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CURSO
Agente de Projetos Sociais
UNIDADE CURRICULAR 1
Pesquisar demandas 
sociais na comunidade
CURSO DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL - Eixo Desenvolvimento Educacional e Social
Agente de Projetos Sociais
UNIDADE CURRICULAR 1
Pesquisar demandas 
sociais na comunidade
CRÉDITOS
UNIDADE CURRICULAR 1
© Senac | Todos os Direitos Reservados
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Senac/SC
Departamento Regional em Santa Catarina
FECOMÉRCIO
Presidente 
Bruno Breithaupt
Diretor Regional
Rudney Raulino
Diretoria de Educação Profissional
Ivan Luiz Ecco
Diretoria do Centro de Educação Profissional – Senac EAD
Anderson Redinha Malgueiro
Conteudista
Anderson Giovani da Silva
Coordenação Técnica
Setor de Educação a Distância
Coordenação Editorial e Desenvolvimento
Equipe do Setor de Produção – Senac EAD
SUMÁRIO
UNIDADE CURRICULAR 1
APRESENTAÇÃO DA UNIDADE CURRICULAR 1 .......................................................... 05
1 ATRIBUINDO SENTIDO AOS NÚMEROS ................................................................... 06
CONTEXTUALIZANDO ...................................................................................... 06
1.1 DIFERENÇA ENTRE DADOS E INFORMAÇÕES ........................................ 06
1.1.1 Identificação e tipos de dados ......................................................... 08
1.1.1.1 Identificação de dados relevantes .......................................... 08
1.1.1.2 Tipos de dados ......................................................................... 10
1.1.2 Elaborando a informação .................................................................. 15
1.1.3 Identificação de demandas sociais e oportunidades de ação .. 17
1.2 INSTRUMENTOS DE COLETA ..................................................................... 19
1.2.1 Caixa de ferramentas: elaborando instrumentos de coleta ....... 21
1.3 ANÁLISE DE DADOS ..................................................................................... 31
1.4 DEMANDAS AMBIENTAIS E SOCIAIS......................................................... 36
1.4.1 Demandas ambientais ........................................................................ 36
1.4.2 Demandas sociais ............................................................................... 38
2 CONHECENDO QUEM FAZ A COMUNIDADE ............................................................. 41
CONTEXTUALIZANDO ....................................................................................... 41
2.1 AS INSTITUIÇÕES/ORGANIZAÇÕES: CONCEITO E TIPOS ................... 42
2.1.1 Empresas .............................................................................................. 43
2.1.2 Estado .................................................................................................... 43
2.1.3 Organizações da Sociedade Civil .................................................... 44
2.2 LIDERANÇAS COMUNITÁRIAS .................................................................. 45
3 COMUNICANDO-SE COM OS ENVOLVIDOS NO PROJETO SOCIAL .......................... 47
CONTEXTUALIZANDO ...................................................................................... 47
3.1 RESPONSABILIDADES NA PARTICIPAÇÃO E 
CONDUÇÃO DO PROJETO SOCIAL ........................................................... 47
3.2 CRIANDO GRÁFICOS PARA APRESENTAR DADOS E INFORMAÇÕES .. 48
3.3 APRESENTANDO RESULTADOS DA PESQUISA ...................................... 54
CONSIDERAÇÕES ....................................................................................................... 57
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 58
Pesquisar demandas 
sociais na comunidade
APRESENTAÇÃO DA 
UNIDADE CURRICULAR 1
Seja bem-vindo(a) ao estudo da Unidade Curricular Pesquisar demandas sociais na comunidade.
Esta é a primeira Unidade Curricular do curso, e, ao longo do seu estudo, você irá deparar-se com 
elementos que visam desenvolver a competência de pesquisar demandas sociais na comunidade. 
Dentre os elementos estudados, estarão os conhecimentos que apresentam conceitos relevantes 
para as atividades cotidianas do Agente de Projetos Sociais; as habilidades que são ações 
importantes para o exercício da competência, pois explicitam o saber fazer e os valores e atitudes 
que são as disposições individuais necessárias para o profissional. É importante que você estude 
e dedique-se para que gradativamente articule e mobilize esses elementos, desenvolvendo a 
competência proposta.
O Agente de Projetos Sociais é um profissional preparado para apoiar o planejamento, a elaboração 
e a implementação de projetos sociais. Para isso, deve conhecer e dominar técnicas de levantamento 
de demandas, mobilização de recursos e prestação de contas, atuando junto a organizações da 
sociedade civil, instituições governamentais e junto à comunidade em geral. Esse profissional 
participa levantando propostas, estabelecendo metas e atividades para alcançá-las, com objetivo 
de efetivamente colaborar para a resolução dos principais problemas enfrentados pelos cidadãos. 
Nesta Unidade Curricular, você estudará a diferença entre dado e informação, os instrumentos de 
coleta de dados, noções conceituais sobre as demandas ambientais e sociais, análise de dados, 
conceito de organização e liderança comunitária. Estudará, ainda, elementos que lhe permitirão 
pesquisar e apresentar demandas sociais na comunidade, os quais poderão subsidiar a elaboração 
de projetos e intervenções capazes de promover soluções para as demandas encontradas.
Bons estudos!
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1
UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
ATRIBUINDO SENTIDO AOS NÚMEROS
CONTEXTUALIZANDO 
A sociedade em que vivemos é marcada por constantes mudanças. Essas mudanças 
influenciam diretamente as relações que construímos, e novos desafios são lançados 
diariamente.
Estamos todos igualmente sujeitos a circunstâncias socioambientais como o 
avanço tecnológico, as mudanças climáticas e o aumento da desigualdade social. 
Entretanto, não estamos todos nas mesmas condições de enfrentá-las ou fazer delas 
oportunidades para a construção de uma vida melhor. É de fundamental importância 
ampliar a capacidade de identificar segmentos populacionais mais desfavorecidos 
e compreender em quais aspectos as pessoas, enquanto sociedade, mostram-se 
incapazes de atender às demandas socioambientais e de sugerir alternativas para 
a melhor entrega de serviços públicos. 
As demandas socioambientais são múltiplas, complexas e estão sujeitas a percepções 
particulares. Em razão disso, o Agente de Projetos Sociais, como operador técnico 
do campo, deve estar atento em trabalhar com dados e indicadores, buscando 
uma compreensão mais próxima da realidade, de forma a favorecer a formulação 
de políticas públicas em resposta às necessidades e oportunidades identificadas. 
Você estudará, a seguir, como realizar a coleta de dados, garantindo o registro 
de informações com sigilo e confiabilidade, além de como identificar demandas 
sociais e ambientais.
1.1 DIFERENÇA ENTRE DADOS E INFORMAÇÕES
A primeira etapa a ser executada para que o 
o Agente de Projetos Sociais faça qualquer 
intervenção, seja por meio de projetos, ações 
ou programas, entre outros, é coletar dados. 
O objetivo de coletar dados é pesquisar ampla-
mente um grande número e variedade de 
questões, coletando informações que, quando 
analisadas, apresentarão as prioridades e permi-
tirão identificar as intervenções mais adequadas 
para enfrentar os desafios que se apresentam. 
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
Segundo o Online Etymology Dictionary:
Informação
Dado tem sua origem no latim Datum (algo dado). O uso foi 
catalogado nos anos de 1640, significando um fato ou parte 
de informação dada. O termo passou a fazer parte do jargão 
na área de tecnologia quandoem todas as 
formas de vida. 
As demandas ambientais, então, surgem:
 X no sentido de recuperar os ecossistemas eventualmente impactados pela 
atividade humana de forma não sustentável. Ou seja, de forma a impedir 
que as gerações futuras tenham a oportunidade e possibilidade de atender 
suas próprias necessidades; e
 X no sentido de desenvolver novas tecnologias e práticas para que o ser 
humano possa contribuir para a harmonia e manutenção dos ecossistemas. 
Essas novas tecnologias e práticas devem ajudar a melhorar a forma 
como os recursos são usados, que não venham a desaparecer no futuro, 
colocando em risco as próximas gerações. 
Algumas demandas ambientais que são facilmente identificáveis no dia a dia são: 
 X Poluição urbana: proveniente das fábricas/indústrias que ainda não adotam 
medidas para reduzir essa poluição; automóveis e residências, que são 
fontes de emissão de gases e resíduos poluentes. 
Ecossistema é um sistema composto 
pelos seres vivos (meio biótico) e o local 
onde eles vivem (meio abiótico, onde 
estão inseridos todos os componentes 
não vivos do ecossistema, como os 
minerais, as pedras, o clima, a própria 
luz solar, etc.) e todas as relações deles 
com o meio e entre si.
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
 X Poluição das águas: destinação imprópria de lixo, derramamento de com-
bustíveis e resíduos oriundos do tráfego de navios que poluem as águas 
marinhas. Produtos químicos usados para controlar pestes na agricultura 
e fertilizantes que poluem rios e mananciais no campo. Na cidade, há des-
perdício de água potável por mau uso doméstico ou por rompimento em 
tubulação, bem como a falta de esgotamento e saneamento básico.
 X Alterações no ecossistema vegetal: desmatamento, urbanização não 
planejada, destinação imprópria de lixo.
 X Alterações no ecossistema animal: caça/pesca predatória, ou seja, de 
forma descontrolada e colocando em risco a vida das espécies animais; 
e alterações nas cadeias alimentares, eliminando determinadas espécies 
cuja falta causa um desequilíbrio na relação entre presas e predadores. 
Por exemplo, sabendo que uma certa espécie de cobra se alimenta de 
pequenos roedores, ratos em particular, o extermínio dessas cobras em 
determinada região pode ocasionar uma superpopulação de ratos, o que 
pode gerar uma série de outros problemas ao ecossistema. 
1.4.2 Demandas sociais
São demandas sociais aspectos como 
emprego, saúde, educação, segurança, 
entre outros. No Brasil, as demandas sociais 
são inúmeras e é difícil saber sua origem. 
Podem ser fruto de cultura patrimonialista, 
de profundas desigualdades sociais, de baixo 
senso de responsabilidade pelo bem público, 
entre outras. O fato de o Brasil ser um país de 
proporções continentais, de geografia diversa e com uma variedade de culturas e 
populações, faz com que as demandas sejam múltiplas e exijam respostas também 
múltiplas e adaptadas localmente.
Para validar demandas sociais é de fundamental importância que 
sejam levantados dados e produzidas informações consistentes. 
Essa estratégia é necessária porque as demandas são, em grande parte, influenciadas 
pela percepção das pessoas em relação a um tema, e essa percepção nem sempre 
encontra respaldo quando confrontada com informações bem fundamentadas. 
O Agende de Projetos Sociais deve optar sempre pela honestidade na coleta de 
dados e na condução de suas pesquisas e análises, buscando compreender com a 
maior precisão possível quais as demandas que devem receber atenção e intervenção 
para a que a comunidade se desenvolva e as pessoas tenham qualidade de vida. 
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
Um exemplo de como as percepções podem prejudicar o levantamento de 
demandas sociais é o caso da segurança. As pessoas podem dizer que se sentem 
inseguras no bairro porque não há um posto policial na região. Essa sensação 
pode ser verdadeira. Porém, é preciso verificar os dados sobre violência, furto e 
outras práticas semelhantes no bairro, de forma que se possa elaborar uma 
intervenção proporcional ao tamanho do problema. 
Se por acaso descobre-se que, apesar da sensação de insegurança, não são 
registrados casos de roubo e violência no bairro, deve-se investigar outros 
elementos que potencialmente originam essa percepção e atuar sobre eles, 
em vez de imediatamente considerar os custos do posto policial. 
Afinal, pode ser que o problema não seja a segurança, mas a sensação de 
insegurança. Se isso for identificado pelo Agente de Projetos Sociais e o 
processo de articulação com parceiros for bem-sucedido, pode ser que seja 
evitado um custo desnecessário com a manutenção de um posto policial, e 
a instalação de uma melhor iluminação pública será o suficiente para que as 
pessoas sintam-se melhores e mais seguras. 
Esse exemplo ilustra a necessidade de o Agente de Projetos Sociais estar preparado 
para refletir sobre as percepções, reconhecê-las enquanto demandas e valorizá-las 
assim como deve valorizar as pessoas, atuando sempre com respeito e cordialidade. 
Mas, acima de tudo, deve assumir a responsabilidade pela competência técnica 
que possui, sendo sincero e confrontando as percepções com um levantamento 
de dados adequado, uma boa capacidade de análise e uma comunicação clara 
e objetiva. Para que isso aconteça, é preciso grande atenção na determinação de 
demandas sociais. 
Neste curso você estudará técnicas que vão ajudá-lo a identificar e validar demandas 
para a elaboração de projetos de fato relevantes e capazes de transformar realidades.
Até agora você já conheceu a importância de uma boa coleta de dados para que 
deles se possa extrair informações relevantes, capazes de orientar uma compreensão 
bastante objetiva sobre a realidade social e ambiental. 
