direitos sexuais tem uma história distinta e mais recente. Sua 
formulação inicial se dá nos anos 90, no âmbito dos movimentos gay e lésbico 
europeus e norte-americanos, produzindo-se, em seguida, uma sinergia com os 
segmentos dos movimentos feministas. No Programa do Cairo, a expressão direitos 
sexuais não consta no documento final, entretanto, o texto inclui de modo explícito o 
conceito de “saúde sexual”, adotando a definição da OMS para a “saúde sexual” 
como parte integrante da saúde reprodutiva (CORRÊA; ALVES; JANUZZI, 2006; 
CORRÊA; ÁVILA, 2003; PETCHESKY, 1999). Em 1995, a Plataforma de Ação, 
elaborada na IV Conferência Mundial sobre a Mulher, avançou alguns passos no 
sentido de formular um conceito relativo aos direitos sexuais, como parte dos 
princípios dos Direitos Humanos, tendo redigido, em seu parágrafo 96, o seguinte: 
Os direitos humanos das mulheres incluem seu direito a ter controle e decidir livre e 
responsavelmente sobre questões relacionadas à sua sexualidade, incluindo a 
saúde sexual e reprodutiva, livre de coação, discriminação e violência. 
Relacionamentos igualitários entre homens e mulheres nas questões referentes às 
relações sexuais e à reprodução, inclusive o pleno respeito pela integridade da 
pessoa, requerem respeito mútuo, consentimento e divisão de responsabilidades 
sobre o comportamento sexual e suas consequências. (ORGANIZAÇÃO DAS 
NAÇÕES UNIDAS, 1995) 
Muitos avanços já foram conseguidos no sentido de assegurar que as pessoas de 
todas as orientações sexuais e identidades de gênero possam viver com a mesma 
dignidade e respeito a que todas as pessoas têm direito. A Comissão Internacional 
SEXOLOGIA 
 
 
 
17 
 
de Juristas e o Serviço Internacional de Direitos Humanos, em nome de uma 
coalizão de organizações de Direitos Humanos, realizaram um projeto com o 
objetivo de desenvolver um conjunto de princípios jurídicos sobre a aplicação da 
legislação internacional às violações de Direitos Humanos com base na orientação 
sexual e identidade de gênero, no sentido de dar mais clareza e coerência às 
obrigações de Direitos Humanos dos estados. Esses princípios ficaram conhecidos 
como Princípios de Yogyakarta (PRINCÍPIOS DE YOGYAKARTA, 2007; REUNIÃO 
DE ESPECIALISTAS..., 2006). Depois de uma reunião realizada na Universidade 
Gadjah Mada, em Yogyakarta, Indonésia, entre 6 e 9 de novembro de 2006, 29 
eminentes especialistas de 25 países adotaram por unanimidade os Princípios de 
Yogyakarta sobre a Aplicação da Legislação Internacional de Direitos Humanos em 
Relação à Orientação Sexual e Identidade de Gênero (PRINCÍPIOS DE 
YOGYAKARTA, 2007). Em 2006, a ONU adotou a Convenção sobre os Direitos das 
Pessoas com Deficiência, para promover, defender e garantir condições de vida com 
dignidade para as pessoas que têm alguma incapacidadeou deficiência. Entre os 
seus princípios estão a liberdade de fazer as próprias escolhas, a plena e efetiva 
participação e inclusão na sociedade, a igualdade entre homens e mulheres. 
Explicita, também, a necessidade dos estados incluírem em seus programas de 
saúde pública a assistência na área de saúde sexual e reprodutiva às pessoas com 
deficiência. Em julho de 2008, o texto da Convenção e seu protocolo facultativo 
foram incluídos como parte da Constituição Nacional. 
A ideia de direitos sexuais implica, portanto, a aceitação dos diferentes tipos de 
expressão sexual, a autonomia para tomar decisões sobre o uso do próprio corpo e 
a igualdade de gênero (VILLELA; ARILHA, 2003; PETCHESKY, 1999). O HERA 
(Health, Empowerment, Rights and Accountability – Saúde, Empoderamento1 , 
Direitos e Responsabilidade), grupo internacional formado por mulheres que atuam 
no campo da saúde, desenvolvendo um trabalho de escopo mundial para garantir a 
implementação dos acordos estabelecidos na CIPD e na IV Conferência Mundial 
sobre a Mulher, define saúde sexual da seguinte forma: 
A saúde sexual é a habilidade de mulheres e homens para desfrutar e expressar sua 
sexualidade, sem riscos de doenças sexualmente transmissíveis, gestações não 
desejadas, coerção, violência e discriminação. A saúde sexual possibilita 
SEXOLOGIA 
 
 
 
18 
 
experimentar uma vida sexual informada, agradável e segura, baseada na 
autoestima, que implica abordagem positiva da sexualidade humana e respeito 
mútuo nas relações sexuais. A saúde sexual valoriza a vida, as relações pessoais e 
a expressão da identidade própria da pessoa. Ela é enriquecedora, inclui o prazer e 
estimula a determinação pessoal, a comunicação e as relações (HERA, 1999 apud 
CORRÊA; ALVES; JANUZZI, 2006, p. 45). 
A partir de todo esse movimento em prol dos direitos, da saúde sexual e da saúde 
reprodutiva, encontram-se entre os direitos reprodutivos: 
• O direito das pessoas decidirem, de forma livre e responsável, se querem ou não 
ter filhos, quantos filhos desejam ter e em que momento de suas vidas. 
• O direito de acesso a informações, meios, métodos e técnicas para ter ou não ter 
filhos. 
• O direito de exercer a sexualidade e a reprodução livre de discriminação, 
imposição e violência. 
• O direito de viver e expressar livremente a sexualidade sem violência, 
discriminações e imposições, e com total respeito pelo corpo do(a) parceiro(a). 
• O direito de escolher o(a) parceiro(a) sexual. 
• O direito de viver plenamente a sexualidade sem medo, vergonha, culpa e falsas 
crenças. 
• O direito de viver a sexualidade, independentemente de estado civil, idade ou 
condição física. 
• O direito de escolher se quer ou não quer ter relação sexual. 
• O direito de expressar livremente sua orientação sexual: heterossexualidade, 
homossexualidade, bissexualidade. 
• O direito de ter relação sexual, independentemente da reprodução. 
• O direito ao sexo seguro para prevenção da gravidez e de doenças sexualmente 
transmissíveis (DST) e Aids. 
SEXOLOGIA 
 
