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Curso Online: 
Auxílio Ledor 
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1 
 
 
Educação Inclusiva..............................................................................................2 
Educação Necessidades Especiais.....................................................................8 
O Papel do Educador na Educação Inclusiva....................................................13 
Saberes e Práticas na Educação Inclusiva........................................................22 
Educação Especial............................................................................................24 
Políticas e Práticas de Educação Inclusiva.......................................................27 
Políticas Educacionais e a Formação de Professores para a Educação 
Inclusiva no Brasil..............................................................................................30 
A Educação Física perante a Educação Inclusiva.............................................32 
Referências Bibliográficas.................................................................................34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
Educação inclusiva aponta para a transformação de uma sociedade inclusiva e 
é um processo em que se amplia a participação de todos os estudantes nos 
estabelecimentos de ensino regular. 
O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural, 
social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os 
estudantes de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de 
discriminação. 
Com a LBD (Lei e diretrizes de base da educação) Lei nº 9.394/96, as políticas 
educacionais atuais têm como princípio a inclusão de crianças no ensino 
regular. O processo de inclusão gera uma exigência da transformação da 
escola, pois acarreta na inserção no ensino regular de alunos que fazem parte 
do grupo de educandos atendidos pela educação especial na perspectiva de 
educação inclusiva, cabendo às escolas se adaptarem às necessidades deles, 
desta forma inclusão acaba por exigir uma ruptura com o modelo tradicional de 
ensino. É uma abordagem humanística, democrática, que percebe o sujeito e 
suas singularidades, tendo como objetivos o crescimento, a satisfação pessoal 
e a inserção social de todos. 
A Educação inclusiva favorece a diversidade à medida que considera que 
todos os alunos podem ter necessidades especiais em algum momento de sua 
vida escolar. Há, entretanto, necessidades que interferem de maneira 
significativa no processo de aprendizagem e que exigem uma atitude educativa 
específica da escola como, por exemplo, a utilização de recursos e apoio 
especializados para garantir a aprendizagem de todos os alunos. Com a 
inclusão, as diferenças não são vistas como problema, mas como diversidade. 
É essa variedade, a partir da realidade social, que pode ampliar a visão de 
mundo e desenvolver oportunidades de convivência à todas as crianças. A 
educação inclusiva deve ser um espaço para todos, e assim favorecendo a 
diversidade à todos, na medida que compreendemos que cada um tem sua 
especificidade em algum momento de sua aprendizagem. 
A inclusão perpassa pelas várias dimensões humanas, sociais e políticas, e 
vem gradualmente se expandindo na sociedade contemporânea, de forma a 
auxiliar no desenvolvimento das pessoas em geral de maneira e contribuir para 
a reestruturação de práticas e ações cada vez mais inclusivas e sem 
preconceitos. 
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De acordo com o Seminário Internacional do Consórcio da Deficiência e do 
Desenvolvimento (International Disability and Development Consortium - IDDC) 
sobre a educação inclusiva, realizado em março de 1998 em Agra, na Índia, um 
sistema educacional só pode ser considerado inclusivo quando abrange a 
definição ampla deste conceito, nos seguintes termos: 
 Reconhece que todas as crianças podem aprender; 
 Reconhece e respeita diferenças nas crianças: idade, sexo, etnia, 
língua, deficiência/inabilidade, classe social, estado de saúde 
(i.e. HIV, TB, hemofilia, Hidrocefalia ou qualquer outra condição); 
 Permite que as estruturas, sistemas e metodologias de ensino atendam 
as necessidades de todas as crianças; 
 Faz parte de uma estratégia mais abrangente de promover uma 
sociedade inclusiva; 
 É um processo dinâmico que está em evolução constante; 
 Não deve ser restrito ou limitado por salas de aula numerosas nem por 
falta de recursos materiais. 
 
Estas perspectivas históricas levam em conta a evolução do pensamento 
acerca das necessidades educativas especiais ao longo dos últimos cinquenta 
anos, no entanto, elas não se desenvolvem simultaneamente em todos os 
países, e consequentemente retrata uma visão histórica global que não 
corresponde ao mesmo estágio evolutivo de cada sociedade. Estas 
perspectivas são descritas por Peter Clough. 
 
O legado psico-médico: (predominou na década de 1950) vê o indivíduo 
como tendo de algum modo um deficit e por sua vez defende a necessidade de 
uma educação especial para aqueles indivíduos. 
 
A resposta sociológica: (predominou na década de 1960) representa a crítica 
ao legado psico-médico, e defende uma construção social de necessidades 
educativas especiais. 
 
Abordagens Curriculares: (predominou na década de 1970) enfatiza o papel 
do currículo na solução - e, para alguns escritores, eficazmente criando - 
dificuldades de aprendizagem. 
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Estratégias de melhoria da escola: (predominou na década de 1980) enfatiza 
a importância da organização sistêmica detalhada na busca de educar 
verdadeiramente. 
 
Crítica aos estudos da deficiência: (predominou na década de 1990) 
frequentemente elaborada por agentes externos à educação, elabora uma 
resposta política aos efeitos do modelo exclusionista do legado psico-médico. 
 
O atendimento às pessoas com deficiência no Brasil iniciou-se durante o 
Império por meio da criação de duas instituições especializadas: O Imperial 
Instituto dos Meninos Cegos, em 1854 (hoje, Instituto Benjamin Constant – 
IBC); e O Instituto dos Surdos Mudos, em 1857, (hoje, Instituto Nacional da 
Educação dos Surdos – INES), ambos na cidade do Rio de Janeiro. 
 
O direito à educação surge prescrito em 1948, na Declaração Universal dos 
Direitos Humanos, no art. 26, que diz: 
I) Todo o homem tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos 
nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. 
A instrução técnica e profissional será acessível a todos, bem como a instrução 
superior, esta baseada no mérito. 
II) A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da 
personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do homem 
e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a 
tolerância e amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e 
coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. 
(UNESCO, 1948, p.5). 
Nessa linha de tempo, nos anos 1970 foi promulgada a Lei n° 5.692/71 que 
alterou a LDB n° 4.024/61 e reafirmou a necessidade de um tratamento 
adequado aos alunos com necessidades especiais. Porém não há informações 
sobre quais seriam esses tratamentos adequados, pois a Lei somente afirma 
que: 
Art 9º - Os alunos que apresentem deficiências físicas ou mentais, os que se 
encontrem em atraso considerávele de frustração. Essa cultura competitiva constitui 
uma fonte de exclusão e pode se consistir numa barreira à educação inclusiva 
(AGUIAR ; DUARTE, 2005 p.225). 
Carvalho (2005b), em seu estudo explica que duas pessoas com as 
características iguais e com a mesma deficiência e dependendo da situação 
onde vivem, vão encontrar dificuldades diferentes maiores ou menores 
barreiras para suas necessidades de ir e vir, de aprender. Então, porque 
colocá-las numa turma à parte alegando que elas irão aprender e se 
desenvolver de formas iguais por apresentarem a mesma deficiência. 
 
 
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Referências Bibliográficas 
 
Sobre o autor: 
Wikipédia, a enciclopédia livre. 
Disponível em: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_inclusiva 
 
Sobre o autor: 
Wikipédia, a enciclopédia livre. 
Disponível em: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_especial 
 
Sobre o autor: 
MARTA GIL. A legislação federal brasileira e a educação de alunos com deficiência. 
Disponível em: 
https://diversa.org.br/artigos/a-legislacao-federal-brasileira-e-a-educacao-de-alunos-
com-deficiencia/ 
 
Sobre o autor: 
Bruno Albernaz, G1 Rio. Pais de alunos com necessidades especiais pedem melhorias 
na educação inclusiva de Niterói, RJ. 
Disponível em: 
https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/pais-de-alunos-com-necessidades-
especiais-pedem-melhorias-na-educacao-inclusiva-de-niteroi-rj.ghtml 
 
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Sobre o autor: 
Câmara dos Deputados. UNESCO - Salamanca - de 7 a 10.06.1994.Declaração de 
Salamanca sobre Princípios, Política e Prática em Educação Especial. 
Disponível em: 
https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-
permanentes/cdhm/comite-brasileiro-de-direitos-humanos-e-politica-
externa/DecSalPrinPolPraEdEsp.html 
 
Sobre o autor: 
Ministério da Educação. Saberes e Práticas da Inclusão - Ensino Fundamental. 
Disponível em: 
http://portal.mec.gov.br/par/192-secretarias-112877938/seesp-esducacao-especial-
2091755988/12656-saberes-e-praticas-da-inclusao-ensino-fundamental 
 
Sobre o autor: 
Saberes e práticas da inclusão : desenvolvendo competências para o atendimento às 
necessidades educacionais de alunos com deficiência física/neuro-motora. [2. ed.] / 
coordenação geral 
SEESP/MEC. - Brasília : MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006.36 p. (Série : 
Saberes e práticas da inclusão) 1. Competência pedagógica 2. Educação dos 
deficientes físicos 3. Educação dos deficientes 
mentais. I. Brasil. Secretaria de Educação Especial. 
Disponível em: 
http://portal.mec.gov.br/ 
 
