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SEXOLOGIA SEXOLOGIA 2 SUMÁRIO 1- DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL 3 2- IDENTIDADE SEXUAL E DE GÊNERO 7 3- SAÚDE SEXUAL E DIREITOS 13 4- RESPOSTA SEXUAL 20 5- PROBLEMAS SEXUAIS 34 6- REMÉDIOS CASEIROS PARA AUMENTAR O APETITE SEXUAL 46 REFERÊNCIAS SEXOLOGIA 3 1- DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL A sexualidade infantil se diferencia da sexualidade do adulto em diversos aspectos. A maior excitação não precisa necessariamente ser localizada nos genitais. Não levam necessariamente ao contato sexual, mas alongam-se em atividades que vêm a desempenhar papel futuramente no prazer. Pode ser auto-erótica. Excitação e satisfação não estão nitidamente diferenciadas. O desenvolvimento do Ego não é um processo homogêneo. Quando nasce, o organismo emerge de um ambiente relativamente tranquilo para entrar num estágio de estimulação esmagadora com pouca proteção contra os estímulos. (Fenichel, 2005, pág. 30). No início da vida, o bebê não é capaz de fazer uma diferenciação entre mundo externo e mundo interno; ele não tem noção das dimensões do seu corpo, não se vê unificado com braços, pernas e cabeça etc. Fenichel (2005) diz que a origem do Ego e a origem do senso de realidade são dois aspectos de uma mesma etapa de desenvolvimento. O conceito de realidade é que também cria o conceito de Ego; somos indivíduos na medida em que nos sentimos distintos e separados de outras pessoas. A primeira percepção de objeto (externo) virá do desejo de alguma coisa que já é familiar ao bebê – alguma coisa capaz de gratificar necessidades, mas ausente no momento. Os primeiros sinais de representação objetal devem originar-se no estado de fome. (Fenichel, 2005, pág. 31). “A primeira aceitação da realidade é somente um estágio intermediário no caminho de se afastar dela.” (Fenichel, 2005, pág. 31). É o ponto em que surge a contradição básica da vida humana, a contradição entre o desejo de relaxamento completo e o desejo de objetos (fome de estímulo). O fato de objetos externos haverem trazido o desejado estado de satisfação relaxada introduziu a complicação de que os objetos se tornaram desejados. SEXOLOGIA 4 A primeira realidade é a que se engole. O “pôr na boca” vem a ser uma das primeiras formas de relação com os objetos externos. Essa incorporação é a percussora das atitudes sexuais e destrutivas ulteriores; destrói, em sentido psicológico, a existência do objeto. Como a forma como o Ego primitivo percebe o mundo é incompleta ele vem a sentir-se onipotente. É uma “onipotência ilimitada, a qual persiste enquanto não existe concepção dos objetos.” (Fenichel, 2005, pág. 34) Quando a criança é obrigada a renunciar a crença na sua onipotência, passa a considerar onipotentes os adultos “e tenta mediante a introjeção , partilhar-lhes, desta vez, a onipotência. Há sentimentos narcísicos de bem-estar que se caracterizam pelo fato de que se sentem como reunião a uma força onipotente existente no mundo exterior, força que se obteve ou pela incorporação de partes deste mundo, ou pela fantasia de que se é por ele incorporado” (Fenichel, 2005, pág. 36) Na criança maior todo o sinal de amor que vem do adulto, mais poderoso e admirado, tem o mesmo efeito que o leite teve sobre o bebê. Fenichel (2005) caracteriza amor objetal passivo o período durante o qual a criança quer obter do objeto alguma coisa sem com nada contribuir. Nessa época do desenvolvimento para a criança o objeto ainda não é personalidade, é apenas um instrumento com que obter satisfação. Nesse período o medo de perda de amor significa perda de ajuda e proteção que acarretam perda de auto-estima. O desamparo inicial do bebê leva-o a estados de alta tensão dolorosa , estados nos quais o organismo é inundado por quantidades de excitação que lhe excedem a capacidade de controle: são os chamados estados traumáticos. O sofrimento dos estados traumáticos representa a raiz comum de vários afetos futuros, entre eles a angústia. (Fenichel, 2005). https://psicologado.com.br/atuacao/psicologia-clinica/uma-abordagem-psicologica-sobre-o-medo https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/a-teoria-da-angustia-na-psicanalise SEXOLOGIA 5 As sensações desta angústia primária podem ser consideradas , de um lado, como a maneira pela qual a tensão se faz sentir e, de outro lado, como a percepção de descargas de emergência vegetativas involuntárias. (Fenichel, 2005). A libido, a princípio é toda armazenada no ego. E este estado absoluto é chamado de narcisismo primário. Ele perdura até o ego começar a catexizar as idéias dos objetos com a libido, a transformar a libido narcísica em libido objetal. Durante toda a vida o ego permanece sendo o grande reservatório, do qual as catexias libidinais são enviadas aos objetos e para o qual elas são também mais uma vez recolhidas (...) (Freud,1932, pág 18) Fase Oral Durante a fase oral já ocorrem esporadicamente impulsos sádicos, juntamente com o aparecimento dos dentes. Porem sua amplitude é muito maior na fase seguinte, a fase anal-sádica, por ser a satisfação então procurada na agressão e na função excretória . (Freud, 1932) Fase Sádico-anal Na fase Sádico-anal o objetivo primário do erotismo anal é o gozo de sensações prazerosas na excreção. (Fenichel, 2005). Os primeiros desejos anais são auto-eróticos. Subdivide-se a fase de organização anal da libido em um período inicial, que teria um objetivo sádico no prazer excretório, sem consideração do objeto; e um período ulterior, que se caracterizaria por um prazer prevalente de retenção, no qual se conserva o objeto. Fase Fálica https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/sigmund-freud-biografia SEXOLOGIA 6 Na fase fálica o órgão que desempenha o papel principal é o pênis, os órgãos genitais femininos por muito tempo permanecem desconhecidos. Nas primeiras fases, os diferentes componentes das pulsões empenham-se na busca de prazer independentemente uns dos outros, na fase fálica, há os primórdios de uma organização que subordina os outros impulsos à primazia dos órgãos genitais e determina o começo de uma coordenação do impulso geral em direção ao prazer na função sexual. (Freud, 1932) Em Novas Conferências Introdutórias sobre Psicanálise Freud (1933) fala que as crianças de tenra idade não possuem mecanismos internas contra seus impulsos que buscam o prazer. O papel que mais tarde é assumido pelo superego é desempenhado, no início por um poder externo, pela autoridade dos pais. A influência dos pais governa as crianças, concedendo-lhe provas de amor e ameaçando com castigos; os quais para a criança são sinais de perda de amor e se farão temer por essa mesma causa. Essa angústia realística é precursora da angústia moral subseqüente. Ao abandonar o Complexo de Édipo, a criança deve renunciar às intensas catexias objetais que depositou nos seus pais, e é por compensação a essa perda de objetos que existe uma intensificação tão grande das identificações com os pais. (Freud, 1933). https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/introducao-ao-conceito-de-pulsao https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/introducao-a-psicanalise https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/uma-breve-compreensao-sobre-o-complexo-de-edipo SEXOLOGIA 7 2- IDENTIDADE SEXUAL E DE GÊNERO É a maneira como alguém se sente e se apresenta para si e para as demais pessoas como masculino ou feminino, ou ainda pode ser uma mescla, uma mistura de ambos, independentemente do sexo biológico (fêmea ou macho) ou da orientação sexual (orientação do desejo: homossexual, heterossexual ou bissexual). É a forma como nos reconhecemos a nós mesmo e desejamos que os outros nos reconheçam. Isso incluí a maneira como agimos (jeitoe/ou mantê-las. As principais causas da impotência sexual emocional são: Quadros de ansiedade; Altos níveis de estresse; Traumas pós-acidentes; Medos relacionados ao fracasso sexual e possibilidade de humilhação; Padrões estéticos exagerados; Perda da libido; Conflitos emocionais e amorosos; Baixa autoestima; Casos precedentes de abuso sexual; Entre outros. Tratamentos possíveis para a impotência sexual emocional A melhor escolha de tratamento para esse tipo de problema é a psicoterapia. Nela, o paciente será capaz de expor sua rotina, seus problemas e medos e o profissional, por sua vez, poderá encontrar o fator motivacional principal da impotência sexual emocional e tratá-la mais assertivamente, apenas com uma boa conversa e o apontamento de soluções. Em alguns casos, pode ser necessário que o paciente promova alterações em sua rotina, como a busca por uma profissão menos estressante, ou a prática de atividades capazes de tranquilizar o paciente como a meditação, por exemplo. https://www.vittude.com.br/psicologos/online/sexologia?utm_source=blog&utm_medium=banner&utm_campaign=como-lidar-com-a-impotencia-sexual-emocional-e-acabar-com-o-problema https://www.vittude.com.br/psicologos/online/sexologia?utm_source=blog&utm_medium=banner&utm_campaign=como-lidar-com-a-impotencia-sexual-emocional-e-acabar-com-o-problema https://www.vittude.com/blog/ansiedade/ https://www.vittude.com/blog/estresse-saiba-como-ele-afeta-sua-saude/ https://www.vittude.com/blog/atitudes-para-aumentar-autoestima/ https://www.vittude.com/blog/o-que-e-psicoterapia/ https://www.vittude.com/blog/assertividade-dicas-ser-mais-assertivo/ https://vittude-7024940.hs-sites.com/indicacao-vittude-corporate?utm_medium=rock-convert&utm_source=blog&utm_campaign=indicacao_corporate https://vittude-7024940.hs-sites.com/indicacao-vittude-corporate?utm_medium=rock-convert&utm_source=blog&utm_campaign=indicacao_corporate https://www.vittude.com/blog/mindfulness-atencao-plena/ SEXOLOGIA 45 Já em outros casos, é possível que o profissional indique o uso de medicamentos estimulantes, associado ao tratamento psicológico. Essa possibilidade é mais comum em situações onde a impotência sexual é promovida pelo medo de fracassar com a parceira. Conheça alguns sinais