Buscar

21 - 26-06-12-RESPONSABILIDADE CIVIL 03

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 50 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

RESPONSABILIDADE CIVIL 
 
 
Dano Moral 
 
1. Dano Moral – Aspectos Relevantes 
 
 
1.1. Quantificação 
 
Na busca de parâmetros, a doutrina tem estabelecido critérios, 
mesmo dentro do sistema do arbitramento, para quantificar a 
reparação por dano moral (ver: Ronaldo Alves Andrade – O Dano 
Moral à Pessoa e Sua Valoração – Ed. Juarez de Oliveira). 
 
Segue, abaixo, texto de Débora Pinho e Gláucia Milicio, publicado no 
Site Consultor Jurídico (www.conjur.com.br), acerca dos 
critérios para a fixação do dano moral. 
Data: 26-06-2012
 
 
 
 
 
 
INTENSIVO I
Responsabilidade Civil III
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
INTENSIVO I 
Disciplina: Direito Civil 
Profª. Pablo Stolze
 
Compare este texto com o informativo do STJ que segue ao final do 
material de apoio. 
 
É uma boa dica de pesquisa! 
 
TEXTO 
 
Preço moral 
Juízes fixam indenizações maiores para danos menores 
por Débora Pinho e Gláucia Milicio 
 
A dor de uma advogada que teve seu nome relacionado ao da ex-
garota de programa Bruna Surfistinha no Google vale muito mais que 
a dos pais que perderam a filha de três anos assassinada durante 
uma briga familiar. A conclusão pode ser tirada da etiqueta de preço 
colocada pela primeira instância nos dois processos de indenização 
por danos morais. 
 
Enquanto a advogada conseguiu uma indenização de R$ 4,3 milhões, 
a quantia fixada para os pais da menina foi de R$ 30 mil. A falta de 
parâmetros em processos de danos morais dá margem à 
subjetividade dos juízes de primeira instância na hora de arbitrar 
indenizações e as discrepâncias correm soltas em casos concretos 
semelhantes. 
 
O valor do sofrimento de uma mãe que teve sua filha assassinada por 
outra criança no Rio Grande do Sul foi fixado em R$ 20 mil na 
primeira instância. Os pais da criança que atirou foram condenados a 
indenizar porque, segundo os juízes, foram negligentes ao deixar a 
arma ao alcance da criança. Os pais da vítima recorreram ao Tribunal 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
de Justiça gaúcho. O valor foi aumentado apenas em R$ 10 mil. 
Passou de R$ 20 mil para R$ 30 mil. 
 
Em outro caso, a Justiça entendeu que difamar uma namorada por e-
mail custa R$ 30 mil. O ex-namorado da moça foi condenado por 
enviar mensagens eletrônicas afirmando que a ex era “garota de 
programa”. A ex-namorada ajuizou ação na Comarca de Porto Alegre. 
Alegou que recebeu diversas ligações telefônicas de pessoas que 
queriam contratá-la para programas sexuais. 
 
Valor muito mais alto foi dado a uma cliente do Itaú confundida com 
uma ladra de banco. A juíza Lucilia Ferreira Lammertz, da 33ª Vara 
Cível do Rio de Janeiro, avaliou o abalo em R$ 200 mil. Para a juíza, 
é preciso ter mais respeito à honra alheia. 
 
Já a família da servidora Sebastiana Monteiro dos Santos, que morreu 
em conseqüência de erro médico num hospital público do Distrito 
Federal, deve receber apenas R$ 40 mil do estado. Isso se não 
recorrer às instâncias superiores para aumentar o valor. A servidora 
morreu depois que um auxiliar de enfermagem, em vez de aplicar 0,3 
mililitros de adrenalina por via subcutânea, injetou 3 mililitros de 
remédio na veia da paciente. Detalhe: a servidora deu entrada no 
hospital reclamando somente de coceira no pescoço. 
 
A dor de um advogado ferido numa corrida de kart foi mais valorizada 
na 1ª Vara Cível de Belo Horizonte. A primeira instância condenou a 
empresa a indenizar o advogado em R$ 41.281,88. A empresa foi 
considerada negligente e culpada pelo acidente que provocou graves 
ferimentos. Segundo os juízes, a empresa não orientou a forma como 
o kart deveria ser conduzido. 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
Para o juiz Tadeu Zanoni, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Osasco, 
a falta de parâmetros acontece porque o juiz não tem uma tabela em 
sua frente com os preços a serem fixados nos casos de dano moral. 
Ele diz que não se pode fazer regra de três para chegar a uma 
conclusão. “Cada caso é um caso”, afirma. 
 
O juiz ressaltou que numa determinada ocasião recebeu uma petição 
em que o autor levantou o faturamento do Bradesco para pedir a 
metade do lucro. Nesse caso, ele entendeu que o importante era 
apenas reparar ou remediar o dano e não garantir ao autor parte do 
lucro da empresa. “O preço do dano moral está em queda”, ressalta. 
 
Ivan Sartori, desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, 
diz que o valor da indenização deve ser fixado tendo em conta o grau 
da lesão e as condições das partes. Isso evita o enriquecimento ilícito 
da vítima, afirma, ao mesmo tempo que reconhece, que as decisões 
são totalmente subjetivas. “O que para um juiz é muito grave, para 
outro pode não ser”, compara. 
 
Sartori afirma que para alguns casos, como os de morte de criança, a 
indenização deveria ser mais alta. O desembargador explica que, às 
vezes, o Judiciário fixa valor irrisório por medo de estimular a 
indústria do dano moral. 
 
O advogado especialista em Direito Civil, Frederico Diamantino, do 
Diamantino Advogados Associados, diz que os juízes deveriam 
analisar se a outra parte teve realmente a intenção de causar o dano 
e qual o potencial ofensivo do ato. 
No caso do Google, por exemplo, ele tem dúvidas se o portal teve 
mesmo intenção de relacionar o nome da advogada com a ex-garota 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
de programa. O advogado também defende que as indenizações por 
morte devem ser mais altas. “Qualquer pai penhoraria a própria vida 
para ter o filho de volta”. 
 
Segundo ele, os casos de calúnia e difamação só deveriam ser 
analisados pela Justiça se os fatos geraram repercussão 
extremamente negativa na vida da pessoa. “Se provado o dano, a 
condenação deveria ser apenas educativa”, declara. 
 
Já o advogado Antônio de Almeida e Silva, especialista em dano 
moral, reclama da incoerência que permeia as decisões. “Juízes de 
primeira instância têm agido de maneiras díspares. Há casos 
idênticos com valores diferentes. Apenas alguns se preocupam em 
verificar como o Superior Tribunal de Justiça está decidindo sobre os 
casos em questão. A maioria age de acordo com a sua própria 
convicção”, critica. E lembra que o importante é a decisão final que 
vai ser a do STJ. “Ministros têm parâmetros e já é possível saber 
como irão decidir em cada caso”, diz. 
 
Veja alguns valores fixados pelo STJ: 
 
Motivo 
Valor da 
indenização 
Inscrição indevida em 
cadastro restritivo ou 
devolução indevida de 
cheques e situações 
similares 
50 salários 
mínimos
Manutenção do nome de 
consumidor em cadastro 
15 salários 
mínimos
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
de inadimplentes após 
quitação de débito 
Inscrição indevida na 
Serasa 
50 salários 
mínimos 
Entrega indevida de 
talonários de cheques a 
falsário 
150 salários 
mínimos
Devolução indevida de 
cheque 
50 salários 
mínimos 
 
Falha na entrega de conta 
telefônica com inclusão de 
cliente em órgão de 
restrição ao crédito 
10 salários 
mínimos
Doméstica injustamente 
acusada de furto em 
supermercado 
25 salários 
mínimos 
Exoneração indevida 
50 salários 
mínimos 
Extravio de bagagem 
50 salários 
mínimos
Vítimas fatais de acidente 
aéreo 
500 salários 
mínimos
Atropelamento com culpa 
concorrente 
100 salários 
mínimos 
Detenção indevida, 
efetuada por lojista, por 
suspeita de furto 
300 saláriosPerda precoce de filho em 
razão de acidente com 
500 salários 
mínimos
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
transporte urbano 
Tetraplegia resultante de 
queda em supermercado 
1.000 salários 
mínimos
Notícia ofensiva à honra de 
magistrada 
100 salários 
mínimos
Várias publicações 
ofensivas a um ex-
candidato à Presidência 
101 salários 
mínimos por 
publicação
Matéria injuriosa publicada 
por rede nacional de 
televisão contra modelo 
500 salários 
mínimos
Ofensa veiculada na 
imprensa 
400 salários 
mínimos
Publicação de foto 
vexatória e não autorizada 
de atriz 
R$ 50.000,00
Fonte: Jus Navigandi 
Texto extraído da Revista Consultor Jurídico, 24 de março de 
2007 www.conjur.com.br 
(http://www.conjur.com.br/static/text/53979,1) 
Conforme vimos em aula, merecem também referência, ainda que 
ilustrativa, alguns Projetos de Lei que visam a estabelecer o 
“tarifamento legal da reparação por dano moral” no Brasil: 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
 
 PL 7124/2002 
 
 
Dispõe sobre danos morais e 
sua reparação. 
 
 
 
 
O Congresso Nacional decreta: 
 
Art. 1º Constitui dano moral a ação ou omissão que ofenda 
o patrimônio moral da pessoa física ou jurídica, e dos entes políticos, 
ainda que não atinja o seu conceito na coletividade. 
Art. 2º São bens juridicamente tutelados por esta Lei 
inerentes à pessoa física: o nome, a honra, a fama, a imagem, a 
intimidade, a credibilidade, a respeitabilidade, a liberdade de ação, a 
auto-estima e o respeito próprio. 
 
