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4/16/2012 1 Sensações Somáticas - Dor A dor é um mecanismo protetor • A dor ocorre sempre que qualquer tecido é lesionado • Faz com que o indivíduo reaja para remover o estímulo doloroso • A dor é uma experiência sensorial e emocional que sinaliza lesão tecidual em andamento ou iminente • Exemplo: – Ato de sentar durante longos periodos sobre os ísquios pode causar destruição tecidual pela falta de fluxo sanguíneo para a pele comprimida pelo peso do corpo escaras de decúbito em indivíduos com lesão medular Nocicepção – componente sensorial discrimantivo da dor • Dois componentes distintos – Sensorial discriminativo – Emocional ou afetivo • Nocicepção não é equivalente a dor – Refere-se a recepção sensorial de estímulos nocivos ou lesivos por nociceptores • Localização, intensidade, qualidade, início e duração Tipos de dor Dor rápida e lenta • Dor rápida (sentida 0,1s após a aplicação de um estímulo doloroso) – Dor pontual, dor em agulhada, dor aguda e dor elétrica – Este tipo de dor é sentido quando: • Uma agulha é introduzida na pele • Pele é cortada por uma faca • Pele é agudamente queimada 4/16/2012 2 • Dor lenta – (sentida 1s ou mais após o estímulo, aumenta lentamente durante vários segundos e algumas vezes durante minutos) – Dor em queimação, dor persistente, dor pulsátil, dor nauseante, dor crônica – Este tipo de dor está associado a destruição tecidual – Pode levar a sofrimento prolongado e insuportável – Pode ocorrer na pele e em quase todos os órgãos ou tecidos profundos Tipos de dor Dor rápida e lenta Receptores para dor e sua estimulação • Os receptores para dor são terminações nervosas livres – Estão espalhados nas camads superficiais da pele, – Em certos tecidos internos • Periósteo • Paredes das artérias • Superfícies articulares • A foice e o tentório da abóboda craniana – A maioria dos outros tecidos profundos está esparsamente suprida com terminações nervosas para a dor; porém, lesões teciduais extensas podem-se somar e causar uma dor lenta e crônica na maioria destas áreas Três tipos de estímulos excitam os receptores para dor • Estímulos dolorosos Mecânicos, Térmicos, Químicos • Dor rápida – Desencadeada por estímulos mecânicos e térmicos • Dor crônica – Desencadeada pelos 3 estímulos • Substâncias que excitam o tipo químico de dor são – Bradicinina, serotonina, histamina, íons potássio, ácidos, acetilcolina, enzimas proteolíticas • Prostaglandinas e substância P – Aumentam a sensibilidade das terminações nervosas mas não excitam diretamente • As substâncias químicas são especialmente importantes na estimulação do tipo de dor lenta e persistente que ocorre após lesão tecidual Natureza não-adaptativa dos receptores para dor • Os receptores para dor – se adaptam muito pouco e algumas vezes não se adaptam • Possibilita que o individuo esteja ciente da presença de um estímulo lesivo enquanto a dor persistir • Sob certas circunstâncias, a excitação das fibra dolorosa torna-se progressivamente maior a medida que o estímulo persiste, especialmente para a dor lenta-persistente-nauseante. Este aumento na sensibilidade dos receptores para dor é chamado de hiperalgesia 4/16/2012 3 Velocidade da lesão tecidual como um estímulo para a dor • Individuo começa a sentir dor quando a pele é aquecida acima de 45°C • Tecidos são destruídos se a T°C permanecer acima deste nível • A dor secundária ao calor está intimamente relacionada a velocidade em que ocorre o dano tecidual • Intensidade da dor está intimamente relacionada à velocidade do dano tecidual – por causas diferentes de calor, • como infecção bacteriana • isquemia dos tecidos • contusão dos tecidos e outras Importância dos estímulos dolorosos químicos durante a lesão tecidual • Extratos de tecidos lesionados podem causar dor intensa quando injetados sob a pele normal • Bradicinina – Induz a dor de modo mais acentuado – Principal responsável pela indução da dor após um dano tecidual • Intensidade da dor também está relacionada – Aumento local da concentração de íon