comuns de impotência sexual emocional Assim como a maior parte dos problemas de fundo emocional, a impotência também possui alguns sinais simples de serem detectados, e esses são: Uso excessivo de pornografia; Vício em aplicativos e sites de bate-papo e encontro; Sensação constante de insegurança, raiva ou humilhação em um encontro; Sentimento de ansiedade relacionado ao ato sexual; Capacidade de se satisfazer mais com o sexo virtual do que com o real; Preferência ao isolamento social; Quadro de depressão. Homens em qualquer fase da vida podem apresentar problemas emocionais que levem ao surgimento da impotência sexual, e para provar isso existe uma pesquisa que aponta que 70% dos casos de impotência sexual são emocionais. Isso acontece porque, os pensamentos e sentimentos são fundamentais para um bom funcionamento geral do corpo. Não só apenas em relação a função sexual, mas, também outros quesitos. Por isso, sempre que uma alteração de comportamento ou funcionamento orgânico, sem causa física aparente for detectada é importante que uma ajuda especializada seja procurada. https://www.euroclinix.net/br/impotencia/viagra/viagra-sem-receita-medica https://www.euroclinix.net/br/impotencia/viagra/viagra-sem-receita-medica https://www.euroclinix.net/br/impotencia/viagra/viagra-sem-receita-medica https://www.vittude.com/blog/fala-psico/como-lidar-com-a-inseguranca-emocional/ https://www.vittude.com/blog/raiva/ https://www.vittude.com/blog/agorafobia/ https://www.vittude.com/blog/depressao/ https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff300622.htm https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff300622.htm https://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff300622.htm https://www.vittude.com/blog/comportamento/ SEXOLOGIA 46 6- REMÉDIOS CASEIROS PARA AUMENTAR O APETITE SEXUAL Um excelente remédio caseiro para aumentar o apetite sexual é o suco de açaí com guaraná, que também é composto por morangos, mel, canela e açúcar mascavo, assim como o chá de catuaba com salsaparrilha, que devem ser tomados até 3 vezes por dia. Estes remédios caseiros para aumentar a líbido, têm propriedades estimulantes e afrodisíacas, que favorecem o fluxo de sangue para os órgãos sexuais, melhorando a relação entre o casal. Suco de açaí e guaraná Um bom remédio caseiro para aumentar o apetite sexual é com açaí e guaraná porque o açaí é afrodisíaco e o guaraná tem propriedades estimulantes. Ingredientes 4 polpas de açaí de 100 g cada; SEXOLOGIA 47 Meia caixa de morangos picados; 2 litros de água; 2 colheres de guaraná em pó; 4 colheres de sopa de açúcar mascavo; 2 colheres de sopa de mel; 1/2 colher de sopa de canela em pó. Modo de preparo Colocar todos os ingredientes no liquidificador e bater até formar uma mistura homogênea. Beber 1 copo do suco, no mínimo, 3 vezes por dia. Remédio caseiro com catuaba e salsaparrilha O remédio caseiro para apetite sexual com catuaba e salsaparrilha ajuda a aumentar o apetite sexual, pois estas plantas medicinais possuem propriedades estimulantes e afrodisíacas, aumentando o tempo de ereção masculina e a sensibilidade dos órgãos genitais femininos. Ingredientes 1 colher de sopa de casca de catuaba; SEXOLOGIA 48 2 colheres de sopa de raiz triturada de salsaparrilha; 250 mL de água. Modo de preparo Colocar a água para ferver juntamente com a catuaba e a salsaparrilha e depois de fervida, deixar amornar, coar e beber cerca de 2 a 3 xícaras do chá por dia. Além deste chá, o chá de Yohimbe também é uma ótima opção para aumentar o apetite sexual, pois possui propriedades afrodisíacas. Smoothie de banana e melancia A melancia possui uma grande quantidade de fitonutrientes, como licopeno, beta caroteno e citrulina, que ajudam a relaxar os vasos sanguíneos no caso dos homens. Já as bananas ajudam a aumentar a quantidade de hormônios tanto masculinos quanto femininos. Para aumentar ainda mais o potencial desse remédio caseiro, pode-se acrescentar a castanha do pará, pois contém uma grande quantidade de selênio, ajudando a aumentar a produção de serotonina e, no caso dos homens, de testosterona. Ingredientes https://www.tuasaude.com/salsaparrilha/ SEXOLOGIA 49 1 banana; 1 fatia de melancia; 1 castanha do pará 1/2 copo de água. Modo de preparo Juntar todos os ingredientes no liquidificador, misturar e beber cerca de 2 copos do suco por dia. Chá de feno-grego O feno-grego é uma planta medicinal que ajuda a regular os níveis hormonais e, por tanto, pode ser usada para aumentar o desejo sexual. Ingredientes 1 colher de chá de sementes de feno-grego em pó; Uma pitada de pimenta; 250 ml de água. Modo de preparo SEXOLOGIA 50 Em uma xícara, colocar as sementes em pó de feno-grego e uma pitada de pitada e deixar repousar por 3 horas. Em seguida, adicionar água quente e deixar por cerca de 10 minutos. Depois, coar e beber pelo menos 3 vezes por dia. Como aumentar a libido naturalmente Além destes remédios caseiros, outras dicas para aumentar o apetite sexual incluem: Utilizar alimentos afrodisíacos, como o figo, a banana, o chocolate ou o café; Manter uma alimentação saudável e fazer exercício físico regular; Reservar tempo para relaxar e aliviar o estresse; Dormir, pelo menos, 8 horas por noite; Procurar novas aventuras durante o contato íntimo; Evitar a ingestão exagerada de bebidas alcoólicas ou remédios. SEXOLOGIA 51 REFERÊNCIASMOURA, Joviane Aparecida de. Desenvolvimento Psicossexual [online]. Psicologado, (2008) [viewed date: 24 Apr 2020]. Available from https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/desenvolvimento- psicossexual http://www.adolescencia.org.br/site-pt-br/identidade-de-genero>acesso em 24/04/2020 https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_de_g%C3%AAnero>acesso em 24/04/2020 https://pt.wikipedia.org/wiki/Sa%C3%BAde_sexual>acesso em 24/04/2020 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_sexual_saude_reprodutiva.pdf>a cesso em 24/04/2020 http://www.apf.pt/sexualidade/resposta-sexual-humana>acesso em 24/04/2020 https://pt.wikipedia.org/wiki/Resposta_sexual_humana>acesso em 24/04/2020 https://www.gineco.com.br/saude-feminina/sexualidade/resposta-sexual- feminina/>acesso em 24/04/2020 https://amenteemaravilhosa.com.br/ciclo-resposta-sexual-humana/>acesso em 24/04/2020 http://www.apf.pt/sexualidade/dificuldades-e-disfuncoes-sexuais-homens-e- mulheres>acesso em 24/04/2020 https://www.vittude.com/blog/impotencia-sexual-emocional/>acesso em 24/04/2020 https://www.tuasaude.com/remedio-caseiro-para-apetite-sexual/>acesso em 24/04/2020 https://psicologado.com.br/ https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/desenvolvimento-psicossexual https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/desenvolvimento-psicossexual http://www.adolescencia.org.br/site-pt-br/identidade-de-genero%3eacesso https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_de_g%C3%AAnero%3eacesso https://pt.wikipedia.org/wiki/Sa%C3%BAde_sexual%3eacesso https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_sexual_saude_reprodutiva.pdf%3eacesso https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_sexual_saude_reprodutiva.pdf%3eacesso http://www.apf.pt/sexualidade/resposta-sexual-humana%3eacesso https://pt.wikipedia.org/wiki/Resposta_sexual_humana%3eacesso https://www.gineco.com.br/saude-feminina/sexualidade/resposta-sexual-feminina/%3eacesso https://www.gineco.com.br/saude-feminina/sexualidade/resposta-sexual-feminina/%3eacesso https://amenteemaravilhosa.com.br/ciclo-resposta-sexual-humana/%3eacesso http://www.apf.pt/sexualidade/dificuldades-e-disfuncoes-sexuais-homens-e-mulheres%3eacesso http://www.apf.pt/sexualidade/dificuldades-e-disfuncoes-sexuais-homens-e-mulheres%3eacesso https://www.vittude.com/blog/impotencia-sexual-emocional/%3eacesso https://www.tuasaude.com/remedio-caseiro-para-apetite-sexual/%3eacessode ser), a maneira como nos vestimos, andamos, falamos (o linguajar que utilizamos) e também, nos vestimos A identidade de gênero é normalmente confundida com a orientação sexual. Por exemplo, é muito comum as pessoas travestis serem consideradas como homossexuais, pois, o fato dessas pessoas portarem, em seus corpos, elementos mais femininos, leva a grande maioria das outras pessoas a afirmarem que a travesti se sente, necessariamente, atraída por homens. Na realidade, a travesti pode se sentir atraída (orientação do desejo) tanto por homens, quanto por mulheres e por outras travestis. Ser travesti não determina a orientação do desejo da pessoa. É importante destacar que as pessoas travestis, como conhecemos no Brasil principalmente, não são encontradas em todas as partes do mundo. Em outros países, as pessoas que, para nós brasileiros, seriam travestis, recebem outros nomes. Existem casos de países onde se reconhecem nas travestis características divinas, sendo com sideradas deusas ou, ainda, portadores de boa sorte e bênçãos. Existem também, além do(a) travesti, as pessoas transexuais que são indivíduos que não reconhecem como seu, o corpo biológico que tem, ou seja, são pessoas que se reconhecem de um determinado sexo, mas o seu corpo é, biologicamente, do sexo oposto. São pessoas que, geralmente, buscam adequar cirurgicamente seus corpos, para aproximar-se do sexo que se reconhecem. Para a ciência, especialmente a medicina, são consideradas pessoas com transtorno de identidade de gênero e, portando, carecem de tratamentos para adequar as características anatômicas ao sexo com o qual a pessoa se identifica por meio de tratamentos hormonais, terapias psicológicas e intervenções cirúrgicas. SEXOLOGIA 8 Desde os anos 1990, com o crescimento dos movimentos sociais que lutam pelo reconhecimento dos direitos humanos de lésbicas, gays, travestis, transexuais e bissexuais, tem sido usado em algumas siglas, o termo TRANSGÊNERO, para reunir as necessidades e exigências de travestis e transexuais, conjuntamente. O termo é controverso e, por vezes, inadequado pois trata da mesma forma demandas que são, geralmente, diferentes. Além disso, o termo “transgênero” também é utilizado para designar outras manifestações de identidade de gênero como, por exemplo, as/os transformistas (chamados, em outros como croos-dresser) ou drag- queens, pessoas que se utilizam de elementos de um determinado gênero (masculino ou feminino), para realizar uma apresentação artística ou mesmo satisfazer a um desejo pessoal (fetiche) de sentir-se de outro gênero, por alguns instantes. A sigla LGBTT, corresponde a todas as pessoas lésbicas (L), gays (G), bissexuais (B), travestis (T) e transexuais (T). Pode aparecer em diversas ordenações diferentes, de acordo com critérios próprios, como por exemplo: GLBT, GLTB, LGTTB, LGBT, etc... Todas elas referem-se às mesmas pessoas. Vale ressaltar que quando na sigla aparece apenas um “T” é por que esta se refere a transgêneros, de forma geral. Na sociedade, identidade de gênero se refere ao gênero com que a pessoa se identifica (i.e, se ela se identifica como sendo um homem, uma mulher ou se ela vê a si como fora do convencional, como em não-binariedade e variância de gênero), mas pode também ser usado para referir-se ao gênero que certa pessoa atribui ao indivíduo tendo como base o que tal pessoa reconhece como indicações de papel social de gênero (roupas, corte de cabelo, etc.).