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Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás PSF Tema Sintomas, Anamnese e História Familiar Investigação adicional Critérios diagnósticos Conduta/Tratamento Síndrome metabólica - Geralmente trata-se de um paciente que começou a ganhar peso, principalmente às custas de gordura abdominal. - Importante sempre avaliar em pacientes hipertensos, investigando a dislipidemia e a DM. - Perfil lipídico - Glicemia de jejum - MAPA ou MRPA se diagnóstico de HAS em curso OBS: Pode-se lançar mão de USG de abdome para investigar a manifestação de esteatose hepática. - Presença de acantose nigricans, que são dermatoses hiperpigmentares presentes geralmente em axilas, região da nuca e/ou virilhas. - Investigar hirsutismo, acne e implantação masculina dos pelos. São indícios de hiperandrogenismo, assim como amenorreia, esterilidade e etc. - O paciente deve ter pelo menos três dos cinco critérios: 1) Circunferência abdominal Mulheres: > 88 cm Homens: > 102 cm 2) Pressão arterial sistólica > 130 ou diastólica > 85 3) Triglicerideos > 150 mg/dL 4) HDL-Colesterol Mulheres: 100 mg/dL OBS: o critério de obesidade leva em consideração CA e não IMC. Pacientes em tratamento também preenchem o critério. Terapia não-farmacológica - Plano alimentar e exercícios físicos para redução de peso. - Controle de fatores estressantes. - Cessação do tabagismo. - Ingesta limitada de bebida alcóolica. Terapia farmacológica - Específica para cada problema apresentado pelo paciente. 1) HAS: tratamento no quadro acima, de acordo com estágio Monoterapia (>140/>90) e (>130x85 se DM): Captopril: brancos Nifedipino: negros e idosos Terapia combinada (>160/>100): (IECA + Tiazídico): captopril + hidroclorotiazida (IECA + Ant.cálcio): captopril + nifedipino 2) Dislipidemia: a meta sempre será sobre o LDL, em alto risco 50 em mulheres e > 40 em homens. Estatinas: primeira escolha na SM com TG500, já começar com 40mg. Atorvastatina (40mg) – 80mg 1x/a noite e Rosuvastatina (20mg) - 40mg 1x/a noite em risco cardiovascular aumentado ou índices muito elevados). Fibratos: são a primeira escolha quando TG>500mg/dL Ciprofibrato (100mg 1x/a noite) OBS: Em pacientes refratários ao uso de monoterapia, pode- se associar Sinvastatina e Fibrato. Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás PSF Tema Conduta/Tratamento Síndrome metabólica 3) Diabetes mellitus Glicemia 9,0%: Insulinoterapia 4) Obesidade Não farmacológico: Dieta hipocalórica, atividade física, alteração comportamental. Farmacológico: Orlistate (Xenical) 120mg 03x/dia Cirúrgico: Técnica restritiva, Técnica predominantemente disabsortiva, Técnica predominantemente restritiva. Tratamento para Tabagismo - Os métodos de tratamento de primeira linha são a terapia de reposição de nicotina e a terapia comportamental breve em grupo. - No Brasil estão disponíveis apenas o adesivo de nicotina e a goma de mascar. - A reposição de nicotina não deve ser indicada para grávidas, menores de 18 anos e para aqueles pacientes portadores de doenças cardiovasculares instáveis como infarto do miocárdio recente, angina instável ou determinadas arritmias. - O da fissura é feito com Bupropiona 150mg 1x/dia e deve ser indicado para usuários de quinze ou mais cigarros por dia. Tem melhores efeitos se associada a terapia de reposição de nicotina. - Terapia cognitivo comportamental é essencial em qualquer tratamento instituído. Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás PSF Tema Sintomas, Anamnese e História Familiar Fatores de Risco Exames Físico Exames Laboratoriais Conduta/Tratamento HAS - Níveis pressóricos persistentemente elevados, proporcionando maior risco cardiovascular. - Critérios diagnósticos Consultório: média em, pelo menos, duas consultas: > ou igual a 140x90 MAPA 24h: médias 24h > 130x80, vigília > 135x85 e sono > 120x70 MRPA: média em 5 dias > 135x85 - Classificação Normal: 140 / > 90 Estágio 2: > 160 / > 100 Estágio 3: > 180 / > 110 - Alvos Geral: 65 - Sexo feminino - Etnia negra - Sobrepeso e obesidade - Sedentarismo - Elevada ingesta de sal e álcool - Fatores socioeconômicos - Fatores genéticos Lesões de órgãos alvo - Cardiopatia hipertensiva - Doença coronariana - Doença cerebrovascular - Nefropatia hipertensiva - Retinopatia hipertensiva - Aortopatia e DAOP - Aferição da PA após 3-5 minutos de repouso, com bexiga vazia. - Verificar se nos 60 minutos anteriores o paciente não realizou exercícios físicos, tomou café, álcool, ou fumou. - Manter braço na altura do coração. - Importante duas aferições com intervalo de um minuto. 1º consulta - EAS - Potássio - Creatinina - Glicemia de jejum - HbA1C - Perfil lipídico - Ácido úrico - ECG Medidas não-farmacológicas - Correção da obesidade (principal medida) - Dieta rica em vegetais, frutas e cálcio - Restrição sódica - Moderar consumo de álcool - Exercícios físicos regulares Medidas farmacológicas Estágio 1 (> 140 / > 90): quando PA não controlada com mudanças no estilo de vida – 1 droga: - Diúreticos tiazídicos (hidroclorotiazida e cortalidona): sem contraindicações, uso sinérgico em associação. Boa indicação de monoterapia para negros. - Inibidores da ECA (captopril, enalapril, lisinopril): indicados em pacientes com DM, pode causar tosse seca e angioedema. Boa escolha para brancos jovens. Não é uma boa escolha para negros e idosos. - Antagonistas da angiotensina II (losartana, valsartana): indicados quando houver intolerância ao IECA por não causarem sintomas de tosse. - Antagonistas dos canais de cálcio (nifedipino, amlodipino): primeira escolha para pacientes negros ou idosos Estágio 2 (> 160 / > 100): associar duas drogas (IECA + Tiazídico): captopril + hidroclorotiazida (IECA + Ant.cálcio): captopril + nifedipino Alto risco: combinar duas drogas, como no Estágio 2. Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás Reumatologia Tema Sintomas, Anamnese e História Familiar Exames laboratoriais Conduta/Tratamento Esclerose sistêmica - Doença autoimune que ocorre pela superprodução e deposição de colágeno nos tecidos, provocando disfunção microvascular e fibrose. - Geralmente acomete mulher de meia idade (35-50 anos), mais comum em negras. - Progride de forma lenta e irreversível - Queixa: pele endurecida - Acometimento dos tecidos: edema inflamatório (precoce) -> fibrose -> atrofia tecidual (tardia). - Forma cutânea difusa: órgãos internos + qualquer parte da pele - Forma cutânea limitada (CREST): órgãos internos + mãos e face, cotovelo e joelho - Forma visceral: apenas órgãos internos Quadro clínico - Fenômeno de Raynaud: vasoespasmo de pequenas artérias – palidez -> cianose -> rubor (vasodilatação de rebote), pode preceder a doença em anos - Edema cutâneo dura e inflamatório, muito pruriginoso. - Progride com fibrose da região e atrofia da pele, que fica espessada e endurecida. - Fácies esclerodérmica: sem sulcos, pregas e expressão - Esclerodactilia:o fecaloma se encontra no reto e pode ser diagnosticado pelo toque retal. - Doença de Chagas - Dieta pobre em fibras - Idosos - Pacientes internados - Doenças neurológicas - Constipação crônica Exame físico - Abdome doloroso a palpação - Distensão abdominal - Sinal de Gersuny: massa palpável crepitante em FIE. - Toque retal Exames complementares - Raio X de abdome (evidência de dilatação e imagem de miolo de pão) - Hemograma - EAS - Sorologia para Chagas (ELISA ou imunofluorescência) Objetivos do tratamento - Hidratação e fratura digital ou instrumental da massa. - Esvaziamento progressivo para evitar volvo de sigmoide. - Após 12 horas, uso moderado de laxantes e lavagens intestinais com água glicerinada. - Quadros complicados são resolvidos por abordagem endoscópica ou cirúrgica. Megacólon Volvo sigmoide - Torção de segmento intestinal, preferencialmente no intestino grosso (sigmoide e ceco). - Sigmoide: 75% dos casos - Consequências: obstrução do lúmen, comprometimento vascular levando à isquemia - Quadro clínico: dor abdominal (difusa devido isquemia, pode ser exacerbada como cólica durante peristaltismo), distensão abdominal, parada de eliminação de flatos e fezes e vômitos (tardios). - Doença de Chagas - Sigmoide extenso - Idosos (70-80 anos) - Pacientes internados - Doenças neurológicas - Constipação crônica Exame físico - Abdome doloroso a palpação - Distensão abdominal - Massa hipertimpânica em andar superior do abdome Exames complementares - Raio X de tórax - Raio X de abdome (SINAL DO U INVERTIDO) - Hemograma - EAS - Sorologia para Chagas (ELISA ou imunofluorescência) Objetivos do tratamento - Desfazer o volvo e restaurar a vasculatura - Localizar alterações anatômicas que predispuseram o volvo 1º) Desfazer a torção via endoscópica 2º) Quando realizada com sucesso, avaliar: - Se órgão viável: instituir sonda retal! Programar cirurgia de Duhamell-Haddad. - Se órgão não-viável: realizar cirurgia de Hartmann. 