Você estudou, também, que existem muitas fontes de dados e ferramentas disponíveis 
para sua coleta, tanto de dados qualitativos como quantitativos, sendo que uma 
boa pesquisa deve combinar diversos tipos de dados para que se possa oferecer 
mais informações e permitir que se estabeleçam prioridades condizentes com 
as necessidades e demandas socioambientais. Você deve certificar-se de que a 
pesquisa faça uso de ambos os tipos.
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
Seu diferencial como Agente de Projetos Sociais está em como você consegue gerar 
informação útil e honesta a partir de dados; em que medida consegue estabelecer os 
limites das demandas a serem resolvidas; e em sua habilidade de envolver outras pessoas 
e organizações que são partes interessadas em resolver as demandas identificadas.
A partir de agora, você estudará outras entidades que estão presentes nas comunidades, 
que podem ser oportunidades de apoio para uma boa pesquisa de demandas sociais.
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
CONHECENDO QUEM FAZ A COMUNIDADE
CONTEXTUALIZANDO
O trabalho do Agente de Projetos Sociais envolve intensa relação com outras pessoas 
e organizações presentes nos espaços onde as demandas socioambientais são 
identificadas. Você estudará, a partir de agora, um pouco mais sobre organizações 
e pessoas que fazem parte do que já chamamos anteriormente de ativos locais. 
Para relembrar, os ativos locais são organizações da sociedade civil, lideranças, 
órgãos do poder público, empresas, parques e praças, escolas e outros elementos 
já presentes e atuantes na comunidade e que possuem influência na qualidade de 
vida local. 
A atenção a esses indivíduos e grupos mais ou menos formais (coletivos, movimentos, 
redes e instituições) que têm algo a perder ou a ganhar com determinada intervenção, 
torna possível identificar conflitos de interesse, relações funcionais ou não funcionais 
e obter pistas que permitirão aumentar as chances de obter ampla participação nos 
processos de diagnóstico, elaboração e implementaçãode projetos socioambientais. 
Mais do que limitar-se à participação em momentos pontuais, busca-se que haja 
uma apropriação de todo o processo por parte desses ativos locais, de forma que 
as intervenções para solução de demandas sejam mais duradouras.
Para que você possa fazer uma análise dessas lideranças e organizações formais 
e/ou informais e organizar a melhor forma de ter sua participação na pesquisa de 
demandas sociais, pode-se trabalhar de forma bastante prática em quatro momentos. 
1) Listar todas as lideranças e instituições que possuem algum grau de 
envolvimento. 
2) Identificar suas expectativas e interesses.
3) Compreender a importância de cada um deles e sua influência.
4) Conhecer claramente os riscos para o sucesso do projeto.
O aspecto de identificação dos envolvidos, interesses, influência e sua relação 
com riscos à qualidade do trabalho são fundamentais na pesquisa de demandas 
socioambientais. O Agente de Projetos Sociais deve ter um olhar crítico no momento 
da coleta de dados e geração de informações para compreender que cada uma 
dessas pessoas e instituições, que são parte da comunidade, tem um olhar parcial 
sobre ela, bem como suas demandas particulares. 
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
No estudo da Unidade Curricular Planejar e captar recursos para realização dos 
projetos sociais, será retomado o tema dos ativos locais como participantes ativos nos 
processos de atuação junto à comunidade, especificamente na área de planejamento 
do projeto. A seguir, exploraremos um pouco melhor como se configuram as 
organizações que operam no contexto das demandas socioambientais e as 
características das lideranças comunitárias, com objetivo de auxiliá-lo a compreender 
como atuar com esses ativos em sua pesquisa de demandas.
2.1 AS INSTITUIÇÕES/ORGANIZAÇÕES: CONCEITO E TIPOS 
No contexto deste curso, instituições e organizações serão tratados como termos 
intercambiáveis, uma vez que esta é uma prática nas organizações sociais da 
sociedade civil.
Assim, as instituições/organizações constituem-se como uma entidade formal, com 
propósito e responsabilidades juridicamente estabelecidas, seja pública, privada 
ou mista. Coletivos, movimentos e redes não formais são considerados aqui como 
oportunidades para pessoas e organizações exercerem algum tipo de liderança 
comunitária, empurrando a sociedade para a discussão de algum tema ou pela 
mudança de alguma prática. 
A organização baseia-se na forma como as pessoas se inter-relacionam e na ordenação 
e distribuição dos diversos elementos envolvidos nos processos entre a intenção de 
promover determinada transformação, na obtenção dos recursos para fazê-la e na 
realização dessa transformação, considerando as condições para que esses processos 
aconteçam de forma continuada, ou seja, que a organização se mantenha.
As organizações podem ser classificadas de várias formas, de acordo com alguns 
critérios. Veja alguns exemplos:
 X Finalidade: com ou sem fins lucrativos;
 X Tamanho: volume de operações ou de pessoas envolvidas;
 X Localização: multinacional, regional, nacional;
 X Produção: tipo de produto ou serviço que oferece;
 X Propriedade: pública, privada e mista.
Nosso interesse de estudo são as organizações 
relacionadas a sua atuação como futuro Agente 
de Projetos Sociais. Por este motivo, será focada 
a discussão na classificação das organizações 
como Empresas/Mercado; Estado; e Organização 
da Sociedade Civil. O elemento central de distinção 
desses tipos de organização está em seu propósito 
e sua governança, ou seja, em por que e como as 
decisões são tomadas e a ação é executada. 
A propriedade pública é a que 
pertence ao poder público municipal, 
estadual ou federal. A propriedade 
privada pertence a uma pessoa ou 
a um grupo de pessoas. A proprie-
dade mista é uma organização cuja 
propriedade é parte do poder público 
e parte de pessoas que compram 
uma parcela da empresa.
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
2.1.1 Empresas
As empresas nascem em virtude dos interesses particulares dos empreendedores 
e investidores. Mesmo quando são cooperativas, seu compromisso principal é 
com a lucratividade que permitirá remunerar os empreendedores, ou seja, aqueles 
que decidiram começar a empresa, pelo risco assumido ao estabelecer o negócio. 
As cooperativas são um tipo de organização com um número maior de sócios e a 
governança é compartilhada entre esse grande número de associados. A intenção 
da cooperativa é também lidar prioritariamente com 
os interesses de seus cooperados. Nesses tipos de 
sociedade, o modelo de governança é estabelecido 
pelos próprios sócios que estabeleceram a organização 
e não é necessariamente democrática.
O papel das empresas em nosso quadro da pesquisa 
de demandas sociais na comunidade está relacionado 
com os impactos e influências que essas organizações têm e exercem no contexto 
da pesquisa (sobre uma causa, território ou público-alvo). 
A forma como a empresa participa ou é chamada a participar nas demandas 
socioambientais pode variar de acordo com sua estrutura interna:
 X Se a liderança da empresa é mais personalizada na figura do empreende-
dor, ela tende a participar a partir de um apelo mais emocional, de senso 
de pertencimento à comunidade. 
 X Se a liderança é voltada aos compromissos da 
empresa com acionistas – que nem sempre 
tem relação com o território de operação da 
empresa – sua participação em demandas 
socioambientais tende a ser mais racional e 
estratégica em relação a seus negócios.
Em outras palavras, muitas vezes, a liderança e influência de uma empresa vêm 
de suas práticas e políticas institucionais, enquanto que, em outras, a liderança e 
influência da organização se confundem com o ponto de vista e o comportamento 
do empresário/empreendedor. 
Esse estudo também será retomado na Unidade Curricular Planejar e captar recursos 
para realização dos projetos sociais, quando será tratado sobre mobilização 
de recursos. 
2.1.2 Estado
O Estado é a instituição com a qual o cidadão conta para a entrega de bens e 
serviços públicos. A instituição é administrada por um governo eleito por um período 
definido, que é responsável pelo bom funcionamento da estrutura do Estado e pela 
Cooperativa é uma sociedade de, 
no mínimo, vinte pessoas físicas 
com um interesse em comum, 
economicamente organizada de 
forma democrática. Ou seja, com 
a participação livre e igualitária 
dos cooperados, aos quais presta 
serviços, sem fins lucrativos.
Os acionistas são pessoas que 
possuem uma ou mais ações 
numa sociedade financeira ou 
comercial, que participam das 
decisões e são consideradas 
também como proprietárias.
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
elaboração de políticas a serem implementadas por essa estrutura de forma a lidar 
com os desafios da sociedade. Seu propósito e governança estão estabelecidos 
em lei.
No contexto deste estudo, Estado será entendido como uma 
forma de organização política e institucional cujas atividades estão 
previstas por um conjunto de leis. Assim, quando falarmos em Estado 
estaremos nos referindo a um município, um estado ou a um país.
O Estado tem responsabilidades para com todos os cidadãos e por zelar pelas 
regras de convivência no espaço público. Pela sua característica de oferecer uma 
grande diversidade de serviços para os cidadãos, o Estado é dotado de uma grande 
infraestrutura, tanto em número de profissionais (funcionários públicos) quanto de 
equipamentos públicos (escolas, hospitais, polícia, empresas públicas e outras 
agências). Essa estrutura faz com que o Estado possua grande alcance e capacidade 
de realizar os serviços necessários ao bem-estar dos cidadãos.
Entretanto, os recursos para a manutenção dessa infraestrutura são limitados, o que 
determina que os governantes tenham que fazer escolhas,definir prioridades de 
investimentos e estabelecer uma agenda pública de trabalho que esteja em acordo 
com as expectativas da população. 
Assim, para uma pesquisa de demandas sociais, o Estado é uma importante fonte 
de dados, pois possui grande inserção social. O Agente de Projetos Sociais pode 
atuar encorajando, cada vez mais, os servidores e agentes do poder público a abri-
rem-se ao diálogo e assumir uma posição de escuta e colaboração para a entrega 
de bens e serviços públicos nas comunidades.
2.1.3 Organizações da Sociedade Civil
No Código Civil Brasileiro, as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) são entidades 
que podem se configurar como associações e como fundações:
 X Associação: quando são formadas por pessoas que se reúnem sem a 
intenção de obter lucros de sua atividade, em torno de uma causa que 
lhes é cara e comum.
 X Fundação: quando se formam a partir de um patrimônio colocado à 
disposição de uma causa, dentre as previstas na legislação.
Especificamente no caso das associações, cuja orientação legal é um pouco mais 
aberta em relação ao motivo de seu estabelecimento, foram criados elementos de 
reconhecimento do interesse público dessas organizações nas diferentes esferas do 
Estado: Utilidade pública municipal, estadual e federal, Organização da Sociedade 
Civil de Interesse Público e outros.
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
As OSCs possuem um modelo de liderança para tomada de decisões – ou seja, sua 
governança – previsto no código civil com elementos que podem variar de acordo 
com os interesses das pessoas envolvidas. 
São instituições que devem ter uma missão clara, governança e equipe comprometida 
com a missão e capacidade de executar as atividades cujo sucesso aproxima a 
entidade de sua finalidade. 
Uma OSC será mais forte na medida em que sua atividade e missão encontram 
respaldo no contexto social, cultural e histórico em que opera. 
Para o Agente de Projetos Sociais, essas organizações são aliadas para compreender 
o ponto de vista das pessoas ativistas cuja ideologia, independentemente de qual 
seja, impulsiona a propor transformações, a propor 
mudanças de status quo. 
As OSCs acusam quando há um excesso de conforto 
em relação à qualidade de vida e apontam demandas 
das mais variadas que podem ou não encontrar 
campo fértil para mobilização cidadã. 
2.2 LIDERANÇAS COMUNITÁRIAS 
Para além das organizações, as comunidades contam com algumas pessoas cujo 
perfil, posição profissional ou reputação lhes concede a condição de liderança 
ou referência para questões de interesse público. Isso pode acontecer com um 
sacerdote, um médico, um professor, um delegado de polícia, pessoas que são 
procuradas/lembradas pela comunidade como capazes de resolver determinado 
problema, dar um conselho, assumir responsabilidades sobre questões relacionadas 
ao bem público e ajudar de alguma forma.
Não existe um padrão de estilo de vida ou trajetória profissional/
pessoal que permitirá identificar se uma pessoa é ou será uma 
liderança comunitária. Essa condição lhe é atribuída a partir 
de sua própria experiência de vida, de forma coletiva. Pode-se 
favorecer o surgimento de lideranças ao abrirem-se espaços de 
diálogo na esfera pública, a criação de fóruns ou momentos em 
que as pessoas possam se expor e contribuir para o bem público.
Os líderes comunitários são pessoas importantes no processo de pesquisar as 
demandas sociais na comunidade, já que trazem elementos qualitativos fundamentais 
para que se entendam as dinâmicas e como se dão os relacionamentos locais.
O Status quo é um termo origi-
nário do latim e está relacionado ao 
estado de fatos, situações e coisas, 
independentemente do momento. 
