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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ - UNIFESSPA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS - IGE FACULDADE DE GEOLOGIA - FAGEO BEATRIZ DE SOUSA COELHO GUILHERME OL3IVEIRA NEVES JHENNIFER DE ABREU BRITO LUCAS DE SOUZA COSTA RONILSON DE SOUZA CARDOSO RELATÓRIO DE PRÁTICA DA DISCIPLINA DE ESTRATIGRAFIA E ESTRUTURAL RONDON DO PARÁ – PA 2024 BEATRIZ DE SOUSA COELHO GUILHERME OLIVEIRA NEVES JHENNIFER DE ABREU BRITO LUCAS DE SOUZA COSTA RONILSON DE SOUZA CARDOSO RELATÓRIO DE PRÁTICA DA DISCIPLINA DE ESTRATIGRAFIA E ESTRUTURAL Trabalho apresentado à Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) como avaliação parcial das disciplinas de estratigrafia e geologia estrutural, ministrada pelos professores: Prof. Dr.Fernando Fernandes da Silva, Prof.ª Dra.Cristiane Marques de Lima Teixeira. RONDON DO PARÁ – PA 2024 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Mapa de localização e acesso....................................................................................9 Figura 2 - Mapa dos tipos climáticos do Ceará.....................................................................12 Figura 3 - Estratigrafia da Bacia do Araripe e sua tectono-sequência...................................17 Figura 4 - Província da Borborema.........................................................................................18 Figura 5 - Floresta tropical Subcaducifólia.............................................................................25 Figura 6 - A) Visão geral do afloramento; B) Marmita; C) Bloco com fratura vertil; D) Bloco com estratificações....................................................................................................................28 Figura 7- A) Visão geral do afloramento; B) dury crust; C) Estratificações; D) Estratificação cruzada acanalada; E) Tronco petrificado.................................................................................30 Figura 8 - A) Visão geral do afloramento; B) Lineamentos; C) Bloco in situ; D) Dobras; E) fratura;F) Dobras.......................................................................................................................31 Figura 9 - A) Ponte de Pedra; B) Bloco rolado; C) Bloco in situ..............................................33 Figura 10 - Visão geral do local................................................................................................35 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 7 1.1 LOCALIZAÇÃO E ACESSO ........................................................................................... 7 1.2 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 8 1.3 MATERIAIS E MÉTODO ............................................................................................... 9 1.4 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS ............................................................................. 9 1.5 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS .................................................................................... 10 1.5.1 CLIMA .......................................................................................................................... 10 1.5.2 SOLO ............................................................................................................................. 11 1.5.3 VEGETAÇÃO ............................................................................................................... 12 1.5.4 RELEVO ........................................................................................................................ 13 1.5.5 DRENAGEM ................................................................................................................. 13 1.6 TRABALHOS ANTERIORES ....................................................................................... 13 2. ATIVIDADES E MÉTODOS ........................................................................................... 15 2.1 ATIVIDADE PRÉ-CAMPO ........................................................................................... 15 2.2 ETAPA DE CAMPO ....................................................................................................... 15 2.3 ETAPA PÓS-CAMPO ..................................................................................................... 15 3. GEOLOGIA REGIONAL ................................................................................................. 15 3.1 PROVÍNCIA BORBOREMA ......................................................................................... 16 3.2 EMBASAMENTO CRISTALINO ................................................................................ 17 3.3 SEQUÊNCIA PALEOZÓICA ........................................................................................ 17 3.3.1 FORMAÇAO CARIRI ................................................................................................. 17 3.4 SEQUÊNCIA PRÉ-RIFTE ............................................................................................ 18 3.4.1 FORMAÇÃO BREJO SANTO ................................................................................... 18 3.4.2 FORMAÇÃO MISSÃO VELHA................................................................................. 18 3.5 SEQUÊNCIA RIFTE...................................................................................................... 18 3.5.1 FORMAÇÃO ABAIARA ............................................................................................. 19 3.6 SEQUÊNCIA PÓS RIFTE ............................................................................................. 19 3.6.1 FORMAÇÃO BARBALHA ......................................................................................... 19 3.6.2 FORMAÇÃO CRATO ................................................................................................. 20 3.6.3 FORMAÇÃO IPUBI .................................................................................................... 20 3.6.4 FORMAÇÃO ROMUALDO ....................................................................................... 21 3.6.5 FORMAÇÃO ARARIPINA ......................................................................................... 21 3.6.6 FORMAÇÃO EXU ....................................................................................................... 22 4. GEOLOGIA LOCAL ........................................................................................................ 22 4.1 GEOMORFOLOGIA ...................................................................................................... 22 4.1.1 ANÁLISE DE RELEVO .............................................................................................. 22 4.1.2 ANÁLISE DE DRENAGEM ....................................................................................... 23 4.1.3 ANÁLISE DE SOLO .................................................................................................... 23 4.1.4 ANÁLISE DE VEGETAÇÃO ..................................................................................... 23 5. EMPILHAMENTO ESTRATIGRÁFICO ...................................................................... 