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07 Aula - Títulos de Crédito

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TÍTULOS DE CRÉDITO
Introdução
Abordagem histórica direito cambial.
CONCEITO
O conceito aceito por unanimidade pelos doutrinadores é o de Cesare Vivante (jurista Italiano), definiu título de crédito como o documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo, nele mencionado.
O CC/02 adotou este conceito em seu art. 887:
“Art. 887 – O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo, nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.”
CARACTERÍSTICAS
Os títulos de crédito são: a) documentos formais, pois precisam observar os requisitos essenciais previstos na legislação cambiária, b) considerados bens móveis (art. 82 a 84 do CC) sujeitando-se as rogativas que regulam a circulação desses bens, como a posse de boa-fé que vale como propriedade, c) são títulos de apresentação por serem documentos necessários ao exercício do direito neles contidos, d) são títulos executivos extrajudiciais.
Obs.: Os títulos de crédito representam obrigações quesíveis, pois cabe ao credor dirigir-se ao devedor para receber a importância devida. Além disso, o título de crédito é título de resgate porque nasce para ser transformado em dinheiro e esgotar a relação cambiária, não sendo título de permanência, como por exemplo a ação da sociedade anônima.
PRINCÍPIOS
O conceito de Vivante é importante porque nos informa em seu conteúdo quais são os princípios informadores do regime jurídico cambial, através das expressões “necessário, literal e autônomo”.
Cartularidade: o titular do crédito representado no título deve estar de posse do título (cártula) que é essencial a prova da própria existência do crédito e da sua exigibilidade. Como consequência deste princípio temos: 
a.i) a posse do título pelo devedor presume o pagamento do título, 
a.ii) só é possível protestar o título apresentado 
a.iii) só é possível executar o título apresentando o mesmo, não podendo ser substituído nem por cópia autenticada.
Obs1.: “O direito de crédito, mencionado na cártula não existe sem o documento, não se transmite sem a sua respectiva transferência e não pode ser exigido sem a sua exibição”
Obs2.: “A expressão princípio da incorporação, também, costuma ser utilizada com o mesmo sentido de cartularidade, segundo a qual o direito de crédito materializa-se no próprio documento, não existindo o direito sem o respectivo título. A incorporação, então, representa a relação direta que se opera entre o documento e o direito de crédito, não existindo este sem aquele.
Literalidade: Só existe para o mundo o que está expresso no título, ou seja, nas relações cambiais somente os atos que são devidamente lançados no próprio título produzem efeitos jurídicos perante o seu legítimo portador. Assim, o devedor também tem o direito de só pagar o que está expresso no título, nada mais.
Autonomia: O título figura como elemento de direito novo, autônomo, originário e completamente desvinculado da relação que lhe deu origem. Sendo assim, podemos dizer que o legítimo portador do título de crédito pode exercer seu direito de crédito sem depender das demais relações que o antecederam, estando completamente imune aos vícios ou defeitos que eventualmente as acometeram.
OBS1.: Desmaterialização dos títulos de crédito é um fenômeno decorrente do avanço tecnológico e da consequente criação de títulos de crédito magnéticos. 
Código Civil no art. 889, §3º “o título poderá ser emitido a partir dos caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste artigo”. 
OBS2.: A desmaterialização dos títulos de crédito, enfim, permite a criação de títulos não-cartularizados, ou seja, não documentados em papel, validando a ocorrência de situações em que o credor pode executar um determinado título de crédito sem a necessidade de apresentá-lo em juízo, por exemplo, no caso das duplicatas virtuais.
SUBPRINCÍPIOS DA ABSTRAÇÃO E DA INOPONIBILIDADE DAS EXCEÇÕES AO TERCEIRO DE BOA-FÉ
Abstração: quando circula o título ele se desvincula da relação que lhe deu origem.
Exemplo: “A” compra um carro de “B”, esse negócio foi realizado mediante a emissão de uma nota promissória no valor de R$ 25.000,00. Todavia, “B” tem uma dívida perante “C” no valor de R$ 25.000,00. Neste caso, “B” poderá quitar a dívida que tem com “C” utilizando-se da nota promissória dada por “A”, endossando-a para “C” (endosso é o meio através do qual se transfere um título de crédito). Assim, “C” se torna titular da nota e pode cobrar o valor de “A” na data do vencimento.
