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08/06/22, 19:03 NEG_ADPRMA_19_E_1
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Introdução
Imagine comigo. Hoje é dia de ir ao supermercado para realizar as compras do mês.
Quais itens serão comprados? Provavelmente os itens de cesta básica estarão na sua
lista: o arroz, o feijão, açúcar, sal, um macarrão, um molho de tomate entre outros.
Ainda temos mais coisas para comprar, não apenas os mantimentos, tais como
produtos de limpeza e de higiene pessoal, certo? Se faltar algum desses itens no
mercado, como você se sentiria? Não ligaria ou �caria incomodado por precisar
comprar o item em outro lugar? E se quase todos os itens de sua lista estivessem em
falta no mercado? Não acharia muito estranho?
Vamos ao mercado muitas vezes ao longo de um ano, mas acredito que nunca
�camos nos preocupando muito em como as mercadorias, os produtos, chegaram
até o mercado. Veja o suco em caixinha, por exemplo. Quantas pessoas participaram
do processo produtivo até chegar ao mercado para você comprar? Já parou para
analisar?
Unidade 1 - Administração
estratégica da produção
Viviane Szabo
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Estamos falando, portanto, de um longo processo produtivo, de uma longa cadeia de
abastecimento. Podemos começar nossa cadeia com o cliente, mas em que ponto a
�nalizaremos?
Veja, o cliente depende de um revendedor (um mercado, por exemplo). O mercado,
por sua vez, depende que os sucos sejam entregues pela distribuidora (Centros de
Distribuição - CD). A fábrica será responsável por fabricar o suco e transportá-los até
um CD. A fábrica, por sua vez, depende de seus fornecedores de suco e polpa de
fruta, fornecedores de embalagens entre outros. Mas ainda não podemos esquecer
que os fornecedores diretos também têm os seus respectivos fornecedores.
Você quer ver?
A fábrica Del Valle da Coca-Cola disponibilizou uma série de vídeos que mostra o
processo de fabricação de sucos em caixinha. No primeiro episódio
conheceremos onde tudo começa ( https://www.youtube.com/watch?
v=AlgwkgsaW1c ), depois vamos saber como obter o melhor da fruta (
https://www.youtube.com/watch?v=lH9rUr5jxOc ), passando por um rigoroso
controle de qualidade ( https://www.youtube.com/watch?v=MiGy6km8Wn8 )
antes mesmo de chegar à fábrica da Coca-Cola para fabricação do produto (
https://www.youtube.com/watch?v=gAhR_t3I_Wc ).
Acho que deu para perceber como uma cadeia de suprimentos,uma cadeia de
abastecimento, pode ser bem extensa. Vamos ver?
Figura 1 - Cadeia de suprimentos de suco de fruta em caixa 
Fonte: Elaborado pelo autor.
https://www.youtube.com/watch?v=AlgwkgsaW1c
https://www.youtube.com/watch?v=lH9rUr5jxOc
https://www.youtube.com/watch?v=MiGy6km8Wn8
https://www.youtube.com/watch?v=gAhR_t3I_Wc
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Reparou quantas pessoas estão envolvidas em todo o processo de fabricação? Sabe
por que sempre começamos a cadeia de suprimentos pela �gura do cliente? Pois o
�nal da cadeia de suprimentos pode ir ainda mais longe. No início da �gura 1 nós
temos a �gura do produtor agrícola, mas ele também tem seus fornecedores, certo?
Ele precisa de fornecedor de sementes assim como de fornecedor de adubo e
maquinários. Veja, esses fornecedores também possuem seus fornecedores e assim
continuamente. Por este motivo sempre iniciamos a cadeia de suprimentos com o
cliente, pois o �nal dela pode não ser tão claro, pois sempre temos o fornecedor do
fornecedor do fornecedor do fornecedor etc. Compreende? Quanto mais você
conhecer a sua cadeia de suprimentos e todos os seus envolvidos, melhor poderá ser
o seu planejamento!
Ainda analisando a �gura, podemos encontrar duas fábricas, certo? Será que elas são
iguais em termos de classi�cação, características e estratégia? Na �gura 1 nós
podemos perceber que precisamos de empresas de distribuição e transporte,
atacadistas e varejistas. Isto quer dizer que em uma cadeia de suprimentos nós
podemos ter tanto indústrias quanto empresas prestadoras de serviço envolvidas em
todo o processo. Mas você sabe qual a diferença entre produção e operações?
Nesta unidade nos falaremos sobre todas essas questões!
1. Introdução à administração
da produção
É comum vermos na literatura uma distinção entre administração da produção e
administração de operações. Isto ocorre quando se quer fazer distinção entre
indústrias e serviços, entre bens tangíveis e intangíveis.
Além da tangibilidade, existem outras diferenças importantes entre produtos e
serviços, tal como a in�uência da mão de obra e possibilidade de padronização de
insumos. Em produtos, os processos podem ser mais mecanizados e automatizados,
isso facilita a padronização do produto, do insumo e ainda evita muita in�uência da
mão de obra. Já em serviços, a in�uência da mão de obra é muito alta e ainda é difícil
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obter padronização. Você consegue padronizar, por exemplo, a fabricação de um
remédio, certo? Mas seria bem mais difícil padronizar um atendimento médico, não é
mesmo?
Veja o Quadro 1 abaixo com as principais diferenças entre indústrias e empresas de
serviços.
