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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ - UNIFESSPA 
 INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS - IGE 
FACULDADE DE GEOLOGIA - FAGEO 
 
 
 
 
BEATRIZ DE SOUSA COELHO 
GUILHERME OL3IVEIRA NEVES 
JHENNIFER DE ABREU BRITO 
LUCAS DE SOUZA COSTA 
RONILSON DE SOUZA CARDOSO 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE PRÁTICA DA DISCIPLINA DE ESTRATIGRAFIA E 
ESTRUTURAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RONDON DO PARÁ – PA 
2024 
 
BEATRIZ DE SOUSA COELHO 
GUILHERME OLIVEIRA NEVES 
JHENNIFER DE ABREU BRITO 
LUCAS DE SOUZA COSTA 
RONILSON DE SOUZA CARDOSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE PRÁTICA DA DISCIPLINA DE ESTRATIGRAFIA E 
ESTRUTURAL 
 
Trabalho apresentado à Universidade Federal 
do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) como 
avaliação parcial das disciplinas de estratigrafia 
e geologia estrutural, ministrada pelos 
professores: Prof. Dr.Fernando Fernandes da 
Silva, Prof.ª Dra.Cristiane Marques de Lima 
Teixeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RONDON DO PARÁ – PA 
2024 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Mapa de localização e acesso....................................................................................9 
Figura 2 - Mapa dos tipos climáticos do Ceará.....................................................................12 
Figura 3 - Estratigrafia da Bacia do Araripe e sua tectono-sequência...................................17 
Figura 4 - Província da Borborema.........................................................................................18 
Figura 5 - Floresta tropical Subcaducifólia.............................................................................25 
Figura 6 - A) Visão geral do afloramento; B) Marmita; C) Bloco com fratura vertil; D) Bloco 
com estratificações....................................................................................................................28 
Figura 7- A) Visão geral do afloramento; B) dury crust; C) Estratificações; D) Estratificação 
cruzada acanalada; E) Tronco petrificado.................................................................................30 
Figura 8 - A) Visão geral do afloramento; B) Lineamentos; C) Bloco in situ; D) Dobras; E) 
fratura;F) Dobras.......................................................................................................................31 
Figura 9 - A) Ponte de Pedra; B) Bloco rolado; C) Bloco in situ..............................................33 
Figura 10 - Visão geral do local................................................................................................35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 7 
1.1 LOCALIZAÇÃO E ACESSO ........................................................................................... 7 
1.2 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 8 
1.3 MATERIAIS E MÉTODO ............................................................................................... 9 
1.4 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS ............................................................................. 9 
1.5 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS .................................................................................... 10 
1.5.1 CLIMA .......................................................................................................................... 10 
1.5.2 SOLO ............................................................................................................................. 11 
1.5.3 VEGETAÇÃO ............................................................................................................... 12 
1.5.4 RELEVO ........................................................................................................................ 13 
1.5.5 DRENAGEM ................................................................................................................. 13 
1.6 TRABALHOS ANTERIORES ....................................................................................... 13 
2. ATIVIDADES E MÉTODOS ........................................................................................... 15 
2.1 ATIVIDADE PRÉ-CAMPO ........................................................................................... 15 
2.2 ETAPA DE CAMPO ....................................................................................................... 15 
2.3 ETAPA PÓS-CAMPO ..................................................................................................... 15 
3. GEOLOGIA REGIONAL ................................................................................................. 15 
3.1 PROVÍNCIA BORBOREMA ......................................................................................... 16 
3.2 EMBASAMENTO CRISTALINO ................................................................................ 17 
3.3 SEQUÊNCIA PALEOZÓICA ........................................................................................ 17 
3.3.1 FORMAÇAO CARIRI ................................................................................................. 17 
3.4 SEQUÊNCIA PRÉ-RIFTE ............................................................................................ 18 
3.4.1 FORMAÇÃO BREJO SANTO ................................................................................... 18 
3.4.2 FORMAÇÃO MISSÃO VELHA................................................................................. 18 
3.5 SEQUÊNCIA RIFTE...................................................................................................... 18 
3.5.1 FORMAÇÃO ABAIARA ............................................................................................. 19 
 
 
3.6 SEQUÊNCIA PÓS RIFTE ............................................................................................. 19 
3.6.1 FORMAÇÃO BARBALHA ......................................................................................... 19 
3.6.2 FORMAÇÃO CRATO ................................................................................................. 20 
3.6.3 FORMAÇÃO IPUBI .................................................................................................... 20 
3.6.4 FORMAÇÃO ROMUALDO ....................................................................................... 21 
3.6.5 FORMAÇÃO ARARIPINA ......................................................................................... 21 
3.6.6 FORMAÇÃO EXU ....................................................................................................... 22 
4. GEOLOGIA LOCAL ........................................................................................................ 22 
4.1 GEOMORFOLOGIA ...................................................................................................... 22 
4.1.1 ANÁLISE DE RELEVO .............................................................................................. 22 
4.1.2 ANÁLISE DE DRENAGEM ....................................................................................... 23 
4.1.3 ANÁLISE DE SOLO .................................................................................................... 23 
4.1.4 ANÁLISE DE VEGETAÇÃO ..................................................................................... 23 
5. EMPILHAMENTO ESTRATIGRÁFICO ...................................................................... 24 
6. DOMÍNIO REGIONAL NA BACIA DO ARARIPE: .................................................... 25 
7. GEOLOGIA ESTRUTURAL ........................................................................................... 25 
7.1 AFLORAMENTO 1 - GEOSSÍTIO CACHOEIRA DE MISSÃO VELHA .............. 25 
7.2 AFLORAMENTO 2 – GEOSSÍTIO FLORESTA PETRIFICADA ........................... 28 
7.3 AFLORAMENTO 3 – CE –330 ..................................................................................... 29 
7.4 AFLORAMENTO 4 – GEOSSÍTIO PONTE DE PEDRA .......................................... 31 
7.5 AFLORAMENTO 5 – PARQUE DOS PTEROSSAUROS ......................................... 33 
8. DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 34 
9. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 35 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 37 
 
 
 
 
 
 
Resumo 
 
A Bacia do Araripe, localizada no nordeste do Brasil, é uma área geológica e paleontológica de 
grande importância. Os vários geossítios da bacia são abordados neste estudo com ênfase em 
suas características estruturais, estratigraficas, geológicas e paleontológicas distintas. Na 
Cachoeira de Missão Velha, a Formação Cariri, datada do Siluriano, mostra icnofósseis e 
estratificações plano-paralelas. O Parque dos Pterossauros tem fósseis de pterossauros e peixes 
da Formação Romualdo do Cretáceo, enquanto o Geossítio Floresta Petrificada tem troncos 
petrificados do Jurássico. Além disso, a tectônica regional é influenciada pelo Lineamento 
Patos, como demonstram as rochas metamórficas deformadas no CE-330. A formação de 
geoformas distintas é ilustrada pela erosão diferencial no Geossítio Ponte de Pedra. Este estudo 
enfatiza a riqueza geológica e paleontológica da região, bem como seu valor como patrimônio 
científico e cultural. 
Palavras-chave: Bacia do Araripe; Geossítios; Geologia.
7 
 
