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Tópicos Especiais em Controladoria Pública - Prof. Francisco Campos - 2024 CURSO: Controladoria Pública DISCIPLINA: Tópicos Especiais em Controladoria Pública PROFESSOR: Francisco Campos Novembro/Dezembro de 2024 Objetivo da Disciplina Abordar de maneira abrangente e detalhada tópicos especiais em Controladoria Pública, nos quais contemplem assuntos relevantes e emergentes que possibilitem a atualização e inter-relação de tópicos fundamentais da área de controladoria. Os tópicos a serem abordados são: • Governança Pública, Integridade, Compliance e a Lei de Combate à corrupção • Gestão Por Resultado e Indicadores de Desempenho • Gestão de Risco no setor público • Modelo de Capacidade de Auditoria Interna • Sustentabilidade e as Atividades de Controladoria Pública Aulas, Atividades e Avaliações da Disciplina Aulas Síncronas (expositivas via slides e debates): 9/11/2024; 16/11/2024; 23/11/2024; e 30/11/2024. Atividade 1: governança pública, integridade e compliance. Entrega: 19/11 Atividade 2: gestão de risco no setor público. Entrega: 02/12 Autoavaliação: 09/12 Atividade Final – Entrega: 20/12/2024 Composição das notas dos alunos obedecerá a seguinte ponderação: Atividade 1: 20% Atividade 2: 20% Autoavaliação: 10% Atividade Final: 50% GOVERNANÇA PÚBLICA A temática da governança surge primeiro no ambiente das entidades privadas, tendo a teoria da agência com um dos principais alicerce teórico. A teoria da agência tem como ponto fundamental a questão de o principal restringir a gestão de seu patrimônio e em contrapartida, delegar ao agente a gestão, na tentativa de conseguir do agente maximização dos resultados. O argumento teórico da Teoria da Agência é identificar situações conflitantes entre o principal e agente suscetíveis a conflitos e, por conseguinte, promover mecanismos de governança que reduzem estes conflitos entre as partes. Ver Matias-Pereira(2023). GOVERNANÇA PÚBLICA Para o caso de uma empresa estatal: Principal: Sociedade/Conselho de Administração: maximizar os resultados, valorizar as ações, e cumprir sua missão legal. Agente: Diretoria (gestores): buscar bons resultados e salários, mas o agente pode querer buscar prestígios pessoais, vantagens pecuniárias ilegais e privilégios via desvios, fraudes e corrupção. Mecanismos de redução do conflito: remuneração variável, bônus, elevada remuneração, auditorias, controles internos..... GOVERNANÇA PÚBLICA Para Setor Público (Adm. Direta e Autarquias) Principal (sociedade/governo): desejam serviços públicos bem ofertados e com qualidade/eficiência Agente(gestores e servidores públicos): salários conforme a lei e ofertar algum serviço, mas podem querer obter privilégios, salários maiores, prestígios pessoais e ganhos pecuniários não legais(fraudes e corrupção). Mecanismos de redução do conflito: boa governança (transparência, accountability, plano de integridade), redução da assimetria de informação via controles internos e auditoria, remuneração variável, elevada remuneração (?). Como seria aplicado aos fiscais tributários? GOVERNANÇA PÚBLICA Para o Setor Privado (Grandes Corporações) Principal: Conselho de Administração: desejam maximizar os resultados e valorizar as ações/valor da empresa Agente: Diretoria (gestores): buscar bons resultados e salários, mas pode querer buscar prestígios pessoais, privilégios, e ganhos por meio de fraudes e corrupção. Mecanismos de redução do conflito: boa governança, remuneração variável, bônus, elevada remuneração, participação na empresa(direito de opções) GOVERNANÇA PÚBLICA DUAS ABORDAGENS DE GOVERNANÇA PÚBLICA MAIS RECENTES 1. NPM - New Public Management A Nova Gestão Pública (New Public Management-NPM) trata-se uma abordagem normativa na qual estrutura a gestão da administração pública baseada nos atributos gerenciais do setor privado quanto à eficiência, à eficácia e à competitividade na entrega de bens e serviços públicos, bem como considera o aspecto da accountability (responsabilização), ver SECCHI, 2009. Surgiu nos anos de 1980. Trata-se de uma gestão profissional do setor público na qual adota a visão value-for- money (valorização do dinheiro do contribuinte), BRESSER-PEREIRA(2001) e SILVESTRE(2019). GOVERNANÇA PÚBLICA DUAS ABORDAGENS DE GOVERNANÇA PÚBLICA 2. NPG – New Public Governance A Nova Governança Pública é um paradigma que se caracteriza por modelos mais participativos de gestão, baseados em gestão de redes, coprodução, flexibilidade no uso de instrumentos de gestão, pautados na concepção de geração de valor público parte uma política pública, ação ou atividade governamental. Foca no resultado e na eficiência financeira para a realização dos objetivos de governo, tendo como ponto de partida a participação social por meio do atendimento das expectativas e preferências (coletivamente expressas) do cidadão, de maneira a criar valor público, ver SILVESTRE(2019). GOVERNANÇA PÚBLICA NPM Versus NPG Com relação à NPM, a Nova Governança Pública avança pela relação de múltiplos atores para a prestação dos serviços através de redes ou networks. Diferentemente da NPM, para NPG interessa de fato a entrega do serviço, mas acrescentando a sua utilidade para os consumidores dos serviços. Outra diferença é que enquanto a Nova Gestão Pública aposta fortemente no capital econômico e na crescente competição por meio dos mercados, a Nova Governança Pública idealiza o capital social para que a prestação dos serviços apresente um maior valor aos usuários. Nisso, os órgãos públicos assumem a missão de governança e para que tal capital social possa, realmente, ser desenvolvido e aprumado em favor da sociedade. Qual delas predomina na administração pública brasileira? GOVERNANÇA PÚBLICA Governança Corporativa Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) define Governança Corporativa como o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, Conselho de Administração, Diretoria e órgãos de controle*. As boas práticas de governança convertem princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para sua longevidade. • https://www.ibgc.org.br/conhecimento/governanca-corporativa (Acessado em 01/10/2024). GOVERNANÇA PÚBLICA Slomski (2005) definem governança como o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, por meio de mecanismos específicos, pelos gestores e proprietários, cuja finalidade é assegurar a eficácia do desempenho da entidade. A governação corporativa implica um conjunto de relações entre a gestão, os órgãos sociais, os acionistas e as partes interessadas (stakeholders) de uma sociedade. A governação corporativa proporciona igualmente a estrutura e os sistemas através dos quais a sociedade é dirigida e os seus objetivos são definidos, bem como os meios para os atingir e monitorizar a respetiva performance (OCDE, 2024) GOVERNANÇA PÚBLICA De acordo com o Decreto 9.203/2017, Governança Pública se refere ao conjunto de mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a gestão, com vistas à condução de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da sociedade. A governança provê formas de descobrir oportunidades de remover controles desnecessários, que se tornam empecilhos à entrega de resultados, pois seu objetivo é a melhoria do desempenho da organização para a geração de valor (OCDE, 2024) GOVERNANÇA PÚBLICA Fonte: Referencial Básico de Governança Organizacional. TCU, 2020, 3ª edição GOVERNANÇA PÚBLICA Fonte: Referencial Básico de Governança – TCU, 2020 Atividades Básicas Governança Gestão Avaliar o ambiente, os cenários, as alternativas, o desempenho e os resultados atuais e os almejados. Planejar - dada a direção, as prioridades e os objetivos, quais são os passos para chegar lá? Direcionar, priorizarnº de atendimento Qualidade: satisfação do cliente, padrões de qualidade *métricas são dados ou informações que sozinhas não são capazes de permitir uma análise de uma situação/realidade/desempenho, por exemplo: número de atendimento, despesas orçamentária, receita orçamentária. As métricas são usadas para formar o indicador. INDICADORES Propriedades essenciais de um indicador São aquelas que qualquer indicador de Programa deve apresentar e sempre devem ser consideradas como critérios de escolha, independente da fase do ciclo de gestão em que se encontra o Programa (Planejamento, Execução, Avaliação etc.), MPOG, 2010. As principais propriedades são: Representatividade: o indicador deve ser a expressão dos produtos essenciais de uma atividade ou função; o enfoque deve ser no produto: medir aquilo que é produzido, identificando produtos intermediários e finais, além dos impactos desses produtos. INDICADORES Validade: capacidade de representar, com a maior proximidade possível, a realidade que se deseja medir e modificar. Isto é, o indicador deve representar adequadamente o desempenho real e ter uma forte correlação com os objetivos dos programas, políticas e atividades; Confiabilidade: indicadores devem ter origem em fontes confiáveis, que utilizem metodologias reconhecidas e transparentes de coleta, processamento e divulgação; Simplicidade: indicadores devem ser de fácil obtenção, construção, manutenção, comunicação e entendimento pelo público em geral, interno ou externos. Sensibilidade: capacidade que um indicador possui de refletir tempestivamente as mudanças decorrentes das intervenções realizadas; INDICADORES • Economicidade: capacidade do indicador de ser obtido a custos módicos. A relação entre os custos de obtenção e os benefícios advindos deve ser favorável; • Estabilidade: capacidade de estabelecimento de séries históricas estáveis que permitam monitoramentos e comparações; • Mensurabilidade: capacidade de alcance e mensuração quando necessário, na sua versão mais atual, com maior precisão possível e sem ambiguidade; • Auditabilidade: qualquer pessoa deve sentir-se apta a verificar a boa aplicação das regras de uso dos indicadores (obtenção, tratamento, formatação, difusão, interpretação). INDICADORES Critérios SMART: • eSpecífico: o indicador deve medir de forma simples apenas o objeto a ser mensurado, e não outros elementos do programa; • Mensurável: deve haver uma forma clara e objetiva para atribuir um valor ao indicador; • Atribuível: o indicador deve ser uma medida válida do objeto que se quer mensurar; • Realista: o indicador deve ser realista em relação à capacidade de coletar periodicamente as informações necessárias para a sua construção, considerando restrições existentes no programa, como recursos humanos, materiais, financeiros, entre outros; e • Tempo: devem existir intervalos regulares de tempo para medir os indicadores e para verificar se houve mudanças ao longo do tempo. Ver FGV(2023) INDICADORES CATEGORIAS DOS INDICADORES 1.Quanto ao fluxo de implementação - são os indicadores que podem ser aplicados para avaliar uma política pública/programa público. Seguem os tipos de indicadores desta categoria: Indicadores de Insumo : são indicadores ex-ante facto que têm relação direta com os recursos a serem alocados, ou seja, com a disponibilidade dos recursos humanos, materiais, financeiros e outros a serem utilizados pelas ações de governo. Pode-ser citar como exemplos orçamento previsto, médicos/mil habitantes e gasto per capita com educação; INDICADORES CATEGORIAS DOS INDICADORES Indicador de Processo: são medidas in curso ou intermediárias que traduzem o esforço empreendido na obtenção dos resultados, ou seja, medem o nível de utilização dos insumos alocados como, por exemplo, o percentual de atendimento de um público-alvo e o percentual de liberação dos recursos financeiros; Indicador de Produto: medem o alcance das metas físicas. São medidas ex-post facto que expressam as entregas de produtos ou serviços ao público-alvo do Programa. São exemplos o percentual de quilômetros de estrada entregues, de armazéns construídos e de crianças vacinadas em relação às metas físicas estabelecidas; INDICADORES CATEGORIAS DOS INDICADORES Indicador de Resultado: essas medidas expressam, direta ou indiretamente, os benefícios no público-alvo decorrentes das ações empreendidas no contexto do Programa e têm particular importância no contexto de gestão pública orientada a resultados. São exemplos as taxas de morbidade (doenças), taxa de reprovação escolar e de homicídios; Indicador de Impacto: possuem natureza abrangente e multidimensional, têm relação com a sociedade como um todo e medem os efeitos das estratégias governamentais de médio e longo prazos. Na maioria dos casos estão associados aos objetivos setoriais e de governo. São exemplos o Índice Gini de distribuição de renda e o PIB per capita. INDICADORES DE DESEMPENHO Os indicadores de fluxo de implementação podem ser usados numa auditoria de avaliação de uma política pública. Veja como seria aplicado na figura de cadeia causal a seguir: Fonte: MPOG, 2010 Insumo Processo Produto Resultado Impacto Médicos por mil hab. Orçamento Previsto Recursos liberados no mês Redução da taxa de morbidade por doenças DST Médicos Contratado s Campanha s Realizadas Aumento da expectativa de vida da população INDICADORES DE DESEMPENHO 2. Quanto à Avaliação de Desempenho: possuem foco maior na avaliação dos recursos alocados e dos resultados alcançados, por isso, são bastante utilizados em auditorias operacionais. Segundo essa ótica, os indicadores podem ser de: ECONOMICIDADE - Minimização dos custos dos recursos utilizados na consecução de uma atividade, sem comprometimento dos padrões de qualidade. Refere-se à capacidade de uma instituição de gerir adequadamente os recursos financeiros colocados a sua disposição. Os suprimentos hospitalares na qualidade especificada foram adquiridos ao menor preço? As licitações para contratação de serviços de informática redundaram em preços menores, mantida a qualidade dos serviços? INDICADORES DE DESEMPENHO EFICIÊNCIA - Relação entre os produtos (bens e serviços) gerados por uma atividade e os custos dos insumos empregados para tal em um determinado período de tempo. Se a quantidade de produto está predeterminada, procura-se minimizar o custo total; se o gasto total está previamente fixado, procura-se otimizar a combinação de insumos para maximizar o produto; em ambos os casos a qualidade deve ser mantida. Essa dimensão, portanto, mede o esforço do processo de transformação de insumos em produtos. Os tempos de atendimento nos hospitais foram reduzidos, sem aumento de custos e sem redução de qualidade do atendimento? Os custos diretos e indiretos de uma oficina de manutenção foram minimizados, enquanto houve aumento no número de veículos reparados que satisfizeram os padrões de qualidade requeridos? INDICADORES DE DESEMPENHO EFICÁCIA - Grau de alcance das metas programadas, em um determinado período de tempo, independentemente dos custos implicados. O número de crianças vacinadas na última campanha nacional de vacinação atingiu a meta programada? As rodovias privatizadas foram recuperadas dentro do prazo previsto? O restabelecimento da energia pela ENEL em período de tempestades foram dentro do prazo previsto? INDICADORES DE DESEMPENHO EFETIVIDADE - Relação entre os resultados alcançados e os objetivos que motivaram a atuação institucional, entre o impacto previsto e o impacto real de uma atividade. O programa de valorização do magistério resultou na redução do índice de repetência escolar? O programa médico de família redundou na redução da mortalidade infantil? Como estabelecer Indicadores? Fonte: adaptado de Uchoa(2013) Se o objetivo Sugestão de Indicador Exemplo Contiver termos como reduzir ou ampliar Pode ser usada uma taxa Objetivo: reduzir a mortalidade infantil Indicador: taxa de mortalidadeinfantil (se o nº de nascido de um município em determinado ano for 143 e nº de óbitos infantis for de 1, temos 1/143 = 0,007, que depois de multiplicado por mil dá 7. Assim a taxa vai ser de 7 por mil nascidos) Se referir à melhoria de processo Pode ser um indicador que represente variáveis de processos críticos Objetivo: melhorar os processos de trabalho. Indicador: prazo médio de realização de pregões eletrônicos Exemplos de Indicadores de Desempenho Fonte: TCU, 2010 Programa/ Indicador Economicidade Eficiência Eficácia Efetividade Programa de Vacinação Custo de aquisição das vacinas, consideradas as opções de mercado. Custo de uma criança vacinada em relação às estimativas iniciais ou nº de crianças vacinadas por vacinador Nº de crianças vacinadas como um percentual das metas programadas. Percentual da população que contraiu a doença em relação ao período anterior Manutenção de Rodovias Custo dos serviços de manutenção, em relação aos preços de mercado. Custo de manutenção de um km de rodovia em relação a padrões preestabelecidos Extensão de rodovias em boas condições de uso como percentagem das metas planejadas Nº de acidentes fatais, em relação ao período anterior. Tempo médio de viagem, em relação ao período anterior. Avaliação dos Indicadores Por definição os indicadores são abstrações, representações, simplificações de uma dada realidade, portanto são suscetíveis aos erros e vieses de quem produziu, coletou e/ou interpretou. Desta forma, não se deve confiar cega e eternamente nas medidas, o que significa dizer que se deve realizar uma avaliação acerca da adequabilidade dos indicadores selecionados (boas propriedades que um bom indicador deve ter), da metodologia de cálculo, das fontes geradoras dos dados e da equipe que são responsáveis. Deve-se, portanto, confiar nas escolhas dos indicadores enquanto não surgirem alternativas melhores, mais válidas e aprimoradas, desenvolvidas a partir de pesquisas e trabalhos metodologicamente confiáveis. Aplicação de Indicadores Em auditorias operacionais realizadas pelo TCU, pela CGU e por controladorias e tribunais de contas. Auditoria Operacional examina, de forma independente e objetivo, se empreendimentos, sistemas, operações, programas, atividades ou organizações governamentais estão operando de acordo com os princípios de economia, eficiência e eficácia e se há espaço para melhorias (Ver ISSAI 300). Aplicação de Indicadores Em decorrência de uma auditoria operacional do TCU realizada em universidades federais, Decisão 408/2002, o TCU determinou que as Instituições Federais de Ensino Superior incluíssem no relatório de gestão das contas anuais no mínimo os seguintes indicadores: a) custo corrente/aluno; b) aluno/professor; c) aluno/funcionário; d) funcionário/professor; e) Grau de Participação Estudantil (GPE); f) Grau de Envolvimento com Pós-Graduação (GEPG); g) Conceito CAPES; h) Índice de Qualificação do Corpo Docente (IQCD); i) Taxa de Sucesso na Graduação (TSG); Aplicação de Indicadores Acórdão TCU 588/2018 Plenário - Levantamento realizado em 581 órgãos e entidades integrantes da Administração Pública Federal, em 2017, com o objetivo de obter e sistematizar informações sobre a situação de governança pública e gestão de tecnologia da informação (TI), contratações, pessoas e resultados. Foi baseado nos seguintes indicadores/índices: • IGG –Índice Integrado de Governança e Gestão • Igovpub – Índice Governança Pública • Igestãopessoas – Índice de Gestão de Pessoas • IgestãoTI – índice de Gestão de TI • Igestãocontrat – Índice de Gestão de Contratação O Acórdão 2164/2021 Plenário traz os resultados desses indicadores para 2021 Aplicação de Indicadores Na Decisão Normativa do TCU 198-2022, anexo, que trata da prestações de contas das Unidades Prestadoras de Contas, na forma da IN TCU 84/2020, o TCU exige: “(...) identificação dos objetivos estratégicos, responsáveis, indicadores de desempenho, com as metas pactuadas para o período do plano estratégico e seu desdobramento anual, bem como, se for o caso, sua vinculação ao Plano Plurianual, aos planos nacionais e setoriais do governo e dos órgãos de governança superior, indicando os resultados já alcançados, comparando-os com as metas e os objetivos pactuados (...)” Aplicação de Indicadores Balanced Scorecard (BSC): Desenvolvido por Kaplan e Norton, o BSC é uma metodologia que alinha estratégia com indicadores de desempenho em áreas como finanças, processos internos, aprendizado e crescimento e clientes. BSC é uma ferramenta que ajuda à tomada de decisão, consistindo, basicamente, na compilação de um conjunto coerente de indicadores de desempenho para demonstrar de que modo funciona uma organização, de forma sistêmica ou focalizando-se numa determinada área. Aplicação de Indicadores KPI - Indicador-Chave de Desempenho KPI - Key Performance Indicator, normalmente traduzido com indicador-chave de Desempenho (Ou Performance). Os indicadores de desempenho são utilizados para medir o desempenho dos processos de uma organização, fornecendo informações objetivas e rápidas, e com isso colaborando para que alcance seus objetivos dessa organização. Foca nas atividades/processos e produtos, medindo seu desempenho e se estão conseguindo atingir os objetivos determinados. Normalmente usados nas estatais. Exemplo: Rentabilidade do Patrimônio Líquido= Lucro Líquido/Patrimônio Líquido Finalidade: Acompanhar a evolução da Rentabilidade do Patrimônio Líquido nos empreendimentos/negócios da organização Exercício 1 Com relação a um programa de Ensino à Distância, faça a correlação adequada dos indicadores quanto ao tipo (critério do indicador de desempenho): 1.Eficiência ( ) Custo de elaboração dos programas, em relação às alternativas de mercado. 