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Vascular Varizes e Estase venosa Crônica de MMII Panturrilhas – “Coração Secundário” (a presença de válvulas na parede dos vasos auxilia o retorno venoso em conjunto com a contração da musculatura da panturrilha) Homeostase Sanguínea – Coagulação, Anticoagulação e Fibrinólise As varizes são caracterizadas por tortuosidade, alongamento e aumento do diâmetro das veias dos membros inferiores. Apresentam uma prevalência aproximada de 37,9% na população geral, sendo encontrada em 30% dos homens e 45% das mulheres o Mulheres – 20% antes dos 30 anos e 50% após os 70 anos As mulheres têm uma maior tendência ao desenvolvimento de varizes, isso pode se dar pois o estrógeno leva a uma maior retenção de líquido, bem como a maior propensão durante o período de gravidez. Além disso, as mulheres ainda têm uma maior capacidade de complacência venosa o Homens – 3% antes dos 30 anos, 40% após os 70 anos A estase e a congestão sanguínea resultam em uma maior complacência do vaso A Veia Safena Magna desemboca na Veia Poplítea Quem tem Insuficiência Venosa tem uma maior tendência a desenvolver TVP, mas essa evolução não é uma regra ASPECTOS ANATÔMICOS Veias Superficiais – Safena Magna e Safena Parva Veias Profundas – Tibial Posterior, Tibial Anterior, Poplítea, Femoral, Ilíaca Comum, Ilíaca Interna e Ilíaca Externa, Cava Inferior Veias Perfurantes Comunicantes Válvulas das veias dos membros inferiores Obs.: O refluxo sanguíneo acaba escoando para as vênulas e capilares venosos, resultando no extravasamento de líquido para o terceiro espaço. Isso resultará em um processo inflamatório responsável por aumentar a predisposição à fibrose, hipóxia e úlceras. Obs.: Pessoas sentadas tem mais tendência a desenvolver TVP pois diminui a contração das bombas periféricas e aumenta as flexuras das veias, dificultando o percurso do retorno venoso. Obs.: O cigarro não tem tanta influência na gênese da Insuficiência Venosa ASPECTOS FISIOLÓGICOS Pressão capilar residual Variação da pressão intratorácica subatmosférica – ajuda a “puxar” o sangue para o interior da caixa torácica, pela VCI, mais próximo ao coração, como um “efeito de vácuo” Pressão abdominal Válvulas venosas – auxiliam no fluxo sanguíneo unidirecional (evitam o refluxo venoso) Esponja plantar – o movimento de pisar faz com que os pés se tornem agentes importantes, funcionando como “esponjas” que ora puxam o sangue, ora o repelem de volta ao fluxo venoso. Contração da musculatura da panturrilha – “coração secundário” (quando movimentamos as pernas, a panturrilha sofre constantes retrações e expansões, sendo chamado também de “coração da perna”) FISIOPATOLOGIA E HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA Varizes Primárias o Fatores Predisponentes Hereditariedade Sexo – Defeitos de tecidos de sustentação e da parede venosa o Fatores Desencadeantes Longos períodos em posição ereta/sentada Obesidade Gestações repetidas Menarca Menstruação Menopausa Obstipação intestinal Calor ambiente Hormonioterapia Varizes Secundárias o TVP o Síndrome de Cockett – Fisiologicamente a Artéria Ilíaca direita comprime a Veia Ilíaca Esquerda, colaborando para uma maior incidência de estase venosa e TVP no MIE o Outras compressões o FAV (Fístulas arteriovenosas) QUADRO CLÍNICO Sintomatologia dolorosa variável Sensação de peso ou desconforto mal caracterizado nas pernas Edema, principalmente vespertino e maleolar Prurido Parestesias - câimbras, dormências e queimações Dor nos trajetos venosos EXAME FÍSICO Dermatite Ocre – Coloração da pele mais escurecida (devido a degradação da hemoglobina) Lipodermatoesclerose – Fibrose do subcutâneo Manobra de Valsalva – na região inguinal, palpa-se um frêmito na transição da circulação venosa profunda para a superficial, sendo indicativo de uma doença venosa denominada Crossa da Safena Sinal de Schwartz Prova de Trendelemburg Sinais Clínicos (C) Etiologia (E) Anatomia (A) Fisiopatologia (P) Prova de Perthes – quando as varizes desaparecem após flexão e extensão rápida da perna é indicativo de perviabilidade da veia poplítea. COMPLICAÇÕES Flebite superficial Eczema Varicoso Úlcera varicosa – processo crônico, podem se tornar úlceras malignas Erisipela de repetição Hemorragia – sangramento em babação (elevar o membro inferior e colocar uma gaze/curativo por 24h – NÃO suturar) TVP/Embolia Malignização – úlceras varicosas podem evoluir para úlceras malignas DIAGNÓSTICO Exame Clínico Fotopletismografia – detecta o refluxo, que consiste na chegada do reenchimento do MI (a insuficiência venosa aumenta o tempo de reenchimento - ∆t > 20 s) USG associada ao efeito Doppler – vermelho indica refluxo sanguíneo (a coloração azul representa o fluxo fisiológico) Flebografia CLASSIFICAÇÃO DE CEAP Classe 0 – Sem sinais visíveis e palpáveis de doença venosa Classe 1 – Telangiectasias ou veias reticulares Classe 2 – Veias varicosas Classe 3 – Edema Classe 4 – Alterações tróficas o 4A – Hiperpigmentação (dermatite ocre), eczema o 4B – Lipodermatoesclerose, atrofia branca Classe 5 – Alterações tróficas com úlceras cicatrizadas Classe 6 – Alterações tróficas com úlcera aberta o S – Sintomática, incluindo dor, peso e cansaço das pernas, além de câimbras o A – Assintomática Obs.: Classificação da Etiologia TRATAMENTO Tratamento Conservador o Orientações Boa alimentação Atividade física rotineira Utilização de meias de compressão elástica Evitar longos períodos de pé ou sentado Utilizar vestimentas adequadas o Medicações Tratamento Cirúrgico o Tratamento de micro varizes com micro incisões sob anestesia local o Tratamento de varizes de maior calibre Tratamentos Alternativos o Escleroterapia – substancia esclerosante, esponjas (com bolhas) o Laser Trombose Venosa Profunda dos MMII (TVP) Utiliza-se do sistema fibrinolítico para quebrar o coágulo e recanalizar a veia Síndrome pós trombótica – há uma dilatação da parede do vaso e as válvulas são parcialmente ou completamente destruídas. Cascata de Coagulação – ativação da hemostase primária, que ao ser ativada, com plaquetas e fatores de coagulação, se inicia a hemostase secundária, que culmina na formação de uma rede de fibrina, e por sua vez na formação do trombo. A coagulação sanguínea é um processo de contato. Para uma plaqueta se aderir são necessárias proteínas e o fator de Von Willebran. A agregação desses fatores permite a formação de uma rede mais coesa, impedindo que o paciente sangre. FISIOPATOLOGIA Tríade de Virchow o Hipercoagulabilidade o Estase sanguínea o Lesão endotelial Coagulação Hiperativada – deficiência dos fatores de coagulação (proteína C, fator V de Leiden) favorecem a formação de um trombo, desencadeando uma trombose, e posteriormente uma embolia pulmonar Hemostasia Primária – Quando uma plaqueta é ativada, seu citoplasma se contrai e há formação de vários pseudopodes, favorecendo a adesão e agregação. Esse processo consiste no primeiro mecanismo de defesa do organismo que é a formação do trombo branco. Hemostasia Secundária – A hemostasia secundária é constituída por 3 vias o Via Extrínseca – recebe esse nome pois sua