6/8/2010 -
PLENÁRIO (PLEN) - Arquivado nos termos do § 4º do artigo 58 do 
RICD (inconstitucionalidade). DCD de 10/08/10 PÁG 36611 COL 
02.(publicação) 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
Art. 3º São bens juridicamente tutelados por esta Lei 
inerentes à pessoa jurídica e aos entes políticos: a imagem, a marca, 
o símbolo, o prestígio, o nome e o sigilo da correspondência. 
Art. 4º São considerados responsáveis pelo dano moral 
todos os que tenham colaborado para a ofensa ao bem jurídico 
tutelado, na proporção da ação ou da omissão. 
Art. 5º A indenização por danos morais pode ser pedida 
cumulativamente com os danos materiais decorrentes do mesmo ato 
lesivo. 
§ 1º Se houver cumulação de pedidos de indenização, o juiz, 
ao exarar a sentença, discriminará os valores das indenizações a 
título de danos patrimoniais e de danos morais. 
§ 2º A composição das perdas e danos, assim 
compreendidos os lucros cessantes e os danos emergentes, não se 
reflete na avaliação dos danos morais. 
Art. 6º A situação de irregularidade do agente ou preposto 
da Administração não a isenta da responsabilidade objetiva de 
indenizar o dano moral, ressalvado o direito de regresso. 
Art. 7º Ao apreciar o pedido, o juiz considerará o teor do 
bem jurídico tutelado, os reflexos pessoais e sociais da ação ou 
omissão, a possibilidade de superação física ou psicológica, assim 
como a extensão e duração dos efeitos da ofensa. 
§ 1º Se julgar procedente o pedido, o juiz fixará a 
indenização a ser paga, a cada um dos ofendidos, em um dos 
seguintes níveis: 
I – ofensa de natureza leve: até R$ 20.000,00 (vinte mil 
reais); 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
II – ofensa de natureza média: de R$ 20.000,00 (vinte mil 
reais) a R$ 90.000,00 (noventa mil reais); 
III – ofensa de natureza grave: de R$ 90.000,00 
(noventa mil reais) a R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais). 
§ 2º Na fixação do valor da indenização, o juiz levará em 
conta, ainda, a situação social, política e econômica das pessoas 
envolvidas, as condições em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo 
moral, a intensidade do sofrimento ou humilhação, o grau de dolo ou 
culpa, a existência de retratação espontânea, o esforço efetivo para 
minimizar a ofensa ou lesão e o perdão, tácito ou expresso. 
§ 3º A capacidade financeira do causador do dano, por si só, 
não autoriza a fixação da indenização em valor que propicie o 
enriquecimento sem causa, ou desproporcional, da vítima ou de 
terceiro interessado. 
§ 4º Na reincidência, ou diante da indiferença do ofensor, o 
juiz poderá elevar ao triplo o valor da indenização. 
Art. 8º Prescreve em 6 (seis) meses o prazo para o 
ajuizamento de ação indenizatória por danos morais, a contar da data 
do conhecimento do ato ou omissão lesivos ao patrimônio moral. 
Art. 9º Os arts. 159 e 1.518 da Lei nº 3.071, de 1º de 
janeiro de 1916 – Código Civil, não se aplicam às ações de reparação 
de danos morais. 
Art. 10. Esta Lei entra em vigor após decorrido 120 (cento e 
vinte) dias de sua publicação oficial. 
 
Senado Federal, em 7 de agosto de 2002 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
 
Senador Ramez Tebet 
Presidente do Senado Federal 
 
 
APENSO: 
 
 
 
PROJETO DE LEI Nº 1443, DE 20032 
(Do Sr.Dep. PASTOR REINALDO) 
 
Estabelece critérios para a 
definição do dano moral 
O Congresso Nacional decreta: 
 
Art. 1º O dano moral decorre de ação ou omissão, 
dolosa ou culposa, que provoca, gravemente, e de maneira 
 
2 O PL mencionado, cuja referência mantivemos na apostila para efeito de 
complementação de pesquisa, tem o seguinte andamento, segundo o site da 
Câmara dos Deputados (acessado em 21 de novembro de 2010): 
6/8/2010 -
 
PLENÁRIO (PLEN) - Arquivado nos termos do § 4º do artigo 58 do 
RICD (inconstitucionalidade). DCD de 10/08/10 PÁG 36611 COL 
02.(publicação) 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
injustificada, pertubação, intranquilidade e ofensa a outrem, contrária 
aos princípios e valores consagrados na sociedade e no ordenamento 
jurídico. 
 
§ 1º A crítica e a divergência de opiniões, ainda 
que veementes, não caracterizam o dano moral. 
 
§ 2º A denúncia de fato ilícito, se verdadeiro, não 
gera direito à indenização. 
Art. 2º A indenização do dano moral será fixada 
em até duas vezes e meia os rendimentos do ofensor ao tempo do 
fato, desde que não exceda em dez vezes o valor dos rendimentos 
mensais do ofendido, que será considerado limite máximo. 
§ 1º Na ocorrência conjunta de dano material, o 
valor indenizatório do dano moral não poderá exceder a dez vezes o 
valor daquele apurado. 
§ 2º A autoridade judicial deverá levar em 
consideração, para a fixação do montante indenizatório, o 
comportamento do ofendido e se houve retratação por parte do 
ofensor, podendo reduzir a indenização e, até mesmo, cancelá-la se 
houver anuência do ofendido. 
§ 3º O ressarcimento pelos danos moral e material 
são independentes e não se excluem. 
Art. 3º A ação por dano moral prescreve em um 
ano a contar do conhecimento pelo ofendido. 
Art. 4º Esta lei entra em vigor na data de sua 
publicação. 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
JUSTIFICAÇÃO 
Com a proposição que levamos à consideração dos 
demais parlamentares, buscamos fornecer parâmetros para a fixação 
do dano moral, uma vez que proliferam os pedidos indenizatórios em 
nossos Tribunais claramente abusivos, onde fica patente a 
desproporçãoentre o dano e o montante que se quer obter a seu 
pretexto. São pedidos formulados sem a mínima razoabilidade e que 
nos fazem crer, infelizmente, na existência de uma indústria – no pior 
sentido da palavra -, indenizatória. 
Com isso, a máquina judiciária é mobilizada – 
juízes, advogados, promotores, testemunhas, diversificados meios de 
prova – com custos altíssimos para as partes e também para o Poder 
Público, quando é evidente a simulação com vistas a obter um valor 
acima do que seria razoável. 
Portanto, queremos, sobretudo, oferecer 
parâmetros objetivos que permitam estabelecer uma indenização 
justa. 
Nesse sentido, contamos como apoio dos demais 
parlamentares. 
 
Sala das Sessões, em de 2003. 
 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
 
 
 
1.2. Dano Moral “in re ipsa” 
 
Outro tema da alta importância, na sua preparação para concurso, e 
que vimos em aula, foi o dano moral “in re ipsa”, ou seja, o que 
dispensa a sua demonstração ou prova, por parte da vítima. 
Acompanhemos, pois, a jurisprudência do STJ a respeito: 
 
RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANO 
EXTRAPATRIMONIAL. INSCRIÇÃO INDEVIDA EM CADASTRO DE 
INADIMPLENTES. 
AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO PRÉVIA. CULPA IN RE IPSA. 
1. O órgão de proteção ao crédito é responsável pela conferência da 
exatidão entre o nome e o CPF do consumidor, bem como pela 
comunicação prévia da pessoa cujo CPF se pretende negativar. 
2. Nos casos de inscrição indevida em cadastro de restrição ao 
crédito, o dano extrapatrimonial é considerado in re ipsa. 
3. Recurso especial provido. 
(REsp 649.104/RJ, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, 
QUARTA TURMA, julgado em 13/10/2009, DJe 26/10/2009) 
RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. INSCRIÇÃO INDEVIDA EM 
CADASTRO DE INADIMPLENTES. COBRANÇA DE ANUIDADE E 
Deputado PASTOR REINALDO 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
ENCARGOS DE CARTÃO DE CRÉDITO JÁ CANCELADO. LEGITIMIDADE 
PASSIVA. PROVA DO DANO. QUANTUM INDENIZATÓRIO. REDUÇÃO. 
– Pertencendo a empresa administradora do cartão de crédito ao 
mesmo grupo econômico do réu, este tem legitimidade passiva ad 
causam para responder por dano moral causado à contratante. 
Precedentes. 
– O dano moral não depende de prova; acha-se in re ipsa (REsp n. 
296.634-RN, de minha relatoria). 
– O valor da indenização por dano moral sujeita-se ao controle do 
Superior Tribunal de Justiça quando a quantia arbitrada se mostrar 
ínfima, de um lado, ou visivelmente exagerada, de outro. Hipótese de 
fixação excessiva, a gerar enriquecimento indevido do ofendido. 
Recurso especial conhecido, em parte, e provido. 
(REsp 775.766/PR, Rel. Ministro BARROS MONTEIRO, QUARTA 
TURMA, julgado em 07.02.2006, DJ 20.03.2006 p. 300) 
 CIVIL. INDENIZAÇÃO. DANOS MORAIS. PLANO DE SAÚDE. 
CIRURGIA. 
AUTORIZAÇÃO. AUSÊNCIA. QUANTUM. ALTERAÇÃO. 
RAZOABILIDADE. 
1 - Não há falar em incidência do art. 1061 do Código Civil e muito 
menos na sua violação se, como no caso presente, os danos morais 
não decorrem de simples inadimplemento contratual, mas da própria 
situação vexatória (in re ipsa), criada pela conduta da empresa ré, 
marcada pelo descaso e pelo desprezo de, no momento em que a 
segurada mais precisava, omitir-se em providenciar o competente 
médico de seus quadros e autorizar a necessária cirurgia, preferindo, 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
16 
 
contudo, ao invés disso, deixar a doente por mais de seis horas, 
sofrendo dores insuportáveis em uma emergência de hospital e, ao 
final de tudo, ainda dizer que a liberação do procedimento médico 
poderia demorar até 72 (setenta e duas) horas. 
2 - Considerando as peculiaridades do caso e os julgados desta Corte 
em hipóteses semelhantes, a estipulação do quantum indenizatório 
em aproximadamente R$ 23.000,00 não é desarrazoada, não 
merecendo, por isso mesmo, alteração em sede especial. 
3 - Recurso especial não conhecido, inclusive porque incidente a 
súmula 83/STJ. 
(REsp 357.404/RJ, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, QUARTA 
TURMA, julgado em 04.10.2005, DJ 24.10.2005 p. 327) 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. REGISTRO NO CADASTRO 
DE DEVEDORES DO SERASA. EXISTÊNCIA DE OUTROS REGISTROS. 
INDENIZAÇÃO. 
POSSIBILIDADE. 
A existência de registros de outros débitos do recorrente em órgãos 
de restrição de crédito não afasta a presunção de existência do dano 
moral, que decorre in re ipsa, vale dizer, do próprio registro de fato 
inexistente. Precedente. 
Hipótese em que o próprio recorrido reconheceu o erro em negativar 
o nome do recorrente. 
Recurso a que se dá provimento. 
(REsp 718.618/RS, Rel. Ministro ANTÔNIO DE PÁDUA RIBEIRO, 
TERCEIRA TURMA, julgado em 24.05.2005, DJ 20.06.2005 p. 285) 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
 
Em conclusão, vale lembrar que, recentemente, editou-se a Súmula 
403 do STJ, com a seguinte redação: 
 “Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não 
autorizada da imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais”. 
 
