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PRINCIPAIS DECISÕES DE DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO DO 
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO 
 
1. COMPETÊNCIA 
 
Ação de representante comercial autônomo vai ser julgada pela Justiça do 
Trabalho 
A representação comercial realizada por pessoa física para pessoa 
jurídica configura relação de trabalho. A Sétima Turma do Tribunal Superior do 
Trabalho reconheceu a competência da Justiça do Trabalho para julgar a 
reclamação trabalhista de um representante comercial autônomo. No caso, o 
representante pediu o pagamento de parcelas do contrato civil firmado com a 
empresa. Dessa forma, não se trata de lide entre pessoas jurídicas, mas de 
discussão sobre trabalho prestado por pessoa física, o que atrai a competência 
da Justiça do Trabalho, nos termos do artigo 114, inciso I, da Constituição da 
República. A Turma entendeu que a discussão diz respeito ao trabalho prestado 
por pessoa física, e não à lide de natureza civil entre pessoas jurídicas. 
 
Processo: RR-1423-08.2010.5.15.0129 
 
Informativo nº 198 - empresa reclamada com atuação em âmbito nacional 
O TST no informativo nº 198, trouxe o entendimento que quando a 
empresa reclamada tiver atuação em âmbito nacional, pode a ação ser ajuizada 
fora do local da contratação ou da prestação de serviço, conforme segue: 
 
Competência territorial. Domicílio do reclamante. Possibilidade. 
Desnecessidade de coincidir com o local da prestação de serviços ou 
com o da contratação ou arregimentação. Empresa de atuação 
nacional. Aplicação ampliativa do art. 651, caput e § 3º, da CLT. É 
possível reconhecer a competência territorial do foro do domicílio do 
reclamante quando a empresa contratante tiver atuação em âmbito 
nacional, não havendo necessidade de coincidir o domicílio do 
 
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empregado com o local da prestação de serviço ou com o da 
contratação ou arregimentação. Trata-se de interpretação ampliativa 
dos critérios objetivos do art. 651, caput, e § 3º, da CLT, de modo a 
garantir o acesso amplo à Justiça sem prejuízo do direito de defesa. 
No caso, restou consignado que a contratação do reclamante pela 
Petrobras, empresa notoriamente de atuação nacional, se deu em 
Salvador/BA, com prestação de serviços no Estado da Bahia e em 
Macaé/RJ, mas a ação foi ajuizada no domicílio do empregado, em 
Aracaju/SE, onde também se localiza uma das sedes da empresa 
reclamada. Sob esse entendimento, a SBDI-I, por unanimidade, 
conheceu dos embargos, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, 
por maioria, negoulhes provimento. Vencidos os Ministros Márcio 
Eurico Vitral Amaro, relator, Walmir Oliveira da Costa e Alexandre Luiz 
Ramos. (TST-E-ED-RR-278-87.2015.5.20.0003, SBDI-I, rel. Min. 
Márcio Eurico Vitral Amaro, red. p/ acórdão Min. Breno Medeiros, 
6.6.2019 (Cf. Informativos TST nºs 146, 156) – Informativo TST nº 198) 
 
Competência da Justiça do Trabalho em ação entre servidores estatutários 
e sindicato 
A Primeira Turma do TST declarou que a Justiça do Trabalho é 
competente para julgar ação em que agentes da polícia civil questionam o 
processo eleitoral de 2011 do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal 
(Sinpol) para a escolha de diretores. 
Segundo a Turma, o conflito só envolve Direito Coletivo do Trabalho, 
sem tratar da natureza jurídica estatutária do vínculo entre os servidores e a 
administração pública. 
Competência: na reclamação trabalhista, o grupo de agentes pede o 
registro da chapa Mudança Geral no processo eleitoral, com o argumento de 
que, de acordo com o artigo 114, inciso III, da Constituição da República, 
compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações sobre representação 
sindical entre sindicatos e trabalhadores. 
O sindicato, em contestação, sustenta que, segundo a jurisprudência 
firmada pelo STF na ADI 3395, a competência não abrange a relação entre os 
servidores estatutários e a administração pública nem demandas que exijam a 
análise do vínculo jurídico-administrativo dos servidores públicos. 
 
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O juízo da 15ª Vara do Trabalho de Brasília (DF) declarou-se 
incompetente e encaminhou o processo à vara cível (Justiça Comum). Na visão 
do juízo de primeiro grau, a restrição imposta pelo STF em relação ao inciso I do 
artigo 114 da Constituição se estende também ao inciso III. A decisão foi mantida 
pelo Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (DF-TO). 
Servidor estatutário x sindicato: os integrantes da Primeira Turma 
seguiram o voto do relator, ministro Dezena da Silva, no sentido de que a ação 
sobre a representatividade sindical não traz qualquer pretensão capaz de afetar 
o vínculo jurídico entre a administração e os servidores. 
Para o ministro, a relação entre os servidores e o sindicato situa-se no 
âmbito do Direito Coletivo de Trabalho e independe do vínculo estatutário. “A 
discussão em torno de questões internas do sindicato, a exemplo das eleições, 
encontra-se abrangida pela competência da Justiça do Trabalho prevista no 
inciso III do artigo 114 da Constituição da República, mesmo na hipótese em que 
a entidade sindical represente servidores públicos estatutários”. 
 
Processo: RR-207-67.2011.5.10.0015 
 
Competência da Justiça do Trabalho em ação sobre honorários 
Subseção I Especializada em Dissídios Individuais reafirmou, a 
competência da Justiça do Trabalho para julgar ação em que um advogado 
empregado cobra da entidade o pagamento de honorários advocatícios nas 
causas em que atuou para o banco. 
A jurisprudência do TST entende que o objeto da demanda decorre da 
relação trabalhista, e não de contrato de natureza civil entre os participantes do 
fundo constituído. 
 
Processo: ED-E-RR -159700-88.2010.5.16.0002 
 
 
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2. VALOR DOS PEDIDOS 
 
Condenação deve se limitar aos valores pedidos pelo empregado 
De acordo com o CPC, o juiz deve decidir nos limites propostos pelas 
partes. A Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho limitou a apuração dos 
valores aos montantes indicados por ele na reclamação trabalhista. A Turma 
seguiu o entendimento de que, quando houver pedido líquido e certo na ação, a 
condenação deve se limitar ao valor especificado. O relator, ministro Douglas 
Alencar Rodrigues, ressaltou que, de acordo com o entendimento do TST, nos 
casos em que há pedido líquido e certo, a condenação se limita ao valor 
especificado. Ele explicou que os artigos 141 e 492 do Código de Processo Civil 
estabelecem que o juiz deve decidir nos limites propostos pelas partes e vedam 
a condenação em quantidade superior ou em objeto diverso do que foi 
demandado. 
 
Processo: RR-12131-83.2016.5.18.0013 
 
TST afasta exigência de juntada de planilha contábil no ajuizamento de 
ação 
Para a SDI-2, a medida impede injustificadamente o acesso à Justiça. A 
Subseção II Especializada em Dissídios Individuais (SDI-2) do Tribunal Superior 
do Trabalho considerou ilegal a exigência de que um empregado juntasse à 
reclamação trabalhista um laudo pericial contábil. A relatora do recurso ordinário, 
ministra Maria Helena Mallmann, observou que a decisão em que se havia 
determinado a apresentação da planilha poderia ser questionada por meio de 
recurso após a sentença, o que, de acordo com a Orientação Jurisprudencial 92 
da SDI-2, torna incabível a impetração do mandado de segurança. No entanto, 
a ministra explicou que, em 2018, a SDI-2 considerou inaplicável a OJ sempre 
 
8 
 
que o ato questionado for ilegal ou divergir da jurisprudência do TST e quando 
não houver meio processual para evitar o prejuízo imediato à parte. A planilha 
contábil não pode ser considerada documento indispensável para a propositura 
da ação, por falta de previsão em lei e, ainda que o documento fosse 
imprescindível, não há justificativa para exigi-la. 
 
Processo:que tratam de indenização por 
danos decorrentes de redução da capacidade laborativa por acidente de trabalho 
ou doença ocupacional a ele equiparável que dependa de perícia para 
quantificação do déficit funcional, ressalvadas hipóteses em que evidenciado o 
abuso do direito de ação. 
 
Enunciado 7. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE SUCUMBÊNCIA. ART. 85, 
§1º, DO CPC. INAPLICÁVEL. É incompatível com o processo do trabalho o 
arbitramento de honorários autônomos ou cumulativos nas fases recursal e de 
execução, salvo, quanto a esta, se a execução for de título extrajudicial. 
 
Enunciado 8. A fixação dos honorários de sucumbência entre 5% e 15% aplica-
se para toda e qualquer ação de competência da Justiça do Trabalho, 
ressalvados procedimentos especiais para os quais a lei os exclui. 
 
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Enunciado 9. Nas ações que tenham por objeto a condenação em prestações 
vencidas e vincendas, os honorários de sucumbência serão calculados a partir 
da soma das parcelas vencidas, acrescida da soma de 12 (doze) prestações 
vincendas. 
 
Enunciado 10. As ações em que restar pendente condição suspensiva de 
exigibilidade das obrigações decorrentes da sucumbência serão arquivadas sem 
dívida 
 
Comissão 02: Direito Intertemporal. Prescrição Intercorrente 
 
Enunciado 1. Para os descumprimentos de determinação judicial, pelo 
exequente, no curso da execução ocorridos antes de 11.11.17, a fluência do 
prazo de prescrição intercorrente tem início em 11.11.17. 
 
Enunciado 2. Para os descumprimentos de determinação judicial, pelo 
exequente, no curso da execução ocorridos a partir de 11.11.17, a fluência do 
prazo de prescrição intercorrente tem início na data da ocorrência do 
descumprimento. 
 
Enunciado 3. Não se aplica retroativamente a prescrição intercorrente prevista 
no art. 11-A da CLT, com a redação dada pela Lei nº 13.467/17. 
 
Enunciado 4. A fluência do prazo de prescrição intercorrente somente pode ter 
início a partir do descumprimento de ordem judicial proferida a partir de 11.11.17. 
 
Comissão 03: Homologação de Acordo Extrajudicial Execução de Ofício 
 
 
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Enunciado 1. HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL. 
COMPETÊNCIA TERRITORIAL. Aos procedimentos de jurisdição voluntária, no 
que tange à competência territorial, aplica-se a regra do artigo 651 da CLT. 
 
Enunciado 1-A. HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL. 
COMPETÊNCIA TERRITORIAL. A competência territorial é definida pelo artigo 
651 da CLT, aplicando-se analogicamente o artigo 63, parágrafo 3º, do CPC, 
para reputar ineficaz de oficio a eleição de foro diferente do previsto no artigo 
651 da CLT e determinar a remessa dos autos ao Juízo competente. 
 
Enunciado 2. HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL. 
PREVENÇÃO. O ajuizamento torna prevento o juízo. 
 
Enunciado 3. HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL. PETIÇÃO. 
REQUISITOS. 
I - A petição de acordo extrajudicial deverá conter obrigatoriamente os dados 
exigidos pelo 840, parágrafo 1º, da CLT c/c artigo 319, inciso II, do CPC 
(aplicação supletiva): a identificação do contrato ou relação jurídica, as 
obrigações pactuadas (valor, tempo e modo de pagamento), a cláusula penal, 
as parcelas abrangidas e os valores respectivos, o valor da causa, bem como a 
atribuição de responsabilidade pelos recolhimentos fiscais e previdenciários. 
II – Na discriminação das parcelas devem ser respeitados direitos de terceiros e 
matérias de ordem pública (artigos 841 e 844 do Código Civil e artigo 832, 
parágrafo 3º, da CLT). 
 
Enunciado 4. HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL. AUDIÊNCIA. 
AUSÊNCIA DOS INTERESSADOS. A designação de audiência constitui 
faculdade do Juiz, nos termos do artigo 855-D da CLT, podendo a ausência 
injustificada dos interessados, intimados, acarretar a extinção do feito. 
 
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Enunciado 5. HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL. LIMITES DA 
QUITAÇÃO. 
I – A petição inicial deverá contemplar as verbas específicas e a discriminação 
dos valores objeto do acordo. 
II - A transação pressupõe a existência de res dúbia e concessões recíprocas, 
não legitimando renúncia a direitos em prejuízo ao trabalhador, em afronta ao 
disposto nos artigos 9º, 444 e 468 da CLT. 
 
Enunciado 5-A. HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL. LIMITES 
DA QUITAÇÃO. A transação interpreta-se restritivamente, nos termos do artigo 
843 do Código Civil, não sendo possível a quitação genérica de verbas que não 
constem da petição de acordo. 
 
Enunciado 6. HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL ALVARÁS. 
SEGURODESEMPREGO E FGTS. Diante dos termos do artigo 477, caput e 
§10, da CLT, é do empregador a obrigação de promover as devidas 
comunicações e entregar ao empregado a documentação pertinente, respeitado, 
em qualquer caso, o disposto no artigo 855-C da CLT. Nos procedimentos de 
homologação de acordo extrajudicial, em regra, não serão expedidos alvarás 
para liberação de FGTS e encaminhamento de seguro-desemprego. 
 
Enunciado 7. NÃO HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL. 
RECORRIBILIDADE 
I - A sentença que não homologar acordo extrajudicial é atacável por Recurso 
Ordinário, por aplicação subsidiária do artigo 724 do CPC. 
 
Comissão 04: Pedidos Líquidos 
 
 
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Enunciado 1. INDICAÇÃO DOS VALORES DOS PEDIDOS. 
CONSTITUCIONALIDADE. A exigência de indicação dos valores dos pedidos 
na petição inicial (art. 840, § 1º, da CLT) é compatível com a Constituição, pois 
não afasta a garantia de acesso à justiça (art. 5º, XXXV, da CF/88), privilegia a 
ampla defesa (art. 5º, LV, da CF), estimula a conciliação e promove maior 
celeridade processual, concretizando a garantia fundamental de razoável 
duração do processo (art. 5º, LXXVIII, da CF/88). 
 
Enunciado 2. EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL. Não há abuso de poder e nem 
ilegalidade na decisão que determina a emenda da petição inicial para indicação 
dos valores dos pedidos nos processos ajuizados após a vigência da Lei 
13.467/17. 
 
Enunciado 3. AÇÃO DE PRODUÇÃO ANTECIPADA DA PROVA. A ação de 
Produção Antecipada da Prova (art. 381 e seguintes do CPC) permite ao 
trabalhador obter a documentação necessária para apurar os valores dos 
pedidos antes do ajuizamento da ação principal. Além disso, é expressamente 
prevista para os casos em que “o prévio conhecimento dos fatos possa justificar 
ou evitar o ajuizamento de ação”. O correto uso do referido instrumento jurídico 
racionaliza o funcionamento da Justiça do Trabalho. 
 
Enunciado 4. AÇÃO DE PRODUÇÃO ANTECIPADA DE PROVA. INTERESSE 
PROCESSUAL. A resistência extrajudicial à pretensão de exibição de 
documentos, comprovada por meio idôneo, é suficiente para caracterizar o 
interesse processual e justificar o ajuizamento da ação de produção antecipada 
da prova documental. Não comprovada a solicitação prévia do documento pelo 
trabalhador, resta ausente o interesse processual, ensejando a extinção do 
processo sem resolução do mérito. 
 
 
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Enunciado 5. MEDIDAS INDUTIVAS E EXECUTIVAS. É possível a fixação de 
astreintes e a busca e apreensão de documentos na produção antecipada de 
provas. 
 
Enunciado 6. VALOR DO PEDIDO. VINCULAÇÃO. O valor do pedido pode ser 
controlado de ofício pelo Juiz (art. 292, § 3º, do CPC) e deve corresponder ao 
valor total pretendido pelo autor, mas não é exigível a inclusão de pedidos 
implícitos (juros, atualização monetária, honorários de advogado), nos termos do 
art. 322, § 1º, do CPC, e nem da multa do art. 467 da CLT, tampouco a dedução 
dos tributos porventura devidos, que são matéria de defesa e/ou efeito da 
condenação. 
 
Enunciado 7. MEMÓRIA DE CÁLCULO. DESNECESSIDADE. A exigência de 
indicação dos valores dos pedidos na petição inicial (art. 840, § 1º, da CLT) não 
tornou necessária a apresentação de memória de cálculo detalhada por ocasião 
do ajuizamento da ação. 
 
Enunciado 8. IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA. É ônus da defesa a impugnação 
específica ao valor atribuído ao pedido, sob pena de preclusão. 
 
