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Conteudista Prof.ª Me. Viviane Spadaro Di Gesú Revisão Textual Aline de Fátima Camargo da Silva Remunerando Pessoas 2 Objetivos da Unidade .............................................................................................................................3 Introdução ..................................................................................................................................................4 Salário e Remuneração são Sinônimos? ...........................................................................................6 Remuneração Tradicional – Fixa e Direta ................................................................................................... 8 Remuneração Variável ..........................................................................................................................................9 Nova Tendência em Remuneração – Remuneração Estratégica ...............................12 Remuneração por Habilidade......................................................................................................................... 14 Participação Acionária .........................................................................................................................................15 Distribuição de Ganhos .......................................................................................................................................15 Remuneração por Resultado ...........................................................................................................................16 Remuneração por Competências ................................................................................................................17 Remuneração Indireta – Benefícios ............................................................................................................ 18 O Programa de Benefícios .............................................................................................................................. 20 Benefícios e Responsabilidade Social .......................................................................................................22 Em Síntese ............................................................................................................................24 Atividades de Fixação ......................................................................................................................... 25 Material Complementar ..................................................................................................................... 26 Referências ............................................................................................................................................. 27 Gabarito ................................................................................................................................................... 29 Sumário 3 Atenção, estudante! Aqui, reforçamos o acesso ao conteúdo on-line para que você assista à videoaula. Será muito importante para o entendimento do conteúdo. Este arquivo PDF contém o mesmo conteúdo visto on-line. Sua disponibili- zação é para consulta off-line e possibilidade de impressão. No entanto, re- comendamos que acesse o conteúdo on-line para melhor aproveitamento. • Explorar o subsistema de manutenção de pessoas correspondente ao Processo de Remuneração e suas variáveis; • Compreender a diferença entre Salário e Remuneração; • Estudar os benefícios obrigatórios e os facultativos; • Entender quais são as verbas que entram no cálculo da Remuneração e as que entram no cálculo do Salário; • Conhecer os diferentes tipos de Remuneração. Objetivos da Unidade 4 VOCÊ SABE RESPONDER? Você já se perguntou sobre quais os critérios para remunerar adequadamente um colaborador? Introdução Vamos iniciar os estudos a partir dos conceitos de remuneração para melhor com- preender sua importância nos processos de Recursos Humanos. Vamos identificar os tipos de remuneração em: • Remuneração Fixa; • Remuneração Direta e Indireta; • Remuneração