ativação depende do fator tecidual, que só é liberado em vigência de uma lesão o Via Intrínseca – é ativada pelos fatores XI e XII que já estão presentes na corrente sanguínea o Via comum – fatores IX e X Obs.: A HNF, desativa a cascata de coagulação de forma mais generalizada, causando maior risco de sangramento. Obs.: A Heparina fragmentada (HBPM) atua sobre o fator Xa (atuando de fora mais precisa, somente nesse fator), provocando, portanto, menos hemorragia. É preciso fazer profilaxiaem todos os pacientes acamados no internamento A heparina administrada irá se ligar a antitrombina III, que por sua vez atua em inúmeros fatores de coagulação (HNF?) Obs.: A dosagem do D-dímero tem maior fator preditivo diagnóstico quando negativo (exclui diagnóstico de trombose). FATORES DE RISCO Adquiridos o Idade o Cirurgia ou trauma o Imobilização prolongada o Neoplasias o Gravidez e puerpério o Anticoncepcionais orais o Terapia de reposição hormonal o Síndrome do anticorpo antifosfolipídeo (SAF) o Hiperviscosidade o Doenças mieloproliferativas o Síndrome Nefrótica Hereditários o Deficiência de antitrombina o Deficiência de proteína C o Deficiência de proteína S o Fator V de Leiden o Mutação G20210A o Disfibrinogenemia o Hiper-homocisteinemia o Elevação dos níveis plasmáticos do fator VII da coagulação EVOLUÇÃO TVP distal o Tipo mais comum o Habitualmente assintomática o 50% dos casos tem resolução em 72 horas o 18% tem extensão para as veias proximais – comprometendo a drenagem de todo o membro inferior o TEP menos frequente TVP proximal o Sintomática – compromete a drenagem de todo o membro inferior o 50% dos TEP assintomáticos o 10% dos TEP sintomáticos o 50% recanalização em 3 meses QUADRO CLÍNICO Dor – devido ao processo inflamatório Empastamento muscular (aumento da consistência) – Teste da bandeira positivo (menor mobilidade a palpação da panturrilha acometida) Edema de perna Turgência Venosa superficial Flegmasia alba dolens – Fenômenos vasoespásticos, isquemia Flegmasia cerúlea dolens – Risco de necrose, gangrena venosa o Grande possibilidade de amputação o Maciço comprometimento de todas vias de drenagem, até a compressão arterial, levando a gangrena EXAME FÍSICO Sinal de Homans – dor na panturrilha à dorsoflexão do pé (a dorsoflexão estira a musculatura inflamada, provocando dor) Sinal da Bandeira – avalia a rigidez muscular Sinal de Bancroft/Olow – dor a palpação da musculatura da panturrilha contra a estrutura óssea Sinal de Pratt Sinal de Duque Edema unilateral de pé e perna – Trombose poplítea ou femoral Edema unilateral desde a raiz da coxa – Trombose ilíaca-femoral Obs.: Dois diagnósticos diferenciais importantes de TVP são Cisto de Baker Filariose (elefantíase) MÉTODOS DIAGNÓSTICOS USG com Doppler – mapeamento duplex Flebografia – raio x com contraste venoso para observar a anatomia e perviedade dos vasos Pletismografia – se houver um coágulo na femoral, os movimentos de dorsiflexão não são efetivos, fazendo com que o sangue tenha dificuldade de sair do membro inferior, dessa forma a pressão venosa desse membro não negativa Dosagem sanguínea do D-dímero – fator diagnostico preditivo quando negativo (se tem uma clínica que me faz pensar em TVP, realizo o D-dímero, se der negativo, eu passo a pensar em outras hipóteses diagnósticas) Tromboembolismo Pulmonar (TEP) QUADRO CLÍNICO Dor torácica e/ou dor pleurítica Dispneia Tosse Hemoptise Taquicardia Anticoagulação Filtro de Veia Cava Inferior Trombólise por cateter Febre Cianose Síncope Hipotensão Arterial e Choque Obs.: Escore de Wells – escore