 
 
19 
 
• O direito a serviços de saúde que garantam privacidade, sigilo e um atendimento 
de qualidade, sem discriminação. 
• O direito à informação e à educação sexual e reprodutiva. 
Vale notar que a sexualidade é uma importante dimensão da vida, abrangendo 
aspectos biológicos, psíquicos, sociais, culturais e históricos. Não se restringe à 
meta reprodutiva, sendo constitutiva das relações amorosas e do laço afetivo entre 
as pessoas. Apesar de os direitos sexuais e direitos reprodutivos terem sido 
formalizados no contexto das Conferências das Nações Unidas como concernentes 
ao planejamento familiar e ao enfrentamento da violência sexual contra as mulheres, 
há atualmente discursos críticos que reconhecem a necessidade de explicitamente 
afirmar a universalidade desses direitos. O fato é que há distintos grupos 
populacionais que têm seus direitos humanos violados em função da sexualidade, 
tais como lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, bem como pessoas que 
exercem a prostituição e pessoas que vivem com HIV/Aids. Ainda há grupos aos 
quais erroneamente se supõe o não exercício da sexualidade, como é o caso das 
pessoas idosas, pessoas com deficiência; e outros para os quais se supõe a 
impertinência na reprodução, como é o caso das pessoas com deficiência, em 
situação de prisão, adolescentes e pessoas com orientações sexuais não 
heterossexuais. 
O reconhecimento da universalidade dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos 
é fundamental para a qualificação da proposição de políticas públicas que 
contemplem as especificidades dos diversos segmentos da população. A prática 
sexual e a maternidade/paternidade são direitos de todos, que devem ser garantidos 
pelo Estado, mediante ações e estratégias que promovam o compromisso e 
responsabilidade dos cidadãos com seu exercício de modo responsável e mediante 
condições saudáveis e libertas de riscos. 
 
 
 
SEXOLOGIA 
 
 
 
20 
 
4- RESPOSTA SEXUAL 
 
Fases do ciclo da resposta sexual humana 
O prazer e a satisfação sexual estão diretamente relacionados com as fases do ciclo 
de resposta sexual humana, constituída por um conjunto de alterações somáticas e 
psicológicas que são desencadeadas perante uma determinada estimulação. 
Habitualmente, aceita-se o facto de que a resposta sexual constitui um processo que 
segue uma sequência previsível de alterações fisiológicas, independentemente de 
qual seja a prática sexual (ex. relações coitais, masturbação), ainda que estas fases 
nem sempre se distingam claramente uma das outras e que possam diferir não só 
entre indivíduos como também num mesmo indivíduo. 
Embora homens e mulheres passem pelas mesmas fases, existem especificidades 
em cada uma delas, nomeadamente, em termos de duração e intensidade no 
encontro sexual. 
Havenlock Ellis (1897) foi o primeiro autor a tentar uma descrição das fases do ciclo 
de resposta sexual, baseando-se no aspeto fisiológico do relacionamento sexual 
que, de acordo com o autor, tem duas etapas: a tumescência (caraterizada pela 
vasocongestão dos órgãos genitais) e a detumescência (descarga da energia 
acumulada e a descongestão que ocorre após o orgasmo). 
Posteriormente, diversos autores tentaram descrever o processo de resposta sexual 
nos seres humanos, nomeadamente William Masters e Virginia Johnson (1966) que, 
pela primeira vez, procederam à observação de homens e mulheres no decurso de 
interações sexuais e que registaram as alterações que ocorriam nos seus corpos 
durante as mesmas. 
Estes estudos levaram Masters e Johnson a descrever quatro fases da resposta 
sexual: excitação, planalto (ou plateau), orgasmo e resolução. 
SEXOLOGIA 
 
 
 
21 
 
Mais tarde, na década de 70, Helen Kaplan sugere um modelo trifásico da resposta 
sexual o qual é composto pelas fases do desejo, da excitação e do orgasmo. Para 
esta autora, o desejo é definido como “um conjunto de sensações produzidas pela 
ativação de um sistema neuronal específico que, quando ativado, induz 
sensibilidade genital, um acrescido interesse em sexo, recetividade a atividade 
sexual ou, simplesmente, agitação, que irão desaparecer após gratificação sexual 
(orgasmo).” (Kaplan,1979) 
Ao salientar a fase do desejo, Kaplan contribuiu para que a categoria diagnóstica 
Desejo Sexual Inibido fosse introduzida como categoria independente no Diagnostic 
and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-III, American Psychiatric 
Association, 1980). 
Posteriormente, Basson (2004) cria um modelo circular, uma tentativa de colmatar a 
linearidade progressiva dos modelos de Masters & Johnson e de Kaplan, de cariz 
essencialmente unisexual, e também devido à necessidade de perceber a 
psicofisiologia sexual feminina. 
Considerando-se uma visão mais abrangente da sexualidade e, em particular, do 
desejo sexual, Rosen e Leiblum (1988) propõem um modelo noqual o desejo é 
conceptualizado a partir de uma perspetiva sociocultural, pelo que a expressão 
deste deverá corresponder aos padrões vigentes (scripts) da sociedade na qual o 
sujeito está inserido. 
SEXOLOGIA 
 
