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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 
2 ARTETERAPIA E SAÚDE MENTAL .......................................................... 4 
2.1 Arteterapia ............................................................................................ 8 
3 REFORMA PSIQUIÁTRICA ..................................................................... 10 
3.1 Arte e Psiquiatria ................................................................................ 13 
3.2 Saúde mental e políticas públicas ...................................................... 16 
4 TANSTORNOS PSIQUICOS .................................................................... 19 
4.1 Psicopatologia e psicossomáticas ...................................................... 20 
5 ARTETERAPIA COMO PRÁTICA INTEGRATIVA COMPLEMENTAR EM 
SAÚDE............................................................................................................23 
6 O SINTOMA COMO FORMA DE EXPRESSÃO ....................................... 26 
7 A ARTE COMO ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA ...................................... 28 
7.1 A influência da arte como terapia: Métodos e práticas ....................... 33 
7.2 A dança como aspecto terapêutico no tratamento da depressão ....... 35 
7.3 Arteterapia e reabilitação .................................................................... 40 
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
2 ARTETERAPIA E SAÚDE MENTAL 
Fonte: revistasaberesaude.com 
No Brasil a história da arteterapia teve sua origem na primeira metade do século 
XIX, intimamente ligada a psiquiatria e influenciada pelas tendências teóricas 
Junguianas e Psicanalíticas. Osório Cesar (1895-1979 apud SOARES M; 2017) e Nise 
da Silveira (1905-1999 apud SOARES M; 2017) foram os psiquiatras pioneiros no 
trabalho artístico com pacientes em centros e instituições de saúde mental. 
A arteterapia é um instrumento terapêutico que incorpora diferentes áreas e se 
firma como prática transdisciplinar, ela propõe a libertação do indivíduo por inteiro 
resgatando a integralidade do mesmo, por meio das transformações e do 
autoconhecimento. As técnicas da arteterapia são baseadas em recursos artísticos, 
utilizando pintura, desenho, relaxamento, dança, modelagem. (COQUEIRO, 2010). 
De acordo com a visão de Jung, a arteterapia tem como objetivo apoiar e criar 
ferramenta adequada, para que a função psíquica desenvolva símbolos em diversas 
produções, e dessa maneira leva a acionar a comunicação entre o consciente e o 
inconsciente. (SOARES, 2017). As expressões artísticas têm o poder de proporcionar 
a cura, no sentido de possibilitar a expressão de sentimentos, sensações e 
percepções, libertar-se da rigidez e do aprisionamento oferecidos como doenças. 
A arteterapia ajuda as pessoas a escolherem livremente entre os inúmeros 
materiais oferecidos, a escolher o material que mais lhes convém, a mesma faz com 
 
5 
 
que o indivíduo mostre a si mesmo e ao mundo exterior seu verdadeiro estado 
psicológico. Isso esclarece a singularidade que serve como instrumento de 
transmissão e desbloqueio da consciência, instruções e informações, tanto para 
despertar e desencadear a criatividade do inconsciente, como também para despertar 
e desencadear a criatividade. (SOARES, 2017). 
A expressão da emoção e da sensação através da arte é a própria expressão 
do inconsciente, pois ao produzir o indivíduo pode estabelecer uma 
linguagem com o meio. Através da produção artística poderá haver uma 
reinvenção do cotidiano e a aproximação do indivíduo doente ao mundo 
social. 
De modo geral, a arteterapia ensina o indivíduo a buscar o respeito por si 
próprio, o aumento da autoestima, autoconsciência, autoconhecimento, como parte 
de uma relação individual e social, aumento da alegria de se sentir bem e de ver as 
situações do dia a dia sob novas perspectivas. Com a arteterapia é possível obter um 
melhor acesso à dinâmica psicológica e à memória. (CARDOSO E MUNHOZ, 2013). 
Para Soares (2017) a arteterapia é uma forma de intervenção amplamente 
utilizada na assistência psiquiátrica no cuidado da saúde mental. As oficinas 
descrevem a relevância dessa abordagem no processo de tratamento, que visa 
aprimorar o tema de forma holística, buscar a sua reintegração, o alívio dos sintomas 
e também a promoção da autonomia durante todo o processo de tratamento. 
Conforme Terra (2008) o conceito de loucura geralmente se refere a algo 
inadequado, diferente, como comportamento inaceitável e dificuldade de adaptação 
ao ambiente. Já em relação a obra artística, apesar de muitas vezes sem lógica e 
também desviada das normas sociais, tende a ter seu lugar garantido na sociedade 
porque tem o destaque de arte, ela se legitimiza, enquanto os loucos tendem a ser 
excluídos da vida social. Podemos analisar e observar isso na história da arte, 
especialmente quando se trata de artistas como Mozart, Artaud e Van Gogh, cujo 
comportamento foi julgado impróprio, portanto, foram desqualificados e julgados pela 
sua época. No entanto, suas obras são preservadas e eles têm o respeito que 
merecem, embora o reconhecimento tenha ocorrido séculos depois. 
Se a arte é a expressão humana da criação de sensações ou de estados de 
espírito de caráter estético carregados de vivência pessoal e profunda, como 
define a língua portuguesa, então ela está próxima da vivência da loucura, 
pois se relaciona com os sentimentos, emoções, vivência de caráter 
eminentemente pessoal, desprovida de uma lógica comum, de uma estética 
 
6 
 
única, mas como representação de uma experiência singular. (MUNARI, 
2004, p.73). 
Segundo Terra (2008), o próprio desenvolvimento de criação aproxima o artista 
das linhas da loucura, e nesse sentido quando o sujeito cria, entra em contato com 
elementos de sombra no seu inconsciente e este momento pode correr o risco de ser 
atacado por complexos e arquétipos reprimidos e inconsciente. Se caso não consentir 
os elementos da sombra adaptando-os à sua realidade, o artista pode não conseguir 
executar o caminho de volta e, como consequência, acabar levando o sujeito à 
loucura. 
Como afirma Silveira (1992, p. 91), as funções criadoras surgem devido à 
repressão de instintos, a emoções intensas que ameaçam arrebentar a 
estrutura do ego. O artista consegue integrá-las às normas de seu ego. Esta 
segunda etapa é mais difícil para o esquizofrênico. Embora também se 
esforce para restaurar o ego, ele se inclina para o não-convencional, para o 
insólito, o antinatural. 
Como caracterizado pelo mesmo autor, quando reconhece o poder mobilizador 
da arteterapia que está entrelaçada com a atividade criativa e artística, a mesma irá 
objetivar a conquistar este momento de contato profundomuitas situações, a argumentação lógica, racional e técnica pode não ser a melhor 
forma de comunicação durante a estadia do paciente no hospital (LIMA, 2009). 
A arte é um instrumento que impulsiona o homem a experimentar e definir 
seus pensamentos, sentimentos e condutas, os quais em momentos 
transitórios de inspiração, transpassam os limites da expressão verbal 
consciente precisando de um meio de expressão menos cognitivo, mais 
vivencial, ou seja, mais primário. O artista, como um técnico de seus meios 
de expressão, torna estético o produto de seus pensamentos e sentimentos. 
Essa experiência transcendental, seja na forma de explosão de atividade 
criativa ou na forma de perspectiva de beleza, é sentida como uma intensa 
experiência emocional, cujo efeito muda o mundo da pessoa que a 
experimenta. Nesse sentido, dessa expressão emocional, a arte foi estudada 
e investigada como uma modalidade terapêutica, utilizando os conceitos de 
comunicação e criatividade (Panhofer, 2005, p. s/n). 
Ainda, neste sentido, vale compreender, enquanto terapia, um mecanismo 
auxiliar no tratamento de doenças e dependências. Assim, “Define-se tratamento 
como o conjunto de meios (terapias) empregados visando a debelar uma doença ou 
proporcionar ao doente cuidados paliativos”. (REZENDE, 2010, p. 14) 
Segundo Fortunato (2005, p.17) o uso da arte como terapia ajuda a reconciliar 
conflitos emocionais, além de auxiliar na auto percepção e no desenvolvimento do 
indivíduo. De forma que os recursos mais utilizados acerca são Artes Plásticas: 
Pintura, Desenho, Modelagem; Artes corporais: Dança e Teatro; Música: com 
 
35 
 
instrumentos musicais, voz/ canto ou audição musical, entre outros. Em consonância, 
Fabietti (2004, p.17) aborda que a Arte é um processo de reconstrução da vida, seja 
através do desenho, da pintura, da escultura e de tantos outros. 
Christo e Silva (2006, p.14) abordam que a arteterapia pode e deve usar uma 
variada gama de ferramentas artísticas, como papeis, tintas, lápis de cor, tesoura, 
tecidos, fios, madeira, plásticos, argila, massa, entre outros. Também pode utilizar 
técnicas como desenhos, pinturas, colagem e modelagem etc. A autora ressalta a 
importância de o profissional desta área ter uma vivência diversificada em sua 
expressão plástica, mesmo que seja para o seu próprio processo. Visto que para se 
aplicar determinada técnica, deve considerar que o suporte possa propiciar a 
concretização de símbolos, os quais surgiram em sonhos, na imaginação ativa do 
indivíduo ou a partir de contos ou mitos. 
Evidencia-se que determinadas técnicas de atividades artísticas têm a 
possibilidade de influenciar o indivíduo de formas diferentes. Christo e Silva 
(2006, p.17) especificam que cada uma dessas atividades tem sua própria 
característica de benefício. Sendo assim, os autores apresentam em seu livro 
exemplos de atividades artísticas, as quais podem ser aplicadas em ateliês 
terapêuticos, destacando as técnicas de desenho, pintura e colagem. 
Por fim, analisando as informações sobre a arteterapia, é evidente apontar que 
a abordagem é de suma importância para toda sociedade, influenciando o contexto 
da vida de todo indivíduo, podendo, assim, acrescentar mais expressividade às 
pessoas com transtornos mentais e consequentemente um maior equilíbrio 
emocional, explorando sua autoestima e valores diante da sociedade. Portanto, pode 
ser considerada lúdica, versátil, promotora da criatividade e do desenvolvimento da 
personalidade, além de integradora e extremamente reveladora (PITTON, 2005, p.4). 
De acordo com Philippini (2004) a arteterapia consiste em um dispositivo 
terapêutico que reúne conhecimentos de diversas áreas, constituindo como uma 
prática trans disciplinar, propondo resgatar o homem em sua totalidade por meio de 
métodos de autoconhecimento e transformação. 
7.2 A dança como aspecto terapêutico no tratamento da depressão 
Depressão, dor e angústia referem-se a estados mentais que parecem tão 
familiares a ponto de muitas pessoas questionarem se seria legítimo dizer que 
compõem quadros psicopatológicos. Pois a depressão, assim como a dor e angústia, 
 
