Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

1
ASPECTOS PSICOLÓGICOS NO 
ESTUDO DAS RELIGIÕES
Prof. Me. Marcelo Alves da Silva
2
ASPECTOS PSICOLÓGICOS 
NO ESTUDO DAS RELIGIÕES
PROF. ME. MARCELO ALVES DA SILVA
3
 Diretor Geral: Prof. Esp. Valdir Henrique Valério
 Diretor Executivo: Prof. Dr. William José Ferreira
 Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Profa Esp. Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Profa. Esp. Imperatriz da Penha Matos
 Revisão Gramatical e Ortográfica: Profª. Esp. Izabel Cristina
 Revisão Técnica: Prof. Dr. Roberto Ferreira
 
 Revisão/Diagramação/Estruturação: Clarice Virgilio Gomes
 Prof. Esp. Guilherme Prado
 Lorena Oliveira Silva Portugal 
 
 Design: Bárbara Carla Amorim O. Silva 
 Daniel Guadalupe Reis
 Élen Cristina Teixeira Oliveira 
 Maria Eliza Perboyre Campos 
© 2023, Faculdade Única.
 
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza-
ção escrita do Editor.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
4
ASPECTOS PSICOLÓGICOS 
NO ESTUDO DAS RELIGIÕES
1° edição
Ipatinga, MG
Faculdade Única
2023
5
 Mestre pela Faculdades Batista 
do Paraná (FABAPAR, 2019); MBA em 
Gestão de Projetos pela Faculdade de 
Araucária (FACEAR, 2016); Bacharel em 
Psicologia pela (UNINORTE, 2018); Gra-
duado em Administração pela Uni-
versidade Luterana do Brasil (ULBRA, 
2013); Graduado em História pela UNI-
SA (2022); Licenciado em Pedagogia 
(FAEL,2019); Graduado em Teologia 
pela Faculdade Evangélica do Piauí 
(FAEPI, 2016), Licenciado em Letras - 
Português e inglês; Licenciatura em Fi-
losofia (FAVENI). 
MARCELO ALVES DA SILVA
Para saber mais sobre a autora desta obra e suas qua-
lificações, acesse seu Curriculo Lattes pelo link :
http://lattes.cnpq.br/4428738938197577
Ou aponte uma câmera para o QRCODE ao lado.
http://lattes.cnpq.br/9738015571815808 
6
LEGENDA DE
Ícones
Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes 
nas quais você precisa ficar atento.
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão 
do conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar 
ícones ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para 
determinado trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, 
mostradas a seguir:
São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca 
virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro.
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade, 
associando-os a suas ações.
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos 
conteúdos abordados no livro.
Apresentação dos significados de um determinado termo ou 
palavras mostradas no decorrer do livro.
 
 
 
FIQUE ATENTO
BUSQUE POR MAIS
VAMOS PENSAR?
FIXANDO O CONTEÚDO
GLOSSÁRIO
7
UNIDADE 1
UNIDADE 2
UNIDADE 3
SUMÁRIO
1.1 Introdução ..............................................................................................................................................................................................................................................................................................10
1.2 O Conceito de Psicologia da Religião .................................................................................................................................................................................................................................11
1.3 Consideraçòes Históricas Sobre a Psicologia da Religiào ..................................................................................................................................................................................12
1.4 A Religião na Ótica da Psicologia .........................................................................................................................................................................................................................................16
FIXANDO O CONTEÚDO .........................................................................................................................................................................................................................................................................18
2.1 Introdução ............................................................................................................................................................................................................................................................................................23
2.2 O Fenômeno Religioso: Dimensão Antropológica e Psicológica ..................................................................................................................................................................23
2.3 Religião e Psicologia: um Diálogo Possível? ................................................................................................................................................................................................................25
2.4 O Cristianismo Puro e a Psicologia ...................................................................................................................................................................................................................................26
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................................................................................................................................................................................................................29
3.1 Introdução ...........................................................................................................................................................................................................................................................................................34
3.2 A Religião na Infancia .................................................................................................................................................................................................................................................................34
3.3 A Religião Juvenil ...........................................................................................................................................................................................................................................................................36
 3.3.1 A religião na Adolescência ......................................................................................................................................................................................................................................................36
 3.3.1 A religião na juventude ..............................................................................................................................................................................................................................................................37
3.3 A Religião na Fase Adulta e Madura ................................................................................................................................................................................................................................38
FIXANDO O CONTEÚDO .........................................................................................................................................................................................................................................................................41
APONTAMENTOS SOBREhumanos e crenças religiosas. É nessa fase da 
vida que se desenvolve o que Erik Erikson (1964) chama de "confiança central". Portanto, 
deve-se encontrar a capacidade e a oportunidade de acreditar. 
 O antropomorfismo é uma característica importante da religiosidade infantil, 
uma vez que a sua compreensão ou percepção sobre Deus é construída a partir da 
sua relação com outras pessoas. Tão logo a criança passe a entender e separar os dois 
universos – o das coisas e o das pessoas, o universo das pessoas passa a ser o mais 
importante na construção definitiva da sua personalidade. 
 De acordo com Merval Rosa:
 Ainda que para a criança a sua religiosidade seja ritualística, por se tratar de 
repetições de gestos e falas, como as orações, por exemplo, estes rituais apreendidos 
nesta fase tornam-se de grande significância ao longo de sua vida.
 A prática desses rituais nessa faixa de idade se dá pela imitação e pela sugestão, 
sendo comuns nas famílias que praticam com veemência a religião manifestada. A 
imitação por parte do infante faz com que haja uma internalização desses valores 
religiosos. A Bíblia sagrada diz: “Ensina a criança no caminho em que deve andar e 
quando for velho, não se desviará dele”. (Provérbios 22.6).
A criança tende a atribuir a Deus as mesmas caracte-
rísticas emocionais que observa nos pais ou nas pes-
soas com quem se relaciona significativamente. O que 
é pior é que, aparentemente, ela se impressiona mais 
com os aspectos menos louváveis das personalidades 
humanas e são eles os que mais influenciam seu con-
certo de Deus(ROSA, 1979, p.79)
Figura 2: A repetição como estratégia de fidelização religiosa
Fonte: Disponível em: https://shre.ink/2Bw5. Acesso em: 20 jan. 2023.
https://shre.ink/2Bw5
36
3.3 A RELIGIÃO JUVENIL
 Para compreensão meais didática, dividiremos esse tópico entre as etapas da 
religiosidade na adolescência e na juventude.
 De acordo com Groppo (2000, p. 23) “na juventude [...] a vida é nova, e as 
forças formativas estão começando a existir e as atitudes básicas em processo de 
desenvolvimento podem aproveitar o poder modelador de situações novas”.
 3.3.1 A religião na Adolescência 
 O começo e o fim da adolescência são grandemente determinados pelo contexto 
social a que o indivíduo está inserido e, portanto, do ponto de vista da evolução religiosa 
do ser humano, marcante. Não à toa esta etapa é também conhecida como a idade da 
crise religiosa, onde nela busca-se a aceitação dos grupos ou “tribos” culturais que não 
raramente entram em choque com as crenças e práticas, onde a religiosidade parece 
A religião é uma temática fundamental a vários ramos das ciências, principalmente para 
a Psicologia, pois, entende-se que estudar o homem é compreendê-lo, em seus mais 
variados aspectos, inclusive em sua religiosidade, uma vez que ela exerce um papel pre-
ponderante em todas as faixas etárias na vida do homem.
FIQUE ATENTO
Uniformidade: Característica ou condição do que é uniforme; que se comporta de maneira 
regular; que insiste nas mesmas ideias; que tem sempre as mesmas opiniões; regularida-
de.
Homogeneidade: Que se comporta de maneira regular; que insiste nas mesmas ideias; 
que tem sempre as mesmas opiniões; regularidade.
Marginalizados: Indivíduo mais ou menos improdutivo, indigente,
Glossário do desenvolvimento da pessoa humana (Piaget, 1896-1980)
Sensório-motor: vai do nascimento até 2 anos aproximadamente. A partir de reflexos bási-
cos, o bebê começa a criar esquemas de ação para assimilar mentalmente o seu entorno. 
A inteligência é prática. As noções de espaço e tempo, por exemplo, são construídas pela 
ação. O contato com o meio é direto e imediato, sem representação ou pensamento.
Pensamento pré-operacional: aproximadamente dos 2 aos 7 anos. Este estágio é divido 
em dois: Pré-conceitual e o intuitivo.
- O Pré-conceitual (ou simbólico) - O desenvolvimento cognitivo da criança entre dois e 
quatro anos é cada vez mais dominado pelo surgimento da atividade simbólica. 
- Intuitivo – As principais estruturas cognitivas utilizadas agora pela criança são denomi-
nadas egocentrismo, centração e irreversibilidade. 
Estágio Operações Concretas: – aproximadamente dos 7 aos 11 anos (coerência de pen-
samentos (.
Operações Formais: aproximadamente dos 12 anos em diante. As crianças tornam-se ca-
pazes de acompanhar a forma de um argumento ou de formular uma hipótese sem ne-
cessitar da experiência efetiva dos objetos ou situações concretas de que ela depende.
GLOSSÁRIO
37
tornar-se sempre mais problemática. 
 De acordo com Pratt (1959) a adolescência tem quatro tarefas críticas na vida. 
São eles: 1) desenvolver plenamente as habilidades e funções do organismo; 2) analise 
sua herança espiritual e torne-a sua; 3) adaptar-se à sociedade da qual passou a fazer 
parte integrante; e 4) passagem da categoria "coisa" para a categoria "pessoa". 
 O fator religioso parece desempenhar um papel importante em todas essas etapas 
de adaptação e mudança da personalidade. Esses fatos devem ser compreendidos à luz 
do que caracteriza a adolescência, denominada "renascimento", período de turbulência 
emocional sob a influência do impulso das energias adolescentes. Nesse período, o 
pensamento religioso também experimentou profundas mudanças resultantes do 
desenvolvimento cognitivo e da correlata descoberta das possibilidades da mente, 
da expansão do conhecimento e da descoberta do pluralismo cultural e ideológico 
característico de nosso tempo. Os efeitos mais importantes de acordo com Milanesi; 
Alett (1973)
 Fatores diversos como ambientais favoráveis como a família, os grupos de 
interesse, a escola, a comunidade eclesial torna-se importantíssimos na integralidade 
da personalidade no que se refere ao processo de maturação.
 Na adolescência os aspectos afetivos ocupam um papel de grande importância. 
A religiosidade poderá tornar-se uma referência desta afetividade, correndo o risco de 
sobreviver somente sobre superfícies afetivas e emotivas. Outra possibilidade é que seja 
um fator de estabilização emotiva, apresentando uma visão da realidade e oferecendo 
um sentido à vida, no qual se encontrará maior segurança e estabilidade.
 3.3.2 A religião na juventude 
 O humorista Chico Anísio (1931-2012), fazia um personagem chamado “Jovem”. 
Visto que sempre aparecia com sua mãe no quadro, O “Jovem” tinha um comportamento 
diferenciado para época, e por isso usava o bordão: ah, mãe, sou jovem! Jovem é outro 
papo. Além do humor salutar, podia-se notar pinceladas psicológicas na relação de 
mãe preocupada com o filho e ele vivendo conceitos avançados para a época. 
 Na juventude, os valores religiosos podem ser assumidos na estrutura da 
1. Subjetivismo: o adolescente tende a construir-se a 
própria religião, tendo por base as motivações pesso-
ais, adquiridas do confronto e da recusa da religiosida-
de infantil.
2. Conflito entre a pretensão totalizante do pensamen-
to religioso e a pretensão totalizante do pensamento 
científico, racionalista e positivista.
3. Relativização: Sob a base do pluralismo cultural e do 
pragmatismo funcional, o adolescente pode começar 
a considerar a religião como uma dentre as possíveis 
soluções aos problemas da vida, não a única.4. Cons-
ciência da des-funcionalidade da religiosidade infantil, 
em relação com os novos deveres da maturação e do 
crescimento da personalidade adolescencial. (MILANE-
SI; ALETTI, 1973, p. 181):
38
[...] os ritos de passagem não se configuram mais como 
possibilidades segundo nenhuma definição de juven-
tude. Em um contexto cultural caracterizado por dife-
rentes filiações, a interação dos planetas, a explosão de 
possibilidades de experiência individual, as fronteiras 
entre juventude e maturidade desaparecem. (SOUZA, 
2004, p. 51) 
personalidade de diversas formas. A integração pode ocorrer quando o comportamento 
religioso tende a se tornar o valor dominante, absoluto e último em toda a estrutura da 
personalidade. Neste caso, os valores religiosos tornam-se um filtro comumatravés 
do qual a experiência é finalmente julgada, deixando algo de fora da autenticidade e 
autonomia de experiências únicas. A possibilidade da marginalidade da religião torna-
se muito grande (MILANESI; ALETTI, 1973). 
 Nesse caso, a religião forma uma motivação parcial para comportamentos 
que não podem dar sentido global à existência, e outros valores são invocados para 
desenvolver a superioridade da personalidade. Havendo também a possibilidade de 
total marginalização, onde os valores religiosos são radicalmente afastados do projeto 
de vida, procurando-se motivos seculares para todos os comportamentos, devido a 
secularização e os valores transmitidos pela cultura em que o jovem está inserido.
 A presente sociedade, com sua dinâmica de constantes atualizações, pode 
oferecer às pessoas outras oportunidades que as façam checar suas verdades e buscar 
outras mais inoportunas. Assim, para o jovem, a velhice é um longo caminho, durante o 
qual muitos fatores podem causar grandes mudanças de personalidade.
 Hall (2005), enfatiza que a pós-modernidade têm se manifestado fortemente nas 
últimas décadas, especialmente na fragmentação de identidades outrora cristalizadas, 
gerando com isso microidentidades ao mesmo tempo, impondo com isso aos indivíduos 
que adotem identidades múltiplas, uma vez que as identidades referenciais do passado 
foram se deteriorando e ao longo do tempo se tornando superficiais e provisórias. 
 Souza afirma que:
 Os ritos de passagem tão comuns nas sociedades tradicionais, que definiam as 
fronteiras entre jovens e adultos, maturidade e imaturidade, já não são suficientes para 
caracterizar a juventude. Parecendo com isso que as fronteiras já não têm marcos, e 
os elementos que outrora orientavam a pertença e a identidade, ruíram num mundo 
de incertezas. Assim, na juventude, as ideias estão em constante transformação, o que 
possibilita que crenças, valores, tradições e práticas sejam reestruturadas a todo o 
momento.
3.4 A RELIGIÃO NA FASE ADULTA E MADURA
 De acordo com Rosa (1979), sobre à evolução psicológica do ser humano todas 
as fases do desenvolvimento são de igual modo importantes, e cada uma apresenta 
características distintas, havendo fases mais aceleradas do que outras. Os estudos de 
psicologia evolutiva, tradicionalmente, apontam e limitam esta evolução a períodos da 
infância e da adolescência. 
 Porém, vale ressaltar que essa evolução é um processo contínuo em todas as 
fases da vida, e portanto, não se deve entender que o desenvolvimento psicológico do 
39
ser humano termine nas fases iniciais da vida uma vez que a vida do homem, desde a 
sua formação até a morte, é um contínuo processo de ajustamento.
 Algumas das características marcantes da idade adulta podem ser apontadas 
como: a estabilidade emocional, os valores estabelecidos e as escolhas informadas. 
Considerando isso, a religiosidade tem um papel protetivo de menor significância do 
que nas faixas etárias antecedentes. 
 Para os estudiosos do comportamento para que se compreenda melhor 
o dinamismo religioso, é necessário se apropriar de uma visão mais ampla das 
características psicológicas da vida adulta. 
 Lewis Joseph Sherrll, diz que o papel por excelência da religião é ajudar o homem 
na formulação de um conceito adequado da vida e do universo. Nesta fase da vida 
adulta - entre 30 e 50 anos de idade - o homem encontra-se no processo de formulação 
de sua filosofia de vida.
 Há também uma forte associação positiva entre envolvimento religioso e saúde 
mental, incluindo transtornos leves como ansiedade, transtornos moderados como 
depressão e transtornos graves como psicose. Indivíduos não religiosos apresentaram 
duas vezes mais chances de desenvolver problemas de saúde mental (CAMPOS, 2012). 
 Na área da saúde física, foi encontrada uma forte relação entre a fé e a cura, 
mesmo nos casos em que os pacientes foram abandonados pelos médicos, onde os 
próprios pacientes atribuíram a cura à fé. Se a fé e as práticas religiosas não melhorarem 
ou prolongarem a vida com sucesso, elas podem melhorar a qualidade e o significado 
da vida (STROPPA, 2008). 
 Na fase mais madura da vida a religião pode se configurar como auxílio 
exponencial na vida de uma pessoa idosa no sentido de ajudá-la no processo de 
envelhecimento objetivando ajudá-la a enfrentar o fim da sua vida sem amarguras, 
traumas ou ressentimentos. 
 Portanto, pode-se inferir que uma das formas de lidar com a morte e o adoecimento 
está relacionada à força da fé e das crenças religiosas (Oliveira, 2018). Entende-se que 
a religião permite reinterpretar o sofrimento, confere-lhe certa positividade e possibilita 
que as pessoas transformem seu sofrimento por meio de vivências religiosas. Em 
diversas situações de conflito, a religiosidade funciona, assim, como uma âncora que 
traz o indivíduo de volta a um estado positivo que é constantemente cultivado de acordo 
com suas experiências espirituais (Stroppa, 2008).
 Assim sendo, embora agora vivamos um processo crescente de secularização 
caracterizado por um enfraquecimento do sagrado, uma perda de interesse pela 
experiência religiosa da comunidade, a religiosidade permaneceu uma constante 
humana, mesmo que não seja mais cultivada. todos os indivíduos da espécie (MONDIN, 
1980, p. 218).
O Fenômeno Religioso é encontrado verificado em todas as épocas e pratica-
mente em todas as culturas e lugares do mundo. A humanidade busca respos-
tas e nesse intento relaciona-se com um ser superior, que lhe serve de bussola 
e de consolo diante dos embates do mundo. Para se aprofundar mais sobre a 
temática do fenômeno religioso indicamos o livro: Linguagem e fenômeno reli-
gioso: Alfredo dos Santos Oliva, Curitiba: Intersaberes: 2021. (p.96-114). Disponível 
em: https://shre.ink/2Bwg. Acesso em: 20 jan. 2023.
BUSQUE POR MAIS
https://shre.ink/2Bwg
40
O mundo viveu uma pandemia recente por Covid-19 que mudou a vida de todos. Nunca 
essa geração conviveu tão próxima da morte quanto nos últimos anos. Os afetamentos 
psicológicos, sociais, econômicos, espirituais etc., em todas as faixas etárias ainda são 
desconhecidos. Sabidamente a religião como fenômeno humano tem natureza ontoló-
gica porque foi criada a partir da percepção humana do sagrado e do profano. Os afe-
tamentos psicológicos como desvalia, desesperança, humor alterado se potencializaram 
nos anos mais agudos da pandemia em razão do isolamento social. O homem busca 
repetidamente um sentido devido ao sentimento de incompletude e de desamparo dian-
te das crises. Dessa forma como você avalia a importância da religião em questões que 
causam ansiedade e incertezas sobre o passado, o presente e o futuro, do tipo: o que 
acontece após a morte? A luz realmente se apaga e nada mais existe? Qual é o sentido 
da minha vida se eu não nascer, viver e morrer?
VAMOS PENSAR?
41
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (CESPE – CEBRASPE). Assinale a opção correta acerca do fenômeno religioso na 
sociologia, segundo Durkheim.
a) uma crença religiosa é formada pela somatória das crenças individuais dos membros 
de determinado grupo.
b) o que define o fenômeno religioso é a crença no sobrenatural e na divindade.
c) a religião classifica as coisas ideais ou reais em duas categorias heterogêneas: o 
sagrado e o profano.
d) a natureza do homem se opõe a religião.
e) a religião se organiza a partir das categorias a priori do pensamento, como tempo, 
espaço, gênero, causa e substância.
2. Assim como se observam numerosas tentativas dos estudiosos de definir a religião, 
variam as explicações acerca da origem do fenômeno religioso. A esse respeito, assinale 
a opção que associa corretamente a descrição do fenômeno religioso ao respectivo 
pensador que a propôs.
a) consoante clifford geertz, religião é um sistema de símbolos que estabelece poderosas 
disposições e motivações nos homens e nas mulheres para que eles e elas justifiquem 
guerras de fundo religioso.
b) segundo peter berger, religião é um empreendimento humano, de natureza 
psicológica, pormeio do qual é instaurado um cosmo ao mesmo tempo sagrado e 
profano.
c) na visão de sigmund freud, a religião é a neurose infantil da humanidade e consiste na 
tentativa de resolver o problema do sentimento de culpa decorrente da ambivalência 
afetiva em relação ao desejo incestuoso pela mãe.
d) sob a perspectiva de karl marx, a religião é o laço que une todas as pessoas entre si 
e essas a deus, em obediência aos seus desígnios superiores.
e) de acordo com emile durkheim, não há religiões falsas, pois todas correspondem a 
condições dadas da existência humana e são necessidades sociais.
3. (FUNPAR-NC). Segundo os autores Oliveira e Hanke (2017), em seu texto “Adolescer 
na Contemporaneidade: Uma crise dentro da crise”, há a necessidade de se pensar o 
momento histórico atual para repensar os desafios da experiência da puberdade para 
os adolescentes contemporâneos. A respeito do assunto, assinale a alternativa correta.
a) no mundo atual, ao contrário do que predisse freud, a ciência ocupa o lugar antes 
ocupado pela religião, mantendo a onipotência da imago paterna.
b) o adolescente pode contar ainda menos com o outro diante das crises do mundo 
contemporâneo.
c) a sociedade atual, capitalista e de produção, é marcada por um supereu falível e 
fraco, que renuncia ao acúmulo.
d) na atualidade, o adolescente é chamado a se identificar com identidades fixas, 
42
construídas a partir dos conteúdos normativos da sociedade.
e) o modo de gozo contemporâneo é organizado pelo ideal, que modula a satisfação 
retirada da sensação de tarefa cumprida.
4. (VUNESP). Piaget compreende o desenvolvimento cognitivo como algo que contém 
uma dinamicidade; a inteligência existe na ação, modifica-se numa sucessão de 
estágios, que compreendem uma gênese, uma estrutura e a mudança destas. E, 
em relação às estruturas, em evolução intelectual e cognitiva da criança, de todo o 
desenvolvimento mental, deve-se considerar, na perspectiva de Piaget, a existência de 
fatores que colaboram para esse processo; são eles:
a) adaptação ao meio físico e social, relacionado com as experiências do indivíduo ao 
seu redor.
b) estruturas inatas do indivíduo, suas experiências e sensações.
c) maturação biológica que depende do exercício, da experiência adquirida e ainda da 
vida social.
d) acomodação ao meio ambiente, estruturas herdadas e adquiridas pelas experiências.
e) assimilação e acomodação ao mundo exterior, pessoas, coisas e objetos, novas 
experiências.