 
 
22 
 
 
Fonte: Miguel, Nuno; Gomes, Ana Maria Allen. Só Para Jovens! Juventude, afecto e 
sexualidade. Texto Editora, 2.ª Edição, Lisboa, 1991 
Fase do Desejo 
O desejo sexual carateriza uma das fases de resposta sexual usualmente associada 
a um estado psicológico ou subjetivo responsável pela motivação face a 
comportamentos de índole sexual. 
SEXOLOGIA 
 
 
 
23 
 
Kaplan (1979, citado por López e Fuertes, 1999) refere que o desejo sexual é um 
estímulo ou impulso produzido pela ativação de um sistema neuronal específico no 
cérebro. 
O desejo sexual é “uma energia psicobiológica que antecede e acompanha a 
resposta da excitação sexual e tende a produzir comportamentos sexuais" (Leveni, 
1988). 
Habitualmente, o desejo é provocado por estímulos sensoriais, como sejam ver 
alguém que nos atrai, ouvir a voz dessa pessoa ou sentir o seu cheiro. O desejo 
provoca alterações psicológicas e também fisiológicas. 
O desejo sexual é constituído por três componentes: impulso sexual, motivação 
sexual e vontade sexual. 
O impulso sexual é moderado pela resposta neuroendócrina caraterizada, 
sobretudo, pelo papel que a testosterona desempenha na sua ativação, resultando 
uma resposta de excitação fisiológica pautada pela tumescência peniana ou 
lubrificação vaginal, fantasias eróticas, procura de atividade sexual e perceção 
dirigida a atributos sexuais atrativos para o indivíduo, manifestando-se num 
interesse sexual endógeno e espontâneo. 
Ao nível fisiológico, o impulso sexual é experimentado como uma tensão 
psicossomática que necessita de ser descarregada, enquanto ao nível 
psicológico essa tensão pode ou não ser experimentada como sexual. 
Por outro lado, a motivação sexual implica uma componente psicológica mediada 
pelo estado mental do indivíduo (ex. presença de afeto positivo ou negativo) ou a 
qualidade da relação (conjugal ou não), sobressaindo, neste caso, fatores 
relacionados com a demonstração de afeto e consenso interpessoais. 
A vontade sexual refere-se à componente contextual regrada pelas normas e valores 
culturais, e as quais o sujeito professa (assumindo assim um caráter mais 
exteriorizado relativamente à motivação sexual). 
SEXOLOGIA 
 
 
 
24 
 
Fase da Excitação 
Como consequência da estimulação sexual (física, psíquica ou ambas) 
desencadeia-se a excitação sexual, evidenciada fisiologicamente pela 
vasocongestão que se produz, nomeadamente na área genital (López e Fuertes, 
1999). 
A vasocongestão leva a uma acumulação do sangue nos vasos sanguíneos dos 
órgãos genitais, a qual provoca alterações diferentes no homem e na mulher. 
À medida que a estimulação sexual aumenta, aumenta também a excitação e 
surgem outras respostas físicas, tais como: 
 aumento progressivo da tensão muscular; 
 aumento do ritmo cardíaco; 
 pressão sanguíneo; 
 ereção dos mamilos. 
Nas mulheres 
O primeiro sinal de excitação sexual provocado pela vasocongestão das paredes 
vaginais é o surgimento de um transudado que humedece a parte interna da vagina, 
designando-se por lubrificação vaginal. No conjunto, a vasocongestão das paredes 
vaginais na zona genital desencadeada pela excitação sexual é responsável por 
alterações fisiológicas nas mulheres: 
 Lubrificação vaginal - transudado que humedece a parte interna da vagina, 
necessária para a penetração, assim como para os movimentos do pénis no interior 
da vagina, a fim de não causarem desconforto ou dor. 
 Os grandes lábios separam-se da sua linha média, elevando-se e tornando-se 
ligeiramente mais planos, o que permite que a entrada da vagina fique livre. 
 Os pequenos lábios engrossam. 
 O clítoris aumenta de tamanho. 
Mobile User
SEXOLOGIA 
 
 
 
25 
 
 O útero é empurrado ligeiramente para cima. 
 Há um entumescimento e um ligeiro aumento do tamanho geral das mamas. 
À medida que a excitação sexual atinge os seus níveis mais elevados, a 
vasocongestão aumenta, e produz-se um aumento de volume do terço externo da 
vagina, fenómeno este que se designa por formação da plataforma orgástica. 
 
Nos homens 
O primeiro sinal da excitação sexual é a ereção do pénis que resulta de um maior e 
mais rápido de afluxo de sangue que chega aos espaços livres dos corpos 
cavernosos e esponjosos provocando a tumescência do pénis. À medida que a 
estimulação aumenta, o homem sente-se mais excitado, respira de um modo 
ofegante e pode sentir-se tenso e transpirado. 
Para além da ereção peniana, verifica-se: 
 A pele das bolsas escrotais alisa-se. 
 Os testículos começam a elevar-se e aumentar ligeiramente de tamanho. 
 Em níveis elevados de excitação sexual, produz-se um ligeiro aumento da glande e 
um maior aumento dos testículos. 
Nos momentos de maior excitação sexual podem surgir pequenas gotas de fluido 
(liquido pré-ejaculatório) segregado pelas glândulas de Cowper que saem para o 
exterior, que frequentemente transportam espermatozoides vivos. Daí que a prática 
do coito interrompido seja um método contracetivo pouco eficaz na prevenção de 
uma gravidez, assim como do contágio das infeções sexualmente transmissíveis. 
Fase do Orgasmo 
O orgasmo é uma sensação intensa de prazer que é acompanhada de uma série de 
reações fisiológicas e que ocorre, normalmente, como o culminar de uma 
experiência sexual (ex. relação sexual, masturbação, fantasias sexuais). 
SEXOLOGIA 
 