2.Eficácia ( ) Taxas de evasão escolar, antes e depois da implementação do programa. 3.Economicidade ( ) Tempo médio de titulação do aluno em relação a anos anteriores. 4.Efetividade ( ) Nº de estudantes formados em relação às metas programadas. Exercício 2 No que concerne aos indicadores coloque V se a sentença for verdadeira ou F se for falsa: ( ) Os indicadores são importantes para monitorar os esforços, bem como monitorar os resultados. ( ) Os indicadores devem abranger as partes importantes, ou seja, devem mostrar o problema e suas consequências. ( ) Key Performance Indicator (KPI) são os principais indicadores que um líder/organização deve gerenciar e monitorar. ( ) O custo dos recursos dispendidos para implementar os indicadores não deve ser maior que os benefícios gerados. ( ) O indicador deve refletir tempestivamente as mudanças decorrentes das intervenções realizadas. ( ) Quanto mais complexo o indicador, melhor sua capacidade de expressar o objetivo que está sendo medido. Gestão de Risco no Setor Público Breves Considerações sobre Risco Nos últimos 3 séculos a análise de risco essencialmente foi aplicada em operações bancárias, seguros, mercado financeiro e saúde pública. DAMODARAM (2009) esboça que o advento dos mercados e instrumentos financeiros por um lado, e o crescimento da indústria de lazer por outro, foram fatores que permitiram separar o risco físico do econômico. Ver: https://repositorio.cgu.gov.br/handle/1/74036 Gestão de Risco no Setor Público A partir do anos 1990, desencadeia-se um aumento das análises de riscos nas organizações, tendo como base, principalmente: a) a metodologias COSO (1992, 2007 e 2012), que incorpora componentes integrados de controle interno e gestão de risco (com e sem visão empresarial estruturada); b) Acordos de Basileia (1998, 2004 e 2010), em que as instituições financeiras passaram obrigatoriamente a fazer gestão de risco para subsidiar a apuração de requerimento mínimo de capital, do nível de liquidez e da continuidade dos negócios; c) Lei Sarbanes-Oxley, na qual obrigou as empresas americanas, participantes do mercado de ações, a estruturar internamente gestões deriscos; d)a ISO 31000, em 2009, cuja metodologia de gestão de risco se aplica a qualquer tipo de organização, independentemente do seu porte. . Gestão de Risco no Setor Público Breve Considerações sobre Risco No setor público brasileiro, federal, em decorrência de uma auditoria do TCU, Acórdão 2.467/2013, sobre a gestão de risco no âmbito do governo federal, o Ministério do Planejamento e a CGU instituíram a IN MP/CGU 01/2016 que, entre outras medidas, determina a obrigatoriedade dos órgãos da administração direta e indireta fundacional e autárquica a definirem suas políticas de gestão de risco, inclusive com formalização de comitê que trate de governança, riscos e controle. O art.9º 13.303/2016 (conhecida com Lei das Estatais) Art. 9º estabelece que a empresa pública e a sociedade de economia mista adotarão regras de estruturas e práticas de gestão de riscos e controle interno. A Resolução CGPAR 23/2018 estabelece as diretrizes para o gerenciamento de riscos nas empresas estatais federais. . Gestão de Risco no Setor Público Breve Considerações sobre Risco No âmbito dos governos estaduais e municipais, verifica-se a adoção de políticas de gestão de riscos dentro dos programas de integridade pública, tais como no Governo de Goiás, no Governo do Ceará (Decreto 33.805/2020), no Governo do Mato Grosso do Sul (via Programa MS de Integridade, de 2019); no Governo de Mato Grosso (Lei 10.691/2018, que trata do Programa de Integridade Pública). No entanto, numa pesquisa realizada por BONA (2021), na qual incluiu 53 governos estaduais e capitais, foi constada que em apenas 38% havia sido institucionalizada política de integridade pública até 2020. Portanto, gestão de risco no âmbito dos governos estaduais e municipais ainda é algo quase que incipiente. . Gestão de Risco no Setor Público CONCEITUAÇÃO DE RISCO O risco é parte de qualquer empreitada humana. Desde o instante em que despertamos pela manhã, que entramos em nosso carro ou usamos o transporte público para a escola ou trabalho, até voltarmos para a cama (e talvez mesmo depois), estamos expostos a riscos de diferentes intensidades. (DAMODARAN, 2009, pag.21. Risco é a possibilidade de que um evento ocorra e afete negativamente a realização dos objetivos da organização (COSO ERM). A IN MP/CGU nº 01/2016 define risco da mesma forma do Institute of Internal Auditores – IIA, ou seja, a possibilidade de ocorrer um evento que venha a ter impacto sobre o alcance dos objetivos. Gestão de Risco no Setor Público Conforme a ISO 31000/2009, risco é o efeito da incerteza nos objetivos. Sendo que um efeito é um desvio em relação ao esperado. Pode ser positivo, negativo ou ambos, e pode abordar, criar ou resultar em oportunidades e ameaças Qual é a diferença entre risco e incerteza? Risco implica conhecimento com probabilidades (mensurável), caso contrário é desconhecimento ou incerteza em sentido restrito (Knight, 1921). Para pensar: “O maior risco é não correr risco”. Aaron Wildavsky(1979) Gestão de Risco no Setor Público No sentido positivo, normalmente, risco é tratado como oportunidade que pode trazer impacto positivo, por exemplo, uma organização que tem uma boa estrutura de gestão de risco em decorrência dos riscos identificados, pode vislumbrar situações de ganhos maiores apesar do risco maior, o que beneficiaria os resultados consolidados da organização. Imagine a pavimentação de uma estrada que dá acesso ao litoral. Haverá tanto aumento do lado dos riscos de perdas (em decorrência de possíveis acidentes automobilísticos e degradação ambiental) quanto aumento do lado dos riscos de oportunidade (ampliação do turismo e melhoria da renda da região). Gestão de Risco no Setor Público Atualmente existe um debate sobre a Exploração de petróleo pela Petrobras na Margem Equatorial Localizada no Norte do país, entre os estados do Amapá e Rio Grande do Norte, a Margem Equatorial apresenta um importante potencial petrolífero e conta com uma série de oportunidades para melhorar a vida de milhares de brasileiros. Existe a possibilidade de gerar empregos, aumentar a arrecadação e participar de um desenvolvimento regional e nacional. Contudo, existem os riscos ambientais, riscos de imagem do país(visto parte se situar em área da amazonia)..... O que você pensa a respeito? As oportunidades (risco positivo) compensam os riscos negativos? Gestão de Risco no Setor Público ENTENDENDO O RISCO GESTÃO DE RISCO Entendendo o Risco Fonte: Brasil, 2018. Gestão de Risco no Setor Público O RISCO, quanto a sua origem, divide-se em: 1)Riscos externos (exógeno), em que sua ocorrência não depende da ação do gestor Exemplos: aumento da taxa da Selic; contingenciamento orçamentário 2) Riscos internos (endógeno) cujas ocorrências são intrínsecas da entidade. Exemplo: licitação frustrada; metas não atingidas Gestão de Risco no Setor Público CATEGORIAS/TIPOS DE RISCOS Para a escolha da categoria a que o risco pertence, recomenda-se que seja analisada a causa de maior relevância para sua ocorrência. Riscos Estratégicos Possibilidade de perdas decorrentes de eventos que podem repercutir no alcance de metas e de objetivos corporativos, tais como: . Mudanças no rumo da economia: taxa de juros, inflação, queda da arrecadação tributária, câmbio . Condições de Mercado: mudanças de hábitos e preferências dos agentes econômicos . Eventos Sociais: mudanças demográficas (Veja o resultado do Censo de 2022!) e socioeconômicas. Gestão de Risco no Setor Público CATEGORIAS/TIPOS DE RISCOS Riscos Operacionais Possibilidade da ocorrência de perdas resultantes de eventos relacionadas à falha/deficiência ou inadequação de processos internos, pessoas ou Sistemas: Portanto, decorrem: . De pessoas: falhas humanas, saídas de pessoas chaves . Físicos: segurança patrimonial, acidentes de trabalho . Contratos: fornecedores . Financeiros e orçamentários: fraudes, endividamento, contingenciamento orçamentário . Tecnologia da Informação: tecnologia defasada, falhas de equipamento. Gestão de Risco no Setor Público Exemplos: “Impossibilidade de contingenciamento orçamentário em futuros exercícios, em função do ritmo de crescimento das despesas orçamentárias em relação as despesas discricionárias ou não legalmente obrigatórias (investimento e custeio em geral)” “ Transferência do ônus de dívidas estaduais e municipais à União devido ao aumento da fragilidade fiscal dos entes federativos efetivação de alterações legislativas ou de entendimentos judiciais em desfavor da União.” Fonte: Ministério da Fazenda. Caderno de riscos relevantes: 65 Riscos. Brasília, agosto de 2018. Gestão de Risco no Setor Público CATEGORIAS/TIPOS DE RISCOS Riscos de Imagem/Reputação Possibilidade de perdas decorrentes de exposição negativa na mídia, em redes sociais, da percepção negativa quanto à reputação no que tange ao cumprimento de contratos, à baixa capacidade de cobrança de dívida, entre outras Riscos de Regulação . probabilidade do surgimento de novas leis e regulamento que possam impactar as atividades da organização. . chance de adoção de ações que não estão de acordo com as medidas regulatórias Gestão de Risco no Setor Público CATEGORIAS/TIPOS DE RISCOS Riscos – Meio Ambiente . probabilidade de ocorrência de descumprimento da legislação ambiental: licenças ambientais, requisitos de segurança. . chance de ocorrência de acidentes que impactem o meio ambiente: vazamento de produtos tóxicos. Gestão de Risco no Setor Público CATEGORIAS/TIPOS DE RISCOS Integridade: probabilidade de ocorrência de eventos que podem afetar a probidade da gestão, causados pela falta de honestidade e desvios éticos. Decorrem de eventos relacionados à corrupção, fraudes, irregularidades e/ou desvios éticos e de conduta que podem comprometer os valores e padrões preconizados pela Organização e a realização de seus objetivos. Conformidade/Legais: chance de ocorrência de eventos que podem afetar o cumprimento de leis regulamentos aplicáveis as atividadesda organização. Gestão de Risco no Setor Público CATEGORIAS/TIPOS DE RISCOS Riscos Financeiros-Bancários (alguns) Risco de Crédito: possibilidade de ocorrência de perdas associadas ao não cumprimento pela contraparte de suas obrigações nos termos pactuados; e desvalorização, redução de remunerações e ganhos esperados em instrumento financeiro decorrentes da deterioração da qualidade creditícia da contraparte. Risco de Mercado: possibilidade de ocorrência de perdas resultantes da flutuação nos valores de mercado de instrumentos detidos pela instituição Risco Operacional: possibilidade da ocorrência de perdas resultantes de eventos externos ou de falha, deficiência ou inadequação de processos internos, pessoas ou sistemas. Gestão de Risco no Setor Público Categoria RCSA - engloba os riscos climáticos, sociais e ambientais Criado pelo Conselho Monetário Nacional por meio da Resolução CMN 4.557/2017, que deve ser observado pelas Instituições Financeiras em funcionamento no Brasil (ver artigos 38-A, 38-B e 38-C): Risco Climático: probabilidade de ocorrência de perdas ocasionadas por eventos associados ao processo de transição para uma economia de baixo carbono, ou, ainda, que possam ser relacionados a mudanças em padrões climáticos. Risco Social: possibilidade de ocorrência de perdas para a instituição ocasionadas por eventos associados à violação de direitos e garantias fundamentais ou a atos lesivos a interesse comum; Risco Ambiental: possibilidade de ocorrência de perdas para a instituição ocasionadas por eventos associados à degradação do meio ambiente, incluindo o uso excessivo de recursos naturais. EXERCÍCIO Considere a seguinte DVR: Em um planejamento de auditoria operacional do programa Bolsa Família, a técnica implementada SWOT diagnosticou como fraqueza o cadastramento das famílias nas prefeituras. Os municípios de Tauá, Sobral, Limoeiro do Norte e Itapipoca foram selecionados para uma auditoria operacional. Em qual posição (célula) da matriz da DVR deveria ser classificado o risco de se encontrar irregularidades com relação ao cadastramento das famílias beneficiadas pelo Bolsa Família, para fins de se definir, na fase de planejamento, qual seria o teste de auditoria mais adequado a ser realizado? Resposta: EXERCÍCIO Coloque I se o isco for da categoria de Integridade, O se for da Operacional e L se for da Legal/Conformidade. Resposta: ( ) Vazar informações. ( ) Perder a informação. ( ) Executar o processo de forma diversa. ( ) Revisor alterar achados de relatório, sem o conhecimento e consentimento da equipe de auditoria. ( ) Realizar consultoria privada para órgãos e entidades objeto de auditoria e fiscalização. ( ) Publicar fora do prazo o resultado do pregão realizado. GESTÃO DE RISCOS 4. FONTES DE RISCOS Segundo a ISO 31000, fator de risco ou fonte de risco é um elemento, que individualmente ou combinado, tem o potencial intrínseco para dar origem ao risco, podendo ser tangível ou intangível. Os fatores de risco mais comuns são: pessoas, processos, sistemas, tecnologia, infraestrutura e eventos externos. Junto com a vulnerabilidade, que são as fraquezas presentes nas fontes de riscos, o fator de risco consiste na causa do risco, o seja, a noção de risco contém a noção de vulnerabilidade. Assim: Causa do risco = Fator risco + Vulnerabilidade GESTÃO DE RISCOS Fonte: Enap, Ciclo de Gerenciamento de Riscos Corporativos – Módulo 3. Brasília 2018 GESTÃO DE RISCO O quadro a seguir permite melhor visualizar o fator de risco associados às vulnerabilidades mais comuns de serem identificadas: Fonte: elaboração do autor a partir dos fatores de risco indicados pela ISO 31000 e TCU(2018).. Fator de Risco Vulnerabilidade Pessoa Número insuficiente, sem capacitação, perfil inadequado, desmotivada,, negligente, corrupta, etc. Processo Não mapeado, mal estruturado, redundante, ineficiente, etc. Sistema Sem integração, obsoleto, incompatível, sem documentação, baixa segurança, etc. Tecnologia Obsoleta, não apropriada, alto custo, baixa acessibilidade, alta complexidade, etc. Infraestrutura Precária, Inadequada, Inacessível, Ineficiente, etc. Estrutura Organizacional Ausência de manualização dos procedimentos e responsabilidades, fluxos de informação e comunicação deficientes; centralização de responsabilidade excessiva, ausência de segregação de funções, etc. Evento Externo Desastre ambiental, crise econômica, volatilidade do câmbio, influência política-partidária, mudança de governo, etc. GESTÃO DE RISCO: IDENTIFICAÇÃO DO RISCO a identificação dos riscos compreende a indicação das fontes de risco, as áreas de impactos, eventos (incluindo mudanças nas circunstâncias) e suas causas e consequências potenciais. A finalidade da etapa identificação de risco é gerar uma lista abrangente de riscos baseada nestes eventos que possam criar, aumentar, evitar, reduzir, acelerar ou atrasar a realização dos objetivos. Convém que a organização aplique ferramentas e técnicas de identificação de riscos que sejam adequadas aos seus objetivos, capacidades e aos riscos enfrentados. (IN MP/CGU 01 e ISO 31000:2009). GESTÃO DE RISCO: IDENTIFICAÇÃO DO RISCO O processo de identificação de riscos requer a participação de servidores com conhecimento do processo, visão holística dos negócios/serviços da unidade nos seus diferentes níveis. É importante também que tenham conhecimento da metodologia de gerenciamento de integridade, riscos e controles internos da gestão ou tenham recebido treinamento para aplicação da metodologia e uso da planilha documentadora. A técnica a ser utilizada na identificação de eventos de risco deve ser a que melhor se adapta ao grupo. TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DE RISCO Seguem breve considerações sobre as técnicas de identificação de riscos contempladas e bem classificadas (no sentido de serem bem aplicáveis à identificação de risco) pela NBR ISO IEC 310010:2012: A NBR ISO IEC 31010:2012 elenca e traz informações com relação a 31 técnicas de identificação e avaliação de risco, principalmente quanto à conceituação, utilização, entrada de informação, processo de condução, produto gerado, pontos fortes e limitação de cada técnica. TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DE RISCO a)Brainstorming O Brainstorming envolve estimular e incentivar o livre fluxo de conversação entre um grupo de pessoas conhecedoras para identificar os modos de falhas potenciais e os perigos e riscos associados, os critérios para decisões e/ou opções para tratamento. Requer um facilitador para condução dos trabalhos, visto que a facilitação eficaz é muito importante nesta técnica e inclui o estímulo da discussão desde o início, provocando periodicamente o grupo em outras áreas pertinentes e a captura das questões que emergem da discussão (que normalmente é bastante intensa). A sua aplicação gera uma lista de riscos e controles atuais. TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DE RISCO b)Matriz de Riscos (probabilidade/consequência) A matriz de probabilidade/consequência é um meio de combinar classificações qualitativas ou semiquantitativas de consequências e probabilidades, a fim de produzir um nível de risco ou classificação de risco. Probabilidade Impacto Nível de Risco Alto: Vermelho Nível de Risco Médio: Amarelo Nível de Risco Baixo: Verde 1 2 3 4 5 2 4 6 8 10 3 6 9 12 15 4 8 12 16 20 5 10 15 20 25 MATRIZ DE RISCO UTILIZADA PELO MF EM 