Enunciado9. PEDIDO GENÉRICO. É admissível o pedido genérico nas ações 
indenizatórias por acidente do trabalho (art. 324, § 1º, II, do CPC), quando o grau 
de incapacidade do trabalhador tiver que ser apurado em perícia ainda não 
realizada. 
 
Enunciado 10. PEDIDO GENÉRICO. O pedido genérico não é admissível 
quando a petição inicial contiver elementos suficientes para a indicação do valor 
pretendido e nem quando houver impugnação ao conteúdo dos documentos 
contratuais. 
 
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Enunciado 11. PEDIDOS IMPLÍCITOS. É desnecessária a indicação do valor 
dos pedidos de aplicação da multa do art. 467 da CLT e de pagamento de juros, 
de atualização monetária e de honorários advocatícios (art. 322, § 1º, do CPC). 
 
Comissão 05: Dano Processual (litigância de má-fé). Revelia. Ônus da 
Prova. 
 
Enunciado 1. A situação prevista no art. 844, § 5º, da CLT não descaracteriza a 
revelia e consequente confissão quanto à matéria de fato. 
 
Enunciado 2. A situação prevista no art. 844, § 5º, da CLT descaracteriza a 
revelia, mas faz confesso quanto à matéria de fato o reclamado ausente à 
audiência. 
 
Enunciado 3. A apresentação de exceção de incompetência em atenção ao 
procedimento previsto no art. 800 da CLT não afasta a caracterização de revelia 
e consequente confissão quanto à matéria de fato na hipótese de não 
comparecimento do reclamado à audiência a que se refere o art. 843 da CLT. 
 
Enunciado 4. A decretação de revelia não desafia mandado de segurança, por 
caber recurso próprio. 
 
Enunciado 5. Não viola os §§ do artigo 818 da CLT a atribuição do ônus da 
prova, pelo juízo, de modo diverso do previsto no art. 818, incisos I e II, da CLT 
somente no momento do julgamento, quando a decisão estiver de acordo com 
súmulas e enunciados de jurisprudência dos Tribunais do Trabalho. 
 
 
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Enunciado 6. Os arts. 793-A a 793-C da CLT constituem disciplina geral do 
direito processual do trabalho sobre os deveres processuais, não impedindo a 
aplicação subsidiária ou supletiva das regras previstas no direito processual 
comum envolvendo situações específicas caracterizadoras de improbidade 
processual, a exemplo daquelas contidas nos arts. 77, § 2º, 774 e 1026, §§ 2º e 
3º, do CPC. 
 
Enunciado 7. A situação prevista no art. 844, § 5º, da CLT não descaracteriza a 
revelia e consequente confissão quanto à matéria de fato, mas impõe ao juiz o 
exame, entre aquelas invocadas em contestação e/ou comprovadas 
documentalmente, das matérias passíveis de conhecimento de ofício. 
 
Enunciado 8. A decretação, ou não, de revelia no caso do artigo 844, § 5º, da 
CLT não viola direito líquido e certo, desafiando recurso próprio. 
 
Enunciado 9. 
I - É exemplo de não violação dos §§ do artigo 818 da CLT a atribuição do ônus 
da prova de modo diverso do previsto no art. 818, incisos I e II, da CLT no 
momento do julgamento, quando a decisão estiver de acordo com súmulas e 
enunciados de jurisprudência dos Tribunais do Trabalho. 
II - Sobre os fatos cujo julgamento se funda em documentação de guarda 
obrigatória do empregador não se aplica a regra de distribuição estática do ônus 
da prova, prevista no artigo 818 da CLT, incidindo o princípio da melhor aptidão 
para a prova. 
 
Enunciado 10. Os arts. 793-A a 793-C da CLT constituem disciplina geral do 
direito processual do trabalho sobre os deveres processuais, não impedindo a 
aplicação subsidiária e supletiva das regras previstas no direito processual 
comum envolvendo situações específicas caracterizadoras de improbidade 
 
50 
 
processual, a exemplo daquelas contidas nos arts. 77, § 2º, 774 e 1026, §§ 2º e 
3º, do CPC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PRINCIPAIS DECISÕES DO SUPREMO TRIBUNA FEDERAL 
 
1. EXIGÊNCIA DE COMUM ACORDO PARA AJUIZAMENTO DE 
DISSÍDIO COLETIVO E CONSTITUCIONAL 
 
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), em sessão virtual, julgou 
constitucional dispositivo da Reforma do Judiciário (Emenda Constitucional 
45/2004) que exige a anuência mútua das partes para o ajuizamento de dissídio 
coletivo trabalhista e atribui legitimidade ao Ministério Público do Trabalho (MPT) 
para ajuizar o dissídio em caso de greve em atividades essenciais. 
A decisão, por maioria, se deu no julgamento das Ações Diretas de 
Inconstitucionalidade (ADIs) 3392, 3423, 3431, 3432 e 3520. Segundo o relator, 
ministro Gilmar Mendes, não há nos dispositivos qualquer violação às cláusulas 
pétreas da Constituição Federal. 
 
Autocomposição 
As medidas foram incluídas pela EC 45/2003 nos parágrafos 2º e 3º do 
artigo 114 da Constituição Federal, que trata da competência da Justiça do 
Trabalho. Segundo o relator, a Reforma do Judiciário implementou boas práticas 
internacionais, e um de seus objetivos foi diminuir o poder normativo da Justiça 
do Trabalho e privilegiar a autocomposição. 
Ele lembrou que, de acordo com a Organização Internacional do 
Trabalho (OIT), a melhor forma de composição na resolução de conflitos 
coletivos deve privilegiar a normatização autônoma, evitando a imposição do 
poder estatal. “No contexto brasileiro, isso significa enfraquecer o poder 
normativo que era dado à Justiça do Trabalho e expandir os meios alternativos 
de pacificação, como a mediação e a arbitragem, mesmo que estatal”, assinalou. 
“A jurisprudência do STF, inclusive, destaca a importância dos acordos coletivos 
na Justiça do Trabalho e da autocomposição dos conflitos trabalhistas”. 
 
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Legitimidade 
Sobre a alegação de que a emenda teria retirado a legitimidade das 
entidades sindicais para propor dissídios coletivos, o ministro Gilmar Mendes 
frisou que o parágrafo 3º do artigo 114 da Constituição é claro ao afirmar que o 
MPT poderá ajuizar dissídio coletivo em caso de greve em atividade essencial 
com possibilidade de lesão do interesse público. “Não há que se falar, portanto, 
em supressão de competências de entidades sindicais”, ressaltou. “Em verdade, 
a norma traz uma garantia de pacificação de conflitos no caso de greve em 
atividades essenciais, de modo a privilegiar a paz social”. Ainda de acordo com 
o ministro, a alteração não impede o acesso à Justiça. 
• http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=444672
&ori=1 
 
2. DEPÓSITO RECURSAL NÃO É OBRIGATÓRIO PARA ANÁLISE DE 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO DE MATÉRIA TRABALHISTA 
 
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), em sessão virtual, 
decidiu que não é necessário o depósito recursal para a admissibilidade de 
recurso extraordinário. A matéria constitucional, com repercussão geral 
reconhecida em 2013, foi objeto do Recurso Extraordinário (RE) 607447, 
desprovido pela maioria dos ministros. 
A Corte aprovou a seguinte tese de repercussão geral (Tema 679): 
“Surge incompatível com a Constituição Federal exigência de depósito prévio 
como condição de admissibilidade do recurso extraordinário, no que não 
recepcionada a previsão constante do § 1º do artigo 899 da Consolidação das 
Leis do Trabalho, sendo inconstitucional a contida na cabeça do artigo 40 da Lei 
nº 8.177/1991, e, por arrastamento, no inciso II da Instrução Normativa nº 3/1993 
do Tribunal Superior do Trabalho”. 
 
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Na origem, uma telefonista ajuizou reclamação trabalhista contra a 
Telepar (Telecomunicações do Paraná, atualmente Oi S/A), pleiteando diversos 
direitos. O caso chegou ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), que negou a 
subida de recurso extraordinário interposto pela Brasil Telecom para o Supremo, 
porque a empresa não comprovou o recolhimento de depósito recursal 
(deserção). 
No STF, a empresa sustentava que o depósito somente é exigido na 
Justiça do Trabalho nas hipóteses previstas na CLT. Na esfera cível, há 
pagamento somente das custas processuais, devidamente recolhidas. 
 
Acesso à Justiça e direito de defesa 
A maioria dos ministros acompanhou o voto do relator, ministroMarco 
Aurélio, que entendeu que a exigência não é razoável, pois a lei não pode 
condicionar o acesso ao Poder Judiciário a depósito prévio. “Para a interposição 
de recurso ao Supremo, não se pode cogitar de pagamento de certo valor”, 
afirmou, lembrando que o acesso à Justiça e à ampla defesa são garantias 
asseguradas pela Constituição Federal (incisos XXXV e LV do artigo 5º). 
De acordo com o ministro Marco Aurélio, o recurso extraordinário é um 
instituto processual voltado a preservar a autoridade da Constituição. Assim, a 
exigência do depósito para que pessoa natural ou jurídica se dirija ao Supremo 
afronta o sistema de liberdades fundamentais. O ministro citou ainda que, de 
acordo com a jurisprudência do STF (ADPF 156 e Súmulas Vinculantes 21 e 28) 
, a exigência é incompatível com a Constituição. 
Acompanharam o relator os ministros Edson Fachin, Ricardo 
Lewandowski, Luiz Fux e Gilmar Mendes. Ficaram vencidos os ministros 
Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e o presidente do STF, 
ministro Dias Toffoli, que consideraram a exigência constitucional. 
• http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=443985
&ori=1 
 
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3. STF AFASTA TRECHOS DA MP QUE FLEXIBILIZA REGRAS 
TRABALHISTAS DURANTE PANDEMIA DA COVID-19 
 
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), em sessão realizada por 
videoconferência nesta quarta-feira (29), suspendeu a eficácia de dois 
dispositivos da Medida Provisória (MP) 927/2020, que autoriza empregadores a 
adotarem medidas excepcionais em razão do estado de calamidade pública 
decorrente da pandemia do novo coronavírus. Por maioria, foram suspensos o 
artigo 29, que não considera doença ocupacional os casos de contaminação de 
trabalhadores pelo coronavírus, e o artigo 31, que limitava a atuação de auditores 
fiscais do trabalho à atividade de orientação. A decisão foi proferida no 
julgamento de medida liminar em sete Ações Diretas de Inconstitucionalidade 
(ADIs) ajuizadas contra a MP. 
As ações foram ajuizadas pelo Partido Democrático Trabalhista (ADI 
6342), pela Rede Sustentabilidade (ADI 6344), pela Confederação Nacional dos 
Trabalhadores Metalúrgicos (ADI 6346), pelo Partido Socialista Brasileiro (ADI 
6348), pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), pelo Partido Socialismo e 
Liberdade (PSOL) e pelo Partido dos Trabalhadores (PT) conjuntamente (ADI 
6349), pelo partido Solidariedade (ADI 6352) e pela Confederação Nacional dos 
Trabalhadores da Indústria (ADI 6354). O argumento comum é que a MP afronta 
direitos fundamentais dos trabalhadores, entre eles a proteção contra a 
despedida arbitrária ou sem justa causa. 
 
Preservação de empregos 
No início do julgamento das ações, na última quinta-feira (23), o relator, 
ministro Marco Aurélio votou pela manutenção do indeferimento das liminares, 
por entender que não há na norma transgressão a preceito da Constituição 
Federal. A seu ver, a edição da medida “visou atender uma situação emergencial 
 
55 
 
e preservar empregos, a fonte do sustento dos trabalhadores que não estavam 
na economia informal”. Hoje, ele foi acompanhado integralmente pelos ministros 
Dias Toffoli, presidente do STF, e Gilmar Mendes. 
 
Compatibilização de Valores 
Prevaleceu, no entanto, a divergência aberta pelo ministro Alexandre de 
Moraes, no sentido de que as regras dos artigos 29 e 31 fogem da finalidade da 
MP de compatibilizar os valores sociais do trabalho, “perpetuando o vínculo 
trabalhista, com a livre iniciativa, mantendo, mesmo que abalada, a saúde 
financeira de milhares de empresas”. 
Segundo o ministro, o artigo 29, ao prever que casos de 
contaminação pelo coronavírus não serão considerados ocupacionais, 
exceto mediante comprovação de nexo causal, ofende inúmeros 
trabalhadores de atividades essenciais que continuam expostos ao risco. 
O artigo 31, por sua vez, que restringe a atuação dos auditores fiscais do 
trabalho, atenta contra a saúde dos empregados, não auxilia o combate à 
pandemia e diminui a fiscalização no momento em que vários direitos 
trabalhistas estão em risco. 
Também votaram neste sentido os ministros Edson Fachin, Rosa Weber, 
Carmen Lucia, Ricardo Lewandowski e Luiz Fux. Para o ministro Luiz Roberto 
Barroso, deve ser conferida intepretação conforme a Constituição apenas para 
destacar que, caso suas orientações não sejam respeitadas, os auditores 
poderão exercer suas demais competências fiscalizatórias. 
 
Preponderância da Constituição 
Ficaram vencidos em maior parte os ministros Edson Fachin, Rosa 
Weber e Ricardo Lewandowski, que, além da suspensão de outros dispositivos 
impugnados, votaram também pela suspensão da eficácia da expressão “que 
terá preponderância sobre os demais instrumentos normativos” contida no artigo 
 
56 
 
2º da MP. Para eles, os acordos individuais entre empregado e empregador 
celebrados durante o período da pandemia, inclusive sobre regime de 
compensação e prorrogação da jornada de trabalho, serão válidos nos termos 
do entendimento firmado pelo STF no julgamento da ADI 6363, quando foi 
mantida a a eficácia da MP 936/2020. “A Constituição e as leis trabalhistas não 
podem ser desconsideradas nem pelos empregados nem pelos empregadores, 
mesmo em tempo de situação emergencial de saúde”, disse o ministro Fachin. 
 
4. STF MANTÉM POSSIBILIDADE DE REDUÇÃO DE SALÁRIOS POR 
ACORDO INDIVIDUAL EM DECORRÊNCIA DA PANDEMIA 
 
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a eficácia da 
regra da Medida Provisória (MP) 936/2020 que autoriza a redução da jornada de 
trabalho e do salário ou a suspensão temporária do contrato de trabalho por meio 
de acordos individuais em razão da pandemia do novo coronavírus, 
independentemente da anuência dos sindicatos da categoria. Por maioria de 
votos, em julgamento realizado por videoconferência e concluído nesta sexta-
feira (17), o Plenário não referendou a medida cautelar deferida pelo ministro 
Ricardo Lewandowski na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 6363, 
ajuizada pelo partido Rede Sustentabilidade. 
• http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=442355
&ori=1 
 
Momento excepcional 
Prevaleceu a divergência aberta pelo ministro Alexandre de Moraes. Ele 
entende que, em razão do momento excepcional, a previsão de acordo individual 
é razoável, pois garante uma renda mínima ao trabalhador e preserva o vínculo 
de emprego ao fim da crise. Segundo ele, a exigência de atuação do sindicato, 
 
57 
 
abrindo negociação coletiva ou não se manifestando no prazo legal, geraria 
insegurança jurídica e aumentaria o risco de desemprego. 
Para o ministro, a regra não fere princípios constitucionais, pois não há 
conflito entre empregados e empregadores, mas uma convergência sobre a 
necessidade de manutenção da atividade empresarial e do emprego. Ele 
considera que, diante da excepcionalidade e da limitação temporal, a regra está 
em consonância com a proteção constitucional à dignidade do trabalho e à 
manutenção do emprego. 
 
Proteção ao trabalhador 
O ministro Alexandre de Moraes destacou ainda a proteção ao 
trabalhador que firmar acordo. De acordo com a MP, além da garantia do retorno 
ao salário normal após 90 dias, ele terá estabilidade por mais 90 dias. 
Acompanharam esse entendimento os ministros Roberto Barroso, Luiz 
Fux, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Dias Toffoli (presidente). 
 