para avaliar a probabilidade clínica de um paciente ter TVP, podendo ser classificada em alta (> 7 pontos), média (2 a 6 pontos) e baixa (pobre em pelos e unhas quebradiças Rubor nas extremidades (perna pendente) Enchimento capilar diminuído Frialdade Úlceras e gangrenas o Diferenciar de úlceras venosas, mais comuns no 1/3 distal dos MMII, sobretudo no maléolo medial Eritrose de Declive – “Sinal da meia” o Pelo acúmulo de CO2 há uma vasoplegia na tentativa de manutenção/aumento do fluxo tecidual, quando há elevação do membro (barreira gravitacional) DIAGNÓSTICO Índice tornozelo-braquial (ITB) o ITB = PASt/PASb (PASt = PAS do tornozelo; PASb = PAS do braço) o Normal – > 0,9 o Claudicação intermitente – 0,5 a 0,9 o Isquemia grave – 0,3 a 0,5 o Gangrena iminente –pele Cianose moteada ou livor Cianose fixa – trombose de arteríolas o Abolição dos pulsos Pulsos distais contralaterais presentes – sugestivo de embolia Pulsos distais contralaterais ausentes – sugestivo de trombose Êmbolo a cavaleiro – embolo que oclui simultaneamente dois ramos de uma bifurcação vascular o Paresia/Anestesia Perda inicial de propriocepção e percepção ao toque leve Perda de percepção à pressão, dor profunda ou temperatura – acometimento de grandes fibras (menos sensíveis a hipóxia) Se houver oclusão levando a paralisia houve lesão muscular (lesão nervosa?) o Paresia/Paralisia Sinal de isquemia avançada Revascularização URGENTE o Esfriamento Gradiente térmico abaixo do nível da obstrução Esfriamento + livor desde a região glútea – oclusão aórtica (transição aorto-ilíaca) o Livor – Cianose Moteada o Rigidez muscular Músculos firmes e inelásticos Rabdomiólise DIAGNÓSTICO Diagnóstico Clínico de Viabilidade o Rigidez Muscular Fasciotomia Gangrena muscular – liberação de toxinas na circulação Síndrome de Reperfusão o Edema e flictenas (bolhas) Arteriografia o Arteriografia pré-operatória – distinção diagnóstica entre embolia e trombose, além de trauma Pacientes arteriopatas e/ou com história prévia de revascularização (indicação do exame) o Arteriografia trans-operatória – exame realizado no decorrer da cirurgia de revascularização para ver a anatomia do vaso/restituição do fluxo sanguíneo (procedimento endovascular com implante de endoprótese) USG Doppler o Patência da circulação distal – casos cirúrgicos sem arteriografia o Trauma – dúvidas de lesões vasculares TRATAMENTO Medidas Gerais o Anticoagulação 100 a 200 U/kg – evitar trombose secundária (leito distal) Anticoagulação oral o Proteção das extremidades Algodão laminado e ataduras de crepe – evitam pontos de pressão e perda de calor o Analgesia Analgésicos potentes o Manutenção do Estado Geral Correção de arritmias Restabelecer volemia Manter débito urinário Presença de mioglobinúria – deposição nos túbulos renais o Manitol e Alcalinização da urina Tratamento não cirúrgico o Uso de anticoagulantes Heparina Evitar trombose secundária o Uso de Fibrinolíticos Estreptoquinase, uroquinase, ativador tecidual do plasminogênio Oclusões pós cateterismo Desobstrução de enxertos sintéticos Desobstrução de leito distal Tratamento Cirúrgico o Embolectomia Vias de acesso – Artéria femoral, Artéria poplítea, Artéria Braquial Uso gentil – evitar trauma da íntima Refluxo de sangue do leito distal Irrigação distal com heparina (evitar a formação de coágulos/trombos) Anticoagulação oral – analisar a doença base (por exemplo se a causa da oclusão arterial aguda for uma dissecção aórtica, fazer anticoagulação oral vai fazer com que esse paciente sangre em excesso e vá a óbito) o