[1] Do primeiro uso, acredita-se que a identidade de gênero se constitui como fixa e como tal não sofrendo variações, independente do papel social de gênero que a pessoa apresente pra ela. Do segundo, acredita-se que a identidade de gênero possa ser afetada por uma variedade de estruturas sociais, incluindo etnicidade, trabalho, religião ou irreligião, e família. https://pt.wikipedia.org/wiki/Sociedade https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%A9nero_(sociedade) https://pt.wikipedia.org/wiki/Homem https://pt.wikipedia.org/wiki/Mulher https://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%A3o-binariedade https://pt.wikipedia.org/wiki/Vari%C3%A2ncia_de_g%C3%AAnero https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%A9nero https://pt.wikipedia.org/wiki/Papel_social_de_g%C3%AAnero https://pt.wikipedia.org/wiki/Papel_social_de_g%C3%AAnero https://pt.wikipedia.org/wiki/Papel_social_de_g%C3%AAnero https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_de_g%C3%AAnero#cite_note-EBO_gender_identity-1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Religi%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Irreligi%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Fam%C3%ADlia SEXOLOGIA 9 Jaqueline Jesus define a identidade de gênero como: "Gênero com o qual uma pessoa se identifica, que pode ou não concordar com o gênero que lhe foi atribuído quando de seu nascimento. Diferente da sexualidade da pessoa. Identidade de gênero e orientação sexual são dimensões diferentes e que não se confundem. Pessoas transexuais podem ser heterossexuais, lésbicas, gays ou bissexuais, tanto quanto as pessoas cisgênero".[2] Miriam Pillar Grossi destaca que, diferentemente dos papéis sociais de gênero, que não são biologicamente determinados, mas sim construtos culturais e históricos, a identidade de gênero "remete à constituição do sentimento individual de identidade".[3] No entanto, Henrietta L. Moore pontua que a identidade de gênero é construída e vivida na "relação entre estrutura e práxis, entre o indivíduo e o social" Discussão Martin Van Maele, 1905 O conceito identidade de gênero remete a outras categorias, sem as quais seu entendimento pode ficar incompleto. Primeiramente, deve-se ter em mente que sexo e gênero são conceitos distintos. Em 1968, Robert Stoller define a diferença conceitual entre sexo e gênero: sexo refere-se aos aspectos anatômicos, morfológicos e fisiológicos (genitália, cromossomos sexuais, hormônios) da espécie humana. Ou seja, a categoria sexo é definida por aspectos biológicos: quando falamos em sexo, estamos nos referindo a sexo feminino e sexo masculino, ou https://pt.wikipedia.org/wiki/Sexualidade https://pt.wikipedia.org/wiki/Orienta%C3%A7%C3%A3o_sexual https://pt.wikipedia.org/wiki/Transexuais https://pt.wikipedia.org/wiki/Heterossexuais https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A9sbica https://pt.wikipedia.org/wiki/Gay https://pt.wikipedia.org/wiki/Bissexualidade https://pt.wikipedia.org/wiki/Cisg%C3%AAnero https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_de_g%C3%AAnero#cite_note-Jesus-2 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Miriam_Pillar_Grossi&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Pap%C3%A9is_sociais_de_g%C3%AAnero https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_de_g%C3%AAnero#cite_note-3 https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Henrietta_L._Moore&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Van_Maele https://pt.wikipedia.org/wiki/Sexo https://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%A9nero_(sociedade) https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Robert_Stoller&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Martin_Van_Maele_-_La_Grande_Danse_macabre_des_vifs_-_04.jpg SEXOLOGIA 10 a fêmeas e machos. Já o conceito de gênero remete aos significados sociais, culturais e históricos associados aos sexos. Robert Stoller, psicólogo norte-americano, estudou casos de crianças intersexo (na época classificados como "hermafroditas" ou como tendo "genitais escondidos") que foram educadas de acordo com um gênero que lhes fora designado no nascimento. Essas crianças, mesmo depois de saberem que suas genitálias eram ambíguas, parciais, duplicadas, ausentes ou sofreram alguma intervenção cirúrgica compulsória, empenhavam-se em manter os padrões de comportamento de acordo com os quais haviam sido educados, o que levou Stoller à conclusão de que seria "mais fácil mudar o genital do que o gênero de uma pessoa".[5] Rita de Lourdes de Lima destaca que a identidade de gênero nem sempre corresponde ao sexo donascimento: uma pessoa pode nascer com o sexo feminino e sentir-se um homem ou vice-versa, como acontece com travestis e pessoas transexuais. A identidade de gênero também não deve ser confundida com orientação sexual: a primeira remete à forma como as pessoas se autodefinem (como mulheres ou como homens), a segunda remete à questão da sexualidade, do desejo, da atração afetivo-sexual por alguém de algum gênero (homossexualidade, bissexualidade e heterossexualidade). Variantes na identidade de gênero https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%AAmea https://pt.wikipedia.org/wiki/Macho https://pt.wikipedia.org/wiki/Intersexo https://pt.wikipedia.org/wiki/Hermafrodita https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_de_g%C3%AAnero#cite_note-Grossi-5 https://pt.wikipedia.org/wiki/Orienta%C3%A7%C3%A3o_sexual SEXOLOGIA 11 Infográfico sobre a diversidade sexual Para Jaqueline Gomes de Jesus, a vivência discordante de um gênero (que é cultural, social) com o que se esperaria de alguém de determinado sexo (que é biológico) não deve ser tratada como um transtorno, mas sim como uma questão de identidade, como acontece com travestis e pessoas transexuais, que compõem o grupo transgênero. Para essa autora, as pessoas transexuais "geralmente sentem que seu corpo não está adequado à forma como pensam e se sentem, e querem “corrigir” isso adequando seu corpo à imagem de gênero que têm de si. Isso pode se dar de várias formas, desde uso de roupas, passando por tratamentos hormonais e até procedimentos cirúrgicos".[9] Ou seja, nem todas as pessoas transgênero buscam a cirurgia de redesignação sexual. Já as travestis são as pessoas que vivenciam "papéis de gênero feminino, mas não se reconhece como homem ou mulher, entendendo-se como integrante de um terceiro gênero ou de um não-gênero".[10] Já as pessoas intersexo são aquelas que desenvolvem naturalmente características sexuais parte da definição típica de sexo masculino e do sexo feminino.[11] A https://pt.wikipedia.org/wiki/Transg%C3%AAnero https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_de_g%C3%AAnero#cite_note-9 https://pt.wikipedia.org/wiki/Cirurgia_de_redesigna%C3%A7%C3%A3o_sexual https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_de_g%C3%AAnero#cite_note-10 https://pt.wikipedia.org/wiki/Macho https://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%AAmea https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_de_g%C3%AAnero#cite_note-11 https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Mandala_da_Diversidade_Sexual.svg SEXOLOGIA 12 intersexuação[12] se refere a um conjunto amplo de variações naturais de corpos tidos como masculinos e femininos, que engloba, conforme a denominação médica, "hermafroditismo verdadeiro" e "pseudo-hermafroditismo". O grupo composto por pessoas intersexo tem-se mobilizado cada vez mais, a nível mundial, para que a intersexuação não seja entendida como uma patologia, mas como uma variação, e para que não sejam submetidas, após o parto, a cirurgias ditas “reparadoras”, que as mutilam e moldam órgãos genitais que não necessariamente concordam com suas identidades de gênero ou orientações sexuais".[13] Relação entre identidade de gênero e papel social de gênero De acordo com Miriam Pillar Grossi, os papéis de gênero podem ser percebidos como a representação de personagens: tudo o que é associado ao sexo biológico, fêmea ou macho, em determinada cultura é considerado papel de gênero. Estes papéis mudam de uma cultura para outra e também sofrem modificações dentro de uma mesma cultura. Assim, os atributos que estabelecem coisas e comportamentos classificados como "típicos" ou "naturais" de mulheres ou de homens constituem os chamados papéis sociais de gênero. Na cultura ocidental, pautada pelo saber masculino, esses papéis são pautados em dicotomias: os homens seriam dotados de uma natureza ativa, menos sentimentais, dotados de racionalidade e de instinto sexual desenvolvido e, portanto, suas atividades estão situadas na esfera pública. Já as mulheres seriam mais bondosas, emotivas e sentimentais, de sexualidade menos desenvolvida, "naturalmente" passivas e submissas, por isso suas tarefas estão situadas na esfera privada: ser dona de casa, esposa e mãe. Já a identidade de gênero, remete à constituição do sentimento individual de identidade, é uma categoria que permite pensar o lugar do indivíduo no interior de uma cultura e que, nem sempre, corresponde ao sexo biológico. Nossa identidade de gênero se constrói ainda no útero, quando há a rotulação do bebê como menina ou menino. A partir desse assinalamento do gênero, socialmente se esperará da criança comportamentos condizentes com ele. A identidade de gênero é composta pelos papéis de gênero, pela sexualidade e pelo significado social da reprodução.