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* * A FLEXÃO Profa. MARIA DA CONCEIÇÃO M. B. COSTA * * FLEXÃO NOMINAL FLEXÃO DE GÊNERO – condiciona uma oposição entre forma masculina e forma feminina; - É caracterizado pelo morfema flexional: -a (forma marcada no feminino) -0 (forma não marcada no masculino) FLEXÃO DE NÚMERO – cria o contraste 0 entre o singular e o plural - É caracterizado pelo morfema flexional -s no plural e pela forma não marcada no singular pelo morfema 0 * * FLEXÃO NOMINAL O nome é admitido como um vocábulo variável. Os substantivos e os adjetivos são marcados pela vogal temática ou por formas atemáticas * * FLEXÃO NOMINAL Tanto SUBSTANTIVO como o ADJETIVO são marcados pela VT: CRIANÇA, MESTRE, MEDO, AGRÍCOLA - Ou formas ATEMÁTICA – terminada em vogal tônica e consoantes FILÓ, GIBI, CRU, NU, BURGUÊS, TENTADOR - ADJETIVOS- nas formas –e, -o e em consoantes. * * FLEXÃO DE GÊNERO O gênero pode ser resumido: 1-Quando a forma masculina é ATEMÁTICA - acréscimo do morfema flexional –a átono final à forma masculina; Ex: peru - perua 2-Quando a forma masculina é TEMÁTICA – essa vogal é suprimida (mudança morfofonêmica) Ex: parente - parenta * * FLEXÃO DE GÊNERO 3- Nem todas as palavras são marcadas flexionalmente: Ex: A CASA, O LIVRO, O CÔNJUGE (a vogal final não indica gênero) Então, cabe ao ARTIGO marcar, explicitar o gênero: “Essa flexão é acessória e redundante tópico mais confuso e incoerente da gramática tradicional[...] Isso deve-se pela incompreensão semântica e pela ausência de distinção entre processo flexional e processo lexical.” * * FLEXÃO DE GÊNERO Quanto à natureza – costuma ser associada ao SEXO dos seres, contra essa interpretação: 1) o gênero abrange todos os nomes substantivos, quer que se refiram a seres animados, provido de sexo, quer designam apenas coisas como: mesa, ponte, que são femininos (precedido do artigo a) ou sofá, pente, prego, que são masculinos (precedido o) 2) o conceito de sexo não está necessariamente ligado ao de gênero : mesmo em substantivos referente a animais e pessoas há algumas vezes discrepâncias entre gênero e sexo. Ex: a testemunha, a cobra são sempre femininos o cônjuge, o tigre, sempre masculino Quer se refiram a seres do sexo masculino ou feminino. * * FLEXÃO DE GÊNERO CASOS DE HETERONÌMIAS DE RADICAIS –são casos de vocábulos lexicalmente distintos que tradicionalmente é utilizado para indicar gênero. Em razão da ausência de distinção entre processo flexional e processo lexical, é comum ler-se em gramáticas que: mulher é feminino de homem Cabra é feminino de bode As autoras defendem que a distinção gramatical se faz através do ARTIGO ASSIM MULHER E CABRA SÃO SEMPRE FEMININOS porque podem ser precedidos pelo artigo a * * FLEXÃO DE GÊNERO Casos de heteronímias nos SUFIXOS DERIVACIONAIS: Ex: o diácono – a diaconisa o abade – a abadessa o barão – a baronesa * * FLEXÃO DE GÊNERO Obs: nesses casos os sufixos derivacionais –isa, -essa, -esa, etc. são formadores de femininos Há ocorrência se sufixos que aparecem só na forma masculina: Ex: o perdigão – a perdiz Ou em ambas as formas: Ex: o imperador a imperatriz. * * FLEXÃO DE GÊNERO Não cabe também falar em uma distinção de gênero expressa pelas palavras macho e fêmea O gênero não muda com a indicação precisa de sexo a cobra macho – a cobra continua no feminino, conforme marca o artigo. * * FLEXÃO DE GÊNERO Não procedem as designações