Variável; • Remuneração por Competências; • Remuneração Estratégica; • Programa de Benefícios. A seguir, a Figura mostra a hierarquia dos Processos de Remuneração: 5 Direta Remuneração Indireta Variável Competências Programa de Benefícios Estratégica Figura 1 – Hierarquia dos processos de remuneração Fonte: Elaborada pela autora #ParaTodosVerem: a imagem mostra um diagrama em forma de mapa mental. No topo, há “Remuneração”, abaixo, interligado por uma linha, estão os termos “Direta”, “Indireta”, “Variável”, “Competências”, “Estratégica” e “Programa de benefícios”. Fim da descrição. Salário ou remuneração se refere ao conjunto de vantagens atribuídas aos funcioná- rios de uma Empresa em contrapartida aos serviços prestados à essa Empresa que o contratou, em quantia suficiente para satisfazer as necessidades próprias e da família. É importante lembrar de que, conforme mostra a imagem a seguir, a remuneração é proporcional ao cargo, sendo, portanto, justa e equilibrada quando atribuída aos membros das Equipes. Figura 2 – Salário Fonte: Freepik 6 Salário e Remuneração são Sinônimos? A resposta é não! O Salário é o pagamento em espécie, ou seja, em dinheiro, basicamente corres- ponde à mensuração do valor relativo do cargo e do valor pago pelo mercado. Já a Remuneração inclui questões, como alimentação e moradia, entre outras, por exem- plo, a gorjeta, nos casos de funções em que elas sejam possíveis. A remuneração compõe itens não financeiros, como uma viagem oferecida pela Empresa ao colaborador como mérito ao trabalho, por exemplo. Figura 3 – Salário e remuneração Fonte: Freepik 7 Reflita O que tem mais valor para um funcionário? Aumentos finan- ceiros no seu salário ou regalias e benefícios concedidos pela Empresa, como um dia no SPA com tudo incluso, um carro 0km para uso profissional e pessoal com combustível a vontade? Difícil responder a essa pergunta, não é mesmo? Sem dúvida, cada pessoa entende de forma diferente o valor do que rece- be em troca do seu bom desempenho no trabalho. Claro que, se pudermos acessar todos os benefícios, certamente, ficaría- mos muito satisfeitos, mas a escolha de um ou outro é bastante particular. Cabe, portanto, à Empresa decidir, com base na sua visão estratégica, o que atenderia mais seu colaborador. Uma análise de perfil deles pode nos dar pistas nessa direção. É importante que você conheça a diferença entre os dois conceitos, pois algumas verbas, como o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), as férias e o 13º Salário são calculadas sobre a remuneração; já outras, como o adicional noturno e o repouso semanal remunerado, são calculadas pelo salário. Devemos observar, como futuros gestores, que a remuneração é uma poderosa fer- ramenta para a retenção de talentos, além de fazer com que o colaborador se envol- va mais com o trabalho. Ela está ligada ao fator comprometimento. Quando os salários não são bem determinados, geram insatisfação e desestimulam o funcionário, colocando em risco os resultados de uma Organização. Um colabora- dor que entende estar sendo explorado pela Empresa tem comportamento negativo em relação a ela. Assim, uma forma adequada de determinar o valor do salário é por meio das pesquisas salariais: Figura 4 – Pesquisas salariais Fonte: Freepik 8 Agora, vamos então entender um pouco mais acerca dos tipos de remuneração. Começaremos a partir da remuneração tradicional caracterizada como fixa e direta. Remuneração Tradicional – Fixa e Direta A remuneração fixa é um conceito que foi desenvolvido no início do século XX, para compensar o trabalho rotineiro e repetitivo dos funcionários em uma época de es- tabilidade e de permanência. Praticar a remuneração fixa tem seus ganhos e perdas. Por um lado, é indiscutível dizer que ela: • Facilita o equilíbrio interno (consistência dos salários dentro da Organização) e o equilíbrio externo(consistência dos salários da Empresa com os segmentos de Mercado); • Padroniza os salários dentro da Organização, facilitando a administração dos salários e o seu controle centralizado. Mas, segundo Chiavenato (2005), não apresenta motivação intrínseca, pois, muitas vezes, os salários são iguais, mas os desempenhos não. A seguir, observe a situação ilustrada: dois colaboradores que ganham o mesmo salário apresentam interesse, desempenho e, consequentemente, resultados bem diferentes. Figura 5 – Desempenho Fonte: Adaptada do Freepik Dessa forma, entendemos que a remuneração fixa, normalmente, não consegue mo- tivar as pessoas para a superação de metas e objetivos ou para a melhoria contínua de suas atividades. Além disso, não incentiva o espírito empreendedor nem a aceitação de responsabilidades e riscos, atuando como elemento de conservação da rotina. 