2018 TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DE RISCO c )Entrevistas estruturadas ou semi-estruturadas Em uma entrevista estruturada, os entrevistados são solicitados individualmente a responder a um conjunto de questões pré-elaboradas que constam de um roteiro de instruções e que incentivam o entrevistado a ver uma situação a partir de uma perspectiva diferente e, assim, identificar os riscos a partir desta perspectiva. Uma entrevista semi-estruturada é semelhante, porém permite mais liberdade para uma conversa que explore questões que surjam. As entrevistas estruturadas e semi-estruturadas são úteis quandofor difícil reunir as pessoas para uma sessão de brainstorming ou quando o livre fluxo de discussão em um grupo não é apropriado para a situação ou pessoas envolvidas. São muitas vezes utilizadas para identificar os riscos ou avaliar a eficácia dos controles existentes como parte da análise de risco. TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DE RISCO d)Análise de Causa e Efeito A análise de causa e efeito é um método estruturado para identificar as possíveis causas de um evento ou problema indesejado. Organiza os possíveis fatores contributivos em categorias amplas de modo que todas as hipóteses possíveis possam ser consideradas. Entretanto, por si só não aponta para as causas reais, já que estas somente podem ser determinadas por evidência real e testes empíricos de hipóteses. A informação é organizada em diagramas de espinha de peixe (também chamados de lshikawa). A sua utilização é mais vantajosa no início de uma análise para ampliar a reflexão sobre as possíveis causas e, em seguida, para estabelecer as potenciais hipóteses que podem ser consideradas mais formalmente. TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DE RISCO d)Análise de Causa e Efeito (Espinha de Peixe) Fonte: Enap, Ciclo de Gerenciamento de Riscos Corporativos – Módulo 3. Brasília 2018. Sintaxe da descrição do Risco A sintaxe a seguir para descrição de um evento de risco poderá auxiliar no desenvolvimento desta etapa de identificação do risco: Devido a , poderá acontecer , o que poderá levar a impactando no . (ver MTCGU, 2018) Segue um exemplo de como descrever o risco usando a sintaxe acima: Objetivo: apresentar propostas para licitações até as datas fixadas em editais. Contexto: depende de cotações de preços de fornecedores. Causa/Fonte: não entrega de cotações de preços por parte de fornecedores. Consequência: interrupção das atividades. Descrição do risco: Devido a não entrega de cotações de preços por parte de fornecedores, poderá acontecer a não participação da empresa em licitações, o que poderá levar a interrupção de atividades, impactando no custo e nas despesas fixas IDENTIFICAÇÃO DO RISCO Recomenda-se que o risco seja escrito com verbos no infinitivo para enfatizar que se trata de um evento possível e futuro. Exemplos: • Ocorrer incêndio • Fraudar documento • Vazar informação • Comprar produtos superfaturados ANÁLISE DE RISCO Trata-se de verificar o nível de risco individual, sua probabilidade de ocorrência e suas consequências, quanto às atividades/processos e aos objetivos da organização. Alguns conceitos derivados de risco: Risco Inerente (RI) – Aquele que a organização está exposta sem considerar os Controles Internos, ou seja, antes das medidas de controle que possam reduzir a probabilidade de sua ocorrência ou seu impacto. Risco Residual (RR) – Risco a que uma organização está exposta após a implementação de ações gerenciais para o tratamento do risco. ANÁLISE DE RISCO Risco = Impacto x Probabilidade = Risco Inerente + controle = Risco Residual É comum aplicar a seguinte fórmula para o cálculo do risco residual: RR = RI*(fator de controle), Onde o fator de controle varia de 0 a 1. Observação: MEDIDA DE CONTROLE Medida aplicada pela organização para tratar os riscos, aumentando a probabilidade de que os objetivos e as metas organizacionais estabelecidos sejam alcançados. Ver Política de Gestão de Riscos da CGU – Portaria nº 915/2017, art. 2º, XI ANÁLISE DE RISCO Para ilustrar Considere que um processo mapeado de uma organização pública (por exemplo: aquisição de bens e serviços por contratação direta) tenha apresentado nível de risco 15 (conforme a matriz: probabilidade 3 impacto 5). Foram propostos pontos de controles, que foram avaliados como medianos, ou seja, com fator de controle igual a 0,6. Aplicando a fórmula em RR = RI*(fator de controle) Assim, após os pontos de controle, o risco ficaria em 9,0 (resultado de 15*0,6) Verificando a matriz, o nível de risco sairia de alto para médio. ANÁLISE DE RISCO Na avaliação da probabilidade, busca-se avaliar a possibilidade de que o evento venha a acontecer. Não é possível avaliar a probabilidade de risco sem bom conhecimento das atividades e foco no processo, sem julgamento de pessoas. Pode ser usada a frequência de perdas já ocorridas, portanto, utilizando a experiência passada. Na avaliação do Impacto, verifica-se as consequências que a organização pode ter se um evento de perda ocorrer. Pode ser perda financeira, de imagem, de execução de projeto e de atividades, de funcionamento das atividades da organização, dentre outras. ANÁLISE DE RISCO 1 2 3 4 5 Probabilidade Quanto à Ocorrência Raro Pode ocorrer em circunstâncias excepcionais) Improvável Mais provável NÃO ocorrer do que ocorrer Possível provável que ocorra em algumas circunstâncias Provável provável que ocorra em várias circunstâncias Muito Provável Ficaria surpreso caso isto não ocorresse Impacto Negligenciável Poderá comprometer de forma insignificante o objetivo do processo Pequeno Poderá comprometer o alcance de parte não relevante do objetivo do processo Moderado Poderá comprometer o alcance de parte relevante do objetivo do processo Grande Poderá comprometer o alcance total do objetivo do processo Catastrópico Impactos severos em toda organização ANÁLISE DE RISCO Após isso, desenha-se a matriz de risco propriamente dita, que servirá para avaliar se um determinado risco é baixo, médio ou alto. A classificação quanto ao nível de risco pode ser: Baixo: quando a pontuação total resultante da probabilidade vezes o impacto for de 1 a 4; Médio: quando a pontuação total resultante da probabilidade vezes o impacto for de 5 a 12; Alto: quando a pontuação total resultante da probabilidade vezes o impacto for de 15 a 25 Probabilidade Impacto 1 2 3 4 5 1 1 2 3 4 5 2 2 4 6 8 10 3 3 6 9 12 15 4 4 8 12 16 20 5 5 10 15 20 25 ANÁLISE DE RISCO Risco de Cauda ou Cisne Negro Quando o impacto decorrente de um risco é grande mas a probabilidade de ocorrência desse mesmo evento de risco é muito pequena (rara), chama-se de risco de cauda ou cisne negro. “Não importa quantos cisnes brancos você veja ao longo da vida; isso nuca lhe dará certeza de que cisnes negros não existem.” (Karl Popper) Risco Comedor de Recursos Quando o impacto é pequeno e o probabilidade de ocorrência é provável ou muito muito provável. ver: https://repositorio.cgu.gov.br/bitstream/1/74061/1/Apresentacao_Formacao_de_Multiplicadores.pdf MATRIZ DE RISCOS E CONTROLES EM AUDITORIA Objetivo- Chave Risco- Chave Avaliação do Risco Inerente Avaliação do Risco Residual Tipo de Teste Conclus ão do auditor Questão de AuditoriaImpacto Probabili dade Risco Inerente (RI) Control es Existent es Avaliação Preliminar dos Controles - Risco de Controle (RC) Risco Residual (RR) 0 Baixo 0 0 Baixo De control e ou substan tivo ou nenhu m 0 Baixo 0 0 Baixo De control e ou substan tivo ou nenhu m 0 Baixo 0 0 Baixo De control e ou substan tivo ou nenhu m AVALIAÇÃO DE RISCO Avaliação de riscos Processo de comparar os resultados da análise de riscos com os critérios de risco para determinar se o risco e/ou sua magnitude é aceitável ou tolerável. A avaliação de riscos auxilia na decisão sobre o tratamento de riscos. (ISO 31000/2009). A avaliação de risco pode levar a uma decisão de: — fazer mais nada; — considerar as opções de tratamento de riscos — realizar análises adicionais para melhor compreender o risco; — manter os controles existentes; - reconsiderar os objetivos. AVALIAÇÃO DE RISCO Avaliação de riscos A ISO IEC 31010:2012 traz 31 técnicas de avaliação de risco (no sentido mais amplo em que incorpora análise, identificação e a avaliação propriamente dita), sendo que 21 são aplicáveis ou fortemente aplicáveis para a avaliação propriamente dita. Dentre as técnicas abordadaspela IEC 31010/2012 para avaliação de risco, verifica-se que as mais citadas na literatura são: matriz de risco, análise de cenários, árvore de decisão e análise bow-tie. Seguem breve considerações sobre análise bow-te, análise de cenários e análise de árvore de decisão. AVALIAÇÃO DE RISCO a)Análise Bow-Tie Segundo a ISO IEC 31010/2012, a análise bow tie é uma maneira esquemática simples de descrever e analisar os caminhos de um risco desde as causas até as consequências. O foco bow tie está nas barreiras entre as causas e o risco, e o risco e as consequências. Diagramas de bow tie podem ser construídos a partir de sessão de brainstorming . AVALIAÇÃO DE RISCO b)Análise de Árvore de Decisão Uma árvore de decisões representa alternativas de decisão e resultados de maneira seqüencial, que leva em consideração resultados incertos. É similar a uma árvore de eventos na medida em que ela começa a partir de um evento iniciador ou uma decisão inicial e modela diferentes caminhos e resultados como um resultado de eventos que podem ocorrer e decisões diferentes que podem ser tomadas. Uma árvore de decisões é utilizada na gestão de riscos de projeto e em outras circunstâncias para auxiliar a selecionar o melhor curso de ação onde houver incerteza. Uma ilustração gráfica também pode auxiliar a comunicar as razões para decisões. Os pontos fortes incluem fornecer uma representação gráfica clara dos detalhes de um problema de decisão; e permitir um cálculo do melhor caminho através de uma situação. AVALIAÇÃO DE RISCO c) Análise de Cenários A análise de cenários é um nome dado para o desenvolvimento de modelos descritivos de como o futuro poderá ser. Pode ser utilizada para identificar os riscos, considerando possíveis desenvolvimentos futuros e explorando suas implicações. Os conjuntos de cenários (por exemplo) `melhor caso', `pior caso' e `caso esperado', podem ser utilizados para analisar consequências potenciais e suas probabilidades para cada cenário como uma forma de análise da sensibilidade ao avaliar o risco. A análise de cenário pode ser utilizada para identificar o que poderia acontecer sob circunstâncias específicas e analisar as consequências potenciais e suas probabilidades para cada cenário. A análise de cenários pode ser utilizada para antecipar como tanto ameaças quanto oportunidades podem se desenvolver. AVALIAÇÃO DE RISCO Apetite de Risco O apetite de risco consiste na quantidade de risco que a organização está disposta a assumir para conseguir atingir seus objetivos. Ao definir formalmente o seu apetite de risco, a organização deve considerar o arcabouço legal/regulatório que afeta suas atividades, os seus objetivos estratégicos, a capacidade da organização de gerenciar riscos de forma efetiva e os tipos de riscos e os respectivos níveis que a organização está disposta a assumir. Esses níveis riscos definidos passam a ser indicadores do apetite de risco da organização (BRASILIANO, 2016, Resolução CMN 4.557/2017). Maior apetite a riscos implica em alocar mais recursos (pessoal, material e dinheiro) em atividades mais perigosas. Menor apetite a riscos implica traçar planos conservadores. A definição do apetite a risco é de responsabilidade da alta administração AVALIAÇÃO DE RISCO Apetite de Risco Linha do Apetite de Risco Impacto do Risco área de risco não aceitável área de risco aceitável Probabilidade de Ocorrência AVALIAÇÃO DE RISCO A declaração de apetite de risco Consiste de um documento que contém, de forma clara e explícita, os níveis de riscos que a organização está disposta a assumir, a capacidade de a instituição gerenciar riscos de forma efetiva e prudente; e os objetivos estratégicos da instituição. Muitas organizações consideram esse apetite de forma qualitativa, categorizando-o como elevado, moderado ou baixo, enquanto outras organizações adotam uma abordagem quantitativa que reflete e equilibra as metas de crescimento, retorno e risco à luz dos seus objetivos estratégicos. De forma ordinária, o apetite de risco deve ser definido ao longo do tempo (3 a 4 anos) a partir de experiências passadas observadas via gestão de risco estruturada. Mas deve ser dinâmico/flexível, permitindo alguma alteração na medida que for necessário (de forma extraordinária). . AVALIAÇÃO DE RISCO A Tolerância ao Risco Consiste na determinação de limites de risco aceitáveis para a instituição para atingir os objetivos estratégicos. Demonstra a resistência que a Instituição está disposta a suportar perante um risco e suas consequências. Trata-se do desvio do nível do apetite ao risco, servindo como alerta para evitar que a empresa cheque ao nível estabelecido por sua capacidade de assumir risco, chamada de “Limiar a riscos”, que é capacidade máxima de suportar riscos para atingir os seus objetivos (BRASILIANO, 2016) . AVALIAÇÃO DE RISCO Apetite e Tolerância ao Risco Imagine uma determinada organização que identificou em seus processos o risco de seus sistemas de informação ficarem indisponíveis para seus clientes. A organização, conservadora, definiu um apetite de risco baixo: o serviço fique disponível pelo menos 99% do tempo. Mas a organização entende que, de tempos em tempos, a infraestrutura de TI necessita de manutenções mais severas e que nesses casos o sistema poderá chegar a ficar 10% do tempo indisponível um fim de semana a cada mês (Tolerância a riscos). Trechos Extraídos da Declaração de Apetite de Risco da SEFAZ/MG Risco Orçamentário: Indicador 1: Monitoramento da receita tributária • Apetite: Mínimo de 95% de atingimento da meta orçamentária de arrecadação tributária • Tolerância: 5% de desvio negativo ao previsto da meta prevista para arrecadação. O desvio a menor deve ser justificado no reporte de monitoramento desta declaração e acompanhado das opções de solução para o desvio identificado, contemplando remanejamento e ações mitigadoras possíveis. • Cálculo do Indicador: Receita realizada/Receita orçamentária. .......... “A SEF/MG é conservadora em seu apetite a riscos. Este órgão agirá de acordo com esta declaração de apetite de risco para alcançar objetivos estratégicos, devendo empregar princípios sólidos de gerenciamento de riscos, decisões transparentes e comunicação efetiva para priorizar a gestão de riscos. A SEF/MG tem um baixo apetite e baixa tolerância a riscos em todas as categorias de riscos considerados.” (http://www.fazenda.mg.gov.br/secretaria/plano-de-gestao-de-riscos/SEF_MG_Declaracao_de_Apetite_a_Riscos.pdf. TRATAMENTO DO RISCO Processo para modificar o risco. Os tratamentos de riscos relativos às consequências negativas são muitas vezes referidos como "mitigação de riscos", "eliminação de riscos", "prevenção de riscos" e "redução de riscos". O tratamento de riscos pode criar novos riscos ou modificar riscos existentes. Segundo a ISO 31.000/2018, o tratamento pode envolver: Evitar o risco ao decidir não iniciar ou continuar com a atividade que dá origem ao risco. Aceitar ou aumentar o risco para prosseguir uma oportunidade. Remover a fonte de risco. Mudar a probabilidade. Mudar as consequências. Compartilhar o risco com outra parte ou partes (incluindo contratos e financiamento de risco) Manter o risco por decisão bem informada. EXEMPLO DE TRATAMENTO DO RISCO Exercício Coloque V se a sentença for verdadeira e F se for falsa: ( )Um risco normalmente é mitigado quando é classificado como “Alto” ou “Extremo”. A implementação de controles, neste caso, apresenta um custo/benefício adequado. ( ) Um risco normalmente é compartilhado quando é classificado como “Alto” ou “Extremo”, mas a implementação de controles não apresenta um custo/benefício adequado. ( ) Um risco normalmente é evitado quando é classificado como “Alto” ou “Extremo”, e a implementação de controles apresenta um custo muito elevado, inviabilizando sua mitigação, ou não há entidades dispostas a compartilhar o risco com a organização. ( ) Um risco normalmente é aceito quando seu nívelestá nas faixas de apetite a risco. Nessa situação, nenhum novo controle precisa ser implementado para mitigar o risco. Metodologias de estruturação do Gerenciamento de Risco São metodologias que influenciaram (ou influenciam) a maiorias das políticas e estruturas internas de gestão de risco das empresas privadas e públicas no Brasil 1. COSO ERM (2004) A estrutura de gerenciamento de riscos corporativos é orientada a fim de alcançar os objetivos de uma organização e são classificados em quatro categorias: 1 - Estratégicos – metas gerais, alinhadas com sua missão. 2 - Operações – utilização eficaz e eficiente dos recursos. 3 - Comunicação – confiabilidade de relatórios. 4 - Conformidade – cumprimento de leis e regulamentos aplicáveis . COSO-ERM (2004) Metodologias de estruturação do Gerenciamento de Risco O COSO ERM (2004) foi atualizado, passando a ser intitulado como Gerenciamento dos Riscos Corporativos – Integrado com Estratégia e Performance (Enterprise Risk Management – Integrating with Strategy and Performance), conhecido no Brasil como COSO GRC 2016. O COSO GRC 2016 estabelece uma relação entre estratégia, risco e performance. Fonte: (COSO, 2016 apud TCU, 2018a, p. 16). COSO GRC (2016) Especificamente, no modelo COSO-GRC, a gestão de riscos integra cinco componentes: 1)governança e cultura; 2) estratégia e definição de objetivos; 3) desempenho; 4) revisão e correção; e 5) informação, comunicação e reporte Esses componentes se relacionam a vinte princípios de gerenciamento de risco O GRC revisa e atualiza os componentes do COSO ERM, adota princípios, simplifica suas definições, enfatiza o papel da cultura e melhora o foco no valor. Relaciona a gestão de riscos às três dimensões fundamentais da gestão: i) missão, visão e valores; ii) objetivos estratégicos e de negócios; e iii) desempenho organizacional (ver TCU, 2018a, p. 15). Metodologias de estruturação do Gerenciamento de Risco 2.ABNT NBR ISO 31000 Foi elaborada pela Comissão de Estudo Especial de Gestão de Riscos (CEE-63), sendo uma adoção idêntica, em conteúdo técnico, estrutura e redação, à ISO 31000:2009, que foi elaborada pelo International Organization for Standardization Technical Management Board Working Group on risk management (ISO/TMB/WG), conforme ISO/IEC Guide 21- 1:2005 A norma fornece princípios e diretrizes genéricas para a gestão de riscos, podendo ser utilizada por qualquer empresa pública, privada, associação, grupo ou indivíduo. O processo de gestão de riscos envolve a aplicação sistemática de políticas, procedimentos e práticas para as atividades de comunicação e consulta, estabelecimento do contexto e avaliação, tratamento, monitoramento, análise crítica, registro e relato de riscos. ISO 31000:2009 Fonte: ISO 31.000/2018 Modelos de Gestão de Riscos Modelo das 3 linhas do IIA APLICAÇÕES DAS METODOLOGIAS 1. IN Conjunta MP/CGU nº 01/2016 Os dispositivos da IN MP/CGU nº 01/2016 relativos à gestão de risco tem forte influência da COSO ERM 2004, explicitando os seus componentes ambiente interno, fixação dos objetivos, identificação dos eventos, análise de riscos, resposta a riscos, atividades de controle interno, informação e comunicação e monitoramento (ver art. 16 da referida IN) Fonte: CGU, 2018 APLICAÇÕES DAS METODOLOGIAS 2. Modelo de Avaliação da Maturidade Organizacional em Gestão de Riscos do TCU O Tribunal de Contas da União desenvolveu um modelo de avaliação da maturidade organizacional em gestão de riscos baseado no COSO ERM/GRC e ISO 31000:2009 (TCU, 2017ª) O modelo é composto por quatro dimensões (ambiente, processos, resultados e parcerias) e sua aferição é realizada por meio de indicadores de maturidade em gestão de riscos pré- definidos. Maturidade do processo de gestão de riscos de uma agência pública é determinada pelas capacidades existentes em termos de liderança, políticas e estratégias e de preparo das pessoas para gestão de riscos. APLICAÇÕES DAS METODOLOGIAS 2. Modelo de Avaliação da Maturidade Organizacional em Gestão de Riscos do TCU O índice de maturidade de cada dimensão (ambiente, processos, resultados e parcerias) é apurado pela soma de pontos obtidos no conjunto dos indicadores e o índice de maturidade global da gestão de riscos é obtido pela média ponderada dos índices de maturidade das dimensões, considerando seus pesos (ambiente (40%), processos (30%), parcerias (10%) e resultados (20%)). A partir desse índice global é possível classificar o nível de maturidade das organizações públicas em uma das cinco faixas: inicial, básico, intermediário, aprimorado ou avançado (TCU, 2018a, p. 76). APLICAÇÕES DAS METODOLOGIAS 2. Modelo de Avaliação da Maturidade Organizacional em Gestão de Riscos do TCU Quadro - Critérios para a Classificação do Nível de Maturidade Fonte: TCU (2018, p. 122). Índice de maturidade Nível de maturidade Descrição 0% a 20% Inicial Baixo nível de formalização; documentação sobre gestão de riscos não disponível; ausência de comunicação sobre riscos 20,1% a 40% Básico Gestão de riscos tratada informalmente; ainda não há treinamento e comunicação sobre riscos. 