Quadro 1 - Diferenças entre bens e serviços 
Fonte: Moreira (2011, p. 3) 
No entanto, independente de se é indústria ou serviços, qual é a função da
administração da produção/operação dentro de uma empresa? Moreira (2011, p.3)
diz que a “administração da produção e operações é o campo de estudo dos
conceitos e técnicas aplicáveis à tomada de decisões”. O que isto quer dizer?
Para entender melhor, precisamos primeiro lembrar o que é uma empresa e quais
são as funções importantes dentro dela. Sabemos que uma organização é um
arranjo de duas ou mais pessoas que se juntam formalmente e compartilham um
propósito comum. Este propósito é a meta formal da empresa. O que ela pretende
oferecer aos seus clientes. Para esta organização poder funcionar, será preciso então
pessoas desempenhando diversas funções, dentre elas:
Função produção
Função marketing
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Função desenvolvimento de produto/serviço
Função contábil-financeira
Função recursos-humanos
Nas organizações, podemos a�rmar que a função produção/operações possui um
papel de destaque, com um escopo abrangente. Ela não é a área que apenas faz o
produto, mas se inter-relaciona com várias outras funções. Observe a �gura 2.
Figura 2 – Escopo abrangente da gestão de operações. 
Percebeu como a função produção possui um papel importante dentro da
organização? Podemos, inclusive, dizer que ela tem um papel estratégico!
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Como podemos conceituar estratégia? Originária do termo grego stratēgia, estratégia
signi�ca plano ou método usado para alcançar um objetivo especí�co ou um
resultado esperado.
Todas as organizações precisam de�nir a sua estratégia corporativa. O que isto quer
dizer? Se você for abrir uma empresa, antes de decidir o local que irá operar, você
precisa analisar o mercado. Isto quer dizer que será preciso analisar os seus clientes
e os seus concorrentes. E essa análise contribuirá na de�nição da estratégia da
empresa. Por meio dela nos diferenciamos dos concorrentes e ganhamos mercado.
Identi�camos as nossas prioridades de desempenho e o mercado que a empresa
pretende atuar. Essas prioridadespodem ser de custo mais baixo, qualidade
superior, maior rapidez na entrega ou no prazo, �exibilidade entre outros. São
prioridades que sua empresa pretende ter para se diferenciar dos concorrentes. É a
estratégia corporativa que poderá trazer uma vantagem competitiva para a empresa.
Uma vez de�nida a estratégia corporativa, precisarei de�nir a estratégia da
produção/operação
Como de�no minha estratégia de produção? Observe a �gura 3.
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Figura 3– Prioridades competitivas: ligação entre estratégia competitiva e estratégia
de operações 
Observe na Figura 2 que com base na estratégia corporativa da empresa, uma
análise de mercado categoriza os clientes da empresa, identi�ca suas necessidades e
avalia as forças dos concorrentes. São essas as informações importantes para
desenvolver as prioridades competitivas da empresa. Veja o Quadro 2.
Quadro 1 - Diferenças entre bens e serviços 
Fonte: Moreira (2011, p. 3) 
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Uma vez de�nidas essas prioridades poderei de�nir minha estratégia de
produção/operações.
Historicamente, a função produção e operações percorreu um longo caminho até
aqui, quando é vista como estratégica. Aliás, é difícil rastrear as origens mais
primárias da gestão de operações. Moreira (2011, p. 4) diz que “se quiséssemos ser
muito rigorosos com o que representa esse campo de trabalho, encontraríamos
traços comuns entre o que se faz hoje, nas modernas organizações, com a coleta de
alimentos do homem pré-histórico, passando pela caça, pela agricultura, pastoreio
etc., até a formação das primeiras cidades há cerca de 6.000 anos. E assim por
diante. Os precursores das primeiras máquinas usadas em escala quase industrial
seriam encontrados na Idade Média, com a sua própria revolução industrial, quase
nunca comentada, que prossegue até pelo menos o século XIV”.
Embora já nesta época possamos ver os traços da administração da produção
presente, não podemos negar que a Revolução Industrial dos séculos XVIII e XIX
transformou os estudos na área de administração da produção. É uma época em que
o uso intensivo de máquinas se fez presente para atender uma demanda cada vez
mais crescente!
Na área de administração da produção podemos encontrar diversos estudiosos, tais
como como Henry Ford (que começou a linha de montagem de automóveis nos EUA)
e Frederick Taylor (que aplicou a racionalidade de métodos cientí�cos ao trabalho de
produção nas indústrias.
Você quer ler?
Para saber mais sobre a evolução das indústrias no mundo, acesse
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-industrial.htm
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/revolucao-industrial.htm
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Sabe o que as fábricas do passado têm em comum com as fábricas modernas?
Ambas são um sistema de produção, e como tal, podem ser de�nidas como um
conjunto de entradas (materiais, pessoas, equipamentos etc.) que passam por um
processo de transformação para saírem como um produto ou um serviço.
2. Sistemas industriais de
produção
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Para entendermos melhor as características dos sistemas industriais de produção,
primeiramente precisamos entender o que é um sistema. Podemos dizer que um
sistema é um processo de entradas que são transformadas em saídas para atender
algum objetivo do ambiente no qual está inserido (Figura 4).
Figura 4 – O sistema e seus componentes. 
No sistema de produção, consideramos como entradas todos os insumos
necessários para realizar o produto ou serviço. Considere, por exemplo, o processo
de produção de uma mesa. Quais insumos eu preciso ter? Madeira, cola, pregos,
parafusos, tinta, verniz, maquinários, lixa, pessoas trabalhando, informações sobre o
produto (modelo, metragem, suas características), entre outros. Estes insumos
entram no sistema, passam por um processo de transformação (etapas de produção)
para que no �nal eu tenha como saída a mesa pronta!
