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1 Definição Elasticidade-Preço da Demanda Elasticidade-Preço Cruzada da Demanda Elasticidade-Renda da Demanda Elasticidade-Preço da Oferta Aplicação (Modelo da Teia de Aranha) Elasticidades 2 Elasticidades Definição: Elasticidade é uma medida da variação percentual em uma variável dependente como resultado de uma variação percentual numa variável independente, coeteris paribus. Esta medida pode ser interpretada como sendo o grau de sensibilidade, resposta ou reação de uma variável em face das alterações em outra variável. 3 Elasticidades Exemplos na Microeconomia Elasticidade-preço da demanda: variação percentual na quantidade demandada de um bem, dada a variação percentual no preço do próprio bem, coeteris paribus. Elasticidade-renda da demanda: variação percentual na quantidade demandada de um bem, dada uma variação percentual na renda dos consumidores deste bem, coeteris paribus. Elasticidade-preço cruzada da demanda: variação percentual na quantidade demandada de um bem, dada a variação percentual no preço de outro bem, coeteris paribus. Elasticidade-preço da oferta: variação percentual na quantidade ofertada de um bem, dada uma variação percentual no preço do próprio bem, coeteris paribus. 4 Elasticidades Exemplos na Macroeconomia Elasticidade-câmbio das exportações: variação percentual nas exportações, dada uma variação percentual na taxa de câmbio, coeteris paribus. Elasticidade-câmbio das importações: variação percentual nas importações, dada uma variação percentual na taxa de câmbio, coeteris paribus. Elasticidade-renda das exportações: variação percentual nas exportações, dada uma variação percentual na renda nacional dos parceiros comerciais, coeteris paribus. Elasticidade-renda das importações: variação percentual nas importações, dada uma variação percentual na renda nacional do país importador, coeteris paribus. Elasticidade-juros da demanda por moeda: variação percentual na demanda por moeda, dada uma variação percentual no juros internos, coeteris paribus. Elasticidades Elasticidade-preço da demanda Coeficiente de Elasticidade-preço da demanda (Epd ): é uma medida expressa pela razão entre a variação percentual na quantidade demandada e a variação percentual no preço do bem, coeteris paribus. Mede a sensibilidade, a resposta, a reação dos consumidores às variações no preço de um bem/serviço. O resultado deste cálculo é um número negativo, pois expressa a relação inversa entre preço e quantidade na demanda. Toma-se, então, o seu valor absoluto (módulo). Exemplo: Se o Epd = -1,5 , então, considera-se |Epd | = 1,5 para efeito de classificação da demanda pelo bem/serviço. 6 Elasticidades Cálculo do coeficiente de elasticidade-preço da demanda Interpretação: para uma queda de 20% no preço coeteris paribus, o consumidor aumenta sua quantidade demandada em 30% (1,5 vezes os 20%). 