24 6. DOMÍNIO REGIONAL NA BACIA DO ARARIPE: .................................................... 25 7. GEOLOGIA ESTRUTURAL ........................................................................................... 25 7.1 AFLORAMENTO 1 - GEOSSÍTIO CACHOEIRA DE MISSÃO VELHA .............. 25 7.2 AFLORAMENTO 2 – GEOSSÍTIO FLORESTA PETRIFICADA ........................... 28 7.3 AFLORAMENTO 3 – CE –330 ..................................................................................... 29 7.4 AFLORAMENTO 4 – GEOSSÍTIO PONTE DE PEDRA .......................................... 31 7.5 AFLORAMENTO 5 – PARQUE DOS PTEROSSAUROS ......................................... 33 8. DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 34 9. CONCLUSÃO .................................................................................................................... 35 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 37 Resumo A Bacia do Araripe, localizada no nordeste do Brasil, é uma área geológica e paleontológica de grande importância. Os vários geossítios da bacia são abordados neste estudo com ênfase em suas características estruturais, estratigraficas, geológicas e paleontológicas distintas. Na Cachoeira de Missão Velha, a Formação Cariri, datada do Siluriano, mostra icnofósseis e estratificações plano-paralelas. O Parque dos Pterossauros tem fósseis de pterossauros e peixes da Formação Romualdo do Cretáceo, enquanto o Geossítio Floresta Petrificada tem troncos petrificados do Jurássico. Além disso, a tectônica regional é influenciada pelo Lineamento Patos, como demonstram as rochas metamórficas deformadas no CE-330. A formação de geoformas distintas é ilustrada pela erosão diferencial no Geossítio Ponte de Pedra. Este estudo enfatiza a riqueza geológica e paleontológica da região, bem como seu valor como patrimônio científico e cultural. Palavras-chave: Bacia do Araripe; Geossítios; Geologia. 7 1. INTRODUÇÃO A história da Bacia do Araripe começa durante a fragmentação do supercontinente Gondwana, mais precisamente quando a América do Sul e a África estavam se separando. A região de Santana do Cariri, localizada no sul do ceará, vem sofrendo a alguns anos, um grande crescimento econômico, devido principalmente pela exploração de pedras ornamentais ,mineração e o turismo. Com destaque para o aspecto mineral da intensa produção de gipsita e calcário para a construção civil. O presente trabalho trata da abordagem de todas as etapas fundamentais que constituem a parte prática das disciplinas de Estratigrafia e Geologia Estrutural. A disciplina de Geologia Estrutural, por ser uma disciplina teórico-prática, necessita de um acompanhamento de estudos em campo como complemento desta matéria. As aplicações práticas dos conceitos teóricos abordados em sala de aula são de suma importância para o entendimento do conteúdo referente a esta disciplina. A visualização e caracterização de estruturas tectônicas e atectônicas em afloramentos, analises de litologias, medição e desenvolvimento de perfis. Dividido em três etapas distintas que são a produção de um levantamento de referencial teórico, realizando pesquisas e estudos relevantes que são fundamentais para o conhecimento de diversos aspectos geológicos da bacia do araripe. Na fase seguinte, ocorreu o trabalho de campo, onde os participantes tiveram a oportunidade de estudar e analisar os afloramentos visitados, experimentando as complexidades e desafios dessa etapa. Após a conclusão da fase de campo, realizou-se a terceira etapa, chamada de pós- campo. Onde nessa parte, os estudantes concluiram o relatório pré-campo iniciado anteriormente, incluindo e analisando todos os dados coletados durante as atividades. É um momento de suma importancia para unir as informações obtidas com o referencial teórico estudado previamente. Adicionalmente, cabe aos estudantes a elaboração de mapas detalhados que representem a área mapeada, proporcionando uma representação visual nítida e precisa das características geológicas encontradas no local de estudo. 1.1 LOCALIZAÇÃO E ACESSO A área de estudo se localiza no sul do Ceará em Santana do Cariri (Figura 1.1). A excursão de campo foi realizada, partindo de Rondon do Pará. Estando distante por 1.250,1 km da cidade de origem, onde se localiza o campus da Unifesspa - ICSA, o acesso se deu pelas vias: BR-222, BR-010, MA-208, MA-275, BR-226, BR-316 e CE-292 e foi realizada em dois dias de viagem. 8 Na área está incluso a Chapada do Araripe e o Vale do Cariri, estendendo-se pelos estados do Ceará, Pernambuco e parte do Oeste do Piauí. A geologia é complexa, com o embasamento composto pela província Borborema de idade Pré-cambriana, servindo como base para a bacia, é limitada pelo lineamento Patos, ao norte, e Pernambuco, ao sul. “A Bacia do Araripe é a mais extensa das bacias interiores do Nordeste, com cerca de 12.000 km² de área, e a que apresenta, dentre elas, história geológica mais complexa (RODRIGUES, 2018).” Figura 1. Mapa de localização e acesso. Fonte: Autores, 2024. 1.2 OBJETIVOS Os objetivos desta disciplina giram em torno da elaboração e execução de um relatorio de pratica, envolvendo afloramentos uma área de geologia sedimentar e na Bacia do Araripe. Com este propósito, a disciplina buscou aplicar o conhecimento prático e teórico adquirido pelos estudantes de Geologia até agora, reconhecer minerais e rochas, além de entender os processos geológicos envolvidos que levaram à atual configuração geológica local e regional. Os resultados esperados incluem a produção um relatório final contendo a 9 interpretação dos dados litoestratigráficos, geomorfológicos, sedimentológicos, e estruturais coletados durante o processo de levantamento das áreas. Assim, o objetivo da equipe é aprimorar os conhecimentos buscando alcançar os objetivos da disciplina da melhor maneira possível, aproveitando ao máximo a valiosa oportunidade de aprendizado oferecida durante a matéria de estratigrafia e estrutural. 1.3 MATERIAIS E MÉTODO A metodologia do trabalho envolveu a execuçao de três fases. A primeira delas envolve a pesquisa bibliográfica, com levantamento e aquisições de documentações básicas como mapas, carta estratigráfica e pesquisa acerca de trabalhos anteriores sobre a região. Ao longo das atividades de campo serão utilizados os seguintes equipamentos: Caderneta, bússola, GPS e martelo petrográfico, além de softwares e aplicativos de celular como o Avenza e SW maps que auxiliaram no processamento dos dados obtidos ao longo da etapa de campo. 