5. Na elucidação do conceito de sagrado, duas obras servem de referência para os 
estudos da questão. A primeira, escrita por Rudolf Otto, expressa o sagrado como algo 
grandioso e magnífico, provocando medo e admiração no homem. Já a segunda, escrita 
por Eliade, volta-se para a forma inovadora de se aproximar das estruturas religiosas 
através da percepção de como o divino se revela ao crente. São obras escritas por 
Mircea Eliade:
a) história das ideias sociais, imagens e símbolos, o sagrado e o profano, origens: história 
e sentido na religião.
b) história das crenças religiosas, imagens e representação, o sagrado e o profano, 
origens: história e sentido na religião.
c) história das crenças religiosas, imagens e símbolos, o sagrado e o profano, origens: 
história e sentido na religião.
d) história das ideias religiosas no brasil, imagens e símbolos, o sagrado e o profano, 
origens: história e sentido na religião.
e) história das decisões sociais, sonhos e símbolos, o sagrado e o profano, origens: 
história e sentido na religião.
6. Leia o enunciado abaixo e marque a alternativa correta.
De acordo com Paiva (1990), existe uma relação importante entre a Psicologia e a religião. 
Na ótica deste autor, para compreender o papel da religião no contexto psicológico é 
preciso identificá-lo e associá-lo a outros campos em que a religião também impacta, 
referindo-se a:
a) psicologia do desenvolvimento.
b) psicologia forense.
c) psicopatologias.
43
d) psicologia clínica.
e) psicologia cognitiva.
7. Leia o enunciado abaixo e marque a alternativa correspondente” 
Quando estudamos o sagrado, vimos que inúmeras culturas, os seres e objetos sacros 
o nosso mundo_______________ a ele. As primeiras experiências religiosas são por 
isso panteístas, ou seja, nela tudo são deuses, e estes estão em toda parte, espalhados 
pela natureza.”
(Chauí, Marilena. Introdução à Filosofia. São Paulo. Ática, 2010. p.239.)
Assinale a alternativa que completa corretamente a afirmativa anterior. 
a) rechaçados.
b) eminentes.
c) transcendentes.
d) eloquentes.
e) imanentes.
8. O ponto de partida da religião infantil é provavelmente a satisfação de certas 
necessidades básicas de seu próprio ser. Uma das necessidades básicas das crianças 
é a necessidade de relacionamentos humanos e crenças religiosas. É nessa fase da 
vida que se desenvolve o que Erik Erikson (1964) chama de ____________________. 
Portanto, deve-se encontrar a capacidade e a oportunidade de acreditar.
a) confiança transcendental.
b) confiança central.
c) enculturação.
d) estágio operações concretas.
e) estágio operações formais.
44
A RELEVÂNCIA DO 
FENÔMENO 
RELIGIOSO PARA O 
HOMEM E A 
SOCIEDADE 
45
 A religião é um fenômeno universal e de uma complexidade inevitável. A vivência 
do sagrado é inusitada, é algo fora do cotidiano da vida humana. A busca pela verdade 
está presente no ser humano em qualquer sociedade, ele acredita numa forma de vida 
superior, que criou todas as coisas, e que todas as coisas subsistem por esse poder 
supremo, transcendente, o qual é capaz de controlar a vida humana e todo o universo. 
 Segundo Malinowski (1984)
 De acordo com o Dicionário Aurélio, felicidade é a “qualidade ou estado de feliz”. 
O substantivo feminino é descrito ainda como “bom êxito, sucesso”. Sabemos que a 
religião tem um forte poder de influência sobre o ser humano e pressupõe-se que ela 
traga respostas às indagações mais íntimas do homem. 
 Sobre felicidade ou virtude, vale salientar o que dois ícones da Filosofia defendem. 
De acordo com Platão, a virtude nada mais é do que a capacidade da alma de cumprir 
o seu propósito, ou seja, de dirigir o homem racional e integralmente da melhor forma 
possível. Infere-se que o entendimento de Platão a cerca da felicidade é relativa à 
condição do homem no mundo e aos papeis que lhe são atribuídos, devendo estes serem 
cumpridos diante da sociedade. A aplicação dessa fórmula pode ser exemplificada 
assim: o propósito de uma cadeira é a possibilidade de alguém sentar-se nela, a virtude 
 Sabe-se que a religião, como parte integrante da história desde a sua origem, 
é um espaço importantíssimo e ao mesmo tempo indissociável de todo o contexto 
sociológico vivenciado por todas as gerações anteriores e atuais.
 Sinais do sagrado são encontrados em praticamente todas as culturas conhecidas. 
Não importa se são seres naturais revestidos de poderes sobrenaturais - água, fogo, 
vento, animais - ovelhas, vacas, cobras, seres humanoides - santos, heróis ou seres 
fictícios - anjos, demônios. Em outros casos, não há deuses, mas costumes, regras ou 
rituais que possuem dimensões sagradas. 
 Por exemplo: para alguns povos indígenas o sol e a lua são considerados sagrados, 
para os hindus a vaca é um animal idolatrado, os judeus não adoram deuses mas têm 
seu conjunto de dogmas próprios, assim como os budistas que fazem de todo o universo 
uma entidade sagrada.
 De acordo com Marilena Chauí, o “sagrado opera o encantamento do mundo” 
(CHAUÍ, 1998, p. 97), ou seja, essa forma de crença nos impele a um mundo povoado de 
seres sobrenaturais com poderes ilimitados que interagem conosco, nos recompensando, 
nos punindo, nos auxiliando etc. 
4.1 INTRODUÇÃO
4.2 A FELICIDADE A PARTIR DA RELIGIOSIDADE
Não existem povos, por mais primitivos que sejam, sem 
religião e magia. Tampouco há povos primitivos sem 
atitudes científicas ou ciência, mesmo que se lhes fosse 
negada esta capacidade. Encontrou- se nestas socie-
dades duas esferas distintas, o sagrado e o profano; em 
outraspalavras, o domínio da magia e religião como o 
da ciência. (MALINOWSKI 1983, p. 19),
46
de um médico é cuidar dos seus pacientes etc.
 Já para Aristóteles, que insistiu no caráter contemplativo da felicidade, em seu 
grau superior, apresentando, o que consideramos, um tipo de entendimento mais 
amplo definindo-a como “certa atividade da alma, exercida de em conformidade com 
a virtude”.
 Assim, a felicidade não cerceia, mas inclui a satisfação das necessidades e 
das aspirações gerais. Portanto, de acordo com Aristóteles os homens felizes devem 
manifestar, distintamente, três espécies de bens, quais sejam, os bens exteriores, o 
corpo e a própria alma.
 Segundo Catão (1995), o estudo dos fenômenos religiosos é claramente necessário 
para compreender causa/efeito nas sociedades. O resultado, positivo ou negativo, 
varia de sociedade para sociedade na medida em que a religiosidade internalizada é 
enfatizada em uma prática mais ou menos exteriorizada. 
 Segundo Pargamenti (2010), embora ainda existam estudos empíricos que 
confirmem o estereótipo de que a religião pode promover passividade e negação diante 
da doença médica, a maioria deles enfoca os efeitos benéficos do tratamento religioso 
em medidas de saúde psicológica e bem-estar das pessoas.
 De acordo com o autor acima. a maioria desses estudos relaciona o enfrentamento 
religioso como prática positiva a saúde física positiva e mental, especialmente entre 
pessoas com doenças graves. Se por um lado a religião pode ser útil para enfrentar 
doenças, por outro também pode aumentar o estresse e a tensão. Com base nisso, 
pode-se concluir que o papel transformador da religião não deve ser subestimado.
 A dimensão religiosa para enfrentamento de doenças físicas e mentais foi 
negligenciada por muito tempo, mas esse quadro tem mudado radicalmente sobretudo 
nos últimos anos. A partir dos vínculos observados entre religiosidade e saúde e bem-
estar, alguns psicólogos passaram da pesquisa para a prática e perceberam que a 
sensibilidade à dimensão religiosa aumenta a eficácia das intervenções clínicas e, assim, 
tornou-se um poderoso recurso no tratamento de pacientes. Conquanto, a religião 
não pode ser negada como parte integrante, rica e multidimensional do processo de 
sobrevivência das pessoas. 
 Dessa forma, trazemos alguns apontamentos sobre vantagens das pessoas que 
buscam a felicidade por meio da religião/ espiritualidade. 
Crenças religiosas influenciam o modo como pessoas 
lidam com situações de estresse, sofrimento e proble-
mas vitais. A religiosidade pode proporcionar à pessoa 
maior aceitação, firmeza e adaptação a situações di-
fíceis de vida, gerando paz, autoconfiança e perdão, 
e uma imagem positiva de si mesmo. Por outro lado, 
dependendo do tipo e uso das crenças religiosas, po-
dem gerar culpa, dúvida, ansiedade e depressão por 
aumento da autocrítica (STROPPA; MOREIRA-ALMEIDA, 
2008, p. 5).
47
 Um fenômeno religioso dá a uma pessoa um sentido existencial completo, 
pelas experiências com o que considera, sagrado, o indivíduo se enche de emoções e 
aceitação mesmo percebendo a brevidade da sua vida.
 Com base nisso, é possível inferir o importante papel da religião na sociedade, 
como é o alicerce sobre o qual repousa suas esperanças. Sem essa conectividade a 
ordem emocional das pessoas estaria desregulada. A paz interior que a religião oferece 
diante de tantos conflitos porque passam todos os seres humanos, ainda que diante de 
suas limitações traz um sentimento de quietude e de que nada está fora do controle do 
ser divino. 
Estilo de vida saudável; O ensino religioso tem a perspectiva da li-
berdade de vícios diversos.
Valorização da pessoa Os relacionamentos proporcionam aproxi-
mação e interação das pessoas.
Meditação A busca pelo transcendente que pode aju-
dar a enfrentar as adversidades de vida
Apontam para um propósito na vida Referem-se à vida após a morte, aliviando o 
medo da morte. 
O transcendente é a figura do apego Que completa ou dá suporte aos indivíduos
Quadro 3: Vantagens em ter uma vida religiosa
Fonte: Elaborado pelo autor (2023)
Para que você possa se aprofundar com relação a vida feliz do cristão ainda que 
diante das intempéries da vida, indicamos o livro do Papa Francisco” Na Alegria 
o modo de vida do cristão”, cap. 1 – Da tristeza à alegria, Que está disponível na 
Biblioteca Virtual Pearson: https://shre.ink/2Bx0. Acesso em: 20 jan. 2023. 
BUSQUE POR MAIS
Religiosidade significa mobilizar energia positiva, fé. As pessoas que têm fé se sentem 
mais fortes diante das dificuldades e continuam lutando pela sua sobrevivência, acredi-
tando que irão se recuperar de suas doenças, com ajuda sobrenatural. A fé faz o indivíduo 
acreditar em um agente transcendente que pode intervir favoravelmente em sua situa-
ção particular de vida e, especialmente no caso de doença mental, no curso da doença e 
em seus efeitos na vida cotidiana.
FIQUE ATENTO
 Segundo Moreira-Almeida (2009), os campos da medicina e da psicologia têm 
estreitado laços e publicado pesquisas científicas rigorosas sobre a relação entre 
espiritualidade/religiosidade e saúde mental nas últimas décadas, mostrando o não 
cumprimento da previsão por parte de alguns psiquiatras sobre o desaparecimento da 
espiritualidade/religiosidade. 
4.3 IMPORTÂNCIA DA ESPIRITUALIDADE/RELIGIOSIDADE NA SAÚDE MENTAL
https://shre.ink/2Bx0
48
 Com efeito, essa espiritualidade ainda é relevante na vida milhares de pessoas 
pelo mundo, indicando ainda que panoramicamente que a participação religiosa está 
associada a melhores indicadores de saúde mental e bem-estar.
 De acordo com o CRP – SP, 2015), a espiritualidade é a busca de sentido para 
a vida que pode ou não estar ligada a uma crença religiosa. A religião desempenha 
um papel importante na vida de muitas pessoas porque satisfaz a necessidade de 
um relacionamento com o sagrado e de harmonização com o mundo. Sobretudo em 
situações difíceis, quando as pessoas procuram apoio em suas comunidades de fé 
diante de doenças, violência, perdas familiares e financeiras e muitas outras dificuldades.
 Assim os teólogos, líderes religiosos também são canais de ajuda aos fiéis que 
lhes procuram servindo de apoio ao ouvir-lhes e acompanharem nas suas demandas.
Para o psicólogo Edilson Souza, o sagrado, quando percebido e aceito pelo profissional 
que lida com as angústias da alma humana e enquanto pertencente à história de cada 
indivíduo, merece ser ainda mais aprofundado como elemento capaz de auxiliar no 
processo de intervenções nas adversidades e tensões do sujeito (SOUZA, 2006, p. 31).
 Portanto a dialética entre religião e psicologia tem uma agenda ampla e um 
longo caminho a percorrer. Segundo Jorge Léon, os líderes religiosos não são intrusos 
quando migram para o campo psicológico, pois o cuidado mental e espiritual foi tarefa 
exclusivamente religiosa durante milhares de anos, ratificada por ilustres representantes 
da psiquiatria e da psicologia (LEÓN, 1996, p. 18). 
 De acordo com Schneider-Harpprecht (2011) os principais objetivos do 
aconselhamento pastoral são: através da liberdade crista encontrar um significado 
A presença do religioso no modo de construir e viven-
ciar o sofrimento mental tem sido observada por muitos 
dos pesquisadores. Assim é o caso tanto em estudos 
com contornos mais qualitativos e etnográficos, como 
com os mais bem quantitativos e epidemiológicos. Isso 
também é constatável tanto para os transtornos men-
tais mais leves, como ansiedade e depressão, como 
para os quadros graves, como nas psicoses. A busca 
por algum alívio do sofrimento, por alguma significação 
ao desespero que se instaura na vida de quem adoece, 
parece ser algo marcadamente recorrente na experi-
ência, sobretudo para as classes populares (Dalgalar-
rondo, 2007, p. 32).
Somente aqueles que se despirem de qualquer pre-
conceito – seja com relação ao lugar da ciência na 
sociedade pós-moderna, ou com relação ao lugar do 
sagrado na experiência individual de cada ser – po-
derãodesenvolver uma sensibilidade capaz de ouvir 
o outro em suas angústias; algumas articuladas pelos 
processos discursivos que trazem o sagrado. Sagrado 
que não precisa ser desqualificado como uma simples 
manifestação das disfunções e transtornos da alma, e 
sim como elemento integrador e reconciliador do ho-
mem consigo e com o semelhante (SOUZA, 2006, p. 31).
49
concreto para a liberdade cristã, tendo direito de viver e cuja aceitação vem da graça 
de Deus, e ajudá-los a viver conscientemente. e como adultos em sua relação com o 
transcendente, consigo mesmo e com os outros (SCHNEIDER - HAPRECHT, 2011, p. 256). 
 Assim, o cuidado pastoral (poimênica) e o aconselhamento aparecem como 
“uma expressão da vida em comunidade, não uma tarefa dos padres ou de outros 
especialistas da igreja” (SCHNEIDER-HARPRECHT, 2011, p. 257). 
 É uma forma especial de diálogo, cuja base social é a convivência no contexto 
eclesial, por parte dos fiéis ou membros dessas comunidades
 Assim, verificou-se que a religiosidade/espiritualidade tem efeitos potenciais na 
saúde física e foi identificada como um fator exponencial na prevenção de doenças 
em uma população previamente saudável e considerável redução na mortalidade e 
minimização dos efeitos de várias doenças. Estudos independentes, principalmente 
envolvendo um grande número de voluntários e populações representativas, mostraram 
que a atividade religiosa regular reduziu o risco de morte em cerca de 30% e em até 25% 
após o ajuste para fatores de confusão. 
 É inegável o efeito que o fenômeno religioso causa nas pessoas ao redor do 
mundo. A religião pode e deve ser considerada útil, mas também pode se tornar um 
problema em vez de melhorar a vida das pessoas.
 Todas as religiões são no começo dinâmicas, revolucionárias, criativas, 
transformadoras. [...] Mas com o tempo, a religião; cria instituições, regras rígidas, 
autoridades... e então torna-se conservadora, estagnada e até contra –evolucionária 
(INCONTRI, 2002, p. 87). 
 Outra coisa a ser considerada é quando ocorre a substituição da religião e de tudo 
o que ela representa por elementos ou coisas que podem não ser totalmente ruins, mas 
que a caracterizam de maneira desvirtuada, e com isso, provavelmente a eliminarão. 
 De acordo FEURBACH (1988, p. 24), “[...] para substituir a religião, a filosofia deve 
ser entendida como religião, enquanto filosofia... A fé foi substituída pela descrença... Em 
vez dos ensinos bíblicos, a razão." 
 Na tentativa de provar que Deus está morto, conforme afirmativa de Frederick 
Nietzsche (1844-1900), e assim substituir a religiosidade, a fé e a Bíblia, vamos contra a 
história e repetimos a história, onde as pessoas tentam matar Deus e tudo relacionado 
a ele. 
 Contudo, é sabido que as religiões (das mais primitivas às mais avançados) 
surgiram quando os mecanismos neuropsicológicos humanos foram refinados e 
assumiram as características do cognitivo humano. 
 Essas qualidades estavam relacionadas a sentimentos, são consideradas 
necessárias e de alguma forma relacionadas a forças ou entidades transcendentais. 
 Quando consideramos a literatura de saúde, especialmente aquelas que 
admitem a relevância na inclusão de dimensões religiosas e espirituais em tratamentos, 
terapêuticos a espiritualidade é apontada como o termo mais apropriado por 
pesquisadores, ainda que com menos embates, não ocorre de modo neutro. 
4.4 A SIMBOLOGIA RELIGIOSA E SUA SIGNIFICÂNCIA 
NO CONTEXTO PSICOLÓGICO
50
 4.4.1 As práticas religiosas nos papéis sociais
 Essa evolução da religião levou milhares e milhares de anos. Tudo se percebe 
muito claramente nas formas históricas da religião, encontradas em vestimentas 
diversas, práticas, conceitos e rituais, que apontam para estados e percepções muito 
semelhantes entre os seus praticantes, dessa forma podemos inferir que as experiências 
religiosas têm muitos pontos de contato como já mencionados, nas suas práticas, 
rituais, crenças essenciais. etc. 
 Enquanto sistema simbólico que dá significado às coisas e às ações humanas, a 
religião influencia e determina comportamentos e propõe normas. Ela colabora para a 
construção do estilo e da identidade das culturas (TERRIN, p. 85-87). 
 Sabidamente a religião cria papéis diversos moldando comportamentos, 
atribuindo ou agregando valores aos indivíduos que as praticam. Em alguns casos, 
funciona como uma vestimenta que um indivíduo usa para assumir a pertença a um 
determinado grupo e manifestar a sua identidade especial. 
 Portanto, é comum em alguns lugares ou em determinados tempos e situações, 
identificar a religião como uma força motriz que sustenta e legitima a ordem social 
vigente. Mas vale destacar que às vezes a vemos como um elemento subversivo e 
inovador que expressa a insatisfação de grupos marginalizados deixados de fora do 
sistema atual (SCHIAVO, 2020). 
 A psicologia levantou uma suspeita semelhante, argumentando que os povos 
primitivos tendiam a personificar e honrar os fenômenos naturais. No entanto, ao 
contrário da sociologia da religião, a psicologia afirma que uma pessoa:
Do grego “symbolon”, o símbolo tem a capacidade de conectar efetivamente duas rea-
lidades aparentemente diferentes, tem um lugar fundamental na estrutura da religião, e 
para todas as religiões podem expressar um significado diferente em seu cosmos, uma 
vez que um símbolo é tanto um elemento externo (da natureza) quanto um elemento hu-
mano interno (palavra, gesto, expressão etc.), que revela um significado oculto. Um sím-
bolo tem um duplo significado: o que é verdadeiro e o que significa. Portanto, a linguagem 
simbólica pode não só revelar, mas também esconder. 
De acordo com Levi-Strauss (1908-2009), todas as culturas do mundo se caracterizavam 
como um sistema de signos (ou símbolos), que são partilhados e estruturados por prin-
cípios que estão presentes no próprio funcionamento da mente humana. Uma vez que 
cada religião tem seus símbolos, pois são elementos que expressam o significado da sua 
fé, da sua cosmovisão, das suas normas, tradições, rituais, esperança, natureza e, sobre-
tudo, a sua relação com o mundo. Normalmente os fiéis utilizam os símbolos por entende-
rem que são meios poderosos para alcançar seus desejos ou reforço de suas vinculações 
religiosas.
Diante do exposto e de acordo com suas percepções, faça uma breve descrição sobre 
como as pessoas religiosas usam os símbolos para realizar seus desejos ou fortalecer os 
laços religiosos.
VAMOS PENSAR?
 [...] não teria criado a religião, mas a beleza e a mag-
nitude dos fenômenos da natureza despertaram nele 
sentimentos em relação ao infinito, à crença em divin-
dades com poderes de dirigir a natureza. A gênese da 
51
 Muitos pesquisadores apontam para três instâncias antropológicas que 
contribuíram, de acordo com suas pesquisas, para a criação e consolidação do sagrado, 
a saber: o medo, o poder e o desejo (TERRIN, p. 227-230). 
 O medo seria não apenas um sentimento, mas a experiência concreta de se 
encontrar em desvantagem. O poder pode ser entendido como aquilo que a pessoa 
descobre de “sobrenatural” no mundo e que lhe causa assombro. 
 Quanto mais improvável o fenômeno se apresenta, mais poderoso e consiste 
no mesmo se torna. E os que fazem a mediação entre o sagrado/ transcendente e a 
humanidade se tornam também indivíduos muito poderosos, uma vez identificado que 
o desejo comum é a necessidade de salvação, que sentem os seres humanos. 
 Trata-se da busca da própria totalidade, do conjunto de motivações que 
encorajam as pessoas na direção da “completude”, da procura de algo que lhes revele 
o sentido da própria existência. Essa busca por um propósito para a existência do 
homem, varia desde o desejo de resolver pequenos problemas pessoais e sociais até a 
necessidade de encontrar formas de enfrentar situações destrutivas e difíceis.
 A importância da religião e de suas práticas na vida do indivíduo pode ser 
observada na percepção de como a experiência religiosa tem uma influência direta 
no cotidianodessa pessoa, de tal maneira que consegue modificar suas atitudes e 
comportamentos. Essas experiências apresentam a pessoa a um mundo inteiramente 
novo, que só pode ser compreendido por aqueles que já passaram pelas mesmas 
experiências, comungam da mesma fé ou experimentaram dos mesmos rituais (TOLOVI, 
2019; AMATUZZI, 1997).
