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MECÂNICA GERAL Prof. Ivan Galdino da Silva. EMENTA • Introdução e Conceitos de Tensão, Deformação e Carregamento Axial. • Propriedades Mecânicas dos Materiais. • Torção. Flexão simples. • Cisalhamento. • Cargas Combinadas. • Análise de Tensão e Deformação. • Projeto de Vigas e Eixos de Transmissão. • Deflexão em vigas e Eixos por Integração. • Flambagem de Pilares. • Esforços em estruturas. • Esforço solicitante como resultante das tensões. • Dimensionamento de juntas. • Barras submetidas à força normal. Bibliografia • Melconian Sarkis, Mecânica Técnica e resistência dos materiais, • 17° edição. Editora Erica, • FRANÇA, Luis Novaes Ferreira; MATSUMURA, Amadeu Zenjiro. Mecânica geral. 2.ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2009. • CALLISTER JR., W. D. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução. 5.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002. • BEER, F. P; JOHNSTON JR; E. RUSSELL. Resistência dos Materiais. São Paulo: Pearson Makron Books. 3 ed, 2007/2008. • SHAPIRO, Ilya Lvovich; PEIXOTO Guilherme de B. Introdução à Mecânica Clássica. São Paulo: Livraria da Física, 2010. • • • Bibliografia Complementar • MERIAM, J. L; L.G KRAIGE. Mecânica para Engenharia. Rio de Laneiro: LTC, 2009. • BAKER HUGHES. Baker Oil Tools. Coiled tubing solutions: solve downhole problems with reliable, cost-effective technology. Houston: Baker Hughes, 2003. • SENAI - PR. DET Resistência dos Materiais Curitiba, 2001, 98 p • Barbosa , João Paulo Mecânica aplicada e Resistência dos Materiais, IFES – Campus São Mateus-. • Bento Daniela A., Fundamentos de resistência dos materiais., Florianópolis, março de 2003 • Aquino Acilayne Freitas de ., MECÂNICA GERAL PARA ENGENHEIROS, , 2013. TENSÃO E DEFORMAÇÃO • Tensão é ao resultado da ação de cargas externas sobre uma unidade de área da seção analisada na peça, componente mecânico ou estrutural submetido à solicitações mecânicas. A direção da tensão depende do tipo de solicitação, ou seja da direção das cargas atuantes. • As tensões provocadas por tração compressão e flexão ocorrem na direção normal (perpendicular) à área de seção transversal e por isso são chamadas de tensões normais, representadas pela letra grega sigma (σ). • As tensões provocadas por torção e cisalhamento atuam na direção tangencial a área de seção transversal, e assim chamadas de tensões tangenciais ou cisalhantes, e representadas pela letra grega tau (τ). • Representação das direções de atuação das tensões normais (σ) e tangenciais (τ).Observe que a tensão normal (σ) atua na direção do eixo longitudinal, ou seja, perpendicular à secção transversal, enquanto que a tensão de cisalhamento (τ) é tangencial à tensão normal (σ ). Tensão Normal σ • A carga normal F, que atua na peça, origina nesta, uma tensão normal “σ” (sigma), que é determinada através da relação entre a intensidade da carga aplicada “F”, e a área de seção transversal da peça “A”. • No Sistema Internacional, a força é expressa em Newtons (N), a área em metros quadrados (m²). A tensão (σ) será expressa, então, em N/m², unidade que é denominada Pascal (Pa). • Na prática, o Pascal torna-se uma medida muito pequena para tensão, então usa-se múltiplos desta unidade, que são o quilopascal (KPa), megapascal (MPa) e o gigapascal (Gpa). Exercício • Uma barra de seção circular com 50 mm de diâmetro, é tracionada por uma carga normal de 36 kN. Determine a tensão normal atuante na barra. Resolução Diagrama Tensão X Deformação • Na disciplina de Mecânica Geral é necessário conhecer o comportamento dos materiais quando submetidos a carregamentos. Para obtermos estas informações, é feito um ensaio mecânico numa amostra do material chamada de corpo de prova (CP). • Neste ensaio, são medidas a área de secção transversal “A” do