9 Trabalhar somente com base na remuneração fixa pode não ser vantajoso para a Empresa exatamente por esse aspecto de geração de letargia e conformismo. Os de- safios podem passar a ser evitados e rejeitados. Cabe, portanto, a cada Organização administrar sua forma de remuneração, prestando atenção a essas vantagens e a essas desvantagens. É sabido que a maioria das Empresas pratica a remuneração direta fixa, a qual não depende do desempenho do colaborador, que recebe, no final do mês, o que está previsto em seu Contrato de Trabalho, mesmo que tenha trabalhado menos, por exemplo, por diminuição das vendas. Uma importante discussão vem ocorrendo sobre a mudança do Sistema de Remuneração Direta Fixa para um Sistema de Remuneração Direta mais estratégico, associando a remuneração ao desempenho do funcionário. Uma sugestão para os colaboradores de qualquer Setor é que a remuneração tenha uma parte fixa e uma parte variável, como comissão, Participação nos Resultados, premiação ou gratificação, dependendo de seus resultados. Esse seria um bom ca- minho para incentivar o funcionário a buscar objetivos e resultados. Remuneração Variável A remuneração variável ajusta a remuneração às diferenças individuais dos colabora- dores, ao desempenho e ao alcance de metas e resultados, servindo como motivação intrínseca, ou seja, como fator motivacional, dando ênfase à autorrealização, na medi- da em que premia o bom desempenho e incentiva o desempenho acima do comum. Figura 6 – Colaboradores Fonte: Getty Images 10 Como remuneração variável, enquadram-se os valores pagos como Participação nos Lucros (PLR), Bônus por Alcance de Resultados, Comissões e Participação Acionária, entre outros. Chiavenato (2005, p. 224) afirma, ainda, que: Toda pessoa precisa receber retroação a respeito do seu desempenho para saber como está indo no seu trabalho. Sem essa retroação às pessoas cami- nham às cegas. Também a organização precisa saber como as pessoas de- sempenham as suas atividades para ter uma ideia de suas potencialidades. Chiavenato (2005, p. 224) Esse autor nos lembra a importância do feedback. É preciso deixar óbvio o que exatamente a Organização espera do colaborador. Trata-se de um Processo de Comunicação. Não é possível cobrar algo de que não se foi previamente acordado. É claro que, para que isso seja possível, a Empresa deve fazer sua parte, apoiando as ações de suas Equipes, suprindo-as com os devidos recursos e apoio. Importante O Programa de Remuneração Variável é aquele em que uma parte da remuneração se baseia em alguma medida de desem- penho, individual e/ou organizacional. Sendo assim, as quantias recebidas variam de acordo com a medição de desempenho (Robbins, 2010). Saiba Mais Você sabia que para aferir o desempenho de um colaborador existem metodologias específicas? Segundo Caetano (1990), a avaliação do desempenho profissional, como Sistema Formal e Sistemático de apreciação do trabalho desenvolvido pelos cola- boradores de uma Organização, emergiu como componente da Gestão de Recursos Humanos praticamente desde que a ges- tão das Organizações começou a ser teoricamente elaborada e sistematizada. Dessa forma, para comprovar o desempenho bom ou ruim de um funcionário, é preciso promover uma avalia- ção que trará considerações acerca de cada indivíduo. Trata-se de um instrumento valioso para a gestão. 