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Núcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
Revisão Ortográfica: Fabiana Miraz de Freitas Grecco
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora: Paloma Barros Duarte
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
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Esta unidade apresentará como o demasiado crescimento 
populacional brasileiro e mundial tem gerado um aumento na dispo-
sição de materiais oriundos de atividades construtivas e os ganhos 
que o reaproveitamento de Resíduos da Construção Civil e Demolição 
(RCD) trazem tanto para a sociedade quanto para o meio ambiente. 
Neste material serão elencadas formas de reduzir significativamente 
estes impactos e reaproveitar os materiais descartados para outros 
fins, promovendo a diminuição da geração de resíduos, ou seja, re-
duzir a menor quantidade e volume viável desses materiais gerados, 
como também sua periculosidade, antes de depositá-los no meio am-
biente. Em seguida, serão abordadas as legislações e normas dos 
RCD, e suas referentes classificações e caracterizações segundo a 
Resolução nº 307, de 5 de julho de 2002, do Conselho Nacional do 
Meio Ambiente (CONAMA), que estabelece diretrizes para a gestão 
adequada dos resíduos. Por último, será evidenciado o Plano de Ge-
renciamento de Resíduos da Construção Civil e Demolição (PGRCD), 
que visa identificar a geração de resíduos oriundos de construções, 
reformas, demolições, além de outras obras da construção civil, ob-
jetivando reduzir, reciclar ou reutilizar os resíduos por meio de ações 
cabíveis e apropriadas relacionadas às etapas de triagem, acondi-
cionamento, transporte, reutilização e destinação final dos resíduos. 
Essa matéria é importante por ser a base do estudo do Gerenciamento 
de Resíduos Sólidos e para que a construção civil seja cada vez mais 
sustentável.
Construção Civil. Resíduos da Construção Civil e Demolição. Meio
Ambiente. Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.
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 CAPÍTULO 01
A ORIGEM DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
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Resíduos Sólidos _______________________________________________
A Carência da Gestão de RCD ___________________________________
Classificação segundo a Resolução Conama Nº 307 _____________
Gerenciamento de Resíduos _____________________________________
Entulho na Construção Civil _____________________________________
Desenvolvimento Sustentável e sua Importância _________________
 CAPÍTULO 02
CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Classificação quanto à Periculosidade __________________________ 36
30Recapitulando ________________________________________________
Reciclagem de Entulho Proveniente do Concreto _______________ 45
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Impactos Provenientes da Geração de RCD _____________________
Reutilização de Entulho no Brasil _______________________________
Legislações relativas à Gestão de Resíduos ______________________
41Perdas de Materiais na Construção Civil _________________________
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Usos Recomendados para Agregados Reciclados ________________ 47
Tipos de Usinas de Reciclagem _________________________________ 48
Recapitulando __________________________________________________ 52
 CAPÍTULO 03
PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CI-
VIL E DEMOLIÇÃO
Capacitação __________________________________________________da construção civil gerados entre 2013 e 2014 no Brasil
Fonte: Adaptado de Abrelpe (2014).
É de extrema importância ao meio ambiente que a coleta de 
resíduos da construção civil e sua disposição final sejam realizadas cor-
retamente. Os impactos ocasionados são inúmeros, como exemplo, o 
descarte dos resíduos em passeios e avenidas, dificultando o tráfego de 
pessoas e veículos nesses locais; o sistema de drenagem das águas 
pluviais e dos esgotos fica comprometido; o entupimento de bueiros 
provoca enchentes em períodos chuvosos; a modificação da paisagem 
natural; o assoreamento de rios, lagos e fontes; contenção nas encos-
tas, entre outros desgastes ambientais e sociais que geram.
A reciclagem desses resíduos e/ou sua modificação em maté-
rias primas, que sirvam dentro das próprias construções ou como suporte 
nas pavimentações de estradas e ruas é uma alternativa de grande valia, 
visto que já existem usinas de reciclagem de variados tipos de resídu-
os, possibilitando o aproveitamento deles na própria obra, seja como um 
agregado ou até um material que pode ser usado como artigo decorativo. 
O planejamento das obras também é uma alternativa de suma importân-
cia, pois através dele é possível identificar a geração de resíduos e evitar 
desperdícios, interferindo no custo final da construção. Há ainda máqui-
nas como trituradores que podem ser alugadas em empresas do ramo e 
utilizadas para reciclar os materiais gerados na própria construção.
PERDAS DE MATERIAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Constantemente é debatido e explorado sobre as perdas de 
materiais na construção civil. No Brasil, os estudos profundos realiza-
dos sobre o tema mostram, no momento atual, percentuais bem eleva-
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dos relacionados às perdas de materiais. A exposição desses números 
à sociedade tem gerado certa preocupação nas empresas de constru-
ção civil com relação à sua imagem perante a indústria da construção.
É perceptível o volume de entulho gerado nos canteiros de obra 
dos municípios brasileiros, o que evidencia o real e tão elevado desperdí-
cio de materiais; começando na sua origem, depois pelo transporte, até a 
construção. O principal motivo da geração dos resíduos da construção e 
demolição é ocasionado devido à elevada quantidade de perdas geradas.
A palavra desperdício não se limita somente aos resíduos da 
construção civil, mas sim com toda e qualquer perda que ocorra durante 
o processo. O desperdício é definido como o uso excessivo de um de-
terminado material além do que é preciso. As perdas da construção civil, 
na maioria das vezes, iniciam-se ainda na fase do projeto e se fortificam 
na execução da obra, visto que é nessa primeira fase que é definido os 
métodos construtivos bem como os materiais que serão empregados.
A ausência de detalhamento no projeto ocasiona levantamentos 
impróprios de materiais e mão-de-obra, gerando alteração no orçamento, 
planejamento e cronograma da obra, que, consequentemente, aumentará 
nos valores e na geração de RCD na obra. O desacordo dos mais varia-
dos projetos possui grande ênfase na produção de resíduos. Quando se 
tem a concordância entre os variados projetos que circundam uma obra, 
a redução de desperdícios e de geração de RCD é significativa. Quanto 
mais incompatibilidades forem solucionadas anteriormente à inicialização 
da obra, menos perdas e menor produção de resíduos irão ocorrer. 
A limpeza e o arranjo do canteiro de obras também influem 
diretamente na redução dos resíduos gerados. Quanto mais organizado 
for um canteiro de obras, menor é a perda de materiais e de resíduos 
gerados, como consequência terá mais economia e segurança na obra. 
Dependendo de como é feita a estocagem no canteiro de obras e a 
movimentação dos materiais, pode tanto beneficiar a diminuição das 
perdas quanto aumentar sua geração.
A gestão dos resíduos de construção e demolição começa ain-
da na fase de projeto, com a definição de alternativas adequadas no 
processo de construção e materiais. Em todas as fases de uma obra há 
geração de resíduos, sendo isso algo inevitável. Contudo, quanto mais 
tardar a geração de resíduos, mais eficaz ela se tornará.
É preciso ser estudado e analisado pelas indústrias da cons-
trução civil juntamente com as prefeituras, estados, sociedade e univer-
sidades, o elevado índice de desperdícios de insumos nas construções 
brasileiras. Quem acaba pagando os custos gerados pelo desperdício é 
a sociedade. Estes custos correspondem tanto ao aumento do custo fi-
nal das construções quanto aos encargos inclusos nos impostos cobra-
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dos pelas prefeituras para cobrir os gastos com a retirada, o transporte 
e o tratamento dos RCD. A diminuição das perdas são uma das ações 
que mais geram sustentabilidade nas obras.
No Brasil ainda são poucos empresários que investem e ado-
tam a prática de profissionalização de seus funcionários para estarem 
aptos a desenvolver cada atividade segundo as normas existentes. Isso 
não ocorre devido à grande alternância da mão-de-obra e pela ausência 
de condições de trabalho satisfatória ao funcionário, o que acarreta ele-
vados índices de desperdício e pouca produtividade nas obras.
O significado de perdas na construção civil é frequentemen-
te associado aos desperdícios de materiais. As perdas são conheci-
das como a falta de qualificação devido à utilização de equipamentos, 
materiais e mão-de-obra em proporções elevadas a real necessidade 
de produção da construção. Com isso, as perdas envolvem desde os 
desperdícios de materiais até a realização de atividades insignificantes, 
gerando aumento nos custos extras e não agrega valor.
De acordo com Shingo e Skoyles apud Pucci (2006), as perdas 
podem ser classificadas conforme a possibilidade de serem controla-
das, sua natureza e sua origem, sendo elas:
As Perdas segundo seu Controle
• Perdas inevitáveis (ou perda natural): correspondem a um nível aceitável de 
perdas, que é identificado quando o investimento necessário para sua redução 
é maior que a economia gerada. O nível de perdas considerado inevitável pode 
variar de empresa para empresa e mesmo de obra para obra, dentro de uma 
mesma empresa, dependendo do patamar de desenvolvimento da mesma.
• Perdas evitáveis: ocorrem quando os custos de ocorrência são substancial-
mente maiores que os custos de prevenção. É consequência de um processo 
de baixa qualidade, no qual os recursos são empregados inadequadamente. 
Não se pode afirmar que existe, para cada material, um percentual único de 
perdas que pode ser considerado inevitável para todo o setor. Existem diversos 
valores, os quais dependem do nível de desenvolvimento gerencial e tecnológi-
co da empresa. A competitividade da empresa é alcançada na medida em que 
a organização persegue a redução de perdas continuamente. (PUCCI, 2006).
As Perdas segundo sua Natureza
• Perdas por superprodução: refere-se às perdas que ocorrem devido à pro-
dução em quantidades superiores às necessárias, como, por exemplo: pro-
dução de argamassa em quantidade superior à necessária para um dia de 
trabalho; excesso de espessura de lajes de concreto armado.
• Perdas por substituição: decorrem da utilização de um material de valor 
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ou características de desempenho superiores ao especificado, tais como: 
utilização de argamassa com traços de maior resistência que a especificada; 
utilização de tijolos maciços no lugar de blocos cerâmicos furados.
• Perdas por espera: relacionadas com a sincronização e o nivelamento dos 
fluxos de materiais e as atividades dos trabalhadores. Podemenvolver tanto 
perdas de mão-de-obra quanto de equipamentos, como, por exemplo, para-
das nos serviços originadas por falta de disponibilidade de equipamentos ou 
de materiais.
• Perdas por transporte: as perdas por transporte estão associadas ao ma-
nuseio excessivo ou inadequado dos materiais e componentes em função de 
uma má programação das atividades ou de um layout ineficiente, como, por 
exemplo: tempo excessivo despendido em transporte devido a grandes dis-
tâncias entre estoques e o guincho; quebra de materiais devido ao seu duplo 
manuseio ou ao uso de equipamento de transporte inadequado.
• Perdas no processamento em si: têm origem na própria natureza das ativida-
des do processo ou na execução inadequada dos mesmos. Decorrem da falta 
de procedimentos padronizados e ineficiências nos métodos de trabalho, da falta 
de treinamento da mão-de-obra ou de deficiências no detalhamento e constru-
tividade dos projetos. São exemplos deste tipo de perdas: quebra de paredes 
rebocadas para viabilizar a execução das instalações; quebra manual de blocos 
devido à falta de meios-blocos.
• Perdas nos estoques: estão associadas à existência de estoques excessivos, 
em função da programação inadequada na entrega dos materiais ou de erros 
na orçamentação, podendo gerar situações de falta de locais adequados para a 
deposição dos mesmos. Também decorrem da falta de cuidados no armazena-
mento dos materiais. Podem resultar tanto em perdas de materiais quanto de ca-
pital, como por exemplo: custo financeiro dos estoques; deterioração do cimento 
devido ao armazenamento em contato com o solo e ou em pilhas muito altas.
• Perdas no movimento: decorrem da realização de movimentos desnecessários por 
parte dos trabalhadores, durante a execução das suas atividades e podem ser gera-
das por frentes de trabalho afastadas e de difícil acesso, falta de estudo de layout do 
canteiro e do posto de trabalho, falta de equipamentos adequados, etc. São exem-
plos deste tipo de perda: tempo excessivo de movimentação entre postos de traba-
lho devido à falta de programação de uma sequência adequada de atividades; es-
forço excessivo do trabalhador em função de condições ergonômicas desfavoráveis.
• Perdas pela elaboração de produtos defeituosos: ocorrem quando são fabrica-
dos produtos que não atendem aos requisitos de qualidade especificados. Ge-
ralmente, originam-se da ausência de integração entre o projeto e a execução, 
das deficiências do planejamento e controle do processo produtivo; da utilização 
de materiais defeituosos e da falta de treinamento dos operários. Resultam em 
retrabalhos ou em redução do desempenho do produto final, como, por exemplo: 
falhas nas impermeabilizações e pinturas; descolamento de azulejos.
• Outras: existem ainda tipos de perdas de natureza diferente dos anteriores, 
tais como roubo, vandalismo, acidentes, etc. (PUCCI, 2006).
O desperdício é originário das etapas de execução das obras 
de construção civil, vindo desde o planejamento, projeto, produção dos 
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materiais até a elaboração da obra, contrariando o que muitas pessoas 
pensam, que os desperdícios da construção civil acontecem somente 
na execução da obra, e não nas demais etapas existentes, até a execu-
ção e variando conforme a empresa e os funcionários.
Existem fatores que influenciam na produtividade da execução 
das atividades construtivas, ocasionando, portanto, desperdícios como:
a) Deficiências de projeto e planejamento que dificultam a construtibilidade 
da obra e que, normalmente, são causados pela falta de detalhamento no 
projeto;
b) Ineficiência da gestão administrativa que enfatiza a correção dos proble-
mas ao invés da prevenção dos mesmos. Isto ocorre devido ao pouco envol-
vimento dos administradores com o processo produtivo;
c) Métodos ultrapassados e/ou inadequados de trabalho que não observam 
as experiências advindas de projetos anteriores, o que ocasiona a repetição 
dos erros;
d) Pouca vinculação da obra com as atividades denominadas de apoio, 
como: compras, estoques e manutenção;
e) Problemas com os recursos humanos decorrentes da pouca especializa-
ção da mão-de-obra e alta taxa de turnouver do setor;
f) Problemas com a segurança dos trabalhadores gerados, principalmente, pelo 
não fornecimento e/ou uso dos equipamentos de proteção individual ou coletivo;
g) Deficiências dos métodos utilizados para o controle de custos projetados e 
executados. (SERPELL, 1993).
RECICLAGEM DE ENTULHO PROVENIENTE DO CONCRETO
Há relatos de que a partir de 1984, na Holanda, adotaram regula-
mentações referentes à agregados de concreto para testar controles e limi-
tar a aceitação deles. Estas regulamentações se baseiam na recomenda-
ção própria do agregado britado de concreto, conhecida como CUR-VB 4.
O agregado britado de concreto é necessário compor 95% em 
sua totalidade, conforme determinado na recomendação CUR-VB 4. Os 
materiais de segundo plano, como exemplos os tijolos compostos de ar-
gila ou de areia calcária, o concreto leve ou espumoso, os materiais cerâ-
micos, as argamassas de alvenaria (exceto qualquer material que tenha 
em sua composição o gesso) devem compor-se de até 5% de seu total. E 
em terceiro plano, não passando de 1%, o agregado britado de concreto 
deve constituir-se de materiais como a madeira, o vidro, o papel, etc.
De forma geral, os resíduos provenientes de materiais cons-
trutivos possuem um enorme volume de elementos. Esses provêm de 
sobras de materiais usados nas construções, nas demolições, em res-
tos de materiais fabricados para a construção civil sem serem utilizados 
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nos canteiros de obras, que são as usinas de concreto, como exemplo.
O entulho, utilizado sozinho ou em conjunto com o solo, ne-
cessita ser processado em máquina de britagem e triturado até atingir a 
granulometria que se deseja, e pode apresentar antecipada contamina-
ção no solo, desde que em proporção menor ou igual a 50% em volume.