 
 
26 
 
Ainda que em linguagem corrente clímax e orgasmo sejam considerados como 
sinónimos, na realidade existe diferença. O clímax é apenas uma parte do orgasmo 
que, por sua vez, é caraterizado por diversas outras reações fisiológicas e 
psicológicas de prazer. Ou seja, o clímax limita-se às sensações de descarga genital 
e é localizado apenas na zona pélvica, enquanto o orgasmo é uma reação que se 
alastra a todo o corpo e que provoca contrações musculares e sensações de prazer 
em todo o corpo. 
Do ponto de vista fisiológico, durante o orgasmo, dá-se um aumento do ritmo da 
respiração e dos batimentos cardíacos e ocorrem contrações rítmicas dos músculos 
da zona pélvica. 
No homem, o pénis aumenta ainda um pouco mais de tamanho devido à 
intensificação do fluxo sanguíneo, enquanto a próstata, as vesículas seminais e a 
parte superior dos vasos deferentes se contraem de forma a provocar a ejaculação, 
ou seja, a emissão de esperma. 
Na maioria das vezes, o orgasmo e a ejaculação ocorrerem em simultâneo, mas são 
acontecimentos distintos. Por exemplo, o homem pode atingir o orgasmo e não 
ejacular. 
Durante esta fase, na mulher ocorrem alterações fisiológicas como um conjunto de 
contrações rítmicas dos músculos que rodeiam a vagina, a plataforma orgástica e o 
útero. 
Algumas mulheres também podem ser multiorgásticas, isto é, podem sentir vários 
orgasmos sucessivos sem que diminua o seu nível de excitação sexual. Todavia, 
esta capacidade é muito variável e um grande número de mulheres nunca 
obteve orgasmos múltiplos. 
É a fase mais curta, mas também é a mais intensa de todas as fases do ciclo de 
resposta sexual. 
SEXOLOGIA 
 
 
 
27 
 
Naturalmente, que o orgasmo é muito mais do que apenas uma reação fisiológica e 
corporal. Proporciona sensações de prazer, sensações estas que são vividas pelas 
diferentes pessoas de diferentes formas. 
Fase de resolução 
Durante esta fase, todas as alterações ocorridas na fase de excitação iniciam um 
processo de inversão, recuperando o seu estado de repouso anterior à excitação. 
Nos homens, ocorre a diminuição progressiva da ereção, até ao ponto em que o 
pénis atinge o estado de repouso complexo (estado de flacidez). Os testículos, que 
durante a fase de excitação e orgasmo se retraíram, vão também regressar ao seu 
estado original. No homem, ocorreo período que Masters e Johnson designaram 
como período refratário. 
Na mulher, a tumescência do clítoris, lábios vaginais e vagina começa a 
desaparecer logo após o orgasmo, mas demora algum tempo até ficar completa. 
Na mulher, o potencial orgásmico não está limitado por um período refratário, como 
no homem, ou seja, se uma mulher for submetida a novas carícias, novos estímulos, 
ela poderá estar em condições físicas de ter novamente um orgasmo. 
Quer no homem quer na mulher, repõem-se os níveis habituais de respiração, 
batimento cardíaco e contração muscular que se alteraram durantes as fases 
anteriores do ciclo de resposta sexual. 
A qualidade da vida sexual de mulheres e homens está relacionada com a forma 
como o seu corpo responde a estímulos. Contudo, os fatores que intervêm na 
resposta são vários e estão muito interligados, sendo determinantes para perceber 
as causas das disfunções e dificuldades sexuais femininas e masculinas. 
RESPOSTA SEXUAL FEMININA 
É a resposta para a fase de intensa excitação. Existem três tipos de respostas: o 
orgasmo múltiplo, orgasmo simples e resposta sem orgasmo. 
http://www.apf.pt/sexualidade/dificuldades-sexuais-homens-e-mulheres
SEXOLOGIA 
 
 
 
28 
 
A primeira descrição da reposta sexual feminina foi realizada por meios dos 
relatórios Masters e Johnson, em 1966. Em 2004, Rosemary Basson propôs um 
novo modelo de função sexual feminina, que sublinha a interdependência das 
relações na função sexual nas mulheres. 
Nesse novo modelo, a sexualidade e a função sexual em mulheres seguem uma 
trajetória circular em que estímulos emocionais e de relacionamento desempenham 
um papel fundamental, e o desejo sexual intrínseco desempenha um papel muito 
menor. 
As principais características físicas da resposta sexual feminina são: 
Lubrificação sexual; 
Intumescimento do clitóris. 
A lubrificação sexual ocorre quando há um acúmulo de sangue nos órgãos genitais e 
transudação de gotículas de líquido. A lubrificação pode acontecer a partir das 
secreções do colo do útero e das glândulas de Bartholin ou glândulas vestibulares 
maiores – glândulas alojadas na parede vaginal com função de lubrificar o canal 
vaginal, preparando-o para o ato sexual. 
A lubrificação da vagina corresponde à ereção no homem. Quanto mais excitação, 
mais lubrificação. Já o intumescimento do clitóris é o inchaço natural devido à 
excitação. 
Para que haja a resposta sexual feminina, segundo o modelo de Basson, é 
importante a interação e a integração com o parceiro. A mulher busca a satisfação 
sexual na interação efetiva e o orgasmo é a resposta para esse estímulo intenso de 
prazer. 
No momento máximo de excitação, o corpo libera uma grande quantidade de 
substâncias para o cérebro, como a dopamina, e o cérebro libera endorfina e 
morfina, que causa bem-estar, prazer e relaxa o corpo. O orgasmo varia em 
intensidade, quantidade e tempo de mulher para mulher e de homem para homem. 
Isso também dependerá do estímulo sexual do casal. 
SEXOLOGIA 
 