1.4 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), Santana do Cariri que em em seus primórdios, era conhecida como Brejo Grande é um município situado na região do Cariri, no estado do Ceará, Brasil. A economia local tem suas bases na agricultura, pecuária e no comércio regional e possui uma população de 16.954 pessoas de acordo com o último censo feito em 2022. No ramo agrícola, as principais plantações cultivadas no município são o algodão, milho, feijão, mandioca, além de frutas como caju e banana. A produção agrícola desempenha um papel vital na economia local e no sustento da população rural. A pecuária também é significativa, com criação de gado bovino e caprino contribuindo para a geração de renda e emprego na região. Além disso, o turismo desponta como uma atividade promissora em Santana do Cariri e região. A área é rica em belezas naturais, destacando-se a Chapada do Araripe, e possui diversos sítios paleontológicos de importância científica (RODRIGUES, 2018). O turismo cultural e religioso também é valorizado, o município tem como símbolo religioso Senhora Santana, bem como a jovem Benigna Cardoso da Silva e conta também com festivais populares, artesanato e manifestações culturais típicas, que atraem visitantes interessados na cultura e https://pt.wikipedia.org/wiki/Benigna_Cardoso_da_Silva 10 história local. No âmbito social, a população de Santana do Cariri é marcada por sua diversidadecultural, fortemente influenciada pela cultura nordestina desde os artesanatos a tradicões. O município se destaca na exploração da pedra cariri, para se ter uma melhor noção da importância da Pedra Cariri na geração de empregos em Nova Olinda e Santana do Cariri, em 2009, a mineração era realizada por cerca de 60 microempresas, já associadas à Cooperativa dos Mineradores da Pedra Cariri, gerando 1.500 empregos diretos. Esses empregos estavam distribuídos entre aproximadamente 300 frentes de lavra e 40 serrarias. Em 2013, a atividade de extração mineral foi responsável por 6,5% dos empregos formais em Nova Olinda e 6,18% em Santana do Cariri. Além disso, representou 15% da produção de pedra natural no estado, evidenciando a grande importância dessa atividade para a economia local e estadual. 1.5 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS 1.5.1 CLIMA O clima predominante é o Tropical Quente Semiárido, abrangendo 98 (53%) das 184 sedes municipais. Esse tipo climático possui características de escassez e irregularidade pluviométrica, associados a altas taxas de evapotranspiração, condições que tornam o estado susceptível ao fenômeno das secas. Os solos preponderantes são os Neossolos e os Argissolos, cobrindo 36% e 25% da área do estado, respectivamente. Em geral, as condições do solo são frágeis, com pouca profundidade, deficiência hídrica e, principalmente, vulnerabilidade à erosão. O estado apresenta grande diversidade paisagística em suas unidades geoambientais. As superfícies sertanejas submetidas à semiaridez apresentam predominância da caatinga. 11 Figura 2. Mapa dos Tipos Climáticos do Ceará Fonte: IPECE / Governo do estado do Ceará. 1.5.2 SOLO O Ceará tem uma grande variedade de tipos de solo, o mais comum são os Neossolos Litólicos, que cobrem cerca de 35,96% do estado. Depois, vêm os Argissolos Vermelho- Amarelos como o segundo tipo mais encontrado e por último, temos os Latossolos Amarelos e Latossolos Vermelhos. Os Neossolos Litólicos são solos básicos, não muito desenvolvidos e geralmente têm uma camada de pedra, cascalho ou areia por baixo. Eles são bem normais em áreas montanhosas, onde a erosão e a falta de material para fazer solos mais espessos são comuns. Esses solos não são lá muito bons para agricultura porque não retêm muita água e nutrientes. 12 Os Argissolos Vermelho-Amarelos são mais densos e desenvolvidos. A cor vermelha ou amarela vem do ferro na terra. Eles são cheios de argila e matéria orgânica, então retêm mais água e nutrientes que outros tipos de solo. Geralmente, você encontra esses solos em lugares com terreno suave e clima bom para plantio e cultivo. Os Latossolos Amarelos e Latossolos Vermelhos são bem parecidos e tem coloraçao vermelhos ou amarelos por causa do ferro na terra. Eles também não retêm muita água e nutrientes e pode ser usado para a agricultura. Esses solos são mais comuns em regiões com clima tropical e terreno plano ou levemente ondulado, como em vários lugares no Ceará. 1.5.3 VEGETAÇÃO A vegetação dessa região está significativamente modificada devido à influência humana. Em algumas áreas, praticamente não restam vestígios da vegetação nativa, exceto por remanescentes isolados e bastante reduzidos, indicando um desequilíbrio ecológico alarmante. Essa situação está contribuindo para acelerar a erosão do solo e o assoreamento dos rios e reservatórios de água (Carvalho, 2007). Contudo é marcada por diversos tipos de formações florestais. Segundo o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE, 2013), os tipos predominantes de vegetação na área são: Floresta Caducifólia Espinhosa: Esta formação vegetal é típica de regiões com clima sazonal, onde ocorrem períodos distintos de chuvas e estiagem. Durante a estação seca, as árvores perdem suas folhas para conservar água, e muitas delas desenvolvem espinhos como uma adaptação. Floresta Subcaducifólia Tropical Pluvial: Conhecida também como mata seca. Esta floresta recobre, ainda, relevos cristalinos mais baixos, chamados, no local, de serrotes, e as vertentes de níveis tabulares, menos favorecidos pelas chuvas. Encontram-se indivíduos da mata úmida e da caatinga arbórea cuja faixa de amplitude ecológica permite viver neste ambiente. Floresta Subperenifólia Tropical Pluvio-nebular: Se destaca pela presença frequente de neblina e nevoeiro, que contribuem para a umidade adicional da vegetação. É localizada sobre os setores mais elevados das serras cristalinas e nas vertentes superiores, no Norte do Planalto da Ibiapaba e da Chapada do Araripe. A altitude e exposição aos ventos úmidos são os principais determinantes da ocorrência dessa floresta. Floresta Subcaducifólia Tropical Xeromorfa: As características estruturais externas das 13 espécies vegetais como cascas suberosas, folhas largas, brilhantes e resistentes mas, principalmente, a composição florística desta comunidade leva a incluíla como um tipo de cerrado. Comum em regiões de clima tropical seco e chuvas escassas. 1.5.4 RELEVO O relevo da região que abrange Santana do Cariri está inserido na Chapada do Araripe, uma formação geológica importante na região. A Chapada do Araripe é uma elevação destacada no meio do sertão nordestino, formando uma área de relevo mais elevado e montanhoso em meio às planícies áridas (CPRM, 2013). Ocorre a presença de cuestas, conhecidas como montanhas de encostas abruptas e topos aplainados e consecultivamente o surgimento de grandes vales. Essas formações são o resultado da ação de processos erosivos ao longo de milhões de anos, contribuindo para a formação do relevo na região. 1.5.5 DRENAGEM A região estudada está inserida na sub-bacia hidrográfica do alto jaguaribe que abrange uma área de drenagem de 24.639 km2 , correspondente a 16,56% do território cearense. Localiza-se a montante do açude orós. Esta bacia é composta por 24 municípios e apresenta a capacidade de acumulação de águas superficiais de 2.792.563.000 bilhões de m3 , num total de 18 açudes públicos monitorados quantitativamente e qualitativamente pela cogerh. o maior reservatório em acumulação de água desta bacia é o açude orós localizado na cidade do mesmo nome com uma capacidade total de 1.940.000.000 milhões de m³, e o menor reservatório é o açude do coronel localizado em antonina do norte com uma capacidade de 1.770.000 milhões de m³. Alto Jaguaribe é uma das sub-bacias do rio Jaguaribe, tem como principais afluentes os rios: Jucá, rio dos Bastiões, o rio Cariús, o riacho da Conceição e outros, essas águas afluem para o açude Orós, um dos maiores do estado. 