40,1% a 60% Intermediário Há princípios e padrões documentados, e treinamento básico sobre gestão de riscos 60,1% a 80% Aprimorado Gestão de riscos obedece aos princípios estabelecidos; é supervisionada e regularmente aprimorada 80,1% a 100% Avançado Gestão de riscos otimizada; princípios e processos de gestão de riscos estão integrados aos processos de gestão da organização APLICAÇÕES DAS METODOLOGIAS 2. Modelo de Avaliação da Maturidade Organizacional em Gestão de Riscos do TCU Acórdão TCU 2467/2013 Alguns resultados da aplicação da metodologia do TCU que avaliou a maturidade Organizacional em Gestão de Risco nas organizações públicas em 2013 (65 entidades da administração indireta federal): 1.dois terços das organizações estão nos níveis básico e intermediário e apenas 9% da amostra alcançou o estágio avançado. 2.Em média, concluiu-se que há difusão de práticas de gerenciamento de riscos em nível intermediário nas entidades (pontuação de 43%). 3. Índice de Maturidade médio por setor: Elétrico: 53%; petróleo 61%; transporte 28%; financeiro 65%; e agências reguladoras 31%. Modelo de Capacidade de Auditoria Interna (IA-CM) Medidas de Desempenho da Auditoria Interna - Modelo de Capacidade de Auditoria Interna (IA-CM)* O Modelo de Capacidade de Auditoria Interna (IA-CM) para o setor público (Internal Audit Capability Model for the Public Sector), desenvolvido em 2009 pelo Instituto dos Auditores Internos (IIA) com apoio do Banco Mundial, atualizado posteriormente em 2017, é uma estrutura internacionalmente reconhecida que identifica os fundamentos necessários para uma auditoria interna efetiva, de modo a atender às necessidades da administração da organização e às expectativas profissionais da função. O IA-CM se presta a ser uma ferramenta estratégica, uma estrutura para auto avaliação e avaliações externas e um roteiro para melhoria e desenvolvimento ordenados. *Baseado no Sumario Executivo do modelo IA-CM da IIA em https://iiabrasil.org.br/korbilload/upl/editorHTML/uploadDireto/macraeptbrsumar-editorHTML-00000010-26112019121845.pdf Modelo de Capacidade de Auditoria Interna (IA-CM) O IA-CM é um roteiro ordenado para que a auditoria interna governamental atinja maturidade para atender de forma eficaz às necessidades da administração das instituições públicas. O modelo se apresenta como uma estrutura para avaliação, seja para autoavaliação ou avaliação externa, e um importante e poderoso veículo de comunicação (CONACI, 2020; IIA, 2020). . Modelo de Capacidade de Auditoria Interna (IA-CM) O modelo está estruturado em uma matriz, denominada, Matriz de 1 Página, contendo 5 níveis de maturidade, 6 elementos de auditoria e 41 macroprocessos (KPA – key process areas) vinculados a esses níveis e elementos. Cada macroprocesso possui um objetivo específico e identifica as atividades essenciais que devem ser colocadasem prática e sustentadas. . Modelo de Capacidade de Auditoria Interna (IA-CM) Os cinco níveis de maturidade da matriz IA-CM são: Nível 5 – Otimizado. Por exemplo, considerando o componente dos elementos de auditoria “Serviços e Papel da Auditoria Interna” da matriz IA-CM, a auditoria interna nesse nível de capacidade deve ser reconhecida como agente-chave de mudança. Nível 4 – Gerenciado. Por exemplo, considerando o componente dos elementos de auditoria “Serviços e Papel da Auditoria Interna” da matriz IA-CM, a auditoria interna nesse nível de capacidade pode realizar avaliação geral sobre governança, gestão de risco e compliance . Nível 3 – Integrado. Por exemplo, considerando o componente dos elementos de auditoria “Serviços e Papel da Auditoria Interna” da Matriz IA-CM, a auditoria interna nesse nível de capacidade pode realizar serviços de consultoria e auditoria de desempenho (value-of- money). Modelo de Capacidade de Auditoria Interna (IA-CM) Nível 2 – Infraestrutura. Por exemplo, considerando o componente dos elementos de auditoria “Serviços e Papel da Auditoria Interna” da Matriz IA-CM, a auditoria interna nesse nível de capacidade pode realizar serviços de auditoria de conformidade. Nível 1 – Inicial. Unidade não estruturada; auditorias isoladas ou revisão de documentos e transações com finalidade de aferir correção e conformidade; produtos dependem de habilidades específicas de indivíduos que estão ocupando as posições; ausência de práticas profissionais estabelecidas, além das fornecidas por associações profissionais; financiamento aprovado por gerência, quando necessário; falta de infraestrutura; auditores provavelmente são parte de uma unidade organizacional maior; nenhuma capacidade estabelecida; portanto, inexistência de macroprocessos-chave. . . Modelo de Capacidade de Auditoria Interna (IA-CM) Os seis elementos de auditoria da Matriz IA-CM são: Serviços e Papel da Auditoria Interna Gerenciamento de Pessoas Práticas profissionais Gerenciamento do Desempenho e Accountability Cultura e Relacionamento Organizacional; Estruturas de Governança. O modelo IA-CM permite identificar oportunidades da controladoria (ou órgão similar) e sua equipe melhorarem seu desempenho/atividade, agregar valor à gestão e ao comitê de auditoria e ética e aprimorar a imagem, percepções e credibilidade da auditoria interna nas unidades do governo. Ademais, opina se a atividade está em conformidade com as normas internacionais do IIA para a Prática Profissional de Auditoria Interna. . Modelo de Capacidade de Auditoria Interna (IA-CM) Os KPA (Key Process Áreas), conhecidos como macroprocessos-chave, consistem de processos de auditoria interna, constituídos por atividades que devem ser desempenhadas e sustentadas para que a unidade de auditoria alcance os objetivos pretendidos, sendo composto por objetivo, atividades essenciais, produtos, resultados e práticas institucionalizadas. As atividades essenciais dos respectivos KPA devem ser dominadas institucionalmente, ou seja, estarem presentes e internalizadas na cultura da organização, para que a Unidade de. Auditoria Interna Governamental (UAIG) atinja um determinado nível de capacidade. Assim, para alcançar um nível de maturidade é necessário que todos os macroprocessos do mesmo nível estejam implementados (institucionalizados), o que representa estar na cultura da unidade de auditoria interna. . Modelo de Capacidade de Auditoria Interna (IA-CM) A utilização deste referencial foi aprovada formalmente pela Resolução CONACI n° 007, de 27 de setembro de 2019 (Resolução n. 7, 2019). Destaca-se que a CGU tem sido referência em relação à auditoria interna governamental brasileira e que o CONACI visa padronizar os procedimentos e práticas da atividade do sistema de controle interno no Brasil. Portanto, a supracitada Resolução definiu o Modelo de Capacidade de Auditoria Interna (IA- CM) como referencial técnico e metodológico de autoavaliação e construção de capacidades de auditoria interna no setor público. A necessidade de aperfeiçoamento e de convergência aos padrões internacionais das unidades de auditoria interna também foram objeto de acórdãos do TCU (1.273/205-TCU- Plenária; 2.622/2015-TCU-Plenária; 1171/2017-TCU-Plenário). . . Modelo de Capacidade de Auditoria Interna (IA-CM) Segundo IIA (2017) o papel esperado da controladoria na função da auditoria interna dentro da organização deverá basear-se na necessidade e na autoridade da organização; nas métricas de desempenho; nas estruturas organizacionais e nas relações estabelecidas pela atividade de auditoria interna, tanto dentro da própria atividade quanto nas relações estabelecidas dentro da organização como um todo, bem como nas estruturas de governança implementadas pelo corpo diretivo da organização.(Castelo, 2024) . Modelo de Capacidade de Auditoria Interna (IA-CM) As avaliações externas do tipo IA-CM, conforme preconizado pelo Manual de Orientações Técnicas da Atividade de Auditoria Interna Governamental do Poder Executivo Federal (MOT), aprovado pela IN SFC nº 8/2017, devem ser realizadas a cada 5 anos por avaliador independente ou mediante validação externa de autoavaliação interna realizada pela UAIG. Segundo o MOT, a aferição do nível de maturidade “deve contribuir para a estruturação de um processo de melhoria contínua, de forma a possibilitar o desenvolvimento de um nível adequado de capacidade da UAIG”. https://www.gov.br/cgu/pt-br/assuntos/auditoria-e-fiscalizacao/modelo-de-capacidade-de- auditoria-interna Aplicações do Modelo de Capacidade de Auditoria Interna (IA-CM) Modelo IA-CM da Infraero Como exemplo, cita-se o caso da Auditoria Interna da Infraero, na qual realizou uma autoavaliação com base no modelo IA-CM, que a posicionou no nível 2 (Infraestrutura), e, posteriormente solicitou a CGU que realizasse trabalho de auditoria para fins de validação da autoavaliação realizada. O Relatório 1076833 da CGU sobre a validação da maturidade da atividade de Auditoria Interna da Infraero concluiu pelo nível 2 de maturidade da referida auditoria interna, ratificando, assim, o resultado obtido pela autoavaliação, ver https://eaud.cgu.gov.br/relatorios/download/1377083 . Aplicações do Modelo de Capacidade de Auditoria Interna (IA-CM) Modelo IA-CM da CGU . Validação externa da autoavaliação da atividade de auditoria interna da CGU, com base no modelo IA-CM, realizado pelo Banco Mundial em setembro/outubro de 2022*. .Especificamente, o objetivo foi validar a autoavaliação no grau de capacidade Nível 2 (infraestrutura) da atividade de auditoria interna da CGU com base no IA-CM. Conclusão do Banco Mundial: A atividade de auditoria interna desempenhada pela CGU está “geralmente em conformidade” com os padrões para Prática Profissional de Auditoria Interna do IIA, e posicionada no Nível 2 (Infraestrutura) do modelo IA-CM com todas as atividades essenciais dos 10 KPAs do referido nível exigido, sendo, assim, consistente com a expressa pela CGU em seu relatório de autoavaliação. Ver: https://www.gov.br/cgu/pt-br/assuntos/auditoria-e-fiscalizacao/modelo-de-capacidade-de-auditoria-interna Sustentabilidade e As atividades de Controladoria Pública A sustentabilidade tornou-se um imperativo global, e seu entrelaçamento com as funções da controladoria pública destaca-se como uma ferramenta vital para garantir a responsabilidade, a transparência e a eficiência na gestão dos recursos públicos. O tema sobre a sustentabilidade ganhou destaque nas últimas décadas, impulsionada por desafios ambientais, sociais e econômicos. No contexto da administração pública, a controladoria emerge como uma peça fundamental para alinhar as práticas administrativas com os princípios da sustentabilidade*. *Ver Castelo(2024) Sustentabilidade e As atividades de Controladoria Pública A sustentabilidade vai além das questões ambientais e abrange aspectos econômicos e sociais. Na esfera pública, refere-se à capacidade de atender às necessidades presentes sem comprometeras gerações futuras*. As práticas sustentáveis devem ser vistas não apenas como um imperativo ético, mas também uma estratégia fundamental para garantir a eficiência, a responsabilidade e a resiliência nas operações do setor público. A Constituição Federal (1988) dedica um capítulo específico ao meio ambiente (Capítulo VI do Título VIII). O Artigo 225 estabelece que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo ao Poder Público e à coletividade o dever de preservá-lo para as presentes e futuras gerações. *Ver Castelo(2024) Sustentabilidade e As atividades de Controladoria Pública A Controladoria Pública pode ser um agente de Sustentabilidade, tal papel é materializado da seguinte forma: Transparência e Prestação de Contas: A divulgação clara das ações governamentais permite que os cidadãos compreendam e avaliem o impacto das políticas públicas no contexto da sustentabilidade. Monitoramento e Avaliação de Desempenho: A controladoria, ao desenvolver sistemas eficazes de controle interno, auditoria, monitoramento e avaliação, contribui para a identificação de áreas de melhoria e ajustes necessários nas estratégias governamentais. Gestão Eficiente de Recursos: controladoria atua como guardiã dos recursos públicos, promovendo sua gestão eficiente. Isso, também, envolve o controle rigoroso dos gastos, a identificação de oportunidades de economia e a alocação adequada de recursos para iniciativas sustentáveis. Sustentabilidade e As atividades de Controladoria Pública Ao realizar auditorias nas organizações ambientais e nas atividades que exigem procedimentos relativos a sustentabilidade, por exemplo, nas aquisições governamentais, a controladoria auxilia as organizações a trabalhar para que seus planos sejam alcançados com o papel de controlar e gerir o meio ambiente, melhorar o desempenho, atuar em parceria ex-ante e não pós-factum da gestão ambiental. Os gestores melhoram suas tomadas de decisões a partir das informações coletadas pela controladoria, tanto sobre o ambiente externo e interno, passando a planejar, dirigir e controlar as atividades da organização num processo decisório mais coerente com as práticas de sustentabilidade ambiental. Sustentabilidade e As atividades de Controladoria Pública Alinhamento de Políticas Públicas com Objetivos Sustentáveis O primeiro passo para a promoção da sustentabilidade na administração pública é o alinhamento das políticas governamentais com objetivos sustentáveis. Isso envolve a integração de metas ambientais, sociais e econômicas em documentos estratégicos, como planos de desenvolvimento e orçamentos públicos. Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) Decorrem de metas globais estabelecidas pelas Nações Unidas, em setembro de 2015, para enfrentar os desafios sociais, econômicos e ambientais mais urgentes do mundo. Tratam-se de um conjunto de 17 objetivos inter-relacionados, cada um com metas(no total de 169) específicas a serem alcançadas até 2030 Sustentabilidade e As atividades de Controladoria Pública ODS 16 Paz, Justiça e Instituições Eficazes Objetivo 16. Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis 16.5 Reduzir substancialmente a corrupção e o suborno em todas as suas formas 16.6 Desenvolver instituições eficazes, responsáveis e transparentes em todos os níveis 16.7 Garantir a tomada de decisão responsiva, inclusiva, participativa e representativa em todos os níveis 16.8 Ampliar e fortalecer a participação dos países em desenvolvimento nas instituições de governança global Sustentabilidade e As atividades de Controladoria Pública Feito o alinhamento nos planos e programas da administração pública, a gestão pública deve monitorar periodicamente e garantir o progresso das ações e indicadores de cada ODS selecionado. Exemplos práticos de sustentabilidade na administração pública incluem a promoção de sistemas de transporte público eficientes, a criação de ciclovias e a implementação de políticas que incentivem a utilização de veículos elétricos. Essas medidas não apenas reduzem as emissões de carbono, mas também melhoram a qualidade de vida nas cidades (Castelo, 2024). Sustentabilidade e As atividades de Controladoria Pública As Controladorias cabem avaliar o sistemas de controles internos relativos aos processos que se interrelacionam aos ODS de alguma forma, e por meio de auditorias garantirem a conformidade da observância dos ODS nas ações/projetos e políticas públicas. Portanto, a Controladoria, no âmbito governamental, assume a responsabilidade de assegurar que os recursos públicos sejam utilizados eficientemente e em conformidade com os princípios da sustentabilidade. A controladoria atua como um agente de prevenção, antecipando potenciais irregularidades e propondo medidas corretivas. Sustentabilidade e As atividades de Controladoria Pública Exemplos práticos da atuação da Controladoria Relatório da CGU AVALIAÇÃO DOS CONTRATOS DE CONCESSÃO DE USO PÚBLICO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO FEDERAIS - RELATÓRIO CONSOLIDADO Unidade Auditada: ICMBio Julho de 2024 De acordo com o Relatório, o trabalho contribui com o alcance dos seguintes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS): ODS 13 Ação Contra a mudança global Climática ODS 14 Vida na Água ODS 15 Vida Terrestre ODS 16 Paz, Justiça e Instituições Eficazes https://eaud.cgu.gov.br/relatorios/download/1556160 COMPRAS PÚBLICAS SUSTENTÁVEIS As compras públicas sustentáveis são uma abordagem estratégica adotada por governos para promover o desenvolvimento econômico, social e ambientalmente responsável. A prática consiste na incorporação de critérios de sustentabilidade nas aquisições governamentais, visando minimizar o impacto ambiental, promover a eficiência energética, incentivar a produção e o consumo responsáveis, e fomentar a inclusão social. As compras públicas sustentáveis contemplam requisitos ou critérios compatíveis com a proteção ao meio ambiente e em apoio ao desenvolvimento econômico e social. https://sites.tcu.gov.br/compras-publicas-sustentaveis/o-que-sao-compras-publicas-sustentaveis.html COMPRAS PÚBLICAS SUSTENTÁVEIS Ao adotar critérios sustentáveis nas compras públicas, como a preferência por produtos ecologicamente corretos, de baixo impacto ambiental e socialmente responsáveis, é possível estimular a inovação, fortalecer a cadeia produtiva sustentável e contribuir para a preservação do meio ambiente e o bem-estar da sociedade. https://sites.tcu.gov.br/compras-publicas-sustentaveis/o-que-sao-compras-publicas- sustentaveis.html COMPRAS PÚBLICAS SUSTENTÁVEIS No Brasil, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, as compras governamentais equivalem