Sobre o autor: 
Gislaine Semcovici Nozi, Celia Regina Vitaliano 
Disponível em: 
https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/28080 
 
Sobre o autor: 
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Dino_old. Revista Exame. O panorama da educação inclusiva no Brasil e seus 
principais desafios. 
Disponível em: 
https://exame.abril.com.br/negocios/dino_old/o-panorama-da-educacao-inclusiva-no-
brasil-e-seus-principais-desafios/ 
 
Sobre o autor: 
Lourdes Nassif.GGN.O Jornal de Todos os Brasis. Os desafios para uma real 
educação inclusiva no Brasil. 
Disponível em: 
https://jornalggn.com.br/educacao/os-desafios-para-uma-real-educacao-inclusiva-no-
brasil/ 
 
Sobre o autor: 
Movimento DOWN. 8 informações que você precisa saber sobre educação inclusiva. 
Disponível em: 
http://www.movimentodown.org.br/2015/12/8-informacoes-que-voce-precisa-saber-
sobre-educacao-inclusiva/ 
 
Sobre o autor: 
Barcelona Superfícies de Borracha. O que é educação especial e qual diferença para 
a educação inclusiva? 
Disponível em: 
https://barcelonasuperficies.com.br/blog/educacao-especial/ 
 
Sobre o autor: 
Rosalba Maria Cardoso Garcia; Maria Helena Michels. A política de educação especial 
no Brasil (1991-2011): uma análise da produção do GT15 - educação especial da 
ANPED. 
Disponível em: 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-65382011000400009 
 
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Sobre o autor: 
Significados. Significado de Educação inclusiva. 
Disponível em: 
https://www.significados.com.br/educacao-inclusiva/ 
 
Sobre o autor: 
Equipe Inclusive. Políticas e práticas para uma educação especial e inclusiva. 
Disponível em: 
https://www.inclusive.org.br/arquivos/30984 
 
Sobre o autor: 
Paulon, Simone Mainieri.Documento subsidiário à política de inclusão / Simone 
Mainieri Paulon, Lia Beatriz de Lucca Freitas, Gerson Smiech Pinho. –Brasília : 
Ministério da Educação, Secretaria de 
Educação Especial, 2005.48 p.1. Educação inclusiva. 2. Educação de alunos com defi 
ciência mental. I. Freitas, Lia Beatriz de Lucca. II. Pinho, Gerson Smiech. III. Brasil. 
Secretaria de Educação Especial. 
CDU: 376 
Disponível em: 
http://portal.mec.gov.br/ 
 
Sobre o autor: 
AÍDA LINHARES BARBOZA, EMERSON NEIVA RODRIGUES. EDUCAÇÃO FÍSICA 
INCLUSIVA: PALESTRAS E OFICINAS. 
Disponível em: 
http://revista.universo.edu.br/index.php?journal=3universobelohorizonte3&page=article
&op=view&path%5B%5D=4763 
 
Sobre o autor: 
Vinícius Rodrigues TAVARES, Gilmar de Carvalho CRUZ; Khaled Omar Mohamad El 
TASSA.Revista Espacios.Adaptação e organização de ambientes de aprendizagem na 
inclusão de alunos com deficiência física em aulas de Educação Física. 
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Disponível em: 
https://www.revistaespacios.com/a16v37n15/163715e1.html 
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https://upcursosgratis.com.brquanto à idade regular de matricula e os 
superdotados deverão receber tratamento especial, de acordo com as normas 
fixadas pelos competentes Conselhos de Educação. 
Em 1994, a UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, 
Ciência e Cultura) promoveu a Conferência Mundial sobre Necessidades 
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Educativas Especiais, em Salamanca, na Espanha, onde participaram noventa 
e dois países, entre eles o Brasil, e, elaboraram a ―Declaração de Salamanca‖ 
que passou a influenciar a formulação das políticas públicas da educação para 
todos e em específico também para a educação especial. Esse documento 
enfatizou a questão da inclusão e o reconhecimento das necessidades dos 
―sujeitos especiais‖ em serem aceitos, em escolas que atendam aos princípios 
de eficácia e de eficiência. No ponto 2, a Declaração de Salamanca demarca: 
 
Acreditamos e Proclamamos que: 
• toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a 
oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem; 
• toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de 
aprendizagem que são únicas; 
• sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais 
deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta 
diversidade de tais características e necessidades; 
• aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola 
regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na 
criança, capaz de satisfazer a tais necessidades; 
• escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios 
mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades 
acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação 
para todos; além disso, tais escolas provêem uma educação efetiva à maioria 
das crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da 
eficácia de todo o sistema educacional. (UNESCO, 1994, p. 1). 
 
A partir disso, começava-se a vivenciar um momento de transição, 
considerando aqueles que teriam dificuldades na escolarização, ou que eram 
vistos como pessoas que não seriam escolarizáveis, sob uma concepção que 
surgia pautada no princípio do direito à educação de todos, que parte do 
pressuposto de que todos os alunos são educáveis e escolarizáveis. 
No Brasil, a partir da década de 1990, aconteceram grandes modificações no 
campo educacional no que diz respeito às inovações das Políticas Públicas 
Educacionais, havendo significativas mudanças de paradigmas e 
aplicabilidades de ensino. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a 
LDB n° 9.394/96 foi o grande ícone dessa década que marcou a expansão do 
ensino no Brasil em todas as áreas, em um momento de novas ideias. 
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A LDB n° 9.394/96, apresenta um artigo específico sobre a educação Especial. 
Nesse artigo, há o reconhecimento do direito à diferença, ao pluralismo e à 
tolerância. E foi a partir daí, que a Educação Especial passou a ser objeto de 
muitas discussões, especialmente, no que se refere ao seu artigo 58, no qual 
diz: 
Art. 58 . Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a 
modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular 
de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. 
A perspectiva da educação especial proposta pela LDB em 1996 é voltada para 
a inclusão, o que é reafirmado no capítulo 58 em seus incisos que dizem: 
§ 1º. Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola 
regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial. 
§ 2º. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços 
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, 
não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. 
§ 3º. A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início 
na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. (BRASIL, 1996, 
p. 46) 
 
As expressões integrado e inclusivo são comumente utilizadas como se 
tivessem o mesmo significado. No entanto, em termos educacionais 
representam grandes diferenças a nível da filosofia a qual cada termo serve. O 
ensino integrado refere-se às crianças com deficiência aprenderem de forma 
eficaz quando frequentam as escolas regulares, tendo como instrumento a 
qualidade do ensino. 
No ensino integrado, a criança é vista como sendo portadora do problema e 
necessitando ser adaptada aos demais estudantes. Por exemplo, se uma 
criança com dificuldades auditivas é integrada numa escola regular, ela pode 
usar um aparelho auditivo e geralmente espera-se que aprenda a falar de 
forma a poder pertencer ao grupo. Em contrapartida, não se espera que 
os professores e as outras crianças aprendam a língua de sinais. Em outras 
palavras, a integração pressupõe que a criança com deficiência se reabilite e 
possa ser integrada, ou não obterá sucesso. O ensino inclusivo toma por base 
a visão sociológica de deficiência e diferença, reconhece assim que todas as 
crianças são diferentes, e que as escolas e sistemas de educação precisam ser 
transformados para atender às necessidades individuais de todos os 
educandos. 
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A inclusão não significa tornar todos iguais, mas respeitar as diferenças. Isto 
exige a utilização de diferentes métodos para se responder às diferentes 
necessidades, capacidades e níveis de desenvolvimento individuais. O ensino 
integrado é algumas vezes visto como um passo em direção à inclusão, no 
entanto sua maior limitação é que se o sistema escolar se mantiver inalterado, 
apenas algumas crianças serão integradas. 
 
 
Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade (Brasil) 
 
 
Programa iniciado em 2003, pelo Ministério da Educação - Secretaria de 
Educação Especial que conta atualmente com a adesão de 144 municípios-
pólo que atuam como multiplicadores da formação para mais 4.646 municípios 
da área de abrangência. O objetivo geral do programa é garantir o acesso de 
todas as crianças e adolescentes com necessidades educacionais especiais ao 
sistema educacional público, bem como disseminar a política de construção de 
sistemas educacionais inclusivos e apoiar o processo de implementação nos 
municípios brasileiros. 
O AEE (Atendimento Educacional Especializado) é um atendimento 
educacional especializado, de responsabilidade das prefeituras para atender 
aos educandos do sistema regular de ensino, sua prestação de atendimento é 
obrigatória, porém, facultativa à família. 
No Brasil o aluno com deficiência está matriculado na escola regular, mas 
dependendo da sua necessidade pode precisar frequentar também uma escola 
especial para ter atendimento educacional especializado. Esse atendimento 
pode ocorrer na escola especial mas não substitui a escola comum, pois a 
educação especial não substitui mais o ensino comum para pessoas com 
deficiência e com superdotação. A escola especial passa a complementar e 
apoiar o ensino regular na formação de alunos com necessidades especiais, 
como parte integrante do sistema educacional brasileiro, em todos os níveis de 
educação e ensino. 
 