 Pesquisas sobre religião e saúde têm sido realizadas abordando as possíveis 
conexões entre a mente e vários aspectos do comportamento humano, como 
emoções, depressão, suicídio, ansiedade e personalidade (KOENIG, 2012). Todos eles 
são vistos como ferramentas que influenciam significativamente o desenvolvimento da 
personalidade do sujeito. 
 Na unidade anterior, vimos que de acordo com (PIAGET, 1896-1980) a formação 
(desenvolvimento) da personalidade é um processo continuado, pois é formada 
por características biológicas, psíquicas e sociais, herdadas e adquiridas, sofrendo 
pequenas modificações no decorrer dos anos, a partir de experiências vividas que vão 
se transformando em elos para a construção da personalidade. 
crença seria o medo do sobrenatural (MARCONI; PRE-
SOTTO, 2010, p. 161).
52
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (BANCA CESP/ adaptado). Considerando que a religiosidade/espiritualidade pode 
ocupar um espaço importante no contexto de doenças graves, julgue os itens seguintes 
e marque a alternativa correta.
I. Modelos explicativos tentam compreender a relação entre religiosidade/
espiritualidade e saúde considerando as dimensões comportamentais, sociais, 
psicológicas e fisiológicas.
II. Modelos explicativos tentam negar a relação entre religiosidade/espiritualidade e 
saúde desconsiderando as dimensões comportamentais, sociais, psicológicas e 
fisiológicas.
III. Modelos explicativos tentam rever a relação entre religiosidade/espiritualidade e 
saúde desconsiderando as dimensões comportamentais, sociais, psicológicas e 
fisiológicas.
a) Somente a I está certa.
b) Somente a I e II estão certas.
c) Todas estão certas.
d) Somente a II está certa.
e) Somente a II e III estão certas.
2. Complete os espaços com a alternativa correta
a) Segundo _______________ (1995), o estudo dos _______________ religiosos 
é claramente necessário para compreender causa/efeito nas ______________. 
O resultado, positivo ou negativo, varia de sociedade para sociedade na medida 
em que a religiosidade ____________________ é enfatizada em uma 
___________________ mais ou menos exteriorizada.
a) Freud; fenômenos; sociedades. Internalizada; prática.
b) Catão; líderes; sociedades. expurgada; prática.
c) Chauí; fenômenos; sociedades. Internalizada; rede.
d) Erickson; fenômenos; sociedades. Internalizada; festa
e) Catão; fenômenos; sociedades. Internalizada; prática.
 
3. Sobre o conceito de felicidade no pensamento grego destacam-se dois grandes 
filósofos..Analise as afirmativas abaixo e responda quais são:
1. A virtude nada mais é do que a capacidade da alma de cumprir o seu propósito, ou 
seja, de dirigir o homem racional e integralmente da melhor forma possível. Felicidade 
é relativa à condição do homem no mundo e aos papeis que lhe são atribuídos, 
devendo estes serem cumpridos diante da sociedade.
2. Felicidade é “certa atividade da alma, exercida de em conformidade com a virtude”. 
53
Portanto a felicidade não cerceia, mas inclui a satisfação das necessidades e das 
aspirações gerais. Os homens felizes devem manifestar, distintamente, três espécies 
de bens, quais sejam, os bens exteriores, o corpo e a própria alma.
Quem são estes dois filósofos?
a) Epicuro, Platão
b) Anaximandro e Aristóteles
c) Sócrates e Aristóteles 
d) Platão e Aristóteles 
e) Platão e Santo Agostinho 
4. De acordo como o texto quais vantagens podem ser percebidas nas pessoas que 
buscam a felicidade por meio da religião/ espiritualidade? Marque a alternativa correta. 
a) Estilo de vida saudável, Valorização da pessoa, Meditação, propósito na vida, apego 
ao transcendente.
b) Estilo de vida sedentário, desvalia, Meditação, propósito na vida, apego ao 
transcendente.
c) Estilo de vida saudável, desvalorização da pessoa, Meditação, propósito na vida, 
apego ao materialismo. 
d) Estilo de vida saudável, Valorização do material, impulso, propósito na vida, apego ao 
transcendente.
e) Estilo de vida sedentário, Exploração da pessoa, Meditação, propósito na vida, apego 
ao transcendente.
5. Psicologia e religião podem caminhar juntos conforme vimos em nossos estudos. 
Contudo muitos cientistas apontam severas dificuldades nessa jornada. Qual dos 
teóricos abaixo causou controvérsia ao considerar a religião como um consolo às 
frustrações e previa um futuro em que a razão e a ciência superam a religião? 
a) Carl Jung.
b) William Sargant
c) Skinner.
d) Sigmund Freud.
e) Erickson.
6. Todas as culturas do mundo se caracterizavam como um sistema de signos (ou 
símbolos), que são partilhados e estruturados por princípios que estão presentes no 
próprio funcionamento da mente humana, nos mitos e nos símbolos. A partir disso, os 
povos considerados como “primitivos” não são menos evoluídos ou atrasados, apenas 
pensam e agem de forma distinta do mundo ocidental. Essa linha de raciocínio levantada 
por Levi-Strauss foi importante para:
I. desmistificar conceitos racistas e xenofóbicos contra os povos nativos.
II. Por meio dos símbolos as comunidades religiosas manifestam sua fé e a praticam 
de forma perceptível;
54
III. Não permitir uma aproximação maior, eficaz e experimental com o ser Divino dando 
sentido à vida e ao culto.
Das afirmativas acima, é correto o que se afirma em:
a) I, II e III.
b) II.
c) III.
d) I. 
e) I e II.
7. (AOCP – adaptado). Os símbolos são linguagens que expressam sentidos, comunicam 
e exercem papel relevante para a vida imaginativa e para a constituição das diferentes 
religiões no mundo. Sobre os símbolos religiosos, analise as assertivas e assinale a 
alternativa que aponta a(s) correta(s).
I. Kipá: uma espécie de pequeno chapéu que os judeus costumam usar para cobrir 
a cabeça. Ele é símbolo de submissão à vontade de Deus, e coloca o homem em 
posição de humilde servidor de sua vontade.
II. Lótus: em diversas tradições religiosas orientais simboliza o princípio da reencarnação. 
Para o Budismo e o Hinduísmo o botão da flor de Lótus na superfície das águas 
primordiais simboliza a totalidade de todas as possibilidades ainda não manifestadas 
antes da criação do mundo é também símbolo do coração do homem.
III. Chave: o simbolismo da chave está no fato de servir tanto para abrir como para 
fechar. Na Umbanda, significa a abertura dos caminhos para a felicidade. No Budismo 
simboliza a felicidade, pois é utilizada para abrir o celeiro de arroz no Japão (no 
sentido espiritual simboliza os tesouros escondidos). Para o catolicismo refere-se ao 
poder concedido ao apóstolo Pedro de ligar e desligar as pessoas ao reino dos céus.
a) Apenas I e III.
b) Apenas II.
c) Apenas I e II.
d) I, II e III.
e) Apenas II e III.
8. Os fatores internos quanto os externos contribuem para a formação do que somos 
hoje. Além disso, outros aspectos do desenvolvimento humano também contribuem na 
formação da nossa personalidade. Nesse sentido analise as seguintes questões abaixo 
e marque a alternativa correta
1) O que é personalidade?
2) Quais as características que formam uma personalidade?
a) 1) Personalidade são os padrões únicos sem consistência de pensamentos, 
sentimentos e comportamentos de um indivíduo; 2) A personalidade tem elementos 
característicos, sugestivos, moldados não herdadas.
55
b) 1) Personalidade são padrões volúveis e não consistentes de pensamentos, 
sentimentos e comportamentos de um indivíduo. 2) A personalidade não é formada 
por características biológicas, psíquicas, sociais, herdadas e adquiridas. 
c) 1) Personalidade são os padrões adquiridos e relativamente não consistentes de 
pensamentos, sentimentos e comportamentos de um indivíduo; 2) A personalidade é 
formada por características ontológicas, pedagógicas, sociais, herdadas e adquiridas. 
d) 1) Personalidadenão são padrões únicos consistentes de pensamentos, sentimentos e 
comportamentos de um indivíduo; 2) A personalidade não é formada por características 
biológicas, psíquicas, sociais, herdadas e adquiridas. 
e) 1) Personalidade são os padrões únicos e relativamente consistentes de pensamentos, 
sentimentos e comportamentos de um indivíduo; 2) A personalidade é formada por 
características biológicas, psíquicas, sociais, herdadas e adquiridas.
56
PSICOLOGIA E 
RELIGIAO: 
EM BUSCADO SER 
TRANSCENDENTE 
57
 O homem tem a capacidade de transcender, podendo viver em duas dimensões, 
a dimensão da realidade e a dimensão da imaginação. Evidentemente não é possível 
viver somente na dimensão da imaginação, no que se refere às aspirações e sonhos, 
e nem somente na dimensão da razão, sem eles, uma vez que a junção dessas duas 
dimensões forma um equilíbrio interior que faz parte da vida de uma pessoa, conforme 
Schiavo, diz:
 A busca pela verdade está presente no ser humano em qualquer sociedade, ele 
acredita numa forma de vida superior, que criou todas as coisas, e que todas as coisas 
subsistem por esse poder supremo, o qual é capaz de controlar a vida humana e todo 
o universo. 
 Em todas as sociedades a religião define uma forma de vivência no mundo, na 
qual se manifesta a busca pelo propósito da existência. “Nos momentos em que a vida 
parece mais ameaçada, o apelo religioso se torna mais forte” (MACEDO, 1989, p. 15). 
 A experiência religiosa dá ao homem a oportunidade de superar sua incerteza, 
sua fragilidade e sentimento de finitude, uma vez que a relação com o transcendente 
oferece à pessoa a oportunidade de encontrar sentido para sua vida e ir além dos 
limites do complexo de finitude (fragmentado) passando da incerteza à certeza da 
vida eterna. O homem, embora fragmentado, busca sentir-se inteiro e, com isso, com 
frequência tenta superar seus obstáculos. 
 De acordo com Croato (2001), o homem luta por sua completude, o que impacta 
de maneira exponencial suas necessidades e limitações, em razão disso tenta suplantá-
los. Assim é uma criatura que tenta constantemente ir além dos seus limites, mas é uma 
miragem, uma utopia, algo que não existe em lugar nenhum. Nega o limite porque nega 
a necessidade. Nega a limitação do bom e a dissolução do mal. À luz dessa afirmação, 
é impossível inferir então o significado da “salvação” na perspectiva religiosa. 
 Assim quando uma pessoa percebe o poder da transcendência em um objeto 
ou uma personagem, ela passa a considerá-los sagrados passando a viver esse 
poder Transcendente por meio de atitudes, comportamentos e ações. A realização 
da experiência de viver com o que se considera sagrado depende da iniciativa do 
transcendente em sua automanifestação (CROATO, 2001, p. 47). 
5.1 INTRODUÇÃO
A experiência da transcendência gera em nós os mais 
diferentes sentimentos: alegria, medo, riso, choro, afeto, 
entre outros. É uma experiência verdadeira que envol-
ve o nosso ser profundamente e nela podemos projetar 
nossa vida, imaginar situações, encontrar pessoas, re-
viver experiências. O que não pode acontecer, porém, é 
confundir este mundo da imaginação com a realidade: 
trata-se de duas dimensões que nos caracterizam e 
pertencem: uma precisa e alimenta a outra, não sendo 
possível só ficar na fantasia, como não se pode vier sem 
sonhos. A transcendência é a capacidade, típica do ser 
humano, de sair para fora de si, do seu corpo, de sua 
situação humana, através da reflexão, do pensamento, 
do sonho, da imaginação (SCHIAVO, 2004, p. 64-5). 
58
 Como uma experiência mística não pode ser aceita em bases racionais, muitos 
psicólogos a consideram uma forma de insanidade. Outros acreditam que o misticismo 
nada mais é do que um remanescente da superstição medieval e da razão primitiva. 
 Portanto, sabidamente, sobre misticismo existem muitos conceitos, mas 
consideramos importante ao menos trazermos uma conceituação aqui. Para Pratt (1959, 
p. 337) “Misticismo é o senso da percepção de um ser ou de uma realidade através de 
meios que não os processos perceptivos ordinários ou pelo uso da razão."
 Mas há quem veja o místico de uma forma positiva. Apesar da diferença de 
interpretações, o misticismo tem despertado grande interesse entre os pesquisadores 
da psicologia dos fenômenos religiosos. 
 Uma das razões pelas quais esse assunto não pode ser ignorado é sua imensa 
importância na vida da pessoa que afirma ter vivido uma experiência mística. A história 
da religião humana revela que a experiência mística existiu em basicamente todas as 
formas de religião praticadas pela humanidade. Encontramos misticismo, por exemplo, 
 A religião é a manifestação do sagrado que são minimizadores do “[...] terror diante 
da finitude da vida e impõe obediência a valores morais vitais para a sobrevivência 
humana” (CASTILHO, 2006, p. 148). Nessa esteira de pensamento, as pessoas, os lugares, 
os espaços reconstroem a religiosidade que lhes é considerado com tanto valor.
5.2 O MISTICISMO RELIGIOSO E SUAS CARACTERÍSTICAS
 Quando uma pessoa entra em contato com o Mistério, sua vida muda radicalmente, 
uma vez que ela vive a experiência salvadora que ocorre quando encontra-se com 
o sagrado. Um novo modo de vida é construído neste indivíduo, a sua cosmovisão é 
alterada. Tudo ao seu redor recebe um novo sentido, a vida parece ter sentido e nada 
mais é uma simples coincidência, porque tudo está ligado à presença do Sagrado. 
A Religião não é algo totalmente contrário a Psicologia, apesar de distintas, ambas podem 
e devem caminhar jutas, uma vez que suas vertentes objetivam compreender a natureza 
humana, e deste modo ajudar o homem no seu pleno desenvolvimento, a religião em al-
guns momentos abre margem para análise de pontos complexos.
FIQUE ATENTO
China antiga Tradições hindu e budista na Índia. Lao Tze
Cultura grega e helenística Platão e o neoplatônico Pius tinos.
Judeus Temos Philo e os cabalistas
Século XIII, o misticismo maometano Sufismo, o maior expoente foi Al-Ghazzali.
Dois grandes períodos de misticismo 
na tradição cristã: a Idade Média e o 
século XVII
No mundo católico citamos Francisco de As-
sis (um dos maiores místicos da história). 
Na tradição protestante Jacob Boehme e George Fox, fundador da 
Society of Friends.
Quadro 4: Formas da apresentação mística ao longo da história
Fonte: Elaborado pelo autor (2023)
59
 Dado que a experiência mística pode ser aceita em bases racionais, ainda hoje 
muitos profissionais da Psicologia tendem a descrevê-la como desequilíbrio mental 
(neurose) e outros atribuem as práticas místicas a resquícios de supertições da Idade 
Média e do pensamento primitivo. 
 Grosso modo podemos inferir sobre misticismo que seria: qualquer postura, coisa 
5.3 CONSIDERAÇOES SOBRE OS FATORES PSICOLÓGICOS 
NAS EXPERIÊNCIAS MÍSTICAS
 As manifestações religiosas passam a existir a partir de um ou vários ensinamentos 
que aludem respostas para os temores da vida. Isso é evidenciado em relatos místicos 
dos eventos que acontecem. O ser humano tem uma grande capacidade de abstrair 
muitas respostas para o que o aflige. Desde os primórdios descritos na bíblia, na leitura 
dos fatos interpretados aos olhos da fé faz considerar a presença do sagrado como 
um companheiro, amigo e solucionador das adversidades da vida com a promessa 
de dias melhores, mesmo que tais promessas sejam conforme o ensino da doutrina 
escatológica.
 Uma experiência mística pode ser brevemente caracterizada como um sentimento 
direto de ser um com Deus ou com o mentor intelectual do universo. Embora a prática 
da oração e do sacrifício evidenciem uma grande distância entre o Transcendente e o 
homem - ou Deus e o mundo criado – o místico busca preencher essa lacuna. Em outras 
palavras: o místico não considera a existência dessa lacuna. Essa lacuna "desaparece" 
em Deus, "perde-se" em Deus, ou "deixa de existir" no ser transcendente. 
"O misticismo, portanto, não é uma opinião, não é uma 
filosofia. Não tem nada que ver com a buscade conhe-
cimento esotérico. Por outro lado, o misticismo não é 
apenas o poder de contemplar a eternidade; não deve 
também ser identificado com qualquer espécie de es-
quisitice religiosa. Misticismo é o nome dado a processo 
orgânico que envolve a perfeita consumação do Amor 
a Deus; o alcance aqui é da herança imortal do homem. 
Ou, se preferimos misticismo, é a arte de estabelecer 
uma relação consciente com o Absoluto."(ROSA, M.1979, 
p.207)
O contato e a experiência com o que é sagrado conectam o homem ao que é trans-
cendente e pode ser chamado de místico. Assim a espiritualidade está intrinsecamente 
ligada com o modus operandi de coexistir das pessoas que buscam uma conexão com 
o transcendente. Portanto, as diferentes religiões têm inúmeras maneiras de estabelecer 
suas conexões com as divindades, uma vez que desde os tempos mais remotos, os seres 
humanos buscam sentido para a própria existência. Há uma multiplicidade de práticas 
espirituais nas inúmeras religiões, como oração, culto, oferendas, sacrifícios, peregrinação 
etc. Na sua concepção como praticante ou simplesmente observador, como o misticismo 
religioso pode afetar positivamente ou negativamente a vida das pessoas?
VAMOS PENSAR?
60
ou situação que nos leva ao contato com a realidade existente sobrepondo-se aos 
cinco sentidos, a saber, visão, audição, tato, olfato e paladar. 
 De acordo com William James (1958), a principal característica do misticismo é 
sua qualidade noética, experiência mística não é apenas sentir, mas também conhecer. 
Isso pode parecer contraditório, pois o místico é incapaz de descrever sua experiência. A 
experiência mística é o fenômeno da percepção de objetos que não estão fisicamente 
presentes. 
 É comum que os místicos vejam, por exemplo, Jesus Cristo ou a Virgem Maria. 
Assim como alguns deles veem céu e outros o inferno. Deve-se considerar que em uma 
experiência mística, é comum que uma pessoa sinta uma força externa controlando 
seus pensamentos e até mesmo seus músculos, se sobrepondo a sua vontade. 
 De acordo com Frankl,.
 Nessa esteira de pensamento o psicólogo, enquanto profissional da psicologia, 
não pode discutir os elementos transcendentais da vida mística, uma vez que não se 
trata de algo da sua competência. O que ele pode fazer é atuar como observador do 
comportamento místico e levantar hipóteses quanto às suas causas. 
 Buscando permanecer metodologicamente neutro, suspendendo seus valores, 
o psicólogo da religião deve suspender seus valores tanto quanto possível sobre 
conteúdo e significados sem evidências o suficiente e bem e observar os limites da 
ciência psicológicas (BELZEN, 2013).
 Os pesquisadores da psicologia da religião não estão interessados na definição 
abstrata ou simplesmente mística do que é/seja a própria religião, mas nos aspectos 
psicológicos concretos da experiência ou comportamento que se manifestam em 
situações históricas e culturais muito específicas. Assim, podemos inferir que o propósito 
da psicologia da religião é observar, descrever, entender, controlar e eventualmente 
prever o comportamento religioso das pessoas como uma ciência psicológica usando 
métodos científicos desenvolvidos por meio de várias abordagens do campo da 
psicologia.
No momento em que o homem reflete sobre si mes-
mo – ou se for necessário, rejeita a si mesmo; quando 
ele faz a si próprio de objeto – ou aponta objeções a 
si mesmo; quando manifesta sua consciência de si, ou 
quando exibe seu ser consciente,, então o ser humano 
atravessa a dimensão noológica (FRANKL, 2011, p. 28).
Inefabilidade A experiência mística dificilmente pode ser expressa em palavras; 
qualidade. Uma vez é direta e intransferível. Assim o místico diz 
que teve a experiência, mas não pode transmiti-la verbalmente a 
outrem. 
Noétíca É uma. forma de reconhecimento, porém adquirido por meios sui 
generis. O místico não fica no sensitivo ele conhece. 
Transitória Não pode durar muito, por causa de sua intensidade, ainda que 
seus efeitos possam ter, e quase sempre têm, caráter permanente.
Estado passivo Vai além do controle do indivíduo 
Quadro 5: Características da experiência mística
Fonte: Rosa (1979).
61
Não existe oposição entre Psicologia e religiosidade, 
pelo contrário, a Psicologia é uma ciência que reconhe-
ce que a religiosidade e a fé estão presentes na cultura 
e participam na constituição da dimensão subjetiva de 
cada um de nós. A relação dos indivíduos com o “sa-
grado” pode ser analisada pela(o) psicóloga(o), nunca 
imposto por ela(e) às pessoas com os quais trabalha. 
(CFP, 2012, s/p)
Para aprofundamento da temática indicamos o livro de Davi Tacey: O compen-
dio de Jung: Leituras essenciais da Psicologia Analítica, cap. 9 Psicologia e reli-
gião: A autonomia do inconsciente. (Ed. Vozes, 2022). Disponível em: https://shre.
ink/2Bl6. Acesso em: 20 jan. 2023. 
Onde Jung anuncia que o inconsciente tem tendências religiosas e que a psique 
é um “fenômeno religioso”. Ele define a sua obra como a psicologia do homo 
religiosus”. Ele vê na psique forças que buscam a religião ou “religação” com o 
sagrado
BUSQUE POR MAIS
 Uma pessoa religiosa experimenta a necessidade de viver em um espaço sagrado 
convivendo com outros que aceitem e tenham práticas voltadas para a sacralização, 
por isso constrói ambientes e objetos onde os chama de “santos ou consagrados”, 
ou seja, onde faz valer sua crença e manifestação de sentimentos religiosos. É claro 
que a religião é um fenômeno humano que não se encontra em outros seres, ela 
existe/ subsiste em todas as sociedades humanas independente do espaço, tempo e 
localização geográfica.
 Conforme já vimos até aqui é comprovada a existência da associação positiva 
entre o envolvimento religioso e saúde mental. Eles ressaltam que esta influência positiva 
da religiosidade sobre a saúde pode ser provocada devido à mobilização de energias e 
iniciativas positivas, que fortalecem o indivíduo, e faz com que ele tenha condições de 
lidar mais eficazmente com suas condições, incentivando-o a aceitar a terapia.
 Vale ressaltar o que em nota pública emitida em 2012, o Conselho Federal de 
Psicologia (CFP) defendeu sobre a associação positiva entre fé e Psicologia.