1. INTRODUÇÃO 
A história da Bacia do Araripe começa durante a fragmentação do supercontinente 
Gondwana, mais precisamente quando a América do Sul e a África estavam se separando. A 
região de Santana do Cariri, localizada no sul do ceará, vem sofrendo a alguns anos, um grande 
crescimento econômico, devido principalmente pela exploração de pedras ornamentais 
,mineração e o turismo. Com destaque para o aspecto mineral da intensa produção de gipsita e 
calcário para a construção civil. 
O presente trabalho trata da abordagem de todas as etapas fundamentais que 
constituem a parte prática das disciplinas de Estratigrafia e Geologia Estrutural. A disciplina 
de Geologia Estrutural, por ser uma disciplina teórico-prática, necessita de um 
acompanhamento de estudos em campo como complemento desta matéria. As aplicações 
práticas dos conceitos teóricos abordados em sala de aula são de suma importância para o 
entendimento do conteúdo referente a esta disciplina. A visualização e caracterização de 
estruturas tectônicas e atectônicas em afloramentos, analises de litologias, medição e 
desenvolvimento de perfis. 
Dividido em três etapas distintas que são a produção de um levantamento de 
referencial teórico, realizando pesquisas e estudos relevantes que são fundamentais para o 
conhecimento de diversos aspectos geológicos da bacia do araripe. Na fase seguinte, ocorreu o 
trabalho de campo, onde os participantes tiveram a oportunidade de estudar e analisar os 
afloramentos visitados, experimentando as complexidades e desafios dessa etapa. 
Após a conclusão da fase de campo, realizou-se a terceira etapa, chamada de pós-
campo. Onde nessa parte, os estudantes concluiram o relatório pré-campo iniciado 
anteriormente, incluindo e analisando todos os dados coletados durante as atividades. É um 
momento de suma importancia para unir as informações obtidas com o referencial teórico 
estudado previamente. Adicionalmente, cabe aos estudantes a elaboração de mapas detalhados 
que representem a área mapeada, proporcionando uma representação visual nítida e precisa das 
características geológicas encontradas no local de estudo. 
 
1.1 LOCALIZAÇÃO E ACESSO 
A área de estudo se localiza no sul do Ceará em Santana do Cariri (Figura 1.1). A 
excursão de campo foi realizada, partindo de Rondon do Pará. Estando distante por 1.250,1 
km da cidade de origem, onde se localiza o campus da Unifesspa - ICSA, o acesso se deu 
pelas vias: BR-222, BR-010, MA-208, MA-275, BR-226, BR-316 e CE-292 e foi realizada 
em dois dias de viagem. 
8 
 
Na área está incluso a Chapada do Araripe e o Vale do Cariri, estendendo-se pelos 
estados do Ceará, Pernambuco e parte do Oeste do Piauí. A geologia é complexa, com o 
embasamento composto pela província Borborema de idade Pré-cambriana, servindo como 
base para a bacia, é limitada pelo lineamento Patos, ao norte, e Pernambuco, ao sul. “A Bacia 
do Araripe é a mais extensa das bacias interiores do Nordeste, com cerca de 12.000 km² de 
área, e a que apresenta, dentre elas, história geológica mais complexa (RODRIGUES, 2018).” 
 
Figura 1. Mapa de localização e acesso. 
 
Fonte: Autores, 2024. 
 
 
 
1.2 OBJETIVOS 
 
 Os objetivos desta disciplina giram em torno da elaboração e execução de um relatorio 
de pratica, envolvendo afloramentos uma área de geologia sedimentar e na Bacia do Araripe. 
Com este propósito, a disciplina buscou aplicar o conhecimento prático e teórico adquirido 
pelos estudantes de Geologia até agora, reconhecer minerais e rochas, além de entender os 
processos geológicos envolvidos que levaram à atual configuração geológica local e regional. 
Os resultados esperados incluem a produção um relatório final contendo a 
9 
 
interpretação dos dados litoestratigráficos, geomorfológicos, sedimentológicos, e estruturais 
coletados durante o processo de levantamento das áreas. Assim, o objetivo da equipe é 
aprimorar os conhecimentos buscando alcançar os objetivos da disciplina da melhor maneira 
possível, aproveitando ao máximo a valiosa oportunidade de aprendizado oferecida durante a 
matéria de estratigrafia e estrutural. 
 
1.3 MATERIAIS E MÉTODO 
A metodologia do trabalho envolveu a execuçao de três fases. A primeira delas 
envolve a pesquisa bibliográfica, com levantamento e aquisições de documentações básicas 
como mapas, carta estratigráfica e pesquisa acerca de trabalhos anteriores sobre a região. 
Ao longo das atividades de campo serão utilizados os seguintes equipamentos: 
Caderneta, bússola, GPS e martelo petrográfico, além de softwares e aplicativos de celular 
como o Avenza e SW maps que auxiliaram no processamento dos dados obtidos ao longo 
da etapa de campo. 
 
1.4 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS 
 
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), Santana 
do Cariri que em em seus primórdios, era conhecida como Brejo Grande é um município 
situado na região do Cariri, no estado do Ceará, Brasil. A economia local tem suas bases na 
agricultura, pecuária e no comércio regional e possui uma população de 16.954 pessoas de 
acordo com o último censo feito em 2022. 
No ramo agrícola, as principais plantações cultivadas no município são o algodão, 
milho, feijão, mandioca, além de frutas como caju e banana. A produção agrícola desempenha 
um papel vital na economia local e no sustento da população rural. A pecuária também é 
significativa, com criação de gado bovino e caprino contribuindo para a geração de renda e 
emprego na região. 
 
Além disso, o turismo desponta como uma atividade promissora em Santana do Cariri 
e região. A área é rica em belezas naturais, destacando-se a Chapada do Araripe, e possui 
diversos sítios paleontológicos de importância científica (RODRIGUES, 2018). O turismo 
cultural e religioso também é valorizado, o município tem como símbolo religioso Senhora 
Santana, bem como a jovem Benigna Cardoso da Silva e conta também com festivais populares, 
artesanato e manifestações culturais típicas, que atraem visitantes interessados na cultura e 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Benigna_Cardoso_da_Silva
10 
 
história local. No âmbito social, a população de Santana do Cariri é marcada por sua diversidadecultural, fortemente influenciada pela cultura nordestina desde os artesanatos a tradicões. 
O município se destaca na exploração da pedra cariri, para se ter uma melhor noção 
da importância da Pedra Cariri na geração de empregos em Nova Olinda e Santana do Cariri, 
em 2009, a mineração era realizada por cerca de 60 microempresas, já associadas à Cooperativa 
dos Mineradores da Pedra Cariri, gerando 1.500 empregos diretos. Esses empregos estavam 
distribuídos entre aproximadamente 300 frentes de lavra e 40 serrarias. Em 2013, a atividade 
de extração mineral foi responsável por 6,5% dos empregos formais em Nova Olinda e 6,18% 
em Santana do Cariri. Além disso, representou 15% da produção de pedra natural no estado, 
evidenciando a grande importância dessa atividade para a economia local e estadual. 
 
1.5 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS 
 
1.5.1 CLIMA 
O clima predominante é o Tropical Quente Semiárido, abrangendo 98 (53%) das 184 
sedes municipais. Esse tipo climático possui características de escassez e irregularidade 
pluviométrica, associados a altas taxas de evapotranspiração, condições que tornam o estado 
susceptível ao fenômeno das secas. Os solos preponderantes são os Neossolos e os Argissolos, 
cobrindo 36% e 25% da área do estado, respectivamente. Em geral, as condições do solo são 
frágeis, com pouca profundidade, deficiência hídrica e, principalmente, vulnerabilidade à 
erosão. O estado apresenta grande diversidade paisagística em suas unidades geoambientais. 
As superfícies sertanejas submetidas à semiaridez apresentam predominância da caatinga. 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
Figura 2. Mapa dos Tipos Climáticos do Ceará 
Fonte: IPECE / Governo do estado do Ceará. 
 