Trombectomia e Reconstrução Arterial Trombectomia segmentar de urgência Reconstrução arterial com enxerto (bypass) Endarterectomia e arterioplastia com remendo (patch) – Artéria femoral comum Baixo fluxo proximal – angioplastia percutânea, reconstrução aorto-ilíaca, ilíaco-femoral ou fêmoro-femoral cruzada Baixo fluxo distal – derivação fêmoro-poplítea ou fêmoro-distal PROGNÓSTICO Estado geral do paciente Tempo de isquemia Obs.: Embolização recorrente é necessária a depender da fonte emboligênica do paciente Doença Cerebrovascular extracraniana 6 a 12%/ano – Novo ictus (?) Deficiência funcional/incapacitação Decréscimo da qualidade de vida Obs.: Bifurcações Arteriais são áreas mais propensas a formação de ateromas PATOLOGIA Aterosclerose Displasia fibromuscular Tortuosidades – kinking Aneurismas Arterite de Takayasu – processo inflamatório de grandes vasos supra-tronco-aórticos como as subclávias por exemplo Radiação PATOGÊNESE Trombose Arterial o Extensão da trombose secundária o Circulação colateral o Polígono de Willis Possibilita uma certa irrigação para os tecidos, mesmo em vigência de um quadro isquêmico secundário à oclusão Se há uma oclusão da carótida E o lado direito do polígono compensa Embolia cerebral o Origem arterial Úlcera de placa o Origem cardíaca Doença valvular aórtica Prolapso de válvula mitral Arritmias cardíacas – Fibrilação atrial IAM com trombo mural em zona ventricular pouco contrátil SÍNDROMES CLÍNICAS Ataque Isquêmico Transitório (AIT) o AIT em crescendo o RIND – Reversible ischemic neurologic defict Sintomas neurológicos por mais de 24 horas, porém com recuperação rápida e completa Infarto Cerebral – AVC? Carótida o Amaurose fugaz o Fraqueza e paralisia o Dormência e anestesia o Afasia o Disartria Vértebro-basilar o Hemiparesia alternante o Ataxia o Distúrbios posturais não associados à vertigem o Roubo da subclávia – exercício desencadeia a sintomatologia o Sintomas vértebro-basilares MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO DIAGNÓSITCA EcoDoppler colorido o Avalia o grau de estenose o Superfície da lesão o Ecogenicidade da placa – se placa instável, aumenta o risco de embolização, e subsequente oclusão, levando à um quadro característico de AVC isquêmico EcoDoppler transesofágico ECG TC e RNM o Excluem – neoplasias, mal formações e hematomas subdurais o Identificação precoce do infarto cerebral agudo, incluindo pequenos infartos (visualizados pela RNM) Arteriografia o Estenose moderada a severa o Placa potencialmente emboligênica o Abranger o arco aórtico, vasos cervicais e intracerebrais – avaliar a anatomia e presença de tortuosidades nas paredes dos vasos, sugestivas da deposição de placas de ateroma Obs.: O hematoma epidural é constituído de sangue arterial, e o hematoma subdural, por sua vez, é constituído por sangue venoso. TRATAMENTO Tratamento Cirúrgico o Endarterectomia Indicações North American Symptomatic Carotid e European Carotid Surgery Trial o Pacientes sintomáticos com estenose severa > 70% Asymptomatic Carotid Surgery Trial o Pacientes assintomáticos com estenose > 60% o Nesses casos avaliar – Tratamento Clínico X Tratamento Cirúrgico Pontos técnicos relevantes Anestesia local vs Anestesia geral Controle da Pressão Arterial e Oximetria Medida da pressão retrógrada da carótida interna o Carótida contralateral e vertebrais – Polígono de Willis (matem o fluxo sanguíneo para as áreas de isquemia/penumbra do cérebro) o Shunt Arteriotomia e/ou dilatações – Destruição das septações das fibrodisplasias Correção das tortuosidades – Kinking