1.6 TRABALHOS ANTERIORES O trabalho pioneiro sobre sua geologia é o de Small (1913), que subdividiu o registro sedimentar em quatro unidades (conglomerado basal, arenito inferior, calcário Santana e arenitosuperior). Estudos sistemáticos foram realizados somente a partir da década de 60, um período de profícuos trabalhos, como os desenvolvidos por professores e alunos da Universi- 14 dade Federal de Pernambuco, de que resultaram publicaçõescomo as de Beurlen (1962, 1963). Este autor redefiniu as unidades estabelecidas por Small, denominando-as de formações Cariri, Missão Velha, Santana e Exu, para as quais esti-mou uma espessura sedimentar total de cerca de 850 m. Dentre as unidades litoestratigráficas da bacia, a FormaçãoSantana é estratigraficamente a mais complexa e também a mais estudada, não só pelas extensas jazidas de gipsita, mas principalmente por se constituir no principal jazigo brasileiro, famoso em todo mundo sobretudo pela rica paleoicniofauna preservada em concreções carbonáticas.Rand & Manso (1984), com base em dados gravimétricos, calcularam espessuras sedimentares totais da ordem de 2.400 m, despertando interesse quanto às potencialidades petrolíferas da bacia, o que levou seis empresasnacionais a assinarem contratos com a PETROBRÁS, para exploração de petróleo com cláusula de risco. Dentre os trabalhos desenvolvidos, merecem destaque o mapeamento geológico da bacia na escal 1:100.000, o levantamento de 250 km de linhas sísmicas de reflexão e a perfuração de um poço profundo (2-AP-l-CE,Araripe Estratigráfico nº1), que permitiram estimar uma espessura sedimentar da ordem de 1700 m. O acervo destas novas informações e de novos dados obtidosem campanhas de campo subseqüentes propiciaram o desenvolvimento da dissertação de mestrado "Sedimentação e Tectônica da Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil", apresentada pelo autor em 1990 à UNESP - Campus de Rio Claro. Este trabalho é uma síntese dos resultados alcançados, enriquecida com as proposições apresentadas por Ponte & Appi (1990) Gelson Luis Fambrini mapearam a história geológica da bacia, fornecendo uma base sólida para a compreensão de sua evolução ao longo de milhões de anos. Sua especialidade consiste em decifrar a organização das camadas rochosas (estratigrafia) e os processos que as moldaram (sedimentologia). Diego da Cunha Silvestre: Emergindo como um detetive meticuloso, Silvestre coleta informações valiosas dos sedimentos e fósseis da bacia. Através de suas análises, ele reconstrói ambientes antigos, climas predominantes e formas de vida que habitaram a região ao longo de várias épocas. Sua pesquisa funciona como uma janela para o passado da Bacia do Araripe. Aerson Moreira Barreto Junior: A área de atuação do Barreto Junior é a paleontologia. Ele estuda meticulosamente os fósseis da Bacia do Araripe, dando-lhes vida por meio de identificação e descrição. O seu trabalho lança luz sobre a rica biodiversidade do passado da bacia, revelando as numerosas espécies que ali prosperaram em tempos pré- históricos.Wellington Ferreira da Silva-Filho: Geoquímico entusiasta, Silva-Filho utiliza as ferramentas da química para desvendar os segredos da Bacia do Araripe. Ao analisar a composição química de rochas e minerais, ele obtém informações valiosas sobre a origem dos 15 sedimentos, os processos de alteração das rochas e a história ambiental da bacia. 2. ATIVIDADES E MÉTODOS 2.1 ATIVIDADE PRÉ-CAMPO Nessa etapa foram realizadas pesquisas bibliográficas, com base principalmente nos trabalhos de ASSINE e FAMBRINE, adicionado as aulas e orientações dos professores. Os professores também orientaram os alunos sobre os procedimentos e medidas de segurança a serem seguidas no Campo além da elaboração de mapas que abordam logistica, padrões de drenagem, relevo e curvas de nível, lineamentos, zonas homólogas, isso foi realizado utilizando o software QGIS e por fim na fase de pré-campo, foi produzido o relatório pré-campo utilizando como fonte numerosos acervos bibliográficos, como artigos, manuais técnicos, dissertações e outros estudos relacionados a bacia do Araripe, com isso obtendo conhecimento prévio da geologia regional que necessitaríamos na fase de campo. Nessa fase foi possível fazer primeiro as interpretações digitas da área estudada através de análises de imagens satélites, com ajuda de arquivos do tipo shapefile. 2.2 ETAPA DE CAMPO Durante a fase de Campo, os professores orientadores conduziram a prática, utilizando análises estratigráficas e estruturais para descrever os afloramentos durante três dias. Para este propósito, são empregados materiais como SW Maps, Avenza Maps, martelo petrográfico, caderneta de campo e bússola. Na análise estratigráfica, são detalhadas as diferentes litologias, estruturas sedimentares, texturas, granulometria e ambientes de deposição. Além disso, os dados estruturais predominantes na área estudada são analisados e documentados. 2.3 ETAPA PÓS-CAMPO Através da organização das informações obtidas no campo e da conversa entre as equipes para garantir a consistência e uniformidade das análises de cada afloramento. O final de campo foi compilado, incluindo todos os dados adquiridos nas etapas anteriores, mostrando uma síntese completa das análises e descobertas realizadas. 3. GEOLOGIA REGIONAL A Bacia do Araripe é uma bacia de idade Paleozoica-Mesozoica composta por preenchimento sedimentar, incluindo as seguintes unidades estratigráficas: Formação Cariri, 16 Brejo Santo, Missão Velha, Abaiara, Barbalha, Crato, Ipubi, Romualdo, Araripina e Exu (Assine, 1992; 2007; Fambrini, 2020). Se estende também para leste, para além dos limites atuais da chapada, ocupando a depressão do Vale do Cariri (sub-bacia do Cariri) onde afloram unidades das seqüências paleozóica, pré-rifte e rifte. Figura 3. Estratigrafia da Bacia do Araripe e sua tectono-sequência. Fonte: Modificado de Ponte & Ponte Filho (1996), Neumann (1999). 3.1 PROVÍNCIA BORBOREMA A Província Borborema (Figura 6), inicialmente descrita por Almeida et al. (1981), é uma região tectonoestratigráfica complexa, com cerca de 450.000 km², formada pela junção de porções do embasamento arqueano e paleoproterozoico, coberturas proterozoicas dobradas, batólitos graníticos e coberturas fanerozoicas (Arthaud et al., 2008). A parte norte da Província Borborema é limitada pelo Oceano Atlântico ao norte e leste, pela Bacia do Parnaíba a oeste e pelo Lineamento de Patos ao sul. É constituído por rochas, juntamente com unidades metavulcano-sedimentares que se formaram cerca de 2,5 bilhões de anos atrás. A evolução geológica da Bacia do Araripe está estreitamente relacionada ao processo de rifteamento, que é causado pelo movimento divergente das placas tectônicas. Esse rifteamento ocorreu em três estágios distintos: pré-rifte, 17 sin-rifte e pós-rifte. Figura 4. Província da Borborema. Fonte: Serviço Geológico do Brasil. 