a uma média de 12% do PIB (apud Dos Santos(2024), o que evidencia sua relevância econômica e a oportunidade de influenciar positivamente o mercado. Diversos estudos revelam que as compras governamentais são amplamente consideradas um meio eficaz de promover o consumo sustentável, além de um caminho eficaz para reduzir o impacto ambiental de produtos, serviços e obras (Dos Santos 2024) Somente em 2022 foram investidos mais de R$ 163 bilhões em contratações, considerando apenas a esfera federal, a partir da consecução de 148 mil processos de compras. COMPRAS PÚBLICAS SUSTENTÁVEIS O novo marco normativo das licitações, Lei 14.133 de 1º de abril de 2021, estabelece entre seus princípios (art. 5º) e como um dos seus objetivos (art. 11, inc. IV) o desenvolvimento nacional sustentável. Além disso, prevê os critérios de sustentabilidade ambiental como um dos parâmetros para definição de remuneração variável vinculada ao desempenho do contratado (art. 144). A Controladoria em seus trabalhos de auditoria de conformidade, normalmente, inclui em seus escopos (subquestão de auditoria) a verificação da observância desses dispositivos da Lei 14.133/2021. COMPRASPÚBLICAS SUSTENTÁVEIS No âmbito federal, existe o Decreto 7.746/2012 (alterado pelo Decreto 9.178/2017) que regulamenta o art. 3º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, para estabelecer critérios e práticas para a promoção do desenvolvimento nacional sustentável por meio das contratações realizadas pela administração pública federal direta, autárquica e fundacional e pelas empresas estatais dependentes, e institui a Comissão Interministerial de Sustentabilidade na Administração Pública - CISAP. A adequação da especificação do objeto da contratação e das obrigações da contratada aos critérios e às práticas de sustentabilidade será justificada nos autos, resguardado o caráter competitivo do certame. COMPRAS PÚBLICAS SUSTENTÁVEIS São considerados critérios e práticas sustentáveis, entre outras: • baixo impacto sobre recursos naturais como flora, fauna, ar, solo e água; • preferência para materiais, tecnologias e matérias-primas de origem local; • maior eficiência na utilização de recursos naturais como água e energia; • maior geração de empregos, preferencialmente com mão de obra local; • maior vida útil e menor custo de manutenção do bem e da obra; • uso de inovações que reduzam a pressão sobre recursos naturais; • • origem sustentável dos recursos naturais utilizados nos bens, nos serviços e nas obras; e • utilização de produtos florestais madeireiros e não madeireiros originários de manejo florestal sustentável ou de reflorestamento. COMPRAS PÚBLICAS SUSTENTÁVEIS ODS 12 – Consumo e Produção Sustentáveis a meta 12.7 do ODS incentiva o países a promoverem práticas de contratações e gestões públicas baseadas em critérios de sustentabilidade, alinhadas às políticas e às prioridades nacionais. A iniciativa busca impulsionar o desenvolvimento sustentável por meio de compras governamentais que considerem aspectos ambientais, sociais e econômicos, visando a construção de uma sociedade mais equilibrada e consciente. AUDITORIA OPERACIONAL DO TCU Auditoria Operacional em Sustentabilidade na Administração Pública Federal Acórdão 1056/2017 Plenário O objetivo da auditoria foi verificar a efetividade com que as ações e as políticas de sustentabilidade têm sido implementadas pela APF, mensurando em que grau essas ações evoluíram em relação à auditoria anterior realizada pelo TCU em 2011. Examinou a governança presente nas políticas públicas voltadas à sustentabilidade na APF, as ações da APF que visam à gestão de resíduos e ao consumo sustentável de água, energia e papel, além disso, avaliou a utilização de práticas de sustentabilidade na aquisição de bens e serviços. AUDITORIA OPERACIONAL DO TCU Auditoria Operacional em Sustentabilidade na Administração Pública Federal Acórdão 1056/2017 Plenário Principais resultados: • Implementação insatisfatória das ações de sustentabilidade pela Administração Pública Federal, em razão de deficiências de planejamento, coordenação e aderência a requisitos de desenvolvimento sustentável. • 51% das instituições pesquisadas não possuem Plano de Gestão de Logística Sustentável • Ausência de atuação da Comissão Interministerial de Sustentabilidade (Cisap) • Menos de 1% das Contratações Públicas são Compras Públicas Sustentáveis (CPS) • Ausência de núcleo socioambiental dificulta as ações de sustentabilidade Arcabouços jurídico-administrativo sobre ações sustentáveis bab administração pública Principais instrumentos dos arcabouços: Constituição Federal (1988): A Constituição Brasileira dedica um capítulo específico ao meio ambiente (Capítulo VI do Título VIII). O Artigo 225 estabelece que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, impondo ao Poder Público e à coletividade o dever de preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938/1981): Esta lei estabelece os princípios e diretrizes para a proteção do meio ambiente, institui o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e define as competências dos órgãos ambientais. Código Florestal (Lei nº 12.651/2012): Essa legislação define as regras para a utilização e proteção das áreas de preservação permanente e de reserva legal, buscando conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental. Arcabouços jurídico-administrativo sobre ações sustentáveis bab administração pública Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998): Estabelece as infrações penais e administrativas contra o meio ambiente, prevendo sanções penais e administrativas para condutas lesivas ao meio ambiente. Lei dos Agrotóxicos (Lei nº 7.802/1989): Regulamenta o uso dos agrotóxicos e define responsabilidades para o controle e fiscalização dessas substâncias, visando proteger a saúde humana e o meio ambiente. Lei de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305/2010): Define a Política Nacional de Resíduos Sólidos, estabelecendo metas para a gestão integrada de resíduos sólidos, promovendo a redução, reutilização, reciclagem e tratamento adequado dos resíduos. Resolução do CMN 4.327/2014: Dispõe sobre as diretrizes que devem ser observadas no estabelecimento e na implementação da Política de Responsabilidade instituições financeiras Socioambiental pelas e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. . Arcabouços jurídico-administrativo sobre ações sustentáveis bab administração pública Convenções e Tratados internacionais: O Brasil é signatário de diversas convenções e tratados internacionais relacionados ao meio ambiente, como a Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) e a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA): Criado pela Lei nº 6.938/1981, o CONAMA é responsável por estabelecer normas e critérios para o licenciamento ambiental, além de deliberar sobre padrões de qualidade ambiental e normas de conservação e uso sustentável dos recursos naturais. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA): Órgão executivo responsável pela execução da Política Nacional do Meio Ambiente e pela fiscalização e controle das atividades potencialmente poluidoras. Órgãos Estaduais e Municipais de Meio Ambiente: Além do IBAMA, estados e municípios têm órgãos ambientais responsáveis por implementar e fiscalizar as políticas ambientais em seus territórios. Ver Castelo, 2024 . Arcabouços jurídico-administrativo sobre ações sustentáveis bab administração pública Em 1999 foi instituída, pelo Ministério do Meio Ambiente, a Agenda Ambiental da Administração Pública, conhecida como A3P. A A3P é um programa que objetiva estimular os órgãos públicos a implementarem práticas de sustentabilidade quanto aos seguintes eixos temáticos: uso racional dos recursos naturais e bens públicos; gestão adequada de resíduos gerados, qualidade de vida no ambiente de trabalho; sensibilização e capacitação de servidores; construções sustentáveis; e licitações sustentáveis. (Dos Santos, 2024) Arcabouços jurídico-administrativo sobre ações sustentáveis bab administração pública O Programa A3P trouxe em sua diretriz novos objetivos (Portaria MMA 326/2020 ): I. Apoiar os órgãos públicos na criação e implementação de ações de responsabilidade socioambiental; II. Sensibilizar os servidores para a necessidade de preservação dos bens naturais; III. Estimular a construção de uma cultura institucional que agregue valores, atitudes e comportamentos consoantes com a responsabilidade socioambiental; IV. Aumentar a eficiência da gestão, promovendo a economia de recursos naturais e de gastos institucionais; V. Promover a transparência no serviço público; VI. Garantir a acessibilidade nos órgãos públicos às pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida; VII. Estimular e apoiar ações de defesa do meio ambiente; VIII. Facilitar o acesso das instituições públicas ao Programa A3P; IX. Capacitar e sensibilizar os gestores públicos quanto à responsabilidade socioambiental; X. Promover a produção e o consumo sustentáveise orientar a preparação, a articulação e a coordenação de políticas e de planos, alinhando as funções organizacionais às necessidades das partes interessadas e assegurando o alcance dos objetivos estabelecidos. Executar - colocar o plano para funcionar e gerar resultados de políticas e serviços. Monitorar os resultados, o desempenho e o cumprimento de políticas e planos, confrontando- os com as metas estabelecidas e as expectativas das partes interessadas. . Controlar - como estão os indicadores de eficácia e de eficiência? como lidar adequadamente com os riscos de não cumprir as metas? GOVERNANÇA PÚBLICA A governança se preocupa com a qualidade do processo decisório e sua efetividade: Como obter o maior valor possível para o(s) proprietário(s)2 e para as partes interessadas? Os problemas priorizados foram resolvidos? Como, por quem e por que as decisões foram tomadas? Os resultados esperados foram alcançados? GOVERNANÇA PÚBLICA A gestão, por sua vez, recebe o direcionamento superior e se preocupa com a qualidade da implementação desta direção, com eficácia e eficiência: Está claro o que deve ser feito? Tem-se os recursos necessários? Quais os riscos mais relevantes para o cumprimento da missão? Quanto é razoável gastar? GOVERNANÇA PÚBLICA Princípios da Governança Pública (TCU, 2020) • capacidade de resposta: é a capacidade de responder de forma eficiente e eficaz às necessidades das partes interessadas. • Integridade: diz respeito às ações organizacionais e ao comportamento do agente público, referindo-se à adesão e alinhamento consistente aos valores, princípios e normas éticas comuns para sustentar e priorizar o interesse público sobre os interesses privados. • Transparência: diz respeito a permitir que a sociedade obtenha informações atualizadas sobre operações, estruturas, processos decisórios, resultados e desempenho do setor público GOVERNANÇA PÚBLICA Princípios da Governança Pública (continuação) • accountability (prestação de contas e responsabilidade): diz respeito à obrigação que têm as pessoas ou entidades às quais se tenham confiado recursos, incluídas as empresas e corporações públicas, de assumir as responsabilidades de ordem fiscal, gerencial e programática que lhes foram conferidas, e de informar o cumprimento dessas a quem lhes delegou essas responsabilidades. • equidade e participação: diz respeito a promover tratamento justo a todas as partes interessadas, levando em consideração seus direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas. GOVERNANÇA PÚBLICA Princípios da Governança Pública (continuação) • confiabilidade: representa a capacidade das instituições de minimizar as incertezas para os cidadãos nos ambientes econômico, social e político. • melhoria regulatória: representa o desenvolvimento e a avaliação de políticas e de atos normativos em um processo transparente, baseado em evidências e orientado pela visão de cidadãos e partes diretamente interessadas (European Comission, 2016). Não se restringe, portanto, à regulação econômica de setores específicos realizada pelas agências reguladoras GOVERNANÇA PÚBLICA Exemplos de Potenciais benefícios de uma boa governança pública (TCU, 2020): • garantir a entrega de benefícios econômicos, sociais e ambientais para os cidadãos; • garantir que a organização seja, e pareça, responsável para com os cidadãos; • ser transparente, mantendo a sociedade informada acerca das decisões tomadas e dos riscos envolvidos; • possuir e utilizar informações de qualidade e mecanismos robustos de apoio às tomadas de decisão; • prover aos cidadãos dados e informações de qualidade (confiáveis, tempestivas, relevantes e compreensíveis). GOVERNANÇA PÚBLICA • dialogar com a sociedade e a ela prestar contas; • garantir a qualidade e a efetividade dos serviços prestados aos cidadãos; • avaliar o desempenho e a conformidade da organização e da liderança, mantendo um balanceamento adequado entre eles; • garantir a existência de um sistema efetivo de gestão de riscos; • utilizar-se de controles internos para manter os riscos em níveis adequados e aceitáveis; • controlar as finanças de forma atenta, robusta e responsável. Exemplos de atos sancionados que se alinham a visão de melhoria da governança pública a) Lei das Contas Públicas (Lei 9.755/1998), que obriga à publicação das contas públicas nos níveis federal, estadual e municipal; b) Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101/2000); c) Avaliação da Gestão Pública – Ciclo 2010 (BRASIL, 2009) - conjunto de orientações e parâmetros para avaliação da gestão, baseado no Modelo de Excelência em Gestão Pública e os conceitos e os fundamentos preconizados pelo Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização – Gespública. d) Decreto de Vedação ao Nepotismo (Decreto 7.203/2010); e) Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527/2011); f) Lei de Conflito de Interesses (Lei 12.813/ 2013), que trata do tema no exercício de cargo ou emprego do Poder Executivo federal; GOVERNANÇA PÚBLICA h) Lei 12.840/2013 Lei Anti-corrupção; i) Lei das Estatais (Lei 13.303/2016), que estabelece requisitos de governança para empresas públicas e de economia mista (BRASIL, 2016); j) Instrução Normativa Conjunta MP/CGU 1/2016, que trata de controles internos, gestão de riscos e governança no âmbito do Poder Executivo federal (BRASIL, 2016c); k) Lei de Defesa do Usuário de Serviços Públicos (Lei 13.460/2017), e sua regulamentação pelo Decreto 9.094/2017 (BRASIL, 2017f), que substituíram o GesPública e tratam sobre participação, proteção e defesa dos direitos do usuário dos serviços públicos (BRASIL, 2017b); l) Decreto da Política de Governança da administração pública federal direta, autárquica e fundacional e Governança Pública (Decreto 9.203/2017) GOVERNANÇA PÚBLICA De acordo com o TCU: Instâncias Externas de governança são responsáveis pela fiscalização, pelo controle e pela regulação, desempenhando importante papel para promoção da governança das organizações públicas. São autônomas e independentes, e não se vinculam às organizações que são por elas governadas. Exemplos típicos dessas estruturas são o Congresso Nacional, o Tribunal de Contas da União e os conselhos superiores no Poder Judiciário; Instâncias Externas de Apoio à Governança são responsáveis pela avaliação, auditoria e monitoramento independente e, nos casos em que disfunções são identificadas, pela comunicação dos fatos às instâncias superiores de governança, sejam elas internas ou externas. Exemplos típicos dessas estruturas são as auditorias independentes e o controle social organizado; GOVERNANÇA PÚBLICA Instâncias Internas de Governança São responsáveis por definir ou avaliar a estratégia e as políticas internas, bem como monitorar a conformidade e o desempenho destas, devendo agir nos casos em que desvios forem identificados. São, também, responsáveis por garantir que a estratégia e as políticas formuladas atendam ao interesse público servindo de elo entre principal e agente. Exemplos típicos dessas estruturas são os conselhos de administração ou equivalentes e a alta administração; Instâncias Internas de Apoio à Governança realizam a comunicação entre partes interessadas internas e externas à administração, bem como auditorias internas que avaliam os processos de governança e de gestão de riscos e controles internos, comunicando quaisquer disfunções identificadas à alta administração. Exemplos típicos dessas estruturas são a ouvidoria, a auditoria interna, o conselho fiscal, as comissões e os comitês (p. ex.: comitê de riscos; comitê de desburocratização; comitês estratégicos). GOVERNANÇA PÚBLICA A administração executiva ou alta administração Instância interna de governança e é responsável por avaliar, direcionar e monitorar, internamente, a organização. A autoridade máxima da organização e os dirigentes superiores São os agentes públicos que, tipicamente, atuam nessa estrutura. De forma geral, enquanto a autoridadePara debater: 1.O termo sustentável envolve aspectos relativos ao meio ambiente, às condições sociais e à economia. Em consequência das medidas/ações, considerando de forma simultânea esses 3 aspectos, haveria desenvolvimento sustentável. “Um novo modelo de desenvolvimento da Amazônia focado na sustentabilidade é possível e financiável, ainda que não isento de desafios.” (Joaquim Levy - Economista - A Agenda Climática e o Novo Desenvolvimento Brasileiro - Centro Steyer-Taylor para Políticas Energéticas e de Finanças na Escola de Direito da Universidade de Stanford, 2022. 2.Dani Rodrik, Economista de Harvard/EUA, diz que é impossível combater as mudanças climáticas, impulsionar a classe média e reduzir a pobreza global simultaneamente ( ver “Novo Trilema Ronda a Economia Mundial”, Jornal Valor Econômico 19/04/2024) O que você pensa sobre essas posições? Na sua percepção, qual das duas é mais compatível com a realidade atual? REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA-PEREIRA, Matias. Governança no Setor Público. Brazilian Journal of Development, v.8, n.8, 2023 ASSI, Marcos. Governança, Riscos e Compliance. Editora Saint Paul, 2017. BERTOCCELLI, Rodrigo de Pinho. “Compliance” in Manual de Compliance), org: André Castro Carvalho, Rodrigo de Pinho Bertoccelli, Tiago Cripa Alvim e Otávio Venturini. 3ª edição – Rio de janeiro: Forense, 2021. BONA, Rodrigo. Políticas de Integridad y Anticorrupción en Brasil: el Papel de la Contraloría-General en Estados y Capitales. Revista Contabilidade, Gestão e Governança, v.24, n3, pág 398-405, set-dez/2021. BRASIL. CGU –Gestão de Riscos da CGU. 2018. https://repositorio.cgu.gov.br/bitstream/1/74061/1/Apresentacao_Formacao_de_Multiplicadores.pdf BRASILIANO, Antônio. Apetite ao risco: análise estratégica pouco executada pelas empresas. 29/02/2016.Disponível em: https://pt.linkedin.com/pulse/apetite-ao-risco-an%C3%A1lise-estrat%C3%A9gica- pouco-executada-pelas-antonio. Acesso em 26/09/2023 BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos. Do Estado patrimonial ao gerencial. In Pinheiro, Wilheim e Sachs (orgs.), Brasil: Um Século de Transformações. S.Paulo: Cia. das Letras, 2001: 222-259. _____________ Da administração pública burocrática à gerencial. Revista do Serviço público, v. 47, n. 1, p. 7-40, 1996 CASTELO, Samuel Leite; CASTELO, Aline Duarte Moraes. Tópicos Especiais de Controladoria Pública. Fortaleza: editora UECE, 2024. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COELHO, Cláudio Carneiro B.P; SANTOS JÚNIOR, Milton de Castro. Compliance. FGV, 2018. DAMODARAN, Aswath. Gestão Estratégica do Risco: uma referência para a tomada de riscos empresariais. Porto Alegre: Bookman, 2009 DOS SANTOS, André Luiz Trajano. Critérios de Sustentabilidade em Compras Públicas. Revista do Setor Público da ENAP, Brasília, 75(3), jul/set/2024. ENAP. Ciclo de Gerenciamento de Riscos Corporativos – Módulo 3, Brasília: 2018. Disponível em https://repositorio.enap.gov.br/bitstream/1/4090/1/Modulo%203- Ciclo%20de%20Gerenciamento%20de%20Riscos.pdf. Acessado em 15/09/2023. FEBRABAN. Função de Compliance. www.febraban.org.br. Acesso em 28/09/2023. GAETANI, F. “O recorrente apelo das reformas gerenciais: uma breve comparação”. Revista do Serviço Público ano 54, n. 4, out.-dez, 2003. HOLANDA, Marcos Costa. A prática de uma Gestão Pública por Resultados – IPECE – Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará, 2006. IPEA.O mercado de compras governamentais brasileiro (2006-2017): mensuração e análise. Disponível em: . Acesso em: 29 dez. 2022 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS KNIGHT, F. H.. Risco, Incerteza e Lucro. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1972 JENSEN, M. C.; MECKLING, William H. Theory of the firm: managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of Financial Economics.V. 3, nº 4, 1976. MARRARA, Thiago. Quem precisa de programas de integridade (“compliance”)? 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Disponibilidade: Rede Virtual de Biblioteca NÓBREGA, Marcos; DE ARAÚJO, Leonardo Barros Corrêa – “Custos do Não Compliance” in Manual de Compliance), org: André Castro Carvalho, Rodrigo de Pinho Bertoccelli, Tiago Cripa Alvim e Otávio Venturini. 3ª edição – Rio de janeiro: Forense, 2021 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS OECD. “Entidades Fiscalizadoras Superiores e Boa Governança: supervisão, visão e previsão” in Avaliações da OECD sobre governança pública. 2015. OSBORNE, David; GAEBLER, Ted. Reinventing Government. Ed.Addition Wesley, first edition 1992 SILVESTRE, Hugo Consciência. Nova Governança Pública. Brasília: ENAP, 2019. SLOMSKI, Valmor. Controladoria e Governança na Gestão Pública, São Paulo: Atlas, 2005. TCU. Referencial básico de gestão de riscos. Brasília: TCU - Segecex, 2018. TCU. Referencial básico de governança aplicável a organizações públicas e outros entes jurisdicionados ao TCU Edição 3 - Brasília: TCU, Secretaria de Controle Externo da Administração do Estado – SecexAdministração, 2020. UCHOA, Carlos Eduardo. Elaboração de indicadores de desempenho institucional. Brasília: ENAP/DDG, 2013. VIEIRA, James Batista; BARRETO, Rodrigo Tavares de Souza. Governança, gestão de riscos e integridade. Brasília: Enap, 2019. Obrigado! assis.campos@uece.br Francisco Campos Doutor em Economia Auditor Federal de Finanças e Controle da CGUmáxima é a principal responsável pela direção da organização, os dirigentes superiores (gestores de nível estratégico e administradores executivos diretamente ligados à autoridade máxima) são responsáveis por auxiliar no estabelecimento de políticas e objetivos e no provimento de direcionamento para a organização Estrutura de Governança da UFC Fonte:https://secretariadegovernanca.ufc.br/wp-content/uploads/2022/12/estrutura-gov.jpg GOVERNANÇA PÚBLICA A governança da UFC Secretaria de Governança da UFC, criada pela Resolução 01/CONSUNI/UFC, de 20/01/2017, que funciona com a Unidade de Gestão de Integridade (UGI) https://www.ufc.br/images/_files/a_universidade/consuni/resolucao_consuni_2017/reso lucao01_consuni_2017.pdf Comitê de Governança da UFC, criada pela Resolução nº 34/CONSUNI/UFC, de 19/05/2017 https://www.ufc.br/images/_files/a_universidade/consuni/resolucao_consuni_2017/reso lucao34_consuni_2017.pdf .Política de Governança da UFC - Portaria/GR/UFC 4117, de 27/09/2017 https://secretariadegovernanca.ufc.br/wp-content/uploads/2017/10/politica-de- governanca.pdf Práticas de Governança no âmbito da Administração Pública APLICAÇÃO DE GOVERNANÇA PÚBLICA Práticas de Governança no âmbito da Administração Pública Política de Integridade da UFC (Vigência 2023 a 2027) Pontos tratados no documento da Política de Integridade: 1. Informação sobre a instituição; 2. Estrutura da Gestão de Integridade(por exemplo: tratamentos dos conflitos de interesse e nepotismo, de denúncias, funcionamento dos Controles Internos e cumprimento das recomendações da auditoria interna)/ 3. Riscos e Medidas de tratamento; 4. Planejamento das ações de integridade para 2023-2027; 5. Monitoramento e atualização periódica Ver https://secretariadegovernanca.ufc.br/wp-content/uploads/2023/02/plano-de-integridade-ufc-versao-final.pdf APLICAÇÃO DE GOVERNANÇA PÚBLICA Práticas de Governança no âmbito da Administração Pública Conforme o Decreto 9.203/2017, art. 17, a alta administração das organizações da administração pública federal direta, autárquica e fundacional deverá estabelecer, manter, monitorar e aprimorar sistema de gestão de riscos e controles internos com vistas à identificação, à avaliação, ao tratamento, ao monitoramento e à análise crítica de riscos que possam impactar a implementação da estratégia e a consecução dos objetivos da organização no cumprimento da sua missão institucional [....]. Política de Gestão de Risco da UFC https://secretariadegovernanca.ufc.br/wp-content/uploads/2022/12/plano-de-gestAo- de-riscos-2a-edicao-2023-2027.pdf O Plano de Gestão de Risco, com vigência de 2023-2027, contempla as competências e responsabilidades da GR, as áreas de atuação GR e metodologia de gerenciamento de riscos. APLICAÇÃO DE GOVERNANÇA PÚBLICA Práticas de Governança no âmbito da Estatais O inciso I, art. 8°, da Lei n° 13.303, de 30 de junho de 2016, cujo teor foi reproduzido nos incisos I e III do art. 13, do Decreto nº 8.945, de 27 de dezembro de 2016, obriga as estatais elaborarem (também divulgar) a Carta Anual de Políticas Públicas e a Carta Anual de Governança Corporativa, subscrita pelos Conselhos de Administração das Empresas Estatais. A Carta Anual de Governança Corporativa deverá contemplar: • Atividades desenvolvidas • Estrutura de controles internos e gerenciamento de risco • Fatores de risco • Dados econômico-financeiros e comentários sobre o desempenho • Políticas e práticas de governança corporativa • Descrição da composição e da remuneração da administração • Outras informações relevantes sobre Governança Corporativa GOVERNANÇA PÚBLICA Práticas de Governança no âmbito da Estatais Exemplo: Trecho da Carta Anual de Políticas Públicas e Governança Corporativa do BNDES 2023 “Políticas e práticas de governança corporativa Governança Corporativa A estrutura de governança do BNDES tem como objetivo o fortalecimento da gestão da empresa, privilegiando um processo transparente e coletivo de tomada de decisão. É representada pela atuação coordenada, no âmbito das respectivas atribuições, do Conselho de Administração, Conselho Fiscal, Comitê de Auditoria, Comitê de Riscos, Comitê de Pessoas, Elegibilidade, Sucessão e Remuneração, Diretoria Executiva e comitês específicos para apoiar suas decisões. A Auditoria Interna (AT), vinculada diretamente ao Conselho de Administração do BNDES, tem como missão fortalecer a governança corporativa, a gestão de riscos e o sistema de controles internos por meio da realização de avaliações e consultorias objetivas, além de centralizar as demandas dos órgãos externos de controle e fiscalização (OEC) aos quais as empresas do Sistema BNDES estão sujeitas, como TCU, CGU e Banco Central do Brasil. [...]” https://www.bndes.gov.br/wps/wcm/connect/site/c62616b4-7496-41d8-8030-0970937413eb/Carta+Anual+2023.pdf?MOD=AJPERES&CVID=p0je6Ib PRÁTICAS DE GOVERNANÇA PÚBLICA RESOLUÇÃO CGPAR Nº 48, DE 6 DE SETEMBRO DE 2023 Estabelece diretrizes e parâmetros de governança para as áreas de auditoria interna, corregedoria, ouvidoria, gestão de riscos internos das empresas estatais federais. Alguns Trechos de governança constantes da CGPAR em tela: A auditoria interna deverá ser vinculada diretamente ao conselho de administração ou indiretamente por meio do comitê de auditoria estatutário. A corregedoria poderá ser vinculada diretamente ao conselho de administração, ao diretor-presidente ou a outro diretor estatutário. A ouvidoria deverá ser vinculada diretamente ao conselho de administração. As empresas estatais federais devem implementar políticas integridade, gestão de riscos e controle interno adequadas ao seu porte e consistentes com a natureza, complexidade e risco das operações por elas realizadas. CGPAR: Comissão Interministerial de Governança e de Administração de Participação Societária da União. APLICAÇÃO DE GOVERNANÇA PÚBLICA Decisões do TCU sobre Governança Pública O Tribunal de Contas da União vem realizando, sistematicamente, levantamentos para conhecer melhor a situação da governança no setor público e estimular as organizações públicas a adotarem boas práticas de governança. A partir de 2017, o TCU unificou quatro levantamentos de governança (pessoas, TI, contratações e governança pública) realizados com foco nas organizações públicas, além de tornar o levantamento anual, público e parte integrante do processo de prestação de contas anuais. O Acórdão 588/2018 – Plenário, que tratou do assunto determinou que o TCU iria a acompanhar os índices de governança por 5 anos. GOVERNANÇA PÚBLICA Acórdão TCU 588/2018 Plenário - Levantamento realizado em 581 órgãos e entidades integrantes da Administração Pública Federal, em 2017, com o objetivo de obter e sistematizar informações sobre a situação de governança pública e gestão de tecnologia da informação (TI), contratações, pessoas e resultados. O índice integrado de governança e gestão (iGG) é composto pelos índices: i) governança pública (iGovPúb); ii) gestão de pessoas (GestaoPessoas); iii) gestão de TI (GestaoTI); e iv) gestão de contratações (GestaoContrat). O Acórdão 588/2018-TCU-Plenário determinou que o TCU iria fazer esse acompanhamento por cinco anos. GOVERNANÇA PÚBLICA Alguns resultados constantes do Acórdão TCU 588/2018 Plenário Segundo o levantamento, o iGG se apresentou da seguinte forma: 58% das organizações estão em estágio de capacidade inicial em governança e gestão, 39% em estágio intermediário e apenas 3% em estágio aprimorado. Isso implica dizer que apenas 14 organizações possuem bons resultados em todas as dimensões desta avaliação (Governança Corporativa, de Pessoas, de Contratações, de TI e de Resultados). O cenário mais preocupante é o de gestão de pessoas, em que 69% das organizações estão no estágio inicial. No entanto, a gestão de contratações e de TI também revelam quadro crítico, com, respectivamente, 56% e 50% da amostra em estágio inicial. GOVERNANÇA PÚBLICA Alguns resultados constantes do Acórdão TCU 588/2018 Plenário O índice de governançapública foi o que apresentou melhor situação, com 41% em estágio inicial, 48% em estágio intermediário e 10% em estágio aprimorado, o que tampouco implica que as organizações estejam em situação satisfatória no campo da governança. Em síntese, os resultados obtidos denotam que a grande maioria das organizações federais não possui capacidade razoável de entregar à sociedade o que delas se espera, seja por deficiências em liderança, estratégia ou accountability, seja por carências na gestão das operações (planejamento, execução e controle). GOVERNANÇA PÚBLICA Acórdão TCU 2164/2021 - Plenário Trata da continuidades do primeiro levantamento do perfil integrado de governança organizacional e gestão públicas realizado em 2017 (IGG2017) na forma do Acórdão 588/2018. Para aperfeiçoar a coleta de informações, o TCU criou o e-Governança. No levantamento de 2021 participaram 378 organizações públicas do com respostas válidas. Todas as informações, inclusive o Acórdão 2164/2021- Plenário e o relatório e voto que o fundamentaram, estão disponíveis no seguinte sítio do TCU: https://pesquisa.apps.tcu.gov.br/documento/acordao- completo/*/NUMACORDAO%253A2164%2520ANOACORDAO%253A2021%2520COLEGIADO%253A%2522Plen%25 C3%25A1rio%2522/DTRELEVANCIA%2520desc%252C%2520NUMACORDAOINT%2520desc/0 GOVERNANÇA PÚBLICA Acórdão 2164/2021- Plenário A estrutura do questionário do iGG2021 foi alinhada com o modelo de governança e gestão disposto no RBG (Referencial Básico de Governança, 2020). As questões foram agrupadas pelos seguintes temas: Governança pública; Gestão de pessoas; Gestão de tecnologia e da segurança da informação; Gestão de contratações; e Gestão orçamentária. Principal resultado: Tomando-se como exemplo o índice de governança pública (iGovPub) em 2018, observou-se que 38% dos órgãos usados na comparação estavam em estágio inicial de governança, ao passo que, em 2021, esse índice baixou para 16%. Cerca de 6% passaram para o estágio intermediário e de 15% para o aprimorado. O maior impacto na melhoria desses índices adveio do aperfeiçoamento do mecanismo "Estratégia", em especial, no que se refere à adoção de medidas relativas à "gestão de riscos". EXERCÍCIO 1 Escolha os desafios/objetivos da governança pública no Brasil: 1.Promover gestões mais participativas, mas sem ser capturado por grupos de interesse. 2.Otimizar a distribuição de recursos. 3.Superar a burocracia excessiva. 4.Atuar de forma mais estratégica com base em indicadores de desempenho. 5.Tributar mais para superar a falta de recursos. 6.Implantar novas tecnologias 7.Atuar de forma sustentável Resposta: EXERCÍCIO 2 Coloque GE quando for uma atividade básica da Gestão e GO quando for uma atividade básica da Governança: ( ) Planejar - dada a direção, as prioridades e os objetivos, quais são os passos para chegar lá? ( ) Executar - colocar o plano para funcionar e gerar resultados de políticas e serviços. ( ) Avaliar o ambiente, os cenários, as alternativas, o desempenho e os resultados atuais e os almejados. ( ) Direcionar, priorizar e orientar para fins de assegurar os objetivos esperados. ( ) Controlar - como estão os indicadores de eficácia e de eficiência? como lidar adequadamente com os riscos de não cumprir as metas Resposta: INTEGRIDADE Integridade no Setor Público Diz respeito às ações organizacionais e ao comportamento do agente público, referindo-se à adesão e alinhamento consistente aos valores, princípios e normas éticas comuns para sustentar e priorizar o interesse público sobre os interesses privados* Integridade é um dos pilares das estruturas políticas, econômicas e sociais e é a pedra angular da boa governança. No entanto, nenhum país está imune a violações de integridade. Em todos os níveis e ramos do governo, interações antiéticas entre atores públicos e privados podem violar a integridade em todas as etapas do processo político. Enfrentar esse desafio requer uma abordagem que abarque toda a sociedade e todo o governo.* *https://www.oecd.org/pt/publications/manual-de-integridade-publica-da-ocde_db62f5a7-pt.html INTEGRIDADE Política de Integridade São Normas internas que tratam dos temas pertinentes ao programa de integridade (ex: prevenção do conflito de interesses, prevenção do nepotismo, prevenção da corrupção, etc) estabelecendo não só o posicionamento da empresa em relação ao tema, mas também regras sobre como devem agir os colaboradores. A finalidade da política/programa de integridade é prevenir, detectar e remediar a ocorrência de fraude e corrupção nas empresas, pensadas e implementadas de forma sistêmica, com aprovação da alta direção, e sob coordenação de uma área ou pessoa responsável. (Ver Decreto 11.129/2022 e Decreto 9.2023/2017) INTEGRIDADE Programa de Integridade Conjunto estruturado de medidas institucionais voltadas para a prevenção, detecção, punição e remediação de fraudes e atos de corrupção, em apoio à boa governança. O programa de integridade deve ser estruturado, aplicado e atualizado de acordo com as características e riscos atuais das atividades de cada pessoa jurídica, a qual, por sua vez, deve garantir o constante aprimoramento e adaptação do programa, visando garantir sua efetividade. (Ver Decreto 11.129/2022 e Decreto 9.2023/2017) INTEGRIDADE Programa de Integridade Os principais elementos de um programa de integridade são: • comprometimento e apoio da alta administração; • padrões de conduta, código de ética, políticas e procedimentos de integridade, aplicáveis a todos os empregados e administradores; • estruturação das instâncias responsáveis; estratégia de comunicação do programa; • treinamentos periódicos sobre o programa de integridade; • gestão de riscos de integridade; • canais de denúncia de irregularidades; • monitoramento do desempenho do programa INTEGRIDADE O Programa de Integridade de deverá ser elaborado a partir do mapeamento de riscos de integridade e da avaliação das medidas de integridade existentes, com a finalidade de identificar vulnerabilidades no quadro de integridade do órgão e propor medidas para sua mitigação. (Decreto 9.203/2017) O Programa de Integridade contemplará um cronograma de execução das medidas, seus responsáveis e meios de monitoramento. PLANO DE INTEGRIDADE Programa de Integridade Alguns instrumentos/mecanismos que fazem parte de um programa de integridade: 1.Código de ética e regras de conduta, inclusive com comissão de ética para fins de receber e apurar denúncias, promover e divulgar ações sobre o tema e tratar de conflitos de interesses e nepotismo. 2. Instrumentos de transparência e de acesso à informação, principalmente quanto a auditorias realizadas no órgão/entidade, aos convênios, às demonstrações financeiras, ao orçamento, às licitações, aos servidores, aos concursos públicos, às ações de ouvidoria, aos relatórios de gestão e às agendas dos dirigentes, 3.Controles Internos e Unidade de Auditoria para atuarem na segunda e terceira linhas de defesa, respectivamente (aplicados a autarquias e fundações) VER Lei 12.813/2013, que trata do conflito de interesse. INTEGRIDADE Conflito de Interesse Consiste na situação gerada pelo confronto entre interesses públicos e privados, que possa comprometer o interesse coletivo ou influenciar, de maneira imprópria, o desempenho da função pública. Alguns exemplos: I - divulgar ou fazer uso de informação privilegiada, em proveito próprio ou de terceiro, obtida em razão das atividades exercidas; II - exercer atividade que implique a prestação de serviços ou a manutenção de relação de negócio com pessoa física ou jurídica que tenha interesse em decisão do agente público. III- receber presente de quem tenha interesse em decisão do agente público ou de colegiado do qual este participe fora dos limites e condições estabelecidos em regulamento; VER Lei 12.813/2013, que trata do conflito de interesse EXEMPLO DE PLANO DE INTEGRIDADE Plano de Integridade da UFC (vigência 2023-2027) Principais Tópicosdo Plano de Integridade da UFC 1.Informações sobre a instituição: atuação da UFC; mapa estratégico, da UFC; estrutura regimental; e estrutura de governança. 2. Estrutura da Gestão de Integridade: A Estrutura de Integridade da UFC conta com a Secretaria de Governança, como Unidade de Gestão da Integridade (UGI), o Comitê de Governança, como instância consultiva e deliberativa das ações da UGI, além das áreas administrativas responsáveis pelo desenvolvimento dos processos e funções do Programa de Integridade, dentre as quais destacamos: a Comissão de Ética, a Ouvidoria Geral, a Coordenadoria Geral de Auditoria, a Comissão Permanente de Processo Administrativo Disciplinar, dentre outras. Estrutura da Gestão de Integridade (continuação): Processos e funções de integridade e unidades responsáveis Fonte: UFC, 2022. Plano de Integridade da UFC . 