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Qualidade de vida Profª.: Marjory lima Qualidade de vida Está intimamente relacionada à saúde geral de uma pessoa. A saúde não é o único fator que influencia a qualidade de vida, contudo ela tem importância fundamental neste sentido. Associado à autoestima e ao bem-estar pessoal, e compreende aspectos como: O estado emocional; Os níveis socioeconômico e de interações sociais; O autocuidado, o suporte familiar; O funcionamento do corpo; Dentre outros fatores. Tais fatores também influenciam, e muito, a saúde física e mental da pessoa. Indicadores de qualidade de vida O IQVH é formado por cinco indicadores: Qualidade da habitação Condições de vida Renda Saúde Segurança ambiental e Serviços sanitários E mensura aspectos relacionados ao desenvolvimento humano e à qualidade do ambiente construído. LEITURA Os profissionais de enfermagem no trabalho, devido a sua profissão, estão mais expostos a variados agentes, como biológicos, químicos e físicos, estando, dessa forma mais vulneráveis ao desenvolvimento de doenças ocupacionais Geralmente não tem como prioridade o cuidado de si mesmo, preocupando-se de forma diminuída com a sua saúde. A carga horaria excessiva e a especificidade do trabalho da enfermagem proporcionam muitas responsabilidades a esses profissionais, o que pode contribuir para o aparecimento das doenças ocupacionais. Doenças Ocupacionais Possuem evolução lenta, progressivas e decorrente de atividades atreladas as condições de trabalho, quando as causas são duráveis e paulatinas. Portarias 3.460/75 – Considera o enfermeiro como componente da equipe de saúde ocupacional. 3.236/72 e 3.237/72 – o Ministério do Trabalho submetem os locais de trabalho que tem mais de 100 profissionais a obterem um serviço de saúde ocupacional com o intuito de evitar acidentes aos seus membros. Normas Regulamentadoras - NR “Visando a segurança do trabalhador no Brasil, há 37 Normas Regulamentadoras (NR) que são relativas à segurança e à medicina do trabalho para os profissionais da saúde. Podemos destacar NR 6, NR 9 e a NR 32. A NR 6, refere o Equipamento de Proteção Individual, destinado à proteção aos riscos suscetíveis de ameaça a segurança e a saúde no trabalho. A instituição é obrigada a fornecer gratuitamente (sem ônus) a todos empregados durante atividades. Normas Regulamentadoras - NR A NR 9 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA, visando a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores.” A NR 32 tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. Normas Regulamentadoras - NR No que se refere à proteção da saúde do trabalhador, é importante ficar atento, pois esta abarca atividades de proteção dos trabalhadores em relação a riscos oriundos da pratica laborativa, bem como contra diversos agentes: biológicos, químicos, físicos, radiações ionizantes, dentre outros. Normas Regulamentadoras - NR Além disso, a proteção a esses riscos também contempla manutenção da saúde do trabalhador no que concerne ao mais alto grau de bem-estar físico e mental, recuperação de lesões, doenças ocupacionais ou não e reinserção desse trabalhador no trabalho, através da sua reabilitação. Doenças ocupacionais Transtornos Psicológicos Depressão, ansiedade, estresse pós-traumático, síndrome de Burnout e síndrome do pânico. Sobrecarga de trabalho, pressão psicológica e rotinas estressantes são sinal de alerta para o desenvolvimento desses transtornos. Esses fatores podem levar, inclusive, à, um distúrbio caracterizado pelo estado de tensão emocional provocado por condições de trabalho desgastantes. Principais causas dos transtornos psicológicos atrelados ao trabalho alta demanda; metas inalcançáveis; violência no trabalho; convivência constante com sofrimento humano. Depressão É uma doença psiquiátrica crônica e recorrente que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda, sem fim, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, assim como a distúrbios do sono e do apetite. Causas da Depressão Acontecimentos traumáticos na infância; Estresse físico e psicológico; Algumas doenças sistêmicas (ex: hipotireoidismo); Consumo de drogas lícitas (ex: álcool) e ilícitas (ex: cocaína); Alguns medicamentos (ex: anfetaminas). Sintomas da depressão Além do estado deprimido e da anedonia (interesse e prazer diminuídos para realizar a maioria das atividades) são sintomas da depressão: Alteração de peso (perda ou ganho de peso não