3.2 EMBASAMENTO CRISTALINO O embasamento cristalino da Bacia Sedimentar do Araripe é composto por terrenos cristalinos pré-cambrianos, contendo rochas magmáticas e metamórficas originadas de diferentes domínios tectônicos do sistema orogênico Borborema (Delgado et al., 2003; Carvalho et al., 2012). Esses terrenos ocorrem como um conjunto de corpos lenticulares justapostos e sigmoides, separados por zonas de cisalhamento transcorrentes (Carvalho et al., 2012) 3.3 SEQUÊNCIA PALEOZÓICA 3.3.1 FORMAÇAO CARIRI “A denominação de Formação Cariri proposta por Beurlen (1962, 1963) e atualmente 18 aceita ocorre em exposição entre as cidades de Juazeiro do Norte e Milagres com espessura variando entre 25 a 50m, descrita como arenito conglomerático feldspático, branco-amarelado, localmente silicificado, fraturado, apresentando estratificação cruzada, granulação média a grossa” ( Padilha, 2003). Como se trata da camada basal da Bacia do Araripe, a formação está assentada sobre o embasamento e é limitada, no topo, pela Formação Brejo Santo. A unidade aflora em elevações estruturais e na borda leste (região da Sub-Bacia Vale do Cariri), além de ser evidenciada em testemunhos de sondagens realizadas sobre a chapada e ocorrências isoladas próximas às cidades de Juazeiro do Norte, Santana do Cariri e Nova Olinda. (Fambrine et al., 2020) 3.4 SEQUÊNCIA PRÉ-RIFTE 3.4.1 FORMAÇÃO BREJO SANTO A Formação Brejo Santo é a unidade basal da sequência mesozoica, com espessura de cerca de 450 metros, situada acima da Formação Cariri de forma discordante e sobreposta em contatos discordantes pela Formação Missão Velha. Aflora na seção-tipo em uma calha natural principalmente ao norte e nordeste da Bacia do Araripe, sendo composta por argilitos e folhelhos argilitosos calcíferos de coloração avermelhada e amarronzada, com extratos bem laminados e estratificações cruzadas tabulares (Assine, 1992; 2007; Fambrine, 2013; 2020). 3.4.2 FORMAÇÃO MISSÃO VELHA A Formação Missão Velha foi definida por Beurlen (1962, 1963) para englobar o pacote siliciclástico inferior ao membroCrato do Grupo Santana, devido à abundância de troncos fósseis silicificados. Esta formação sobrepõe de forma concordante a Formação Brejo Santo, evidenciada pela passagem gradual de fácies pelíticas avermelhadas para fácies psamíticas sobrepostas, que apresentam pouca variação granulométrica na vertical. Com idade neojurássica e espessura de cerca de 200 metros, é composta por arenitos quartzosos, feldspáticos e/ou caulínicos, localmente conglomeráticos, com estratificações cruzadas tabulares e acanaladas (Assine, 1992; 2007; Fambrini, 2013; 2020; Junior et al., 2020). 3.5 SEQUÊNCIA RIFTE 19 3.5.1 FORMAÇÃO ABAIARA De acordo com Assine (2007), "A Formação Abaiara é uma unidade que ainda necessita de uma caracterização mais precisa, especialmente porque sua espessura é muito maior do que a seção de 115 metros atravessada no poço 2-AP-1-CE, proposta como seção- tipo da unidade por Ponte e Appi (1990)". Esta unidade é heterogênea, com uma significativa variação faciológica lateral e vertical que a diferencia dos sedimentos da unidade subjacente. É composta por arenitos médios a finos, por vezes conglomeráticos, variegados e lateralmente descontínuos, além de siltitos argilosos e folhelhos vermelho-arroxeados a verde-oliva, com estratificação cruzada tabular, intercalados com folhelhos papiráceos (Assine, 1992; 2007; Fambrini, 2020). 3.6 SEQUÊNCIA PÓS RIFTE 3.6.1 FORMAÇÃO BARBALHA A Formação Barbalha está em contato com a unidade subjacente, limitada pela discordância Pré-Alagoas, e, no topo, está em concordância com os calcários da Formação Crato, de idade neoaptiana. Ela é composta principalmente por litologias psamíticas e, secundariamente, pelíticas. Predominam arenitos com intercalações de folhelhos de colorações avermelhadas e níveis delgados de conglomerados. Os arenitos são finos a médios, subarredondados a subangulares, geralmente bastante friáveis e argilosos, às vezes com seixos dispersos e/ou portadores de feldspatos alterados e bolas de argila. Os sedimentos estão dispostos em duas grandes sequências correspondentes a ciclos fluviais, que apresentam uma dinâmica granodecrescente ascendente. A porção inferior é composta por sedimentos lacustres que formam a camada índice da bacia (camada Batateiras). Por outro lado, a porção superior está localizada acima de sedimentos lacustres sobre uma superfície de discordância erosiva bem marcada e rastreável. Esta porção possui uma base arenosa, grossa a média, conglomerática, que evolui para pacotes arenosos de granulação fina, intercalados com argilitos e siltitos ao topo (Assine, 2007) 20 3.6.2 FORMAÇÃO CRATO A Formação Crato aflora nos paredões das escarpas da chapada e em pedreiras, com espessura da ordem de 90 a 100 metros. As camadas de calcários laminados correspondem ao litotipo distintivo da Formação Crato, que se sobrepõe à Formação Barbalha. Estas camadas são representadas por folhelhos papiráceos calcíferos, intercalados com calcários micríticos laminados e argilosos, formando bancos extensos com mais de 20 metros de espessura, depositados durante o Aptiano. O registro fossilífero é extremamente significativo, abundante e diversificado. Nos calcários laminados, sobretudo, são encontrados: ostracodes, conchostráceos, fragmentos lenhosos carbonizados, crustáceos, aracnídeos, peixes Além de seu valor científico inestimável, a Formação Crato também possui grande relevância econômica para a região. Seus calcários micríticos laminados são extensivamente utilizados como rochas ornamentais e na indústria de cimento (Viana & Neumann, 2002). A intercalação de bancos intermitentes, alternados com folhelhos verdes, sugere um ambiente sedimentar lacustre na época da deposição (Assine, 2007). A presença de fósseis na Formação Crato, em contrapartida à ausência de formas marinhas, corrobora a interpretação de um ambiente lacustre (Neumann, 1999). Essa descoberta é crucial para a compreensão do paleoambiente em que esses organismos ancestrais habitavam, fornecendo pistas valiosas sobre a evolução dos ecossistemas durante o período Cretáceo. 3.6.3 FORMAÇÃO IPUBI A delimitação precisa da Formação Ipubi ainda representa um desafio, especialmente em áreas onde os evaporitos, seus principais marcadores, estão ausentes (Assine, 2007). Essa indefinição gera incertezas que dificultam o estudo aprofundado dessa formação geológica crucial para a compreensão da história da região. É composta majoritariamente por calcários laminados intercalados com folhelhos e margas ricas em concreções calcárias fossilíferas. Essas camadas, que podem atingir até 30 metros de espessura, apresentam estromatólitos como característica marcante. A sedimentação nessas camadas indica a presença de ambientes deposicionais fluviais e lacustres durante o período aptiano. O estudo detalhado da Formação Ipubi contribui para uma compreensão mais abrangente da evolução geológica e paleontológica da Bacia do Araripe. Através da análise meticulosa dessas camadas, pesquisadores e cientistas podem obter insights valiosos sobre a história da vida e dos ambientes que existiram na região há milhões de anos, desvendando os segredos que guardam a memória do passado. 