corpo de prova e a distância “L0” entre dois pontos marcados neste. • No ensaio de tração, o CP é submetido a uma carga normal “F”. A medida que este carregamento aumenta, pode ser observado um aumento na distância entre os pontos marcados e uma redução na área de seção transversal, até a ruptura do material. A partir da medição da variação destas grandezas, feita pela máquina de ensaio, é obtido o diagrama de tensão x deformação. • O diagrama tensão - deformação varia muito de material para material, e ainda, para um mesmo material podem ocorrer resultados diferentes devido a variação de temperatura do corpo de prova e da velocidade da carga aplicada. • Entre os diagramas σ x ε de vários grupos de materiais é possível, no entanto, distinguir algumas características comuns; elas nos levam a dividir os materiais em duas importantes categorias, que são os materiais dúcteis e os materiais frágeis. Comportamento mecânico de materiais dúcteis e frágeis. • Os materiais dúcteis como o aço, cobre, alumínio e outros, são caracterizados por apresentarem escoamento a temperaturas normais. O corpo de prova é submetido a carregamento crescente, e com isso seu comprimento aumenta, de início lenta e proporcionalmente ao carregamento. • Desse modo, a parte inicial do diagrama é uma linha reta com grande coeficiente angular. Entretanto, quando é atingido um valor crítico de tensão σE, o corpo de prova sofre uma grande deformação com pouco aumento da carga aplicada. A deformação longitudinal de um material é definida como: • Quando o carregamento atinge certo valor máximo, o diâmetro do CP começa a diminuir, devido a perda de resistência local. A esse fenômeno é dado o nome de estricção. • Após ter começado a estricção, um carregamento mais baixo é o suficiente para a deformação do corpo de prova, até a sua ruptura. A tensão σE correspondente ao início do escoamento é chamado de tensão de escoamento do material; a tensão σR correspondente a carga máxima aplicada ao material é conhecida como tensão limite de resistência e a tensão σr correspondente ao ponto de ruptura é chamada tensão de ruptura. • Estes valores podem ser adquiridos ensaiando a peça ou pesquisando em tabelas de propriedades mecânicas de materiais, no Anexo A temos uma tabela que mostra valores de resistências para alguns materiais ferrosos e não-ferrosos. • Materiais frágeis, como ferro fundido, vidro e pedra, são caracterizados por uma ruptura que ocorre sem nenhuma mudança sensível no modo de deformação do material. Então para os materiais frágeis não existe diferença entre tensão de resistência e tensão de ruptura. Além disso, a deformação até a ruptura é muito pequena nos materiais frágeis em relação aos materiais dúcteis. • Não há estricção nos materiais frágeis e a ruptura se dá em uma superfície perpendicular ao carregamento. Fig. 1 a) Diagrama σ x ε de um aço de baixo teor de carbono; b) Estricção e ruptura dúctil. Fig 2 a) Diagrama σ x ε de um material frágil; b) Ruptura frágil. Lei de Hooke • No trecho inicial do diagrama da figura 1, a tensão σ é diretamente proporcional à deformação ε e podemos escrever: • Essa relação é conhecida como Lei de Hooke, e se deve ao matemático inglês Robert Hooke (1635-1703). O coeficiente E é chamado módulo de elasticidade ou módulo de Young (cientista inglês, 1773-1829), que é determinado pela força de atração entre átomos dos materiais, isto é, quando maior a atração entre átomos, maior o seu módulo de elasticidade. Exemplos: Eaço = 210 GPa; Ealumínio = 70 GPa. • Como sabemos que, podemos escrever a seguinte relação para o alongamento (∆l): O alongamento será positivo (+), quando a carga aplicada tracionar a peça, e será negativo (-) quando a carga aplicada comprimir a peça. Exercício • Uma barra de alumínio de possui uma seção transversal quadrada com 60 mm de