 
 1.3. Jurisprudência Selecionada 
 
Incabível, em embargos de divergência, discutir o valor de 
indenização por danos morais. 
(Súmula 420, CORTE ESPECIAL, julgado em 03/03/2010, DJe 
11/03/2010) 
O contrato de seguro por danos pessoais compreende os danos 
morais, salvo cláusula expressa de exclusão. 
(Súmula 402, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 28/10/2009, DJe 
24/11/2009) 
A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral. 
(Súmula 388, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 26/08/2009, DJe 
01/09/2009) 
É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral. 
(Súmula 387, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 26/08/2009, DJe 
01/09/2009) 
Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe 
indenização por dano moral, quando preexistente legítima inscrição, 
ressalvado o direito ao cancelamento. 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
(Súmula 385, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 27/05/2009, DJe 
08/06/2009) 
Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-
datado. 
(Súmula 370, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 16/02/2009, DJe 
25/02/2009) 
A correção monetária do valor da indenização do dano moral incide 
desde a data do arbitramento. 
(Súmula 362, CORTE ESPECIAL, julgado em 15/10/2008, DJe 
03/11/2008) 
A indenização por dano moral não está sujeita à tarifação prevista na 
Lei de Imprensa. 
(Súmula 281, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 28.04.2004, DJ 
13.05.2004 p. 200) 
 
A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. 
(Súmula 227, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 08.09.1999, DJ 
20.10.1999 p. 49) 
 