11 Figura 7 – Desempenho do colaborador Fonte: Getty Images A soma da remuneração fixa e da remuneração variável resulta na remuneração total. Observe a Figura a seguir: Remuneração Fixa Remuneração Variável Remuneração Total Figura 8 – Representação dos processos de remuneração: fixa, variável e total Fonte: Elaborada pela autora #ParaTodosVerem: a imagem mostra três formas retangulares lado a lado, entre elas, passa uma seta da es- querda para a direita. Nos retângulos há os termos “Remuneração fixa”, “Remuneração variável” e “Remuneração total”. Fim da descrição. Agora, que você conhece a diferença entre remuneração fixa e remuneração variá- vel, se recebesse uma proposta de emprego, com acréscimo de 50% no seu salário atual, você tomaria a sua decisão com base em quais critérios? Lembre-se de refletir sobre essa questão quando surgir uma oportunidade! A tendência existente no Mercado é de que a fatia referente aos ganhos de remune- ração variável sejam frações maiores do todo. Sendo assim, as Organizações deter- minam uma proporção maior na participação dos ganhos de remuneração variável dentro da remuneração total. 12 Essa tendência vai ao encontro de uma necessidade de diminuição dos custos fixos das Empresas para, desse modo, adquirirem maior flexibilidade e capacida- de de adequação às alterações no contexto macroeconômico, inclusive às crises mundiais, às oscilações econômicas de Mercado e à demanda de seus produtos e serviços; A remuneração variável é um fator que onera menos a Organização e é paga somen- te depois de já ter sido visualizado algum ganho para a Empresa. Devemos observar que a remuneração variável pode ser um importante recurso de direcionamento e incentivo à força de trabalho, desenvolvendo, assim, diversas pos- sibilidades de ganhos para os colaboradores quando alcançam resultados previstos anteriormente no Planejamento Estratégico da Empresa. Para o sucesso de Planos de Remuneração Variável, entretanto, é relevante destacar alguns aspectos, tais como: • Garantia de alinhamento dos objetivos departamentais, grupais e individuais aos objetivos e metas estratégicas da Organização; • Definição de Metas com Indicadores de performance e objetivos, que garan- tam clareza no processo de avaliação dos resultados alcançados; • Transparência no Processo de Gestão e apuração dos resultados alcançados e na comunicação dessas informações; • Gestão dos Processos de Comunicação voltados para o plano. A remuneração variável pode ser considerada um importante instrumento, que au- xilia e fortalece o alcance de mudanças na Empresa, o trabalho em equipe e os con- ceitos de qualidade. Nova Tendência em Remuneração – Remuneração Estratégica Diferentemente da remuneração tradicional que, segundo Lawler III (1990), reflete, em última instância, uma forma de pensar, o trabalho e a relação com as pessoas que se encaixam bem em um Sistema de Gestão burocrático, fortemente hierarqui- zado e voltado para o controle rígido, temos a remuneração estratégica, com outro olhar, voltada para práticas modernas de valorização e incentivo do colaborador. 13 Podemos descrever a remuneração estratégica como modelo de compensação atrelada a certa forma de avanço, de movimento, de desenvolvimento em médio e longo prazos, nos quais os colaboradores recebem um plus (algo a mais) na medida de sua contribuição para o sucesso do negócio (Marras, 2011). Barret (1991) destaca que a principal diferença entre as abordagens tradicional e estratégica de remuneração está no fato de que a primeira abordagem remunera a habilidade requerida e prevista na descrição de cargo; enquanto na remuneração estratégica, a compensação está voltada para o nível de habilidade da pessoaque desempenha o trabalho como um todo. A remuneração estratégica está atrelada a resultados, compensando o funcionário que se esforçou mais e que alcançou índices melhores. Remunera por comporta- mento, por pró-atividade, por atitudes. Alguns modelos de remuneração estratégica praticados no Mercado estão apresentados na Figura 9, a seguir: Remuneração por Resultados Distribuição de Ganho Participação Acionária Remuneração por Habilidade Figura 9 – Exemplos de modelos de remuneração estratégica Fonte: Elaborada pela autora, 2023 #ParaTodosVerem: a imagem mostra um diagrama formado por 4 retângulos, um abaixo do outro, interligados por seta. De cima para baixo, em cada um deles há os termos “Remuneração por habilidade”, “Participação acio- nária”, “Distribuição de ganho” e “Remuneração por resultados”. Fim da descrição. 