O termo status quo geralmente é 
acompanhado de palavras como, por 
exemplo, manter, mudar, defender. 
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
Para identificar as lideranças locais, o Agente de Projetos Sociais deve conversar 
com as pessoas da comunidade, escutá-las e buscar entender como elas se ajudam 
mutuamente. 
Uma das habilidades importantes do Agente de Projetos 
Sociais é justamente comunicar-se com clareza e objetividade, 
favorecendo a aproximação e o envolvimento das pessoas 
e organizações como parceiras, no sentido de promover a 
qualidade de vida na comunidade.
As organizações são espaços de participação cidadã, canais formais para coleta 
de dados e expressão da dinâmica de um contexto a ser pesquisado. Podem 
apoiar na consolidação de informações e oferecer possíveis oportunidades de 
implementação. É importante considerar que as organizações, empresas, Estado 
e OSCs são formados por pessoas e têm um determinado grau de abertura para o 
relacionamento interpessoal.
O Agente de Projetos Sociais deve estar atento em buscar conhecer as pessoas 
referenciadas pelas demais como líderes em determinados contextos. Elas são 
peças-chave para a compreensão da realidade local, têm uma função importante 
em ajudar uma nova iniciativa a encontrar um espaço de operação na comunidade 
e para se identificar as principais dinâmicas e relacionamentos locais. É importante 
lembrar de que se chega mais próximo da realidade local quando mais pessoas e 
organizações atuantes na comunidade forem ouvidas, já que cada um desses ativos 
locais traz uma visão parcial das demandas e oportunidades.
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
COMUNICANDO-SE COM OS ENVOLVIDOS 
NO PROJETO SOCIAL
CONTEXTUALIZANDO 
A última parte do processo de pesquisa de demandas sociais na comunidade está 
na preparação dos dados e informações coletados e organizados para apresentação. 
Comunicar a produção obtida em todo esse processo de pesquisa é fundamental 
para expor à crítica os resultados obtidos. É uma responsabilidade para com todos 
os envolvidos no processo de pesquisa e um compromisso com as próximas etapas 
a serem desenvolvidas em benefício da comunidade que recebeu o trabalho do 
Agente de Projetos Sociais nessa fase de conhecimento e reconhecimento local. 
A prática de comunicar os resultados do trabalho desenvolvido na pesquisa de 
demanda local é também uma das razões de manter a atenção e o cuidado com a 
coleta, tratamento e análise de dados durante todo o processo. Esse cuidado não 
está limitado aos dados, mas estende-se principalmente às pessoas e organizações 
locais envolvidas direta ou indiretamente.
Sabendo, desde o início de sua atividade como pesquisador, do compromisso 
de comunicar, o Agente de Projetos Sociais deve adotar medidas para garantir o 
bem-estar de todos os participantes durante o trabalho desenvolvido na comunidade. 
A partir de agora, você estudará algumas formas de comunicar os resultados obtidos 
a partir da coleta e análise de dados e alguns cuidados a tomar para facilitar a 
comunicação e fortalecer os relacionamentos construídos. 
3.1 RESPONSABILIDADES NA PARTICIPAÇÃO E CONDUÇÃO DO PROJETO SOCIAL
Como já estudado nesta Unidade Curricular, o Agente de Projetos Sociais precisa 
estar atento para garantir o bem-estar de todos os participantes envolvidos em sua 
atividade de pesquisador de demandas sociais. 
Isso significa dizer que o Agente de Projetos Sociais precisa ser claro com relação 
às responsabilidades envolvidas em participar e conduzir o processo de pesquisa e 
certificar-se de que os acordos (formais ou informais) sejam respeitados. Isso inclui 
desde ser pontual em entrevistas marcadas, respeitando o tempo das pessoas e 
organizações, até cumprir responsabilidades contratuais com fornecedores e parceiros.
Esse profissional não deve utilizar imagens de pessoas e organizações, de qualquer 
forma, sem expressa autorização. Para obter uma autorização, pode ser utilizado o 
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
modelo de autorização de uso de imagens, sugerido no estudo sobre Identificaçãoe tipos de dados.
Certifique-se de que as informações sigilosas permaneçam em sigilo e sejam 
eliminadas após o uso. Nesse aspecto, tenha especial cuidado com as informações 
coletadas por meio de gravação. Lembre-se de que conquistar a confiança das 
pessoas é uma tarefa difícil e manter essa confiança faz toda diferença para 
as próximas etapas, após a pesquisa de demandas sociais, que consistem no 
planejamento, elaboração e implementação de projeto.
3.2 CRIANDO GRÁFICOS PARA APRESENTAR DADOS E INFORMAÇÕES
No estudo sobre a tabulação de dados, você pôde constatar que as planilhas facilitam 
a organização, resumo e efetuação de análises dos dados coletados. 
A seguir, são apresentados oito passos para a criação de gráficos a partir de dados 
inseridos em uma planilha. Os gráficos contribuem para que, visualmente, seja 
possível comunicar o andamento ou resultado de pesquisas. 
 X Passo 1: inicie o Excel e abra a pasta de trabalho.
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 X Passo 2: insira os dados que vão originar o gráfico na planilha.
 X Passo 3: selecione os dados que farão parte do gráfico que você deseja 
construir, vá ao menu Inserir e clique na lateral da seção Gráficos.
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 X Passo 4: na seção Gráficos, escolha o tipo de gráfico que melhor representará 
os dados que você deseja mostrar. 
 X Passo 5: para mudar o título do gráfico, clique no próprio título. Uma caixa 
de texto será aberta e você pode alterá-lo.
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
 X Passo 6: você poderá fazer alterações no formato do gráfico e na aparência 
das colunas clicando com o botão esquerdo sobre o gráfico e abrindo 
a janela de opções. Além de mudar cores na opção Formatar Série de 
Dados, você pode incluir, nas barras, os dados que originaram o gráfico 
(chamados rótulos). A opção para isso é Adicionar Rótulos de Dados.
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
 X Passo 7: é possível também fazer alterações na legenda, clicando com o 
botão esquerdo sobre ela.
 X Passo 8: ao usar o Excel, explore bem o programa e suas funcionalidades. 
Tente fazer gráficos diferentes, alterar números e compreender as facilidades 
que o sistema pode oferecer. O menu Ajuda é muito útil e servirá para que 
você possa aprimorar, cada vez mais, suas habilidades em trabalhar com 
dados e gráficos.
A seguir, são apresentados alguns exemplos de gráficos e a melhor forma de 
usá-los de acordo com os tipos de dados. Os números utilizados são fictícios, 
pois o interesse é somente observar o tipo de gráfico sugerido para cada situação.
Gráfico de barra ou coluna 
O gráfico de barra (variáveis no eixo y) ou coluna (variáveis no eixo x) é usado para 
demonstrar valores quantitativos comparando-se diferentes variáveis. No Gráfico 1, 
as variáveis são as áreas de atuação das Organizações da Sociedade Civil (OSCs).
Gráfico 1 - Gráfico em colunas: variável da área de atuação das OSCs no eixo x (horizontal) e número de organizações 
no eixo y (vertical)
Defesa e preservação do meio ambiente
Defesa dos direitos do cidadão
Atendimento à população socialmente vulnerável
Mobilização e incentivo à participação social
Apoio às organizações de saúde, educação e 
assistência social
Democratização de acesso a bens culturais 
e artísticos
Outras
Número de OSCs por área de atuação no município ABC
0
38
16
61
7
25
9
19
10
20
30
40
50
60
70
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
Gráfico em pizza e gráfico circular
Os gráficos em pizza e os circulares são usados para expressar uma proporção, 
em que a soma de todos os dados corresponde a um todo (100%). 
Gráfico 2 - Gráfico em pizza: a soma das partes corresponde a 100%
Assistência Social
Meio Ambiente
Saúde
Cultura e Arte
Defesa dos Direitos
Educação
Distribuição das OSCs do município ABC por área de atuação
31%
9%
7% 1% 6%
46%
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).
Gráficos em linha e em área
Os gráficos em linha e em área demonstram uma sequência numérica ao longo 
de um período de tempo. São usados para demonstrar o comportamento de 
determinados fenômenos observados por algum tempo, permitindo visualizá-los 
de forma comparativa. Se for em área, o gráfico dá uma noção da proporção sobre 
o todo. 
Gráfico 3 - Gráfico em linha: comportamento de fenômenos ao longo do tempo
Aumento de empregos em empresas e em OSCs (%) no município ABC
2010
0
10
20
30
40
50
60
70
2011 2012 2013 2014
% Aumento de empregos em empresas % Aumento de empregos em OSCs
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
Gráfico 4 - Gráfico em área: dá a noção de proporção sobre o todo
Aumento de empregos em empresas e em OSCs (%) no município ABC
2010
0
10
20
30
40
50
60
70
2011 2012 2013 2014
% Aumento de empregos em empresas % Aumento de empregos em OSCs
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).
3.3 APRESENTANDO RESULTADOS DA PESQUISA
Com gráficos preparados e informações elaboradas a partir dos dados, é o momento 
de apresentar, a todos os participantes e interessados na pesquisa de demandas 
sociais, os resultados de seu esforço. Para apresentar esses resultados, utilize 
programas de apresentação como o Power Point, Prezi ou outros que você conhece 
e está habituado a usar. 
Para uma boa apresentação, use pouco texto e opte por elementos visuais que 
ajudem as pessoas que estiverem assistindo sua apresentação a entender os pontos 
principais e relevantes de seu trabalho. Certifique-se de que as pessoas possam 
acessar o conteúdo completo de sua pesquisa em outro formato (texto, artigo, livro, 
relatórios, dentre outros), preferencialmente antes da apresentação. Na sua fala, use 
histórias que aconteceram durante o processo de pesquisa, que possam ilustrar os 
dados e resultados e envolver o público que o está ouvindo. 
A seguir, são apresentados os quatro passos para a elaboração de uma apresentação 
utilizando o Microsoft Power Point.
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
 X Passo 1: inicie o programa. Automaticamente uma apresentação em branco 
será aberta. Grave o arquivo no computador com um nome que represente 
o trabalho a ser desenvolvido.
 X Passo 2: no menu, selecione a opção Design e escolha uma arte que achar 
mais apropriada. A seguir, clique com o botão da esquerda sobre o slide na 
guia na direita da tela e selecione novo slide para adicionar slides extras.
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
 X Passo 3: o primeiro slide deve conter o título da apresentação e quem é 
o responsável por sua elaboração ou condução (pessoa ou organização). 
Os demais servem para mostrar os dados, figuras, fotos e pouco texto, que 
ajudarão o apresentador a conduzir sua fala. Para inserir texto, clique na caixa 
de texto disponibilizada pelo software. Faça o mesmo para inserir imagens.
 X Passo 4: use poucos slides e utilize a ferramenta copiar e colar para passar 
os gráficos feitos no Excel para slides no Power Point, enriquecendo sua 
apresentação. Novamente, use a ferramenta Ajuda do Microsoft Power 
Point e explore o sistema para descobrir funcionalidades que ajudem a 
fazer uma apresentação atraente.
Vale considerar que nem todas as informações e conclusões são interessantes 
para todos os públicos. Assim, pode ser necessário que sejam feitas diferentes 
apresentações sobre a mesma pesquisa, com enfoques e linguagens diferentes. 
A linguagem e enfoque para uma liderança comunitária podem ser diferentes 
daqueles a serem apresentados em uma universidade, por exemplo.
Sua pesquisa é pouco útil se não puder ser socia-
lizada e compreendida. Esforce-se para que as 
pessoas possam conhecer e compartilhardos 
resultados, aprender com eles e, principalmente, 
inspirar-se para engajar-se em iniciativas que 
possam contribuir para lidar com as demandas 
socioambientais pesquisadas. 
Use tabelas, gráficos e fotos para representar as informações qualitativas e 
quantitativas encontradas e lembre-se de que a comunicação adequada da pesquisa 
de demandas sociais é mobilizadora, ajuda a integrar os diversos atores envolvidos 
e a promover engajamento e ambientes propícios para intervenção.
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
Ao longo desta Unidade Curricular, foram apresentados os elementos de modo a 
permitir que você desenvolvesse a competência de Pesquisar demandas sociais 
na comunidade, estabelecendo relações com o dia a dia do Agente de Projetos 
Sociais e indicando possíveis situações e melhores escolhas. 
Durante os estudos, você conheceu como realizar a coleta de dados garantindo 
o registro de informações com sigilo e confiabilidade, já que esse fator é decisivo 
para o bom andamento da pesquisa de demandas. Pôde ainda estudar como 
identificar demandas sociais e ambientais de acordo com as suas características, 
observando a importância da escuta das pessoas, o papel das lideranças e como 
identificar cada situação corretamente sem colocar em risco investimentos tanto 
de pessoal como financeiro.
Foi priorizado que você aprendesse como identificar e registrar instituições e 
lideranças da comunidade, compreendendo o significado e papel de cada uma. 
