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19 - 19-06-12-RESPONSABILIDADE CIVIL 02

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Causas Excludentes de Responsabilidade Civil e 
Responsabilidade Civil Indireta 
Olá! 
Vamos começar hoje com uma dica. 
Responsabilidade Civil, esta apaixonante disciplina, exige um constante 
estudo da jurisprudência brasileira. 
Isso porque, tantas são as situações da vida, que a atuação pretoriana 
afigura-se muito importante, para melhor aplicar o Direito ao caso concreto. 
Para concurso público, entendemos que o estudo da doutrina deve vir 
sempre acompanhado da análise da jurisprudência dos nossos Tribunais. 
Nesta aula de hoje, pois, assim como nas demais que compõem o 
módulo de Responsabilidade Civil, trataremos, pois, de passar em revista 
importantes pronunciamentos judiciais. 
Data: 19-06-2012
 
 
 
 
 
 
INTENSIVO I
Responsabilidade Civil II
 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
INTENSIVO I 
Disciplina: Direito Civil 
Profª. Pablo Stolze
Atualize-se sempre! Vamos lá, então! 
 
1. Causas excludentes da responsabilidade civil: 
 
1. Estado de Necessidade; 
2. Legítima Defesa; 
3. Exercício Regular de Direito e Estrito Cumprimento do 
Dever Legal; 
4. Caso Fortuito e Força Maior; 
5. Culpa Exclusiva da Vítima; 
6. Fato de Terceiro. 
 
1.1. Estado de Necessidade. 
 
O estado de necessidade tem assento legal no art. 188 do CC-
02 (art. 160, CC-16), no seu inc. II, conforme se vê abaixo: 
 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício 
regular de um direito reconhecido; 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, 
ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo 
somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente 
necessário, não excedendo os limites do indispensável para a 
remoção do perigo. 
 
O estado de necessidade consiste na situação de agressão a 
um direito alheio, de valor jurídico igual ou inferior àquele que se 
pretende proteger, para remover perigo iminente, quando as 
circunstâncias do fato não autorizarem outra forma de atuação. 
Note-se, entretanto, que, se o terceiro atingido não for o 
causador da situação de perigo, poderá exigir indenização do agente 
que houvera atuado em estado de necessidade, cabendo a este ação 
regressiva contra o verdadeiro culpado (arts. 929 e 930, NCC, arts. 
1519 e 1520, CC-16). Poderíamos dizer, então, neste caso, haver 
responsabilidade civil decorrente de um ato lícito. 
 
1.2. Legítima Defesa. 
 
Também excludente de responsabilidade civil, a legítima defesa 
tem fundamento no mesmo art. 188 do Código Civil, inciso I, primeira 
parte: 
Art. 188. Não constituem atos ilícitos: 
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício 
regular de um direito reconhecido; 
II - a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a 
lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. 
 
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 tatianaconcursos@hotmail.com
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo 
somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente 
necessário, não excedendo os limites do indispensável para a 
remoção do perigo. 
 
Diferentemente do estado de necessidade, na legítima defesa o 
indivíduo encontra-se diante de uma situação atual ou iminente de 
injusta agressão, dirigida a si ou a terceiro, que não é obrigado a 
suportar. 
Na mesma linha do que dissemos acima, se o agente, 
exercendo a sua lídima prerrogativa de defesa, atinge terceiro 
inocente, terá de indenizá-lo, cabendo-lhe, outrossim, ação regressiva 
contra o verdadeiro agressor. 
Nesse sentido, confiram-se os arts. 929 e 930 do NCC, acima 
mencionados1: 
 
Art. 929. Se a pessoa lesada, ou o dono da coisa, no 
caso do inciso II do art. 188, não forem culpados do perigo, 
assistir-lhes-á direito à indenização do prejuízo que sofreram. 
Art. 930. No caso do inciso II do art. 188, se o perigo 
ocorrer por culpa de terceiro, contra este terá o autor do dano 
ação regressiva para haver a importância que tiver ressarcido 
ao lesado. 
Parágrafo único. A mesma ação competirá contra 
aquele em defesa de quem se causou o dano (art. 188, 
inciso I). 
 
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 1.3. Exercício Regular de Direito e Estrito Cumprimento do 
Dever Legal. 
 
Não poderá haver responsabilidade civil se o agente atuar no 
exercício regular de um direito reconhecido (art. 188, I, segunda 
parte).2 
Para o STJ: 
AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. CIVIL E 
PROCESSUAL CIVIL. 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO 
JURISDICIONAL. 
INOCORRÊNCIA. CONTRATO BANCÁRIO. AÇÃO REVISIONAL. 
COBRANÇA DE ENCARGOS ABUSIVOS. REPETIÇÃO DE INDÉBITO NA 
FORMA SIMPLES. 
1. A via do agravo regimental, na instância especial, não se 
presta para prequestionamento de dispositivos constitucionais. 
2. Não há falar em negativa de prestação jurisdicional nos 
embargos de declaração, se o Tribunal de origem enfrenta a matéria 
posta em debate na medida necessária para o deslinde da 
controvérsia, ainda que sucintamente. A motivação contrária ao 
interesse da parte não se traduz em maltrato ao art. 535 do CPC. 
3. "O pagamento resultante de cláusula contratual mais tarde 
declarada nula em sede judicial deve ser devolvido de modo simples, 
e não em dobro; age no exercício regular de direito quem recebe a 
prestação prevista em contrato" (EREsp 328.338/MG, Rel. Min. ARI 
PARGENDLER, DJ, 01.02.2006). 
 
2 Ressalve-se a situação excepcional, de responsabilidade civil decorrente de 
ato lícito, vista em sala. 
 
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4. Agravo regimental a que se nega provimento. 
(AgRg no Ag 1136936/PR, Rel. Ministro VASCO DELLA 
GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS), TERCEIRA 
TURMA, julgado em 14/09/2010, DJe 20/09/2010) 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL. 
PROCESSO CIVIL. RECURSO RECEBIDO COMO AGRAVO REGIMENTAL. 
NOTÍCIA-CRIME. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO. AUSÊNCIA DE 
MÁ-FÉ. RESPONSABILIDADE CIVIL. NÃO CONFIGURAÇÃO. 
1. Admitem-se como agravo regimental embargos de 
declaração opostos a decisão monocrática proferida pelo relator do 
feito no Tribunal, em nome dos princípios da economia processual e 
da fungibilidade. 
2. O STJ pacificou entendimento de que a apresentação de 
notícia-crime constitui, em regra, exercício regular de direito e, 
portanto, não sujeita o denunciante à responsabilização por danos 
materiais e morais sofridos pelo acusado, exceto nas hipóteses em 
que a má-fé ou culpa grave do delator contribuir para a imputação de 
crime não praticado pelo acusado. 
3. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental, 
ao qual se nega provimento. 
(EDcl no REsp 914.336/MS, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE 
NORONHA, QUARTA TURMA, julgado em 16/03/2010, DJe 
29/03/2010) 
AGRAVO REGIMENTAL. AJUIZAMENTO DE AÇÃO. PREJUÍZO MORAL. 
INOCORRÊNCIA. ACÓRDÃO RECORRIDO EM HARMONIA COM ESTA 
CORTE. DANO MORAL. ATO ILÍCITO. REEXAME DE PROVAS. 
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 07/STJ. 
 
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1. O acórdão guerreado está em consonância com entendimento 
preconizado nesta Corte no sentido de que o mero ajuizamento de 
ação judicial não gera dano moral, porquanto o autor está no seu 
exercício regular de direito. 
2. O aresto impugnado, ao reconhecer ausentes os requisitosaptos a 
ensejar indenização por danos morais em face da agravada, o faz 
com base nos elementos de convicção da demanda. Neste contexto, 
sua reforma demandaria o reexame das provas constantes dos autos. 
3. Agravo regimental desprovido. 
(AgRg no Ag 1030872/RJ, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, 
QUARTA TURMA, julgado em 21/10/2008, DJe 03/11/2008) 
Outro exemplo de exercício regular de direito é referido em 
acórdão do STJ, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, no RESP n. 
304192/MG: 
 
 DIREITO COMERCIAL. CHEQUE. ENDOSSO VICIADO. BANCO 
SACADO. DEVER DE CONFERÊNCIA. DEVOLUÇÃO DE CHEQUE. 
EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO(ART. 160-I, CC). DESCABIMENTO 
DE INDENIZAÇÃO. ART. 462, CPC. APLICAÇÃO. PRECEDENTES. 
RECURSO PROVIDO. 
 I – Consoante proclamado em precedentes da Turma, o banco 
cobrador ou apresentante está desobrigado de verificar a 
autenticidade da assinatura do endosso. Por outro lado, todavia, tal 
não significa que a instituição financeira estaria dispensada de 
conferir a regularidade dos endossos, aí incluída a legitimidade do 
endossante. 
 II - Igual responsabilidade incumbe ao banco sacado, nos termos 
do art. 39 da Lei do Cheque. 
 
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 III - Age em exercício regular de direito(art. 160-I do Código Civil), 
o banco que se recusa a pagar cheque com irregularidade no 
endosso, não se podendo imputar à instituição financeira, pela 
devolução de cheque com esse vício, a prática que culmine em 
indenização. 
 IV - No caso, fica ressalvado que a improcedência do pedido de 
indenização não exime o banco da obrigação de pagar o cheque, uma 
vez demonstrado no curso da ação(art. 462, CPC) a regularização do 
endosso. (grifos nossos) 
AGRAVO INTERNO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROTESTO DE 
CAMBIAL VÁLIDA, VENCIDA E NÃO PAGA. AUSÊNCIA DE OMISSÃO 
NO ACÓRDÃO RECORRIDO. 
EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO. CANCELAMENTO DO REGISTRO 
NO CARTÓRIO COMPETENTE APÓS A QUITAÇÃO DA DÍVIDA. 
INCUMBÊNCIA DO DEVEDOR. 
I - Não se viabiliza o especial pela indicada violação dos artigos 458, 
II, e 535, I, do Código de Processo Civil pois, embora rejeitados os 
embargos de declaração, verifica-se que a matéria em exame foi 
devidamente enfrentada pelo colegiado de origem, que sobre ela 
emitiu pronunciamento de forma fundamentada, ainda que em 
sentido contrário à pretensão do recorrente. A jurisprudência desta 
Casa é pacífica ao proclamar que, se os fundamentos adotados 
bastam para justificar o concluído na decisão, o julgador não está 
obrigado a rebater, um a um, os argumentos utilizados pela parte. 
II - Esta Corte possui entendimento no sentido de que, tendo sido 
protestado o título pelo credor, no exercício regular de direito 
(protesto devido), ao devedor, após a quitação da dívida, incumbe 
promover o cancelamento do registro de seu nome no cartório 
competente. 
III - Agravo improvido. 
 