NPergunta: “A” poderá recusar-se ao pagamento do título alegando problemas da venda realizada com “B”?
No exemplo acima, quando circula o título ele se desvincula da relação que lhe deu origem, assim quando “B” endossou o título para “C”, fazendo-o circular, tal título se desvinculou da operação que lhe deu origem – a compra e venda do carro. A abstração significa, portanto, a completa desvinculação do título em relação à causa que originou sua emissão.
OBS.: A abstração decorre do princípio da autonomia dos títulos de crédito. Consequentemente, desaparecerá com a prescrição do título, a prescrição opera a perda da executividade e da cambiaridade, por isso, cabe ao credor na cobrança de título prescrito, demonstrar a origem da dívida, o locupletamento ilícito do devedor e etc.
Inoponibilidade das exceções ao terceiro de boa-fé: é a manifestação processual do princípio da autonomia. Utilizando, ainda o exemplo acima, se “A”, procurado por “C” não pagar a dívida constante do título, “C” poderá executar “A”, e este, ao apresentar os embargos, não poderá opor o vício existente na relação originária, travada entre “A” e “B”. Com efeito, os vícios relativos à relação que originou o título são oponíveis apenas contra “B”, mas não contra “C”, terceiro de boa-fé que recebeu o título legitimamente.
CLASSIFICAÇÃO DOS TÍTULOS DE CRÉDITO
Utiliza-se diversos critérios para classificação dos títulos de crédito, veremos agora os principais:
Quanto à forma de transferência ou circulação: 
A.1) ao portador – a identificação do credor não é expressa, aquele que circula pela mera tradição (art.904 do CC), sendo assim, qualquer pessoa que esteja com a simples posse do título é considerada titular do crédito nele mencionado.
A.2) nominais – aquele que identifica expressamente o seu titular, ou seja, o credor. Nos títulos nominais à ordem, esse ato formal é o endosso, típico do regime jurídico-cambial (art. 910 do CC). Já nos títulos nominais não à ordem esse ato formal é a cessão civil de crédito, a qual, como o próprio nome já indica, submete-se ao regime jurídico civil.
A.3) nominativos – segundo o art. 921 e 922 do CC, são aqueles emitidos em favor de pessoa determinada, cujo nome consta de registro específico mantido pelo emitente do título. 
Quanto ao modelo.
Título de modelo livre é aquele para o qual a lei não estabelece uma padronização obrigatória, sua emissão não se sujeita a uma forma específica pré-estabelecida. Exemplo: letra de câmbio e nota promissória podem ser criados em uma simples folha de papel.
 Título de modelo vinculado é aquele que se submete a uma rígida padronização fixada por lei específica. Exemplo: cheque e duplicata.
Quanto à estrutura.
Ordem de pagamento - letra de câmbio cheque e duplicata – se caracterizam por estabelecerem três situações jurídicas distintas a partir de sua emissão:
c.1) sacador - emite o título, ou seja, ordena o pagamento.
c.2) sacado - contra quem o título é emitido, ou seja, trata-se da pessoa que recebe a ordem de pagamento.
c.3) tomador - em favor de quem o título é emitido, isto é, a pessoa a quem o sacado deve pagar, em obediência a ordem que lhe foi endereçada pelo sacador.
Quanto à hipótese de emissão.
Causais – é aquele que somente pode ser emitido nas restritas hipótesesem que a lei autoriza a sua emissão.
Abstrato – é aquele cuja emissão não está condicionada a nenhuma causa pré-estabelecida em lei.
Obs.: não se deve confundir a abstração como subprincípio do regime jurídico – cambial com a abstração aqui analisada. Aquela é um predicado de qualquer título de crédito, já que todos eles podem circular e se desprender a relação que lhes deu origem. Esta significa tão-somente um atributo que alguns títulos ostentam, qual seja, o de não ter sua emissão submetida a causas pré-estabelecidas na legislação.
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