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Positivismo – Noel Rosa A verdade, meu amor mora num poço É Pilatos lá na Bíblia quem nos diz E também faleceu por seu pescoço O autor da guilhotina de Paris A verdade, meu amor mora num poço É Pilatos lá na Bíblia quem nos diz E também faleceu por seu pescoço O infeliz autor da guilhotina de Paris Vai, orgulhosa querida Mas aceita esta lição No câmbio incerto da vida A libra sempre é o coração O amor vem por princípio, a ordem por base O progresso é que deve vir por fim Desprezastes esta lei de Augusto Comte E fostes ser feliz longe de mim O amor vem por princípio, a ordem por base O progresso é que deve vir por fim Desprezastes esta lei de Augusto Comte E fostes ser feliz longe de mim Vai, coração que não vibra Com teu juro exorbitante Transformar mais outra vida Em dívida flutuante A intriga nasce num café pequeno Que se toma pra ver quem vai pagar Para não sentir mais o teu veneno Foi que eu já resolvi me envenenar KARL MARX Alemanha (1818-1883) Principais obras: Manuscritos econômico- filosóficos (Ökonomisch-philosophische Manuskripte), 1844; A Guerra Civil na França; Crítica da Filosofia do Direito de Hegel; A Sagrada Família (Die heilige Familie), 1845; A Ideologia Alemã (Die deutsche Ideologie), 1845- 46; Miséria da Filosofia (Das Elend der Philosophie), 1847; Manifesto do Partido Comunista (Manifest der Kommunistischen Partei), 1848; ENTRE OUTROS. • Marx nasceu numa família de classe média. Seus pais eram judeus que tiveram que se converter ao cristianismo em função das restrições impostas à presença de membros de etnia judaica no serviço público. • Crítica radical ao capitalismo: antagonismo, contradição e transitoriedade. • Explicação da realidade na totalidade – macrosociologia • Teoria ligada à prática/ciência ligada aos interesses de classe – Relação sujeito-objeto. • Conhecimento = instrumento político para a transformação. • Foco de pensamento: contradições do capitalismo a) luta de classes X harmonia b) divisão do trabalho gera exploração, antagonismo e alienação c) Burguesia X proletariado - dominação econômica (meios de produção) - dominação política (Estado) - dominação cultural ( ideologia, valores) Visão de Sociedade • De acordo com Marx, o motor da história é a eterna luta de classes, entre aqueles que detêm os modos de produção e aqueles que possuem apenas a força de trabalho para vender. • De acordo com Marx, com o Capitalismo há o desvirtuamento do trabalho humano com a conseqüente servilização do proletário. Luta de Classes e o Trabalho • O capitalismo, segundo o pensamento marxista, pode ser apontado como responsável pelo aumento das desigualdades sociais, à medida em que concentra os meios de produção e de aquisição de capital nas mãos de pouco, deixando uma grande massa de despossuídos que se vêem obrigados a vender sua força de trabalho para sobreviverem. Ou seja: “Quanto mais aumenta o capital produtivo, tanto mais se estendem a divisão do trabalho e o emprego da máquina, quanto mais a divisão do trabalho e o emprego do maquinismo aumentam, mais a concorrência entre os operários cresce e mais se contrai seu salário.” “A parte do capital, o lucro, sobe na mesma medida em que a parte do trabalho, o salário, baixa, e vice-versa.” Marx O Capitalismo A sociedade civil é vista pela teoria marxista como uma construção cuja base é a economia. A organização da produção econômica é o fim da sociedade, que se concretiza por meio de instituições sociais, como a família, igrejas, escolas, polícia etc. Dentro do sistema capitalista, as instituições sociais são utilizadas como ideologia para a opressão dos trabalhadores. Capitalismo e a Sociedade Civil “Por burguesia entende-se a classe de capitalistas modernos, proprietários dos meios de produção social, que empregam o trabalho assalariado. Por proletários compreende-se a classe dos trabalhadores assalariados modernos que, privados de meios de produção próprios, se vêem obrigados a vender sua força de trabalho para poder existir.” (Marx) Burguesia e Proletariado A revolução proletária levaria a um regime intermediário e de caráter provisório, a ser conhecido como “ditadura do proletariado”. Nesse