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(AgRg no Ag 792.824/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 16/09/2008, DJe 30/09/2008) 
RECURSO ESPECIAL. ADVOGADO. EXCESSO VERBAL. REFERÊNCIA A 
CONDENAÇÕES E PUNIÇÕES DESCONSTITUÍDAS. DANO MORAL. 
INEXISTÊNCIA. 
1. Age em exercício regular de direito o advogado que opõe exceção 
de suspeição e tenta demonstrar que o excepto rotineiramente foge 
ao dever da imparcialidade. 
2. Não age com excesso o advogado que noticia punições verídicas 
sofridas pelo excepto, referentes às suas atribuições profissionais, 
ainda que desconstituídas posteriormente. 
3. O ato praticado em exercício regular de direito não gera dano 
moral indenizável. 
(REsp 886.920/PR, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, 
TERCEIRA TURMA, julgado em 26/10/2006, DJ 27/11/2006 p. 287) 
CIVIL. COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA. MORA DO PROMITENTE 
VENDEDOR. 
Age no exercício regular de direito o promitente comprador que susta 
o pagamento da última parcela do preço do imóvel, cujo vencimento 
coincide com aquele previsto para o ato da entrega das respectivas 
chaves, obrigação não cumprida pelo promitente vendedor. Recurso 
especial conhecido e provido. 
(REsp 121.489/ES, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 20/04/2006, DJ 14/08/2006 p. 276) 
Não se acatou a tese, outrossim, no seguinte julgado (Resp. 
164391/RJ): 
 CIVIL E PROCESSO CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. EMPREGADA 
DOMÉSTICA. SUSPEITA DE FURTO. TRANCAMENTO NO 
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APARTAMENTO. QUEDA DO EDIFÍCIO. SUSPEITA DE SUÍCIDIO. 
IRRELEVÂNCIA. RESPONSABILIDADE DOS PATRÕES. EXERCÍCIO 
REGULAR DE DIREITO. INOCORRÊNCIA. USO IMODERADO DO MEIO. 
DOUTRINA. RECURSO ESPECIAL. PRESSUPOSTOS. FALSIDADE DE 
DOCUMENTO. MATÉRIA FÁTICA. SÚMULA/STJ. ENUNCIADO Nº 7. 
PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ. CPC. ART. 132. 
SENTENÇA PROFERIDA PELO JUIZ DA INSTRUÇÃO, REMOVIDO PARA 
OUTRA VARA DA MESMA COMARCA. INOCORRÊNCIA DE NULIDADE. 
IMPOSSIBILIDADE DE ENFRENTAMENTO DE TEMAS NÃO 
PREQUESTIONADOS. RECURSO DESACOLHIDO. 
 I – A relação de trabalho entre patrão e empregada doméstica 
confere`àquele o poder de exigir tão-somente as obrigações 
decorrentes do contrato de trabalho. Prender o empregado no local de 
trabalho, sob o argumento de averiguações quanto a eventual ilícito 
praticado, constitui uso imoderado do meio, nos termos da melhor 
doutrina. 
 II – O exercício regular de um direito não pode agredir o direito 
alheio, sob pena de tornar-se abusivo e desconforme aos seus fins. 
 III – O cerceamento ao direito fundamental de ir e vir encontra no 
ordenamento constitucional hipóteses restritas, não se podendo 
atribuir ao empregador o poder de tolher a liberdade do empregado, 
ainda que por suspeita de crime contra o patrimônio. 
 IV – Matéria concernente a falsidade documental, decidida pelas 
instâncias ordinárias com base nos fatos da causa, não pode ser 
revista em sede de recurso especial, nos termos do veto contido no 
verbete nº 7 da súmula desta Corte. 
 V – Encontrando-se já encerrada a instrução do feito, a simples 
remoção do juiz que a tenha conduzido e concluído, máxime se 
efetivada para outra vara da mesma comarca, não o impede de 
proferir a sentença. 
 
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 VI – A técnica do recurso especial exige que os temas concernentes 
aos dispositivos legais apontados como violados pelo recorrente 
tenham sido debatidos no acórdão impugnado. (grifos nossos) 
(...) 
Umbilicalmente ligado a esta excludente é o estrito cumprimento do 
dever legal, cuja noção não apresenta dificuldade. 
Veja-se, na jurisprudência, a aplicação desta excludente (Ap. 
Cível 2425490, TJDF, Rel. Deocleciano Queiroga, j. em 06-05-93): 
REPARAÇÃO DE DANOS- PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO- 
ACIDENTE DE TRÂNSITO CAUSADO POR POLICIAL MILITAR EM 
SERVIÇO- INEXISTÊNCIA DE CONDUTA CULPOSA STRICTO SENSU- 
Policial Que Sem Condições De Descanso Ou Revesamento 
Cumpria Ordem De Patrulhamento Determinada Por Superior 
Hierárquico- Excludente De Responsabilidade Reconhecida 
Pela Decisão Monocrática- Improvimento Do Recurso: -Correta É A 
Decisão De Primeiro Grau Que Julga Improcedente Ação De 
Reparação De Danos Proposta Contra Policial Militar Que, Em Respeito 
A Ordem De Superior Hierárquico E, Sem Descanso Ou Revesamento, 
Causa Acidente De Trânsito, Apesar De Estar Obedecendo A 
Velocidade Determinada Para O Local Onde Ocorreu O Sinistro. (grifos 
nossos) 
Mas nem sempre é fácil o seu reconhecimento em sede de 
Habeas Corpus, dada a eventual necessidade de dilação probatória: 
HABEAS CORPUS. PENAL MILITAR. LESÕES CORPORAIS. FALTAJUSTA CAUSA. 
ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL. EXCLUDENTE NÃO 
EVIDENCIADA DE PLANO. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. 
IMPOSSIBILIDADE. 
 
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1. O trancamento da ação penal pela via de habeas corpus é 
medida de exceção, que só é admissível quando emerge dos autos, 
sem a necessidade de exame valorativo do conjunto fático ou 
probatório, a atipicidade do fato, a ausência de indícios a 
fundamentarem a acusação ou, ainda, a extinção da punibilidade, 
circunstâncias não evidenciadas no caso. 
2. Reconhecer a ausência de justa causa, porque o acusado 
agiu no estrito cumprimento do dever legal, demanda, 
necessariamente, o exame acurado da prova, uma vez que tal 
situação fática não se encontra evidenciada de forma inequívoca nos 
autos. 
3. Quando a versão de inocência apresentada é contraposta por 
elementos indiciários apresentados pela acusação, o confronto de 
versões para o mesmo fato deve ser solucionado por meio da 
instrução criminal, garantidos o devido processo legal, o contraditório 
e a ampla defesa. 
4. Ordem denegada. 
(HC 81.763/PA, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, 
julgado em 17/02/2009, DJe 16/03/2009) 
Outro interessante julgado envolvendo quebra de sigilo fiscal: 
CIVIL. RECURSO ESPECIAL. DANOS MORAIS. QUEBRA DE 
SIGILO BANCÁRIO. 
LEI N.º 4.595/64. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. ATENDIMENTO 
DE SOLICITAÇÃO DE INFORMAÇÕES DA RECEITA FEDERAL. LEI N.º 
8.021/90. ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL. DANO MORAL 
NÃO CONFIGURADO. PRECEDENTE. 
1. Malgrado a garantia constitucional da intimidade, o sigilo 
bancário, como já decidido por esta própria Corte Superior, não se 
 
 
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revela direito absoluto (cf. Resp n.º 802.228/PR, Primeira Turma, Rel. 
Min. José Delgado, DJU de 18/09/2006). 
2. Da harmônica exegese dos comandos normativos insertos 
nas Leis n.ºs 4.595/64 (art. 38) e 8.021/90 (arts. 7.º e 8.º) extrai-se 
que, a instituição financeira, mesmo na vigência da primeira norma, 
não poderia se opor ao Fisco, sob o pálio da proteção ao sigilo 
bancário de seu cliente, quando concomitantemente: (i) existisse 
procedimento de fiscalização instaurado; e (ii) o exame dos dados 
bancários fosse considerado indispensável pela autoridade fiscal. O 
não atendimento à solicitação formulada pela referida autoridade, no 
prazo de 10 (dez) dias úteis legalmente estipulado, acarretaria à 
mesma imposição de multa "equivalente a mil BTN Fiscais por dia útil 
de atraso" (Lei n.º 8.021/90, art. 7.º, §1.º). 
3. Destarte, ao atender solicitação expressa da autoridade 
fiscal, em obediência, assim, a comando legal expresso, cuja 
desconsideração ensejaria imposição da penalidade de multa, age a 
instituição financeira prestadora de informações à Receita Federal, em 
estrito cumprimento de dever legal, o que exclui a ilicitude de seu ato 
e, consectariamente, eventual obrigação de indenizar correntista pela 
suposta ocorrência de dano moral. 
4. Entendimento desta Corte Superior no sentido de que "a 
prestação de esclarecimentos e informes pelas instituições financeiras 
à autoridade fiscal, observadas as condições do § 5.º do art. 38 da Lei 
n.º 4.595/64, não viola o dever de sigilo bancário." (REsp 
921494/MS, Rel. Min. HUMBERTO GOMES DE BARROS, Rel. p/ 
Acórdão Min.SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, DJe 14/04/2009) 
5. Recurso especial a que se nega provimento. 
(REsp 622.365/RJ, Rel. Ministro VASCO DELLA GIUSTINA 
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS), TERCEIRA TURMA, 
julgado em 13/04/2010, DJe 28/04/2010) 
 
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1.4. Caso Fortuito e Força Maior. 
 