K+ – Aumento na concentração de enzimas proteolíticas • Atacam diretamente as terminações nervosas e estimulam a dor por tornar as membranas mais permeáveis aos íons Isquemia tecidual como causa da dor • Quando o fluxo sanguíneo para um tecido é bloqueado o tecido se torna muito dolorido em poucos minutos • Quanto maior for a velocidade do metabolismo deste tecido, mais rapidamente a dor aparece • Dor durante a isquemia – Se deve ao acúmulo de ácido lático nos tecidos (metabolismo anaeróbico) – Outros agentes químicos • Bradicinina e enzimas proteolíticas Espasmo muscular como causa da dor • Resulta em parte do efeito direto do espasmo muscular na estimulação de receptores para dor mecanossensíveis • Pode resultar de um efeito indireto do espasmo muscular comprimindo vasos sanguíneos e levando a isquemia • Espasmo muscular – Aumenta a velocidade do metabolismo do tecido – Torna a isquemia relativa ainda maior – Cria condições ideais para liberação de substâncias químicas indutoras da dor 4/16/2012 4 Transmissão dos sinais dolorosos ao SNC • Via dupla que corresponde aos dois tipos de dor – Via para a dor pontual rápida • Desencadeados por estímulos mecânicos ou térmicos • Transmitidos nos nervos periféricos para a medula espinhal fibra tipo Aδ – Via para a dor lenta-crônica • Desencadeado por estimulos dolorosos quimicos • Podem ser desencadeado por estímulos mecânicos ou térmicos persistentes • Transmitida para a medula espinhal fibra tipo C Via dupla para dor na medula espinhal e no tronco cerebral • Ao entrar na medula espinhal, os sinais dolorosos tomam duas vias para o encéfalo – Trato neoespinotalâmico – Trato Paleoespinotalâmico – Trato neoespinotalâmico • Dor rápida • Fibra Aδ • Transmitem dores mecânicas e térmicas agudas • Penetram na medula e terminam na Lâmina I dos cornos dorsais • Excitam neurônios de 2° ordem do trato neoespinotalâmico • Estes neurônios dão origem a fibras longas que cruzam imediatamentepara o lado oposto da medula espinhal • Ascendem ao encéfalo nas colunas ântero-laterais • Chegam nas áreas reticulares do tronco cerebral • Seguem até o tálamo terminado no complexo ventro-basal • Glutamato é o provavel neurotransmissor das fibras dolorosas rápida Aδ (dura milisegundos na fenda sinaptica) Fibras para a dor pontual rápida Fibras para a dor crônica lenta Via ântero-lateral 4/16/2012 5 Núcleos intralaminares Fibras de dor lenta Trato da dor Fibras da dor rápida • Trato Paleoespinotalâmico – Transmissão da dor crônica lenta – Utiliza fibras lentas do tipo C – As fibras periféricas terminam na medula espinhal quase inteiramente nas lâminas II e III dos cornos dorsais (chamados de substância gelatinosa) – A maior parte dos sinais passa através de um ou mais neurônios de fibra curta dentro dos cornos dorsais propriamente ditos antes de entrar na Lâmina V (cornos dorsais) – Substância P provável neurotransmissor crônico lento das terminações nervosas do Tipo C – termina amplamente no tronco cerebral • Nos núcleos reticulares da medula oblonga, ponte e mesencéfalo • Na área tectal do mesencéfalo • Região cinzenta periaquedutal Sistema de supressão da dor • O grau de reação de uma pessoa à dor é variavel • Isto resulta da capacidade do próprio encéfalo em suprimir as aferências de sinais dolorosos para o sistema nervoso através da ativação de um sistema de controle de dor chamado sistema de analgesia Sistema de analgesia Consiste de três grandes componentes – As áreas periventricular e da substância cinzenta periaquedutal do mesencéfalo e região superior da ponte que circundam o aqueduto de Sylvius e porções do terceiro e quarto ventrículos – O núcleo magno da rafe, um fino núcleo da linha média localizado lateralmente na medula oblonga e o núcleo reticular paragigantocelular localizado lateralmente na medula oblonga – Complexo inibitório da dor localizado nos cornos dorsais da medula espinhalNeste ponto, ossinais de analgesia podem bloquear a dor antes desta ser transmitida para o encéfalo 4/16/2012 6 Sistema opióide encefálico • São produtos da degradação