E principalmente, após a pesquisa, você pôde aprender como apresentar as demandas 
da comunidade, incluindo o uso de softwares que o auxiliarão nessa tarefa.
Bons estudos!
CONSIDERAÇÕES
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
ARMANI, Domingos. Como elaborar projetos? Guia prático para elaboração e 
gestão de projetos sociais. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2009. (Coleção Amencar).
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação popular. São Paulo: Brasiliense, 
2011. (Coleção Primeiros Passos).
HARPER, Douglas. Dado. In: DICTIONARY.COM. Online Etymology Dictionary. 
Disponível em: . Acesso em: 20 
dez. 2014.
HARPER, Douglas. Informação. In: DICTIONARY.COM. Online Etymology Dictionary. 
Disponível em: . Acesso em: 20 
dez. 2014.
GIL, A. C. Método e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Editora Atlas 
S.A., 1999. 
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Disponível em: 
. Acesso em: 13 mai. 2015.
JANNUZZI, Paulo de Martino. Indicadores sociais no Brasil: conceitos, fontes de 
dados e aplicações. 4. ed. Campinas: Alinea, 2009. 
NEUMANN, Lycia Tramujas V.; NEUMANN, Rogério Arns. Desenvolvimento comu-
nitário baseado em talentos e recursos locais – ABCD. São Paulo: Global, 2004.
PM4NGOS. Guia para o PMD Pro: Gerenciamento de projetos para profissionais 
de desenvolvimento. 2012. Disponível em: . Acesso em: 20 mar. 2015.
SHUTTERSTOCK. Banco de Imagens. Disponível em: . Acesso em: 24 set. 2015.
TANAKA, Oswaldo Y.; MELO, Cristina. Avaliação de Programas de Saúde do 
Adolescente: um modo de fazer. São Paulo: Edusp, 2001.
REFERÊNCIAS
 UNIDADE CURRICULAR 1
http://dictionary.reference.com/browse/project
http://dictionary.reference.com/browse/project
http://www.ibge.gov.br/home/
http://www.pm4ngos.com/wp-content/uploads/2014/10/PMD_Pro_Guide_2nd_PT_USLetter.pdf
http://www.pm4ngos.com/wp-content/uploads/2014/10/PMD_Pro_Guide_2nd_PT_USLetter.pdf
http://www.shutterstock.com
http://www.shutterstock.comregistrado pela primeira vez em 
1946. O dado não tem um significado por si, somente quando 
interpretado ele se torna uma informação.
Informação tem sua origem no latim informationem (conceito, 
ideia). O uso foi catalogado no final do século XIV. O significado 
de informação como conhecimento comunicado, ou como 
organização de dados capaz de permitir conhecimentos 
que induzem à transformação, foi identificado na metade do 
século XV. 
Assim, pode-se dizer que o dado é um fato 
em si, um número, uma medida que isolada-
mente não comunica uma ideia ou conceito. 
Em estatística, os dados são resultados de 
observações feitas sobre uma variável.
Considerando que dado é o resultado da observação de uma característica durante 
a pesquisa, veja dois exemplos de dados:
Exemplo
Exemplo 1: Observando-se a variável “sexo biológico”, ao pesquisar 
o sujeito “José Pereira”, o pesquisador obteve o dado “sujeito é do 
sexo masculino”.
Exemplo 2: A quantidade de um tipo de bactéria na água, 
denominado enterococos, é superior a 400 por 100 mililitros.
Diferentemente do dado, a informação im-
plica a elaboração de algum conhecimento, 
conceito ou ideia a partir de um conjunto de 
dados. Ela pode ser expressa na forma de 
um indicador.
A variável é a característica que o pesqui-
sador tem interesse de conhecer/medir 
durante a coleta de dados. São exemplos 
de variáveis: raça, sexo biológico, gênero, 
número de pessoas, frequência, entre outros. 
O indicador é um elemento construído a partir 
de dados levantados para dar visibilidade a 
conceitos, permitindo observar fenômenos 
e medir impactos de uma intervenção na 
realidade. É exemplo de indicador: número 
de praias brasileiras impróprias para banho.
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
Vejamos um exemplo de informação:
Exemplo
Segundo a resolução no 274 do Conselho Nacional do Meio 
Ambiente (CONAMA), de 29 de novembro de 2000, as águas 
serão consideradas impróprias quando forem identificadas 
quantidades de bactérias enterococos em número superior a 
400 por 100 mililitros.
A partir de agora, você estudará como identificar dados e em quais tipos eles podem 
ser classificados. Na sequência, aprenderá como usá-los para gerar informação a 
partir de um quadro com diferentes tipos de necessidades e a identificar demandas 
sociais e oportunidades de ação na comunidade. 
1.1.1 Identificação e tipos de dados
Existe uma infinidade de dados disponíveis nas mais 
diversas áreas. Para que você possa fazer uma boa coleta 
de dados em sua atividade como Agente de Projetos 
Sociais, é importante que:
 X identifique os dados mais relevantes para subsidiar o trabalho a ser 
realizado na comunidade; e
 X compreenda os tipos de dados disponíveis, para que se tenha uma ideia 
de sua confiabilidade e precisão ao subsidiar informações. 
Tendo noção da relevância dos dados e de sua confiabilidade, você produzirá uma 
pesquisa de demandas sociais muito mais precisa e capaz de subsidiar bons projetos. 
Conheça mais sobre identificação de dados relevantes e sobre tipos de dados.
1.1.1.1 Identificação de dados relevantes
Na pesquisa para compreender a realidade social, os dados devem identificar não 
somente as necessidades, mas também as oportunidades em uma comunidade. 
Por isso, devem ser pesquisados também os 
ativos sociais locais, relacionamentos entre 
as pessoas, elementos históricos, influências 
políticas, entre outros fatores. 
Existem diversas formas de coletar dados e, 
dada a amplitude das áreas de ação, quando se 
trata de projetos sociais, a escolha da maneira mais apropriada de fazê-lo determi-
nará como e onde os dados serão coletados e ajudará a verificar, entre as variadas 
fontes, aquelas mais adequadas e relevantes. Para a identificação de quais dados 
coletar, o Agente de Projetos Sociais deve considerar alguns passos.
Os ativos sociais locais são organizações 
da sociedade civil, lideranças, órgãos do 
poder público, empresas, parques e praças, 
escolas e outros elementos já presentes 
e atuantes no território e que possuem 
influência na qualidade de vida local.
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
1) O que se quer saber; 
2) Quais os recursos existentes para fazer a coleta;
3) Se há disponibilidade de tempo e dinheiro; 
4) Quais são as fontes de dados disponíveis; 
5) Qual a complexidade dos dados a serem coletados; e
6) Com que frequência há a coleta de dados.
A partir de agora, em vários momentos do curso será utilizado um exemplo que 
consiste no desenvolvimento de um Projeto Social em um determinado bairro.
Para iniciar, imagine que uma organização pretenda atuar em um determinado 
bairro e solicita, ao Agente de Projetos Sociais, que faça uma coleta de dados.
São inúmeros os dados existentes, desde os oferecidos pelos moradores, que 
acumulam anos de história na região, até aqueles encontrados junto a agências 
governamentais e institutos de pesquisa. 
Nesse caso, o primeiro passo é o mais importante: identificar, nesse universo de 
possibilidades, uma linha de ação, uma pergunta a ser respondida, ou seja, o que se 
quer saber. Durante todo o seu trabalho de pesquisa de demandas, é essa pergunta 
que vai ajudá-lo a construir um projeto social relevante para a comunidade. Assim, 
se uma organização quer atuar no bairro, a primeira coisa a ser feita é delimitar sua 
ação e fazer uma escolha sobre onde atuar, como, por exemplo, na saúde de crianças 
e adolescentes. Com essa escolha feita, você já tem pistas de por onde começar.
O segundo passo é saber claramente quais são os recursos disponíveis para essa 
fase de coleta de dados. 
O terceiro é identificar se há tempo e dinheiro. Se houver, pode-se ampliar o número 
de fontes de onde coletar dados. Caso contrário, as fontes a serem escolhidas são 
aquelas mais convenientes e próximas do Agente de Projetos Sociais, desde que 
continuem sendo fontes confiáveis.
Sabendo o que procurar e quais os recursos disponíveis, parte-se para o quarto passo, 
que consite na identificação de fontes possíveis e confiáveis de onde extrair os 
dados. Dependendo do tipo de projeto, as fontes podem ser órgãos da administração 
pública local, lideranças comunitárias, institutos de pesquisa, entre outras. 
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
Em seguida, no quinto passo, é preciso selecionar, entre os diversos dados, aqueles 
que são mais úteis para a identificação das necessidades ou oportunidades que 
originarão o projeto. No exemplo que se está analisando, considere os dados 
relacionados à saúde de crianças e adolescentes do bairro. Dados muito complexos, 
que exigem um conhecimento muito especializado como, por exemplo, o pH sanguíneo 
de pessoas atendidas no centro de saúde do bairro, podem ser interessantes, mas 
podem, também, ser pouco práticos. Assim, procure economizar seu tempo e 
recursos buscando dados mais simples e relevantes para o que se quer saber. 
Por exemplo, número de atendimentos de crianças e adolescentes no centro de 
saúde do bairro, principais queixas e relação de diagnósticos, número de reincidência 
das doenças, entre outros.
Por fim, o sexto passo de seleção de dados deve ser a frequência com que eles 
são registrados e disponibilizados. Procure selecionar dados que possam ser 
coletados em espaços de tempo mais curtos como, por exemplo, a cada mês ou a 
cada ano. Assim é possível ter uma ideia de como eles variam ao longo do tempo 
e esses dados poderão gerar informações mais relevantes para um projeto social.
Observando todos os esses passos, o Agente de Projetos Sociais poderá identificar, 
com mais clareza, os dados a serem coletados.
1.1.1.2 Tipos de dados
Os dados de uma pesquisa podem ser classificados, em relação a suas fontes, como 
secundários ou primários, e, quanto a sua natureza (função ou característica), 
podem ser dados quantitativos ou qualitativos.Fonte
Secundários
Primários
Natureza
Quantitativos
Qualitativos
Dados Secundários
Os dados secundários são aqueles que reúnem dados já coletados em algum 
outro momento, em pesquisas anteriores, mesmo que para outra finalidade, e já 
tratados. Algumas dessas fontes são livros, jornais, revistas, relatórios, pesquisas, 
avaliações, relatórios de organizações sociais, dados de censos econômicos e 
populacionais, entre outros.
 X Vantagens: Os dados secundários podem ser úteis na definição do 
problema e das hipóteses de pesquisa; ajudam a planejá-la pelo exame 
de estudos semelhantes, fornecem parâmetros para o estabelecimento 
da amostra e podem ser usados como base para comparar os resultados 
finais de um estudo.
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
 X Desvantagens: Os dados secundários podem apresentar uma limitação 
de relevância e exatidão, não estarem adequados à situação real, estarem 
desatualizados ou não serem confiáveis.
Voltando ao exemplo de que uma organização deseja atuar no tema de saúde de 
crianças e adolescentes em um determinado bairro, os dados secundários 
poderiam vir dos registros de atendimento do centro de saúde e de uma pesquisa 
feita por alunos da universidade vizinha ao bairro a respeito de problemas de 
frequência escolar das crianças em virtude dos problemas de saúde. 
Ao analisar esses registros, pode-se, por exemplo, identificar que há um número 
grande de crianças e adolescentes que procuram o centro de saúde por causa 
de doenças de pele, provocadas por contato com água contaminada. 
Assim, os dados secundários acabam apontando problemas e ajudam a levantar 
hipóteses que servem de base para estudos mais aprofundados e/ou para a 
elaboração de um projeto de intervenção objetivando lidar com a situação. 
Além disso, os resultados obtidos no projeto podem eventualmente ser comparados 
com os resultados da pesquisa feita pelos alunos da universidade vizinha e que 
serviram como dados secundários. 
Dados Primários
Quando os dados secundários não existem, ou existem e não são suficientes para 
responder às necessidades de pesquisa, deve-se partir para a busca de dados 
primários. Os dados primários são aqueles coletados, em campo, pelo próprio Agente 
de Projetos Sociais, por meio de entrevistas, questionários, testes, observação, 
entre outros. Assim como os dados secundários, os dados primários também 
servem para ajudar na definição do problema e dão subsídios para a elaboração 
de projetos sociais.
 X Vantagens: Diferentemente dos dados secundários, o levantamento dos 
dados primários está sob o controle do próprio Agente de Projetos Sociais 
e, portanto, serão, de fato, os dados mais relevantes para o trabalho e, 
se buscados com critérios metodológicos adequados, serão também os 
mais confiáveis. 
 X Desvantagens: O levantamento de dados primários consome mais tempo, 
já que é necessário preparar os instrumentos de coleta de dados, ir a campo, 
entrevistar as pessoas ou aplicar questionários, fazer tabulação e tratamento 
estatístico do material.