36 
 
denota o estado afetivo particular, que priva o sujeito justamente das qualidades e 
figuras singulares que o animam” (DELOUYA, 2008, p.46). A depressão, considerada 
uma condição exclusivamente humana, é um transtorno do humor, clinicamente 
caracterizado por sintomas básicos que comprometem, rebaixam o humor vital do 
indivíduo, prejudicando – lhes as funções afetivas, cognitivas e intelectuais. 
Os distúrbios depressivos são contemporaneamente percebidos como 
decorrentes dos sofrimentos humanos e das desordens psíquicas, sendo capazes de 
afetar qualquer idade, gênero, classe cultural e social. O número de pessoas com 
melancolia ou depressão vem crescendo nos últimos anos: segundo a Organização 
Mundial da Saúde (OMS), somente no Brasil, em 2015, havia 11.548.577 casos, o 
quarto país no mundo em número de doentes (OMS, 2017, p. 18) 
Analisar as depressões como uma das expressões do sintoma social 
contemporâneo significa supor que os depressivos constituam, em seu 
silêncio e em seu recolhimento, um grupo tão ruidoso quanto foram as 
histéricas no século XIX. A depressão é a expressão de mal-estar que faz 
água e ameaça afundar a nau dos bem-adaptados ao século da velocidade, 
da euforia prêt-àporter, da saúde, do exibicionismo e, como já se tornou 
chavão, do consumo generalizado (KEHL, 2009, p. 22). 
A arte ao longo dos anos trouxe uma série de contribuições para a sociedade, 
e na atualidade, mostrou a sua capacidade de reconstruir a concepção social, 
direcionada a imagem do indivíduo em sofrimento mental (AMARANTE, 2012). 
Em um dos ramos da arte educação se encontra a dança. A expressão do corpo 
foi a primeira forma de arte. Reconhecida como uma arte de execução, a dança é 
caracterizada pela habilidade de se utilizar o movimento de forma simbólica, gerando, 
assim, significados, e desenvolvendo a capacidade intelectual do homem (FREIRE, 
2001). 
O corpo não é algo que está dissociado da mente, trata-se de uma unidade que 
está estruturada e organizada de forma singular, constituindo assim uma forma 
integral, não sendo possível uma separação de corpo e alma (FERNANDES, 2015). 
Através da terapia, as artes deram voz, ao que dela participou como expressão e 
comunicação, num processo de interação social, emocional e cognitiva (GOODILL, 
2010). 
 
 
37 
 
 
Fonte: portalsplishsplash.com 
A dança enquanto arte tem o potencial de trabalhar a capacidade de criação, 
imaginação, sensação e percepção, integrando o conhecimento corporal ao intelectual 
(MARQUES, 2010). Sendo o movimento, algo presente em todas as nossas 
atividades, à medida que se conhece os conteúdos corporais que compõe esses 
movimentos (força, estrutura e dinâmicas: leve, pesado, forte, suave, rápido, lento, 
grande, pequeno e outros) pode-se redimensionar atitudes, reconhecer necessidades, 
explorar novas percepções e transformar a qualidade da própria vida, fornecendo 
novos níveis de sensibilidade e consciência para o cotidiano. 
A dança surge então como manifestação artística, na qual o homem apropria-
se neste contexto como terapia, através da forma com que as pessoas dançam, na 
utilização da coordenação motora, do espaço, sua forma de caminhar e tensões 
musculares, é capaz de comunicar conflitos internos (WOLBERG, 1988). Esta 
constitui-se num tipo de prática que é desenvolvida em clínicas, hospitais, centros de 
correção ou escolas, e utilizada em grupos ou em sessões terapêuticas individuais 
(LIMA e NETO 2011). 
Os benefícios da prática de atividades físicas para a saúde são amplamente 
conhecidos, com dados gerais de pesquisas que indicam efeitos físicos como redução 
da pressão sanguínea, elevação da capacidade cardiovascular, perda de peso e 
prevenção de doenças crônicas como diabetes, hipertensão, obesidade, osteoporoseetc. (MIKKELSEN, 2017). 
A relação entre exercícios físicos e bem-estar psicológico também tem sido 
assumida em muitas pesquisas, que apontam sua prática regular como um fator 
 
38 
 
preventivo em saúde psicológica e também com potenciais terapêuticos sobre estados 
de humor, autoestima e sintomas de ansiedade e depressão (ROT, 2009). 
Danças de improvisação, com frequência, mostram gestos e movimentos de 
partes especiais do corpo. Características como as hesitações ou a forma agressiva 
nos movimentos e sequências de expressões corporais têm um significado para o 
dançarino. Neste contexto, a dança pode ocasionar, não somente uma forma segura 
de soltar a emoção, mas também, traz à tona atitudes e conflitos pessoais. 
Uma teórica de bastante relevância para a pesquisa em dança como terapia e 
a pioneira na relação entre dança e terapia é Maria Fux (1988). Ela desenvolveu um 
método intitulado como dançaterapia, no qual ela afirma que o corpo tem um potencial 
adormecido, que se transforma a partir do momento em que ele se move, expressando 
numa linguagem não verbal, que vai produzindo ostensivamente mudanças positivas, 
não apenas corporais, mas também psíquicas (FUX, 1988, p10). 
Alpert (2011) destaca que dançar eleva o fluxo sanguíneo no cérebro, 
proporciona um meio para expressão emocional e a elevação do humor. A autora 
ressalta que o aspecto de socialização da dança diminui o estresse, a solidão e a 
depressão, havendo também a possibilidade de a redução do estresse estar 
relacionada com o fato de a atenção do dançarino estar concentrada no momento da 
dança. 
A pesquisadora acredita que a dança é um instrumento terapêutico e 
educacional, bem como um meio de comunicação para pessoas que buscam a 
conexão entre corpo e mente. A dança segundo Fux (1988) é para todos. 
A dança terapia é um tipo de prática que apresenta estímulos, que vão de 
encontro a áreas esquecidas pelo corpo, trazendo a possibilidade de 
autoconhecimento corporal, fazendo com que os praticantes adquiram uma 
consciência de seus limites sendo capazes de ultrapassa-los. Bem como esta prática 
permite com que aspectos como a capacidade cognitiva, sejam trabalhadas e 
desenvolvidas uma vez que a dança trabalha a memória (CALIL, 2007). 
Ela amplia os cuidados corporais, favorece crescimento pessoal, lida com 
comunicações incomuns e facilita a integração de experiências de vida, estimulando 
o organismo ou energizando-o de maneira especial [...]. Muitas vezes, ela ativa e 
intensifica a vivência de situações e, a partir de um acompanhamento atento e 
cuidadoso, potencializa a resolução de conflitos (CASTRO, 2004, p. 274). 
 
39 
 
Para Gregorutti e Araújo (2012) a dança é um tipo de atividade artística com 
possibilidade terapêutica, que pode ser trabalhada inclusive em institutos geriátricos, 
pois a dança oferece uma sensação de alívio nos sintomas depressivos. Porém para 
que seja possível uma compressão da dança como aspecto terapêutico é necessário 
antes entender a convivência do indivíduo tanto consigo mesmo como em sociedade 
e como este corpo se porta diante desses vínculos, segundo (SANTOS, 2014),: 
“Para a obtenção de resultados terapêuticos significativos, deve ser 
considerado, durante o planejamento das oficinas, práticas contextualizadas 
em uma amplitude de conhecimentos para além da questão técnica da dança. 
Questões envolvendo o corpo e a expressão, através dele, de subjetividades, 
são de fundamental importância à construção de uma modalidade terapêutica 
dentro do modelo de atenção biopsicossocial” (p. 25-26). 
A partir do momento em que o corpo começa a se expressar num espaço, ele 
transpassa movimentações que são próprias de seu mundo interior, como se o 
indivíduo fosse um protótipo de um universo. A partir das experiências individuais, 
daquilo que se vive, sente o corpo decompõe em ritmos internos que se transforma 
em palavras expressas pelo corpo através do espaço, isto é, expressar seus medos, 
momentos de dor e de alegria (FUX, 1988). 
Para Fux (1988), o homem em movimento reconhece em si uma forma de 
expressão que se reverbera pelo corpo, fator que seria um auxiliador na psiquiatria, 
uma vez que o corpo expressado em movimentos está diretamente ligado em seus 
canais de comunicação, e este canal não é capaz de mentir. 
Contudo, a dança traz benefícios comprovados quanto à redução dos sintomas 
de depressão e ansiedade, como atividade artística. Silva (2015), aponta a dança 
como uma atividade física que provoca melhor expressividade e autopercepção das 
emoções e também melhora do bem-estar físico e social. 
 De acordo com Assumpção (2016), a dançaterapia tem efeitos positivos no 
humor e na redução dos agravos mentais da população adolescente. Além das 
melhoras fisiológicas relacionadas às questões de capacidade aeróbica e flexibilidade, 
melhora a capacidade de comunicação do corpo, estabelece conexão dos 
sentimentos, ajudando a compreender melhor o mundo e as relações pessoais. 
 
40 
 
7.3 Arteterapia e reabilitação 
A Arteterapia, por ser uma ferramenta no cuidar em saúde, representa um 
processo terapêutico verbal e não verbal, por meio das artes plásticas, que acolhe o 
ser humano com toda sua diversidade, dinamicidade, complexidade e o auxilia a 
encontrar novos “sentidos” para sua vida, objetivando a reinserção e inclusão social 
(VALLADARES, 2008). 
A Arteterapia também procura respeitar os diversos aspectos dos usuários na 
saúde mental, como os culturais, sociais, afetivos, cognitivos e motores. Presume-se, 
então, que a análise dos conteúdos das produções simbólicas — cores, profundidade, 
criatividade — apresentam o registro dos momentos de suas vidas (VALLADARES-
TORRES, 2015). 
Valladares-Torres (2016) acredita que, na Arteterapia, os conteúdos do 
inconsciente são registrados pelas imagens, cores, movimentos, formas, ocupação no 
suporte e padrões expressivos gerais, elementos que compõem o processo de 
transformação do indivíduo e obtêm consistência a partir da criação plástica. Assim, 
as imagens produzidas pelos usuários ajudam na compreensão da sua trajetória 
psíquica. 
A Arteterapia na reabilitação, denominada de Arte-Reabilitação tem como 
principal objetivo trabalhar os aspectos emocionais, cognitivos, motores e perceptivos 
do paciente. Francisquetti (2005), relata que através do fazer artístico é possível 
estimular o paciente na memória, planejamento, expressão, autoestima e por vezes 
descobrir as suas potencialidades. 
O do papel de arteterapeuta no centro de reabilitação é de estimular o paciente 
a criar, sem certo ou errado, estaremos estimulando a tomada de consciência da 
importância do processo, os sentimentos que o material desperta. Marzano (1996) 
relata que a percepção do e pelos próprios pacientes é parte integral na abordagem 
fenomenológica da arteterapia. 
Eleger a arte-reabilitação psicossocial como paradigma deflagrador dessa nova 
forma de cuidados em saúde mental é defender atividades e ações que privilegiem as 
aspirações, os anseios e as preferências de usuários, respeitando-os em sua 
subjetividade (AZEVEDO & MIRANDA, 2011). Além disso, valoriza a coparticipação e 
a corresponsabilidade, o que supõe que os usuários sejam atores e desempenhem 
um papel ativo no seu processo de reabilitação. Dessa forma, destaca-se o 
 