de EPICENO, SOBRECOMUM e COMUM DE DOIS A importância ARTIGO/DETERMINANTE/MODIFICADOR (colega simpático/colega simpática) na determinação do gênero. a/o artista a/o estudante a/o paciente A cobra A vítima A criança O indivíduo O algoz * * FLEXÃO DE GÊNERO CASOS DE ALORMORFIA – ponto de vista flexional Subtração da forma masculina: órfão-órfã Alternância vocábulo: redundante (vogal média posterior tônica fechada ô passa a aberta ó formoso – formosa (morfema aditivo e alternativo); não-redundante avô- avó(morfema alternativo) Distinção de gênero diferentes sem flexão: o/a intérprete (morfema latente) * * FLEXÃO DE GÊNERO Nos femininos das palavras em –ão ocorrem: ora morfema subtrativos: irmão –irmã ora morfema aditivos com mudanças morfofonêmicas, que se caracterizam ou pela perda da vogal nasal, como em leão –leoa (leão +a= le(ã)ao=leoa); ou por uma alteração no sufixo derivacional de aumentativo próprio da forma masculina, decorrente do acréscimo do morfema –a valentão- valentona * * FLEXÃO DE GÊNERO A flexão de gênero é marcada pelo acréscimo de um morfema derivacional de diminutivo à forma feminina galo –galinha Formas com –eu europeu – européia, nas quais o acréscimo do morfema –a ao sufixo derivacional acarreta uma mudança morfofonêmica que se caracteriza pela supressão da vogal assilábica e ditongação: europeu+a=europe (u) a= europea=européia * * FLEXÃO DE GÊNERO As gramáticas poderiam ensinar o gênero do SUBSTANTIVO a partir da descrição: 1ª) na forma masculina ou feminina do ARTIGO; 2º)a divisão em três grupos: A- nomes substantivos de dois gêneros com uma flexão redundante:o lobo a loba B- nomes substantivos de dois gêneros sem flexão aparente :o/a selvagem C- nomes substantivos de gênero único: a pessoa, a testemunha, o livro, a mosca * * FLEXÃO NÚMERO Marcada a oposição entre único indivíduo e mais de um indivíduo; Oposição privativa em que o SINGULAR não marcado ou morfema O e opõe-se ao PLURAL pelo morfema –s final. * * FLEXÃO NÚMERO Excetuam-se: Coletivos- em que a forma singular envolve uma significação de plural. a língua interpreta uma série de seres homogêneos como unidade superior que, como unidade, vem no singular. Ex: multidão – pressupõe o indivíduo cidadão ramagem – indica coleção de ramos obs: tais nomes quando designam mais de um desses conjuntos, também se flexionam: multidões - ramagens * * FLEXÃO NÚMERO De certos nomes em que a forma de plural refere-se a um conceito linguísticamente indecomponível Ex: óculos algemas núpcias Estes vocábulos não apresentam singular mórfico correspondente. * * FLEXÃO NÚMERO O morfema –s final marca o plural dos nomes, no singular, terminados em: 1. vogais orais e nasais: Café/cafés maçã/maças 2. m: armazém/armazéns 3.ditongos orais: véu/veús 4. ditongos nasais átonos e alguns tônicos: irmão/ irmãs * * FLEXÃO NÚMERO O mecanismo flexional de número pode apresentar mudanças morfofonêmicas, exigidas por certas estruturas vocabulares, provocando alomorfes: A) terminadas em-s precedidos de vogal tônica – formam o plural com acréscimo de -es: país - países B) –r, -z e –n, formam o plural com acréscimo de –es: Rapaz- rapazes; pilar-pilares * * OUTROS CASOS DE ALOMORFIA Nomes terminados em –l, precedido de vogal diferente de i, o plural –is: Ex: jogral –jograis coronel – coronéis lençol – lençóis azul – azuis A mudança morfofonêmica é caracterizada pela queda do –l final e por ditongação: Jogral + is (-l)= jograis * * FLEXÃO NÚMERO Nomes terminados em –l forem precedidos da vogal i, além da queda do –l, ocorrem outras mudanças morfofonêmicas dependendo da tonicidade da vogal. VOGAL TÔNICA- há crase VOGAL ÁTONA –há dissimilação regressiva (i>e) e ditongação Ex: fuzil – fuzis fóssil - fósseis * * FLEXÃO NÚMERO Nomes terminados em –x e –s 1- quando precedidos de vogal átona não sofrem variações. Ex: tórax, cútis Trata-se de alomorfe zero, ou morfema latente, dado que a posição singular e plural só é recuperada pelo CONTEXTO. Ex: este tórax/ estes tórax * * FLEXÃO NÚMERO Nomes cuja vogal média posterior tônica é O fechado, além do morfema –s, mudam, no plural, o O fechado /ô/ pelo aberto /ó/. Ex: corpo –corpos, povo- povos Trata-se de morfemas alternativos, no caso redundantes, porque o plural já é marcado pelo morfema aditivo * * FLEXÃO NÚMERO Com o acréscimo do sufixo –inho e –zito Tanto os substantivos primitivos quanto o derivado apresentam marca do plural. Fogãozinho – fogõezinhos Anelzinho – aneizinhos Cãozinho - cãezinhos * * FLEXÃO NÚMERO A simplicidade estrutural na descrição de número só é até certo ponto perturbada pela possibilidade de variação, sem nenhum condicionamento fonético, dos vocábulos terminados em -ão. 1- certo número deles forma o plural com o acréscimo do morfema –s (todos os paroxítonos e um número pequeno de oxítonos): Ex: sótão – sótãos, cristão – cristãos; * * FLEXÃO NÚMERO a maioria que além do acréscimo do –s, apresentam alternância da vogal e da semivogal. (incluem-se os aumentativos) Ex: balão –balões ladrão – ladrões valentão – valentões E um número menor, além do –s, uma alternância da semivogal. Ex: alemão- alemães, capelão - capelães * * FLEXÃO VERBAL Noções gramaticais que expressão a flexão verbal: TEMPO - indicam o momento do processo verbal; MODO - é a atitude do falante (de certeza, impossibilidade,solicitação, etc.) em relação ao fato que anunciam; PESSOA- assinala na forma do verbo a pessoa gramatical do sujeito; NÚMERO- indica singular e plural. * * FLEXÃO VERBAL Ao lado das categorias de TEMPO E MODO, coexiste outra complementar: ASPECTO ASPECTO- propriedade que tem uma forma verbal de indicar duração do processo. Ex: tempo pretérito imperfeito – o aspecto inconcluso, perfeito – aspecto concluso * * MODO INDICATIVO exprime atitude de certeza relativa do falante perante o processo que anuncia e aparece acumulado com as noções de tempo: presente, pretérito ou futuro. Indicativo presente Pretérito ou passado Imperfeito perfeito Mais-que-perfeito Futuro do presente Futuro do pretérito * * Indicativo presente IdPr Exprime um processo simultâneo ao ato de fala ou um fato costumeiro, habitual; É usado frequentemente com valor de passado (presente narrativo ou histórico) ou de futuro. Ex: Escrevo uma carta para meus pais. Raquel assiste a uma comédia na tv. (atual) Vou ao colégio de manhã. (habitual) Nosso chefe viaja. (viajará amanhã – futuro) As equipes voltam (voltarão) na próxima semana. * * Pretérito ou passado IdPt Exprime um processo anterior ao ato de fala e manifesta-se através dos aspecto: Imperfeito –IdPt¹ -exprime um processo passado com duração de tempo, indicando concomitância ou habilidade, sendo usado, também, para indicar fatos passados, concebidos como contínuos ou permanentes. Ex: As crianças andavam de bicicleta pela praça. Júlia ia à aula. Perfeito – IdPt² - exprime um