 O objetivo da abordagem psicológica do fenômeno do campo religioso é 
compreender a dimensão psicológica da experiência religiosa, ou seja, o comportamento 
religioso em relação a objetos sagrados para aceitá-lo ou rejeitá-lo. Nessa dimensão, 
sentimentos, associações de emoções, desejos, grande parte dos conflitos pessoais, 
interpessoais e sociais, inclusive os relacionados a seres considerados sagrados, 
selvagens ou domesticados, os estados de alteração da consciência, saúde, patologias 
etc. (PAIVA, 2010).
 A percepção da importância da religião e de suas práticas na vida de um 
indivíduo pode ser percebida quando se compreende que a vivência religiosa tem 
5.4 A PSICOLOGIA DA FÉ
https://shre.ink/2Bl6
https://shre.ink/2Bl6
62
impacto direto no cotidiano de uma pessoa. Esse impacto consegue modificar atitudes 
e comportamentos. Essas experiências levam a pessoa a um mundo completamente 
novo, que só pode ser compreendido por quem já viveu as mesmas experiências, 
compartilhou a mesma fé ou experimentou os mesmos rituais (TOLOVI, 2019; AMATUZZI, 
1997).
 Possuir uma religião e praticá-la pode ser um canal para que o fiel gere um tipo de 
paz interior, fé e senso de propósito na vida, ou o contrário: culpa, depressão e dúvida. De 
acordo com Moberg (1979), os efeitos positivos da religião podem resultar de indivíduos 
perdoando a si mesmos e aos outros, desenvolvendo autoconceitos emocionais mais 
saudáveis e doando de maneira não egoísta. 
 Historicamente, a religião é salutar para a saúde mental porque proporciona 
e desperta sentimentos incomuns. Mais e mais pessoas estão deixando a religião 
organizada porque ela está perdendo sua utilidade como ferramenta explicativa. As 
religiões que fazem afirmações sobre o mundo empírico são propensas à incerteza, o 
que cria estressee mudança no nível do indivíduo e da sociedade (GLOCK; STARK, 1965).
63
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Segundo Merval Rosa (1992), ao citar Stolz, há dois tipos fundamentais de misticismo 
religioso: de ação (em que o homem busca a Deus) e o de reação (em que o homem 
simplesmente responde à iniciativa divina). Com relação ao misticismo de reação, 
assinale a opção correta.
a) É altamente subjetivo e geralmente, essa busca do infinito resulta de uma tragédia 
pessoal.
b) Consiste em três passos fundamentais: a purificação, a iluminação e a identificação 
com Deus.
c) É a busca da invulnerabilidade do êxtase, mesmo que esta dure somente um instante.
d) É o esforço feito através de danças, músicas, jejuns, drogas etc.
e) É a experiência de Abraão, de Moisés, de Samuel, de Paulo e de tantos outros 
personagens bíblicos.
2. (INSTITUTO OACP). Na Grécia Antiga, “o mito é uma narrativa sobre a origem de 
alguma coisa (origem dos astros, da Terra, dos homens, das plantas, dos animais, do 
fogo, da água, dos ventos, do bem e do mal, da saúde e da doença, da morte, dos 
instrumentos de trabalho, das raças, das guerras, do poder, etc.)” (CHAUÍ, 2009, p. 34).
A partir do trecho citado e de seus conhecimentos sobre a mitologia grega, assinale a 
alternativa correta.
a) o mito não pode ser considerado conhecimento
b) o mito é a expressão de uma primeira tentativa da consciência humana de explicar 
a filosofia pré-socrática, ou seja, o período cosmológico.
c) o mito consistia em uma narrativa acerca da origem e do funcionamento do universo, 
bem como abordava a origem dos seres humanos, o fundamento dos costumes 
humanos e a interferência dos deuses.
d) o mito faz parte da tradição ocidental de cunho escrito. no caso, primeiramente, 
cada mito foi escrito e, em seguida, passou a ser narrado pelos poetas. 
e) o mito é uma narrativa que não apresenta qualquer importância para os religiosos.
3. É o nome dado a processo orgânico que envolve a perfeita consumação do Amor a 
Deus; o alcance aqui é da herança imortal do homem. Ou, se preferimos misticismo, 
é a arte de estabelecer uma relação consciente com o Absoluto."(MERVAL ROSA, 1979, 
p.207). O fragmento do texto refere-se a:
a) exoterismo.
b) misticismo.
c) feitiçaria.
d) simbologia. 
e) xamantismo.
64
4. (BANCA- IPEFAE). Crenças e práticas religiosas/espirituais constituem uma parte 
importante da cultura e dos princípios utilizados para dar forma a julgamentos e ao 
processamento de informações. Podemos conceituar religião como um sistema 
organizado de crenças, práticas, rituais e símbolos projetados para auxiliar a proximidade 
do indivíduo com o sagrado e/ou transcendente, e espiritualidade como uma busca 
pessoal de respostas sobre o significado da vida e o relacionamento com o sagrado e/
ou transcendente. Para a Psicologia, o conhecimento e a valorização de tais sistemas de 
crenças colaboram com a aderência do indivíduo à psicoterapia, promovendo assim 
melhores resultados. Sobre este assunto, assinale a alternativa incorreta:
a) as práticas religiosas podem ter influência importante em como as pessoas 
interpretam eventos traumáticos e lidam com eles, promovendo percepções resilientes 
e comportamentos como a aprendizagem positiva da experiência, o amparo para 
superação da dor psicológica e a autoconfiança em lidar com as adversidades.
b) atualmente, a experiência religiosa deixou de ser considerada fonte de patologia e, 
em certas circunstâncias, passou a ser reconhecida como provedora do reequilíbrio e 
saúde da personalidade.
c) o interesse sobre a espiritualidade e a religiosidade sempre existiu no curso da história 
humana, a despeito de diferentes épocas ou culturas. contudo, apenas recentemente 
a ciência tem demonstrado interesse em investigar o tema. no começo dos anos de 
1960, os estudos eram dispersos e, nesse período, surgiram os primeiros periódicos 
especializados.
d) todas as abordagens importantes em psicologia encontraram uma adequação 
sobre espiritualidade e religiosidade em suas intervenções e os diversos conceitos sobre 
religiosidade/espiritualidade não dificultam o estudo, o desenvolvimento e a aplicação 
dessa importante interface no processo psicoterapêutico.
e) não há diálogo entre religião e psicologia uma vez que cada qual deve estar uma vez 
que não há possibilidade de adequação.
5. (BANCA QUADRIX). Segundo Volich, “à função terapêutica, pouco importa, inicialmente, 
a especialidade daquele que a exerce. O terapeuta pode ser um médico, um psicólogo, 
um fisioterapeuta, uma enfermeira, até mesmo um vizinho, ou seja, todo aquele a quem, 
em um certo momento é dirigido um insidioso pedido de ajuda com relação a um 
sofrimento que busca um outro que possa compartilhá-lo, e que se disponha a acolher 
esse pedido”. Julgue os itens a seguir.
I. O conhecimento, a técnica e a experiência acumulada ao longo dos séculos na 
tentativa de compreensão das diferentes formas de manifestação do sofrimento 
humano não são essenciais para aliviar tais manifestações.
II. A função terapêutica resgata uma experiência primordial que nos constitui, que 
todos compartilhamos. A experiência do nosso desamparo primitivo que, para ser 
superado, necessitou do exercício, pelo outro, da função materna.
III. Os elementos técnicos e do conhecimento científico pressupõem, antes de tudo, uma 
capacidade de entrar em contato com a experiência mais essencial do indivíduo que 
apresenta sua queixa, o órgão lesado, o desequilíbrio revelado nos exames clínicos.
65
Assinale a alternativa correta
a) Todos os itens estão certos.
b) Apenas os itens I e II estão certos.
c) Apenas os itens II e III estão certos.
d) Apenas os itens I e III estão certos.
e) Nenhum item está certo.
6. (Banca CPCON). O comportamento é provocado por impulsos inconscientes, com base 
biológica, que exigem gratificação. Quando a expressão dessas exigências é bloqueada 
por constrangimentos morais, nós negociamos compromissos comportamentais 
centrados nas substituições ou nas representações simbólicas do objeto originalmente 
desejado.
Estas afirmações são coerentes com a Teoria da Personalidade proposta por: 
a) Sigmund Freud.
b) Alfred Adler. 
c) Carl Jung.
d) Harry Sullivan.
e) Karen Horney
7. O objetivo da abordagem psicológica do fenômeno do ___________________ 
é compreender a _________________ psicológica da experiência religiosa, 
ou seja, o _________________ religioso em relação a objetos sagrados para 
aceitá-lo ou rejeitá-lo. Nessa dimensão, sentimentos, associações de emoções, 
desejos, grande parte dos conflitos pessoais, interpessoais e sociais, inclusive os 
relacionados a seres considerados sagrados, selvagens ou domesticados, os estados 
de ____________________, saúde, patologias etc. (PAIVA, 2010).
Marque a sequência correta
a) campo religioso; emoção; comportamento filosófico; alteração da consciência. 
b) campo filosófico; extensão; comportamento religioso; alteração da consciência. 
c) campo administrativo; dimensão; comportamento masoquista; alteração da 
consciência. 
d) campo religioso; extensão; comportamento religioso; moderação da consciência. 
e) campo religioso; dimensão; comportamento religioso; alteração da consciência. 
8. "O misticismo, portanto, não é uma opinião, não é uma filosofia. Não tem nada que 
ver com a busca de conhecimento esotérico. Por outro lado, o misticismo não é apenas 
o poder de contemplar a eternidade; não deve também ser identificado com qualquer 
espécie de esquisitice religiosa. Misticismo é o nome dado a processo orgânico que 
envolve a perfeita consumação do Amor a Deus; o alcance aqui é da herança imortal do 
homem. Ou, se preferimos misticismo, é a arte de estabelecer uma relação consciente 
com o Absoluto."
66
Essa afirmativa foi feita por
a) Carl G. Jung.
b) Sigmund Freud.
c) Erick Erickson.
d) Merval Rosa.
e) James B. Pratt.
67
APONTAMENTOS SOBRE A 
RELIGIAO E SUA FUNÇÃO 
PSICOSOCIAL 
68
 Sabidamente as questões psicossociais dos indivíduos estão ligadas as relações 
deles com a sociedade e,a religião também está inserida nesse contexto. Como forma 
de potencializar a qualidade de vida muitas pessoas buscam participar de atividades 
religiosas.
 Frequentar uma comunidade religiosa promove melhorias na percepção de 
conforto e de apoio social, gerando no indivíduo uma sensação de controle mediado 
pelo ser transcendente, o Sagrado, que pode ser entendido como a crença em uma 
divindade com poder e influência sobre o futuro, o destino ou as ações dos indivíduos 
ou até mesmo na formação da personalidade e aspectos pessoais. 
 A personalidade vem sendo um tema já bastante explorado pela literatura da área 
de Psicologia. Por convenção, pode-se afirmar haver uma tentativa de consonância 
entre os estudiosos da área, de que a personalidade envolve um conjunto de atributos 
característicos de um indivíduo, que atuam nos processos motivacionais, emocionais, 
cognitivos e comportamentais, formando um padrão consistente de pensamento e 
ação da pessoa no decorrer de sua existência, originados das expectativas de auto 
percepção, de valores e atitudes, que auxiliam na avaliação dos problemas e das 
reações dos outros indivíduos. 
 Tais atributos são tidos como relativamente estáveis ao longo do tempo e estas 
experiências fazem com que os indivíduos se diferenciem uns dos outros dentro de 
uma mesma cultura ou subpopulação e se organizem melhor socialmente, levando em 
conta valores, crenças e visão de mundo semelhantes (WRZUS; ROBERTS; TESSERA, 2017; 
KOENIG, 2012). 
 A formação da personalidade é um processo continuado, que vai sofrendo 
pequenas modificações no decorrer dos anos, a partir de experiências vividas. No 
entanto, detalhes sobre a natureza de tais experiências, o elo com o desenvolvimento 
da personalidade a longo prazo e as razões pelas quais algumas experiências predizem 
mudanças, enquanto outras preveem estabilidade não foram especificados (WRZUS; 
ROBERTS; TESSERA, 2017). 
 É importante explicar que a modernidade dos tempos atuais não transforma o 
mundo antirreligioso, mas um mundo onde a religião deve encontrar espaço e dialogar 
com outros discursos que não religiosos, mas não se pode ignorar a possibilidade de 
influência religiosa na vida social de qualquer pessoa que voluntariamente deseje 
(LUHMANN, 2012; TAYLOR, 2007). 
 Participar de um grupo religioso potencializam consequências psicossociais 
saudáveis uma vez que a religião se torna promotora de coesão social, concedendo 
um sentimento de pertencimento, adaptação e participação, dando continuidade e 
potencializando as relações humanas, padrões familiares e outros sistemas de apoio 
sócia, ma redução do estresse e da raiva, apontando para formas mais reflexivas de 
lidar e se adaptar as adversidades da vida. 
 Em momentos críticos da vida, sejam eventos universais como (nascimento, 
morte, guerra) ou inesperadas ou pessoais, a religião geralmente é acessada para 
6.1 INTRODUÇÃO 
6.2 ACOLHIMENTO E AJUDA EM TEMPOS DE CRISE
69
apoio emocional diante da incerteza, embora a religião pareça ser menos utilizada 
como fonte de apoio hoje do que no passado, o advento da Pandemia por Covid 19, 
potencializou a procura de ajuda espiritual nos espaços religiosos. Diante dessas crises 
ocorre uma busca mais frequente aos serviços religiosos aumentado a busca pelo 
transcender por meio de rituais, rezas e orações.
 De acordo com Argyle e Beit-Hallahmi (1975) a religião pode fornecer três tipos de 
apoio às pessoas com deficiências múltiplas: 
 Nos espaços religiosos e comunitários o apoio social se correlaciona com a saúde 
e pode funcionar de várias maneiras, nas quais apontamos algumas aqui no quadro 
abaixo:
 Vale ressaltar que atualmente em muitas sociedades tem havido a desconstrução 
da religião tradicional em detrimento de religiões individuais ou privadas, com proliferação 
de grande número de cultos, seitas e crenças paranormais. Esses movimentos religiosos 
devido a grande circulação de pessoas são incapazes de alcançar a integração social 
da mesma maneira que a religião convencional (GLOCK 1971). 
A capacidade de aceitação Uma das marcas significativas de grande parte 
das comunidades religiosas tende a ser o acolhi-
mento.
Suporte para suplantar a dor acompanhamento feito geralmente pelos líderes, 
pastores, padres etc.
Direcionamento no processo 
de reabilitação
Encaminhamento a profissionais que possam 
tratar do que estiver além da competência de sua 
competência.
Promoção e adesão à 
programas de saúde
Por meio de palestras, mutirões sociais e grandes 
trabalhos sociais reconhecidos pela sociedade 
como a Cristolândia da JMN/ CBB, que atende e 
recupera milhares de viciados todos os anos.
Contato regular com 
outras pessoas
É uma característica relevante de muitos siste-
mas religiosos e muito significativo na solidão, 
depressão e quase morte.
Processamento cognitivo 
e substituição de crenças
Tem forte influência no lidar com o estresse e a 
ansiedade, uma vez que as crenças da pessoa e 
seu entendimento em relação ao sofrimento es-
tão afetados diante das dificuldades.
Quadro 6: Interação Religiosa
Fonte: (ARGYLE; BEIT-HALLAHMI, 1975)
Quadro 7: Promoção da Saúde em todos às esferas
Fonte: Elaborado pelo Autor (2023)
PSICONEUROENDOCRINOLOGIA – é uma área médica que se concentra nas interações en-
tre os hormônios e o comportamento humano.
CRISTOLÂNDIA – é um programa de ressocialização que está pautado no elevado índice de 
drogadição do Brasil. Sua proposta é prestar assistência a dependentes químicos visando 
GLOSSÁRIO
70
a ressocialização, buscando a transformação das suas vidas, para que se tornem livres da 
dependência química e aptos à reinserção social.
JMN/ CBB – Junta de Missões Nacionais da Convenção Batista Brasileira.
Para que você possa se aprofundar e conhecer um pouco mais sobre a relevân-
cia do papel da religião na assistência psicossocial deixamos a indicação do 
livro: Sociologia da religião: introdução, história, perspectivas e desafios contem-
porâneos, de Acyr Jr. Disponível em: https://shre.ink/2bSj. Acesso em: 20 jan. 2023. 
O autor faz considerações de grande relevância nas laudas 74-79, sobre a fun-
ção social da religião, com base em Émile Durkheim.
BUSQUE POR MAIS
 As doenças psicossociais são aquelas provocadas pela influência do contexto 
social e que afetam diretamente o psicológico do indivíduo, refletindo no funcionamento 
do seu organismo biológico.
 Uma vez que o comportamento também está vinculado à religião, aos seus 
valores praticados e defendidos, como por exemplo, da religião crista que defende 
os valores da família como centro da sociedade, esta influência transborda também 
para os relacionamentos sociais, sobretudo em vários sistemas de macroalcances 
(sociedade), e de microabrangências (dogmas específicos).
 Num sentido mais privativo, pôde-se perceber que dogmas específicos podem 
influenciar a socialização, a formação de vínculos e o desempenho de papéis com base 
em normas, crenças e valores peculiares àquele grupo em questão. Assim, a influência 
da religião na sociedade e desta nos relacionamentos interpessoais existe de maneira 
mais indireta, enquanto dogmas religiosos específicos influenciam a forma de seus 
adeptos se relacionarem de maneira mais direta. 
 Neste sentido, a religião também é uma influência potencialmente benéfica para a 
saúde física e mental das pessoas, muito embora existam ainda práticas questionáveis 
a este respeito, tal é o caso da infibulação exercitada pela cultura bantu. 
 Os excessos também podem prejudicar quando se passa a ver na religião a 
única fonte de resolução de um problema: por exemplo, é comum vermos pessoas que 
desistem de tratamentos médicos acreditando que apenas a fé irá curá-las. 
 De acordo com Morano (2003) a religião inextrincavelmente unida em seu 
nascimento aos sentimentos de culpabilidade, constitui o lugar onde ela pode nos 
armar as piores trapaças. A fé cristã pode se converter também em sua cúmplice e 
se aliar a seus elementos mais patogênicos. Desse modo, encerrada nosA PSICOLOGIA NO ESTUDO DAS RELIGIÕES 
O FENÊMENO RELIGIOSO E A PSICOLOGIA DA RELIGIAO
A INTERPRETAÇÃO PSICOLÓGICA DOS FENÔMENOS RELIGIOSOS E SUA EVOLUÇÃO
5.1 Introdução ...........................................................................................................................................................................................................................................................................................57
5.2 O Misticismo Religioso e Suas Características .........................................................................................................................................................................................................58
5.3 Consideraçoes Sobre os Fatores Psicológicos nas Experiências Místicas ...........................................................................................................................................59
5.4 A Psicologia da Fé ..........................................................................................................................................................................................................................................................................61
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................................................................................................................................................................................................63
PSICOLOGIA E RELIGIAO: EM BUSCA DO SER TRANSCENDENTE
UNIDADE 5
UNIDADE 4
4.1 Introdução ...........................................................................................................................................................................................................................................................................................45
4.2 A Felicidade a Partir da Religiosidade.............................................................................................................................................................................................................................45
4.3 Importância da Espiritualidade/Religiosidade na Saúde Mental ...............................................................................................................................................................47
4.4 A Simbologia Religiosa e Sua Significância no Contexto Psicológico .....................................................................................................................................................49
 4.4.1 As práticas religiosas nos papéis sociais .........................................................................................................................................................................................................................50
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................................................................................................................................................................................................52
A RELEVÂNCIA DO FENÔMENO RELIGIOSO PARA O HOMEM E A SOCIEDADE 
6.1 Introdução ...........................................................................................................................................................................................................................................................................................68
6.2 Acolhimento e Ajuda em Tempos de Crise ................................................................................................................................................................................................................68
6.3 Fatores Religiosos Positivos e Negativos nas Doenças Mentais ..................................................................................................................................................................70
6.4 As Curas Religiosas na Ótica da Psicologia .................................................................................................................................................................................................................71
6.5 A Religião Como Caminho para a Integração Sociopsicológica ...............................................................................................................................................................73
FIXANDO O CONTEÚDO.........................................................................................................................................................................................................................................................................75
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO.........................................................................................................................................................................79
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................................................................................................80 
APONTAMENTOS SOBRE A RELIGIAO E SUA FUNÇÃO PSICOSOCIAL
UNIDADE 6
8
UNIDADE 1
Na primeira unidade faremos uma reflexão sobre o campo da Psicologia que 
se relaciona com a religião, e que tem por título Psicologia da religião ou da 
espiritualidade.
UNIDADE 2
Na segunda unidade, com base em diversos autores, abordaremos conceitos 
sobre o fenômeno religioso, sob diversos prismas, objetivando entender o papel 
importante que a religião desempenha na sociedade.
UNIDADE 3
Na unidade três faremos considerações importantes sobre a evolução da 
religiosidade nas fases da vida humana, no que tange a sua afirmação ou abandono 
dela levando em consideração diversos fatores internos e externos.
UNIDADE 4
Na unidade quatro falaremos sobre a relevância do fenômeno religioso para o 
homem e a sociedade. A contribuição da religião para que o homem encontre a 
completude e tenha uma vida mais equilibrada e feliz.
UNIDADE 5
Na penúltima unidade estudaremos juntos sobre os fatores psicológicos nas 
experiências místicas para integração e socialização.
UNIDADE 6
Na última unidade abordaremos sobre a função psicossocial da religião, como 
acolhimento e ajuda em tempos de crise. E como essa função contribui para curas 
religiosas sob o olhar da Psicologia. A religião como um viés para a integração 
sociopsicológica.
C
O
NF
IR
A 
NO
 LI
VR
O
9
APONTAMENTOS SOBRE 
A PSICOLOGIA NO 
ESTUDO DAS RELIGIÕES 
10
1.1 INTRODUÇÃO
 Nesta primeira unidade temos como plano de ensino realizar algumas discussões 
que dão subsídios necessários para a construção de uma reflexão sobre a relevância 
do estudo dos diversos aspectos psicológicos no que tange o estudo das religiões.
 A religião aparece como um fenômeno na vida das pessoas, ela tem “poder” 
para influenciar o comportamento e as regras, está inteiramente relacionado com 
considerações éticas para ditar as relações das pessoas umas com as outras. A psicologia 
é uma ciência que estuda por meio de observações científicas o comportamento e a 
mente humana.
 A religião se destaca em um contexto social porque tem um ponto de vista baseado 
em uma força transcendente que segue seus próprios princípios, varia de religião para 
religião com a coordenação do universo, a religião tem uma visão positiva para seus 
seguidores porque em essência, ajuda as pessoas a se encontrarem no mundo e serem 
o que o criador espera, 
 A terminologia empregada para designar o campo da psicologia que investiga 
ou trabalha com o tema da religião, religiosidade e/ou espiritualidade tem sido diversa 
e, algumas vezes, polarizada, desde suas origens enquanto ciência do psiquismo.