Trata da matéria o art. 393 do CC: 
Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos 
resultantes de caso fortuito ou de força maior, se 
expressamente não se houver por eles responsabilizado. 
Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior 
verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era 
possível evitar ou impedir3 
A despeito da acesa polêmica, que veremos em sala de aula, 
entendemos que “a característica básica da força maior é a sua 
inevitabilidade, mesmo sendo a sua causa conhecida (um terremoto, 
por exemplo, que pode ser previsto pelos cientistas); ao passo que o 
caso fortuito, por sua vez, tem a sua nota distintiva na sua 
imprevisibilidade, segundo os parâmetros do homem médio. Nesta 
última hipótese, portanto, a ocorrência repentina e até então 
desconhecida do evento atinge a parte incauta, impossibilitando o 
cumprimento de uma obrigação (um atropelamento, um roubo)”4. 
Uma importante observação, no entanto, deve ser feita. 
O assalto a mão armada (em transporte coletivo), em geral, 
segundo jurisprudência do STJ, tem sido encarado como evento de 
natureza fortuita (ou de força maior, a depender do entendimento do 
julgador), com o efeito de excluir a responsabilidade civil: 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. RECEBIDOS COMO AGRAVO 
 
 
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REGIMENTAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO TEMPESTIVOS OPOSTOS 
NA ORIGEM. REJEITADOS. RECURSO ESPECIAL. TEMPESTIVO. 
TRANSPORTE COLETIVO. ASSALTO À MÃO ARMADA. 
RESPONSABILIDADE. AFASTAMENTO. 
1. Em homenagem aos princípios da economia processual e da 
fungibilidade, devem ser recebidos como agravo regimental os 
embargos de declaração que contenham exclusivo intuito infringente. 
2. Pacificado o entendimento nesta Corte de que somente os 
embargos declaratórios opostos intempestivamente não interrompem 
o prazo para outros recursos. Recurso especial tempestivo. 
3. Este Tribunal tem jurisprudência tranquila de que eximida a 
responsabilidade da empresa de transporte coletivo em caso de 
assalto à mão armada ocorrido no interior de ônibus. Precedentes. 
4. Agravo regimental a que se nega provimento. 
(EDcl no Ag 1395921/BA, Rel. Ministra MARIA ISABEL 
GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 19/04/2012, DJe 
25/04/2012) 
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. 
RESPONSABILIDADE CIVIL. ASSALTO A ÔNIBUS COLETIVO. MORTE 
DO COBRADOR. FATO ESTRANHO À ATIVIDADE DE TRANSPORTE. 
EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE. PRECEDENTES DA SEGUNDA 
SEÇÃO. RECURSO PROVIDO. 
1. A jurisprudência consolidada no âmbito da Segunda Seção 
do STJ considera assalto em interior de ônibus causa excludente da 
responsabilidade de empresa transportadora por tratar-se de fato de 
terceiro inteiramente estranho à atividade de transporte - fortuito 
externo. 
2. Agravo regimental provido. 
 
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(AgRg no REsp 620.259/MG, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE 
NORONHA, QUARTA TURMA, julgado em 15/10/2009, DJe 
26/10/2009) 
AGRAVO REGIMENTAL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - ASSALTO - 
INTERIOR DE ÔNIBUS - RESPONSABILIDADE DA EMPRESA - 
EXCLUDENTE - CASO FORTUITO - DECISÃO AGRAVADA MANTIDA - 
IMPROVIMENTO. 
I. Fato inteiramente estranho ao transporte (assalto à mão 
armada no interior de ônibus coletivo), constitui caso fortuito, 
excludente de responsabilidade da empresa transportadora. 
II. O agravante não trouxe qualquer argumento capaz de 
modificar a conclusão alvitrada, a qual se mantém por seus próprios 
fundamentos. 
Agravo improvido. 
(AgRg no Ag 711.078/RJ, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, 
TERCEIRA TURMA, julgado em 16/09/2008, DJe 30/09/2008) 
PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. INDENIZAÇÃO POR 
DANOS MORAIS, ESTÉTICOS E MATERIAL. ASSALTO À MÃO ARMADANO INTERIOR DE ÔNIBUS COLETIVO. CASO FORTUITO EXTERNO. 
EXCLUSÃO DE RESPONSABILIDADE DA TRANSPORTADORA. 
1. A Segunda Seção desta Corte já proclamou o entendimento 
de que o fato inteiramente estranho ao transporte em si (assalto à 
mão armada no interior de ônibus coletivo) constitui caso fortuito, 
excludente de responsabilidade da empresa transportadora. 
3. Recurso conhecido e provido. 
(REsp 726.371/RJ, Rel. Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, 
QUARTA TURMA, julgado em 07.12.2006, DJ 05.02.2007 p. 244) 
 
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CIVIL. INDENIZAÇÃO. TRANSPORTE COLETIVO (ÔNIBUS). 
ASSALTO À MÃO ARMADA SEGUIDO DE MORTE DE PASSAGEIRO. 
FORÇA MAIOR. EXCLUSÃO DA RESPONSABILIDADE DA 
TRANSPORTADORA. 
1. A morte decorrente de assalto à mão armada, dentro de 
ônibus, por se apresentar como fato totalmente estranho ao serviço 
de transporte (força maior), constitui-se em causa excludente da 
responsabilidade da empresa concessionária do serviço público. 
2. Entendimento pacificado pela Segunda Seção. 
3. Recurso especial conhecido e provido. 
(REsp 783.743/RJ, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, 
QUARTA TURMA, julgado em 12.12.2005, DJ 01.02.2006 p. 571) 
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE 
CIVIL. 
ASSALTO NO INTERIOR DE ÔNIBUS. CASO FORTUITO OU FORÇA 
MAIOR. 
EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO. 
1. O fato de terceiro, que não exime de responsabilidade a empresa 
transportadora, é aquele que guarda uma relação de conexidade com 
o transporte. 
2. Segundo pacífico entendimento firmado nesta Segunda Seção, a 
ocorrência de assalto no interior de composição ferroviária mostra-se 
fato inteiramente alheio à relação de transporte propriamente dita, 
excluindo a responsabilidade da empresa concessionária de 
transporte público. 
3. Agravo improvido. 
 
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(AgRg no REsp 960.578/SP, Rel. Ministro HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, 
QUARTA TURMA, julgado em 18/09/2007, DJ 08/10/2007 p. 315) 
E mais recentemente: 
AGRAVO REGIMENTAL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - 
RESPONSABILIDADE CIVIL - TRANSPORTE COLETIVO - ASSALTO - 
CASO FORTUITO - SÚMULA 83/STJ - DECISÃO AGRAVADA MANTIDA - 
IMPROVIMENTO. 
I. O entendimento desta Corte é firme no sentido de que, em caso de 
transporte coletivo de passageiros, "o transportador só responde 
pelos danos resultantes de fatos conexos com o serviço que presta" 
(REsp 468.900/RJ, Rel. Min. ARI PARGENDLER, DJ 31.3.2003) e que 
havendo "assalto com arma de fogo no interior do ônibus, presente o 
fortuito, os precedentes da Corte afastam a responsabilidade do 
transportador" (REsp 286.110/RJ, Rel. Min. CARLOS ALBERTO 
MENEZES DIREITO, DJ 1.10.2001). Aplicável, portanto, à espécie, o 
óbice da Súmula 83 desta Corte. 
II. O Agravo não trouxe nenhum argumento novo capaz de modificar 
a conclusão alvitrada, a qual se mantém por seus próprios 
fundamentos. 
III. Agravo Regimental improvido. 
(AgRg no Ag 1348966/RJ, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 14/12/2010, DJe 03/02/2011) 
 
Direito civil. Assalto à mão armada no interior de hotel. Hipótese em 
que, durante a noite, os recepcionistas do estabelecimento foram 
rendidos pelos criminosos, que invadiram o quarto do autor e lhe 
roubaram jóias que portava consigo, para venda em feira de 
artesanato. Caso fortuito configurado. 
 
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- De acordo com as regras do Código Civil de 1916, a 
responsabilidade do hotel por roubo à mão armada no interior do 
estabelecimento somente se caracteriza caso fique comprovado que 
agiu com culpa, facilitando a ação dos criminosos ou omitindo-se de 
impedi-la. 
- Comprovado que os recepcionistas do hotel agiram de maneira 
correta, procurando barrar a entrada dos criminosos, e que a chave 
mestra dos quartos somente foi entregue aos assaltantes mediante 
ameaça de morte com arma de fogo, resta caracterizado caso 
fortuito. 
- Na hipótese, o hóspede portava quantidade considerável de jóias, 
que expunha para venda em público em feira livre. Desempenhava, 
portanto, atividade de risco, que não declarou ao hotel no check in. 
Também não se utilizou do cofre conferido pelo estabelecimento para 
guarda de objetos de valor. 
Recurso especial não conhecido. 
(REsp 841.090/DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 24.10.2006, DJ 12.02.2007 p. 261) 
Mas também há entendimento em contrário – polêmico, em 
nosso sentir - em Tribunais dos Estados, conforme podemos ver 
abaixo: 
1º/10/2002 
 
CÂMARA CÍVEL 
 
02.001761-8 Apelação Cível 
Origem : 001010112450 Porto Velho/RO (1ª Vara Cível) 
Apelante : EUCATUR - Empresa União Cascavel de Transporte e 
Turismo Ltda. 
 
 
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Relator : Desembargador Renato Mimessi 
Revisor : Desembargador Sebastião T. Chaves 
 
 
 
EMENTA 
 
Danos morais e materiais. Indenização. Contestação omissa. 
Preclusão. Princípio da eventualidade. Assalto a ônibus. 
Previsibilidade. Inexistência de caso fortuito ou força maior. Dever de 
indenizar. 
 