lado, o seu comprimentoé de 0,8m. A carga axial aplicada na barra é de 30 kN. Determine o seu alongamento. Eal = 70 MPa. O módulo de elasticidade foi dado em MPa (1MPa=1N/mm2), as unidades de comprimento foram convertidas para milímetros. • a) Força normal: • F = 30kN = 30000 N • b) Comprimento inicial da barra: • l = 0,8m = 800mm • c) Área de seção quadrada: • A = a² = 60² = 3600mm² • d) Alongamento: • Uma mola tem constante elástica k=2,5kN/m. Quando ela for comprimida de 12cm, qual será a força elástica dela? • Utiliza a Lei de Hooke: • Onde: Fel = K. x Fel = Força elástica k = constante elástica x = distância deformada Transformando as medidas: 12 cm = 0,12 m 2,5 K/m = 2500N/m Fel = 2500 . 0,12 Fel= 300N Zonas de deformação: Elástica e Plástica • Zona elástica: de 0 ate A as tensões são diretamente proporcionais as deformações, onde ao esforçar o material o mesmo responde com deformações temporárias, isto porque as deformações ocorrem por forcas internas que esticam as ligações que manter a estrutura do material, esticam porem não rompem as ligações por esse motivo as deformações são temporárias. O ponto A é chamado limite de elasticidade, pois, ele geralmente marca o fim da zona elástica. Dai em diante inicia-se uma curva, começa o chamado escoamento. • O escoamento caracteriza-se por um aumento considerável da deformação com pequeno aumento da força de tração, isto ocorre devido ao rompimento de ligações. No ponto B inicia-se a região plástica. Diagrama Tensão x Deformação. • (σp) - Tensão de proporcionalidade: Representa o valor máximo da tensão, abaixo do qual o material obedece a lei de Hooke. • (σE) - Tensão de escoamento: A partir deste ponto aumentam as deformações sem que se altere, praticamente, o valor da tensão. Quando se atinge o limite de escoamento, diz-se que o material passa a escoar-se. • (σR) – Tensão limite de resistência A tensão correspondente a este ponto recebe o nome de limite de resistência ou resistência a tração, pois corresponde a máxima tensão atingida no ensaio de tração. • (σr) – Tensão de ruptura: A tensão correspondente a este ponto recebe o nome de limite de ruptura; é a que corresponde a ruptura do corpo de prova. • (εe) - Deformação Elástica: O trecho da curva tensão – deformação, compreendido entre a origem e o limite de proporcionalidade, recebe o nome de região elástica. • (εp) - Deformação Plástica: O trecho compreendido entre o limite de proporcionalidade e o ponto correspondente a ruptura do material. Exercícios • 1) Calcule a tensão normal nos dois cabos da figura. Dados: Ø f1 = Ø f2 = 25,4 mm ΣM1 = 0 : 1.000 x 0,7 + 5.000 x1,8 - F2 x 2,6 = 0 ® F2 = 3.730,8 N ΣM2 = 0 : F1x 2,6 - 1.000 x 1,9 - 5.000 x 0,8 = 0 ® F1 = 2.269,2 N • 2) Calcule a tensão normal nas duas barras da treliça abaixo. Dados: Ø f1 = 12,5 mm ; Ø f2 = 20,0 mm • 3) Calcule a tensão normal nas duas barras da treliça abaixo. As duas barras têm seção transversal circular. • 4) Uma barra, de seção transversal retangular, tem altura variável (como indicado) e largura b constante igual a 12 mm. Calcule a tensão normal no ponto de aplicação da força F e no engaste. Dado: F = 8.000 N Esforço de Tração: • É quando um corpo ou peça está sujeito a uma força normal F, atuando sobre a seção transversal da peça, no sentido do interior para o exterior da peça. Esforço de Compressão: • É quando um corpo ou peça está sujeito a uma força normal F atuando sobre a seção transversal da peça, no sentido do exterior para o interior da peça. Tensão Normal (T). • É determinada através da relação entre a força aplicada, e a área da seção transversal da peça em que essa força foi aplicada. • Onde: • T= Tensão Normal. • F = Força Normal. • A = Área da seção transversal. Unidades de Tensão Normal: • Sistema SI : 𝑁 𝑚² 1 Pascal corresponde a força de 1N agindo sobre uma