 Trazendo o conceito de religião para uma compreensão mais moderna, esta 
palavra se refere às crenças e cosmovisões que compõem o conceito de espiritualidade 
e santidade humana. Portanto, correspondeatoleiros do 
inconsciente, a fé pode converter-se num verdugo a serviço das pulsões de morte, 
traindo, assim, o que há de mais profundo em sua mensagem de liberdade (MORANO, 
2003, p. 167).
 Cabe ressaltar aqui o DSM 5, descreve sobre os problemas de ordem religiosa ou 
Espiritual. V62.89 (Z65.8):
6.3 FATORES RELIGIOSOS POSITIVOS E NEGATIVOS NAS DOENÇAS MENTAIS
https://shre.ink/2bSj
71
 Nos ambientes religiosos, há uma preocupação com a saúde física e mental, 
pois nesses espaços a cura tem um caráter sagrado. Além disso, algumas práticas, 
rituais, bem como o acolhimento de um grupo religioso, conduzem a um tipo de alívio 
de conteúdos angustiantes e opressores ao trabalhados com atitudes de empatia para 
com os outros.
 Considerando tudo, inferes-se que realmente a religiosidade das pessoas se 
torna presente no contexto psicoterapêutico, uma vez que é fonte de comportamentos 
e de valores internalizados como parte do self e ignorar essa realidade, como se fazia 
no passado, corresponderia a ignorar parte da vida do indivíduo. 
 Assim podemos inferir que os profissionais devem possibilitar a emergência da 
religiosidade/espiritualidade de seus clientes no setting terapêutico, considerando a 
temática como parte de sua realidade e, por meio do discurso religioso (mas sem ater-
 Por tudo isso, concluímos que a religião tem importante função social, que deve 
ser reconhecida como elemento de significação da vida humana e de normatização de 
comportamentos, apoiando de formas até mesmo práticas a resolução de problemas. 
 Porém, o equilíbrio deve sempre prevalecer, para que o homem não caia no 
fanatismo e deixe de procurar outras formas de ajuda igualmente necessárias, causando 
assim mais problemas para si mesmo e para os outros.
6.4 AS CURAS RELIGIOSAS NA ÓTICA DA PSICOLOGIA
Esta categoria pode ser usada quando o foco da aten-
ção clínica é um problema religioso ou espiritual. Os 
exemplos incluem experiências de sofrimento que en-
volvam perda ou questionamento da fé, problemas 
associados a conversão a nova fé religiosa ou ques-
tionamento de valores espirituais que pode, não neces-
sariamente, ter relação com alguma igreja ou institui-
ção religiosa organizada. (DSM 5, p.725) 
INFIBULAÇÃO. O corte ou reposicionamento dos grandes e dos pequenos lábios. Em geral 
inclui costura para deixar uma pequena abertura.
GLOSSÁRIO
Grande parte dos profissionais de saúde mental em geral são menos religiosos, eles su-
bestimam o significado que a religião tem na vida das pessoas. Quando acham que a 
religião é importante, tendem a vê-la como um aspecto negativo. (Malony, 1977). Não há 
treinamento para que os profissionais de saúde mental aprendam a lidar com variáveis 
religiosas. Na sua opinião o que poderia ser feito para que Psicologia e práticas religiosas 
se aproximem cada vez mais?
FIQUE ATENTO
72
se a ele), ajudá-los a chegar ao cerne da questão. 
 Isto pode ser considerado como uma forma de utilização da religiosidade a serviço 
da psicoterapia, partindo da premissa de que ambas são potencialmente capazes de 
promover saúde e bem-estar, desde que bem utilizadas, considerando cada uma o seu 
papel.
 Tal característica é percebida no pai da psicanálise quando constatamos que, 
dentre os muitos interlocutores com os quais ele se correspondeu estava Oskar Pfister 
(1873-1956), um pastor protestante, com quem Freud trocou cartas no período de 1909 
a 1938.
 A Pfister, Freud afirmou:
 As observações de Freud a respeito da religião para além do viés negativo devem 
ser notadas, uma vez que há um número considerável de práticas religiosas que, em 
lugar de favorecer o crescimento humano, servem como uma desculpa para uma 
pessoa se esquivar dos reais problemas da existência. 
 Um importante terapeuta comportamental chamado Marks, afirmou que o 
fenômeno da cura pela religião deveria ser estudado com mais objetividade, pois 
segundo ele, seu poder é muito maior que o da psicoterapia, usando o termo "Uma 
bomba atômica comparada a dinamite". Sugere uma observação mais acurada 
dos mecanismos de mudanças, e sobretudo, que preconceitos não impeçam os 
pesquisadores de avançar no conhecimento terapêutico. (MARKS, 1978).
 Parte da crise na saúde mental pode estar relacionada a falta de cognições 
religiosas passíveis de serem cridas, não desconfirmáveis e transcendentes (BELLAH 
1971). A fé religiosa em si mesma pode contribuir para uma saúde melhor. 
 As crenças ou práticas religiosas que encorajam e trazem certezas promovem 
resultados positivos no futuro, podendo ter um efeito curativo. Isto pode explicar milagres 
e curas espontâneas, inclusive de doenças malignas, especialmente em pessoas muito 
sugestionáveis (SIMONTON,1975).
A psicanálise em si não é nem religiosa nem antirre-
ligiosa, mas um instrumento apartidário do qual tanto 
o religioso como o laico poderão servir-se, desde que 
aconteça tão somente a serviço da libertação dos so-
fredores. Estou admirado de que eu mesmo não tenha 
me lembrado de quão grande auxílio o método psica-
nalítico pode fornecer à cura de almas, porém isto deve 
ter acontecido porque um mau herege como eu está 
distante dessa esfera de ideias (FREUD; MENG, 2009, p. 
17). 
Estudos atuais indicam que a dor se configura como um dos maiores estressores da hu-
manidade. Pesquisadores de vários campos têm investido esforços para a formação de 
grupos interdisciplinares com o objetivo de estudar e desenvolver técnicas e procedimen-
tos para melhor reconhecer,
avaliar e tratar a condição dolorosa da pessoa que sofre. A dor é uma experiência intrín-
seca e portanto, subjetiva, cujas características multidimensionais são apenas sentidas 
VAMOS PENSAR?
73
pela pessoa que a experimenta.
 Essa peculiaridade, associada ao fato de que a percepção da dor é mediada por variáveis 
como religião, ganhos secundários e nível de ansiedade, torna a avaliação quantitativa 
da dor um procedimento complexo e inexato. De acordo com o médico Álvaro Avezum Jr, 
diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) que "a espiritualida-
de é um estado mental e emocional que norteia atitudes, pensamentos, ações e reações 
nas circunstâncias da vida de relacionamento, sendo passível de observação e mensura-
ção científica". Segundo ele, com intervenções baseadas em perdão e gratidão é possível 
controlar, por exemplo, a pressão arterial. "Mas não um perdão condicional, que mantém 
o ressentimento, e sim um perdão emocional, que muda o que se sente em relação ao 
agressor", afirma.
Disponível em: https://shre.ink/2bSz. Acesso em: 20 jan. 2023. 
Você concorda que a prática da espiritualidade/ religiosidade é um fator relevante para 
combater estressores diversos no corpo e na alma?
 A religiosidade consegue produzir um ambiente de reflexão e integração 
considerado socialmente especial, porque contém a compreensão de que elementos 
como a esperança e o propósito para vida são fundamentais para a trajetória de 
desenvolvimento. 
 O homem busca suporte na religião não apenas para viver uma vida disciplinada, 
mas também para obter satisfação nesta vida, para alcançar bênçãos por seus esforços 
e para confirmar suas esperanças de sucesso. 
 O homem também busca na religião apoio e soluções para enfrentar as 
dificuldades que encontra em sua jornada de vida, e pode-se dizer que isso faz parte 
do cumprimento da "missão social" da religião. 
 De acordo com que Bingemer (2001), um praticante ou seguidor religioso 
comprometido que deseja experimentar essa energia da alma, como membro dessa 
comunidade, sente-se fortalecido para enfrentar as provações e tribulações da vida. Esse 
fortalecimento ocorre a partir de estar atento ao transcendente e ao que é considerado 
como sendo bom, atuando como intermediário de cura e reabilitação entre o indivíduo 
e o ser divino, permitindo a resolução de problemas.
 Muitos seguimentos religiosos estendem a base de grupos de estudos religiosos, 
correntes de oração etc., para além da instituição física da comunidade. 
 É o caso das quese servem de programas de TV e mídia, onde é possível ver e 
partilhar experiências num processo que vai para além da escuta, desde a proximidade 
do líder/guia religioso e fiéis a um coletivo onde todos os fiéis participam como suporte 
ao individuo carente.
 Além disso, a prova tangível da fé professada nessas congregações, à fraternidade 
nos rituais reforça a percepção de apoio na pessoa, o que fortalece sua fé e dá força 
para enfrentar as dificuldades.
 Segundo Liberal (2004), as religiões também podem funcionar como organizadoras 
da sociedade coletiva nos campos da educação, saúde e subsistência, onde gerenciam 
diversos projetos.. Nesse sentido, as atividades dos grupos religiosos atendam também 
uma sociedade que não consegue satisfazer todas as necessidades sociais dos 
6.5 A RELIGIÃO COMO CAMINHO PARA A INTEGRAÇÃO 
SOCIOPSICOLÓGICA
https://shre.ink/2bSz
74
indivíduos, onde diferentes religiões, por sua vez, ganham considerável projeção no 
contexto social e político. 
 Ribeiro e Minayo (2014) citam diversos estudos que descrevem o papel da religião 
na promoção da saúde, na prevenção da violência e reabilitação de pessoas em 
situação de risco social. Eles destacam também que a prática religiosa influencia direta 
ou indiretamente nos desfechos das situações de doença e na redução da criminalidade 
e da delinquência, principalmente por meio da formação de grupos de apoio. 
 No entanto, é preciso também se preocupar com o extremismo ou o fanatismo 
religioso, pois podem ser um fator negativo na deterioração da saúde física e mental 
de muitas pessoas, inclusive prevenindo os desafios que virão. A intolerância gera 
preconceito, discriminação, intolerância, desrespeito e até violência. Esse é o lado 
perigoso da religião, e ao invés de ajudar, pode criar mais problemas para o indivíduo e 
para aqueles que convivem com ele. 
 A religião desempenha um papel importante na vida de muitas pessoas porque 
satisfaz a necessidade de um relacionamento com o sagrado e de harmonizar como se 
comportar no mundo, quais valores cultivar e quais costumes seguir.
 A comunidade religiosa oferece suporte e espaço para a afirmação de crenças, 
reforçando ou substituindo a sociabilidade do indivíduo que ele construiu no grupo ao 
qual pertencia anteriormente. Vale ressaltar que em áreas de grande desigualdade 
social, um grupo religioso muitas vezes possibilita a harmonia social ou mesmo a 
sobrevivência em um contexto desfavorável. (RIBEIRO; MINAYO, 2014, p. 1786).
Prescrevendo comportamentos Preventivos ou de auxílio e no seu tratamento,
Apontando comportamentos que 
podem ser prejudiciais à vida ou 
ao Tratamento.
Tratamento (fumo, bebida alcoólica, alimen-
tos ricos em gordura e colesterol, comporta-
mento sexual promíscuo).
Inserção de grupos de apoio Suporte em tempos de necessidade (casar-se 
e permanecer casado, cuidar e compartilhar 
os fardos de estresse)
Encorajamento Possibilidade de oferecer perspectivas úteis 
no enfrentamento dos sofrimentos da vida,
Quadro 8: Práticas religiosas como fator de redução de doenças ou morte
Fonte: JARVIS e NORTHCOTT (1987)
75
1. (Banca: CESPE CEBRASPE). Acerca dos elementos e da estrutura do fenômeno religioso, 
de acordo com nossos estudos, assinale a opção correta.
a) o primeiro passo para a elaboração de doutrinas é a formulação de um corpo 
escriturístico que é entendido, afirmado e vivenciado como sendo uma criação exclusiva 
dos sacerdotes e não uma “revelação” da divindade ou das divindades.
b) o sagrado é um elemento de qualidade absolutamente especial, que se coloca fora 
de tudo aquilo que é chamado de racional, constituindo assim algo narrável, descritível, 
dizível.
c) o símbolo é o nível mais imediato e elementar da comunicação da experiência 
religiosa. há no símbolo sempre uma unicidade de sentido, ou melhor, uma única forma 
de interpretá-lo.
d) mitos são uma forma de linguagem privilegiada para a comunicação de elementos 
de conteúdo da experiência religiosa. o verdadeiro nos mitos não é o que eles contam, 
mas o seu conteúdo, considerado vivo e verdadeiro pelas pessoas e comunidades que 
o aceitam como tal. 
e) a experiência religiosa original necessita ser comunicada para existir. nas religiões 
formam-se conjuntos de textos escritos com uma sistematização lógica e elaborada 
de normas e diretrizes que são denominadas de ritos.
2. (Banca: IMPARH). Assinale a alternativa cujo princípio entende a religião como a 
forma concreta, visível e social de relacionamento pessoal e comunitário da pessoa com 
o transcendente, com a função primordial de colaborar na formação do ser humano 
integral, para que este encontre e compreenda o sentido da vida e possa vivê-la em 
plenitude e em abundância.
a) princípio da religião como dimensão constitutiva do ser.
b) princípio metodológico.
c) princípio antropológico.
d) princípio do cuidar do ser.
e) princípio da assertividade.
3. (Banca UNESC). Para abordar o aspecto simbólico da religião, bem como sua influência 
na vida social, é necessário discutir a noção de espaço, pois a religião entendida como 
prática social, e o poder inerente a ela, se configuram a partir de campos simbólicos. 
Sobre o aspecto simbólico da religião, analise as proposições abaixo:
I. Para o homem religioso, o espaço é homogêneo.
II. No conjunto das representações do campo social, há apenas dois predicamentos de 
recintos: o sagrado e o não sagrado (profano).
III. A sagração dos templos e seus espaços ocorre por intermédio de rituais.
FIXANDO O CONTEÚDO
76
Estão CORRETAS as alternativas:
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III.
e) II, apenas.
4. O fenômeno religioso é explicitamente reconhecido em todas as épocas e locais. 
Assim, entende-se que o humano necessita de um ser superior para servir-lhes de 
amparo mediante aos embates que fazem parte da vida. Sendo assim, marque a 
alternativa correta:
a) A religião não constitui um campo que embasa a fé da humanidade e amadurece a 
relação com o transcendente.
b) O fenômeno religioso pode ser referido como uma ciência que permite o investigador 
realizar uma análise objetiva do conhecimento.
c) O fenômeno religioso e a desenvoltura cultural se isolam e permite que o homem se 
adapte as novas tradições e crenças.
d) O fenômeno religioso não permite com que o homem se reestruture, não evolua e 
construa suas ideologias de pensamentos baseado em fatos construídos.
e) O fenômeno religioso não pode ser aproveitado como instrumento de recuperação 
das pessoas afetadas psicologicamente.
5. Banca: Instituto Unifil – Com base na Obra Psicoterapias – Abordagens Atuais de 
Aristides Volpato Cordioli e Colaboradores, em relação aos Fundamentos da Psicoterapia, 
analise as assertivas e assinale a alternativa correta.
I. Originalmente chamada de cura pela fala, a psicoterapia originou-se da medicina 
antiga, da religião, da cura pela fé e pelo hipnotismo, sendo que no final do Século 
XIX tornou-se uma atividade médica restrita somente aos médicos psiquiatras.
II. É um método de tratamento realizado por um profissional, também com o objetivo 
de reduzir ou remover um problema, queixa ou transtorno definido de um paciente 
ou cliente que deliberadamente busca ajuda.
III. É realizada em um ambiente primariamente interpessoal, utilizando a comunicação 
verbal como principal recurso.
IV. Não se distingue de outras modalidades de tratamentos já que na atividade a relação 
paciente e terapeuta acontece de forma predominantemente unilateral, exercida 
por alguém, sobre outra pessoa como ocorre em outros tratamentos médicos.
a) Apenas I, II e III estão corretas.
b) Apenas I, III e IV estão corretas.
c) Apenas II e IV estão corretas.
d) Todas estão corretas.
e) Apenas I e IV estão corretas 
77
6. (Banca: Instituto Consulplan). Uma das grandes preocupações das pessoas é 
alcançar o bem-estar físico e mental; para tal, tendem a buscar em atividades como 
esporte, trabalho, religião, lazer, relação familiar e social, a possibilidade de se sentiremmelhores, caso contrário, existe um processo de adoecimento físico e psicológico, 
acarretando a busca por tratamentos diversos. 
De uma maneira ampla, essas atividades se aproximam a formas de psicoterapia, 
pois importam vários elementos que, em conjunto, podem resultar efeitos desejados. 
“Quando se torna impossível expressar a raiva, a dor, o sentimento de desesperança e 
de angústia para o mundo, o indivíduo usa o corpo para dizer aos outros aquilo que a 
boca não consegue. 
Essas relações complementares estabelecidas entre as pessoas e o mundo ao seu redor 
são descritas como ____________________. São como respostas reprimidas, 
retidas no mais fundo ser daqueles que são incapazes de encontrar ____________ 
em si mesmos para se confrontarem com o mundo ao seu redor.” 
Sobre teorias e técnicas psicoterápicas, assinale a alternativa que completa correta e 
sequencialmente a afirmativa anterior.
a) desejos / força.
b) sintomas / suporte.
c) elaborações / resposta.
d) ressignificações / ajuda.
e) internalizações / solução.
7. (BANCA: IBADE). “A religião foi muito mais ambiciosa do que a moderna psicoterapia: 
Ela não almeja se fazer presente apenas em algumas horas semanais e, sim, mudar 
a vida das pessoas todos os dias. E por isso que a religião se envolveu com arte, 
arquitetura e música. Pela mesma razão, todas as tradições possuem rituais e regras 
diárias, quando não de hora em hora”. Rituais são:
a) esforços para se manter vivas coisas das quais se sabe, mas que provavelmente 
serão esquecidas.
b) propósitos que vêm por igual de todas as partes do mundo.
c) princípios que regem o comportamento humano.
d) todos os sistemas projetados pelo ser humano.
e) Práticas sem nenhuma intencionalidade 
8. Assinale a alternativa CORRETA em relação à espiritualidade e a cura de diversos tipos 
de doenças inclusive de problemas cardiovasculares, de acordo com nossos estudos, é 
correto o que se afirma em:
a) Não é fundamental que os profissionais de saúde compreendam a importância da 
espiritualidade/religiosidade, reconheçam e valorizem os aspectos culturais e respeitem 
as crenças e esperanças. 
b) Há uma significativa base de informações mostrando associação benéfica entre 
78
aspectos religiosos (afiliação religiosa, frequência a atividades religiosas organizadas 
ou privadas) ou espirituais (tendência a otimismo e gratidão, emoções positivas) e 
redução da incidência de hipertensão arterial ou melhor controle da pressão arterial.
c) Embora os resultados não sejam de consenso quanto aos benefícios da espiritualidade/
religiosidade sobre a saúde cardiovascular, não há estudos que mostrem a redução 
de eventos cardiovasculares e mortalidade naqueles indivíduos que tiveram práticas 
relacionadas à espiritualidade/religiosidade.
d) Estudos clínicos que investigaram a relação de espiritualidade/ religiosidade com a 
pressão arterial e marcadores biológicos são observacionais, e a maioria não sugere 
menores valores de pressão arterial, não sugere menores níveis de marcadores 
inflamatórios, não sugere redução da atividade simpática e dos níveis de cortisol. 
e) No estudo InterHeart, os fatores de risco psicossociais (estresse e depressão) tiveram 
pouco impacto no risco atribuível da população associado a infarto agudo do miocárdio.
79
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO
UNIDADE 1
UNIDADE 3
UNIDADE 5
UNIDADE 2
UNIDADE 4
UNIDADE 6
QUESTÃO 1 E
QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 B
QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 B
QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 C
QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 E
QUESTÃO 8 B
QUESTÃO 1 E
QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 D
QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 E
QUESTÃO 8 D
QUESTÃO 1 D
QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 B
QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 B
QUESTÃO 1 D
QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 B
QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 B
80
ALLPORT GW, Ross JM. Personal religious orientation and prejudice. J Pers Soc Psycol. 
1967; 5(4):432-43.
American Psychiatric Association (1994). Manual Diagnóstico e Estatístico de 
Transtornos Mentais (5ª ed.). Porto Alegre: Artmed, 2014. 
Amparo, D.M., Galvão, A.C.T., Alves, P.B., Brasil, K.T. & Koller, S.H. (2008). Adolescentes e 
jovens em situação de risco psicossocial: redes de apoio social e fatores pessoais de 
proteção. Estudos de Psicologia, 13(2), 165-174. 
ANGERAMI, Valdemar A. Espiritualidade e prática clínica. Cengage Learning Brasil, 2004. 
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. In: Coleção os Pensadores. São Paulo: Ed. Nova Cultural, 
1996. 
BEIT-HALLAHMI, B. Prolegomena to the psychological study of religion. Lewinsburg/ 
London and Toronto: Bucknell University Press/Associated University Presses, 1989.
BELZEN, J. Constituição histórica da Psicologia Científica da Religião. In: PASSOS, J. D.; 
USARSKI, F. (org.). Compêndio de Ciência da Religião, São Paulo: Paulinas: Paulus, 2013. p. 
319-331.
BERGER, P. L. Um Rumor de Anjos. Rio de Janeiro: Vozes, 1973.
BERGSON, Herri. As duas fontes da moral e da religião. Zahar editores. Rio de Janeiro, 
1978. 
BIBLIA SAGRADA. Trad. João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida no Brasil. Rio de 
Janeiro: Imprensa Bíblica Brasileira. 1996. 
BINGEMER, M.C. (Org.). Violência e religião: Cristianismo Islamismo, Judaísmo: três 
religiões em confronto e diálogo. Rio de Janeiro, São Paulo: PUC/Rio, Loyola, 2001.
BINGEMER, M.C. (Org.). Violência e religião: Cristianismo Islamismo, Judaísmo: três 
religiões em confronto e diálogo. Rio de Janeiro, São Paulo: PUC/Rio, Loyola, 2001. 
BOFF, Leonardo. Saber Cuidar – Ética do Humano – Compaixão pela Terra. São Paulo: 
Vozes, 2003.
BOURDIEU, P. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 1998. 
CAMPOS, C.J.G; MURAKAMI, Rose. Religião e saúde mental: desafio de integrar a 
religiosidade ao cuidado com o paciente. Brasilia, DF. 2012. Disponível em: https://doi.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
81
org/10.1590/S0034-71672012000200024. Acesso em 10 de abril de 2023.