3. RISCOS E MEDIDAS DE TRATAMENTO Riscos Prioritários A Alta Administração da Universidade definiu que os principais riscos de integridade no âmbito da Universidade são: corrupção; fraude; e desvio de conduta. Gestão de Riscos de Integridade A Gestão de Riscos de Integridade deve estar alinhada à Política de Gestão de Riscos da UFC e seguir as orientações e metodologia do Plano de Gestão de Riscos da UFC. A área responsável por coordenar as ações de gestão de riscos é a Secretaria de Governança (SECGOV). Foram identificados 52 riscos de integridade, sendo 21 na área de aquisições em geral, 16 no fluxo das folhas de pagamento dos benefícios da assistência estudantil e 15 em outras áreas. INTEGRIDADE E LICITAÇÕES PÚBLICAS Lei n.º 14.133/2021 - Nova Lei de Licitações e de Contratos Administrativos A Lei 14.133/2021 traz também alguns dispositivos relacionados às práticas de integridade que devem ser observados quando da contratação pública de empresas privadas. O art. 25, § 4º, indica a necessidade da existência prévia das práticas de integridade para empresas que se candidatarem aos editais de concessão para obras, serviços e fornecimentos de grandes apoios ao poder público. COMPLIANCE A Transparência Internacional define Compliance* como o conjunto de procedimentos, sistemas ou departamentos, dentro de agências públicas ou empresas privadas, capazes de garantir que todas as atividades legais, operacionais e financeiras se realizem em conformidade com as leis, regras, normas, regulamentos, padrões e expectativas do público. Compliance refere-se a um conjunto de medidas internas direcionadas à identificação de vulnerabilidades específicas, por meio da avaliação de riscos inerentes a uma empresa, dispondo de ações preventivas ou corretivas, tendo por finalidade a reversão ou mitigação (ver Marrara, 2019) *vem do inglês “to comply” normalmente traduzido como cumprir e estar em conformidade. TRANSPARENCY INTERNATIONAL. Anti-corruption Glossary: Compliance. Disponível em: . Acesso em: 13/09/2024) COMPLIANCE De uma forma geral, Compliance: Pode ser visto como um conjunto de regras, padrões, procedimentos éticos e legais; Trata-se de uma linha mestra que orienta o comportamento da instituição no mercado em que atua, bem como as atitudes de seus funcionários; Utiliza mecanismos e instrumentos para controlar o risco de imagem e o risco legal, os chamados riscos de compliance, a que se sujeitam as instituições no curso de suas atividades. (ver Assi, 2012) O objetivo das normas de Compliance é focar o resultado a ser atingido, ou seja, mitigar os riscos decorrentes do cometimento de condutas pessoais ou organizacionais consideradas ilícitas ou incoerentes com princípios, missões, visão ou objetivos de uma empresa. COMPLIANCE A responsabilidade de entidades públicas ou privadas decorre tanto das ações de seus funcionários e representantes quanto pela falta de supervisão adequada dos programas de compliance O compliance, que se aplica a todos os tipos de organização, vai muito além do simples cumprimento de regras formais e informais, orienta o comportamento da instituição, inclusive os seus funcionários/empregados. COMPLIANCE E INTEGRIDADE .No âmbito da Administração Pública (Direta, autárquica e fundacional) normalmente utiliza-se o compliance dentro de um programa de integridade, ou seja, integridade possui um significado muito mais abrangente que compliance. Além de estar conforme os requisitos legais, ela impõe uma conduta correta, permanente: fazer o certo, independentemente de normas, códigos ou leis. (Ver Coelho e Santos, 2017). Segundo Bertoccelli,(2021, pág.51), o sistema interno que integra o compliance pode ser chamado de programa de integridade, como foi intitulado na Lei 12.846/2013, embora a Lei 13.303/2016 não tenha ido por essa linha de conceituação. O fato é que no setor público é mais comum a denominação programa de integridade, enquanto no setor privado é mais comum a denominação programa de compliance. COMPLIANCE . No Brasil as referências indicam a Lei 12.846/2013 (Lei Anticorrupção), a Lei 13.303/2016 (Lei das Estatais) e a Resolução CMN Nº 4.595/2017, que trata de compliance nas instituições financeiras, como os principais mecanismos do marco regulatório de integridade corporativa, a priori, referindo-se a compliance*. A Lei Anticorrupção tem por finalidade maior a inibição das práticas corruptas e fraudulentas no âmbito das atividades públicas, *Trata da política de compliance das IF, sendo uma das poucas normas que explicita o termo complience ao invés de integridade ou conformidade. COMPLIENCE . As funções do compliance (aplicadas às estatais) são: Assegurar, em conjunto com as demais áreas, a adequação, o fortalecimento e o funcionamento do sistema de controles internos, procurando mitigar riscos de acordo com a complexidade de seus negócios, bem como disseminar a cultura de controles para assegurar o cumprimento das leis e regulamentos existentes. Verificar e monitorar as alterações no ambiente regulatório, tais como normas do órgão regulador, autorregulação, entre outras, bem como as alterações produzidas por novos produtos lançados, e informa às áreas envolvidas as alterações nas estruturas de controles internos. COMPLIENCE . A literatura e as normas de referência, por exemplo: ISO 19.660, Decreto nº 11.129/2022 (art.57), COELHO; SANTOS JÚNIOR(2018), VIEIRA(2019), abordam os principais Pilares(parâmetros, princípios) de um programa de Compliance efetivo como sendo: 1.Comprometimento e suporte da alta administração da empresa: é fundamental o aval explícito e o apoio incondicional da mais alta direção da organização. O exemplo deve vir da alta direção da organização. A organização possui critérios formalizados para escolha dos membros da alta direção que incluem elementos de integridade, como o não envolvimento em atos de corrupção? A aprovação das principais políticas relacionados ao programa de integridade é feita pelas mais elevadas instâncias decisórias da organização? . COMPLIANCE . 2. Mapeamento e análise de riscos: Todas as organizações devem realizar um esforço de autoconhecimento para diagnosticar suas vulnerabilidades e para definir o que precisa ser feito para fortalecer sua integridade. A PJ realiza uma análise de riscos que contempla expressamente riscos relacionados a corrupção e fraude? Há planejamento para que a análise de riscos seja realizada de forma periódica? 3. Código de conduta e políticas de compliance: O Programa de compliance deve ser consolidado e documentado, com a indicação formal das medidas de prevenção a serem seguidas a partir da elaboração das políticas de integridade. A PJ possui Código de Ética e Conduta, ou documento equivalente, que esteja alinhado com a legislação anticorrupção brasileira, contendo vedações expressas à prática de corrupção e outros atos lesivos à administração pública? COMPLIENCE .4. Controles internos: Os controles internos são mecanismos formalizados por escrito que, além de minimizar os riscos operacionais e de compliance, asseguram que os relatóriose registros contábeis e financeiros reflitam precisamente as atividades e operações da organização. 5. Comunicação e treinamento: as políticas de compliance devem ser eficientemente comunicadas às partes interessadas. Cada funcionário, do diretor-executivo ao empregado terceirizado, deverá entender os objetivos do programa de integridade e o seu papel para garantir o sucesso do programa. A PJ apresenta um planejamento para realização de treinamentos relacionados ao programa de integridade? Existem controles para verificar a participação dos empregados nos treinamentos? Existem mecanismos para verificar a retenção dos conteúdos abordados nos treinamentos? . COMPLIANCE .6. Auditoria e monitoramento do programa de compliance. Auditorias periódicas no programa visam identificar se os diversos pilares do programa estão funcionando conforme planejado, se os efeitos esperados de conscientização dos colaboradores estão se materializando no âmbito organizacional e se os riscos identificados previamente estão sendo controlados como previsto. O programa deve ser constantemente monitorado para verificar se os instrumentos, processos e estruturas estão cumprindo seus objetivos e permanecem eficazes. . COMPLIANCE .7.Canais de denúncia: constitui e manter mecanismos, que permitam anonimato e confidencialidade, por meio do qual os empregados e agentes da organização possam reportar ou buscar orientação sobre potenciais ou reais condutas antiéticas ou ilícitas sem medo de sofrer retaliação. 8. Mecanismos, Políticas e Procedimentos de Integridade A PJ apresenta políticas e procedimentos que: • vedam expressamente a concessão de vantagens indevidas, econômicas ou não, a agentes públicos? • tratam do oferecimento de presentes, brindes e hospitalidades a agentes públicos? • tratam da prevenção de conflito de interesses nas relações com a Administração Pública? Nos contratos celebrados com terceiros: • há cláusula anticorrupção? • há previsão de aplicação de penalidades e/ou de rescisão contratual em caso de descumprimento de normas éticas e prática de fraude e corrupção? COMPLIANCE .Risco de Compliance Muito relacionado ao conceito de compliance vem o “Risco de Compliance” ou “Risco de Conformidade”, que pode ser definido como risco legal, de sanções regulatórias, de perda financeira ou perda de reputação, que uma organização pode sofrer como resultado de falhas no cumprimento de leis, regulamentações, códigos de conduta e de boas práticas. (COELHO; SANTOS JÚNIOR, 2018). Como exemplo de riscos de compliance, podemos citar: A probabilidade de ocorrência do não cumprimento das normas regulamentadoras de segurança de saúde e do trabalho; do não cumprimento das normas internas da organização; do não cumprimento das medidas ambientais quando de implantação de um empreendimento industrial; e do não cumprimento de obrigações fiscais e legais dentro da instituição. COMPLIENCE .Custo do Compliance Dispêndio de recursos para manter a estrutura de compliance (ou um manter Compliance Officer), às questões de tempo e movimento interno em vista do compliance consistir em uma etapa de consulta no processo organizacional, que pode retardar a tomada de decisão. Normalmente, esse questionamento é respondido considerando o custo de não estar em compliance. Segundo à FEBRABAN, os custos de não estar em compliance são elevados: • Dano à reputação da organização e da marca; • Cassação da licença de operação; • Sanções às instituições e aos indivíduos (processo administrativo, processo criminal, multas e, dependendo do caso, prisão). COMPLIANCE . Custo do Complience Em termos de valor, alguns autores, como NÓBREGA; DE ARAÚJO, 2021, p. 681 a 683, os danos relativos à corrupção interna nas organizações, dando como exemplo a Operação Lava Jato, que em 2015 identificou 6,2 bilhões de reais desviados da Petrobrás. Boa parte das despesas de provisão para devedores duvidosos decorrem das fragilidades das área de compliance das empresas/bancos. . Lei de Combate à Corrupção – 12.846/2013 . A Lei 12.846/2013 trata da responsabilização de pessoas jurídicas* em instâncias de corrupção, bem como da implementação de programas de integridade no âmbito das corporações. O art. 7° da Lei Anticorrupção, inciso VIII, diz que serão levados em consideração na aplicação das sanções “a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica”. Isto originou/fez crescer dentro das empresas a função de compliance para combater qualquer tipo de ilegalidade em atividades que a mesma se relacionasse com os governos. *Associações, sociedades, fundações, organizações religiosas, partidos políticos, eireli.. Lei de Combate à Corrupção – 12.846/2013 . A Lei atribui às empresas a responsabilidade objetiva por atos ilícitos praticados em seu nome ou interesse, podendo elas serem responsabilizadas administrativa ou judicialmente, bem como prevê punições como multas, a suspensão das atividades da empresa e até mesmo a sua dissolução, inclusive medidas reparatórias e a obrigatoriedade de adotar políticas de compliance/programas de integridade. Apuração da responsabilidade administrativa de pessoa jurídica, decorrente do exercício do poder sancionador da administração pública, será efetuada por meio de: • Processo Administrativo de Responsabilização –PAR; ou • Acordo de Leniência. Lei de Combate à Corrupção – 12.846/2013 . Processo Administrativo de Responsabilização A competência para a instauração e para o julgamento do PAR é da autoridade máxima da entidade em face da qual foi praticado o ato lesivo ou, em caso de órgão da administração pública federal direta, do respectivo Ministro de Estado*. O prazo para a conclusão dos trabalhos da comissão de PAR não excederá cento e oitenta dias, admitida a prorrogação, mediante solicitação justificada do presidente da comissão à autoridade instauradora, que decidirá de maneira fundamentada. * Ver Decreto 11.129/2022 – regulamenta, no âmbito do executivp federal, a Lei nº 12.846, de 1º de agosto de 2013, que dispõe sobre a responsabilização administrativa e civil de pessoas jurídicas pela prática de atos contra a administração pública, nacional ou estrangeira. Lei de Combate à Corrupção – 12.846/2013 . As pessoas jurídicas estão sujeitas às sanções administrativas, nos termos do disposto no art. 6º da Lei nº 12.846, de 2013, quais sejam: multa e publicação extraordinária da decisão administrativa sancionadora. Ademais, nos atos lesivos apurados que envolvam infrações administrativas à Lei nº 14.133, de 2021, ou a outras normas de licitações e contratos da administração, a pessoa jurídica também estará sujeita a sanções administrativas que tenham como efeito a restrição ao direito de participar em licitações ou de celebrar contratos com a administração pública. Ver Decreto 11.129/2022 Lei de Combate à Corrupção – 12.846/2013 . Multa Terá como base de cálculo o faturamento bruto da pessoa jurídica no último exercício anterior ao da instauração do PAR, excluídos os tributos. Publicação extraordinária da decisão administrativa sancionadora: Em meio de comunicação, em editais afixados no próprio estabelecimento, em sítios eletrônicos da empresa durante 30 dias. Ver Decreto 11.129/2022 Exercício .Caso hipotético 1 O gerente de uma rede de frigoríficos permitia que alguns fiscais públicos obtivessem de um frigorífico específico carne in natura sem custo. Nunca foi identificado ato ilegal desses fiscais em favor da empresa. Uma vez identificada a prática, em razão de uma operação policial, o gerente alegou que os fiscais o extorquiam periodicamente com ameaça de práticas de ilegalidades em desfavor do frigorífico. Os dirigentes da rede de restaurantes não tinham conhecimento do ato praticado pelo seu gerente. A empresa deve ser responsabilizada? Resposta: ver art. 5 inciso I: prometer, oferecer ou dar, diretaou indiretamente, vantagem indevida a agente público, ou a terceira pessoa a ele relacionada”. Detalhes:• Independe de obtenção de benefício pela empresa; Ato de ofício – desnecessário; A vantagem não precisa ser financeira; Independente de solicitação de vantagem pelo servidor https://repositorio.cgu.gov.br/bitstream/1/44817/1/Curso_PAR_2020_online.pdf Exercício .Caso hipotético 2 Uma estatal brasileira promoveu licitação internacional visando a aquisição de determinados bens. A Empresa X, sediada no Brasil, foi a vencedora do certame. Tão logo sagrou-se vencedora na concorrência, a Empresa X, com base em previsão contratual, repassou integralmente a execução do contrato para a Empresa Y, sediada no exterior. Após uma apuração de enriquecimento ilícito de um empregado da estatal, ficou demonstrado o pagamento de propina da Empresa X ao empregado público responsável pela licitação. A Empresa X reconheceu o pagamento de propina, mas registrou formalmente que a Empresa Y não tinha conhecimento da propina paga. É possível a responsabilização da Empresa Y? https://repositorio.cgu.gov.br/bitstream/1/44817/1/Curso_PAR_2020_online.pdf Lei de Combate à Corrupção – 12.846/2013 . Acordo de Leniência De acordo com a retromencionada Lei Federal, o acordo de leniência tem o objetivo de fazer com que as empresas colaborem efetivamente com as investigações e com o processo administrativo, devendo resultar dessa colaboração: • a identificação dos demais envolvidos na infração administrativa, quando couber; • a obtenção célere de informações e documentos que comprovem a infração sob apuração. É dever da empresa a reparação integral do dano. Lei de Combate à Corrupção – 12.846/2013 .Acordo de Leniência Para se enquadrar, a pessoa jurídica deverá atender ao seguintes critérios: a) ser a primeira a manifestar interesse em cooperar para a apuração de ato lesivo específico, quando tal circunstância for relevante; b) ter cessado completamente seu envolvimento no ato lesivo a partir da data da propositura do acordo; c) admitir sua responsabilidade objetiva quanto aos atos lesivos d) cooperar plena e permanentemente com as investigações e o processo administrativo e comparecer, sob suas expensas e sempre que solicitada, aos atos processuais, até o seu encerramento; e Lei de Combate à Corrupção – 12.846/2013 .Continuação dos critérios do acordo de leniência: V - fornecer informações, documentos e elementos que comprovem o ato ilícito; VI - reparar integralmente a parcela incontroversa do dano causado; e VII - perder, em favor do ente lesado ou da União, conforme o caso, os valores correspondentes ao acréscimo patrimonial indevido ou ao enriquecimento ilícito direta ou indiretamente obtido da infração, nos termos e nos montantes definidos na negociação. Lei de Combate à Corrupção – 12.846/2013 .Acordo de Leniência Uma vez cumprido o acordo de leniência, a empresa poderá ter de benefício um ou mais dos seguintes efeitos: I - isenção da publicação extraordinária da decisão administrativa sancionadora; II - isenção da proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos ou entidades públicos e de instituições financeiras públicas ou controladas pelo Poder Público; III - redução do valor final da multa aplicável, observado o disposto no art. 27 do Decreto 11.129/2022; IV - isenção ou atenuação das sanções administrativas previstas no art. 156 da Lei nº 14.133, de 2021, ou em outras normas de licitações e contratos. Lei de Combate à Corrupção – 12.846/2013 .Acordo de Leniência A competência exclusiva para celebrar acordos de leniência no âmbito do Poder Executivo Federal e nos casos de atos lesivos contra a Administração Pública Estrangeira é da Controladoria-Geral da União - CGU (art. 16, § 10, da Lei nº 12.846/2013). A CGU já fechou 25 acordos de leniência, com recursos recuperados da ordem de R$ 18 bilhões. Lei de Combate à Corrupção – 12.846/2013 .Acordo de Leniência nos Estados e Municípios Com relação à competência de celebrar acordos de leniência no âmbito dos executivos estaduais e municipais, depende dos normativos desses entes subnacionais que regulamentaram a Lei 12.846/2013. Até 2023, sete estados (Bahia, Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, Piauí, e Sergipe) e 60% dos municípios não haviam ainda regulamentado a Lei 12.846/2013 para fins de aplicação no âmbito local pelos seus órgãos e entidades. (Fonte:https://www.gov.br/corregedorias/pt-br/assuntos/perguntas-frequentes/lei-anticorrupcao-acordo-de-leniencia) Lei de Combate à Corrupção – 12.846/2013 .Acordo de Leniência nos Estados e Municípios Verificando uma pequena amostra entre os estados que regulamentaram a Lei Federal, no Estado do Ceará, o parágrafo 2º do art.1º da Lei 16.192/2016 diz que as ações relativas à Lei Estadual 12.846/2013 serão promovidas pela Procuradoria-Geral do Estado de forma direta ou em cooperação com outros órgãos e entidades da Administração Estadual, podendo contar com o apoio da Controladoria e Ouvidoria-Geral do Estado. No estado de São Paulo, o art. 4º do Decreto Estadual 60.106/2014 estabelece que poderão celebrar acordo de leniência, nos termos dos artigos 16 e 17 da Lei federal nº 12.846/2013, no âmbito da Administração direta, o Presidente da Corregedoria Geral da Administração; e no âmbito da Administração indireta e fundacional, o dirigente superior de cada entidade. Lei de Combate à Corrupção – 12.846/2013 .Acordo de Leniência nos Estados e Municípios No Rio Grande do Sul, o art. 29 da Lei Estadual 15.228/2018 estabelece que a celebração do acordo de leniência é de competência da Procuradoria-Geral do Estado no âmbito dos órgãos e entidades vinculadas ao Poder Executivo. Portanto, provavelmente, em todos os estados as controladorias ou órgãos similares não têm competência para celebrar acordos de leniência, o que diferencia da CGU no âmbito do executivo federal. EXERCÍCIO .Com foi visto, no acordo de leniência o acusado pode receber alguns benefícios, tais como: •Eliminação da ação punitiva da administração pública. •Extinção da proibição de receber incentivos, auxílios, empréstimos, doações, entre outros, de órgãos ou entidades públicas, incluindo bancos. •Redução de até 2/3 do valor total da multa a pagar. •Amenização ou isenção de obter declaração de idoneidade. O propósito do acordo de leniência é impedir que ações criminosas e fraudulentas de ordem econômica continuem a serem operadas. Você acha que os acordos de leniência têm (ou terão) eficácia aqui no Brasil, ou seja, atinja esse objetivo retromencionado? GESTÃO DE DESEMPENHO O foco na gestão de desempenho, nos moldes da Abordagem da Nova Gestão Pública, tornou-se um pilar na administração pública brasileira logo após a implantação do Plano Real em 1994. Motivações/Razões: • Colaborar com o enfretamento de crises fiscais e inflacionárias, buscando-se estabilidade fiscal e econômica • Pressão da sociedade por mais politicas públicas e com eficiência • Mudanças ambientais e tecnológicas que exigiam ações mais rápidas • Mudanças ocorridas nas administrações públicas de outros países, suportadas pelas melhorias tecnológicas das novas abordagens de gestão dos serviços públicos*. *Ver Osborne; Gaeber (1992) Osborne, David; Gaeber, Ted. Reinventando o Governo. 