Mas será que todas as empresas que fazem móveis são iguais? Todas elas podem ter
as mesmas classi�cações de tipo de sistema de produção? Antes de responder esta
questão, precisamos saber quais são os tipos de sistema de produção.
Vamos lá! Podemos classi�car de duas formas os sistemas: quanto ao �uxo do
produto ou quanto ao tipo de orientação ao cliente.
Quando falamos de sistema quanto ao �uxo do produto podemos ter três tipos:
Sistemas de produção contínua ou de �uxo de linha.
Sistemas de produção por lotes ou por �uxo intermitente.
Sistemas de produção para grandes projetos ou de posição �xa.
Quando falamos de sistema quanto ao tipo de orientação ao cliente podemos ter:
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Sistema voltado para estoque.
Compreender as diferenças entre produtos e serviços.
Sistema voltado para encomenda (contra pedido).
Vamos conhecer cada um destes?
2.1. Sistemas de produção continua
(fluxo em linha)
Este tipo de sistema apresenta uma sequência linear ao fabricar o produto. Isto
porque são bastante padronizados e passam de um posto de trabalho a outro em
um �uxo predeterminado.
Este tipo de sistema é ideal para produção em massa, para linhas de montagens de
produtos dos mais variados. Montar um sistema deste tipo requer um custo elevado
de investimento em maquinários. O ganho do sistema está na quantidade produzida,
por ser um sistema muito padronizado e automatizado.
Neste sistema, além da produção em massa, ainda podemos terá produção contínua.
Moreira (2011, p.11) ressalta que esse nome é reservado para classi�car empresas
chamadas indústrias de processo, como a química,papel, aço, petróleo etc. Trata-se
de um sistema altamente e�ciente, porém,com acentuada in�exibilidade.
Quais são as grandes vantagens do sistema com �uxo em linha? Produção em
grande escala e produtos altamente padronizados. Isto não quer dizer que fazemos
apenas um único modelo de produto, mas as diferenças entre os modelos possuem
apenas pequenas modi�cações. A fabricação de um carro, por exemplo, possui um
�uxo em linha. A linha de montagem de um carro só faz um único modelo de carro?
Uma única cor? Sempre com os mesmos acessórios? Veja que a linha de montagem
pode fazer na mesma linha várias cores diferentes e com acessórios diferenciados
também, mas a produção segue na mesma linha simultaneamente o mesmo modelo
de carro.
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Quais as desvantagens desse sistema? Moreira (2011, p. 10)a�rma que “alguns
fatores devem ser cuidadosamente pesados antes da adoção de um sistema com
�uxo em linha”, isto porque pode ter risco de “obsolescência do produto, a
monotonia dos trabalhos para os empregados e os riscos de mudança tecnológica no
processo (que custa a pagar)”.
2.2. Sistemas de produção em lote (fluxo
intermitente)
O sistema de produção intermitente difere do sistema em linha por permitir realizar
a produção diversi�cada utilizando o mesmo maquinário. Isto quer dizer que,
quando termino de fazer o produto A, outros produtos tomarão lugar no mesmo
equipamento/maquinário. O produto A só voltará a ser feito depois de um tempo.
Esse sistema é caracterizado por haver a necessidade de realizar setups
(ajustes/programações). Por exemplo, estou fazendo o parafusotamanho n2e n3.
Faço o primeiro modelo, depois vou parar para ajustar meu equipamento e começar
a fazer o segundo modelo. Produzo inicialmente o lote do parafuso n2 e depois o lote
do parafuso n3.
“No sistema de produção intermitente, a mão de obra e os equipamentos são
tradicionalmente organizados em centros de trabalho por tipo de habilidades,
operação ou equipamento” (MOREIRA, 2011, p.10).
Isto quer dizer que o processo pode �uir de maneira irregular de um centro de
trabalho para outro. Este tipo de processo não requer investimentos em maquinários
exclusivos. São equipamentos que podemos chamar de genéricos, pois permitem
realizar mudanças de setups para também ser usado em outro produto.
Ainda que o sistema intermitente tenha como vantagem a produção diversi�cada, é
preciso notar que há uma redução na e�ciência por conta do ajuste do setup das
máquinas de um produto para outro. Ainda temos como desvantagens, a di�culdade
de controle de estoque, com a programação da produção e eventuais falhas de
qualidade.
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Comparando o sistema em intermitente com o �uxo em linha, o intermitente é
melhor em termos de �exibilidade, mas perde em quantidade produzida. Se a
empresa necessitar trabalhar com um alto volume de produção deve repensar se
não é mais vantajoso mudar para um �uxo em linha.
2.3. Sistema de produção para grandes
projetos (posição fixa)
O sistema de produção para grandes projetos, também conhecido como sistema
deposição �xa, se difere muito dos sistemas anteriores. Isto porque sua grande
característica está no conceito de projeto. O que faz de cada sistema um
empreendimento único (não existe igual) e temporário, pois possui um início, um
meio e �m previamente determinados.
Uma casa, por exemplo, é um projeto! Este possui características únicas, não? Você
pode até pensar: mas existem casas que são iguais, mesma planta! De fato, você tem
razão! O desenho da casa pode até ser igual, mas será que durante o processo de
levantar a casa, tirar do planejamento, e colocar em produção, as duas casas foram
iguais? O que difere então o processo de produção de uma para outra?