CASTELLA, J.S. Redes sociais na investigação psicossocial. Revista Aletheia. n.21. jan/
jun.2005. ULBRA. Disponível em:, Acesso em: 07.dez.2020. RIBEIRO, F.M.; 
CATÃO, Francisco. O Fenômeno Religioso. São Paulo, Editora Letras & Letras, 1995.
CHAUÍ, M. de S. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1998.
CRAWFORD, R. O que é religião. Tradução: Gentil Avelino Titton. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.
CROATTO, José Severino. As linguagens da experiência religiosa: uma introdução à 
fenomenologia da religião. São Paulo: Paulinas, 2001. 
DALGALARRONDO, Paulo. Religião, psicopatologia e saúde mental, Porto Alegre: Artmed, 
2008. 
DERRIDA, J. A Religião: o seminário de Capri. São Paulo: Estação Liberdade, 2000.
DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. In: Coleção os Pensadores. São Paulo: Ed. Nova 
Cultural, 1996. 
DURKHEIM, Émile. As formas Elementares da Vida Religiosa: o sistema totêmico na 
Austrália. São Paulo: Paulinas, 1989
ERIKSON, Erik H., Insight and Responsibility: Lectures on the Ethical Implications of 
Psychoanalytic Insight, New York: W. W. Norton & Company Inc., 1964.
FERRIÈRE, Adolfo. Problemas de la Educación. Madri, Francisco Beltran, 1930. 
INCONTRI, Dora; BIGHETO, Alessandro. Ensino religioso sem Proselitismo. É possível? (In: 
Videtur, Salamanca/São Paulo, Arvo/USP, V. 13, 2002).
FERRIS, J, Psicologia e religião in Revista Caminhando, vol. 7, n. 1 [9], 2002. 
FEURBACH, L. Princípios da Filosofia do Futuro. Lisboa. Edições 70, 1988. 
FRANKL, V. E. A vontade de sentido: fundamentos e aplicações da logoterapia. São Paulo: 
Paulus, 2011.
FREUD, E. L.; MENG, H. (Org.). Cartas entre Freud & Pfister (1909-1939): um diálogo entre a 
psicanálise e a fé cristã. Tradução de Karin Hellen Kepler Wondracek e Ditmar Junge. 3. 
ed. Viçosa: Ultimato, 2009
GIL, A. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2017 
82
LIBERAL, M.M. Religião, identidade e sentido de pertencimento. VIII Congresso Luso-Brasileiro de Ciências Sociais. Coimbra.2004. 
GLOCK, C.Y. The study of unbelief: perspectives on research. In Caporale, R. & Grumelli, 
A. (eds.) The culture of unbelief, Berkeley, University of California Press, 1971.
GLOCK, C.Y; STARK, R. Religion and Society in tension. Chicago, Rand McNally, 1965. 
GROPPO, Luís Antônio. Juventude: ensaios sobre sociologia e história das juventudes 
modernas. Rio de Janeiro: DIFEL, 2000.
HALL, Sturt. Identidade cultural na pós-modernidade. Tradução Tomaz Tadeu da Silva; 
Guaraciara Lopes Louro. 10º. Ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2005.
HOCK, K. Introdução α Ciências da Religião. São Paulo: Loyola, 2010.
JAMES, William, The Varieties of Religious Experience: A Study in Human Nature, New 
York: The New American Library of World Literature, 1958.
JUNG C. G. Psicologia da Religião Ocidental e Oriental. Petrópolis: Vozes, 1980.
JUNG C. G. Psicologia e religião. Petrópolis: Vozes, 1978. -----. Psicologia da religião. 
Petrópolis: Vozes, 1978-1986. 
JUNG, Carl Gustav. Psicologia e Alquimia. Petrópolis: Vozes, CW 12, 1971. 
KANT, Immanuel. A Crítica da Razão Prática. Edições 70, 1988. 
KEPLER, K. Discute esse problema em Tratando de Neuroses Instaladas em Nome de 
Deus. Texto apresentado no Congresso do CPPC de Belo Horizonte e disponível no site 
do CPPC.
LEÓN, J. A. Introdução à Psicologia Pastoral. Tradução de Ruth Maria Maestre. São 
Leopoldo: Sinodal, 1996.
LIBERAL, M.M. Religião, identidade e sentido de pertencimento. VIII Congresso Luso-
Brasileiro de Ciências Sociais. Coimbra.2004.
LUHMANN, M. et. al. Subjective well-being and adaptation to life events: a meta-analysis. 
Journal of personality and social psychology, v. 102, n. 3, p. 592, 2012.
MACEDO, Cármem Cinira. Imagem do eterno: religiões do Brasil. São Paulo: Moderna, 
1989
MALINOWSKI, B. Magia, Ciência e Religião. São Paulo: Ática, 1983. 
83
MARCONI, M.; PRESSOTO, Z.. Antropologia: uma introdução. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2010, 
MARIANO, Ricardo. Neopentecostais – Sociologia do novo pentecostalismo no Brasil. 
São Paulo: Edições Loyola, 1999. 
MARKS, I.M. Behavioral psychotherapy of adult neurosis. In Garfield, S.L. & Bergin, A.E. 
(eds.) Handbook of psychotherapy and behavior change (second edition) New York, 
Wiley, 1978. 
MILANESI, Giancarlo; ALETTI, Mario. Psicologia della Religione. Torino-Leumann: LDC, 1973.
MINAYO, M.C. O papel da religião na promoção da saúde, na prevenção da violência 
e na reabilitação de pessoas envolvidas com a criminalidade: revisão de literatura. 
Ciência e Saúde Coletiva. (19).6. 2014 
MORANO, C. D. Crer depois de Freud. São Paulo: Loyola, 2003.
MOREIRA-Almeida, A. (2009) Espiritualidade & Saúde Mental: O desafio de reconhecer e 
integrar a espiritualidade no cuidado com nossos pacientes. Zen Review, p. 1-6. 
MÜELLER, Fernand-Lucien. História da Psicologia. Trad. Lólio Lourenço de Oliveira, Maria 
Aparecida Blandy e J. B. Damasco Pena. São Paulo: EdUSP, 1968.
OTTO, R. O sagrado. São Bernardo do Campo: Imprensa Metodista, 1985. 
Paiva, G. J. de .. (2002). Ciência, religião, psicologia: conhecimento e comportamento. 
Psicologia: Reflexão E Crítica, 15(3), 561–567. 
PAIVA, G. J. Psicologias da Religião na Europa. Arquivos Brasileiros de Psicologia, Rio de 
Janeiro, v. 42, p. 88-99, 1990.
PRANDI, R. Converter indivíduos, mudar culturas. Tempo Social – revista de sociologia 
da USP. 2008. Disponível em:, Acesso em: 07.dez.2020. 
PRATT, James Bissett, The Religious Consciousness: A Psychological Study, New York: 
The MacMillan Company, 1959. 
RANGEL, M.P.; CASTELLA, J.S. Redes sociais na investigação psicossocial. Revista Aletheia. 
n.21. jan/jun.2005. ULBRA. Disponível em:, Acesso em: 07.dez.2020. 
REIMER, Haroldo. Elementos e estrutura do fenômeno religioso: o sagrado e as 
construções de mundo. Goiânia: Ed. da PUC Goiás; Brasília: Universa, 2004.
RIBEIRO, F.M.; MINAYO, M.C. O papel da religião na promoção da saúde, na prevenção 
da violência e na reabilitação de pessoas envolvidas com a criminalidade: revisão de 
literatura. Ciência e Saúde Coletiva. (19).6. 2014
84
RODRIGUES, C. C. L.; GOMES, A. M. de A. Teorias Clßssicas da Psicologia da Religiπo. In: 
PASSOS, J. D.; USARSKI, F. CompΩndio de CiΩncia da Religiπo. Sπo Paulo: Paulinas, Paulus, 
2013. p. 333-344. 
ROSA, Merval. Psicologia da religião. 2. edição. Rio de Janeiro, Junta de Educação Bugiou 
e Publicações, 1979. 
SAMUELS, Andrew. A psique política. Tradução Raul Finker e Márcia Spstein Finker. Rio de 
Janeiro: Imago, 1995.
SANCHIS, Pierre. As religiões dos brasileiros. Horizonte. Belo Horizonte. 2º Sem., 1997.
SANTOS, O. B. Aconselhamento Psicológico & Psicoterapia. São Paulo: Livraria Pioneira 
Editora, 1982.
SCHIAVO, Luigi. Conceitos e interpretações da religião, 2004. In: LAGO, Lorenzo. 
SCHNEIDER-HARPPRECHT, C. (Org.). Teologia Prática no contexto da América Latina. 3. 
ed. rev. e ampl. São Leopoldo: Sinodal/Est, 2011.
SETTON, M.G. As religiões como agentes de socialização. Cadernos Ceru, série 2, v. 19, n. 
2, dezembro de 2008
SHERRILL, Lewis Joseph, Guilt and Redemption, Richmond: John Knox Press, 1963
SIMONTON, O.C. & MATTHEWS-SIMONTON, S. Belief systems and management of the 
emotional aspects of malignancy. Journal of Transpersonal Psychology v.7: p.29-47, 
1975
SOUZA, E. S. O Sagrado, o sujeito e a psicoterapia. Via Teológica, Curitiba, v. 1, n. 13, p. 23-
32, jun. 2006.
STROPPA, André. et al. Religiosidade e Saúde. Saúde e Espiritualidade: uma nova visão 
da medicina. Belo Horizonte, p. 427-443, 2008. 
TERRIN, Aldo Natale. Antropologia e horizontes do sagrado. Culturas e religiões. São 
Paulo: Paulus, 2004.
TOLOVI, Carlos Alberto. A Espiritualidade para além ao Mito a da Religião 
Institucionalizada. Religare: Revista do Programa de Pós-Graduação em Ciências das 
Religiões da UFPB, v. 15, n. 1, p. 260-286, 2019.
UTSCH, M. Religião e Psicologia. Estudos Teológicos, São Leopoldo, v. 2, n. 53, p. 364- 381, 
jul/dez 2013.
VALLE, E. A psicologia da religião. In: USARSKI, F. O espectro disciplinar da ciência da 
85
religião. São Paulo: Paulinas, 2007, p. 123-167.
WOLTON, Dominique. Internet, ¿y después?: una teoría crítica de los nuevos medios de 
comunicación. Barcelona: Gedisa, 2000. p. 247-8 
WRZUS, C.; ROBERTS, B.W. Processes of personality development in adulthood: The 
TESSERA framework. Personality and Social Psychology Review, v. 21, n. 3, p. 253-277, 2017.
86
graduacaoead.faculdadeunica.com.br
http://graduacaoead.faculdadeunica.com.bra um conjunto de crenças que levam uma 
pessoa a acreditar na existência de uma entidade ou de um ser superior. (SILVA, M, 
2023). 
 A psicologia se preocupa com a mente do ser humano e como a atuação da 
mesma pode influenciar o seu comportamento. E assim por meio desta disciplina 
explicar as ações do ser humano e até mesmo antever demandas futuras, num sentido 
preventivo, a fim de que a pessoa tenha um funcionamento físico e mental saudável. 
 Recentemente é possível inferir que muitos setores da Psicologia e da Psiquiatria, 
e também de outras especialidades dentro da área geral da saúde, uma abertura para 
a investigação do fenômeno religioso e, consequentemente, para um possível diálogo.
 Vale ressaltar que a Psicologia estuda os fenômenos psicológicos e 
comportamentais humanos, analisando seus sentimentos, ideias e valores. Já Psiquiatria 
é um departamento médico que se ocupa da prevenção, tratamento, diagnóstico, 
tratamento e reabilitação de diversas formas de sofrimento mental que causam 
manifestações psicológicas graves.
 Paulo Dalgalarrondo, observa em seu livro Religião, Psicopatologia e Saúde Mental 
que apesar da psicologia, principalmente da psicologia clínica, ainda existe um profundo 
silêncio em algumas escolas sobre o assunto religião, espiritualidade e a ideia de Deus, 
o número de homens e mulheres é cada vez maior. psicólogos e outros que lidam 
com saúde e transtornos mentais surgiram como estudiosos da área que estudaram 
a religião como um fenômeno humano recorrente e como expressão da subjetividade 
e como uma dimensão central da vida humana que, portanto, não deve ser ignorada. 
(DALGALARRONDO, 2008).
11
1.2 O CONCEITO DE PSICOLOGIA DA RELIGIÃO
 A espiritualidade ou religiosidade acompanha as pessoas ao longo da história 
em quase todas as culturas do mundo. Como parte da vida humana, sua influência não 
se limita à esfera sociocultural, mas também se reflete na estrutura da subjetividade 
individual, que se expressa em crenças, valores, sentimentos e comportamentos 
relacionados. 
 É assim que está presente nas sessões de psicologia clínica, que são trazidas 
para dentro da estrutura psicológica de clientes que buscam ajuda profissional para 
seus problemas.
 A Psicologia apresenta uma aproximação com a ciência/religião, assumindo 
diversos aspectos, onde a mesma interliga e conversa com as ciências biológicas e 
naturais e também as ciências históricas e hermenêuticas, não podendo ser vista uma 
separada da outra, assume diversas feições, entendendo que a religião é uma instituição 
social que discute a realidade que transcende a humana, repercutindo dinamicamente 
por diversos signos, símbolos, mitos, práticas, ritos nas múltiplas organizações humanas 
(PAIVA, 2002).
 Assim de acordo com Merval Rosa:
 Segundo Hock (2010), a Psicologia da Religião dedica-se ao estudo das relações 
entre o indivíduo e a Religião, partindo da evidenciação de que a religião tem seu lugar 
na experiência individual dos seres humanos. 
 Sobre a história da pesquisa psicológico-religiosa, as raízes são muito profundas. 
O ser humano, ao refletir sobre si, inevitavelmente esbarra em perguntas que dizem 
respeito a aspectos psíquicos de sua vida.
 Destarte, vale salientar o que Valle (2007, p. 124), argumenta:
Figura 1: Psicologia e Religião
Fonte: Disponível em https://shre.ink/2BDx. Acesso em 20 jan. 2023.
Psicologia da religião é o estudo do fenômeno religioso 
do ponto de vista psicológico, ou seja, a aplicação dos 
princípios e métodos da psicologia ao estudo científico 
do comportamento religioso do homem, quer como in-
divíduo, quer como membro de uma comunidade reli-
giosa (MERVAL, 1979, p.15).
Como a própria psicologia, com suas numerosas te-
orias e metateorias, a psicologia da religião teve de 
aprender que não detém o monopólio do conhecimen-
to sobre a religião e a religiosidade. Criada na tentativa 
https://shre.ink/2BDx
12
de enquadrar o religioso pela via da racionalidade e da 
cientificidade, ela tomou consciência dos limites de seu 
instrumental ante a complexidade de seu objeto.
À semelhança da psicologia científica moderna, a psi-
cologia da religião tem suas raízes históricas na filoso-
fia ou na chamada psicologia racional. Homens como 
 Partindo da premissa de que a religiosidade das pessoas é um aspecto importante 
a ser estudado pela Psicologia, dada sua influência em questões de identidade 
pessoal e grupal, comportamento, sexualidade saúde, esta disciplina apresenta-se de 
extrema relevância uma vez que estas questões perpassam e se interligam (direta ou 
indiretamente) entre Psicologia e religião.
 A Psicologia da Religião, portanto, tem se estabelecido como braço somatório 
nas pesquisas relacionadas ao comportamento humano, e contribuído com estudos 
diversos de modo que hoje se configura como uma área de grande interesse.
Para que você possa conhecer um pouco mais sobre o fenômeno religioso, in-
dicamos o livro de Alex Villas Boas: Introdução à epistemologia do fenômeno 
religioso: interface entre ciências da religião e teologia. Que está disponível na 
Biblioteca Virtual Pearson. Link: https://shre.ink/2BDb. Acesso em: 20 jan. 2023. 
BUSQUE POR MAIS
A psicologia da religião estuda e examina o comportamento religioso a partir de uma 
perspectiva psicológica, aplicando métodos usados na psicologia para entender, prever 
e até mesmo mudar o comportamento. Não é papel da psicologia da religião discutir a 
existência ou não existência de entidades além do mundo humano e da experiência sen-
sorial. Nesse sentido, o objeto desta indagação não está relacionado à comprovação da 
existência ou inexistência de um ser ou de seres sobrenaturais em que se acredita, nem 
mesmo, busca à defesa ou a desconstrução de qualquer religião ou expressão religiosa 
em particular. Antes, trata-se do estudo científico, descritivo e objetivo dos fenômenos 
religiosos em relação ao comportamento humano.
FIQUE ATENTO
1.3 CONSIDERAÇÒES HISTÓRICAS SOBRE A PSICOLOGIA DA RELIGIÀO
 De acordo com Mueller (1968. p. 03), a civilização primitiva considerava que as 
doenças mentais existentes eram explicadas de forma animista e portanto, deveriam 
se consideradas como se fossem de ordem sobrenatural e mística. Também no senso 
comum ou entendimento popular, por meio da prática mística ou mágica, haveria a 
possibilidade da mudança da situação, uma vez que eram consideradas poderosas.
 Estudos recentes explicam comparando a mente infantil atual e a mente primitiva 
que esse estado de espírito pode refletir tanto esperanças quanto medos externos.
 De acordo com Rosa (1979)
https://shre.ink/2BDb
13
Buda, Sócrates, Platão, Jeremias, Agostinho, Pascal são 
exemplos típicos de indivíduos que refletiram sobre a 
vida interior e descreveram suas próprias observações. 
O fruto da observação introspectiva desses grandes 
vultos da humanidade constitui, por assim dizer, o pri-
meiro esforço rumo ao estudo psicológico da experiên-
cia religiosa (ROSA, 1979, p.19) 
 Vale ressaltar que os poemas de Homero (sec. IX ou VIII a.C), como "Ilíada" e a 
"Odisseia", considerados os dois mais velhos poemas da literatura grega, mesclavam o 
mundo grego antigo e a fé religiosa, fazendo referência aos mistérios de deuses fortes e 
poderosos e corrente místicas. Nessa senda, os médicos eram “guerreiros” entendendo 
que a doença mental era um castigo dos deuses. 
 De acordo com Mueller (1968. p. 07), o culto a Dionísio caracterizava uma adesão 
aos rituais secretos celebrados à noite na montanha, com danças agitadas, tochas 
acesas acompanhadas de gritos e tambores em ritmos repetitivos onde o objetivo era 
atingir o êxtase coletivo, o que hoje se assemelha aos rituais de tribos africanas. Esses 
cultos tinham o propósito de buscar harmonia entre os mitos dedicados aos avoengos 
num tributo longo e com muita intensidade. 
 Após o século VII a.C., na Grécia Antiga, a explosão intelectual marcou o despontar 
da filosofia e da ciência, estabelecendo os padrões ocidentais de civilizações onde 
a doençaera vista em uma perspectiva sobrenatural. Ressaltasse que foi após esse 
período que a doença passou a ser tratada como problemas naturais e que deveriam 
ser pesquisadas por meios naturais e científicos. Nessa época o entendimento popular 
era de que as doenças e males, tanto do corpo como da mente, era doença da alma, 
por isso eram tratados religiosamente.
 No entanto, Hipócrates (460 – 377 a.C.) inicia uma nova linha de pensamento, que 
a doença não era de caráter divino, mas se tivessem origem nos deuses, os médicos 
poderiam investigar as suas manifestações e consequências e, posteriormente, proceder 
o tratamento adequado. Sua influência foi significativa também entre pensadores 
depois do seu tempo, ao levantar uma vertente mais cientifica ao que antes era somente 
tratado como misticismo (MULLER, 1968).
 Segue abaixo uma sequência cronológica do pensamento mesclado entre 
Psicologia e Religião até os tempos atuais:
Herófilo
(335 – 280 a.C.)
Desenvolveu tratados sobre os órgãos dos sentidos, reconheceu que 
todos - visão, audição, tato, paladar e olfato – tem sede o cérebro e 
a medula espinhal.
Galeno 
(131 – 200 a.C),
Considerado um dos precursores da homeopatia, vendo o ser hu-
mano como uma alma que utiliza um corpo.
Empédocles
(490 - 430 a.C.)
Estudo do ser humano. comparou que o amor e o ódio são a base 
mudanças da vida. Na tentativa de tratamento de doenças, deno-
minou a cura pela palavra cantada ou falada.
Protágoras
(480 - 410 a.C.)
Denominava o que hoje se chama “subjetividade” e entendia que a 
percepção depende, tanto do objeto como do observador. Também 
via a cura pela palavra como um método eficaz.
14
Sócrates
(470 - 399 a.C.)
Destacou que o conhecimento, sendo subjetivo, depende da opinião 
pessoal e de outros pré-dispositivos que são alheios aos pensamen-
tos humanos.
Platão
(427 - 327 a.C.)
Criou um trabalho de cura pela palavra, afirmando que o bom dis-
curso produz uma influência no ouvinte que proporciona a elabora-
ção das ideias positivas como crenças, emoções e aptidões.
Aristóteles
(384 - 322 a.C.)
A alma atua em todos os ângulos da vida, no vegetativo, sensitivo e 
humano. A capacidade intelectual do homem é manifestada pela 
alma, num grau elevado de sensibilidade.
Epicuro de Samos
(341 – 270 a.C)
Epicuro utiliza o prazer e a felicidade como tratamento em contra-
partida com a falta de satisfação. Desenvolve sua visão na amiza-
de, a qual “um grande bem, por trazer segurança e conforto. (MEUL-
LER, 1968. p.75).
Plotino
(c. 205 – 270 d.C)
Aproximação com a tradição hebraica e destaca que o importante 
não é mais a sabedoria adquirida pela razão, mas restituir a alma 
do ela havia perdido, sendo a mesma aceita como força organiza-
dora e realidade sobrenatural (MUELLER, 1968. p.93).
Santo Agostinho
(354 - 430 d.C.)
O homem coopera com a mudança. Sua obra é rica em observa-
ções psicológicas intensas, entende que nada é mais forte do que as 
três virtudes teológicas: a Fé, a Esperança, e o amor. (MUELLER, 1968. 
p.117-18).
Santo Tomás de 
Aquino
(1220 – 1274 d.C.)
Diz que a alma está unida ao corpo e é impossível separar-se dele. 
A noção do ser; depois, a construção da verdade, por fim, o bem que 
se pode proporcionar com as mudanças. (MUELLER, 1968. p.132).
Francis Bacon
(1909 – 1992 d.C)
Coloca uma visão de que o homem ativo é motivado a viver, conhe-
cer, desenvolver poderes intelectuais e sensíveis. O ser dotado de 
poderes e fenômenos supranormais interiorizados assim como os 
sonhos e a força que exerce no pensamento do ser humano.