 
1.5.2 SOLO 
 
O Ceará tem uma grande variedade de tipos de solo, o mais comum são os Neossolos 
Litólicos, que cobrem cerca de 35,96% do estado. Depois, vêm os Argissolos Vermelho-
Amarelos como o segundo tipo mais encontrado e por último, temos os Latossolos Amarelos e 
Latossolos Vermelhos. 
 Os Neossolos Litólicos são solos básicos, não muito desenvolvidos e geralmente têm 
uma camada de pedra, cascalho ou areia por baixo. Eles são bem normais em áreas 
montanhosas, onde a erosão e a falta de material para fazer solos mais espessos são 
comuns. Esses solos não são lá muito bons para agricultura porque não retêm muita 
água e nutrientes. 
12 
 
 Os Argissolos Vermelho-Amarelos são mais densos e desenvolvidos. A cor vermelha 
ou amarela vem do ferro na terra. Eles são cheios de argila e matéria orgânica, então 
retêm mais água e nutrientes que outros tipos de solo. Geralmente, você encontra esses 
solos em lugares com terreno suave e clima bom para plantio e cultivo. 
 Os Latossolos Amarelos e Latossolos Vermelhos são bem parecidos e tem coloraçao 
vermelhos ou amarelos por causa do ferro na terra. Eles também não retêm muita água 
e nutrientes e pode ser usado para a agricultura. Esses solos são mais comuns em 
regiões com clima tropical e terreno plano ou levemente ondulado, como em vários 
lugares no Ceará. 
 
1.5.3 VEGETAÇÃO 
A vegetação dessa região está significativamente modificada devido à influência 
humana. Em algumas áreas, praticamente não restam vestígios da vegetação nativa, exceto por 
remanescentes isolados e bastante reduzidos, indicando um desequilíbrio ecológico alarmante. 
Essa situação está contribuindo para acelerar a erosão do solo e o assoreamento dos rios e 
reservatórios de água (Carvalho, 2007). 
Contudo é marcada por diversos tipos de formações florestais. Segundo o Instituto de 
Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE, 2013), os tipos predominantes de vegetação 
na área são: 
Floresta Caducifólia Espinhosa: Esta formação vegetal é típica de regiões com clima sazonal, 
onde ocorrem períodos distintos de chuvas e estiagem. Durante a estação seca, as árvores 
perdem suas folhas para conservar água, e muitas delas desenvolvem espinhos como uma 
adaptação. 
Floresta Subcaducifólia Tropical Pluvial: Conhecida também como mata seca. Esta floresta 
recobre, ainda, relevos cristalinos mais baixos, chamados, no local, de serrotes, e as vertentes 
de níveis tabulares, menos favorecidos pelas chuvas. Encontram-se indivíduos da mata úmida 
e da caatinga arbórea cuja faixa de amplitude ecológica permite viver neste ambiente. 
Floresta Subperenifólia Tropical Pluvio-nebular: Se destaca pela presença frequente de 
neblina e nevoeiro, que contribuem para a umidade adicional da vegetação. É localizada sobre 
os setores mais elevados das serras cristalinas e nas vertentes superiores, no Norte do Planalto 
da Ibiapaba e da Chapada do Araripe. A altitude e exposição aos ventos úmidos são os 
principais determinantes da ocorrência dessa floresta. 
Floresta Subcaducifólia Tropical Xeromorfa: As características estruturais externas das 
13 
 
espécies vegetais como cascas suberosas, folhas largas, brilhantes e resistentes mas, 
principalmente, a composição florística desta comunidade leva a incluíla como um tipo de 
cerrado. Comum em regiões de clima tropical seco e chuvas escassas. 
 
1.5.4 RELEVO 
 
O relevo da região que abrange Santana do Cariri está inserido na Chapada do 
Araripe, uma formação geológica importante na região. A Chapada do Araripe é uma elevação 
destacada no meio do sertão nordestino, formando uma área de relevo mais elevado e 
montanhoso em meio às planícies áridas (CPRM, 2013). 
Ocorre a presença de cuestas, conhecidas como montanhas de encostas abruptas e topos 
aplainados e consecultivamente o surgimento de grandes vales. Essas formações são o resultado 
da ação de processos erosivos ao longo de milhões de anos, contribuindo para a formação do 
relevo na região. 
 
1.5.5 DRENAGEM 
 
A região estudada está inserida na sub-bacia hidrográfica do alto jaguaribe que 
abrange uma área de drenagem de 24.639 km2 , correspondente a 16,56% do território cearense. 
Localiza-se a montante do açude orós. 
Esta bacia é composta por 24 municípios e apresenta a capacidade de acumulação de 
águas superficiais de 2.792.563.000 bilhões de m3 , num total de 18 açudes públicos 
monitorados quantitativamente e qualitativamente pela cogerh. o maior reservatório em 
acumulação de água desta bacia é o açude orós localizado na cidade do mesmo nome com uma 
capacidade total de 1.940.000.000 milhões de m³, e o menor reservatório é o açude do coronel 
localizado em antonina do norte com uma capacidade de 1.770.000 milhões de m³. 
Alto Jaguaribe é uma das sub-bacias do rio Jaguaribe, tem como principais afluentes 
os rios: Jucá, rio dos Bastiões, o rio Cariús, o riacho da Conceição e outros, essas águas afluem 
para o açude Orós, um dos maiores do estado. 
 
1.6 TRABALHOS ANTERIORES 
O trabalho pioneiro sobre sua geologia é o de Small (1913), que subdividiu o registro 
sedimentar em quatro unidades (conglomerado basal, arenito inferior, calcário Santana e 
arenitosuperior). Estudos sistemáticos foram realizados somente a partir da década de 60, um 
período de profícuos trabalhos, como os desenvolvidos por professores e alunos da Universi-
14 
 
dade Federal de Pernambuco, de que resultaram publicaçõescomo as de Beurlen (1962, 1963). 
Este autor redefiniu as unidades estabelecidas por Small, denominando-as de formações Cariri, 
Missão Velha, Santana e Exu, para as quais esti-mou uma espessura sedimentar total de cerca 
de 850 m. 
Dentre as unidades litoestratigráficas da bacia, a FormaçãoSantana é 
estratigraficamente a mais complexa e também a mais estudada, não só pelas extensas jazidas 
de gipsita, mas principalmente por se constituir no principal jazigo brasileiro, famoso em todo 
mundo sobretudo pela rica paleoicniofauna preservada em concreções carbonáticas.Rand & 
Manso (1984), com base em dados gravimétricos, calcularam espessuras sedimentares totais da 
ordem de 2.400 m, despertando interesse quanto às potencialidades petrolíferas da bacia, o que 
levou seis empresasnacionais a assinarem contratos com a PETROBRÁS, para exploração de 
petróleo com cláusula de risco. 
Dentre os trabalhos desenvolvidos, merecem destaque o mapeamento geológico da 
bacia na escal 1:100.000, o levantamento de 250 km de linhas sísmicas de reflexão e a 
perfuração de um poço profundo (2-AP-l-CE,Araripe Estratigráfico nº1), que permitiram 
estimar uma espessura sedimentar da ordem de 1700 m. O acervo destas novas informações e 
de novos dados obtidosem campanhas de campo subseqüentes propiciaram o desenvolvimento 
da dissertação de mestrado "Sedimentação e Tectônica da Bacia do Araripe, Nordeste do 
Brasil", apresentada pelo autor em 1990 à UNESP - Campus de Rio Claro. Este trabalho é uma 
síntese dos resultados alcançados, enriquecida com as proposições apresentadas por Ponte & 
Appi (1990) Gelson Luis Fambrini mapearam a história geológica da bacia, fornecendo uma 
base sólida para a compreensão de sua evolução ao longo de milhões de anos. Sua especialidade 
consiste em decifrar a organização das camadas rochosas (estratigrafia) e os processos que as 
moldaram (sedimentologia). 
Diego da Cunha Silvestre: Emergindo como um detetive meticuloso, Silvestre coleta 
informações valiosas dos sedimentos e fósseis da bacia. Através de suas análises, ele reconstrói 
ambientes antigos, climas predominantes e formas de vida que habitaram a região ao longo de 
várias épocas. Sua pesquisa funciona como uma janela para o passado da Bacia do Araripe. 
Aerson Moreira Barreto Junior: A área de atuação do Barreto Junior é a paleontologia. Ele 
estuda meticulosamente os fósseis da Bacia do Araripe, dando-lhes vida por meio de 
identificação e descrição. O seu trabalho lança luz sobre a rica biodiversidade do passado da 
bacia, revelando as numerosas espécies que ali prosperaram em tempos pré-
históricos.Wellington Ferreira da Silva-Filho: Geoquímico entusiasta, Silva-Filho utiliza as 
ferramentas da química para desvendar os segredos da Bacia do Araripe. Ao analisar a 
composição química de rochas e minerais, ele obtém informações valiosas sobre a origem dos 
15 
 