EDUCAÇÃO NECESSIDADES ESPECIAIS 
 
 
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Legislação que regulamenta a educação especial no Brasil: 
 
Constituição Federal de 1988 - Educação Especial 
Lei nº 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBN 
Lei nº 9394/96 – LDBN - Educação Especial 
Lei nº 8069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente - Educação Especial 
Lei nº 8069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente 
Lei nº 8859/94 - Estágio 
Lei nº 10.098/94 - Acessibilidade 
Lei nº 10.436/02 - Libras 
Lei nº 7.853/89 - CORDE - Apoio às pessoas portadoras dedeficiência 
Lei n.º 8.899, de 29 de junho de 1994 - Passe Livre 
Lei nº 9424 de 24 de dezembro de 1996 - FUNDEF 
Lei nº 10.845, de 5 de março de 2004 - Programa de Complementação ao 
Atendimento Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de Deficiência 
Lei nº 10.216 de 4 de junho de 2001 - Direitos e proteção às pessoas 
acometidas de transtorno mental 
Plano Nacional de Educação - Educação Especial 
Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012 - Institui a Política Nacional de 
Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera 
o § 3o do art. 98 da Lei no 8.112. 
 
 
 
 
A Educação Especial é o ramo da educação voltado para o atendimento e 
educação de pessoas com alguma deficiência. Preferencialmente em 
instituições de ensino regulares ou ambientes especializados (como por 
exemplo, escolas para surdos, escolas para cegos ou escolas que atendem a 
pessoas com deficiência intelectual). São também considerados público-alvo 
dessas escolas crianças com transtornos globais de desenvolvimento ou com 
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altas habilidades/superdotação de acordo com o art. 58 da Lei de diretrizes e 
bases da educação nacional, nº 9394 de 20 de dezembro de 1996, que diz: 
 
 
―Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de 
educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para 
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades ou superdotação.‖ 
 
 
A educação especial é uma educação organizada para atender especifica e 
exclusivamente alunos com determinadas necessidades especiais. Algumas 
escolas dedicam-se apenas a um tipo de necessidade, enquanto outras se 
dedicam a vários. O ensino especial tem sido alvo de criticas por não promover 
o convívio entre as crianças especiais e as demais crianças. Por outro lado, a 
escola direcionada para a educação especial conta com materiais, 
equipamentos e professores especializados. O sistema regular de ensino 
precisa ser adaptado e pedagogicamente transformado para atender de forma 
inclusiva. 
Assim, os objetivos da educação especial são os mesmos da educação em 
geral. O que difere, entretanto, é o atendimento, que passa a ser de acordo 
com as diferenças individuais do aluno. 
O atendimento educacional especializado (AEE) é uma modalidade de ensino 
amparada juridicamente por um conjunto de legislações no Brasil que 
asseguram a inclusão de alunos com deficiência, transtorno global do 
desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, oferecendo recursos 
pedagógicos e de acessibilidade que atendam às demandas de suas 
necessidades específicas. O atendimento às necessidades educacionais 
especiais, além de exigir uma sólida formação inicial e contínua de professores 
e profissionais, também requer que o professor do AEE busque articulação 
com as demais áreas de políticas setoriais para fortalecer uma rede 
intersetorial de apoio ao desenvolvimento integral do aluno. 
"A deficiência física se refere ao comprometimento do aparelho locomotor que 
compreende o sistema osteoarticular, o sistema muscular e o sistema nervoso. 
As doenças ou lesões que afetam quaisquer desses sistemas, isoladamente ou 
em conjunto, podem produzir quadros de limitações físicas de grau e gravidade 
variáveis, segundo os segmentos corporais afetados e o tipo de lesão ocorrida. 
(BRASIL, 2004, p. 11). " 
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AEE para alunos com deficiência visual 
 
"A deficiência visual envolve as condições de cegueira e de baixa visão. A 
pessoa cega apresenta perda total da visão até a ausência de projeção de luz, 
enquanto pessoas com baixa visão conseguem perceber a projeção de luz, 
mas sua acuidade visual interfere e limita seu desempenho. A pessoa cega 
aprende por meio dos sentidos remanescentes (tato,audição, olfato, paladar) e 
utiliza o sistema Braille como principal meio de comunicação escrita. A pessoa 
com baixa visão (anteriormente chamada de visão parcial ou visão subnormal) 
aprende por meio visual, mas com a utilização de recursos específicos 
(BRASIL, 2003)." 
 
AEE para alunos com deficiência intelectual 
 
A história nos apresenta muitos estudiosos preocupados com a compreensão 
do funcionamento da inteligência, tanto em seus aspectos de normalidade e 
potencialidades como em suas fraquezas, dificuldades e alterações. Dos 
estudos surgiram teorias utilizadas para explicar o funcionamento humano e a 
capacidade de aprendizagem dos indivíduos nas diferentes fases de 
crescimento e desenvolvimento. Entre esses estudos encontramos a teoria 
psicogenética de Piaget(1896–1980),segundo a qual a inteligência se constrói 
pela ação do homem sobre o objeto do conhecimento. Para Vygotsky (1896–
1934) e seus colaboradores (Leontiev e Luria), expoentes da teoria histórico-
cultural, é decisiva a influência positiva dos fatores sociais e culturais no 
desenvolvimento da inteligência. Ou seja, o desenvolvimento mental do 
indivíduo é reflexo de seu desenvolvimento cultural. 
Para o psicólogo israelense Reuven Feuerstein (1921–2014), criador da teoria 
da modificabilidade cognitiva estrutural (MCE), todas as pessoas, 
independentemente de sua idade ou origem étnica ou cultural, nascem com um 
potencial de aprendizagem a ser desenvolvido. Entretanto, a maioria apresenta 
falhas no funcionamento cognitivo em decorrência da falta de estímulos 
adequados. Por meio de apoio psicopedagógico sistemático, de recursos e 
instrumentos concretos, o indivíduo é capaz de modificabilidade e ganhos em 
seu potencial cognitivo. 
A educação é crucial no crescimento da pessoa. A educação da criança 
surda é um direito, faz parte da sua condição como ser humano, e o dever de 
educar é uma exigência da pessoa adulta, dos pais e dos educadores. Para a 
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criança surda, tal como para a criança ouvinte, o pleno desenvolvimento das 
suas capacidades linguísticas, cognitivas, emocionais e sociais é uma condição 
imprescindível para o seu desenvolvimento. 
É por meio dos relacionamentos sociais que descobrimos o que é necessário 
para viver na sociedade. O primeiro contato social da criança é no meio 
familiar. Segundo Santana e Bergamo (2005),os surdos foram durante muito 
tempo condenados por sua condição, considerados doentes, pela falta da 
comunicação oral e escondidos da sociedade pela sua família. A língua de 
sinais era proibida. Recentemente, a Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi 
reconhecida como língua materna dos surdos, através da Lei Nº 10.436, de 24 
de abril de 2002, o que proporcionou aos mesmos um reconhecimento perante 
a sociedade. O Decreto Federal n° 5.626, de 22 de dezembro de 
2005, estabelece que os alunos surdos tenham direito a educação da Língua 
Brasileira de Sinais (Libras) e a língua portuguesa como sua segunda língua; 
logo as crianças devem ter acesso a língua especial o mais cedo possível, o 
que em geral acontece nas escolas. 
No ano de 2006 e 2009, o ministério da educação (MEC) certificou mais de 
5.000 interpretes da língua de sinais. Mais de 7,6 mil cursos superiores como 
pedagogia, fonoaudiologia e letras oferecem a disciplina, porém o número para 
atender a demanda das escolas é muito pequeno. São Paulo contém apenas 
19 interpretes para atender mais de 200 alunos; Estimasse que no Brasil exista 
230 interpretes capacitados em sala de aula. A inclusão da Libras no cotidiano 
da sociedade, principalmente nas escolas, seria indispensável para o 
desenvolvimento social do surdo. É importante para os surdos que as pessoas 
consigam comunicar-se com eles através da Libras.Serviços básicos como 
saúde, educação e comércio em geral muitas vezes não possuem pessoas 
qualificadas para o atendimento ao surdo, fazendo com que ele se sinta ainda 
mais excluído. 
Nas escolasé fundamental os recursos visuais para ajudar o desenvolvimento 
dos surdos, sempre com materiais pedagógicos ilustrados e com maior 
quantidade possível de referências que possam ajudar como: caderno de 
vocabulário, dicionário, manuais em libras, etc., devem também oferecer apoio 
no contra turno. 
A utilização de Libras nas escolas deve ser obrigada, as crianças com 
deficiência têm a necessidade de aprender o quanto antes, o aprendizado da 
língua deve ser incentivado tornando a educação dos surdos facilitada e 
incluída na educação brasileira. A aprendizagem social ou educacional precisa 
de contribuições desde o nascimento da criança, sendo compreendida pelas 
suas características. O relacionamento interpessoal familiar faz diferença no 
modo como essa criança irá se identificar enquanto parte das relações sociais. 
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12 
 