Participação sindical 
Ficaram vencidos, além do relator, o ministro Edson Fachin e a ministra 
Rosa Weber. Em 6/4, o ministro Ricardo Lewandowski, deferiu parcialmente a 
medida cautelar para determinar que, após serem comunicados dos acordos 
individuais, os sindicatos poderiam se manifestar sobre sua validade.Na sessão 
de hoje, o ministro Fachin votou pelo deferimento integral da cautelar e foi 
seguido pela ministra Rosa Weber. Segundo ele, ainda que admita a 
possibilidade de acordos individuais,a Constituição Federal assegura que a 
redução salarial só pode ocorrer mediante negociação coletiva. Para Fachin, não 
há espaço para que a legislação ordinária substitua a regra constitucional que 
prevê a participação sindical em acordos com essa finalidade. 
• http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=441651
&ori=1 
 
58 
 
5. LICENÇA-MATERNIDADE COMEÇA A CONTAR A PARTIR DA ALTA 
DA MÃE OU DO RECÉM-NASCIDO 
 
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou, em sessão 
virtual, liminar deferida pelo ministro Edson Fachin na Ação Direta de 
Inconstitucionalidade (ADI) 6327 para considerar a data da alta da mãe ou do 
recém-nascido como marco inicial da licença-maternidade. Segundo a decisão, 
a medida deve se restringir aos casos mais graves, como internações que 
excederem o período de duas semanas. Conforme o relator, não há previsão em 
lei de extensão da licença em razão da necessidade de internações mais longas, 
especialmente nos casos de crianças nascidas prematuramente (antes de 37 
semanas de gestação), e a medida é forma de suprir essa omissão legislativa. 
O ministro Fachin assinalou que essa omissão resulta em proteção 
deficiente às mães e às crianças prematuras, que, embora demandem mais 
atenção ao terem alta, têm o tempo de permanência no hospital descontado do 
período da licença. Ele lembrou que, no período de internação, as famílias são 
atendidas por uma equipe multidisciplinar, e é na ida para casa que os bebês 
efetivamente demandarão o cuidado e a atenção integral de seus pais, 
especialmente da mãe. Também destacou que não se trata apenas do direito da 
mãe à licença, mas do direito do recém-nascido, no cumprimento do dever da 
família e do Estado, à vida, à saúde, à alimentação, à dignidade, ao respeito, à 
liberdade e à convivência familiar. 
Por maioria de votos, o Plenário acolheu os argumentos apresentados 
na ação pelo partido Solidariedade para dar interpretação conforme o texto 
constitucional ao artigo 392, parágrafo 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho 
(CLT) e ao artigo 71 da Lei 8.213/1991. 
• http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=440791
&ori=1 
 
 
59 
 
6. CASSADA DECISÃO QUE MANTEVE DESCONTO DE 
CONTRIBUIÇÃO SINDICAL APROVADA EM ASSEMBLEIA 
 
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), cassou 
decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-1), com sede no 
Rio de Janeiro, que autorizou o desconto em folha da contribuição sindical 
aprovada em assembleia com ampla participação dos trabalhadores da 
categoria. A decisão se deu na Reclamação (RCL) 36185, ajuizada pela Atento 
Brasil S. A., que argumentava que a aprovação na assembleia não supriria a 
necessidade de autorização expressa dos participantes. 
Reforma Trabalhista 
Segundo a relatora, o TRT-1 descumpriu o decidido pelo STF no 
julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5794, na qual o 
Plenário reconheceu a constitucionalidade da alteração introduzida pela 
Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017) que exige autorização prévia e expressa 
dos participantes da categoria profissional para que o desconto da contribuição 
sindical possa ser efetuado. De acordo com a ministra, esse entendimento deve 
ser seguido por todos os demais órgãos do Poder Judiciário e da administração 
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. 
Ao cassar a decisão do TRT-1, a relatora determinou que outra seja 
proferida observando o que foi decidido pelo Supremo no julgamento da ADI 
5794. 
• http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=439193
&ori=1 
 
7. APROVADA TESE QUE GARANTE A TRABALHADOR EM ATIVIDADE 
DE RISCO DIREITO A INDENIZAÇÃO EM CASO DE ACIDENTE 
 
 
60 
 
O direito à reparação independe de comprovação de culpa ou dolo do 
empregador. 
Por maioria, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou, na 
sessão desta quinta-feira (12), tese para fins de repercussão geral (Tema 932) 
que garante ao trabalhador que atua em atividade de risco o direito a indenização 
em razão de danos decorrentes de acidente de trabalho, independentemente da 
comprovação de culpa ou dolo do empregador. 
No julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 828040, realizado em 
setembro de 2019, os ministros entenderam, por maioria de votos, que é 
constitucional a imputação da responsabilidade civil objetiva do empregador por 
danos decorrentes de acidentes de trabalho em atividades de risco. Naquela 
oportunidade, ficou pendente a aprovação da tese. 
Na sessão de hoje, os ministros aprovaram a tese sugerida pelo relator 
do caso, ministro Alexandre de Moraes: “O artigo 927, parágrafo único, do 
Código Civil é compatível com o artigo 7º, XXVIII, da Constituição Federal, sendo 
constitucional a responsabilização objetiva do empregador por danos 
decorrentes de acidentes de trabalho nos casos especificados em lei ou quando 
a atividade normalmente desenvolvida, por sua natureza, apresentar exposição 
habitual a risco especial, com potencialidade lesiva, e implicar ao trabalhador 
ônus maior do que aos demais membros da coletividade”. 
• http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=439172
&ori=1 
 
8. CABE À JUSTIÇA COMUM JULGAR AÇÕES CONTRA CONCURSO 
PÚBLICO REALIZADO POR EMPRESAS ESTATAIS 
 
Para a maioria dos ministros, as demandas são anteriores à relação de 
emprego, o que afasta a competência da Justiça do Trabalho. 
 
61 
 
Por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) 
decidiu que é da Justiça Comum (federal ou estadual) a competência para 
processar e julgar as demandas ajuizadas por candidatos e empregados 
públicos na fase pré-contratual, relativas a critérios para a seleção e a admissão 
de pessoal nos quadros de empresas públicas. A matéria foi discutida no 
Recurso Extraordinário (RE) 960429, com repercussão geral reconhecida, e a 
solução será aplicada em mais de 1.500 casos semelhantes sobrestados em 
outras instâncias. 
No caso dos autos, um candidato aprovado no cargo de técnico em 
mecânica de nível médio na Companhia de Águas e Esgotos do Estado do Rio 
Grande do Norte (Caern) teve sua classificação alterada após revisão das notas 
do concurso público. Ele recorreu ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio 
Grande do Norte (TJ-RN), que o manteve no cargo. No recurso ao STF, a 
empresa sustentava que a competência para resolver a controvérsia seria da 
Justiça do Trabalho. 
 
Inexistência de relação trabalhista 
Ao negar provimento ao recurso da Caern, o relator, ministro Gilmar 
Mendes, observou que, como o concurso público é um processo administrativo 
que visa à admissão do empregado, controvérsias relativas a essa fase devem 
ser pautadas por normas de direito público, prevalecendo a competência da 
Justiça Comum (estadual ou federal). Ele lembrou que, antes da admissão, 
sequer existe uma relação regida pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 
Segundo Mendes, na fase pré-contratual há apenas uma expectativa do 
candidato de que a relação seja concretizada, caso venha a ser contratado. 
Apenas depois de iniciada a relação de trabalho é que se instaura a competência 
da Justiça do Trabalho. Esse entendimento foi acompanhado pelos ministros 
Alexandre de Moraes, Rosa Weber, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Ricardo 
Lewandowski, Marco Aurélio e Dias Toffoli (presidente). 
 
62 
 
 
Divergência 
Único a divergir, o ministro Edson Fachin considera que o recurso diz 
respeito aos critérios de seleção e admissão em empresa pública e discute a 
legalidade da manutenção do candidato no cargo. Segundo ele, como a relação 
de trabalho já estava estabelecida e o emprego era regido por normas da CLT, 
a competência para processar e julgar a controvérsia seria da Justiça do 
Trabalho. 
 
Repercussão geral 
A tese de repercussão geral firmada foi a seguinte: "Compete à Justiça 
Comum processar ejulgar controvérsias relacionadas à fase pré-contratual de 
seleção e de admissão de pessoal e eventual nulidade de certame em face da 
administração pública direta e indireta, nas hipóteses em que adotado o regime 
celetista de contratação de pessoal". 
• http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=438620
&ori=1 
 
9. JUSTIÇA COMUM DEVE JULGAR CAUSA DE SERVIDOR CELETISTA 
QUE PASSOU A SER REGIDO PELO REGIME ESTATUTÁRIO 
 
Por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) 
declarou competência da Justiça comum para processar e julgar causa de 
servidor público municipal admitido mediante aprovação em concurso público 
sob o regime da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT) e que, posteriormente, 
passou a ser regido pelo estatuto dos servidores públicos municipais. A decisão 
foi proferida no Conflito de Competência (CC) 8018, na sessão de encerramento 
do ano judiciário realizada nesta quinta-feira (19). 
 
63 
 
O servidor ingressou no serviço público do Município de Colônia do 
Gurguéia (PI) em 1997 no cargo de auxiliar de serviços gerais sob o regime 
celetista e, em julho de 2010, passou a ser regido pelo regime estatutário. Em 
2013, ele ajuizou ação na Justiça do Trabalho para pleitear o recolhimento de 
parcelas do FGTS no período em que esteve regido pelas regras da CLT. 
Prevaleceu no julgamento o voto do ministro Alexandre de Moraes. 
Segundo ele, como o vínculo do servidor com a administração pública é 
estatutário, a competência para julgar a causa é da Justiça comum, ainda que 
as verbas requeridas sejam de natureza trabalhista e relativas ao período 
anterior à alteração do regime de trabalho. Acompanharam a divergência os 
ministros Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski e Gilmar 
Mendes. 
O relator, ministro Marco Aurélio, e os ministros Edson Fachin, Rosa 
Weber e Dias Toffoli ficaram vencidos. Para eles, a competência para julgar a 
causa é da Justiça do Trabalho, pois o servidor foi originariamente contratado 
pelo regime celetista. 
• http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=433279
&ori=1 
 
10. STF INVALIDA NORMA DA REFORMA TRABALHISTA QUE 
PERMITIA TRABALHO DE GRÁVIDAS E LACTANTES EM 
ATIVIDADES INSALUBRES 
 
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), por maioria de votos, 
julgou procedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5938 para 
declarar inconstitucionais trechos de dispositivos da Consolidação das Leis do 
Trabalho (CLT) inseridos pela Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017) que 
admitiam a possibilidade de trabalhadoras grávidas e lactantes desempenharem 
atividades insalubres em algumas hipóteses. Para a corrente majoritária, a 
 
64 
 
expressão “quando apresentar atestado de saúde, emitido por médico de 
confiança da mulher”, contida nos incisos II e III do artigo 394-A da CLT, afronta 
a proteção constitucional à maternidade e à criança. 
A ação foi ajuizada no Supremo pela Confederação Nacional dos 
Trabalhadores Metalúrgicos. A norma questionada admitia que gestantes 
exercessem atividades consideradas insalubres em grau médio ou mínimo e que 
lactantes desempenhassem atividades insalubres em qualquer grau, exceto 
quando apresentassem atestado de saúde que recomende o afastamento. Tal 
previsão legal, segundo a entidade autora, afronta a proteção que a Constituição 
Federal atribui à maternidade, à gestação, à saúde, à mulher, ao nascituro, aos 
recém-nascidos, ao trabalho e ao meio ambiente de trabalho equilibrado. A 
eficácia dos dispositivos estava suspensa desde o fim do mês passado por 
liminar deferida pelo relator, ministro Alexandre de Moraes. 
No início da sessão desta quarta-feira (29), em que se apreciou o mérito 
da ação, falaram na condição de amici curiae os representantes da 
Confederação Nacional de Saúde (CNS), pela improcedência da ação, e da 
Central Única do Trabalhadores (CUT), que defendeu a inconstitucionalidade 
dos trechos da norma. 
 
Proteção à maternidade 
O relator iniciou seu voto observando que, após a alteração legal, a 
norma passou a impor às grávidas e às lactantes o ônus de apresentar atestado 
de saúde como condição para o afastamento. Esse ônus, segundo o ministro, 
sujeita a trabalhadora a maior embaraço para o exercício de seus direitos, 
sobretudo para aquelas que não têm acesso à saúde básica para conseguir o 
atestado. 
Na avaliação do ministro, a norma está em desacordo com diversos 
direitos consagrados na Constituição Federal e deles derivados, entre eles a 
proteção à maternidade, o direito à licença-maternidade e a segurança no 
 
65 
 
emprego assegurada à gestante, além de normas de saúde, higiene e 
segurança. Sob essa ótica, a proteção da mulher grávida ou da lactante em 
relação ao trabalho insalubre caracteriza-se como direito social protetivo tanto 
da mulher quanto da criança. “A razão das normas não é só salvaguardar direitos 
sociais da mulher, mas também efetivar a integral proteção ao recém-nascido, 
possibilitando sua convivência integral com a mãe nos primeiros meses de vida, 
de maneira harmônica e segura e sem os perigos de um ambiente insalubre, 
consagrada com absoluta prioridade, no artigo 227 do texto constitucional, como 
dever também da sociedade e do empregador”, assinalou. 
Dessa forma, o ministro destacou que a alteração deste ponto da CLT 
feriu direito de dupla titularidade – da mãe e da criança. A seu ver, a previsão de 
afastamento automático da gestante ou da lactante do ambiente insalubre está 
absolutamente de acordo com o entendimento do Supremo de integral proteção 
à maternidade e à saúde da criança. “A proteção à maternidade e a integral 
proteção à criança são direitos irrenunciáveis e não podem ser afastados pelo 
desconhecimento, pela impossibilidade ou pela eventual negligência da gestante 
ou da lactante em juntar um atestado médico, sob pena de prejudicá-la e 
prejudicar o recém-nascido”, afirmou. 
Não procede, segundo o relator, o argumento de que a declaração de 
inconstitucionalidade poderia acarretar retração da participação da mulher no 
mercado de trabalho. “Eventuais discriminações serão punidas nos termos da 
lei, e o próprio texto constitucional determina de maneira impositiva a proteção 
ao mercado de trabalho da mulher mediante incentivos específicos”, ressaltou. 
Para o ministro, também não procede o argumento do ônus excessivo ao 
empregador, pois a norma isenta o tomador de serviço do ônus financeiro 
referente ao adicional de insalubridade da empregada afastada. Com esses 
fundamentos, o relator votou pela confirmação da liminar deferida e pela 
procedência do pedido para declarar a inconstitucionalidade da expressão dos 
incisos II e II. 
 
66 
 
 
Retrocesso social 
Em seu voto, a ministra Rosa Weber apresentou apanhado histórico 
legislativo dos direitos trabalhistas das mulheres no Brasil e no mundo. Segundo 
a ministra, contam-se 96 anos desde a primeira norma de proteção ao trabalho 
da gestante no país. Isso revela, a seu ver, quase um século de “afirmação 
histórica do compromisso da nação com a salvaguarda das futuras gerações”. A 
Constituição de 1988, por sua vez, priorizou a higidez física e mental do 
trabalhador ao exigir, no inciso XXII do artigo 7º, a redução dos riscos inerentes 
ao trabalho por meio de normas de saúde, higiene e segurança. 
A ministra afirmou ainda que a maternidade representa para a 
trabalhadora um período de maior vulnerabilidade devido às contingências 
próprias de conciliação dos projetos de vida pessoal, familiar e laboral. Dessa 
forma, os direitos fundamentais do trabalhador elencados no artigo 7º “impõem 
limites à liberdade de organização e administração do empregador de forma a 
concretizar, para a empregada mãe, merecida segurança do exercício do direito 
ao equilíbrio entre trabalho e família”. A alteração promovida pela Reforma 
Trabalhista, concluiu a ministra,implicou “inegável retrocesso social”. 
Também votaram pela procedência da ação os ministros Edson Fachin, 
Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Carmen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Gilmar 
Mendes, Celso de Mello e o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli. 
 