Principalmente o planejamento e o controle, que podem seguir cada um, um ritmo
diferente. Aliás, esta é uma característica marcante dos projetos: seu alto custo e a
di�culdade gerencial do planejamento e do controle. A produção de navios, de aviões
e de grandes estruturas são consideradas como fabricação de projeto.
No sistema em linha e intermitente é o produto que se desloca pelas diversas fases
de produção. No sistema de produção de grande projeto, o produto costuma �carem
uma posição �xa e são os equipamentos, as pessoas, as informações e os insumos
que se movem em torno do produto. É o caso da produção de uma casa ou de uma
grande estrutura.
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Você quer ver?
Já parou para analisar como deve ser o processo de produção de um avião? A
fabricação de um Boeing é um sistema de produção de grande projeto. Con�ra
todo o processo de produção do Boeing 787-9 Dreamliner da British Airways
clicando aqui: https://www.youtube.com/watch?v=SJZk9vNS8NE
2.4. Sistema orientado para estoque e
para encomenda
Quando falamos de tipo de sistemas de produção sob a ótica de atendimento ao
consumidor, temos o sistema orientado para estoque e o orientado para encomenda
(contra pedido).
No sistema para estoque, quando o cliente realiza o pedido,o produto já está pronto
e é rapidamente entregue ao consumidor. Este sistema de produção não requer um
pedido formal para iniciar o processo de fabricação,dependendo apenas de uma
previsão da demanda. O produto é padronizado, sem qualquer possibilidade de
personalização ou alteração. Este tipo de operação possui como vantagens baixo
custo e rapidez na entrega. É justamente a combinação do processo em linha com a
estratégia de fabricar para estoque que,às vezes, é chamada de produção em massa.
É um ambiente estável e previsível,com pouca variação e com tarefas repetitivas e
bem de�nidas. Este tipo de estratégia é ideal para grandes volumes, produtos
padronizados e de previsão de demanda relativamente estáveis e precisas.
Para Krajewski et al (2009, p. 110), “essa estratégia é aplicável também a situações
em que o processo produz um produto único para um cliente especí�co, se o volume
for su�cientemente grande”.
No processo orientado para encomenda, todas as operações estão ligadas a um
cliente especí�co. A produção só se inicia quando o cliente realiza o seu pedido.
https://www.youtube.com/watch?v=SJZk9vNS8NE
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Neste processo, a primeira coisa que o cliente quer saberé o preço e o prazo de
entrega, estes são negociados antes do início da produção.
Esse sistema de produção é ideal para indústrias que fabricam produtos
personalizados (com a especi�cação do cliente) e com baixo volume. É um processo
mais complexo do que de um produto padronizado em linha e com alta variação.
Algumas empresas ainda optam por trabalhar com um processo de montar sob
encomenda.Neste processo, conhecido como modularizado, é possível combinar
operações padronizadas com algum grau de �exibilidade. É um meio termo entre o
contra pedido e o para estoque. Possibilitando ter �exibilidade e ainda rapidez na
entrega.
Para entendermos melhor isso vamos voltar para a nossa pergunta sobre
características das fábricas. Fábricas de móveis são todas iguais ou possuem
classi�cações diferentes?
Veja, se você for comprar uma mesa em uma loja como Casas Bahia, o produto já
está em estoque (em um centro de distribuição) ou ainda será fabricado? Na maioria
das vezes, os móveis estão sempre prontos para serem entregues ao cliente. Isto
quer dizer que este fornecedor de mesa trabalha comum sistema orientado para
estoque! Agora imagine você ir até um marceneiro.Podemos ainda dizer que ele
possui uma fábrica de móveis, porém com menor estrutura, certo? Nesta fabricação
de mesa com o marceneiro, a mesa já está pronta ou ele ainda irá fazê-la de acordo
com o seu pedido? Neste caso, você conversará com o marceneiro sobre o tamanho
especí�co que você deseja, suas características, o preço e o tempo de entrega. O
sistema contra pedido permite que você faça uma mesa com a “sua cara”.
Podemos concordar que o sistema para estoque é mais rápido que o contra pedido?
Podemos também concordar que o sistema contra pedido atende necessidade
individuais mais facilmente? Estas são características marcantes deste tipo de
sistema.
No sistema de fabricação para estoque vamos ter: grande volume produzido, baixo
custo unitário, produto padronizado e rapidez de entrega. Já no sistema de
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fabricação contra pedido teremos: menor volume produzido, maior �exibilidade,
menor rapidez de entrega.
O sistema montagem sob encomenda (modularizado) é um meio termo entre eles.
No caso da fabricação dos móveis, imagine que o marceneiro já tenha cortado e
pintado vários tipos de pés de mesa e de tampos de mesa. Eles já estão prontos, mas
ainda não é uma mesa! Quando o cliente entra na marcenaria ele escolhe a
combinação desejada e então o marceneiro monta a mesa para entregá-la. Por que
esse sistema é um meio termo? Comparativamente, o sistema modularizado permite
maior �exibilidade que o sistema para estoque,  mas não é tão �exível quando o
sistema contra pedido. Também será mais rápido que o sistema contra pedido, mas
não será tão rápido quanto osistema para estoque. Concorda?
E uma fábrica de móveis ainda pode ser classi�cada como sendo de �uxo
intermitente, pois produz diversos produtos em lotes. Primeiro faz um lote de mesa,
depois de cadeira, depois de armário e assim por diante.