sedimentos, os processos de alteração das rochas e a história ambiental da bacia. 
 
2. ATIVIDADES E MÉTODOS 
 
2.1 ATIVIDADE PRÉ-CAMPO 
Nessa etapa foram realizadas pesquisas bibliográficas, com base principalmente nos 
trabalhos de ASSINE e FAMBRINE, adicionado as aulas e orientações dos professores. Os 
professores também orientaram os alunos sobre os procedimentos e medidas de segurança a 
serem seguidas no Campo além da elaboração de mapas que abordam logistica, padrões de 
drenagem, relevo e curvas de nível, lineamentos, zonas homólogas, isso foi realizado utilizando 
o software QGIS e por fim na fase de pré-campo, foi produzido o relatório pré-campo utilizando 
como fonte numerosos acervos bibliográficos, como artigos, manuais técnicos, dissertações e 
outros estudos relacionados a bacia do Araripe, com isso obtendo conhecimento prévio da 
geologia regional que necessitaríamos na fase de campo. Nessa fase foi possível fazer primeiro 
as interpretações digitas da área estudada através de análises de imagens satélites, com ajuda 
de arquivos do tipo shapefile. 
 
2.2 ETAPA DE CAMPO 
 
Durante a fase de Campo, os professores orientadores conduziram a prática, utilizando 
análises estratigráficas e estruturais para descrever os afloramentos durante três dias. Para este 
propósito, são empregados materiais como SW Maps, Avenza Maps, martelo petrográfico, caderneta de 
campo e bússola. Na análise estratigráfica, são detalhadas as diferentes litologias, estruturas 
sedimentares, texturas, granulometria e ambientes de deposição. Além disso, os dados estruturais 
predominantes na área estudada são analisados e documentados. 
 
2.3 ETAPA PÓS-CAMPO 
 
Através da organização das informações obtidas no campo e da conversa entre as 
equipes para garantir a consistência e uniformidade das análises de cada afloramento. O final 
de campo foi compilado, incluindo todos os dados adquiridos nas etapas anteriores, mostrando 
uma síntese completa das análises e descobertas realizadas. 
 
3. GEOLOGIA REGIONAL 
A Bacia do Araripe é uma bacia de idade Paleozoica-Mesozoica composta por 
preenchimento sedimentar, incluindo as seguintes unidades estratigráficas: Formação Cariri, 
16 
 
Brejo Santo, Missão Velha, Abaiara, Barbalha, Crato, Ipubi, Romualdo, Araripina e Exu 
(Assine, 1992; 2007; Fambrini, 2020). Se estende também para leste, para além dos limites 
atuais da chapada, ocupando a depressão do Vale do Cariri (sub-bacia do Cariri) onde afloram 
unidades das seqüências paleozóica, pré-rifte e rifte. 
 
Figura 3. Estratigrafia da Bacia do Araripe e sua tectono-sequência. 
 
Fonte: Modificado de Ponte & Ponte Filho (1996), Neumann (1999). 
 
 
3.1 PROVÍNCIA BORBOREMA 
A Província Borborema (Figura 6), inicialmente descrita por Almeida et al. (1981), 
é uma região tectonoestratigráfica complexa, com cerca de 450.000 km², formada pela 
junção de porções do embasamento arqueano e paleoproterozoico, coberturas proterozoicas 
dobradas, batólitos graníticos e coberturas fanerozoicas (Arthaud et al., 2008). A parte norte 
da Província Borborema é limitada pelo Oceano Atlântico ao norte e leste, pela Bacia do 
Parnaíba a oeste e pelo Lineamento de Patos ao sul. 
É constituído por rochas, juntamente com unidades metavulcano-sedimentares que se 
formaram cerca de 2,5 bilhões de anos atrás. A evolução geológica da Bacia do Araripe está 
estreitamente relacionada ao processo de rifteamento, que é causado pelo movimento 
divergente das placas tectônicas. Esse rifteamento ocorreu em três estágios distintos: pré-rifte, 
17 
 
sin-rifte e pós-rifte. 
 
Figura 4. Província da Borborema. 
 
Fonte: Serviço Geológico do Brasil. 
 
 
 
3.2 EMBASAMENTO CRISTALINO 
 
O embasamento cristalino da Bacia Sedimentar do Araripe é composto por terrenos 
cristalinos pré-cambrianos, contendo rochas magmáticas e metamórficas originadas de 
diferentes domínios tectônicos do sistema orogênico Borborema (Delgado et al., 2003; 
Carvalho et al., 2012). Esses terrenos ocorrem como um conjunto de corpos lenticulares 
justapostos e sigmoides, separados por zonas de cisalhamento transcorrentes (Carvalho et al., 
2012) 
 
3.3 SEQUÊNCIA PALEOZÓICA 
 
3.3.1 FORMAÇAO CARIRI 
 
“A denominação de Formação Cariri proposta por Beurlen (1962, 1963) e atualmente 
18 
 
aceita ocorre em exposição entre as cidades de Juazeiro do Norte e Milagres com espessura 
variando entre 25 a 50m, descrita como arenito conglomerático feldspático, branco-amarelado, 
localmente silicificado, fraturado, apresentando estratificação cruzada, granulação média a 
grossa” ( Padilha, 2003). 
Como se trata da camada basal da Bacia do Araripe, a formação está assentada sobre 
o embasamento e é limitada, no topo, pela Formação Brejo Santo. A unidade aflora em 
elevações estruturais e na borda leste (região da Sub-Bacia Vale do Cariri), além de ser 
evidenciada em testemunhos de sondagens realizadas sobre a chapada e ocorrências isoladas 
próximas às cidades de Juazeiro do Norte, Santana do Cariri e Nova Olinda. (Fambrine et al., 
2020) 
 
3.4 SEQUÊNCIA PRÉ-RIFTE 
 
3.4.1 FORMAÇÃO BREJO SANTO 
 
A Formação Brejo Santo é a unidade basal da sequência mesozoica, com espessura de 
cerca de 450 metros, situada acima da Formação Cariri de forma discordante e sobreposta em 
contatos discordantes pela Formação Missão Velha. Aflora na seção-tipo em uma calha natural 
principalmente ao norte e nordeste da Bacia do Araripe, sendo composta por argilitos e 
folhelhos argilitosos calcíferos de coloração avermelhada e amarronzada, com extratos bem 
laminados e estratificações cruzadas tabulares (Assine, 1992; 2007; Fambrine, 2013; 2020). 
 