41 
 
acolhimento dos usuários e o projeto terapêutico individual, construído e idealizado 
conforme as necessidades de saúde/doença e a realidade social encontrada, além do 
atendimento individual e de grupo. 
Ainda que haja indefinição por parte dos profissionais da área quanto às formas 
de compreensão da relação entre arte e terapia, o seu valor na reabilitação reside na 
possibilidade de o usuário trabalhar e descobrir suas potencialidades para conquistar 
espaços sociais (TAVARES, 2003). 
Ademais, o desenvolvimento de oficinas terapêuticas possibilita a projeção de 
conflitos internos/externospor meio de atividades artísticas, com a valorização do 
potencial criativo, imaginativo e expressivo do usuário, além de fortalecer a autoestima 
e a autoconfiança, a miscigenação de saberes e a expressão da subjetividade 
(MARTINS, 2010). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ANSCHAU R. J. Arte e saúde: uma interface a serviço da integralidade. UFSC, 2013. 
ARÊAS, C. D. Arteterapia como um caminho para inclusão psicossocial de 
pessoas com transtorno mental, 2011. 
AZEVEDO, B. D. E. Arteterapia como promotora da qualidade de vida e inclusão 
social de profissionais e usuários. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, Três 
Corações, 2014. 
BARROS, F. M. A arte como estratégia de a arte como estratégia intervenção 
psicoterapêutica. Psicodebate, 2016. 
CAETANO, B. F. I. A adesão de pacientes com sintomas depressivos à prática 
da dança como recurso terapêutico: um diálogo entre a arte e a saúde 
mental. Repositório Institucional, 2019. 
CARDOSO, S. Â. A inclusão das ações de saúde mental na Atenção Básica: 
ampliando possibilidades no campo da saúde mental. ENSP, 2014. 
Código de Ética Profissional do Psicólogo. Conselho Federal de Psicologia, 
Brasília, agosto de 2005 
ESPINDOLA, A. A. Assistência de enfermagem à saúde mental-uma revisão da 
literatura. Atenas, 2018. 
FERREIRA, B. G. Arte e saúde mental: oficinas terapêuticas como espaço de 
expressão das subjetividades. UFPEL, 2013. 
FREITAS, B. F. Benefícios psicológicos da prática de dança em pessoas com 
diagnósticos de ansiedade e depressão: uma revisão bibliográfica. UFMA, 2019. 
GONÇALVES, S. A. E. Psicologia e saúde mental brasileira: um breve estudo da 
reforma psiquiátrica e seus desafios. 2018. 
MACÊDO, B. D. O movimento de reforma psiquiátrica no Brasil: delineamentos 
sobre sua história e o cuidado que propõe para o campo da saúde mental. Editora 
Realize, 2020. 
PEREIRA B. A. E. Reforma psiquiátrica no brasil e a contribuição esquecida de 
Nise da Silveira. UnB, 2017. 
PINANGÉ, S. D. B. D. Arteterapia “entre mulheres”: por outras possibilidades de 
expressão e elaboração de sofrimento (s). UFPE, 2018. 
TERRA, C. C. Arteterapia e loucura: um caminho para a inclusão de adolescentes 
psicóticos. Arteterapia, 2008. 
 
43 
 
SOARES, L. C. M. A vivência da arteterapia no tratamento de pacientes com 
transtornos mentais em um centro de atenção psicossocial da região 
metropolitana do recife. FPS, 2017. 
VALLADARES-TORRES, A. A Arteterapia como dispositivo terapêutico no 
acolhimento integral das toxicomanias. Researchgate, 2018.com os elementos do 
inconsciente e vai permitir o reconhecimento e a inserção deste conteúdo a partir do 
desenvolvimento do processo expressivo, levando ao sujeito ter uma vida plena e 
satisfatória, vivendo a vida conforme com quem ele realmente é, e não com o que a 
cultura da sociedade espera que ele seja. 
Nas palavras de Terra (2008) desde o início da história das instituições 
psiquiátricas, a arte tem sido utilizada por pacientes que sofrem por algum tipo de 
transtorno mental, embora tenha sido utilizada apenas como meio para acalmar e 
apaziguar os pacientes, a mesma também pode mantê-los atarefados como forma de 
ocupação. Em relação à utilização terapêutica da arte, isso aconteceu tempos mais 
tarde. 
Assim, o lugar do adoecimento mental na sociedade, a lógica biomédica do 
adoecimento mental e o tratamento das crises estão se transformando em uma 
complexidade de fatores e atores que fazem parte da experiência e da história do 
paciente. Dessa maneira, é essencial que faça um serviço de atenção psicossocial 
para que dê conta de tal complexidade. A partir desse tipo de serviço, os médicos 
criam outro tipo de relação e deixa de ser médico-doença e passa a voltar a atenção 
para uma rede de relações entre indivíduos (PINANGÉ, 2018). 
 
7 
 
A Reforma Psiquiátrica é um processo contínuo de reflexões e transformações 
das maneiras de se lidar com a loucura, com a diferença e com o sofrimento mental, 
mudanças estas que ocorrem ao mesmo tempo nas áreas assistenciais, culturais e 
conceituais. Referem-se, sobretudo, às transformações nas relações que a sociedade, 
os sujeitos e as instituições estabelecem para a superação do estigma, da segregação 
e desqualificação do doente mental, tentando assim construir um novo “imaginário 
social”, diferentemente do que existiu ao longo dos anos, que enfocava a 
periculosidade, a irrecuperabilidade e a incompreensão da pessoa portadora de 
doença mental. 
Com a autorização do Ministério da saúde criou a Política Nacional de Práticas 
Integrativas e Complementares (PNIPIC) como mais um processo de implementação 
do SUS. A PNIPIC colabora com a questão do princípio da integralidade e tem como 
objetivo de relacionar e intensificar ações e serviços do SUS, bem como amplificar, 
em espaços públicos, a acessibilidade aos serviços que até o momento vem se 
restringindo ao âmbito privado (BRASIL, 2006 apud PINANGÉ D; 2018). A respeito do 
uso de recursos artísticos, estes passam a ser utilizados nos Serviços de Saúde 
Mental, ancorados nas diretrizes propostas pela lei nº 10.216/2001, que trata dos 
direitos de pessoas acometidas por sofrimento mental e os tipos de assistência a elas 
prestadas (BRASIL, 2001). 
Pereira e Firmino (2010) sinalizam a potência das oficinas e da utilização de 
arte como terapia, situando-os enquanto dispositivos que podem vir a somar ao 
acompanhamento medicamentoso e possibilitar ruptura com práticas de cuidados 
tradicionais, na medida em que tais oficinas buscam promover e acolher o sujeito em 
sua integralidade, considerando aspectos psíquicos e sociais. 
É considerável ressaltar, aqui, que os autores que citaram a respeito do que 
estão chamando de arte como terapia: concerne a arte como recurso que possibilita 
ao sujeito estabelecer a reflexão e a construção de sentidos. Lopes (2012) realiza 
trabalhos relevantes sobre o papel da arte no cuidado e apoio a pessoas com 
sofrimento mental. 
A tarefa de situar historicamente e epistemologicamente a Arteterapia traz 
consigo a necessidade de se voltar para a história da Arte, bem como a sua relação 
com a loucura durante os tempos. A arte aparece, na história da humanidade, há cerca 
de 25 mil anos, na pré-história, onde já se tem registros de pinturas nas paredes das 
 
8 
 
cavernas (BARREIRA, 2012). É importante ressaltar que as expressões artísticas, 
durante todo o tempo e história da humanidade, denunciam o contexto social, político 
e ideológico de cada época e cultura (OSTROWER, 1977). 
O Código de Ética do (a) profissional Psicologia afirma que essa área de 
conhecimento não pode ser vista como imutável, necessitando estar sempre em 
reflexão, aprimoramento e diálogo com diversas áreas de conhecimento, a fim de 
olhar o sujeito em sua integralidade. Assim, a aproximação e diálogo entre a 
Arteterapia e a Psicologia aponta para um terreno fecundo (CONSELHO FEDERAL 
DE PSICOLOGIA, 2005). 
2.1 Arteterapia 
Arteterapia é uma área de atuação profissional que utiliza recursos artísticos 
com finalidade terapêutica de forma predominantemente não verbal. A Associação 
Brasileira de Arteterapia define essa prática como sendo um modo de trabalhar 
utilizando a linguagem artística como base da comunicação cliente-profissional. Sua 
essência é a criação estética e a elaboração artística em prol da saúde (SILVA, 
CARVALHO e LIMA, 2013). 
A aplicação da arteterapia pode ser feita em diferentes contextos como na 
avaliação, prevenção, tratamento e reabilitação voltados para a saúde assim como 
instrumento pedagógico na educação e como meio para o desenvolvimento (inter) 
pessoal. Partindo das considerações acerca da arteterapia, vemos que a mesma pode 
ser um recurso de suma importância no contexto da saúde para auxiliar no trabalho 
com as demandas subjetivas dos usuários. 
O recurso da arte aplicado à psicopatologia originou-se quando Carl Jung 
passou a trabalhar com o fazer artístico, em forma de atividade criativa e integradora 
da personalidade: "Arte é a expressão mais pura que há para a demonstração do 
inconsciente de cada um. É a liberdade de expressão, é sensibilidade, criatividade, é 
vida" (Jung, 1920). 
Sendo assim a Arteterapia visa a promoção da qualidade de vida através de 
recursos vindos das artes, utilizando-se da atividade artística como instrumento de 
intervenção profissional para a promoção da saúde e a qualidade de vida. As 
linguagens utilizadas são em geral plástica, sonora, literária, dramática e corporal 
 
9 
 
tendo como base técnicas expressivas: desenho, pintura, modelagem, música, 
poesia, dramatização e dança (REIS, 2014). 
A arte é uma área do conhecimento que abrange diferentes linguagens e 
práticas, como as artes visuais, a literatura, a música, a dança, o cinema, o teatro, 
entre outros. Se apresenta como uma forma diferenciada de constituição do sujeito. 
“Seu domínio é o do não racional, do indizível, da sensibilidade: domínio sem 
fronteiras nítidas, muito diferente do mundo da ciência, da lógica da teoria” (COLI, 
2004, p. 109). 
Ainda para este autor (2004 apud ROCHA F; 2016), a arte transforma, desperta 
emoções e reações culturalmente ricas. Além disso, é uma questão que sempre será 
envolta de dúvidas, questionamentos e discussões e é nesse sentido que a arteterapia 
se desenvolve, pois, é despida de preconceitos e normas. 
Segundo Maciel e Carneiro (2012), o termo terapia, do grego thaerapia, no 
sentido original, é o ato de render culto ou servir à Deus. Na contemporaneidade, 
terapia significa tratamento, cura, restabelecimento da qualidade de vida. A arteterapia 
está profundamente ligada à História da Arte, à Psicanalise e à Psiquiatria. Mesmo 
assim, não se pode restringi-la a estas áreas, uma vez que está conectada a diversos 
campos do conhecimento. Ela nasce, então, na tentativa de acessar conteúdos 
inconscientes por meio da expressão artística para, então, colaborar no processo de 
cura do paciente. 
Para Paín (2009, p. 21), “a utilização da arte com fins terapêuticos só pode ser 
concebida no momento em que a clínica psicoterapêutica mudou fundamentalmente”. 
Essa transformação se deu na medida em que a sociedade modificou a visão a 
respeito da doença mental. Caterina (2005) postula que há relatos da união entre arte 
e saúde nos trabalhos do psiquiatra alemão Reil, discípulo de Pinel. Este desenvolveu, 
no início do século XIX, estágios que pretendiam a cura psiquiátrica. Dentre eles, 
estava a realizaçãode atividades artísticas, por meio de estímulos físicos, intelectuais 
e sensoriais que estimulavam a expressão do mundo interno de cada paciente. 
Esta prática terapêutica propicia mudanças psíquicas como a expansão da 
consciência, reconciliação de conflitos emocionais, autoconhecimento e 
desenvolvimento pessoal (SOUZA, s/d). Por ser uma modalidade que permite 
liberdade de escolha de métodos e materiais, pode ser realizada por crianças, adultos 
e idosos. A Arteterapia, enfim, promove, preserva e recupera a saúde dos pacientes. 
 
