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Arquitetura civil colonial MORADIAS URBANAS COLONIAIS: SOBRADOS,CASAS TÉRREAS E CHÁCARAS. Sobrados: edificações tipicamente urbanas, com mais de um pavimento, sem afastamentos laterais, sempre construídos em lotes estreitos, se integram a composição da cidade. Os sobrados não serviam somente para a habitação. Em muitos casos o pavimento térreo era utilizado para o comércio. No caso do sobrado exclusivamente residencial o térreo era ocupado por porões. A cozinha se localizava no último pavimento para que a fumaça saísse pelas frestas da cobertura, que não tinha forro. As plantas não mudavam muito: sala na frente, na parte central as escadas, corredores centrais ou laterais por onde se tinha acesso as alcovas, e uma outras sala com janelas na fachada posterior. As plantas eram sempre retangulares. Raramente tinham pátios internos cobertos. Alguns sobrados chegaram a ter cinco pavimentos. E podiam ser bem estreitos. Os sobrados são figurantes. Edifícios públicos e igrejas eram os principais. Casas térreas: casas de pessoas menos abastadas. Ambientes menores, chão batido. Chácaras: nas periferias dos centros urbanos. Pessoas mais abastadas. Terrenos com quintal. Os mais importantes fatores determinantes da arquitetura colonial são de ordem econômica e técnica. A escolha das técnicas construtivas, muitas vezes a sua má realização, e a fragilidade das nossas construções têm sua explicação na escassez de recursos alocados na construção mesmo dos mais importantes edifícios. Mão de obra escrava. CIDADE SEM INFRAESTRUTURA URBANA CARACTERÍSTICAS DAS RESIDÊNCIAS URBANAS LOCALIZAÇÃO E STATUS: maior prestígio era na esquina ou na proximidade com praças e igrejas. IMPLANTAÇÃO: lote estreito e comprido, no alinhamento predial, sem recuos frontal e lateral. FUNCIONALIDADE: Circulação realizada através do corredor longitudinal, longo, estreito, ligando o acesso da via pública ao acesso dos fundos da casa. • Distribuição dos cômodos se dá a partir da via pública: salas de visitas, alcovas, sala de jantar, cozinha (cômodos de serviços, empregados, banheiros nos fundos...) CONFORTO: problemas de iluminação e ventilação. Existência de alcovas, geralmente cômodos de permanência noturna. Só as peças voltadas para a frente e para os fundos tinham janelas. TIPOS: Térreo de porta e janela. Sobrado, de porta e janela com porão. Sobrado de porta e janela com comércio. Chácaras. PISOS: Assoalho de madeira. Chão batido: terra era socada com certa mistura de argila, areia e água, às vezes sangue de boi, para uma melhor liga. Ladrilhos. PAREDES Estruturais No período do Brasil colonial as argamassas de cal e areia ou de barro. Alvenarias: Adobe Tijolos cerâmicos Pedra Cantaria Taipa de pilão Pau-a-pique Tabique ADOBE Lajota feita de barro com dimensões aproximadas de 20 x 20 x 40 cm, compactados manualmente em formas de madeira, postos a secar à sombra e depois ao sol. O barro deve conter dosagem correta de argila e areia, para não ficar nem muito quebradiça, nem demasiadamente plástica. Para melhorar sua resistência, pode-se acrescentar fibras vegetais ou estrume de boi. São assentadas com barro, e revestidas com reboco de argamassa de cal e areia. O material era usualmente reservado a divisórias internas. TIJOLOS CERÂMICOS Usando a mesma matéria prima – a argila, o tijolo cerâmico difere do adobe pelas suas dimensões menores e pelo fato de ser cozido em fornos, a altas temperaturas. Sua durabilidade comparava-se com a pedra. PEDRA Material de maior resistência, utilizado nas fortificações, igrejas e construções oficiais. Pedras irregulares assentadas com argamassa. Alvenaria de pedra seca, é dispensada a argamassa. As paredes têm grande espessura (0,60 a 1,00 m) e são assentadas com a ajuda de formas de madeira. Esta técnica é mais utilizada para muros exteriores. CANTARIA Pedras de formato regular se ajustam perfeitamente umas sobre as outras sem o auxílio de argamassa. Utilizam-se grampos metálicos e, às vezes, óleo de baleia como adesivo. Serviço sofisticado, que exige profissional bastante habilitado. Igrejas. A cantaria não era utilizada na totalidade do edifício, mas apenas em suas partes mais importantes. TAIPA DE PILÃO Material mais empregado nas construções coloniais no Brasil: abundância de matéria prima, facilidade de execução e satisfatória