3.4.2 FORMAÇÃO MISSÃO VELHA 
 
A Formação Missão Velha foi definida por Beurlen (1962, 1963) para englobar o 
pacote siliciclástico inferior ao membroCrato do Grupo Santana, devido à abundância de 
troncos fósseis silicificados. Esta formação sobrepõe de forma concordante a Formação Brejo 
Santo, evidenciada pela passagem gradual de fácies pelíticas avermelhadas para fácies 
psamíticas sobrepostas, que apresentam pouca variação granulométrica na vertical. Com idade 
neojurássica e espessura de cerca de 200 metros, é composta por arenitos quartzosos, 
feldspáticos e/ou caulínicos, localmente conglomeráticos, com estratificações cruzadas 
tabulares e acanaladas (Assine, 1992; 2007; Fambrini, 2013; 2020; Junior et al., 2020). 
 
 
3.5 SEQUÊNCIA RIFTE 
 
19 
 
3.5.1 FORMAÇÃO ABAIARA 
 
De acordo com Assine (2007), "A Formação Abaiara é uma unidade que ainda 
necessita de uma caracterização mais precisa, especialmente porque sua espessura é muito 
maior do que a seção de 115 metros atravessada no poço 2-AP-1-CE, proposta como seção-
tipo da unidade por Ponte e Appi (1990)". 
Esta unidade é heterogênea, com uma significativa variação faciológica lateral e 
vertical que a diferencia dos sedimentos da unidade subjacente. É composta por arenitos médios 
a finos, por vezes conglomeráticos, variegados e lateralmente descontínuos, além de siltitos 
argilosos e folhelhos vermelho-arroxeados a verde-oliva, com estratificação cruzada tabular, 
intercalados com folhelhos papiráceos (Assine, 1992; 2007; Fambrini, 2020). 
 
 
3.6 SEQUÊNCIA PÓS RIFTE 
 
3.6.1 FORMAÇÃO BARBALHA 
 
A Formação Barbalha está em contato com a unidade subjacente, limitada pela 
discordância Pré-Alagoas, e, no topo, está em concordância com os calcários da Formação 
Crato, de idade neoaptiana. Ela é composta principalmente por litologias psamíticas e, 
secundariamente, pelíticas. Predominam arenitos com intercalações de folhelhos de colorações 
avermelhadas e níveis delgados de conglomerados. 
Os arenitos são finos a médios, subarredondados a subangulares, geralmente bastante 
friáveis e argilosos, às vezes com seixos dispersos e/ou portadores de feldspatos alterados e 
bolas de argila. Os sedimentos estão dispostos em duas grandes sequências correspondentes a 
ciclos fluviais, que apresentam uma dinâmica granodecrescente ascendente. A porção inferior 
é composta por sedimentos lacustres que formam a camada índice da bacia (camada Batateiras). 
Por outro lado, a porção superior está localizada acima de sedimentos lacustres sobre uma 
superfície de discordância erosiva bem marcada e rastreável. Esta porção possui uma base 
arenosa, grossa a média, conglomerática, que evolui para pacotes arenosos de granulação fina, 
intercalados com argilitos e siltitos ao topo (Assine, 2007) 
20 
 
 
3.6.2 FORMAÇÃO CRATO 
 
A Formação Crato aflora nos paredões das escarpas da chapada e em pedreiras, com 
espessura da ordem de 90 a 100 metros. As camadas de calcários laminados correspondem ao 
litotipo distintivo da Formação Crato, que se sobrepõe à Formação Barbalha. Estas camadas 
são representadas por folhelhos papiráceos calcíferos, intercalados com calcários micríticos 
laminados e argilosos, formando bancos extensos com mais de 20 metros de espessura, 
depositados durante o Aptiano. 
O registro fossilífero é extremamente significativo, abundante e diversificado. Nos 
calcários laminados, sobretudo, são encontrados: ostracodes, conchostráceos, fragmentos 
lenhosos carbonizados, crustáceos, aracnídeos, peixes 
Além de seu valor científico inestimável, a Formação Crato também possui grande 
relevância econômica para a região. Seus calcários micríticos laminados são extensivamente 
utilizados como rochas ornamentais e na indústria de cimento (Viana & Neumann, 2002). A 
intercalação de bancos intermitentes, alternados com folhelhos verdes, sugere um ambiente 
sedimentar lacustre na época da deposição (Assine, 2007). A presença de fósseis na Formação 
Crato, em contrapartida à ausência de formas marinhas, corrobora a interpretação de um 
ambiente lacustre (Neumann, 1999). Essa descoberta é crucial para a compreensão do 
paleoambiente em que esses organismos ancestrais habitavam, fornecendo pistas valiosas sobre 
a evolução dos ecossistemas durante o período Cretáceo. 
 
3.6.3 FORMAÇÃO IPUBI 
 
A delimitação precisa da Formação Ipubi ainda representa um desafio, especialmente 
em áreas onde os evaporitos, seus principais marcadores, estão ausentes (Assine, 2007). Essa 
indefinição gera incertezas que dificultam o estudo aprofundado dessa formação geológica 
crucial para a compreensão da história da região. 
É composta majoritariamente por calcários laminados intercalados com folhelhos e 
margas ricas em concreções calcárias fossilíferas. Essas camadas, que podem atingir até 30 
metros de espessura, apresentam estromatólitos como característica marcante. A sedimentação 
nessas camadas indica a presença de ambientes deposicionais fluviais e lacustres durante o 
período aptiano. 
O estudo detalhado da Formação Ipubi contribui para uma compreensão mais 
abrangente da evolução geológica e paleontológica da Bacia do Araripe. Através da análise 
meticulosa dessas camadas, pesquisadores e cientistas podem obter insights valiosos sobre a 
história da vida e dos ambientes que existiram na região há milhões de anos, desvendando os 
segredos que guardam a memória do passado. 
21 
 
 
3.6.4 FORMAÇÃO ROMUALDO 
 
Na base deste membro, encontram-se margas contendo fósseis de peixes e arenitos 
estratificados com folhelhos, facilitando sua identificação. Na porção superior, são observados 
calcários, folhelhos verdes com ostracodes e uma sequência transgressiva. Também são 
encontrados arenitos e siltitos com fósseis de água doce, destacando-se os conchostráceos e 
moluscos. 
Segundo Assine (2007), a coloração dos folhelhos escurece da base para o topo, sendo 
mais evidente em áreas aflorantes no leste da Chapada do Araripe, onde apresentam tons de 
cinza escuro e preto, com grande quantidade de matéria orgânica proveniente de concreções 
fossilíferas, que podem atingir até 5 metros de espessura. Essas concreções, presentes em toda 
a bacia, são marcadores estratigráficos importantes, abrigando uma paleoictiofauna marinha, 
indicativa de um possível evento de mortandade em massa. Além disso, acima das concreções, 
há uma camada de coquinas com cerca de 1 metro de espessura. 
A sedimentação da Formação Romualdo ocorreu em ambiente continental marinho, 
representando um ambiente costeiro deposicional do Aptiano. Essa configuração sedimentar 
única propiciou uma preservação excepcional de fósseis, tornando a Formação Romualdo uma 
das principais unidades do Grupo Santana, com uma contribuição significativa para a 
paleontologia e a compreensão da vida na região durante o Cretáceo Inferior. 
 