Divergência 
Único a divergir, o ministro Marco Aurélio votou pela improcedência da 
ação ao argumento de que os preceitos que regulam o trabalho masculino são 
aplicáveis ao trabalho feminino. “Toda proteção alargada ao gênero feminino 
acaba prejudicando o gênero”, disse. Para ele, é razoável a exigência de um 
pronunciamento técnico de profissional da medicina sobre a conveniência do 
afastamento da trabalhadora. “Os preceitos encerram a liberdade da prestadora 
 
67 
 
de serviços e visam atender às exigências do mercado de trabalho, para não se 
criar óbice à contratação de mão de obra feminina”, afirmou. 
• http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=4125
71#:~:text=O%20Plen%C3%A1rio%20do%20Supremo%20Tribunal,que
%20admitiam%20a%20possibilidade%20de 
 
11. STF DECIDE QUE DIREITO DA GESTANTE À ESTABILIDADE NÃO 
DEPENDE DE CONHECIMENTO PRÉVIO DO EMPREGADOR 
 
Na sessão plenária desta quarta-feira (10), o Supremo Tribunal Federal 
(STF) negou provimento ao recurso de uma empresa da área de serviços e 
assentou que o desconhecimento da gravidez de empregada quando da 
demissão não afasta a responsabilidade do empregador pelo pagamento da 
indenização por estabilidade. No julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 
629053, com repercussão geral reconhecida, o colegiado seguiu o voto do 
ministro Alexandre de Moraes, segundo o qual o relevante é a data biológica de 
existência da gravidez, e não sua comunicação ao empregador. 
Segundo o voto do ministro Alexandre de Moraes, que abriu a 
divergência em relação ao voto do ministro Marco Aurélio (relator), a 
comunicação formal ou informal ao empregador não é necessária, uma vez que 
se trata de um direito instrumental para a proteção à maternidade e contra a 
dispensa da gestante e que tem como titulares a empregada e a criança. “O que 
o texto constitucional coloca como termo inicial é a gravidez. Constatado que 
esta ocorreu antes da dispensa arbitrária, incide a estabilidade”, afirmou. 
Segundo ele, a comprovação pode ser posterior, mas o que importa é se 
a empregada estava ou não grávida antes da dispensa para que incida a 
proteção e a efetividade máxima do direito à maternidade. O desconhecimento 
por parte da trabalhadora ou a ausência de comunicação, destacou o ministro, 
não pode prejudicar a gestante, uma vez que a proteção à maternidade, como 
 
68 
 
direito individual, é irrenunciável. Ele ressaltou que, no caso dos autos, não se 
discute que houve a gravidez anterior à dispensa, mas sim que era desconhecida 
também da gestante e que foi avisada ao empregador após a dispensa. 
Ficou vencido o relator, ministro Marco Aurélio, para quem a estabilidade 
era válida desde que o empregador tivesse ciência da gravidez em momento 
anterior ao da dispensa imotivada. 
A tese de repercussão geral proposta pelo ministro Alexandre de 
Moraes, que será o redator do acórdão, e aprovada pelo Plenário foi a seguinte: 
“A incidência da estabilidade prevista no artigo 10, inciso II, alínea ‘b’, do Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), somente exige a anterioridade 
da gravidez à dispensa sem justa causa.” 
 
12. GUARDAS MUNICIPAIS NÃO DEVEM TER GREVE JULGADA NA 
JUSTIÇA DO TRABALHO, DECIDE STF 
 
O Supremo Tribunal Federal (STF) negou provimento a 
recurso que defendia a competência da Justiça do Trabalho para julgar a 
abusividade de greve de guardas municipais que trabalham em regime celetista. 
No Recurso Extraordinário (RE) 846854, com repercussão geral, a maioria dos 
ministros entendeu que não cabe, no caso, discutir direito a greve, uma vez que 
se trata de serviço de segurança pública. 
Segundo o voto do ministro Alexandre de Moraes, acompanhado por 
maioria, não há que se falar de competência da Justiça trabalhista para se 
analisar a abusividade ou não da greve neste caso, dado tratar-se de área na 
qual o próprio STF reconheceu que não há direito à paralisação dos serviços, 
por ser essencial à segurança pública. “Não parece ser possível dar provimento 
ao recurso”, afirmou. 
Ele observou que para outros casos de servidores públicos com contrato 
celetista com a administração pública seria possível admitir a competência da 
 
69 
 
Justiça trabalhista para apreciar o direito de greve. Contudo, tratando-se de 
guardas municipais, configura-se exceção à regra. 
• http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=3445
53 
 
13. STF DECIDE QUE É LÍCITA A TERCEIRIZAÇÃO EM TODAS AS 
ATIVIDADES EMPRESARIAIS 
 
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira (30) que é 
lícita a terceirização em todas as etapas do processo produtivo, seja meio ou fim. 
Ao julgar a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 324 
e o Recurso Extraordinário (RE) 958252, com repercussão geral reconhecida, 
sete ministros votaram a favor da terceirização de atividade-fim e quatro contra. 
A tese de repercussão geral aprovada no RE foi a seguinte: “É licita a 
terceirização ou qualquer outra forma de divisão do trabalho entre pessoas 
jurídicas distintas, independentemente do objeto social das empresas 
envolvidas, mantida a responsabilidade subsidiária da empresa contratante”. 
• http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=3884
29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
70 
 
TESES DE REPERCUSSÃO GERAL 
 
Tema Leading 
Case 
Tese de Repercussão 
Geral 
Tese / 
Data 
Tese 
Andamento 
497 RE 629053 A incidência da estabilidade 
prevista no art. 10, inc. II, do 
ADCT, somente exige a 
anterioridade da gravidez à 
dispensa sem justa causa. 
10/10/2018 Julgado mérito 
de tema com 
repercussão 
geral 
608 ARE 709212 O prazo prescricional aplicável à 
cobrança de valores não 
depositados no Fundo de Garantia 
por Tempo de Serviço (FGTS) é 
quinquenal, nos termos do art. 7º, 
XXIX, da Constituição Federal. 
13/11/2014 Julgado mérito 
de tema com 
repercussão 
geral 
544 RE 846854 A justiça comum, federal ou 
estadual, é competente para julgar 
a abusividade de greve de 
servidores públicos celetistas da 
Administração pública direta, 
autarquias e fundações públicas. 
25/05/2017 Julgado mérito 
de tema com 
repercussão 
geral 
853 ARE 906491 Compete à Justiça do Trabalho 
processar e julgar demandas 
visando a obter prestações de 
natureza trabalhista, ajuizadas 
contra órgãos da Administração 
Pública por servidores que 
ingressaram em seus quadros, 
sem concurso público, antes do 
advento da CF/88, sob regime da 
Consolidação das Leis do 
Trabalho - CLT. 
02/10/2015 Reconhecida a 
repercussão 
geral e julgado o 
mérito com 
reafirmação de 
jurisprudência 
no PV 
823 RE 883642 Os sindicatos possuem ampla 
legitimidade extraordinária para 
defender em juízo os direitos e 
interesses coletivos ou individuais 
dos integrantes da categoria que 
representam, inclusive nas 
liquidações e execuções de 
sentença, independentemente de 
autorização dos substituídos. 
19/06/2015 Reconhecida a 
repercussão 
geral e julgado o 
mérito com 
reafirmação de 
jurisprudência 
no PV 
992 RE 960429 Compete à Justiça comum 
processar e julgar controvérsias 
relacionadas à fase pré-contratual 
de seleção e de admissão de 
pessoal e eventual nulidade do 
certame em face da Administração 
05/03/2020 Julgado mérito 
de tema com 
repercussão 
geral 
 
71 
 
Pública, direta e indireta, nas 
hipóteses em que adotado o 
regime celetista de contratação de 
pessoal. 
935 ARE 1018459 É inconstitucional a instituição, por 
acordo, convenção coletiva ou 
sentença normativa, de 
contribuições que se imponham 
compulsoriamente a empregados 
da categoria não sindicalizados. 
24/02/2017 Reconhecida a 
repercussão 
gerale julgado o 
mérito com 
reafirmação de 
jurisprudência 
no PV 
916 RE 765320 A contratação por tempo 
determinado para atendimento de 
necessidade temporária de 
excepcional interesse público 
realizada em desconformidade 
com os preceitos do art. 37, IX, da 
Constituição Federal não gera 
quaisquer efeitos jurídicos válidos 
em relação aos servidores 
contratados, com exceção do 
direito à percepção dos salários 
referentes ao período trabalhado 
e, nos termos do art. 19-A da Lei 
8.036/1990, ao levantamento dos 
depósitos efetuados no Fundo de 
Garantia do Tempo de Serviço - 
FGTS. 
16/09/2016 Reconhecida a 
repercussão 
geral e julgado o 
mérito com 
reafirmação de 
jurisprudência 
no PV 
928 ARE 1001075 Compete à Justiça do Trabalho 
processar e julgar ações relativas 
às verbas trabalhistas referentes 
ao período em que o servidor 
mantinha vínculo celetista com a 
Administração, antes da 
transposição para o regime 
estatutário. 
09/12/2016 Reconhecida a 
repercussão 
geral e julgado o 
mérito com 
reafirmação de 
jurisprudência 
no PV 
932 RE 828040 O artigo 927, parágrafo único, do 
Código Civil é compatível com o 
artigo 7º, XXVIII, da Constituição 
Federal, sendo constitucional a 
responsabilização objetiva do 
empregador por danos 
decorrentes de acidentes de 
trabalho, nos casos especificados 
em lei, ou quando a atividade 
normalmente desenvolvida, por 
sua natureza, apresentar 
exposição habitual a risco 
especial, com potencialidade 
lesiva e implicar ao trabalhador 
ônus maior do que aos demais 
membros da coletividade. 
05/09/2019 Julgado mérito 
de tema com 
repercussão 
geral 
 
72 
 
725 RE 958252 É lícita a terceirização ou qualquer 
outra forma de divisão do trabalho 
entre pessoas jurídicas distintas, 
independentemente do objeto 
social das empresas envolvidas, 
mantida a responsabilidade 
subsidiária da empresa 
contratante. 
30/08/2018 Julgado mérito 
de tema com 
repercussão 
geral 
414 RE 638483 Compete à Justiça Comum 
Estadual julgar as ações 
acidentárias que, propostas pelo 
segurado contra o Instituto 
Nacional do Seguro Social (INSS), 
visem à prestação de benefícios 
relativos a acidentes de trabalho. 
10/06/2011 Reconhecida a 
repercussão 
geral e julgado o 
mérito com 
reafirmação de 
jurisprudência 
no PV 
256 RE 603451 Afronta o art. 7º, inciso IV, da 
Constituição Federal a adoção do 
salário mínimo como base de 
cálculo para a fixação de piso 
salarial. 
12/03/2010 Reconhecida a 
repercussão 
geral e julgado o 
mérito com 
reafirmação de 
jurisprudência 
no PV 
74 RE 579648 Compete à Justiça do Trabalho o 
julgamento das ações de interdito 
proibitório em que se busca 
garantir o livre acesso de 
funcionários e de clientes às 
agências bancárias interditadas 
em decorrência de movimento 
grevista. 
10/09/2008 Julgado mérito 
de tema com 
repercussão 
geral 
190 RE 586453 Compete à Justiça comum o 
processamento de demandas 
ajuizadas contra entidades 
privadas de previdência com o 
propósito de obter 
complementação de 
aposentadoria, mantendo-se na 
Justiça Federal do Trabalho, até o 
trânsito em julgado e 
correspondente execução, todas 
as causas dessa espécie em que 
houver sido proferida sentença de 
mérito até 20/2/2013. 
20/02/2013 Julgado mérito 
de tema com 
repercussão 
geral 
191 RE 596478 É constitucional o art. 19-A da Lei 
8.036/1990, que dispõe ser devido 
o depósito do Fundo de Garantia 
do Tempo de Serviço - FGTS na 
conta de trabalhador cujo contrato 
com a Administração Pública seja 
declarado nulo por ausência de 
prévia aprovação em concurso 
13/06/2012 Julgado mérito 
de tema com 
repercussão 
geral 
 
73 
 
público, desde que mantido o 
direito ao salário. 
25 RE 565714 Salvo nos casos previstos na 
Constituição, o salário mínimo não 
pode ser usado como indexador de 
base de cálculo de vantagem de 
servidor público ou de empregado, 
nem ser substituído por decisão 
judicial. 
30/04/2008 Julgado mérito 
de tema com 
repercussão 
geral 
305 RE 607520 Compete à Justiça comum 
estadual processar e julgar as 
ações de cobrança ou os feitos 
executivos de honorários 
advocatícios arbitrados em favor 
de advogado dativo em ações 
cíveis e criminais. 
25/05/2011 Julgado mérito 
de tema com 
repercussão 
geral 
30 RE 570908 I - O direito individual às férias é 
adquirido após o período de doze 
meses trabalhados, sendo devido 
o pagamento do terço 
constitucional independente do 
exercício desse direito; 
II - A ausência de previsão legal 
não pode restringir o direito ao 
pagamento do terço constitucional 
aos servidores exonerados de 
cargos comissionados que não 
usufruíram férias. 
16/09/2009 Julgado mérito 
de tema com 
repercussão 
geral 
137 RE 590871 É compatível com a Constituição 
da República de 1988 a ampliação 
para 30 (trinta) dias do prazo de 
oposição de embargos à execução 
pela Fazenda Pública. 
11/11/2019 Julgado mérito 
de tema com 
repercussão 
geral 
242 RE 600091 Compete à Justiça do Trabalho 
processar e julgar as ações de 
indenização por danos morais e 
patrimoniais decorrentes de 
acidentes de trabalho propostas 
por empregado contra 
empregador, inclusive as 
propostas pelos sucessores do 
trabalhador falecido, salvo quando 
a sentença de mérito for anterior à 
promulgação da EC nº 45/04, 
hipótese em que, até o trânsito em 
julgado e a sua execução, a 
competência continuará a ser da 
Justiça Comum. 
25/05/2011 Julgado mérito 
de tema com 
repercussão 
geral 
152 RE 590415 A transação extrajudicial que 
importa rescisão do contrato de 
trabalho, em razão de adesão 
voluntária do empregado a plano 
30/04/2015 Julgado mérito 
de tema com 
repercussão 
geral 
 
74 
 
de dispensa incentivada, enseja 
quitação ampla e irrestrita de todas 
as parcelas objeto do contrato de 
emprego, caso essa condição 
tenha constado expressamente do 
acordo coletivo que aprovou o 
plano, bem como dos demais 
instrumentos celebrados com o 
empregado. 
246 RE 760931 O inadimplemento dos encargos 
trabalhistas dos empregados do 
contratado não transfere 
automaticamente ao Poder Público 
contratante a responsabilidade 
pelo seu pagamento, seja em 
caráter solidário ou subsidiário, 
nos termos do art. 71, § 1º, da Lei 
nº 8.666/93. 
30/03/2017 Julgado mérito 
de tema com 
repercussão 
geral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
75RO-368-24.2018.5.12.0000 
 
Emenda da petição inicial para indicação dos valores dos pedidos 
 
Conforme o informativo nº 197 do TST, não há abuso de poder e nem 
ilegalidade na decisão que determina a emenda da petição inicial para indicação 
dos valores dos pedidos nos processos ajuizados após a vigência da Lei 
13.467/17. Frente ao exposto, quando o juiz, verificar alguma irregularidade na 
inicial e determinar a emenda da inicial, não cabe a parte interposição de 
Mandado de Segurança: 
 
Mandado de segurança. Determinação de emenda à inicial de 
reclamação trabalhista proposta na vigência da Lei nº 13.467/2017 
(Reforma Trabalhista). Adequação aos termos do art. 840, § 1º, da 
CLT. Existência de recurso próprio. Orientação Jurisprudencial nº 92 
da SBDI-II. Incidência. Não cabe mandado de segurança contra ato 
que, em reclamação trabalhista proposta na vigência da Lei nº 
13.467/2017, determina a emenda à inicial para a indicação dos 
valores correspondentes a cada parcela vindicada (art. 840, § 1º, da 
CLT), sob pena de extinção do feito sem resolução de mérito. Na 
hipótese, além de não haver teratologia, pode a parte valer-se do 
recurso ordinário para discutir eventual nulidade do processo por 
cerceamento do direito de defesa, razão pela qual incide o óbice da 
Orientação Jurisprudencial nº 92 da SBDI-II. Sob esse entendimento, 
a SBDI-II, por unanimidade, conheceu do recurso ordinário e, no 
mérito, negou-lhe provimento para manter a decisão do Tribunal 
Regional que denegara a segurança na forma do art. 6º, § 5º, da Lei 
nº 12.016/2009. (TST-RO-101364- 36.2018.5.01.0000, SBDI-II, rel. 
Min. Emmanoel Pereira, 28.5.2019 – Informativo TST nº 197) 
 
 
 
9 
 
3. JUSTIÇA GRATUITA 
 
Condenação por litigância de má-fé não afasta direito à justiça gratuita 
Cada instituto tem normatização própria e distinta. A Subseção II 
Especializada em Dissídios Individuais (SDI-2) do Tribunal Superior do Trabalho 
entendeu que, mesmo tendo sido condenada por litigância de má-fé, ela continua 
a ter direito à concessão da justiça gratuita caso preencha os requisitos previstos 
em lei. Segundo o relator, ministro Douglas Alencar, cada instituto tem 
normatização própria e distinta. O reconhecimento da litigância de má-fé não 
induz o indeferimento do benefício da justiça gratuita, diante da existência de 
normatização específica e distinta para cada um dos institutos, os quais não se 
comunicam. O indeferimento do benefício com o argumento da 
incompatibilidade, a seu ver, parece afrontar os postulados constitucionais do 
acesso à justiça, do contraditório, da ampla defesa e da assistência jurídica 
integral, tornando viável, excepcionalmente, a utilização do mandado de 
segurança. 
 