intencional); Distúrbio de sono ( insônia ou sonolência excessiva praticamente diárias); Problemas psicomotores (agitação ou apatia psicomotora, quase todos os dias); Fadiga ou perda de energia constante; Culpa excessiva (sentimento permanente de culpa e inutilidade); Dificuldade de concentração (habilidade diminuída para pensar ou concentrar-se); Ideias suicidas (pensamentos recorrentes de suicídio ou morte); Baixa autoestima, Alteração da libido. Muitas vezes, no início, os sinais da enfermidade podem não ser reconhecidos. No entanto, nunca devem ser desconsideradas possíveis referências a ideias suicidas ou de autodestruição. Diagnóstico de depressão O diagnóstico de depressão é clínico e toma como base os sintomas descritos e a história de vida do paciente. Como o estado depressivo pode ser um sintoma secundário a várias doenças, sempre é importante estabelecer o diagnóstico diferencial. Tratamento da Depressão Quadros leves: psicoterápico. Nos outros mais graves e com reflexo negativo sobre a vida afetiva, familiar e profissional e em sociedade, a indicação é o uso de antidepressivos com o objetivo de tirar a pessoa da crise. Antidepressivos Agomelatina; Amitriptilina; Bupropiona; Citalopram; Clomipramina; Desvenlafaxina; Venlafaxina. Duloxetina; Escitalopram; Fluoxetina Fluvoxamina; Levomilnaciprano; Milnaciprano, Sertralina, Trazodona; Ansiedade (Transtorno de Ansiedade Generalizada) O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é um distúrbio caracterizado pela “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva”, persistente e de difícil controle, que perdura por seis meses no mínimo. Sintomas Os sintomas podem variar de uma pessoa para outra. Os mais comuns são: Inquietação; Fadiga; Irritabilidade; Dificuldade de concentração; Tensão muscular. Sintomas Existem também outras queixas que podem estar associadas ao transtorno da ansiedade generalizada: Palpitações; Falta de ar; Taquicardia; Aumento da pressão arterial; Sudorese excessiva; Dor de cabeça; Alteração nos hábitos intestinais; Náuseas; Aperto no peito; Dores musculares. Diagnóstico O diagnóstico do TAG leva em conta a história de vida do paciente, a avaliação clínica criteriosa e, quando necessário, a realização de alguns exames complementares. Tratamento O tratamento do TAG inclui o uso de medicamentos antidepressivos ou ansiolíticos, sob orientação médica, e a terapia comportamental cognitiva. O tratamento farmacológico geralmente precisa ser mantido por seis a doze meses depois do desaparecimento dos sintomas e deve ser descontinuado em doses decrescentes. Transtorno de estresse pós-traumatico O transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) é um distúrbio de ansiedade que se manifesta em decorrência de o portador ter sofridos experiências de atos violentos ou de situações traumáticas. Sintomas Reexperiência traumática: pensamentos recorrentes e intrusivos que remetem à lembrança do trauma, flashbacks, pesadelos; Esquiva e isolamento social: a pessoa foge de situações, contatos e atividades que possam reavivar as lembranças dolorosas do trauma; Hiperexcitabilidade psíquica e psicomotora: taquicardia, sudorese, tonturas, dor de cabeça, distúrbios do sono, dificuldade de concentração,irritabilidade, hipervigilância. Tratamento São opções de tratamento a terapia cognitivo comportamental e a indicação de medicamentos ansiolíticos, quando necessários. Síndrome de Burnout (esgotamento profissional) A síndrome de burnout é um distúrbio psíquico caracterizado pelo estado de tensão emocional e estresse provocados por condições de trabalho desgastantes. Professores e policiais estão entre as classes mais atingidas. Síndrome de Burnout A síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico descrito em 1974 por Freudenberger, um médico americano. O transtorno está registrado no grupo 24 do CID-11 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) como um dos fatores que influenciam a saúde ou o contato com serviços de saúde, entre os problemas relacionados ao emprego e desemprego. Síndrome de Burnout Profissionais das áreas de educação, saúde, assistência social, recursos humanos, agentes penitenciários, bombeiros, policiais e mulheres que enfrentam dupla jornada correm risco maior de desenvolver o transtorno. Sintomas O sintoma típico da síndrome de burnout é a sensação de esgotamento físico e emocional que se reflete em atitudes negativas, como: Ausências no trabalho; Agressividade; Isolamento; Mudanças