3.6.5 FORMAÇÃO ARARIPINA 
 
A Formação Araripina, inicialmente definida por Beurlen (1963) como o membro 
inferior da Formação Exu. representa um ambiente aluvial com associação de fácies 
heterolíticas. As descrições litológicas da Formação Araripina incluem ritmitos compostos por 
arenitos finos argilosos e argilitos, variando em cores de amarelo a roxo, com estruturas 
sedimentares como laminações plano-paralelas, estratificações cruzadas e marcas de ondas. 
Estruturas de sobrecarga, como almofadas e pseudonódulos, são comuns, e em alguns 
intervalos, podem ocorrer dobramentos convolutos e contatos erosivos. 
O ambiente deposicional é interpretado como planícies de leques aluviais médios a 
distais, depositadas em ambientes lagunares e planícies de inundação sob condições oxidantes. 
A Formação Araripina repousa localmente sobre o embasamento, afetado por estruturas de 
terminação da Zona de Cisalhamento de Patos. As datações palinológicas indicam uma idade 
mesoalbiana para a formação, com condições climáticas quentes e áridas. Icnofósseis, como os 
icnogêneros Skolithos e Taenidium, também foram identificados (Fernandes et al., 1998). 
 
22 
 
3.6.6 FORMAÇÃO EXU 
 
Os arenitos da FormaçãoExu repousam sobre os ritmitos da Formação Araripina, 
formando uma cobertura contínua que se estende por toda a área da Chapada do Araripe, com 
uma inclinação sub-horizontal e limitada na base por uma superfície erosiva sobre a Formação 
Araripina. 
Essa unidade tectono-sedimentar apresenta uma ampla variedade de facies, 
consistindo em arenitos vermelhos a alaranjados, friáveis e argilosos, com partes caulínicas e 
granulometria bastante variável. Ela contém camadas intercaladas de arenitos grossos a 
conglomeráticos e áreas bastante silicificadas (Valença, 1987). 
De acordo com Assine (2007), a configuração sedimentar dessa unidade é 
caracterizada por ciclos ascendentes granodecrescentes, começando com arenitos 
conglomeráticos na base, evoluindo para arenitos grossos com estratificação cruzada tabular e 
acanalada, e alternando-se com facies pelíticas de planície de inundação no topo. Essa 
variedade de litofácies confere à Formação Exu um caráter de sistema fluvial entrelaçado 
(Assine, 2007. 
 
4. GEOLOGIA LOCAL 
 
4.1 GEOMORFOLOGIA 
 
4.1.1 ANÁLISE DE RELEVO 
 
A região de Santana do Cariri, nos distritos de Inhumas, no Ceará. Composto por uma 
unidade geomorfológica distinta: a Chapada do Araripe. Essa unidade possui características 
próprias, que influenciam a paisagem local e o desenvolvimento das atividades humanas. 
As características geomorfológicas da Chapada do Araripe influenciam o 
desenvolvimento das atividades humanas na região, com presença de solos férteis e a 
disponibilidade de água favorecem a agricultura e a pecuária. A mesma abrangendo os estados 
do Ceará, Pernambuco e Paraíba. Sua formação geológica remonta ao período Cretáceo, quando 
a região era coberta por um mar raso. Com o passar do tempo, ocorreu a sedimentação de rochas 
calcárias e arenitos, que, posteriormente, foram elevadas e erodidas, dando origem ao planalto 
atual. 
A Chapada do Araripe apresenta um relevo relativamente plano, com declividades 
suaves em direção ao norte e sul. Sua superfície é marcada pela presença de dolinas, cavernas, 
grutas e outras formações cársticas, esculpidas pela ação da água subterrânea sobre as rochas 
calcárias. 
 
23 
 
4.1.2 ANÁLISE DE DRENAGEM 
 
Os afloramentos estudados se localizam na região de Santana do Cariri, Ceará. A rede 
de drenagem da região é bem desenvolvida, abrangendo toda a área de estudo e exibindo um 
padrão de alinhamento significativo. Essa rede hidrográfica inclui uma abundância de açudes, 
que são típicos da região semiárida, além de muitos canais de drenagem intermitentes, que 
permanecem secos durante a maior parte do ano, exceto durante eventos de precipitação. 
A camada superficial da região é composta predominantemente pela Formação Exu, 
que atua como uma esponja, captando e conduzindo a água para os aquíferos e rios da bacia 
sedimentas local. Esse comportamento hidrogeológico é essencial para a recarga dos recursos 
hídricos subterrâneos e superficiais da região, influenciando diretamente a disponibilidade de 
água. 
As margens das estradas da área estudada frequentemente apresentam movimentação 
de água decorrente das chuvas sazonais. Essas chuvas causam escoamento superficial 
considerável, influenciando a erosão e o transporte de sedimentos. As características geológicas 
e topográficas da região, aliadas ao clima semiárido, são determinantes para a formação e 
comportamento das estruturas de drenagem observadas. 
 
 
 
4.1.3 ANÁLISE DE SOLO 
 
Nas Áreas de estudo, os solos identificados são do tipo litólico com pouco 
desenvolvimento, coberto por cascalhos ou areia nas partes em que o terreno ocorre proximo a 
encostas de morros. Outro tipo que também foi identificado é o Latossolo com coloração 
amarelada a avermelhada e em alguns locais esbranquiçada. Esses solos se formaram a partir 
do intemperismo e da erosão de rochas sedimentares presentes no terreno. 
 
 
4.1.4 ANÁLISE DE VEGETAÇÃO 
 
O tipo de vegetação mais frequente na região é a floresta tropical subcaducifólia, 
acompanhada de áreas de mata úmida e rasteira. O tamanho das árvores variada de grandes a 
médias sendo uma característica distintiva desse vegetação. Além disso, é viável encontrar 
diversas espécies de gramíneas e outros tipos de plantas rasteiras, algumas delas capazes de 
produzir espinhos. 
 
 
 
 
24 
 
Figura 5. Floresta tropical Subcaducifólia. 
Fonte: Autores, 2024. 
 
5. EMPILHAMENTO ESTRATIGRÁFICO 
1. Formação Cariri 
o Geossítio Cachoeira de Missão Velha 
 Arenito com aproximadamente 420 milhões de anos (Período 
Siluriano) 
 Estratificações plano-paralelas e cruzadas 
 Presença de icnofósseis (vestígios de atividade vital de invertebrados 
aquáticos) 
 Marmitas (cavidades circulares formadas pela abrasão de sedimentos 
no leito do rio) 
2. Formação Missão Velha 
o Geossítio Floresta Petrificada 
 Arenito avermelhado com fragmentos de troncos petrificados 
 Datação aproximada de 145 milhões de anos (Período Jurássico) 
 Estratificação cruzada, fraturas, acamamento heterolítico, gretas de 
contração 
3. Formação Exu 
o Geossítio Ponte de Pedra 
25 
 
 Arenito com erosão formando uma ponte natural 
 Formação há aproximadamente 96 milhões de anos (Período Cretáceo) 
 Erosão diferencial preservando geoformas distintas 
4. Formação Romualdo 
o Geossítio Parque dos Pterossauros 
 Concreções calcárias com fósseis de pterossauros, dinossauros, 
tartarugas e peixes 
 Datação de cerca de 100 milhões de anos (Período Cretáceo) 
 Ambiente de laguna com interação ocasional com o Oceano Atlântico 
6. DOMÍNIO REGIONAL NA BACIA DO ARARIPE: 
A Bacia do Araripe é uma região geológica de grande importância no Nordeste do 
Brasil, famosa por sua rica diversidade paleontológica e geológica. Os geossítios mencionados 
na bacia representam diferentes períodos geológicos e paleoambientes. A estratificação das 
formações sedimentares e os registros fósseis mostram como a paisagem e a vida na área 
mudaram ao longo de centenas de milhões de anos. 
A disposição e a deformação das rochas ao longo de seu curso são influenciadas pelo 
Lineamento Patos, uma estrutura geológica quilométrica que atravessa a área. Embora esse 
lineamento não seja expresso diretamente nos geossítios mencionados, é essencial para 
compreender a tectônica da região e como ela afeta a formação e preservação das camadas 
sedimentares. 
Em resumo, o empilhamento estratigráfico da Bacia do Araripe revela uma história 
geológica complexa e dinâmica. Além disso, o domínio regional enfatiza a importância dessa 
região como um laboratório natural para estudar a evolução da Terra e a forma de vida ao longo 
de extensos períodos geológicos. 
 
