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aula_4-Fundamento das Ciencias Sociais

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FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS SOCIAIS
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FUNDAMENTOS DE CIÊNCIAS SOCIAIS
UNIDADE :
V - CIÊNCIAS SOCIAIS E SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E BRASILEIRA
Profª Edna Raquel Hogemann
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Estado, sociedade civil e mercado.
Essa separação entre três esferas – mercado, estado e sociedade civil – é, de certa forma, uma mudança importante em relação a antigos enfoques acerca do conceito de sociedade civil. Para os autores jusnaturalistas e até mesmo para o iluminismo escocês não havia uma distinção clara entre sociedade civil e estado, sendo a sociedade civil algo bem próximo de uma sociedade política . O conceito estava diretamente ligado às teorias de direitos individuais e à idéia de contrato social e significava uma sociedade governada por leis, baseada no consenso de indivíduos em contraste ao estado de natureza. 
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Hegel, para alguns autores (Kaldor, 2003; Bobbio, 1986; Kumar, 1996), foi o primeiro a utilizar o termo para se referir a algo distinto do estado. 
Sociedade civil significava uma esfera da vida ética interposta entre a família e o estado. A sociedade civil era equacionada à economia aproximando-se de uma sociedade burguesa.
 Esse equacionamento com a esfera do mercado é aprofundado por Marx, que faz da sociedade civil o lugar das relações econômicas, o domínio autônomo da propriedade privada 
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Mudanças nos pilares da sociedade
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Estado
O Estado tem sido e é, certamente, um instrumento de dominação de classes, mas é ao mesmo tempo, uma instituição que, sob pressão dos partidos políticos e das organizações sindicais de trabalhadores, pode também conseguir constantes melhoras para as classes obreiras que por isso têm interesse na sua existência e na manutenção do um Estado forte, eficaz, não-opressivo e socialmente orientado. Por conseguinte, sua importância cresce na medida em que avança para a modernidade e objetiva o progresso da sociedade. 
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Do Estado Liberal ao Estado Social
Estado social representa historicamente o intento de adaptação do Estado tradicional – Estado liberal-burguês – às condições sociais da civilização industrial e pós-industrial, com os seus novos e complexos problemas, mas também com suas grandes possibilidades técnicas, econômicas e organizativas.
 O Estado social é, pois, uma fase, ou o resultado de uma longa transformação por que passou o Estado Liberal clássico e, conseqüentemente, é parte do histórico Estado de Direito, quando incorpora os direitos sociais para além dos direitos civis.
O Estado Social ganhou terreno no mundo ocidental entre os anos 20 e 30 do século passado, quando se difundiu a chamada social-democracia ou intervencionismo. 
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O Estado de Direito Social no Brasil
Muito se discute se o Brasil teria tido um Estado verdadeiramente social, com ênfase para o atendimento de necessidades essenciais da população, inclusive por meio de redistribuição de renda. 
A sociedade civil brasileira, historicamente, pouco participou da definição de seus destinos, não se podendo falar que haja conhecido longos períodos verdadeiramente democráticos. Para Mello (2004), aliás, até o momento o Brasil teve pouco mais de 35 anos de cambaleante democracia política; "democracia social não teve um único dia". 
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O Estado de Direito Social no Brasil
No Brasil houve um capitalismo tardio, porque as bases sociais, políticas, econômicas, culturais nunca alcançaram com o mesmo fluxo ou no mesmo ritmo o próprio desenvolvimento das forças sociais e econômicas da produção. Convive, lado a lado, desde sempre, o arcaico e o novo, a escravidão e as forças motrizes da economia. Após a Abolição, com a República que não foi para valer vimos conviver um capitalismo de alta tecnologia com a miséria humana absoluta, acostumamo-nos a conviver (adequadamente, sob a lógica do capital, mas de forma contraditória, sob a ótica da justiça social) no país-continente, de terras e riquezas sem fim, com os sem-terra, sem-teto, sem-escola, sem-nada.
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A Era Vargas
Em outras palavras, no Brasil dos anos 30, com a nossa revolução industrial e burguesa, sob o comando populista de Getúlio Vargas, inauguramos um regime dúbio: de um lado, ocorre a cortesia com o povo ao se admitir a prevalência dos direitos trabalhistas (CLT) e, de outro, há a adaptação da economia capitalista industrial aos interesses da aristocracia política rural – bem como ao sistema econômico internacional, em vias de se globalizar.
Por isso, Getúlio Vargas ainda será chamado de Pai dos Pobres e de Mãe dos Ricos. 
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O Estado de Exceção
Nos anos 60, há um arremedo de modernização e democratização das instituições políticas, com João Goulart retomando alguns temas populistas, mas de qualquer modo foi um período fortemente estimulado pelas lutas sindicais, estudantis (UNE) e partidárias em prol do aprofundamento dos direitos sociais. Há muito, as bases do igualitarismo eram evidenciadas na política externa,. Como conseqüência, ao invés de aprofundarmos o Estado Social e a Social-democracia no Brasil, sofremos um revés e, com o golpe militar de 64, o sonho do igualitarismo social é dizimado nos porões da tortura e do Estado Social de Exceção.