Segundo Zordan (2001) o resíduo ou a mistura pode ser utilizado 
como complemento de subleito, sub-base ou base de pavimentação, levan-
do em conta as etapas consequentes: abertura e preparação da caixa (ou 
regularização mecânica da rua, para o uso como revestimento primário), 
corte e/ou escarificação e destorroamento do solo local (para misturas), 
umedecimento ou secagem da camada, homogeneização e compactação.
O entulho proveniente das usinas de reciclagem, cuja parcela 
mineral é fragmentada em britadores de impacto, é utilizado como agre-
gado no concreto, substituindo ao mesmo tempo a areia e brita geral-
mente utilizadas. A mistura é tradicionalmente de cimento e água, sendo 
esta com quantidade superior pelo fato de absorver bastante o entulho.
Reciclagem de Entulho como Agregado para o Concreto
O entulho proveniente das usinas de reciclagem pode empre-
gar como agregado para concreto sem finalidade estrutural, fundamen-
tado na modificação dos agregados convencionais, composto por areia 
e brita. As principais vantagens da utilização do entulho como agrega-
dos para concreto são:
I. Utilização de todos os componentes minerais do entulho (tijolos, argamas-
sas, materiais cerâmicos, areia, pedras, etc.), sem a necessidade de separa-
ção de nenhum deles;
II. Economia de energia no processo de moagem do entulho (em relação à 
sua utilização em argamassas), uma vez que, usando-o no concreto, parte 
do material permanece em granulometrias graúdas;
III. Possibilidade de utilização de uma maior parcela do entulho produzido, 
como o proveniente de demolições e de pequenas obras que não suportam 
o investimento em equipamentos de moagem/ trituração;
IV. Possibilidade de melhorias no desempenho do concreto em relação aos 
agregados convencionais,quando se utiliza baixo consumo de cimento. 
(ZORDAN, 2001)
Já como desvantagens dessa prática tem-se:
I. A presença de faces polidas em materiais cerâmicos (pisos, azulejos, etc.) 
interfere negativamente na resistência à compressão do concreto produzido;
II. Uma das grandes dificuldades encontradas para a produção de agregados 
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reciclados de concreto é a seleção e a caracterização das propriedades des-
tes materiais. O concreto demolido pode estar misturado com solo ou outros 
resíduos de materiais de construção, ou ainda pode conter impurezas;
III. A coleta de entulho para o processo de reciclagem encontra dificuldades, 
como por exemplo, o tráfego intenso na rua, dificulta acesso á construção 
para descarga de materiais, ou retirada de entulhos e outros, pois não se tem 
um estudo prévio da logística adequada e seu reaproveitamento ordenado. 
(ZORDAN, 2001)
Reciclagem de Entulho como Agregado para Preparação de Arga-
massas
O entulho processado em equipamentos chamados de "arga-
masseiras", que são responsáveis por triturar o entulho em granulome-
trias semelhantes às da areia, em torno da própria construção, pode 
ser usado como agregado para argamassas de assentamento e reves-
timento. Já as vantagens desse tipo de reciclagem, tendo como base 
agregados de argamassas são:
I. Utilização do resíduo no local gerador, o que elimina custos com transporte;
II. Efeito Pozolânico apresentado pelo entulho moído;
III. Redução no consumo do cimento e da cal;
IV. Ganho na resistência a compressão das argamassas. (ZORDAN, 2001)
O entulho gerado, além de ser empregue como tipos de agre-
gados citados acima, apresenta outros usos, como:
a) Utilização de concreto reciclado como agregado;
b) Cascalhamento de estradas;
c) Preenchimento de vazios em construções;
d) Preenchimento de valas de instalações;
e) Reforço de aterros (taludes). (ZORDAN, 2001)
USOS RECOMENDADOS PARA AGREGADOS RECICLADOS
Organizando um sistema de coleta eficiente, estimulando e fa-
vorecendo o acesso às áreas de disposição correta do município, mini-
miza-se o problema da disposição incorreta dos entulhos. A partir desse 
processo concluído faz-se possível introduzir técnicas de reciclagem 
para o reaproveitamento desses resíduos. O acúmulo dos resíduos faz-
-se mais barato seu processo de reaproveitamento.
O entulho é gerado a partir do excesso da utilização de materiais 
para as edificações, ele pode sobrepor instrumentos geralmente retira-
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dos de jazidas ou transformar-se em matéria prima para constituintes de 
obras, mantendo a qualidade se comparado aos itens habituais. É rea-
lizável a produção de agregados finos e graúdos, como a areia e brita, 
usadas em obras de pavimentação, contenção de encostas, canalização 
de córregos e na produção de argamassas e concreto. Podem-se produ-
zir componentes de construção, como blocos, tubos para drenagem, pla-
cas, entre outros (VER TABELA 3). É possível obter semelhança em rela-
ção ao desempenho desses produtos se comparado aos convencionais.
Na reciclagem dos resíduos da construção civil pode haver a 
utilização de instalações e aparatos de custo mais baixo, mas existem 
opções mais sofisticadas que facilitam o processo executando-o dentro 
da obra que gera o entulho, o que elimina os custos de transporte.
Tabela 3 – Características e usos recomendados para agregados reciclados
Fonte: Adaptado de Urbem Tecnologia Ambiental - Abrecon (2006).
TIPOS DE USINAS DE RECICLAGEM
As usinas de reciclagem de RCD são compostas por, basicamen-
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te, duas categorias diferenciando com relação à sua flexibilidade, sendo:
Usinas de Reciclagem Fixas
As Usinas de Reciclagem Fixas (VER FIGURA 4) são aloca-
das em um lote cujo tamanho difere conforme a aptidão de processa-
mento da usina. Portanto, quanto maior for sua extensão, maior será a 
área precisa para construção. Esse tipo de usina necessita preparar a 
fundação onde será instalada. Da etapa da instalação até o início dos 
processos de reciclagem levam, em média, 30 dias para realizar essa 
construção. Em todo mercado é a forma mais econômica, contudo é 
bastante limitada devido à questões de concorrência comercial.
Figura 4 - Usina de Reciclagem Fixa de RCD
Fonte: Portal Resíduos Sólidos (2014).
Usinas de Reciclagem Móveis
As Usinas de Reciclagem Móveis de RCD são constituídas 
particularmente por três elementos, sendo eles um caminhão no mode-
lo Roll On Roll Off, uma britadeira móvel e uma peneira rotatória móvel 
que geralmente fica presa como reboque no caminhão. É de suma im-
portância definir o estilo de negócio de forma a obter maiores lucros.
As britadeiras móveis são compostas de apenas um bloco que 
geralmente varia segundo a dimensão do container, podendo ser de 20” ou 
40” conforme sua habilidade de processamento. Essas britadeiras normal-
mente são usadas em locais fixos ou até alugadas para obas em locais di-
versos. Conforme cada fabricante, esse tipo de usina pode tranquilamente 
ser transportada por caminhões do tipo Roll On Roll Off (VER FIGURA 5).
A principal vantagem deste tipo de usina é que o profissional 
que adquiri-la conseguirá levar todo o sistema para qualquer local onde 
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seu negócio será adotado. Se utilizado corretamente, esse sistema tra-
rá bastante lucro e será bem flexível.
Figura 5 - Usina de Reciclagem Móvel de RCD com peneira móvel
Fonte: Portal Resíduos Sólidos (2014).
Das vantagens de empregar o uso das usinas de reciclagem 
móveis, podemos pontuar:
a) Sua mobilidade torna o empreendimento extremamente competitivo;
b) Pode atuar em um ponto fixo ou atender grandes obras diretamente no local;
c) Diminui custos de logística e construção de fundamento de base;
d) Alta capacidade de adaptação geográfica do mercado;
e) Versões a diesel ou energia elétrica;
f) Pode ser locada completamente por empresas do setor;
g) Alta capacidade de processamento. (PORTAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS, 
2012)
Os links sugeridos tratam do entulho produzido em qual-
quer construção que normalmente passa a ser um problema, o que 
poderia torna-se solução. Isso aconteceria se fosse reciclado o 
material nas obras, contudo só ocorre em uma obra de cinco exe-
cutadas no Brasil. Em todo o país são toneladas e mais toneladas 
de resíduos da construção civil que poderiam ser reaproveitados, 
mas que ainda vão para o lixo.
Acesse os links: Meu Ambiente: Resíduos da Construção 
Civil
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=LYZg-
DdLxKJY
Centro de Referência de Reciclagem de Resíduos da Cons-
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trução Civil
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=tj9wI-
thcai0
Reaproveitamento de entulho - Momento Ambiental
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?-
v=79XuW9Y9H4s&list=RDCMUCTuZ_TeFKO39e6iVUydlBZw&s-
tart_radio=1&t=18
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2016 Banca: AOCP Órgão: Prefeitura de Juiz de Fora - MG 
Prova: Prefeitura de Juiz de Fora - MG - Analista Ambiental - Enge-
nheiro Civil 
A Resolução N° 307/2002 estabelece as diretrizes, critérios e proce-
dimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.De acordo 
com essa resolução, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que 
se afirma a seguir e assinale a alternativa com a sequência correta.
( ) Os resíduos da construção civil não poderão ser dispostos em 
aterros de resíduos sólidos urbanos, em áreas de “bota fora”, em 
encostas, corpos d’água, lotes vagos e em áreas protegidas por Lei.
( ) Os geradores deverão ter como objetivo prioritário a não gera-
ção de resíduos e, secundariamente, a redução, a reutilização, a 
reciclagem, o tratamento dos resíduos sólidos e a disposição final 
ambientalmente adequada dos rejeitos.
( ) Os Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil 
serão elaborados e implementados pelos grandes geradores e te-
rão como objetivo estabelecer os procedimentos necessários para 
o manejo e a destinação ambientalmente adequados dos resíduos.
( ) Os resíduos da construção civil, após triagem, deverão ser des-
tinados das seguintes formas: • Classe A: deverão ser reutilizados 
ou reciclados na forma de agregados ou encaminhados a aterro de 
resíduos classe A de reservação de material para usos futuros. • 
Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a 
áreas de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a 
permitir a sua utilização ou reciclagem futura. • Classe C: deverão 
ser armazenados, transportados e destinados em conformidade 
com as normas técnicas específicas. • Classe D: deverão ser ar-
mazenados, transportados e destinados em conformidade com as 
normas técnicas específicas. 
a) F – F – F – F.
b) V – F – F – F.
c) V – V – V – V.
d) V – V – V – F.
e) F – V – V – V.
QUESTÃO 2
Ano: 2017 Banca: CCV-UFC Órgão: UFC Prova: UFC - Engenheiro 
Civil 
Segundo a Resolução n° 307 do CONAMA, de 05 de julho de 2002, 
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são estabelecidas diretrizes e critérios para a gestão dos resíduos 
da construção civil. São resíduos provenientes de construções, re-
formas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os 
resultantes da preparação e escavação de terrenos. Os resíduos 
da construção civil deverão ser classificados, para efeito da Reso-
lução da seguinte forma: 
a) Classe A – são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais 
como: plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros. 
b) Classe B – são os resíduos perigosos oriundos do processo de cons-
trução, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contami-
nados oriundos de demolições.
c) Classe C – são os resíduos recicláveis ou reutilizáveis oriundos de 
pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos prove-
nientes de terraplenagem.
d) Classe C – são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas 
tecnologias ou aplicações economicamente viáveis, que permitam a 
sua reciclagem, como produtos oriundos do gesso.
e) Classe D – são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis oriundos de 
edificações, como componentes cerâmicos, tijolos, blocos, telhas, pla-
cas de revestimento, etc.
QUESTÃO 3
Ano: 2010 Banca: NC-UFPR Órgão: Prefeitura de Curitiba - PR Pro-
va: Prefeitura de Curitiba - PR - Engenheiro Civil 
De acordo com a Resolução CONAMA 307/2002, os resíduos da 
construção de edificações, tais como materiais cerâmicos, arga-
massa e concreto, são classificados como classe A. Como devem 
ser destinados os resíduos da construção civil dessa classe? 
a) Deverão ser armazenados e reutilizados em conformidade com as 
normas técnicas específicas.
b) Deverão ser armazenados, transportados, reutilizados e destinados 
em conformidade com as normas técnicas específicas.
c) Deverão ser armazenados, transportados e destinados em conformi-
dade com as normas técnicas específicas.
d) Deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas de 
armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua 
utilização ou reciclagem futura.
e) Deverão ser utilizados ou reciclados na forma de agregados, ou en-
caminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, sendo 
dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura.
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QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: AOCP Órgão: Prefeitura de Belém - PA Prova: 
Prefeitura de Belém - PA - Engenheiro Sanitarista 
Os resíduos da construção civil são categorizados em diferentes 
classes, segundo a Resolução CONAMA 307/2002. No caso de em-
balagens vazias de tintas imobiliárias (cujo recipiente apresenta 
apenas filme seco de tinta em seu revestimento interno, sem acú-
mulo de resíduo de tinta líquida), qual é a classe pertinente?
a) Classe A. 
b) Classe B.
c) Classe C.
d) Classe D.
e) Classe E.
QUESTÃO 5
Ano: 2015 Banca: COPEVE-UFMS Órgão: UFMS Prova: UFMS - En-
genheiro Civil
Considerando os resíduos da construção civil, de acordo com o 
Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA e com a Política 
Nacional de Resíduos Sólidos, é correto afirmar que:
a) Os resíduos do processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-
-moldadas em concreto, produzidas no canteiro de obras, devem ser reci-
clados ou encaminhados a áreas de aterro de resíduos da construção civil, 
sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura.
b) Os resíduos de plásticos, papel/papelão e madeiras, provenientes 
da construção civil, devem ser destinados a reciclagem ou a aterros de 
resíduos domiciliares.
c) Os resíduos de tintas, solventes e óleos são recicláveis ou reutilizáveis, 
por isso não podem ser dispostos em aterros de resíduos domiciliares.
d) Os resíduos de metais e vidros, como não são recicláveis ou reutili-
záveis e não são tóxicos, podem ser dispostos em aterros de resíduos 
domiciliares.
e) Os resíduos podem ser depositados provisoriamente por até doze 
meses em terrenos vagos, possibilitando a destinação posterior.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
A Resolução 307, de 5 de julho de 2002, do Conselho Nacional do Meio 
Ambiente (CONAMA), que dispõe sobre a gestão destes resíduos, define 
claramente no art.2 que os resíduos da construção civil são os provenien-
tes de construções, reformas, demolições de obras de construção civil e os 
resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, 
blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, 
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tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavi-
mento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comu-
mente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha. Mediante essa 
definição, descreva quantas e quais classes a resolução estabeleceu?
TREINO INÉDITO
A resolução nº. 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CO-
NAMA, 2002) foi criada para minimizar os impactos gerados pelos 
resíduos da construção e demolição, classificando-os em quatro di-
ferentes tipos de resíduos gerados em obras. Qual alternativa exem-
plifica corretamente o tipo de resíduo gerado pela classe descrita?
a) Classe A: são plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras, 
gesso e outros.
b) Classe B: são tintas, solventes, óleos ou aqueles contaminados 
oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, 
instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e 
materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. 
(nova redação dada pela Resolução n°348/04).
c) Classe C: são peças de fibras de nylon (piscinas e banheiros), gesso 
acartonado, manta asfáltica, manta de lã de vidro.
d) Classe D: são resíduos de pavimentação e de outras obras de in-
fraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; resíduos 
de componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placasde revesti-
mento, etc.), argamassa e concreto; resíduos oriundos de processo de 
fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, 
tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras.
NA MÍDIA 
CONSTRUÇÃO CIVIL INVESTE NA RECICLAGEM DE RESÍDUOS
Empresas da construção civil retomaram negociações com a Cetesb 
para melhorar o reaproveitamento dos resíduos do setor. A meta da 
agência ambiental estadual é ampliar o sistema que rastreia o transpor-
te, o destino e a reciclagem do entulho.
Em outubro, o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de 
São Paulo (Sinduscon) assinou convênio com a Cetesb para rastrear e 
reaproveitar os resíduos das obras.