Renné Descartes
(1596 – 1650 d.C.)
Filosofia das paixões da alma como: a admiração, referindo-se a 
surpresa, o amor como uma atração, o ódio seria repugnância, a 
aversão, a alegria voltada para o contentamento, e a tristeza a não 
completude. Considerando a interação da alma e do corpo. (MUEL-
LER, p. 209).
Blaise Pascal
(1623 – 1662 d.C.)
Em uma psicologia religiosa desenvolve um pensamento: “o que se 
passa nos recônditos do homem... o próprio homem não conhece 
jamais”
David Hume
(1711 – 1776 d.C.)
Prazeres e dores são reflexos da alma nas paixões, tanto vividas 
como afrontada pelo espírito, pois relaciona a alma e o corpo sem 
nenhuma distinção, exemplifica uma crise de gota que são a soma-
tória de paixões como a angústia, a esperança, o medo que não 
são formadas por ideias, mas de emoção.
Emiliano Kant (1724 
– 1804 d.C.)
Fenomenologia – o termo visa distinguir entre verdade e aparência, 
de modo a destruir as ilusões que com frequência se apresentam ao 
pensamento.
Surge Herbert 
Spencer
(1820 – 1903 d.C.)
As manifestações do instinto e ação reflexa (ação reflexa compos-
ta), vida consciente (sentimento e vontade, memória e razão). A 
afetividade e o choque nervoso o elemento inicial da vida mental. 
(MUELLER, p. 345).
15
Sigmund Freud 
(1856 – 1939
d.C.)
No século XIX e XX as ideias de Freud influenciaram a sociedade e 
o trabalho do conselheiro, com o surgimento da psicologia, como 
ciência. Acreditava-se que os conselheiros poderiam ser leigos, mas 
altamente treinados. (COLLINS, 1982. p. 166).
Carl Gustav Jung
(1875 – 1961 d.C.)
Aplica um elemento novo em sua psicologia, afirma que o padre ou 
o pastor são mais habilitados que o médico em matéria de espiritu-
alidade.
Quadro 1: Entrelaçamento entre Psicologia e Religião ao longo da história 
Fonte: Disponível em https://shre.ink/2Bh2. Acesso em: 20 jan. 2023.
 A Psicologia da Religião surge como uma coleção teórica de psicologia em 1986 
nos Estados Unidos (EUA), quando William James era considerado um pesquisador do 
comportamento religioso, servindo-se dos métodos e teorias desta ciência como um 
fenômeno tanto do ponto de vista social quanto do individual.
 Nesse sentido, seu objeto de pesquisa não se refere à comprovação da existência 
ou inexistência de ser ou seres sobrenaturais em que se acredita, nem se trata da defesa 
ou crítica de qualquer religião ou expressão religiosa em particular; antes, se tratou 
de um estudo científico, descritivo e objetivo dos fenômenos religiosos em relação ao 
comportamento humano.
 São muitos os expoentes desta área que merecem destaque, como, William 
James, E. D. Starbuck, J. B. Pratt, Edward Ames, J. H. Leuba e G. Stanley Hall (RODRIGUES; 
GOMES, 2013).
A religião foi um dos principais temas da obra de Carl Gustav Jung. Sabidamente foi ele 
quem reformulou a teoria da libido de Sigmund Freud em 1912 para incorporar dois novos 
conceitos em sua teoria. O conceito de libido, que inclui religião, e o conceito de arquétipo, 
que inclui religião. “Portanto, quando falamos de libido, é mais razoável entender com este 
termo um valor energético que pode ser transferido para qualquer campo, poder, fome, 
raiva, sexualidade, religião, etc. [...]” (JUNG, 1986), p. 124).
FIQUE ATENTO
Assista ao vídeo Jung e religião #2: A visão de Jung sobre Deus. Disponível em: 
https://youtu.be/sANobSk7eTA. Acesso em: 01 de abril 2023.
BUSQUE POR MAIS
O psicólogo Carl Gustav Jung dedicou-se a compreender a relação entre religião e saúde 
mental, os aspectos terapêuticos ou psicopatológicos da experiência religiosa em suas 
manifestações e, sobretudo, a religião como símbolo e linguagem. A opinião de Jung so-
bre as questões religiosas é positiva e ao mesmo tempo crítica, o que é entendido como 
um tanto paradoxal (JUNG, 1980).
VAMOS PENSAR?
https://shre.ink/2Bh2
https://youtu.be/sANobSk7eTA
16
1.4 A RELIGIÃO NA ÓTICA DA PSICOLOGIA 
 A religião aparece como um fenômeno na vida das pessoas e tem o “poder” de 
influenciar comportamentos e regras, está totalmente ligada aos aspectos éticos que 
ditam as relações das pessoas. A psicologia, por outro lado, é uma ciência que estuda 
o comportamento e a mente humana através da observação científica e, ambos os 
termos apesar de diferentes, são coincidentes.
 A religião se destaca no contexto social com uma postura pautada no poder 
transcendental, que seguindo seus dogmas, difere de religião para religião, desempenha 
o papel de coordenadorado universo, a religião tem uma visão positiva de seus adeptos, 
pois de acordo com sua natureza isso significa. e ajuda as pessoas a se encontrarem no 
mundo e serem o que o criador espera, por isso existem regras que devem ser seguidas 
fielmente. 
 Vale ressaltar dois conceitos importantes sobre religião como sendo estática e 
dinâmica. A religião estática desempenha um papel fundamental na manutenção da 
sociedade fechada gerando, dentro de seus próprios limites, as tradições, os rituais e as 
regras morais. Ela reforça também a identificação entre os membros uma vez que em 
conjunto aborda à necessidade pela sobrevivência, expressa inclusive pela vontade da 
preservação do grupo diante de eventuais investidas de outros grupos.
 Assim, a própria religião estática é a faculdade que permite a manifestação da 
religião dinâmica, ou seja, é a própria religião ritual estabelecida, geradora de regras 
e da moral da obrigação, aquela que garante ao homem as condições mínimas para 
que ele possa ultrapassá-la em direção a uma iniciativa superior, em busca de contato 
direto com a força criadora.
 Já a religião dinâmica, de acordo com Bergson (1978), refere-se a um contato 
direto com o criador manifesto cotidianamente. Para a religião dinâmica, os rituais e 
práticas advindos do hábito não possuem a menor importância, significado, ou mesmo 
função. 
 A psicologia não se baseia em crenças, ela precisa de observações baseadas 
em um contexto científico, mas assim como a religião promove a saúde psicológica de 
uma pessoa entende-se que uma é motivo para um estado de satisfação ou prazer e a 
outra tenta entender como se dá esse processo. 
 No entanto, a relação entre religião e psicologia dá origem a muitas controvérsias 
que não são recentes, essas controvérsias são muito antigas, e alguns autores 
claramente se posicionam de forma a negar que a religião a importância dela para a 
ciência, dizendo ela não tem um conceito definido, o que a torna complexa e plural, e 
que está sempre presente em outras áreas sendo sempre apontada como necessária.
 Alguns cientistas sustentam que a religião se fundamenta na superstição e 
pertence a um estágio primitivo da humanidade, ao passo de que a ciência avança e 
proporciona soluções para os problemas modernos. Outros, porém, reconhecem
que a religião coloca perguntas diferentes das colocadas pelas ciências e que
ela ainda é necessária para viver uma vida boa e para dar sentido e finalidade
a existência. (CRAWFORD, 2005, p. 9).
 Rodrigues e Gomes (2013, p.333) apontam dois motivos para que esta disciplina 
ainda não desfrute de alta respeitabilidade no meio acadêmico:
 1. A experiência religiosa é complexa e demasiadamente subjetiva, de forma que 
17
dificulta o acesso objetivo por parte do observador;
 2. A pluralidade de referencial teórico da própria Psicologia dificulta estabelecer 
um referencial e um objeto limitado para a Psicologia da Religião. Isso se dá a despeito 
da Psicologia da Religião ser tão antiga quanto a própria Psicologia e ter entre seus 
“pais fundadores” alguns dos iniciadores da Psicologia.
 Ao longo da história da Psicologia da Religião, muitos estudiosos se destacaram, 
inclusive o próprio Wilhelm Wundt (1832-1920), conhecido como o pai da Psicologia 
Experimental. Sua extensa obra de dez volumes, intitulada Volkerspsychologie (Psicologia 
Popular ou Cultural, mas frequentemente traduzido como “Psicologia dos Povos”), escrita 
entre 1900 e 1920, incluiu três volumes exclusivamente destinado à religião e à mitologia 
(BEIT-HALLAHMI, 1989).
 Registrou-se, portanto, entre 1890 e 1920, verdadeiro movimento intelectual em 
torno da questão religiosa a partir do ponto de vista psicológico. Os pioneiros deste 
campo, mesmo que de uma perspectiva empírica-experimental, conforme vários 
depoimentos citados por Beit-Hallahmi (1989), pareciam ver na religião objeto propício 
ao estudo científico.
 Sendo a religião, sem dúvida, uma das expressões mais antigas e universais da 
alma humana, deve-se entender que qualquer psicologia que se ocupe da estrutura 
psicológica da personalidade humana deve, além de a religião ser um fenômeno 
sociológico ou histórico, pelo menos assegurar que é, também é um tema importante 
para muitas pessoas (JUNG, 2012, p. 17). 
 Respeitando a disciplina científica, Jung observou todos os tipos de manifestações 
religiosas em sua extensão universal, incluindo as representações religiosas do homem 
primitivo, bem como as diversas religiões que surgiram nos estágios mais avançados 
da cultura humana. ambiente, na cultura e nas tradições ocidentais e orientais durante 
séculos. 
 No livro Psicologia e Religião (2012), Jung, refere-se a religião assim:
 Com base em seus estudos, Jung foi forçado a reconhecer que a experiência 
religiosa se origina no inconsciente coletivo, símbolos de energias dinâmicas e 
significados atemporais e universais que escapam à consciência individual (UTSCH, 
2013, p. 369).
Encaro a religião como uma atitude do Espírito humano 
[...] Eu gostaria de deixar bem claro que com o termo 
“religião”, não me refiro a uma determinada profissão 
de fé religiosa. A verdade porém, é que toda confissão 
religiosa, por um lado se funda originalmente na expe-
riência do “numinoso”, e, por outro, na “pistis”, na fide-
lidade (lealdade), na fé e na confiança em relação a 
uma determinada experiência de caráter numinoso e 
da mudança de consciência que aí daí resulta. (JUNG, 
2012, p.10)
18
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Carl Gustav Jung, em sua obra “Psicologia e Religião”, sustenta acerca do fenômeno 
religioso que: 
a) a vivência da religião é causa das neuroses que assolam o homem, marcando-o 
com o sentido de culpa.
b) seria resultado de um epifenômeno, um produto secundário do processo orgânico 
do cérebro. 
c) as principais figuras simbólicas de uma religião não são capazes de expressar a 
atitude moral e espiritual específica daquela religião.
d) não chega a configurar uma relação com valor supremo ou mais poderoso, seja ele 
positivo ou negativo, mas sim relação voluntária com um dos diversos valores humanos 
possíveis.
e) toda confissão religiosa se funda originalmente na experiência do numinoso. 
2. (IBFC- 2017). Para abordar o poder simbólico da religião e sua influência na vida 
pessoal e social de cada indivíduo ou grupo, é necessário discutir a noção de espaço, 
pois a religião e o poder inerente a ela se configuram a partir de áreas simbolicamente 
demarcadas. Sobre o poder simbólico da religião, analise as proposições abaixo:
I. Para o homem religioso, o espaço é homogêneo.
II. No conjunto das representações do campo social, há apenas dois predicamentos de 
recintos: o sagrado e o não sagrado (profano).
III. A sagração dos templos e seus espaços ocorre por intermédio de rituais.
Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas corretas:
a) I e II, apenas
b) I e III, apenas
c) II e III, apenas
d) I, II e III
e) Nenhuma das alternativas 
3. (BANCA-IPEFAE). Crenças e práticas religiosas/espirituais constituem uma parte 
importante da cultura e dos princípios utilizados para dar forma a julgamentos e ao 
processamento de informações. Podemos conceituar religião como um sistema 
organizado de crenças, práticas, rituais e símbolos projetados para auxiliar a proximidade 
do indivíduo com o sagrado e/ou transcendente, e espiritualidade como uma busca 
pessoal de respostas sobre o significado da vida e o relacionamento com o sagrado e/
ou transcendente. Para a Psicologia, o conhecimento e a valorização de tais sistemas de 
crenças colaboram com a aderência do indivíduo à psicoterapia, promovendo assim 
melhores resultados. 
19
Sobre este assunto, assinale a única alternativa incorreta:
a) As práticas religiosas podem ter influência importante em como as pessoas 
interpretam eventos traumáticos e lidam com eles, promovendo percepções resilientes 
e comportamentos como a aprendizagem positiva da experiência, o amparo para 
superação da dor psicológica e a autoconfiança em lidar com as adversidades.b) atualmente, a experiência religiosa deixou de ser considerada fonte de patologia e, 
em certas circunstâncias, passou a ser reconhecida como provedora do reequilíbrio e 
saúde da personalidade.
c) O interesse sobre a espiritualidade e a religiosidade sempre existiu no curso da história 
humana, a despeito de diferentes épocas ou culturas. Contudo, apenas recentemente 
a ciência tem demonstrado interesse em investigar o tema. No começo dos anos de 
1960, os estudos eram dispersos e, nesse período, surgiram os primeiros periódicos 
especializados.
d) Todas as abordagens importantes em Psicologia encontraram uma adequação 
sobre espiritualidade e religiosidade em suas intervenções e os diversos conceitos sobre 
religiosidade/espiritualidade não dificultam o estudo, o desenvolvimento e a aplicação 
dessa importante interface no processo psicoterapêutico.
e) Para a psicologia o sistema de crenças auxilia na psicoterapia
4. Analise as duas formas de religiões explicitadas a seguir:
I. Com suas fábulas, mitos e superstições, a religião reforça os laços sociais entre o 
homem e seus semelhantes. Dá esperança da imortalidade como forma de defesa 
contra a imprevisibilidade do futuro. Essa é a religião natural, também reconhecida 
como infraintelectual.
II. É o misticismo. É a tomada de contato e, consequentemente, a coincidência parcial 
com o esforço criador que a vida manifesta. Esse esforço é de Deus, se não for o 
próprio Deus. O amor do místico por Deus coincide com o amor de Deus por Deus 
mesmo. Deus é amor e objeto de amor e aí reside todo o misticismo. O amor a 
Deus se transforma em amor pela humanidade e somente a experiência mística 
está em condições de fornecer a única prova da existência de Deus. É uma religião 
supraintelectual.
Em Henri Bergson, respectivamente, essas religiões se tratam de:
a) Pós-Axial e Axial.
b) Axial e Pós-Axial.
c) Estática e Dinâmica.
d) Dinâmica e Estática.
e) Estática e Axial 
5. (IPEFAE). Pode-se conceituar ‘religião’ como um sistema organizado de crenças, 
práticas, rituais e símbolos projetados para auxiliar a proximidade do indivíduo com o 
sagrado ou transcendental, e ‘espiritualidade’ como uma busca pessoal de respostas 
sobre o significado da vida e o relacionamento com o sagrado ou transcendente. 
20
Práticas, procedimentos religiosos e/ou espirituais e crenças correlatas constituem 
uma parte importante da cultura e dos esquemas mentais utilizados por pessoas e 
grupos para dar forma a determinados processamentos de informações, interpretações 
e julgamentos. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS) o bem-estar espiritual é 
uma dimensão do estado de saúde, junto às dimensões corporais, psíquicas e sociais.
Neste contexto, analise as decorrentes afirmativas I e II abaixo, assinalando em seguida 
a alternativa correta:
I. Por considerar as experiências místicas e meditativas como processos mensuráveis 
e quantificáveis, com base nas evidências acumuladas na literatura e na prática 
médica, a OMS, por meio do grupo de Qualidade de Vida, incluiu em seu instrumento 
genérico de avaliação de qualidade de vida o domínio Religiosidade, Espiritualidade 
e Crenças Pessoais com 100 itens.
II. A maioria dos estudos que investigou a relação entre a religiosidade/espiritualidade 
e a saúde mental revelou, por outro lado, e de um modo algo paradoxal, que níveis 
mais elevados de participação religiosa estão associados com menor bem-estar e 
saúde mental.
a) A afirmativa I está certa e a afirmativa II está errada.
b) A afirmativa II está certa e a afirmativa I está errada.
c) As duas afirmativas I e II estão certas.
d) As duas afirmativas I e II estão erradas.
e) A afirmativa I está certa e a II é uma justificativa da I
6. (CONSULPLAN). “Jean Paul Sartre é todavia o maior expoente do existencialismo. 
Define o homem como um ‘ser para a __________’, condenado a uma existência 
sem sentido. Define o existencialismo como um ‘humanismo’ no sentido que o homem 
é o único responsável pelo que fizer de si em sua existência empírica, na qual não pode 
escapar da realidade do fim.” Assinale a alternativa que completa corretamente a 
afirmativa anterior. 
a) luta.
b) inveja. 
c) morte. 
d) malícia.
e) felicidade. 
7. Qual o método que a Psicologia da Religião utiliza para o desenvolvimento da sua 
teoria? 
a) Religioso. 
b) Filosófico. 
c) Psicológico. 
d) Empírico.
e) Hermenêutico.
21
8. A Psicologia da Religião tem como objeto de estudo: 
a) As questões de organização social, solidariedade social e de forças sociais.
b) Os comportamentos religiosos e o sentido da religiosidade da vida humana.
c) Os pensadores que influenciaram o comportamento religioso das pessoas. 
d) A mentalidade católica medieval.
e) A reforma protestante. 
22
O FENÊMENO RELIGIOSO E 
A PSICOLOGIA DA 
RELIGIAO
23
 A religiosidade é parte integrante do ser humano, em relação ao esforço que ele 
faz para dar sentido à sua vida. Para isso, utiliza o símbolo e a linguagem como forma 
de expressão religiosa. 
 O fenômeno religioso fornece um sentido para o ser humano se sentir completo na 
sua existência, através das experiências com o Sagrado, ele se enche de um sentimento 
de satisfação e contentamento diante de sua finitude. Diante disso, é possível entender 
o papel importante que a religião desempenha na sociedade.
 A psicologia da religião estuda fenômenos religiosos como fenômenos culturais, 
ingredientes humanos. Nesse sentido, entre outras coisas, são estudadas as práticas, 
crenças e experiências religiosas. Um de seus desafios metodológicos é lidar com o 
conhecimento observando modos de trabalhar que respeitem a especificidade do 
conhecimento psicológico e a singularidade das tradições religiosas. Resguardando o 
lugar de fala de cada, busca encontrar um equilíbrio entre os dois campos e evitar 
abordagens reducionistas.
 Ela é um alicerce, onde os fundamentos da vida são plantados. Sem ela a ordem 
emocional das pessoas não estaria assegurada. A tranquilidade que a religião oferece 
diante de tantos conflitos que a alma humana possui, a pacificação que ela traz quando 
ao dizer que o sofrimento faz parte, permite a ordem das coisas e a aceitação do ser 
humano diante de suas limitações.
 Também sobre Psicologia da Religião ou da espiritualidade, pode-se dizer que 
surgiu como uma coleção teórica de psicologia em 1986 nos Estados Unidos (EUA), 
quando William James era considerado um pesquisador do comportamento religioso, 
servindo-se dos métodos e teorias desta ciência como um fenômeno tanto do ponto de 
vista social quanto do individual.
 Nesse sentido, seu objeto de pesquisa não se refere à comprovação da existência 
ou inexistência de ser ou seres sobrenaturais em que se acredita, nem trata da defesa 
ou crítica de qualquer religião ou expressão religiosa em particular; antes, o estudo 
científico, descritivo e objetivo dos fenômenos religiosos em relação ao comportamento 
humano – por excelência, objeto e trabalho da psicologia. São muitos os expoentes 
desta área que merecem destaque, como, William James, E. D. Starbuck, J. B. Pratt, 
Edward Ames, J. H. Leuba e G. Stanley Hall (RODRIGUES; GOMES, 2013).
2.1 INTRODUÇÃO 
 A religião tem sido praticada por pessoas desde os tempos antigos e tem sido 
frequentemente usada para explicar fenômenos naturais. Cada religião tem suas 
próprias características: suas histórias sagradas, símbolos, histórias e suas próprias 
regras de conduta. 
 O fenômeno religioso dá ao homem a sensação de ser completo, por meio das 
experiências ele se enche de contentamento diante de sua finitude. Com base nisso, 
podemos entender o importante papel da religião na sociedade, é a base sobre a 
qual são construídos os alicerces da vida. Sem ela, a ordem emocional das pessoas 
não estaria segura. A calma que a religião oferece à alma humana diante de tantas 
contradições, a calma que ela traz quando se diz que faz parte do sofrimento, torna 
2.2 O FENÔMENO RELIGIOSO: DIMENSÃO ANTROPOLÓGICA E PSICOLÓGICA
24
possível a ordem das coisase a aceitação do homem diante de seus limites. 
 Muitas expressões são usadas em conexão com a experiência sagrada, como por 
exemplo, os símbolos, mitos e rituais, nos quais o ser pessoal tenta encontrar o sentido 
para sua existência. “O homem toma consciência do sagrado porque ele se revela, se 
evidencia como algo antagônico ao profano” (OTTO, 1985, p. 15). O símbolo está inserido 
na linguagem humana ao longo do tempo. “Todo elemento natural pode conter um 
símbolo, não pode ser objetivado com palavras” (REIMER, 2004, p. 83).
 Por certo, o problema antropológico sempre existiu no contexto teológico e de 
modo muito central. Sempre se ocupando com a vida humana em relação ao ser 
transcendente: criação, pecado, graça, santificação, salvação, julgamento etc. Ladaria 
(2006) afirma que não se pode negar que o homem sempre esteve no centro da reflexão 
da fé e foi o objeto maior da preocupação pastoral da Igreja. 
 Em um contexto psicológico, a psicologia levantou um questionamento 
semelhante, argumentando que os povos primitivos tendiam a personificar e adorar os 
fenômenos naturais. Mas ao contrário da sociologia da religião, a psicologia afirma que 
o homem:
 Inegavelmente a religião é relevante para a humanidade, e a psicologia entende 
que ela é útil na relação com a realidade humana, ainda que sejam áreas de estudo 
diferentes. Assim, a psicologia reconhece o poder e a influência do fenômeno religioso 
sobre a mente e o comportamento humano, uma vez que fica claro a fidelidade de um 
contingente expressivo de pessoas a dogmas, tradições e regras. 