Processo: RO-000177-61.2017.5.21.0000 
 
Sindicato tem de comprovar pobreza jurídica para obter justiça gratuita. 
A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho indeferiu o pedido 
de assistência judiciária gratuita de Sindicato em reclamação trabalhista. A 
Turma seguiu a jurisprudência segundo a qual é necessário que a entidade 
demonstre sua incapacidade de arcar com as custas do processo para ter direito 
ao benefício. A Turma seguiu a jurisprudência segundo a qual é necessário que 
a entidade demonstre sua incapacidade de arcar com as custas do processo 
para ter direito ao benefício. 
 
Processo: RR-173-60.2017.5.17.0121 
 
10 
 
 
Critérios de fixação 
Sobre o tema, a ANAMATRA entendeu que são critérios para a fixação: 
I) A pessoa física que receba salário igual ou inferior a 40% (quarenta 
por cento) do teto do INSS automaticamente é beneficiária da justiça gratuita, 
independentemente de declaração de hipossuficiência ou de qualquer outra 
prova. 
II) A mera declaração de hipossuficiência, deduzida por pessoa física, 
pode ser meio de prova apto a comprovar a insuficiência de recursos para fins 
de concessão de gratuidade de justiça, à luz do princípio do livre convencimento 
motivado do juiz (CPC, art. 371), pois a interpretação do art. 790, §4º, da CLT, 
deve ser feita em harmonia com o art. 99, §3º, do CPC, sob pena de incoerência 
do sistema processual e violação do princípio do acesso à justiça (CF, art. 5º, 
XXV). 
Em decisão da 17ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região 
(TRT/SP) consignou-se que é devido o benefício de gratuidade da justiça 
àqueles que recebem salário superior ao limite previsto na Consolidação das 
Leis do Trabalho (CLT), desde que comprovem sua insuficiência financeira 
(Processo nº 1000323-11.2018.5.02.0055, DEJT 11/06/2019). 
 
Não aplicação do art. 790, §3º e §4º da CLT em Ação Rescisória 
Para o TST, ao contrário da reclamação trabalhista típica, a ação 
rescisória ajuizada na Justiça do Trabalho deve ser acompanhada de depósito 
prévio de 20% (vinte por cento) calculado sobre o valor da causa (art. 836 da 
CLT), que inclusive é substancialmente superior àquele exigido no art. 968, II, do 
CPC de 2015. Dessa forma, tendo em vista a especial onerosidade do 
ajuizamento da ação rescisória na Justiça do Trabalho, são inaplicáveis às 
pretensões desconstitutivas as disposições celetistas acerca da gratuidade da 
justiça na forma em que prevista na Lei nº 13.467/2017. 
 
11 
 
A incidência do art. 790, §§ 3º e 4º, da CLT nas ações rescisórias 
potencialmente excluiria por completo "da apreciação do Poder Judiciário lesão 
ou ameaça a direito" (art. 5º, XXXV, da CRFB/88), notadamente nos casos em 
que a parte autora da pretensão desconstitutiva seja pessoa física (empregado 
ou empregador), ou micro e pequena empresa. 
Conforme consta da ementa da Lei nº 13.467/2017, a edição do referido 
ato normativo teve por finalidade "adequar a legislação às novas relações de 
trabalho". 
Destarte, no indigitado diploma legal não há disposição específica 
acerca da gratuidade da justiça pleiteada em ação rescisória no âmbito da 
Justiça do Trabalho. Aplicam-se à espécie o art. 99, § 3º, do CPC/2015, a 
compreensão do item I da Súmula 463 do TST e o art. 6º da Instrução Normativa 
31/2007 do TST. 
Dessa forma, havendo declaração de hipossuficiência e inexistindo 
demonstração da falta de veracidade da referida afirmação pela parte adversa, 
o autor faz jus à gratuidade da justiça e está desobrigado do depósito prévio de 
que cuida o art. 836 da CLT (Processo: RO-10899-07.2018.5.18.0000, Relatora 
Ministra: Maria Helena Mallmann, Julgamento: 19/11/2019, SDI-2, Publicação: 
DEJT 22/11/2019). 
 
4. HONORÁRIOS PERICIAIS 
 
Pagamento de Honorários Periciais Antecipadamente 
Para o TST, a exigência é ilegal. A Subseção II Especializada em 
Dissídios Individuais (SDI-2) do Tribunal Superior do Trabalho determinou a 
realização de perícia sem a necessidade de depósito prévio de honorários 
periciais. De acordo com o entendimento do TST, os honorários são suportados 
pela parte perdedora (sucumbente) na pretensão objeto da perícia, o que torna 
ilegal a exigência antecipada. 
 
12 
 
Os parágrafos 1º e 3º do dispositivo, com a redação dada pela Lei 
13.467/2017 (Reforma Trabalhista), veda ao juízo exigir o adiantamento dos 
valores. Independentemente da parte que tenha requerido a prova pericial, não 
se mostra juridicamente correta a exigência prévia do pagamento da verba 
honorária, afirmou o relator. É prudente aguardar a sentença, na qual será 
definida a responsabilidade pelo pagamento da perícia. 
 
Processo: RO-157-96.2018.5.08.0000 
 
5. HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA 
 
Os honorários advocatícios são devidos apenas para as ações ajuizadas 
posterior a reforma trabalhista. Conforme entendimento do TST, 
consubstanciado na instrução normativa 41, em seu art. 6º, na Justiça do 
Trabalho, a condenação em honorários advocatícios sucumbenciais, prevista no 
art. 791-A, e parágrafos, da CLT, será aplicável apenas às ações propostas após 
11 de novembro de 2017 (Lei nº 13.467/2017). 
Nas ações propostas anteriormente, subsistem as diretrizes do art. 14 
da Lei nº5.584/1970 e das súmulas nº 219 e nº 329 do TST. 
 
Honorários na execução iniciada após a reforma a trabalhista 
Há divergência, pois conforme determina o art. 85, §1º do CPC: São 
devidos honorários advocatícios na reconvenção, no cumprimento de sentença, 
provisório ou definitivo, na execução, resistida ou não, e nos recursos 
interpostos, cumulativamente. 
Nesse sentido, recente julgamento do TRT da 1ª Região: 
 
EMENTA: AGRAVO DE PETIÇÃO DA EXEQUENTE. 
HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA. EMBARGOS À 
EXECUÇÃO. LEI 13.467/2016. A incidência das alterações 
 
13 
 
da CLT está condicionada ao limite temporal cujo marco é 
o início da vigência da Lei 13.467/2017. Propostos os 
Embargos à Execução quando já em vigor as alterações 
normativas, por sua natureza de ação incidental, aplica-se 
a regra prevista agora no artigo 791-A da CLT. (TRT1, 
Processo nº 0100467-08.2016.5.01.0055 – RTOrd – 
JULGAMENTO EM 13/11/2018) 
 
Pagamento de honorários advocatícios pelo beneficiário da justiça 
gratuita. 
No TST, algumas decisões já foram tomadas, a exemplo do Recurso de 
Revista RR-780-77.2017.5.21.0019, o qual abordou a questão do pagamento de 
honorários advocatícios pelo beneficiário da justiça gratuita. 
 
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA 
GRATUITA – CLT, ART. 791-A, § 4º - DECISÃO REGIONAL 
LIMITADORA A CRÉDITOS DE NATUREZA NÃO ALIMENTÍCIA – 
TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA – VIOLAÇÃO À LITERALIDADE DO 
PRECEITO – PROVIMENTO. (...) 3. Por outro lado, um dos objetivos 
da mudança, que implicou queda substancial das demandas 
trabalhistas, foi coibir as denominadas “aventuras judiciais”, nas quais 
o trabalhador pleiteava muito mais do que efetivamente teria direito, 
sem nenhuma responsabilização, em caso de improcedência, pelo 
ônus da contratação de advogado trazido ao empregador. Nesse 
sentido, a reforma trabalhista, em face da inovação, tornou o Processo 
do Trabalho ainda mais responsável. 4. No caso do beneficiário da 
Justiça Gratuita, o legislador teve a cautela de condicionar o 
pagamento dos honorários à existência de créditos judiciais a serem 
percebidos pelo trabalhador, em condição suspensiva até 2 anos do 
trânsito em julgado da ação em que foi condenado na verba honorária 
(CLT, art. 791-A, § 4º). 5. Na hipótese dos autos, o 21º Regional 
entendeu por ampliar essa cautela, ao ponto de praticamente 
inviabilizar a percepção de honorários advocatícios por parte do 
empregador vencedor, condicionando-a à existência de créditos de 
natureza não alimentícia. Como os créditos trabalhistas ostentam essa 
condição, só se o empregado tivesse créditos a receber de ações não 
trabalhistas é que poderia o empregador vir a receber pelo que gastou. 
6. Portanto, a exegese regional ao § 4º do art. 791-A da CLT afronta a 
sua literalidade e esvazia seu comando, merecendo reforma a decisão, 
para reconhecer o direito à verba honorária, mesmo com a condição 
suspensiva, mas não limitada aos créditos de natureza não alimentícia. 
(TST - RR: 7807720175210019, Relator: Ives Gandra Martins Filho, 
Data de Julgamento: 25/09/2019, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 
27/09/2019) 
 
 
14 
 
No AIRR-2054- 06.2017.5.11.0003 também se decidiu que: 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO - RECURSO DE REVISTA 
INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DAS LEIS N. 13.015/2014, 
13.105/2015 E 13.467/2017 - HONORÁRIOS 
ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS - AÇÃO AJUIZADA 
APÓS A VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017 - 
CONSTITUCIONALIDADE DO ART. 791-A, § 4º, DA CLT. 
1. A Reforma Trabalhista, implementada pela Lei nº 
13.467/2017, sugere uma alteração de paradigma no 
direito material e processual do trabalho. No âmbito do 
processo do trabalho, a imposição pelo legislador de 
honorários sucumbenciais ao reclamante reflete a intenção 
de desestimular lides temerárias. É uma opção política. 2. 
Por certo, sua imposição a beneficiários da Justiça gratuita 
requer ponderação quanto à possibilidade de ser ou não 
tendente a suprimir o direito fundamental de acesso ao 
Judiciário daquele que demonstrou ser pobre na forma da 
Lei. 3. Não obstante, a redação dada ao art. 791, § 4º, da 
CLT, demonstrou essa preocupação por parte do 
legislador, uma vez que só será exigido do beneficiário da 
Justiça gratuita o pagamento de honorários advocatícios se 
ele obtiver créditos suficientes, neste ou em outro 
processo, para retirálo da condição de miserabilidade. 
Caso contrário, penderá, por dois anos, condição 
suspensiva de exigibilidade. A constatação da superação 
do estado de miserabilidade, por óbvio, é casuística e 
individualizada. 4. Assim, os condicionamentos impostos 
restauram a situação de isonomia do atual beneficiário da 
Justiça gratuita quanto aos demais postulantes. Destaque-
se que o acesso ao Judiciário é amplo, mas não 
incondicionado. Nesse contexto, a ação contramajoritária 
do Judiciário, para a declaração de inconstitucionalidade 
de norma, não pode ser exercida no caso, em que não se 
demonstra violação do princípio constitucional de acesso à 
Justiça. Agravo de instrumento conhecido e desprovido" 
(AIRR-2054- 06.2017.5.11.0003, Rel. Min. Alberto Luiz 
Bresciani de Fontan Pereira, 3ª Turma, DEJT de 30/05/19). 
 
Ademais, sobreleva notar que está pendente de análise no Supremo 
Tribunal Federal a ADI 5.766-DF, de relatoria do Min. Roberto Barroso, na qual 
 
15 
 
se discute, dentre outras questões, a constitucionalidade da imposição da 
obrigação de pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais ao 
beneficiário da justiça gratuita, frente aos princípios esculpidos nos incisos XXXV 
e LXXIV do art. 5º da CF, sendo que, em 10/05/18 , o julgamento foi suspenso 
em virtude do pedido de vista do Min. Luiz Fux: 
 
"Após o voto do Ministro Roberto Barroso (Relator), 
julgando parcialmente procedente a ação direta de 
inconstitucionalidade, para assentar interpretação 
conforme a Constituição, consubstanciada nas seguintes 
teses: " 1. O direito à gratuidade de justiça pode ser 
regulado de forma a desincentivar a litigância abusiva, 
inclusive por meio da cobrança de custas e de honorários 
a seus beneficiários. 2. A cobrança de honorários 
sucumbenciais do hipossuficiente poderá incidir: (i) sobre 
verbas não alimentares, a exemplo de indenizações por 
danos morais, em sua integralidade; e (ii) sobre o 
percentual de até 30% do valor que exceder ao teto do 
Regime Geral de Previdência Social, mesmo quando 
pertinente a verbas remuneratórias. 3. É legítima a 
cobrança de custas judiciais, em razão da ausência do 
reclamante à audiência, mediante prévia intimação pessoal 
para que tenha a oportunidade de justificar o não 
comparecimento", e após o voto do Ministro Edson Fachin, 
julgando integralmente procedente a ação, pediu vista 
antecipada dos autos o Ministro Luiz Fux. Ausentes o 
Ministro Dias Toffoli, neste julgamento, e o Ministro Celso 
de Mello, justificadamente. Presidência da Ministra Cármen 
Lúcia. Plenário, 10.5.2018". 
 
DECISÃO INÉDITA NO TST - possibilidade de condenação em honorários 
advocatícios, na hipótese em que o processo foi extinto sem resolução do 
mérito. 
Trata-se de discussão centrada na possibilidade de condenação em 
honorários advocatícios, na hipótese em que o processo foi extinto sem 
resolução do mérito, por descumprimento da exigência prevista no § 1º do art. 
840 da CLT. 
 
16 
 
No ordenamento jurídico brasileiro, a condenação em honorários 
advocatícios está fundada na ideia central da causalidade, segundo a qual a 
parte responsável pela movimentação do Poder Judiciário deve suportar os ônus 
econômicos decorrentes, nas situações em que for sucumbente ou em que o 
processo for extinto sem resolução do mérito (art. 85 e § 6º do CPC) ou nos 
casos em que desistir ou renunciar ou em que for reconhecida pelo Réu a 
procedência do pedido (art. 90 do CPC). 
Desse modo, o critério da sucumbência, enquanto causa de imposição 
de honorários, representa apenas um dos desdobramentos da noção ampla de 
causalidade, estando por ela abarcada, ao contrário do que sugereo inédito 
princípio da sucumbência mitigada. 
A ausência de disciplina específica para situações outras na legislação 
processual do trabalho não autoriza a exclusão do direito à verba honorária dos 
advogados, reputados essenciais à administração da Justiça (CF, art. 133) e que 
são instados, como no caso, a dedicarem tempo para estudo das causas e 
preparação de peças processuais, além de deslocamentos aos fóruns judiciais. 
Cenário em que se faz necessário o recurso à disciplina processual comum, por 
imposição dos artigos 769, CLT e 15, CPC. Violação dos arts. 791-A, CLT e 22 
da Lei 8.906/94 configurada. Imposição de condenação ao pagamento de 
honorários advocatícios aos patronos da parte reclamada, no importe de 5%, 
observado o procedimento previsto no § 4º do art. 791-A, CLT, por se tratar de 
trabalhador beneficiário da assistência judiciária gratuita. (Processo: RR-
1001945-20.2017.5.02.0263, Relator Ministro: Douglas Alencar Rodrigues, Data 
de Julgamento: 18/12/2019, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT 07/01/2020). 
 
