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Direito Romano - Do Casamento

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UNIDADE III
1. A FAMÍLIA NATURAL E O CASAMENTO
A família natural era o agrupamento constituído apenas dos cônjuges e de seus filhos, independentemente de o marido e pai ser ou não pater familias da mulher e dos descendentes imediatos.
 A família natural tinha por base o casamento. Há duas definições no Corpus Iuris Civilis, uma atribuída a Modestino e outra provavelmente de autoria de Ulpiano. 
A primeira diz: “as núpcias são a união do homem e da mulher, o consórcio de toda a vida, a comunicação do direito divino e humano”.]
 A segunda, constante das Institutas assim define: “núpcias, ou matrimônio, são a união do homem e da mulher, a qual encerra comunhão indivisível de vida”.
1.1. Justas núpcias (justae nupptiae) ou matrimonium era o casamento legítimo, contraído de acordo com o direito civil.
 Admitiam-se duas espécies de casamentos: 
 1. casamento cum manu: era aquele em que a mulher caia sob o poder do marido ou do paterfamilias do marido, caso este fosse alieni juris .Neste caso, substituía-se a antiga patria potestas, sob a qual se achava, por nova patria potestas - a do marido ou do pater familias deste, ficando a mulher em lugar de filha, e, como irmã de seus próprios filhos.
No casamento cum manus adquiria-se a manus de três modos: pela confarreatio, pela compra ou pelo uso.
a) Confarreatio era o casamento solene e religioso, privativo dos patrícios - consistia na oferenda à Jupiter, pelos noivos, de um bolo fabricado com espelta, espécie de trigo, que era repartido entre o casal. A cerimônia era realizada na presença de 10 testemunhas e do grande pontífice, sendo exigida uma série de palavras solenes e de diversos atos.
b) Coemptio era o casamento privativo dos plebeus, em que a manus se concretizava pela venda simbólica da mulher ao marido através de cerimônia que se assemelha pela forma, e não pelas palavras, à mancipatio (modo solene de transferir a propriedade). A própria mulher é que se vendia, que se emancipava ao marido na presença de cinco cidadãos púberes e de um porta balança (libripens).
c) Usus era o casamento cuja manus se concretizava depois da coabitação contínua do homem e da mulher durante um ano. Era como que transposição do instituto do usucapião (ou aquisição da propriedade através da posse contínua e prolongada) para o âmbito do direito de família. Se decorrido um ano, a mulher abandonasse o domicílio conjugal durante três noites consecutivas, a manus não se concretizava, não havia casamento.
 2. casamento sine manu: era aquele em que a mulher não caia sob o poder do marido, continuando sob a manus do pater familia de que provinha. A manus não relacionava a mulher ao marido, nesta nova família, sendo o casal socialmente nivelado. No casamento sine manus não havia formalismo, a mulher era conduzida para a casa do marido simplesmente (cerimônia simbólica e constituição de um dote).
 Tanto um como outro eram formas legítimas de casamento, peculiares, em princípio, aos cidadãos romanos. O casamento repousava num elemento espiritual e psicológico de grande importância - a affectio maritalis - vontade espontânea dos cônjuges de se tratarem como marido e mulher.
2.2.Condições de Validade para o casamento 
O primeiro requisito para que um casamento romano fosse válido era o de que os nubentes fossem solteiros, pois o enlace entre os romanos era monogâmico.
 O segundo requisito consistia em que os noivos fossem romanos, porque o casamento era direito só dos cidadãos de Roma.
 O terceiro requisito era o da idade, de quatorze para o noivo e doze para a donzela.
 O quarto requisito consistia no consentimento do pater caso os nubentes fossem alieni juris. Se sui juris, bastava a vontade livre dos nubentes.
Caso, porém, o pater negasse autorização para os alieni juris casarem, estes recorriam ao pretor para obterem o consentimento que lhes fora negado.
 Embora sui juris ou alieni juris , para que pudessem casar não podiam existir, entre eles, os seguintes impedimentos:
não podiam ser parentes cognatos, isto é, consangüíneos, em linha reta de descendência, em qualquer grau;
 se o parentesco fosse colateral ou de afinidade, o impedimento ia só até o sexto grau. 
na República, o impedimento de afinidade existia apenas entre genro e nora, sogro e sogra.
no Baixo Império, acrescentou-se mais o impedimento entre cunhados e cunhadas.
2.3.Uniões diferentes das justas núpcias
Além das justas núpcias havia em Roma, outros tipos de ligações diferentes quer dizer simples uniões de fato, sem conseqüências jurídicas, regidas pelo direito, mas não pelo ius civile. São elas:
1) Concubinatum - era no início, uma união de natureza inferior que não nivelava, socialmente, a mulher ao marido e que não subordinava os filhos à patria potestas do pai. Houve uma grande evolução no instituto do concubinato porque, no início, era a mera união sem nenhuma conseqüência jurídica, e foi depois praticamente consagrado, por via indireta, através da lei. Havia concubinato quando entre homem e mulher se estabelecia uma união extraconjugal estável.
 Os efeitos jurídicos do concubinato refletiam-se:
 a) entre os cônjuges - os concubinos eram obrigados à fidelidade.- era proibida a acumulação do concubinato com casamento legítimo;
entre o pai e os filhos naturais - os filhos nascidos do concubinato, os liberi naturales, eram considerados quase como indignos, não podendo ser adotados pelo pai.