3º) Quando não for possível desfazer a torção via endoscópica: indicar cirurgia de Hartmann para resolução. Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás Proctologia Tema Sintomas, Anamnese e História Familiar Fatores de Risco Rastreamento Abordagem diagnóstica Conduta/Tratamento CA colorretal - Quase sempre são adenocarcinomas. Surgem a partir de pólipos adenomatosos. - Mais frequente no cólon direito. - Quando localizado no reto, pode invadir estruturas adjacentes e metastatizar para o tórax. - Quadro clínico: assintomático em fases iniciais. - Ceco e colo ascendente (direito): predomina sangue oculto nas fezes e anemia ferropriva. Comum perda ponderal. - Colo descendente e sigmoide (esquerdo): predomina alteração do hábito intestinal (constipação progressiva ou constipação alternada com hiperdefecação ou diarreia) - CA retal: predomina hematoquezia de pequena monta, persistente ou intermitente. Pode ocorrer constipação, tenesmo, eliminação de muco e sintomas relacionados a invasão de outros órgãos (urinários, genitais). - História familiar positiva - Hereditários – Autossômica dominante: defeitos do gene APC, síndrome de polipose familiar adenomatosa, síndrome de Lynch. - DII - Dieta rica em gorduras animais e carboidratos - Endocardite por S.bovis - Alcoolismo e tabagismo Fatores protetores - Dieta rica em vegetais e fibras - Uso de AINEs - Terapia de reposição hormonal Critério de Amsterdam - 3 familiares com CA colorretal - Câncer 50 anos, encerrando entre 75-85 anos. Opções: 1) Colonoscopia: a cada 10 anos (PADRÃO) 2) Sangue oculto nas fezes: uma vez por ano 3) Sigmoidoscopia flexível: a cada 5 anos 4) Enema baritado: a cada 5 anos OBS: Se paciente com história familiar positiva em parente de primeiro grau, início do rastreamento aos 40 anos ou 10 anos antes da idade do parente que desenvolveu câncer. História clínica - Considerar história familiar - Suspeitar em casos de sangramento retal, dor abdominal, modificação dos hábitos intestinais, emagrecimento e ANEMIA FERROPRIVA, principalmente em pacientes idosos. Exame físico - Pode haver dor à palpação da região - Pode haver massa palpável - Hepatomegalia (sinal de metástase) - Toque retal: permite diagnóstico de CA de reto distal Exames laboratoriais - Hemograma: anemia ferropriva - TGO/TGP: aumentadas se metástase - Sangue oculto nas fezes OBS: CEA e CA19.9 são prognósticos Exames de imagem - Colonoscopia com biópsia (padrão ouro) - Retossigmoidoscopia flexível - Clister opaco (enema baritado) Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás Proctologia Tema Sintomas, Anamnese e História Familiar Fatores de Risco Manifestações extraintestinais Diagnóstico Conduta/Tratamento Doença de Chron - Incidência: 15-30 anos e 60- 80 anos. - Acomete todo o TGI. - É transmural. - Acometimento descontínuo, salteado. - Órgãos em “pedra de calçamento”. - Presença de úlceras aftóides. - Diarreia invasiva e síndrome de má absorção. - Biópsia: Granuloma e colite sem proctite: POUPA O RETO! - História familiar - Tabagismo - Apendicectomia - Uso de ACOs - Uso de AINEs - Artrite é a mais comum. - Eritema nodoso - Uveíte, conjuntivite, episclerite. - Litíase biliar - Ileocolonoscopia + biópsia = padrão típico + envolvimento do íleo terminal - Trânsito de delgado, fístulas perianais, EDA (doença ulcerosa) e encontro de granulomas na biópsia. - Autoanticorpo ASCA - Acompanhar com PCR (abcesso) CONCEITOS GERAIS 1) Doença leve-moderada - Sulfasalasina e mesalasina - Sulfasalasina age no cólon (excelente para RCU) - Reposição de folato 2) Doença moderada a grave - Corticóides - Imunossupressores - Antibioticoterapia: Metronidazol/Ciprofloxaxino - Imunobiológicos: Infliximab CONCEITOS ESPECÍFICOS - RCU: colectomia cura a doença! Anastomosar bolsa ileal com canal anal, corticoide + metro ou cipro. - DC: cirurgia não é curativa e deve ser evitada. Indicada apenas em fistulização ou recidiva, e em complicações intratáveis como: obstrução grave, abscessos, fistulas refratárias e hemorragias incoercíveis. Retocolite ulcerativa - Incidência: 15-30 anos e 60- 80 anos. - Atinge APENAS cólon e reto. - Compromete só a MUCOSA. - É ascendente no cólon. - Acometimento uniforme/contínuo. - Orgão em “cano de chumbo”. - Pseudopólipos presentes. - Diarreia invasiva (sangue, pus, muco) - Biópsia: criptites - História familiar - Uso de AINEs Fator protetor - Tabagismo - Apendicectomia - Artrite é a mais comum. - Pioderma gangrenoso - Uveíte, conjuntivite, episclerite - Colangite esclerosante - Retossigmoidoscopia + biópsia = padrão macroscópico típico - Autoanticorpo pANCA - Colonoscopia fora das exacerbações para determinar extensão e atividade da doença. Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás Proctologia Tema Sintomas, Anamnese e História Familiar Fatores de Risco Diagnóstico Complicações Conduta/Tratamento Diverticulite - Perfuração do divertículo seguida de inflamação pericolônica. - Formação de pequenos abcessos pericólicos devido a microperfuração dos divertículos. - Quadro clínico: Dor em FIE e febre, geralmente em pacientes com mais de 50 anos. - Local mais comum é o sigmoide. - Pode haver alteração do hábito intestinal, urgência urinária e febre com calafrios. - Geralmente o divertículo ocorre devido baixa ingesta de fibras, pouco bolo fecal e necessidade de aumento da força de contração do cólon, predispondo a herniações da mucosa.- Risco aumenta com idade. Clínico - No exame físico abdominal pode haver massa palpável em FIE. - Sinais de defesa. Imagem - TC de abdome (padrão-ouro) OBS: Não é indicada colonoscopia no início por provocar aumento da pressão intracolônica. Laboratório - Hemograma com leucocitose - EAS - B-HCG em mulheres - Abcesso (mais comum) - Perfuração livre - Fístulas - Obstrução Classificação de Hinchey I – abcesso pericólico ou mesentérico II – abcesso pélvico III – peritonite purulenta generalizada IV – peritonite fecal generalizada Colite Isquêmica Ca Colorretal Apendicite Aguda DII Segundo a TC: 1) Abcesso pericolico: ATB 2) (2) Abcesso pélvico ou retoperitonial: ATB + Drenagem 3) Peritonite purulenta: Cirurgia 4) Peritonite fecal: Cirurgia Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás Urologia Tema Sintomas, Anamnese e História Familiar Fatores de Risco Exames Físico Exames Laboratoriais Exame de Imagem Diagnóstico Diferencial Conduta/Tratamento ITU Cistite 90% - Sintomas: disúria, polaciúria, ardência e urgência miccional. Pode ocorrer nictúria, hesitação, desconforto suprapúbico, hematúria e urina turva. -Pode ser diagnosticada só pela clínica. - E.coli: 85% - Sexo feminino - Atividade sexual - Idosos - Uso de antibiótico recorrente - Nível baixo de estrogênio - Em geral é autolimitado. - Pode haver dor suprapúbica. - Hemograma: discreta leucocitose. - EAS: piúria, hematúria, nitrito ou esterase leucocitária positivos. - Urocultura é padrão ouro, >102 em mulheres e 103 em homens. - Indicada USG quando Proteus presente na urocultura, por risco de cálculo coraliforme. - Uretrites por ISTs - Urolitíase - Vulvovaginites - Sulfametaxazol+Trimetoprim 400/80mg 12/12h por 03 dias; - Ciprofloxacino 500mg 12/12h por 03 dias; - Nitrofurantoína 100mg 6/6h por 5-7 dias; - Cefalexina 250mg 6/6 horas por 03 dias - Fosfomicina trometamol (Monuril) 3g em dose única. OBS: Gestantes (cefalexina, nitrofurantoína, Monuril) - Em homens, tratar de 7-14 dias. Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás Urologia Tema Sintomas, Anamnese e História Familiar Fatores de Risco Exames Físico Exames Laboratoriais Exame de Imagem Diagnóstico Diferencial Conduta/Tratamento Pielonefrite 10% - Síndrome clínica: febre alta, calafrios, dor lombar e sintomas de cistite. - Gram-negativos – E.coli 70 a 90% dos casos. - Sintomas: mal- estar, prostração, náuseas, vômitos, dor lombar, febre alta, calafrios, disúria e polaciúria. - Sinais: Giordano positivo, abdome distendido, urina turva e fétida. - ITUs de repetição - Sexo feminino - Atividade sexual - Menopausa - Anormalidades estruturais - DM - Gestação - Fácies toxemiada - Febre acima de 38 graus. - Taquicardia - Abdome distendido e doloroso, com massa palpável em alguns casos. - Giordano positivo. - Hemograma com leucocitose e desvio a esquerda. - EAS: Urina turva, geralmente com piúria, podendo haver hematúria macro ou microscópica, presença de bactérias, cilindros leucocitários e proteinúria leve. - Urocultura: antes de iniciar o tratamento, geralmente > 105. - Ureia e creatinina OBS: Urocultura de controle após 2-4 semanas. - Melhor exame é a TC com constrate, mas só é solicitada em diagnóstico duvidoso, falha terapêutica ou suspeita de abcesso. - Cintilografia DSMA: preferencial em crianças. OBS: 1) não complicada: trato urinário estrutural e neurologicamente normal. 