3. Projeto de processos,
produtos e serviços
Nós sabemos que uma empresa, antes de qualquer decisão, precisa de�nir a sua
estratégia corporativa, que é como a empresa irá se diferenciar dos seus
concorrentes. Depois de analisar o mercado ela de�nirá as prioridades competitivas,
seus objetivos de desempenho, e por meio deles de�nir a sua estratégia de
produção, o que inclui de�nir seu tipo de sistema de produção.Quando ela começa a
produzir ou a prestar o serviço, ela perceberá naturalmente que para continuar a ser
competitiva ela precisa introduzir novos produtos,novos serviços ou mudar os já
existentes. Tudo isto visando aumentar ou até mesmo manter os níveis de demanda!
Quem será responsável por desenvolver o novo produto não é necessariamente a
área de produção. Porém tem um papel importante neste processo. Isto porque é
esta área que será responsável por fazer o produto e,portanto, precisa se preparar
para os novos produtos, “criando ou revendo os métodos de trabalho onde for
necessário, de�nindo as especi�cações de novos equipamentos e participando do
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processo de seleção e escolha, de�nindo sequências de novas operações, treinando
os funcionários para as novas situações etc.” (MOREIRA, 2011, p. 207).
Como começa este processo de desenvolver um novo produto ou serviço? A resposta
é simples: com um grande número de ideias! Desenvolver um produto é um
processo de �ltragem. Observe a Figura 5.
Figura 5 – Processo de filtragem de ideias para novos produtos 
Fonte: Slack (2002) apud Corrêa; Corrêa (2013, p. 237). 
Reparou que para selecionar o projeto de um novo produto/serviço primeiramente
preciso testar uma grande variedade de ideias? O processo envolve decisões do tipo
go – nogo (prossegue – não prossegue) para cada uma das ideias, e algumas ideias
são descartadas ao longo do caminho. As fases desse processo iniciam com o
desenvolvimento do conceito, o que envolve a arquitetura do produto, o projeto
conceitual e o mercado-alvo que visa. Após o desenvolvimento do conceito é
realizado um planejamento do produto (teste, investimento/�nanças) para depois
partir para a engenharia, com a construção do projeto detalhado e do protótipo.Após
liberação �nal da engenharia é feito um teste de produção (produção piloto) e se
inicia a produção dentro da empresa. Após introdução no mercado,com o
crescimento das vendas aumenta-se o volume de produção.
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Reparou que neste processo �nal temos a introdução do produto no mercado e o
crescimento do mesmo? Quando lançamos um produto novo passamos
primeiramente por uma fase de aceitação do mercado, que chamamos em
marketing de introdução. Quando o produto começa a ser mais aceito temos o
crescimento das vendas, mas há um momento em que as vendas  não crescem mais
tão rapidamente como antes,pior, às vezes podem cair muito! Isso se chama ciclo de
vida do produto!  Veja a �gura 6.
Figura 6– Ciclo de vida do Produto 
Fonte: Corrêa; Corrêa (2006) apud Lélis (2014, p.34) 
Será que este ciclo de vida de produto realmente existe? Pense comigo, existe algum
produto que você lembre de ter usado muito em sua infância e hoje não encontra
mais? E vou além! Existe algum produto que você comprou no ano passado que hoje
não atende mais a sua necessidade, como um computador ou celular?
Já parou para analisar que temos a impressão de que as coisas não duram tanto
quanto antigamente? Que por isto estamos sempre comprando novos produtos? Na
verdade, não é que não duram, apenas passam pelas fases de ciclo de vida com mais
rapidez que no passado. Isto se deve até mesmo pelo avanço da tecnologia! O
marketing tem um papel importante neste sentido! O marketing desperta seu desejo
de necessidade e faz você comprar um produto novo que nem é tão diferente do que
você já tem, não é verdade? Podemos perceber que o marketing, a produção e a área
de desenvolvimento de produtos e serviços precisam trabalhar juntos!
Todas estas áreas precisam se preocupar com as fases do ciclo de vida do produto.
Que para Lélis (2014, p. 234) envolve:
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Introdução
Crescimento
Maturidade
Declínio
A fase de introdução deste ciclo só acontece, portanto, depois de um longo processo
de parceria entre marketing, produção e desenvolvimento de novos produtos (Figura
7).
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Figura 7 – Fases de desenvolvimento de projetos de produtos 
Fonte: Corrêa e Corrêa (2013, p.237) 
Ao longo dessas fases apresentadas da Figura 6, marketing,produção e
desenvolvimento do produto participam ativamente! Por exemplo,enquanto
marketing analisa o mercado trazendo informações sobre ele, o desenvolvimento de
produto propõe novas tecnologias e ideias, ainda constrói modelos e executa
simulações. E o que faz produção? Analisa o processo e investiga a viabilidade do
conceito. Em todas as fases essas três áreas participam ativamente. Observe o
Quadro 3 com o pape de cada área ao longo do projeto.
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Quadro 3 – Áreas envolvidas no desenvolvimento do produto 
Fonte: Corrêa e Corrêa (2006) apud Lélis (2014, p. 36-37) 
Percebeu que produção tem como função analisar processo defabricação? Para
ajudar nesta tarefa é possível fazer uso da Matrizproduto-processo que auxilia a
tomada de decisão. Observa a �gura 8.
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Figura 8 – Matriz produto-processo para operações fabris 
Fonte: Krajewski et al (2009, p.108) 
Note que se o novo produto é altamente padronizado com baixa variedade e ainda
haverá um alto volume de produção, é preciso pensar em um processo de �uxo
contínuo! Caso o produto seja muito personalizado e volume muito baixo, o ideal é
um processo por tarefa.