O uso das tecnologias no campo do ensino-aprendizagem traz inúmeras 
vantagens no que respeita às crianças com necessidades especiais, 
permitindo: 
Alargar horizontes levando o mundo para dentro da sala de aula; 
Aprender fazendo; 
Melhorar capacidades intelectuais, tais como a criatividade e a eficácia; 
Permitir que um professor ensine simultaneamente em mais de um local; 
Permitir vários ritmos de aprendizagem numa mesma turma; 
Motivar o aluno a aprender continuamente, pois utiliza um meio com que ele se 
identifica; 
Proporcionar ao aluno os conhecimentos tecnológicos necessários para ocupar 
o seu lugar no mundo do trabalho; 
Aliviar a carga administrativa do professor, deixando mais tempo livre para 
dedicar ao ensino e à ajuda a nível individual; 
Estabelecer a ponte entre a comunidade e a sala de aula. 
 
 
 
 
 
O PAPEL DO EDUCADOR NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação 
Inclusiva tem como objetivo assegurar a inclusão escolar de alunos com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades/superdotação, orientando os sistemas de ensino para garantir: 
acesso ao ensino regular, com participação, aprendizagem e continuidade nos 
níveis mais elevados do ensino; transversalidade da modalidade de educação 
especial desde a educação infantil até a educação superior; oferta do 
atendimento educacional especializado; formação de professores para o 
atendimento educacional especializado e demais profissionais da educação 
para a inclusão; participação da família e da comunidade; acessibilidade 
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13 
 
arquitetônica, nos transportes, nos mobiliários, nas comunicações e 
informação; e articulação intersetorial na implementação das políticas públicas. 
 
Integração X Inclusão 
 
A integração escolar, cuja metáfora é o sistema de cascata, é uma forma 
condicional de inserção em que vai depender do aluno, ou seja, do nível de sua 
capacidade de adaptação às opções do sistema escolar, a sua integração, seja 
em uma sala regular, uma classe especial, ou mesmo em instituições 
especializadas. Trata-se de uma alternativa em que tudo se mantém, nada se 
questiona do esquema em vigor. 
A inclusão institui a inserção de uma forma mais radical, completa e 
sistemática, uma vez que o objetivo é incluir um aluno ou grupo de alunos que 
não foram anteriormente excluídos. A meta da inclusão é, desde o início não 
deixar ninguém fora do sistema escolar, que terá de se adaptar às 
particularidades de todos os alunos para concretizar a sua metáfora — o 
caleidoscópio.(MONTOAN,2012) 
 
Legislação e Inclusão 
 
10 de dezembro de 1948 – Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
Organização das Nações Unidas – ONU 
20 de dezembro de 1961 – LDB 
Art. 88 - ―A educação dos excepcionais, deve, no que for possível, enquadrar-
se no sistema geral de educação, a fim de integrá-los na comunidade‖. 
Na década de 1970, destacam-se dois documentos sobre a educação e os 
direitos das pessoas com deficiência: 
11 de agosto de 1971 - Lei nº 5.692/71 Definiu que deveria ser dado tratamento 
especial para os alunos com deficiências físicas (incluindo as deficiências 
sensoriais – visão e audição) e mentais, os que se encontrassem em atraso 
considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados. Essa lei 
reforçou o encaminhamento dos alunos com deficiências para as 
classes/escolas especiais. 
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14 
 
9 de dezembro de 1975 Declaração de Direitos das Pessoas Deficientes da 
ONU. 
O final da década de 1980, no Brasil, foi marcado por dois importantes avanços 
para a educação e a inclusão dos deficientes. 
5 de outubro de 1988 – Promulgação da Constituição da República Federativa 
do Brasil Art. 208, III – atendimento educacional especializado aos portadores 
de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. 
Art. 227 - Criação de programa de prevenção e atendimento especializado. 
Integração social do adolescente, mediante treinamento para o trabalho e a 
convivência, e a facilitação do acesso aos bens de serviço coletivo, com a 
eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos; além de outros 
dispositivos. 
24 de outubro de 1989 - Lei nº 7.853/89 
Dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiências. 
Art. 8 - Constitui crime punível com reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e 
multa: recusar, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar, sem justa 
causa, a inscrição de alunos em estabelecimento de ensino de qualquer curso 
ou grau, público ou privado, por motivos derivados da deficiência que porta. 
A década de 1990 apresentou diversos documentos sobre o tema: 
9 de março de 1990 -Declaração de Jomtien (Tailândia) 
Foi proclamada que a educação é um direito de todos e fundamental para o 
desenvolvimento das pessoas e das sociedades. O Brasil assinou essa 
declaração assumindo o compromisso de erradicar o analfabetismo, 
universalizar o ensino fundamental e apoiar a construção de um sistema 
educacional inclusivo. 
13 de julho de 1990 – Lei nº 8.069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente 
Art. 54, II - assegura o atendimento educacional especializado aos portadores 
de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino. 
1994 – Política Nacional de Educação Especial (PNEE) 
Traçou as diretrizes gerais visando garantir o atendimento educacional das 
pessoas com deficiência. 
10 de junho de 1994 – Declaração de Salamanca 
Acesso e qualidade. Promovida pela UNESCO, na Espanha. Os países 
participantes, dentre eles o Brasil, assumiram um compromisso com a melhoria 
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15 
 
de seus sistemas de ensino e com a inclusão de todas as crianças, 
independente de suas diferenças/dificuldades individuais. 
A Declaração de Salamanca foi elaborada na Conferência Mundial sobre 
Educação Especial, que aconteceu em Salamanca, na Espanha, em 1994. - A 
Declaração de Salamanca tem como objetivo fornecer diretrizes básicas para a 
formulação e reforma de políticas e sistemas educacionais de acordo com o 
movimento de inclusão social. - A Declaração de Salamanca é resultado de 
uma tendência mundial a favor da educação inclusiva. Teve como origem os 
movimentos de direitos humanos. - A Declaração de Salamanca coloca a 
educação especial dentro da estrutura de educação para todos. 
- Na Declaração de Salamanca diferentes países defendem a ideia de que o 
sistema educacional deve organizar-se de forma a atender a todos os alunos, 
onde o sistema de segregação de alunos com necessidades educacionais 
especiais em instituições especializadas não é recomendado. 
Após a Declaração de Salamanca, o movimento de educação inclusiva ganha 
força e vários países passam a orientar suas ações tendo como base os 
princípios e as propostas redigidas e assinadas em comum acordo. 
29 de junho de 1994 - Lei Federal nº 8.899/94 – Lei do Passe Livre para 
pessoas portadoras de deficiência node transporte interestadual 
20 de dezembro de 1996 – Lei 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Base da 
Educação Nacional 
Capítulo V - Educação Especial como modalidade de educação escolar, 
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos 
portadores de necessidades especiais; atendimento educacional feito em 
classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das 
condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas 
classes comuns. Estabelece que os sistemas de ensino devem assegurar aos 
alunos currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender às 
peculiaridades da ―clientela‖ de educação especial; assegura terminalidade 
específica àqueles que não atingirem o nível exigido para a conclusão do 
ensino fundamental, em virtude de suas deficiências e aceleração de estudos 
aos superdotados. 
20 de dezembro de 1999 - Decreto nº 3.298/99 
Definiu a educação especial como uma modalidade complementar e 
transversal a todos os níveis e modalidades de ensino. 
1999 - Convenção de Guatemala 
• Ratificou a obrigatoriedade da matrícula de todos os alunos; 
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16 
 