área de 1m². • Outras unidades de tensão normal. • Múltiplos da unidade Pascal: • Kilo Pascal (KPa) = 10³ Pa. Mega Pascal (MPa) = 106 Pa. • Obs.: N/mm² ou seja 1m² = 106mm². CISALHAMENTO Cisalhamento • Definição Um elemento de construção submete-se a esforço de cisalhamento, quando sofre a ação de uma força cortante. Além de provocar cisalhamento, a força cortante da origem a um momento fletor, considerado desprezível. Força Cortante Q Denomina-se força cortante, a carga que atua tangencialmente sobre a área de seção transversal da peça. Tensão de Cisalhamento ( τ ) • A ação da carga cortante sobre a área da seção transversal da peça causa nesta uma tensão de cisalhamento, que é definida através da relação entre a intensidade da carga aplicada e a área da secção transversal da peça sujeita a cisalhamento. • T = Tensão de Cisalhamento (Unidades: Pa, KgF/cm², KgF/mm²). • Q= Força Cortante (Unidade: N, KgF). • Ac = Área da seção transversal do corpo (Unidades: m², cm², mm²) • Para o caso de mais de um elemento estar submetido a cisalhamento, utiliza-se o somatório das áreas das seções transversais para o dimensionamento. Se os elementos possuírem a mesma área de seção transversal, basta multiplicar a área de seção transversal pelo número de elementos (n). • Tem-se então: τ - tensão de cisalhamento [Pa; ..............] Q - carga cortante [ N ] Acis - área da seção transversal da peça [ m2 ] N - número de elementos submetidos a cisalhamento [ adimensional ] • Se as áreas das seções transversais forem desiguais, o esforço atuante em cada elemento será proporcional a sua área de seção transversal. Deformação do Cisalhamento • Supondo-se o caso da seção transversal retangular da figura, observa-se o seguinte: Ao receber a ação da carga cortante, o ponto C desloca-se para a posição C’, e o ponto D para a posição D’, gerando o ângulo denominado distorção. A distorção é medida em radianos (portanto adimensional), através da relação entre a tensão de cisalhamento atuante e o módulo de elasticidade transversal do material. Tensão Normal ( σ) e Tensão de Cisalhamento ( τ ) • A tensão normal atua na direção do eixo longitudinal da peça, ou seja, perpendicular a seção transversal, enquanto que a tensão de cisalhamento é tangencial à seção transversal da peça. Pressão de Contato σd • No dimensionamento das juntas rebitadas, parafusadas, pinos, chavetas, etc., torna-se necessária a verificação da pressão de contato entre o elemento e a parede do furo na chapa (nas juntas). • A carga Q atuando na junta, tende a cisalhar a seção AA (ver figura acima). Ao mesmo tempo, cria um esforço de compressão entre o elemento (parafuso ou rebite) e a parede do furo (região AB ou AC). A pressão de contato, que pode acarretar esmagamento do elemento e da parede do furo, é definida através da relação entre a carga de compressão atuante e a área da seção longitudinal do elemento, que é projetada na parede do furo. • Tem-se então que: • Região de contato AB e AC Pressão de Contato (Esmagamento) • Quando houver mais de um elemento (parafuso ou rebite) utiliza-se: onde: σ d - pressão de contato [ Pa ] Q - carga cortante aplicada na junta [ N ] n - número de elementos [ adimensional ] d - diâmetro dos elementos [ m ] t - espessura da chapa [ m ] Distribuição ABNT NB14 • As distâncias mínimas estabelecidas pela norma a que deverão ser observadas no projeto de juntas são: • a)Na região intermediária, a distância mínima entre centros dos rebites deverá ser três vezes o diâmetro do rebite. • b) Da lateral da chapa até o centro do primeiro furo, a distância deverá ter duas vezes o diâmetro do rebite na direção da carga. • c) Da lateral da chapa até o centrodo primeiro furo, no sentido transversal da carga, a distância deverá ter 1,5 (uma vez e meia) o diâmetro do rebite. Exercícios 1 - Determinar a tensão de cisalhamento que atua no plano A da figura. Solução: • A tensão de cisalhamento atuante no plano A; é definida através da componente horizontal da carga de 300 kN, e área da seção A. • Tem-se então que: 2 - O conjunto representado na figura é formado por: 1 - parafuso sextavado M12. 