14 A remuneração estratégica, conforme mostra a Figura a seguir, pode ser, portanto, focada em habilidades e resultados, oferecendo participação acionária e distribui- ção de ganhos. Figura 10 – Ganhos Fonte: Freepik Remuneração por Habilidade A remuneração por habilidade é um processo que valoriza avanços quando o trabalhador aprende uma nova habilidade, avaliando o desenvolvimento dos co- nhecimentos adquiridos e das respectivas habilidades previamente definidas em cada tarefa exercida. Saiba Mais O que exatamente é uma habilidade? É o domínio de uma técni- ca? É o conhecimento de uma área? É competência? Habilidade, segundo Picarelli Filho e Wood Jr. (1997), é a capacidade de re- alizar uma tarefa ou um conjunto de tarefas em conformidade com determinados padrões exigidos pela Organização. 15 Participação Acionária A participação acionária é um modelo de remuneração variável que se aplica, nor- malmente, nos níveis estratégicos da Organização e consiste em remunerar os re- sultados conseguidos por meio da concessão de ações da Empresa. Figura 11 – Participação acionária Fonte: Freepik Segundo Pontes (1998), quando a Empresa permite que um funcionário seja acionis- ta, passa a ter corresponsáveis diretos por seu fracasso ou por seu sucesso, fazendo com que os próprios funcionários ajudem a alcançar resultados positivos e satisfa- tórios ou resultados indesejados. Distribuição de Ganhos A distribuição de ganhos é um modelo de remuneração praticado nos níveis infe- riores da Organização. Baseia-se em um Sistema de “participação” com sugestões e ideias, que são analisadas por um Comitê e, se aceitas, são colocadas em prática. Dos resultados obtidos com base nessas ideias, distribuem-se os dividendos entre a Empresa e seus autores, conforme valores previamente estabelecidos. 16 Figura 12 – Distribuição de ganhos Fonte: Freepik As Empresas que adotam a distribuição de ganhos no Brasil, de acordo com Marras (2002), focam-se em dois campos de interesse: • Incrementar a remuneração de seus funcionários: possibilita gratificações que, de alguma forma, representam um ganho a mais, tornando-se interessante para o funcionário na medida em que o ganho surge como a possibilidade de satisfazer necessidades materiais e pessoais; • Implantar o estabelecimento de um vínculo participativo: o funcionário se sen- te comprometido em encontrar soluções para os problemas que estão direta- mente ligados à saúde organizacional da Empresa. Remuneração por Resultado A remuneração por resultado vincula o desempenho à produtividade e à qualidade dos resultados organizacionais, o que estimula o trabalhador a buscar a otimização do seu trabalho e o cumprimento das metas que se propôs a alcançar. A Empresa estabelece as metas a serem atingidas e os empregados recebem grati- ficação periódica, em função do alcance dessas metas. 17 Figura 13 – Resultados Fonte: Fotolia No Brasil, grandes Organizações introduziram, há algum tempo, Sistemas de Remuneração Estratégica, tais como IBM, AMIL, Brasmotor, Copesul, Embraer, Merck Sharp & Dohome, Promon, Samarco e Xerox e outras: O engajamento do homem ao trabalho dá-se a partir do momento em que ele percebe que o que ele busca, o que quer e o que precisa poderá ser atendido. A cobrança sobre os colaboradores, hoje, induz ao entendi- mento de que o “bom funcionário”é aquele que melhor se adapta a novos conceitos e ideias, aquele que mais rapidamente aprende novas habilida- des e aquele que, de forma mais efetiva, colabora em equipe em prol do resultado global. Em virtude disso, Wood Jr e Picarelli Filho (2004) adver- tem que a maneira pela qual se remunera esse tipo de funcionário jamais poderia ser a mesma de alguns anos atrás. Kanaane (1999, n.p.) Remuneração por Competências A remuneração por competência é relacionada à/às/ao: • Aprendizagem do colaborador; • Desenvolvimento de habilidades previamente fixadas como metas pela Empresa; • Atitudes do colaborador mediante seu trabalho – Fator comportamental. Conforme o trabalhador avança em seu nível de competência, avança também, progressivamente, em termos de recompensa financeira, ou seja, sua remuneração pode crescer em proporção direta à evolução de suas competências. 