• Ampliou a função da educação especial para o atendimento educacional 
especializado para todas as pessoas que apresentassem alguma dificuldade 
acentuada de aprendizagem devido a deficiências orgânicas ou não; 
• Admitiu, contraditoriamente, que a educação especial poderá, também, 
substituir o ensino regular. 
No Brasil, essa convenção foi promulgada através do Decreto nº 3.956/2001, 
que dita sobre a necessidade de eliminar as barreiras que impedem o acesso à 
escolarização 
2001 - Plano Nacional de Educação - Lei nº 10.172/01 
Enfatizou que o grande avanço que a década da educação deveria produzir 
seria a construção de uma escola inclusiva, estabelecendo objetivos e metas 
para a educação das pessoas com necessidades educacionais especiais. 
11 de setembro de 2001 - Resolução CNE/CEB nº 2/01 
Instituiu as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação 
Básica, manifestando o compromisso do país com o desafio de construir as 
condições para atender bem à diversidade de seus alunos. 
24 de abril de 2002 – Lei nº10.436/02 
Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais. Reconheceu a LIBRAS como meio 
legal de comunicação e expressão, apoiando seu uso e difusão e incluindo-a 
como disciplina integrante do currículo de formação de professores e de 
fonoaudiólogas. 
2002 - Portaria nº 2.678/02 
Diretrizes para o uso, o ensino e a difusão do BRAILLE, adotando a grafia 
Braille para a Língua Portuguesa e seu uso em todo território nacional. 
2005 – Decreto nº 5.626/05 
Acesso à escola de alunos surdos, dispondo sobre a inclusão da Libras como 
disciplina curricular, a formação do professor, instrutor e tradutor/intérprete de 
Libras, o ensino da Língua Portuguesa como segunda língua e a organização 
da educação bilíngue no ensino regular. 
2004 – Decreto nº 5.296/04 
Estabeleceu normas e critérios para a promoção da acessibilidade às pessoas 
com deficiência ou com mobilidade reduzida. 
2007- Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE 
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17 
 
Estabeleceu eixos a acessibilidade arquitetônica dos prédios escolares, a 
implantação de salas de recursos e a formação docente para o atendimento 
especializado. 
Janeiro de 2008 – Publicação da nova ―Política Nacional de Educação Especial 
na Perspectiva da Educação Inclusiva‖, da SEESP/MEC 
O público-alvo da educação especial volta a ser a pessoa com deficiência, em 
lugar da pessoa com necessidade educacional especial; substitui a 
terminologia ―Condutas Típicas‖, introduzida pela Política Nacional de 
Educação Especial, em 1994, por pessoa com ―Transtorno Global de 
Desenvolvimento‖ e altas habilidades ou superdotação, excluindo os alunos 
com dificuldades de aprendizagem que não apresentam deficiência orgânica. 
17 de setembro de 2008 - Decreto nº 6.571 
Dispõe sobre o apoio técnico e financeiro aos sistemas públicos de ensino, 
com a finalidade de ampliar o Atendimento Educacional Especializado (AEE), 
regulamentando o art. 60 da LDB 9394/96. Passou a contabilizar duplamente, 
no âmbito do FUNDEB, os alunos matriculados em classe comum de ensino 
regular público que tiverem matrícula concomitante no AEE. 
2009 – Resolução CNE/CEB nº4'Texto a negrito 
Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na 
Educação Básica, modalidade Educação Especial. 
 
Avanços: 
• Definiu o AEE como o conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e 
pedagógicos organizados institucionalmente, prestado de forma complementar 
ou suplementar à formação dos alunos no ensino regular; 
•Estabeleceu que o plano de atendimento de AEE será elaborado e executado 
pelo professor da sala de recursos multifuncionais ou centros de AEE em 
articulação com o professor do ensino regular, com a família e em interface 
com serviços da saúde, assistência social, entre outros; 
• Definiu que o professor do AEE, além da licenciatura, deve ter formação 
específica para a Educação Especial e estabeleceu suas atribuições. 
 
Modificações: 
• A modalidade de atendimento ―sala de recursos‖ passa a ser denominada 
―sala de recursos multifuncionais‖, onde serão realizados os AEE, na própria 
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18 
 
escola ou em outra escola de ensino regular, no turno inverso da 
escolarização, podendo ser realizado em centros de AEE da rede pública ou de 
instituições conveniadas com órgãos públicos da educação; 
•Os alunos com altas habilidades/superdotação terão atividades de 
enriquecimento curricular em escolas públicas de ensino regular em interface 
com núcleos de atividades para altas habilidades/ superdotação e com 
instituições de ensino superior; 
• As escolas especiais deverão ser transformadas em centros de AEE. 
Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011 
Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e 
dá outras providências. Afirma que a Educação Especial possui caráter 
complementar, suplementar e transversal, situando-a no âmbito dos serviços 
de apoio à escolarização, em seu art. 2. 
Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012 
Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno 
do Espectro Autista; e altera o § 3o do art. 98 da Lei no 8.112, de 11 de 
dezembro de 1990. 
Programa Incluir – Acessibilidade na Educação Superior (BRASIL, 2013) 
―A inclusão das pessoas com deficiência na Educação Superior deve 
assegurar-lhes o direito à participação na comunidade com as demais pessoas, 
as oportunidades de desenvolvimento pessoal, social e profissional, bem como 
não restringir sua participação em determinados ambientes e em atividades 
com base na deficiência. Igualmente, a condição de deficiência não deve definir 
a área de seu interesse profissional. Para a efetivação desse direito, as IES 
devem disponibilizar serviços e recursos de acessibilidade que promovam a 
plena participação dos estudantes‖. 
Lei nº 13005, de 25 de junho de 2014 
Artigo 8 § 1º 
III - garantam o atendimento das necessidades específicas na educação 
especial, assegurado o sistema educacional inclusivo em todos os níveis, 
etapas e modalidades; 
Lei nº 13.146 - 6 de julho de 2015 
Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da 
Pessoa com Deficiência) 
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19 
 
A lei por si só não transforma uma prática. A construção de uma sociedade 
inclusiva é mais uma questão de educação e de princípios. 
 
Legislação que regulamenta a Educação Especial no Brasil 
 
Constituição Federal de 1988 - Educação Especial 
Lei nº 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBN - 
Educação Especial 
Lei nº 8069/90 - Estatuto da Criança e do Adolescente- Educação Especial 
Lei nº 8859/94 - Estágio 
Lei nº 10.098/94 - Acessibilidade 
Lei nº 10.436/02 - Libras 
Lei nº 7.853/89 - CORDE - Apoio às pessoas portadoras de deficiência 
Lei n.º 8.899, de 29 de junho de 1994 - Passe Livre 
Lei nº 9424 de 24 de dezembro de 1996 - FUNDEF 
Lei nº 10.845, de 5 de março de 2004 - Programa de Complementação ao 
Atendimento Educacional Especializado às Pessoas Portadoras de Deficiência 
Lei nº 10.216 de 4 de junho de 2001 - Direitos e proteção às pessoas 
acometidas de transtorno mental 
Plano Nacional de Educação - Educação Especial 
LEGISLAÇÃO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL PNE - Plano Nacional da Educação 
(2014 - 2024) Diretrizes PCN'S - Parâmetros Curriculares 
Nacionais Decretos DECRETO No 3.298, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1999. - 
Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política 
Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as 
normas de proteção, e dá outras providências. DECRETO Nº 3.956, DE 8 DE 
OUTUBRO DE 2001 – (Convenção da Guatemala) Promulga a Convenção 
Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra 
as Pessoas Portadoras de Deficiência. Leis LEI Nº 9.394, DE 20 DE 
DEZEMBRO DE 1996 - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira. Lei 
N° 7.853/89 de 1999 - Política Nacional para Integração de Pessoa Portadora 
de Deficiência. Lei N° 10.048 - Estabelece a prioridade de atendimento às 
pessoas com deficiência. LEI Nº 8.859 DE 23 DE MARÇO DE 1994 - Modifica 
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20 
 
dispositivos da Lei nº 6.494, de 7 de dezembro de 1977, estendendo aos 
alunos de ensino especial o direito à participação em atividades de estágio. LEI 
No 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000 - Estabelece normas gerais e 
critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de 
deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências. LEI Nº 
10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002 - Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais 
- Libras e dá outras providências. Lei n° 13.146 de 6 de julho de 2015 - Lei 
Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Portarias PORTARIA Nº 
1.793, DE DEZEMBRO DE 1994 – Dispõe sobre a necessidade de 
complementar os currículos de formação de docentes e outros profissionais 
que interagem com portadores de necessidades especiais e dá outras 
providências. PORTARIA Nº 319, DE 26 DE FEVEREIRO DE 1999 - Institui no 
Ministério da Educação, vinculada à Secretaria de Educação Especial/SEESP 
a Comissão Brasileira do Braille, de caráter permanente. PORTARIA Nº 554 
DE 26 DE ABRIL DE 2000 - Aprova o Regulamento Interno da Comissão 
Brasileira do Braille PORTARIA Nº 3.284, DE 7 DE NOVEMBRO DE 2003 - 
Dispõe sobre requisitos de acessibilidade de pessoas portadoras de 
deficiências, para instruir os processos de autorização e de reconhecimento de 
cursos, e de credenciamento de instituições. Aviso Circular AVISO CIRCULAR 
Nº 277/MEC/GM, DE 08 DE MAIO DE 1996 – Dirigido aos Reitores das IES 
solicitando a execução adequada de uma política educacional dirigida aos 
portadores de necessidades especiais. Resolução Resolução CNE/CEB nº 
2/2001, de 11 de setembro de 2001 - Institui Diretrizes Nacionais para a 
Educação Especial na Educação Básica. RESOLUÇÃO Nº 2 DE 11 DE 
SETEMBRO DE 2001 – CEB/CNE - Institui Diretrizes Nacionais para a 
Educação Especial na Educação Básica. Resolução CNE/CEB nº 4, de 2 de 
outubro de 2009 - Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento 
Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação 
Especial. Parecer Parecer CNE/CEB nº 17/2001, aprovado em 3 de julho de 
2001 Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação 
Básica.Parecer CNE/CEB nº 11/2004, aprovado em 10 de março de 2004 
Consulta tendo em vista o artigo 58 da Lei 9.394/96- LDB e a Resolução 
CNE/CEB 2/2001, que instituiu Diretrizes Nacionais para a Educação Especial 
na Educação Básica. Parecer CNE/CEB nº 6/2007, aprovado em 1º de 
fevereiro de 2007 Solicita parecer sobre definição do atendimento educacional 
especializado para os alunos com necessidades educacionais especiais, como 
parte diversificada do currículo. Parecer CNE/CEB nº 13/2009, aprovado em 3 
de junho de 2009 Diretrizes Operacionais para o atendimento educacional 
especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. 
 