momento, passando de despossuídos a detentores do poder, o proletariado trataria de arrancar pouco a pouco o capital das mãos dos burgueses, centralizando os instrumentos de produção nas mãos do Estado para, enfim, chegar ao comunismo completo, em que os meios de produção serão repassadas a associações. Revolução do Proletariado O Materialismo histórico-dialético É a filosofia fundamentada por Karl Marx e Friedrich Engels (1820-1895), que visa explicar como se formaram as classes sociais e, posteriormente, o Estado que possui dois momentos, a saber: 1º Momento: surge para evitar ou amenizar o conflito entre classes; 2º Momento: torna-se parcial, representando os interesses das classes dominantes e servindo como aparelho de coerção contra as classes dominadas. Em seguida, provar que a história da humanidade é uma história de luta de classes. O Materialismo histórico-dialético Opõe-se as concepções idealistas de Schelling, Fichte e principalmente, Hegel. ● Para os idealistas, em específico Hegel, o real é guia e fundamento do pensar na história e as contradições ocorrem naturalmente. ● Para Marx o real também é guia e fundamento do pensar, mas as contradições históricas não ocorrem naturalmente, elas são provocadas pela diferença econômica de classes. O Materialismo histórico-dialético A realidade imaterial: que se refere ao nível político- ideológico, comumente chamado de Superestrutura. É constituído: ● pela estrutura jurídico-política representada pelo Estado e pelo direito. ● pela estrutura ideológica referente às formas de pensamento, sentimento e consciência social, tais como: ▪ Filosofia; ▪ Literatura; ▪ Estética; ▪ Ciência; ▪ Religião; ▪ Moral; ▪ Arte; ▪ Educação; ▪ Música. O Materialismo histórico-dialético Modos de produção da vida material Refere-se a infra-estrutura, que é um composto de força produtivas e relações sociais de produção. Ou seja, é a maneira pela qual os homens obtêm seus meios necessários de existência material – comumente chamado por Marx de econômica. Ou... Refere-se a determinado estágio de desenvolvimento das forças produtivas, que por sua vez, determinam as relações sociais de produção em um dado momento histórico. Logo: Modo de produção = forças produtivas + relações sociais de produção = Infra-estrutura O Materialismo histórico-dialético Forças produtivas: é a relação do ser humano com a natureza no esforço de produzir a própria existência – isto é, relação dialética entre homem e natureza, que permite desenvolver instrumentos, ferramentas etc. Homem trabalho Natureza Trabalho: Ação humana transformadora da natureza que visa suprir as necessidades materiais. Relações sociais de produção: é a relação dos indivíduos entre si - isto é, é a relação dialética entre homem e homem, que pode ser de dois tipos: ● explorador-explorado; ● solidariedade e respeito recíproco. Homem um age sobre o outro Homem Formas de ação entre os indivíduos O Materialismo histórico-dialético Tipos de modo de produção: Comunismo ou sociedades primitivas: os seres humanos se unem para enfrentar os desafios da natureza hostil e dos animais ferozes. Os meios de produção, as áreas de caça, assim como os produtos, são propriedades comuns, isto é, pertencem a toda a sociedade. A base econômica determina certa maneira de pensar peculiar, em quenão há sentimento de posse, uma vez que não existe propriedade privada. Aspectos fundamentais das sociedades primitivas: ▪ Não há sentimento de posse; ▪ A propriedade é comum. Continuação... O modo de produção patriarcal: surge quando se inicia a domesticação de animais e se desenvolve a agricultura graças ao uso de instrumentos de metal e à fabricação de vasilhas de barro, o que possibilita fazer reservas. Quais as conseqüências das modificações das forças produtivas? Alteram-se as relações de produção e o modo de produção: aparece uma forma específica de propriedade (a propriedade familiar); diferenciam-se funções de classe (autoridade do patriarca, pai de família); muda o direito hereditário, ao se substituir a filiação materna pela paterna. Continuação... Aspectos fundamentais da produção patriarcal: ▪ Surge a classe como hierarquia social; ▪ Surge a propriedade familiar