18 Recompensa Financeira Nível de Competência Figura 14 – Representação da relação do nível de competência x recompensas financeiras no processo de remuneração por competências Fonte: Elaborada pela autora #ParaTodosVerem: a imagem mostra que no centro há uma linha azul; do lado esquerdo, há uma seta apontando para cima, na parte de cima da linha e o termo “Recompensa financeira” abaixo da linha. Do lado direito, a seta está abaixo da linha, e acima dela está o termo “Nível de competência”. Fim da descrição. A remuneração por competências é mais adequada aos níveis táticos e estratégicos da Organização, bastante indicada para Empresas que operam em ambientes muito competitivos, nos quais a capacidade de inovação é fator crítico de sucesso. Saiba Mais Você sabia que quando analisamos a competência de um indi- víduo mediante sua função atual e identificamos uma distância, isto é, verificamos que, por exemplo, a função exige 5 compe- tências, porém o colaborador apresenta 3 competências, te- mos aí um GAP de competência? Gap significa “vão”, ou seja, uma carência, falta, que não permite o preenchimento adequa- do. Para que não se perca o sentido de ter esse colaborador na respectiva função, é preciso orientá-lo para o desenvolvimento dessas 2 competências faltantes. Remuneração Indireta – Benefícios Quando nos referimos à remuneração indireta, tomamos como base a remuneração do trabalhador + os benefícios atrelados à essa remuneração. Os benefícios podem e devem ser utilizados de maneira estratégica, levando em con- sideração a posição hierárquica ou a necessidade de reter um talento na Organização. 19 Existem benefícios com impacto mais positivo no colaborador, como os relacio- nados à saúde, à segurança e à Educação. Por isso, cabe à Empresa analisar quais benefícios melhor atendem às demandas de seus funcionários. Uma maneira de captar e atrair talentos é oferecer, além de um salário equiparado ao do Mercado, um pacote de benefícios, como Plano de Saúde, Plano Odontológico, Seguro de Vida, Previdência Privada e Bolsa de Estudos, entre outros, amenizando, assim, a pre- cariedade da Saúde e da Educação oferecidas em nosso país para o colaborador. Figura 15 – Benefícios Fonte: nextavenue.org Um plano de benefícios pode trazer vantagens como: • Menor absenteísmo; • Menor rotatividade; • Aumento do comprometimento; • Maior dedicação do colaborador; • Ausência de incidência de encargos sociais. Além disso, alguns benefícios podem gerar dedução de impostos para a Organização. 20 Os benefícios causam um efeito psicológico nos colaboradores no sentido de im- portância e cuidado com ele e com sua família. É por essa razão, que eles são bem- -vindos e mensalmente esperados. Figura 16 – Benefícios Fonte: Freepik Para Lacombe (2007), os benefícios são fundamentais para manter os empregados satisfeitos com a Organização, sendo importanteque todos saibam as vantagens de cada benefício oferecido. O Programa de Benefícios O Programa de Benefícios é um conjunto de Programas ou Planos oferecidos por uma Organização aos funcionários, complementando o Sistema de Salários, e que constitui aspectos importantes do Pacote de Remuneração. O benefício é uma for- ma de remuneração indireta que visa oferecer aos funcionários uma base para a satisfação de suas necessidades profissionais. Para Wood Jr. e Picarelli Filho (2004, p. 82), “Benefícios respondem por parte con- siderável da remuneração total e costumam ser fator de decisão na aceitação de ofertas de emprego.” 