Segundo o assistente-executivo da Presidência da Cetesb, João Luiz Po-
tenza, esse convênio é a renovação de acordo assinado em 2012 e que 
não saiu do papel. Agora, o Sinduscon bancou a implantação do sistema.
Fonte: A Tribuna.
Data: 08 de dezembro 2019.
Leia a notícia na íntegra: https://www.atribuna.com.br/noticias/econo-
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mia/constru%C3%A7%C3%A3o-civil-investe-na-reciclagem-de-res%-
C3%ADduos-1.78828
NA PRÁTICA
Quando se trata dos resíduos gerados nas construções ainda há muito a 
melhorar. Muitas empresas, como exemplos, as do estado de São Paulo, 
tentam negociar a ampliação do sistema para rastreio do transporte, desti-
no e reciclagem do entulho, mas é uma situação que continua em análise.
Sabe-se que as sobras provenientes das construções são conhecidas 
como resíduos da construção civil e demolição (RCD) ou também por re-
síduos da construção civil (RCC), que são provenientes de demolição, re-
forma ou escavação. No Brasil ainda é baixa a porcentagem de resíduos 
aproveitados se comparado a outros países, como a Europa, por exemplo. 
Esta diferença se dá devido à falta de locais adequados para descartes, o 
que, na maioria das vezes, acaba sendo descartado inadequadamente em 
outros aterros, fazendo assim, a mistura dos tipos de resíduos.
É importante entender que quanto menos resíduos produzir, menor será 
o gasto na obra. As prefeituras têm adotado medidas para evitar essa 
proliferação de resíduos nas ruas estabelecendo planos, tornando obri-
gatório aos responsáveis pelas obras ter autorização para iniciá-las, ter 
limite de resíduos gerados, além de aplicar embargo de obra ou mul-
tas caso sejam desrespeitadas as obrigatoriedades impostas por eles, 
como descarte inadequado em lixões, em vias públicas, separação in-
devida dos resíduos, entre outras punições.
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O Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil 
e Demolição (PGRCD) é um documento que tem como fundamento a 
organização e procedimentos que identificam a geração de resíduos 
provenientes de construções, reformas, demolições, entre outras obras 
civis, objetivando reduzir, reciclar ou reutilizar os resíduos por meio de 
ações cabíveis e apropriadas relacionadas às etapas de triagem, acon-
dicionamento, transporte, reutilização e destinação final dos resíduos. 
Esse plano possui características positivas através do apoio para ati-
vidades sustentáveis, visando à diminuição dos impactos ambientais, 
a preservação do meio ambiente, bem como garantir a segurança e a 
qualidade de vida de toda sociedade.
O artigo 8º da Resolução nº 307/2002 do CONAMA, determina 
que os PGRCD 
PLANO DE GERENCIAMENTO DE
RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 
E DEMOLIÇÃO
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deverão ser elaborados e implementados pelos grandes geradores e terão 
como objetivo estabelecer os procedimentos necessários para o manejo e 
destinação ambientalmente adequada dos resíduos. Ficam isentos da apre-
sentação do Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil os 
geradores cuja obra seja inferior a 600m² de área construída ou inferior a 
100m² no caso de demolição. (CONAMA, 2002)
As etapas do PGRCD estão ilustradas na Figura 6. O processo 
começa com a etapa de planejamento. Conforme o modelo de construção 
e de seu projeto arquitetônico, na etapa de planejamento é realizada a 
identificação e quantificação dos resíduos produzidos na obra. Com base 
nessa identificação, é necessário que as possibilidades de reaproveitar 
esses resíduos sejam avaliadas e, somente se não existir formas de re-
ciclá-los, deve-se efetivar a destinação final. Após identificar os resíduos 
que serão gerados e seu respectivo volume médio, é necessário progra-
mar formas de acondicionamento, seja por meio das baias, bombonas, 
bags ou caçambas estacionárias, e o local onde serão depositados, de 
maneira a ajudar na logística de recolhimento dos materiais nas obras.
Os tipos de acondicionamento existentes precisam garantir a in-
tangibilidade dos resíduos sólidos. É preciso também localizar no projeto as 
áreas que serão pré-determinadas para o armazenamento dos resíduos.
Figura 6 - Etapas de aplicação do Plano de Gerenciamento de Resíduos da 
Construção Civil
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Fonte: SÃO PAULO (2010).
A próxima etapa é a de implantação do PGRCD. Para tanto, todos 
os trabalhadores da empresa, seja gerente, ou colaboradores, necessita-
rão realizar o treinamento para que não ocorra desperdício dos materiais e 
que os resíduos gerados sejam descartados conforme sua especificação. 
Após todos os funcionários estarem capacitados para a atividade, inicia-se 
a etapa de triagem ou segregação dos resíduos. É preciso exigir que, ao 
contratar uma empresa para realizar o transporte e a disposição final dos 
resíduos, elas tenham licença ambiental para atuar e que comprovem por 
meio da nota fiscal e de certificado, que posteriormente devem ser entre-
gues na prefeitura quando finalizada a obra, que os resíduos foram devida-
mente dispostos em área autorizada e conforme seu tipo.
É importante que, para a gestão eficiente de resíduos (VER FI-
GURA 7), no projeto da obra a ser construída disponha, além de adotar 
o uso do PGRCD, de formas ou materiais que tendam a diminuição dos 
resíduos. A partir da implantação do PGRCD é preciso que exigir dos 
envolvidos na obra o máximo de redução, reutilização e reciclagem no 
canteiro. Não havendo essa possibilidade, é recomendado que os resí-
duos sejam levados até o aterro licenciado, que realizam a triagem dos 
resíduos e, sequencialmente, os destinarão corretamente.
Figura 7 – Gestão eficiente dos resíduos da construção civil
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Fonte: Adaptado de MARTINS (2012).
Um meio de reduzir os resíduos desde sua origem é adotar a 
técnica de drywall, que, segundo a Associação Brasileira de Drywall, são:
perfis estruturais de aço galvanizado, acessórios do mesmo material [...] para-
fusos, fitas de papel para tratamento de juntas e banda acústica [...]. Haverá re-
síduo das chapas caso haja algum problema e tenha a necessidade de realizar 
recortes ou ajustes, mas ao invés de demolir parte da parede, basta retirar ape-
nas um pedaço da placa. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO DRYWALL, 2012).
Com isso, mesmo que seja preciso realizar quebras nas pa-
redes de drywall, terá menos volume de resíduos se comparado, por 
exemplo, à demolição de uma parede de alvenaria.
Porém, existe uma particularidade, pelofato do gesso ser sensível 
à umidade, se exposto à água pode ocasionar danos à estrutura, além de 
gerar resíduos, o que já não acontece na parede de alvenaria, resguardado 
se o gesso obtiver um tratamento diferenciado de forma a lhe fornecer re-
sistência suficiente à umidade. Os resíduos provenientes do gesso soltam 
íons compostos de Ca2+ e SO4-2, podendo assim, alterar a alcalinidade 
do solo, consequentemente, contagiar os lençóis freáticos. Desse modo, é 
mais simplificada a disposição final de resíduos como os tijolos, concreto e 
argamassa se comparado ao tratamento e disposição do gesso.
É extremamente importante que não ocorra a mistura de resí-
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duos de classes distintas, porque contaminará o material e, com isso, 
irá minimizar as possibilidades de reciclá-lo. Como exemplo temos um 
copo plástico revestido de tinta, sendo o copo pertencente à Classe B, 
já a tinta à Classe D, este primeiro material não conseguirá mais ser 
reciclado pois foi contaminado.
CAPACITAÇÃO
É de suma importância que as empresas adotem a prática de 
realizar treinamentos para todos os colaboradores de forma a capacitá-
-los e conscientizá-los sobre os processos de triagem e armazenamen-
to para uma eficaz gestão de RCD no canteiro de obras.
Um dos métodos utilizados de capacitação é por meio de pales-
tras educativas objetivando demonstrar e buscar por alternativas que au-
xiliem no gerenciamento de resíduos, desde sua definição, identificação, 
destinação, até as formas de divisão dos RCD na obra. Nessas palestras 
são apresentadas as políticas públicas adotadas ao gerenciamento de re-
síduos da construção civil, os impactos ambientais ocasionados pelo déficit 
da gestão de RCD e as orientações de como não propagar mais impactos.
Outro método utilizado é de reuniões mensais onde se discute 
sobre os problemas enfrentados no gerenciamento dos resíduos e ma-
neiras de solucioná-los através do plano de gerenciamento de resíduos. 
Os colaboradores devem encontrar formas para reutilizar os resíduos 
gerados, tendo como ordem a não geração de resíduos.
Atualmente, já existirem diversas empresas terceirizadas na 
indústria da construção civil e com grande índice de rotatividade de fun-
cionários. Esse fato se dá devido aos benefícios que o trabalhador de 
carteira assinada possui, como exemplo, o Fundo de Garantia por Tem-
po de Serviço (FGTS) e pela ordenação de oferta e procura no mercado 
de trabalho. Com esse excesso de rotatividade, fica cada vez mais difícil 
adotar a prática de conscientização ambiental nos funcionários e de 
conquistar uma mão-de-obra de excelente qualidade, pois os conheci-
mentos não progridem perante essa situação.
PLANEJAMENTO
Sabe-se o quão importante é a ideia presente no projeto arqui-
tetônico, que tenha cuidados com a modulação, com o sistema constru-
tivo que será utilizado, com o gênero de materiais a serem utilizados e 
com a assimilação entre os projetos complementares, de forma a evitar 
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a geração de resíduos. Deve-se ainda ter uma preocupação com o apri-
moramento do detalhamento dos projetos de maneira que não aconte-
çam perdas por quantitativos inexatos.
A etapa de levantamentos orçamentários e de compras necessita 
ser executada com extrema exatidão da mesma forma a não gerar perdas 
de materiais devido ao excedente na compra. Os itens que carecerão de 
obter maior atenção na pré-obra para diminuir na geração de RCD são:
Compatibilidade entre os vários projetos;
Exatidão em relação a cotas, níveis e alturas;
Especificação inexata ou falta de especificação de materiais e componentes;
Falta ou detalhamento inadequado dos projetos. (LIMA, LIMA, 2012).
CARACTERIZAÇÃO
Particularmente, a etapa de caracterização dos RCD é bastan-
te importante pois nela são identificados e quantificados os resíduos, 
permitindo programar de formar qualitativa e quantitativa formas de re-
duzir, reutilizar, reciclar e destinar corretamente os resíduos.
É fundamental para o processo de reaproveitamento dos RCD 
que seja realizado anteriormente a identificação dos resíduos e sua ca-
racterização ainda dentro do canteiro de obra, pois através dessas aná-
lises é possível identificar formas mais diretas de reaproveitamento e/
ou reciclagem dos materiais, para tanto se deve seguir a classificação 
disponibilizada na Resolução 307/2002 – CONAMA. A realização da ca-
racterização dos RCD gerados em cada fase da obra é extremamente 
importante, pois essa ação permitirá visualizar a quantidade de resíduo 
e o momento propício para o reaproveitamento de todas as classes.
No quadro 3, são identificados os resíduos gerados, por etapa, 
de uma obra referente a um edifício residencial. Todos os responsáveis 
das obras deveriam adotar as etapas presentes na tabela abaixo visan-
do identificar dados estatísticos e indicadores que auxiliem nos planos 
de redução na geração de resíduos nas construções.
Quadro 3 – Tipos de resíduos gerados por etapa da obra
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Fonte: Adaptado de VALOTTO (2007).
TRIAGEM OU SEGREGAÇÃO
Uma opção para aprimorar as atividades é fazer o processo de 
triagem dos resíduos em sua origem, para tal recomenda-se criar montes 
próximos aos locais de geração para posteriormente serem transportados 
até o local de acondicionamento. Ao final do expediente de trabalho ou 
quando finalizar o serviço, um colaborador fica responsável por efetuar a 
triagem de maneira a agilizar o reaproveitamento ou reciclagem, acondi-
cionando os resíduos corretamente. É necessário que o colaborador que 
for efetuar esse procedimento realize treinamentos para aprender sobre 
os tipos de classificação dos resíduos, como realizar a triagem e o acon-
dicionamento, para que, além de executar devidamente a triagem dos 
materiais, dê atenção à questão ambiental que essa atividade simboliza.
Segundo a Resolução 307/2002 – CONAMA, a segregação 
terá de ser feita ao fim do dia de trabalho de preferência pelo colabo-
rador que efetuou o serviço, com o propósito de assegurar a qualidade 
do resíduo (sem contágios) acentuando sua reutilização ou reciclagem, 
ou ser realizada nos locais de origem dos resíduos, em seguida a sua 
geração. Para isto, devem ser feitas pilhas próximas a esses locais, que 
serão transportadas para seu acondicionamento.
Essa prática auxiliará na conservação da limpeza da obra, evi-
tando materiais e ferramentas dispersas pelo canteiro o que ocasiona 
contágio entre os resíduos, desarranjo, aumento do índice de acidentes 
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do trabalho, além do mais, acréscimo no desperdício de materiais e 
ferramentas, tornando a obra desorganizada e dificultando o reaprovei-
tamento dos resíduos.
Após triados, os resíduos deverão ser devidamente acondicio-
nados, em depósitos distintos, de forma que sejam aproveitados para 
alguma finalidade no canteiro de obras ou externo a ele, afastando as-
sim toda contaminação do resíduo por qualquer categoria de impureza 
que impossibilite sua reutilização.
A contaminação do resíduo implica no seu reaproveitamento e, 
em certos casos, também inviabiliza o consequente aproveitamento, di-
ficultando o gerenciamento, concomitantemente em que a segregação 
realizada de maneira eficaz assegura a qualidade do resíduo.
ACONDICIONAMENTO
É fundamental planejar o arranjo do local onde ficarão acondi-
cionados os resíduos. Geralmente, os recipientes que acondicionam os 
resíduos ficam alocados próximos às áreasde geração de RCD, evitando 
que esparrame os materiais gerados. Além do mais, é imprescindível bus-
car mais acessibilidade ao recolher os resíduos, identificar a quantidade 
gerada, as suas dimensões e os lugares disponíveis. Portanto, é preciso 
ter recipientes distintos para realizar o acondicionamento inicial e final.
Os resíduos de Classe A, como são produzidos em maiores quan-
tidades se comparado às demais classes, é mais viável a utilização de 
caçambas para acondicioná-los. Como as bags são materiais menos resis-
tentes não comportando a quantidade e tipo de material, estando suscetí-
vel a rompimento, e nas baias fica mais difícil retirar do canteiro de obra e 
transportar até seu destino final, as caçambas estacionárias se destacam 
para receber esses resíduos. É recomendado utilizar as baias para acoplar 
resíduos perigosos recobertos por sacolas plásticas, como exemplo a ma-
deira, o ferro e materiais recicláveis. É preciso que os recipientes como as 
baias, bombonas, bags e caçambas sejam devidamente sinalizados para 
que não sejam misturados aos demais resíduos. É importante que tenha 
depósito transitório de resíduos no canteiro de obras e outro que seja fixo.
Conforme a Tabela 4 abaixo, as bombonas geralmente são utili-
zadas em pavimentos, podendo ser transportadas por elevador até o acon-
dicionamento final. Comumente, são acomodados resíduos recicláveis nas 
bags, pois se forem depositados em baias sem estarem devidamente re-
vestidos de sacolas plásticas, será mais complexa a sua remoção.
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Tabelas 4 - Recipientes para acondicionamento inicial e final nas obras
Fonte: Adaptado de SÃO PAULO (2010). 
Acondicionamento Inicial
Após a etapa de triagem dos resíduos, eles necessitam ficar 
acondicionados em locais distribuídos apropriadamente até que atinjam 
a quantidade precisa para realizar seu transporte interno até a dispo-
sição final, que passarão pelo processo de reutilização, reciclagem ou 
destinação final.
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As baias, bombonas, bags e caçambas estacionárias são, nos 
dias atuais, os recipientes mais usados para o armazenamento de resí-
duos, e necessitam ser devidamente sinalizados, caracterizando o tipo 
de resíduo acondicionado em cada recipiente de forma a manter a obra 
organizada e preservando a qualidade dos RCD.