10 
 
Possibilita a transformação do ser humano, desenvolvendo-o em uma dimensão 
holística. Além disso, reaproxima esses indivíduos da sua própria essência, com base 
em um maior autoconhecimento, fazendo com que adquira um encantamento por si 
mesmo e pelo mundo novamente (GELAIN, 2013). 
 De acordo com GIAGIO (2010) Partindo do princípio de que muitas vezes não 
é possível falar de conflitos pessoais, a Arteterapia oferece recursos artísticos para 
que todos esses processos sejam concebidos e analisados, para que obtenham uma 
melhor compreensão de si e possam ser trabalhados em prol da liberação emocional. 
Podemos dizer que através da arteterapia, o indivíduo consegue ampliar o seu 
conhecimento em relação a si e aos outros, pode também aumentar a autoestima, e 
aprende a lidar melhor com os sintomas, o estresse e as experiências traumáticas, 
desenvolver recursos físicos, cognitivos e emocionais. 
3 REFORMA PSIQUIÁTRICA 
A Reforma Psiquiátrica é um processo de rupturas discursivas que refletem na 
forma de pensar e praticar o cuidado nos territórios e serviços de saúde. Falar de sua 
história não é tarefa fácil, pois esta é constituída a partir de várias narrativas e diversas 
dimensões que esbarram no campo da ética e da epistemologia, se aproximando e 
distanciando de acordo com os moldes do solo em que germina (BAGNOLI, 2016). 
Segundo Goulart e Durães (2010), a garantia dos direitos das pessoas com 
transtornos mentais passa pelo constante estudo crítico do processo de reforma 
psiquiátrica, seus êxitos e fracassos, pois a reforma psiquiátrica ainda é um processo 
em construção. Visando contribuir para o contínuo repensar, retoma-se nesse trabalho 
fatos selecionados desde a década de 1970, considerando sua relevância histórica 
como agentes antecedentes para a alteração da política pública para o atendimento 
psiquiátrico no país. 
De origem política, social e econômica, a mencionada Reforma foi influenciada 
pela ideologia de profissionais de saúde mental para reformular a atenção prestada 
aos pacientes com transtornos mentais em todas as esferas do governo, garantindo a 
integralidade de suas ações (BRASIL, 2005). A práxis da reforma psiquiátrica, dessa 
forma, passou a fazer parte do cotidiano de um número considerável de profissionais 
 
11 
 
de saúde mental e familiares de pessoas com transtornos mentais (GONÇALVES; 
SENA, 2001). 
No entanto, já nas décadas de 1980 e 1990, o Brasil passou por uma grande 
transformação na assistência psiquiátrica, resultante da organização do Movimento 
Nacional da Luta Antimanicomial, o qual tinha na sua proposta principal substituir os 
hospitais psiquiátricos, tidos como segregadores e iatrogênicos, por serviços mais 
estruturados em promover a ressocialização dos usuários (SANTOS, OLIVEIRA, 
YAMAMOTO, 2009). 
Estes princípios nortearam a Reforma Psiquiátrica Brasileira, propondo ir além 
das mudanças técnicas até a desconstrução do conceito da loucura dentro da própria 
sociedade, por meio de um processo chamado “desinstitucionalização” (TENÓRIO, 
2002). 
Nos anos 1990, a Reforma Psiquiátrica Brasileira passa a ser finalmente 
encampada pelo Ministério da Saúde e os hospitais psiquiátricos passam a ser 
substituídos pelos centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Centros de Convivência, 
Residências Terapêuticas e ambulatórios). Nesse contexto, embora regulamentado 
pela portaria 224/1992, os ambulatórios passam a existir segundo dois modelos, o 
tradicional e o da Reforma; o primeiro dispondo essencialmente de cuidados curativos, 
o segundo oferecendo atendimentos individual e em grupo, visitas em domicílio e 
atividades terapêuticas psicossociais, sempre acompanhados por equipe 
multiprofissional (SANTOS; OLIVEIRA, YAMAMOTO, 2009). 
A partir daí, pretendeu-se estimular a visão da pessoa com transtorno mental 
como alguém detentor de direitos, estabelecendo uma nova forma de relação 
fundamentada na possibilidade de autonomia e liberdade, a fim de se estipular 
relações de solidariedade, confiança e acolhimento conforme Santos, Oliveira, e 
Yamamoto, (2009). 
Em 2002, o Ministério da Saúde definiu e regulamentou os serviços oferecidos 
pelos Centros de Atenção Psicossocial. Em 2005, a Portaria Interministerial nº 
353/2005 instituiu o Grupo de Trabalho de Saúde Mental e Economia Solidária, com 
objetivo de “[...] construir um efetivo lugar social para os portadores de transtornos 
mentais, por intermédio de ações que ampliem sua autonomia e melhora das 
condições concretas de vida”. (BRASIL, 2005). 
 
12 
 
Em 2011, o Ministério da Saúde, por meio da Portaria n° 3.088/2011 instituiu e 
regulamentou a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), definindo no seu Art. 1º por 
sua finalidade “[...] a criação, ampliação e articulação de pontos de atenção à saúde 
para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes 
do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).” 
(BRASIL, 2011). 
A Rede de Atenção Psicossocial é constituída pela Atenção Básica em Saúde, 
pela Atenção de Urgência e Emergência, Atenção Residencial de Caráter Transitório, 
em Comunidades Terapêuticas ou em Unidades de Acolhimento, Atenção Hospitalar, 
oferecida por meio de leitos em Hospitais Gerais; Residências Terapêuticas e, por fim, 
promoção da Reabilitação Psicossocial. (BRASIL, 2011). 
Apesar de mais atual que a Reforma Sanitária a Reforma Psiquiátrica brasileira 
tem uma história própria, num contexto de mudanças pelas superações da violência 
asilar. Consiste em um processo político complexo, que acontece em diversos 
territórios, nos governos federais, estaduais e municipais, nas associações de 
pessoas com transtornos mentais e da sua família, nas universidades, nos serviços 
de saúde, nos conselhos profissionais, entre outros (BRASIL, 2005). 
Envolvida como conjunto de transformações de práticas, valores culturais e 
sociais, saberes. No cotidiano das instituições, das relações interpessoal e nos 
serviços é que a reforma psiquiátrica progride, marcado por crises, conflitos, tensões 
e desafios (BRASIL, 2005). 
A desinstitucionalização coloca em evidência, a nosso ver, a articulação entre 
as práticas institucionais e as não-institucionais, ou as ações coletivas que devem ser 
esclarecidas, mas sem perder à vista de que e a quem se pode atribuir o 
empreendimento de autoconstrução ou reinvenção societária. Entendemos que os 
processos de mudança mobilizam esforços de participação, por longos períodos de 
tempo, não sendo, simplesmente, tributário ou resultante de tensões ou contradições 
estruturais e conjunturais, genericamente, entendidas como forças instituintes 
(VASCONCELOS, 2000). 
A reforma psiquiátrica foi construída com a sociedade incluída no debate, 
diferente das recentes políticas verticais que estão surgindo. O Brasil tem uma das 
políticas de saúde mental mais respeitadas no mundo. A criação do CAPS, enquanto 
 
13 
 
serviço comunitário, deveria ser valorizado e ampliado cada vez mais, no entanto, 
temos um retrocesso em curso (CAVALCANTI, 2019). 
Trazer à luz o cenário atual é relevante na manutenção da luta pela reforma 
psiquiátrica e da democracia. A sociedade deve se mobilizar em defesa do SUS, pois 
defender o SUS é defender a vida. A partir da conscientização, a resistência pode 
partir dos vários setores e atores, formando um grande movimentocom o propósito 
de combater aos retrocessos que atualmente se impõem em nosso país (DELGADO, 
2019). 
3.1 Arte e Psiquiatria 
De acordo com Arêas (2011) este tópico esclarece algumas questões sobre a 
relação entre arte e psiquiatria. Desde o final do século XIX, a ciência enquanto 
psiquiátrica tem buscado um tratamento mais humano para pessoas com transtornos 
mentais. 
Desde muito antigamente a arte teve um papel importante na saúde, a 
expressão simbólica presente na arte foi, como sugere Machioldi (2007), 
umaimportante parte dos antigos rituais de cura realizados por civilizações como 
egípcia, suméria, maia e chinesa, e consequentemente a arte foi vista enquanto 
atividade terapêutica, pois a humanidade acreditava que ela poderia ser mágica, 
efetuar mudanças ou transformar as pessoas e as circunstâncias. 
O grande problema para psiquiatria enquadrada nos modelos das ciências 
naturais era, e ainda hoje é, a questão da determinação das causas das 
doenças mentais. As neuroses, em particular a histeria, e a demência 
precoce, hoje reclassificada e nomeada de esquizofrenia, desafiavam o 
modelo cientifico. É nesse contexto, como cientistas típicos do século XIX, 
preocupados com a determinação das causas das doenças mentais, que se 
inserem primeiramente Freud e depois Jung. (REVISTA MENTE E 
CÉREBRO, v.2, p.18). 
Para Arêas (2011) cabe destacar que a experiência psicanalítica inaugurada 
por Sigmund Freud no final do século XIX, levantou a questão do inconsciente e 
marcou o encontro da loucura com a linguagem. De acordo com Freud a psicanálise 
tem sua a intervenção terapêutica voltada para a associação livre, onde o terapeuta 
não direciona a questão a ser trabalhada, ou seja, essa intervenção deixa que o 
próprio paciente coloque seu inconsciente em analise e traga seus conteúdos. Dessa 
 
14 
 
maneira, os conteúdos inconscientes que são manifestados pelo sujeito no “setting” 
clínico se configuram e são estruturado durante o processo terapêutico. 
Conforme Arêas (2011) a tentativa de renovação da Arte e da cultura ocidental 
foi marcada no início do século XX na Europa. Em busca de uma nova maneira de 
criar, artistas. Os pensadores da época tentaram fugir dos esquemas e moldes 
acadêmicos e passaram a se interessar pela produção de pessoas consideradas 
“doentes mentais” ou marginalizadas em relação sociedade. O Brasil estava passando 
por um período de turbulência e revitalização da arte, ele tentou se libertar dos moldes 
europeus e tentou destacar os traços característicos de sua própria cultura. 
Como caracteriza Arêas (2011) o meio artístico europeu e o brasileiro passaram 
a valorizar o simples e o primitivo, e isso aconteceu através do questionamento dos 
parâmetros e regras que eram impostos pela sociedade e pela tradição cultural, bem 
como tudo aquilo que fugisse dos moldes acadêmicos. A partir dessa questão os 
médicos pensavam que havia uma possibilidade de detectar sintomas de 
degeneração através da análise da criatividade de produção plástica dos alienados, 
eram próximos da subversão estética que era buscada pelas vanguardas artísticas e 
distantes da tradição plástica europeia. 
A sistemática reconstrução histórica desse processo de mudança estética, essa 
inesperada disposição na transformação de percepção e influência, para McGregor 
(1992) é necessária pelo fato de que nesses atos de reavaliação está a evidência de 
que essa mudança de concepção da natureza e função do processo criativo e seus 
produtos, os quais tiveram um pronunciado efeito na forma e conteúdo das imagens 
visuais, nasceu nesse novo contexto. Para os interessados, esses objetos e imagens 
grosseiras contêm uma intensidade surpreendente e um latente senso de trabalhar 
mudanças no meio. Para os artistas da virada desse século, essas novas imagens 
parecem ter satisfeito uma profunda necessidade de contato, e o cultivo delas, uma 
radical e diferente estética. 
Para Arêas (2011) foi neste momento que surgiu a arte contemporânea, que 
não pretende agradar ou despertar as sensações agradáveis que acompanham a 
beleza, porque muitas vezes são imagens confusas, desordenadas, em decorrência 
da passagem de pura emoção na tela ou em qualquer outro meio. Vemos isso nas 
obras de movimentos de vanguarda, como o surrealismo, que se interessaram pela 
maneira de pensar das pessoas com transtornos mentais, o que deu origem a obras 
 