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
O Agente de Projetos Sociais, ao coletar dados primários, contatará pessoas e 
organizações públicas e privadas colhendo falas, imagens, impressões, histórias 
e outros dados que podem ou não ser públicos. 
Para garantir o bem-estar de todos os envolvidos, o Agente de Projetos Sociais 
deve estabelecer acordos que deixam claro quais dados e imagens podem ser 
divulgados e como isso pode ser feito. 
Nos instrumentos de coleta de dados – questionários, por exemplo –, pode-se 
inserir um pequeno texto explicando os propósitos da coleta e como os dados 
serão utilizados. Pode-se pedir ou não a identificação das pessoas. Em entrevistas, 
essa autorização pode ser gravada no momento em que se registram as respostas.
Para fotos e vídeos, peça que a pessoa assine uma autorização de uso de imagem, 
especificando, na autorização, as condições para esse uso, como, por exemplo, 
a apresentada na Figura 1.
Figura 1 - Termo de autorização de uso de imagem e voz
TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM E VOZ 
(Pessoa maior de 18 anos)
Neste ato, e para todos os fins em direito admitidos, autorizo expressamente a utilização 
da minha imagem e voz, em caráter definitivo e gratuito, constante em fotos e filmagens 
decorrentes da minha participação na pesquisa ______________________________, 
a seguir discriminada:
Título: _______________________________________________________________________
Pesquisador(es): _____________________________________________________________ 
Objetivos principais: __________________________________________________________
As imagens e a voz poderão ser exibidas: nos relatórios parcial e final do referido 
projeto, na apresentação áudiovisual dele, em publicações e divulgações acadêmicas, 
em festivais e premiações nacionais e internacionais, assim como disponibilizadas 
no banco de imagens resultante da pesquisa e na internet, fazendo-se constar os 
devidos créditos. 
O pesquisador fica autorizado a executar a edição e montagem das fotos e filmagens, 
conduzindo as reproduções que entender necessárias, bem como a produzir os 
respectivos materiais de comunicação, respeitando sempre os fins aqui estipulados.
Por ser essa a expressão de minha vontade, nada terei a reclamar a título de direitos 
conexos a minha imagem e voz ou qualquer outro.
Data:
Nome: 
RG.:
CPF:
Fone:
Assinatura: ______________________________
Fonte: Adaptada de Senac-SP (2015).
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
No exemplo do levantamento de dados sobre a saúde de crianças e adolescentes, 
caso os registros do centro de saúde, por exemplo, não fossem suficientes para 
levantar um dado importante como o tipo de queixa apresentada pelas famílias 
quando procuram os serviços de saúde, o Agente de Projetos Sociais poderia 
elaborar um questionário a ser aplicado com as famílias do bairro, solicitando 
esse dado.
De acordo com o que já foi estudado, os dados secundários e primários são tipos 
de dados em relação às fontes. Em relação à natureza (função ou característica), 
os tipos de dados dividem-se em qualitativos e quantitativos.
Dados qualitativos
Os dados qualitativos procuram refletir as 
experiências das pessoas que participam do 
levantamento. Podem ser coletados através da 
observação de variáveis qualitativas, obtidas 
em questionários, nas falas ou comportamentos 
das pessoas em resposta a uma entrevista, por 
meio de imagens ou objetos que retratam uma 
situação que se procura investigar. Os dados 
qualitativos são mais subjetivos, ou seja, 
dependem de uma interpretação que precisa ser bem fundamentada para que 
seja aceita como uma explicação possível para o que se quer estudar ou conhecer. 
Esse tipo de dado apresenta um conceito sobre o que se está observando, uma 
qualidade como, por exemplo, bom/ruim ou negativo/positivo.
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
Em uma entrevista, ao perguntar a uma liderança comunitária como está a 
saúde das crianças e adolescentes do bairro, o Agente de Projetos Sociais 
estará tratando com dados qualitativos. A partir das respostas coletadas, 
vai se formando um conceito sobre o que se quer compreender.
Para ter uma noção mais próxima da realidade, outras pessoas devem ser 
entrevistadas da mesma forma e as respostas devem ser comparadas e 
analisadas em seus aspectos comuns e divergentes. A análise dessas respostas 
precisa, ainda, ser realizada observando-se dados quantitativos que ajudam a 
compreender a realidade trazida no discurso e comportamento das pessoas. 
Por exemplo, se a grande maioria das pessoas entrevistadas responde que a 
saúde das crianças e adolescentes está piorando, o Agente de Projetos Sociais 
deve buscar comparar esse dado com outros, como os registros de atendimentono centro de saúde local.
Dados quantitativos
Os dados quantitativos são levantados a partir de 
variáveis quantitativas quando já se tem um conceito, uma 
hipótese. São dados da realidade que se quer conhecer 
traduzidos em números e/ou percentuais, de forma 
que possam ser mais objetivamente analisados. Para 
coletar esse tipo de dado, são utilizados instrumentos 
padronizados, banco de dados de institutos de pesquisa, 
testes e também questionários, nos quais o Agente de Projetos Sociais já sabe exatamente 
o que deve ser perguntado para atingir os objetivos da pesquisa. Os dados quantitativos 
permitem que se façam projeções para a população representada e testam, de forma 
precisa, as hipóteses levantadas para a pesquisa, além de fornecer índices que podem 
ser comparados com outros.
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Para o exemplo em questão, uma coleta de dados quantitativos poderia ser a 
análise de documentos dos registros de atendimento do centro de saúde do 
bairro, de onde obtêm-se dados sobre variáveis como número de pessoas 
atendidas, tempo de espera entre a entrada no centro e o atendimento do 
médico, idade dos pacientes, entre outros dados numéricos e mensuráveis.
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
Analise as informações do Quadro 1, que apresenta um comparativo das características 
gerais dos dados quantitativos e qualitativos:
Quadro 1 - Características dos dados Qualitativo e Quantitativo
Dado Qualitativo Dado Quantitativo
Descreve conceitos e significados que são socialmente 
construídos (bom, ruim, negativo, positivo). Por isso é 
definido como subjetivo.
Mede e descreve, em números, fatos e situações, quantas 
vezes um fato aconteceu, por quanto tempo ou quantas 
pessoas participaram.
Tem características não estruturadas, ou seja, não se 
tem uma ideia preestabelecida de quais são as respostas 
que podem ser encontradas quando se vai a campo para 
levantar o dado.
A coleta de dados dá-se a partir de uma estrutura já 
prevista. Existem condições dadas, dentro das quais as 
respostas se enquadram. O dado serve para comprovar 
ou não uma hipótese já concebida.
As técnicas de análise são indutivas, orientadas pelo 
processo. Isso quer dizer que os resultados que vão 
sendo obtidos é que vão dar forma à interpretação da 
realidade que se quer conhecer. São dados que não 
podem ser generalizados para toda uma população, 
mas ajudam a compreender a experiência particular de 
uma pessoa ou grupo.
As técnicas de análise são dedutivas, isto é, partem de 
uma ideia geral formulada para, a partir dela, compreender 
a realidade (por exemplo: assume-se que as pessoas 
doentes vão ao médico/centro de saúde. Por isso, o dado 
de quantas vezes as famílias foram o médico nos permite 
saber, com certo grau de certeza, a frequência com que 
as pessoas ficam doentes naquela família). Espera-se 
que os resultados desse levantamento de dados possam 
ser generalizados, representando uma população.
Exemplos de variáveis: raça, gênero, cor dos olhos, 
estado civil, categorias (menos de 18 anos, mais de 
65 anos).
Exemplos de variáveis: idade (número de anos vividos), 
número de membros na família, altura, peso, quantas 
vezes frequentou determinado local.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).
Uma pesquisa que adota dados quantitativos e qualitativos em conjunto possibilita 
compreender, interpretar e quantificar aspectos mais profundos sobre as demandas 
sociais e ambientais. 
1.1.2 Elaborando a informação
Conforme já foi estudado, a informação é elaborada a partir de um conjunto de 
dados. É a informação que dá sentido aos dados, aos números e observações 
coletadas, atribuindo conotações positivas, negativas ou neutras ao combinar os 
dados. As informações ajudam a definir as necessidades e pautar as demandas ou 
oportunidades a serem trabalhadas em uma comunidade. 
Considerando que, muitas vezes, o processo de coleta de dados pode ser subjetivo, 
ou seja, orientado por uma interpretação parcial da realidade, a elaboração de 
informações para definição das demandas sociais precisa de embasamento para 
que possa ampliar as chances de lidar com necessidades reais de uma comunidade. 
As necessidades são classificadas em normativas, comparativas, sentidas e expressas.
O Quadro 2 apresenta a identificação de necessidades ligadas à obtenção de 
informações a partir de dados.
06
 
16
UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
Quadro 2 - Tipos de necessidades 
Tipos de 
necessidades
Obtendo informações 
a partir de dados
Normativas
A informação origina-se da comparação dos dados coletados com outros dados referentes 
a normas ou leis estabelecidas formalmente. 
Por exemplo: 
A coleta de dados inclui as taxas de bactérias em águas domésticas, dado obtido junto a 
profissionais especializados. A informação sai da comparação desse dado com o obtido 
na análise das resoluções previstas em lei que determinam a quantidade de bactérias 
presentes em águas domésticas para que elas sejam consideradas próprias ou impróprias. 
A informação obtida é se – e em que grau – as águas analisadas estão poluídas.
Comparativas
A informação é originada ao analisarem-se comparativamente os dados coletados com 
dados obtidos através de pesquisa em outros ambientes e/ou sujeitos. 
Por exemplo: 
A coleta de dados no bairro XYZ mostra que existem águas não tratadas, grande contato de 
crianças com essas águas e um alto grau de doenças de pele em crianças e adolescentes. 
A informação de que essa situação tem relação de causa e consequência (ou seja, as 
crianças apresentam doenças de pele por causa do contato com águas não tratadas) vem 
da comparação desses dados com os do bairro vizinho, onde a água é tratada, também há 
grande contato de crianças com essas águas e o número de doenças de pele em crianças e 
adolescentes é mínimo. 
Sentidas
Com o olhar das necessidades sentidas, os dados que darão base à informação estão 
relacionados aos desejos e sonhos das pessoas, o que elas acreditam que deve ser 
prioridade. São informações que partem do conhecimento e da expectativa dos indivíduos, 
e não necessariamente condizem com necessidades reais ou sustentáveis. 
Por exemplo:
Se em uma coleta de dados focada na opinião dos moradores de um bairro resulta que a 
maioria dos moradores está preocupada com as condições da escola, mesmo que o prédio 
do centro de saúde esteja tecnicamente em piores condições, a informação elaborada estará 
relacionada à escola.
Expressas
A informação baseia-se em dados coletados que não partem do que as pessoas falam, mas 
do que fazem em uma comunidade. A informação é elaborada ao verificarem-se os dados 
relacionados ao comportamento das pessoas.
Por exemplo:
O dado de que há uma longa lista de espera por atendimento clínico com dermatologista 
no centro de saúde específico, permite elaborar uma informação de que o referido serviço 
é uma necessidade que deve ser priorizada naquela comunidade.
Fonte: Adaptado de Bradshaw (1972 apud PM4NGOS, 2012).
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17
UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
1.1.3 Identificação de demandas sociais e oportunidades de ação
É importante lembrar que o momento de pesquisar demandas sociais na comunidade 
é também o momento em que o Agente de Projetos Sociais tem a oportunidade de 
conhecer suas características e oportunidades. 
Uma abordagem que permite desenvolver uma ampla visão 
sobre as vulnerabilidades e oportunidades que existem 
em uma comunidade é a ABCD, abreviação inglesa para 
Desenvolvimento Comunitário Baseado em Ativos Locais.
Essa abordagem resgata o olhar sobre os potenciais de uma determinada comunidade. 
Ou seja, as competências das pessoas que moram lá, sua cultura, capacidade 
de empreender, sua articulação política, entre outras. Por essa abordagem, 
as dificuldades, demandas e necessidades de um local são justamente os fatores 
e situações que atrapalham o desenvolvimento desses potenciais. 
Para identificaras demandas com base na abordagem ABCD, são criados mapas 
de necessidades e talentos locais, identificando as vulnerabilidades e ativos como 
organizações da sociedade civil, lideranças, empresas e outros elementos que 
possuem influência na qualidade de vida local.
A Figura 2 apresenta um mapa de necessidades. A análise desse mapa permitirá 
que você perceba as dificuldades que as pessoas encontram em uma determinada 
comunidade, daquelas nas quais os indivíduos têm mais controle (parte de dentro 
do mapa – problemas pessoais) para aquelas em que os indivíduos têm menos 
controle (parte de fora do mapa – problemas estruturais). 
Figura 2 - Mapa de necessidades
Problemas estruturais: 
Desemprego, migração, 
falta de infraestrutura urbana, 
problemas ambientais. 