O processo por tarefa se caracteriza pela produção de “pequenos lotes, de uma
grande variedade de produto, com variados roteiros de fabricação(sequência de
etapas do processo produtivo), em geral associados com arranjos físicos funcionais,
em que os equipamentos são agrupados por função, para permitir que os �uxos
percorram qualquer roteiro que seja eventualmente necessário; não há conexão
entre os centros produtivos. Em geral, os grupos de trabalho ou trabalhadores �cam
a cargo de produzir o produto todo, necessitando para isso ser polivalentes”
(CORRÊA; CORRÊA; 2013, p. 247)
Mas não podemos esquecer de algo importante. Não são apenas indústrias que
precisam se preocupar com desenvolvimento de novos produtos. Empresas
prestadoras de serviços também precisam se renovar constantemente para
permanecerem competitivas! Em serviços, desenvolver processos inovadores e
e�cientes é condição sine qua non , ou seja, é indispensável.Quase que prerrogativa
para permanência no mercado!
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Você, por exemplo, iria a um dentista que usa ainda os mesmosprocessos e
procedimentos que usava há 50 anos? Não há dúvida que este pro�ssional com 50
anos de carreira tem muita experiência, mas se os processos e o material usado
ainda são os mesmos, você con�aria? Você manteria ainda uma conta corrente em
algum banco que não �zesse uso de tecnologia e que todo e qualquer serviço tivesse
que ser feito diretamente no caixa do banco? Todo prestador de serviço precisa se
atualizar com técnicas e materiais novos que possam trazer mais benefícios para
seus clientes, não importa qual a área. Seja dentista, pedreiro, um banco ou qualquer
outro tipo de prestação de serviço!
Isto quer dizer que se a empresa �car estagnada, seu futuro já é visível! Ela terá um
desempenho operacional muito inferior que os seus concorrentes e isso se re�etirá
nos resultados �nanceiros, que serão cada vez piores!
Uma das formas de repensar um processo de serviço é também a utilização da
matriz produto-processo, identi�cando o tipo de processo em relação ao volume
produzido, a padronização e a variedade (Figura 9), bem como a matriz de contato
com o cliente para processos de serviço (Figura 10).
Figura 9– Matriz produto-processo para serviços. 
Fonte: Corrêa e Corrêa (2006) apud Lélis (2014). 
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Figura 10 - Matriz de contato com o cliente para processos de serviço 
Fonte: Krajewski et al (2009, p.108) 
Na �gura podemos ver três estruturas de processo: front o�ce (linha de frente),
hybrid o�ce (linha híbrida) e back o�ce (linha de retaguarda). O que é cada um
destes?
Front O�ice
Hybrid O�ice
Back O�ice
A �gura 11 apresenta uma estrutura do processo de serviço no setor de serviços
�nanceiros.
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Figura 11 - Estrutura do processo de serviço no setor de serviços financeiros 
Identi�car o tipo de contato com o cliente é uma importante ferramenta no projeto
de serviços. Mas você sabe dizer como projetos de serviços são desenvolvidos? Se
pararmos para analisar, na maioria das vezes é por tentativa e erro, ou seja, com
grandes problemas de qualidade e uniformidade. Moreira (2011, p.224-225) sugere
que é preciso uma série de ações para nortear o estudo de um serviço que precisa
ser melhorado ou implantado,sendo estas:
Identificar os processos
Identificar os pontos de falha real e potencial
Estabelecer tempos de execução
Analisar a rentabilidade/produtividade
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O aumento da produtividade pode estar diretamente relacionado ao próprio
layout,ao arranjo físico. O que isto quer dizer? Creio que já tenha ido em uma
lanchonete do tipo fast food, certo? Já reparou na disposição dos equipamentos? Por
que será que ela é com é? Teve algum estudo em relação a ela? A resposta a estas
questões está relacionada ao estudo do arranjo físico, mas antes de tudo você sabe o
que é arranjo físico?
Damos o nome de arranjo físico à maneira em que se encontram dispostos os
equipamentos, os postos de trabalhos, e todos os recursos físicos que estão
ocupando espaço dentro da empresa (fábrica ou prestação de serviços).Analisar o
arranjo físico permite inclusive eliminar atividades que não agregam valor ao produto
ou ao processo, permitem minimizar cursos de movimentação e manuseio,
aumentar a produtividade e a e�ciência, facilitar a movimentação dos recursos e
aumentar a qualidade. A decisão do arranjo físico é parte importante da estratégia
da produção e de operações!
Quando falamos em arranjo físico podemos fazer relação com os três tipos de
sistema de produção quanto ao �uxo de produto, mas estes não são os únicos tipos
de arranjos possíveis nas organizações:
Arranjo físico por produto, que corresponde ao sistema de �uxo em linha;
Arranjo físico por processo (ou funcional), que corresponde ao sistema de produção
de �uxo intermitente;
Arranjo físico de posição �xa, que corresponde ao sistema de produção em projetos;
Arranjo físico celular
Arranjos mistos.
No arranjo físico por produto, os recursos, maquinários,pessoas etc. são disposto em
uma sequência linear, de acordo com as etapas de fabricação do produto, sendo
ideal para empresas que processam um volume grande de produção, semelhando ao
sistema de produção em linha.