𝐸𝑝𝑑 = 1,5 7 Elasticidades Medida do coeficiente de elasticidade-preço no ponto médio Epd = ∆𝑞𝑖 𝑑 ∆𝑝𝑖 ∙ 𝑝𝑖1+𝑝𝑖2 2 𝑞𝑑1+𝑞𝑑2 2 Digite a equação aqui. Epd= 9 −4 20+16 2 30+39 2 = −1,1739 ≅ −1,2 8 Elasticidades Medida do coeficiente de elasticidade-preço no ponto Para uma função demanda univariada, A elasticidade-preço no ponto será dada por: Para uma função demanda multivariada, A elasticidade-preço no ponto será dada por: 9 Elasticidades Classificação da Demanda segundo a Elasticidade-Preço • Demanda Elástica • Demanda Inelástica • Demanda com Elasticidade Unitária 10 Elasticidades Elasticidade-preço da demanda Demanda Elástica (|Epd|>1): Quando uma variação percentual no preço resulta numa variação percentual proporcionalmente maior na quantidade demandada. A medida em valor absoluto do coeficiente de elasticidade-preço será |Epd |>1. Suponha uma elevação do preço de um produto em 10%. Se o consumidor reage reduzindo sua quantidade demandada em mais de 10%, então, se diz que a demanda por este produto é elástica, ou seja, o consumidor reage forte às variações nos preços. 11 Elasticidades Elasticidade-preço da demanda Demanda Inelástica (|Epd|<1): Quando uma variação percentual no preço resulta numa variação percentual proporcionalmente menor na quantidade demandada. A medida em valor absoluto do coeficiente de elasticidade-preço será |Epd|<1. Por exemplo: uma variação de 10% no preço resulta numa variação na quantidade demandada desse bem em menos de 10%, coeteris paribus. Neste caso, os consumidores são pouco sensíveis às variações de preço. 12 Elasticidades Demanda de Elasticidade Unitária (|Epd|=1 ou Epd=-1): Quando uma variação percentual no preço resulta numa igual variação percentual na quantidade demandada. Por exemplo: |Epd|=1 . Se o preço aumenta em 10%, a quantidade se reduz também em 10%, coeteris paribus. Elasticidade-preço da demanda 13 Elasticidades • Disponibilidade de bens substitutos: quanto mais bens substitutos tiver um bem, mais elástica tende a ser sua demanda, pois caso ocorram aumentos no seu preço, mais opções terá o consumidor para “fugir” do consumo desse bem. • Essencialidade do bem: quanto mais essencial for o bem, mais inelástica será sua demanda. Ex.: remédios vitais, ‘vícios’, transporte, alimentos em geral. • Importância relativa do bem no orçamento do consumidor: quanto maior o ‘peso’ do bem no orçamento, mais elástica será sua demanda. • Horizonte de tempo: quanto maior o horizonte de tempo, mais elástica tende a ser a demanda de um bem, pois o tempo maior permite o aparecimento de substitutos, ou seja, os consumidores acabam descobrindo mais formas de substituir o bem cujo preço aumentado incomoda. Fatores que influenciam a elasticidade-preço da demanda: 14 Elasticidade-preço de uma Função Demanda Linear Considere a função 𝑄 = 𝑎 − 𝑏𝑃. O coeficiente de elasticidade para esta função é 𝜂𝑝 = 𝜕𝑄 𝜕𝑃 ∙ 𝑃 𝑄 = −𝑏 ∙ 𝑃 𝑎 − 𝑏𝑃 Observe que, se P=0 implica que 𝜂𝑝 = 0 e, se Q=0, 𝜂𝑝 = −∞. Qual é o preço de elasticidade-preço igual a -1? −𝑏 ∙ 𝑃 𝑎 − 𝑏𝑃 = −1 → 𝑃 = 𝑎 2𝑏 Este é o preço que gera a elasticidade-preço unitária O intercepto vertical é 𝑃 = 𝑎 𝑏 . Assim, os intervalos de preços segundo a elasticidade-preço são: 0 ≤ 𝑃 < 𝑎 2𝑏 a demanda é inelástica 𝑎 2𝑏 < 𝑃 ≤ 𝑎 𝑏 a demanda será elástica Elasticidades 15 Elasticidades Elasticidade-preço de uma Função Demanda Linear Exercício Com os dados abaixo, encontre a forma funcional da demanda, represente graficamente, calcule o coeficiente de elasticidade-preço e determine os intervalos de preços segundo a elasticidade-preço. preço quantidade 𝐸𝑝𝑑 demanda 0 50 ... 4 40 0,25 Inelástica 8 30 0,67 Inelástica 12 20 1,5 Elástica 16 10 4 Elástica 20 0 ... 