Problemas sociais:
Desestruturação da comunidade, desigualdade 
social, violência e criminalidade, má gestão e 
uso dos recursos naturais. 
Problemas pessoais:
Problemas de saúde física e mental, abandono 
escolar, violência doméstica, drogas, falta de 
consciência ambiental. 
Fonte: Adaptada de Neumann e Neumann (2004).
Ao usar o mapa de necessidade para pesquisar demandas sociais na comunidade, 
o Agente de Projetos Sociais deve estar atento em identificar em que parte do mapa 
estão localizados os dados que está coletando. A importância dessa identificação 
reside no fato de que, apesar de existirem relações e influências entre as dimensões 
pessoais, sociais ou estruturais das necessidades, elas demandarão projetos e 
intervenções diferentes, mais ou menos complexos. 
06
 
18
UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
Ao coletar dados sobre a saúde das crianças do bairro, o Agente de Projetos 
Sociais deve elaborar um instrumento de coleta que cobre elementos das 
dimensões estrutural, social e pessoal, limitando a quantidade de dados de 
acordo com o tema da sua pesquisa, nesse caso, saúde das crianças.
A Figura 3 apresenta o mapa de talentos e recursos da comunidade. A análise 
desse mapa permitirá que você identifique uma lógica de dimensões de análise 
semelhante, com elementos macro e ligados à infraestrutura, e outros voltados ao 
indivíduo e à comunidade. 
Figura 3 - Mapa de talentos e recursos da comunidade
Instituições e recursos 
naturais existentes: 
Empresas, escolas e 
universidades, recursos 
naturais e paisagem, igrejas. 
Talentos individuais: 
Habilidades, competências, saberes. 
Talentos comunitários:
Grau de coesão social, grupos e 
associações comunitárias existentes. 
Fonte: Adaptada de Neumann e Neumann (2004). 
Os mapas de necessidades e talentos devem ser cruzados e podem trazer boas 
surpresas, como o fato de um determinado talento da comunidade estar sendo subu-
tilizado para lidar com uma das necessidades identificadas e, dessa constatação, 
propõem-se atividades, iniciativas e projetos capazes de lidar com as dificuldades 
a partir da força da própria comunidade. 
O Agente de Projetos Sociais pode descobrir que o bairro elegeu praticamente 
sozinho um dos vereadores, portanto tem expressão política. Também pode 
descobrir que pessoas que analisam a qualidade da água do município moram 
no bairro e se prontificariam a fazer a análise uma vez por semana, controlando 
a melhoria ou não da água ao longo do tempo.
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
Conforme se exploram as necessidades da comunidade, o desafio é garantir que o 
processo de identificação de necessidades e oportunidades seja preciso e honesto. 
Os mapas de necessidades e talentos apresentados pela abordagem ABCD ajudarão 
nessa tarefa. Essa abordagem será retomada futuramente, no estudo da Unidade 
Curricular Planejar e captar recursos para realização dos projetos sociais.
1.2 INSTRUMENTOS DE COLETA
Agora que você já estudou sobre a diferenciação 
entre dado e informação, identificação e tipos 
de dados, aprendendo também a observar 
as necessidades e talentos locais, é hora de 
aprender a construir instrumentos de coleta de 
dados e informações na comunidade.
Vale considerar que existem inúmeros estudos 
e pesquisas realizadas por universidades 
e institutos que fornecem dados secundários sobre a situação de públicos em 
desvantagem social. Isso significa dizer que é possível focar na análise de documentos 
e banco de dados e que, nem sempre, é necessário aplicar entrevistas ou questionários.
Considere que as informações são elaboradas a partir de 
dados e são expressas através de indicadores, os quais são 
elementos que dão visibilidade àquela informação/conceito, 
permitindo observar fenômenos e medir impactos de uma 
intervenção realizada sobre esses fenômenos.
Os indicadores sociais, aqueles que informam sobre um aspecto da realidade 
social, podem ser utilizados nas atividades relacionadas ao campo socioambiental 
como, por exemplo, desenvolvimento de comunidades e preservação ambiental, 
no planejamento do poder público, na formulação de políticas públicas para 
monitoramento das condições de vida da população e avaliação de programas e 
projetos socioambientais.
Conheça, na Figura 4, a origem dos Indicadores Sociais.
Figura 4 - Origem dos indicadores sociais
Organização de 
dados, gerando 
informação expressa 
na forma de um 
indicador que 
subsidia decisões
de política pública.
Fatos e 
fenômenos 
da vida em 
sociedade.
Levantamento 
de dados sobre 
os fenômenos.
Fonte: Elaborada pelo autor (2015).
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20
UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
Da mesma forma que precisamos seguir alguns passos para a identificação dos 
dados a serem coletados (definir o que se quer saber, recursos e fontes disponíveis, 
entre outros), também para a seleção de indicadores é importante estar atento a 
algumas definições. Veja as definições necessárias para a seleção de indicadores.
1) Deve, o indicador, permitir que se estabeleça um marco conceitual de 
associação causa-efeito;
2) Não deve ser tratada como representação pura da realidade a resposta do 
indicador, mas como um elemento que ajuda a estabelecer prioridades;
3) Deve permitir a observação de evolução no decorrer do tempo;
4) Deve ser uma fonte confiável;
5) Deve ser de impacto, ser relevante;
6) Deve ser compreensível; e
7) Deve estar disponível por região/estado/município.
Considere sempre que um indicador não deve ser analisado isoladamente, e sim 
visto como uma ferramenta dentro de um sistema mais amplo, formado por um 
conjunto de indicadores que possa orientar as ações. 
Se na preocupação com a saúde das crianças e adolescentes do bairro chega-se 
à conclusão de que é preciso reduzir os casos de doenças de pele nesse público, 
são vários os indicadores que podem ser levantados:
• para justificar a realização da iniciativa;
• para verificar se as atividades foram realizadas com sucesso; e/ou
• para se ter uma dimensão da eficácia da iniciativa na solução do problema.
Alguns indicadores que atendem aos critérios acima são descritos a seguir. 
a) Percentual (%) de casos de crianças com doenças de pele atendidos por 
mês no posto de saúde em relação ao total de atendimentos;
b) Número de faltas das crianças na escola em decorrência de doenças 
de pele;
c) Percentual (%) de faltas das mães ao trabalho em decorrência de doenças 
de pele dos filhos, em relação ao número total de faltas dessas mães; 
d) Percentual (%) de casos de crianças com doenças de pele originadas por 
contato com outras crianças acometidas por esse tipo de doença.
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21
UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
O indicador útil para um projeto social ou para formulação de uma política pública 
também pode ser composto por outros indicadores. Um exemplo clássico é a taxa 
de natalidade. 
A taxa de natalidade estabelece as bases para sabermos o tamanho 
da população no futuro. Assim, pode-se planejar a oferta de serviços 
públicos para a população a longo prazo como, por exemplo, quantasescolas serão necessárias nos próximos 15 anos, quantos hospitais, 
entre outros, e estabelecer prioridades para políticas sociais.
A taxa de natalidade é a percentagem de nascimentos ocorridos em uma população 
em determinado período de tempo. É um índice obtido entre duas variáveis: 
a quantidade de nascimentos registrados em um período de tempo (um ano, 
por exemplo), pela população estimada na metade do mesmo período (no meio do 
ano, por exemplo). Ao fazer a divisão entre os números, multiplicando o resultado 
por 1.000, obtém-se o índice em percentual. Ou seja:
Taxa de natalidade =
Nascimentos vivos no ano
x 1.000
População estimada meio do ano
1.2.1 Caixa de ferramentas: elaborando instrumentos de coleta
Apesar de existir uma tendência em relação ao uso de um tipo de instrumento para 
a coleta de um certo tipo de dado (como, por exemplo, questionários para dados 
quantitativos, já que em geral podem ser aplicados sem a presença do pesquisador; 
e entrevistas para dados qualitativos, uma vez que implicam a presença de um 
entrevistador que pergunta a partir de um roteiro ou pode formular questões na hora 
em que está com o respondente), é preciso ter em mente que qualquer instrumento 
pode ser usado para coletar os tipos de dados. Ou seja, pode-se construir um 
questionário com perguntas que permitem coletar dados qualitativos. 
A análise do Quadro 3 permite identificar, a partir do trabalho com cada tipo de 
dado, alguns instrumentos de coleta que fazem parte da rotina do Agente de Projetos 
Sociais em sua atividade de pesquisar demandas sociais na comunidade.
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22
UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
Quadro 3 - Instrumentos de coleta
Trabalhando com 
dados secundários
Trabalhando com 
dados quantitativos
Trabalhando com 
dados qualitativos
 � Análise de literatura: 
buscam-se publicações 
científicas e livros sobre 
o tema de pesquisa.
 � Análise de registros: 
em instituições envolvidas 
com o tema, buscam-se 
registros que contenham 
dados capazes de 
servir à compreensão 
da demanda social. 
 � Estatísticas existentes: 
disponíveis em bancos 
de dados governamentais 
ou de institutos de 
pesquisa especializados.
 � Documentos do governo 
e outras instituições: 
publicações de governos e 
institutos de pesquisa que 
trazem informações sobre 
os dados estatísticos.
 � Pesquisa/questionário 
de conhecimento, prática 
e cobertura: com eles, 
buscam-se dados a partir 
das respostas de indivíduos. 
 � Pesquisa/questionário em 
residências: buscam-se 
dados relacionados ao 
ambiente familiar;
 � Testes e pesquisas 
padronizados: têm objetivo 
de encontrar dados que 
podem ser generalizados 
a toda população.
 � Instrumentos de 
observação padronizados: 
buscam validar uma 
ideia preconcebida.
 � Medições antropométricas 
(peso, altura): também 
buscam dados que 
podem ser generalizados, 
gerando uma informação 
capaz de retratar 
determinada população.
 � Tempestade de ideias: busca-se a 
contribuição irrestrita dos participantes, 
que expõem livremente suas ideias sobre 
o tema da pesquisa para posterior análise.
 � Diagramas de afinidade: 
são uma forma de organizar 
as contribuições saídas de um 
processo de tempestade de ideias. 
Observando-se as contribuições, 
busca-se separá-las em categorias de 
acordo com a afinidade entre elas.
 � Grupos focais: são pequenos 
grupos reunidos para identificar 
problemas e/ou avaliar conceitos.
 � Entrevistas semiestruturadas: 
o pesquisador tem um roteiro pouco 
estruturado, com somente algumas 
informações básicas relacionadas ao 
tema da pesquisa que não podem ser 
esquecidas. O entrevistado é encorajado 
a falar sobre o tema e o pesquisador faz 
intervenções somente para certificar-se 
de obter as informações básicas; 
 � Entrevistas com informantes-chave: 
o pesquisador mapeia pessoas 
ou organizações que possuem 
determinado conhecimento ou 
influência substancial sobre o tema. 
Fonte: Adaptado de PM4NGOS (2012).
Deve-se ter cuidado na seleção das ferramentas e abordagens mais adequadas e 
mais econômicas para a coleta de informações, já que uma boa pesquisa demanda 
não só o tempo e esforço do pesquisador, mas também a contribuição de, às 
vezes, centenas de pessoas que se dispõem a participar, respondendo entrevistas 
e questionários. 
O Agente de Projetos Sociais deve se mostrar respeitoso com a disposição e tempo 
das pessoas, com suas expectativas e com os recursos envolvidos no projeto em 
que participa. É importante não se limitar e fazer uma boa mistura de fontes de 
dados, buscando sempre precisão e credibilidade nos diagnósticos sobre a realidade.
Uma combinação dos dados secundários e primários, qualitativos e quantitativos 
no mesmo processo de coleta permite a obtenção de informações e indicadores 
que dão uma noção mais abrangente e integrada, auxiliando o processo de tomada 
de decisão.
06
 
23
UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
Ainda, ao preparar os instrumentos de coleta de dados, questionários e entrevistas, 
por exemplo, o Agente de Projetos Sociais deve ter em mente o processo de tabulação 
dos dados depois da coleta. Atualmente os softwares disponíveis on-line já oferecem 
a possibilidade de criar questionários que podem ser tabulados automaticamente 
em um formulário bastante simples quando preenchido on-line.
Para ampliar as chances de sucesso na coleta de dados, faça 
uma versão-teste de seus instrumentos e aplique a um reduzido 
número de pessoas, com objetivo de saber se as perguntas são 
mesmo aquelas que lhe darão os dados necessários para que 
os objetivos da pesquisa sejam alcançados. 
Somente depois de validar o instrumento, vá a campo para coletar os dados junto 
a sua amostra estatisticamente relevante.
É importante considerar que um mesmo instrumento pode permitir a coleta de dados 
qualitativos e quantitativos. O Quadro 4 apresenta exemplos do uso de um mesmo 
tipo de instrumento para coleta de diferentes tipos de dados.