 
 
29 
 
Resposta sexual masculina 
Semelhante à feminina em seu início. No entanto, nos homens o estímulo visual é 
de maior importância para iniciar e manter o desejo sexual. 
A excitação é marcada pela ereção. Duas alterações são as mais importantes: 
congestão vascular no aparelho genital e extragenital, e a contração involuntária de 
fibras musculares. 
Tal reação não se limita à genitália: a pele torna-se ruborizada, os mamilos se 
eriçam e aumentam a sensibilidade. Há aumento da pressão sangüínea, freqüência 
cardíaca e respiratória. Há miotonia nos órgãos próximos (reto, uretra e bexiga). 
Culmina com o orgasmo, marcado pela expulsão do semen. 
Diferentemente do que ocorre na mulher, após o orgasmo, o homem apresenta um 
período refratário até que possa iniciar nova atividade sexual. 
 
Um dos aspectos mais importantes da vida da maioria das pessoas é o sexo. No 
entanto, muitos de nós não entendem como funcionamos em um nível sexual. Para 
isso, é importante conhecer as características mais importantes do processo da 
resposta sexual humana. 
Masters e Johnson foram os pioneiros no estudo da resposta sexual humana. 
Apesar das controvérsias que tiveram na época, atualmente são de grande 
relevância. Uma das suas descobertas mais importantes foi o ciclo da resposta 
sexual. Graças a ele, conhecemos as diferentes fases que o nosso corpo atravessa 
durante o ato sexual. 
Agora, é importante saber que cada pessoa mostra a sua resposta sexual de forma 
diferente. Algumas pessoas ficam ofegantes enquanto outras não emitem 
praticamente nenhum ruído. Algumas pessoas se movimentam intensamente 
enquanto outras apresentam movimentos leves. No entanto, apesar das diferenças, 
a resposta do organismo à excitação sexual a nível fisiológico é idêntica. 
As quatro fases da resposta sexual humana 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ere%C3%A7%C3%A3o
https://amenteemaravilhosa.com.br/exibicionismo-parafilia-sexual/
SEXOLOGIA 
 
 
 
30 
 
A teoria do ciclo sexual nos mostra que as pessoas passam por 4 fases distintas 
durante a resposta sexual: (a) excitação, (b) platô, (c) orgasmo e (d) 
resolução. Essas fases sempre ocorrem nesta ordem, começando com a excitação e 
terminando com o período de resolução. 
 
1- Fase de excitação sexual 
É o começo das mudanças fisiológicas que sinalizam a resposta do organismo 
diante da estimulação sexual. Esses estímulos podem ser tanto físicos quanto 
psicológicos. A principal função desta fase é a preparação do corpo para o ato 
sexual. 
As mudanças fisiológicas que encontramos nas mulheres são múltiplas. A 
lubrificação vaginal aumenta rapidamente graças ao controle do sistema 
parassimpático. Encontramos também a dilatação da parte superior da vagina para 
favorecer a entrada do pênis, além do aumento do tamanho do clitóris e dos seios 
devido à congestão vascular. 
No homem, também encontramos diferentes mudanças fisiológicas. Devido à ação 
do sistema simpático e a congestão vascular, acontece a ereção do pênis 
juntamente com um aumento na tensão do escroto e a elevação dos testículos. Além 
disso, ocorrem contrações regulares no reto. 
https://melhorcomsaude.com.br/4-tecnicas-estimular-o-clitoris/
SEXOLOGIA 
 
 
 
31 
 
Da mesma forma, uma série de mudanças comuns aparecem em ambos os sexos. 
Por exemplo, o rubor sexual, o aumento da frequência cardíaca e da pressão 
arterial. 
2- Fase de platô 
A fase de platô é uma manutenção do estado de excitação e ocupa a parte central e 
mais extensa da resposta sexual. Nesta fase, as atividades sexuais são realizadas. 
Há um aumento significativo da tensão sexual com altos níveis de contração 
muscular e vasocongestão. A função desta fase é manter o estado de excitação 
sexual até a chegada do clímax ou orgasmo. 
As alterações fisiológicas que encontramos nas mulheres durante essa fase são: 
contração das paredes vaginais, clitóris retraído para dentro, aumento do útero e 
escurecimento dos pequenos lábios. Essas mudanças são chamadas de formação 
da plataforma orgástica. Da mesma forma, ocorrem contrações involuntárias no reto, 
assim como nos homens durante a excitação. 
Nos homens, o pênis atinge seu nível máximo de ereção, os testículos aumentam de 
tamanho e sobem ao máximo. O fluido pré-seminal aparece na glande, com a 
função de limpar os dutos residuais seminais. As contrações no reto continuam a 
ocorrer. 
Além disso, o rubor continua a aparecer em ambos os sexos e a frequência 
cardíaca, a pressão arterial e a frequência respiratória aumentam. 
https://amenteemaravilhosa.com.br/10-curiosidades-orgasmo/
https://amenteemaravilhosa.com.br/o-que-atrai-os-homens/
SEXOLOGIA 
 
 
 