- As bombonas são recipientes plásticos, geralmente na cor azul, com capa-
cidade de 50L que servem principalmente para depósito inicial de restos de 
madeira, sacaria de embalagens plásticas, aparas de tubulações, sacos e 
caixas de embalagens de papelão, papéis de escritório, restos de ferro, aço, 
fiação, arames etc.;
- As bags se constituem em sacos de ráfia com quatro alças e com capacida-
de aproximada de 1m3. As bags geralmente são utilizadas para armazena-
mento de serragem, EPS (isopor), restos de uniformes, botas, tecidos, panos 
e trapos, plásticos, embalagens de papelão etc.;
- Baias são depósitos fixos, geralmente construídos em madeira, em diversas 
dimensões que se adaptam às necessidades de espaço. São mais utilizadas 
para depósito de restos de madeira, ferro, aço, arames, EPS, serragem etc.;
- As caçambas estacionárias são recipientes metálicos com capacidade de 
3 a 5m3 empregadas no acondicionamento final de blocos de concreto e 
cerâmico, argamassa, telhas cerâmicas, madeiras, placas de gesso, solo e 
etc. (LIMA; LIMA, 2012).
O acondicionamento inicial deve acontecer próximo às áreas de 
geração dos RCD, levando em consideração a quantidade de volume ge-
rado e a correta ordenação do canteiro de obras. Com relação às obras de 
pequeno porte, os RCD precisarão ser recolhidos logo após sua geração e 
encaminhados diretamente ao local de acondicionamento final, já triados.
Acondicionamento Final
O acondicionamento final varia conforme o tipo de resíduo, da 
quantidade produzida e de sua destinação final. Para os resíduos que 
serão enviados externamente à obra, o local dos depósitos deve ser 
estudado de forma a ajudar no processo de remoção feita pelos agentes 
transportadores.
Resíduos como embalagens contendo restos de alimentos, co-
pos plásticos, papéis provenientes de usos sanitários, necessitam ser 
acondicionados em sacos plásticos e fornecidos para a coleta pública. 
Já referente aos resíduos ambulatoriais, precisarão atender à legislação 
específica desses resíduos.
Os coletores são identificados através de cores seguindo a Re-
solução CONAMA Nº 275/2001, de maneira a contribuir no processo de 
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destinação dos resíduos.
Figura 8 – Cores dos coletores segundo Resolução Nº 275/2001
Fonte: Programa Desperdício Zero (2009).
TRANSPORTE INTERNO DOS RCD
O transporte interno dos RCD entre o acondicionamento inicial 
e final normalmente é realizado através de carrinhos ou giricos, eleva-
dores de carga, gruas e guinchos. O operador da grua aproveita as des-
cidas livres do guincho para levar os recipientes de acondicionamento 
inicial dos RCD até o lugar de depósito final segundo sua classificação.
Em determinados casos, segundo Lima e Lima (2012), “é uti-
lizado o elevador de carga, condutor de entulhos, carrinhos de mão, 
giricos, além do manual através de sacos, bags ou fardos, para o trans-
porte interno dos RCD”.
TRANSPORTE EXTERNO DOS RCD
A coleta e retirada dos resíduos do canteiro de obras necessita 
ser controlada por meio do preenchimento de uma ficha constando dados 
do produtor, seu tipo e quantidade de resíduos, além de dados de quem re-
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alizará o transporte e do local de destinação final. O gerador deve arquivar 
uma via dessa ficha assinada pelo transportador e destinatário, garantindo 
que foram devidamente destinados os resíduos. Por meio desse controle 
é possível sistematizar as informações de geração de resíduos na obra.
É extremamente importante admitir empresas que possuem 
licenciamento para realizar o transporte e a destinação final dos resídu-
os. As principais formas para a remoção dos RCD são através de veí-
culos como caminhões com equipamento poli guindaste ou caminhões 
com caçamba basculante que deverão continuamente ser cobertos com 
lona, para evitar o derrame em vias públicas.
PROCESSO DE RECILAGEM DE RESÍDUOS
Dentro do PGRCD a principal ideia é a de não geração de re-
síduos, e quando isso não é possível, devem-se criar outras opções de 
reaproveitamento. O processo de reaproveitamento dos resíduos é bas-
tante benéfico para a empresa visto que essa atitude gera economia, pois 
não se faz necessário, em algumas ocasiões, adquirir materiais novos. É 
possível usar os materiais já restantes na própria obra não tendo prejuízo 
na qualidade dos serviços. Consequentemente, há uma diminuição dos 
custos da obra para a empresa e minimizando as tarefas de extração mi-
neral bem como os impactos ocasionados por essa atividade.
Em algumas cidades do Brasil já existe o Programa de Corre-
ção das Deposições Clandestinas e Reciclagem de Entulho, como em 
Belo Horizonte – MG. Esse programa tem três estações de reciclagem de 
entulho que objetivam retificar os impactos ambientais ocasionados pela 
distribuição inapropriada de resíduos no município. Existe equipamen-
to nas estações de reciclagem de entulho que transforma o entulho em 
agregados, podendo ser reutilizados na própria construção. Conforme a 
Sinduscon-SP (2008), “a prefeitura usa esse material reciclado em obras 
de manutenção de instalações de apoio à limpeza urbana, em obrasde 
vias públicas e, ainda, em obras de infraestrutura em vilas e favelas”.
O município não cobra para acolher os resíduos dos geradores 
e de transportadores de forma a estimular sua não geração e disposição 
correta. Contudo, são definidas algumas restrições, devendo ser resídu-
os provenientes somente de atividades construtivas e havendo até 5% 
de resíduos provenientes da Classe B, não estando sujos de materiais 
orgânicos, terra, gesso, entre outros materiais. Se o resíduo de Classe 
A não passar pelo processo de beneficiamento, ele pode ser usado em 
construção de vias ou para aterramento de áreas baixas. Uma vez que 
britado e realizada a triagem dos agregados conforme seus tamanhos 
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distintos, estes resíduos podem ser utilizados na elaboração do con-
creto asfáltico e do concreto fabricado à base de agregados reciclados.
Os RCD’s reciclados geralmente são mais utilizados para a 
pavimentação de vias, diminuindo em grande escala o volume de re-
síduos. É possível ainda realizar o controle de erosão, aterramento e 
camadas de drenagem por meio desses resíduos reciclados.
A madeira utilizada nos processos construtivos tem finalidades 
como ser reaproveitada em porta, janela, ou ainda como pallets e for-
mas estruturais. A Associação Brasileira dos Fabricantes de Chapas para 
Drywall (2010) desenvolveu uma cartilha sobre o Gesso na Construção Ci-
vil, que diz que “os resíduos de gesso podem ser reutilizados no setor agrí-
cola, para corrigir a acidez do solo, melhorando as características deste”. 
Ainda que o reaproveitamento seja para uso externo do canteiro 
de obras, é necessário que o adotem amenizando os problemas de dis-
posição de resíduos de gesso. A seguir, são detalhados, no quadro 4, os 
mais diversos tipos de resíduos gerados nas obras, bem como sua prová-
vel reutilização tanto no canteiro de obras quando fora dele, cada um sen-
do caraterizado perante as fases da obra e seu devido reaproveitamento.
Quadro 4 – Exemplos de resíduos gerados conforme as etapas da obra e seu 
provável reaproveitamento
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Fonte: Adaptado de VALOTTO (2007).
DESTINAÇÃO FINAL DOS RESÍDUOS 
Os resíduos devem ser destinados segundo sua classificação 
na Resolução CONAMA Nº 307/2002:
I - Classe A: deverão ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados ou 
encaminhados a aterro de resíduos classe A de preservação de material para 
usos futuros; (nova redação dada pela Resolução 448/12);
II - Classe B: deverão ser reutilizados, reciclados ou encaminhados a áreas 
de armazenamento temporário, sendo dispostos de modo a permitir a sua 
utilização ou reciclagem futura;
III - Classe C: deverão ser armazenados, transportados e destinados em 
conformidade com as normas técnicas específicas;
IV - Classe D: deverão ser armazenados, transportados e destinados em 
conformidade com as normas técnicas específicas. (nova redação dada pela 
Resolução 448/12) (BRASIL, 2002).
É preciso que as empresas geradoras de resíduos e os trans-
portadores que realizam sua disposição final possuam licença ambien-
tal para realizar tal procedimento e seguir as normas descritas na Reso-
lução CONAMA Nº 307/2002. As principais normas que abordam sobre 
os resíduos são:
NBR 8.419/1992 – Apresentação de projetos de aterros sanitários de resídu-
os sólidos urbanos.
NBR 12.235/1992 – Armazenamento de resíduos sólidos perigosos.
NBR 13463/1997 – Coleta de resíduos sólidos.
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NBR 15.112/2004 – Resíduos da construção civil e resíduos volumosos – Áre-
as de transbordo e triagem – Diretrizes para projeto, implantação e Operação.
NBR 15.113/2004 – Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – 
Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação.
NBR 15.114/2004 – Resíduos sólidos da construção civil – Áreas de recicla-
gem – Diretrizes para projeto, implantação e operação. (OLIVEIRA, 2010).
Entretanto, diversas normas estão passando por atualização 
e algumas ainda estão em fase de elaboração, pois anteriormente não 
existia uma norma específica como a da disposição de gesso e demais 
produtos originários dele. O quadro abaixo apresenta formas para desti-
nar corretamente os variados tipos de resíduos e os cuidados necessá-
rios que se deve tomar com cada um.
Quadro 5 - Alternativas de destinação para os diversos tipos de RCD
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Fonte: Adaptado de Sinduscon - SP (2005).
Refletindo sobre a destinação final dos resíduos, é im-
portante entender todo seu processo de gestão, desde a coleta, o 
transporte até chegar à destinação final. Levando em consideração 
as fases anteriores, é fundamental propor formas estratégicas que 
contenham condições de expor soluções mais eficientes no decor-
rer do processo.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2009 Banca: FCC Órgão: TJ-SE Prova: Analista Judiciário - 
Engenharia Civil 
Os Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil 
deverão contemplar as seguintes etapas: 
a) caracterização, transporte, triagem, beneficiamento, destinação.
b) transporte, triagem, embalagem, destinação, recuperação.
c) retirada, triagem, reutilização, reciclagem, beneficiamento.
d) caracterização, triagem, acondicionamento, transporte, destinação.
e) triagem, transporte, recuperação, beneficiamento, destinação.
QUESTÃO 2
Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: MPE-SP Prova: Analista Técnico 
Científico - Engenheiro Industrial 
O Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), dispõe sobre 
diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da 
construção civil (comumente chamados de entulhos de obras) e 
estabelece que os municípios e o Distrito Federal elaborem, cada 
um, seu respectivo Plano Municipal de Gestão de Resíduos da 
Construção Civil (RCC). Dessa forma, pode-se afirmar que as reso-
luções do CONAMA:
a) determinam a previsão de locais para recepção de resíduos de pe-
quenos e grandes geradores.
b) disciplinam as ações necessárias para minimizar os impactos am-
bientais, obrigando a dispor os RCC em aterros de resíduos urbanos.
c) definem a responsabilidade das prefeituras, junto ao estado, em 
apoiar o pequeno gerador e, como responsabilidade do grande gerador, 
o controle e o manejo dos resíduos, ambos tendo como principal objeti-
vo a sua não geração.
d) estabelecem aos municípios imprimir em suas legislações o estímulo 
à não geração de resíduos como um fator secundário para a solução 
da questão, priorizando o manuseio e a disposição de RCC, evitando o 
desperdício de recursos naturais, muitas vezes, não renováveis.
e) adotam como princípio a prevenção da geração de resíduos e esta-
belecem a sua segregação em 5 classes (A, B, C, D e E) para facilitar 
o seu reaproveitamento ou armazenamento para posterior utilização.
QUESTÃO 3
Ano: 2019 Banca: IESES Órgão: Prefeitura de São José - SC Prova: 
Agente de Fiscalização Ambiental 
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Sobre o gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil, leia as 
alternativas a seguir e assinale aquela que você julgar INCORRETA.
a) Reutilização é o processo de reaplicação de um resíduo, sem trans-
formação do mesmo, já a Reciclagem é o processo de reaproveitamen-to de um resíduo, após ter sido submetido à transformação. 
b) Aterro de resíduos classe A de preservação de material para usos 
futuros, é a área tecnicamente adequada onde serão empregadas téc-
nicas de destinação de resíduos da construção civil classe A no solo, 
visando a preservação de materiais segregados de forma a possibilitar 
seu uso futuro ou futura utilização da área, utilizando princípios de en-
genharia para confiná-los ao menor volume possível, sem causar danos 
à saúde pública e ao meio ambiente e devidamente licenciado pelo ór-
gão ambiental competente.
c) Classe C são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas 
tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua 
reciclagem ou recuperação, por exemplo o gesso.
d) Classe B são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais 
como plásticos, papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens 
vazias de tintas imobiliárias e gesso.
QUESTÃO 4
Ano: 2010 Banca: VUNESP Órgão: CEAGESP Prova: Engenheiro Civil
Na organização de um canteiro de obra, deve-se considerar que a 
disposição de resíduos é uma obrigação legal, regulamentada pela 
Resolução CONAMA n.º 307/2002. Assim, os resíduos devem ser 
agrupados em:
a) resíduos recicláveis, resíduos não recicláveis, resíduos contamina-
dos e resíduos contaminantes.
b) resíduos recicláveis de aplicação direta na construção civil, resíduos 
recicláveis sem aplicação na construção civil, resíduos não recicláveis, 
resíduos perigosos e contaminantes.
c) resíduos recicláveis como agregados, resíduos recicláveis para outras 
destinações, resíduos para os quais não foram ainda desenvolvidas tec-
nologias de reciclagem economicamente viáveis e resíduos perigosos.
d) resíduos recicláveis oriundos de elementos cimentícios ou cerâmicos, 
resíduos recicláveis oriundos de plásticos, resíduos recicláveis oriundos 
de metais, resíduos recicláveis oriundos de vidro, resíduos não reciclá-
veis e resíduos contaminantes.
e) resíduos recicláveis, resíduos potencialmente recicláveis, resíduos 
não recicláveis e resíduos perigosos.
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QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: ARSESP Prova: Especialista em 
Regulação e Fiscalização de Serviços Públicos I - Relações Insti-
tucionais
Com base nas práticas atuais propostas na legislação sobre resí-
duos sólidos, os programas de gestão devem priorizar:
a) reutilização.
b) tratamento convencional.
c) redução.
d) não geração.
e) reciclagem.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Discorra sobre o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Cons-
trução Civil e Demolição (PGRCD) e as suas etapas de implantação.
TREINO INÉDITO
Para otimizar o serviço, o ideal é realizar ________ na origem dos 
resíduos, para isso podem ser feitas pilhas próximas aos locais de 
geração e depois serão transportadas para o local de acondiciona-
mento. A qual etapa se refere à colocação acima?
a) Acondicionamento
b) Planejamento
c) Reciclagem
d) Transporte interno
e) Triagem
NA MÍDIA 
PARANÁ GERA QUASE 5,9 MILHÕES DE TONELADAS DE ENTU-
LHO POR ANO
Falou em obra - que seja uma reforma simples em casa – e já pensa-
mos em cimento, gente de um lado para o outro, restos de material de 
construção. Resumindo: bagunça, sujeira e entulho. Muito entulho. Ago-
ra multiplique isso por milhares de residências no Paraná. O resultado 
é 5,9 milhões de toneladas de resíduos gerados pela construção civil 
todos os anos. Os dados levam em consideração o índice do Ministério 
do Meio Ambiente, de 520 kg de RCC (resíduos da construção civil) por 
habitante/ano, e a população estimada pelo IBGE em 2019.
E aqui, uma boa e uma má notícia. Primeiro, a boa: cerca de 98% desse 
material (principalmente entulho e madeira) poderiam ser reciclados, den-
tro do próprio canteiro ou em centrais externas especializadas. Agora, a má 
notícia: o Caderno Técnico sobre Resíduos Sólidos publicado pelo Crea-PR 
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aponta que a atividade ainda é incipiente, pouco debatida, tanto que um dos 
principais problemas do segmento é exatamente a falta de dados confiáveis.
