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AULA03_ARQUITETURACIVILCOLONIAL

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Arquitetura civil colonial 
MORADIAS URBANAS COLONIAIS: SOBRADOS,CASAS TÉRREAS 
E CHÁCARAS. 
 
Sobrados: edificações tipicamente urbanas, com mais de um pavimento, 
sem afastamentos laterais, sempre construídos em lotes estreitos, se 
integram a composição da cidade. 
 
 
Os sobrados não serviam somente para a habitação. 
Em muitos casos o pavimento térreo era utilizado para o comércio. 
 
No caso do sobrado exclusivamente residencial o térreo era ocupado por 
porões. 
 
A cozinha se localizava no último pavimento para que a fumaça saísse pelas 
frestas da cobertura, que não tinha forro. 
 
 
 
As plantas não mudavam muito: sala na frente, na parte central as 
escadas, corredores centrais ou laterais por onde se tinha acesso as 
alcovas, e uma outras sala com janelas na fachada posterior. 
 
As plantas eram sempre retangulares. 
Raramente tinham pátios internos cobertos. 
 
 
 
 
Alguns sobrados chegaram a ter cinco pavimentos. 
E podiam ser bem estreitos. 
Os sobrados são figurantes. 
Edifícios públicos e igrejas eram os principais. 
 
 
 
 
Casas térreas: casas de pessoas menos abastadas. Ambientes 
menores, chão batido. 
 
Chácaras: nas periferias dos centros urbanos. Pessoas mais 
abastadas. Terrenos com quintal. 
 
 
Os mais importantes fatores determinantes da arquitetura colonial 
são de ordem econômica e técnica. 
 
A escolha das técnicas construtivas, muitas vezes a sua má realização, 
e a fragilidade das nossas construções têm sua explicação na 
escassez de recursos alocados na construção mesmo dos mais 
importantes edifícios. 
 
 
Mão de obra escrava. 
 
CIDADE SEM 
INFRAESTRUTURA 
URBANA 
 
CARACTERÍSTICAS DAS RESIDÊNCIAS URBANAS 
 
 
LOCALIZAÇÃO E STATUS: maior prestígio era na esquina ou na 
proximidade com praças e igrejas. 
 
IMPLANTAÇÃO: lote estreito e comprido, no alinhamento predial, sem 
recuos frontal e lateral. 
 
FUNCIONALIDADE: Circulação realizada através do corredor 
longitudinal, longo, estreito, ligando o acesso da via pública ao acesso 
dos fundos da casa. 
• Distribuição dos cômodos se dá a partir da via pública: salas de visitas, 
alcovas, sala de jantar, cozinha (cômodos de serviços, empregados, 
banheiros nos fundos...) 
 
 
 
 
CONFORTO: problemas de iluminação e ventilação. Existência de 
alcovas, geralmente cômodos de permanência noturna. 
Só as peças voltadas para a frente e para os fundos tinham janelas. 
 
TIPOS: 
Térreo de porta e janela. 
Sobrado, de porta e janela com porão. 
Sobrado de porta e janela com comércio. 
Chácaras. 
 
PISOS: 
Assoalho de madeira. 
Chão batido: terra era socada com certa mistura de argila, areia e água, 
às vezes sangue de boi, para uma melhor liga. 
Ladrilhos. 
 
 
PAREDES 
 
Estruturais 
 
No período do Brasil colonial as 
argamassas de cal e areia ou 
de barro. 
 
Alvenarias: 
Adobe 
Tijolos cerâmicos 
Pedra 
Cantaria 
Taipa de pilão 
Pau-a-pique 
Tabique 
 
ADOBE 
 
Lajota feita de barro com dimensões aproximadas de 20 x 20 x 40 cm, 
compactados manualmente em formas de madeira, postos a secar à sombra e 
depois ao sol. 
O barro deve conter dosagem correta de argila e areia, para não ficar nem 
muito quebradiça, nem demasiadamente plástica. 
Para melhorar sua resistência, pode-se acrescentar fibras vegetais ou estrume 
de boi. 
São assentadas com barro, e revestidas com reboco de argamassa de cal e 
areia. O material era usualmente reservado a divisórias internas. 
 
TIJOLOS CERÂMICOS 
 
Usando a mesma matéria prima – a argila, o tijolo cerâmico difere do adobe 
pelas suas dimensões menores e pelo fato de ser cozido em fornos, a 
altas temperaturas. Sua durabilidade comparava-se com a pedra. 
PEDRA 
 
Material de maior resistência, utilizado nas fortificações, igrejas e 
construções oficiais. Pedras irregulares assentadas com argamassa. 
 
Alvenaria de pedra seca, é dispensada a argamassa. 
 
As paredes têm grande espessura (0,60 a 1,00 m) e são assentadas com a 
ajuda de formas de madeira. Esta técnica é mais utilizada para muros 
exteriores. 
 
CANTARIA 
 
Pedras de formato regular se ajustam perfeitamente umas sobre as outras sem o 
auxílio de argamassa. 
Utilizam-se grampos metálicos e, às vezes, óleo de baleia como adesivo. 
Serviço sofisticado, que exige profissional bastante habilitado. Igrejas. 
 
 A cantaria não era utilizada na totalidade do edifício, mas apenas em suas partes 
mais importantes. 
TAIPA DE PILÃO 
 
Material mais empregado nas construções coloniais no Brasil: 
abundância de matéria prima, facilidade de execução e satisfatória 
durabilidade. 
 
