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AULA 1[1] DIREITO PENAL GERAL

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� 	 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL
�Unidade Universitária de Naviraí
Curso de Direito
AULA 1 (02/03/2012)
4. Evolução Histórica do Direito Penal
4.1 Povos Primitivos - Pena sempre existiu- tríplice divisão 
 – vingança divina - conduta do homem não era regulada pela sua consciência, mas sim pelo temor religioso. Lei origem divina e sua violação era ofensa aos deuses (animais, vegetais, chuva, sol) e punia-se o infrator para desagravar a divindade. Reações do grupo era o desterro (expulsão) já que infrator era considerado inimigo da sociedade e para evitar que eles fossem contagiados com a maldade que impregnava o agente, bem como temiam as vinganças dos seres sobrenaturais que eles serviam, acreditando que todo o grupo seria punido. O castigo era rigoroso, como pena de perda da paz - perdia a proteção do clã. 
				 - Vingança privada - imperava a lei do mais forte, a vingança de sangue, em que a vítima ou pessoa de seu grupo voltava-se contra o agressor, fazendo justiça pelas próprias mãos. Se uma pessoa do grupo era atingida, o grupo da vítima voltava-se contra todo grupo agressor. Não havia proporcionalidade entre delito e a vingança, inclusive recaia sobre crianças, idosos, coisas e animais. Para impedir disseminação (extinção) dos grupos, surge a “Lei do Talião” – Pagará a vida com a vida, mão com mão, pé com pé, olho por olho, queimadura por queimadura. Surge a proporcionalidade. Foi a 1ª tentativa de se humanizar as penas, apesar de na atualidade se revelar cruel e desumana. Adotada pelo Código de Hamurabi, Êxodo dos Hebreus, e Lei das XII Tabuas, “se alguém matou o pai ou a mãe, que lhe se envolva a cabeça e seja costurado em um saco e jogado em um rio”. Com o passar dos tempos, muitas deformações humanas surgiram e então se criou o sistema de ‘COMPOSIÇÃO “ que era forma de conciliação entre autor e vitima e consistia em pagar prestação em dinheiro. 
(antecedentes da pena pecuniária do D. Penal e reparação dos dano civil no D. Civil). 
				 -Vingança pública – com a evolução política, o Estado avocou o poder dever de manter a ordem e segurança conferindo aos seus agentes poder e autoridade para punir em nome de seus súditos. A pena assume caráter público. Ainda as penas eram cruéis, incluindo esquartejamento, fogueira, roda, decapitação, força de castigos corporais e amputações. 
4.2 Idade Antiga:
4.2.1 Direito Penal Grego – surgiu vários filósofos, escritores como Sócrates, Platão, só que mesmo assim, as questões giravam em torno da cidade (polis), o homem não era concebido em sua individualidade. A escravidão era portanto justificada. Porém a justiça começou a ter certa dose de humanidade, e autorizava-se a absolvição do culpado, quando a sua eliminação fosse prejudicar seus dependentes, pensando sempre na sociedade e não no acusado. 
			 4.2.2 -Direito Penal Romano - período de 753 a.C. a 1453 d.C. O poder do magistrado era discricionário e limitado apenas pelas apelações do povo (cidadãos romanos) não valendo as mulheres, escravos e estrangeiros. O direito Romano deixou de ser uma mensagem dos deuses para fazer valer a opinião do povo. Só que buscavam apenas o poder e por isso esqueceram os direitos fundamentais, garantindo-se apenas os direitos das classes privilegiadas. Somente com o CRISTIANISMO passou-se a ter maior respeito aos direitos fundamentais do homem, o qual passou a ser a imagem e semelhança de DEUS. 
Existia a subdivisão dos crimes públicos (traição e conspiração política e assassinato) eram julgados por um magistrado e a pena era a capital. E os crimes privados (residuais) eram julgados pelo próprio particular ofendido, o estado apenas regulava o exercício. A função da pena era castigo, satisfação à vitima, prevenção geral pela intimidação. Ao final de tal período criou-se a “leges corneliae e juliae” que criaram verdadeira tipologia de crimes. Foi a primeira manifestação do principio da reserva legal. 
 