De acordo com o vice-presidente da Associação Paranaense dos Enge-
nheiros Ambientais (APEAM), Luiz Guilherme Grein Vieira, que é tam-
bém responsável pela atualização do Caderno Técnico do Crea-PR, o 
cálculo do setor é de que o Brasil reaproveita 21% dos resíduos da 
construção civil. Na Alemanha, por exemplo, o índice chega a 90%. Um 
verdadeiro 7 a 1 no canteiro de obras. “No Brasil, esse material é mui-
to utilizado para fazer terraplanagem e aterramento de áreas úmidas, 
como encostas e fundos de vale, para imóveis que têm baixo valor. E 
boa parte desses aterramentos é feita de forma irregular. Além disso, 
para levar o resíduo de uma construção para uma usina de reciclagem, 
você tem um custo. Para levar a um local inadequado e aterrar, não é 
cobrado nada. Esses são os principais entraves”, avalia.
Fonte: G1 GLOBO
Data: 14 de novembro 2019.
Leia a notícia na íntegra: https://g1.globo.com/pr/parana/especial-pu-
blicitario/crea-pr/engenharias-geociencias-e-voce/noticia/2019/11/14/
parana-gera-quase-59-milhoes-de-toneladas-de-entulho-por-ano.ghtml
NA PRÁTICA
Considera-se que qualquer reforma que é realizada, seja em casa ou edi-
ficações comerciais, por exemplo, já é um fator de geração de entulhos. 
Mas, quando multiplicado pela quantidade de locais executando o mesmo 
tipo de procedimento, a quantidade de resíduos gerados é exorbitante.
Uma boa parte do material pode ser reciclado dentro do próprio canteiro 
de obra, como os plásticos, madeiras, mas quando se trata do concreto 
é mais difícil de ser reaproveitado, pois necessita passar por tratamento 
especial em usinas de reciclagem específica para que possa ser reuti-
lizado como um agregado, o que gera um custo ao responsável e, por 
esse motivo, muitos descartam de forma incorreta os resíduos.
No Paraná, foi identificado, através do Plano Estadual de Resíduos Sólidos 
do Paraná (PERS/PR), que muitos municípios destinavam inadequada-
mente os RCDs, além de possuir materiais perigosos, como tinta, solven-
te, EPIs contaminados, o que pode contaminar o solo, água subterrânea, 
gerando mais impactos ambientais, e problemas de saúde na população.
O gerenciamento de resíduos deve ser pensado em qualquer obra an-
tes de iniciá-la, dispondo assim da destinação correta seguindo as legis-
lações ambientais do estado e país. Para isso é importante a presença 
de um Engenheiro Ambiental na obra para elaborar o plano de resíduos 
de construção civil, de forma a orientar os responsáveis sobre cada se-
paração e destinação correta dos tipos de resíduos gerados.
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Os RCD quando são acometidos por uma gestão inadequada, 
ocasionam uma série de impactos ambientais; isso evidencia a real pre-
cisão de soluções eficazes no menor tempo possível. A construção civil 
é uma atividade propícia a ter diversas falhas, pelo fato de ser muito 
tradicional e ser exercida, geralmente, por meio do trabalho manual. 
Nos canteiros de obras pelo Brasil afora é possível identificar 
grande quantidade de entulhos, evidenciando o elevado índice de ma-
teriais descartados sem precisão. Detalhamentos escassos de projetos, 
inconformidades entre projetos, baixa qualidade dos materiais utiliza-
dos e mão-de-obra pouco qualificada são alguns dos fatores que geram 
desperdício e grandes quantidades de resíduos.
Esta realidade mostra a necessidade de uma atitude em conjunto 
dos diversos geradores de RCD, como a indústria da construção civil, o 
poder público municipal e a sociedade. Apesar de o Brasil ter “despertado” 
parao problema um tanto tardiamente, se comparado aos países da Euro-
pa e outros do primeiro mundo, as atividades de pesquisa e reciclagem dos 
resíduos de construção e demolição vêm se desenvolvendo de maneira 
mais intensa nos últimos anos com a implantação de usinas de reciclagem 
em diversas cidades do país. Destacam-se São Paulo e Belo Horizonte, 
que já são referência nacional quando se trata de beneficiamento e reuti-
lização de RCD, inclusive com suas próprias legislações sobre o assunto.
Este trabalho permite ao aluno aprender mais a fundo sobre o 
gerenciamento de resíduos da construção civil, medidas para evitar a 
proliferação de resíduos nas obras brasileiras, e sobre as formas de re-
ciclagem e sua destinação correta. Para o entendimento desse material 
foi preciso descrever os diferentes tipos de resíduos, suas respectivas 
classes, conforme sua modalidade e as etapas para implantação do 
PGRCD, eficiente nos processos construtivos.
É necessário conhecer e avaliar as legislações existentes e 
resoluções que abordam sobre a destinação dos resíduos provenientes 
das construções, assunto este abordado na Lei 12.305/2010 conhecido 
como Política Nacional de Resíduos Sólidos, na norma NBR 10.004 - 
Resíduos Sólidos, além da Resolução 307, de 5 de julho de 2002 que 
dispões sobre os resíduos.
 Por último, conclui-se que, com o desenvolvimento de novas 
pesquisas e métodos para a reciclagem dos RCD, as perspectivas para 
o futuro são boas, e espera-se que dentro de alguns anos a grande 
maioria dos resíduos gerados nas obras de engenharia em todo o Brasil 
possa ser beneficiada e reutilizada. Após o estudo deste módulo é ne-
cessário se aprofundar nos teóricos aqui citados e levar para sua vida 
profissional um melhor desenvolvimento de sua prática.
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GABARITOS
CAPÍTULO 01
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO 
DE RESPOSTA
Pode-se definir como o grande desafio que o setor da construção civil tem 
o fato de necessitar conciliar a magnitude da produção, com condições 
que ajudem não apenas para a construção da estrutura da cidade, mas 
que auxilie também para a construção de uma cidade sustentável; pensa-
da e preparada para as gerações futuras. Uma das formas é o controle da 
superprodução, ou seja, o desperdício. É possível diminuir os custos da 
obra e todos os impactos relacionados a produção de resíduos.
TREINO INÉDITO
Gabarito: B
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CAPÍTULO 02
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO 
DE RESPOSTA
A Resolução define quatro classes, sendo elas: Classe A – são os resíduos 
reutilizáveis ou recicláveis como agregados; Classe B – são os resíduos 
recicláveis para outras destinações; Classe C – são os resíduos para os 
quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamen-
te viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação; e a Classe D – são 
os resíduos perigosos oriundos do processo de construção.
TREINO INÉDITO
Gabarito: C
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CAPÍTULO 03
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO 
DE RESPOSTA
O PGRCD é um documento baseado em planejamento, procedimen-
tos onde identifica a geração de resíduos provenientes de construções, 
reformas, demolições, entre outras obras civis, que tem como objeti-
vo reduzir, reutilizar ou reciclar resíduos através de ações adequadas. 
O plano é divido nas seguintes etapas: planejamento, caracterização, 
triagem ou segregação, acondicionamento (inicial ou final), transporte 
interno e externo, tratamento e destinação final dos resíduos.
TREINO INÉDITO
Gabarito: E
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ABRECON. O que é entulho? 2015. Disponível em: http://www.abrecon.
org.br/conteudo/8/aplicacao.aspx . Acesso em: 14 mar. 2020.
ADDIS, W. Reuso de materiais e elementos de construção. São Paulo: 
Editora Oficina de Textos, 2010.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 
10004: resíduos sólidos – classificação. Rio de Janeiro, 2004.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO DRYWALL. Resíduos de Gesso na 
Construção Civil: Coleta, armazenagem e reciclagem. São Paulo: Agns 
Gráfica e Editora, 2012. 20 p.
BRASIL. Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Na-
cional de Resíduos Sólidos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 03 ago 
2010. Disponível em: . Acesso em: 09 mar. 2020.
BRASIL. Resolução CONAMA Nº 275, de 25 de abril de 2001. Estabelece 
o código de cores para os diferentes tipos de resíduos. Diário Oficial da 
União, Brasília, DF, 19 jun 2001. Disponível em: . Acesso em: 15 mar. 2020.
BRASIL. Resolução CONAMA Nº 307, de 5 de julho de 2002. Esta-
belece diretrizes, critério e procedimentos para a gestão dos resíduos 
da construção civil. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 17 jul. 2002. 
Disponível em: . Acesso em: 09 mar. 2020.
BRASIL. Resolução CONAMA Nº 348, de 16 de agosto de 2004. Inclui 
o amianto na classe de resíduos perigosos. Diário Oficial da União, Bra-
sília, DF, 17 ago. 2004. Disponível em: . Acesso em: 15 mar. 2020.
BRASIL. Resolução CONAMA Nº 448, de 18 de janeiro de 2012. Altera 
os arts. 2º, 4º, 5º, 6º, 8º, 9º, 10º e 11º. Diário Oficial da União, Brasília, 
DF, 19 jan. 2012. Disponível em: . Acesso em: 16 mar. 2020.
CABRAL, Antonio Eduardo Bezerra; MOREIRA, Kelvya Maria de Vas-
concelos. Manual sobre os resíduos sólidos da construção civil. Forta-
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ponível em: . Acesso em 13 mar. 2020.
CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. Informativo 
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LEITE, Julia. Sinduscon aponta crescimento no número deAcondicionamento ___________________________________________
Destinação Final dos Resíduos _______________________________
Caracterização _______________________________________________
Transporte Externo dos RCD __________________________________
Considerações Finais _________________________________________
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Planejamento _________________________________________________
Transporte Interno dos RCD ___________________________________
Recapitulando _________________________________________________
Referências ____________________________________________________
Triagem ou Segregação _______________________________________
Processo de Recilagem de Resíduos ____________________________
Fechando a Unidade __________________________________________
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O grande crescimento urbano traz consigo danos ao meio am-
biente, pois aumenta a área de superfícies impermeáveis causando pi-
cos de alagamentos, entre outros problemas. Desta forma, é preciso 
buscar resultados que apresentem um custo menor de implantação e, 
consequentemente, maiores benefícios ao ambiente e à população.
Devido ao crescimento populacional mundial observa-se um 
aumento significativo das atividades ligadas à construção civil e às suas 
progressões. É perceptível que, diariamente, em todo o mundo, am-
plia-se a necessidade de construções, seja para moradia, abertura de 
prédios comerciais, galpões ou estruturas para atividades industriais. 
Por consequência, aparece um grave problema correlato à eliminação 
de materiais oriundos de atividades construtivas, além do aumento sig-
nificativo com custos de materiais para a construção.
Os grandes responsáveis pela criação dos RCD são os esta-
belecimentos privados do ramo construtivo. Em conjunto com o poder 
público, as empresas têm que criar planos de gerenciamento, como 
exemplo, triagem nos canteiros de obras, desenvolvendo um processo 
de coleta e destinação dos resíduos, por meio de transportes convenia-
dos e áreas licenciadas para sua devida reciclagem.
O principal problema ocasionado pelos resíduos de construção 
é a ausência de local vago para depositá-los, visto que 50% dos resí-
duos sólidos do Brasil são provenientes de cidades de médio e grande 
porte. Isso em razão da ausência de gerenciamento nas áreas dispo-
níveis e ao aumento de terrenos vagos, além dos aterros clandestinos 
existentes. Outro fator que se evidencia são os problemas ambientais 
ocasionados pela retirada de recursos naturais que em algumas vezes 
gera a contaminação do solo, o que poderia ser evitado por meio da 
reutilização e/ou reciclagem do entulho gerado.
No primeiro módulo, serão apresentados os Resíduos da 
Construção Civil e Demolição (RCD), os impactos que esses resíduos 
geram no ambiente e possíveis formas de reaproveitamento dos mate-
riais descartados. Já no segundo módulo da unidade, serão abordadas 
as legislações atuais que estão associadas ao Gerenciamento de Re-
síduos da Construção Civil e sua classificação segundo a Resolução nº 
307/2002 – CONAMA.
Por fim, mas não menos importante, o último capítulo deste ma-
terial apresenta o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção 
Civil e Demolição identificando a geração de resíduos decorrente de cons-
truções, reformas, demolições, entre outras obras civis, e formas de reci-
clagem desses resíduos através de ações adequadas. Neste capítulo se-
rão abordadas as etapas do gerenciamento dos resíduos, sendo: triagem, 
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acondicionamento, transporte, reutilização e destinação final dos resíduos.
Através de soluções inovadoras, é possível recriar as tecnolo-
gias construtivas e fazer dos problemas soluções práticas. Para tanto, é 
preciso verificar a possibilidade de reduzir os resíduos gerados e, futu-
ramente, reutilizá-los para a aquisição de novos materiais construtivos, 
após passarem pelo processo de reciclagem. Essa atitude irá trazer 
sustentabilidade às construções civis e ampla economia na compra de 
materiais. É importante ressaltar que tais materiais reciclados devem 
fornecer a qualidade necessária de forma a não comprometer a estru-
tura que comportará do material proveniente dos resíduos reciclados.
A grande apreensão com relação ao meio ambiente é que os 
modelos de utilização dos resíduos reciclados sejam atingidos. Apenas no 
Brasil, metade dos resíduos sólidos gerados são oriundos de construções 
e demolição que, em sua grande maioria, são descartados em qualquer 
lote vago, encostas e até calçadas, além de agredir a natureza, são mé-
todos de disposição consideravelmente onerosos. Diante isso, a presente 
unidade visa uma aplicação para esses resíduos, diminuindo assim a utili-
zação de agregados naturais, beneficiando o meio ambiente. É importante 
frisar que este assunto não se limita às páginas deste trabalho e há muito o 
que pesquisar e produzir de conhecimento sobre esta área tão importante.
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A construção civil é um dos ramos de trabalho mais antigo que 
existe no mundo. Pode-se dizer que os primeiros indícios de sua criação 
estão no século 400 A.C. no Egito, onde o único meio de trabalho era 
o braçal e não existia nenhum equipamento sofisticado para realizar as 
criações. Segundo os historiadores, as primeiras grandes construções 
feitas pelo homem foram as pirâmides. Outras grandes construções an-
tigas são as muralhas da China, os aquedutos e as pontes romanas.
A indústria da construção civil se destaca economicamente no 
Brasil, tendo uma participação considerável no Produto Interno Bruto 
(PIB) nacional, sendo responsável por uma parcela deste, além de ou-
tros pontos positivos de destaque. Nos anos entre 2004 a 2010, segun-
do a Câmara Brasileira de Indústria de Construção (CBIC), houve um 
aumento de 42,41% da construção nacional, visto que o PIB da constru-
ção civil em 2010 equivaleu em seu todo a 5,3% do PIB brasileiro. Esse 
A ORIGEM DOS RESÍDUOS DA
CONSTRUÇÃO CIVIL
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crescimento deu-se pelos motivos seguintes:
Maior oferta de crédito imobiliário (aliado à redução da taxa de juros dos 
financiamentos e a prazos maiores para pagamento), aumento do emprego 
formal, crescimento da renda familiar, a estabilidade macroeconômica, mu-
danças no marco regulatório do mercado imobiliário (Lei 10.931/2004), resul-
tando em maior segurança, transparência e agilidade, melhor previsibilidade 
da economia, tornando mais factíveis os negócios imobiliários, as obras do 
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e Programa Minha Casa, 
Minha Vida (PMCMV) (CBIC, 2011, p.5). 
No entanto, chama atenção por apresentar fatores positivos, 
como diminuição na taxa de desemprego no país. Por outro lado, des-
tacou-se pelos fatores negativos devido à geração de resíduos, por 
exemplo, pelo fato de que grande parte do lixo produzido nas cidades 
era oriundo desses materiais. Na elaboração do ambiente urbanístico, 
no âmbito das atividades construtivas formais, sobressai-se o consumo 
elevado de recursos naturais e uma significativa produção de resíduos.