Omitida relevante matéria de defesa na contestação, é vedada sua 
argüição nas fases processuais ulteriores, se a hipótese não se 
enquadra dentre aquelas exceções legais ao princípio da 
eventualidade, previstas no CPC. 
 
Assaltos sucessivos e constantes de ônibus e passageiros, numa 
mesma linha, tornam o evento previsível, afastando a caracterização 
do caso fortuito ou força maior. 
 
 
 
ACÓRDÃO 
 
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os 
Desembargadores da Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado 
de Rondônia, na conformidade da ata de julgamentos e das notas 
taquigráficas, em, POR UNANIMIDADE, NEGAR PROVIMENTO AO 
RECURSO. 
 
Porto Velho, 1º de outubro de 2002. 
 
 
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_______________________________________________________
__________ 
DESEMBARGADOR SÉRGIO LIMA PRESIDENTE 
 
Na mesma linha, o Tribunal do Rio de Janeiro: 
“Responsabilidade objetiva 
Empresa de ônibus responde por assalto a passageiro 
por Drault Ernanny Filho 
As empresas de transporte coletivo têm responsabilidade sobre o que 
acontece no interior de seus veículos. Posteriormente, a companhia pode 
acionar o agressor ou assaltante. Mas, em primeiro lugar, responde a 
empresa. 
 
A decisão foi reafirmada pela 11ª Câmara Cível do Rio de Janeiro ao 
aprovar, por unanimidade, o voto do desembargador Mello Tavares. 
 
A empresa, no caso concreto, foi condenada a pagar a uma passageira 
que foi assaltada e baleada na cabeça a quantia equivalente a 300 
salários mínimos por dano moral; as despesas médicas e hospitalares, a 
pensão mensal de 1 salário mínimo durante dois anos; e as despesas 
processuais, custas e honorários advocatícios. 
 
Leia o acórdão da decisão 
 
DÉCIMA PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL 
APELAÇÃO CÍVEL Nº 99.001.3913 
RELATOR DESIGNADO: DESEMBARGADOR MELLO TAVARES 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL. 
ASSALTO EM ÔNIBUS. 
DANO AO PASSAGEIRO. 
RESPONSABILIDADE DA TRANSPORTADORA. 
 
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CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ART. 37, § 6º. 
SÚMULA 187 DO STF. 
 
Ação de Indenização proposta por passageira, quando viajava em ônibus 
de propriedade da transportadora, por ter sido assaltada e baleada na 
cabeça. 
 
A responsabilidade contratual do transportadornão é elidida por culpa de 
terceiro, contra o qual tem ação regressiva (súmula 187 do STF). 
 
O assalto, hoje, se insere nos riscos próprios do deslocamento. É mais 
provável o passageiro ser assaltado, do que sofrer danos decorrentes do 
próprio transporte. 
 
Afastada a hipótese de caso fortuito, posto que só é admissível quando 
se trata de eventos imprevisíveis, o que não é o caso. 
 
Recurso conhecido e provido”. 
 
E o julgado: 
 
”ACORDAM os Desembargadores que compõem a Décima Primeira 
Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por 
unanimidade, rejeitar a preliminar, e no mérito, em dar 
provimento ao recurso, nos termos do voto do primeiro Vogal 
Desembargador Mello Tavares, vencido o Desembargador Relator 
que o desprovia. Designado para o acórdão o Desembargador 
Mello Tavares. 
 
Cuida-se de ação indenizatória, de responsabilidade civil, contratual, de 
empresa de transporte coletivo. A vítima durante o trajeto foi assaltada 
no interior do ônibus pertencente a ré, sendo baleada por um dos 
assaltantes. 
 A pretensão foi desacolhida, pelo Juízo de primeiro grau, que condenou a 
 
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autora ao pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios 
fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa, observado o 
disposto no artigo 12, da Lei 1060/50. 
 
A autora-apelante argui preliminarmente a nulidade da sentença, por 
violação do artigo 458, II do Código de Processo Civil. E, quanto ao 
mérito, insurge-se contra o decisum, alegando que em se tratando de 
contrato de transporte, responde a empresa pelos danos causados à 
passageira. 
 
Foram anexadas contra-razões, prestigiando o julgado. 
 
É o relatório. 
 
DA PRELIMINAR DE NULIDADE DA SENTENÇA ARGUIDA PELA APELANTE. 
 
A Constituição Federal e a Legislação Processual Civil, não exigem que a 
decisão seja extensamente fundamentada. O que se exige é que o Juiz 
dê as razões de seu convencimento. 
 
Na espécie, a sentença do eminente Juiz monocrático, apesar de sucinta, 
foi suficientemente clara e precisa para demonstrar a correção de sua 
tese. 
 
Rejeita-se a preliminar. 
 
MÉRITO 
 
No dia 23 de dezembro de 1995, a autora, ora apelante, quando viajava 
em ônibus de propriedade da apelada, foi assaltada e baleada na cabeça, 
conforme demonstra o Registro de Ocorrência de fls. 11/12, e o auto de 
exame de corpo de delito de fls. 13. 
O evento não exibe contornos exclusivos de culpa extracontratual ou 
aquiliana, mas se direciona no elastério da responsabilidade civil 
 
 
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objetiva, que se inscreve na teoria do risco criado. 
 
A matéria é palpitante e tem suscitado inúmeros pronunciamentos, até o 
advento da Carta Magna de 88, cujo artigo 37, § 6º impôs a chamada 
responsabilidade pelo risco, às empresas concessionárias de serviço 
público. 
 
Conforme dispõem o artigo 17, do Decreto nº 2681, o artigo 14 da Lei 
8078, Código de Defesa do Consumidor e artigo 175, parágrafo único, 
inciso IV da Constituição Federal, a apelada, por ser prestadora de 
serviço público de caráter essencial, responde, independentemente de 
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos 
consumidores, por ocasião da prestação do serviço. 
 
Na hipótese dos autos, a responsabilidade da transportadora é cristalina, 
ante a ocorrência do assalto que ensejou os fatos no interior do ônibus, 
tendo em vista a frequência desses assaltos e a sua previsibilidade. 
 
O eminente e culto Professor Desembargador Martinho Garcez Neto, em 
sua obra "Prática da Responsabilidade Civil", 3ª Edição, Saraiva, Pág. 
103, ensina o seguinte: 
 
"As empresas de transporte, para conseguirem a concessão do serviço 
publico, que exploram vantajosamente, assumem prévia, consciente e 
deliberadamente, a obrigação de transportar incólume o passageiro do 
ponto inicial ao terminal da viagem. Sabem que assumem um risco 
contratual que as torna responsáveis no caso de acidente com o 
passageiro no curso da viagem. Não podem, portanto, honestamente, 
desembaraçar-se dessa obrigação, atirando a responsabilidade sobre os 
ombros do terceiro, cujo procedimento não podia deixar de entrar em 
suas cogitações, por isso que vinculado à exploração comercial da 
transportadora”. 
 E complementa sua opinião com uma afirmação que se coloca como luva 
 
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na hipótese presente: 
 
"... que, sendo um acontecimento inevitável, mas podendo o devedor 
prevê-lo, quando celebra o contrato, não exonera da responsabilidade 
por falta de cumprimento, porque o obrigado não devia ter assumido 
temerariamente o compromisso quando já era possível prever que 
haveria de ser inibido de realizar o convencionado. (A letra em itálico é 
do autor) 
 
E a teoria da causalidade adequada, criada pelo filósofo Von Kries, que 
entende deva ser considerado como causa apropriada apenas aquele fato 
que, no momento da produção do evento, surge como capaz de 
originarar o dano, constituindo um critério de previsibilidade subjetiva, se 
aplicada à hipótese, conduziria à inevitável consequência de que causa 
foi o assalto, ou os disparos produzidos pelos assaltantes. 
 
Mas, o que se deve indagar,in casu, é qual dos fatos ou culpas foi 
decisivo para o efeito danoso, isto é, qual dos atos imprudentes fez que o 
outro, que não teria consequências por si só, determinasse, completado 
por ele, o acidente. 
 
Imprescindível aqui indagar se é efetivamente força maior a invasão do 
ônibus por assaltantes, acarretando culpa, por omissão, à 
transportadora, ou se, ao contrário, tal ato é imprevisível e inevitável, 
nos termos do art. 1.058 do Código Civil Brasileiro, trazendo a 
exculpação do agente. 
 
Oportuno transcrever a lição do Professor José Afonso da Silva, em seu 
Curso de Direito Constitucional, 9ª edição, verbis: 
 
"O terceiro prejudicado não tem que provar que o agente (da 
administração) procedeu com culpa ou dolo, para lhe socorrer o direito 
ao ressarcimento dos danos sofridos. Basta que comprove o dano e que 
este tenha sido causado por agente da entidade imputada." 
 
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Arnaldo Medeiros da Fonseca, em sua obra "Caso Fortuito e Teoria da 
Imprevisão", registra, em abono da tese: 
 
"Um temporal é um fenômeno da natureza que não podemos obstar, mas 
podemos prevenir e devemos prever, numa cidade como o Rio de 
Janeiro, periodicamente a ele sujeita às suas consequências, sobretudo 
quando se trata de desmonte de morro a cavaleiro de ruas e logradouros 
públicos.......... A concepção que aceitamos recusa-se a admitir esse 
critério apriorístico (de que existia uma categoria de acontecimentos por 
si mesmos constitutivos de força maior)." (pág. 159, 3ª edição) 
 
O assalto, hoje, se insere nos riscos próprios do deslocamento. É mais 
provável o passageiro ser assaltado, do que sofrer danos decorrentes do 
próprio transporte. 
 
Ora, diante da previsibilidade de assalto, não se pode sustentar de que 
se trata de fato de terceiro, excludente de responsabilidade civil da 
transportadora. 
 