15 
 
que coincidiam com o que procuravam, ou seja, uma arte que era a produto de um 
processo criativo, no qual os conteúdos do inconsciente emergiram. É neste período 
que se realizam grandes reflexões sobre o que é Arte e é neste ajustamento sobre o 
sentido e a intenção da Arte que Arteterappia se beneficia. 
A contribuição do doente mental para esse novo campo de estudo e resposta 
estética, embora óbvia, merece ser enfatizada. As raras imagens cujo poder tornou 
atrativa e visualmente fascinante, estavam sendo criadas por pessoas reais e 
sensíveis. Conforme McGregor (1992) essas imagens são a expressão de seus 
conflitos mentais, insights, confusão e dor; e, como na maioria das artes, elas 
representam um acidental, contudo profundo presente da humanidade. 
(...) a atividade que realiza em nome da arte não é, em absoluto, arte. Na 
arteterapia, a arte é concebida como uma metáfora, ou melhor, algo que se 
assemelha à arte, indicada por sua dupla condição: por um lado, aquele que 
frequenta o ateliê não se compromete com um aprendizado sistemático das 
regras do oficio, nem com a criação de ideias plásticas cuja coerência estética 
seja completa e socialmente reconhecida; por outro lado a arteterapia 
demanda da arte um serviço útil. Este serviço terapêutico constitui a própria 
definição de arte, projetando simultaneamente sobre o paciente a tensão 
contraditória inerente à possibilidade de cura. A atividade artística transforma-
se assim em representação dramática da intenção criativa do sujeito. É nessa 
duplicidade que encontramos a eficácia terapêutica dessa modalidade 
clínica. (PAIN, 2009, p.12). 
Segundo Arêas (2011) em relação ao que foi contextualizado sobre a reflexão 
dos artistas e médicos no cenário social da Arte e loucura, pode-se dizer que é nesse 
momento que a Arteterapia começa seu trabalho dando início ao contexto psiquiátrico. 
Nesse sentido pergunta-se, que lugar a Arte tem na psiquiatria? 
Na instituição psiquiátrica, ela apresenta-se como um lugar “a parte”, com um 
enquadramento e uma disciplina contratual. O sujeito vem ao ateliê porque 
quer passar o tempo, para se divertir, ou porque gosta de pintar. A questão 
não é essa, pois todas essas motivações são pertinentes e sujeitas a 
contradições. É através da própria atividade que o sujeito pode descobrir 
possibilidades das quais nunca suspeitaria. O essencial é que, louco ou não, 
ele descubra o papel do artista a quem é tudo permitido, dentro das restrições 
materiais e da relação com os outros participantes. O poder do arteterapeuta 
lhe é conferido não somente pela instituição, mas também pelos pacientes 
quando sentem necessidade de ser orientados. Essa delegação de poder é 
uma astúcia da doença que visa manter alguns sintomas e deixar o sujeito 
em estado de dependência. É justamente mediante a utilização da arte que a 
utopia antipsiquiátrica encontra um terreno onde atuar e modificar o olhar dos 
outros sobre o sujeito. (PAIN, 2009, p.31). 
Osório Cesar e Nise da Silveira, de acordo com Calacchio (2007), ao 
introduzirem a possibilidade de construção de um novo modo de olhar e lidar com o 
 
16 
 
sofrimento mental, não mais como déficit ou desvio, e sim, como expressão e 
reconhecimento do direito à diversidade e à diferença, se tornaram nos dias de hoje, 
ícones da reforma psiquiátrica brasileira. 
Valladares (2004) aponta que com a perspectiva da reinserção e reabilitação 
psicossociais presentes na atualidade, as práticas artísticas em saúde mental 
possuem finalidades e propósitos bem definidos,como a reintegração do indivíduo na 
sociedade, onde são geradas ações inclusivas que proporcionam heterogeneidade, 
além de fazer com que usuário mantenha contato e comunicação com o mundo real. 
Como aponta Arêas (2011) é nessa perspectiva que a nova política de Saúde 
Mental implementa o CAPS, na qual é uma instituição aberta ideal para dar aos 
pacientes a oportunidade desse encontro com a Arte, promovendo a ressocialização 
do sujeito e o desenvolvimento de sua autonomia como cidadão. O indivíduo com 
maior desenvolvimento de sua personalidade. 
A Arteterapia, aplicada à psiquiatria e de acordo com os novos paradigmas 
de atenção em Saúde Mental, é um processo terapêutico predominantemente 
não-verbal, por meio das artes plásticas acolhe o ser humano com toda 
complexidade, dinamicidade, objetivando a reinserção e inclusão social do 
doente mental. (VALLADARES, 2008, p.98). 
De acordo Arêas (2011) a Arte tem como objetivo permitir ao sujeito expressar 
seu potencial como pessoa, dando-lhe o direito de interagir e conviver com a 
sociedade. A única maneira de quebrar o estigma é mostrar que as pessoas com 
sofrimento psicológico ou problemas mais severos de saúde mental ainda são 
pessoas produtivas e ativa, e a arte desempenha um excelente papel nesse processo. 
3.2 Saúde mental e políticas públicas 
Conforme Fernandes (2017) o processo histórico da saúde mental apresenta 
grandes desafios políticos e sociais, o seu progresso foi acompanhado por mudanças 
em destinadas a assegurar os direitos de cidadãos com problemas de saúde mental. 
A atenção torna-se um desafio para o governo, pois tem que redimensionar novas 
propostas com modelos mais eficazes, introduzindo novos recursos metodológicos e 
técnicos. 
Segundo o mesmo autor, a partir do modelo assistencial dos hospitais 
psiquiátricos da década de 1960, houve a necessidade de mudança no modelo de 
 
17 
 
atenção à saúde mental. De acordo com os movimentos de trabalhadores em saúde 
mental (MTSM), passaram a denunciar as violências nos ditos manicômios onde as 
modificações passaram a ser exigidas. E isso se deu através da formação de 
sindicalistas, membros de associações, integrante do movimento sanitário e por 
pessoas com internações psiquiátricas. 
A política de saúde mental no Brasil evoluiu de um modelo "hospitalocêntrico" 
para um modelo de assistência comunitária em direção a um acompanhamento 
psicossocial (PACHECO, 2005). A ideia de uma rede de atenção à saúde mental, 
acompanhada da reabilitação psicossocial, é um dos pilares da nova política de saúde 
mental brasileira. Desse modo, reuniremos os principais atos legais que orientam esse 
processo. 
De acordo com Fernandes (2017) os cuidados à saúde mental ocorriam através 
da divisão nacional de saúde mental, por meio desta a função exercida era de 
planejamento de campanhas e manutenções em hospitais públicos psiquiátricos. 
Contudo, a criação da Coordenação Geral de Saúde Mental (CGSM), juntamente com 
o departamento de Atenção Básica (DAB), do Ministério da Saúde (MS), naquele 
momento eram cientes que havia uma necessidade da implantação de ações de 
saúde mental na atenção básica, decidiram efetivar o Plano Nacional de Incorporação 
de Ações de Saúde Mental no âmbito da Atenção Básica, dentro do conjunto de ações 
que compõem o cuidado integral à saúde, com ações de impacto no sistema público 
no que se refere as políticas de saúde mental, que surgiram a partir do Sistema Único 
de Saúde (SUS). 
De acordo com a legislação, a Rede de Atenção Psicossocial nesse modelo 
tem como diretrizes: a defesa dos direitos humanos, garantindo a autonomia, a 
liberdade e o exercício da cidadania; a promoção da equidade; a garantia do acesso 
e da qualidade dos serviços; a ênfase nos serviços de base territorial e comunitária, 
diversificando as estratégias de cuidado com controle social dos usuários e de seus 
familiares; as organizações de serviços em rede e de ações intersetoriais; e 
desenvolvimento da lógica do cuidado centrado nas necessidades das pessoas com 
transtornos mentais. (BRASIL, 2011). A Reforma Psiquiátrica, como vem sendo 
proposta, configurou-se então como um processo político e social complexo, 
composto de diversos atores e instituições, é um movimento que incide nos diversos 
setores da sociedade, como governos federal, estadual e municipal, universidades, 
 
18 
 
serviços de saúde, conselhos profissionais, movimentos sociais. Sobretudo, esse 
movimento deve ser compreendido como um conjunto de transformações de práticas, 
saberes, valores culturais e sociais, e que só pode avançar no cotidiano da vida das 
instituições, dos serviços e das relações interpessoais. 
Um dos principais desafios para o processo de consolidação da reforma 
psiquiátrica brasileira é a formação de recursos humanos capazes de superar o 
paradigma da tutela do louco e da loucura, Brasil (2005) ainda alerta que o processo 
da reforma psiquiátrica exige cada vez mais da formação técnica e teórica dos 
trabalhadores, muitas vezes desmotivados por baixas remunerações ou contratos 
precários de trabalho. 
É prudente a inserção dos familiares das pessoas com transtornos mentais no 
dia a dia da rede de atenção à saúde mental e na sua militância, na luta por uma 
sociedade sem manicômios, nos movimentos sociais. Para eles, são essas medidas 
que estão conseguindo garantir os direitos, provocando mudanças nas políticas 
públicas e na cultura de exclusão do louco na sociedade. Assim, o grande desafio da 
Reforma Psiquiátrica é construir um novo lugar social para os loucos. 
Diante desse quadro Hirdes (2009) afirma sobre a necessidade de formação 
de profissionais devidamente capacitados, em todos os níveis, desde a graduação até 
a especialização, Brasil (2005) afirma que o “Ministério da Saúde convoca os grandes 
centros brasileiros de alto nível acadêmico para que tomem também para si a tarefa 
de produzir análises sobre os novos serviços e novo modelo de atenção”, ou seja, 
construir espaços de reflexões, bem como de novas propostas a serem 
implementadas. (BRASIL, 2005). 
 