1992; Matias-Pereira(2023) GESTÃO DE DESEMPENHO Segundo Castelo (2024), a gestão de desempenho é um termo amplo que, na teoria e na prática, abrange cada vez mais a medição do desempenho, o desenvolvimento de sistemas de medição e gestão de desempenho e no uso de informações de desempenho no processo de tomada de decisões. A gestão de desempenho tem como o principal objetivo melhorar o nível de pessoas e o desempenho geral da organização. A gestão de desempenho visa a direcionar a atenção dos funcionários públicos para as realizações do governo, em vez de insumos ou procedimentos. Busca introduzir práticas e princípios da administração privada no setor público com o objetivo de melhorar a eficiência,a efetividade e a accountability das organizações governamentais. GESTÃO DE DESEMPENHO O foco no desempenho afeta as principais funções e componentes da gestão pública (por exemplo, compras, finanças e estratégia) e muda a natureza de políticas públicas e da gestão no setor público (Plaček et al., 2020, apud Castelo, 2024). A gestão de desempenho é uma abordagem em que os indicadores são usados para avaliar a faixa, o nível e o conteúdo dos serviços a serem prestados, e está associada à necessidade de introduzir controle sobre as atividades produzidas pelas administrações públicas. GESTÃO PÚBLICA POR RESULTADO O conceito de gestão por resultados, Management by Objectives (MBO) ou Management by Results (MBR), foi apresentado pela primeira vez, em 1954, no livro “Prática da Administração de Empresas”, de autoria de Peter Drucker*. O autor o definiu como um modelo de gestão que enfatiza a mensuração e o acompanhamento dos resultados como elemento central para avaliar o desempenho organizacional, envolvendo o estabelecimento de metas mensuráveis, a criação e o acompanhamento de indicadores-chave de desempenho e a tomada de decisões baseadas em dados objetivos. A abordagem promete criar uma cultura de responsabilidade e foco na eficiência, visando maximizar a efetividade organizacional e alcançar os resultados desejados. *https://www.gov.br/transportes/pt-br/assuntos/portal-da-estrategia/artigos-gestao-estrategica/o-que-e-gestao-por-resultados GESTÃO PÚBLICA POR RESULTADO A gestão por resultados consiste nas seguintes etapas: 1 – Revisão dos objetivos organizacionais: os gestores devem ter uma visão clara dos objetivos macros, conhecer o planejamento estratégico e as ambições da empresa. 2 – Definição dos objetivos dos colaboradores: os Gestores e seus liderados devem firmar acordos sobre os objetivos e os resultados esperados com seu trabalho. Eles também estabelecem um prazo para a apresentação destes resultados e avaliação do desempenho. 3 – Monitoramento do processo: verificação sistemática das metas/ objetivos. 4 – Avaliação de desempenho: avaliar de forma periódica o desempenho do trabalhador à luz do atingimento ou não dos objetivos. 5 – Recompensa: Na última etapa do ciclo, os colaboradores recebem recompensas pelos resultados obtidos. GESTÃO PÚBLICA POR RESULTADO A Gestão Pública na perspectiva de resultado foi introduzida no setor público brasileiro pela Reforma do Aparelho do Estado do primeiro mandato do Governo F.H. Cardoso (1995/1998), concebida e executada pelo Ministério da Administração Federal e da Reforma do Estado MARE (Nassuno, 2011)*. O Programa da Qualidade e Participação na Administração Pública (PQPA), em 1997, estabeleceu metas e indicadores para os diferentes órgãos e setores da administração pública. A LRF, promulgada em 2000, também reforçou a importância da gestão por resultados ao estabelecer a necessidade de planejamento, transparência e controle fiscal na administração pública. *Ressalta-se que a instituição do primeiro Plano Plurianual (PPA) em 1991 já embutia metas a serem alcançadas pela administração pública. (Nassuno, 2011) GESTÃO PÚBLICA POR RESULTADO Embora a Reforma buscasse avançar e, em alguns casos, romper com a administração pública burocrática, isso não implicava na rejeição de todos os seus princípios. Assim, a administração gerencial foi baseada no sistema burocrático anterior e manteve diversos de seus princípios fundamentais, embora com um maior grau de flexibilidade, em especial os referentes à contratação de pessoal de acordo com o mérito, a existência de um sistema de carreiras, salários e permanente avaliação de desempenho e treinamento constante. (Gaetani, 2003) * GESTÃO PÚBLICA POR RESULTADO De acordo com o Plano Diretor da Reforma do Estado*, documento que fundamenta o processo, a principal inovação da mudança diz respeito à forma de controle, não mais baseado em processos, mas sim em resultados. Teoria Burocrática: os processos são desenhados priorizando o controle dos gastos Reforma do Estado baseado em aspectos gerenciais: os processos são desenhados para permitir melhores resultados, transparências e práticas de accountability por meio de indicadores. GESTÃO PÚBLICA POR RESULTADO Em consonância com o art. 70 da CF 1988, criou-se um incentivo forte para o TCU atuar em auditorias operacionais, assim, a partir de 1998, o TCU passou a exigir da administração pública federal a criação de indicadores de desempenho com base nos critérios de economicidade, eficiência, eficácia e efetividade. Gestão Por Resultado Auditoria Operacional GESTÃO PÚBLICA POR RESULTADO Os critérios de economicidade, eficácia, eficiência e efetividade dos projetos/programas no setor público passaram a ser utilizados a partir da década de 1990, com a implementação dos modelos de gestão orientada por resultados, que seguem o paradigma de administração gerencial nos moldes da reforma administrativa de 1995, ver BRESSER-PEREIRA(2001). GESTÃO POR RESULTADO A Gestão Por Resultado é um modelo em que o setor público passa a adotar uma postura mais empreendedora, voltada para o cidadão como cliente e buscando padrões ótimos de eficiência, eficácia e efetividade, com ética e transparência. É uma gestão que busca reduzir custos para a sociedade e compromete o Estado com a satisfação dos cidadãos. É um modelo em que o governo é um meio e não um fim em si mesmo (HOLANDA, 2006). Neste modelo, o poder público precisa dialogar continuamente com a sociedade e utilizar intensamente os procedimentos de monitoramento e avaliação, inclusive sob o ponto de vista do cidadão como cliente principal. GESTÃO POR RESULTADO Em termos práticos, a GPR implica: 1) Definir de forma clara e objetiva o problema de desenvolvimento que será tratado; 2) Identificar os beneficiários e elaborar programas e projetos que atendam às suas necessidades; 3) Definir os resultados esperados de modo realista, com base em análises adequadas; 4) Aperfeiçoar os mecanismos e critérios de alocação e controle de recursos e, ao mesmo tempo, dar autonomia e responsabilidades aos gestores; 5) Monitorar o progresso em direção aos resultados e os recursos utilizados, usando indicadores de desempenho apropriados; GESTÃO POR RESULTADO Continuação: 6) Identificar e gerenciar os riscos, considerando os resultados esperados e os recursos necessários; 7) Aumentar o conhecimento através de lições aprendidas e integrá-las nos processos de tomada de decisão; 8) Elaborar relatórios sobre os resultados obtidos e os recursos utilizados. GESTÃO POR RESULTADO No GPR, a ênfase desloca-se dos aspectos operacionais da gestão de projetos e seus resultados imediatos para uma ótica mais abrangente, incorporando os impactos das ações governamentais sobre a vida da população e o processo de desenvolvimento. É um modelo que se diferencia da gestão pública tradicional, que é mais voltada para o controle interno e para a conformidade dos custos orçados, onde a burocracia é um fim em si mesma e o governo é lento e ineficiente. GESTÃO POR RESULTADO Em síntese, a GPR prioriza o atendimento ao cidadão como cliente, é pró- ativa, toma iniciativas e tem autonomia gerencial. Além do mais, sem negligenciar a qualidade dos processos, adota o controle por objetivos e metas, gerando resultados para a sociedade que atendam às demandas dos cidadãos como clientes. Dessa forma, ganha importância a mensuração dos resultados, o que remete a questão para as atividades de monitoramento e avaliação.(HOLANDA, 2008) APLICAÇÃO DA GESTÃO POR RESULTADO Modelo do Governo do Estado do Ceará Em 2017, por meio do Decreto Nº 32.216, de 08 de maio de 2017, Governo do Estado do Ceará formalizou que adota a Gestão para Resultados (GpR) como um modelo de gestão consubstanciado no conjunto de processos e ações funcionais e temáticas, integradas de forma multissetorial e estratégica, definindo os seguintes princípios para o modelo: • Foco em públicos-alvo claros e inequívocos; • Orientaçãopara resultados, numa perspectiva de longo prazo; • Flexibilidade e agilidade administrativa; • Valorização e comprometimento profissional com resultados; • Governança pública integrada, convergente e colaborativa; • Participação e controle social no governo; e • Sustentabilidade fiscal e financeira. https://www.seplag.ce.gov.br/planejamento/menu-gestao-para-resultados/acordos-de-resultados/ GESTÃO POR RESULTADO Antes do modelo GPR formalizado em 2017, o Estado já havia implantado um modelo de GPR em 2005 no Governo do Lúcio Alcântara. Etapas do GPR adotado pelo Governo do Estado do Ceará em 2005 1. Planejamento O conhecimento da realidade que se quer trabalhar e formulação do problema ( situação real comparada com uma ideal, ou desejável); Análise das causas e conseqüências, que se constituem no estabelecimento de relações esperadas, ou teóricas, de causa e efeito. Elaboração/Formulação dos planos, programas e das políticas públicas, estabelecendo princípios, estratégias, diretrizes, objetivos e as metas de resultado e impacto, ou de mudanças pretendidas sobre a realidade. Previsão dos custos e recursos (orçamento) e definição das atividades/processos para a realização dos produtos. GESTÃO POR RESULTADO Etapas do GPR adotado pelo Governo do Estado do Ceará em 2005 2. Implementação Início das atividades para a realização dos produtos que foram planejados Avaliar a consistência das proposições e da adequação dos recursos alocados aos produtos, resultados e impactos pretendidos. Obtenção de informações e alimentação do processo de monitoramento, bem como diálogo com os interessados pelos programa e política pública Obtenção de elementos para avaliar a eficiência e a eficácia da geração do produto. GESTÃO POR RESULTADO Etapas do GPR adotado pelo Governo do Estado do Ceará em 2005 3. Monitoramento e Avaliação Monitoramento e avaliação são atividades distintas, mas que se relacionam, passando a primeira a subsidiar a segunda Acompanhamento sistemático dos processos e da utilização dos recursos, tendo em vista detectar desvios entre o projetado e o executado; Aferição dos resultados e impactos decorrentes da implementação dos programas e projetos. Verificação do que se aprendeu para a melhoria atual e futura de critérios de alocação de recursos e redesenho da política. GESTÃO POR RESULTADO Lembrete Monitoramento É o acompanhamento de indicadores selecionados, com o objetivo de medir o progresso de todas as etapas de uma política/programa. É contínuo, frequente e acontece durante a intervenção. Avaliação É uma pesquisa que busca respostas sobre um programa ou política. Acontece antes (ex-ante), durante e após a intervenção (ex-post). Pergunta avaliativa: Como os custos se comparam com os benefícios gerados pelo projeto/programa? Fluxograma do GPR adotado pelo Governo do Estado do Ceará em 2005 CONTROLADORIA PÚBLICA E A GESTÃO POR RESULTADO Como se enquadra a Controladoria Pública na Gestão Por Resultado? 1. A controladoria fornece e dá confiança à informação. O conjunto de informação é importante para a gestão por resultados, pois irá subsidiar os planos, as estratégias, os indicadores e as decisões de governança e dos gestores. 2. A controladoria avalia os riscos, os controles internos dos processos, os indicadores chaves de desempenho, o desempenho da gestão, alimentando o ciclo das políticas/programas adotados, o que repercute na gestão da organização. 3. A controladoria promove a transparência e a responsabilização na prestação de contas dos agentes públicos no que tange à apresentação dos seus resultados de forma que seja acessível para a sociedade. EXERCÍCIO Marque a opção que não está compatível com a lógica gerencial do Modelo de Gestão Por Resultado: ( ) Otimização do uso dos recursos, buscando ofertar mais serviços com menos impostos. ( )Produção de bens e serviços públicos com transparência e accountablity. ( )Utilização de Mecanismos internos de desempenho/incentivos e mensuração. ( )Contratação de pessoal somente por meio de contrato de gestão. INDICADORES DE DESEMPENHO A utilização de indicadores de desempenho para aferir os resultados alcançados pelos administradores é uma metodologia que está relacionada ao conceito de gerenciamento voltado para resultados (Results Oriented Management – ROM). TCU 2000. O Estado é responsável por um grande número de operações e projetos, assim é preciso quantificar ou qualificar os parâmetros que permitam às equipes gerenciais, dirigentes, políticos e cidadãos conhecer, opinar e decidir acerca dos múltiplos e complexos arranjos governamentais, o que faz dos indicadores de desempenho instrumentos fundamentais para a gestão pública voltada para resultados, MPOG(2010). INDICADORES DE DESEMPENHO Conceitos de Indicadores de Desempenho "Indicador é uma variável quantitativa ou qualitativa de interesse, relacionada à intervenção e seus resultados, ou ao contexto em que ocorre.“ OCDE, 2023.” Um indicador de desempenho é um número, percentagem ou razão que mede um aspecto do desempenho, com o objetivo de comparar esta medida com metas preestabelecidas, TCU 2000. INDICADORES DE DESEMPENHO Conceitos de Indicadores de Desempenho Do ponto de vista de políticas públicas, os indicadores são instrumentos que permitem identificar e medir aspectos relacionados a um determinado conceito, fenômeno, problema ou resultado de uma intervenção na realidade. A principal finalidade de um indicador é traduzir, de forma mensurável, determinado aspecto de uma realidade dada (situação social) ou construída (ação de governo), de maneira a tornar operacional a sua observação e avaliação, MPOG (2010). INDICADORES DE DESEMPENHO Indicadores podem ser: • Indicadores quantitativos, que descrevem um fenômeno a partir de números; Exemplo: taxa de abandono no Ensino Médio, percentual de alunos que participaram de uma atividade, número de escolas. • Indicadores qualitativos, que descrevem características intangíveis, através de variáveis nominais ou ordinais. Exemplo: nível de satisfação com um treinamento, confiança de jovens na política. INDICADORES DE DESEMPENHO • Indicadores unidimensionais se referem a uma única dimensão ou aspecto; Exemplo: PIB per capita, proporção dos alunos com aprendizado adequado em Matemática. • Indicadores multidimensionais combinam um conjunto de medidas de diferentes dimensões em um único indicador. Exemplo: Índice de Desenvolvimento Humano, Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, Indicadores de Pobreza INDICADORES DE DESEMPENHO MEDIÇÃO DE DESEMPENHO E INDICADOR DE DESEMPENHO A expressão indicador de desempenho é também normalmente utilizada no sentido de medição de desempenho. Entretanto, é possível estabelecer-se uma distinção entre ambas. Medições de desempenho são efetuadas quando os aspectos do desempenho podem ser mensurados diretamente e quantificados com facilidade. Exemplos: quilometragem de estradas conservadas; número de alunos matriculados no 1o grau. INDICADORES MEDIÇÃO DE DESEMPENHO E INDICADOR DE DESEMPENHO Indicadores de desempenho são utilizados quando não é possível efetuar tais mensurações de forma direta. São uma alternativa para a medição do desempenho, embora não forneçam uma mensuração direta dos resultados. Exemplo: a utilização do índice de repetência na 1a série do 1o grau, como um dos fatores a serem considerados na formação de um indicador de desempenho para medir a efetividade do ensino de 1º grau. Assim, os indicadores de desempenho podem fornecer uma boa visão acerca do resultado que se deseja medir, mas são apenas aproximações do que realmente está ocorrendo, necessitando, sempre, de interpretação no contexto em que estão inseridos. INDICADORES Os indicadores quase sempre são compostos por variáveis (métricas*) provenientes de um dos seguintes grupos: Custo: custo unitário, custo total programado Tempo: prazos estabelecidos, tempo por tarefa Quantidade: produção total, demanda atendida,