Endarterectomia de carótida externa Insuficiência Vértebro-basilar Endarterectomia Derivações – carotídeo-subclávio e subclávio-subclávio Dispositivos de Proteção cerebral – Filtros vasculares Síndrome do Desfiladeiro Torácico Existem regiões fisiológicas como a região cervical, região supraclavicular e a região proximal braquial, ondem existem estreitamentos fisiológicos que podem exercer compressão sobre as artérias veias e nervos. o A depender da estrutura que está sendo comprimida a sintomatologia será específica (os sintomas podem ser vasculares ou nervosos) Síndrome Compressiva neurovascular do Desfiladeiro Cérvico-Tóraco-Braquial Região formada por ossos, músculos e ligamentos, resultando na formação de compartimentos/túneis o Esses túneis se apresentam ainda mais estreitados do que fisiologicamente seria normal Compressão de estruturas neurovasculares (vasos subclávios/axilares e plexo braquial) o São essas compressões que vão gerar uma série de sinais e sintomas específicos para o paciente O primeiro espaço é a região cervical – temos a costela, o músculo escaleno inferior e escaleno médio O segundo espaço é o segmento torácico – entre a primeira costela e a clavícula, onde passam a artéria e a veia subclávia, além do plexo braquial O terceiro espaço é o segmento braquial – delimitado pela inserção do peitoral menor, por baixo dele passam o nervo, a veia e a artéria axilar Obs.: São regiões estreitadas, e que você pode não ter a síndrome, mas se passar um tempo com o braço levantado, por exemplo, vai ficar com alguma parestesia. A diferença é também quanto a intensidade dos sintomas que vão aparecer COMPARTIMENTOS Triangulo intercosto-escalênico o M. escaleno anterior, músculo escaleno médio e 1ª costela o Por onde passa a Artéria Subclávia e o Plexo Braquial (não tem veia nesse espaço) Espaço costo-clavicular o Porção medial da clavícula, 1ª costela e margem superior da omoplata/escápula o Nesse espaço já tem a possibilidade de compressão de 3 estruturas distintas – artéria, veia e nervo Espaço retro-córaco-peitoral o Processo coracóide, M. Peitoral menor e gradil costal o Também há presença de 3 estruturas (artéria, veia e nervo) FATORES PREDISPONENTES Idade – mais frequente a partir da 3ª/4ª década de vida (devido à vícios posturais, ombros caídos, entre outros) Sexo – mulheres Biotipo – longilíneos Profissões – elevar membros superiores, carregar objetos, usar mochilas, dirigir automóveis o Usar mochila leva a peso e compressão dos compartimentos por si só CAUSAS Congênitas o Costela cervical (um osso em um lugar que já é apertado), processo transverso longo de C7, anomalias da 1ª costela, bandas fibróticas (a fibrose pode repuxar essas estruturas, fazendo com que haja pinçamento das mesmas), anomalias musculares Adquiridas o Traumas de ombro e pescoço, fraturas ósseas de clavícula e/ou costelas (formação de calos ósseos) Obs.: Quando há um estreitamento da artéria por conta da costela cervical, pode surgir uma dilatação aneurismática posterior. Esse aneurisma altera o fluxo, devido ao curso sanguíneo alterado, e pode ser uma fonte emboligênica. QUADRO CLÍNICO Neurológico o Geralmente no triangulo intercosto-escalênico o Principal sintoma – DOR o Alterações de sensibilidade e motricidade o Impotência funcional o Sinal da Tecla (no ombro) o Inspeção – deformidades, atrofias e mudanças de coloração Obs.: A maioria dos sintomas vai ser por compressão nervosa. O paciente não chega com o braço edemaciado, ou com isquemia por exemplo, as queixas são mais de dor, parestesia, alterações