21 3.6.4 FORMAÇÃO ROMUALDO Na base deste membro, encontram-se margas contendo fósseis de peixes e arenitos estratificados com folhelhos, facilitando sua identificação. Na porção superior, são observados calcários, folhelhos verdes com ostracodes e uma sequência transgressiva. Também são encontrados arenitos e siltitos com fósseis de água doce, destacando-se os conchostráceos e moluscos. Segundo Assine (2007), a coloração dos folhelhos escurece da base para o topo, sendo mais evidente em áreas aflorantes no leste da Chapada do Araripe, onde apresentam tons de cinza escuro e preto, com grande quantidade de matéria orgânica proveniente de concreções fossilíferas, que podem atingir até 5 metros de espessura. Essas concreções, presentes em toda a bacia, são marcadores estratigráficos importantes, abrigando uma paleoictiofauna marinha, indicativa de um possível evento de mortandade em massa. Além disso, acima das concreções, há uma camada de coquinas com cerca de 1 metro de espessura. A sedimentação da Formação Romualdo ocorreu em ambiente continental marinho, representando um ambiente costeiro deposicional do Aptiano. Essa configuração sedimentar única propiciou uma preservação excepcional de fósseis, tornando a Formação Romualdo uma das principais unidades do Grupo Santana, com uma contribuição significativa para a paleontologia e a compreensão da vida na região durante o Cretáceo Inferior. 3.6.5 FORMAÇÃO ARARIPINA A Formação Araripina, inicialmente definida por Beurlen (1963) como o membro inferior da Formação Exu. representa um ambiente aluvial com associação de fácies heterolíticas. As descrições litológicas da Formação Araripina incluem ritmitos compostos por arenitos finos argilosos e argilitos, variando em cores de amarelo a roxo, com estruturas sedimentares como laminações plano-paralelas, estratificações cruzadas e marcas de ondas. Estruturas de sobrecarga, como almofadas e pseudonódulos, são comuns, e em alguns intervalos, podem ocorrer dobramentos convolutos e contatos erosivos. O ambiente deposicional é interpretado como planícies de leques aluviais médios a distais, depositadas em ambientes lagunares e planícies de inundação sob condições oxidantes. A Formação Araripina repousa localmente sobre o embasamento, afetado por estruturas de terminação da Zona de Cisalhamento de Patos. As datações palinológicas indicam uma idade mesoalbiana para a formação, com condições climáticas quentes e áridas. Icnofósseis, como os icnogêneros Skolithos e Taenidium, também foram identificados (Fernandes et al., 1998). 22 3.6.6 FORMAÇÃO EXU Os arenitos da FormaçãoExu repousam sobre os ritmitos da Formação Araripina, formando uma cobertura contínua que se estende por toda a área da Chapada do Araripe, com uma inclinação sub-horizontal e limitada na base por uma superfície erosiva sobre a Formação Araripina. Essa unidade tectono-sedimentar apresenta uma ampla variedade de facies, consistindo em arenitos vermelhos a alaranjados, friáveis e argilosos, com partes caulínicas e granulometria bastante variável. Ela contém camadas intercaladas de arenitos grossos a conglomeráticos e áreas bastante silicificadas (Valença, 1987). De acordo com Assine (2007), a configuração sedimentar dessa unidade é caracterizada por ciclos ascendentes granodecrescentes, começando com arenitos conglomeráticos na base, evoluindo para arenitos grossos com estratificação cruzada tabular e acanalada, e alternando-se com facies pelíticas de planície de inundação no topo. Essa variedade de litofácies confere à Formação Exu um caráter de sistema fluvial entrelaçado (Assine, 2007. 4. GEOLOGIA LOCAL 4.1 GEOMORFOLOGIA 4.1.1 ANÁLISE DE RELEVO A região de Santana do Cariri, nos distritos de Inhumas, no Ceará. Composto por uma unidade geomorfológica distinta: a Chapada do Araripe. Essa unidade possui características próprias, que influenciam a paisagem local e o desenvolvimento das atividades humanas. As características geomorfológicas da Chapada do Araripe influenciam o desenvolvimento das atividades humanas na região, com presença de solos férteis e a disponibilidade de água favorecem a agricultura e a pecuária. A mesma abrangendo os estados do Ceará, Pernambuco e Paraíba. Sua formação geológica remonta ao período Cretáceo, quando a região era coberta por um mar raso. Com o passar do tempo, ocorreu a sedimentação de rochas calcárias e arenitos, que, posteriormente, foram elevadas e erodidas, dando origem ao planalto atual. A Chapada do Araripe apresenta um relevo relativamente plano, com declividades suaves em direção ao norte e sul. Sua superfície é marcada pela presença de dolinas, cavernas, grutas e outras formações cársticas, esculpidas pela ação da água subterrânea sobre as rochas calcárias. 23 4.1.2 ANÁLISE DE DRENAGEM Os afloramentos estudados se localizam na região de Santana do Cariri, Ceará. A rede de drenagem da região é bem desenvolvida, abrangendo toda a área de estudo e exibindo um padrão de alinhamento significativo. Essa rede hidrográfica inclui uma abundância de açudes, que são típicos da região semiárida, além de muitos canais de drenagem intermitentes, que permanecem secos durante a maior parte do ano, exceto durante eventos de precipitação. A camada superficial da região é composta predominantemente pela Formação Exu, que atua como uma esponja, captando e conduzindo a água para os aquíferos e rios da bacia sedimentas local. Esse comportamento hidrogeológico é essencial para a recarga dos recursos hídricos subterrâneos e superficiais da região, influenciando diretamente a disponibilidade de água. As margens das estradas da área estudada frequentemente apresentam movimentação de água decorrente das chuvas sazonais. Essas chuvas causam escoamento superficial considerável, influenciando a erosão e o transporte de sedimentos. As características geológicas e topográficas da região, aliadas ao clima semiárido, são determinantes para a formação e comportamento das estruturas de drenagem observadas. 4.1.3 ANÁLISE DE SOLO Nas Áreas de estudo, os solos identificados são do tipo litólico com pouco desenvolvimento, coberto por cascalhos ou areia nas partes em que o terreno ocorre proximo a encostas de morros. Outro tipo que também foi identificado é o Latossolo com coloração amarelada a avermelhada e em alguns locais esbranquiçada. Esses solos se formaram a partir do intemperismo e da erosão de rochas sedimentares presentes no terreno. 4.1.4 ANÁLISE DE VEGETAÇÃO O tipo de vegetação mais frequente na região é a floresta tropical subcaducifólia, acompanhada de áreas de mata úmida e rasteira. O tamanho das árvores variada de grandes a médias sendo uma característica distintiva desse vegetação. Além disso, é viável encontrar diversas espécies de gramíneas e outros tipos de plantas rasteiras, algumas delas capazes de produzir espinhos. 24 Figura 5. Floresta tropical Subcaducifólia. Fonte: Autores, 2024. 