2) complicada: anormalidades funcionais ou dispositivos externos, homens e crianças. - Nefrolitíase - Ureterolitíase - ISTs: clamídia, candidíase, tricomoníase. - Diverticulite - Abcessos - Em geral, é feita internação hospitalar e antibioticoterapia endovenosa. - Tratamento empírico até resultado da urocultura. - Não complicada/oral: 14 dias: Levofloxacino 750mg 1x/dia ou Ciprofloxacino 500mg 2x/dia. Medidas gerais - Dieta branda - SF0,9% (42gts/min) - Dipirona (500mg/mL) 2ml + AD ou Tramadol (100mg) + SF0,9% 200mL - Bromoprida (10mg) 6/6h - Ranitidina (50mg) + AD - Estimular ingesta hídrica - Sinais vitais - Cuidados de enfermagem - Fisioterapia motora - Não complicada/parenteral: 14 dias: Ceftriaxone 2g 1x/dia ou Ciprofloxacino 400mg 12/12h ou Levofloxacino 750mg 1x/dia. - Complicada/parenteral: 14 dias: Piperacilina-Tazobactan 3,375g 6/6h ou Cefepime 1g 12/12h ou Meropenem 1g 8/8h. - Continuado domiciliar: Cefuroxime 1g 12/12h VO. - Abcesso: 5cm: drenagem aberta Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás Urologia Tema Sintomas, Anamnese e História Familiar Fatores de Risco Abordagem diagnóstica Conduta/Tratamento Nefrolitíase Ureterolitíase - Cálculos renais compostos por oxalato de cálcio em 70 a 80% dos casos. - Mais frequente em homens do que mulheres, entre 4º e 6º década de vida. - Nem todo paciente com cristais no EAS tem nefrolitíase. - Maioria dos pacientes são assintomáticos. Os cálculos pequenos são eliminados espontaneamente pela urina. - Sintomas geralmente se devem à obstrução (principalmente na junção ureteropélvica). - Quadro clínico: Cólica nefrética: dor em flanco com náusea, vômitos, sudorese. Em obstruções baixas, pode haver dor irradiada para a região inguinal, grandes lábios e testículos, assim como sintomas urinários: disúria, estrangúria. - Hematúria (90%) - Associada a pielonefrite: febre alta, calafrios. Pontos de obstrução do ureter - Junção ureteropélvica: dor em flanco, náuseas, vômitos, sudorese, taquicardia. - Cruzamento do ureter com vasos ilíacos: dor em flanco com irradiação para pelve, testículos e grandes lábios. - Junção vesicouretral: semelhante ao anterior. - Episódio prévio - História familiar - Volume urinário reduzido - Hipercalciúria - Obesidade - Diabetes mellitus - Baixa ingesta hídrica - Fatores dietéticos (hiperproteica) - Uso de TARV Fatores protetivos na formação de cálculos - Água - Magnésio - Citrato Exame físico - Abdome doloroso - Giordano positivo - Taquicardia - Sudorese Exames laboratoriais - Hemograma: leucocitose discreta - EAS: serve para identificar hematúria e infecções concomitantes. - Urocultura - Ureia e creatinina Exames de imagem - TC de abdome sem contraste (padrão ouro) - USG de vias urinárias - RX simples: cálculos de oxalato de cálcio são radiopacos e aparecem ao exame. Medidas gerais - Internação hospitalar: rim único obstruído, pielonefrite, vômitos incoercíveis, hematúria intensa. - Dieta branda 1º medida: Analgesia - Dipirona ou AINEs são primeira escolha, via EV. - Em pacientes refratários, considerar o uso de opiáceos. Lembrar de usar anti-eméticos. - Antiespasmódicos não são úteis. 2º medida: Hidratação venosa - Avaliar perdas e só repor. 3º medida: Avaliar conduta urológica - Paciente assintomático com: cálculo coraliforme, cálculo causando obstrução ureteral total em rim único, com insuficiência renal, cálculo associado à pielonefrite não complicada. - Terapia médico-expulsiva: cálculos até 0,5cm (indicar AINEs) - Cálculo intrarrenal 2 cm: nefrolitotomia percutânea - Cálculo em 1/3 proximal do ureter: ureterorrenolitotripsia flexível - Cálculo em 1/3 médio do ureter: ureterorrenolitotripsia flexível ou semirrígida (avaliar condições) - Cálculo em 1/3 distal do ureter: ureterorrenolitotripsia semirrígida - Cálculo em bexiga 2cm:cistolitotomia OBS: Instituir cateter Duplo J em pacientes sépticos ou com drenagem de pus ao procedimento. Nefrostomia também é alternativa para drenar urina. Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás Urologia Tema Sintomas, Anamnese e História Familiar Fatores de Risco Exames Físico e Diagnóstico Exames Laboratoriais Exame de Imagem Diagnóstico Diferencial Conduta/Tratamento HPB - Proliferação benigna do tecido prostático por estimulação androgênica. - Maioria assintomático. Sintomas não relacionados ao tamanho da próstata. 1) Sintomas de esvaziamento/obstrutivos: esforço miccional, hesitação, gotejamento, jato fraco, esvaziamento incompleto, incontinência e retenção urinária. 2) Sintomas de armazenamento/irritativos: urgência miccional, polaciúria, nictúria, pequenos volumes de micção e dor suprapúbica. - Prostatismo: obstrução e irritação LUTS Leve: 0-7 Moderado: 8-19 Grave: 20-35 HPB: zona central e de transição (obstrui a uretra) CA: zona periférica (só obstrui uretra quando avançado) - Idade >45 anos - Presença dos testículos - História familiar positiva Etiopatogenia 1) componente estático/mecânico: aumento de volume da próstata diminui o calibre da uretra; 2) componente dinâmico/funcional: hipertrofia das fibras musculares 3) componente vesical: alterações secundárias a obstrução, hiperatividade ou hipoatividade do detrusor. - Palpação do hipogástrio: globo vesical = sondagem de demora - Presença de prostatismo - Questionar se já fez exames ou tratamentos para próstata ou uretra - Toque retal: aumento homogêneo da próstata (nódulo=biópsia) - Hemograma - EAS: piúria (fazer urocultura), hematúria (fazer USG de vias urinárias) - Ureia e Creatinina: nefropatia obstrutiva - PSA: 60 anos até 4ng/mL, se maior que 10ng/mL, pensar em CA de próstata. - USG de vias urinárias - USG de próstata - Urofluxometria ( 10 OU presença de nódulo ao toque retal = BIÓPSIA! - Nódulo à USG é indicativo absoluto de BIÓPSIA! OBS: Valores muito altos são indicativos de cintilografia. - Sempre deve-se solicitar USG para saber o peso da próstata, mesmo não sendo screening. - USG importante para avaliar nódulos. Sempre biopsiar quando hiperecogênicos em zona periférica. PADRÃO OURO: - USG transretal + biópsia de 6 a 14 fragmentos - Dados sugestivos de câncer e que indicam biópsia. 1) Velocidade de crescimento: > 0,75 ng/mL/ano, desde que ultrapasse o valor limite para a idade. 2) Densidade: PSA / Peso da próstata: > 0,20 é provável CA 3) Fração livre do PSA 20, Gleason > 8: prostatectomia radical ou RT com bloqueio hormonal 3 anos. Complicações - Disfunção erétil - Incontinência urinária - Disfunção colorretal por irradiação Doença metastática - Bloqueio hormonal (agonistas de GnRH) - Bisfosfonatos em metástases ósseas.fibrose das mãos, apagamento das pregas. - Telangiectasia e/ou calcinose - Mialgia e poliartralgia, atrofia e fraqueza - Esôfago (mais comum): dismotilidade, refluxo gastroesofagico - Pulmonar: alveolite fibrosante dispneia aos esforços (maior causa de morte) - Renal: IRA oligúrica, HAS secundária Diagnósticos diferenciais - LES - SAAF - Artrite reumatoide - Poliarterite nodosa - Hanseníase - Hemograma: anemia de diversos tipos. - Ureia e creatinina: função renal Autoanticorpos 1) Anticentrômero: 40% dos pacientes com forma limitada 2) Antitopoisomerase I: positivo em 30% dos pacientes com forma difusa 3) Capilaroscopia de leito ungueal: reflete comprometimento de pequenos vasos, sensibilidade de 98% - IMPORTANTE SOLICITAR 4) FAN e FR podem ser positivos: padrão nuclear pontilhado fino ou centromérico - Diagnóstico: 9 pontos em critérios diagnósticos: espessamento cutâneo dos dedos, telangiectasias, fenômeno de Raynaud, autoanticorpos, hipertensão. Exames complementares - TC de tórax de alta resolução e prova de função pulmonar: acometimento pulmonar - Esofagomanometria / REED: alterações esofágicas - Ecocardiograma transesofágico: alteração cardiovascular, hipertensão da artéria pulmonar Não farmacológico: cessar tabagismo, suspender drogas como beta-bloqueadores e descongestionantes nasais, controle de temperatura das extremidades. Farmacológico geral: - Penicilamina e AAS se mostraram benéficos no controle do processo patogênico. - Corticóides para controle da dor inicial. - Imunossupressão: ciclofosfamida, metotrexato, azatioprina, se refratário usar rituximabe. Farmacológico específico 1) Fenômeno de Raynaud: vasodilatadores – nitroglicerina tópica, antagonistas de cálcio (amlodipino 5-10mg/dia). Simpatectomia em casos graves. 