Quadro 4 - Instrumentos e coleta de dados
Usando o 
questionário
Dados qualitativos: para coletar dados qualitativos em um questionário, em geral, usam-se 
perguntas abertas, ao contrário das perguntas fechadas, em que são dadas algumas opções 
de resposta para que a pessoa assinale a alternativa que melhor representa sua opinião. 
A pergunta aberta permite qualquer resposta por parte da pessoa entrevistada. As opiniões 
dos participantes são registradas e posteriormente analisadas.
Dados quantitativos: para coletar dados quantitativos, normalmente as perguntas do 
questionário são mais estruturadas. Ou seja, são oferecidas possíveis respostas e a 
pessoa indica aquela que melhor representa sua opinião. Isso garante a uniformidade de 
entendimento dos entrevistados.
Usando a 
entrevista
Dados qualitativos: esse tipo de dado é coletado em entrevistas que proporcionam 
discussão em grupo ou em entrevistas em profundidade, com perguntas abertas e em 
forma de conversa. O entrevistador pode fazer perguntas que não estavam planejadas, 
baseando-se nas respostas obtidas durante a entrevista. Para as discussões em grupo, 
as pessoas (em média oito) são convidadas para um bate-papo realizado em salas especiais 
com circuito de gravação em áudio e vídeo. Nas entrevistas em profundidade, é feito o 
agendamento prévio com o entrevistado e a sua aplicação é individual, em local reservado. 
Este procedimento garante a concentração do respondente.
Dados quantitativos: em entrevistas, pode-se coletar também dados quantitativos, em 
geral através de perguntas mais diretas que buscam identificar, por exemplo, a frequência 
com que o respondente apresenta determinado comportamento. Na entrevista, o Agente de 
Projetos Sociais tem a oportunidade de aprofundar seu conhecimento a partir da resposta, 
explorando outros dados, também qualitativos.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
No Quadro 5,conheça um modelo de questionário e um modelo de roteiro de 
entrevista para coleta de dados quantitativos e qualitativos a partir do exemplo que 
se está trabalhando neste curso.
0606
Quadro 5 - Modelo de questionário e modelo de roteiro de entrevista
Q
U
ES
TI
O
N
Á
RI
O
Tema: Saúde de crianças e adolescentes do bairro 
1. Idade: ___
2. Tem filhos ou é responsável por alguma criança ou adolescente com 
17 anos ou menos? ( ) Sim ( ) Não. Se sim, quantos? ___
3. Soma da renda de todas as pessoas da família:
( ) Entre R$ 0 e R$ 250,00
( ) Entre R$ 251,00 e R$ 500,00
( ) Entre R$ 501,00 e R$ 750,00
( ) Entre R$ 751,00 e R$ 1.000,00
( ) Entre R$ 1.001,00 e R$ 1.500,00
( ) Entre R$ 1.501,00 e R$ 2.000,00
( ) Entre R$ 2.001,00 e R$ 3.000,00
( ) Entre R$ 3.001,00 e R$ 5.000,00
( ) Mais de R$ 5.001,00
4. Quantas pessoas dependem dessa renda? ___
5. Algum dos membros de sua família, com 17 anos ou menos, precisou usar 
o centro de saúde do bairro no último ano? 
( ) Sim. Se sim, assinale o motivo que levou a usar o centro de saúde:
( ) doença ou mal-estar; Se foi por doença, qual? ______________________
( ) emergência por acidente;
( ) exame de rotina;
( ) buscar informações;
( ) outro motivo. Qual? _____________________________________________
Atribua uma nota de 0 a 5 sobre como foi sua experiência, sendo que “0” 
significa péssimo e “5” significa excelente: ___
( ) Não. Se não, assinale o motivo principal de não ter usado o centro de 
saúde no último ano:
( ) não houve doença ou emergência; 
( ) a família tem plano de saúde e foi a médicos/hospitais privados;
( ) medicou-se em casa, ou com aconselhamento de amigos;
( ) foi a outro centro de saúde público, fora do bairro;
( ) outro motivo. Qual? _____________________________________________
Com base no que você conhece sobre os serviços prestados no centro de 
saúde, atribua uma nota de 0 a 5, sendo que “0” significa péssimo e “5” 
significa excelente: ___
6. O que você acha que poderia melhorar no centro de saúde?
__________________________________________________________________
7. Qual foi ou é a principal doença (a qual tenha sido necessários cuidados 
médicos) que as crianças e adolescentes que vivem com você apresentaram 
ou apresentam?
__________________________________________________________________
continua 
06
 
25
UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
 
EN
TR
EV
IS
TA
Tema: Saúde de crianças e adolescentes do bairro 
Roteiro
1. Fale sobre a vida no bairro, especialmente para as crianças que moram 
por aqui.
2. O que seus filhos (crianças e adolescentes sob sua responsabilidade) 
gostam de fazer?
3. Quais são os principais riscos para a saúde das crianças e adolescentes 
que moram no bairro?
4. O que você faz quando as crianças ficam doentes ou têm uma 
emergência? Fale da sua experiência.
5. Sobre o tema da saúde, fale das coisas que funcionam bem no bairro.
6. Sobre o tema da saúde, fale das coisas que funcionam mal no bairro.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).
Quando o Agente de Projetos Sociais estiver buscando conhecer as características 
de uma determinada população, a amostragem é fundamental para produzir dados 
confiáveis em sua pesquisa de demandas. Veja, a seguir, um exemplo de produção 
de amostragem no Quadro 6.
06
 
26
UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
Quadro 6 - Exemplo de produção de amostragem
Imagine que em uma comunidade existam 03 famílias e você precisa saber a 
média de renda mensal (por pessoa) das famílias na comunidade. Para obter 
esse dado, você vai à casa de cada uma delas e pergunta a renda mensal 
somada que elas obtêm (salários de todos que trabalham, benefícios, outras 
rendas), dividindo esse valor pelo número de pessoas na família:
Família 01, com 5 pessoas: R$ 2.000,00 / 5 = R$ 400,00 de renda por pessoa
Família 02, com 4 pessoas: R$ 2.400,00 / 4 = R$ 600,00 de renda por pessoa
Família 03, com 4 pessoas: R$ 1.600,00 / 4 = R$ 400,00 de renda por pessoa
Agora, para se obter a média de renda mensal por pessoa das famílias nessa 
comunidade, somam-se as rendas por pessoa obtidas no cálculo anterior 
e divide-se o resultado pelo número total de famílias da comunidade, ou seja, 03.
Fórmula para calcular a média simples: 
x = x1 + x2 + … + xn—
n
Média de renda por pessoa das famílias da comunidade =
R$ 400,00 + R$ 600,00 + R$ 400,00 = R$ 1.400,00 = R$ 466,66
03 03
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).
Agora imagine que, em outra comunidade, existam 1.500 famílias. Seria inviável ir 
a cada casa para levantar os dados, certo? 
Nesse caso, para facilitar o trabalho de obter dados 
confiáveis a respeito de uma população, são usadas 
técnicas de amostragem. Ou seja, estuda-se um grupo 
menor que seja representativo de uma população que 
se quer conhecer. A forma mais comum é a chamada 
amostragem aleatória simples.
Veja, no Quadro 7, como estabelecer o tamanho 
da amostra.
A amostragem aleatória simples é 
o estabelecimento de uma amostra. 
Ou seja, um grupo menor que repre-
senta a população que se quer 
conhecer, em que a seleção de quem 
vai compor a amostra ocorre de forma 
aleatória. Ou seja, sem que se esta-
beleça nenhum critério ou prioridade, 
simplesmente ao acaso. É comum que 
a amostra aleatória seja definida até 
por sorteio. 
06
 
27
UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
Quadro 7 - Definindo o tamanho da amostra
Primeiro é preciso estabelecer qual será o tamanho necessário da amostra 
para que os resultados possam ser generalizados para a população. Isso se 
faz usando-se duas fórmulas: 
A) n0 =
(E0)
2
1
onde:
n0 é uma primeira ideia de tamanho da amostra
E0 é a margem de erro aceitável em sua pesquisa (pode-se definir em 5% = 
0,05. Significa dizer que os resultados que você obterá analisando a amostra 
podem ser diferentes do resultado que você teria se coletasse o dado de 
todas as 1.500 famílias em 5% para mais ou 5% para menos)
B) n =
N + n0
N . n0
onde: 
N é o número de elementos da população (1.500 famílias)
n é o tamanho da amostra (é o que você quer encontrar)
Assim, para saber a quantas famílias você deve perguntar a respeito da renda 
familiar, usa-se o seguinte cálculo:
A) n0 =
(0,05)2
1
0,0025
1→ n0 = → n0 = 400
B) n =
1500 + 400
(1.500) . (400) n =
1.900
600.000→ n = 315,78 ou 316 famílias.→
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).
Agora que você sabe quantas famílias devem participar da pesquisa para que os 
dados possam ser generalizados para a população, é hora de buscar uma amostra 
que seja representativa da variedade de famílias que compõem a população. 
A amostragem aleatória simples é a técnica mais utilizada para isso. 
Primeiro, com o registro de todas as famílias que moram na comunidade, atribua um 
número para cada família. Depois, sorteie famílias de forma aleatória (no mínimo 316) 
e envie a elas o questionário com as informações que deseja saber, certificando-se 
de receber ao menos 316 respostas.
O número de 316 respostas é um número bem menor do que o de 1.500, mas ainda 
é um número grande para se estabelecer uma média, ao menos para fazê-lo sem 
auxílio de um programa. Por isso, use um programa de computador que facilite 
essa tarefa, como o Microsoft Excel, por exemplo. 
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Com o auxílio de um programa como esse, você poderá obter a média de renda 
mensal por pessoa na comunidade, com uma margem de erro de 5% para mais 
ou para menos. O Quadro 8 apresenta a sequência que utilizaremos no programa 
Microsoft Excel.
Quadro 8 - Passos na utilização do Microsoft Excel para obter a média
Passo 1: Insira os dados coletados em uma tabela na planilha.
Passo 2: Acesse .
Passo 3: Selecione todas as células da coluna Renda mensal. O resultado 
do exemplo é que a média da renda mensal por pessoa das famílias da 
comunidade x é de R$ 371,49.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).06
 
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Como você pôde observar, obter a amostragem e levantar dados que podem ser 
generalizados para uma população inteira demanda grande esforço e cuidado. 
Por isso, é importante reforçar o zelo em identificar os dados a serem levantados e 
os instrumentos de coleta, bem como a estratégia de fazer uma aplicação-teste dos 
instrumentos, para que possam ser feitas eventuais correções antes de encaminhá-los 
para a amostra.
Uma etapa importante, durante a pesquisa para identificação de demandas, é a 
escolha de fontes para dados estatísticos. Entre essas fontes, estão as oficiais, que 
podem oferecer parâmetros confiáveis que o Agente de Projetos Sociais poderá 
utilizar. Todas as fontes recomendadas podem ser encontradas em mecanismos de 
busca na internet. Nos sites, procure por palavras como publicações, estatísticas, 
dados, pesquisas, relatórios ou documentos. 
O Quadro 9 apresenta algumas fontes estatísticas oficiais para a coleta de dados 
secundários.
Quadro 9 - Fontes de pesquisa de dados
Âmbito Instituição Características
Federal
Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística (IBGE)
É o principal órgão de dados e estatísticas no país, 
responsável pela contagem da população brasileira, 
definindo, em dados quantitativos e qualitativos 
(como raça, idade, renda), suas características (Censo 
Populacional). Essa contagem é realizada a cada 10 anos.
DataSus
Ligado ao Ministério da Saúde, reúne todos os dados 
ligados ao Sistema Único de Saúde – o SUS.
Instituto Nacional de Estudos e 
Pesquisas Educacionais Anísio 
Teixeira (Inep)
Ligado ao Ministério da Educação, sua missão é promover 
estudos e pesquisas sobre o Sistema Educacional 
Brasileiro. Entre outras ações, é responsável pelo 
Censo Escolar, uma pesquisa que identifica em dados 
qualitativos e quantitativos (como o número de escolas, 
onde estão localizadas, os indicadores de qualidade de 
ensino) as características das escolas do país.
Instituto de Pesquisa Econômica 
Aplicada (Ipea)
É vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da 
Presidência da República e realiza pesquisas para 
subsidiar as decisões do governo em relação às medidas 
que deve tomar para promover a melhor qualidade de 
vida da população, ou seja, as políticas públicas. 
Sistema de Informação para a 
Infância e Adolescência (SIPIA).
Oferece estatísticas nacionais sobre a situação das 
crianças e adolescentes.
Mapa da Violência
Estudo periódico que traz indicadores sobre segurança 
no Brasil.
Estadual 
Fundações de Amparo à Pesquisa 
(diversos estados)
Publicam pesquisas financiadas, oferecendo dados em 
diversas áreas.
Secretarias de Estado de Planeja-
mento e Gestão
Publicam os orçamentos estaduais e outros dados úteis 
referentes à gestão pública em diversos estados.