5. EMPILHAMENTO ESTRATIGRÁFICO 1. Formação Cariri o Geossítio Cachoeira de Missão Velha Arenito com aproximadamente 420 milhões de anos (Período Siluriano) Estratificações plano-paralelas e cruzadas Presença de icnofósseis (vestígios de atividade vital de invertebrados aquáticos) Marmitas (cavidades circulares formadas pela abrasão de sedimentos no leito do rio) 2. Formação Missão Velha o Geossítio Floresta Petrificada Arenito avermelhado com fragmentos de troncos petrificados Datação aproximada de 145 milhões de anos (Período Jurássico) Estratificação cruzada, fraturas, acamamento heterolítico, gretas de contração 3. Formação Exu o Geossítio Ponte de Pedra 25 Arenito com erosão formando uma ponte natural Formação há aproximadamente 96 milhões de anos (Período Cretáceo) Erosão diferencial preservando geoformas distintas 4. Formação Romualdo o Geossítio Parque dos Pterossauros Concreções calcárias com fósseis de pterossauros, dinossauros, tartarugas e peixes Datação de cerca de 100 milhões de anos (Período Cretáceo) Ambiente de laguna com interação ocasional com o Oceano Atlântico 6. DOMÍNIO REGIONAL NA BACIA DO ARARIPE: A Bacia do Araripe é uma região geológica de grande importância no Nordeste do Brasil, famosa por sua rica diversidade paleontológica e geológica. Os geossítios mencionados na bacia representam diferentes períodos geológicos e paleoambientes. A estratificação das formações sedimentares e os registros fósseis mostram como a paisagem e a vida na área mudaram ao longo de centenas de milhões de anos. A disposição e a deformação das rochas ao longo de seu curso são influenciadas pelo Lineamento Patos, uma estrutura geológica quilométrica que atravessa a área. Embora esse lineamento não seja expresso diretamente nos geossítios mencionados, é essencial para compreender a tectônica da região e como ela afeta a formação e preservação das camadas sedimentares. Em resumo, o empilhamento estratigráfico da Bacia do Araripe revela uma história geológica complexa e dinâmica. Além disso, o domínio regional enfatiza a importância dessa região como um laboratório natural para estudar a evolução da Terra e a forma de vida ao longo de extensos períodos geológicos. 7. GEOLOGIA ESTRUTURAL Neste tópico foram organizadas as informações coletadas em campo, associando cada afloramento ao seu respectivo dia de visitação, assim obtendo: Formação Cariri, Formação Missão Velha, Embasamento, Formação Exu e Cariri e Formação Romualdo. 7.1 AFLORAMENTO 1 - GEOSSÍTIO CACHOEIRA DE MISSÃO VELHA Localizado no Sítio Cachoeira, a 3km da sede do Município de Missão Velha, este geossítio caracteriza-se por quedas d’água, com aproximadamente 12 metros de altura, 26 formadas pelo Rio Salgado. A rocha sedimentar deste geossítio é o arenito da formação Cariri, com aproximadamente 420 milhões de anos (Período Siluriano). Os sedimentos arenosos que originaram este arenito foram depositados quando a região, que corresponde hoje ao sul do Ceará, foi invadida por águas de um mar raso, antecedendo a formação da Bacia Sedimentar do Araripe. Apresenta algumas estruturas/feições típicas de rochas sedimentares, dentre elas estratificações plano-paralelas e cruzadas, icnofósseis e marmitas. As estratificações plano- paralelas e cruzadas são originadas pela acumulação progressiva de sedimentos, no caso da Formação Cariri, areias e seixos, tendendo a formar estratosou camadas (planas ou inclinadas), indicativas do fluxo d’água que as depositou. Estas estruturas são facilmente observadas nos blocos rochosos da Cachoeira de Missão Velha. Também neste geossítio estão preservados icnofósseis, ou seja, estruturas interpretadas por paleontólogos como vestígios da atividade vital de antigos organismos, neste caso, invertebrados aquáticos. As marmitas caracterizam-se como cavidades de boca circular, escavadas pela abrasão de areia, grânulos, seixos e até blocos que giram em alta velocidade, em pontos preferenciais onde se formam redemoinhos ao longo do leito do rio. Estas feições são características de processos erosivos em rios. Latitude: 7° 13´ 21´´ 47´´ S, longitude 39° 8´ 38´´ 95´´ W, altitude de 340 metros. A Litologia é de arenitos de granulometria grossa e coloração amarelada intercalados com conglomerados, com presença de acamamento, estratificação cruzada paralela com presença de sigmoides. O afloramento é caracterizado geomorfológicamente como cânions de ambientes fluviais de rios com alta energia entalhando rochas. Localizada ao outro lado da ponte que corta a cocheira é composto por blocos métricos de arenitos silicificados bem angulosos, demonstrando pouca movimentação. Apresentam estruturas rúpteis e sistemas de fraturas com camadas inclinadas e basculhadas. 27 Figura 6. A) Visão geral do afloramento; B) Marmita; C) Bloco com fratura vertil; D) Bloco com estratificações. Fonte: Autores,2024. A B C D 28 7.2 AFLORAMENTO 2 – GEOSSÍTIO FLORESTA PETRIFICADA O Geossítio Floresta Petrificada do Cariri está localizado no Sítio Olho D’água Comprido, a 6km a sudeste de Missão Velha, na localidade conhecida como Grota Funda próximo a cidade de Nova Olinda, CE – 388, o afloramento é conhecido como floresta petrificada, Constituído por uma área de erosão (ravina) que mostra camadas de rochas avermelhadas, o arenito da Formação Missão Velha, com cerca de 8m de espessura, onde ocorrem fragmentos de troncos petrificados com aproximadamente 145 milhões de anos. Composto por arenitos amarelados e esbranquiçados com coloração com estratificação cruzada acamadada e arenitos maciços na base com altura média de 15 metros, sofreu muita erosão por intemperismo. Possui estratificação cruzada, com presença de fraturas, acamamento heterolítico, gretas de contração. Latitude: 7° 15´ 50 99´´ S, longitude 39° 4´ 53 57´´ W, altitude de 500 metros. Os fósseis de troncos petrificados evidenciam que, naquela época (Período Jurássico), existiam na região colinas cobertas por florestas recortadas por rios que transportavam os troncos caídos e que eram depois depositados em meio às areias e argilas, sendo fossilizados (petrificados) ao longo do tempo geológico. Esses abundantes fragmentos de troncos petrificados pertenciam a antigas árvores de coníferas (grupo dos pinheiros), alguns com mais de 2m de comprimento. 29 Figura 7. A) Visão geral do afloramento; B) dury crust; C) Estratificações; D) Estratificação cruzada acanalada; E) Tronco petrificado. Fonte: Autores,2024. 7.3 AFLORAMENTO 3 – CE – 330 O afloramento estudado encontra se inserido no Lineamento Patos que é uma das estruturas fundamentais da Provincia Borborema, sendo uma estrutura quilométrica maior que 800km, onde dentro desse lineamento ocorre deformações muito intensas trazendo critérios C E D B A 30 cinemáticos, composta de granitoides de maneira geral. Trata-se de uma zona de cisalhamento transcorrente destral que corta a provincia na direção E-W a NESW. Localizado a 4 Km de nova Olinda, sentido a Altanera - CE 330, Altitude: 7° 4'12" S, longitude:39 42'23 W, Elevação 500m, possui algumas quedas de agua e pequenos paredões. O afloramento apresenta estrutura planas, mas observa se um rocha cinza escura (isotrópica) que está relacionada (paralela) a formação, essa feição isotrópica varia a espessura ao longo da rocha. Composto por rochas metamórficas do embasamento da bacia de mais de 650 milhões de anos, apresentando uma enorme variação composicional e uma verticalização com foliações bem marcantes O afloramento demonstra que as rochas foram deformadas mudando sua textura inicial para rochas miloniticas variando de milonitos a ultramilonitos que são rochas especificas de zona de cisalhamento, fica claro que a variação de rochas máficas e félsicas. Observou se também a estrutura de boudinagens no decorre do afloramento. A boudinage é um processo de deformação sofrido por camadas, bandas ou lentes mais competentes e rúpteis que se fragmentam em forma de boudins (salsichas). Figura 8. A) Visão geral do afloramento; B) Lineamentos; C) Bloco in situ; D) Dobras; E) fratura; F) Dobras. A 31 Fonte: Autores,2024. 