Neste sentido o julgamento dos Embargos Infringentes nº 415/93, 
realizado pelo 1º Grupo de Câmaras Cíveis do extinto Tribunal de Alçada, 
sendo Relator o então Juiz Gustavo Leite, verbis: 
 
"Não é força maior capaz de excluir a responsabilidade da transportadora 
a ocorrência de assalto ao ônibus, ensejando a causalidade adequada à 
lesões sofridas pela vítima, se tal fato, de tão repetido,é previsível e, 
com cautela, seria evitado." (fls. 28) 
Comunga com este entendimento, o Ministro Antonio Torreão Braz, do 
Egrégio Superior Tribunal de Justiça, manifestado por ocasião do 
julgamento do R.E. nº 50.129-6 (fls. 35) que: 
 
"O caso fortuito ou a força maior caracteriza-se pela imprevisibilidade e 
inevitabilidade do evento; no Brasil contemporâneo, o assalto à mão 
armada nos meios de transportes de cargas e passageiros deixou de 
 
 
 
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revestir esse atributo, tal a habitualidade de sua ocorrência, não sendo 
lícito invocá-lo como causa de exclusão da responsabilidade do 
transportador. 
 
Acresce, por fim, anotar, que tal discussão já se encontra dirimida pela 
súmula 187 do STF, segundo a qual, a responsabilidade contratual do 
transportador pelo acidente com o passageiro, não é elidida por culpa de 
terceiro. 
 
Portanto, é inquestionável a responsabilidade da apelada, devendo 
indenizar a apelante, da seguinte forma: 
 
a) Pagamento de 300 (trezentos) salários mínimos a título de dano 
moral; 
b) Despesas médicas e hospitalares, desde que comprovadas; 
c) Pensão mensal de um salário mínimo, pelo período de dois anos, 
considerando a resposta ao item 04, pelo perito do Juízo, ao quesito 
formulado pela autora, tendo em vista que inexiste prova nos autos da 
função laborativa exercida pela mesma; 
d) A empresa deverá constituir capital, nos termos do artigo 602 do CPC; 
e) Condenação nas despesas processuais, custas e honorários 
advocatícios, fixados em 10% (dez por cento), nos termos da súmula nº 
01, do extinto Tribunal de Alçada Cível. 
 
Face ao exposto, conhece-se e dá-se provimento ao recurso, nos termos 
da fundamentação supra. 
 
Rio de Janeiro, 15 de abril de 1999. 
 
DESEMBARGADOR NILTON MONDEGO 
Presidente 
 
DESEMBARGADOR MELLO TAVARES 
Relator Designado 
 
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DESEMBARGADOR MARIO RANGEL 
Relator Vencido” 
Fonte: http://www.conjur.com.br/static/text/18771,1 
(onde se pode ler toda a reportagem) 
 
 1.5. Culpa Exclusiva da Vítima. 
 
A exclusiva atuação culposa da vítima tem também o condão 
de quebrar o nexo de causalidade, eximindo o agente da 
responsabilidade civil. 
Imagine a hipótese do sujeito que, guiando o seu veículo 
segundo as regras de trânsito, depara-se com alguém que, visando a 
suicidar-se, arremessa-se sob as suas rodas. 
Neste caso, o evento fatídico, obviamente, não poderá ser 
atribuído ao motorista (agente), mas sim, e tão-somente, ao suicida 
(vítima). Houve, pois, ruptura do nexo jurídico de causalidade. 
Não confunda, todavia, “culpa exclusiva da vítima” com a 
“culpa concorrente” que apenas tem o condão de alterar o quantum 
indenizatório: 
CIVIL E PROCESSUAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. QUEDA DE TREM. 
MORTE DE PASSAGEIRO QUE VIAJAVA EM ESCADA DA LOCOMOTIVA. 
CULPA CONCORRENTE. 
DANOS MORAIS E MATERIAIS DEVIDOS. REGIMENTO INTERNO, ART. 
257. 
 
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I. Admissível a concorrência de culpa em transporte ferroviário, 
quando verificado comportamento aventureiro da vítima, a dificultar, 
consideravelmente, a eficiência do serviço de fiscalização da empresa 
transportadora. Redução do valor, em face da concorrência de culpas, 
à metade. 
II. Danos morais e materiais devidos, estes, na esteira de 
precedentes jurisprudenciais, em 2/3 do salário mínimo até a idade 
em que o de cujus completaria 25 anos, reduzida para 1/3 a partir de 
então, em face da suposição de que constituiria família, aumentando 
suas despesas pessoais com o novo núcleo formado, extinguindo-se a 
obrigação após alcançada a sobrevida provável, de acordo com tabela 
utilizada pela Previdência Social. 
III. Prestações vincendas garantidas, a critério da ré, ou pela 
formação de capital, ou mediante caução. 
IV. Recurso especial conhecido em parte e parcialmente provido. 
(REsp 746.894/SP, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, 
QUARTA TURMA, julgado em 15.08.2006, DJ 18.09.2006 p. 327) 
Por fim, vale conferir alguns julgados selecionados sobre o tema 
“culpa exclusiva da vítima”: 
RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. OITIVA DE TESTEMUNHAS 
INDEFERIDA. CERCEAMENTO DE DEFESA CONFIGURADO. RECURSO 
ESPECIAL PROVIDO. 
1. Em casos de atropelamentos por composição férrea, com vítima 
fatal, a jurisprudência desta Corte entende que a aferição quanto ao 
cenário do local do acidente é ponto nodal para se determinar a quem 
deve ser imputada a culpa, porquanto cabe a empresa prestadora do 
serviço impedir que pedestres invadam a área destinada ao trânsito 
férreo. Isso se dá, por exemplo, com a vigilância e cercamento de 
áreas propícias a tais infortúnios, notadamente as de grande 
concentração urbana, como é o caso. 
 
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2. Na esteira dessa jurisprudência, ganha relevância a argumentação 
da autora, no sentido de que o desenho fático do acidente que ceifou 
a vida do seu esposo não seria exatamente aquele descrito nas 
fotografias produzidas unilateralmente pela ré, sendo imprescindível a 
produção de prova testemunhal, requerida a tempo oportuno e 
desprezada pelo julgador. 
3. É prejudicial aos autores a conclusão a que chegou o Juízo 
sentenciante, posteriormente confirmada pelo Tribunal de Justiça 
local, julgando improcedente o pedido inicial, ao argumento de que a 
autora não teria demonstrado a culpa da empresa ré, e, a um só 
tempo, indeferiu a prova testemunhal requerida, a qual poderia 
comprovar a culpa da concessionária, ou ao menos afastar a culpa 
exclusiva da vítima. 
4. Recurso especial provido para anular o processo a partir da 
sentença. 
(REsp 979.129/RJ, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA 
TURMA, julgado em 02/04/2009, DJe 13/04/2009) 
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. RECURSO 
ESPECIAL. 
EMPRESA DE VIGILÂNCIA E ESTABELECIMENTO BANCÁRIO. 
HOMICÍDIO. 
VIGILANTE QUE ATUA EM LEGÍTIMA DEFESA. SENTENÇA 
ABSOLUTÓRIA TRANSITADA EM JULGADO. COISA JULGADA PARA A 
JURISDIÇÃO CIVIL. 
1. O Tribunal a quo manifestou-se acerca de todas as questões 
relevantes para a solução da controvérsia, tal como lhe fora posta e 
submetida. Não cabe alegação de violação do artigo 535 do CPC, 
quando a Corte de origem aprecia a questão de maneira 
fundamentada, apenas não adotando a tese da recorrente. 
Precedentes. 
 
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2. A coisa julgada só pode atingir o réu do processo penal, não os 
possíveis responsáveis no âmbito cível, pois a sentença faz coisa 
julgada entre as partes, não beneficiando, nem prejudicando terceiros 
(art. 472, CPC). 
3. A decisão na esfera criminal somente gera influência na jurisdição 
cível, impedindo a rediscussão do tema, quando tratar de aspectos 
comuns às duas jurisdições, ou seja, quando tratar da materialidade 
do fato ou da autoria, segundo previsto no art. 935 do CC/2002 (que 
repetiu o disposto no art. 1.525 do CC/1916). 
4. O reconhecimento da legítima defesa do vigilante no juízo criminal 
não implica, automaticamente, a impossibilidade da parte autora 
requerer indenização pelos danos ocorridos, especialmente quando, 
como no caso ora em análise, pugna pelo reconhecimento da 
responsabilidade civil objetiva do Banco e da Empresa de Vigilância, 
obrigados em face do risco da atividade. 
5. Em relação à alegada culpa exclusiva da vítima, a revisão das 
conclusões realizadas com base no arcabouço fático-probatóriodelineado nas instâncias ordinárias é vedada em sede de recurso 
especial. Incidência da Súmula 7/STJ. 
6. Em relação ao Banco, o acórdão já transitou em julgado, porquanto 
o agravo de instrumento interposto sob o nº 631.221/RJ não foi 
conhecido por esta Corte (decisão publicada em 12/11/2004 e 
transitada em julgado em 23/11/2004). 
7. A relação jurídica existente entre o contratante/usuário de serviços 
bancários e a instituição financeira é disciplinada pelo Código de 
Defesa do Consumidor, conforme decidido na ADI 259. 
8. Tendo em vista a existência de defeito no serviço prestado (art. 
14, § 1º, do CDC), o qual ocasionou a morte do companheiro da 
autora, aplica-se o disposto no art. 14 do CDC, o qual prevê a 
responsabilidade objetiva do Banco. 
 