[5] https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_de_g%C3%AAnero#cite_note-12 https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_de_g%C3%AAnero#cite_note-13 https://pt.wikipedia.org/wiki/Identidade_de_g%C3%AAnero#cite_note-Grossi-5 SEXOLOGIA 13 3- SAÚDE SEXUAL E DIREITOS A saúde sexual refere-se às áreas da medicina envolvidas com a reprodução humana e comportamento sexual, as doenças sexualmente transmissíveis, os métodos contraceptivos, anticoncepcionais, entre outros. A saúde reprodutiva implica que pessoas são capazes de ter uma responsável, gratificante e mais segura vida sexual, e que têm a capacidade de reproduzir e a liberdade de decidir-se: quando e com que frequência fazê-lo. Implícito neste ponto está o direito de homens e mulheres para serem informados e ter acesso aos seguros, eficazes, acessíveis e aceitáveis métodos de regulação da fecundidade da sua escolha e o direito de acesso aos serviços de saúde adequados, aos cuidados que permitam que as mulheres prossigam em segurança com a gravidez, e ao parto adequado, que proporcione aos casais as melhores possibilidades de ter um bebê saudável. Os direitos sexuais e os direitos reprodutivos são Direitos Humanos já reconhecidos em leis nacionais e documentos internacionais. Os direitos, a saúde sexual e a saúde reprodutiva são conceitos desenvolvidos recentemente e representam uma conquista histórica, fruto da luta pela cidadania e pelos Direitos Humanos. 1.1 Direito é direito, está na Declaração... A partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada no ano de 1948, a comunidade internacional, por meio da Organização das Nações Unidas (ONU), vem firmando uma série de convenções internacionais nas quais são estabelecidos estatutos comuns de cooperação mútua e mecanismos de controle que garantam um elenco de direitos considerados básicos à vida digna, os chamados Direitos Humanos. Os Direitos Humanos inscrevem-se no conjunto dos direitos sociais e surgem como uma resposta aos horrores ocorridos na Segunda Guerra Mundial. O pressuposto é que os Direitos Humanos são universais, inerentes à condição de pessoa, e não relativos a peculiaridades sociais e culturais de uma dada sociedade (VILLELA; ARILHA, 2003). O direito à vida, à alimentação, à saúde, à moradia, à educação, ao afeto, os direitos sexuais e os direitos reprodutivos são considerados https://pt.wikipedia.org/wiki/Medicina https://pt.wikipedia.org/wiki/Reprodu%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Comportamento_sexual https://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7as_sexualmente_transmiss%C3%ADveis https://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7as_sexualmente_transmiss%C3%ADveis https://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7as_sexualmente_transmiss%C3%ADveis https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todos_contraceptivos https://pt.wikipedia.org/wiki/Anticoncepcionais https://pt.wikipedia.org/wiki/Gravidez SEXOLOGIA 14 Direitos Humanos fundamentais. Respeitá-los é promover a vida em sociedade, sem discriminação de classe social, de cultura, de religião, de raça, de etnia, de orientação sexual. Para que exista a igualdade de direitos, é preciso respeito às diferenças. Não existe um direitomais importante que o outro. Para o pleno exercício da cidadania, é preciso a garantia do conjunto dos Direitos Humanos. Nas duas últimas décadas, registraram-se grandes avanços na legislação internacional e nacional sobre as dimensões da reprodução e da sexualidade como Direitos Humanos e de cidadania. A concretização, por meio das políticas públicas, dos princípios de igualdade, respeito às diferenças, promoção do pleno exercício da cidadania é um desafio para os governos dos países que se pautam pelos novos marcos teóricos, políticos e jurídicos no campo dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos. 1.2 Marcos referenciais internacionais Entre os marcos referenciais internacionais que definem os direitos sexuais e os direitos reprodutivos, destacam-se duas conferências promovidas pela Organização das Nações Unidas (ONU): 1. Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (CIPD), realizada no Cairo, em 1994, que conferiu um papel primordial à saúde, aos direitos sexuais e aos direitos reprodutivos, abandonando a ênfase na necessidade de limitar o crescimento populacional como forma de combater a pobreza e as desigualdades, focalizando-se no desenvolvimento do ser humano. A CIPD levou em consideração, no debate sobre população e desenvolvimento, as questões sobre a mulher – desigualdades de gênero – meio ambiente e os Direitos Humanos. Estabeleceu acordos internacionais que foram assumidos por 179 países. 2. IV Conferência Mundial sobre a Mulher, realizada em Beijing, Pequim, em 1995, em que se reafirmaram os acordos estabelecidos no Cairo e avançou-se na definição dos direitos sexuais e direitos reprodutivos como Direitos Humanos. Nos primórdios dos estudos sobre demografia, os direitos individuais não eram preocupações incorporadas na análise do problema populacional e as questões sexual e reprodutiva estavam confinadas ao mundo doméstico e privado, não sendo objeto de políticas públicas (CORRÊA; ALVES; JANUZZI, 2006). SEXOLOGIA 15 Nas décadas de 1950 e 1960, quando foi difundido o medo da “explosão populacional”, os formuladores de políticas passaram a defender a disseminação de métodos anticoncepcionais, mesmo que contrariando os interesses individuais. Nesse contexto, os movimentos feministas sempre colocaram como pontos fundamentais o direito de escolha e a liberdade de decisão das mulheres nos assuntos sexuais e reprodutivos (CORRÊA; ALVES; JANUZZI, 2006). Na década de 90 do século XX, a confluência de um ambiente macroeconômico e político favorável e a presença ativa de representantes dos movimentos feministas, ambientalistas e de Direitos Humanos possibilitaram que os avanços teórico-conceituais fossem transformados em princípios assumidos pela Conferência sobre População e Desenvolvimento do Cairo (CORRÊA; ALVES; JANUZZI, 2006). No capítulo VII, parágrafo 7.3, do Programa de Ação do Cairo, os direitos reprodutivos estão definidos da seguinte forma: Esses direitos se ancoram no reconhecimento do direito básico de todo casal e de todo indivíduo de decidir livre e responsavelmente sobre o número, o espaçamento e a oportunidade de ter filhos e de ter a informação e os meios de assim o fazer, e o direito de gozar do mais elevado padrão de saúde sexual e reprodutiva. Inclui também seu direito de tomar decisões sobre a reprodução, livre de discriminação, coerção ou violência (NACIONES UNIDAS, 1995) Com relação à saúde reprodutiva, a CIPD ampliou e ratificou o conceito de saúde reprodutiva definido em 1988 pela Organização Mundial da Saúde (OMS): A saúde reprodutiva é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, em todos os aspectos relacionados com o sistema reprodutivo e as suas funções e processos, e não de mera ausência de doença ou enfermidade. A saúde reprodutiva implica, por conseguinte, que a pessoa possa ter uma vida sexual segura e satisfatória, tendo autonomia para se reproduzir e a liberdade de decidir sobre quando e quantas vezes deve fazê-lo. Implícito nessa última condição está o direito de homens e mulheres de serem informados e de terem acesso a métodos eficientes, seguros, permissíveis e aceitáveis de planejamento familiar de sua escolha, assim como outros métodos de regulação da fecundidade, de sua escolha, que não sejam contrários à lei, e o direito de acesso a serviços apropriados de SEXOLOGIA 16 saúde que deem à mulher condições de atravessar, com segurança, a gestação e o parto e proporcionem aos casais a melhor chance de ter um filho sadio. Em conformidade com a definição acima de saúde reprodutiva, a assistência à saúde reprodutiva é definida como a constelação de métodos, técnicas e serviços que contribuem para a saúde e o bem-estar reprodutivo, prevenindo e resolvendo problemas de saúde reprodutiva. Isso inclui também a saúde sexual, cuja finalidade é a intensificação das relações vitais e pessoais e não simples aconselhamento e assistência relativos à reprodução e a doenças sexualmente transmissíveis (NACIONES UNIDAS, 1995, anexo, cap. VII, par. 7.2). O conceito de direitos sexuais tem uma história distinta e mais recente. Sua formulação inicial se dá nos anos 90, no âmbito dos movimentos gay e lésbico europeus e norte-americanos, produzindo-se, em seguida, uma sinergia com os segmentos dos movimentos feministas. No Programa do Cairo, a expressão direitos sexuais não consta no documento final, entretanto, o texto inclui de modo explícito o conceito de “saúde sexual”, adotando a definição da OMS para a “saúde sexual” como parte integrante da saúde reprodutiva (CORRÊA; ALVES; JANUZZI, 2006; CORRÊA; ÁVILA, 2003; PETCHESKY, 1999). Em 1995, a Plataforma de Ação, elaborada na IV Conferência Mundial sobre a Mulher, avançou alguns passos no sentido de formular um conceito relativo aos direitos sexuais, como parte dos princípios dos Direitos Humanos, tendo redigido, em seu parágrafo 96, o seguinte: Os direitos humanos das mulheres incluem seu direito a ter controle e decidir livre e responsavelmente sobre questões relacionadas à sua sexualidade, incluindo a saúde sexual e reprodutiva, livre de coação, discriminação e