2) Alveolite fibrosante: prednisona + ciclofosfamida 3) Vasculopatia com hipertensão pulmonar: anticoagulação com varfarina e oxigenioterapia 4) Crise renal: IECAs (captopril 25-50 mg) + prednisona Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás Reumatologia Tema Sintomas, Anamnese e História Familiar Abordagem diagnóstica Diagnóstico Diferencial Conduta/Tratamento Fibromialgia - Dor musculoesquelética crônica (duração superior a 3 meses), generalizada, associada a uma série de pontos dolorosos no corpo (tender points). - Paciente típico: mulher entre 30 e 50 anos. - Outros sintomas: fadiga, cefaleia tensional ou enxaqueca, distúrbios do sono, rigidez matinal, parestesias de extremidades, sensação subjetiva de edema e distúrbios cognitivos. Associada a síndrome do colo irritável e distúrbios do sono. - Pode piorar com frio, umidade, mudança climática, tensão emocional ou por esforço físico. - Prevalência aumentada em pacientes HIV. - Fisiopatologia: Associada a percepção anormal, exacerbada da dor. São evidências sintomas induzidos após sono não reparador. - Pacientes com baixos níveis de serotonina, neuromodulador natural da dor. Exame clínico - Dificuldade em localização da dor e do tipo da dor. - Bom aspecto geral, sem evidência de doença sistêmica, sem sinais inflamatórios, sem atrofia muscular, sem alterações neurológicas, com boa amplitude de movimentos e com força muscular preservada, apesar dos sintomas mencionados. Exames laboratoriais - Hemograma - VHS - PCR - TGO/TGP - Ureia - Creatinina - Glicemia de jejum - EAS Específicos - FR - TSH/T4 livre - Anti-CCp 1- Síndrome da dor miofascial - Reumatismo extra-articular afetando várias áreas - Polimialgia reumática e artrite de células gigantes - Polimiosites e dermatopolimiosites - Miopatias endócrinas: hipotireoidismo, hipertireoidismo, hiperparatiroidismo, insuficiência adrenal. Critérios Diagnósticos - Clássicos: dor musculoesquelética generalizada durante pelo menos três meses + presença de 11 a 18 tender points dolorosos à digitopressão. - Pares de tender points: 1) Suboccipital 2) Cervical baixo 3) Trapézio 4) Supra-espinhoso 5) Segunda junção costo-condral 6) Epicôndilo lateral 7) Glúteo médio 8) Trocantérico 9) Joelho - Novos critérios: soma de critérios clássicos a sintomas como fadiga, sono não reparador, sintomas cognitivos, sintomas somáticos. - Principal medida: Exercícios físicos - Tratar doença coexistente - Suporte psicológico - Antidepressivos tricíclicos: Amitriptilina Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás Endocrinologia Tema Sintomas, Anamnese e História Familiar Fatores de Risco Exames Laboratoriais Exame de Imagem Diagnóstico Diferencial Conduta/Tratamento Osteoporose - Assintomático até o desenvolvimento de fraturas: antebraço, quadril e vértebras. - Avançados: cifose, instabilidade postural. OBS: Primária: pós- menopausa, idosos, idiopática juvenil. Secundária: doenças e drogas. - História de fraturas - Idade > 65 anos - Sexo feminino - Deficiência estrogênica (menarca tardia, menopausa precoce) -Dieta pobre em cálcio - Raça branca - Tabagismo - Alcoolismo - Drogas - Hemograma - Cálcio - Fósforo - Fosfatase alcalina - TSH e T4 Livre - PTH - Cortisol - GH - Estrogênio ou testosterona - Vitamina D - Ferro e ferritina - Calciúria de 24 horas - Raio-X lateral de coluna torácica e lombar. - Densitometria óssea: indicadas para mulheres > 65 e homens >70. - T-score: mulheres pós- menopausa e homens > 50 anos. Normal até -1; Osteopenia entre -1 e -2,5; Osteoporose > -2,5. - Z-score: pré-menopausa, homens -2,0; Abaixo do esperado para a idade ou igual a 126 ou TOTG-75 > ou igual a 200 ou HbA1C > ou igual a 6,5 em pelo menos duas ocasiões. - Glicemia casual > ou igual a 200 com sintomas. - Autoanticorpos ausentes - Peptídeo C > 0,1 ng/dL Pré-diabéticos: glicemia de jejum (100-125), TOTG (140- 199), Hb1A1C (5,7- 6,4%) OBS: Relacionado ao hipotireoidismo. Fatores de risco cardiovascular - SM - DM2 - Tabagismo - Doença cardiovas - HAS - DLP - Obesidade 1) Acima de 45 anos 2) Sobrepeso (IMC > 25) com pelo menos um fator: - História de DM em parente de 1º grau - Negros - Hipertensos (140x90) - Dislipidemia - Sedentarismo - SOP - Doença cardiovascular - Exames prévios alterados - Diabetes gestacional - Síndrome metabólica (acantose nigricans, CA: 102 em homens, 88 em mulheres) - Repetir exames a cada três anos. Restrita a 40 aos 70 anos que tenham sobrepeso ou sejam obesos. - Considerar metformina em pré- diabéticos com idade >60 anos, IMC >35 ehistória de diabetes gestacional. - Não farmacológico: Terapia nutricional (açúcar Estevia) + atividade física - Farmacológico: antidiabéticos/insulinoterapia 1) HbA1C 9% + Glicemia > 300 mg/dL, perda de peso significativa ou sintomas graves: insulinoterapia ou 3º agente antihiperglicemiante 4) Glicemia > 300 mg/dL, sintomas de cetoacidose diabética: internação hospitalar - Retorno de 1 a 3 meses - HbA1C: 7% em adultos e entre 7,5 e 8,5 em idosos; - Glicemia de jejum: 65 anos - Sexo feminino - Puerpério - História familiar - Irradiação prévia - Doenças autoimunes - Drogas (amiodarona, lítio) - Dieta pobre em iodo - Avaliar a tireoide se posicionando atrás do paciente. - Verificar volume, consistência, mobilidade e superfície. - Avaliar temperatura de extremidades. - Avaliar pele e fâneros. - Verificar a pressão arterial. - Hemograma: anemia macrocítica; - Enzimas musculares: aumentadas devido miopatia mixedematosa; - Perfil lipídico: hipercolesterolemia e hipertrigliceridemia - Prolactina: aumentada devido aumento de TRH - Sódio: hiponatremia - Glicemia: hipoglicemia - Pode haver aumento de PTH e vitamina D, levando a hipercalcemia. 1) Hipotireoidismo primário: TSH aumentado e T4 livre diminuído 2) Hipotireoidismo central: TSH diminuído ou normal e T4 livre diminuído 3) Anti-tireoglobulina e Anti-TPO presentes - Anti-TPO indica Tireoidite de Hashimoto, quando ausente pode ser transitório. - Usa-se RM para diferenciar do hipotireoidismo central, quando TSH normal ou baixo e T4 baixo. - Hipotireoidismo subclínico - Hipotireoidismo transitório - Reposição de T4 (levotiroxina), de manhã, em jejum ou 2 horas depois da alimentação, melhor absorvida a noite, mas causa insônia grave. - Dose inicial para adultos jovens: 1,6 a 1,8 ug/kg/dia - Dose inicial para idosos maiores de 60 anos: 50 ug/dia - Idoso com doença grave: 12,5 a 25 ug/dia - Meta do TSH: 0,5 e 5,0 mU/L - Dosar após 4 a 6 semanas - Após atingir dose de manutenção pode-se reavaliar a cada 6 a 12 meses. Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás Endocrinologia Tema Sintomas, Anamnese e História Familiar Fatores de Risco Exames Físico Exames Laboratoriais Exame de Imagem Diagnóstico Diferencial Conduta/Tratamento Doença de Graves Tireotoxicose é a síndrome clínica decorrente da exposição dos tecidos a altas concentração de hormônios tireoidianos. Hipertireoidismo é a situação de tireotoxicose resultante da produção sustentada dos hormônios. - A doença de Graves é a principal causa de hipertireoidismo (80%); - É uma desordem imunológica devido anticorpos antirreceptores de TSH estimulando a tireóide (TRAb); - Apresentam bócio difuso, oftalmopatia, dermopatia (mixedema pré-tibial) e acropatia. Sintomas: Pele quente e lisa, sudorese, insônia, palpitações, PA divergente, taquicardia, dispneia, artralgia, miopatia, emagrecimento, aumento do apetite, hiperdefecação, nervosismo, intolerância ao calor, amenorreia. - Sexo feminino - 2º a 5º década - Doenças autoimunes endócrinas (DM 1, doença de Addison etc) e não endócrinas (hepatite viral crônica, LES, AR, etc); - História familiar positiva - Avaliar a tireoide se posicionando atrás do paciente. - Verificar volume, consistência, mobilidade e superfície. - Avaliar temperatura de extremidades. - Avaliar pele e fâneros. - Verificar a pressão arterial. - Examinar olhos e MMII. - Verificar se há tremores. - Hemograma: microcitose, leucopenia - Dosar TSH, T3 e T4 livre - Cálcio: hipercalcemia - EAS: calciúria - Proteínas: hiperproteinemia - AST/ALT: aumentadas - FA e ferritina: aumentadas - Perfil lipídico: taxas diminuídas 1) Antirreceptor do TSH (TRAb): principal presente (90%) 2) Anti-TPO e Anti- Tg estão presente mais raramente 3) TSH: suprimido devido alta de T3 e T4 livre. 