Majoração de honorários advocatícios sucumbenciais em face do 
insucesso do recurso em Ação Rescisória 
Para o TST, a CLT não contempla o meio de impugnação à coisa 
julgada. A chamada ação rescisória está disciplinada no Código de Processo 
 
17 
 
Civil, à luz dos artigos 966 e seguintes. O texto consolidado, sobre este particular 
tema, disciplinou somente a exigência de percentual especifico para o depósito 
prévio (CLT, art. 836). 
Assim, ressalvada esta exceção, são as regras do direito processual 
comum que deverão orientar e disciplinar todo o tramite da ação. Nesse 
caminhar, deve ser observado que o CPC de 2015 conferiu novo disciplinamento 
aos honorários advocatícios. 
Entre outras alterações, está a regra no sentido de que o tribunal, ao 
julgar recurso, majoraráos honorários fixados anteriormente, levando-se em 
conta o trabalho adicional realizado em grau recursal, nos exatos termos do § 11 
do art. 85. 
Assim, tratando-se de Recurso Ordinário em ação rescisória proposta na 
vigência do CPC/2015 em que houve condenação em honorários advocatícios 
desde a origem, tem pertinência a majoração da verba honorária, devendo ser 
prestigiado o trabalho do patrono da parte adversa que, a despeito da falta de 
complexidade da matéria objeto dos recursos até então interpostos, despendeu 
tempo ao elaborar as razões de contrariedade dos respectivos apelos. (Ag-RO-
755- 84.2017.5.08.0000, Subseção II Especializada em Dissídios Individuais, 
Relator Ministro Luiz José Dezena da Silva, DEJT 18/10/2019). 
 
6. DEPÓSITO RECURSAL 
 
Substituição de depósito recursal por seguro garantia judicial 
A lei não impõe nenhuma restrição ou limitação ao prazo de vigência da 
apólice. A Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho entendeu que para 
apresentar recurso ordinário, pode substituir o depósito recursal por apólice de 
seguro garantia judicial. Por unanimidade, a Turma afastou a deserção que havia 
sido decretada por falta de pagamento do depósito. A Turma assinalou que o 
parágrafo 11 do artigo 899 da CLT, introduzido pela Reforma Trabalhista (Lei 
 
18 
 
13.467/2017), estabelece que “o depósito recursal poderá ser substituído por 
fiança bancária ou seguro garantia judicial" e não impõe nenhuma restrição ou 
limitação ao prazo de vigência da apólice. Ainda conforme a Turma, a 
jurisprudência do TST (Orientação Jurisprudencial 59 da Subseção 2 
Especializada em Dissídios Individuais do TST), ao equiparar o seguro garantia 
judicial a dinheiro, também não faz referência ao requisito imposto pelo Tribunal 
Regional. Isso porque, pela própria natureza do contrato de seguro, não há como 
estabelecer cobertura por prazo indeterminado. 
 
Processo: RR-11135-26.2016.5.03.0006 
 
Depósito Recursal – reconvenção 
I - AGRAVO DE INSTRUMENTO . RECURSO DE REVISTA . 
RECLAMADA . LEI Nº 13.015/2014. DESERÇÃO DO RECURSO ORDINÁRIO. 
NÃO RECOLHIMENTO DO DEPÓSITO RECURSAL. IMPUGNAÇÃO DA 
SENTENÇA PROFERIDA NA AÇÃO PRINCIPAL (CONDENAÇÃO EM 
OBRIGAÇÃO DE FAZER) E NA RECONVENÇÃO. 1 - Preenchidos os requisitos 
da Lei nº 13.015/2014. 2 - Aconselhável o provimento do agravo de instrumento 
para melhor exame do recurso de revista, por provável violação do art. 899, § 2º, 
da CLT. 3 - Agravo de instrumento a que se dá provimento. II - RECURSO DE 
REVISTA. RECLAMADA. LEI Nº 13.015/2014. DESERÇÃO DO RECURSO 
ORDINÁRIO. NÃO RECOLHIMENTO DO DEPÓSITO RECURSAL. 
IMPUGNAÇÃO DA SENTENÇA PROFERIDA NA AÇÃO PRINCIPAL 
(CONDENAÇÃO EM OBRIGAÇÃO DE FAZER) E NA RECONVENÇÃO. 1 - 
Preenchidos os requisitos da Lei nº 13.015/2014. 2 - A controvérsia dos autos 
diz respeito à configuração da deserção, ante a falta de depósito recursal na 
interposição de recurso ordinário que impugna a decisão proferida em ação 
principal, na qual há apenas condenação em obrigação de fazer, e a decisão 
proferida na reconvenção. 3 - O recurso interposto contra a decisão proferida em 
 
19 
 
ação principal e em reconvenção, na qual a reclamada se insurge contra os 
fundamentos de ambas, deve observar os pressupostos a elas referentes e são 
necessários os recolhimentos dos depósitos recursais em ambos os processos 
(principal e reconvenção). 4- Relativamente à reconvenção, no caso dos autos, 
a reclamada efetuou apenas o recolhimento das custas processuais e de acordo 
com a jurisprudência desta Corte, há autonomia entre a ação principal e a 
reconvenção, de modo que, na interposição de recurso ordinário no qual a parte 
impugna os fundamentos atinentes à reconvenção e foi atribuído valor à 
condenação, deve ser efetuado o recolhimento do depósito recursal, sob pena 
do recurso ser considerado deserto. Julgados. Com efeito, correta a declaração 
de deserção do recurso ordinário em relação à reconvenção, visto que a 
reclamada não efetuou o recolhimento do depósito recursal no importe de R$ 
74.074,00. 5 - Quanto à ação principal, na qual houve condenação em obrigação 
de fazer (anotação da CTPS decorrente do reconhecimento do vínculo de 
emprego) e não há condenação em pecúnia, descabe o depósito recursal, 
consoante a Súmula nº 161 do TST, que dispõe: "Se não há condenação a 
pagamento em pecúnia, descabe o depósito de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 
899 da CLT." Nesse particular, o valor arbitrado na sentença (R$ 500,00) serviu 
somente como parâmetro para o arbitramento das custas, não havendo 
beneficiário do respectivo valor. Nesse prisma, por não haver verbas a serem 
garantidas em juízo, é desnecessário o recolhimento do depósito recursal 
previsto no artigo 899 da CLT, sob pena de se configurar o confisco dos valores 
recolhidos. 6 - Recurso de revista a que se dá provimento parcial. (TST - RR: 
20121420135020078, Relator: Kátia Magalhães Arruda, Data de Julgamento: 
18/05/2016, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 20/05/2016). 
 
 
 
 
 
20 
 
7. AUDIÊNCIA 
 
O TST em seu informativo nº 203, entendeu a exigência do pagamento 
de custas do §2º do art. 844 da CLT, é compatível com o disposto nos incisos 
XXXV e LXXIV do art. 5 da CF/88. Nesse sentido: 
Compatibilidade do art. 844, § 2º, da CLT com o art. 5º, XXXV e LXXIV, 
da CF. Transcendência jurídica reconhecida. Condenação do reclamante ao 
pagamento de custas, não obstante seja beneficiário da justiça gratuita. 
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA - ARQUIVAMENTO 
DA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA – AUSÊNCIA INJUSTIFICADA DO 
RECLAMANTE NA AUDIÊNCIA – CONDENAÇÃO DE BENEFICIÁRIO DA 
JUSTIÇA GRATUITA AO PAGAMENTO DE CUSTAS PROCESSUAIS – 
COMPATIBILIDADE DO ART. 844, §2, DA CLT COM O ART. 5º, XXXV e LXXIV, 
DA CF – TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA RECONHECIDA. 1. Nos termos do art. 
896-A, § 1º, IV, da CLT, constitui transcendência jurídica da causa a existência 
de questão nova em torno da interpretação da legislação trabalhista ainda não 
solvida pelo TST. 2. In casu, o debate jurídico que emerge da presente causa diz 
respeito à compatibilidadedo § 2º do art. 844 da CLT, introduzido pela Lei 
13.467/17, que determina o pagamento de custas processuais pelo demandante, 
em casos de arquivamento da reclamação por ausência injustificada do autor na 
audiência, ainda que beneficiário da justiça gratuita, frente aos princípios do livre 
acesso ao Judiciário e da assistência jurídica integral e gratuita aos que 
comprovarem a insuficiência de recursos, esculpidos nos incisos XXXV e LXXIV 
do art. 5º da Constituição Federal, questão que, inclusive, encontra-se pendente 
de análise pela Suprema Corte em sede de controle concentrado de 
constitucionalidade (ADI 5.766-DF, Rel. Min. Roberto Barroso). 3. Conforme se 
extrai do acórdão recorrido, o Autor, que litiga sob o pálio da justiça gratuita, além 
de não ter comparecido na audiência, não apresentou justificativa para a sua 
ausência, o que ensejou a sua condenação ao pagamento de custas 
 
21 
 
processuais, no valor de R$ 306,37. 4. Como é cediço, a Reforma Trabalhista, 
promovida pela Lei 13.467/17, ensejou diversas alterações no campo do Direito 
Processual do Trabalho, a fim de tornar o processo laboral mais racional, 
simplificado, célere e, principalmente, responsável, sendo essa última 
característica marcante, visando coibir as denominadas “aventuras judiciais”, 
calcadas na facilidade de se acionar a Justiça, sem qualquer ônus ou 
responsabilização por postulações carentes de embasamento fático. 5. Não se 
pode perder de vista o crescente volume de processos ajuizados nesta Justiça 
Especializada, muitos com extenso rol de pedidos, apesar dos esforços 
empreendidos pelo TST para redução de estoque e do tempo de tramitação dos 
processos. 6. Nesse contexto foram inseridos os §§ 2º e 3º no art. 844 da CLT 
pela Lei 13.467/17, responsabilizando-se o empregado, ainda que beneficiário 
da justiça gratuita, por acionar a máquina judicial de forma irresponsável, até 
porque, no atual cenário de crise econômica, por vezes a reclamada é 
hipossuficiente, assumindo despesas não só com advogado, mas também com 
deslocamento inútil, para ver a sua audiência frustrada pela ausência 
injustificada do autor. 7. Percebe-se, portanto, que o art. 844, §§ 2º e 3º, da CLT 
não colide com o art. 5º, XXXV e LXXIV, da CF, ao revés, busca preservar a 
jurisdição em sua essência, como instrumento responsável e consciente de 
tutela de direitos elementares do ser humano trabalhador, indispensáveis à sua 
sobrevivência e à da família. 8. Ainda, convém ressaltar não ser verdadeira a 
assertiva de que a imposição de pagamento de custas processuais, inclusive 
como condição para ajuizamento de nova ação, prevista nos §§ 2º e 3º do art. 
844 da CLT, obsta o trabalhador de ter acesso ao Poder Judiciário, até porque a 
própria lei excepciona da obrigação de recolher as referidas custas aquele que 
comprovar que a sua ausência se deu por motivo legalmente justificável, 
prestigiando, de um lado, o processo responsável, e desestimulando, de outro, 
a litigância descompromissada. 9. Assim, em que pese reconhecida a 
transcendência jurídica da questão, nego provimento ao agravo de instrumento 
 
22 
 
obreiro, por não vislumbrar violação do art. 5º, XXXV e LXXIV, da CF. Agravo de 
instrumento não provido. (TST-AIRR1000178- 32.2018.5.02.0385, 4ª Turma, rel. 
Min. Ives Gandra da Silva Martins Filho, julgado em 21.8.2019 – Informativo TST 
nº 203). Em sentido contrário, se manifestou a ANAMATRA em seu enunciado 
nº 103: 
103 - ACESSO À JUSTIÇA 
ACESSO À JUSTIÇA. ART , 844, § 2º E § 3º, DA CLT. 
INCONSTITUCIONALIDADE. VIOLA O PRINCÍPIO DE ACESSO À JUSTIÇA A 
EXIGÊNCIA DE COBRANÇA DE CUSTAS DE PROCESSO ARQUIVADO 
COMO PRESSUPOSTO DE NOVO AJUIZAMENTO. O PRINCÍPIO DO 
ACESSO À JUSTIÇA É UMA DAS RAZÕES DA PRÓPRIA EXISTÊNCIA DA 
JUSTIÇA DO TRABALHO, O QUE IMPEDE A APLICAÇÃO DESSAS REGRAS, 
INCLUSIVE SOB PENA DE ESVAZIAR O CONCEITO DE GRATUIDADE DA 
JUSTIÇA. 
A Associação dos Magistrados (ANAMATRA), também se manifestou 
sobre §5ºdo art. 844 da CLT, no enunciado 104 da 2ª Jornada de Direito Material 
e Processual do Trabalho, conforme segue: 
104 - O § 5º DO ART. 844 DA CLT NÃO AFASTA A REVELIA E A 
CONFISSÃO 
O § 5º DO ART. 844 DA CLT NÃO AFASTA A REVELIA E SEUS 
EFEITOS DE CONFISSÃO, APENAS PERMITINDO QUE O JUIZ POSSA 
CONHECER DAS QUESTÕES DE ORDEM PÚBLICA E DA MATÉRIA NÃO 
ALCANÇADA PELA CONFISSÃO DO FATO CONSTITUTIVO ALEGADO PELO 
AUTOR. 
 
Testemunha e exercício da função de preposto em ações pretéritas. 
Para o TST, a função de preposto pode ser exercida por qualquer 
empregado da empresa que detenha conhecimento dos fatos objeto da 
 
23 
 
demanda judicial, não se pressupondo, ante essa circunstância, a sua suspeição 
ou impedimento. 
Por outro lado, consoante exegese do art. 75, VIII, do CPC/2015 (art. 12, 
VI, do CPC/1973), a pessoa jurídica será́ representada legalmente "por quem os 
respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo essa designação, por 
seus diretores". 
Assim, a figura do preposto não se confunde com a do representante 
legal da pessoa jurídica, não recaindo sobre ele, apenas por essa razão, o 
impedimento de que trata o art. 447, § 2o, III, do CPC. O acolhimento de 
contradita fundada apenas no fundamento de que o preposto, por ter atuado em 
ação pretérita da empresa demandada, restou impedido de prestar depoimento 
como testemunha, deflagrou ofensa ao contraditório e à ampla defesa, garantias 
basilares contidas no art. 5o, LV, da Carta Magna. (TST-RR-1000901-
65.2017.5.02.0036, 3a Turma, rel. Min. Mauricio Godinho Delgado, julgado em 
20.11.2019). 
 