São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral 
oriundos do mesmo fato. 
(Súmula 37, CORTE ESPECIAL, julgado em 12.03.1992, DJ 
17.03.1992 p. 3172, REPDJ 19.03.1992 p. 3201) 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
CIVIL. DANOS ESTÉTICOS E MORAIS. CUMULAÇÃO. Os danos 
estéticos devem ser indenizados independentemente do 
ressarcimento dos danos morais, sempre que tiverem causa 
autônoma. Recurso especial conhecido e provido em parte. 
(REsp 251.719/SP, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 25.10.2005, DJ 02.05.2006 p. 299) 
OBS.: Este entendimento (cumulação dos danos moral e estético) foi 
recentemente reafirmado, consoante se lê abaixo. 
Note-se, inclusive, no primeiro julgado transcrito, a influênciada 
doutrina do desestimulo (teoria do punitive damage). 
RECURSO ESPECIAL DE JPGB E OUTROS. ADMINISTRATIVO. 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ERRO MÉDICO. HOSPITAL 
MUNICIPAL. AMPUTAÇÃO DE BRAÇO DE RECÉM-NASCIDO. DANOS 
MORAIS E ESTÉTICOS. CUMULAÇÃO. 
POSSIBILIDADE. QUANTUM INDENIZATÓRIO FIXADO EM FAVOR DOS 
PAIS E IRMÃO. RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. RECURSO 
PARCIALMENTE PROVIDO. 
1. É possível a cumulação de indenização por danos estético e moral, 
ainda que derivados de um mesmo fato, desde que um dano e outro 
possam ser reconhecidos autonomamente, ou seja, devem ser 
passíveis de identificação em separado. Precedentes. 
2. Na hipótese dos autos, em Hospital Municipal, recém-nascido teve 
um dos braços amputado em virtude de erro médico, decorrente de 
punção axilar que resultou no rompimento de veia, criando um 
coágulo que bloqueou a passagem de sangue para o membro 
superior. 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
3. Ainda que derivada de um mesmo fato - erro médico de 
profissionais da rede municipal de saúde -, a amputação do braço 
direito do recém-nascido ensejou duas formas diversas de dano, o 
moral e o estético. O primeiro, correspondente à violação do direito à 
dignidade e à imagem da vítima, assim como ao sofrimento, à aflição 
e à angústia a que seus pais e irmão foram submetidos, e o segundo, 
decorrente da modificação da estrutura corporal do lesado, enfim, da 
deformidade a ele causada. 
4. Não merece prosperar o fundamento do acórdão recorrido no 
sentido de que o recém-nascido não é apto a sofrer o dano moral, por 
não possui capacidade intelectiva para avaliá-lo e sofrer os prejuízos 
psíquicos dele decorrentes. Isso, porque o dano moral não pode ser 
visto tão-somente como de ordem puramente psíquica - dependente 
das reações emocionais da vítima -, porquanto, na atual ordem 
jurídica-constitucional, a dignidade é fundamento central dos direitos 
humanos, devendo ser protegida e, quando violada, sujeita à devida 
reparação. 
5. A respeito do tema, a doutrina consagra entendimento no sentido 
de que o dano moral pode ser considerado como violação do direito à 
dignidade, não se restringindo, necessariamente, a alguma reação 
psíquica (CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de Responsabilidade 
Civil. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2007, pp. 76/78). 
6. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 447.584/RJ, de 
relatoria do Ministro Cezar Peluso (DJ de 16.3.2007), acolheu a 
proteção ao dano moral como verdadeira "tutela constitucional da 
dignidade humana", considerando-a "um autêntico direito à 
integridade ou à incolumidade moral, pertencente à classe dos 
direitos absolutos". 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
7. O Ministro Luix Fux, no julgamento do REsp 612.108/PR (1ª 
Turma, DJ de 3.11.2004), bem delineou que "deflui da Constituição 
Federal que a dignidade da pessoa humana é premissa inarredável de 
qualquer sistema de direito que afirme a existência, no seu corpo de 
normas, dos denominados direitos fundamentais e os efetive em 
nome da promessa da inafastabilidade da jurisdição, marcando a 
relação umbilical entre os direitos humanos e o direito processual". 
8. Com essas considerações, pode-se inferir que é devida a 
condenação cumulativa do Município à reparação dos danos moral e 
estético causados à vítima, na medida em que o recém-nascido 
obteve grave deformidade - prejuízo de caráter estético - e teve seu 
direito a uma vida digna seriamente atingido - prejuízo de caráter 
moral. Inclusive, a partir do momento em que a vítima adquirir plena 
consciência de sua condição, a dor, o vexame, o sofrimento e a 
humilhação certamente serão sentimentos com os quais ela terá de 
conviver ao longo de sua vida, o que confirma ainda mais a efetiva 
existência do dano moral. Desse modo, é plenamente cabível a 
cumulação dos danos moral e estético nos termos em que fixados na 
r. sentença, ou seja, conjuntamente o quantum indenizatório deve 
somar o total de trezentos mil reais (R$ 300.000,00). Esse valor 
mostra-se razoável e proporcional ao grave dano causado ao recém-
nascido, e contempla também o caráter punitivo e pedagógico da 
condenação. 
9. Quanto ao pedido de majoração da condenação em danos morais 
em favor dos pais e do irmão da vítima, ressalte-se que a revisão do 
valor da indenização somente é possível quando exorbitante ou 
insignificante a importância arbitrada. Essa excepcionalidade, 
contudo, não se aplica à hipótese dos autos. Isso, porque o valor da 
indenização por danos morais - fixado em R$ 20.000,00, para cada 
um dos pais, e em R$ 5.000,00, para o irmão de onze (11) anos, 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
totalizando, assim, R$ 45.000,00 -, nem é irrisório nem 
desproporcional aos danos morais sofridos por esses recorrentes. Ao 
contrário, a importância assentada foi arbitrada com bom senso, 
dentro dos critérios de razoabilidade e proporcionalidade. 
10. Recurso especial parcialmente provido, apenas para determinar a 
cumulação dos danos moral e estético, nos termos em que fixados na 
r. sentença, totalizando-se, assim, trezentos mil reais (R$ 300.000, 
00). 
RECURSO ESPECIAL ADESIVO DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO. 
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. 
REVISÃO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO. INVIABILIDADE. SÚMULA 
7/STJ. RECURSO NÃO-CONHECIDO. 
1. O recurso especial adesivo fica prejudicado quanto ao valor da 
indenização da vítima, tendo em vista o exame do tema por ocasião 
do provimento parcial do recurso especial dos autores. 
2. O quantum indenizatório dos danos morais fixados em favor dos 
pais e do irmão da vítima, ao contrário do alegado pelo Município, 
não é exorbitante (total de R$ 45.000,00). Conforme anteriormente 
ressaltado, esses valores foram fixados em patamares razoáveis e 
dentro dos limites da proporcionalidade, de maneira que é indevida 
sua revisão em sede de recurso especial, nos termos da Súmula 
7/STJ. 
3. Recurso especial adesivo não-conhecido. 
(REsp 910.794/RJ, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, 
julgado em 21/10/2008, DJe 04/12/2008) 
RESPONSABILIDADE CIVIL. RECURSO ESPECIAL. DANO MORAL E 
ESTÉTICO. 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
CUMULAÇÃO. POSSIBILIDADE. VALOR ARBITRADO EXAGERADO. 
REDUÇÃO. BASE DE CÁLCULO DA PENSÃO. JUROS DE MORA. 
INCIDÊNCIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. INCLUSÃO DO CAPITAL 
NECESSÁRIO PARA CONSTITUIÇÃO DE CAPITAL. IMPOSSIBILIDADE. 
1. Somente é possível alterar o valor arbitrado a título de danos 
morais em sede de recurso especial quando este se mostra ínfimo ou 
exagerado, como na espécie, em que se reconhece a violação aos 
princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Precedentes. 
2. A base de cálculo da pensão deferida em razão da redução da 
capacidade laborativa de vítima que não exerce atividade remunerada 
deve se restringir a 1 (um) salário mínimo. 
3. Nos casos de responsabilidade extracontratual, os juros de mora 
incidem a partir do evento danoso. Súmula 54/STJ. 
4. No caso de arbitramento de pensão, o capital necessário a produzir 
a renda correspondente às prestações vincendas não deve integrar a 
base de cálculo da verba honorária. Precedentes. 
5. O pleito de redução do montante arbitrado a título de honorários 
advocatícios esbarra no óbice da súmula 07/STJ, exceto nas situações 
em que exorbitante ou irrisório o quantum fixado pelas instâncias 
ordinárias, o que não ocorre na hipótese vertente. 
6. Recursos especiais conhecidos em parte e, nessa extensão, 
providos. 
(REsp 519258/RJ,Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, QUARTA 
TURMA, julgado em 06/05/2008, DJe 19/05/2008) 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
DANOS MORAIS. LEGITIMIDADE AD CAUSAM. NOIVO. MORTE 
DA NUBENTE. 
A Turma, ao prosseguir o julgamento, após voto-vista que 
acompanhou o relator, deu provimento ao recurso especial para 
restabelecer a sentença que extinguiu o processo sem julgamento do 
mérito, por considerar que o noivo não possui legitimidade ativa ad 
causam para pleitear indenização por danos morais em razão do 
falecimento de sua nubente. Inicialmente, destacou o Min. Relator 
que a controvérsia em exame – legitimidade para propor ação de 
reparação por danos extrapatrimoniais em decorrência da morte de 
ente querido – apesar de antiga, não está resolvida no âmbito 
jurisprudencial. Entretanto, alguns pontos vêm se firmando em 
recentes decisões judiciais. De fato, não há dúvida quanto à 
legitimidade ativa do cônjuge, do companheiro e dos parentes de 
primeiro grau do falecido. Da mesma forma, é uníssono que, em 
hipóteses excepcionais, o direito à indenização pode ser estendido às 
pessoas estranhas ao núcleo familiar, devendo o juiz avaliar se as 
particularidades de cada caso justificam o alargamento a outros 
sujeitos que nele se inserem. Nesse sentido, inclusive, a Turma já 
conferiu legitimidade ao sobrinho do falecido que integrava o núcleo 
familiar, bem como à sogra que fazia as vezes da mãe. Observou o 
Min. Relator que, diante da ausência de regra legal específica acerca 
do tema, caberia ao juiz a integração hermenêutica. Após um breve 
panorama acerca das origens do direito de herança e da ordem de 
vocação hereditária, e à vista de uma leitura sistemática de diversos 
dispositivos de lei que se assemelham com a questão em debate (art. 
76 do CC/1916; arts. 12, 948, I, 1.829, todos do CC/2002 e art. 63 
do CPP), sustentou-se que o espírito do ordenamento jurídico 
brasileiro afasta a legitimação daqueles que não fazem parte do 
núcleo familiar direto da vítima. Dessarte, concluiu-se que a 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
legitimação para a propositura da ação por danos morais deve 
alinhar-se à ordem de vocação hereditária, com as devidas 
adaptações, porquanto o que se busca é a compensação exatamente 
de um interesse extrapatrimonial. Vale dizer, se é verdade que tanto 
na ordem de vocação hereditária quanto na indenização por dano 
moral em razão da morte, o fundamento axiológico são as legítimas 
afeições nutridas entre quem se foi e quem ficou, para proceder à 
indispensável limitação da cadeia de legitimados para a indenização, 
nada mais correto que conferir aos mesmos sujeitos o direito de 
herança e o direito de pleitear a compensação moral. Porém, a 
indenização deve ser considerada de modo global para o núcleo 
familiar, e não a cada um de seus membros, evitando-se a 
pulverização de ações de indenização. Segundo se afirmou, conferir a 
possibilidade de indenização a sujeitos não inseridos no núcleo 
familiar acarretaria a diluição indevida dos valores em prejuízo dos 
que efetivamente fazem jus à reparação. Acrescentou-se, ainda, o 
fato de ter havido a mitigação do princípio da reparação integral do 
dano, com o advento da norma prevista no art. 944, parágrafo único, 
do novo CC. O sistema de responsabilidade civil atual rechaça 
indenizações ilimitadas que alcançam valores que, a pretexto de 
reparar integralmente vítimas de ato ilícito, revelam nítida 
desproporção entre a conduta do agente e os resultados 
ordinariamente dela esperados. Assim, conceder legitimidade ampla e 
irrestrita a todos aqueles que, de alguma forma, suportaram a dor da 
perda de alguém significa impor ao obrigado um dever também 
ilimitado de reparar um dano cuja extensão será sempre 
desproporcional ao ato causador. Portanto, além de uma limitação 
quantitativa da condenação, é necessária a limitação subjetiva dos 
beneficiários nos termos do artigo supracitado. No voto-vista, 
registrou a Min. Maria Isabel Gallotti não considerar ser aplicável a 
ordem de vocação hereditária para o efeito de excluir o direito de 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
indenização dos ascendentes quando também postulado por cônjuge 
e filhos, pois é sabido que não há dor maior do que a perda de um 
filho, uma vez que foge à ordem natural das coisas. Reservou-se, 
também, para apreciar quando se puser concretamente a questão 
referente à legitimidade de parentes colaterais para postular a 
indenização por dano moral em concorrência com cônjuge, 
ascendentes e descendentes. Precedentes citados: REsp 239.009-RJ, 
DJ 4/9/2000, e REsp 865.363-RJ, DJe 11/11/2010. REsp 
1.076.160-AM, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 
10/4/2012. 
DANOS MORAL E MATERIAL. ALEMANHA. 
O autor, brasileiro naturalizado e residente no Brasil, busca 
indenização por danos morais e materiais decorrentes de diversas 
atrocidades de que foi vítima à época da ocupação da França pela 
Alemanha Nazista. Tais atos tiveram como fundamento, meramente, 
o fato de ser o autor judeu de nascença e se incluíam num projeto 
maior de eugenia, com o extermínio do povo judeu na Alemanha 
Nazista e nos países por ela ocupados. Para a Min. Relatora, dois 
princípios devem atuar na definição da jurisdição brasileira para 
conhecer de determinada causa. Além dos arts. 88 e 89 do CPC, que 
não são exaustivos, deve-se ter atenção, sempre, para os princípios 
da efetividade e da submissão. Compreendida a atuação deles, resta 
aplicá-los à hipótese dos autos. No precedente RO 13-PE, DJ 
17/9/2007, a competência da autoridade brasileira foi fixada com 
base no art. 88, I, do CPC e a Min. Relatora firmou que a mesma 
idéia pode ser estendida à hipótese dos autos – a representação 
oficial do país, na plenitude, mediante sua embaixada e consulados 
no Brasil –, ainda destacando que os incisos da referenciada norma 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
legal constituem pressupostos independentes e não conjuntos. Pelo 
princípio da efetividade, o Estado tem interesse no julgamento da 
causa. Diante disso, entendeu a Min. Relatora ser imperativo que se 
determine a citação, no processo sub judice, da República Federal da 
Alemanha para que, querendo, oponha resistência à sua submissão à 
autoridade judiciária brasileira. Somente após essa oposição, se ela 
for apresentada, é que se poderá decidir a questão. Tal medida não 
encontra óbice nem nos comandos dos arts. 88 e 89 do CPC, que 
tratam da competência (jurisdição) internacional brasileira, nem no 
princípio da imunidade de jurisdição que, segundo a mais moderna 
interpretação, prevalece apenas para as ações nas quais se discute a 
prática dos atos de império pelo Estado estrangeiro, não sendo 
passível de ser invocado para as ações nas quais se discutem atos de 
gestão. Diante disso, a Turma deu provimento ao recurso para 
determinar a citação da ré. RO 64-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, 
julgado em 13/5/2008. 
 