4) T4 livre: aumentado 1) Captação de iodo radioativo: - Hipercaptação homogênea (muito hormônio sendo sintetizado): GRAVES - Captação reduzida (liberação de hormônios armazenados): TIREOIDITES 2) Cintilografia: usada quando evidencia-se nódulo tireoidiano em paciente com Doença de Graves. - Nódulo com pouca captação (nódulo frio): punção aspirativa - Nódulo com muita captação (nódulo quente): observar rotineiramente, produz hormônio, não justifica punção e alto risco de sangramento. Critérios de benignidade - Nódulo menor que 1cm (10mm) - Bordas regulares - Hiperecogenicidade - Ausência de microcalcificações -Vascularização periférica - Tireotoxicose COM hipertireoidismo - Tireotoxicose SEM hipertireoidismo - Drogas antitireoidianas (tionamidas): inibem a TPO e impedem a síntese de hormônios 1) Metimazol Inicial: 20-40mg 1x/dia Manutenção: 5-15mg 1x/dia - Meta: T4 entre 0,9 e 2ng/dL - Normalização em 3 meses, acompanhada por exames. - Tratamento por 1 a 2 anos. - Oftalmopatia: corticoterapia em casos graves - Dermopatia: glicocorticoide tópico Outras alternativas gerais: - Radioablação com iodo: contra indicado se houver oftalmopatia - Cirurgia: tireoidectomia subtotal Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás Psiquiatria Tema Sintomas, Anamnese e História Familiar Fatores de Risco Abordagem diagnóstica Conduta/Tratamento Depressão - Transtorno que consiste na presença de tristeza (hipotimia ou humor deprimido)e/ou diminuição/perda da capacidade de sentir prazer/interesse pelas coisas que antes a pessoa tinha. - Ocorrem sem motivo ou, quando tem alguma razão, eles são desproporcionais. - Transtorno de humor mais comum, com 15% de prevalência na vida de mulheres, com idade média de 40 anos. - A fisiopatologia envolve fatores genéticos, fatores biológicos envolvendo a noradrenalina e a serotonina. - Sintomas: o principal é o humor entristecido, mas outros sintomas afetivos estão presentes como: tristeza, melancolia, choro fácil, incapacidade de sentir prazer, irritabilidade aumentada, angústia ou ansiedade, desespero. - Alterações físicas: fadiga, cansaço constante, diminuição do peso/apetite. - Distúrbios do pensamento: ideação negativa, planos ou tentativas de suicídio. - Pessoas com relação interpessoal íntima ou divorciadas. - Doenças tireoidianas - Pessoas órfãs - Ao exame psíquico, o paciente deprimido pode parecer cansado e preocupado, apresentando fraco contato visual. - O cuidado com a aparência é reduzido e há tendência ao choro. - O humor apresenta-se triste ou irritável. - Situações que antes representavam prazer deixam de interessar e perdem a graça. - Em depressões menos acentuadas, o humor oscila durante o dia, com piora matutina ou vespertina. - O paciente pode apenas desejar a morte, ou pensar e mesmo planejar o suicídio. Diagnóstico DSM-V - Pelo menos 5 critérios em 2 semanas: (1) humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias. (2) interesse ou prazer acentuadamente diminuídos. (3) perda ou ganho significativo de peso ou do apetite. (4) insônia ou hipersonia. (5) agitação ou retardo psicomotor. (6) fadiga ou perda de energia. (7) sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada. (8) capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se, ou indecisão. (9) pensamentos de morte recorrentes - Considerar hospitalização se risco de suicídio, falta de apoio psicossocial ou abuso de substância que prejudique o tratamento. - Farmacoterapia + Intervenção psicoterápica - Se 4 semanas sem resultado: potencialização ou mudança de classe - Depressão: 1) ISRS: Escitalopram 20mg-40mg, Fluoxetina 20mg/dia, Citalopram 20-40mg 2) Tricíclicos: Amtriptilina OBS: Evitar se ideação suicida, glaucoma, próstata, BAVT 3) Antidepressivos duais: Venlafaxina, Duloxetina 4) Inibidores da MAO Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás Psiquiatria Tema Síndrome depressiva Síndrome maníaca Diagnóstico Classificação Diagnóstico Diferencial Conduta/Tratamento Transtorno Bipolar Sintomas: - Choro fácil - Fadiga - Dificuldade de concentração - Pessimismo - Baixa autoestima - Isolamento - Ideação suicida - Anedonia (incapacidade de sentir prazer) - Hipocinesia (lentificação do movimento) - Hipersonia ou insônia - Hipotimia (humor rebaixado) - Hipobulia (apatia, falta de vontade) - Hiporexia ou hiperorexia - Ideais delirantes de conteúdo negativo - Alucinação Sintomas: - Euforia - Aumento da autoestima - Irritabilidade - Hipersensualidade e promiscuidade - Gastos excessivos - Delírios de grandeza - Anorexia - Insônia - Logorreia - Pressão na fala - Agitação psicomotora - Aparência extravagante 1) Depressão maior DSM-V: 05 sintomas presentes por 2 semanas. - Obrigatório: hipotimia ou anedonia 2) Mania DSM-V: Humor persistente elevado, expansível, irritável com 03 sintomas por pelo menos 1 semana. - Envolvimento excessivo em atividades prazerosas com riscos de consequências. - Causam sofrimento ou prejuízo funcional; - Excluir causas primárias; OBS: Diagnóstico sindrômico - Síndrome maníaca - Síndrome depressiva Transtorno depressivo maior/recorrente Melancolia Depressão atípica Depressão sazonal Depressão pós-parto Depressão psicótica Transtorno bipolar tipo I: episódios depressivos intercalados com fase de normalidade e fase maníaca. Transtorno bipolar tipo II: episódios depressivos intercalados com fase de normalidade e fase HIPOmaníaca. 1) Uso de medicamentos: - Corticoides - BDZ - Hormônios tireoidianos - Levodopa - Opiáceos - Álcool 2) Alterações metabólicas 3) Infecções 4) Neoplasias 5) Autoimunes 6) Neurológica Internação: 1) Risco de suicídio 2) Incapacidade de autocuidado 3) Mania grave 4) Risco de homicídio 5) Abuso de substância 6) Não cooperação com o tratamento 7) Falta de apoio psicossocial Farmacoterapia + Intervenção psicoterápica - Se 4 semanas sem resultado: potencialização ou mudança de classe - Depressão: 1) ISRS: fluoxetina, citalopram 2) Tricíclicos: amtriptilina OBS: Evitar se ideação suicida, glaucoma, próstata, BAVT 3) Antidepressivos duais: venlafaxina, duloxetina 4) Inibidores da MAO - Transtorno Bipolar: 1) Lítio - Solicitar hemograma, eletrólitos, função renal e tireoidiana; 2) Anticonvulsivantes: valproato de sódio, carbamazepina; Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás Psiquiatria Tema Sintomas, Anamnese e História Familiar Diagnóstico Diagnóstico diferencial Conduta Tratamento Transtorno de Pânico - Ataques agudos de ansiedade, súbita e imotivada, de curta duração (5 a 15 minutos com pico de 10 minutos); - Repentinos e de forma recorrente; - Espontâneos ou precipitado por: álcool, cafeína, exercício, atividade sexual, trauma emocional; - Pode estar acompanhado de agorafobia: medo de estar sozinho em locais públicos e situações difíceis de obter socorro. - Mais frequente em mulheres. - Idade média de início: 25 anos; Sintomas Psíquicos: - Medo - Sensação de morte iminente - Medo de enlouquecer ou perder o controle - Desrealização - Despersonalização Sintomas físicos: - Palpitações e dormência - Sudorese - Tremores - Sensação de falta de ar - Dor/Desconforto torácico - Náuseas - Dor abdominal - Tontura DSM-V: 01 ataque seguido de preocupação de novo episódio por pelo menos um mês. - Ansiedade antecipatória: medo da próxima crise CID-10: 03 ataques em 03 semanas ou 04 ataques em 04 semanas. Diagnóstico sindrômico - Síndrome ansiosa - IAM - Doenças da tireóide e paratireoide – Hipertireoidismo e hiperparatireoidismo - Arritmias - Abuso de substâncias - Fobia social - Avaliação do estado geral - Anamnese e Exame físico - Solicitar ECG e marcadores - Orientar sobre o quadro para acalmar a paciente - TSH e T4? Crise franca Benzodiazepínicos: - Clonazepam 2mg - Lorazepam e Alprazolam: 1- 2mg - Diazepam: 10-20mg - Orientar procura do especialista; - Duração: 8 a 12 meses - Antidepressivos: 1) ISRS: paroxetina, sertralina 2) Tricíclicos: imipramina, clomipramina - Devem ser introduzidos em doses baixas, pois podem inicialmente agravar a ansiedade e a agitação. - Indicar tratamento psicoterápico – TCC. Efeitos colaterais - ISRS: boca seca, náusea, irritação gástrica, diarréia, insônia, e disfunção sexual (retardo da ejaculação, anorgasmia) - Tricíclicos: boca seca, obstipação intestinal, visão turva, dificuldades para iniciar a micção; sudorese; hipotensão ortostática; ganho de peso; e sedação. Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás Psiquiatria Tema Sintomas, Anamnese e História Familiar Exames Laboratoriais Complicações associadas Conduta/Tratamento Transtorno relacionado ao álcool - Prevalente em homens 3:1. - Os etilistas tendem a perder a tolerância e sempre a negar o problema. - Importante colher dados com familiares ou amigos. - Reconhecer componentes familiares/hereditários. - GamaGT: lesão hepática - VCM: lesão medular Conduta laboratorial - Hemograma - Eletrólitos - Enzimas Hepáticas - Bilirrubinas - Glicose - Magnésio - Amônia - Lípase e Amilase,no caso de dor abdominal - Depressão - Transtorno bipolar - Esquizofrenia - Transtorno de pânico Agudas - Ideação suicida - Evitar uso de benzodiazepínico ambulatorial, somente em internação, se necessário. - Administrar Tiamina 100mg IM e ambulatorialmente VO 3x/dia. - Usar Multivitaminas 1x/dia. OBS: Conduta social – evitar frequentar lugares onde bebia, recomendar Alcóolicos Anônimos. Medicações coadjuvantes - Dissulfiram (500mg 1º semana e 250mg 2º semana) - Naltrexona (50mg/dia) Delirium tremens - Quadro de delirium que surge no paciente alcoolista 2 a 3 dias após abstinência do álcool. - Deve-se a sensibilização do sistema límbico. - Sintomas: Delirium, confusão mental, diminuição da memória e desorientação, tremores acentuados, alucinações, principalmente visuais, delírios persecutórios, náuseas, vômitos, diarreia, sudorese e intensa agitação psicomotora. - Hemograma - Glicose - Eletrólitos - Cálcio - Magnésio - Enzimas hepáticas - Bilirrubinas - Amônia - Sangue oculto nas fezes - ECG Diagnóstico diferencial - Encefalopatia de Wernicke: nistagmo e ataxia - Hematoma subdural Medidas gerais - Obter acesso intravenoso. - Instituir reposição hidroeletrolítica - Dieta sem irritantes gástricos Medidas específicas - Administrar Lorazepam 2mg IV – benzodiazepínico - NÃO USAR GLICOSE ANTES DA TIAMINA! – precipita Encefalopatia de Wernicke - Administrar Tiamina 100mg IM e ambulatorialmente VO 3x/dia. (mais importante) - Geralmente sintomas controlados em 48 horas. - Reduzir doses a partir de 3 a 5 dias. - Pode-se usar Valproato de Sódio (20mg/kg) por 7 dias e diminuir a dose por 2 dias para suspender. OBS: Conduta social – evitar frequentar lugares onde bebia, recomendar Alcóolicos Anônimos, ambientes religiosos, terapia ocupacional, etc. Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás Psiquiatria Tema Sintomas, Anamnese e História Familiar Diagnóstico Conduta/Tratamento Esquizofrenia - Característica por mudanças de comportamento, distorções da realidade e inapropriação do afeto. - Sintomas: ideias delirantes, alucinações, discurso incompreensível e prejuízo socio- ocupacional. - Pode ocorrer agudo ou crônico. - Doença predominante em pacientes jovens. - Etiologia: modelo estresse-diátese - vulnerabilidade biológica específica (diátese), que, ativada pelo estresse, permite o aparecimento dos sintomas. Estressores podem ser genéticos, biológicos, psicossocias ou ambientais. Sintomas 1) Personalidade pré-mórbida - Retraimento social e emocional, introversão, tendência ao isolamento e comportamento desconfiado e excêntrico. OBS: Paciente com poucos amigos, dificuldade na escola e relacionamento complicado com o sexo oposto. Não são capazes de manter vínculo empregatício por muito tempo. - Personalidade esquizoide: frieza emocional, isolamento e introspecção, desconfiança das ações de terceiros. - Personalidade esquizotípica: comportamento estranho, crenças excêntricas. 2) Sinais e sintomas - Ausência de insight: não sabe da sua condição. - Aspecto geral desleixado, sem cuidados básicos. - Pode se tornar agitado ou violento devido as alucinações. - Pode apresentar catatonia, mutismo, negativismo e obediência automática. - Ecopraxia/Ecolalia: repetindo postura do examinador - Tendência a fugir de casa. 3) Afetividade - Embotamento ou inapropriação do afeto: resposta emocional destorcidas a acontecimentos internos e externos (alegria, tristeza, vergonha, raiva) 4) Sensopercepção - Alucinações auditivas são as mais comuns, tendo até duas vozes dialogando entre si ou comentando a vida e as atitudes do paciente. 5) Pensamento - Alteração do pensamento, certeza subjetiva relacionada a situações persecutórias, religiosas, grandiosas. Diagnóstico sindrômico - Síndrome afetiva - Síndrome psicótica - Síndrome negativa Critérios diagnósticos - Delírios; - Alucinações; - Discurso desorganizado; - Comportamento amplamente desorganizado ou catatônico; - Sintomas negativos (expressão emocional diminuída ou avolia). - Disfunção sócio-ocupacional. - Duração de pelo menos seis meses com sinais prodrômicos ou residuais, incluindo pelo menos um mês dos sintomas acima (ou menos, se tratado com sucesso). - Exclusão de transtorno esquizoafetivo e transtorno do humor. - Exclusão de uso de substâncias/condição médica geral. Diferenciais - Na esquizofrenia os sintomas têm que ocorrer por pelo menos 6 meses. - Transtorno esquizofreniforme: sintomas há mais de 1 e menos de 6 meses - Transtorno psicótico breve/agudo: menos de 1 mês, precipitado por trauma emocional. Tende a voltar ao normal. Tratamento geral - Terapia cognitivo- comportamental Tratamento farmacológico 1) Antipsicóticos atípicos (primeira escolha) - Risperidona (2-8mg/dia) - Quetiapina (300-400mg/dia) - Olanzapina (5-20mg/dia) 2) Antipsicóticos típicos - Haloperidol (5-15mg/dia) - Clorpromazina (300-800mg/dia) OBS: Fatores que precipitam sintomas psicóticos - Doenças no SNC - Traumatismos - Infecções - Distúrbios metabólicos - Uso de substâncias psicoativas - Medicações: anticolinérgicos, dopaminérgicos Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás Neurocirurgia ESCALA DE COMA DE GLASGOW (TCE grave: Glasgowmeníngea, alteração do nível de consciência, déficit de nervos cranianos principalmente do terceiro par (ptose, midríase, paralisia do músculo reto medial). - NÃO causa défices motores e sensitivos por não acometer diretamente o parênquima. - No exame físico investigar sinais meníngeos, reflexo pupilar, sensibilidade de NC, força e reflexo. - Espontâneos: 80% aneurismas (40-60 anos) e 5 a 10% por MAV (25 anos). - Pós trauma podem não se relacionar a idade. Causa mais comum é o trauma Espontâneos: Ruptura de aneurismas ou MAV FR: HAS, tabagismo, drogas, gravidez. - TC de crânio sem contraste é o exame de escolha. - Se for inconclusiva, solicitar raquicentese. - Se confirmado sangramento, solicitar angiografia cerebral para localizar o sangramento. - Hiperdenso em espaço subaracnóide, em geral é difuso. - Acentuado nos sulcos entre os hemisférios e fissuras. - Craniotomia para clipagem da lesão (vaso sangrante). - Embolização de aneurisma (endovascular) - Instalar PIC para monitorar a pressão intracraniana. - Meta: PA 40 anos - DM - NPT - Rápida perda de peso - Clínica: Sintomas + Sinal de Murphy. Exames laboratoriais - Hemograma com leucocitose - Bilirrubinas aumentadas - FA aumentada - TGO aumentada - Amilase sérica aumentada. Exame de imagem (PADRÃO OURO) - USG de abdome - Outras opções: TC de abdome - Por migração do cálculo: colecistite aguda, coledocolitíase, pancreatite aguda, íleo biliar, colangite aguda. 1) Pacientes sintomáticos - Colecistectomia, preferencialmente CVL - Contra-indicação: coagulopatia (optar pela via aberta) 2) Pacientes assintomáticos (indicações de colecistectomia) - Vesícula em porcelana - Cálculos > 2,5-3 cm - Pólipos de alto risco - Anomalia congênita da vesícula biliar - Anemias hemolíticas - Portadores de longo ducto após junção do colédoco e ducto pancreático Tratamentos alternativos - Ácido ursodesoxicólicos (cálculos de colesterol) - Gestantes (2º trimestre) Colecistite aguda - Inflamação aguda da vesícula biliar, causada por impactação de cálculo no ducto cístico, acumulando substâncias irritativas. - Típica em mulheres de meia idade com história de sintomas prévios. - Sintomas: dor que dura mais de 6 horas, não desaparece completamente após 24 horas. - Cursa com febre até 38,5º. - Alimentação copiosa - Jejum prolongado Exame físico: - Sinais de inflamação: febre, leucocitose, PCR aumentada)- Sinal de Kher: dor referida no ombro - Sinal de Boas: dor referida para escápula - Sinal de Murphy: patognomônico no caso Exames laboratoriais - Hemograma com leucocitose - PCR aumentada - Amilase aumentada - TGO/TGP - FA Exame de imagem (PADRÃO OURO) - USG de abdome - Mais sensível: Cintilografia - Empiema - Perfurações - Íleo biliar - Internar o paciente; - Realizar hidratação e analgesia; - Indicar dieta zero; - Antibioticoterapia: Cefalosporina de 3º geração + Metronidazol - Colecistectomia precoce (24-72 horas) Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás Cirurgia Geral Tema Sintomas, Anamnese e História Familiar Fatores de Risco Diagnóstico Complicações Conduta/Tratamento Colangite - Complicação da colelitíase. - Obstrução do fluxo biliar seguido de infecção aguda das vias biliares por bactérias piogênicas (E.coli) - Tríade de Charcot: 1) Febre 2) Icterícia 3) Dor abdominal - Pêntade de Reynolds: Tríade de Charcot 4) Hipotensão 5) Confusão mental - Nesse caso, considera-se Colangite tóxica aguda. - Infecção grave. - Coledocolitíase (principal) - Tumores - Estreitamentos - Instrumentação da via biliar - Obstrução por parasitas ou corpo estranho - CPRE - Idade > 55 anos Laboratório inespecífico - Hemograma com leucocitose - PCR aumentada - Bilirrubinas - FA e Gama-GT - TGO e TGP Clínica - Investigar condições subjacentes – coledocolitíase, tumores. Exame de imagem (PADRÃO OURO) - USG de abdome - CPRE é diagnóstica e terapêutica, mas só pode fazer após tratar a infecção. - Sepse Colangite aguda clássica (Tríade de Charcot) - Antibioticoterapia (Ceftriaxone + Metronidazol) - Descompressão eletiva, após melhora da febre e leucocitose. Colangite aguda tóxica - Antibioticoterapia (Ceftriaxone + Metronidazol) - Descompressão IMEDIATA (CPRE) - Indicação de colecistectomia após a resolução do caso. Coledocolitíase - Presença de um ou vários cálculos no colédoco, provocando obstrução do fluxo biliar. - Prevalência de cálculos amarelos, vindos da vesícula. - Quando ocorre após colecistectomia: a) Até dois anos: cálculo secundário