𝐸𝑝𝑑 16 Elasticidades Elasticidade-preço de uma Função Demanda Linear Interpretação geométrica Graficamente: A medida da elasticidade- preço varia ao longo da função demanda linear. Preço do Bem (R$) Quantidade demandada a b c |Epd|ponto b > 1 (elástica) |Epd|ponto a = 1 (unitária) |Epd|ponto c < 1 (inelástica) Elasticidade-preço de uma Função Demanda não linear 17 Elasticidades Se a demanda for expressa como uma função potência, do tipo, o coeficiente de elasticidade-preço assume um valor constante e igual ao expoente b ao longo de toda a curva de demanda. Demonstração: como exercício 𝑄𝑑 = 𝑎𝑝𝑏 , 𝑜𝑛𝑑𝑒 𝑏 < 0 18 Preço ($) Quantidade Preço ($) Quantidade Demanda mais inelástica (inclinação acentuada) variações no preço impactam fracamente sobre as quantidades. Demanda mais elástica (inclinação leve) variaçõesno preço impactam fortemente sobre as quantidades. Elasticidades Elasticidade-preço da demanda 19 Preço ($) Quantidade Demanda Perfeitamente Inelástica (Epd=0) (totalmente inclinada verticalmente) Quantidade demandada é fixa para qualquer preço. Exemplos: bens essenciais, necessários Demanda Perfeitamente Elástica (Epd=) (inclinação zero) Qualquer quantidade é transacionada sempre ao mesmo preço. Exemplos: hortifrutigranjeiros Elasticidades Elasticidade-preço da demanda: Casos Extremos Preço ($) Quantidade 20 Elasticidades Relação entre a Receita Total (ou faturamento do vendedor ou gasto total do consumidor) e a Elasticidade-preço da demanda O que acontece com a Receita Total quando o preço do bem varia? A resposta depende da elasticidade-preço da demanda 𝑅𝑇 = 𝑝. 𝑞𝑑(𝑝) Receita Total = preço unitário do bem x quantidade demandada do bem 21 𝑅𝑇 = 𝑝. 𝑞𝑑(𝑝) 𝑑𝑅𝑇 𝑑𝑝 = 𝑑𝑝 𝑑𝑝 𝑄 𝑝 + 𝑑𝑄 𝑝 𝑑𝑝 𝑝 = 𝑄 𝑝 + 𝑑𝑄 𝑝 𝑑𝑝 𝑝 = 𝑄 𝑝 𝑄 𝑝 + 𝑑𝑄 𝑝 𝑑𝑝 𝑝 𝑄 𝑝 = 𝑄 𝑝 𝑄 𝑝 𝑄 𝑝 + 𝑑𝑄 𝑝 𝑑𝑝 𝑝 𝑄 𝑝 = 𝑄 𝑝 1 + 𝜂𝑝 Como 𝜂𝑝 < 0, podemos escrever 𝑑𝑅𝑇 𝑑𝑝 = 𝑄 𝑝 1 − 𝜂𝑝 Sinais: Se 𝜂𝑝 > 1 ⟹ 𝑑𝑅𝑇 𝑑𝑝 < 0 ⟹ ↓ 𝑝 𝑒 ↑ 𝑅𝑇 Se 𝜂𝑝 < 1 ⟹ 𝑑𝑅𝑇 𝑑𝑝 > 0 ⟹ ↑ 𝑝 𝑒 ↑ 𝑅𝑇 Se 𝜂𝑝 = 1 ⟹ 𝑑𝑅𝑇 𝑑𝑝 = 0 ⟹ ↓ 𝑜𝑢 ↑ 𝑝 𝑒 𝑅𝑇 → Elasticidades Demonstração da Relação entre a Receita Total e a Elasticidade-preço da demanda a) Se a Epd for elástica: % q d > % p • se p aumentar, qd cairá, e a RT diminuirá; • se p cair, qd aumentará, e a RT aumentará. b) Se Epd for inelástica: % q d < % p • se p aumentar, qd cairá, e a RT aumentará. • se p cair, qd aumentará, e a RT cairá. c) Se Epd for unitária: % q d = % p • Tanto faz p aumentar ou cair, que a receita total (RT) permanece constante. 22 Elasticidades 23 Elasticidades Elasticidade-preço cruzada da Demanda É a razão entre a variação percentual na quantidade demandada de um bem, dada uma variação percentual no preço de outro bem, coeteris paribus. Se > 0 os bens x e y são substitutos, ou seja, o aumento do preço de y aumenta o consumo de x, coeteris paribus. Se < 0 os bens x e y são complementares, ou seja, o aumento do preço de y diminui o consumo de x, coeteris paribus. 24 Elasticidades Elasticidade-renda da Demanda É a razão entre a variação percentual na quantidade demandada, dada uma variação percentual na renda do consumidor, coeteris paribus. Se , o bem x é dito bem superior ou de luxo Se , o bem x é dito bem normal Se , o bem x é dito bem inferior Se , o bem x é dito de consumo saciado Se , o bem x é um bem superior ou de luxo Se , o bem x é um bem normal Se , o bem x é um bem inferior Se , o bem x é um bem de consumo saciado 25 Elasticidades Elasticidade-preço da Oferta É a medida da variação percentual sobre a quantidade