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Já no arranjo físico por processo ou funcional, o objetivo é agrupar os recursos com
função ou processos iguais ou similares. Em uma ferramentaria ou um
supermercado, por exemplo, os �uxos podem ser diferentes para cada tipo de
cliente que a empresa deseja atender (observe �uxo X e Y distintos na Figura 12). Na
ferramentaria, o objetivo é acomodar os �uxos de materiais e nos supermercados, é
o �uxo de clientes. Não podemos esquecer que neste tipo de arranjo pode ocorrer
um aumento no tempo de atravessamento e uma queda de e�ciência quando os
�uxos �cam intensos. Pense assim, qual o melhor horário para ir ao mercado? De
madrugada ou durante o horário comercial do �nal de semana? A resposta a esta
questão está relacionada ao tempo de atravessamento. Do momento em que você
chega para fazer as compras até o momento em que você �naliza no caixa, em qual
horário é mais rápido? Com certeza de madrugada, isto porque neste horário o �uxo
é menos intenso, pois tem menos clientes na loja realizando as compras, não é
mesmo?
Figura 12 – Exemplo de arranjo físico funcional 
Fonte: Corrêa e Corrêa (2013, p.313) 
Reparou que esses dois arranjos são bem distintos? Eles possuem características
opostas! Observe o Quadro 4.
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Quadro 4 – Comparação entre arranjos físicos por processo e por produto. 
Fonte: Corrêa e Corrêa (2013, p.315) 
Em uma tentativa de aumentar a e�ciência do processo funcional e, ao mesmo
tempo, não perder a �exibilidade, muitas empresas optam pelo arranjo celular, que
vem do conceito de tecnologia de grupo. Segundo Corrêa e Corrêa (2013, p. 316),
este arranjo é desenvolvido em etapas:
Identi�car família de itens produzidos que tenham, agregadamente, volume
su�ciente e similar conjunto de recursos para serem processados – deve-se estar
preparado para que “sobrem” determina dos itens de grande variedade que não
conseguem ser colocados em nenhuma célula –estes continuarão, em geral, a ser
processados num setor com arranjo físico funcional;
Identi�car e agrupar recursos (máquinas,pessoas) de forma que consigam, com
su�ciência, processar as famílias de itensidenti�cadas, de�nindo células;
Para cada célula, arranjar os recursos, usando os princípios gerais do arranjo por
produto, estabelecendo uma pequena operação dentro da operação, de forma que a
movimentação e os �uxos daquelas famílias identi�cadas na etapa 1 sejam mais
ordeiros simples e ágeis;
Localizar máquinas grandes ou que não possam ser divididas para fazerem parte de
células especí�cas.
Feito isso, teremos muitos resultados segundo o autor:
Não se perde �exibilidade, pois o mesmo conjunto original de itens continua sendo
processado;
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Ganham-se velocidade e e�ciência de �uxo, poisos recursos da particular célula estão
próximos numa “pequena operação”;
As distâncias percorridas pelos �uxos dentro das células são muito menores;
Simpli�cam-se os �uxos no restante da operação,que �ca “aliviada” das famílias de
itens que conseguem ser processadas pelas células estabelecidas;
Tempos de preparação dos equipamentos nas células tendem a ser menores, já que
processam itens de forma e dimensões similares;
Melhora-se a qualidade, já que o grupo de funcionários a cargo de gerenciar e operar
os recursos das células tende a desenvolver mais a sensação de “propriedade” e
responsabilidade por uma família inteira de itens e não apenas por uma etapa
produtiva.
Observe a Figura 13 com uma ilustração deste tipo de arranjo.
Figura 13 – Arranjo físico celular 
Fonte: Corrêa e Corrêa (2013, p.315) 
Por �m, temos o arranjo físico de posição �xa, que é semelhante ao �uxo de
produção de grandes projetos. Aqui, o produto não passa pelas diversas etapas de
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produção ao longo da fábrica, pois o produto �ca parado e são os equipamentos, as
pessoas, todos os recursos que se movem em torno do produto.
Para �nalizar, não podemos esquecer que muitas vezes,dentro de uma instalação
fabril, não há necessariamente apenas um tipo de arranjo físico. Muitas vezes pode
acontecer de ter dentro de mesma instalação um arranjo em linha no início do
processo e ao �nal das etapas produtivas,dependendo da personalização do cliente,
termos arranjo funcional, por exemplo.A estes casos damos nome de arranjos
mistos! A combinação de um ou mais arranjos dentro de uma mesma planta fabril é
um arranjo combinado, um arranjo misto. E por que o arranjo físico faz diferença?
Para otimizar o �uxo de recursos dentro da empresa, e estes recursos devem e
precisam sempre ser muito bem administrados! Vamos falar um pouco sobre isso?
4. Conceito de administração
de materiais
Ao longa desta unidade falamos muito de recursos. Você sabe de�nir recursos?
Chiavenato (2014b, p. 4), diz que “recursos são conjuntos de riquezas que podem ser
exploradas economicamente pela empresa. São ativos de propriedade da empresa
ou alugados por ela para garantir o processo produtivo.Na verdade, os recursos
constituem a plataforma que a empresa utiliza para produzir algo (indústria) ou para
prestar um serviço ao cliente (serviços). Sem recursos não há o que produzir.
Contudo, os recursos são estáticos e inertes, não tem vida própria e precisam ser
administrados para que, no conjunto, ajudem a produzir algo para a sociedade.
Assim, os recursos precisam de competências organizacionais para que sejam
realmente produtivos”.
Mas recurso é tudo igual? Na verdade, não. Podemos encontrar na empresa vários
tipos de recursos, como os materiais (ferramentas,matéria-prima, equipamentos
entre outros), bem como recursos �nanceiros,recursos humanos, mercadológicos
(propaganda, assistência técnica etc.),recursos administrativos (o esquema gerencial
da empresa, diretores, gesto resetc.) e recursos tecnológicos (tecnologia do produto,
do processo, da informação e da gestão).