 Existem muitas interpretações psicológicas do fenômeno religioso. Muitos estudos 
têm relacionado a religião às mais diversas dimensões, encontrando associações 
positivas entre religião/espiritualidade e saúde física e mental, por exemplo, favorecendo 
a religião na terapia para estresse, depressão e ansiedade da morte. Destacamos 
algumas delas:
[...] não teria criado a religião, mas a beleza e a mag-
nitude dos fenômenos da natureza despertaram nele 
sentimentos em relação ao infinito, à crença em divin-
dades com poderes de dirigir a natureza. A gênese da 
crença seria o medo do sobrenatural (MARCONI; PRE-
SOTTO, p. 2010, 161).
Sigmund Freud 
(1856-1939)
Psicanálise 
A religião nada mais é do que uma projeção infantil da imagem pater-
na. É uma ilusão, não porque seja ruim em si, mas porque tende a fugir 
da humanidade e do acaso. 
Carl GustavJung 
(1975-1961),
A experiência religiosa é resultado do inconsciente coletivo, que por 
sua vez é constituído por energias dinâmicas e símbolos que possuem 
um significado universal. A experiência religiosa é a base do funcio-
namento harmonioso da psique e ajuda o homem a compreender a 
realidade do universo, que não pode ser conhecida de outra forma. 
Gordon Allport 
(1897-1967)
A experiência religiosa é algo essencialmente pessoal, sujeito às leis 
do desenvolvimento psicológico, sendo seu lado intelectual mais im-
portante do que o emocional. A religião é um fator muito importante 
na integração da personalidade. Ele diz que a religião é a tentativa do 
homem de se unir à criação e ao Criador para expandir e completar 
sua personalidade. 
25
Anton Boisen 
(1876-1965)
A experiência religiosa tem essencialmente a mesma dinâmica da 
esquizofrenia. Ele diz que tanto a esquizofrenia quanto a experiência 
religiosa profunda são tentativas de integrar o "eu". Quando a perso-
nalidade está ameaçada de colapso, ela usa os meios mais eficazes 
para evitar o desastre. A diferença final entre os dois reside nos resul-
tados obtidos. 
Se a experiência for bem-sucedida, o homem terá uma experiência 
religiosa muito frutífera e consistente em sua vida. Se a tentativa fa-
lhar, o homem é considerado "louco".
Quadro 2: Diversidade de interpretações quanto ao fenômeno religioso
Fonte: Rosa (1979, p.71.)
De acordo com Pieper (2015) com relação ao fenômeno religioso na sociedade existem 
três possibilidades de articulação do fenômeno religioso. Primeiramente, a religião, pode 
ser reduzida a uma esfera social diferente, e nesse sentido, a religião teria sentido e fun-
ção que não é especificamente religiosa, mas é atinente a outro aspecto. Em segundo, 
a religião pode ser empregada como um meio para se compreender unidades maiores, 
como por exemplo, a cultura e a sociedade. E por fim a religião pode ser compreendia em 
uma perspectiva social autônoma, buscando explicar a religião a partir dela mesma.
FIQUE ATENTO
Sobre o fenômeno religioso, Paulo Dalgalarrondo diz que o homem é “incuravel-
mente religioso” (p. 20), portanto, indicamos o seu livro: Religião, psicopatologia 
e saúde mental. Disponível em: https://shre.ink/2BwZ. Acesso em: 20 jan. 2023. 
BUSQUE POR MAIS
 A religião como área de convergência de sua expressão ao longo do tempo, ficou 
mais evidente recentemente, na modernidade, por muitos motivos, mas, principalmente 
por dificuldade metodológica prova de existência específica ou concreta da fé, diante 
de uma cultura social em que as conexões necessitam de quantificação. A própria 
psicologia também foi afetada com o surgimento desse paradigma científico, embora 
tenha se originado como uma ciência humana, que deu gerou tensões diante da 
possibilidade de tomar a religião como campo ou subcampo de estudo.
 Muitos estudiosos se debruçaram sobre a complexidade do fenômeno religioso, 
entre os quais se encontra William James (1842-1910) que, considerado por alguns 
como um dos pais da psicologia moderna, ao lado de Wilhelm Wundt1, talvez tenha 
dado a contribuição mais importante do pensamento do século XIX no que diz respeito 
ao diálogo entre psicologia/psiquiatria e religião. Como psicólogo experimental, ele 
aplicou a abordagem “viva-e-deixe-viver” à religião.
 De acordo com FERRIS (2002), recentemente as teorias da personalidade em geral 
tem se mostrado mais flexíveis a ideia de que a experiência divina e o comportamento 
2.3 RELIGIÃO E PSICOLOGIA: UM DIÁLOGO POSSÍVEL?
https://shre.ink/2BwZ
26
 Ao longo da trajetória da vida terrena, grandes dificuldades se combinam com 
pequenos problemas, tornando-se em um grande desafio a convivência de uma pessoa 
em sociedade. 
 No tocante ao cristianismo, a primeira impressão é que o assunto gira em torno 
da religião, e se o assunto é psicologia, então o desenvolvimento se volta inteiramente 
para a relação do homem consigo mesmo e em alguns casos com a sociedade. 
 Os pontos de contato comuns entre o estudo científico do comportamento 
humano, a psicologia e o que se entende por religião, quando se sabe que o próprio 
Cristianismo já se considera um modelo que trata do comportamento individual de 
cada pessoa ao longo da vida, da capacidade de autodeterminação, dos conflitos 
emocionais, tornam-se ingredientes interessantes para o seu estudo. 
 Em seus conflitos pessoais, sejam eles religiosos ou seculares, o homem sempre 
percebe que existe possibilidades de encontrar uma saída, e a religião costuma estar 
muito próxima, conquanto tenha disposição de caminhar para ela. 
 Assim, a convergência do paradoxo ciência e da religião; porque se sabe que 
a prática diária, mesmo no campo religioso, quando aplicada em conjunto com o 
conhecimento científico, pode ser eficiente e eficaz.
 A psicologia possui ferramentas muito significativas para o aconselhamento 
2.4 O CRISTIANISMO PURO E A PSICOLOGIA 
religioso são "normais" e têm ou podem desempenhar um papel positivo nas estruturas 
da personalidade.
 Com relação a psicologia da religião pode-se dizer que se trata da aplicação dos 
princípios e métodos da psicologia ao estudo científico do comportamento humano 
como indivíduo ou como membro de uma comunidade religiosa. O comportamento 
religioso é qualquer ação ou atitude que tenha uma referência específica ao sobrenatural. 
Segundo pesquisas psicológicas, a religião é tipicamente um fenômeno individual, mas 
pode e deve ser estudada em sua expressão social e coletiva. Um estudo psicológico de 
um fenômeno religioso pode ser feito em qualquerreligião, seita ou similar, em qualquer 
lugar do mundo. A dinâmica da experiência religiosa tem aspectos universais e pode 
ser estudada a partir de uma perspectiva psicológica, independentemente de qualquer 
concepção sectária. 
 Apesar dos esforços de alguns para inserir a psicologia da religião ao campo 
geral da psicologia científica, ainda existem alguns obstáculos que impedem uma 
relação tão próxima. Entretanto, na mesma proporção, a psicologia da religião tem 
alcançado um melhor status acadêmico ao passo que melhores métodos de pesquisa 
são introduzidos no estudo psicológico dos fenômenos religiosos.
Para que você possa se aprofundar e conhecer um pouco mais sobre a temá-
tica indicamos o livro de Valdemar A. Espiritualidade e prática clínica (cap.2). 
Disponível em: https://shre.ink/2BwX. Acesso em: 20 jan. 2023. 
BUSQUE POR MAIS
https://shre.ink/2BwX
27
cristão, sendo útil para o mundo religioso, tanto católico quanto protestante em suas 
diversas vertentes, auxiliando nos momentos em que a cognição religiosa não oferece 
soluções, considerando que a pluralidade religiosa é uma realidade na sociedade em 
geral. 
 A Bíblia sagrada está repleta de exemplos, no Antigo e Novo Testamento, de 
pessoas influenciando outras pessoas diante de decisões importantes, com o objetivo 
de fornecer novas orientações diante do desconhecido. Reis, profetas, soldados e muitos 
outros tiveram conselheiros para ajudá-los em situações aparentemente difíceis. No 
Antigo Testamento, por exemplo, podemos citar Rute ajudando sua sogra, Noemi, que 
havia perdido as esperanças depois de seguidas tragédias e infortúnios (Rute 1.16); e no 
Novo Testamento, em Atos dos Apóstolos, o evangelista Marcos vai de desertor à peça 
fundamental na Escrita do primeiro Evangelho que tem o seu nome, graças a insistência 
de Barnabé, que acreditou nele e lhe oportunizou uma segunda chance (Atos 15. 36-39).
De acordo com Santos (1982), existem três conceitos que enunciam as atividades e 
práticas de ajuda, a saber: 
 Os conceitos acima objetivam direcionar comportamentos e o aconselhamento 
foca mais no tratamento de causalidades menores. A habilidade do orientador em casos 
de ansiedade, por exemplo, onde ele está intrínseco nesses tipos situações de crise, 
são suficientes para mudar o comportamento de forma produtiva com um resultado 
efetivo. 
 A psicoterapia requer uma complexidade maior, mais demorada e utiliza recursos 
e ferramentas da psicologia. Portanto, requer capacitação específica, treinamento 
especial, e o tratamento torna-se mais longo e mais intenso. Vale ressaltar o que Booff 
(2003), diz sobre o papel do orientador e psicoterapeuta, a título de cuidador: 
 Segundo Allport (1967), a religiosidade de uma pessoa pode ser classificada como 
intrínseca (quando se considera a religião como o seu patrimônio mais valioso e as 
outras necessidades têm menor peso, pois são consideradas de menos importância e, 
sempre que possível, medidas à luz da sua orientação religiosa e crenças). Sobretudo, 
considera-se que esse modal (intrínseco) geralmente está relacionada a uma 
Orientar, na visão psicológica significa facilitar o co-
nhecimento e análise de caminhos ou direções para a 
conduta com base em referenciais pessoais e sociais. 
Aconselhar, paralelamente, refere-se ao processo de 
indicar ou prescrever caminhos, direções e procedi-
mentos ou de criar condições para que a pessoa faça, 
ela própria, o julgamento das alternativas e formule 
suas opções. Psicoterapia é o tratamento das pertur-
bações da personalidade e da conduta através de mé-
todos e técnicas psicológicas. (SANTOS, 1982. p. 06).
do verbo cuidar, é mais que um ato; é uma atitude, 
uma atenção especial de zelo e desvelo, uma ocupa-
ção, preocupação, responsabilização e envolvimento 
afetivo com o outro, pois a atitude envolve muitos atos: 
como estar próximo, assistir o outro e ter comporta-
mento de compreensão e cuidado. (BOFF, 2003. p. 33).
28
A prática religiosa sempre ocorreu desde as tribos mais primitivas do mundo e em todos 
os níveis de cultura. Quando consideradas as culturas em seu estado histórico, arte, eco-
nomia, processo de aquisição de aprendizagem, são identificadas várias especificidades 
de cada nação. O ser religioso é algo específico de uma pessoa como indivíduo, mas é 
também uma manifestação dessa pessoa em relação a outras pessoas, portanto é uma 
manifestação cultural visível na transcendência.
VAMOS PENSAR?
personalidade e estado mental saudáveis.
 Na religiosidade extrínseca, (a religião é um meio para alcançar outros objetivos 
ou interesses, para proporcionar segurança e conforto, sociabilidade e entretenimento, 
status e autoconfiança). Nesse caso, adotar uma crença é uma forma de sustento ou 
aquisição de necessidades básicas). 
29
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (AOCP). O fenômeno religioso tem muitas facetas e é heterogêneo por se basear 
em diversas fontes e interesses relacionados à condição humana. Sobre o fenômeno 
religioso, assinale a alternativa correta,
a) A religião é uma das dimensões da mitologia e serve ao indivíduo e à coletividade 
como fonte de concepções sobre o mundo. 
b) Na base da religião, estão a vontade de crer das pessoas e a construção de uma 
manifestação coletiva com base nessa crença.
c) A religião é um sistema de símbolos que provoca motivações fortes e neuroses 
duradouras nos indivíduos.
d) A religião é uma instituição social que existe ao longo da história e nas mais diversas 
sociedades, mas cujo fim está próximo. 
e) Autores da Sociologia e da Antropologia atribuíram diferentes razões para a formação 
das religiões, como a possibilidade de sucesso e a vontade humana de poder. 
2. (BANCA- IPEFAE). Crenças e práticas religiosas/ espirituais constituem uma parte 
importante da cultura e dos princípios utilizados para dar forma a julgamentos e ao 
processamento de informações. Podemos conceituar religião como um sistema 
organizado de crenças, práticas, rituais e símbolos projetados para auxiliar a proximidade 
do indivíduo com o sagrado e/ou transcendente, e espiritualidade como uma busca 
pessoal de respostas sobre o significado da vida e o relacionamento com o sagrado e/
ou transcendente. Para a Psicologia, o conhecimento e a valorização de tais sistemas de 
crenças colaboram com a aderência do indivíduo à psicoterapia, promovendo assim 
melhores resultados. Sobre este assunto, assinale a única alternativa incorreta:
a) As práticas religiosas podem ter influência importante em como as pessoas 
interpretam eventos traumáticos e lidam com eles, promovendo percepções resilientes 
e comportamentos como a aprendizagem positiva da experiência, o amparo para 
superação da dor psicológica e a autoconfiança em lidar com as adversidades.
b) Atualmente, a experiência religiosa deixou de ser considerada fonte de patologia e, 
em certas circunstâncias, passou a ser reconhecida como provedora do reequilíbrio e 
saúde da personalidade.
c) O interesse sobre a espiritualidade e a religiosidade sempre existiu no curso da história 
humana, a despeito de diferentes épocas ou culturas. Contudo, apenas recentemente 
a ciência tem demonstrado interesse em investigar o tema. No começo dos anos de 
1960, os estudos eram dispersos e, nesse período, surgiram os primeiros periódicos 
especializados.
d) Todas as abordagens importantes em Psicologia encontraram uma adequação 
sobre espiritualidade e religiosidade em suas intervenções e os diversos conceitos sobre 
religiosidade/espiritualidade não dificultam o estudo, o desenvolvimento e a aplicação 
dessa importante interface no processo psicoterapêutico.
e) Para a psicologia o sistema de crenças auxilia na psicoterapia de maneira significativa.
30
3. (AMEOSC). Existe abundância de dados sobre o impacto da religião na vida das 
pessoas (Levin e Vanderpool, 1991). Apesar disso, enquanto a medicina oriental busca 
integrar de forma explícita a dimensão religiosa/espiritual ao binômio saúde-doença 
(Fabrega, 2000), a medicina ocidental como um todo, especialmentea psiquiatria, 
vinha tendo duas posturas principais em relação ao tema: negligência, por considerar 
esses assuntos sem importância ou fora da área de interesse principal; ou oposição, ao 
caracterizar as experiências religiosas dos pacientes como evidência de psicopatologias 
diversas (Sims, 1994). Historicamente ignorada por muitos psicólogos, a religião foi 
denominada por Larson e Larson o fator esquecido na saúde física e mental (Pargament 
et al., 1992). Nas últimas décadas, entretanto, este panorama tem se modificado em 
função do que Saad et al. (2001) nomearam espiritualidade baseada em evidências: 
atualmente existem centenas de artigos científicos mostrando uma associação entre 
espiritualidade/religião e saúde que é estatisticamente válida e possivelmente causal 
(Levin, 1994).
Fonte: Panzini, R.G. et al. Rev. Psiq. Clín. 34, supl 1; 105-115, 2007.
Dentre as opções abaixo, identifique a alternativa que se associa ao tema do texto 
acima. Marque a alternativa CORRETA.
a) Os propulsores de psicopatologias.
b) Qualidade de vida e espiritualidade.
c) A religião versus a política.
d) Casualidade das doenças mentais escolares.
e) Religião versus estudos acadêmicos 
4. (FUNDATEC- 2022). Na maioria das culturas, a religião se apresenta como uma 
explicação geral, fazendo relação entre seres e valores, bem como dando sustentação 
de poder político. Portanto, o conhecimento e o poder revelam-se no discurso da 
autoridade que se apresenta conhecedora da “Palavra”. Baseado no entendimento do 
poder do discurso, do relacionamento, do cuidado, a ciência ou disciplina responsável 
por fortalecer as religiões de forma racionalizada é a:
a) Antropologia.
b) Filosofia.
c) Teologia.
d) Psicologia.
e) Escritura.
5. (FEPESE). Analise as afirmativas abaixo acerca do significado de divindade:
1. Ser sobrenatural ou mitológico.
2. Possui poderes sobrenaturais.
3. Hermafrodita, sem gênero ou etnia.
4. Tido como santo e sagrado.
5. Respeitado pelos seres humanos.
31
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
a) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
b) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
c) São corretas apenas as afirmativas 3, 4 e 5.
d) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 4 e 5.
e) São corretas as afirmativas 1, 2, 3, 4 e 5.
6. (FEPESE). Em todos os tempos e em diferentes culturas, o ser humano sempre 
manifestou a sua percepção sobre o que dá sentido à vida e sua relação com a 
transcendência, atitude que também é denominada:
a) sabedoria de vida.
b) fenômeno religioso.
c) caminho de salvação.
d) hedonismo individual.
e) consciência da finitude.
7. Assinale a alternativa correta sobre o “Fenômeno Religioso”.
a) O verdadeiro fenômeno religioso só se verifica entre os povos cristãos, mas em 
qualquer parte do mundo.
b) O fenômeno Religioso é verificado entre os povos do passado e do presente, nas 
culturas orientais e ocidentais, do extremo norte ao extremo sul do planeta.
c) O fenômeno Religioso é verificado com maior intensidade entre os povos ocidentais 
do que entre os orientais, pois aqueles se dedicam a práticas politeístas.
d) O fenômeno religioso adquire maior intensidade e é característico dos países 
pobres. O avanço tecnológico e o desenvolvimento econômico determinaram o seu 
desaparecimento nas nações mais ricas do planeta.
e) O fenômeno religioso é vivo e significativo unicamente nas camadas mais pobres da 
população que, na vivência da sua fé, sublimam suas carências materiais.
8. (QUADRIX). Quanto às religiões declaradas dos brasileiros, julgue os itens que se 
seguem.
I. Com o crescimento exponencial do número de muçulmanos, sobretudo os de linha 
fundamentalista, existe a previsão de que, até 2025, eles ultrapassem os católicos 
em número no País.
II. A maioria da população brasileira declara-se cristã, seja católica ou evangélica. O 
número de evangélicos tem crescido, enquanto o de católicos diminuiu ao longo dos 
últimos anos.
III. Há uma nítida diminuição da pluralidade religiosa, sendo que o aumento das 
filiações evangélicas praticamente extinguiu as religiões de origem africana, como, 
por exemplo, a umbanda.
Assinale a alternativa correta.
32
a) Nenhum item está certo.
b) Apenas o item I está certo.
c) Apenas o item II está certo.
d) Apenas o item III está certo.
e) Todos os itens estão certos.
33
A INTERPRETAÇÃO 
PSICOLÓGICA DOS 
FENÔMENOS RELIGIOSOS E 
SUA EVOLUÇÃO
34
3.1 INTRODUÇÃO
3.2 A RELIGIÃO NA INFANCIA 
 A religião é uma metáfora da realidade, uma tentativa extrema de entender e 
explicar os mistérios da natureza e da vida que não são explicados cientificamente. A 
religião desempenha o papel de um manto que cobre e encanta a realidade humana, 
como o dossel sagrado de Peter Berger (BERGER; LUCKMAN, 1973). 
 A natureza religiosa do homem existe como um fato social e psicológico completo 
e manifesta aspectos fundamentais da humanidade (DURKHEIM, 1989, p. 38). "Os deuses 
são inescapáveis. Quanto mais você foge de Deus, mais certamente você cairá em 
Suas mãos." (JUNG, 2013, p. 148). 
 A religião é assunto constante no século 21, sobretudo, desde o 11 de setembro de 
2001, com os ataques terroristas as torres gêmeas. Desde então, a temática nunca mais 
deixou de protagonizar os noticiários em todos os modais de comunicação do mundo 
ocidental. 
 Ao contrário dos postulados de Peter Berger (1973; 1985), que previa o 
desencantamento do mundo com a religião pelo processo inevitável de secularização, 
de acordo com Derrida (2000), parece que aconteceu exatamente o contrário, ou a 
chamada “vingança dos deuses”. 
 Andrews Samuels (1995) chega a sugerir que o mundo está passando por 
uma intensa ressacralização, uma reorquestração ou reencontro com o sagrado. Os 
movimentos que mais têm crescido de maneira exponencial pelo mundo são: o Islã em 
todas as suas vertentes, os fundamentalistas, cristãos ou não cristãos, pentecostal e 
neopentecostal não podem deixar de ser considerados.
 Paiva (1990), traz uma abordagem ampla sobre a relação existente entre a 
Psicologia e a religião, na ótica deste autor, para compreender o papel da religião no 
contexto psicológico é preciso identificá-lo e associá-lo a outros campos em que a 
religião também impacta, referindo-se a Psicologia do Desenvolvimento. Nessa ótica 
a religião está na essência da natureza humana, pois na formação humana tendo 
influencia a sociedade desde o desenvolvimento infantil e tais fundamentos são levados 
até a vida adulta. 
 Assim, abordaremos na sequência aspectos relevantes na manifestação religiosa 
infantil, juvenil e adulta. A saber:
 Segundo Jean Piaget o conhecimento do indivíduo sobre o mundo está ligado 
à sua adaptação à realidade. Apenas através do conhecimento, pode o homem se 
adaptar ao mundo. A partir dessa doutrina, pode-se inferir que esses conhecimentos 
significam o próprio desenvolvimento da pessoa humana na ação e transformação do 
ambiente ao seu redor por meio de estruturas lógicas.
 Portanto, um dos fundamentos da tese de Piaget (1896-1980) é a ideia de que a 
criança passa por estágios de desenvolvimento cognitivo, e cada um desses estágios é 
caracterizado por uma estrutura cognitiva específica: ou seja, ele defende que a criança 
busca organizar e racionalizar as suas experiências. Destarte os estágios ainda que 
não sejam trabalhados pontualmente nessa obra, os conceitos serão apresentados no 
glossário, são os seguintes: sensório-motor, pensamento pré-operacional, operações 
35
concretas e operações formais. 
 O problema da origem da religião infantil é sem dúvida muito complexo. No entanto, 
pode-se dizer simplesmente com Pratt (1959) que a religião de uma criança resulta da 
influência de pessoas adultas e também dos pais no ensino formal do comportamento 
religioso e do desenvolvimento natural da mente da criança. 
 O ponto de partida da religião infantil é provavelmente a satisfação de certas 
necessidades básicas de seu próprio ser. Uma das necessidades básicas das crianças 
é a necessidade de relacionamentos

Mais conteúdos dessa disciplina