ofertada que resulta de uma variação percentual no preço do bem, coeteris paribus. Preço do Bem Quantidade do Bem. Epo > 1 Epo = 1 Epo < 1 Aplicação das Elasticidades da Demanda e da Oferta 26 Elasticidades Modelo da Teia de Aranha O modelo original considerava apenas as inclinações relativas entre as funções de demanda e oferta com dados discretos de preços e quantidades. Nicholas Kaldor expandiu este modelo para os casos em que existam ajustamentos contínuos de preços e quantidades. Nesses casos, a estabilidade do equilíbrio entre preços e quantidades produzidas dependerá das velocidades relativas de ajustamento da demanda e da oferta, em vez de depender das inclinações relativas dessas duas curvas. Assim sendo, se a velocidade de ajustamento for maior do lado da demanda do que do lado da oferta, os movimentos convergirão para um ponto de equilíbrio estável. Por outro lado, se a velocidade de ajustamento for maior do lado da oferta do que do lado da demanda, os movimentos de preços e quantidades não convergirão para um ponto de equilíbrio estável. Modelo da Teia de Aranha 27 Este modelo apresenta três processos de ajustamento entre preços e quantidades produzidas: • O ciclo convergente (estável); • O ciclo divergente (instável); e, • O ciclo contínuo. Modelo da Teia de Aranha 28 Modelo Matemático: 𝑄𝑡 𝑑 = 𝛼 − 𝛽𝑃𝑡 , equação de demanda; e, 𝑄𝑡 𝑠 = 𝛿 + 𝛾𝑃𝑡−1 , equação de oferta. 𝑄𝑡 𝑑 = 𝑄𝑡 𝑠, condição de equilíbrio no mercado do produto Onde: 𝑄𝑡 𝑑 é a quantidade demandada no período t; 𝑄𝑡 𝑠 é quantidade ofertada no período t; 𝑃𝑡−1 é o preço observado no período t – 1; 𝛼, 𝛽, 𝛿 𝑒 𝛾 são os parâmetros a serem estimados. Com os preços no eixo vertical, as inclinações das funções demanda e oferta são: 𝜕𝑄𝑡 𝑑 𝜕𝑃𝑡 = − 𝛽 , para a curva de demanda; 𝜕𝑄𝑡 𝑠 𝜕𝑃𝑡−1 = 𝛾 , para a curva de oferta. Critérios para definição dos ciclos de ajustamento de preços e quantidades: • Se − 𝛽 < 𝛾 , observa-se um ciclo convergente; • Se − 𝛽 > 𝛾 , observa-se um ciclo divergente, e • Se − 𝛽 = 𝛾 , observa-se um ciclo contínuo. Modelo da Teia de Aranha 29 Ciclo Convergente FIGURA 1 Processo de ajustamento preço-quantidade converge para o equilíbrio. FIGURA 2 Convergência do preço do produto. Modelo da Teia de Aranha 30 Ciclo Divergente FIGURA 3 Processo de ajustamento preço-quantidade é divergente (instável ou explosivo). Se afasta do equilíbrio. FIGURA 4 Divergência do preço do produto. Modelo da Teia de Aranha 31 Ciclo Contínuo FIGURA 5 Processo de ajustamento preço-quantidade contínuo. Não alcança o equilíbrio. FIGURA 6 Flutuação contínua e regular do preço do produto. Modelo da Teia de Aranha e as Elasticidades-preço da Demanda e da Oferta 32 Utilizando os coeficientes de elasticidade-preço da demanda e da oferta dados por: 𝐸𝑝 𝑑 = 𝑑𝑄𝑑 𝑑𝑝𝑑 ∙ 𝑝𝑑 𝑄𝑑 , para a demanda; e, 𝐸𝑝 𝑠 = 𝑑𝑄𝑠 𝑑𝑝𝑠 ∙ 𝑝𝑠 𝑄𝑠 , para a oferta. Avaliando-se estas duas medidas no ponto de equilíbrio, ou seja, onde 𝑝𝑠 = 𝑝𝑑 ou 𝑄𝑠 = 𝑄𝑑, pode-se ver que: • Se 𝐸𝑝 𝑠 < 𝐸𝑝 𝑑 , ocorrerá o caso convergente; • Se 𝐸𝑝 𝑠 > 𝐸𝑝 𝑑 , ocorrerá o caso divergente; • Se 𝐸𝑝 𝑠 = 𝐸𝑝 𝑑 , ocorrerá o caso contínuo. Conclusão: no ponto de equilíbrio, o caso convergente ocorre quando a curva de demanda é mais elástica do que a curva de oferta e o caso divergente quando a curva de oferta é mais elástica do que a curva de demanda.
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