7.4 AFLORAMENTO 4 – GEOSSÍTIO PONTE DE PEDRA A ponte de Pedra é um sítio marcante na paisagem, com bela vista panorâmica, localizado no município de Nova Olinda, na descida da Chapada do Araripe. É representado por uma formação rochosa natural que lembra uma ponte, pois cobre o vão de um riacho que só apresenta água em épocas de chuva. B C E F D 32 Corresponde a uma geoforma esculpida no arenito, resultado da erosão provocada pela água ao longo dos últimos milhões de anos. Localmente, ocorreu um contínuo processo de erosão que atuou de forma distinta nos diferentes níveis do arenito (grossos e finos), sendo que os níveis mais resistentes à erosão ficaram preservados formando a ponte de pedra. Este arenito pertence à Formação Exu e foi formado há, aproximadamente, 96 milhões de anos (Período Cretáceo). Latitude: 7° 8´ 54´´ S, longitude 39° 37´ 46´´ O, altitude de 780 metros. Também é observado no mesmo local afloramentos do tipo lajedo com rochas da formação cariri ou seja um contato entre essas duas formações. Uma possível explicação é que o local está na paleoborda da bacia sedimentar. Figura 9. A) Ponte de Pedra; B) Bloco rolado; C) Bloco in situ. Fonte: Autores,2024. A B C 33 7.5 AFLORAMENTO 5 – PARQUE DOS PTEROSSAUROS Latitude: 7°8'54" S Longitude: 39°37´´46´´W Altitude: 730m O Geossítio Parque dos Pterossauros está localizado no Sítio Canabrava, de propriedade da Universidade Regional do Cariri (URCA), a 2,5km de Santana do Cariri, neste Geossítio são feitas escavações paleontológicas em rochas da formação Romualdo, em busca de concreções calcárias que geralmente possuem fósseis, conhecidas popularmente como “pedras de peixe”. As concreções calcárias existentes entre as camadas de folhelhos (lama petrificada do fundo da laguna), desta formação, apresentam tamanho e formas variadas, possuindo geralmente em seu interior macrofósseis tridimensionalmente preservados. Nestas concreções, são encontrados restos de pterossauros (variedade de réptil voador), dinossauros, tartarugas e vegetais. Os fósseis da formação Romualdo revelam que nesta região existia uma laguna (lagos de água salgada) que, por vezes, tinham contato com as águas do Oceano Atlântico, há aproximadamente 100 milhões de anos (Período Cretáceo). Tal fato é confirmado pela identificação de fósseis de peixes marinhos. Foi descrita uma grande variedade de pterossauros, pelo menos 21 espécies, de diferentes tamanhos e formas, com enormes cristas na cabeça ou na mandíbula. Por outro lado, os peixes constituem o grupo de organismos mais abundante no membro Romualdo, tendo sido identificadas, até o momento, 22 diferentes espécies, entre grupos ósseos e cartilaginosos, alguns alcançando 2,5m de comprimento. 34 Figura 10. Visão geral do local. Fonte: Autores, 2024. 8. DISCUSSÃO Os Geossítios são essenciais para a compreensão geológica e paleontológica. A compreensão da evolução geológica e paleontológicada Bacia do Araripe depende dos geossítios. Cada local oferece um registro distinto dos ambientes antigos e dos processos geológicos que formaram a paisagem por milhões de anos. Estratificação e Paleoclimas: As formações, como o arenito da Formação Cariri na Cachoeira de Missão Velha, têm estratificações plano-paralelas e cruzadas, que indicam processos de deposição sedimentar em ambientes fluviais e marinhos rasos. Essas características revelam as condições ambientais e os paleoclimas do período Siluriano. Petrificação e Paleoflora: A presença de troncos petrificados na Floresta Petrificada mostra uma paleoflora rica que existiu durante o Jurássico. Isso mostra o ambiente de florestas antigas e os processos de fossilização que ocorreram ao longo de milhões de anos. Impacto da Erosão: A formação da Ponte de Pedra, que resulta da erosão diferencial do arenito da Formação Exu, mostra o papel dos processos erosivos na criação e preservação de paisagens geológicas distintas. 35 Registro Paleontológico: O Parque dos Pterossauros oferece um registro excepcional de fósseis de organismos do Cretáceo, incluindo pterossauros, que permite estudos detalhados sobre a diversidade biológica e as interações paleoambientais na área. A influência do lineamento de patos na tectônica regional O Lineamento Patos é uma zona de cisalhamento transcorrente que corta a Bacia do Araripe. Ele desempenha um papel importante na estruturação geológica e na evolução tectônica da região. Deformações e Estruturas Geológicas: A presença de rochas metamórficas deformadas severamente ao longo do Lineamento Patos, como observado no CE-330, demonstra a influência das forças tectônicas na formação de milonitos e ultramilonitos. A atividade tectônica pode causar deformação e metamorfismo nessas rochas. Variação Composicional e Foliação: A presença de foliação significativa nas rochas metamórficas do embasamento ao longo do lineamento e a variação composicional mostram a complexidade estrutural e a intensidade dos eventos tectônicos que afetaram a região ao longo da história geológica. Interpretações Paleogeográficas: Estudar o Lineamento Patos permite também interpretar a paleogeografia e os movimentos crustais que ocorreram ao longo do tempo geológico, oferecendo informações sobre a evolução das paisagens e ambientes sedimentares na Bacia do Araripe. 9. CONCLUSÃO A área de estudo demostrou contextos típicos com base nos geossítios estudados na Bacia do Araripe, fica evidente a riqueza geológica e paleontológica dessa região. Cada afloramento revela aspectos únicos da história geológica e ambiental ao longo de milhões de anos. Desde o arenito da Formação Cariri, com suas estratificações plano-paralelas e icnofósseis da Cachoeira de Missão Velha, até os troncos petrificados da Formação Missão Velha no Geossítio Floresta Petrificada, datados do Jurássico, cada local oferece um vislumbre da antiga paisagem do sul do Ceará. O Lineamento Patos, por sua vez, atravessa esses ambientes, imprimindo deformações intensas nas rochas metamórficas do embasamento, como evidenciado no afloramento do CE- 330. Esse lineamento não apenas define a estrutura geológica da região, mas também influencia diretamente a disposição e o comportamento das rochas ao longo de mais de 800 km. 36 A Ponte de Pedra, formada pelo arenito da Formação Exu, ilustra a persistência da erosão ao longo do tempo, moldando paisagens distintas e preservando geoformas únicas. Enquanto isso, o Parque dos Pterossauros revela um registro paleontológico excepcional da vida pré-histórica, com fósseis de pterossauros e peixes marinhos preservados nas concreções calcárias da Formação Romualdo. Esses geossítios não apenas enriquecem nosso entendimento da geologia estrutural da Bacia do Araripe, mas também destacam sua importância como patrimônio científico e cultural, oferecendo valiosas informações sobre a evolução da vida e do ambiente ao longo de eras geológicas. 37 REFERÊNCIAS ARTHAUD, M H; CABY, R; FUCK, R A; DANTAS, E L; PARENTE, C V. 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