21 Figura 17 – Pacote de remuneração Fonte: Freepik Podemos dizer que é um importante meio para a manutenção dos funcionários, tra- balhando a satisfação deles, podendo até impactar sua produtividade. Os benefícios sociais podem ser financiados total ou parcialmente pelas Empresas (com ou sem participação do colaborador). Por vezes, também variam de acordo com o nível hierárquico, como diretores, gerentes, funcionários administrativos ou da produção, entre outros. Relacionam-se, dessa forma, com os objetivos em lon- go prazo da Organização (Wood Jr.; Picarelli Filho, 2004), reforçando estabilidade, comprometimento e lealdade com o empregado. Os benefícios podem ser classificados como: • Benefícios legais: exigidos pela Legislação Trabalhista, Previdenciária ou pelos Sindicatos. Por exemplo: 13º salário, férias, hora-extra, salário-família,aposenta- doria, vale transporte, entre outros; • Benefícios espontâneos: concedidos pela Empresa (não exigidos por Lei). Por exemplo: gratificações, Seguro de Vida, refeições, Assistência Médica etc. Dessa feita, os benefícios podem ser econômicos, recreativos ou facilitadores, a de- pender de sua finalidade. Um bom Plano de Benefícios pode trazer inúmeras vantagens, tanto para o empre- gado quanto para a Empresa, por exemplo: 22 • Maior envolvimento do colaborador com o seu trabalho e, consequentemente, com a Empresa; • Maiores chances de atrair e manter talentos; • Diminuição da rotatividade e do absenteísmo; • Aumento da motivação; • Melhora da qualidade de vida dos funcionários. Figura 18 – Qualidade de vida Fonte: Freepik Benefícios e Responsabilidade Social As Empresas que oferecem benefícios aos seus colaboradores demonstram o grau de sua Responsabilidade Social. Algumas delas vão além dos benefícios legais, bus- cando compensar os esforços desses funcionários e, consequentemente, aumen- tando sua qualidade de vida. 23 Reflita Se você fosse o gestor de RH da Empresa, você ofereceria para os colaboradores benefícios como bailes na sexta à noite, ver- bas para piqueniques com os familiares, passatempos na for- ma de jogos dentro do espaço físico da Organização? Muitas vezes, esses benefícios mais “exóticos” chamam a atenção do funcionário, permitindo-lhe uma dose de descontração e des- compressão. Elementos que, hoje, sabemos ser fundamentais para o desempenho do indivíduo. Figura 19 – Lazer Fonte: Freepik O tema responsabilidade social está, mais do que nunca, na pauta das Empresas por estar vinculado à ideia de sustentabilidade. 24 Em resumo, ao longo deste estudo, mergulhamos profundamente no subsistema de manutenção de pessoas, focalizando o Processo de Remuneração e suas diver- sas variáveis. Compreendemos claramente a distinção entre Salário e Remuneração, exploramos tanto os benefícios obrigatórios quanto os facultativos, e discernimos quais verbas estão envolvidas no cálculo da Remuneração e quais estão relacionadas ao Salário. Além disso, adquirimos conhecimento sobre a diversidade de tipos de Remuneração existentes. Esse aprendizado abriu nossos olhos para a complexidade e a importância da gestão eficaz da remuneração, permitindo-nos tomar decisões informadas e estratégicas na área de recursos humanos. Em Síntese 25 1 – Qual dos seguintes NÃO é um tipo comum de remuneração utilizada em orga- nizações? Assinale a alternativa correta. a. Salário fixo. b. Comissão por vendas. c. Bônus por desempenho. d. Plano de saúde. e. Ajuste salarial. 2 – Qual das alternativas a seguir pode ser considerado um objetivo de um progra- ma de benefícios em uma organização? Assinale a alternativa correta. a. Aumentar o lucro da empresa. b. Reduzir a carga de trabalho dos funcionários. c. Melhorar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional dos funcionários. d. Aumentar a competitividade da empresa no mercado. e. Reduzir o número de funcionários na empresa. Atividades de Fixação Atenção, estudante! Veja o gabarito desta atividade de fixação no fim deste conteúdo. 