A técnica consiste em amassar com um pilão o barro colocado em formas 
de madeira, os taipais. 
PAU-A-PIQUE 
 
Tramo de madeira preenchido 
com barro. 
Sistema bem utilizados nos 
tempos da colônia. 
 
Resistência e durabilidade. 
 
Influência indígena. 
 
Divisórias internas, sobretudo 
nos pavimentos elevados, em 
construções cujas paredes 
externas eram de taipa de 
pilão. 
 
TABIQUE 
 
Divisória feita com estrutura de vigas de madeira e revestimento de 
tábuas. 
É um serviço de grande simplicidade e facilidade de execução, utilizado 
no Brasil colonial sobretudo para divisórias internas. 
Igreja Nossa Senhora do Pilar, Ouro Preto. 
PINTURAS E 
ACABAMENTOS 
 
As paredes eram geralmente caiadas. 
Cor branca. 
 
As madeiras eram preferencialmente 
pintadas a cola, têmpera ou óleo, 
sendo o óleo extraído de mamona, de 
baleia ou de linhaça. 
 
Nas pinturas decorativas, era comum a 
chamada “pintura de fingimento ou 
faiscada”, que procuravam imitar 
madeira ou mármore. 
 
Paredes azulejadas. 
 
ESQUADRIAS 
 
Madeira e vidro 
Treliças, almofadas, rendas de madeira 
 
 
 Postigos 
Abertura a 
francesa 
Abertura a 
inglesa; 
Guilhotinada 
Rótula 
TIPOS 
Portas de abrir 
Gateiras nos porões 
Janelas projetadas para fora: janelas sacadas, sacadas ou janelas de 
púlpito. 
Várias sacadas unidas, com espaço de circulação: balcão. 
Usualmente era coberto pela projeção do telhado. 
 
As sacadas e balcões tinham, na parte interior um reforço estrutural, que 
poderia ser de madeira ou de pedra, chamado cão, cachorro, ou consolo. 
 
MUXARABIS 
 
São elementos muito 
característicos da arquitetura 
colonial. 
 Influência árabe. 
 
Faziam fechamento de balcões ou das 
folhas das janelas. 
 
Treliçados de madeira que permitem a 
ventilação. 
SETEIRAS E ÓCULOS 
 
Seteiras: pequenas aberturas verticais, utilizadas na arquitetura militar como 
vão de observação, vigia e tiro. Mas são também usadas na arquitetura civil e 
religiosa. 
Óculos: forma circular, quadrifólio ou outras. Os óculos são muito comuns nas 
igrejas, para iluminação adicional. Neste caso têm moldura de pedra e são 
esculpidas em perfis diversos. 
 
 
COBERTURAS 
 
Telhado duas águas (cumeeira paralela à rua: água lançada na via 
pública e no quintal nos fundos do lote), com beiral. 
 
Comum o telhado quatro águas. Telhas cerâmicas tipo capa-canal ou 
palha. Moldada por escravos. “Fazer nas coxas”. 
 
Mansardas ou águas-furtadas e lanternim. 
 
 
 
Tesoura de linha suspensa 
Casa dos contos – Ouro Preto 
Mansardas 
Tesoura romana: século XX 
Tesoura clássica 
TIPOS 
A “meia-água” era geralmente utilizada 
em construções de menor importância, 
como o rancho e a cozinha. 
 
 O telhado de duas águas era muito 
utilizado em construções urbanas, 
sobretudo em casa geminadas. 
 
O telhado de quatro águas era a 
cobertura mais comum. 
Utilizava o lanternim, que objetivava 
melhor iluminação e ventilação do 
telhado, bem como o uso alternativo 
desta área. 
 
O claustro era a forma preferida para 
construções que aspiravam maior 
monumentalidade. 
FORROS 
 
Os forros mais comuns eram de 
tábuas de madeira, planos, 
colocados diretamente na 
estrutura dos telhados. 
 
A junção das peças de madeira 
poderia ter várias formas. 
 
Havia também os forros com 
esteira de taquara. 
 
Alémda forma plana, os forros poderiam possuir a forma 
abobadada, muito comum nas igrejas, ou a chamada forma 
de esquife, caixão ou gamela. 
 
Em construções mais luxuosas, os forros poderiam formar painéis 
moldurados. Os forros eram geralmente pintados de uma cor ou 
decorada com pintura abstrata ou figurativa. 
 
Era comum a pintura faiscada imitando madeira ou pedra. 
BEIRAIS E BEIRAS 
 
Os beirais são muito importantes na linguagem estética colonial. 
 
Os beirais protegiam da chuva as paredes de taipa ou pau-a-pique. 
 
Mudança de inclinação das águas, chamado de galbo, com a finalidade de 
projetar a água para mais distante. 
 
Na ponta dos caibros que faziam os contrafeitos, esculpiam-se cabeças de 
cachorro, às quais atribuíam a função simbólica de proteção da casa. 
As beiras são ornamentos de pequena profundidade na alvenaria, no 
ponto de ligação com o telhado. 
Eram executados com o próprio material do revestimento, usando telhas 
como moldes. 
 
“SEM EIRA NEM BEIRA” 
 
Eira é um pequeno quintal nos fundos da casa; 
 
ORNAMENTAÇÃO 
 
Conjunto de diferentes molduras e perfis. 
Almofadas nas esquadrias. 
Desenhos nos gradis, guarda-corpos e gateiras. 
Cimalhas no arremate dos beirais. 
 
 
Paraty, RJ 
Paraty, RJ

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