Atraso de preposto à audiência impede empresa de apresentar contestação 
Um supervisor de vendas fez a reclamação trabalhista contra 
empregadora. A audiência foi marcada para às duas horas da tarde começou 
com 27 minutos de atraso, mas o preposto da Lupus Desenvolvimento em 
Alimentos, de Feira de Santana, na Bahia, só chegou às duas e trinta e três da 
tarde. 
A revelia foi aplicada pelo juízo de primeiro grau. O entendimento foi de 
que havia sido ultrapassado o momento para que a empresa apresentasse a 
contestação. Sendo assim, a Lupus foi condenada a pagar as parcelas 
solicitadas pelo empregado. 
A sentença foi mantida pelo Tribunal Regional do Trabalho na Bahia, 
mas a Quarta Turma do TST, ao examinar o caso, concluiu que houve o 
cerceamento de defesa da empregadora e afastou a revelia. O supervisor de 
 
24 
 
vendas recorreu contra a decisão da Turma e o processo foi julgado pela Seção 
Um de Dissídios Individuais. 
O relator, ministro Breno Medeiros, frisou que a lei não prevê tolerância 
em caso de atraso no horário de comparecimento das partes à audiência. No 
entanto, o TST opta pelo afastamento da revelia quando o atraso é de poucos 
minutos e não há prejuízo ao desenvolvimento processual. 
Porém, nesse caso, o relator destacou que, apesar de o preposto ter 
chegado seis minutos após o início efetivo da audiência, ela estava marcada 
para as duas da tarde, ou seja, o atraso foi de 33 minutos. 
O ministro ressaltou que o empregado já tinha iniciado o depoimento e 
o tempo para que a contestação fosse apresentada tinha sido ultrapassado. 
Dessa forma, por maioria, a SDI-1 restabeleceu a revelia aplicada à Lupus 
Desenvolvimento em Alimentos. 
http://www.tst.jus.br/noticia-destaque-visualizacao//asset_publisher/89Dk/conte 
nt/atraso-de-preposto-a-audienciaimpede-empresa-de-apresentar-contestac-1? 
inheritRedirect=false 
 
Afastada revelia de empresas avisadas de audiência por mensagem de 
WhatsApp do empregado 
A Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho afastou a revelia 
aplicada a duas empresas de São Paulo (SP) que deixaram de comparecer à 
audiência de instrução por não terem recebido a notificação pelo correio. A 
citação foi feita por meio de edital, mas o empresário ficou sabendo da audiência 
ao receber mensagens de WhatsApp do empregado autor da ação. Com a 
decisão, a instruçãoprocessual deverá ser reaberta. 
A reclamação trabalhista foi ajuizada por um ex-coordenador contratado 
pela RTI Instalações e Serviços Ltda. para prestar serviços para O Rei do Aço, 
do mesmo grupo econômico. Como as notificações por via postal haviam sido 
devolvidas, o juízo da 12ª Vara do Trabalho de São Paulo (SP) considerou as 
 
25 
 
empresas “em local incerto e não sabido” e determinou a citação por edital. Sem 
comparecer à audiência, elas foram condenadas ao pagamento de diversas 
parcelas, como horas extras, intervalo intrajornada e multas por atraso na 
quitação das verbas rescisórias. 
A relatora, ministra Dora Maria da Costa, explicou que, conforme o artigo 
841, parágrafo 1º, da CLT, no processo do trabalho não se exige que a citação 
seja pessoal. “Basta ser entregue no endereço indicado, excetuando a hipótese 
em que o reclamado cria embaraços ou não é encontrado, situação que gera a 
notificação por edital”, afirmou. 
No caso, a ministra observou que as notificações iniciais foram 
infrutíferas não por culpa ou embaraços das empresas. Embora os avisos de 
recebimento tenham sido devolvidos com as únicas justificativas de “mudou-se” 
e “endereço incorreto”, as empresas demonstraram em juízo o contrário. 
Diante da dúvida, por ser a citação por edital medida de caráter 
excepcional, a ministra entende que o juízo deveria ter examinado as alegações 
das empresas, apresentadas antes da sentença na tentativa de reverter a 
decisão em que havia sido encerrada a instrução processual e designada data 
para julgamento. “Por certo que houve cerceamento de defesa e consequente 
nulidade da sentença”, concluiu. 
Por unanimidade, a Turma deu provimento ao recurso para determinar o 
retorno dos autos à Vara do Trabalho e a reabertura da instrução processual 
para depoimento pessoal das empresas, oitiva de testemunhas e apresentação 
de defesa. 
Processo: RR-1001157-26.2017.5.02.0612 
 
8. ACORDO EXTRAJUDICIAL 
 
Uma das grandes novidades da reforma trabalhista, o TST se manifestou 
através do seu informativo nº 205, ao qual deixa claro a possibilidade de o acordo 
 
26 
 
prever quitação geral e irrestrita do contrato de trabalho, sem a discriminação 
das parcelas. Nesse sentido: Homologação de termo de transação extrajudicial. 
Ausência de discriminação das parcelas com quitação geral e irrestrita. Validade. 
Transcendência jurídica reconhecida. Presentes os requisitos gerais do negócio 
jurídico e os específicos do art. 855-B da CLT. RECURSO DE REVISTA – 
ACORDO EXTRAJUDICIAL HOMOLOGADO EM JUÍZO – PROCEDIMENTO 
DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA – ARTS. 855-B A 855- E DA CLT – QUITAÇÃO 
GERAL - TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA. 1. Problema que sempre atormentou 
o empregador foi o relativo à rescisão do contrato de trabalho e da quitação dos 
haveres trabalhistas, de modo a não permanecer com a espada de Dâmocles 
sobre sua cabeça. 2. A ineficácia prática da homologação da rescisão contratual 
do sindicato, em face do teor da Súmula 330 do TST, dada a não quitação 
integral do contrato de trabalho, levou a SBDI-2 desta Corte a não reputar 
simulada a lide visando a homologação de acordo pela Justiça do Trabalho, pois 
só assim se conseguiria colocar fim ao conflito laboral e dar segurança jurídica 
às partes do distrato (cfr. TST-ROAR-103900- 90.2005.5.04.0000, Rel. Min. Ives 
Gandra Martins Filho, DEJT de 12/09/08).3. Para resolver tal problema, a Lei 
13.467/17, em vigor desde 11/11/17, instituiu o procedimento de jurisdição 
voluntária na Justiça do Trabalho atinente à homologação, em juízo, de acordo 
extrajudicial, nos termos dos arts. 855-B a 855-E da CLT, juntamente com o fito 
de colocar termo ao contrato de trabalho.4. Da simples leitura dos novos 
comandos de lei, notadamente do art. 855-C da CLT, extrai-se a vocação 
prioritária dos acordos extrajudiciais para regular a rescisão contratual e, 
portanto, o fim da relação contratual de trabalho. Não fosse a possibilidade da 
quitação do contrato de trabalho com a chancela do Judiciário e o Capítulo III-A 
não teria sido acrescido ao Título X da CLT, que trata do Processo Judiciário do 
Trabalho. 5. Curial, ainda, trazer à baila, que a ideia que indelevelmente adere 
ao acordo extrajudicial é a de que, retirada uma das cláusulas que o compõem, 
a parte a quem ela favoreceria não faria o acordo. A alternativa que caberia ao 
 
27 
 
Judiciário, portanto, seria a homologação integral ou a rejeição da proposta, se 
eivada de vícios. Tal entendimento resta corroborado pelo STF quanto à 
circunstância de a validade do acordo depender da homologação integral ou de 
sua rejeição total, não podendo ser balanceado pelo Poder Judiciário (Voto do 
Min. Teori Zavascki no leading case STF-RE 590.715/SC, Rel. Min. Roberto 
Barroso, DJe de 29/05/15). 6. Nesse sentido, o art. 855-B, §§ 1º e 2º, da CLT, 
que trata da apresentação do acordo extrajudicial à Justiça, a par dos requisitos 
gerais de validade dos negócios jurídicos que se aplicam ao direito do trabalho, 
nos termos do art. 8º, § 1º, da Lei Consolidada e que perfazem o ato perfeito 
(CC, art. 104 – agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não vedada por 
lei), traçou as balizas para a apresentação do acordo extrajudicial apto à 
homologação judicial: petição conjunta dos interessados e advogados distintos, 
podendo haver assistência sindical para o trabalhador. 7. A petição 
conjuntamente assinada para a apresentação do requerimento de homologação 
ao juiz de piso serve à demonstração da anuência mútua dos interessados em 
por fim ao contratado, e, os advogados distintos, à garantia de que as pretensões 
estarão sendo individualmente respeitadas. Assim, a atuação do Judiciário 
Laboral na tarefa de jurisdição voluntária é binária: homologar, ou não, o acordo. 
Não lhe é dado substituir-se às partes e homologar parcialmente o acordo, se 
este tinha por finalidade quitar integralmente o contrato de trabalho extinto. 
Em quitação geral, o Empregador não proporia o acordo, nem se disporia 
a manter todas as vantagens nele contidas. 8. No caso concreto, o Regional, 
mantendo a sentença, assentou a ausência de discriminação das parcelas às 
quais os Acordantes conferiam quitação geral e irrestrita, restringindo a quitação 
a direitos mencionados no acordo e registrando, todavia, o cumprimento dos 
requisitos do art. 855-B da CLT e daqueles gerais estatuídos pela lei civil para a 
celebração de negócios em geral. 9. Nesse sentido, a conclusão acerca da 
invalidade, total ou parcial, do pacto extrajudicial, por ausência de verificação de 
concessões mútuas e discriminação de parcelas diz menos com a validação 
 
28 
 
extrínseca do negócio jurídico do que com a razoabilidade intrínseca do acordo, 
cujo questionamento não cabe ao Judiciário nesse procedimento, pois lhe 
esvazia o sentido e estabelece limites e discussões não queridos pelos 
Requerentes ao ajuizar o procedimento. 10. Ora, estando presentes os requisitos 
gerais do negócio jurídico e os específicos preconizados pela lei trabalhista (CLT, 
art. 855-B), não há de se questionar a vontade das partes envolvidas e do mérito 
do acordado, notadamente quando a lei requer a presença de advogado para o 
empregado, rechaçando, nesta situação, o uso do jus postulandi do art. 791 da 
CLT, como se depreende do art. 855-B, § 1º, da CLT. 11. Assim sendo, é válido 
o termo de transação extrajudicial apresentado pelas Interessadas, com quitação 
geral e irrestrita do contrato havido, nessas condições, que deve ser 
homologado. Recurso de revista provido. (TST-RR-1000015- 
96.2018.5.02.0435, 4ª Turma, rel. Min. Ives Gandra da Silva Martins Filho, 
julgado em 11.9.2019 – Informativo TST nº 205). 
A Associação dos Magistrados (ANAMATRA), também se manifestou 
sobre a criação dos artigos 855-B e seguintes da CLT, no enunciado 110 da 2ª 
Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho, conforme segue: 
110 - JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA.ACORDO EXTRAJUDICIAL. 
RECUSA À HOMOLOGAÇÃO O JUIZ PODE RECUSAR A HOMOLOGAÇÃO 
DO ACORDO, NOS TERMOS PROPOSTOS, EM DECISÃO FUNDAMENTADA. 
Da decisão não homologatória de acordo será cabível recurso ordinário, 
não sendo cabível mandado de segurança por inexistir direito líquido e certo 
(nesse sentido é a súmula nº 418 do TST). 
É inviável a homologação de acordo extrajudicial em que as partes estão 
representadas por advogados pertencentes aos quadros de um mesmo 
escritório. Com esse argumento, a Terceira Turma do Tribunal Regional do 
Trabalho da 10ª Região (TRT-10). (Processo nº 0001128- 79.2018.5.10.0015 
(PJe). 
 
 
29 
 
PRINCIPAIS DECISÕES DE DIREITO MATERIAL DO TRABALHO DO 
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO DE 2019 
 
Ato de destituição de gerente é considerado lícito mesmo com 
transferência abusiva de local 
A Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho declarou lícito o ato pelo qual 
a Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. (Embasa) havia destituído um 
empregado da função de gerente e determinado seu retorno ao cargo efetivo, ao 
transferi-lo de localidade. Apesar da licitude da destituição, a Turma manteve a 
condenação da empresa ao pagamento de indenização em razão da 
abusividade da transferência. 
 
Atraso no recolhimento do FGTS e do INSS não caracteriza dano moral 
A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho excluiu da condenação 
imposta à Trade Polymers do Brasil Indústria e Comércio Ltda., de Barueri (SP), 
o pagamento de indenização por danos morais em razão do atraso no 
recolhimento do FGTS e da contribuição previdenciária de um empregado. 
Segundo o colegiado, a conduta não é suficiente para o deferimento do pedido 
de indenização. 
 
Férias: tratamento diferenciado em razão da idade fere princípio da 
igualdade 
A Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou o exame do recurso 
de um ex-empregado da Companhia Estadual de Geração e Transmissão de 
Energia Elétrica (CEEE) do Rio Grande do Sul que pretendia receber férias em 
dobro em razão de seu fracionamento. O pedido se baseava em norma da CLT, 
revogada pela Reforma Trabalhista, que estabelecia que, no caso de 
empregados menores de 18 anos e maiores de 50, como seu caso, as férias 
 
30 
 
deveriam ser concedidas de uma só vez. Mas, para a Turma, a previsão é 
inconstitucional, por criar uma distinção injustificável entre trabalhadores. 
 
Lavagem de uniforme substituto do vestuário comum não será ressarcida 
A Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho afastou a condenação da 
Delga Indústria e Comércio S.A., de São Leopoldo (RS), ao ressarcimento dos 
gastos com a lavagem do uniforme de um auxiliar de produção. Segundo a 
Turma, a indenização não é devida quando o uniforme é mero substituto do 
vestuário de uso comum ou cotidiano e quando a natureza do serviço não tem 
características especiais. 
 
Mantida validade de norma coletiva que substituía horas extras por diárias 
A Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal 
Superior do Trabalho negou a pretensão de um jornalista da RBS Participações 
S.A. de receber adicional por serviço extraordinário em viagens. De acordo com 
os ministros, a norma coletiva que substituía a remuneração de horas extras pelo 
pagamento de diária de viagem não causou prejuízo ao empregado nem alterou 
direito trabalhista indisponível. 
 
Mineradora não pode pagar adicional de periculosidade proporcional à 
exposição 
A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho considerou inválida a norma 
coletiva que permitia à Anglogold Ashanti Córrego do Sítio Mineração S.A. pagar 
o adicional de periculosidade de forma proporcional ao tempo de exposição ao 
perigo. Conforme a decisão, a norma contraria a jurisprudência do TST. 
 
Montador de móveis comprova controle de jornada mesmo em trabalho 
externo 
 
31 
 
A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho condenou a Via Varejo S.A. 
a pagar horas extras a um montador de móveis que conseguiu demonstrar que 
havia controle de sua jornada em trabalho externo. Segundo o relator, ministro 
José Roberto Freire Pimenta, o fato de o empregado exercer atividade externa 
não é incompatível com a fiscalização e o controle de sua jornada. 
 
Motoboy de pizzaria vai receber pagamento em dobro por não tirar folga 
aos domingos 
A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho condenou a Pizzaria Paulino 
Campo Belo Ltda., de Campo Belo (SP), ao pagamento em dobro de um 
domingo a cada três semanas a um motociclista que não tinha folga aos 
domingos. Segundo os ministros, a supressão do descanso semanal aos 
domingos prejudica o empregado porque torna esporádico seu convívio familiar 
e comunitário. 
 
Redução do adicional de periculosidade por norma coletiva é considerada 
inválida 
A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho deferiu a um instalador de 
telefonia da Directinfo Tecnologia em Informação e Telecomunicações Ltda., de 
Londrina (PR), o pagamento do adicional de periculosidade sem a redução do 
percentual prevista em acordo coletivo. De acordo com a jurisprudência do TST, 
trata-se de norma de ordem pública, relacionada com a saúde e a segurança do 
trabalho. 
 
Sistema de banco de horas da Unimed pode ser cumulativo com 
pagamento de horas extras 
A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho reconheceu a validade da 
cumulação de pagamento e de compensação das horas extras de um advogado 
de Curitiba (PR), empregado da Unimed Curitiba – Sociedade Cooperativa de 
 
32 
 
Médicos. Segundo a Turma, foram preenchidas as condições que autorizam a 
cumulação dos dois sistemas: autorização em norma coletiva e o respeito ao 
limite diário de horas extras. 
 
Sócios em comum e relação entre empresas não são suficientes para 
responsabilização solidária 
A Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho afastou a responsabilidade 
solidária da Contécnica Consultoria Técnica Ltda., de São Paulo (SP), pelo 
pagamento de parcelas devidas a uma contadora da Serpal Engenharia e 
Construtora Ltda. Segundo o entendimento do TST, a existência de sócios em 
comum não é suficiente para a configuração de grupo econômico. 
 
Sorveteria consegue descaracterizar grupo econômico com empresa de 
transporte 
A Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho excluiu a Sorveteria Creme 
Mel S.A., de Araguaína (TO), da relação de empresas condenadas 
solidariamente ao pagamento de dívidas trabalhistas a um motorista de ônibus. 
Em recurso ao TST, a empresa conseguiu comprovar que não estavam 
presentes as características de formação de grupo econômico. 
 
Terceirização no setor público: cabe ao contratante comprovar fiscalização 
do contrato 
A Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal 
Superior do Trabalho decidiu, nesta quinta-feira (12), que, nos casos em que o 
prestador de serviços não cumpre suas obrigações trabalhistas, cabe ao órgão 
público tomador dos serviços demonstrar que fiscalizou de forma adequada o 
contrato, para que não seja responsabilizado. O fundamento da decisão é o 
chamado princípio da aptidão para a prova, que vincula o ônus a quem possui 
mais e melhores condições de produzila. “Certamente não é o trabalhador, que 
 
33 
 
sequer consegue ter acesso à documentação relativa à regularização das 
obrigações decorrentes do contrato”, assinalou o relator, ministro Cláudio 
Brandão. 
 
TST mantém cláusula de acordo que prevê homologação de rescisões por 
delegado sindical 
A Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) do Tribunal Superior do 
Trabalho rejeitou recurso do Ministério Público do Trabalho (MPT) para anular 
cláusula de acordo coletivo queprevia a homologação das rescisões contratuais 
de empregados da Serra Sul Serviços por delegado sindical autorizado. Para a 
SDC, nada impede a manutenção da cláusula do acordo. 
 