de 3 grandes moléculas: – Pró-opiomelanocortina – Proencefalina – Prodinorfina • Entre as mais importantes substâncias opióides estão – β-endorfinas • Presentes tanto no hipotálamo quanto na hipófise – metencefalina, a leuencefalina • Encontradas no tronco cerebral e na medula espinhal – Dinorfina • Ocorrem nos mesmos locais das encefalinas porém em menor quantidade A ativação do sistema de analgesia pelos sinais neurais que entram na substância cinzenta periaquedutal e na área periventricular inativação das vias da dor por drogas semelhantes a morfina Dor referida • Frequentemente um indivíduo sente dor em uma parte do corpo que fica distante do tecido causador da dor dor referida • Mecanismo da dor referida – Ramos das fibras para a dor visceral fazem sinapse na medula espinhal nos mesmos neurônios de segunda ordem que recebem os sinais dolorosos da pele – Quando as fibras da dor visceral são estimuladas os sinais dolorosos são conduzidos através de alguns dos mesmos neurônios que conduzem os sinais dolorosos da pele e a pessoa tem a sensação de que a dor se origina na pele propriamente dita Dor visceral • Vísceras possuem receptores sensoriais exclusivos para a dor • Dor visceral difere da dor superficial – Danos viscerais localizados não causam dor grave • Cirurgião pode cortar as alças intestinais pela metade em um paciente consciente sem causar dor significativa – Porém qualquer estímulo que causar estimulação difusa das terminações nervosas para a dor através de uma víscera causa uma dor grave • Isquemia causada pela oclusão do suprimento sanguíneo para uma grande área do intestino estimula várias fibras dolorasas difusas ao mesmo tempo Causas da dor visceral verdadeira • Qualquer estímulo que excite as terminações nervosas para a dor em áreas difusas das vísceras pode causar dor visceral • Isquemia • Estímulos químicos – Substâncias nocivas escapam do trato gastrointestinal • Úlcera suco gástrico causa digestão disseminada na peritônio viceral • Espasmo de uma víscera oca (estimulação mecânica) – Alça intestinal, vesícula biliar, ducto biliar, ureter – Em geral ocorre na forma de cólica – Ciclos intermitentes resultam de períodos de contração da musculatura lisa – Frequentemente ocorre na apendicite, gastroenterite, constipação, menstruação, parto, doenças da vesícula biliar e obstrução uretral • Distensão excessiva de uma víscera oca – Comprimem os vasos sanguineos – Promovem uma dor isquêmica • Vísceras insensíveis – Parênquima do fígado e os alvéolos pulmonares – Cápsula hepática e ductos biliares são extremamente sensíveis a dor – Brônquios e a pleura parietal são bastantes sensíveis a dor 4/16/2012 7 Localização da dor visceral • A dor oriunda de diferentes visceras é difícil de localizar – Sistema nervoso não reconhece, a partir de uma experiência anterior, a existência de diferentes órgão internos • Qualquer dor originada internamente não é localizada de uma forma prescisa • As sensações do abdome e do tórax são transmitidas através de duas vias para o SNC – Via visceral verdadeira • Transmitida através de fibras sensoriais nos feixes nervosos autônomos • Sensações são referidas a áreas da superfície do corpo – Via parietal • Conduzidas diretamente para os nervos espinhais locais a partir do peritônio parietal, pleura ou pericárdio • Sensações se localizam diretamente sobre a área dolorosa • Quando a dor visceral é referida para a superfície do corpo, o indivíduo geralmente a localiza no segmento dermatomal de origem do órgão visceral no embrião e não necessariamente no local atual daquele órgão visceral • Uma via nervosa para a dor algumas vezes se torna excessivamente excitável • Esta hiperexcitação leva a hiperalgesia que significa a hipersensibilidadea dor • Causas de hiperalgesia – Hiperalgesia primária • Sensibilidade excessiva dos receptores para dor • Sensibilidade extrema da pele queimada pelo sol – Hiperalgesia secundária • Facilitação da transmissão sensorial • Lesões na medula espinhal ou no tálamo
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