em sentido amplo; ▪ A produção é para subsistência. O Materialismo histórico-dialético Tipos de modo de produção: O modo de produção escravista: decorre do aumento da produção além do necessário para a subsistência, o que exige o recurso de novas forças de trabalho, conseguidas geralmente entre prisioneiros de guerra, transformados em escravos. Com isso surge a propriedade priva dos meios de produção, e a contradição entre senhores e escravos, como exemplo da primeira forma de exploração humana. Aspectos fundamentais da produção escravista: ▪ Surge, pela primeira vez na história, a classe como modo de exploração humana; ▪ Surge a propriedade privada, devido a produção excedente; ▪ Ocorre a separação entre trabalho intelectual e trabalho manual. Continuação... O Materialismo histórico-dialético Tipos de modo de produção: Continuação... O modo de produção feudal: a base econômica é a propriedade dos modos de produção pelo senhor feudal. O servo trabalha um tempo para si e outro para o senhor, o qual, além de se apropriar de parte da produção do servo, ainda lhe cobra impostos pelo uso comum do moinho, do lagar etc. Aspectos fundamentais da produção feudal: ▪ Permanece a classe como modo de exploração humana; ▪ Permanece a propriedade privada, devido a produção excedente; ▪ Surge o burguês, habitante dos burgos, isto é, dos arredores das cidades, que dentre os servos são os que se dedicam ao artesanato e ao comércio, e que consegue aos poucos a liberdade pessoal e a das cidades. O Materialismo histórico-dialético Tipos de modo de produção: O modo de produção capitalista: é a nova síntese que surge das ruínas do sistema feudal, ou seja, da contradição entre a tese (senhor feudal) e a antítese (servo). Neste contexto, para Marx, o movimento dialético pelo qual a história se faz tem um motor: a luta de classes. Chama-se luta de classes ao confronto entre duas classes antagônicas quando lutam por seus interesses de classe. No modo de produção capitalista, a relação antitética se faz entre o burguês, que é o detentor do capital, e o proletário, que nada possui e só vive porque vende sua força de trabalho. O Materialismo histórico-dialético Tipos de modo de produção: Aspectos fundamentais da produção capitalista: ▪ Permanece a classe como modo de exploração humana; ▪ Permanece a propriedade privada, devido a produção excedente; ▪ Ocorre a consolidação do Estado moderno ou burguês (Estado-nação), como aparelho coercitivo; ▪ Cria-se a alienação na produção, que é o estranhamento [o produtor deixa de se reconhecer no que produz] do trabalhador diante da mercadoria que ele produziu – a esse processo Marx chama fetichismo da mercadoria; ▪ Intensifica-se a mais-valia. O Samba da Mais-valia Síntese de muitas determinações A realidade social é feita de contradições Mas a árvore não pode esconder o arvoredo Vem o grande analista, revela o segredo da acumulação de capital É mais-valia pra cá, É mais-valia pra lá. Capitalismo é selvagem, É global. É mais-valia pra cá, É mais-valia pra lá, Tempo roubado do trabalho social. Mercadoria é alienação, Trabalho, salário: a danação A grana diz ‘trabalho sozinha’, A fórmula é DMD’. Síntese de muitas determinações A realidade brasileira é feita de contradições Mas o grande analista indicou o caminho Ninguém pode vencer essa luta sozinho. É luta de classes e coração. Tem a novela, meu bem E tem a Xuxa, também. Proselitismo tem no Jornal Nacional. Tem desemprego, meu bem E tem a dengue, também. Desigualdade e tortura federal No Brasil todo foi um ti-ti-ti Todo mundo pensando Do Oiapoque ao Chuí Mas agora é a hora da transformação, O carnaval traz nossa revolução. Síntese de muitas determinações A realidade social é feita de contradições Mas a árvore não pode esconder o arvoredo Vem o grande analista, revela o segredo da acumulação de capital. O manifesto falou, o comunismo escutou: Tem que seguir o movimento popular. O grande mestre mostrou, A grande escola ensinou: Dizer o samba no pé, se revoltar Lá no rio vermelho, Na Filosofia Descobrir o pandeiro, a cuíca, a magia. Mas agora é a hora da transformação: O carnaval traz nossa revolução
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