violência. Relacionamentos igualitários entre homens e mulheres nas questões referentes às relações sexuais e à reprodução, inclusive o pleno respeito pela integridade da pessoa, requerem respeito mútuo, consentimento e divisão de responsabilidades sobre o comportamento sexual e suas consequências. (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1995) Muitos avanços já foram conseguidos no sentido de assegurar que as pessoas de todas as orientações sexuais e identidades de gênero possam viver com a mesma dignidade e respeito a que todas as pessoas têm direito. A Comissão Internacional SEXOLOGIA 17 de Juristas e o Serviço Internacional de Direitos Humanos, em nome de uma coalizão de organizações de Direitos Humanos, realizaram um projeto com o objetivo de desenvolver um conjunto de princípios jurídicos sobre a aplicação da legislação internacional às violações de Direitos Humanos com base na orientação sexual e identidade de gênero, no sentido de dar mais clareza e coerência às obrigações de Direitos Humanos dos estados. Esses princípios ficaram conhecidos como Princípios de Yogyakarta (PRINCÍPIOS DE YOGYAKARTA, 2007; REUNIÃO DE ESPECIALISTAS..., 2006). Depois de uma reunião realizada na Universidade Gadjah Mada, em Yogyakarta, Indonésia, entre 6 e 9 de novembro de 2006, 29 eminentes especialistas de 25 países adotaram por unanimidade os Princípios de Yogyakarta sobre a Aplicação da Legislação Internacional de Direitos Humanos em Relação à Orientação Sexual e Identidade de Gênero (PRINCÍPIOS DE YOGYAKARTA, 2007). Em 2006, a ONU adotou a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, para promover, defender e garantir condições de vida com dignidade para as pessoas que têm alguma incapacidadeou deficiência. Entre os seus princípios estão a liberdade de fazer as próprias escolhas, a plena e efetiva participação e inclusão na sociedade, a igualdade entre homens e mulheres. Explicita, também, a necessidade dos estados incluírem em seus programas de saúde pública a assistência na área de saúde sexual e reprodutiva às pessoas com deficiência. Em julho de 2008, o texto da Convenção e seu protocolo facultativo foram incluídos como parte da Constituição Nacional. A ideia de direitos sexuais implica, portanto, a aceitação dos diferentes tipos de expressão sexual, a autonomia para tomar decisões sobre o uso do próprio corpo e a igualdade de gênero (VILLELA; ARILHA, 2003; PETCHESKY, 1999). O HERA (Health, Empowerment, Rights and Accountability – Saúde, Empoderamento1 , Direitos e Responsabilidade), grupo internacional formado por mulheres que atuam no campo da saúde, desenvolvendo um trabalho de escopo mundial para garantir a implementação dos acordos estabelecidos na CIPD e na IV Conferência Mundial sobre a Mulher, define saúde sexual da seguinte forma: A saúde sexual é a habilidade de mulheres e homens para desfrutar e expressar sua sexualidade, sem riscos de doenças sexualmente transmissíveis, gestações não desejadas, coerção, violência e discriminação. A saúde sexual possibilita SEXOLOGIA 18 experimentar uma vida sexual informada, agradável e segura, baseada na autoestima, que implica abordagem positiva da sexualidade humana e respeito mútuo nas relações sexuais. A saúde sexual valoriza a vida, as relações pessoais e a expressão da identidade própria da pessoa. Ela é enriquecedora, inclui o prazer e estimula a determinação pessoal, a comunicação e as relações (HERA, 1999 apud CORRÊA; ALVES; JANUZZI, 2006, p. 45). A partir de todo esse movimento em prol dos direitos, da saúde sexual e da saúde reprodutiva, encontram-se entre os direitos reprodutivos: • O direito das pessoas decidirem, de forma livre e responsável, se querem ou não ter filhos, quantos filhos desejam ter e em que momento de suas vidas. • O direito de acesso a informações, meios, métodos e técnicas para ter ou não ter filhos. • O direito de exercer a sexualidade e a reprodução livre de discriminação, imposição e violência. • O direito de viver e expressar livremente a sexualidade sem violência, discriminações e imposições, e com total respeito pelo corpo do(a) parceiro(a). • O direito de escolher o(a) parceiro(a) sexual. • O direito de viver plenamente a sexualidade sem medo, vergonha, culpa e falsas crenças. • O direito de viver a sexualidade, independentemente de estado civil, idade ou condição física. • O direito de escolher se quer ou não quer ter relação sexual. • O direito de expressar livremente sua orientação sexual: heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade. • O direito de ter relação sexual, independentemente da reprodução. • O direito ao sexo seguro para prevenção da gravidez e de doenças sexualmente transmissíveis (DST) e Aids. SEXOLOGIA 19 • O direito a serviços de saúde que garantam privacidade, sigilo e um atendimento de qualidade, sem discriminação. • O direito à informação e à educação sexual e reprodutiva. Vale notar que a sexualidade é uma importante dimensão da vida, abrangendo aspectos biológicos, psíquicos, sociais, culturais e históricos. Não se restringe à meta reprodutiva, sendo constitutiva das relações amorosas e do laço afetivo entre as pessoas. Apesar de os direitos sexuais e direitos reprodutivos terem sido formalizados no contexto das Conferências das Nações Unidas como concernentes ao planejamento familiar e ao enfrentamento da violência sexual contra as mulheres, há atualmente discursos críticos que reconhecem a necessidade de explicitamente afirmar a universalidade desses direitos. O fato é que há distintos grupos populacionais que têm seus direitos humanos violados em função da sexualidade, tais como lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, bem como pessoas que exercem a prostituição e pessoas que vivem com HIV/Aids. Ainda há grupos aos quais erroneamente se supõe o não exercício da sexualidade, como é o caso das pessoas idosas, pessoas com deficiência; e outros para os quais se supõe a impertinência na reprodução, como é o caso das pessoas com deficiência, em situação de prisão, adolescentes e pessoas com orientações sexuais não heterossexuais. O reconhecimento da universalidade dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos é fundamental para a qualificação da proposição de políticas públicas que contemplem as especificidades dos diversos segmentos da população. A prática sexual e a maternidade/paternidade são direitos de todos, que devem ser garantidos pelo Estado, mediante ações e estratégias que promovam o compromisso e responsabilidade dos cidadãos com seu exercício de modo responsável e mediante condições saudáveis e libertas de riscos. SEXOLOGIA 20 4- RESPOSTA SEXUAL Fases do ciclo da resposta sexual humana O prazer e a satisfação sexual estão diretamente relacionados com as fases do ciclo de resposta sexual humana, constituída por um conjunto de alterações somáticas e psicológicas que são desencadeadas perante uma determinada estimulação. Habitualmente, aceita-se o facto de que a resposta sexual constitui um processo que segue uma sequência previsível de alterações fisiológicas, independentemente de qual seja a prática sexual (ex. relações coitais, masturbação), ainda que estas fases nem sempre se distingam claramente uma das outras e que possam diferir não só entre indivíduos como também num mesmo indivíduo. Embora homens e mulheres passem pelas mesmas fases, existem especificidades em cada uma delas, nomeadamente, em termos de duração e intensidade no encontro sexual. Havenlock Ellis (1897) foi o primeiro autor a tentar uma descrição das fases do ciclo de resposta sexual, baseando-se no aspeto fisiológico do relacionamento sexual que, de acordo com o autor, tem duas etapas: a tumescência (caraterizada pela vasocongestão dos órgãos genitais) e a detumescência (descarga da energia acumulada e a descongestão que ocorre após o orgasmo). Posteriormente, diversos autores tentaram descrever o processo de resposta sexual nos seres humanos, nomeadamente William Masters e Virginia Johnson (1966) que, pela primeira vez, procederam à observação de homens e mulheres no decurso de interações sexuais e que registaram as alterações que ocorriam nos seus corpos durante as mesmas. Estes estudos levaram Masters e Johnson a descrever quatro fases da resposta sexual: excitação, planalto (ou plateau), orgasmo e resolução. SEXOLOGIA 21 Mais tarde, na década de 70, Helen Kaplan sugere um modelo trifásico da resposta sexual o qual é composto pelas fases do desejo, da excitação e do orgasmo. Para esta autora, o desejo é definido como “um conjunto de sensações produzidas pela ativação de um sistema neuronal específico que, quando ativado, induz sensibilidade genital, um acrescido interesse em sexo, recetividade a atividade sexual ou, simplesmente, agitação, que irão desaparecer após gratificação sexual (orgasmo).” (Kaplan,1979) Ao salientar a fase do desejo, Kaplan contribuiu para que a categoria diagnóstica Desejo Sexual Inibido fosse introduzida como categoria independente no Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-III, American Psychiatric Association, 1980). Posteriormente, Basson (2004) cria um modelo circular, uma tentativa de colmatar a linearidade progressiva dos modelos de Masters & Johnson e de Kaplan, de cariz essencialmente unisexual, e também devido à necessidade de perceber a psicofisiologia sexual feminina. Considerando-se uma visão mais abrangente da sexualidade e, em particular, do desejo sexual, Rosen e Leiblum (1988) propõem um modelo noqual o desejo é conceptualizado a partir de uma perspetiva sociocultural, pelo que a expressão deste deverá corresponder aos padrões vigentes (scripts) da sociedade na qual o sujeito está inserido. SEXOLOGIA 22 Fonte: Miguel, Nuno; Gomes, Ana Maria Allen. Só Para Jovens! Juventude, afecto e sexualidade. Texto Editora, 2.