32 
 
 
3- Fase orgástica ou clímax 
A fase orgástica ou clímax consiste em uma descarga explosiva da tensão 
neuromuscular altamente gratificante. Ocorre de forma involuntária e 
repentinamente, quando a estimulação atinge a sua intensidade máxima. Supõeo 
fim do ato sexual e, do ponto de vista psicológico, a experiência prazerosa serve 
como um reforço do comportamento. 
No caso das mulheres, a plataforma orgástica se contrai em intervalos de 0,8 
segundos entre 5 a 12 vezes. Além disso, ocorrem contrações do esfíncter anal e 
outros grupos musculares. 
No homem, as contrações da uretra e dos músculos pélvicos fazem com que o pênis 
experimente a ejaculação do líquido seminal. Essa ejaculação é controlada pelo 
sistema nervoso simpático. 
Em ambos os sexos, os aumentos dos vários parâmetros iniciados nas fases 
anteriores continuam. Ou seja, o ritmo cardíaco, a pressão arterial e a frequência 
respiratória continuam a aumentar. 
4- Fase de resolução 
https://amenteemaravilhosa.com.br/melhor-afrodisiaco-mulheres-palavras/
SEXOLOGIA 
 
 
 
33 
 
Envolve a perda progressiva da tensão sexual e o retorno gradual do organismo ao 
estado normal, antes da fase de excitação. A reversão dos processos anteriores 
geralmente dura entre 15 e 30 minutos. 
Os homens entram num período refratário durante o qual é muito difícil conseguir 
uma nova ereção e ter outro orgasmo. A duração desse período é variável, 
oscilando entre minutos e horas, e aumenta com a idade. 
As mulheres não apresentam esse período refratário. Portanto, elas são capazes de 
experimentar orgasmos múltiplos ou repetidos em um curto período de tempo. Outra 
diferença em relação aos homens é que, enquanto eles mostram ciclos semelhantes 
no tempo e na ativação, as mulheres mostram uma maior variabilidade entre 
elas: enquanto algumas chegam rapidamente ao orgasmo, outras chegam de forma 
lenta e progressiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://melhorcomsaude.com.br/estimulacao-sensorial/
SEXOLOGIA 
 
 
 
34 
 
5- PROBLEMAS SEXUAIS 
 
“A saúde sexual é um estado de completo bem-estar físico, emocional, mental 
associado à sexualidade e não só à ausência de doença ou enfermidade” 
(OMS, Organização Mundial de Saúde). 
A pessoa pode apresentar alterações ou perturbações no seu ciclo de resposta 
sexual surgindo as dificuldades ou disfunções sexuais que impedem a vivência de 
uma vida sexual satisfatória e gratificante. 
As causas que podem estar na origem ou contribuir para estas dificuldades, podem 
ser orgânicas, psicológicas ou mistas. Problemas de saúde físicos e psicológicos, 
uso de medicamentos, tabagismo, problemas afetivos ou de natureza relacional, 
falta de experiência sexual e de conhecimento do corpo, traumas sexuais, assim 
como fatores socio económicos e profissionais, podem refletir-se de forma negativa 
na resposta sexual. 
As disfunções sexuais podem ser desencadeadas por causas orgânicas e, muitas 
vezes agravadas pela sua repercussão emocional. 
Uma disfunção pode ser primária, se coincide com o início da atividade sexual e 
secundária se foi adquirida ao longo do tempo. Pode ser generalizada, se está 
presente em qualquer circunstância, ou situacional, se está presente apenas em 
determinadas circunstâncias. 
Uma consulta junto de um terapeuta especializado é uma forma eficaz de 
desbloquear medos e ansiedades, permitindo a construção de atitudes positivas em 
relação ao sexo. A educação e informação sobre a resposta sexual humana, são 
também muito importantes e eficazes na resolução ou diminuição do impacto que 
algumas dificuldades sexuais têm na pessoa. Em alguns casos, as abordagens 
terapêuticas poderão incluir a sugestão de determinados exercícios e técnicas 
específicas. 
http://www.apf.pt/sexualidade/resposta-sexual-humana
SEXOLOGIA 
 
 
 
35 
 
Neste âmbito, a APF dispõe de consultas de "Sexologia e Aconselhamento 
Conjugal". 
Disfunções sexuais femininas 
Desejo sexual hipoativo 
Consiste na diminuição ou ausência total de desejo sexual. A mulher não manifesta 
interesse por atividades sexuais ou eróticas preliminares e não sente desejo de 
iniciar a atividade sexual, podendo ocorrer o evitamento do contacto físico íntimo. 
Alterações hormonais, doenças endocrinológicas, toma de determinados 
medicamentos ou fatores psicológicos tais como depressão ou perturbações da 
ansiedade, podem contribuir para a diminuição do desejo sexual. 
Aversão sexual 
Consiste na aversão do contacto sexual com consequente evitamento de todo ou 
quase todo o contacto sexual genital. 
Atitudes negativas face ao sexo, educação sexual repressiva, historial de 
violência/abuso, dispareunia, são alguns dos fatores que podem contribuir para esta 
dificuldade. 
Perturbação da excitação sexual 
Consiste na dificuldade em adquirir ou manter um estado de excitação sexual 
adequada até a consumação da atividade sexual, frequentemente expressa pela 
ausência ou diminuição da lubrificação vaginal. 
Alterações endocrinológicas, por exemplo na amamentação e menopausa, podem 
conduzir a diminuição de lubrificação vaginal, assim como algumas doenças 
crónicas como a diabetes, doenças da tiróide, toma de determinados medicamentos 
ou tabagismo. 
http://www.apf.pt/servicos/consultas-e-atendimento
http://www.apf.pt/servicos/consultas-e-atendimento
http://www.apf.pt/servicos/consultas-e-atendimento
SEXOLOGIA 
 
 
 