19 
 
4 TANSTORNOS PSIQUICOS 
 
Fonte: citocenter.com.br 
Os transtornos mentais são entendidos como alterações psicológicas e 
comportamentais em que ocorrem em estados significativos que se caracterizam por 
mudanças na forma de pensar sobre o humor e as emoções ou por comportamentos 
relacionados ao estresse pessoal e / ou funcionamento prejudicado, explica – se os 
transtornos por causas biológicas e sociais, onde é necessário um atendimento com 
a assistência adequada e humanizada com o objetivo de ressocializar o paciente com 
transtorno mental junto com a família, onde as pesquisas mostram que a grade maioria 
dos pacientes demonstram seus sintomas durante a infância (BRASIL, 2001). 
Rodriguez (2012) apontam que os transtornos mentais são reconhecidos como 
doenças crônicas de alta prevalência em todo mundo e contribuem para a morbidade 
precoce, podendo levar a incapacidade e a mortalidade. Estima-se que 25% da 
população geral sofrerá de um ou mais transtornos mentais ao longo da vida, os 
mesmos são descritos e caracterizados por sintomas e sinais que são específicos 
para cada transtorno existente, acarretando em consideráveis impactos e prejuízos 
na funcionalidade e diminuição da qualidade de vida do sujeito, juntamente com a 
família. 
Menezes (1996) afirma que estudos mostram que milhões de pessoas em todo 
o mundo sofrem de algum tipo de transtorno mental e esse número tem aumentado 
 
20 
 
gradativamente, apresentando uma alta prevalência na população. De acordo com 
essa afirmação, os transtornos mentais foram reconhecidos como um grave problema 
de saúde pública com custos econômicos, sociais e humanos na década de 1990. 
Estudos mostram que cinco entre dez doenças diagnosticadas estavam relacionadas 
à depressão, transtorno bipolar, uso de álcool, esquizofrenia e transtorno obsessivo-compulsivo (FORTES, 2010; SANTOS; SIQUEIRA, 2010). 
Murray e Lopez (1998), afirma que a compreensão de que os transtornos 
mentais configuram um problema de saúde pública é um tanto recente, ocorrendo a 
partir de pesquisas e estudo publicados, sobretudo realizados pela Organização 
Mundial de Saúde (OMS), assim também como pelos pesquisadores da Escola de 
Saúde Pública da Universidade de Harvard. 
Rosa (2005), diz que durante a fase inicial dos transtornos psíquicos 
apresentado pelos indivíduos, a família tem um papel, sobretudo fundamental na 
construção da nova trajetória de vida que será enfrentada pelo familiar dentre elas, 
ajudar na dificuldade para lidarem com situações de crises que irá enfrentar, com o 
pessimismo de que não consegue ver uma saída para o problema enfrentado e sua 
expectativa frustrada de cura, assim como o aceitamento da doença. 
Waidman (2001) ressalta em relação ao acompanhamento da família que é de 
grande importância, para que a família entenda sobre o transtorno que está 
acometendo o seu familiar, é muito importante que as famílias conheçam os sinais e 
sintomas que serão desencadeados, dessa forma são orientados sobre o tratamento 
medicamentoso e auxilio psicossocial, as famílias vão recebendo as orientações 
conforme a evolução da doença, contudo para que a família entenda esse longo 
processo em que seu familiar se encontra é necessário que a mesma faça a terapia 
familiar para que consiga melhorar a relação entre ambos, evitando recaídas e 
sobrecarga. 
4.1 Psicopatologia e psicossomáticas 
Compreende – se a psicopatologia a um termo que se refere ao estudo dos 
estados mentais patológicos quanto as experiências a manifestações de 
comportamentos que podem resultar em um estado mental ou psicológico anormal. 
Esse termo é de procedência grega; psykhé e tem seu significado relacionado ao 
 
21 
 
espírito e na patologia, que são os estudos das doenças e sintomas. Isso seria 
totalmente uma patologia de espírito (TEIXEIRA, 2011). 
De acordo Giovanetti, (2002), é possível identificar três tipos de situações 
relacionado a problemas psicopatológicos, como por exemplo, perda da unidade 
psicológica, perda do sentido da vida e transformação da intimidade. Segundo 
Menezes (2005), através das formas em que acontece o sofrimento psíquico podem 
ser consideradas como psicopatologias da atualidade, e tem o sentindo nas 
expressões dos modos de subjetivação que são reconhecidos pela sociedade 
contemporânea, conforme os autores abaixo citados: 
Há um estilo de sociedade em pauta que gera condições e possibilidades 
para produção de determinadas psicopatologias como típicas de sua época. 
Isso não quer dizer, necessariamente, que são psicopatologias inéditas, mas 
são novas formas de padecimento expressas por meio do pânico, da bulimia, 
da anorexia, das disposições depressivas, das toxicomanias, das 
psicossomatizações, dentre outras, que ganham espaço progressivo na cena 
social atual (GIOVANETTI, 2002, p.32). 
 
"... psicopatologia da pós-modernidade se caracteriza por certas modalidades 
privilegiadas de funcionamento psicopatológico, nas quais é sempre o 
fracasso do indivíduo em realizar a glorificação do eu e a estetização da 
existência que está em pauta. Esta é justamente a questão da atualidade. (...) 
quando se encontra deprimido e panicado, o sujeito não consegue exercer o 
fascínio de estetização de sua existência, sendo considerado, pois, um 
fracassado segundo os valores axiais dessa visão de mundo." (BIRMAN, 
2001, p.168). 
 
De acordo com Ribeiro (2000) a psicopatologia aborda uma série de 
conhecimentos que são referentes ao adoecimento mental do indivíduo, que se 
esforça por ser sistemático, elucidativo e desmistificante. O mesmo não inclui critérios 
como valores e nem aceita dogmas ou verdades a priori, tendo em vista que a 
psicopatologia rejeita o fato de orientar- se a partir de julgamentos morais. Porém, 
através dela é possível identificar e compreender os diversos elementos da doença 
mental. 
Pra Ribeiro (2000) a psicopatogia é dona de um domínio em que se estende-
se a tudo que se possa apreender em relação a diferentes tipos de conceitos de 
significados constantes e com a possibilidade de comunicação, estamos falando em 
 
22 
 
uma ciência que é considerada autônoma, sem prolongamentos da neurologia ou na 
psicologia. 
Já o Psicossomático provém do grego, psyque: alma e somatikos: do corpo, 
corporal. Segundo dicionário de filosofia (RUSS, 1994, p.237) 
 1-Substantivo: medicina que estuda a alma e o corpo, o psiquismo e a física na sua 
unidade indissolúvel e enquanto se condicionam uma ao outro. 
2-Adjetivo: qualifica os fenômenos em que a unidade do psiquismo e do corpo de 
manifestam. Diferente da hipocondria que consiste numa fixação na ideia de doenças 
e da simulação, quando de fato o paciente finge estar doente, o termo psicossomático 
se aplica apenas para designar doenças que apresentam sintomas reais no corpo 
físico, mas cuja origem está no psiquismo. 
De acordo com Barbosa, Duarte e Santos (2012), a psicossomática busca um 
entendimento da relação mente-corpo e dos processos de adoecimento sendo que o 
processo de somatização consiste na manifestação de conflitos e angústias por meio 
de sintomas físicos, ou seja, para eles o termo psicossomático é entendido como toda 
perturbação física resultante de um conteúdo psicológico. 
Os autores completam afirmando que toda doença humana é psicossomática 
pois incide em um ser constituído de soma e psique, inseparáveis anatômica e 
funcionalmente. Para Mello-Filho (2010) a psicossomática possibilita a compreensão 
do complexo jogo de causa e efeito presente na evolução das enfermidades de modo 
muito mais rico e completo. Ainda para eles, a psicossomática, em síntese, é uma 
ideologia sobre a saúde, o adoecer e sobre as práticas de saúde, é um campo de 
pesquisas sobre estes fatos e, ao mesmo tempo, uma prática de uma Medicina 
integral. 
A compreensão da relação mente-corpo, até então, era baseada numa visão 
dualista, tanto em relação ao princípio como em relação à função desses dois 
aspectos. O funcionamento de ambos era considerado quase que independente um 
do outro e a interação ocorreria numa via dupla de forma psicossomática ou somato-
psíquica. A compreensão da interação mente e corpo ganha novas perspectivas a 
partir da Psicanálise, quando ambas as dimensões são pensadas de forma conjunta 
e dinâmica, possibilitando a criação de um campo de saber denominado 
Psicossomática (VALENTE e RODRIGUES, 2010). 
 
23 
 
A psicossomática categoriza fenômenos psicossomáticos ou somatopsíquicos, 
apontando para a gênese do transtorno ora no corpo, ora na psique e estabelece as 
relações de causa e efeito entre as duas instâncias, ditas como dicotômicas. Essa 
relação de causa e efeito, na prática, requer a atuação de dois profissionais: o médico, 
cabendo o tratamento do somático e o psicólogo, respondendo pelo tratamento dos 
efeitos psicológicos decorrentes da doença, como a depressão, a ansiedade, o medo 
dos tratamentos, o medo da morte. Assim, a compreensão das enfermidades passa a 
ser tomada em uma dualidade soma e psique (MATTAR, 2016). 
5 ARTETERAPIA COMO PRÁTICA INTEGRATIVA COMPLEMENTAR EM 
SAÚDE 
 
Fonte: clinicadearteterapia.com.br 
A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS - 
PNPIC, é uma política pública que se estabeleceu a partir de demandas sociais 
recorrentes manifestadas nas diversas Conferências Nacionais de Saúde, e das 
diretrizes da Organização Mundial Saúde - OMS. (BRASIL, 2006). 
As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde - PICS, como são 
conhecidas no Brasil, fazem parte das práticas denominadas pela OMS de Medicinas 
Tradicionais, Complementares e Integrativas - MTCI. As MTCI se referem a um amplo 
conjunto de práticas de cuidado em saúde que podem variar de país a país e das 
 
24 
 
práticas instituídasno sistema convencional de saúde. As Medicinas Tradicionais, de 
alguns países, são adotadas por outros como Medicinas Complementares ou 
Integrativas, como exemplo da Medicina Tradicional Chinesa ou o Ayurveda, que são 
amplamente utilizadas fora de seus países de origem. (WHO, 2019). 
Nesta perspectiva, a PNPIC é transversal em suas ações no SUS e está 
presente em todos os níveis de atenção, em especial na Atenção Primária à Saúde 
(APS), e com grande potencial de atuação nas Redes de Atenção à Saúde (RAS). 
(BRASIL, 2006). Dados do ano de 2018, mostram que as PICS estiveram presentes 
em 16.007 serviços de saúde do SUS, sendo 14.508 (90%) da Atenção Primária à 
Saúde (APS), distribuídos em 4.159 municípios (74%) – APS e média e alta 
complexidade – e em todas das capitais (100%). 
A Arteterapia é conceituada pelo Ministério da Saúde como uma atividade 
milenar, como um procedimento terapêutico que funciona como um recurso que busca 
interligar os universos interno e externo de um indivíduo, por meio da sua simbologia, 
[...]uma arte livre, conectada a um processo terapêutico, transformando-se numa 
técnica especial, não meramente artística, [...]uma forma de usar a arte como meio de 
comunicação entre o profissional e um paciente, [...] um processo terapêutico 
individual ou de grupo buscando uma produção artística a favor da saúde (BRASIL, 
2006). 
A arteterapia é definida por Espindola e Dittrich (2015, p. 20) como uma 
prática de terapia que tem como foco principal as expressões artísticas, nas 
suas diversas linguagens (pictórica, musical, cênica, etc.) fundamentadas 
pelas várias áreas do conhecimento humano, como a filosofia, a arte, a 
psicologia, a pedagogia, a medicina, entre outras. 
Considerando a arte como uma forma de expressão da subjetividade, a mesma 
pode ser adaptada a diferentes objetivos, inclusive na psicologia, abrangendo uma 
diversidade de temas como gênero, sexualidade, transtornos mentais, traumas e/ou 
conflitos emocionais, estejam os participantes em grupo ou de forma individual (REIS, 
2014). Desta maneira, a arteterapia também permite ser compreendida como uma 
área de conhecimento interdisciplinar, atuando em diversos campos como a clínica, a 
escola, o social e o comunitário (REIS, 2014). 
Segundo Araújo (2012), a arte como forma de cuidado, aliado ao processo de 
desinstitucionalização, aproxima o desenvolvimento criativo do sujeito, promovendo a 
saúde deste e reforçando as relações sociais da comunidade. 
 