O ponto de partida desta linha do tempo da legislação relativa à educação 
especial é o ano de 1988, quando foi promulgada a Constituição federal ainda 
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21 
 
em vigor. Ela foi chamada ―Constituição cidadã‖, porque garantiu direitos a 
grupos sociais até então marginalizados, como as pessoas com deficiência – 
que também participaram ativamente de sua elaboração. 
 
 
Reconvocando as várias declarações das Nações Unidas que culminaram no 
documento das Nações Unidas "Regras Padrões sobre Equalização de 
Oportunidades para Pessoas com Deficiências", o qual demanda que os 
Estados assegurem que a educação de pessoas com deficiências seja parte 
integrante do sistema educacional. 
Notando com satisfação um incremento no envolvimento de governos, grupos 
de advocacia, comunidades e pais, e em particular de organizações de 
pessoas com deficiências, na busca pela melhoria do acesso à educação para 
a maioria daqueles cujas necessidades especiais ainda se encontram 
desprovidas; e reconhecendo como evidência para tal envolvimento a 
participação ativa do alto nível de representantes e de vários governos, 
agências especializadas, e organizações inter-governamentais naquela 
Conferência Mundial. 
SABERES E PRÁTICAS NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
A Educação Especial, como uma modalidade de educação escolar que 
perpassa todas as etapas e níveis de ensino, está definida nas Diretrizes 
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica que regulamenta a 
garantia do direito de acesso e permanência dos alunos com necessidade 
educacionais especiais e orienta para a inclusão em classes comuns do 
sistema regular de ensino. 
Para melhor comunicação didática, optou-se por apresentar as deficiências em 
três categorias, conforme classificadas por Wilson (1971): 
1. Deficiências Musculares e/ou Neuromusculares; 
2. Deformações ósseas; 
3. Limitação do vigor, da vitalidade e/ou da agilidade. 
 
Atitudes favoráveis à inclusão escolar de alunos com necessidades 
educacionais especiais têm sido consideradas por diversos pesquisadores 
como condição essencial para os professores. 
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22 
 
Todo o aluno que apresenta alguma condição especial, e depende da rede de 
ensino regular, precisa enfrentar vários obstáculos diariamente até se adequar 
às metodologias da instituição educacional. Especificamente em relação à 
Educação Especial, foi aprovado pela Lei nº 13.005, de junho de 2014, o Plano 
Nacional de Educação (PNE), que traça estratégias e metas para a agenda de 
políticas educacionais do Brasil até 2024. 
Apenas professores devidamente capacitados para o Atendimento Educacional 
Especializado são capazes de atender propriamente alunos especiais, levando 
em consideração todas as presentes dificuldades da rotina de um aluno com 
deficiência em escolas regulares. Como exemplo, é possível citar a rede de 
ensino de Rondônia, que passou a ter um olhar diferenciado para o 
desenvolvimento de projetos de políticas públicas direcionadas a esse público. 
Infelizmente, é uma realidade ainda muito esquecida pelo sistema como um 
todo. 
A maioria dos professores que trabalha em salas de aula regulares ainda não 
conta com uma instrução voltada à Educação Especial. Nesse sentido, para 
auxiliar na inclusão dos alunos, os docentes devem ter acesso a cursos online 
que possibilitem a noção de habilidades e sensibilidades para saber como 
atender e compreender os alunos com necessidades especiais. 
O Plano Nacionalde Educação (PNE) brasileiro prevê a inclusão de crianças 
com necessidades especiais em escolas regulares, mas a medida ainda é 
controversa no país quando se comemora o 16º Dia Internacional das Pessoas 
com Deficiência, promovido pelas Nações Unidas (3/12). A polarização fica 
entre governo, apoiado por defensores da inclusão, e entidades que defendem 
a permanência de dois sistemas de ensino: o regular e o especial. 
Para vários críticos que preferem a manutenção dos dois sistemas, a decisão 
da melhor escola para essas crianças cabe somente aos pais. 
 
 
―Temos alunos com graves comprometimentos, principalmente com deficiência 
intelectual e múltipla, e para eles a escola especial é a única que possibilita 
realmente o acesso à educação com qualidade‖, afirma Fabiana Maria das 
Graças de Oliveira, coordenadora pedagógica da Federação Nacional das 
Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apaes). 
 
 
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23 
 
Apesar das políticas brasileiras nessa área serem consideradas das mais 
avançadas do mundo, ainda há muitos desafios a serem superados. 
Lei que foi construída de forma amplamente democrática. Tramitou por longos 
15 anos, ficou por 6 meses no site ―e-democracia‖ do Congresso e recebeu 
mais de mil propostas populares de alterações (o site criou recursos de 
tecnologia assistiva para que pessoas com deficiência visual também 
pudessem contribuir). Trata-se do primeiro Projeto de Lei da Câmara dos 
Deputados traduzido/interpretado para Libras (Língua Brasileira de Sinais) e foi 
aprovada por unanimidade em ambas as Casas Legislativas atendendo aos 
valores universais de Dignidade da Pessoa Humana, bem como dispositivos da 
Magna Carta de 1988. Houve ampla participação de segmentos sociais, assim 
como por seus respectivos representantes. 
 