36 
 
Fatores psicológicos como ansiedade, stresse e depressão, assim como fatores de 
ordem relacional como a falta de estimulação adequada do/a parceiro/a e deficiente 
comunicação, são alguns dos fatores que também podem contribuir para esta 
dificuldade. 
Perturbação do orgasmo 
A perturbação do orgasmo consiste na dificuldade ou incapacidade persistente ou 
recorrente de atingir o orgasmo, após uma fase normal de excitação sexual. 
Algumas doenças neurológicas, alterações hormonais, uso de determinados 
fármacos, álcool e consumo de algumas drogas, a idade (jovem) e atitudes 
negativas em relação à atividade sexual, são alguns dos fatores que podem 
influenciar negativamente a fase orgástica. 
Dispareunia 
Dor persistente na zona genital ou pélvica durante as relações sexuais. Embora a 
dor seja experimentada com maior frequência durante o coito, também pode ocorrer 
antes ou após a relação sexual. 
Determinados problemas orgânicos como inflamações ginecológicas, fatores 
relacionais, conflitos psicossexuais, são algumas das causas podem contribuir para 
que a mulher sinta dor na relação sexual. 
Vaginismo 
Dificuldade da mulher em tolerar a penetração, devido à contração involuntária, 
recorrente ou persistente, dos músculos do períneo adjacentes ao terço inferior da 
vagina. 
Podem estar na origem do vaginismo fatores orgânicos ou fatores psicológicos e 
emocionais que incluem: 
SEXOLOGIA 
 
 
 
37 
 
 Falta de informação e crenças erradas ou negativas sobre a sexualidade (culpa, 
educação conservadora) 
 Inexperiência que pode conduzir a medos ou bloqueios e a uma resposta 
condicionada 
 Experiências prévias com dor. 
 Traumas 
Disfunções sexuais masculinas 
Muitos homens sentem-se ainda muito retraídos na procura de ajuda médica 
relativamente a problemas de carácter sexual e reprodutivo que possam ter. Mas, 
quanto mais cedo assumirem que podem precisar de apoio e aconselhamento 
médico, mais qualidade de vida ganham. É importante partilhar para não sofrer. 
Muitas das disfunções são facilmente tratáveis. 
As disfunções sexuais masculinas mais comuns são: 
 Tipo de disfunção 
Desejo Perturbação de desejo sexual hipoactivo 
Excitação Disfunção eréctil 
Orgasmo 
Disfunções Ejaculatórias 
Inibição do orgasmo 
Dor Dispareunia 
SEXOLOGIA 
 
 
 
38 
 
Perturbação de desejo sexual hipoactivo 
 “Ausência ou deficiência persistente ou recorrente de fantasias e desejo de 
actividade sexual” (Fonte: DSM IV) 
Causas psicológicas: 
 Pode estar associada a outras disfunções sexuais no homem ou na parceira 
 Distanciamento emocional e conflitos no casal também foram associados a esta 
disfunção, embora seja difícil perceber se é a causa ou a consequência desta 
disfunção 
 Doenças psiquiátricas (depressão e perturbaçõesde ansiedade) 
 Acontecimentos de vida, luto e outras perdas 
Causas orgânicas 
 Efeitos gerais de uma doença física 
 Doenças físicas específicas: Doença hepática, Tumores pituitários secretores de 
prolactina, Deficiência de testosterona (rara, embora seja frequente na prática clínica 
os doentes associarem a sua diminuição do desejo à diminuição de testosterona, 
sendo mais dificil reconhecer causas mais prováveis como a perda de atracção pela 
parceira) 
 Iatrogenia : Antihipertensores, antidepressivos, antipsicóticos, anticonvulsivantes 
Disfunção eréctil 
A idade é um fator que se relaciona com o aparecimento de disfunção eréctil. 
Enquanto os indivíduos mais jovens têm mais probabilidade de desenvolver 
disfunção eréctil de causa psicológica, os homens com mais idade desenvolvem 
habitualmente disfunção eréctil de causa orgânica, devido a uma maior 
comorbilidade com diversos fatores de risco. 
SEXOLOGIA 
 
 
 
39 
 
A disfunção eréctil ou impotência sexual é a incapacidade persistente ou recorrente 
para atingir ou manter uma ereção adequada até completar a atividade sexual, 
provocando acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal. 
A disfunção eréctil pode dever-se a várias causas, nomeadamente orgânicas, 
psicológicas ou mistas. 
Para a resolução da disfunção eréctil é fundamental não só a ida a um especialista, 
para se chegar a um diagnóstico adequado, como o diálogo aberto com a(o) 
parceira(o). 
As causas da disfunção erétil podem ser muito variadas: 
 Doenças vasculares (arteriosclerose, problemas cardíacos, hipertensão, etc.) 
 Problemas neurológicos (lesões nervosas, esclerose múltipla, doenças 
degenerativas, etc.) 
 Diabetes 
 Problemas hormonais (redução na produção de hormonas) 
 Uso de determinados medicamentos 
 Problemas psicológicos 
 Stresse 
 Depressão 
 Ansiedade de execução 
 Medo do fracasso 
 Baixa auto estima 
 Insatisfação / Conflito conjugal 
 Informação deficiente/mitos sobre a sexualidade 
Uma vez que as causas da disfunção erétil são de natureza diversa, os tratamentos 
podem envolver o aconselhamento sexual, uma terapêutica medicamentosa e em 
alguns casos a cirurgia. Antes de qualquer decisão, o profissional de saúde poderá 
SEXOLOGIA 
 
 
 
40 
 
começar por dar alguns conselhos que podem ser benéficos para a saúde sexual do 
homem, nomeadamente a prática de exercício físico, alimentação cuidada, redução 
do consumo do álcool ou tabaco, bem como um maior tempo de descanso. 
Disfunções ejaculatórias 
Ejaculação prematura, precoce ou rápida 
Dificuldade em controlar a ejaculação, que em alguns casos pode ocorrer antes, no 
momento da penetração ou logo após a penetração, limitando a satisfação sexual. É 
uma das disfunções sexuais mais comuns, sobretudo entre os mais jovens, no 
entanto, muitas a vergonha face a esta dificuldade, não permite que muitos homens 
procurem tratamento. 
 