processo passado totalmente concluído, sem duração de tempo. Ex: Samuel fez o exame de direção. * * Pretérito ou passado IdPt Mais-que-perfeito – Id Pt³ - exprime um processo anterior a um processo passado. Ex: Meu irmão já compara o carro. (ou tinha comprado) O casal vivera momentos tenso. (tinha vivido) Pode ocorrer com valor de imperfeito do subjuntivo. Ex: Se mais houvera (houvesse) tempo, lá chegaria. É um processo mais utilizado a nível padrão. Assim, é coloquialmente substituído pelo PRETÉRITO PERFEITO OU MAIS-QUE-PERFEITO COMPOSTO. (formado com o verbo TER no imperfeito seguido de particípio). * * Futuro Futuro do presente – IdFt¹ - exprime um processo posterior ao momento em que se fala. Pode ocorrer com valor IMPERATIVO ou de presente exprimindo dúvida ou probabilidade. Ex: Haverá um agência do BB. Poderá o homem morar em Marte. Futuro do pretérito – IdFt² - exprime um processo posterior a um processo passado, indicando, hipótese, probabilidade, incerteza, não comprometimento do falante. Ex: Festejaríamos teu sucesso. Pode ocorrer com valor de presente, exprimindo modéstia ou cerimônia. Ex: O concerto começaria mais cedo * * MODO SUBJUNTIVO Expressa atitude de incerteza, possibilidade ou dúvida, isto é, maior subjetividade do falante perante esse processo; A oposição indicativo/subjuntivo é mais de modalidade que de tempo, pois os tempos do subjuntivo não apresentam noção de época tão definida como os do indicativo o fazem. * * MODO SUBJUNTIVO Outra particularidade do tempo no subjuntivo está na sua estreita correlação com o verbo da oração principal. Ex: É (Foi) necessário/ que se extinga (extinguisse) a violência no mundo. O.S. SUBSTANTIVA – o subjuntivo virá no presente se o verbo da principal estiver no presente, ou no passado, se o verbo daquela estiver no passado. * * MODO SUBJUNTIVO O.S. ADVERBIAIS – o futuro do subjuntivo acompanha o futuro do presente e o imperfeito do subjuntivo acompanha o futuro do pretérito. Ex: A empresa dispensará vários empregados, se continuar a recessão. Iria ao clube/ contanto que houvesse treino. * * MODO SUBJUNTIVO Quanto ao aspecto é atualizado com menor clareza no modo subjuntivo, devido ao seu valor hipotético e subjetivo, ao contrário do que ocorre no indicativo que apresenta as situações como certas ou reais. * * MODO IMPERATIVO Exprime uma atitude de ordem, solicitação ou súplica. Quanto ao tempo, embora seja sempre enunciado no presente, o imperativo tem valor de futuro porque a ação que exprime está para se realizar. E, por marcar a modalidade e ter valor de futuro o imperativo não tem aspecto. Ex: Venha logo! Sirva-se, colega! Não fume. * * FORMAS NOMINAIS Não podem exprimir por si, nem tempo nem modo, mas uma posição aspectual. INFINITIVO, GERÚNDIO E PARTICÍPIO. INFINITIVO – é a forma mais indefinida do verbo e é aspectualmente neutro por se referir apenas à situação em si. Apresenta o processo verbal em potencial, exprime a idéia de ação. Ex: Caminhar diariamente faz bem à saúde. (função substantivo – caminhada) * * FORMAS NOMINAIS GERÚNDIO – marca o aspecto inacabado, o processo verbal em curso. Ex: Estamos envelhecendo. (ação em curso – advérbio); A garota serviu-me uma cerveja borbulhando. (adjetivo); Andando! Vamos rápido. (imperativo) PARTICÍPIO – marca o aspecto concluído, acabado. Ex: A empreiteira tinha asfaltado toda a rua.
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