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Durante algum tempo, o STF teve a orientação de que as leis orçamentárias não eram passíveis de 
controle de constitucionalidade, por serem normas de efeitos concretos. Porém, sua jurisprudência 
avançou, e, hoje, permite o controle das leis em geral, pouco importando se abstratas ou concretas. Basta 
ser lei. Já, em relação aos atos, o STF só permite o controle se forem normativos. Atenção! 
 
Os demais itens estão errados: 
 
a) A ação civil pública em que a declaração de inconstitucionalidade com efeito erga omnes é 
posta como o próprio objeto do pedido, e não como causa de pedir, não usurpa a competência do 
STF para julgar a ação direta de inconstitucionalidade de leis federais em face da Constituição 
Federal. 
 
A ação civil pública não pode funcionar como ação abstrata. Estas são dotadas de efeito erga omnes e 
vinculante. Por isso, um Tribunal, ao julgar a ACP, não pode conferir o efeito erga omnes, para que, ao 
fim, não funcione como se fosse o STF. 
 
b) A declaração final de inconstitucionalidade na ação direta de inconstitucionalidade não importa 
em restauração, de forma tácita, das normas estatais anteriormente revogadas pelo diploma 
normativo objeto do juízo de inconstitucionalidade. 
 
Cuidado, ok. A repristinação, no direito, precisa de norma expressa para ocorrer. Já o efeito repristinatório 
é tácito. Ou seja, uma vez que a norma é reconhecida como inconstitucional, será gerado efeito ex tunc, 
e a norma anterior voltará a produzir efeito. Para que esta norma não retorne, deve o legitimado pedir que 
o STF sobre ela se manifeste expressamente, evitando o efeito repristinatório. 
 
d) O princípio da fungibilidade não é aplicável, não se podendo conhecer da ação direta de 
inconstitucionalidade como arguição de descumprimento de preceito fundamental, ainda quando 
coexistentes todos os requisitos de admissibilidade desta, em caso de inadmissibilidade daquela. 
 
Se não houver erro grosseiro, admite-se a aplicação da fungibilidade. Ou seja, uma ADPF pode ser 
recebida como ADI e vice-versa. 
 
e) A legitimidade ativa da confederação sindical, entidade de classe de âmbito nacional e Mesas 
da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e das Assembleias Legislativas, para a ação direta 
de inconstitucionalidade, vincula-se ao objeto da ação, pelo que deve ser comprovada a 
pertinência temática. 
 
Há legitimados universais, para os quais não se exige pertinência temática, dos quais se destaca as 
mesas da Câmara e do Senado, daí o erro do quesito. 
 
 
Questão 5: VUNESP 
Nos termos da doutrina predominante, controlar a constitucionalidade significa 
a) examinar a compatibilidade de uma lei ou ato normativo com a Constituição, verificando seus requisitos 
formais e materiais. 
b) referendar ato que, por ter sido criado por autoridade constitucionalmente competente, prescinde da 
observação de outros requisitos. 
c) garantir que uma norma, editada com os parâmetros constitucionais vigentes à época, não se tornará 
com ela incompatível em decorrência de mudanças na interpretação constitucional. 
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d) que a inconstitucionalidade material faz referência ao erro na observância da competência ou nas 
regras relativas ao processo definido na Constituição. 
e) que a inconstitucionalidade formal envolve o contraste direto do ato legislativo com o parâmetro 
constitucional, ou a aferição do desvio de poder ou do excesso de poder legislativo. 
 
 
GABARITO: A 
 
Nos termos da doutrina predominante, controlar a constitucionalidade significa: 
 
a) examinar a compatibilidade de uma lei ou ato normativo com a Constituição, verificando seus 
requisitos formais e materiais. 
 
O controle de constitucionalidade consiste em um mecanismo de fiscalização da validade de todas as 
normas do ordenamento jurídico frente às regras estabelecidas pela Constituição Federal. O controle de 
constitucionalidade relaciona-se, portanto, com a fiscalização da conformidade das leis e atos normativos 
frente à Constituição Federal. Para Uadi Lamêgo Bulos, constitucionalista frequentador assíduo da sua 
prova, os fundamentos que justificam o controle de constitucionalidade são: a supremacia constitucional 
em face dos atos do Poder Público; preservação do bloco de constitucionalidade da constituição federal; 
assegurar os direitos e garantias fundamentais. 
 
Assim, a princípio, todas as leis são válidas. É dizer, as leis e atos normativos estatais são considerados 
válidos, constitucionais, até que venham a ser formalmente declarados inconstitucionais. Essa noção 
relaciona-se com o denominado princípio da chamada presunção de constitucionalidade das leis, um 
dos pressupostos do controle de constitucionalidade. 
 
Demais alternativas incorretas: 
 
b) referendar ato que, por ter sido criado por autoridade constitucionalmente competente, 
prescinde da observação de outros requisitos. 
 
A ratificação de ato emanado de autoridade competente não se relaciona com o controle de 
constitucionalidade. 
 
c) garantir que uma norma, editada com os parâmetros constitucionais vigentes à época, não se 
tornará com ela incompatível em decorrência de mudanças na interpretação constitucional. 
 
A chamada mutação constitucional está situada mais no âmbito da interpretação do que propriamente 
do controle de constitucionalidade. Ainda assim, não há como garantir que uma norma não se tornará 
inconstitucional com o tempo. 
 
A mutação constitucional é o fenômeno que se verifica nas Constituições ao serem modificadas de forma 
silenciosa, contínua, sem alteração textual. É isso mesmo, trata-se de um processo informal e espontâneo 
de alteração da interpretação constitucional, em que se muda o conteúdo de determinado dispositivo, 
sem mudança no teor da norma. É o que acontece quando o Supremo Tribunal Federal muda seu 
entendimento sobre certo dispositivo constitucional, por decorrência da própria evolução de usos e 
costumes. Pode-se relacionar esse fenômeno ao conceito de poder constituinte difuso. Não ao poder 
constituinte derivado, que é a prerrogativa de alterar formalmente a Constituição, por meio de emendas. 
 
Para o Ministro Luis Roberto Barroso, existem três situações que legitimam uma mutação 
constitucional e a superação de uma jurisprudência consolidada: quando há uma mudança na percepção 
do direito, quando existem modificações na realidade fática e por força das consequências práticas 
negativas de uma determinada linha de entendimento. 
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