 
 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
 
A Educação Especial é o ramo da educação voltado para o atendimento e 
educação de pessoas com alguma deficiência. Preferencialmente em 
instituições de ensino regulares ou ambientes especializados (como por 
exemplo, escolas para surdos, escolas para cegos ou escolas que atendem a 
pessoas com deficiência intelectual). 
São também considerados público-alvo dessas escolas crianças com 
transtornos globais de desenvolvimento ou com altas habilidades/superdotação 
de acordo com o art. 58 da Lei de diretrizes e bases da educação nacional, 
nº 9394 de 20 de dezembro de 1996, que diz: 
―Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de 
educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para 
educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades ou superdotação.‖ 
O ensino inclusivo não pode ser confundido com educação especial: 
diferentemente do ensino inclusivo, a educação especial se mostra em uma 
grande variedade de formas que incluem escolas especiais, unidades 
pequenas e a integração das crianças com apoio especializado. 
Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas – ONU, pessoas com 
deficiências representam 10% da população mundial, percentual que pode ser 
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mais elevado quando falamos de países, como o Brasil, onde as condições 
socioeconômicas da população são precárias. 
Neste sentido, a Lei de Diretrizes e Bases Nacionais da Educação (9.394/96), 
de 1996, assegura o direito constitucional de educação pública e gratuita aos 
deficientes. Ainda assim, a grande maioria das crianças com necessidades 
especiais ainda está fora do sistema tradicional de ensino. Muitas estão em 
escolas específicas para crianças deficientes. 
A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais em classes 
comuns exige que a escola regular se organize para oferecer: 
Possibilidades objetivas de aprendizagem a todos os alunos, especialmente 
àqueles com deficiências. 
Tecnologias que permitam cada vez mais a integração de crianças com 
necessidades especiais nas escolas, facilitando todo o seu processo 
educacional e visando a sua formação integral. 
Um grupo de profissionais que trabalha em educação especial, como educador 
físico, professor, psicólogo, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta 
ocupacional e psicopedagogo. 
A indução e financiamento de Salas de Recursos Multifuncionais tem sido um 
dos programas mais importantes da atual política de Educação Especial. 
Definido como o lócus por excelência do Atendimento Educacional 
Especializado, passou a ser implementada nas redes municipais e estaduais 
de educação mediante editais e financiamento público federal. 
O Programa de implantação de Salas de Recursos Multifuncionais foi lançado 
pelo Edital nº 01 de 26 de abril de 2007 objetivando, 
Apoiar os sistemas de ensino na organização e oferta do atendimento 
educacional especializado, por meio da implantação de salas de recursos 
multifuncionais nas escolas de educação básica da rede pública, fortalecendo o 
processo de inclusão nas classes comuns de ensino regular [...] Selecionar 
projetos de Estados e Municípios para implantação de salas de recursos 
multifuncionais nas escolas de educação básica da rede pública de ensino; 
Expandir a oferta do atendimento educacional especializado aos alunos 
incluídos nas classes comuns do ensino regular (BRASIL, 2007). 
A oferta e ampliação do Atendimento Educacional Especializado estão 
articuladas, portanto, às salas de recursos multifuncionais. O Decreto 
6.571/2008 contém a definição acerca da ação da União em relação ao 
Atendimento Educacional EspecializaArt. 1o A União prestará apoio técnico e 
financeiro aos sistemas públicos de ensino dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios, na forma deste Decreto, com a finalidade de ampliar a oferta 
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do atendimento educacional especializado aos alunos com deficiência, 
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, 
matriculados na rede pública de ensino regular. 
O decreto contém ainda definição do Atendimento Educacional Especializado: 
Considera-se atendimento educacional especializado o conjunto de atividades, 
recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucionalmente, 
prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos alunos no 
ensino regular. [...] O atendimento educacional especializado deve integrar a 
proposta pedagógica da escola, envolver a participação da família e ser 
realizado em articulação com as demais políticas públicas. 
A Educação Especial foi tratada como um serviço educacional especializado 
complementar, suplementar ou substitutivo à educação regular a partir da 
Resolução CNE/CEB 2/2001. O programa de implementação de Salas de 
Recursos Multifuncionais (2007) e o Decreto 6.571/2008 definem 
o lócus privilegiado do Atendimento Educacional Especializado e reiteram a 
compreensão de Educação Especial como serviço complementar e 
suplementar à educação regular. 
A organização da política de Educação Especial nos últimos anos pode ser 
caracterizada como uma "política de resultados", ou seja, um privilegiamento 
de efeitos que mostrem vantagens na relação custo/benefício tais como maior 
número de alunos matriculados na relação com os investimentos financeiros. 
Tais resultados são constitutivos de uma gestão gerencial articulada à 
racionalização das atividades estatais e que não se atém a uma análise mais 
qualitativa da educação. Essa concepção de gestão implica uma tentativa de 
imposição do próprio processo de implantação da política quando define quais 
são as tarefas locais e como devem ser desenvolvidas. 
As principais características do modelo de gestão gerencial são: 
 a descentralização política, por meio da transferência de recursos e 
atribuições para os níveis políticos regionais e locais; 
 a descentralização administrativa, por meio da delegaçãode autoridade 
aos administradores públicos que se transformam em gerentes 
progressivamente autônomos; 
 organizações flexíveis no lugar de unitárias e monolíticas, nas quais as 
ideias de multiplicidade, de competição administrada e de conflito 
tenham lugar; 
 definição dos objetivos a serem atingidos na forma de indicadores de 
desempenho, sempre que possível quantitativos, que constituirão o 
centro do contrato de gestão entre o poder central e os dirigentes locais; 
 controle por resultados, a posteriori, em vez do controle rígido, passo a 
passo, dos processos administrativos; 
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 administração voltada para o atendimento do cidadão, ao invés de auto-
referida (AZEVEDO, 2002, p. 58). 
 
 
Educação inclusiva é uma modalidade de educação que inclui alunos com 
qualquer tipo de deficiência ou transtorno, ou com altas habilidades em escolas 
de ensino regular. 
 
 
 
POLÍTICAS E PRÁTICAS DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
A Educação Especial na perspectiva da inclusão é pautada em aspectos 
importantes como o respeito às diferenças e a consideração pela diversidade 
humana em todas as dimensões da sociedade: família, grupos sociais e mundo 
do trabalho. 
O público-alvo da Educação Especial no nosso país, a saber, pessoas com 
deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou 
superdotação, foi deixado à margem da educação por séculos. Nesse sentido, 
o presente artigo tem como eixo central a educação dessas pessoas, bem 
como as políticas e práticas que orientam a sua efetiva inclusão. 
A legislação educacional brasileira orienta o desenvolvimento de políticas de 
Educação Especial em uma perspectiva inclusiva. Essas devem ser colocadas 
em prática pelos gestores e professores, por meio de planejamento, reflexão e 
contextualização do currículo escolar, aliando a tais atividades o uso de 
tecnologias digitais. No entanto, salvo poucas exceções, os professores têm 
encontrado dificuldades em adotar novas abordagens. Muitas vezes, sem o 
apoio da gestão, optam por manter a educação tradicional e tecnicista, que se 
fundamenta na transmissão de informações pelo educador. 
 
Práticas Pedagógicas do Professor – Abordagem Construcionista, 
Contextualizada e Significativa (CCS) propõe a criação de ambientes de ensino 
e aprendizagem que despertem o interesse do estudante e valorizem a 
diferença humana, que é o real sentido da inclusão. 
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O professor assume o papel de mediador, criando meios para motivar o 
estudante a explorar, pesquisar, descrever, refletir e depurar suas ideias. 
Todas essas ações acontecerão a partir de um tema gerador de interesse 
comum ou de um problema enfrentado por toda a turma. Essa é uma maneira 
de levar os estudantes a olharem o contexto escolar ou social de forma mais 
global e aprofundada. 
Definido o problema, professor e estudantes decidem juntos os caminhos para 
resolvê-lo, com o desenvolvimento de um projeto. Trabalhando em grupos, 
esses estudantes elaboram pesquisas, coletam dados, fazem entrevistas e 
organizam mecanismos que vão além da sala de aula e que permitem a 
contribuição de cada um, de acordo com o seu ritmo e habilidades. 
 
 
Professor assume o papel de mediador, criando meios para motivar o 
estudante a explorar, pesquisar, descrever, refletir e depurar suas ideias. 
 
 
 
 
O Programa de Implantação de Salas de Recursos Multifuncionais foi instituído 
em âmbito federal com o objetivo de apoiar os sistemas públicos de ensino na 
organização e oferta do Atendimento Educacional Especializado (AEE). Em 
suas diretrizes, são apontadas as atribuições das secretarias de educação, dos 
gestores de escolas e dos professores para o desenvolvimento desse serviço. 
Destacamos algumas responsabilidades do professor: 
 
Elaborar, executar e avaliar o Plano de AEE do aluno, contemplando a 
identificação das habilidades e necessidades educacionais específicas; a 
definição e a organização das estratégias, serviços e recursos pedagógicos e 
de acessibilidade; o cronograma do atendimento, individual ou em pequenos 
grupos, e sua carga horária; 
 
Programar, acompanhar e avaliar a funcionalidade e a aplicabilidade dos 
recursos pedagógicos e de acessibilidade no AEE, na sala de aula comum e 
nos demais ambientes da escola; 
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Produzir materiais didáticos e pedagógicos acessíveis, considerando as 
necessidades educacionais específicas dos alunos e os desafios que estes 
vivenciam no ensino comum, a partir dos objetivos e das atividades propostas 
no currículo; 
 
Estabelecer a articulação com os professores da sala de aula comum e com os 
demais profissionais da escola, visando à disponibilização dos serviços e 
recursos e ao desenvolvimento de atividades para a participação e 
aprendizagem dos alunos nas atividades escolares, bem como as parcerias 
com as áreas intersetoriais; 
 
Orientar os demais professores e as famílias sobre os recursos pedagógicos e 
de acessibilidade utilizados pelo aluno, de forma a ampliar suas habilidades, 
promovendo sua autonomia e participação; 
 
Desenvolver atividades próprias do AEE, de acordo com as necessidades 
educacionais específicas dos alunos: ensino da Língua Brasileira de Sinais – 
Libras para alunos com surdez; ensino da Língua Portuguesa escrita para 
alunos com surdez; ensino da Comunicação Aumentativa e Alternativa – CAA; 
ensino do sistema Braille, do uso do soroban e das técnicas para a orientação 
e mobilidade para alunos cegos; ensino da informática acessível e do uso dos 
recursos de Tecnologia Assistiva – TA; ensino de atividades de vida autônoma 
e social; orientação de atividades de enriquecimento curricular para as altas 
habilidades/superdotação; e promoção de atividades para o desenvolvimento 
das funções mentais superiores. 
 
A discussão sobre políticas inclusivas costuma centrar-se nos eixos da 
organização sócio-política necessária a viabilizá-Ia e dos direitos individuais do 
público a que se destina. Os importantes avanços produzidos pela 
democratização da sociedade, em muito alavancada pelos movimentos de 
direitos humanos, apontam a emergência da construção de espaços sociais 
menos excludentes e de alternativas para o convívio na diversidade. A 
capacidade que uma cultura tem de lidar com as heterogeneidades que a 
compõe tornou-se uma espécie de critério de avaliação de seu estágio 
evolutivo, especialmente em tempos de fundamentalismos e intolerâncias de 
todas as ordens como este em que vivemos. 
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Nesse contexto a escola não se constitui de maneira diferente. Como território 
institucional expressivo da cultura em que se insere, a escola sofre pressões 
para acompanhar os novos tempos e lidar melhor com a diversidade do público 
que deve atender. 
 