Universidades Estaduais Publicam pesquisas de acadêmicos e professores.
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Âmbito Instituição Características
Cooperação 
científica, 
técnica e 
tecnológica 
(organismos 
multilaterais): 
Agências das Nações Unidas (FAO, 
OIT, UNESCO, PNUD, OMS e outros) 
São ricas fontes de pesquisa de dados estatísticos. 
Frequentemente oferecem oportunidade de análise 
comparativa entre países e regiões do mundo.
Instituto Interamericano de Coope-
ração para a Agricultura – LICA
Publica documentos técnicos com dados sobre inovação 
na área de agricultura e produção.
Organização dos Estados Americanos 
– OEA.
Publica relatórios e dados sobre os países americanos, 
além de resoluções e normas adotadas entre os países.
União Europeia
Publica relatórios e dados sobre os países europeus e 
relatórios de cooperação internacional.
Comissão Econômica para a América 
Latina e o Caribe (CEPAL)
Também ligada à ONU, merece destaque pela atenção 
que dispensa aos dados e estatísticas da região. É uma 
rica fonte de pesquisa na área econômica.
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).
A seguir, veja mais algumas fontes que trazem publicações úteis para coleta de 
dados e que, em algum momento, o Agente de Projetos Sociais poderá utilizar.
 X Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES 
 X Fundação Banco do Brasil – FBB
 X Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN 
 X Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq
 X Financiadora de Estudos e Projetos – FINEP
 X Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de 
Nível Superior – CAPES
 X Sistema Embrapa de Planejamento – SEP
 X Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis – IBAMA
 X Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico – PADCT
 X Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de Tecnologia Agropecuária para 
o Brasil – PRODETAB
 X Programa de Capacitação de Recursos Humanos para Atividades 
Estratégicas – RHAE/CNPq
 X Fundo Nacional do Meio Ambiente – FNMA
 X Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI
 X Serviço Social da Indústria – SESI
 X Instituto Euvaldo Lodi – IEL Nacional
 X Serviço Brasileiro de Apoio a Pequenas e Médias Empresas – SEBRAE
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 X Organização Internacional de Madeiras Tropicais – ITTO
 X Organização da Aviação Civil Internacional – OACI
 X Organização Internacional de Meteorologia – OMM
 X Organização Pan-Americana de Saúde – OPAS
A seguir, você estudará a análise de dados e alguns conceitos relevantes sobre 
demandas sociais e ambientais que o ajudarão a desenvolver um olhar mais apurado 
sobre as necessidades das comunidades e as oportunidades de atuação como 
Agente de Projetos Sociais.
1.3 ANÁLISE DE DADOS
Analisar dados é extrair deles informações, 
de forma racional e lógica, dando-lhes uma 
razão de ser. 
Após a definição do objetivo da iniciativa, da 
necessidade ou oportunidade de intervenção, 
após o diagnóstico, identificação e validação 
das fontes de informações e da coleta de 
dados, a análise tratará de organizar os dados 
em informações comunicáveis e próprias para um processo de tomada de decisão.
Na prática, o registro dos dados coletados no processo pode ser feito: 
 X por meio da tecnologia: gravação em áudio, vídeo, fotografia e outros 
equipamentos;
 X por representação gráfica: mapas, cartografias, gráficos, etc.; e
 X por meio do registro de informações por escrito: diário de campo, 
relatórios, planilhas eletrônicas, lista de frequência, atas, cronogramas, 
pautas de trabalho, teste de verificação, etc.
Na coleta de dados, há a preocupação de explorar amplamente 
um grande número e uma grande variedade de questões, 
obtendo-se a maior quantidade de registros possível. Na análise 
de dados, o objetivo é ordenar e organizar os dados brutos de 
modo que seja possível extrair informações úteis deles. 
A análise é um processo constante, no qual o pesquisador está, a todo momento, 
combinando os dados, elaborando informações que possam explicar fenômenos, 
encontrando padrões generalizáveis e respostas aos problemas e inquietudes que 
levaram ao desafio da pesquisa. É a partir da análise dos dados, seja ela coletada por 
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meio de entrevista, observação ou questionários, que informações serão elaboradas 
para que seja feita uma prosposta de intervenção.
Um passo anterior à análise é o tratamento dos dados, sua tabulação. A tabulação 
de dados coletados em entrevistas e questionários é uma tarefa que demanda tempo 
e planejamento. Como já comentado anteriormente, ao elaborar os instrumentos 
de coleta, considere a tarefa de tabulação e tenha em mente que pode contar com 
ferramentas tecnológicas que facilitam bastante o trabalho de reunir os dados 
coletados de vários formulários em um documento rico em informações.
Para a tabulação, juntam-se os dados coletados de todos os participantes, reunindo-os 
por item do instrumento de coleta. Em umaentrevista, por exemplo, dividem-se 
todas as respostas em categorias, de acordo com o tipo de informação que se 
busca. Em um questionário, por exemplo, reúnem-se as respostas de todos os 
participantes por questão e organizam-se os dados em uma tabela.
Analise, no Quadro 10, um exemplo de uma entrevista semiestruturada. Ou seja, 
em que as perguntas são definidas previamente pelo pesquisador, guiando sua 
conversa com o entrevistado.
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 Quadro 10 - Entrevista semiestruturada
Tema: Saúde de crianças e adolescentes do bairro
Roteiro para a coleta de dados:
1. Fale sobre a vida no bairro, especialmente para as crianças que moram 
por aqui.
2. O que seus filhos/crianças e adolescentes, sob sua responsabilidade, 
gostam de fazer?
3. Quais são os principais riscos para a saúde das crianças e adolescentes 
que moram no bairro?
4. O que você faz quando as crianças ficam doentes ou há uma emergência? 
Fale da sua experiência.
5. Sobre o tema da saúde, fale das coisas que funcionam bem no bairro.
6. Sobre o tema da saúde, fale das coisas que funcionam mal no bairro.
Categorias para separar as respostas na tabulação:
a) Estilo de vida das crianças e adolescentes (o que fazem, como fazem, rotina);
b) Potenciais agentes causadores de doença (clima, infraestrutura pública, 
vulnerabilidade social, outros);
c) Ativos locais para recuperação da saúde (liderança comunitária, medicina 
caseira, postos de saúde, outros).
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).
Analise, no Quadro 11, um exemplo de questionário (itens 1 a 4) produzido na 
pesquisa com o tema: saúde de crianças e adolescentes do bairro.
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 Quadro 11 - Questionário
1. Idade: ____
2. Tem filhos ou é responsável por alguma criança ou adolescente com 17 anos 
ou menos? ( ) Sim ( ) Não. Se sim, quantos? ___
3. Soma da renda de todas as pessoas da família:
( ) Entre R$ 0 e R$ 250,00
( ) Entre R$ 251,00 e R$ 500,00
( ) Entre R$ 501,00 e R$ 750,00
( ) Entre R$ 751,00 e R$ 1.000,00
( ) Entre R$ 1.001,00 e R$ 1.500,00
( ) Entre R$ 1.501,00 e R$ 2.000,00
( ) Entre R$ 2.001,00 e R$ 3.000,00
( ) Entre R$ 3.001,00 e R$ 5.000,00
( ) Mais de R$ 5.001,00
4. Quantas pessoas dependem dessa renda? ___
Fonte: Elaborado pelo autor (2015).
Imagine fazer uma aplicação-teste com o questionário, submetendo-o a cinco famílias. 
A Figura 5 apresenta a tabulação das questões 1 a 4, usando uma planilha do Microsoft 
Excel. Mas lembre-se, conforme afirmamos anteriormente, o mesmo trabalho pode 
ser feito em outras planilhas eletrônicas como a do BrOffice, por exemplo.
Figura 5 - Tabulação de questões
Fonte: Elaborada pelo autor (2015).
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Com os dados tabulados, podemos fazer uma análise, extraindo informações como: 
 X As pessoas que responderam são, em sua maioria, jovens e possuem 
filhos com 17 anos ou menos.
 X Sabendo que, segundo o IBGE, a taxa de fecundidade (número médio de 
filhos por mulher) no Brasil em 2015 é de 1,72, três das famílias apresentam 
mais do que o dobro da média nacional.
 X Duas das pessoas que responderam (família 01 e família 02) provavelmente 
criam os filhos sozinhas. No caso da família 01, ela possui três filhos 
na faixa etária perguntada e afirma que quatro pessoas dependem da 
renda. No caso da família 02, ela possui quatro filhos e afirma que cinco 
dependem da renda.
 X Outra informação extraída do instrumento de coleta é a renda mínima e 
máxima por pessoa na família. Ela foi obtida dividindo-se os valores de 
renda descritos no questionário e assinalados pela família, pelo número 
de pessoas dependendo da renda. Por exemplo, a família 01 assinalou 
renda entre R$ 1.501,00 e R$ 2.000 para quatro pessoas. Assim: 1.501 / 4 
e 2.000 / 4 = mínima de 375,25 e máxima de 500,00 por pessoa. 
Observe, na Figura 6, que, no campo de fórmula do Microsoft Excel, na planilha 
eletrônica que estamos utilizando como exemplo, foi usada uma fórmula para fazer 
a divisão entre os dados inseridos na planilha.
Figura 6 - Planilha eletrônica
Fonte: Elaborada pelo autor (2015).
Durante a análise de dados, novas combinações vão sendo realizadas e informações 
relevantes vão surgindo. Este é mais um motivo para aplicar os instrumentos de 
coleta antes em um grupo-teste. Assim, pode-se testar combinações e verificar se 
o instrumento pode ser aprimorado para melhorar a pesquisa.
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1.4 DEMANDAS AMBIENTAIS E SOCIAIS
Os direitos dos cidadãos apresentam-se como 
fundamento da política pública. São uma con-
quista da civilização, e a desigualdade na garantia 
desses direitos é pauta das lutas políticas no 
espaço público.
As prioridades contempladas pelas políticas 
públicas nascem da sociedade civil e exatamente 
por isso estão em permanente disputa. Sendo 
assim, as demandas e necessidades tornam-se prioridade efetiva quando ingressam 
na agenda do Estado, tornando-se interesse e tarefa do poder público, e não mais 
apenas de grupos organizados da sociedade.
Neste estudo, serão tratadas por demandas 
as reinvindicações e as necessidades que se 
apresentam nas áreas sociais e ambientais.
As demandas socioambientais devem ser compreendidas e validadas com o auxílio e 
interpretação de indicadores, e atendidas por meio de programas e projetos liderados 
tanto por agentes governamentais como não governamentais (indivíduos, associações, 
fundações e empresas). Identificá-las exige grande pesquisa e conhecimentos 
técnicos que devem ser complementados com dados colhidos junto às populações 
diretamente implicadas. 
A seguir, será abordado, de modo mais detalhado, o que são demandas ambientais 
e demandas sociais e este detalhamento contribuirá na identificação de suas 
características.
1.4.1 Demandas ambientais
Elas dizem respeito a uma ampla variedade 
de causas relacionadas à manutenção das 
condições para a vida harmônica entre as 
espécies. Considera-se aqui a preservação 
da natureza em relação ao impacto da ação 
humana, incluindo elementos minerais. O olhar 
às demandas ambientais, considerando, como 
ponto de partida, a ação do homem, ajuda no 
reconhecimento de nossas capacidades e influências sobre as condições de vida 
no planeta. 
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UNIDADE CURRICULAR 1: PESQUISAR DEMANDAS SOCIAIS NA COMUNIDADE
A partir da década de 90, as questões ambientais entraram fortemente na agenda 
global, destacando-se a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento em 1992 (conhecida como ECO 92), no Rio de Janeiro. A conferência 
foi organizada para debater formas de reduzir os impactos de nosso modo de vida 
em relação ao ecossistema. No final da Conferência, foi elaborada a Agenda 21, 
documento que estabeleceu parâmetros para o desenvolvimento sustentável. 
A agenda propõe adequar eficiência econômica 
à proteção ambiental e à justiça social. Outro 
conceito consolidado na ECO 92 é o de desenvol-
vimento sustentável, sendo a sustentabilidade 
compreendida como o compromisso presente 
pela manutenção das possibilidades e oportuni-
dades das gerações futuras de atender suas 
próprias necessidades. 
De 1992 para cá, muitos avanços foram verificados em termos de proteção ambiental, 
mas tantos outros desafios surgiram, entre eles a questão das mudanças climáticas 
e o complexo debate em torno da responsabilidade das atividades humanas nessas 
mudanças. 
Independentemente dos posicionamentos sobre se a humanidade é mais ou menos 
responsável pelas mudanças climáticas, a atenção dos pesquisadores tem provocado 
o surgimento de novas formas de conduzir nossas escolhas de maneira a diminuir 
o impacto de nossas vidas no ecossistema, que é o sistema onde se vive, com 
suas características biológicas, físicas e químicas que têm influência

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