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No Brasil, o período áureo desse Estado Social de Exceção se deu com o chamado milagre econômico, na década de 1970, mas seu encerramento se dará, definitivamente, com o primeiro governo de FHC (Fernando Henrique Cardoso) e a era das privatizações (CSN, Vale do Rio Doce). Além disso, os oito anos de FHC à frente do governo central sistematizaram o desmanche do suporte popular e a via (ou veia) sindical que é a essência de toda política social-democracia: quebram-se as pernas do sindicalismo combativo e se incentivam o sindicalismo de resultados. Deve-se frisar ainda que se acentua o êxodo rural e a mecanização do campo – o fermento da atual situação de miserabilidade urbana e da violência no campo.
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Do Estado Social ao Estado Democrático
O Estado de Direito Social veio assimilando elementos democráticos e populares, o que colaboraria para sua posterior transformação em Estado Democrático, em que vemos afirmarem-se os instrumentos político-populares, como o uso mais freqüente de referendos e plebiscitos, além do desenvolvimento rotineiro das chamadas gestões democráticas. Esta seqüência histórica, por sua vez, redundaria no que chamamos hoje de Estado de Direito Democrático ou Estado Democrático de Direito.
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Estado e globalização
Conceitos clássicos como as noções de soberania e hegemonia, associadas ao Estado-Nação como centro e poder, começam a sofrer reformulações. Segundo VIEIRA (1997), as novas forças que operam na atual ordem mundial, dominada pela economia capitalista de cunho neoliberal, reduzem os espaços do Estado-Nação, obrigando à reformulação dos projetos nacionais. Assim, as nações buscam proteger-se formando blocos geopolíticos e celebrando acordos sob o controle de organizações internacionais, como Fundo Monetário internacional (FMI), Organização Mundial do Comércio (OMC), Banco Mundial (BM) e Organização das Nações Unidas (ONU).
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Globalização e neoliberalismo
A globalização, hoje, tem como característica relevante um mercado no qual a cada dia é visível a facilidade de comunicação, transmissão e processamento de informações, além da mobilidade internacional de capital. No plano econômico, a globalização caracteriza-se pela desnacionalização financeira. 
Após a crise do petróleo de 1973, tendência a redução da ação do Estado na economia. Essas teorias ganharam força depois que os conservadores vencem as eleições de 1979 (Margareth Thatcher) e de 1980, (Ronald Reagan). O Estado garante a ordem política e econômica, deixando as empresas privadas livres para investirem como quisessem. Além disso, os Estados desregulamentam e privatizam
inúmeras atividades públicas.
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Sociedade civil
Sociedade civil é representada como o terreno dos conflitos econômicos, ideológicos, sociais e religiosos que o Estado tem a seu cargo resolver, intervindo como mediador ou suprimindo-os; como a base da qual partem as solicitações às quais o sistema político está chamado a responder; como o campo das várias formas de mobilização, de associação e de organização das forças sociais que impelem à conquista do poder político.
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Tipos ideais de atores da sociedade civil
Mary Kaldor (2003) define,quatro tipos ideais de atores da sociedade civil.:
1 - Movimentos sociais - organizações coletivas que não são rigidamente estruturados. O sucesso dos movimentos sociais depende de sua capacidade de mobilização e da resposta das autoridades
2 - As ONGs - organizações voluntárias, não-lucrativas e orientadas por valores. Elas realizam uma grande variedade de tarefas, mobilização pública em torno de questões particulares, etc) e fornecimento de serviços.
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3 - Organizações sociais - poderiam ser incluídas na categoria de ONGssão voluntárias, não-lucrativas e orientadas por valores. Mas, há diferenças importantes em relação à organização interna, objetivos e financiamento. As organizações sociais são organizações de benefício mútuo, em contraste com o caráter solidário das ONGs, nas quais os membros cuidam dos despojados mas não os representam ou os abrangem. Dependem principalmente de recursos de seus membros, raramente recebendo financiamento externo .
4 - Movimentos nacionais ou religiosos - São movimentos baseados em identidades políticas exclusivas, isto é, reivindicam o poder político com base em “rótulos”.
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Para onde apontam as mudanças?
Se, por um lado, o Estado está em transformação, dada a crise por que passou e em virtude do desafio representado pela globalização, acarretada, em boa parte, pelas inovações tecnológicas de uma nova "era da informação", por outro, a sociedade se transforma aceleradamente neste fim de século. Quais as relações entre os dois fenômenos? No novo contrato social que está sendo renegociado, quais as opções básicas com que se defrontam Estado e sociedade?