25 
 
De acordo com Soares et al. (2009, p. 54), a arteterapia é o uso da arte como 
instrumento terapêutico. Consiste na criação de material sem preocupação 
estética, mas para expressar sentimentos, desejos e temores, além de ser 
ótimo recurso para desenvolver a espontaneidade e a criatividade. 
O processo arteterapêutico será acompanhado e orientado por um 
arteterapeuta que fará a reflexão sobre a simbologia materializada na expressão 
artística. Essa leitura reflexiva e crítica, dentro de uma maiêutica socrática ou de uma 
hermenêutica fenomenológica, terá como ponto de partida a leitura pessoal e 
individual do criador da expressão, para depois ser relacionada aos conteúdos 
simbólicos coletivos encontrados nas diversas culturas. (ESPÍNDOLA, DITTRICH 
2015, p. 21). 
Infere ainda a referida entidade que, cabe aos arteterapeutas criarem, 
conservarem, ativarem e ampliarem espaços de autonomia criativa, liberdade 
de expressão, estimulando, assim, alternativas socialmente inovadoras e 
contributivas ao desenvolvimento sustentável de comunidades (UBAAT, 
2017, p. 11). Afirmam Espindola e Dittrich (2015) que: A prática 
arteterapêutica é um instrumento eficaz de educação em saúde, pois 
desencadeia a reflexão crítica e a criatividade para o sentido de viver no 
mundo – importante no processo de saúde integral, materializando nas 
expressões artísticas sentimentos e emoções, os quais compreendidos e 
“ressignificados” poderão resultar em maior qualidade de vida e bem-estar a 
quem participa. (ESPINDOLA e DITTRICH, 2015, p. 21-22). 
As oficinas de arteterapia desenvolvidas nos CAPS podem ser consideradas 
como um importante instrumento para conduzir e centralizar as reflexões e projeções 
do sujeito em sofrimento mental à produção de algo útil para si e para a coletividade. 
Com isso, através da arteterapia nos CAPS, pode ser possível a concretização da 
inclusão social desses usuários, sendo esse um dos objetivos da Política Nacional de 
Saúde Mental (FARIAS, 2016). 
A arteterpia nos CAPS vem a ser um dispositivo terapêutico apto a 
proporcionar, além da saúde mental, um local de convivência, fortalecimento de 
vínculos e integração de usuários com a sociedade e família (CAMARGO, 2011). 
Portanto, a arteterapia, consiste em um instrumento capaz de canalizar, 
positivamente, as variáveis do adoecimento psíquico em si, assim como os conflitos 
individuais e com familiares (COQUEIRO; VIEIRA; FREITAS, 2010). 
O Ministério da Saúde ao incluir a Arteterapia oficialmente nas Práticas 
Integrativas e Complementares em Saúde no SUS, possibilitou a inserção da mesma 
nos programas de referência: Saúde da Família, Rede Cegonha, Saúde da Criança, 
Saúde dos Adolescentes e Programa de Saúde Escolar (PSE), Saúde da Mulher, 
 
26 
 
Saúde do Homem, Saúde e Atenção Integral ao Idoso, Rede de Atenção Psicossocial, 
Âmbito Hospitalar, Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalho, passando 
assim a ter diretrizes para formação, implantação e pesquisa dentro da Política 
Nacional de Práticas Integrativas e Complementares - PNPIC. (UBAAT, 2017, p.5-10). 
6 O SINTOMA COMO FORMA DE EXPRESSÃO 
Na busca de elaborar uma definição sobre o sintoma, vê-se necessário 
visualizá-lo em primeiro momento através da visão clássica da medicina, como um 
indício de que algo está acontecendo a saúde do paciente. Sobre esta ótica teremos 
o sintoma como a sinalização de um problema a saúde da pessoa, sendo que este 
refere-se à percepção pessoal do indivíduo sobre o que está sentindo, desta forma, 
descreve uma percepção subjetiva (MARCOS; OLIVEIRA JUNIOR, 2013). 
Dentro da psicologia, o sintoma pode ser entendido como uma forma de 
expressão de um conflito psíquico, como percepção subjetiva pode ocorrer variações 
nas formas em que será apresentado (SILVA; RUDGE, 2017). É através dos sintomas 
que o sujeito consegue em muitas vezes se expressar, desta forma o analista deverá 
manter sua atenção e criar um espaço de escuta onde será permitido ao paciente a 
elaboração e entendimento sobre esta expressão sintomática. 
Como forma de expressão o sintoma, apesar do sofrimento causado ao 
paciente, trata-se de um processo de defesa, onde sua estrutura psicológica busca 
uma forma mais saudável de sustentação deste conflito. O terapeuta, neste sentido, 
terá o sintoma como se fosse uma mensagem a ser decifrada, desta forma, a partir 
do relato do seu paciente, buscará uma significação para o que se apresenta dentro 
do setting (SILVA; LOPES; CANELLO, 2012). Para o entendimento desta expressão 
sintomática o analista tem em seu auxílio todo conhecimento teórico adquirido durante 
a sua formação, assim como a sua base teórica que lhe proporciona a utilização de 
diversas técnicas. A arteterapia, como um dos instrumentos que o terapeuta tem em 
seu auxílio, permite o acesso aos materiais inconscientes que causam sofrimento ao 
paciente, proporcionando uma diminuição dos sintomas apresentados. 
Utiliza a criação artística como meio de expressão e comunicação para abordar 
questões emocionais, psicológicas e mentais. Uma das premissas fundamentais da 
arteterapia é que a expressão artística, incluindo o uso de materiais como pintura, 
 
27 
 
desenho, escultura e colagem, pode ser uma forma poderosa de dar voz a emoções 
e pensamentos que muitas vezes são difíceis de expressar verbalmente. Nesse 
contexto, o sintoma se torna uma forma de comunicação não verbal, e a criação 
artística pode seruma maneira de decifrar e explorar esses sintomas de maneira 
terapêutica. 
Os sintomas, sejam eles ansiedade, depressão, traumas ou outras questões 
emocionais, podem muitas vezes ser experimentados de maneira física ou emocional 
intensa, mas nem sempre são facilmente articulados em palavras. Aqui, a arteterapia 
desempenha um papel fundamental, pois permite que os indivíduos expressem o que 
sentem e vivenciam de maneira não verbal. A criação artística torna-se uma 
linguagem alternativa, uma forma simbólica de comunicação que pode ser explorada 
de maneira mais segura e acessível. 
Na arteterapia, os terapeutas incentivam os clientes a explorar seus sintomas, 
sentimentos e experiências por meio da criação artística. Isso pode incluir a 
representação visual de sensações físicas, como a sensação de aperto no peito ou a 
sensação de estar sobrecarregado. Além disso, a criação artística também pode 
ajudar os indivíduos a dar forma às suas narrativas pessoais, explorando memórias 
traumáticas ou eventos significativos em suas vidas. 
Ao expressar seus sintomas por meio da arte, os clientes de arteterapia muitas 
vezes testemunham uma transformação de suas experiências. A criação artística 
oferece a oportunidade de explorar os sintomas de maneira mais profunda, analisar 
suas origens e encontrar maneiras alternativas de lidar com eles. Esse processo pode 
levar a uma sensação de alívio, compreensão e cura. 
A arteterapia não busca apenas aliviar sintomas, mas também promover a 
compreensão e o autoconhecimento. Ao criar arte em resposta aos sintomas, os 
indivíduos podem ganhar insights valiosos sobre suas próprias emoções, padrões de 
pensamento e comportamentos. Essa compreensão mais profunda pode ajudá-los a 
desenvolver estratégias de enfrentamento mais eficazes e a promover um maior 
equilíbrio emocional. 
Na arteterapia, o sintoma não é apenas visto como um problema a ser tratado, 
mas como uma forma de expressão e comunicação. Através da criação artística, os 
indivíduos podem transformar seus sintomas em uma linguagem simbólica que os 
ajuda a explorar, compreender e, eventualmente, superar as questões emocionais e 
 
28 
 
psicológicas que enfrentam. Dessa forma, a arteterapia oferece uma abordagem única 
e eficaz para o processo de cura e crescimento pessoal. 
7 A ARTE COMO ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA 
 
Fonte: vlpo.cl.com 
De acordo com Cedraz e Dimenstein (2004), vários autores são a favor da arte 
como estratégia terapêutica produtiva e defendem essa ideia. Rocha (1997), diz que 
a arte apresenta um cenário de uma possível fonte de revigoração. 
Para Barros (2016) arte e psicoterapia constituem conhecimentos que se 
vinculam na medida em que abordam discursos e saberes sobre as pessoas e a 
experiência de existência. Dada a autenticidade da arte como manifestação 
libertadora, que é uma ação combinada entre conhecimento e sentimento, utilizando 
sensibilidade, imaginação e técnica, as mesmas mostram a realidade social e cultural, 
observada e sentida com sensibilidade. 
Como descrito por Barros (2016) quando a arte é utilizada no processo 
psicoterapêutico como ferramenta de intervenção para promoção da saúde e 
qualidade de vida das pessoas em sofrimento psíquico, existe uma correlação que 
decorre de vários elementos, um dos quais é a criatividade. 
A criatividade manifesta nas produções artísticas traz características 
simbólicas, as quais viabiliza meios de pesquisas apropriados à integração dos 
aspectos qualitativo e valorativo presente na atuação humana (URRUTIGARAY, 
 
29 
 
2008). Um simples rabisco ou, mesmo, um ponto formado por um pingo de tinta, pode 
ser a origem de todo um trabalho (URRUTIGARAY, 2008). 
A Arteterapia é uma ferramenta utilizada em saúde mental com o fim de facilitar 
a produção de imagens, a autonomia criativa, o desenvolvimento da comunicação, a 
valorização da subjetividade, a liberdade de expressão e a função catártica 
(VALLADARES, 2008). 
É um processo terapêutico decorrente da utilização de várias modalidades 
expressivas artísticas, que além de expressar e representar níveis profundos e 
inconscientes da psique, permite o confronto, no espaço interno, destas informações, 
e posterior transformação e expansão da consciência (PHILIPPINI, 2005). 
 Conforme Varella (1997) a arte ainda pode ser uma mediação com o meio 
onde se opera as grandes transformações de si e do mundo. Já Assis (2004) tem a 
visão de que a arte está instaurada como forma de dar vazão à loucura, o mesmo 
acredita que a atividade artística pode retirar o indivíduo do lugar de desconhecido ou 
desacreditado social que o louco normalmente ocupa. 
A arte, como ferramenta de transformação e modificação do mundo 
(FRANCISQUETTI, 2004), pode ser um dispositivo interessante somado à cidade na 
produção de saúde, pois, aliada à cidade, a arte mobiliza uma rede de múltiplos atores 
(a música, a literatura, o cinema, o desenho, a pintura, a escrita) e amplia as nossas 
conexões com elementos inusitados, causando estranhamentos, reflexões, 
problematizações e, por conseguinte, transformações individuais e coletivas. Com 
uma possibilidade de adentrar em contextos históricos, como também fazer parte 
deles, a arte é responsável pela construção cultural da sociedade, pela crítica a 
determinados modelos sócio-políticos, pelo desenvolvimento de outros modos de 
existência. 
Por essa perspectiva, a arte vincula o sujeito à criação a si mesmo e do mundo. 
Ela expressa a reinvenção e produz a novidade, isto é, a arte é em si mesmo como 
clínica, terapêutica. Saviani (2004) atribui à arte um status de criação inventiva, onde 
“toda a capacidade de ser é acionada no ato de criar”, de modo que o poder criador 
transborda a própria criação, o homem, a natureza e afeta toda a vida em sua 
dimensão multifacetada. 
Arte é linguagem; é um meio de expressão e comunicação uma “techne”, isto 
é, uma interface entre a capacidade de construir um objeto com habilidade, astúcia, 
 