ª Edição, Lisboa, 1991 Fase do Desejo O desejo sexual carateriza uma das fases de resposta sexual usualmente associada a um estado psicológico ou subjetivo responsável pela motivação face a comportamentos de índole sexual. SEXOLOGIA 23 Kaplan (1979, citado por López e Fuertes, 1999) refere que o desejo sexual é um estímulo ou impulso produzido pela ativação de um sistema neuronal específico no cérebro. O desejo sexual é “uma energia psicobiológica que antecede e acompanha a resposta da excitação sexual e tende a produzir comportamentos sexuais" (Leveni, 1988). Habitualmente, o desejo é provocado por estímulos sensoriais, como sejam ver alguém que nos atrai, ouvir a voz dessa pessoa ou sentir o seu cheiro. O desejo provoca alterações psicológicas e também fisiológicas. O desejo sexual é constituído por três componentes: impulso sexual, motivação sexual e vontade sexual. O impulso sexual é moderado pela resposta neuroendócrina caraterizada, sobretudo, pelo papel que a testosterona desempenha na sua ativação, resultando uma resposta de excitação fisiológica pautada pela tumescência peniana ou lubrificação vaginal, fantasias eróticas, procura de atividade sexual e perceção dirigida a atributos sexuais atrativos para o indivíduo, manifestando-se num interesse sexual endógeno e espontâneo. Ao nível fisiológico, o impulso sexual é experimentado como uma tensão psicossomática que necessita de ser descarregada, enquanto ao nível psicológico essa tensão pode ou não ser experimentada como sexual. Por outro lado, a motivação sexual implica uma componente psicológica mediada pelo estado mental do indivíduo (ex. presença de afeto positivo ou negativo) ou a qualidade da relação (conjugal ou não), sobressaindo, neste caso, fatores relacionados com a demonstração de afeto e consenso interpessoais. A vontade sexual refere-se à componente contextual regrada pelas normas e valores culturais, e as quais o sujeito professa (assumindo assim um caráter mais exteriorizado relativamente à motivação sexual). SEXOLOGIA 24 Fase da Excitação Como consequência da estimulação sexual (física, psíquica ou ambas) desencadeia-se a excitação sexual, evidenciada fisiologicamente pela vasocongestão que se produz, nomeadamente na área genital (López e Fuertes, 1999). A vasocongestão leva a uma acumulação do sangue nos vasos sanguíneos dos órgãos genitais, a qual provoca alterações diferentes no homem e na mulher. À medida que a estimulação sexual aumenta, aumenta também a excitação e surgem outras respostas físicas, tais como: aumento progressivo da tensão muscular; aumento do ritmo cardíaco; pressão sanguíneo; ereção dos mamilos. Nas mulheres O primeiro sinal de excitação sexual provocado pela vasocongestão das paredes vaginais é o surgimento de um transudado que humedece a parte interna da vagina, designando-se por lubrificação vaginal. No conjunto, a vasocongestão das paredes vaginais na zona genital desencadeada pela excitação sexual é responsável por alterações fisiológicas nas mulheres: Lubrificação vaginal - transudado que humedece a parte interna da vagina, necessária para a penetração, assim como para os movimentos do pénis no interior da vagina, a fim de não causarem desconforto ou dor. Os grandes lábios separam-se da sua linha média, elevando-se e tornando-se ligeiramente mais planos, o que permite que a entrada da vagina fique livre. Os pequenos lábios engrossam. O clítoris aumenta de tamanho. Mobile User SEXOLOGIA 25 O útero é empurrado ligeiramente para cima. Há um entumescimento e um ligeiro aumento do tamanho geral das mamas. À medida que a excitação sexual atinge os seus níveis mais elevados, a vasocongestão aumenta, e produz-se um aumento de volume do terço externo da vagina, fenómeno este que se designa por formação da plataforma orgástica. Nos homens O primeiro sinal da excitação sexual é a ereção do pénis que resulta de um maior e mais rápido de afluxo de sangue que chega aos espaços livres dos corpos cavernosos e esponjosos provocando a tumescência do pénis. À medida que a estimulação aumenta, o homem sente-se mais excitado, respira de um modo ofegante e pode sentir-se tenso e transpirado. Para além da ereção peniana, verifica-se: A pele das bolsas escrotais alisa-se. Os testículos começam a elevar-se e aumentar ligeiramente de tamanho. Em níveis elevados de excitação sexual, produz-se um ligeiro aumento da glande e um maior aumento dos testículos. Nos momentos de maior excitação sexual podem surgir pequenas gotas de fluido (liquido pré-ejaculatório) segregado pelas glândulas de Cowper que saem para o exterior, que frequentemente transportam espermatozoides vivos. Daí que a prática do coito interrompido seja um método contracetivo pouco eficaz na prevenção de uma gravidez, assim como do contágio das infeções sexualmente transmissíveis. Fase do Orgasmo O orgasmo é uma sensação intensa de prazer que é acompanhada de uma série de reações fisiológicas e que ocorre, normalmente, como o culminar de uma experiência sexual (ex. relação sexual, masturbação, fantasias sexuais). SEXOLOGIA 26 Ainda que em linguagem corrente clímax e orgasmo sejam considerados como sinónimos, na realidade existe diferença. O clímax é apenas uma parte do orgasmo que, por sua vez, é caraterizado por diversas outras reações fisiológicas e psicológicas de prazer. Ou seja, o clímax limita-se às sensações de descarga genital e é localizado apenas na zona pélvica, enquanto o orgasmo é uma reação que se alastra a todo o corpo e que provoca contrações musculares e sensações de prazer em todo o corpo. Do ponto de vista fisiológico, durante o orgasmo, dá-se um aumento do ritmo da respiração e dos batimentos cardíacos e ocorrem contrações rítmicas dos músculos da zona pélvica. No homem, o pénis aumenta ainda um pouco mais de tamanho devido à intensificação do fluxo sanguíneo, enquanto a próstata, as vesículas seminais e a parte superior dos vasos deferentes se contraem de forma a provocar a ejaculação, ou seja, a emissão de esperma. Na maioria das vezes, o orgasmo e a ejaculação ocorrerem em simultâneo, mas são acontecimentos distintos. Por exemplo, o homem pode atingir o orgasmo e não ejacular. Durante esta fase, na mulher ocorrem alterações fisiológicas como um conjunto de contrações rítmicas dos músculos que rodeiam a vagina, a plataforma orgástica e o útero. Algumas mulheres também podem ser multiorgásticas, isto é, podem sentir vários orgasmos sucessivos sem que diminua o seu nível de excitação sexual. Todavia, esta capacidade é muito variável e um grande número de mulheres nunca obteve orgasmos múltiplos. É a fase mais curta, mas também é a mais intensa de todas as fases do ciclo de resposta sexual. SEXOLOGIA 27 Naturalmente, que o orgasmo é muito mais do que apenas uma reação fisiológica e corporal. Proporciona sensações de prazer, sensações estas que são vividas pelas diferentes pessoas de diferentes formas. Fase de resolução Durante esta fase, todas as alterações ocorridas na fase de excitação iniciam um processo de inversão, recuperando o seu estado de repouso anterior à excitação. Nos homens, ocorre a diminuição progressiva da ereção, até ao ponto em que o pénis atinge o estado de repouso complexo (estado de flacidez). Os testículos, que durante a fase de excitação e orgasmo se retraíram, vão também regressar ao seu estado original. No homem, ocorreo período que Masters e Johnson designaram como período refratário. Na mulher, a tumescência do clítoris, lábios vaginais e vagina começa a desaparecer logo após o orgasmo, mas demora algum tempo até ficar completa. Na mulher, o potencial orgásmico não está limitado por um período refratário, como no homem, ou seja, se uma mulher for submetida a novas carícias, novos estímulos, ela poderá estar em condições físicas de ter novamente um orgasmo. Quer no homem quer na mulher, repõem-se os níveis habituais de respiração, batimento cardíaco e contração muscular que se alteraram durantes as fases anteriores do ciclo de resposta sexual. A qualidade da vida sexual de mulheres e homens está relacionada com a forma como o seu corpo responde a estímulos. Contudo, os fatores que intervêm na resposta são vários e estão muito interligados, sendo determinantes para perceber as causas das disfunções e dificuldades sexuais femininas e masculinas. RESPOSTA SEXUAL FEMININA É a resposta para a fase de intensa excitação. Existem três tipos de respostas: o orgasmo múltiplo, orgasmo simples e resposta sem orgasmo. http://www.apf.pt/sexualidade/dificuldades-sexuais-homens-e-mulheres SEXOLOGIA 28 A primeira descrição da reposta sexual feminina foi realizada por meios dos relatórios Masters e Johnson, em 1966. Em 2004, Rosemary Basson propôs um novo modelo de função sexual feminina, que sublinha a interdependência das relações na função sexual nas mulheres. Nesse novo modelo, a sexualidade e a função sexual em mulheres seguem uma trajetória circular em que estímulos emocionais e de relacionamento desempenham um papel fundamental, e o desejo sexual intrínseco desempenha um papel muito menor. As principais características físicas da resposta sexual feminina são: Lubrificação sexual; Intumescimento do clitóris. A lubrificação sexual ocorre quando há um acúmulo de sangue nos órgãos genitais e transudação de gotículas de líquido. A lubrificação pode acontecer a partir das secreções do colo do útero e das glândulas de Bartholin ou glândulas vestibulares maiores – glândulas alojadas na parede vaginal com função de lubrificar o canal vaginal, preparando-o para o ato sexual. A lubrificação da vagina corresponde à ereção no homem. Quanto mais excitação, mais lubrificação. Já o intumescimento do clitóris é o inchaço natural devido à excitação. Para que haja a resposta sexual feminina, segundo o modelo de Basson, é importante a interação e a integração com o parceiro. A mulher busca a satisfação sexual na interação efetiva e o orgasmo é a resposta para esse estímulo intenso de prazer. No momento máximo de excitação, o corpo libera uma grande quantidade de substâncias para o cérebro, como a dopamina, e o cérebro libera endorfina e morfina, que causa bem-estar, prazer e relaxa o corpo. O orgasmo varia em intensidade, quantidade e tempo de mulher para mulher e de homem para homem. Isso também dependerá do estímulo