O entulho, proveniente das construções, gera uma montanha 
diária de resíduos, o que se tornou um grande dilema nas grandes ci-
dades do Brasil, pois o modelo de construção brasileiro ocasionaaprovação 
de projetos da construção civil em Londrina. Odiário.com, Londrina, 22 
nov. 2012. Disponível em: . Acesso em: 15 mar. 2020.
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rios prejuízos ambientais por utilizar matéria-prima não renovável, da 
natureza e, também, por consumir uma grande quantidade de energia, 
que é usada para extração, processamento de materiais e transporte. 
Os impactos gerados provocam a construção de áreas deterioradas, 
ocorrendo dentro de três etapas do processo construtivo: na adquirição 
de materiais (considerando a extração de matéria-prima natural e a pro-
dução de produtos), na fase de efetivação das obras civis e na etapa de 
destinação final dos resíduos provenientes da construção.
Com a demasiada quantidade de entulho gerado e sua disposição 
inadequada, oriundo dos impactos tantos ambientais, econômicos quan-
to sociais, obrigam a urgência de respostas eficazes para uma adequada 
gestão de resíduos. Daí surge à necessidade de priorizar uma atividade em 
conjunto com a sociedade – envolvendo os poderes públicos, sociedade 
civil organizada e a esfera industrial da construção civil – para elaborar e 
consolidar programas especiais visando à diminuição desses impactos.
A areia e a brita, que são entulhos da construção civil, são ma-
térias-primas qualificadas como agregados, podendo ser reutilizados 
para canalização de córregos, em obras de pavimentação asfáltica, na 
contenção de encostas e para utilização de concreto e argamassas.
O processo de reciclagem de materiais construtivos possui re-
gistros de sua atividade na antiguidade, contudo vem se desenvolvendo 
principalmente na época atual. Alguns autores alemães contam que em 
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cidades do Império Romano já haviam relatos de obras efetuadas por 
meio de agregados reciclados. Em torno de 1860, há relatos de que hou-
ve, na Alemanha, a criação de artigos de concreto produzidos à base de 
cimento Portland, presente em restos de blocos de concreto. Foi somente 
no ano de 1928 em diante que iniciaram o desenvolvimento de pesqui-
sas sistemáticas de forma a qualificar a finalidade do gasto com cimento, 
quantidade relativa de água e a respectiva granulometria dos agregados.
Ao final da Segunda Guerra Mundial foi identificada a primeira 
utilização de entulho reciclado para a restauração de cidades na Europa. 
Pode-se afirmar que de 1946 em diante deu-se início ao processo tecno-
lógico de reutilização do entulho gerado na construção civil. Aconteceu 
no Japão em 1988, no Segundo Simpósio Internacional do RILEM em 
Demolição e Reutilização de Concreto e Alvenaria. A parte do reaprovei-
tamento do concreto e de alvenaria foi definida conforme tais diretrizes:
i. O concreto de origem dos agregados reciclados deve estar isento de solo e 
grandes quantidades de impurezas;
ii. A forma e o tamanho do agregado reciclado podem ser controlados pelo 
processo de britagem;
iii. Os métodos de dosagem dos concretos reciclados podem ser melhorados;
iv. Agregados reciclados graúdos são adequados para reutilização, enquanto 
a qualidade dos concretos reciclados geralmente se torna inferior se o agre-
gado reciclado miúdo é utilizado;
v. É necessário estabelecer normas de qualidade para agregados reciclados 
e concretos reciclados;
vi. Especificações e recomendações devem ser desenvolvidas de maneira a 
encorajar o uso de concreto reciclado, de acordo com códigos e normas de 
cada país. (KASAI, p.24, 1989).
RESÍDUOS SÓLIDOS
O resíduo é definido como um material excessivo originário de 
um método ou atividade, estando nos estados líquido, sólido ou gasoso. 
Os resíduos sólidos são definidos pela Lei 12.305, instituída pela Políti-
ca Nacional de Resíduos Sólidos, como:
Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades hu-
manas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proce-
der ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem 
como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem 
inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, 
ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face 
da melhor tecnologia disponível. (BRASIL, p.3, 2010).
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Esta lei identifica os resíduos sólidos segundo sua origem e peri-
culosidade. Com relação à origem dos resíduos, são determinados como:
a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residên-
cias urbanas; 
b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logra-
douros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana; 
c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”; 
d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os 
gerados nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, 
“h” e “j”; 
e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas 
atividades, excetuados os referidos na alínea “c”; 
f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações 
industriais; 
g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, confor-
me definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do 
Sisnama e do SNVS; 
h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, re-
paros e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da 
preparação e escavação de terrenos para obras civis; 
i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e sil-
viculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades; 
j) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, 
terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira; 
k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou 
beneficiamento de minérios. (BRASIL, 2010).
Já no que se refere à periculosidade dos resíduos, esses são 
tidos como não perigosos e perigosos. Os resíduos não perigosos são 
definidos como “aqueles não delimitados na alínea “a””, enquanto os 
resíduos perigosos são estabelecidos por:
aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, 
reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e 
mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade 
ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica. (BRASIL, 2010).
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS
O gerenciamento de resíduos visando à sustentabilidade não é 
tão simples quanto se pode pensar. Basicamente, as atividades elaboradas 
no ramo da construção civil são em sua totalidade geradoras de RCD.
A Resolução do CONAMA nº 307 traz a seguinte orientação em 
seu artigo 4º: “Os geradores deverão ter como objetivo prioritário a não 
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geração de resíduos e, secundariamente, a redução, a reutilização, a 
reciclagem, o tratamento dos resíduos sólidos e a disposição final am-
bientalmente adequada dos rejeitos”. (BRASIL, 2002, p. 3)
De outro modo, em concordância com a Resolução do CO-
NAMA nº 307, a Política Nacional de Resíduos Sólidos dispõe em seu 
artigo 9º, que: “na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve 
ser observada a seguinte ordem de prioridade: não geração, redução, 
reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição 
final ambientalmente adequada dos rejeitos” (BRASIL, 2010, p. 6).
Levando em consideração que qualquer obra, seja uma cons-
trução ou reforma, produz resíduos. A tese do gerenciamento dos RCD 
engloba a redução e minimização quantitativa dos resíduos produzidos 
na obra e seus métodos de reutilização e/ou reciclagem, tendo em vista 
que a prática de “resíduo zero” é um tanto fictício e não praticado. Os 
benefíciosvão desde o ambiental até o financeiro, pelo fato de os cus-
tos serem significativamente menores quando relativos à gestão, trans-
porte e destinação dos resíduos.
A poluição do ambiente urbano na maioria das cidades brasilei-
ras é causada pela grande formação de resíduos e seu despejo de ma-
neira irregular e em locais inapropriados. Em média, é gerado em volta de 
150 kg/m² de resíduos a cada nova construção. Em várias regiões foram 
identificadas, por meio de levantamentos, que se pode atingir cerca de 
duas toneladas a cada tonelada de lixo doméstico na geração de RCD.
Os resíduos gerados em obras de construção civil são consi-
derados heterogêneos em se tratando de sua constituição. Em algumas 
cidades do Brasil, como exemplo Rio de Janeiro e Belo Horizonte, a 
geração pode atingir valores de 0,4 a 0,76 t/hab./ano. Entre as variadas 
causas da geração dos RCD estão:
i. A falta de qualidade dos bens e serviços, podendo isto dar origem às perdas 
de materiais, que saem das obras na forma de entulho;
ii. A urbanização desordenada que faz com que as construções passem por 
adaptações e modificações gerando mais resíduos;
iii. O aumento do poder aquisitivo da população e as facilidades econômicas 
que impulsionam o desenvolvimento de novas construções e reformas;
iv. Estruturas de concreto mal concebidas que ocasionam a redução de sua 
vida útil e necessitam de manutenção corretiva, gerando grandes volumes 
de resíduos;
v. Desastres naturais, como avalanches, terremotos e tsunamis;
vi. Desastres provocados pelo homem, como guerras e bombardeios. (LEI-
TE, 2001 apud CABRAL; MOREIRA, 2011, p. 8).
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IMPACTOS PROVENIENTES DA GERAÇÃO DE RCD
A área da construção civil, segundo o Código 45 da Classifi-
cação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) do IBGE, está rela-
cionada a toda atividade de produção de obra, desde o planejamento e 
orçamento, execução de projeto, reformas, manutenções, instalações 
de materiais e obras de acabamento de diferentes segmentos como 
rodovias, edificações, infraestruturas. Ainda conforme o Código 45 da 
CNAE/IBGE, as obras de edificações podem ser executadas por grupos 
de profissionais formados por Engenheiros Civis, seja pela admissão de 
terceiros ou ainda por conta própria.
A indústria da construção civil é de extrema importância na eco-
nomia do país, considerada uma respeitável parcela do Produto Interno 
Bruto (PIB), sendo também responsável pela convincente quantidade de 
pessoas empregadas. Em consequência disso, a construção civil é aponta-
da como um dos principais ramos que mais resultam nos impactos ao meio 
ambiente, tornando-se assim, o principal formador de resíduos na socieda-
de. Presume-se que a construção civil acarreta de 2 a 3 bilhões de tone-
ladas/ano de uma geração de resíduos em todo o mundo, sendo também 
responsável por 50% da geração de CO2 na atmosfera e que gasta de 20 a 
50% dos recursos naturais usufruídos pelo homem, alternando a porcenta-
gem de acordo com cada região do país, sendo maior nas mais evoluídas 
e próximas de regiões metropolitanas e grandes centros urbanos.
A construção civil é apontada como uma das atividades econô-
micas e sociais mais importantes, contudo, ainda é tida como a grande 
geradora de impactos ambientais, seja pelo gasto de recursos naturais, 
seja pela alteração da paisagem ou ainda pela geração de resíduos. 
Uma das dificuldades da construção civil é alcançar o equilíbrio entre a 
produtividade nas atividades e um cauteloso desenvolvimento sustentá-
vel, gerando menos impactos ao meio ambiente.
Os resíduos sólidos urbanos são originários de 50 a 70% dos 
resíduos de construção e demolição. Em sua maioria são de pequenas 
reformas, aumento da construção, entre outros, provenientes do setor in-
formal da construção civil. Calcula-se que apenas 1/3 da geração de en-
tulho tem origem no setor formal da construção civil. Um dos fatores que 
vem contribuindo para que esse crescimento se agrave cada vez mais é 
devido ao aumento da população nos últimos dez anos ou mais, o avanço 
dos países emergentes, além do uso de tecnologias inapropriadas.
Os impactos ambientais e sanitários básicos que têm relação 
com os resíduos de construção e demolição são aqueles que têm liga-
ção com o despejo irregular em áreas impróprias.
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Os RCD acarretam impactos ambientais quando não possuem 
uma correta gestão dos resíduos. Uma vez que são conduzidos de ma-
neira inapropriada podem gerar a contaminação de córregos, ocasionar 
a obstrução de galerias e bueiros, atingir as águas superficiais e sub-
terrâneas, provocar o assoreamento de córregos e rios, colaborar com 
a propagação de transmissores de doenças, ocasionar poluição visual, 
afligir a vida humana etc. Por isso, os resíduos de construção e demoli-
ção degradam potencialmente a qualidade do meio ambiente. 
A Resolução CONAMA nº 001 (1986) define impacto ambiental 
como:
Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio 
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das 
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segu-
rança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a 
biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos 
recursos ambientais (CONAMA, 1986).
Os RCD são de baixa periculosidade, contudo, há notícias que 
descrevem que seu impacto é decorrente do grande volume produzido. 
O autor Tarcísio Pinto (1999) diz que os munícipios de médio e grande 
porte no Brasil sofrem de condições similares às áreas urbanas na Eu-
ropa, Japão e América do Norte.
Os amplos impactos ambientais, sociais e econômicos motiva-
dos devido à numerosa geração de RCD e seu despejo, em sua grande 
maioria realizado de maneira incoerente, indicam que formas eficazes e 
de curto prazo são extremamente necessárias.
A CARÊNCIA DA GESTÃO DE RCD
O termo ‘gestão’ significa planejamento, organização, liderança e 
controle de pessoas constituintes de uma organização em consequência à 
realização de atividades por elas desenvolvidas. A Resolução do CONAMA 
nº 307 apresenta tal conceito para gerenciamento de resíduos sólidos:
Conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, 
transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente ade-
quada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos 
rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de resíduos só-
lidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma 
da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 (CONAMA, p. 2, 2002).
Nos últimos anos a economia fez-se mais invariável, e o cres-
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cimento urbanístico tem se desenvolvido mais rapidamente, o que tem 
evidenciado o amplo volume de RCD produzido nos municípios brasilei-
ros. Isto só mostra o quanto as administrações públicas estão despre-
paradas para gerir os RCD e os problemas por eles causados.
O gerenciamento dos RCD deve ser realizado de maneira ins-
trutiva ao invés de corretiva, como tem ocorrido atualmente. Comumente 
é conhecida como “gestão corretiva”, que é o tipo de solução que tem 
sido adotada na maioria dos municípios brasileiros. Assevera-se que a 
gestão corretiva é caracterizada por integrar atividades que não geram 
resultados esperados, como as atividades não prevencionistas, repetidas 
e custosas, o que as tornam ineficazes. A gestão corretiva é considerada 
uma atividade inábil e não sustentável, mantendo-se apenas enquanto 
houver locais de aterramentos em tornodas áreas provenientes de RCD.
Há duas importantes e eficientes estratégias de gerenciamen-
to: a prevenção qualitativa e a prevenção quantitativa. A primeira trata-
-se da escolha adequada de materiais, de formar e analisar sua duração 
e reciclagem no fim de sua vida útil. Também possibilita considerar a 
escolha de materiais alternativos, que sejam econômicos, possuindo 
alta performance e levando em consideração a questão ambiental. A 
segunda está diretamente ligada à adoção de processos construtivos 
“limpos”, ou seja, aqueles que são industrializados ou pré-fabricados, 
como por exemplo, os concretos usinados e as estruturas pré-molda-
das. Quanto à prevenção quantitativa, realiza-se de forma adequada, 
pode diminuir significativamente a quantidade de resíduos gerados na 
obra, resultando em uma obra mais “enxuta”. A prevenção quantitativa 
está diretamente ligada ao conceito Lean Construction (construção en-
xuta) criado em 1992, pelo pesquisador finlandês Lauri Roskela.
É preciso realizar uma ação em conjunto dos principais ramos 
que englobam a geração de RCD, sendo eles a indústria da construção 
civil, o poder público e a sociedade, criando planos e programas espe-
cíficos que têm como objetivo a redução de resíduos de construção e 
demolição, e diminuir os impactos causados onde essa minimização 
torna-se impossível. A Resolução CONAMA nº 307, discorre no inciso 
XII do seu Art. 2º, sobre gestão integrada de resíduos sólidos:
Conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos só-
lidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, 
cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento 
sustentável. (CONAMA, 2002, p. 2).
Entre os inúmeros benefícios naturais de uma gestão eficaz de 
resíduos de construção e demolição, temos:
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1. Incentivo à redução da geração de RCD;
2. Redução dos custos municipais com limpeza urbana;
3. Melhoria da limpeza urbana;
4. Disposição facilitada para pequenos volumes de RCD;
5. Descarte racional para grandes volumes de RCD;
6. Preservação ambiental com a redução de impactos;
7. Incentivo às parcerias para captação, reciclagem e reutilização de RCD. 
(PINTO, 1999).
Em conformidade com o Art. 5º da Resolução CONAMA nº 307 
(2002), o Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil é um 
recurso público para efetivação da gestão dos resíduos da construção civil. 
A escassez de recursos financeiros e de corpo técnico qualificado são al-
gumas das dificuldades encontradas na implantação dos planos de geren-
ciamento de resíduos de construção e demolição. Para que seja criado o 
plano integrado de gerenciamento de resíduos é preciso a inclusão de em-
presas privadas e municipais, de forma a apoiar o novo sistema de gestão.
ENTULHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL
O entulho é retratado de forma sólida, possuindo diferentes carac-
terísticas físicas e sujeito ao processo gerador, que é capaz de se apresen-
tar seja em tamanhos e geometrias já vistas anteriormente nos materiais 
de construção, seja conforme seu formato e dimensões diferentes, como 
por exemplo, restos de madeiras, concretos, metais, argamassas, plásti-
cos, entre outros. Compreende-se como entulho o conjunto de porções 
derivadas do desperdício em novas construções, reformas e/ou demolição 
de várias estruturas de edificações, como prédios, viadutos e casas.
Entre os diversos fatores existentes que colaboram para a ge-
ração dos RCD (VER QUADRO 1), o principal problema está associa-
do ao projeto, devido à falta de conteúdo e/ou explicações concretas, 
ausência de exatidão nos memoriais descritivos, pouca particularidade 
dos materiais empregados, baixa qualificação da mão-de-obra, o manu-
seio, transporte ou depósito incorreto dos materiais, o déficit ou inapti-
dão dos serviços de controle ao longo da execução da obra, ao modelo 
de técnica adotada para a construção ou demolição, aos modelos de 
materiais existentes no local da obra e, por fim, a ausência de mecanis-
mos de reaproveitamento e reciclagem no canteiro de obra.
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Quadro 1 – Elementos e definições para constituição de RCD segundo a Re-
solução 307/2002 – CONAMA
Fonte: Adaptado de CREA-PR (2012).
Com exceção das construções, as reformas, reparos, melho-
rias e demolições também são atividades que geram uma alta quantida-
de de volume de RCD. Existem três tipos de obras que originam o en-
tulho na construção civil, sendo a construção, a demolição e a reforma. 
Na maior parte das construções são encontrados materiais que nunca 
foram utilizados nas etapas existentes no processo de construção, pro-
vavelmente devido ao desperdício proveniente da própria característica 
manual da construção. Já nas obras de demolições e reformas encon-
tram-se materiais já em sua disposição final, como exemplo, paredes de 
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alvenaria, concreto armado, pisos revestidos, entre outros.
Na figura 1, verificamos a porcentagem de cada RCD conforme 
sua origem, e pode-se perceber que os valores determinados para as 
reformas simbolizam mais da metade total dos RCD gerados.
Figura 1 – Origem dos Resíduos
Fonte: I&T - Informações Técnicas (2005).
Referente aos resíduos de entulho originários de demolições e 
restos de construções, sua formação varia conforme a lista de materiais 
que o compõem e com a variação de locais de criação. A composição 
variada do entulho é identificada através da elevada quantidade de ma-
teriais que a englobam no ramo da construção civil (VER FIGURA 2). 
É variável a geração de resíduos, nacional e mundialmente, conforme 
suas características da construção civil.
Figura 2 – Composição qualitativa do entulho
Fonte: Hernandes e Vilar (2004)
A organização dos RCD é alterada de acordo com a região em 
questão, além de o sistema construtivo estar extensamente associado 
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aos resíduos da construção civil, assim como a idade do concreto está 
relacionada aos resíduos de demolição. De acordo com Carneiro et al. 
(2001 apud Scremin, 2007) os RCD são compostos por:
• Concretos e argamassas;
• Material cerâmico como blocos, tijolos e lajotas;
• Solos, areia e argila.
O volume de resíduos está atrelado ao método construtivo que, 
no Brasil, adere à utilização de estruturas em concreto e de revestimen-
tos assentados sobre argamassa de cimento. Alguns países da Euro-
pa e dos Estados Unidos, empregam sistemas construtivos diferentes 
dos utilizados no Brasil, gerando resíduos diferentes aos produzidos em 
obras brasileiras. É mínima a fração de resíduos proveniente do concre-
to e da argamassa gerados nos demais países, contudo, possuem um 
aumento considerável de demais espécies de resíduos, por exemplo, o 
aço, a madeira e o gesso. Possuem infinitas destinações para o reapro-
veitamento dos resíduos da construção civil, se corretamente tratados 
e avaliados. Se o agregado já tiver sido britado, peneirado e, quando 
preciso, descontaminado, são encontradas destinações para ele, como:
- Enchimentos em geral;
- Enchimento em projetos de drenagem;
- Sub-base ou material de base para construção rodoviária;
- Agregado para novos concretos.
Das destinações acima descritas, a que tem despertado vasto 
interesse é o uso dos agregados reciclados para a confecção de novos 
concretos. Requer bastante cautela e conhecimento esse tipo de apli-
cação, devido à importância que o papel do agregado desempenha pe-
rante a reação dosconcretos. Para fazer novos concretos por meio de 
agregados reciclados, frequentemente, utilizam-se variados resíduos 
provenientes de demolição e construção, e o que aparenta possuir me-
lhores propriedades para esse fim são os resíduos de concreto. Contu-
do, os agregados reciclados de alvenaria também são bastante aplica-
dos para esse fim, porém, uma de suas características é relativamente 
menor se comparada aos agregados reciclados de concreto.
No tocante aos métodos adotados para o recolhimento de en-
tulhos, considera-se que o transporte e a destinação final dos entulhos 
gerados na construção civil variam conforme seu tipo e dimensão da 
obra a ser construída. As obras de pequeno porte, demolições e refor-
mas adotam serviços através de empresas especializadas que traba-
lham por meio do arranjo de containers em conjunto com as obras. Em 
se tratando das obras de grande porte, uma parcela do entulho pode ser 
aproveitada para aterros dentro da própria obra e o restante do entulho, 
quando preciso, é alternado, seja por meio da contração de carreteiros 
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particulares, seja por carreteiros que concedem materiais à obra, ou 
ainda através dos caminhões da própria empresa.
REUTILIZAÇÃO DE ENTULHO NO BRASIL
No Brasil é estimado que cerca de 20% das perdas de mate-
riais são provenientes de processos construtivos convencionais, sendo 
os principais responsáveis por esse percentual a argamassa e seus ele-
mentos, colaborando em 60% da quantidade de entulho gerado. Uma 
das principais fontes de desperdício também constituindo de 30% do 
entulho gerado são os componentes de vedação. A quantidade desper-
diçada de material nas obras varia de 10 a 15% nos países da Europa.
Comparando com demais países, a taxa de desperdício na 
construção civil no Brasil é muito elevada. O percentual de desperdício 
referente à geração de entulho é em torno de 5% do custo da obra. 
Ainda é pouca a busca por iniciativas para implementar usinas de reci-
clagem de entulho no Brasil.
A maioria dos geradores de entulho ainda descartam de maneira 
inadequada esses materiais em estradas, avenidas, no entorno dos rios e 
córregos. Com a chegada dos caçambeiros, essa situação foi minimizada 
pelo fato de terem criado áreas pré-determinadas para disposição dos 
resíduos, mas em algumas vezes também não eram adequadas.
Nas cidades de Belo Horizonte e Ribeirão Preto, como exemplo, 
as prefeituras já estão criando lugares determinados para recebimento de 
resíduo, sendo esses locais conhecidos com "Usinas de Reciclagem de 
Entulho" que são formadas principalmente por um local para alocação do 
resíduo, uma linha de separação, britador para executar o resíduo confor-
me granulometria necessitada e um espaço para depósito, espaço este 
que o entulho já processado espera para ser reaproveitado.
Na tabela 1 a seguir, é demonstrado através de estimativas o 
volume de entulho gerado em vários países, além do Brasil.
Tabela 1 - Estimativa do volume de RCD em vários países
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Fonte: Adaptado de Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA (2012).
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E SUA IMPORTÂNCIA
O desenvolvimento sustentável é definido como a utilização 
balanceada dos recursos naturais, atendendo às necessidades e co-
modidades da geração atual de forma a não comprometer a sobrevi-
vência das futuras gerações. Segundo Karpinski (et al., 2009, p. 17) “o 
desenvolvimento sustentável é um processo participativo que integra 
aspectos econômicos, ambientais, culturais, políticos, legais, sociais e 
técnicos, do ponto de vista coletivo ou individual”. O desenvolvimento 
sustentável está ligado à aplicabilidade que uma sociedade tem para 
garantir o desenvolvimento econômico e um retrato de vida convenien-
te, em médio e em longo prazo.
A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desen-
volvimento Sustentável ocorreu no ano de 1992 na cidade do Rio de Janei-
ro, mais conhecida como Rio-92. Esta conferência gerou um crescimento 
mundial de interessados no futuro do planeta. Diversos países começaram 
a reconhecer que existem relações do desenvolvimento socioeconômico 
com as alterações ocorridas no meio ambiente. O acordo firmado na Agen-
da 21 entre 179 países homologa a necessidade da participação de todos 
os governos, empresas, organizações e demais setores da sociedade para 
a análise de soluções referentes às questões socioambientais.
A Agenda 21 culminou no estímulo dos brasileiros em adotar 
uma consciência ambiental perante a precisão da preservação natural 
para além do bem-estar dos seres humanos, também para a sobrevi-
vências das espécies. Não existia, em função da indústria da construção 
civil durante seu processo construtivo, um cuidado com relação ao es-
gotamento dos recursos naturais não renováveis que eram usados, nem 
sequer com a destinação concedida aos resíduos resultantes das ativi-
dades de construção. A Agenda 21 é composta por atos propostos não 
efetivados, contudo, conceberam um imponente espaço de debate com a 
confecção de documentos com propostas ajustadas às condições locais.
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Veja o link sugerido para assistir ao vídeo sobre tipos de 
materiais distintos e formas de construção por meio de iniciati-
vas que diminuem nos impactos ambientais. Acesse o link: Meu 
Ambiente: Construção Sustentável. Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=hMmYUhhn5js&list=RDCMU CCRttUKYDs-
V-YHKrsGzSoGA&index=9
LEGISLAÇÕES RELATIVAS À GESTÃO DE RESÍDUOS
A geração de resíduos é umas das pautas que causam discus-
sões quando relacionada à gestão da cidade. O seu rejeite incorreto 
provoca problemas diversos ao ambiente como também socioeconômi-
co. Em torno de 50 a 70% dos resíduos sólidos urbanos gerados nos 
dias atuais são provenientes da construção civil.
O crescimento acelerado da população e a consequente demanda por infra-
estrutura são os principais propulsores desta equação. Diante desta realidade 
fica evidente a necessidade de se mobilizar e sensibilizar governos e sociedade 
sobre a problemática do descarte irregular dos resíduos da construção e ofere-
cer soluções sustentáveis para a construção civil em um dos momentos mais 
importantes da história para o setor produtivo. (BARTOLI, ABRECON, 2015).
As empresas que optam por esta prática se destacam em diver-
sas questões, pois se respaldam do risco ambiental, visto que gerenciam 
corretamente os resíduos gerados, tornando mais otimista sua imagem 
frente aos stakeholders, além também do ponto de vista econômico. A 
Resolução nº 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) 
define, a partir de 2002 diretrizes, critérios e procedimentos de gerencia-
mento de resíduos da construção civil, sendo disciplinados pelo Sistema 
Nacional do Meio Ambiente (Sisnama), órgão consultivo e deliberativo.
Lei Federal 12.305: Política Nacional dos Resíduos Sólidos
A Política Nacional dos Resíduos Sólidos é formada pela Lei 
Federal 12.305, de 2 de agosto de 2010. Em seu artigo 9º ordena que: 
a gestão e gerenciamento dos resíduos sólidos devem ser analisados 
levando em consideração as seguintes ordens de prioridade: “não gera-
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ção, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e 
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos” (BRASIL, 2010).
Neste artigo também é analisada a classificação dos resíduos 
segundo sua periculosidade e sua origem. Com relação à origem,segun-
do BRASIL (2010), o RCD é definido como: “os gerados nas construções, 
reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos 
os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis”.
As cidades que realizam a coleta seletiva, segundo tal lei, são 
de obrigação dos moradores separar corretamente o lixo doméstico dos 
demais. Esta lei ainda visa que a União ofereça subsídios aos catadores 
de materiais recicláveis e as empresas de reciclagem, proibindo o sur-
gimento de lixões, áreas estas cujo lixo é depositado ficando exposto a 
céu aberto. No artigo 33 são detalhados os produtos que necessitam ter 
logística reversa, sendo eles:
I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos 
cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as re-
gras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regula-
mento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do 
Suasa, ou em normas técnicas;
II - pilhas e baterias;
III - pneus;
IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens;
V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista;
VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes (BRASIL, 2010).
Dos materiais descritos acima existe, ao menos, os resíduos 
de pneus dentro da construção civil, pelo fato de utilizarem carrinho-
-de-mão, e também de lâmpadas, que são utilizadas na etapa de aca-
bamento no final da obra. Contudo, é possível encontrar também óleos 
lubrificantes que são usados nas máquinas da obra.
A Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONA-
MA – nº 307, de 5 de julho de 2002, objetiva diminuir os impactos gerados 
por resíduos da construção civil. Para essa diminuição, é adotado como 
método o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção 
Civil, que deve ser implantado pelos municípios brasileiros e o Distrito Fe-
deral. Esse plano detalha que os pequenos geradores deverão adotar os 
procedimentos descritos no Programa Municipal de Gerenciamento de Re-
síduos da Construção Civil. Já os grandes geradores precisarão desenvol-
ver e adotar o Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e 
Demolição, cujo plano tem que apresentar os seguintes tópicos:
I - caracterização: nesta etapa o gerador deverá identificar e quantificar os 
resíduos;
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II - triagem: deverá ser realizada, preferencialmente, pelo gerador na origem, 
ou ser realizada nas áreas de destinação licenciadas para essa finalidade, 
respeitadas as classes de resíduos estabelecidas no art. 3º desta Resolução;
III - acondicionamento: o gerador deve garantir o confinamento dos resíduos 
após a geração até a etapa de transporte, assegurando em todos os casos 
em que seja possível, as condições de reutilização e de reciclagem;
IV - transporte: deverá ser realizado em conformidade com as etapas anteriores 
e de acordo com as normas técnicas vigentes para o transporte de resíduos;
V - destinação: deverá ser prevista de acordo com o estabelecido nesta Re-
solução (BRASIL, 2002).
O link abaixo apresenta a Resolução do Conselho Nacio-
nal do Meio Ambiente – CONAMA – nº 307, de 5 de julho de 2002.
Para saber mais sobre esse assunto, acesse: http://www.
siam.mg.gov.br/sla/download.pdf?idNorma=41637
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2012 Banca: VUNESP Órgão: SPTrans Prova: SPTrans - Téc-
nico de Edificações 
A indústria da construção civil é responsável por grandes impactos 
ambientais. Analisando-se esses impactos, é correto afirmar que:
a) A construção civil gera de 35 a 40% de todo resíduo produzido pela 
atividade humana.
b) A construção civil consome 10% da energia elétrica produzida no Brasil.
c) A produção de cimento gera 2% de todo CO2 emitido no Brasil.
d) A construção e reforma de edifícios produzem, anualmente, 100 kg 
de entulho por habitante.
e) A operação dos edifícios consome menos de 30% de toda energia 
produzida no mundo.
QUESTÃO 2
Ano: 2017 Banca: COMPERVE Órgão: MPE-RN Prova: MPE-RN - 
Analista do Ministério Público Estadual - Engenharia Civil
A construção civil é o setor responsável pela implantação de in-
fraestrutura de base, como geração de energia, saneamento bási-
co, comunicações, transporte e espaços urbanos, além da execu-
ção de edifícios públicos e privados. Em relação à sustentabilidade 
na construção civil, considere as seguintes afirmações. 
I - A construção civil é o setor da economia que mais gera resíduos.
II - Um dos erros mais comuns na seleção de produtos para projetos 
mais sustentáveis é a desconsideração do impacto do transporte, 
pois este implica significativos impactos ambientais, principalmente 
para produtos de grande volume transportados por via rodoviária.
III - Resumidamente, o impacto ambiental da construção civil de-
pende apenas da concepção, do projeto e da execução de obras.
IV - O artigo três da RESOLUÇÃO CONAMA n. 307, de 5 de julho 
de 2002, estabelece que os resíduos da construção civil da Classe 
A são os recicláveis para outras destinações, tais como plásticos, 
papel/papelão, metais, vidros, madeiras entre outros.