2) o matrimonium sine connubio ou matrimonium do ius gentium- é a união entre romanos e peregrinos ou entre peregrinos, sendo regulado pelo ius gentium ou pelo direito peculiar à cidade a que pertenciam os cônjuges. 
3) o contubernium - era a mera união de fato entre escravos ou entre pessoa livre e escravo, desprovida de quaisquer conseqüências jurídicas.
2.4. Extinção do Casamento - Extinguiam-se as justas nupcias por uma das causas seguintes:
morte de um dos cônjuges;
perda da libertas ou da civitas, por um dos cônjuges;
pelo divórcio.
2.5. Dissolução do casamento cum manu - a separação dos casamentos cum manu era muito rara mas, o marido podia repudiar sua mulher, e excluí-la da sua família, quando ocorressem infrações graves, comprovadas após um competente processo judicial. 
O casamento cum manu era anulado pelo:
Diffarreatio - espécie de divórcio, era a cerimônia inversa do confarreatio, com a presença de testemunhas para comprovarem a efetiva separação do casal.
Mancipatio – forma de repúdio nos tipos de casamento coemptio e usus - o marido, se comprovados os motivos para o repúdio, “vendia” a mulher para outra pessoa.
 O casamento sine manu era anulado pelo divórcio, separação consensual do casal, sem maiores formalidades. Bastava vontade de um ou do outro. A mulher também podia requerer o divórcio, desde que fosse sui iuris. Quando fosse alieni juris cabia a seu pater promover a separação.
 Apesar de o casamento ser considerado um elo permanente, não era considerado indissolúvel pelo Direito Romano, podendo ser rompido livremente por iniciativa de um ou de ambos os cônjuges. O jus civile fixava quais eram os justos motivos para tal comportamento:
adultério;
aborto criminoso, desconhecido pelo marido; 
quando a mulher fosse ébria contumaz. 
 O imperador Augusto determina que a notificação seja levada ao outro cônjuge por um liberto, diante de 7 testemunhas. Pune também severamente o stuprum e o adultério. 
 No início era raro o divórcio, em virtude da severidade de costumes, com a relaxação dos costumes, nos fins da república os divórcios tornaram-se freqüentes. Quando um dos cônjuges se divorciasse do outro sem justa causa ou quando desse justa causa para que o outro o repudiasse, ele era punido com penas pecuniárias (para a mulher, a perda do dote; para o marido, a perda das doações nupciais) e corporais (para o homem deportação e para mulher, prisão perpétua, em convento.)
3. DOTE
Era o conjunto de bens oferecidos pela mulher ao marido, por ocasião do casamento, com o fim de amenizaros encargos da nova situação. Os bens podiam constitui-se de dinheiro ou não e serem provenientes da mulher, do pai desta ou de terceiro.
Os bens do casamento cum manu constituíam um só patrimônio, ficando os bens da mulher para o paterfamilias, que os administrava e lhes dava o destino que quisesse. No casamento sine manu, os bens do marido e de sua mulher se achavam separados de maneira absoluta.
No direito justinianeu, o regime dotal foi submetido a repetidas e minuciosas regras, todas fundamentais no propósito elevado de proteger os interesses da família constituída, culminando na máxima básica seguinte: em todos os casos de dissolução do casamento, o dote deve ser restituído não só à mulher divorciada, inocente ou à viúva, como também aos herdeiros da mulher, no caso em que esta morresse antes do marido, na vigência do casamento.
4. ADOÇÃO 
Era o ato pelo qual o alieni iuris, homem ou mulher, saia da família de origem para colocar-se sob outra patria potestas, a da família do adotante. Adoção era a colocação de alguém sob patria potestas, podendo recair sobre o alieni juris (adoção propriamente dita) ou sobre o sui iuris (ad-rogação).
Ad-rogação era o ato pelo qual o paterfamilias fazia entrar para sua família um outro paterfamilias, na qualidade de filius. Aplicava-se apenas aos homens.
Servia a adoção:
para dar herdeiro a quem não os tinha;
por motivos de família ou políticos;
para transformar plebeus em patrícios;
para atribuir o “jus civitas” a um latino
5. CAPITIS DEMINUTIO - tem o sentido técnico de mudança,de alteração e não de diminuição. Quando havia a mudança de um dos requisitos (liberdade, cidadania, família) mudava-se a situação jurídica da pessoa também.
 Classificava-se em:
a) capitis deminutio máxima (de livre a escravo) - acontecia quando o cidadão perdia a liberdade - ex. cidadão romano que caia prisioneiro do inimigo, ou era jogado às feras e equiparado ao escravo. A perda da liberdade acarretava a perda da cidadania e da situação na família romana também, pois a liberdade era pressuposto da cidadania e do status familia;
b) capitis deminutio média (de cidadão a não cidadão) - quando o cidadão passava à condição de estrangeiro pelo exílio voluntário ou imposto por punição; ou tornava-se peregrino ou como no caso dos bandidos, desterrados ou condenados a trabalho perpétuo em obras públicas;
c) capitis deminutio minima - quando ocorria alteração no estado familiar, através da adoção, emancipação ou passagem do alieni iuris para o sui iuris.
no mesmo nível (de alieni juris a alieni juris
para melhor (de alieni juris a sui juris)
para pior (de sui juris a alieni juris)

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