residual b) Após dois anos: cálculo primário do colédoco - Quadro clínico: colestase (flutuante), colúria e acolia fecal. - - Colelitíase - Alimentação copiosa - Jejum prolongado - Bilirrubinas aumentadas, principalmente a direta. - FA e Gama-GT MUITO aumentadas - TGO e TGP com aumento moderado. - Colangite bacteriana - Abcesso hepático - Pancreatite aguda biliar - Cirrose biliar 1) Coledocolitíase já diagnosticada - Papilotomia por EDA (CPRE) - Realizar colecistectomia/CVL após o episódio 2) Coledocolitíase diagnosticada DURANTE a cirurgia - Exploração do colédoco via transcística ou coledocotomia - CPRE intraoperatória 3) Derivação bilio-digestiva - Colédoco muito dilatada (1,5-2 cm de diâmetro) - Múltiplos cálculos (mais que 6) - Coledocolitíase primária Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás Cirurgia Geral Tema Sintomas, Anamnese e História Familiar Diagnóstico Conduta/Tratamento Acalasia/ Megaesôfago - Doença disfágica crônica que no Brasil tem como principal causa a Doença de Chagas. - A doença leva a um distúrbio de motilidade devido comprometimento dos plexos de Meissener e Auerbach. - A estase alimentar gera inflamação crônica do esôfago distal pela putrecina. - A acalasia é o distúrbio de abertura do esfíncter inferior do esôfago. - O quadro clínico é composto pela tríade: disfagia de condução, regurgitação e perda de peso. - Na disfagia de condução, o paciente se sente entalado com o alimento preso no esôfago. - Pode ser observada para sólidos ou sólidos e líquidos, de caráter intermitente ou progressivo. - Esofagomanometria (diagnóstico de acalasia) - Falha de relaxamento do Esfíncter Esofagiano Inferior (EEI) durante a deglutição - Hipertonia do EEI - Alteração da peristalse: ondas terciárias - Peristalse de baixa amplitude - Aumento da pressão intraluminal OBS: A condição de megaesôfago é diagnosticada pela Esofagografia baritada / REED - Dilatação do corpo do esôfago (megaesôfago) - estreitamento em “chama de vela” ou “bico de pássaro” no EEI OBS.2: Realizar ELISA ou imunofluorescência indireta para diagnosticar Chagas. - Sempre realizar Endoscopia Digestiva Alta para diagnóstico diferencial com neoplasias. - Grupo I: medidas alimentares (dieta líquido/pastosa) + medicamentos (nitrato ou antagonistas de cálcio) - Grupos II e III: a) Cirúrgico: Cirurgia de Heller (cardiomiotomia) + Fundoplicatura (válvula antirrefluxo – Pinotte/270º). b) Quando contra-indicada cirurgia: dilatação endoscópica com balão (temporário, 4 a 8 semanas), toxina botulínica aplicada no EEI via endoscópica. - Grupo IV: - Cirurgia de Serra Dória: anastomose latero-lateral entre esôfago e estômago + gastrectomia subtotal a Bilroth I ou II + reconstrução em Y de Roux. CLASSIFICAÇÃO POR GRUPOS DE REZENDE E MOREIRA Grupo I Esôfago sem dilatação, calibre normal, trânsito lento com pequena retenção de contraste. Grupo II Esôfago com dilatação leve a moderada, resquício de contraste considerável e presença de ondas terciárias. Grupo III Esôfago com dilatação importante, hipotonia do EEI, atividade motora reduzida, grande retenção de contraste. Grupo IV Dolicomegaesôfago, com grande dilatação e intensa retenção de contraste, atônico, alongado e dobrando-se sobre a cúpula diafragmática. CLASSIFICAÇÃO DE MASCARENHAS Grau Dilatação I Até 4 cm. II De 4 a 7 cm. III De 7 a 10 cm. IV Maior que 10 cm. Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás Cirurgia Geral Tema Sintomas, Anamnese e História Familiar Fatores de Risco Diagnóstico Conduta/Tratamento CA de esôfago - Mais frequente em homens entre 50 e 60 anos. - Tipo mais comum: carcinoma escamoso (epidermóide), predominante em negros. - Mais comuns no terço médio do esôfago. - O adenocarcinoma é menos comum, mais frequente em brancos, quase sempre no terço inferior. - Sintomáticos quando obstrução maior que 70% da luz. - Cursam com disfagia progressiva (de sólidos para líquidos), junto a perda ponderal. Importante saber tempo de progressão. - Dor retroesternal, halitose, tosse e rouquidão são outros sintomas típicos. - Perda oculta de sangue pode levar a anemia ferropriva. 1) Carcinoma escamoso: - Etilismo - Tabagismo - Bebidas muito quentes - Alimentos defumados e conservas (nitrosaminas) - Acalasia - Estenose cáustica - Tilose palmoplantar 2) Adenocarcinoma: - Metaplasia - Esôfago de Barrett - DRGE - Acalasia - Endoscopia digestiva alta (EDA) é o principal exame por já fazer biópsia e citologia da área afetada. - Esofagografia baritada / REED diferencia CA de estenose - sinal do degrau (tumores benignos)/sinal da maçã mordida (tumores malignos). - Endoscopia virtual (técnica de TC) OBS: Se tumor já invadiu outras estruturas por contiguidade: T4b - Se tem metástase: M1 - Terapia paliativa 1) Tratamento curativo: - Neoadjuvância: Quimioterapia + Radioterapia - Esofagectomia com reconstrução: trans-hiatal, toraco-abdominal, em 3 campos (cervical, torácico e abdominal). OBS: Tumores de terço proximal são tratados apenas com RT+QT devido dificuldade de ressecção. - Margem de ressecção: 8 cm - Reconstrução com estômago - Necessidade de piloroplastia para evitar refluxo 2) Tratamento paliativo: - Dilatadores esofagianos - Radioterapia - Quimioterapia paliativa CA gástrico - Adenocarcinoma: frequente em homens negros acima de 50 anos. Em jovens, é predominante em mulheres abaixo de 40 anos. - Quadro clínico de perda ponderal importante, anorexia e náuseas, saciedade precoce e epigastralgia. - Ocorre disfagiase houver invasão da cárdia. - Anemia ferropriva é muito comum. - PRECOCE: limitado a mucosa e submucosa (T1), independentemente do envolvimento linfonodal). - Gastrite crônica atrófica (associada a H. pilory, anemia ferropriva) – erradicar a bactéria não reduz a incidência de câncer gástrico! - Metaplasia intestinal - Cirurgia gástrica prévia - História familiar - Tabagismo - Alimentos defumados e conservas (nitrosaminas) - Endoscopia digestiva alta (EDA) com biópsia e citologia do lavado gástrico (acima de 7 biópsias ao redor da úlcera + lavado). - Marcadores tumorais: CEA, CA72.4 - Estadiamento feito por ultrassom endoscópico, TC toracoabdominal e PET. Classificação de Borrmann I – Polipóide II – Ulcerado com bordas elevadas (bem definidos III – Ulcerado com infiltração da parede gástrica (mal definido) IV – Infiltrativo difuso (todo o órgão – linite plástica) V – Não se encaixa nas categorias acima. 1) Tratamento curativo: - Gastrectomia: sempre indicada, mesmo se T4, exceto em casos de metástase disseminada. - Margem de segurança: 6 cm - Sempre realizar linfadenectomia - Tumores proximais: gastrectomia total + reconstrução em Y de Roux. Pode ser necessária esofagectomia distal. - Tumores do terço distal: gastrectomia subtotal + reconstrução a Bilroth II. - Terapia adjuvante: radio e quimioterapia pós- cirurgia. 2) Tratamento paliativo: - QT paliativa + radioterapia - Gastrectomia parcial ou gastroenteroanastomose - Dilatadores endoscópicos Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás Cirurgia Geral Tema Principais causas Anamnese Exame Físico Exames complementares Observações Conduta/Tratamento Abdome agudo - Geral Definição: distúrbio agudo, súbito e espontâneo, que tem como principal característica a dor abdominal e pode exigir tratamento cirúrgico. Abdome agudo inflamatório Características: dor localizada, de 12-36 horas, febre e vômitos. - Apendicite, colecistite aguda, pancreatite aguda, diverticulite, doença inflamatória pélvica, abscessos intra- abdominais, peritonites primárias e secundárias. - Tempo de evolução - Características da dor (súbita, localizada, cólica, variável) - Sintomas associados: vômitos (relação com o início da dor, frequência e volume), icterícia, colúria, acolia, hematêmese, hematoquezia e melena. - Função intestinal (parada de eliminação de gases e fezes) - Sintomas urinários: disúria, polaciúria, hematúria - Sintomas ginecológicos: ciclo menstrual, DIU, cirurgias - Idade - Doenças associadas - Uso de medicações - Cirurgias prévias - Febre, vômitos, taquicardia, desidratação, dor abdominal, resistência, diminuição dos ruídos hidroaéreos, dor a descompressão brusca. - RX abdome agudo (tórax + abdome) - Hemograma - EAS - Amilase - β-HCG 1º RX de abdome agudo 2º USG A videolaparoscopia e a laparotomia exploradora são meios diagnósticos definitivos, para casos onde toda a sequência de exames anteriores não foi suficiente, ou como meio terapêutico, para os casos onde os exames definiram uma patologia cirúrgica como causa da dor abdominal. Abdome agudo obstrutivo Características: dor em cólica, de 12-72 horas, vômitos e parada de eliminação de flatos e fezes. - Aderências intestinais, hérnia estrangulada, fecaloma, obstrução pilórica, volvo, intussuscepção, cálculo biliar, corpo estranho, bolo de áscaris. - Sem febre, hipotensão, parada de eliminação de flatos e fezes, dor em cólica, aumento do peristaltismo, RHA aumentados. 