2 - garfo com haste de espessura 6mm. 3 - arruela de pressão. 4 - chapa de aço ABNT 1020 espessura 8mm. 5 - porca M12. • Supor que não haja rosca no parafuso, nas regiões de cisalhamento e esmagamento. • A carga Q que atuará no conjunto é de 6 kN. Determinar: a) a tensão de cisalhamento atuante b) a pressão de contato na chapa intermediária c) a pressão de contato nas hastes do garfo. Solução: • a) Tensão de cisalhamento atuante O parafuso tende a ser cisalhado nas seções AA e BB, portanto a tensão de cisalhamento será determinada por: • b) Pressão de contato na chapa intermediária A carga de compressão que causa a pressão de contato entre a chapa intermediária e o parafuso é de 6kN, portanto a pressão de contato é determinada por: c) Pressão de contato nas hastes do garfo A carga de compressão que causa a pressão de contato entre o furo da haste do garfo e o parafuso é de 3 kN, pois a carga de 6kN divide-se na mesma intensidade para cada haste, portanto a pressão de contato será: FLEXÃO • Definimos como flexão a solicitação que provoca, ou tende a provocar, curvatura nas peças. O esforço solicitante responsável por este comportamento e chamado de momento fletor, podendo ou não ser acompanhado de esforço cortante e forca normal. • A flexão e provavelmente o tipo mais comum de solicitação produzida em componentes de maquinas, os quais atuam como vigas quando, em funcionamento, transmitem ou recebem esforços. Vigas • Estrutura linear que trabalha em posição horizontal ou inclinada, assentada em um ou mais apoios e que tem a função de suportar os carregamentos normais a sua direção (se a direção da viga e horizontal, os carregamentos são verticais). • Muitos problemas envolvendo componentes sujeitos a flexão podem ser resolvidos aproximando-os de um modelo de viga, como mostra o exemplo abaixo: • A figura acima mostra que um modelo de viga apresenta elementos que a definem, tais como os apoios e carregamento suportado. Estes elementos podem variar a cada modelo, e por isso sao classificados quanto: Seção Transversal Apoios • Apoios ou vínculos são componentes ou partes de uma mesma peca que impedem o movimento em uma ou mais direções. Considerando o movimento no plano, podemos estabelecer três possibilidades de movimento • • Translação horizontal; • • Translação vertical; • • Rotação. • As cargas externas aplicadas sobre as vigas exercem esforços sobre os apoios, que por sua vez produzem reações para que seja estabelecido o equilíbrio do sistema. Portanto, estas reações devem ser iguais e de sentido oposto as cargas aplicadas. Classificação • Os apoios são classificados de acordo com o grau de liberdade, ou seja, os movimentos que permitem. Desta forma temos: • De acordo com o tipo e numero de apoios, as vigas podem ser classificadas em: • Apoiadas Carga Concentrada • Classificamos como carga concentrada, quando a superfície ocupada pela carga quando a superfície ocupada pela carga e relativamente pequena em relação a viga. Exemplos: pés das bases de maquinas; rodas de veículos, etc. • Carga Distribuída Uniforme • Quando o carregamento e igualmente distribuído em um determinado comprimento ou por toda a viga. • Viga com carga distribuida • Momento Fletor • No dimensionamento de pecas submetidas a flexão, admitem-se somente deformações elásticas. A tensão de trabalho e fixada pelo fator de segurança, através da tensão admissível. • A formula da flexão e aplicada nas seções criticas, ou seja, nas seções onde o momento fletor e Maximo. O momento fletor Maximo pode