bruscas de humor; Irritabilidade; Dificuldade de concentração; Lapsos de memória; Ansiedade; Depressão; Pessimismo; Baixa autoestima. Dor de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudorese, palpitação, pressão alta, dores musculares, insônia, crises de asma, distúrbios gastrintestinais são manifestações físicas que podem estar associadas à síndrome. Diagnóstico O diagnóstico é basicamente clínico e leva em conta o levantamento da história do paciente e seu envolvimento e realização pessoal no trabalho. Respostas psicométricas a questionário baseado na Escala Likert também ajudam a estabelecer o diagnóstico. Tratamento O tratamento da síndrome de burnout inclui o uso de antidepressivos e psicoterapia. Atividade física regular e exercícios de relaxamento também são altamente recomendados para ajudar a controlar os sintomas. Síndrome do Pânico Síndrome do pânico é uma condição associada a crises repentinas de ansiedade aguda, marcadas por muito medo e desespero, associadas a sintomas físicos e emocionais aterrorizantes. A síndrome ou transtorno do pânico (ansiedade paroxística episódica) é uma doença que se caracteriza pela ocorrência repentina, inesperada e de certa forma inexplicável de crises de ansiedade aguda marcadas por muito medo e desespero, associadas a sintomas físicos e emocionais aterrorizantes, que atingem sua intensidade máxima em até 10 minutos. Durante o ataque de pânico, em geral de curta duração, a pessoa experimenta a nítida sensação de que vai morrer, ou de que perdeu o controle sobre si mesma e vai enlouquecer. Síndrome do Pânico O transtorno do pânico atinge mais as mulheres do que os homens. Atribui-se essa frequência maior no sexo feminino à sensibilização das estruturas cerebrais pela flutuação hormonal, visto que a incidência de pânico aumenta no período fértil da vida. Sintomas O ataque de pânico começa de repente e apresenta pelo menos quatro dos seguintes sintomas: Medo de morrer; Medo de perder o controle e enlouquecer; Despersonalização (impressão de desligamento do mundo exterior, como se a pessoa estivesse vivendo um sonho) e desrealização (distorção na visão de mundo e de si mesmo que impede diferenciar a realidade da fantasia); Dor e/ou desconforto no peito que podem ser confundidos com os sinais do infarto; Palpitações e taquicardia; Sensação de falta de ar e de sufocamento; Sudorese; Náusea; Desconforto abdominal; Tontura ou vertigem; Ondas de calor e calafrios; Adormecimento e formigamentos; Tremores, abalos e estremecimentos. Diagnóstico Uma crise isolada ou uma reação de medo intenso diante de ameaças reais não constituem eventos suficientes para o diagnóstico da doença. As crises precisam ser recorrentes e provocar modificações no comportamento que interferem negativamente no estilo de vida dos pacientes. Tratamento O tratamento do transtorno do pânico inclui a prescrição de medicamentos antidepressivos (tricíclicos ou de nova geração) e psicoterapia, especialmente a terapia cognitivo-comportamental, que utiliza a exposição a situações que provocam pânico de forma sistemática, gradual, controlada e progressiva, até que ocorra a dessensibilização diante do agente agressor. Geralmente, a medicação precisa ser mantida por períodos mais longos e descontinuada progressivamente por causa do risco de recaídas. Lesões por esforço repetitivo (LER) e Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho LER é uma síndrome que inclui um grupo de doenças com sintomas como dor nos membros superiores e nos dedos, dificuldade para movimentá-los, formigamento, fadiga muscular e redução na amplitude do movimento. Lesões por esforço repetitivo (LER) e Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho LER (Lesão por Esforço Repetitivo) não é propriamente uma doença. É uma síndrome constituída por um grupo de doenças: tendinite, tenossinovite, bursite, epicondilite, síndrome do túnel do carpo, dedo em gatilho, síndrome do desfiladeiro torácico, síndrome do pronador redondo, mialgias, que afeta músculos, nervos e tendões dos membros superiores principalmente, e sobrecarrega o sistema musculoesquelético. Esse distúrbio provoca dor e inflamação e pode alterar a capacidade funcional da região comprometida. A prevalência é maior no sexo feminino. Lesões por esforço repetitivo (LER) e Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho Também chamada de DORT (Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho), LTC (Lesão por