de sensibilidade, entre outras. Manobras o Manobra de Adson Colocar o paciente sentado e pedir para que o paciente faça uma inspiração profunda e virar para o mesmo lado que está sendo examinado (para a contração dos escalenos). E palpa-se o pulso radial simultaneamente O paciente pode já relatar a parestesia ou você nota a alteração no pulso (diminuição ou abolição do mesmo) Teste para ver se está havendo compressão a nível intercosto-escaleno/do triangulo escaleno o Manobra costo-clavicular Pedir ao paciente que assuma uma postura militar forçada (ombros para trás) e isso pode já iniciar uma sintomatologia neurológica, ou você percebe uma alteração do pulso radial (que vai se apresentar diminuído ou ausente) Teste para ver se está havendo compressão a nível da clavícula e 1ª costela o Manobra de Hiperabdução Palpando o pulso radial pede para o paciente fazer esse movimento O paciente pode relatar sintomatologia neurológica (dor, formigamento) ou o pulso deixa de ser palpável Teste para ver se está havendo compressão a nível de peitoral menor Arterial o Geralmente no triangulo intercosto-escalênico o Estenose localizada o Dilatação pós-estenótica (essas dilatações são fontes de êmbolos que podem migrar e fazer isquemias) Alterações da coloração Dor isquêmica Microembolização Fenômeno de Raynaud – Fenômeno vasoespástico (Pode variar desde uma pele mais pálida, até uma pele cianótica. Voltando o fluxo sanguíneo vai haver o rubor da pele). Venoso o Geralmente segmento axilo/subclávio o Dor, congestão, edema, aumento da temperatura, empastamento muscular, dilatação do sistema venoso superficial (a veia profunda está sendo comprimida pelo edema fazendo com que a veia superficial fique sobrecarregada) Retorno venoso comprometido Trauma, fatores anatômicos, esforço/movimento brusco do ombro (“trombose de esforço”) DIAGNÓSTICO Eminentemente clínico o Anamnese o Exame Físico Métodos Diagnósticos o Rx de tórax em AP e Perfil o Rx de coluna cervical em AP e obliqua o TC o RNM o Eletroneuromiografia – vai fazer diagnóstico diferencial se o quadro do paciente é por conta de um dos 3 compartimentos, ou se é secundário a uma síndrome metacarpiana por exemplo o USG Doppler – vê aspectos anatômicos de artérias e veias o Arteriografia o Venografia TRATAMENTO Clínico o Programas de exercício e postura o Calor o Tração cervical o Medicamentos – Analgésicos o Anticoagulantes e elevação do membro – se tiver êmbolos (estase sanguínea?) Cirúrgico o Indicações Sintomatologia intensa Insucessos do tratamento clínico Acometimento venoso e arterial – se tiver estreitamento ou dilatação aneurismática Anomalias – Compressão por estruturas Sequelas de trauma o Ressecção da costela cervical (se presente) o Escalenotomia/escalenectomia – secção ou retirada do músculo escaleno para impedir a compressão das estruturas vasculonervosas o Ressecção da 1ª costela o Reconstrução arterial (Dacron, PTFE e Veia Safena) – reconstruir a artéria caso tenha estreitamento ou dilatação aneurismática (resseca a porção do vaso afetada fazendo substituição/anastomose com patch ou enxerto, que pode ser sintético ou biológico) o Embolectomia (Arterial e Venosa) o Trombólise (Estreptoquinase/Uroquinase) o Amputações – em casos muito complexos (raro) Complicações o Recidiva (15 a 30% dos casos) – retorno parcial ou total o Aderências fibróticas – quando mexe cirurgicamente pode induzir fibrose por conta da reação inflamatória a cirurgia o Paralisia do nervo frênico – incapacidade do músculo diafragmático o Pneumotórax o Lesão vascular