 
 
POLÍTICAS EDUCACIONAIS E A FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA A 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA NO BRASIL 
 
Um pressuposto frequente nas políticas relativas à inclusão supõe um processo 
sustentado unicamente pelo professor, no qual o trabalho do mesmo é 
concebido como o responsável pelo seu sucesso ou fracasso. É claro que a 
aprendizagem dos alunos é uma das metas fundamentais, não só dos 
professores, mas de todo o profissional que esteja implicado com a educação 
e, sem dúvida, uma prática pedagógica adequada é necessária para alcançá-
Ia. Porém, acreditar que este objetivo possa ser alcançado apenas com a 
modificação destas práticas é uma simplificação que não dá conta da realidade 
de nossas escolas. Convém aqui lembrar um trecho da declaração de 
Salamanca que destaca: 
 
 
―A preparação adequada de todo pessoal da educação constitui um fator-chave 
na promoção do progresso em direção às escolas inclusivas‖. 
 
 
Uma política educativa que afirmeque sobre o professor recaem as 
esperanças de melhoria da educação brasileira tem como único efeito situar o 
professor frente a um ideal que adquire mais a dimensão de um ―fardo‖ a ser 
carregado solitariamente que de uma possibilidade a ser concretamente 
alcançada. Esta situação é facilmente verificável através das inúmeras queixas 
veiculadas pelos professores, muitas vezes impotentes, diante das dificuldades 
para atender a diversidade de seus alunos. 
Algumas metodologias para tratar dessa questão propõem a individualização 
do ensino através de planos específicos de aprendizagem para o aluno. Esta 
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concepção tem como justificativa a diferença entre os alunos e o respeito à 
diversidade. Porém, como pensar a inclusão se os alunos com dificuldades e, 
apenas eles, têm um plano específico para aprender? 
Um plano individualizado, nessa perspectiva, pode ser um reforço à exclusão. 
Levar em conta a diversidade não implica em fazer um currículo individual 
paralelo para alguns alunos. Caso isto aconteça, estes alunos ficam à margem 
do grupo, pois as trocas significativas feitas em uma sala de aula 
necessariamente acontecem em torno dos objetos de aprendizagem. 
As flexibilizações curriculares são fundamentais no processo de inclusão 
educativa. Porém, é necessário pensá-las a partir do grupo de alunos e a 
diversidade que o compõe e não para alguns alunos tomados isoladamente. 
Como aponta Páez (2001) atender à diversidade é atender as crianças com 
deficiências, mas também todas as outras diversidades que aparecem 
cotidianamente na comunidade. 
Seguindo ainda a presente reflexão, encontra-se em alguns textos a nítida 
separação entre objetivos de natureza acadêmica e objetivos de natureza 
funcional. Esta separação entre a aprendizagem e a integração social é 
artificial, pois sabemos que estes dois fatores são indissociáveis: fazer parte de 
um grupo implica compartilhar interesses e aprendizagens feitas no mesmo. 
Que inclusão pode ocorrer caso um grupo todo esteja trabalhando determinado 
tema, determinado problema, com exceção dos alunos A e S, que têm 
objetivos de natureza funcional a serem alcançados e não de natureza 
acadêmica, como seus colegas? Com base em que trocas será feita a 
socialização e a integração dos mesmos no grupo? Uma proposta educativa 
que não esteja atenta a tais questões apenas cristaliza a diferença do aluno 
com deficiência dentro da sala regular e reforça a sua exclusão, ainda que 
compartilhe o mesmo espaço físico que os outros. 
A Educação Especial é definida, a partir da LDBEN 9394/96, como uma 
modalidade de educação escolar que permeia todas as etapas e níveis de 
ensino. Esta definição permite desvincular ―educação especial‖ de ―escola 
especial‖. Permite também, tomar a educação especial como um recurso que 
beneficia a todos os educandos e que atravessa o trabalho do professor com 
toda a diversidade que constitui o seu grupo de alunos. 
Podemos dizer que se faz necessário propor alternativas inclusivas para a 
educação e não apenas para a escola. A escola integra o sistema educacional 
(conselhos, serviços de apoio e outros), que se efetiva promotora de relações 
de ensino e aprendizagem, através de diferentes metodologias, todas elas 
alicerçadas nas diretrizes de ensino nacionais. 
O surgimento da educação especial está vinculado ao discurso social posto em 
circulação na modernidade para dar conta das crianças que não se adaptavam 
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aos contornos da escola. Foi a partir deste lugar de ―criança não escolarizável‖ 
que as deficiências foram organizadas em um amplo espectro de diagnósticos, 
recortadas e classificadas com o apoio do saber médico. 
 
 
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA PERANTE A EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
 
A Educação Inclusiva é uma orientação dominante na maioria dos países que 
subscreveram a Declaração de Salamanca em 1994. Ao se definir a Educação 
Inclusiva (EI) como "para todos e para cada um", procura-se desenvolver e 
construir modelos educativos que rejeitem a exclusão e promovam uma 
aprendizagem livre de barreiras (RODRIGUES,2003). 
A inclusão escolar é um desafio crescente e representa uma busca constante 
pela dignidade e democratização. Dentro desse cenário os professores não 
podem fechar os olhos para a questão que abrange a inclusão escolar, partindo 
do princípio de conviver e respeitar as diferenças, e não tentar simplesmente 
ignorá-las e/ou anulá-las. Deste modo: 
A Educação Física (EF) como disciplina curricular não pode ficar indiferente ou 
neutra face a este movimento de Educação Inclusiva. Fazendo parte integrante 
do currículo oferecido pela escola, esta disciplina pode-se constituir como um 
adjuvante ou um obstáculo adicional a que a escola seja (ou se torne) mais 
inclusiva (RODRIGUES, 2003, p. 76). 
A inclusão não significa colocar os alunos com deficiências na sociedade, nas 
escolas, mas sim dar suporte, condições para que eles se desenvolvam e 
aprendam como os demais alunos. Segundo Mantoan (2003), a inclusão não 
está só ligada às políticas e à organização da educação especial e regular, 
mas também à ideia de que todos os alunos, sem exceções, devem frequentar 
as salas de aulas do ensino regular. Desta forma, a inclusão implica uma 
mudança de perspectiva educacional, não só se limitando aos alunos com 
algum tipo de deficiência, por exemplo, mas sim a todos que apresentam 
alguma dificuldade de aprender. 
Gomes et al. (2010), comentam que os professores de educação física terão 
que se especializar em lidar com as diferenças existentes em suas aulas. A 
inclusão do diferente, do estranho, da minoria (sejam elas religiosas, raciais, 
étnicas, de gênero ou pessoas com deficiência, etc.) não será suficiente para 
chegar num padrão desejado de educação inclusiva, pois, toda a tentativa de 
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inclusão poderá ocasionar nova exclusão. Por isso, Não basta que a escola 
assuma o discurso da diferença, mas precisa colocar a própria diferença em 
discussão. Pois novas formas de inclusão podem, estar acompanhadas de 
práticas pedagógicas de exclusão. (GOMES et al. 2010. p. 13). 
 Para Mantoan (2003) a inclusão parte do princípio de ensinar a turma toda e 
para conseguir. Assume-se, portanto, que os alunos sempre sabem alguma 
coisa, e que todo educador pode aprender. Além do mais, é de grade 
importância que o professor eleve as expectativas em relação à capacidade 
dos alunos e não desista nunca de buscar meios que possam ajudá-los a 
vencer os desafios escolares. O sucesso desta aprendizagem de todos está 
em explorar talentos e reconhecer as dificuldades e limitações de cada aluno, 
mas sem diferenciar o ensino para cada um deles. 
A Educação Física aparentemente é um componente curricular com grande 
potencial para proporcionar a inclusão escolar. Ela pode em muito colaborar 
com a efetivação de uma educação inclusiva e, por conseguinte, com a 
consecução do projeto pedagógico da escola. Na Educação Física o professor 
tem liberdade para organizar os conteúdos que vão ser aprendidos e 
vivenciados pelos alunos. Isso permite que os alunos tenham uma ampla 
participação nas aulas, mesmo aqueles que têm muitas dificuldades 
(RODRIGUES, 2003). 
Do Mesmo modo que a Educação Física pode ser um adjuvante para a 
inclusão ela pode se tornar resistente a ela, pela sua cultura desportiva e 
competitiva, excluindo pessoas que não se encaixam nos padrões de 
desempenho numa determinada competição durante as aulas, 
Muitas das proposições de atividades feitas em Educação Física, realizadas na 
base da cultura competitiva, podem ser observadas nas escolas. A prática 
desportiva, quando usada sem os princípios da inclusão, é uma atividade que 
não favorece a cooperação, que não valoriza a diversidade e que pode gerar 
sentimentos de satisfação

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