Separação judicial. Proteção da pessoa dos filhos (guarda e 
interesse). Danos morais (reparação). Cabimento. 
 1. O cônjuge responsável pela separação pode ficar com a guarda 
do filho menor, em se tratando de solução que melhor atenda ao 
interesse da criança. Há permissão legal para que se regule por 
maneira diferente a situação do menor com os pais. Em casos tais, 
justifica-se e se recomenda que prevaleça o interesse do menor. 
 2. O sistema jurídico brasileiro admite, na separação e no divórcio, 
a indenização por dano moral. Juridicamente,portanto, tal pedido é 
possível: responde pela indenização o cônjuge responsável exclusivo 
pela separação. 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
 3. Caso em que, diante do comportamento injurioso do cônjuge 
varão, a Turma conheceu do especial e deu provimento ao recurso, 
por ofensa ao art. 159 do Cód. Civil, para admitir a obrigação de se 
ressarcirem danos morais. 
(REsp 37051/SP, Rel. Ministro NILSON NAVES, TERCEIRA TURMA, 
julgado em 17.04.2001, DJ 25.06.2001 p. 167) 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL. ABANDONO MORAL. REPARAÇÃO. DANOS 
MORAIS. 
IMPOSSIBILIDADE. 
1. A indenização por dano moral pressupõe a prática de ato ilícito, 
não rendendo ensejo à aplicabilidade da norma do art. 159 do Código 
Civil de 1916 o abandono afetivo, incapaz de reparação pecuniária. 
2. Recurso especial conhecido e provido. 
(REsp 757.411/MG, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, QUARTA 
TURMA, julgado em 29.11.2005, DJ 27.03.2006 p. 299) 
ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO 
MOVIDA EM RAZÃO DE ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO CAUSADO POR 
"BURACO' EM RODOVIA EM MAU ESTADO DE CONSERVAÇÃO. 
RESPONSABILIDADE DO ESTADO APURADA E RECONHECIDA, PELA 
SENTENÇA E PELO ACÓRDÃO, A PARTIR DE FARTO E ROBUSTO 
MATERIAL PROBATÓRIO. CONDENAÇÃO DO ESTADO AO PAGAMENTO 
DE PENSIONAMENTO VITALÍCIO E DANOS MORAIS. ALEGADA 
EXORBITÂNCIA DO VALOR INDENIZATÓRIO (DE R$ 30.000,00) E DE 
HONORÁRIOS (R$ 5.000,00). 
DESCABIMENTO. APLICAÇÃO DO ÓBICE INSCRITO NA SÚMULA 
7/STJ. 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
MANIFESTA LEGITIMIDADE PASSIVA DO ESTADO, ORA 
RECORRENTE. RECURSO ESPECIAL NÃO-CONHECIDO. 
1. Trata-se de recurso especial (fls. 626/634) interposto pelo Estado 
do Espírito Santo em autos de ação indenizatória de responsabilidade 
civil e de danos morais, com fulcro no art. 105, III, "a", do permissivo 
constitucional, contra acórdão prolatado pelo Tribunal Justiça do 
Estado do Espírito Santo que, em síntese, condenou o Estado 
recorrente ao pagamento de danos morais e pensão vitalícia à parte 
ora recorrida. 
2. Conforme registram os autos, diversos familiares do autor, 
inclusive sua filha e esposa, faleceram em razão de acidente 
automobilístico causado, consoante se constatou na instrução 
processual, pelo mau estado de conservação da rodovia em que 
trafegavam, na qual um buraco de grande proporção levou ao 
acidente fatal ora referido. Essa evidência está consignada na 
sentença, que de forma minudente realizou exemplar análise das 
provas coligidas, notadamente do laudo pericial 
3. Em recurso especial duas questões centrais são alegadas pelo 
Estado do Espírito Santo: a - exorbitância do valor fixado a título de 
danos morais, estabelecido em R$ 30.000,00; b - inadequação do 
valor determinado para os honorários (R$ 5.000,00). 
4. Todavia, no que se refere à adequação da importância 
indenizatória indicada, de R$ 30.000,00, uma vez que não se 
caracteriza como ínfima ou exorbitante, refoge por completo à 
discussão no âmbito do recurso especial, ante o óbice inscrito na 
Súmula 7/STJ, que impede a simples revisão de prova já apreciada 
pela instância a quo, que assim dispôs: O valor fixado pra o dano 
moral está dentro dos parâmetros legais, pois há eqüidade e 
razoabalidade no quantum fixado. A boa doutrina vem conferindo a 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
esse valor um caráter dúplice, tanto punitivo do agente quanto 
compensatório em relação à vítima. 
5. Quanto ao valor de honorários, semelhante juízo se aplica, uma 
vez que decorrente exclusivamente da apreciação dos elementos 
fáticos presentes no processo. Confira-se (fl. 606): Em relação aos 
honorários de sucumbência, estes são reconhecidos como um direito 
do advogado da parte que venceu a demanda, devendo a parte 
vencida, neste caso o apelante ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, arcar 
com o ônus sucumbencial. Entendo que, em se tratando do caso 
concreto, o valor dos honorários advocatícios foi fixado de forma 
equilibrada e justa. 
6. A alegada ilegitimidade passiva do Estado querelante se encontra 
determinantemente afastada, haja vista o expresso liame causal 
estabelecido nos autos, com amparo em elementos probatórios fartos 
e robustos, demonstrados à saciedade no curso da instrução 
processual. 
7. Recurso especial conhecido em parte e não-provido. 
(REsp 965.500/ES, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, 
julgado em 18/12/2007, DJ 25/02/2008 p. 1) 
 
2. Textos Complementares 
 Editorial 24 – Método Bifásico na Fixação da Indenização por Dano 
Moral 
 
Chamou a nossa atenção noticiário do Superior Tribunal de Justiça veiculado 
em maio deste ano. 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
Como sabemos, um dos pontos críticos do Direito Civil é, precisamente, a 
quantificação do dano moral, digladiando-se, em doutrina, aqueles que 
defendem o método da “tarifação legal” – pelo qual caberia à própria lei 
fixar antecipadamente o valor do dano moral devido – com adeptos da 
corrente preponderante que defende a fixação judicial mediante 
“arbitramento”. 
Sucede que, ainda que se adote o critério do arbitramento, o juiz, ao fixar a 
indenização devida por dano moral, não pode, logicamente, basear-se em 
meras conjecturas pessoais, em seu “achismo”, em detrimento da adoção 
de critérios mais seguros de hermenêutica, sempre à luz do ônus da 
argumentação jurídica sustentado pelo filósofo Robert Alexy . 
Ora, nesse esforço de definição de bases e referenciais interpretativos, 
decisão do STJ apresentou um interessante método de definição da 
indenização devida por dano moral, ainda desconhecido por muitos, e que 
merece a nossa atenção. 
É o chamado método bifásico de fixação da indenização por dano moral. 
No caso que serviu de base a esta linha de raciocínio, “o STJ determinou 
pagamento de 500 salários mínimos, o equivalente a R$ 272,5 mil, como 
compensação por danos morais à família de uma mulher morta em 
atropelamento. O acidente aconteceu no município de Serra (ES). A decisão 
da Terceira Turma, unânime, adotou os critérios para arbitramento de valor 
propostos pelo ministro Paulo de Tarso Sanseverino, relator do caso. De 
acordo com o processo, o motorista estaria dirigindo em velocidade 
incompatível com a via. Ele teria atravessado a barreira eletrônica a 66 
km/h, velocidade acima da permitida para o local, de 40 km/h, e teria 
deixado de prestar socorro à vítima após o atropelamento. Ela tinha 43 
anos e deixou o esposo e quatro filhos, sendo um deles judicialmente 
interditado”. 
O ministro, na oportunidade, aplicando o direito à espécie, utilizou um 
critério dual ou bifásico de fixação da indenização devida, pelo qual, após 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
pesquisa de casos semelhantes, o julgador chega a um referencial médio de 
valor, para, em seguida, majorar ou minorar a indenização, à luz das 
peculiaridades do caso concreto: 
 
“O ministro explicou que o objetivo do método bifásico é estabelecer um 
ponto de equilíbrio entre o interesse jurídico lesado e as peculiaridades do 
caso, de forma que o arbitramento seja equitativo. Segundo ele, o método 
é o mais adequado para a quantificação da compensação por danos morais 
em casos de morte. ‘Esse método bifásico é o que melhor atende às 
exigências de um arbitramento equitativo da indenização por danos 
extrapatrimoniais´, afirmou. 
 
Pelo método bifásico, fixa-se inicialmente o valor básico da indenização, 
levando emconta a jurisprudência sobre casos de lesão ao mesmo interesse 
jurídico. Assim, explicou o ministro, assegura-se ‘uma razoável igualdade de 
tratamento para casos semelhantes’. Em seguida, o julgador chega à 
indenização definitiva ajustando o valor básico para mais ou para menos, 
conforme as circunstâncias específicas do caso. 
 
O ministro destacou precedentes jurisprudenciais em que foi usado o 
método bifásico. Em um dos julgamentos citados, foi entendido que cabe ao 
STJ revisar o arbitramento quando o valor fixado nos tribunais estaduais 
destoa dos estipulados em outras decisões recentes da Corte, sendo 
observadas as peculiaridades dos processos”. 
 
Fonte: 
http://www.stj.jus.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp?tmp.area=398&tmp
.texto=101710&tmp.area_anterior=44&tmp.argumento_pesquisa=bifásico 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
Trata-se de um critério hermenêutico ainda não amplamente conhecido, e 
que merece a nossa atenção, pela sua importância no âmbito da 
Responsabilidade Civil. 
Bom estudo, meus amigos! 
Um abraço no coração, meus amigos! 
Pablo Stolze 
03 de junho de 2011. 
Editorial disponível no www.pablostolze.com.br 
RESPONSABILIDADE PELA GUARDA DE VEÍCULOS EM 
ESTACIONAMENTOS3 
 
Fernando Gaburri 
Graduado pela Faculdade de Direito do Instituto Vianna 
Júnior, em Juiz de Fora-MG. Mestre em Direito Civil 
Comparado pela PUC-SP. Professor de Direito Civil na 
UFBA e de Teoria Geral do Direito na AREA1FTE, em 
Salvador-BA. Co-autor da obra Direito Civil v. 5, editada 
pela RT em 2008, em que escreveu, dentre outros, o 
capítulo 22, que versa sobre o tema em questão. 
 