26 Remuneração e competências: retórica ou realidade? https://bit.ly/2QB7CNv As Perspectivas Motivacionais dos Colaboradores acerca do Programa de Remuneração Variável: um estudo de caso em uma Empresa do ramo imobiliário PIRES, K. S.; SOUZA, P.; PERI, S. M. As Perspectivas Motivacionais dos Co- laboradores acerca do Programa de Remuneração Variável: um estudo de caso em uma Empresa do ramo imobiliário; Periódico Científico Negócios em Projeção, v. 6, n. 12. https://bit.ly/48TusmX Leituras Material Complementar Prova Final – Remuneração 1 https://youtu.be/W-L3zB_-3ds Prova Final – Remuneração 2 https://youtu.be/AXVMe5TGWvo Prova Final – Remuneração 3 https://youtu.be/uf-dsm3fxdA Prova Final – Remuneração 4 https://youtu.be/P_83VQkQ5Cc Prova Final – Remuneração 5 https://youtu.be/F7AfLjBn1ZA Prova Final – Remuneração 6 https://youtu.be/kIFBFNHcZxg Vídeos https://bit.ly/2QB7CNv https://bit.ly/48TusmX https://youtu.be/W-L3zB_-3ds https://youtu.be/AXVMe5TGWvo https://youtu.be/uf-dsm3fxdA https://youtu.be/P_83VQkQ5Cc https://youtu.be/F7AfLjBn1ZA https://youtu.be/kIFBFNHcZxg 27 Referências BARRET, G. V. Comparison of skill-based pay with traditional job evaluation tech- niques. Human Resources Management Review, v. 1, n. 2, p. 97-105, 1991. BOHLANDER, G. W. Administração de Recursos Humanos. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. CAETANO, A. Avaliação de Desempenho – Metáforas, Conceitos e Práticas, Lisboa: RH, 1990. CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas: o novo papel dos Recursos Humanos nas Organizações. 2.ed. Rio de Janeiro: Campus, 2005. CHIAVENATO, I. Recursos Humanos: o capital humano das organizações. 9.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. DESSLER, G. Administração de Recursos Humanos. 2.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003. FERNANDES, B. H. R. Administração estratégica. São Paulo: Saraiva, 2010. FLEURY, M. T. L.; LIMONGI, F. A. C. As Pessoas na Organização. 10.ed. São Paulo: Gente, 2002. FRANÇA, A. C. L. Práticas de Recursos Humanos – PRH: conceitos, ferramentas e procedimentos. São Paulo: Atlas, 2011. KANAANE, R. Comportamento humano nas organizações. 2.ed. São Paulo:Atlas, 1999. LACOMBE, F. J. M. Recursos Humanos: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2007. LAMENZA, A. Estratégias Empresariais – Pesquisas e casos brasileiros. São Paulo: Saint Paul, 2008. LAWLER III, E. E. Strategic Pay: Aligning Organizational Strategies and Pay Systems. California: Jossey-Bass Inc., 1990. 28 MARRAS, J. P. Administração de Recursos Humanos: do operacional ao estratégico. 14.ed. São Paulo: Saraiva, 2011. MARRAS, J. P. Administração da remuneração. São Paulo: Thomson, 2002. PICARELLI FILHO, V; WOOD JR., T. Remuneração por habilidades e competências: preparando a organização para a era das empresas de conhecimento intensivo. São Paulo: Atlas, 1997. PONTES, B. R. Administração de cargos e salários. 7. ed. São Paulo: LTR, 1998. RIBEIRO, A. L. Gestão de Pessoas. São Paulo: Saraiva, 2006. ROBBINS, S. P. Comportamento Organizacional. São Paulo: Pearson, 2010. WOOD JR., T.; PICARELLI FILHO, V. Remuneração estratégica: a nova vantagem competitiva. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2004. 29 Questão 1 d. Plano de saúde. Justificativa: O plano de saúde e o vale-refeição não são tipos de remuneração di- retamente pagos aos funcionários. Em vez disso, são benefícios adicionais ofere- cidospelas empresas para melhorar o pacote de compensação e benefícios dos funcionários. Os benefícios, como plano de saúde e vale-refeição, não são conside- rados parte do salário ou remuneração direta, embora façam parte do pacote total de compensação. As opções A, B e C são tipos comuns de remuneração em que os funcionários recebem pagamento com base em salário fixo, comissões por vendas ou bônus por desempenho, respectivamente. Questão 2 c. Melhorar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional dos funcionários. Justificativa: O principal objetivo de um programa de benefícios em uma organi- zação é melhorar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional dos funcionários. Isso inclui fornecer benefícios que ajudem os funcionários a cuidar de sua saúde, equili- brar suas responsabilidades pessoais e familiares, e melhorar sua qualidade de vida geral. Embora programas de benefícios possam ter outros impactos positivos, como aumentar a competitividade da empresa no mercado (opção D), o foco principal é o bem-estar dos funcionários. Gabarito