4.3 Idade Média – 
4.3.1 Direito Penal Germânico- não tinha leis escritas, era direito consuetudinário. Se cometesse transgressão pública a pena era a “perda da paz” ou seja, ausência de proteção jurídica, o cidadão poderia ser perseguido e morte por qualquer pessoa. Se o crime fosse privado, entrava-se o agressor a vitima ou a seus familiares para que exercessem o direito de vingança; Havia pena de morte, mutilação, inclusive havia as penas de mergulhar em água fervente, caminhar sobre o fogo, para que provasse a sua inocência. Mais tarde com influencia do cristianismo foram adotadas a Lei do Talião e a composição pecuniária, onde até a pena de morte poderia ser substituída por pecúnia. 
4.3.2 - Direito Penal Canônico- é o ordenamento jurídico da Igreja Católica Apostólica Romana. Serviu-se do procedimento da inquisição: inicio de oficio, utilização da tortura e penas cruéis. A jurisdição eclesiástica era dividida em dois grupos: A) em razão da pessoa (o religioso era sempre julgado por um tribunal da Igreja). B) em razão da matéria (a competência eclesiástica era fixada ainda que o crime fosse cometido por um leigo. 
Contribuiu para o surgimento da prisão moderna, principalmente no tocante a reforma do criminoso. Do vocábulo penitencia, “penitenciaria”. Acreditava-se que o cárcere era instrumento de castigo, pelo sofrimento e solidão, a alma do homem se limpa, e purga o pecado. Foi época marcada por grandes horrores do Poder Judiciário, o qual criava e extinguia crimes a seu bel prazer de acordo com seus interesses e as penas eram cruéis como: forca, fogueira, arrancamento de viceras, enterramento com vida, afogamento, esquartejamento, mutilações (pés, mãos, lábios, orelhas e castração). Os condenados eram julgados mediante o arbítrio do estado, o qual por sua vez era intimamente ligado com a ordem cristã, sem defesa e devido processo legal. Torturava-se para obter confissão. Os juizes eram doutrinados pela igreja. 
	5.- Idade Moderna- sofreu influência do Iluminismo, destacando-se com a obra de CESARE BECCARIA “Dos delitos e das penas”. Em contrapartida ao absolutismo, que impunha punições cruéis. BECARIA foi o precursor das idéias da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, pugnando pela abolição da pena de morte. BECARIA publicou em Milão em 1764, a obra “Dos delitos e das penas”. A pena perde seu caráter religioso, predominando a razão. Surge a questão do livre arbítrio, ou seja, o homem pratica o crime de forma consciente, e como conseqüência disto, a pena deve ser legalmente prevista. “Nulla pena sine lege”. A pena deveria ser proporcional, considerando os tormentos inúteis, pois quanto mais grave e cruel a pena, mais o individuo se dispõe a praticar novos crimes, para vingar-se da pena que primeiro mereceu.
 	A pena deveria ser aplicada para que somente o condenado não voltasse a delinqüir. Em primeiro lugar a “lei deve ser certa, clara e precisa” e o magistrado só poderia aplicar penas previstas em lei. 
6. Historia do Direito Penal Brasileiro - antes do descobrimento do Brasil prevalecia a vingança privada, e as penas eram corporais, porém sem torturas. Só havia regras costumeiras e dominadas pelo misticismo. A partir de 1500, com o Descobrimento do Brasil passou a aplicar primeiro: 
a) Ordenações Afonsinas- até 1514 com traços de crueldade das penas, predominado a arbitrariedade dos juizes na fixação das penas;
	
b) Ordenações Manoelinas- após 1514, continuou com as penas cruéis, e como haviam as capitanias hereditárias, o Direito era aplicado pelos respectivos donatários. 
	c) Ordenações Filipinas- datadas de 1603 até 1830, prevalecia penas cruéis e desproporcionais, com vistas a impor temor à punição. Predominava pena de morte, bem como penas de acoite, amputação de membros, confisco de bens, e galés (calceta no pé e corrente de ferro)
	6.1 Código Criminal do Império – Constituição do Império- 1824, criou-se o Código Criminal, com base na justiça e equidade. 1830- Código Criminal e naConstituição do Império- 1824, artigo 179, XIX, determinou que: “desde já ficam proibidos os acoites, a tortura, a marca de ferro quente, e todas as penas cruéis.” E no inciso XX previa que “nenhuma pena passaria da pessoa do delinqüente”, sendo a primeira manifestação do principio da personalidade da pena no Brasil”. Apesar disso, ainda eram permitidas pena de Morte na forca, as galés, trabalhos forçados, de banimento (retirada forçada de nacional de seu país, diferente da perda da nacionalidade pelo cidadão que é possível de acordo com artigo 12 CF) degredo ( fixar residência no local fixado na sentença) e desterro (expulsão), 
	5.3 Período Republicano - CF 1891, Consolidação das Leis Penais, promulgada em 1932. Em 1942, entrou em vigor o CP até hoje em vigor com alterações da Lei 6414/77 e Lei 7209/84 (reformou a parte geral) adotando penas alternativas à prisão, alem de introduzir os dias multa. 
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