 
De quem é a responsabilidade por dano ou subtração de veículos em 
 
estacionamentos de 
estabelecimentos empresariais, como supermercados, shoppings 
centers e congêneres? 
O dano ou subtração – furto ou roubo – de veículos em pátio 
destinado a estacionamento, poderá ser de responsabilidade do 
estabelecimento empresarial que o disponibiliza. Tudo dependerá da 
resposta à seguinte indagação: a guarda do veículo foi transferida 
para o estabelecimento empresarial? Em caso de resposta afirmativa, 
o supermercado, shopping center ou congênere deverá ressarcir os 
danos sofridos pelo proprietário, em caso de avaria ou subtração do 
veículo que lá estiver estacionado. 
Se a pedra de toque da responsabilidade pelos encarregados da 
custódia de veículos é a transferência da guarda dos mesmos, resta-
nos identificar quando ocorre essa transferência. 
Em primeiro lugar, não se confundem guarda e depósito, porque 
este último é o contrato pelo qual uma pessoa entrega uma coisa 
móvel a um depositário, para que este a conserve e depois a restitua. 
O depositário tem total disponibilidade sobre a coisa. No nosso caso, 
para haver depósito do veículo, seria necessário que as chaves 
fossem entregues ao estabelecimento que oferece o estacionamento. 
Como sabemos, em alguns estacionamentos não há entrega de 
chaves. Assim, não se trata de depósito, mas sim de um contrato de 
guarda ou vigilância, que não é previsto pelas leis brasileiras. 
É comum que nesses locais exista uma tabuleta, com o aviso de 
que o estabelecimento não se responsabiliza em caso de dano ou 
subtração do veículo. Entretanto, tal aviso não é suficiente para 
excluir essa responsabilidade pois, se a guarda do veículo foi 
transferida, o dever de indenizar persiste ainda que o estacionamento 
seja gratuito. Na verdade, essa gratuidade é apenas aparente, 
porque, ao oferecer estacionamento, o estabelecimento empresarial 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
atrai para si um maior número de clientes. 
Como fica essa responsabilidade no caso de o estacionamento não ter 
vigilância? 
É comum que em alguns supermercados o estacionamento não 
seja vigiado, podendo qualquer pessoa nele ingressar ou dele sair, 
mesmo quem use aquele espaço mas não se dirija ao 
estabelecimento. Na prática, algumas pessoas estacionam seus 
veículos no pátio do supermercado e vão para o trabalho ou tomam 
transporte público, e só voltam àquele local no final do dia, ou 
mesmo no dia seguinte, para retirar o veículo, que ficou ali 
estacionado gratuitamente. 
Se não houve a entrega ou a transferência da guarda do veículo, 
se não foi emitido bilhete e, ao final, se não foi preciso que o 
condutor se identificasse para sair dali com seu veículo, então não 
haverá responsabilidade. Ou seja, não havendo efetiva entrega do 
veículo, não existirá o dever de guarda 
O mesmo vale para as universidades e escolas que não mantêm 
vigilância em seus estacionamentos. Neste caso, os alunos, 
professores e funcionários podem estacionar seus veículos, mas o 
estabelecimento de ensino não terá nenhuma responsabilidade. O 
Superior Tribunal de Justiça – STJ – já decidiu neste sentido, no 
Recurso Especial 438870-DF, de 12.04.2005. 
E quando meu veículo é entregue a um manobrista? 
É comum que nas grandes cidades, os hotéis e restaurantes 
ofereçam estacionamento com serviço de manobrista. Neste caso, o 
dono do veículo vê-se obrigado a entregar suas chaves ao funcionário 
do estabelecimento, o que caracteriza o contrato de depósito. 
Nesta hipótese haverá responsabilidade do estabelecimento por 
dano ou subtração, ainda que o estacionamento seja gratuito. Na 
verdade, como já dissemos, essa gratuidade é apenas aparente, 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
porque, por exemplo, o restaurante que oferece estacionamento atrai 
muito mais clientela do que aquele outro que o não oferece. Neste 
sentido já decidiu o STJ no Recurso Especial 419465-DF, de 
25.02.2003. 
É importante esclarecer que se o condutor estacionar, por conta 
própria, seu veículo nas imediações do restaurante, confiando-o aos 
cuidados dos chamados flanelinhas, o estabelecimento não terá 
nenhuma responsabilidade. 
É semelhante a situação dos postos de combustível e das oficinas 
mecânicas, porque também ocorre a efetiva entrega do veículo. Se o 
mecânico da oficina causar danos ao veículo enquanto o manobra ou 
quando o testa na via pública, o estabelecimento deverá indenizar o 
proprietário. 
O STJ, ao julgar o Recurso Especial 218470-SP, entendeu que a 
oficina fica responsável até mesmo na ocorrência de assalto à mão 
armada, porque se trata de acontecimento previsível em negócio 
dessa espécie, que se caracteriza na manutenção de loja em local de 
fácil acesso, em que se encontram automóveis e demais objetos de 
valor. 
E quando deixo meu veículo nas zonas azuis? 
As zonas ou áreas azuis são espaços públicos destinados a 
estacionamento, explorados pelo município, ou por empresas 
permissionárias. Trata-se de um serviço público prestado mediante 
remuneração. 
Neste caso, haverá responsabilidade do município ou de quem lhe 
faz as vezes – a empresa permissionária – por força do § 6º do artigo 
37 da Constituição Federal. 
 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
Indenização por paraplegia deve ser maior que em casos de morte 
19/11/2010 
A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) aumentou de R$ 40 
mil para R$ 250 mil a indenização por dano moral em favor de um cidadão 
de Santa Catarina que ficou paraplégico depois de um acidente de trânsito. 
 
“Não há como negar o impacto psicológico e a dor íntima que pode causar 
para um pai de família, saudável e ativo, a constatação de ver-se preso a 
uma cadeira de rodas pelo resto de sua vida, demandando cuidados 
exclusivos e permanentes”, afirmou a relatora do caso, ministra Nancy 
Andrighi.O acidente foi causado por um caminhão conduzido pelo preposto do 
proprietário do caminhão, ao fazer ultrapassagem em local proibido. Para 
evitar a colisão frontal, o carro em que estavam a vítima, sua esposa e seu 
filho foi desviado para o acostamento e, descontrolado, acabou batendo em 
outro veículo. 
 
Processado, o proprietário do caminhão foi condenado a pagar os danos 
materiais, mais uma indenização por danos morais e estéticos no valor de 
R$ 40 mil e pensão de um salário-mínimo por mês para a vítima 
paraplégica. O juiz determinou, ainda, o pagamento de R$ 15 mil ao filho, 
como compensação pela dor psicológica de ver o pai naquela situação. 
 
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), ao julgar o recurso de 
apelação, afastou o pagamento dos danos morais para o filho da vítima e 
manteve os demais itens da sentença, inclusive o valor de R$ 40 mil ao pai, 
considerado dentro dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. 
Inconformada, a vítima recorreu ao STJ, na tentativa de majorar a própria 
indenização, restabelecer a do filho e aumentar também a pensão mensal. 
 
Segundo a ministra Nancy Andrighi, o pai não conseguiu demonstrar a 
ocorrência de ilegalidade a permitir a análise, pelo tribunal superior, do 
pedido de indenização ao filho. Quanto à pensão mensal, a majoração foi 
pedida com base em argumentos jurídicos que não haviam sido abordados 
antes no processo – portanto, o assunto não daria margem a recurso para o 
STJ. 
 
Já no caso da indenização de R$ 40 mil, a relatora afirmou que a 
jurisprudência do STJ permite a alteração do valor de indenizações por dano 
moral quando esse valor se mostrar ínfimo ou exagerado, “pois nesses 
casos reconhece-se a violação dos princípios da razoabilidade e da 
proporcionalidade”. 
 
A ministra ressaltou que há vários precedentes da Corte fixando em 400 
salários-mínimos (R$ 204 mil, atualmente) as indenizações por dano moral 
causado aos parentes próximos de vítimas fatais. Por outro lado, de acordo 
com a relatora, “são poucos os precedentes que versam acerca do valor do 
3. Fique por Dentro 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
dano moral, em casos nos quais resulte à vítima incapacidade permanente 
para o trabalho, decorrente de tetraplegia, paraplegia ou outra lesão, ou 
seja, nas hipóteses em que se busca compensar a própria vítima por 
sequela que irá carregar pelo resto de sua vida”. 
 
Em um desses precedentes, de 2007, cuja relatoria coube à própria ministra 
Nancy Andrighi, a Terceira Turma manteve em R$ 1,14 milhão a 
indenização devida a um policial de 24 anos que ficou tetraplégico após ser 
baleado acidentalmente pelo vigia de um banco, durante uma repressão a 
assalto. Na ocasião, a ministra afirmou que não seria razoável reduzir o 
valor para o nível das condenações em caso de morte. 
 
“A aflição causada ao próprio acidentado não pode ser comparada, em 
termos de grandeza, com a perda de um ente querido”, disse a ministra em 
seu voto, acompanhado por todos os demais ministros da Turma. “A morte 
de nossos pais, de nossos irmãos, por mais dolorida que seja, por mais que 
deixe sequelas para sempre, não é, ao menos necessariamente, tão 
limitadora quanto a abrupta perda de todos os movimentos, capacidade 
sexual e controle sobre as funções urinárias e intestinais”, afirmou a 
relatora naquele julgamento (Resp 951.514). 
 