As causas são sobretudo psicológicas, relacionadas com ansiedade e stresse, mas 
podem estar envolvidas causas biológicas. Pode também estar associada a 
consumo de álcool ou drogas. O seu tratamento poderá incluir a terapia sexual, 
psicoterapia e medicação. 
Anejaculação 
Ausência completa de ejaculado estando conservada a sensação de orgasmo. 
Deve-se à inexistência de fase de emissão, havendo fase de expulsão. 
Etiologia: 
Principais Causas psicológicas: 
 Receio de provocar uma gravidez 
 Ejaculações fora do coito sob a forma de poluções noturnas, ao acordar ou no 
decorrer da masturbação 
Principais Causas orgânicas: 
 Esclerose múltipla 
SEXOLOGIA 
 
 
 
41 
 
 Mielite transversa 
 Lesões vertebro-medulares 
 Iatrogenia medicamentosa e cirúrgica 
Ejaculação retrógrada 
Ausência total ou parcial de emissão de ejaculado, devido ao insuficiente 
encerramento do esfíncter uretral interno. O esperma passa da uretra posterior para 
o interior da bexiga permanecendo a sensação de orgasmo. 
Etiologia: 
As causas poderão ser de ordem psicológica, neurológica e medicamentosa. 
Ejaculação asténica 
Também chamada de ejaculação babante ou incompetência parcial ejaculatória 
(Kaplan, 1988), consite na diminuição ou ausência de contrações musculares que 
projetam o esperma (ejaculação sem força). 
Etiologia: 
 Ocorre em homens com lesões medulares abaixo da L1, como os paraplégicos e 
para parésicos em que só permanece ativo o centro secretor medular. 
 Causa urológica obstrutiva: HBP, Estenoses uretrais, Hipotonias do esfíncter externo 
Ejaculação retardada 
Também chamada de incompetência ejaculatória (Masters & Johnson, 1970), deve-
se ao atraso ou inibição específica dos mecanismos de ejaculação. É 
involuntariamente uma ejaculação muito tardia. 
Relativamente pouco frequente e a prevalência não ultrapassa os 5% 
SEXOLOGIA 
 
 
 
42 
 
Inibição do orgasmo masculino 
Dificuldade persistente ou incapacidade de atingir o orgasmo apesar da presença de 
desejo, de excitação e estimulação. O homem não é capaz de ejacular com a sua 
parceira, sendo capaz de ejacular na masturbação ou durante o sono. Diferente da 
anejaculação porque nesta o homem consegue atingir o orgasmo. 
Relativamente raro e provavelmente a disfunção que se encontra menos 
frequentemente na prática clínica. 
Etiologia: 
Causas orgânicas relacionadas com iatrogenia farmacológica: 
 Anticolinérgicos 
 Antiadrenérgicos 
 Antihipertensores 
 Psicofarmacos 
Causas psicológicas: 
 Estimulação desadequada 
 Medo (gravidez, compromisso) 
 Ansiedade de performance 
 Trauma sexual prévio 
 Hostilidade da parceira e problemas na relação conjugal 
 Homossexualidade latente 
Dispareunia 
Dor genital antes, durante ou após a relação sexual. Ocorre apenas em cerca de 1% 
nas amostras clínicas 
SEXOLOGIA 
 
 
 
43 
 
Causas orgânicas: 
 Infeção genital 
 Prostatite 
 Fimose 
Causas psicológicas: 
 Não existem resultados de estudos sobre o tratamento psicológico desta condição 
 
A impotência sexual emocional tem se tornado cada vez mais comum nos dias de 
hoje. Por isso, preparamos esse artigo para mostrar algumas maneiras de lidar com 
ela. 
Os casos de impotência sexual emocional estão se tornando cada vez mais comuns 
nos dias atuais. Eles são desenvolvidos por uma série de questões e problemas que 
podem afetar de maneira extremamente nociva a saúde mental e física das pessoas. 
Para que esse assunto fique mais claro, preparamos esse artigo com dicas de como 
lidar com a impotência sexual emocional e acabar de vez com o problema. 
Acompanhe e descubra. 
Entenda mais sobre a impotência sexual emocional 
A impotência sexual emocional é um distúrbio físico promovido por um problema de 
saúde psicológico. Algumas emoções geram altos níveis de 
adrenalina, neurotransmissor que impede os homens de terem ereções. 
Quando essas emoções são constantes, o homem acaba desenvolvendo um quadro 
crônico de impotência sexual emocional. Normalmente esse problema costuma 
apresentar-se durante um período menor que 6 meses e o acompanhamento de 
um sexólogo online e em alguns casos, até medicamentos para ejaculação 
precoce são essenciais para a resolução desse problema. 
https://www.vittude.com/blog/conheca-as-emocoes/
https://www.vittude.com/blog/neurotransmissores/
https://www.euroclinix.net/br/impotencia
https://www.vittude.com/blog/sexologo-online/
https://www.vittude.com/blog/ejaculacao-precoce/
https://www.vittude.com/blog/ejaculacao-precoce/
https://www.vittude.com/blog/ejaculacao-precoce/
SEXOLOGIA 
 
 
 
44 
 
 
Causas da impotência sexual emocional 
São muitas as causas da impotência sexual emocional, e a maior parte delas está se 
tornando cada vez mais comum nos dias atuais. Prova disso é o grande aumento de 
casos desse problema em homens com idade entre 24 e 36 anos. 
Normalmente, são homens que não apresentam nenhum quadro físico capaz de 
promover a impotência, e mesmo assim, encontram dificuldades em conseguir 
ereções

Mais conteúdos dessa disciplina