30 
 
artimanha e artifício, como pensavam os gregos, e a agressividade criadora e 
aventureira que media a vida e a morte das coisas, o nascer o renascer, a 
metamorfose (FERNANDES, 2015). Frayze- Pereira (2005 apud FRANCISCO R; 
2019), a partir dos estudos de Pareyson, conclui que a arte é um fazer inventivo, 
específico, na qual a ação do fazer (o executar) é indissociável da invenção. 
Rauter (1997, p. 109), coloca que de acordo com as mutações das clínicas no 
campo da subjetividade, a mesma deve-se aproximar- se da arte, talvez deva mesmo 
tornar – se arte. Pode-se dizer que a arte tem sido usada para fins terapêuticos há 
séculos. Na literatura, há relatos sobre o trabalho desenvolvido pelo psiquiatra alemão 
Johann Christian Reil sobre a interação entre arte e saúde. 
Segundo Sei (2010), Reil foi contemporâneo de Pinel, que no início do século 
XIX criou um protocolo terapêutico com o objetivo de uma cura psiquiátrica. Este 
protocolo consistiu em três fases que procuraram estimular o interesse de um 
indivíduo pelo mundo exterior e criar uma ligação mais forte entre ele e o ambiente 
que o rodeia. 
Florance Cane é uma importante educadora da educação artística (1983), a 
mesma tem uma visão de que o arteterapeuta norteia a crença de que todo o indivíduo 
enquanto ser humano nasce com o poder criativo. E a sua maior estratégia de ensino 
em relação a Arte era instaurada nas seguintes funções: movimento, sentimento e 
pensamento e o processo de cura era por meio da catarse do desenvolvimento 
artístico que é acompanhado de um profissional que reconheça os sentidos do que é 
expressado e que ajude o indivíduo a se reconhecer (CANE, 1983). 
É por meio das oficinas terapêuticas que o indivíduo com transtorno mental 
vive, expressa o que existe no seu íntimo, expõe suas mazelas cotidianas, como o 
próprio estigma relacionado à doença mental, na qual a sociedade acaba por 
minimizá-lo. Por isso, o espaço da oficinaé onde os usuários narram suas histórias, 
suas vidas, interagindo entre eles (MACIEL; LIMA, 2012). 
Nesse sentido, percebe-se que as atividades artísticas elucidam o processo 
construtivo e a produção do novo, por meio da criação, exposição de acontecimentos, 
experiências, ações, elementos, reinventando o ser humano e o mundo. Assim, as 
oficinas passam a ser entendidas como um instrumento de enriquecimento e 
desenvolvimento dos indivíduos em sofrimento psíquico, pois instigam a expressão, a 
 
31 
 
descoberta e ampliam as possibilidades singulares e de acesso aos benefícios 
culturais (MENDONÇA, 2005). 
Por conseguinte, Meneses (2010) enfatiza que as oficinas terapêuticas não 
visam à produção de obras de arte, não desejam formar artistas, também não 
procuram ocupar o tempo dos participantes. Estas atividades pretendem explorar os 
potenciais de criação, inspiração e expressão dos indivíduos com transtornos mentais, 
cada oficina é exclusiva e transforma modelos culturais em atividades singulares. 
As Oficinas Terapêuticas de Arteterapia utilizam como tratamento, variadas 
formas de expressão, como pintura, música, modelagem, fantoches, contos e os 
adornos se fazem presentes como instrumentos terapêuticos. Esta prática cultiva o 
resgate dos sentimentos, emoções e sensações através das práticas de expressão, 
em busca de um ressignificado para aquilo que estava escondido no indivíduo por 
muito tempo (PUFFAL; WOSIACK; BECKER, 2010). 
A arteterapia é uma prática terapêutica que trabalha com a transdisciplinaridade 
de vários saberes, como a educação, a saúde e a arte, buscando resgatar a dimensão 
integral do homem, neste processo de autoconhecimento e transformação pessoal. 
Através da arteterapia, o indivíduo pode buscar autonomia criativa, o desenvolvimento 
da comunicação, a valorização da subjetividade, a liberdade de expressão, o 
reconciliar de problemas emocionais, dentre outros aspectos positivos (PHILLIPPINI, 
2004; VALADARES; CARVALHO, 2005). 
É sabido que o desenvolvimento de oficinas focadas na arteterapia vem a cada 
dia ganhando espaço considerável no setor saúde, principalmente, se tratando do 
campo da saúde mental, levando em consideração a necessidade de minimizar os 
efeitos negativos produzidos pela doença mental (COQUEIRO; VIEIRA; FREITAS, 
2010). 
O que se pretende, por meio do espaço das oficinas terapêuticas, é a livre 
circulação de expressões, de afetos, de criações artísticas. Ao mesmo tempo, é 
importante que estas atividades ocorram nos diferentes territórios, objetivando a 
transformação da visão da sociedade relacionada a pessoas com transtornos mentais 
e à promoção da desinstitucionalização. Portanto, ao consentir experimentações nos 
campos da arte e da cidadania, abrem-se possibilidades para a expansão de 
sensações e emoção por outros universos, bem como a produção e expressão de 
novas subjetividades. 
 
32 
 
A arteterapia é uma abordagem terapêutica que utiliza a criação artística como 
uma estratégia fundamental para promover a saúde mental, a exploração emocional 
e o bem-estar geral. A essência da arteterapia reside na crença de que a expressão 
criativa por meio da arte pode ser uma poderosa ferramenta de cura e crescimento 
pessoal. Aqui, exploraremos como a arte se torna uma estratégia terapêutica eficaz 
na arteterapia. 
Uma das principais vantagens da arte na arteterapia é sua capacidade de 
fornecer uma forma não verbal de expressão. Muitas vezes, as emoções, 
pensamentos ou experiências que os indivíduos enfrentam são difíceis de traduzir em 
palavras. Através da criação artística, eles podem comunicar o que sentem de 
maneira simbólica e metafórica, abrindo espaço para a exploração de questões 
profundas e muitas vezes inconscientes. 
A criação artística permite que as pessoas liberem emoções reprimidas e 
processem experiências traumáticas de uma maneira segura. Ao canalizar 
sentimentos intensos para o processo artístico, os indivíduos podem dar voz às suas 
emoções e começar a compreendê-las de maneira mais clara. Isso pode ser 
especialmente útil para aqueles que têm dificuldade em expressar suas emoções 
verbalmente (PHILLIPPINI, 2004.) 
A arte muitas vezes lida com metáforas e simbolismo, o que pode ser 
profundamente terapêutico. As imagens e os símbolos criados durante a arteterapia 
podem revelar significados e conexões ocultas que ajudam os clientes a entender 
melhor a si mesmos e suas vidas. A exploração desses elementos simbólicos pode 
levar a insights profundos e transformadores. 
O processo criativo na arteterapia muitas vezes envolve uma imersão profunda 
no momento presente, o que promove a atenção plena (mindfulness) e o relaxamento. 
Isso pode ser particularmente benéfico para aqueles que enfrentam ansiedade, 
estresse ou transtornos relacionados à saúde mental. A criação artística oferece um 
espaço onde os indivíduos podem se desconectar das preocupações do mundo 
exterior e se concentrar em seu próprio processo criativo. 
À medida que os indivíduos exploram e desenvolvem suas habilidades 
artísticas na arteterapia, eles frequentemente experimentam um aumento na 
autoestima e autoconfiança. Ver o progresso e a melhoria em sua própria arte pode 
ser uma experiência empoderadora, refletindo-se em outras áreas de suas vidas. 
 
33 
 
Além disso, a arteterapia frequentemente incentiva a autoexploração e o 
autoconhecimento, permitindo que as pessoas compreendam melhor a si mesmas e 
seus desejos, objetivos e desafios (COQUEIRO, 2010). 
A arte desempenha um papel vital na arteterapia como uma estratégia 
terapêutica que promove a expressão emocional, a comunicação, o 
autoconhecimento e a cura. Essa abordagem holística reconhece a importância da 
criatividade e da expressão artística como ferramentas poderosas para apoiar o bem-
estar emocional e psicológico, proporcionando aos indivíduos uma maneira única de 
navegar pelas complexidades de suas vidas e emoções. 
7.1 A influência da arte como terapia: Métodos e práticas 
São inúmeras as possibilidades que o ser humano tem diante si para exercitar 
sua expressão criativa. A mente tem sido privilegiada ao longo do tempo, mas todos 
sabemos que podemos trabalhar com as mãos, com o corpo, com a voz. São 
atividades equilibradoras, especialmente para os indivíduos que se encontram 
imersos em uma sociedade tão mental e, ao mesmo tempo, tão superficial. [...] é muito 
importante destacar que a Arteterapia não é a simples utilização de técnicas 
expressivas no ambiente terapêutico; ela é um processo do qual as imagens são o 
guia e em que as técnicas são facilitadoras do surgimento dos símbolos pessoais. 
(CHRISTO e SILVA, 2006, p.12). 
 
 
Fonte: idtech.org.br 
 
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A Arteterapia pode ser compreendida enquanto qualquer tratamento 
psicoterapêutico que utilize como mediação a expressão artística (dança, teatro, 
música, contação de histórias, etc.) ou as representações plásticas (pintura, desenho, 
gravura, modelagem, máscaras, marionetes, entre outras). A expressão artística 
caracteriza-se pela objetivação da representação visual do domínio figurativo a partir 
da transformação da matéria. Assim, por meio da interação das histórias contadas, 
existirão diferentes códigos de significação nos quais as produções individuais podem 
encontrar seu sentido. Por isso a abordagem artística supõe uma atitude estética e 
levanta hipóteses sobre a função da existência, isto é, sobre a comunicação simbólica 
na vida humana (BARBOSA; SANTOS; LEITÃO, 2007). 
Nesse sentido, essa ação artística desenvolve um mecanismo de comunicação 
e de muita aproximação, capaz de, durante a sua execução, abrir para o paciente o 
espaço necessário para verbalizar seus sentimentos, anseios, medos e frustrações, 
talvez nunca antes relatados à equipe de saúde. Essa experiência divertida, mágica e 
encantadora pode estabelecer uma comunicação diferenciada com o paciente, já que, 
em

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