durabilidade. A técnica consiste em amassar com um pilão o barro colocado em formas de madeira, os taipais. PAU-A-PIQUE Tramo de madeira preenchido com barro. Sistema bem utilizados nos tempos da colônia. Resistência e durabilidade. Influência indígena. Divisórias internas, sobretudo nos pavimentos elevados, em construções cujas paredes externas eram de taipa de pilão. TABIQUE Divisória feita com estrutura de vigas de madeira e revestimento de tábuas. É um serviço de grande simplicidade e facilidade de execução, utilizado no Brasil colonial sobretudo para divisórias internas. Igreja Nossa Senhora do Pilar, Ouro Preto. PINTURAS E ACABAMENTOS As paredes eram geralmente caiadas. Cor branca. As madeiras eram preferencialmente pintadas a cola, têmpera ou óleo, sendo o óleo extraído de mamona, de baleia ou de linhaça. Nas pinturas decorativas, era comum a chamada “pintura de fingimento ou faiscada”, que procuravam imitar madeira ou mármore. Paredes azulejadas. ESQUADRIAS Madeira e vidro Treliças, almofadas, rendas de madeira Postigos Abertura a francesa Abertura a inglesa; Guilhotinada Rótula TIPOS Portas de abrir Gateiras nos porões Janelas projetadas para fora: janelas sacadas, sacadas ou janelas de púlpito. Várias sacadas unidas, com espaço de circulação: balcão. Usualmente era coberto pela projeção do telhado. As sacadas e balcões tinham, na parte interior um reforço estrutural, que poderia ser de madeira ou de pedra, chamado cão, cachorro, ou consolo. MUXARABIS São elementos muito característicos da arquitetura colonial. Influência árabe. Faziam fechamento de balcões ou das folhas das janelas. Treliçados de madeira que permitem a ventilação. SETEIRAS E ÓCULOS Seteiras: pequenas aberturas verticais, utilizadas na arquitetura militar como vão de observação, vigia e tiro. Mas são também usadas na arquitetura civil e religiosa. Óculos: forma circular, quadrifólio ou outras. Os óculos são muito comuns nas igrejas, para iluminação adicional. Neste caso têm moldura de pedra e são esculpidas em perfis diversos. COBERTURAS Telhado duas águas (cumeeira paralela à rua: água lançada na via pública e no quintal nos fundos do lote), com beiral. Comum o telhado quatro águas. Telhas cerâmicas tipo capa-canal ou palha. Moldada por escravos. “Fazer nas coxas”. Mansardas ou águas-furtadas e lanternim. Tesoura de linha suspensa Casa dos contos – Ouro Preto Mansardas Tesoura romana: século XX Tesoura clássica TIPOS A “meia-água” era geralmente utilizada em construções de menor importância, como o rancho e a cozinha. O telhado de duas águas era muito utilizado em construções urbanas, sobretudo em casa geminadas. O telhado de quatro águas era a cobertura mais comum. Utilizava o lanternim, que objetivava melhor iluminação e ventilação do telhado, bem como o uso alternativo desta área. O claustro era a forma preferida para construções que aspiravam maior monumentalidade. FORROS Os forros mais comuns eram de tábuas de madeira, planos, colocados diretamente na estrutura dos telhados. A junção das peças de madeira poderia ter várias formas. Havia também os forros com esteira de taquara. Alémda forma plana, os forros poderiam possuir a forma abobadada, muito comum nas igrejas, ou a chamada forma de esquife, caixão ou gamela. Em construções mais luxuosas, os forros poderiam formar painéis moldurados. Os forros eram geralmente pintados de uma cor ou decorada com pintura abstrata ou figurativa. Era comum a pintura faiscada imitando madeira ou pedra. BEIRAIS E BEIRAS Os beirais são muito importantes na linguagem estética colonial. Os beirais protegiam da chuva as paredes de taipa ou pau-a-pique. Mudança de inclinação das águas, chamado de galbo, com a finalidade de projetar a água para mais distante. Na ponta dos caibros que faziam os contrafeitos, esculpiam-se cabeças de cachorro, às quais atribuíam a função simbólica de proteção da casa. As beiras são ornamentos de pequena profundidade na alvenaria, no ponto de ligação com o telhado. Eram executados com o próprio material do revestimento, usando telhas como moldes. “SEM EIRA NEM BEIRA” Eira é um pequeno quintal nos fundos da casa; ORNAMENTAÇÃO Conjunto de diferentes molduras e perfis. Almofadas nas esquadrias. Desenhos nos gradis, guarda-corpos e gateiras. Cimalhas no arremate dos beirais. Paraty, RJ Paraty, RJ
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