Depois de mencionar outras indenizações da mesma natureza, em 
patamares de R$ 250 mil, R$ 360 mil e R$ 500 mil, a ministra declarou que, 
no caso do acidente em Santa Catarina, “o montante arbitrado (R$ 40 mil) 
desafia os padrões da razoabilidade, mostrando-se aquém daquilo que vem 
sendo estabelecido pelo STJ”, devendo, por isso, ser aumentado. 
Processos: Resp 1189465 
Fonte: 
http://www.stj.gov.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&t
mp.area=398&tmp.texto=99864
 
Contratos bancários sem previsão de juros podem ser revistos pela 
taxa média de mercado 
20/05/2010 
Nos contratos de mútuo (empréstimo de dinheiro) em que a disponibilização 
do capital é imediata, o montante dos juros remuneratórios praticados deve 
ser consignado no respectivo instrumento. Ausente a fixação da taxa no 
contrato, o juiz deve limitar os juros à média de mercado nas operações da 
espécie, divulgada pelo Banco Central, salvo se a taxa cobrada for mais 
vantajosa para o cliente. O entendimento foi pacificado pela Segunda Seção 
do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgamento de dois recursos 
especiais impetrados pelo Unibanco. Os processos foram apreciados em 
sede de recurso repetitivo. 
Em ambos os casos, o Unibanco recorreu de decisões desfavoráveis 
proferidas pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR). As ações envolviam 
revisão de contratos bancários. Nos dois episódios, os autores – uma 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
construtora e uma empresa de transportes – contestaram a legalidade de o 
banco alterar unilateralmente o contrato, definindo a taxa de juros não 
prevista anteriormente. Na ausência do índice, o Unibanco estipulou, por 
conta própria, a cobrança pela taxa média de mercado. Para as empresas, 
houve abuso da instituição financeira, já que esta teria de se sujeitar ao 
limite de 12% ao ano para juros remuneratórios. Os pedidos foram julgados 
procedentes na Justiça estadual. 
No STJ, os processos foram relatados pela ministra Nancy Andrighi, que 
analisou a questão nos termos do art. 543-C do Código de Processo Civil. 
No seu entender, contratos bancários que preveem a incidência de juros, 
mas não especificam seu montante, têm de ter essa cláusula anulada, já 
que deixam ao arbítrio da instituição financeira definir esse índice. Nos 
casos, porém, em que o contrato é omisso quanto a essa questão, é preciso 
interpretar o negócio considerando-se a intenção das partes ao firmá-lo. 
E, nesse aspecto, a incidência de juros pode ser presumida, mesmo não 
prevista em contrato. Isso porque, de acordo com Nancy Andrighi, o 
mutuário recebe o empréstimo sob o compromisso de restituí-lo com uma 
remuneração, que são os juros, e não restituir o dinheiro sem qualquer 
espécie de compensação. “As partes que queiram contratar gratuitamente 
mútuo com fins econômicos só poderão fazê-lo se, por cláusula expressa, 
excluírem a incidência de juros”, afirmou a ministra em seu voto. 
Para Nancy Andrighi, a taxa média de mercado é adequada porque é 
medida por diversas instituições financeiras, representando, portanto, o 
ponto de equilíbrio nas forças do mercado. Segundo a ministra, a adoção da 
referida taxa ganhou força quando o Banco Central passou a divulgá-la, em 
1999 – e seu uso, nos processos sob análise, é a “solução que recomenda a 
boa-fé”. A jurisprudência do STJ tem utilizado a taxa média de mercado na 
solução de conflitos envolvendo contratos bancários. Paralelamente, o 
Tribunal tem reiterado o entendimento de que a estipulação de juros 
remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não indica abusividade. 
Além de estabelecer que, ausente a fixação da taxa no contrato, cabe ao 
juiz limitar os juros à média de mercado (a menos que a taxa indicada pela 
instituição financeira seja mais vantajosa para o cliente), a Segunda Seção 
do STJ assinalou que, em qualquer hipótese, é possível a correção para a 
taxa média se houver abuso nos juros remuneratórios praticados. Por ter 
sido pronunciada em julgamento de recurso repetitivo, a decisão deve ser 
aplicada a todos os processos com o mesmo tema. 
Processos: REsp 1112879; REsp 1112880 
Fonte: 
http://www.stj.jus.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&tmp.area
=398&tmp.texto=97326 
STJ busca parâmetros para uniformizar valores de danos morais 
13/09/2009 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.comtatianaconcursos@hotmail.com
 
Por muitos anos, uma dúvida pairou sobre o Judiciário e retardou o acesso 
de vítimas à reparação por danos morais: é possível quantificar 
financeiramente uma dor emocional ou um aborrecimento? A Constituição 
de 1988 bateu o martelo e garantiu o direito à indenização por dano moral. 
Desde então, magistrados de todo o país somam, dividem e multiplicam 
para chegar a um padrão no arbitramento das indenizações. O Superior 
Tribunal de Justiça (STJ) tem a palavra final para esses casos e, ainda que 
não haja uniformidade entre os órgãos julgadores, está em busca de 
parâmetros para readequar as, indenizações. 
 
O valor do dano moral tem sido enfrentado no STJ sob a ótica de atender 
uma dupla função: reparar o dano buscando minimizar a dor da vítima e 
punir o ofensor para que não reincida. Como é vedado ao Tribunal 
reapreciar fatos e provas e interpretar cláusulas contratuais, o STJ apenas 
altera os valores de indenizações fixados nas instâncias locais quando se 
trata de quantia irrisória ou exagerada. 
 
A dificuldade em estabelecer com exatidão a equivalência entre o dano e o 
ressarcimento se reflete na quantidade de processos que chegam ao STJ 
para debater o tema. Em 2008, foram 11.369 processos que, de alguma 
forma, debatiam dano moral. O número é crescente desde a década de 
1990 e, nos últimos 10 anos, somou 67 mil processos só no Tribunal 
Superior. 
 
O ministro do STJ Luis Felipe Salomão, integrante da Quarta Turma e da 
Segunda Seção, é defensor de uma reforma legal em relação ao sistema 
recursal, para que, nas causas em que a condenação não ultrapasse 40 
salários mínimos (por analogia, a alçada dos Juizados Especiais), seja 
impedido o recurso ao STJ. “A lei processual deveria vedar expressamente 
os recursos ao STJ. Permiti-los é uma distorção em desprestígio aos 
tribunais locais”, critica o ministro. 
 
Subjetividade 
 
Quando analisa o pedido de dano moral, o juiz tem liberdade para apreciar, 
valorar e arbitrar a indenização dentro dos parâmetros pretendidos pelas 
partes. De acordo com o ministro Salomão, não há um critério legal, 
objetivo e tarifado para a fixação do dano moral. “Depende muito do caso 
concreto e da sensibilidade do julgador”, explica. “A indenização não pode 
ser ínfima, de modo a servir de humilhação a vítima, nem exorbitante, para 
não representar enriquecimento sem causa”, completa . 
 
Para o presidente da Terceira Turma do STJ, ministro Sidnei Beneti, essa é 
uma das questões mais difíceis do Direito brasileiro atual. “Não é cálculo 
matemático. Impossível afastar um certo subjetivismo”, avalia. De acordo 
com o ministro Beneti, nos casos mais freqüentes, considera-se, quanto à 
vítima, o tipo de ocorrência (morte, lesão física, deformidade), o 
padecimento para a própria pessoa e familiares, circunstâncias de fato, 
como a divulgação maior ou menor e consequências psicológicas duráveis 
para a vítima. 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
Quanto ao ofensor, considera-se a gravidade de sua conduta ofensiva, a 
desconsideração de sentimentos humanos no agir, suas forças econômicas 
e a necessidade de maior ou menor valor, para que o valor seja um 
desestímulo efetivo para a não reiteração. 
 
Tantos fatores para análise resultam em disparidades entre os tribunais na 
fixação do dano moral. É o que se chama de “jurisprudência lotérica”. O 
ministro Salomão explica: para um mesmo fato que afeta inúmeras vítimas, 
uma Câmara do Tribunal fixa um determinado valor de indenização e outra 
Turma julgadora arbitra, em situação envolvendo partes com situações bem 
assemelhadas, valor diferente. “Esse é um fator muito ruim para a 
credibilidade da Justiça, conspirando para a insegurança jurídica”, analisa o 
ministro do STJ. “A indenização não representa um bilhete premiado”, diz. 
 
Estes são alguns exemplos recentes de como os danos vêm sendo 
quantificados no STJ. 
 
Morte dentro de escola = 500 salários 
Quando a ação por dano moral é movida contra um ente público (por 
exemplo, a União e os estados), cabe às turmas de Direito Público do STJ o 
julgamento do recurso. Seguindo o entendimento da Segunda Seção, a 
Segunda Turma vem fixando o valor de indenizações no limite de 300 
salários mínimos. Foi o que ocorreu no julgamento do Resp 860705, 
relatado pela ministra Eliana Calmon. O recurso era dos pais que, entre 
outros pontos, tentavam aumentar o dano moral de R$ 15 mil para 500 
salários mínimos em razão da morte do filho ocorrida dentro da escola, por 
um disparo de arma. A Segunda Turma fixou o dano, a ser ressarcido pelo 
Distrito Federal, seguindo o teto padronizado pelos ministros. 
 
O patamar, no entanto, pode variar de acordo com o dano sofrido. Em 
2007, o ministro Castro Meira levou para análise, também na Segunda 
Turma, um recurso do Estado do Amazonas, que havia sido condenado ao 
pagamento de R$ 350 mil à família de uma menina morta por um policial 
militar em serviço. Em primeira instância, a indenização havia sido fixada 
em cerca de 1.600 salários mínimos, mas o tribunal local reduziu o valor, 
destinando R$ 100 mil para cada um dos pais e R$ 50 mil para cada um dos 
três irmãos. O STJ manteve o valor, já que, devido às circunstâncias do 
caso e à ofensa sofrida pela família, não considerou o valor exorbitante nem 
desproporcional (REsp 932001). 
 
Paraplegia = 600 salários 
A subjetividade no momento da fixação do dano moral resulta em 
disparidades gritantes entre os diversos Tribunais do país. Num recurso 
analisado pela Segunda Turma do STJ em 2004, a Procuradoria do Estado 
do Rio Grande do Sul apresentou exemplos de julgados pelo país para 
corroborar sua tese de redução da indenização a que havia sido condenada. 
 
Feito refém durante um motim, o diretor-geral do hospital penitenciário do 
Presídio Central de Porto Alegre acabou paraplégico em razão de 
ferimentos. Processou o estado e, em primeiro grau, o dano moral foi 
arbitrado em R$ 700 mil. O Tribunal estadual gaúcho considerou suficiente 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 a indenização equivalente a 1.300 salários mínimos. Ocorre que, em caso 
semelhante (paraplegia), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais fixou em 
100 salários mínimos o dano moral. Daí o recurso ao STJ. 
 
A Segunda Turma reduziu o dano moral devido à vítima do motim para 600 
salários mínimos (Resp 604801), mas a relatora do recurso, ministra Eliana 
Calmon, destacou dificuldade em chegar a uma uniformização, já que há 
múltiplas especificidades a serem analisadas, de acordo com os fatos e as 
circunstâncias de cada caso. 
 