Das afirmações, estão corretas:
a) III e IV. 
b) II e III. 
c) I e IV. 
d) I e II.
e) I e III.
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QUESTÃO 3
Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: Defensoria Pública do Estado de 
Mato Grosso Prova: Arquiteto - Defensoria Pública do Estado de 
Mato Grosso
Relacione os processos que visam a diminuir os resíduos em uma 
construção civil, listados a seguir, às suas definições.
1. Reduzir
2. Reutilizar
3. Reciclar
( ) aproveitar os produtos sem que eles sofram qualquer tipo de al-
teração ou processamento; antes de descartar os resíduos, usan-
do a criatividade, eles têm ainda muitos usos.
( ) diminuir o consumo de determinados materiais para evitar o apa-
recimento de resíduos; diminuir o uso, diminui também, o lixo gera-
do, seja pelo descarte de embalagens seja pelo produto ele mesmo.
( ) reintroduzir, no processo produtivo, resíduos que possam ser 
reelaborados; como esse processo consome energia, só deve ser 
considerado como último recurso.
Assinale a opção que indica a relação correta, de cima para baixo.
a) 1 – 2 – 3
b) 2 – 3 – 1
c) 2 – 1 – 3
d) 1 – 3 – 2
e) 3 – 1 – 2
QUESTÃO 4
Ano: 2017 Banca: IDECAN Órgão: Câmara de Coronel Fabriciano - 
MG Prova: Câmara de Coronel Fabriciano - MG - Advogado
Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, institui a Política Nacional de 
Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e ins-
trumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada 
e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às 
responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumen-
tos econômicos aplicáveis. Considerando a legislação que institui a 
Política Nacional de Resíduos Sólidos, assinale a afirmativa correta.
a) Para os efeitos da Lei, entende-se por área contaminada: local onde 
há contaminação causada pela disposição, regular ou irregular, de 
quaisquer substâncias ou resíduos.
b) Para os efeitos desta Lei, os resíduos sólidos têm a seguinte classifi-
cação quanto à origem: resíduos domiciliares são aqueles os originários 
da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de 
limpeza urbana.
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c) Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada 
a seguinte ordem de prioridade: redução, não geração, reciclagem, reu-
tilização, tratamento dos resíduos sólidos edisposição final ambiental-
mente adequada dos rejeitos.
d) A Lei foi criada exclusivamente para nortear as pessoas jurídicas de di-
reito público, membros da Administração direta ou indireta, responsáveis 
pela geração de resíduos sólidos e as que desenvolvam ações relaciona-
das à gestão integrada ou ao gerenciamento de resíduos sólidos.
QUESTÃO 5
Ano: 2009 Banca: FCC Órgão: TJ-SE Prova: Analista Judiciário - 
Engenharia Civil 
Sobre legislação ambiental, considere: 
I. São chamados de resíduos da construção civil aqueles que são 
os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições 
de obras de construção e os resultantes da preparação e da esca-
vação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto 
em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e 
compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfál-
tico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica, etc. 
II. O gerenciamento de resíduos é o sistema de gestão que visa 
reduzir, reutilizar ou reciclar resíduos de classes “A”, “B” e “C”, in-
cluindo planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos 
e recursos para desenvolver e implementar as ações necessárias 
ao cumprimento das etapas previstas em programas e planos. 
III. Um aterro de resíduos da construção civil é a área onde serão 
empregadas técnicas de disposição de resíduos da construção civil 
classes “A” e “B” no solo, visando a preservação de materiais segre-
gados de forma a possibilitar seu uso futuro e/ou futura utilização. 
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) III, apenas.
e) I, II e III.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Sabendo que a construção civil é considerada como uma das ativida-
des mais importantes para o desenvolvimento econômico e social, mas 
ainda é grande geradora de impactos ambientais e de resíduos, qual o 
maior desafio que o setor da construção civil possui?
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TREINO INÉDITO
Entre alguns benefícios provenientes de uma gestão eficiente de 
resíduos de construção e demolição estão, EXCETO:
a) Disposição facilitada para pequenos volumes de RCD;
b) Incentivo a não redução da geração de RCD;
c) Descarte racional para grandes volumes de RCD;
d) Preservação ambiental com a redução de impactos;
e) Incentivo às parcerias para captação, reciclagem e reutilização de 
RCD.
NA MÍDIA 
REAPROVEITAR RESÍDUOS AINDA É DESAFIO PARA SETORES
A discussão de como empresas e governos devem se portar diante da 
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PRNS), de 2010, está em pauta 
no mercado. A destinação do lixo ainda é desafio para empresas, como 
as do setor de construção civil no Ceará. Apesar da legislação, não 
existem projetos concretos visando a logística reversa para reaproveita-
mento de detritos gerados nos canteiros de obras.
Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do 
Ceará (Sinduscon-CE), André Montenegro, apesar de considerar impor-
tante a logística reversa, ela é implementada no setor em último caso, 
levando em consideração estudos do setor, que elegem outra prioridade.
"As empresas são responsáveis pelos seus resíduos e o desafio da 
construção civil é não gerar resíduo. Quando gerado, a iniciativa é ten-
tar reciclar. Não reciclando, faz-se a logística reversa ou destinação ao 
local apropriado", explica.
Fonte: O Povo.
Data: 28 de maio 2019.
Leia a notícia na íntegra: https://www.opovo.com.br/jornal/politi-
ca/2019/05/27/reaproveitar-residuos-ainda-e-desafio-para-setores.html
NA PRÁTICA
A notícia vinculada na mídia expõe a situação de como as empresas 
e os governos devem portar-se mediante a Política Nacional de Resí-
duos Sólidos, de forma a orientar na destinação correta para os resí-
duos gerados da construção civil. Apesar das legislações, no estado do 
Ceará, não há projetos aplicados para que ocorra o reaproveitamento 
dos resíduos gerados nos canteiros de obras. Cada empresa fica res-
ponsável pelos seus resíduos e pela não geração deles. O engenheiro 
civil Mansour Daher diz que a reciclagem ainda é um processo “tímido”, 
pois muitos fazem o descarte em aterros sanitários, enquanto deveriam 
ser devidamente reciclados nas usinas de reciclagem, podendo ser rea-
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proveitados pela indústria. A quantidade de entulho seria muito maior 
se fossem devidamente depositados em aterros regulares, contudo, a 
construção civil reutiliza uma porção pequena de seus resíduos, priori-
zando a sua menor produção. Com isso, a Política Nacional visa rever 
conceitos no mercado.
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Os resíduos da construção civil compõem um importante con-
junto dos resíduos produzidos no país, podendo alcançar uma conside-
rável marca em torno de duas toneladas de entulho a cada tonelada de 
lixo doméstico. Os problemas ambientais mais graves ocorrem, princi-
palmente, nas cidades que estão em constante desenvolvimento urba-
no, devido à falta de tratamento adequado para os resíduos da cons-
trução civil. Com esse fato, é perceptível a necessidade de colocar em 
prática a inserção de políticas públicas visando o gerenciamento desses 
resíduos em todos os estados e municípios brasileiros.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos brasileira definida pela 
Lei 12.305/2010, determina que as empresas criem mecanismos de 
manejo corretos de todos os resíduos produzidos, e definam procedi-
mentos para reduzir, reutilizar e reciclar de maneira a diminuir o volume 
CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS
DA CONSTRUÇÃO CIVIL
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de resíduos até a destinação final.
Os resíduos sólidos de construção e demolição, constantemente 
são depositados de forma irregular em terrenos baldios e/ou áreas públi-
cas, sendo assim, os principais responsáveis pelo impacto ambiental ex-
cessivo, tendo sua potencialidade desperdiçada, produzindo em torno de 
meia tonelada de resíduos por ano. A falta de responsabilidade e conscien-
tização ambiental são os fatores principais desses descartes inadequados.
De acordo com a Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos de 
Construção Civil e Demolição (Abrecon), o Brasil joga fora oito bilhões de re-
ais ao ano porque não recicla seus produtos. Para termos ideia, os números 
indicam que 60% do lixo sólido das cidades vêm da construção civil e 70% 
desse total poderia ser reutilizado (ABRECON, 2015).
A norma NBR 10.004: Resíduos Sólidos – Classificação, sofreu 
atualização sendo publicada em 31 de maio de 2004, pela Associação 
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), cuja norma define os resíduos 
sólidos segundo os riscos potenciais que geram ao ambiente e à saúde 
pública, passando a ser gerenciados corretamente. Nesta norma, os 
resíduos sólidos são classificados como “resíduos nos estados sólidos 
ou semissólidos, que resultam de atividades de origem industrial, do-
méstica, hospitalar, comercial, agrícola, ...” (ABNT, 2004).
Com a classificação predeterminada nessa norma, é identificado 
pelo gerador do resíduo seu risco potencial ao meio ambiente, além de criar 
excelentes alternativas que reciclam ou destina-o corretamente. Mesmo que 
os resíduos provenientes de atividades construtivas não estão claramente 
definidos, eles se enquadram como atividades oriundas das indústrias.
A Resolução 307, de 5 de julhode 2002, do Conselho Nacional 
do Meio Ambiente (CONAMA) é uma Resolução exclusivamente deter-
minada aos resíduos da construção civil, que dispõe sobre a gestão 
destes resíduos. Ela define claramente no Art.2:
I - Os resíduos da construção civil são os provenientes de construções, refor-
mas, demolições de obras de construção civil e os resultantes da preparação 
e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto 
em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensa-
dos, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, 
tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, 
caliça ou metralha. (CONAMA, 2002)
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À PERICULOSIDADE 
A periculosidade de um resíduo é determinada com relação às 
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suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas, e pode acar-
retar riscos tanto a saúde pública quanto ao meio ambiente, se é usado 
ou disposto em locais impróprios. A norma NBR 10.004 em seu anexo 
A e B separa os resíduos sólidos industriais em duas classes, sendo a 
Classe I e Classe II, como perigosos, não inertes e inertes.
Os resíduos de Classe I são aqueles classificados como peri-
gosos e exigem todo cuidado do gerador, podendo até mesmo receber 
multas se não processados corretamente, pois a maioria dos acidentes 
de alta gravidade e os resíduos que mais geram impactos ambientais 
são ocasionados por esses tipos de resíduos. Os resíduos perigosos 
ficam condicionados e armazenados na obra até determinado período 
para, posteriormente, serem descartados em aterros sanitários próprios 
para a sua disposição. As principais características desses resíduos 
são: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogeni-
cidade. São exemplos desse tipo de resíduos segundo a norma:
Borra de tinta, latas de tinta, óleos minerais e lubrificantes, resíduos com thinner, 
serragem contaminadas com óleo, graxas ou produtos químicos, EPI’s conta-
minadas (luvas e botas de couro), resíduos de sais provenientes de tratamento 
térmico de metais, estopas, borra de chumbo, lodo da rampa de lavagem, lona 
de freio, filtro de ar, pastilhas de freio, lodo gerado no corte, filtros de óleo, papéis 
e plásticos contaminados com graxa/óleo e varreduras. (ABNT, 2004)
Já os resíduos que compõe a Classe II são aqueles não perigo-
sos, não inertes e inertes, contrários aos resíduos da Classe I, sendo sub-
divididos em Classe II A e Classe II B. Esses resíduos possuem proprie-
dades de biodegrabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. 
Os resíduos de Classe II A são considerados não inertes, pos-
suindo mínima periculosidade, mas são capazes de sofrer alguma rea-
ção em determinados meios. Essa classe inclui resíduos que podem ser 
depositados nos aterros para esse fim ou ainda reciclados. São exem-
plos dos resíduos de Classe II A:
Materiais orgânicos da indústria alimentícia, lamas de sistemas de tratamen-
to de águas, limalha de ferro, poliuretano, fibras de vidro, resíduos provenien-
tes de limpeza de caldeiras e lodos provenientes de filtros, EPI’s (uniformes 
e botas de borracha, pó de polimento, varreduras, polietileno e embalagens, 
prensas, vidros (para-brisa), gessos, discos de corte, rebolos, lixas e EPI’s 
não contaminados. (ABNT, 2004)
Os resíduos de Classe II B são classificados como inertes, pos-
suem mínima capacidade de reação, também podem ser depositados 
nos aterros sanitários correspondentes ou reciclados, sem sofrer alte-
ração alguma em sua composição, mesmo no decorrer dos anos. Os 
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entulhos como tijolos, telhas, concreto, cerâmicas, argamassas, além 
de sucatas de ferro e aço são exemplos desses resíduos.
É regularmente visto nas caçambas estacionárias em diversos 
municípios brasileiros resíduos domésticos juntamente com os resíduos 
de Classe II B, dificultando no processo de reaproveitamento dos resídu-
os. Na Figura 3, temos um exemplo dessa situação, em que mostra os 
resíduos domiciliares coletados juntamente com resíduos de construção.
Figura 3 – Presença de resíduos domiciliares em caçamba de resíduos de 
Classe II B
Fonte: Marcio Oliveira (2018).
CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A RESOLUÇÃO CONAMA Nº 307 
A Resolução nº. 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente 
(CONAMA, 2002) foi criada para minimizar os impactos gerados por 
esses resíduos, classificando-os em quatro classes distintas conforme 
os tipos de resíduos gerados nas construções, sendo:
Quadro 2 - Classificação dos RCD em conformidade a Resolução 307/2002 – 
CONAMA
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Fonte: Adaptado de CREA-PR (2012).
A não inclusão dos resíduos de amianto na Classe D pre-
sente na Resolução 307/2002 – CONAMA teve como consequên-
cia a inserção de um aditivo, formado pela Resolução 348/2004 in-
cluindo-o na respectiva resolução.
Existem três fatores principais que tornam possível a recicla-
gem e o reaproveitamento de resíduos na construção civil, sendo eles:
1. Reduzir impactos ambientais causados pela construção civil;
2. Trazer benefícios aos projetos de construção, como a obtenção de alvarás 
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de construção e a redução de custos;
3. Melhorar a reputação dos profissionais envolvidos com esse setor. (AD-
DIS, 2010).
Um fator essencial para o reaproveitamento e reciclagem de 
materiais de atividades construtivas é que diminua a uma quantidade 
mínima os impactos provocados pela sociedade ao ambiente e ao mun-
do em que vivemos. A forma como se dá as novas construções ou refor-
mas de prédios para atender às necessidades da sociedade em busca 
de um padrão de vida melhor, tem impactado grandemente o meio am-
biente. Tal impacto manifesta-se de várias maneiras:
- Esgotamento dos recursos naturais não renováveis, seja pe-
los combustíveis minerais, seja pelos fósseis;
- Poluição do ar pelo processo de industrialização e transporte 
rodoviário;
- Deterioração da paisagem natural com o surgimento das pe-
dreiras, o desmatamento e locais de aterro.
As construções sejam elas novas ou reformas, produção de 
materiais, demolição, geram resíduos RCD, ocasionando impactos am-
bientais e afetando de forma direta ou indireta fatores como:
A saúde, a segurança e o bem-estar da população;
As atividades sociais e econômicas;
A biota;
As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
A qualidade dos recursos ambientais. (GAEDE, 2008).
Conforme pesquisa realizada no ano de 2014 pela Associação 
das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) so-
bre o estudo a respeito dos resíduos sólidos no Brasil, detalha sobre o 
recolhimento de resíduos de atividades construtivas em diversas cida-
des do país decididas através da Política Nacional de Resíduos Sólidos, 
definida na Lei 12.305/2010.
A pesquisa foi desenvolvida com base em dados divulgados e 
por meio de entrevistas (VER TABELA 2), contudo não representa, em 
sua totalidade, a quantidade de resíduos gerados nas construções. Es-
ses números foram detalhados segundo os resíduos que foram devida-
mente coletados e destinados em locais apropriados. Comparando os 
valores entre os anos de 2013 e 2014, é possível verificar o aumento de 
cerca de 4% de materiais coletados nos municípios e estados do Brasil.
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Tabela 2 – Resíduos

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