7. GEOLOGIA ESTRUTURAL 
 
Neste tópico foram organizadas as informações coletadas em campo, associando cada 
afloramento ao seu respectivo dia de visitação, assim obtendo: Formação Cariri, Formação 
Missão Velha, Embasamento, Formação Exu e Cariri e Formação Romualdo. 
 
 
7.1 AFLORAMENTO 1 - GEOSSÍTIO CACHOEIRA DE MISSÃO VELHA 
 
Localizado no Sítio Cachoeira, a 3km da sede do Município de Missão Velha, este 
geossítio caracteriza-se por quedas d’água, com aproximadamente 12 metros de altura, 
26 
 
formadas pelo Rio Salgado. A rocha sedimentar deste geossítio é o arenito da formação Cariri, 
com aproximadamente 420 milhões de anos (Período Siluriano). Os sedimentos arenosos que 
originaram este arenito foram depositados quando a região, que corresponde hoje ao sul do 
Ceará, foi invadida por águas de um mar raso, antecedendo a formação da Bacia Sedimentar 
do Araripe. 
Apresenta algumas estruturas/feições típicas de rochas sedimentares, dentre elas 
estratificações plano-paralelas e cruzadas, icnofósseis e marmitas. As estratificações plano-
paralelas e cruzadas são originadas pela acumulação progressiva de sedimentos, no caso da 
Formação Cariri, areias e seixos, tendendo a formar estratosou camadas (planas ou inclinadas), 
indicativas do fluxo d’água que as depositou. Estas estruturas são facilmente observadas nos 
blocos rochosos da Cachoeira de Missão Velha. 
Também neste geossítio estão preservados icnofósseis, ou seja, estruturas 
interpretadas por paleontólogos como vestígios da atividade vital de antigos organismos, neste 
caso, invertebrados aquáticos. As marmitas caracterizam-se como cavidades de boca circular, 
escavadas pela abrasão de areia, grânulos, seixos e até blocos que giram em alta velocidade, 
em pontos preferenciais onde se formam redemoinhos ao longo do leito do rio. Estas feições 
são características de processos erosivos em rios. Latitude: 7° 13´ 21´´ 47´´ S, longitude 39° 8´ 
38´´ 95´´ W, altitude de 340 metros. 
A Litologia é de arenitos de granulometria grossa e coloração amarelada intercalados 
com conglomerados, com presença de acamamento, estratificação cruzada paralela com 
presença de sigmoides. O afloramento é caracterizado geomorfológicamente como cânions de 
ambientes fluviais de rios com alta energia entalhando rochas. 
Localizada ao outro lado da ponte que corta a cocheira é composto por blocos métricos 
de arenitos silicificados bem angulosos, demonstrando pouca movimentação. Apresentam 
estruturas rúpteis e sistemas de fraturas com camadas inclinadas e basculhadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
Figura 6. A) Visão geral do afloramento; B) Marmita; C) Bloco com fratura vertil; D) Bloco com 
estratificações. 
 
 
 
Fonte: Autores,2024. 
 
 
A 
B 
C D 
28 
 
 
 
7.2 AFLORAMENTO 2 – GEOSSÍTIO FLORESTA PETRIFICADA 
 
O Geossítio Floresta Petrificada do Cariri está localizado no Sítio Olho D’água 
Comprido, a 6km a sudeste de Missão Velha, na localidade conhecida como Grota Funda 
próximo a cidade de Nova Olinda, CE – 388, o afloramento é conhecido como floresta 
petrificada, Constituído por uma área de erosão (ravina) que mostra camadas de rochas 
avermelhadas, o arenito da Formação Missão Velha, com cerca de 8m de espessura, onde 
ocorrem fragmentos de troncos petrificados com aproximadamente 145 milhões de anos. 
Composto por arenitos amarelados e esbranquiçados com coloração com estratificação 
cruzada acamadada e arenitos maciços na base com altura média de 15 metros, sofreu muita 
erosão por intemperismo. Possui estratificação cruzada, com presença de fraturas, acamamento 
heterolítico, gretas de contração. Latitude: 7° 15´ 50 99´´ S, longitude 39° 4´ 53 57´´ W, altitude 
de 500 metros. 
Os fósseis de troncos petrificados evidenciam que, naquela época (Período Jurássico), 
existiam na região colinas cobertas por florestas recortadas por rios que transportavam os 
troncos caídos e que eram depois depositados em meio às areias e argilas, sendo fossilizados 
(petrificados) ao longo do tempo geológico. Esses abundantes fragmentos de troncos 
petrificados pertenciam a antigas árvores de coníferas (grupo dos pinheiros), alguns com mais 
de 2m de comprimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
Figura 7. A) Visão geral do afloramento; B) dury crust; C) Estratificações; D) Estratificação cruzada 
acanalada; E) Tronco petrificado.
 
 
Fonte: Autores,2024. 
 
 
 
7.3 AFLORAMENTO 3 – CE – 330 
 
O afloramento estudado encontra se inserido no Lineamento Patos que é uma das 
estruturas fundamentais da Provincia Borborema, sendo uma estrutura quilométrica maior que 
800km, onde dentro desse lineamento ocorre deformações muito intensas trazendo critérios 
C 
E D 
B 
A 
30 
 
cinemáticos, composta de granitoides de maneira geral. Trata-se de uma zona de cisalhamento 
transcorrente destral que corta a provincia na direção E-W a NESW. 
 
Localizado a 4 Km de nova Olinda, sentido a Altanera - CE 330, Altitude: 7° 4'12" S, 
longitude:39 42'23 W, Elevação 500m, possui algumas quedas de agua e pequenos paredões. 
O afloramento apresenta estrutura planas, mas observa se um rocha cinza escura (isotrópica) 
que está relacionada (paralela) a formação, essa feição isotrópica varia a espessura ao longo da 
rocha. Composto por rochas metamórficas do embasamento da bacia de mais de 650 milhões 
de anos, apresentando uma enorme variação composicional e uma verticalização com foliações 
bem marcantes 
O afloramento demonstra que as rochas foram deformadas mudando sua textura inicial 
para rochas miloniticas variando de milonitos a ultramilonitos que são rochas especificas de 
zona de cisalhamento, fica claro que a variação de rochas máficas e félsicas. Observou se 
também a estrutura de boudinagens no decorre do afloramento. A boudinage é um processo de 
deformação sofrido por camadas, bandas ou lentes mais competentes e rúpteis que se 
fragmentam em forma de boudins (salsichas). 
 
Figura 8. A) Visão geral do afloramento; B) Lineamentos; C) Bloco in situ; D) Dobras; E) fratura; F) 
Dobras. 
A 
31 
 
 
Fonte: Autores,2024. 
 