Morte de filho no parto =250 salários 
Passado o choque pela tragédia, é natural que as vítimas pensem no 
ressarcimento pelos danos e busquem isso judicialmente. Em 2002, a 
Terceira Turma fixou em 250 salários mínimos a indenização devida aos 
pais de um bebê de São Paulo morto por negligência dos responsáveis do 
berçário (Ag 437968). 
 
Caso semelhante foi analisado pela Segunda Turma neste ano. Por falta do 
correto atendimento durante e após o parto, a criança ficou com sequelas 
cerebrais permanentes. Nesta hipótese, a relatora, ministra Eliana Calmon, 
decidiu por uma indenização maior, tendo em vista o prolongamento do 
sofrimento. 
 
“A morte do filho no parto, por negligência médica, embora ocasione dor 
indescritível aos genitores, é evidentemente menor do que o sofrimento 
diário dos pais que terão de cuidar, diuturnamente, do filho inválido, 
portador de deficiência mental irreversível, que jamais será independente 
ou terá a vida sonhada por aqueles que lhe deram a existência”, afirmou a 
ministra em seu voto. A indenização foi fixada em 500 salários mínimos 
(Resp 1024693) 
 
Fofoca social = 30 mil reais 
O STJ reconheceu a necessidade de reparação a uma mulher que teve sua 
foto aolado de um noivo publicada em jornal do Rio Grande do Norte, 
noticiando que se casariam. Na verdade, não era ela a noiva, pelo contrário, 
ele se casaria com outra pessoa. Em primeiro grau, a indenização foi fixada 
em R$ 30 mil, mas o Tribunal de Justiça potiguar entendeu que não existiria 
dano a ser ressarcido, já que uma correção teria sido publicada 
posteriormente. No STJ, a condenação foi restabelecida (Resp 1053534). 
 
Protesto indevido = 20 milreais 
Um cidadão alagoano viu uma indenização de R$ 133 mil minguar para R$ 
20 mil quando o caso chegou ao STJ. Sem nunca ter sido correntista do 
banco que emitiu o cheque, houve protesto do título devolvido por parte da 
empresa que o recebeu. Banco e empresa foram condenados a pagar cem 
vezes o valor do cheque (R$ 1.333). Houve recurso e a Terceira Turma 
reduziu a indenização. O relator, ministro Sidnei Beneti, levou em 
consideração que a fraude foi praticada por terceiros e que não houve 
demonstração de abalo ao crédito do cidadão (Resp 792051). 
 
Alarme antifurto = 7 milreais 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
O que pode ser interpretado como um mero equívoco ou dissabor por 
alguns consumidores, para outros é razão de processo judicial. O STJ tem 
jurisprudência no sentido de que não gera dano moral a simples interrupção 
indevida da prestação do serviço telefônico (Resp 846273). 
 
Já noutro caso, no ano passado, a Terceira Turma manteve uma 
condenação no valor de R$ 7 mil por danos morais devido a um consumidor 
do Rio de Janeiro que sofreu constrangimento e humilhação por ter de 
retornar à loja para ser revistado. O alarme antifurto disparou 
indevidamente. 
 
Para a relatora do recurso, ministra Nancy Andrighi, foi razoável o patamar 
estabelecido pelo Tribunal local (Resp 1042208). Ela destacou que o valor 
seria, inclusive, menor do que noutros casos semelhantes que chegaram ao 
STJ. Em 2002, houve um precedente da Quarta Turma que fixou em R$ 15 
mil indenização para caso idêntico (Resp 327679). 
Tabela 
A tabela abaixo traz um resumo de alguns precedentes do STJ sobre casos 
que geraram dano moral, bem como os valores arbitrados na segunda 
instância e no STJ. Trata-se de material exclusivamente jornalístico, de 
caráter ilustrativo, com o objetivo de facilitar o acesso dos leitores à ampla 
jurisprudência da Corte. 
 
Evento 
2º 
grau STJ Processo 
Recusa em cobrir 
tratamento médico-
hopsitalar (sem dano à 
saúde) 
R$ 5 
mil 
R$ 20 
mil 
Resp 
986947 
Recusa em fornecer 
medicamento (sem 
dano à saúde) 
R$ 
100 
mil 
10 SM Resp 
801181 
Cancelamento 
injustificado de vôo 
100 
SM R$ 8 mil 
Resp 
740968 
Compra de veículo com 
defeito de fabricação; 
problema resolvido 
dentro da garantia 
R$ 15 
mil 
não há 
dano 
Resp 
750735 
Inscrição indevida em 
cadastro de 
inadimplente 
500 
SM 
R$ 10 
mil 
Resp 
1105974 
Revista íntima abusiva 
não 
há 
dano 
50 SM 
Resp 
856360 
Omissão da esposa ao R$ mantida Resp 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
marido sobre a 
verdadeira paternidade 
biológica das filhas 
200 
mil 
742137 
Morte após cirurgia de 
amígdalas 
R$ 
400 
mil 
R$ 200 
mil 
Resp 
1074251 
Paciente em estado 
vegetativo por erro 
médico 
R$ 
360 
mil 
mantida Resp 
853854 
Estupro em prédio 
público 
R$ 52 
mil mantida 
Resp 
1060856 
Publicação de notícia 
inverídica 
R$ 90 
mil 
R$ 
22.500 
Resp 
401358 
Preso erroneamente 
não 
há 
dano 
R$ 100 
mil 
Resp 
872630 
Processos: Resp 860705; REsp 932001; Resp 604801; Ag 437968; Resp 
1024693; Resp 1053534; Resp 792051; Resp 846273; Resp 1042208; Resp 
327679 
Fonte: 
http://www.stj.jus.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&tmp.area
=398&tmp.texto=93679 acessado em 30 de outubro de 2009. 
 
Nova súmula dispensa AR na comunicação ao consumidor sobre 
negativação de seu nome 
29/10/2009 
 
O entendimento da Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça de que a 
notificação de inscrição em cadastro de proteção ao crédito não precisar ser 
feita com aviso de recebimento (AR) agora está sumulado. 
Os ministros aprovaram a Súmula de número 404, que 
ficou com a seguinte redação: “é dispensável o Aviso de Recebimento (AR) na carta de 
comunicação ao consumidor sobre a negativação de seu nome em bancos 
de dados e cadastros”. 
A questão foi julgada recentemente seguindo o rito da Lei dos Recursos 
Repetitivos. Na ocasião, a Seção, seguindo o voto da relatora, ministra 
Nancy Andrighi, concluiu que o dever fixado no parágrafo 2° do artigo 43 do 
Código de Defesa do Consumidor (CDC), de comunicação prévia do 
consumidor acerca da inscrição de seu nome em cadastros de 
inadimplentes, deve ser considerado cumprido pelo órgão de manutenção 
do cadastro com o envio de correspondência ao endereço fornecido pelo 
credor. Sendo, pois, desnecessária a comprovação da ciência do 
destinatário mediante apresentação de aviso de recebimento (AR). 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
 
Na ocasião, os ministros determinaram que o tema fosse sumulado. 
 
Leia também: 
 
Inclusão de danos morais no contrato de seguro por danos pessoais, 
salvo exclusão expressa, agora é súmula 
 
Súmula trata da indenização pela publicação não autorizada da 
imagem de alguém 
 
Súmula da Segunda Seção trata do prazo para pedir o DPVAT na 
Justiça 
Processos: Resp 1083291; resp 893069; AG 963026; resp 1065096; AG 
727440; AG 1019370; AG 1036919; AG 833769; AG 1001058 
 
Fonte: 
http://www.stj.jus.br/portal_stj/objeto/texto/impressao.wsp?tmp.estilo=&tmp.area
=398&tmp.texto=94426
 
Ações judiciais sobre relacionamentos amorosos têm 
respostas no STJ 
24/05/2009 
Namoro, noivado, casamento. Qualquer relacionamento amoroso 
pode terminar em processo judicial, como mostram as inúmeras 
decisões do Superior Tribunal de Justiça referentes às relações de 
casal. As mais recentes tratam da aplicação da lei Maria da Penha 
(Lei 11.340/2006), que combate a violência doméstica e familiar 
contra a mulher. 
 
Em julgado deste ano, a Terceira Seção concluiu pela possibilidade de 
aplicação da lei a relações de namoro, independentemente de 
coabitação. No entanto, segundo o colegiado, deve ser avaliada a 
situação específica de cada processo, para que o conceito de relações 
íntimas de afeto não seja ampliado para abranger relacionamentos 
esporádicos ou passageiros. 
 
Material elaborado por Tatiana Melo
Contato: e-mails: concursoemalta@hotmail.com
 tatianaconcursos@hotmail.com
 
 
“É preciso existir nexo causal entre a conduta criminosa e a relação 
de intimidade existente entre autor e vítima, ou seja, a prática 
violenta deve estar relacionada ao vínculo afetivo existente entre 
vítima e agressor”, salientou a ministra Laurita Vaz. No processo, 
mesmo após quase dois anos do fim do namoro, o rapaz ameaçou a 
ex-namorada de morte quando ficou sabendo que ela teria novo 
relacionamento. O STJ determinou que a ação seja julgada pela 
Justiça comum, e não por Juizado Especial Criminal, como defendia o 
advogado do acusado da agressão. 
 
Em outra questão sobre a Lei Maria da Penha e namoro, o STJ 
entendeu ser possível o Ministério Público (MP) requerer medidas de 
proteção à vítima e seus familiares, quando a agressão é praticada 
em decorrência da relação. Para a desembargadora Jane Silva, à 
época convocada para o STJ, quando há comprovação de que a 
violência praticada contra a mulher, vítima de violência doméstica por 
sua vulnerabilidade e hipossuficiência, decorre do namoro e de que 
essa relação, independentemente de coabitação, pode ser 
considerada íntima, aplica-se a Lei Maria da Penha. 
 
Noivado 
 
O fim de um noivado pode

Outros materiais