 
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9. Respondem solidariamente pela indenização todos os responsáveis 
pelo acidente de consumo, inclusive os terceiros que prestaram 
serviço mediante contratação. 
10. Face o risco profissional da atividade bancária, a instituição 
financeira obrigada pela Lei n. 7.102/83 a tomar todas as cautelas 
necessárias a assegurar a segurança de seus clientes e funcionários. 
11. Considerando-se as peculiaridades do caso, bem como os 
padrões adotados por esta Corte na fixação do valor indenizatório a 
título de danos morais por morte, reduzo a indenização arbitrada pelo 
Tribunal de origem para o valor de R$ 232.500,00 (duzentos e trinta 
e dois mil e quinhentos reais), correspondente à 500 salários mínimos 
atuais. Correção monetária a partir da presente data e juros 
moratórios a partir do evento danoso. 
12. Recurso especial parcialmente conhecido e, na extensão, provido. 
(REsp 686.486/RJ, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA 
TURMA, julgado em 14/04/2009, DJe 27/04/2009) 
HABEAS CORPUS. ARTIGO 302 DO CÓDIGO DE TRÂNSITO 
BRASILEIRO. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA. CONSTRANGIMENTO 
ILEGAL. ORDEM CONCEDIDA. 
1. O fato de o paciente não possuir carteira de habilitação em nada 
contribuiu para a ocorrência do acidente, tanto que o laudo pericial 
concluiu ser exclusiva da vítima a culpa pelo evento. 
2. Estado de embriaguez deve ser comprovado por laudo pericial. 
3. Constrangimento ilegal caracterizado. 
4. Ordem concedida para restabelecer a sentença absolutória. 
(HC 125.584/AC, Rel. Ministro CELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR 
CONVOCADO DO TJ/SP), SEXTA TURMA, julgado em 13/10/2009, DJe 
07/12/2009) 
 
 
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 OBS.: 
Sobre a culpa concorrente, no Código Civil, ver o art. 945: 
Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua 
indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em 
confronto com a do autor do dano. 
 
1.6. Fato de Terceiro. 
Nessa mesma linha de raciocínio, o comportamento de um 
terceiro – que não seja o agente do dano e a vítima – rompe o nexo 
jurídico-causal, excluindo a responsabilidade civil. 
 Imagine-se, por exemplo, um sujeito (terceiro) que coloca 
munição de verdade em arma durante apresentação teatral, fazendo 
com o que o ator atinja a vítima. 
Relembre-se, no entanto, a Súmula 187 do Supremo Tribunal 
Federal no sentido de que: 
“A responsabilidade contratual do transportador, pelo acidente 
com passageiro, não é ilidida por culpa de terceiro, contra o qual tem 
ação regressiva”. 
Veja a ponderada aplicação desta súmula: 
AGRAVO REGIMENTAL. RESPONSABILIDADE CIVIL POR 
ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO. CONTRATO DE TRANSPORTE DE 
PASSAGEIROS. FATO DE TERCEIRO CONEXO AOS RICOS DO 
TRANSPORTE. RESPONSABILIDADE OBJETIVA NÃO AFASTADA. 
SÚMULA 187/STF. INTERESSE PROCESSUAL. SÚMULA 07. 
 
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AGRAVO IMPROVIDO. 
1. Esta Corte tem entendimento sólido segundo o qual, em se 
tratando de contrato de transporte oneroso, o fato de terceiro apto a 
afastar a responsabilidade objetiva da empresa transportadora é 
somente aquele totalmente divorciado dos riscos inerentes ao 
transporte. 
2. O delineamento fático reconhecido pela justiça de origem 
sinaliza que os óbitos foram ocasionados por abalroamento no qual se 
envolveu o veículo pertencente à recorrente, circunstância que não 
tem o condão de afastar o enunciado sumular n. 187 do STF: a 
responsabilidade contratual do transportador, pelo acidente com o 
passageiro, não é elidida por culpa de terceiro, contra o qual tem 
ação regressiva. 
3. A indigitada falta de interesse processual, decorrente de 
suposta transação extrajudicial, o Tribunal a quo a afastou à luz de 
recibos exaustivamente analisados. Incidência da Súmula 07/STJ. 
4. Agravo regimental improvido. 
(AgRg no Ag 1083789/MG, Rel. Ministro LUIS FELIPE 
SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 14/04/2009, DJe 
27/04/2009) 
Quando há colisão de veículos em acidente de trânsito, pode-
se, na mesma linha, alegar o fato de terceiro (neste caso também 
denominado “teoria do corpo neutro”), para se eximir a 
responsabilidade do condutor que, abalroado, veio a atingir outrem. É 
o que se dá, por exemplo, no chamado “engavetamento”. 
Sobre o fato de terceiro, por fim, anote-se o que decidiu o STJ, 
em julgado de 05 de fevereiro de 2009 acerca do arremesso de pedra 
em ônibus: 
 
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CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. TRANSPORTE DE PASSAGEIROS. 
FORÇA MAIOR. 
FATO DE TERCEIROS. ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE. 
I. Constitui motivo de força maior, a isentar de 
responsabilidade a empresa de transporte de passageiros, o fato de 
terceiro que arremessa pedra no ônibus e fere passageiro. 
II. Recurso especial conhecido e provido. 
(REsp 247.349/MG, Rel. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR, 
QUARTA TURMA, julgado em 05/02/2009, DJe 26/02/2009) 
 
2. Responsabilidade Civil Indireta 
 
Em sala, faremos a análise minuciosa da responsabilidade por ato de 
terceiro e pelo fato da coisa e do animal, a denominada 
“responsabilidade civil indireta”. 
No entanto, dadas as suas especificidades, e importância na 
preparação para concurso, selecionamos algumas questões especiais 
a respeito desta temática, que merece a sua atenção: 
 
2.1. Veículo Furtado ou Roubado 
A primeira delas diz respeito ao dano proveniente de veículo furtado 
ou roubado. 
Tendo havido a subtração ilícita do automóvel, com a conseqüente 
ocorrência de acidente, responderia o proprietário do bem por tal 
episódio danoso? 
 
 
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Em nosso entendimento, a resposta negativa se impõe. 
 No momento em que o titular do domínio ou, até mesmo, o mero 
possuidor do bem, perde a disponibilidade sobre o mesmo, em 
decorrência da subtração criminosa, deixa de ter, conseqüentemente, 
responsabilidade por sua guarda, razão por que não poderá ser 
compelido a indenizar a vítima do acidente. 
 2. 2. Veículo Locado 
A despeito de não haver previsão específica no CC, há no 
Supremo Tribunal Federal o entendimento, já sumulado (Súmula 
492), no sentido de que a empresa locadora do veículo responderia 
solidariamente com o locatário pelos danos causados a terceiros no 
uso do carro locado. 
Esta responsabilidade está amparada no risco decorrente do 
exercício desta atividade econômica. 
Em sala, faremos a sua análise. 
2.3. Veículo Alienado sem Registro da Transferência no 
DETRAN 
 
Tendo havido a alienação do veículo, sem que se seguisse a 
imediata regularização da transferência no respectivo DETRAN, o 
antigo proprietário continuariaresponsável por eventuais danos 
causados a terceiros pelo novo condutor? 
A resposta negativa, em nosso sentir, é a mais adequada, pois 
somente com a tradição opera-se a transferência da guarda da coisa 
ao novo proprietário. 
Nesse sentido, Superior Tribunal de Justiça a respeito do tema: 
 
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“Súmula 132. A ausência de registro da 
transferência não implica a responsabilidade do antigo 
dono resultante de acidente que envolva o veículo 
alienado”. 
No âmbito das infrações administrativas, temos a impressão 
de que o entendimento da Corte pode mudar: 
 ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. AGRAVO REGIMENTAL. 
ALIENAÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR. MULTAS. RESPONSABILIDADE 
SOLIDÁRIA DO ALIENANTE. 
INTERPRETAÇÃO DO ART. 134 DO CTB. 
1. "Alienado veículo automotor sem que se faça o registro, ou ao 
menos a comunicação da venda, estabelece-se, entre o novo e o antigo 
proprietário, vínculo de solidariedade pelas infrações cometidas, só 
afastadas quando é o Detran comunicado da alienação, com a indicação 
do nome e endereço do novo adquirente. Não havendo dúvidas, in casu, 
de que as infrações não foram cometidas no período em que tinha o 
recorrido a propriedade do veículo, não deve ele sofrer qualquer tipo de 
sanção" (REsp 965.847/PR, Rel. Min. Eliana Calmon, DJU de 14.03.08). 
2. Agravo regimental não provido. 
(AgRg no REsp 1024632/RS, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 19/06/2008, DJe 05/08/2008) 
E mais recentemente: 
ADMINISTRATIVO. ALIENAÇÃO DE VEÍCULO. MULTAS. RESPONSABILIDADE 
SOLIDÁRIA DO ALIENANTE. INTERPRETAÇÃO DO ART. 134 DO CTN. 
- Comprovada a transferência da propriedade do veículo, afasta-se a 
responsabilidade do antigo proprietário pelas infrações cometidas após a 
alienação, mitigando-se, assim, o comando do art. 134 do Código de 
Trânsito Brasileiro. Precedentes do STJ. 
Agravo regimental improvido. 
 
 
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(AgRg no REsp 1204867/SP, Rel. Ministro CESAR ASFOR ROCHA, SEGUNDA 
TURMA, julgado em 09/08/2011, DJe 06/09/2011) 
É esperar para ver como ficará a nossa jurisprudência... 
2.4. Veículo Conduzido por Terceiro 
Analisaremos com cuidado este tema em sala de aula. 
Na jurisprudência, confiram-se as seguintes decisões: 
RESPONSABILIDADE CIVIL - ACIDENTE DE TRÂNSITO - OBRIGAÇÃO 
DE INDENIZAR - SOLIDARIEDADE - PROPRIETÁRIO DO VEÍCULO. 
- Quem permite que terceiro conduza seu veículo é responsável 
solidário pelos danos causados culposamente pelo permissionário. 
- Recurso provido. 
(REsp 343.649/MG, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, 
TERCEIRA TURMA, julgado em 05.02.2004, DJ 25.02.2004 p. 168) 
 
ADMINISTRATIVO - RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO - 
ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO - AMBULÂNCIA MUNICIPAL - 
MOTORISTA ESTADUAL - SOLIDARIEDADE - DANOS MATERIAIS - 
FAMÍLIA POBRE - PRESUNÇÃO DE QUE A VÍTIMA MENOR 
CONTRIBUÍA PARA O SUSTENTO DO LAR - SÚMULA 07/STJ - SÚMULA 
491/STF - PENSIONAMENTO AOS PAIS DA VÍTIMA ATÉ A IDADE EM 
QUE ESTA COMPLETARIA 65 ANOS - DESCONTO DO VALOR DO 
SEGURO OBRIGATÓRIO - SÚMULA 246/STJ - DIVERGÊNCIA NÃO-
CONFIGURADA - AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. 
1. O Tribunal "a quo", louvado em provas, verificou que a vítima já 
auxiliava nas despesas da casa. Incidência da Súmula 07/STJ. 
 