ser obtido analisando os momentos no decorrer da viga. Segue alguns exemplos mais comuns de vigas carregadas e a forma como calcular o momento fletor máximo. • Vigas engastadas com carga concentrada: • Viga apoiada com carga central concentrada: • Viga apoiada com carga concentrada: • Deformação na Flexão • Sob ação de cargas de flexão, algumas fibras longitudinais que compõem o corpo solido são submetidas a tração e outras “a compressão, existindo uma superfície intermediaria onde a deformação (ε) e a tensão (σ) para as fibras nela contidas tornam-se nulas, isto e, não se encurtam e nem se alongam. Esta superfície e chamada de superfície neutra. A superfície neutra intercepta uma dada seção transversal da barra segundo uma reta chamada linha neutra. Deformação em vigas. • Os esforços de tração e compressão aumentam a medida que se afastam da superfície neutra, atingindo sua intensidade máxima nas fibras mais distantes a ela. O material obedece a Lei de Hooke, ou seja, as tensões e deformações produzidas no solido estão abaixo do limite de escoamento do material (regime elástico). • Tensão de Flexão • A equação abaixo e conhecida como formula da flexão, e a tensão normal σF, provocada quando a barra se flexiona, e chamada de tensão de flexão. • Onde I é o momento de inércia da secção transversal em relação à linha neutra. O momento de inércia é uma característica geométrica que fornece uma noção da resistência da peça. Quanto maior for o momento de inércia da secção transversal de uma peça, maior será sua resistência. • Esta equação representa a distribuição linear de tensões apresentadas na figura abaixo. A tensão de flexão assume seu valor máximo na superfície mais distante da linha neutra, ou seja, no maior valor de y, onde y simboliza a distância a partir da L.N., podendo chegar até a superfície da peça. Em vigas com seção simétrica (em relação a linha neutra), as tensões de tração e compressão produzidas durante a flexão terão o mesmo valor. Nas vigas com seções assimétricas, a tensão máxima ocorrerá na superfície mais distante da linha neutra. Diferentes distribuições de tensão para um mesmo perfil tipo “U” utilizado no modelo de viga, conforme sua posição em relação ao momento fletor aplicado. • Dimensionamento • Para a equação de distribuição de tensões apresentada no item anterior, podemos observar que as dimensões da viga estão associadas ao momento de inércia (I) e a distancia da linha neutra a fibra mais distante (y). A relação entre estas grandezas pode ser expressa pelo modulo de flexão: • O módulo de flexão W só depende da geometria da secção transversal da viga, veja a Tabela abaixo: • onde M max e o momento fletor Maximo. • Para que uma viga trabalhe em segurança, e necessário que a tensão admissível estipulada para o projeto seja igual ou maior que a tensão máxima de flexão: • Essa relação mostra que a tensão máxima e inversamente proporcional ao modulo resistente W, de modo que uma viga deve ser projetada com maior valor de W possível, nas condições de cada problema. Em nosso estudo, o problema de dimensionamento estará associado a determinação de W. Com esta grandeza, podemos decidir quanto ao perfil a ser utilizado, de acordo com as restrições de projeto. O valor de W calculado na formula anterior serve como base para escolhermos uma viga de um fabricante. Segue uma Tabela de um fabricante de vigas: EXEMPLO • Determinar o módulo de flexão para uma barra de seção retangular de 3x8 cm, para (a) • b=3cm e (b) b=8cm. Exemplo • Selecione um perfil estrutural tipo I (Aço ABNT 1020) para ser utilizadona ponte rolante ilustrada abaixo, com comprimento equivalente a 7 metros e que devera suportar uma carga máxima equivalente a 3 toneladas. Para o dimensionamento desta viga, utilize Fs = 3.
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