Trauma Cumulativo), AMERT (Afecções Musculares Relacionadas ao Trabalho) ou síndrome dos movimentos repetitivos. LER é causada por mecanismos de agressão, que vão desde esforços repetidos continuadamente ou que exigem muita força na sua execução, até vibração, postura inadequada e estresse. Diagnóstico O diagnóstico é clínico. Determinar a causa dos sintomas para eleger o tratamento adequado. Para tanto, muitas vezes, é preciso recorrer a uma avaliação multidisciplinar. Sintomas dor nos membros superiores e nos dedos; dificuldade para movimentá-los; formigamento; fadiga muscular; alteração da temperatura e da sensibilidade; redução na amplitude do movimento; inflamação. Tratamento anti-inflamatórios e repouso. aplicação de corticoides na área da lesão ou por via oral. fisioterapia; intervenção cirúrgica. Dermatose Ocupacional Qualquer alteração da pele, mucosa e anexos, direta ou indiretamente causada, condicionada, mantida ou agravada por agentes presentes na atividade ocupacional ou no ambiente de trabalho. Dermatite de Contato por Irritação O tipo mais comum, representa 4 a cada 5 casos de dermatite de contato. Caracteriza-se pelo surgimento de lesões nos locais do corpo em que houve contato com substância irritante. Elas podem aparecer gradual ou imediatamente. Atinge principalmente as mãos, antebraços, pescoço, face e pernas. Em geral, começam com vermelhidão, inchaço, bolhas e, às vezes, coceira. Com o tempo, a pele pode ficar mais espessa e ter descamação e fissuras. Dermatite de Contato Alérgica Geralmente causada por substâncias em baixas concentrações, aqui as lesões também aparecem em locais onde não houve contato direto. A alergia pode ocorrer repentinamente, mesmo após anos de contato normal com a substância. As lesões sempre apresentam coceira, além de vermelhidão, inchaço e vesiculação. Com o tempo, ocorre a exsudação e descamação da pele. A cada reexposição, as lesões ficam mais intensas e ocupando mais do corpo, além de aparecerem mais rápido. A única forma de cura é identificar a substância alergênica através de exame, evitando então novos contatos. Outros tipos de Dermatose Ocupacional Apesar das dermatites de contato serem mais comuns, existem também outras formas de dermatose ocupacional.As principais são formas graves de acne, ceratoses, cânceres, infecções, oníquias e ulcerações. Diagnóstico O primeiro e mais importante passo para o diagnóstico é a avaliação clínica. Deve-se analisar o histórico de exposição a possíveis agentes no trabalho, observando se os locais da lesão coincidem com onde houve contato. O tempo de surgimento da lesão e do contato com a substância também devem coincidir, assim como uma melhora do quadro com o afastamento do trabalho. Posteriormente, podem ser feitos testes diferenciais, como o teste de contato para determinar se a dermatite é de irritação ou alérgica. Prevenção Tratamento cremes e pomadas à base de corticoides; antibióticos; compressas de água boricada ou anti-histamínicos. Doenças Pulmonares Ocupacionais As doenças respiratórias ocupacionais no Brasil, embora muito frequentes, são pouco conhecidas do grande público. Asma ocupacional, rinite ocupacional, DPOC, câncer de pulmão e pneumoconioses, como a silicose, estão entre os principais problemas adquiridos ou agravados em ambiente de trabalho devido à exposição a agentes específicos, como a poluição do ar, gases, fumos ou partículas nocivas. Doenças Pulmonares As doenças pulmonares de origem ocupacional são causadas pela inalação de partículas, névoas, vapores ou gases nocivos no ambiente de trabalho, a qual denominamos de agentes químicos. Prevenção A falta de medidas corretivas no ambiente é um dos maiores complicadores. Além de prevenir tais problemas por meio de proteção coletiva eficiente e algumas condutas, como o controle em relação à exposição às substâncias nocivas, podem diminuir os riscos e também os danos de doenças já adquiridas. Avaliar os riscos; Eliminar ou substituir; Prevenir a exposição; Elaborar um plano de proteção respiratória; Usar equipamento de proteção individual; image2.png image3.png image4.png image5.jpg image6.png image7.png image8.jpeg image9.png image10.png image11.png image12.jpg image13.jpeg image14.jpeg image15.jpeg image16.jpeg image17.jpeg image18.jpeg image19.jpeg image20.jpeg image21.png image22.png image23.jpeg image24.jpeg image25.jpeg image26.jpeg image27.jpeg image28.jpeg image29.jpeg image30.png image31.jpeg image32.jpeg image1.png