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2. O STJ proclama que em acidentes que envolvam vítimas menores, 
de famílias de baixa renda, são devidos danos materiais. Presume-se 
que contribuam para o sustento do lar. É a realidade brasileira. 
3. "É indenizável o acidente que cause a morte de filho menor, ainda 
que não exerça trabalho remunerado." (Súmula 491/STF). 
4. "O valor do seguro obrigatório deve ser deduzido da indenização 
judicialmente fixada." (Súmula 246/STJ). 
5. A jurisprudência do STJ reconhece a responsabilidade solidária do 
proprietário do veículo por acidente onde o carro é guiado por 
terceiro. 
6. Em acidente automobilístico, com falecimento de menor de família 
pobre, a jurisprudência do STJ confere aos pais pensionamento de 
2/3 do salário mínimo a partir dos 14 anos (idade inicial mínima 
admitida pelo Direito do Trabalho) até a época em que a vítima 
completaria 25 anos (idade onde, normalmente, há a constituição 
duma nova família e diminui o auxílio aos pais). Daí até os eventuais 
65 anos (idade média de vida do brasileiro) a pensão reduz-se a 1/3 
do salário mínimo. 
7. Recursos parcialmente providos. 
(REsp 335.058/PR, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS, 
PRIMEIRA TURMA, julgado em 18.11.2003, DJ 15.12.2003 p. 185) 
ACIDENTE DE TRÂNSITO. TRANSPORTE BENÉVOLO. VEÍCULO 
CONDUZIDO POR UM DOS COMPANHEIROS DE VIAGEM DA VÍTIMA, 
DEVIDAMENTE HABILITADO. 
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO PROPRIETÁRIO DO AUTOMÓVEL. 
RESPONSABILIDADE PELO FATO DA COISA. 
- Em matéria de acidente automobilístico, o proprietário do veículo 
responde objetiva e solidariamente pelos atos culposos de terceiro 
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que o conduz e que provoca o acidente, pouco importando que o 
motorista não seja seu empregado ou preposto, ou que o transporte 
seja gratuito ou oneroso, uma vez que sendo o automóvel um veículo 
perigoso, o seu mau uso cria a responsabilidade pelos danos causados 
a terceiros. 
- Provada a responsabilidade do condutor, o proprietário do veículo 
fica solidariamente responsável pela reparação do dano, como criador 
do risco para os seus semelhantes. 
Recurso especial provido. 
(REsp 577.902/DF, Rel. Ministro ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO, Rel. 
p/ Acórdão Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado 
em 13/06/2006, DJ 28/08/2006 p. 279) 
Quanto às infrações administrativas (multas), já referidas acima, 
a matéria comporta discussão, e exige a análise do caso concreto: 
Responsabilização 
Casos de responsabilização de condutores, de proprietários e do 
próprio Detran também fazem parte da rotina do STJ. A Primeira 
Turma, no julgamento do Resp 745190, estabeleceu que o 
proprietário do veículo que entrega o automóvel à pessoa sem 
habilitação não pode ser punido também como se fosse o condutor, 
devendo ser aplicada a ele apenas a multa prevista no artigo 163 do 
Código de Trânsito Brasileiro (CTB). 
Para o relator do recurso, ministro Luiz Fux, a “responsabilidade 
solidária do proprietário de veículo automotor, por multa de trânsito, 
deve ser aferida cum grano salis” [com certa reserva]. Além disso, o 
ministro destacou que o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê 
hipóteses de caráter individual dirigidas tanto ao proprietário quanto 
ao condutor. 
 
 
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O STJ também decidiu que o Detran não pode ser responsabilizado 
por ato criminoso de terceiros ou pela culpa do adquirente de 
veículo de procedência duvidosa. O entendimento da Segunda 
Turma excluiu o Detran do Rio Grande do Norte da responsabilidade 
no pagamento dos danos materiais devidos a um comerciante que 
vendeu um veículoroubado. 
Segundo o relator do recurso (Resp 873399), ministro Herman 
Benjamin, compete ao comerciante de automóveis usados o dever 
de verificação – mediante inspeção física do bem, e não 
simplesmente documental no Detran – da existência de restrições à 
transferência e da procedência lícita do veículo comercializado. 
Trecho do informativo disponívelno: 
http://www.stj.jus.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.es
tilo=&tmp.area=398&tmp.texto=93922 (veja a sua íntegra no final 
destematerial de apoio) 
 
3. Bibliografia Básica do Curso 
Novo Curso de Direito Civil – vol. III - Responsabilidade Civil, Pablo 
Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, São Paulo, Saraiva 
(www.saraivajur.com.br ou www.editorajuspodivm.com.br) 
4. Fique por Dentro 
 
Chefe de equipe médica não responde solidariamente por erro 
cometido por anestesista 
30/09/2011 
A Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que o 
chefe da equipe médica não responde solidariamente por erro médico 
cometido pelo anestesista que participou do procedimento cirúrgico. 
Entretanto, os ministros consideraram que a clínica médica, de 
propriedade do cirurgião-chefe, responde de forma objetiva e solidária 
pelos danos decorrentes do defeito no serviço prestado. 
 
Segundo a decisão, tomada por maioria de votos, somente caberá a 
 
 
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responsabilização solidária do chefe da equipe médica quando o causador 
do dano atuar na condição de subordinado, sob seu comando. 
 
Um casal ajuizou ação de reparação de danos materiais e compensação de 
danos morais contra o médico Roberto Debs Bicudo e a Clínica de Cirurgia 
Plástica Debs Ltda., informando que a esposa se submeteu a uma cirurgia 
estética na clínica de Debs, que conduziu o procedimento. Durante a 
cirurgia, a paciente sofreu parada cardiorespiratória que deu causa a 
graves danos cerebrais. 
 
O juízo de primeiro grau julgou improcedente o pedido. O Tribunal de 
Justiça do Rio de Janeiro, por maioria, manteve a sentença. “A 
responsabilidade civil do médico, na qualidade de profissional liberal, será 
apurada mediante verificação de culpa. Não se configurando defeito no 
serviço prestado pela clínica, não surge para esta o dever de indenizar. A 
ausência do nexo de causalidade afasta a responsabilização solidária”, 
decidiu o TJ. 
 
No STJ, a defesa do casal sustentou haver a responsabilidade solidária do 
chefe da equipe cirúrgica e da clínica pelo dano causado pelo anestesista. 
A Quarta Turma do Tribunal, por maioria, acolheu o entendimento. 
“Restou incontroverso que o anestesista, escolhido pelo chefe da equipe, 
agiu com culpa, gerando danos irreversíveis à autora, motivo pelo qual 
não há como afastar a responsabilidade solidária do cirurgião chefe, a 
quem estava o anestesista diretamente subordinado”, afirmou a decisão. 
 
Embargos de divergência 
 
Roberto Debs Bicudo e Clínica de Cirurgia Plástica Debs recorreram 
pedindo o não reconhecimento da existência de solidariedade entre o 
anestesista e o cirurgião chefe da equipe e entre o anestesista e a clínica, 
com a qual não mantinha vínculo trabalhista. 
 
Em seu voto apresentado na Segunda Seção, a relatora, ministra Nancy 
Andrighi, reconheceu que a clínica e o chefe da equipe podem vir a 
responder, solidariamente, pelo erro médico cometido pelo anestesista 
que participou da cirurgia. 
 
Segundo a ministra, uma vez caracterizado o trabalho de equipe, deve ser 
reconhecida a subordinação dos profissionais de saúde que participam do 
procedimento cirúrgico em si, em relação ao qual a anestesia é 
indispensável, configurando-se verdadeira cadeia de fornecimento do 
serviço, nos termos do artigo 34, c/c artigo 14, ambos do Código de 
Defesa do Consumidor. 
 
“Esta Corte Superior, analisando hipótese de prestação de assistência 
médica por meio de profissionais indicados, reconheceu a existência de 
uma cadeia de fornecimento entre o plano de saúde e o médico 
credenciado, afastando qualquer exceção ao sistema de solidariedade”, 
disse a ministra em seu voto. 
Os ministros Massami Uyeda, Luis Felipe Salomão e Paulo de Tarso 
 
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Sanseverino votaram com a relatora. Entretanto, os ministros Raul Araújo, 
Isabel Gallotti, Antônio Carlos Ferreira, Villas Boas Cueva e Marco Buzzi 
divergiram parcialmente da relatora. 
 
O ministro Raul Araújo, relator para acórdão, entendeu que deve 
prevalecer a tese de que, se o dano decorre exclusivamente de ato 
praticado por profissional que, embora participante da equipe médica, 
atua autonomamente em relação aos demais membros, sua 
responsabilidade deve ser apurada de forma individualizada, excluindo-se 
aí a responsabilidade do cirurgião-chefe. 
 
“Em razão da moderna ciência médica, a operação cirúrgica não pode ser 
concebida apenas em seu aspecto unitário, mormente porque há múltiplas 
especialidades na medicina. Nesse contexto, considero que somente 
caberá a responsabilização solidária do chefe da equipe médica quando o 
causador do dano atuar na condição de subordinado, sob seu comando. 
Se este, por outro lado, atuar como profissional autônomo, no âmbito de 
sua especializada médica, deverá ser responsabilizado individualmente 
pelo evento que deu causa”, afirmou o ministro Raul Araújo. 
Processos: EREsp 605435 
Fonte: 
http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tm
p.texto=103334# acessado em 23 de outubro de 2011. 
Indenização em dinheiro por dano moral não pode ser substituída 
por retratação na imprensa 
14/06/2011 
Indenização pecuniária por dano moral não pode ser substituída por 
retratação na imprensa, a título de reparação dos danos morais sofridos 
por pessoa jurídica. O entendimento é da Terceira Turma do Superior 
Tribunal de Justiça (STJ). 
 