sexual do casal. SEXOLOGIA 29 Resposta sexual masculina Semelhante à feminina em seu início. No entanto, nos homens o estímulo visual é de maior importância para iniciar e manter o desejo sexual. A excitação é marcada pela ereção. Duas alterações são as mais importantes: congestão vascular no aparelho genital e extragenital, e a contração involuntária de fibras musculares. Tal reação não se limita à genitália: a pele torna-se ruborizada, os mamilos se eriçam e aumentam a sensibilidade. Há aumento da pressão sangüínea, freqüência cardíaca e respiratória. Há miotonia nos órgãos próximos (reto, uretra e bexiga). Culmina com o orgasmo, marcado pela expulsão do semen. Diferentemente do que ocorre na mulher, após o orgasmo, o homem apresenta um período refratário até que possa iniciar nova atividade sexual. Um dos aspectos mais importantes da vida da maioria das pessoas é o sexo. No entanto, muitos de nós não entendem como funcionamos em um nível sexual. Para isso, é importante conhecer as características mais importantes do processo da resposta sexual humana. Masters e Johnson foram os pioneiros no estudo da resposta sexual humana. Apesar das controvérsias que tiveram na época, atualmente são de grande relevância. Uma das suas descobertas mais importantes foi o ciclo da resposta sexual. Graças a ele, conhecemos as diferentes fases que o nosso corpo atravessa durante o ato sexual. Agora, é importante saber que cada pessoa mostra a sua resposta sexual de forma diferente. Algumas pessoas ficam ofegantes enquanto outras não emitem praticamente nenhum ruído. Algumas pessoas se movimentam intensamente enquanto outras apresentam movimentos leves. No entanto, apesar das diferenças, a resposta do organismo à excitação sexual a nível fisiológico é idêntica. As quatro fases da resposta sexual humana https://pt.wikipedia.org/wiki/Ere%C3%A7%C3%A3o https://amenteemaravilhosa.com.br/exibicionismo-parafilia-sexual/ SEXOLOGIA 30 A teoria do ciclo sexual nos mostra que as pessoas passam por 4 fases distintas durante a resposta sexual: (a) excitação, (b) platô, (c) orgasmo e (d) resolução. Essas fases sempre ocorrem nesta ordem, começando com a excitação e terminando com o período de resolução. 1- Fase de excitação sexual É o começo das mudanças fisiológicas que sinalizam a resposta do organismo diante da estimulação sexual. Esses estímulos podem ser tanto físicos quanto psicológicos. A principal função desta fase é a preparação do corpo para o ato sexual. As mudanças fisiológicas que encontramos nas mulheres são múltiplas. A lubrificação vaginal aumenta rapidamente graças ao controle do sistema parassimpático. Encontramos também a dilatação da parte superior da vagina para favorecer a entrada do pênis, além do aumento do tamanho do clitóris e dos seios devido à congestão vascular. No homem, também encontramos diferentes mudanças fisiológicas. Devido à ação do sistema simpático e a congestão vascular, acontece a ereção do pênis juntamente com um aumento na tensão do escroto e a elevação dos testículos. Além disso, ocorrem contrações regulares no reto. https://melhorcomsaude.com.br/4-tecnicas-estimular-o-clitoris/ SEXOLOGIA 31 Da mesma forma, uma série de mudanças comuns aparecem em ambos os sexos. Por exemplo, o rubor sexual, o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial. 2- Fase de platô A fase de platô é uma manutenção do estado de excitação e ocupa a parte central e mais extensa da resposta sexual. Nesta fase, as atividades sexuais são realizadas. Há um aumento significativo da tensão sexual com altos níveis de contração muscular e vasocongestão. A função desta fase é manter o estado de excitação sexual até a chegada do clímax ou orgasmo. As alterações fisiológicas que encontramos nas mulheres durante essa fase são: contração das paredes vaginais, clitóris retraído para dentro, aumento do útero e escurecimento dos pequenos lábios. Essas mudanças são chamadas de formação da plataforma orgástica. Da mesma forma, ocorrem contrações involuntárias no reto, assim como nos homens durante a excitação. Nos homens, o pênis atinge seu nível máximo de ereção, os testículos aumentam de tamanho e sobem ao máximo. O fluido pré-seminal aparece na glande, com a função de limpar os dutos residuais seminais. As contrações no reto continuam a ocorrer. Além disso, o rubor continua a aparecer em ambos os sexos e a frequência cardíaca, a pressão arterial e a frequência respiratória aumentam. https://amenteemaravilhosa.com.br/10-curiosidades-orgasmo/ https://amenteemaravilhosa.com.br/o-que-atrai-os-homens/ SEXOLOGIA 32 3- Fase orgástica ou clímax A fase orgástica ou clímax consiste em uma descarga explosiva da tensão neuromuscular altamente gratificante. Ocorre de forma involuntária e repentinamente, quando a estimulação atinge a sua intensidade máxima. Supõeo fim do ato sexual e, do ponto de vista psicológico, a experiência prazerosa serve como um reforço do comportamento. No caso das mulheres, a plataforma orgástica se contrai em intervalos de 0,8 segundos entre 5 a 12 vezes. Além disso, ocorrem contrações do esfíncter anal e outros grupos musculares. No homem, as contrações da uretra e dos músculos pélvicos fazem com que o pênis experimente a ejaculação do líquido seminal. Essa ejaculação é controlada pelo sistema nervoso simpático. Em ambos os sexos, os aumentos dos vários parâmetros iniciados nas fases anteriores continuam. Ou seja, o ritmo cardíaco, a pressão arterial e a frequência respiratória continuam a aumentar. 4- Fase de resolução https://amenteemaravilhosa.com.br/melhor-afrodisiaco-mulheres-palavras/ SEXOLOGIA 33 Envolve a perda progressiva da tensão sexual e o retorno gradual do organismo ao estado normal, antes da fase de excitação. A reversão dos processos anteriores geralmente dura entre 15 e 30 minutos. Os homens entram num período refratário durante o qual é muito difícil conseguir uma nova ereção e ter outro orgasmo. A duração desse período é variável, oscilando entre minutos e horas, e aumenta com a idade. As mulheres não apresentam esse período refratário. Portanto, elas são capazes de experimentar orgasmos múltiplos ou repetidos em um curto período de tempo. Outra diferença em relação aos homens é que, enquanto eles mostram ciclos semelhantes no tempo e na ativação, as mulheres mostram uma maior variabilidade entre elas: enquanto algumas chegam rapidamente ao orgasmo, outras chegam de forma lenta e progressiva. https://melhorcomsaude.com.br/estimulacao-sensorial/ SEXOLOGIA 34 5- PROBLEMAS SEXUAIS “A saúde sexual é um estado de completo bem-estar físico, emocional, mental associado à sexualidade e não só à ausência de doença ou enfermidade” (OMS, Organização Mundial de Saúde). A pessoa pode apresentar alterações ou perturbações no seu ciclo de resposta sexual surgindo as dificuldades ou disfunções sexuais que impedem a vivência de uma vida sexual satisfatória e gratificante. As causas que podem estar na origem ou contribuir para estas dificuldades, podem ser orgânicas, psicológicas ou mistas. Problemas de saúde físicos e psicológicos, uso de medicamentos, tabagismo, problemas afetivos ou de natureza relacional, falta de experiência sexual e de conhecimento do corpo, traumas sexuais, assim como fatores socio económicos e profissionais, podem refletir-se de forma negativa na resposta sexual. As disfunções sexuais podem ser desencadeadas por causas orgânicas e, muitas vezes agravadas pela sua repercussão emocional. Uma disfunção pode ser primária, se coincide com o início da atividade sexual e secundária se foi adquirida ao longo do tempo. Pode ser generalizada, se está presente em qualquer circunstância, ou situacional, se está presente apenas em determinadas circunstâncias. Uma consulta junto de um terapeuta especializado é uma forma eficaz de desbloquear medos e ansiedades, permitindo a construção de atitudes positivas em relação ao sexo. A educação e informação sobre a resposta sexual humana, são também muito importantes e eficazes na resolução ou diminuição do impacto que algumas dificuldades sexuais têm na pessoa. Em alguns casos, as abordagens terapêuticas poderão incluir a sugestão de determinados exercícios e técnicas específicas. http://www.apf.pt/sexualidade/resposta-sexual-humana SEXOLOGIA 35 Neste âmbito, a APF dispõe de consultas de "Sexologia e Aconselhamento Conjugal". Disfunções sexuais femininas Desejo sexual hipoativo Consiste na diminuição ou ausência total de desejo sexual. A mulher não manifesta interesse por atividades sexuais ou eróticas preliminares e não sente desejo de iniciar a atividade sexual, podendo ocorrer o evitamento do contacto físico íntimo. Alterações hormonais, doenças endocrinológicas, toma de determinados medicamentos ou fatores psicológicos tais como depressão ou perturbações da ansiedade, podem contribuir para a diminuição do desejo sexual. Aversão sexual Consiste na aversão do contacto sexual com consequente evitamento de todo ou quase todo o contacto sexual genital. Atitudes negativas face ao sexo, educação sexual repressiva, historial de violência/abuso, dispareunia, são alguns dos fatores que podem contribuir para esta dificuldade. Perturbação da excitação sexual Consiste na dificuldade em adquirir ou manter um estado de excitação sexual adequada até a consumação da atividade sexual, frequentemente expressa pela ausência ou diminuição da lubrificação vaginal. Alterações endocrinológicas, por exemplo na amamentação e menopausa, podem conduzir a diminuição de lubrificação vaginal, assim como algumas doenças crónicas como a diabetes, doenças da tiróide, toma de determinados medicamentos ou tabagismo. http://www.apf.pt/servicos/consultas-e-atendimento http://www.apf.pt/servicos/consultas-e-atendimento http://www.apf.pt/servicos/consultas-e-atendimento SEXOLOGIA 36 Fatores psicológicos como ansiedade, stresse e depressão, assim como fatores de ordem relacional como a falta de estimulação adequada do/a parceiro/a e deficiente comunicação, são alguns dos fatores que também podem contribuir para esta