TST valida acordo que institui turno de 10h para quatro dias de trabalhona 
Arcelormittal 
A Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) do Tribunal Superior do 
Trabalho, em sessão realizada nessa segunda-feira (8), considerou válida a 
cláusula de acordo coletivo que havia instituído na Arcelomittal Brasil Ltda. turnos 
ininterruptos de revezamento de 10h em escala 4X4, ou seja, quatro dias de 
trabalho seguidos de quatro de descanso. Prevaleceu o entendimento de que é 
possível ampliar a negociação coletiva de trabalho a fim de reconhecer a vontade 
das partes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
PRINCIPAIS INFORMATIVOS DE DIREITO MATERIAL DO TRABALHO DO 
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO DE 2019 
 
Informativo n. 203 - Grupo econômico. Reconhecimento com base na 
relação de coordenação entre as empresas. Possibilidade. AGRAVOS EM 
RECURSO DE REVISTA COM AGRAVOS INTERPOSTO DE DECISÃO 
PUBLICADA NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. EXECUÇÃO. GRUPO 
ECONÔMICO POR COORDENAÇÃO. CARACTERIZAÇÃO. POSSIBILIDADE. 
NULIDADE DO ACÓRDÃO RECORRIDO. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO 
JURISDICIONAL. NÃO CONFIGURAÇÃO. As agravantes não logram afastar os 
fundamentos da decisão agravada. Em relação ao reconhecimento de grupo 
econômico, esta Corte uniformizadora de jurisprudência vem firmando 
entendimento no sentido da possibilidade da configuração de grupo econômico 
“por coordenação”, mesmo diante da ausência de hierarquia entre as empresas 
integrantes do grupo, desde que comunguem dos mesmos interesses. Assim, 
não se cogita em afronta ao artigo 2º, §2º, do Texto Consolidado, o qual disciplina 
apenas uma das modalidades de formação do grupo econômico, não impedindo 
que sua configuração possa se estabelecer por outros critérios, razão pela qual, 
na espécie, as empresas integrantes do grupo econômico devem responder 
solidariamente pelo adimplemento dos débitos trabalhistas. Precedentes do TST 
nesse sentido, alguns proferidos em execuções contra as ora agravantes. No 
que tange à pretensa nulidade do julgado por incompleta prestação jurisdicional, 
o exame dos autos revela que a Corte a quo proferiu decisão completa, válida e 
devidamente fundamentada, não prosperando a arguição de nulidade, 
assomando-se constituir mero inconformismo contra decisão desfavorável à 
parte. 
 
Informativo n. 207 - Intervalo intrajornada. Concessão parcial. Minutos 
gastos pelo empregado no deslocamento até o refeitório. Tempo à 
 
35 
 
disposição do empregador. Não configuração. A SBDI-I, por unanimidade, 
conheceu dos embargos da empresa ré e, no mérito, deulhes provimento para 
restabelecer o acórdão do Tribunal Regional que indeferira o pagamento do 
intervalo intrajornada supostamente suprimido em razão dos minutos gastos pelo 
empregado no deslocamento do local de trabalho até o refeitório. Prevaleceu o 
entendimento de que o período gasto com o deslocamento não implica redução 
do intervalo intrajornada, visto que, durante esse tempo, o empregado não está 
executando serviços, nem está à disposição do empregador, mas efetivamente 
usufruindo do intervalo que é destinado não apenas à alimentação, mas também 
ao descanso físico e mental. No caso, a decisão recorrida havia adotado tese no 
sentido de que o trabalhador não usufruía integralmente do intervalo, uma vez 
que quinze minutos eram destinados ao deslocamento, em transporte fornecido 
pelo empregador, até o refeitório. 
 
Informativo n. 205 - Regime 12x36. Horas extras habituais. Período 
contratual regido pela Lei nº 13.467/2017. Transcendência jurídica 
reconhecida. Não incidência da regra do art. 59-B, parágrafo único, da CLT 
à jornada excepcional de 12x36 prevista no art. 59-A da CLT. Invalidade do 
regime. RECURSO DE REVISTA. LEI 13.467/2017. REGIME 12X36. 
PRESTAÇÃO DE HORAS EXTRAS HABITUAIS. INVALIDADE. CONTRATO DE 
TRABALHO DE 19/05/2017 A 19/06/2018. TRANSCENDÊNCIA. O 
processamento do recurso de revista na vigência da Lei 13.467/2017 exige que 
a causa ofereça transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza 
econômica, política, social ou jurídica, a qual deve ser analisada de ofício e 
previamente pelo Relator (artigos 896-A, da CLT, 246 e 247 do RITST). Discute-
se a declaração de invalidade do regime de jornada 12x36 previsto em norma 
coletiva em face da habitual prestação de horas extras relacionado a contrato de 
trabalho que vigeu em período posterior à Lei 13.467/2017, que acrescentou o 
art. 59-B, parágrafo único, da CLT. Deve ser reconhecida a transcendência 
 
36 
 
jurídica, nos termos do art. 896-A, § 1º, IV, da CLT, por se tratar de matéria nova. 
Com relação ao período de 19/05/2017 a 10/11/2017, a decisão regional que 
reconheceu a invalidade do regime 12X36 em decorrência da prestação habitual 
de horas extraordinárias está em consonância com o entendimento 
jurisprudencial desta c. Corte. No que diz respeito ao período de 11/11/2017 a 
19/06/2018, o art. 59-A, da CLT expressamente registra que “Em exceção ao 
disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado às partes, (...) estabelecer 
horário de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas 
de descanso (...)”. O art. 59-B, parágrafo único, da CLT, indicado como violado 
pela reclamada, constitui exceção à regra geral do art. 59/CLT e não é possível 
a cumulação de exceções. Por esse motivo, não se aplica ao regime excepcional 
do art. 59-A da CLT (12 x 36 horas) a regra exceptiva do art. 59-B, parágrafo 
único, da CLT. Transcendência política reconhecida, recurso de revista de que 
não se conhece. 
 
Informativo n. 192 - Direito ao pagamento do intervalo intrajornada. 
Concessão parcial. Aplicação analógica do artigo 58, § 1º, da CLT.” 
O Tribunal Pleno, por maioria, definiu a seguinte tese jurídica para o Tema 
Repetitivo nº 0014 – DIREITO AO PAGAMENTO DO INTERVALO 
INTRAJORNADA. CONCESSÃO PARCIAL. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO 
ARTIGO 58, § 1º, DA CLT (casos anteriores à Lei nº 13.467/2017): a redução 
eventual e ínfima do intervalo intrajornada, assim considerada aquela de até 5 
(cinco) minutos no total, somados os do início e término do intervalo, decorrentes 
de pequenas variações de sua marcação nos controles de ponto, não atrai a 
incidência do art. 71, § 4º, da CLT. A extrapolação desse limite acarreta as 
consequências jurídicas previstas na lei e na jurisprudência. Vencidos os 
Ministros Ives Gandra Martins Filho, Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, Renato de 
Lacerda Paiva, Emmanoel Pereira, Dora Maria da Costa, Guilherme Augusto 
Caputo Bastos, Walmir Oliveira da Costa, Douglas Alencar Rodrigues e Breno 
 
37 
 
Medeiros. TST-IRR-1384-61.2012.5.04.0512, Tribunal Pleno, rel. Min. Kátia 
Magalhães Arruda, 25.3.2019 – Informativo TST nº 192. 
 
Informativo n. 194 - Controles de frequência. Juntada parcial. Presunção de 
veracidade da jornada alegada na petição inicial quanto ao período faltante. 
Aplicação da Súmula nº 338, I, do TST. Impossibilidade de adoção da média 
física das horas extras apuradas. 
A juntada parcial de controles de frequência não afasta, por si só, a presunção 
de veracidade da jornada de trabalho declinada na petição inicial (Súmula nº 
338, I, do TST), ainda que o período sem comprovação seja reduzido. No caso, 
o registro de jornada do empregado era feito em dois documentos distintos: 
cartões de ponto, que controlavam a jornada contratual, e relatórios de horas 
extras. Quanto a estes últimos, a reclamada, injustificadamente, deixou de 
apresentar o registro de sete meses, o que equivale a 22% dos meses do 
contrato de trabalho. Reputando inexpressiva a quantidade faltante, e com o 
intuito de evitar o enriquecimento ilícito de qualquer das partes, o TRT adotou a 
média física das horas extras apuradas para calcular o período não comprovado, 
em contrariedade ao consubstanciado no item I da Súmula nº 338 do TST e à 
jurisprudência dominante no TST, conforme consignado no acórdão turmário. 
Ademais, prevaleceu o entendimento de que a Orientação Jurisprudencial nº 233da SBDI-I não incide na hipótese, pois dirigida a fatos que devem ser provados 
por quem alega o trabalho em horas extras, situação distinta da analisada. Além 
disso, o verbete se dirige ao caso em que o julgador convenceu-se de que o 
procedimento questionado superou o período abrangido pela prova oral ou 
documental, premissa não evidenciada nos autos, visto que a decisão do TRT 
que deferiu o cálculo pela média das horas extras apuradas sedimentou-se na 
possibilidade de enriquecimento sem causa e não no convencimento de que as 
horas extras registradas superaram o período comprovado. 
 
 
38 
 
Informativo n. 194 - Ação anulatória. Acordo coletivo de trabalho. Sistema 
de registro de ponto por exceção. Validade. A SDC, por maioria, deu 
provimento a recurso ordinário para considerar válida cláusula constante de 
acordo coletivo de trabalho que estabeleceu sistema de controle de jornada por 
exceção, no qual o empregado anota no registro de ponto somente situações 
excepcionais, como faltas, saídas antecipadas, atrasos, licenças e horas extras. 
Prevaleceu o entendimento de que o art. 74, §2º, da CLT, ao atribuir ao 
empregador a obrigação de formar prova pré-constituída a respeito da jornada 
de trabalho de seus empregados, possui natureza eminentemente processual. 
Não se trata, portanto, de matéria de ordem pública, que asseguraria ao 
trabalhador determinado regime de marcação de ponto. Assim, não há óbice a 
que os sujeitos coletivos negociem a forma pela qual o controle será realizado, 
desde que garantida aos empregados a verificação dos dados inseridos no 
sistema. 
 
Informativo n. 201 - Trabalho intermitente. Lei nº 13.467/2017. 
Transcendência jurídica reconhecida. Adoção apenas em situações 
específicas. Interpretação que contrasta com a literalidade dos arts. 443, § 
2º, e 452-A da CLT. (...) II) RECURSO DE REVISTA – RITO SUMARÍSSIMO – 
TRABALHO INTERMITENTE – MATÉRIA NOVA – TRANSCENDÊNCIA 
JURÍDICA – VIOLAÇÃO DO ART. 5º, II, DA CF – DESRESPEITO PATENTE À 
LEI 13.467/17, QUE INTRODUZIU OS ARTS. 443, § 3º, E 452-A NA CLT. 1. 
Constitui matéria nova no âmbito deste Tribunal, a ensejar o conhecimento de 
recurso de revista com base em sua transcendência jurídica (CLT, art. 896-A, § 
1º, IV), aquela concernente ao regramento do trabalho intermitente, introduzido 
em nosso ordenamento jurídico pela Lei 13.467/17. 2. Discutida a matéria em 
recurso oriundo de processo submetido ao rito sumaríssimo, apenas por violação 
direta de dispositivo constitucional se pode conhecer do apelo, nos termos do § 
9º do art. 896 da CLT. 3. É pacífica a jurisprudência do TST no sentido de que, 
 
39 
 
excepcionalmente, pode-se conhecer de recurso de revista em rito sumaríssimo 
por violação ao princípio da legalidade insculpido no art. 5º, II, da CF, como forma 
de controle jurisdicional das decisões dos TRTs que deixarem flagrantemente de 
aplicar dispositivo legal que rege a matéria em debate (Precedentes de todas as 
Turmas, em variadas questões). 4. In casu, o 3º Regional reformou a sentença, 
que havia julgado improcedente a reclamatória, por entender que o trabalho 
intermitente "deve ser feito somente em caráter excepcional, ante a precarização 
dos direitos do trabalhador, e para atender demanda intermitente em pequenas 
empresas" e que "não é cabível ainda a utilização de contrato intermitente para 
atender posto de trabalho efetivo dentro da empresa". 5. Pelo prisma da doutrina 
pátria, excessos exegéticos assomam tanto nas fileiras dos que pretendem 
restringir o âmbito de aplicação da nova modalidade contratual, como nas dos 
que defendem sua generalização e maior flexibilidade, indo mais além do que a 
própria lei prevê. 6. Numa hermenêutica estrita, levando em conta a literalidade 
dos arts. 443, § 3º, e 452-A da CLT, que introduziram a normatização do trabalho 
intermitente no Brasil, tem-se como "intermitente o contrato de trabalho no qual 
a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com 
alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados 
em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do 
empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação 
própria" (§ 3º). Ou seja, não se limita a determinadas atividades ou empresas, 
nem a casos excepcionais. Ademais, falase em valor horário do salário mínimo 
ou daquele pago a empregados contratados sob modalidade distinta de 
contratação (CLT, art. 452-A). 7. Contrastando a decisão regional com os 
comandos legais supracitados, não poderia ser mais patente o desrespeito ao 
princípio da legalidade. O 3º Regional, refratário, como se percebe, à reforma 
trabalhista, cria mais parâmetros e limitações do que aqueles impostos pelo 
legislador ao trabalho intermitente, malferindo o princípio da legalidade, erigido 
pelo art. 5º, II, da CF como baluarte da segurança jurídica. 8. Ora, a introdução 
 
40 
 
de regramento para o trabalho intermitente em nosso ordenamento jurídico 
deveu-se à necessidade de se conferir direitos básicos a uma infinidade de 
trabalhadores que se encontravam na informalidade (quase 50% da força de 
trabalho do país), vivendo de "bicos", sem carteira assinada e sem garantia de 
direitos trabalhistas fundamentais. Trata-se de uma das novas modalidades 
contratuais existentes no mundo, flexibilizando a forma de contratação e 
remuneração, de modo a combater o desemprego. Não gera precarização, mas 
segurança jurídica a trabalhadores e empregadores, com regras claras, que 
estimulam a criação de novos postos de trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
POSICIONAMENTO DO TRT 4ª REGIÃO SOBRE REFORMA TRABALHISTA 
 
II Jornada sobre a Reforma Trabalhista 05 e 06/04/2018 
 
Comissão 01: Sucumbência e Honorários 
 
Enunciado 1. HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA. INAPLICABILIDADE AOS 
PROCESSOS EM CURSO. Em razão da natureza híbrida das normas que 
regem honorários advocatícios (material e processual), a condenação à verba 
sucumbencial só poderá ser imposta nos processos iniciados após a entrada em 
vigor da lei 13.467/2017, tendo em vista a garantia de não surpresa, bem como 
em razão do princípio da causalidade, uma vez que a expectativa de custos e 
riscos é aferida no momento da propositura da ação. 
 
Enunciado 2. Não são devidos honorários de sucumbência em caso de 
arquivamento do processo, na hipótese do art. 844 da CLT. 
 
Enunciado 3. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. O juízo arbitrará honorários de 
sucumbência recíproca (art. 791-A, § 3o, da CLT) apenas em caso de 
indeferimento total do pedido específico. O acolhimento do pedido, com 
quantificação inferior ao postulado não caracteriza sucumbência parcial, pois a 
verba postulada restou acolhida. Quando o legislador mencionou "sucumbência 
parcial", referiu-se ao acolhimento de parte dos pedidos formulados na petição 
inicial. 
 
Enunciado 4. Não são devidos honorários de sucumbência nas hipóteses em 
que se verifica sucumbência mínima de uma das partes, a qual deve ser 
considerada a partir de cada pedido formulado. 
 
 
42 
 
Enunciado 4-A. Não são devidos honorários de sucumbência nas hipóteses em 
que se verifica sucumbência mínima de uma das partes (parágrafo único do art. 
86 do CPC). 
 
Enunciado 5. Não são devidos honorários de sucumbência em caso de 
sucumbência parcial nas ações que tratam de indenização por dano 
extrapatrimonial. 
 
Enunciado 6. Não são devidos honorários de sucumbência ao advogado do réu 
em caso de procedência parcial nos pedidos que tratam de indenização por dano 
material decorrente de redução da capacidade laborativa por acidente de 
trabalho que dependa de perícia para quantificação do déficit funcional, 
ressalvadas hipóteses em que evidenciado o abuso do direito de ação. 
 
Enunciado 6-A. Não são devidos honorários de sucumbência ao advogado do 
réu em caso de procedência parcial nos pedidos

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