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Globalização econômica
A globalização econômica procura transformar o globo terrestre em um imenso e único mercado, sem fronteiras e diferenças nacionais e locais. Tende a padronizar e uniformizar condutas e procedimentos quanto aos objetivos de maximização econômica e de lucros, a partir dos interesses das nações centrais e empresas transnacionais que controlam o poder econômico mundial. O desafio apresenta-se sob dois aspectos principais: o primeiro em forma de pressão para remoção ou aviltamento dos direitos sociais e controle da ordem econômica; o segundo, pela desconsideração do direito nacional ou sua utilização, naquilo que convém. Ambos levam ao notável enfraquecimento do direito nacional, que se torna impotente para fazer face a eles.
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Sociedade brasileira e desigualdade social
O desenvolvimento tecnológico e o acesso a informação, num mundo cada vez mais globalizado, vêm fazendo uma transformação radical nos sistemas de desigualdade. E o conhecimento torna-se significativo para a estratificação social e a formação do processo de desigualdade.
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Sociedade brasileira e desigualdade social
Para entender a origem de tais disparidades no Brasil é necessário introduzir uma perspectiva mais ampla, abrangendo o passado histórico, sem desconsiderar as dimensões continentais do país. Podemos começar a explicar isso pelo fator mais evidente: a escravidão, que é o paroxismo da exclusão: o Brasil importou o maior número de escravos da África dentre todas as colônias no Novo Mundo e, como Cuba, foi um dos últimos países a libertá-los (em 1888). Mesmo considerando-se os movimentos ascendentes na escala social - os imigrantes são um exemplo eloqüente disso -, a grande massa não teve condições de impor às elites uma distribuição menos desigual dos ganhos do trabalho. 
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Sociedade brasileira e desigualdade social
A experiência brasileira é rica em programas e projetos para atenuar as desigualdades regionais e sociais. Mesmo que a maioria delas não tenham obtido os resultados esperados, há exemplos de políticas sociais que estão tendo impacto favorável: o salário mínimo, a aposentadoria rural, a bolsa-escola, a renda mínima e a reforma agrária. No entanto, essas iniciativas não tem sido suficientes para resolver os problemas das desigualdades no Brasil. 
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O mundo do trabalho contemporâneo.
 Como bem explica Eric Hobsbawm (1987), o mundo do trabalho foi forjado e reforjado de acordo com as necessidades do sistema capitalista – ou melhor, à medida que avançava a industrialização, que se alteravam as estruturas socioeconômicas, que se impulsionava o desenvolvimento tecnológico; mas, foi se constituindo também de acordo com as lutas sociais, à medida que surgiam novas estratégias de ação sindical, que se definiam novos mecanismos de participação política, que era concebida uma cultura operária em oposição à cultura burguesa. Ao longo do século XIX e do século XX, este amplo conjunto de práticas sociais e discursos ideológicos foi se transformando e se diferenciando, inclusive nos vários espaços nacionais. Por isso, Hobsbawm escreve no plural: mundos do trabalho.
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O mundo do trabalho contemporâneo.
 Desde a década de 1980, a globalização, o neoliberalismo e a recente onda de inovações tecnológicas e organizacionais afetaram profundamente o mundo do trabalho. Verificou-se uma mudança qualitativa nos mecanismos de controle utilizados pela grande empresa. 
 Na “civilização do automóvel”, a passagem do “fordismo” para o “toyotismo” houve a adoção de um discurso de gestão de pessoas que valoriza a autonomia, a responsabilidade, a cooperação e a criatividade dos trabalhadores, ou melhor, dos “colaboradores” e “parceiros”. 
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Perspectivas (N.Elias)
[...] A competição incontrolável, isenta de monopólio, entre pessoas da mesma classe, por um lado, e as tensões entre diferentes classes e grupos, por outro, dão origem também, no caso do indivíduo, a uma contínua ansiedade e a proibições ou restrições específicas. Elas, também, produzem seus próprios medos específicos: medo de perda do emprego, de uma vulnerabilidade 
imprevisível aos que exercem poder, de cair abaixo do nível de subsistência, que prevalecem nas classes mais baixas; bem como os medos de degradação social, de redução das posses ou independência, de perda de prestígio e status,...
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O mundo do trabalho contemporâneo.
 Assim, em nome do combate à rotina monótona, às doenças profissionais e à alienação produzida pela organização taylorista do trabalho, foram propostas novas formas de gestão, mais flexíveis,mais humanas, baseadas no autocontrole do indivíduo. Mas, o trabalho continuou sendo motivo de desgaste físico e sofrimento psíquico, continuou sendo uma atividade alienante para a grande maioria.
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BIBLIOGRAFIA BÁSICA
COSTA, Maria Cristina Castilho. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 2. ed. São Paulo:
Moderna, 2002.
QUINTANEIRO, Tânia; BARBOSA, Maria Lígia de Oliveira; OLIVEIRA, Maria da Gloria Santos de.Toque de clássicos: Durkheim, Marx e Weber. 2. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2003.
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
DAMATTA, Roberto. Relativizando: uma introdução à antropologia social. 6. ed. Rio de Janeiro: Rocco,
2000.
DE MASI, Domenico. Futuro do trabalho: fadiga e ócio na sociedade pós-industrial. 9. ed. Rio de Janeiro:
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