1º RX de abdome agudo 2º TC Abdome agudo hemorrágico Características: dor súbita e fraca, a menos de 6 horas. - Gravidez ectópica rota, ruptura do baço, ruptura de aneurisma de aorta abdominal, cisto ovariano hemorrágico, necrose tumoral, endometriose. - Palidez mucosa-cutânea, hipotensão, dor difusa a palpação, fraca intensidade, descompressão brusca dolorosa, RHA diminuídos. 1º USG 2º TC Abdome agudo perfurativo Características: dor forte e súbita, a menos de 12 horas, parada de eliminação de flatos e fezes. - Úlcera péptica, neoplasia gastro- intestinal perfurada, amebíase, febre tifóide, divertículos do cólon. - Febre, sudorese fria, taquicardia, dor difusa, profunda, abdome em tábua, RHA diminuídos, pneumoperitônio (Sinal de Jobert). 1º RX de abdome agudo 2º TC Abdome agudo vascular Características: dor variável, de 6 horas a 7 dias, vômitos e parada de eliminação de flatos e fezes. - Isquemia intestinal, trombose mesentérica, torção do omento, torção de pedículo de cisto ovariano, infarto esplênico. - Hipotensão grave, pulso fino, rápido, arrítmico, febre, dor abdominal mal definida e vômitos líquidos necróticos. 1º RX de abdome agudo 2º Angio-TC Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás Gastroenterologia Tema Sintomas, Anamnese e História Familiar Abordagem diagnóstica Exames complementares Medidas comportamentais Conduta/Tratamento DRGE - Refluxo de parte do conteúdo gástrico para o esôfago e/ou órgãos adjacentes, causando alterações clínicas ou endoscópicas. - Principal causa: relaxamentos transitórios do EEI, não associados à deglutição. - Fatores de risco: obesidade, lactentes, alcoolismo, uso de medicação contínua, DPOC e gestação. - Quadro clínico: pirose (queimação retroesternal) e regurgitação. - Disfagia NÃO é comum! - Sintomas atípicos: dor retroesternal, globus histericus, tosse, sinusite, rouquidão, pigarro, aftas, halitose. SINAIS DE ALARME - Anemia - Hemorragia - Odinofagia/Disfagia - Emagrecimento - Idade > 40 anos - História familiar de CA - Vômitos persistentes OBS: Quando paciente sintomático com EDA normal considera-se DISPEPSIA FUNCIONAL! A conduta se mantém. - Diagnóstico clínico + prova terapêutica de supressão ácida. Prova terapêutica - Omeprazol (40 a 80mg) durante pelo menos duas semanas quando houver pirose e regurgitação e por dois a três meses quando houve sintomas atípicos de via aérea. Exame de imagem - EDA (principal exame): diagnostica apenas 50% dos casos, quando há esofagite de refluxo. Principal indicação é excluir neoplasia. - Cessar uso de IBP 2 semanas antes Indicações: - Idade > 45 anos - Sinais de alarme - Caso refratário a prova terapêutica Classificação de Savary-Miller (esofagite de refluxo) I: erosões em prega única II: erosões em mais de 2 pregas III: erosões em toda a circunferência do esôfago IV: úlcera esofágica ou estenose péptica V: esôfago de Barret - Só solicitados em casos refratários à terapia, com sintomas atípicos após exclusão de outras causas, para confirmação de DRGE antes da cirurgia antirrefluxo e reavaliação pós-cirúrgica. 1) pHmetria (padrão ouro) - Confirmar diagnóstico 2) Esofagomanometria - DRGE já confirmada com indicação cirúrgica - Escolher tipo de fundoplicatura 3) Impedânciometria - mais sensível que a pHmetria - Elevação de cabeceira (15 cm) - Evitar deitar nas 2 horas após refeições - Fracionar a dieta - Moderada ingesta de gordura, cítricos, café, álcool... - Redução de peso - Cessar tabagismo - Evitar uso de roupas apertadas Tratamento clínico IBP em dose plena (40mg/dia) - 6 a 12 semanas Medicações sintomáticas - Pró-cinéticos: Domperidona (10mg), antes do almoço e do jantar - Anti-ácidos - Bloqueadores H2: Ranitidina (150mg) 12/12h Tratamento cirúrgico - Fundoplicatura de Nissen ou total (360º) - Alternativa para pacientes jovens com baixo risco cirúrgico - Pacientes refratários ao tratamento clínico - Pacientes impossibilitados de usar terapia de manutenção - Complicações como estenose, esofagite recorrente, úlcera esofagiana e esôfago de Barret. Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) –Faculdade de Medicina da PUC Goiás Gastroenterologia Tema Sintomas, Anamnese e História Familiar Diagnóstico Conduta/Tratamento Gastrite - Inflamação da mucosa gástrica comprovada histologicamente. - Geralmente são assintomáticas. - Quando sintomáticas, cursam com síndrome dispéptica (dor ou desconforto em andar superior do abdome). - Gastrite aguda erosiva: AAS, AINE, bisfosfonatos, álcool. - H.pilory causa gastrite aguda e progride para crônica por inibir a produção de somatostatina nas células D. - EDA + biópsia: materiais coletados no antro, incisura angular e corpo. Tratamento do H.pilory - Amoxicilina (1g) - Claritromicina (500mg) - IBP dose plena (Omeprazol 40mg) - Usar por 14 dias, de 12/12 horas. Tratamento clínico sem H.pilory IBP em dose plena (40mg/dia) - 6 a 12 semanas Medicações sintomáticas - Pró-cinéticos: Domperidona (10mg), antes do almoço e do jantar - Anti-ácidos - Bloqueadores H2: Ranitidina (150mg) 12/12h OBS: Suspender medicações antiinflamatórias Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás Gastroenterologia Tema Sintomas, Anamnese e História Familiar Diagnóstico Conduta/Tratamento Doença ulcerosa péptica - Lesão que leva à perda da integridade da mucosa/submucosa maior que 5mm. - Fatores predisponentes: H.pilory, Gastrinoma, Mastocitose (aumentam secreção ácida), uso de AAS/AINEs, isquemia, álcool e tabaco (diminuem defesas mucosas). Úlcera duodenal (UD) - tipo mais comum - faixa etária mais jovem (20 a 50 anos) Úlcera gástrica (UG) - assintomática até complicações - faixa etária mais velha (acima de 40 anos) - maior risco de malignização (sempre biopsiar) Quadro clínico - Epigastralgia - UD: noturna, 2 a 3 horas após refeição – melhora com alimentos! - UG: associada a náusea – piora com alimentos! - Clocking: despertar noturno com dor que melhor a ingesta de alimentos alcalinos. Clínico - Quando sintomáticas, considerar epigastralgia, relação com alimentação, náuseas, vômitos, desconforto epigástrico, queimação epigástrica e plenitude pós-prandial... - Sintomas inicias específicos: hematêmese e melena. Exames complementares EDA Indicações: - Idade superior a 45/55 anos - Sinais de alarme - Refratário ao tratamento clínico com IBP - SEMPRE BIOPSIAR ÚLCERA GÁSTRICA! Investigar presença de H.pilory (REALIZAR EM TODOS OS PACIENTES) - Quando não indicada EDA: sorologia ELISA - Quando realizada EDA: histopatologia do H.pilory ou teste rápido da urease Tratamento clínico 1) Medidas gerais: evitar AAS/AINEs, álcool, tabaco. 2) IBP (Omeprazol 20mg/dia) ou Bloqueador H2 (Ranitidina 150mg 12/12h) por 4 a 8 semanas. 3) ERRADICAR H.PILORY (SEMPRE EM CASO DE ÚLCERA PÉPTICA) - Amoxicilina (1g) - Claritromicina (500mg) - IBP dose plena (Omeprazol 40mg) - Usar por 14 dias, de 12/12 horas. Controle de cura - Solicitar nova EDA (no caso de úlcera gástrica) - Reinvestigar H.pilory após 4 semanas de término do tratamento. - Se for realizar EDA: histopatológico ou teste da urease - Se não for realizar EDA: teste respiratório com ureia marcada Marccus Antônio Tolentino de Jesus – Turma XIX (Módulo IX – 2018/2) – Faculdade de Medicina da PUC Goiás Gastroenterologia Tema Sintomas, Anamnese e História Familiar Abordagem diagnóstica Critérios de Atlanta Conduta/Tratamento Pancreatite aguda - Processo inflamatório agudo do pâncreas, com sintomas de início súbito, que geralmente se resolvem espontaneamente após alguns dias. - Fenômeno de colocalização: aproximação entre vacúolos contendo catepsina B e pró- enzimas) - Principais causas: litíase biliar e álcool. Outras causas são drogas, CPRE, causas. - Quadro clínico: dor abdominal intensa em andar superior de abdome, caracteristicamente em barra e com irradiação para o dorso, associada a náuseas e vômitos, sudorese e astenia. - Febre e leucocitose. - Pode haver icterícia leve. Clínica – Sinais cutâneos - Sinal de Grey-Turner: equimose em flancos - Sinal de Cullen: equimose periumbilical Exames laboratoriais - Lipase aumentada (exame mais específico) – normaliza após 7 a 10 dias. - Amilase aumentada – normaliza após 3 a 5 dias, caso se mantenha elevada por mais de 7 dias, pensar em complicação. OBS: Aumento de mais de 3 vezes do valor de referência. Laboratório inespecífico (gravidade) - Hemograma com leucocitose - Ureia e creatinina aumentada - Hiperbilirrubinemia - FA aumentada - TGP > 150 - PCR aumentada Exame de imagem - TC com contraste (determinar presença ou não de necrose – necrose não capta constraste) 1) Pancreatite aguda leve: não há falência orgânica, nem complicações locais ou sistêmicas. 2) Pancreatite moderadamente grave: falência orgânica transitória (