 
 
7.4 AFLORAMENTO 4 – GEOSSÍTIO PONTE DE PEDRA 
 
A ponte de Pedra é um sítio marcante na paisagem, com bela vista panorâmica, 
localizado no município de Nova Olinda, na descida da Chapada do Araripe. É representado 
por uma formação rochosa natural que lembra uma ponte, pois cobre o vão de um riacho que 
só apresenta água em épocas de chuva. 
B C 
E 
F 
D 
32 
 
Corresponde a uma geoforma esculpida no arenito, resultado da erosão provocada pela 
água ao longo dos últimos milhões de anos. Localmente, ocorreu um contínuo processo de 
erosão que atuou de forma distinta nos diferentes níveis do arenito (grossos e finos), sendo que 
os níveis mais resistentes à erosão ficaram preservados formando a ponte de pedra. Este arenito 
pertence à Formação Exu e foi formado há, aproximadamente, 96 milhões de anos (Período 
Cretáceo). Latitude: 7° 8´ 54´´ S, longitude 39° 37´ 46´´ O, altitude de 780 metros. 
Também é observado no mesmo local afloramentos do tipo lajedo com rochas da 
formação cariri ou seja um contato entre essas duas formações. Uma possível explicação é que 
o local está na paleoborda da bacia sedimentar. 
Figura 9. A) Ponte de Pedra; B) Bloco rolado; C) Bloco in situ.
Fonte: Autores,2024. 
 
 
A B 
C 
33 
 
 
 
7.5 AFLORAMENTO 5 – PARQUE DOS PTEROSSAUROS 
 
 
Latitude: 7°8'54" S 
Longitude: 39°37´´46´´W 
Altitude: 730m 
O Geossítio Parque dos Pterossauros está localizado no Sítio Canabrava, de 
propriedade da Universidade Regional do Cariri (URCA), a 2,5km de Santana do Cariri, neste 
Geossítio são feitas escavações paleontológicas em rochas da formação Romualdo, em busca 
de concreções calcárias que geralmente possuem fósseis, conhecidas popularmente como 
“pedras de peixe”. 
As concreções calcárias existentes entre as camadas de folhelhos (lama petrificada do 
fundo da laguna), desta formação, apresentam tamanho e formas variadas, possuindo 
geralmente em seu interior macrofósseis tridimensionalmente preservados. Nestas concreções, 
são encontrados restos de pterossauros (variedade de réptil voador), dinossauros, tartarugas e 
vegetais. 
Os fósseis da formação Romualdo revelam que nesta região existia uma laguna (lagos 
de água salgada) que, por vezes, tinham contato com as águas do Oceano Atlântico, há 
aproximadamente 100 milhões de anos (Período Cretáceo). Tal fato é confirmado pela 
identificação de fósseis de peixes marinhos. 
Foi descrita uma grande variedade de pterossauros, pelo menos 21 espécies, de 
diferentes tamanhos e formas, com enormes cristas na cabeça ou na mandíbula. Por outro lado, 
os peixes constituem o grupo de organismos mais abundante no membro Romualdo, tendo sido 
identificadas, até o momento, 22 diferentes espécies, entre grupos ósseos e cartilaginosos, 
alguns alcançando 2,5m de comprimento. 
 
 
 
 
 
34 
 
Figura 10. Visão geral do local.
 
Fonte: Autores, 2024. 
 
8. DISCUSSÃO 
 
Os Geossítios são essenciais para a compreensão geológica e paleontológica. 
A compreensão da evolução geológica e paleontológicada Bacia do Araripe depende 
dos geossítios. Cada local oferece um registro distinto dos ambientes antigos e dos processos 
geológicos que formaram a paisagem por milhões de anos. 
Estratificação e Paleoclimas: As formações, como o arenito da Formação Cariri na Cachoeira 
de Missão Velha, têm estratificações plano-paralelas e cruzadas, que indicam processos de 
deposição sedimentar em ambientes fluviais e marinhos rasos. Essas características revelam as 
condições ambientais e os paleoclimas do período Siluriano. 
Petrificação e Paleoflora: A presença de troncos petrificados na Floresta Petrificada mostra 
uma paleoflora rica que existiu durante o Jurássico. Isso mostra o ambiente de florestas antigas 
e os processos de fossilização que ocorreram ao longo de milhões de anos. 
Impacto da Erosão: A formação da Ponte de Pedra, que resulta da erosão diferencial do arenito 
da Formação Exu, mostra o papel dos processos erosivos na criação e preservação de paisagens 
geológicas distintas. 
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Registro Paleontológico: O Parque dos Pterossauros oferece um registro excepcional de 
fósseis de organismos do Cretáceo, incluindo pterossauros, que permite estudos detalhados 
sobre a diversidade biológica e as interações paleoambientais na área. 
 
A influência do lineamento de patos na tectônica regional 
O Lineamento Patos é uma zona de cisalhamento transcorrente que corta a Bacia do 
Araripe. Ele desempenha um papel importante na estruturação geológica e na evolução 
tectônica da região. 
Deformações e Estruturas Geológicas: A presença de rochas metamórficas deformadas 
severamente ao longo do Lineamento Patos, como observado no CE-330, demonstra a 
influência das forças tectônicas na formação de milonitos e ultramilonitos. A atividade 
tectônica pode causar deformação e metamorfismo nessas rochas. 
Variação Composicional e Foliação: A presença de foliação significativa nas rochas 
metamórficas do embasamento ao longo do lineamento e a variação composicional mostram a 
complexidade estrutural e a intensidade dos eventos tectônicos que afetaram a região ao longo 
da história geológica. 
Interpretações Paleogeográficas: Estudar o Lineamento Patos permite também interpretar a 
paleogeografia e os movimentos crustais que ocorreram ao longo do tempo geológico, 
oferecendo informações sobre a evolução das paisagens e ambientes sedimentares na Bacia do 
Araripe. 
 
 
9. CONCLUSÃO 
A área de estudo demostrou contextos típicos com base nos geossítios estudados na 
Bacia do Araripe, fica evidente a riqueza geológica e paleontológica dessa região. Cada 
afloramento revela aspectos únicos da história geológica e ambiental ao longo de milhões de 
anos. Desde o arenito da Formação Cariri, com suas estratificações plano-paralelas e 
icnofósseis da Cachoeira de Missão Velha, até os troncos petrificados da Formação Missão 
Velha no Geossítio Floresta Petrificada, datados do Jurássico, cada local oferece um vislumbre 
da antiga paisagem do sul do Ceará. 
O Lineamento Patos, por sua vez, atravessa esses ambientes, imprimindo deformações 
intensas nas rochas metamórficas do embasamento, como evidenciado no afloramento do CE-
330. Esse lineamento não apenas define a estrutura geológica da região, mas também influencia 
diretamente a disposição e o comportamento das rochas ao longo de mais de 800 km. 
36 
 
A Ponte de Pedra, formada pelo arenito da Formação Exu, ilustra a persistência da 
erosão ao longo do tempo, moldando paisagens distintas e preservando geoformas únicas. 
Enquanto isso, o Parque dos Pterossauros revela um registro paleontológico excepcional da 
vida pré-histórica, com fósseis de pterossauros e peixes marinhos preservados nas concreções 
calcárias da Formação Romualdo. 
Esses geossítios não apenas enriquecem nosso entendimento da geologia estrutural da 
Bacia do Araripe, mas também destacam sua importância como patrimônio científico e cultural, 
oferecendo valiosas informações sobre a evolução da vida e do ambiente ao longo de eras 
geológicas. 
 
 
 
37 
 
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