dificuldade. Perturbação do orgasmo A perturbação do orgasmo consiste na dificuldade ou incapacidade persistente ou recorrente de atingir o orgasmo, após uma fase normal de excitação sexual. Algumas doenças neurológicas, alterações hormonais, uso de determinados fármacos, álcool e consumo de algumas drogas, a idade (jovem) e atitudes negativas em relação à atividade sexual, são alguns dos fatores que podem influenciar negativamente a fase orgástica. Dispareunia Dor persistente na zona genital ou pélvica durante as relações sexuais. Embora a dor seja experimentada com maior frequência durante o coito, também pode ocorrer antes ou após a relação sexual. Determinados problemas orgânicos como inflamações ginecológicas, fatores relacionais, conflitos psicossexuais, são algumas das causas podem contribuir para que a mulher sinta dor na relação sexual. Vaginismo Dificuldade da mulher em tolerar a penetração, devido à contração involuntária, recorrente ou persistente, dos músculos do períneo adjacentes ao terço inferior da vagina. Podem estar na origem do vaginismo fatores orgânicos ou fatores psicológicos e emocionais que incluem: SEXOLOGIA 37 Falta de informação e crenças erradas ou negativas sobre a sexualidade (culpa, educação conservadora) Inexperiência que pode conduzir a medos ou bloqueios e a uma resposta condicionada Experiências prévias com dor. Traumas Disfunções sexuais masculinas Muitos homens sentem-se ainda muito retraídos na procura de ajuda médica relativamente a problemas de carácter sexual e reprodutivo que possam ter. Mas, quanto mais cedo assumirem que podem precisar de apoio e aconselhamento médico, mais qualidade de vida ganham. É importante partilhar para não sofrer. Muitas das disfunções são facilmente tratáveis. As disfunções sexuais masculinas mais comuns são: Tipo de disfunção Desejo Perturbação de desejo sexual hipoactivo Excitação Disfunção eréctil Orgasmo Disfunções Ejaculatórias Inibição do orgasmo Dor Dispareunia SEXOLOGIA 38 Perturbação de desejo sexual hipoactivo “Ausência ou deficiência persistente ou recorrente de fantasias e desejo de actividade sexual” (Fonte: DSM IV) Causas psicológicas: Pode estar associada a outras disfunções sexuais no homem ou na parceira Distanciamento emocional e conflitos no casal também foram associados a esta disfunção, embora seja difícil perceber se é a causa ou a consequência desta disfunção Doenças psiquiátricas (depressão e perturbaçõesde ansiedade) Acontecimentos de vida, luto e outras perdas Causas orgânicas Efeitos gerais de uma doença física Doenças físicas específicas: Doença hepática, Tumores pituitários secretores de prolactina, Deficiência de testosterona (rara, embora seja frequente na prática clínica os doentes associarem a sua diminuição do desejo à diminuição de testosterona, sendo mais dificil reconhecer causas mais prováveis como a perda de atracção pela parceira) Iatrogenia : Antihipertensores, antidepressivos, antipsicóticos, anticonvulsivantes Disfunção eréctil A idade é um fator que se relaciona com o aparecimento de disfunção eréctil. Enquanto os indivíduos mais jovens têm mais probabilidade de desenvolver disfunção eréctil de causa psicológica, os homens com mais idade desenvolvem habitualmente disfunção eréctil de causa orgânica, devido a uma maior comorbilidade com diversos fatores de risco. SEXOLOGIA 39 A disfunção eréctil ou impotência sexual é a incapacidade persistente ou recorrente para atingir ou manter uma ereção adequada até completar a atividade sexual, provocando acentuado mal-estar ou dificuldade interpessoal. A disfunção eréctil pode dever-se a várias causas, nomeadamente orgânicas, psicológicas ou mistas. Para a resolução da disfunção eréctil é fundamental não só a ida a um especialista, para se chegar a um diagnóstico adequado, como o diálogo aberto com a(o) parceira(o). As causas da disfunção erétil podem ser muito variadas: Doenças vasculares (arteriosclerose, problemas cardíacos, hipertensão, etc.) Problemas neurológicos (lesões nervosas, esclerose múltipla, doenças degenerativas, etc.) Diabetes Problemas hormonais (redução na produção de hormonas) Uso de determinados medicamentos Problemas psicológicos Stresse Depressão Ansiedade de execução Medo do fracasso Baixa auto estima Insatisfação / Conflito conjugal Informação deficiente/mitos sobre a sexualidade Uma vez que as causas da disfunção erétil são de natureza diversa, os tratamentos podem envolver o aconselhamento sexual, uma terapêutica medicamentosa e em alguns casos a cirurgia. Antes de qualquer decisão, o profissional de saúde poderá SEXOLOGIA 40 começar por dar alguns conselhos que podem ser benéficos para a saúde sexual do homem, nomeadamente a prática de exercício físico, alimentação cuidada, redução do consumo do álcool ou tabaco, bem como um maior tempo de descanso. Disfunções ejaculatórias Ejaculação prematura, precoce ou rápida Dificuldade em controlar a ejaculação, que em alguns casos pode ocorrer antes, no momento da penetração ou logo após a penetração, limitando a satisfação sexual. É uma das disfunções sexuais mais comuns, sobretudo entre os mais jovens, no entanto, muitas a vergonha face a esta dificuldade, não permite que muitos homens procurem tratamento. As causas são sobretudo psicológicas, relacionadas com ansiedade e stresse, mas podem estar envolvidas causas biológicas. Pode também estar associada a consumo de álcool ou drogas. O seu tratamento poderá incluir a terapia sexual, psicoterapia e medicação. Anejaculação Ausência completa de ejaculado estando conservada a sensação de orgasmo. Deve-se à inexistência de fase de emissão, havendo fase de expulsão. Etiologia: Principais Causas psicológicas: Receio de provocar uma gravidez Ejaculações fora do coito sob a forma de poluções noturnas, ao acordar ou no decorrer da masturbação Principais Causas orgânicas: Esclerose múltipla SEXOLOGIA 41 Mielite transversa Lesões vertebro-medulares Iatrogenia medicamentosa e cirúrgica Ejaculação retrógrada Ausência total ou parcial de emissão de ejaculado, devido ao insuficiente encerramento do esfíncter uretral interno. O esperma passa da uretra posterior para o interior da bexiga permanecendo a sensação de orgasmo. Etiologia: As causas poderão ser de ordem psicológica, neurológica e medicamentosa. Ejaculação asténica Também chamada de ejaculação babante ou incompetência parcial ejaculatória (Kaplan, 1988), consite na diminuição ou ausência de contrações musculares que projetam o esperma (ejaculação sem força). Etiologia: Ocorre em homens com lesões medulares abaixo da L1, como os paraplégicos e para parésicos em que só permanece ativo o centro secretor medular. Causa urológica obstrutiva: HBP, Estenoses uretrais, Hipotonias do esfíncter externo Ejaculação retardada Também chamada de incompetência ejaculatória (Masters & Johnson, 1970), deve- se ao atraso ou inibição específica dos mecanismos de ejaculação. É involuntariamente uma ejaculação muito tardia. Relativamente pouco frequente e a prevalência não ultrapassa os 5% SEXOLOGIA 42 Inibição do orgasmo masculino Dificuldade persistente ou incapacidade de atingir o orgasmo apesar da presença de desejo, de excitação e estimulação. O homem não é capaz de ejacular com a sua parceira, sendo capaz de ejacular na masturbação ou durante o sono. Diferente da anejaculação porque nesta o homem consegue atingir o orgasmo. Relativamente raro e provavelmente a disfunção que se encontra menos frequentemente na prática clínica. Etiologia: Causas orgânicas relacionadas com iatrogenia farmacológica: Anticolinérgicos Antiadrenérgicos Antihipertensores Psicofarmacos Causas psicológicas: Estimulação desadequada Medo (gravidez, compromisso) Ansiedade de performance Trauma sexual prévio Hostilidade da parceira e problemas na relação conjugal Homossexualidade latente Dispareunia Dor genital antes, durante ou após a relação sexual. Ocorre apenas em cerca de 1% nas amostras clínicas SEXOLOGIA 43 Causas orgânicas: Infeção genital Prostatite Fimose Causas psicológicas: Não existem resultados de estudos sobre o tratamento psicológico desta condição A impotência sexual emocional tem se tornado cada vez mais comum nos dias de hoje. Por isso, preparamos esse artigo para mostrar algumas maneiras de lidar com ela. Os casos de impotência sexual emocional estão se tornando cada vez mais comuns nos dias atuais. Eles são desenvolvidos por uma série de questões e problemas que podem afetar de maneira extremamente nociva a saúde mental e física das pessoas. Para que esse assunto fique mais claro, preparamos esse artigo com dicas de como lidar com a impotência sexual emocional e acabar de vez com o problema. Acompanhe e descubra. Entenda mais sobre a impotência sexual emocional A impotência sexual emocional é um distúrbio físico promovido por um problema de saúde psicológico. Algumas emoções geram altos níveis de adrenalina, neurotransmissor que impede os homens de terem ereções. Quando essas emoções são constantes, o homem acaba desenvolvendo um quadro crônico de impotência sexual emocional. Normalmente esse problema costuma apresentar-se durante um período menor que 6 meses e o acompanhamento de um sexólogo online e em alguns casos, até medicamentos para ejaculação precoce são essenciais para a resolução desse problema. https://www.vittude.com/blog/conheca-as-emocoes/ https://www.vittude.com/blog/neurotransmissores/ https://www.euroclinix.net/br/impotencia https://www.vittude.com/blog/sexologo-online/ https://www.vittude.com/blog/ejaculacao-precoce/ https://www.vittude.com/blog/ejaculacao-precoce/ https://www.vittude.com/blog/ejaculacao-precoce/ SEXOLOGIA 44 Causas da impotência sexual emocional São muitas as causas da impotência sexual emocional, e a maior parte delas está se tornando cada vez mais comum nos dias atuais. Prova disso é o grande aumento de casos desse problema em homens com idade entre 24 e 36 anos. Normalmente, são homens que não apresentam nenhum quadro físico capaz de promover a impotência, e mesmo assim, encontram dificuldades em conseguir ereções