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A área de administração de materiais faz parte da gestão da produção e operações
das organizações. Isto envolve não apenas gerenciar materiais, mas também
recursos patrimoniais! Tal como prédios, edifícios, equipamentos, ferramentas,
veículos, todos estes fazendo parte do conjunto de bens, valores, direitos e
obrigações da empresa. Observe a Figura 14 com uma visão geral da administração
destes recursos.
Figura 14 – Visão geral da administração de recursos materiais e tecnológicos 
Fonte: Moreira (2011, p. 3) 
E por que é importante administrar materiais e recursos patrimoniais? Para
responder isso precisamos primeiramente lembrar o que é um sistema de produção.
Sistema de produção é um processo de entradas que são transformadas em saídas.
O que são as entradas? Os recursos! Envolve materiais e matérias-primas, peças e
componentes, máquinas e equipamentos, instalações, energia, informação, mão de
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obra, entre outros. Todos estes recursos precisam sem bem administrados para
garantir e�ciência e e�cácia do sistema de produção.
Independente se o tipo de sistema de produção é em linha, ou lote, é voltado para
estoque ou para encomenda, o que é certo? Ele é um sistema que precisa de
recursos de entrada!
Isto quer dizer que do ponto de vista da administração dos materiais, dependo
destes recursos para conseguir fazer meu produto ou prestar meu serviço! Isto ainda
quer dizer que preciso implantar um programa de administração de materiais que
envolve uma série de atividades (Figura 15).
Figura 15 – Atividades da Administração de Materiais 
Fonte: Francischini e Gurgel (2010, p. 5) 
E que tipos de atividade poderíamos ter para economia dos materiais?Segundo
Francischini e Gurgel (2010, p. 8), podemos ter economia dos materiais com:
Utilização de técnicas como engenharias do valor, geração de alternativas e seleção
da melhor alternativa.
Utilização de novas tecnologias, ainda não dominadas integralmente pela empresa.
Visão abrangente de source marketing .
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Abertura no tratamento com os fornecedores e uma negociação sistemática para
aprimoramento do fornecimento.
Compras e�cientes, gerando abastecimento com qualidade, pontualidade, condições
�nanceiras e preço baixo.
Decisões adequadas no que diz respeito a fabricar internamente ou comprar fora.
Planejar a reutilização de todas as embalagens de fornecimento e controlar perdas
nas embalagens de produtos acabados.
Facilitar a reciclagem de todos os materiais de maneira seletiva e proveitosa.
Recuperar todos os solventes utilizados no processo.
Abertura no tratamento com os fornecedores e uma negociação sistemática para
aprimoramento do fornecimento.
Não permitir a deterioração dos materiais e combater sem tréguas a obsolescência.
Manter atenção especial para detectar desperdícios mínimos, mas repetitivos.
Parcimônia: não fornecer às atividades produtivas mais do que determina a
utilização-padrão de materiais.
Recebimento bem equipado e bem informado, para somente receber o material
adequado à empresa.
Sistema econômico de transporte.
Nas próximas unidades, nós veremos mais detalhes de como realizar cada uma
dessas atividades acima.
Síntese
Chegamos ao �nal desta unidade. Aprofundamos nossos conhecimentos sobre
administração da produção. Vimos que toda empresa precisa de�nir primeiramente
a sua estratégia corporativa, pois ela será a base para a de�nição de todas as demais
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estratégias da empresa, como a estratégia de marketing, de desenvolvimento de
novos produtos e de produção. Neste capítulo você teve a oportunidade de:
Entender o que é administrar produção e seu papel estratégico nas organizações.
Compreender as diferenças entre produtos e serviços.
Conhecer as prioridades competitivas para a de�nição da estratégia de produção
Compreender que um sistema de produção é um conjunto de entradas que são
transformadas em produto e serviço.
Identi�car os diversos tipos de sistema de produção: em linha, intermitente, de
projeto, orientado para encomenda, orientado para estoque, modularizado.
Perceber a importância do projeto de um produto e serviço. E ainda perceber que é
preciso primeiramente entender o ciclo de vida do produto para realizar um bom
projeto.
Compreender como o arranjo físico é importante para os diversos tipos de sistema
de produção.Reconhecer os tipos de arranjos: em linha, funcional, posição �xa, celular e misto.
Entender que gerir recursos materiais e patrimoniais faz parte de uma boa
administração da produção.
Download do PDF da unidade
Bibliografia
CHIAVENATO, I. Gestão da Produção : uma abordagem introdutória. 3. ed. Barueri,
SP : Manole, 
2014. 
CHIAVENATO, I. Gestão de Materiais : uma abordagem introdutória. 3. ed. Barueri,
SP : Manole, 2014b. 
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CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração de produção e de operações :
manufatura e serviços : uma abordagem estratégica. São Paulo : Atlas, 2013. 
FRANCISCHINI, P. G.; GURGEL, F. do A. Administração de materiais e do
patrimônio , São Paulo : Cengage Learning, 2010. 
KRAJEWSKI, Lee J. Et al. Administração de produção e operações. 8. ed. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2009. 
LÉLIS, E. C. Gestão da produção . São Paulo : Pearson Education do Brasil, 2014. 
MARTINS, P. G.; Alt, P. R. C. Administração de Materiais e recursos patrimoniais .
3. ed. São Paulo : Saraiva, 2009. 
MOREIRA, D. A. Administração da produção e operações. 2. ed. São Paulo :
Cengage Learning, 2011. 
SLACK, N. et al. Administração da produção . São Paulo: Atlas, 2007.

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