A tese foi discutida no julgamento de recurso especial, relatado pelo 
ministro Paulo de Tarso Sanseverino. Ele lembrou que o STJ já consolidou 
o entendimento de que pessoa jurídica pode sofrer dano moral passível de 
indenização. Está na Súmula 227. Para o ministro, negar indenização 
pecuniária à pessoa jurídica viola o princípio da reparação integral do 
dano. 
 
A disputa judicial começou com uma ação ordinária de nulidade de 
duplicata cumulada com obrigação de fazer e pedido de indenização por 
danos morais, movida pela Villa do Forte Praia Hotel Ltda contra a 
microempresa Globalcom Comercial e Distribuidora Ltda, pelo protesto 
indevido de duplicata mercantil. Ocorre que nunca houve negócio jurídico 
entre as duas empresas. 
 
A sentença deu parcial provimento ao pedido para anular a duplicata e 
condenar a Globalcom ao pagamento de indenização por dano moral 
 
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equivalente a dez vezes o valor do título anulado, corrigido desde a data 
do protesto. Esse montante chegou a aproximadamente R$ 24 mil. 
 
Ao julgar apelação das duas empresas, o Tribunal de Alçada Civil do 
Estado de São Paulo reformou a sentença para substituir o pagamento da 
indenização em dinheiro por publicação de retratação, na imprensa, a 
título de reparação por danos morais à pessoa jurídica. Por entender que 
pessoa jurídica não sente dor, os magistrados avaliaram que a melhor 
forma de reparar o dano era a retratação pública. O hotel recorreu ao STJ 
contra essa decisão. 
 
Segundo Sanseverino, a reparação dos danos pode ser pecuniária (em 
dinheiro) ou natural, que consiste em tentar colocar o lesado na mesma 
situação em que se encontrava antes do dano. Um exemplo disso seria 
restituir um bem semelhante ao que foi destruído. Ele explicou que os 
prejuízos extrapatrimoniais, por sua própria natureza, geralmente não 
comportam reparação natural. Então resta apenas a pecuniária, que é a 
tradição no Direito brasileiro. 
 
O relator destacou que a reparação natural e a pecuniária não são 
excludentes entre si, em razão do princípio da reparação integral, implícita 
na norma do artigo 159 do Código Civil (CC) de 1916, vigente na época 
dos fatos. Essa regra encontra-se atualmente no artigo 944 do CC/2002. 
Para Sanseverino, a substituição feita pelo tribunal paulista viola esse 
dispositivo. 
 
Seguindo as considerações do relator,todos os ministros da Terceira 
Turma deram parcial provimento ao recurso do hotel para manter a 
indenização em dinheiro fixada na sentença e negar o pedido de aumento 
desse valor. Como o recurso não contestou a publicação de retratação na 
imprensa, essa determinação do tribunal paulista não foi analisada pelo 
STJ, de forma que fica mantida. 
Processos: REsp 959565 
 Fonte: 
http://www.stj.jus.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&t
mp.area=398&tmp.texto=102207 acessado em 14 de junho de 2011 
Sem nexo causal não pode haver indenização por erro médico 
04/05/2010 
Para se conceder uma indenização por danos morais, materiais e estéticos 
relacionados a erro médico em cirurgia, deve ficar comprovado o nexo 
causal (relação de causa e efeito) entre o procedimento e os supostos 
danos. Com esse entendimento, a Quarta Turma do Superior Tribunal de 
Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, aceitar recurso movido pela 
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) contra decisão do Tribunal de 
Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), que concedeu indenização a um 
funcionário da empresa após cirurgia realizada em hospital da própria 
empresa. 
 
 
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O funcionário da empresa foi acometido por mielopatia súbita sem 
trauma, doença incurável. Durante o tratamento médico, não houve um 
diagnóstico definitivo da doença e foi indicada uma cirurgia de 
descompressão da coluna. Após a cirurgia, o paciente ficou paraplégico e 
entrou com ação de indenização contra a CSN. O TJRJ considerou que, 
apesar de não ficar comprovado o erro médico ou a culpa da siderúrgica, 
haveria direito a uma indenização por dano moral de 50 salários mínimos, 
com considerações humanitárias. 
 
No recurso ao STJ, a defesa da CSN alegou ofensa ao artigo 159 do 
Código Civil (CC) de 1916, pela falta de nexo causal entre a cirurgia e a 
paralisia. Também argumentou que conceder a indenização por questões 
humanitárias ou “por pena” seria julgar a causa com fundamento 
diferente daquele proposto na ação, o que é vedado pelos artigos 128 e 
460 do Código de Processo Civil. 
 
Em seu voto, o relator do processo, desembargador convocado Honildo de 
Mello Castro, apontou que perícia inclusa no processo indicou haver 
diagnósticos diferentes da doença e que haveria pelos menos quatro 
outras patologias que poderiam ser confundidas com a mielopatia súbita. 
A perícia também indicou que a cirurgia seria indicada para casos em que 
o diagnóstico fosse incerto e que a paraplegia era um desenvolvimento 
natural da doença. 
 
Com base nessas informações, o relator considerou que não houve nexo 
causal que apontasse o erro médico. O ministro sustentou que o artigo 
927 do atual CC impede que alguém seja responsabilizado por aquilo a 
que não deu causa e que o artigo 403 do mesmo código só considera 
como “causa” o evento que produz direta e concretamente o dano. Para o 
magistrado, isso vedaria o pagamento de indenização no caso, conforme a 
jurisprudência do próprio STJ. Com essa fundamentação, o ministro 
cancelou o pagamento da indenização, destacando que o benefício não 
poderia ser concedido por razões humanitárias, pois essa hipótese não é 
prevista na legislação. 
Processos: Resp 685929 
Fonte: 
http://www.stj.jus.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&
tmp.area=398&tmp.texto=97051 acessado em 16 de maio de 2010. 
 
Disputas com os Detrans cada vez mais terminam no Judiciário 
27/09/2009 
Cada vez com mais frequência, chegam ao Superior Tribunal de Justiça 
(STJ) demandas de proprietários e condutores de veículos contra os 
departamentos estaduais de trânsito, os Detrans. Nos últimos dez anos, 
foram mais de 2.500 processos questionando multas, transferência de 
carros roubados, alienação fiduciária e apreensão de veículos, entre outras 
questões administrativas com os Detrans. 
 
 
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As questões mais comuns são aquelas que afetam o órgão mais sensível 
do ser humano, o bolso. São as multas. Teve repercussão nacional o 
julgamento do STJ sobre o procedimento dos Detrans de exigir o 
pagamento de multas e despesas de depósito como condição para 
liberação de veículos removidos ou apreendidos. 
Ao julgarem o Resp 1104775, os ministros da Primeira Seção decidiram 
que as autoridades de trânsito só podem exigir o pagamento das multas já 
vencidas e regularmente notificadas aos eventuais infratores. Também foi 
decidido que, apesar de os veículos poderem permanecer retidos em 
depósito por tempo indeterminado, os Detrans só poderão cobrar taxas de 
permanência até os primeiros 30 dias de sua estada nos depósitos. 
Não é legal a retenção do veículo como forma de coagir o proprietário a 
pagar a pena de multa. Entretanto, é diferente a hipótese de apreensão do 
veículo como modalidade autônoma de sanção em que a sua retenção 
pode prolongar-se até que sejam quitadas multas e demais despesas 
decorrentes da estada no depósito. Esse foi o entendimento da ministra 
Eliana Calmon, relatora do Resp 1088532, acompanhado pela Segunda 
Turma do Tribunal em julgamento que determinou ser legal o 
condicionamento da liberação do veículo retido por conta de infração de 
trânsito ao pagamento da multa e demais despesas decorrentes da 
apreensão do automóvel. 
Radares e pardais 
A contestação às multas aplicadas com base em registro fotográfico por 
radares, conhecidos como “pardais”, também é recorrente entre os 
processos levados até o STJ. As Turmas que compõem a Primeira Seção já 
reconheceram a legalidade do uso desse recurso tecnológico para a 
aplicação de multas de trânsito. 
No julgamento do Resp 772347, a Primeira Turma entendeu que os 
pardais não aplicam as multas, apenas fornecem elementos fáticos que 
permitem à autoridade de trânsito a lavratura do auto de infração e a 
imposição das sanções legais decorrentes. “Há distinção entre a atividade 
de coleta de provas que embasam os autos de infração e a lavratura do 
auto de infração propriamente dito”, ressaltou o relator, ministro Luiz Fux. 
Em julgamento semelhante, a Segunda Turma decidiu que as multas de 
trânsito podem ser registradas por aparelhos eletrônicos sem a presença 
de um agente para autuar. O relator do caso, ministro Humberto Martins, 
também entendeu que os pardais eletrônicos não aplicam multa, apenas 
comprovam a infração ocorrida (Resp 759759). 
O STJ também já firmou o entendimento de que a emissão da notificação 
de multa e do auto de infração de trânsito (AIT) é suficiente para atender 
as exigências da ampla defesa e do contraditório no caso de imposição de 
multas de trânsito. Segundo o relator do Resp 898524, ministro Herman 
Benjamin, essas notificações permitem ao suposto infrator defender-se 
caso assim o deseje. 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
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Responsabilização 
Casos de responsabilização de condutores, de proprietários e do próprio 
Detran também fazem parte da rotina do STJ. A Primeira Turma, no 
julgamento do Resp 745190, estabeleceu que o proprietário do veículo que 
entrega o automóvel à pessoa sem habilitação não pode ser punido 
também como se fosse o condutor, devendo ser aplicada a ele apenas a 
multa prevista no artigo 163 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). 
Para o relator do recurso, ministro Luiz Fux, a “responsabilidade solidária 
do proprietário de veículo automotor, por multa de trânsito, deve ser 
aferida cum grano salis” [com certa reserva]. Além disso, o ministro 
destacou que o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê hipóteses de 
caráter individual dirigidas tanto ao proprietário quanto ao condutor. 
O STJ também decidiu que o Detran não pode ser responsabilizado por ato 
criminoso de terceiros

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