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Introdução à Imunologia - “Imuno”: imunidade; “logia”: estudo. Estuda os sistemas de defesa do corpo. Historicamente imunidade significa proteção contra doenças, em particular contra doenças infecciosas. - Importância do estudo: doenças autoimunes, “exageros” do sistema imunológico (alergias) [1], transplantes. [1] O normal do organismo é fazer com que a célula mastocitária libere histamina para promover um aumento do fluxo sanguíneo no local e aumentar as defesas dali. Entretanto, nas alergias, libera- se uma quantidade 20 ou 30 vezes maior do que seria necessário. - O nosso organismo apresenta diferentes formas de defesa: as barreiras físicas (representadas pela pele[1] e mucosas[1]) e a resposta química contra o agente agressor[2]. [1] que devem estar íntegras. [2] entram em ação quando as barreiras físicas estão lesionadas. O microrganismo consegue adentrar no organismo e libera toxinas em seu interior, o que desencadeia o sistema imune para neutralizar este microrganismo e suas toxinas. - As células e moléculas responsáveis pela imunidade formam o sistema imunológico, e sua resposta coletiva e coordenada à introdução de substâncias estranhas é chamada de resposta imunológica. - Se o este sistema entrar em depressão, os organismos que participam da flora normal passam a ser oportunistas provocando patologias. Causas: alterações hormonais (sendo as mulheres mais vulneráveis), gravidez (o ser concebido é estranho ao organismo e o sistema imune pode rejeitá- lo, havendo assim o aborto espontâneo, que deve ser investigado. A gravida tem seu sistema imunológico deprimido, ficando vulnerável a uma série de patógenos), idade (crianças, onde o sistema imune ainda não se formou e idosos onde este sistema já está deprimido), uso prolongado de corticoides (anti-inflamatório potente, evita a inflamação que faz com que as células que estão na circulação sanguínea saiam por diapedese ou migração celular e cheguem até o local onde há a proliferação), estresse, irradiação, AIDS, câncer, leucemias e diabetes. História - No período a.C. a Imunologia era tratada de maneira empírica. Mas acredita-se que na China já se fazia a imunização contra a varíola muito antes de surgir de fato essa imunização na Europa. Os chineses estimulavam a imunidade das crianças contra a varíola fazendo-as inalar um pó feito das lesões cutâneas da pele de pacientes que estavam se recuperando da doença. - Edward Jenner, médico naturalista britânico que viveu entre o século XVIII e XIX, época em que a Europa sofria com a varíola (onde muitas pessoas morreram e até animais eram infectados, entretanto, apresentando uma forma diferente desta patologia) percebeu que muitas vacas que se recuperavam da infecção vaccínia nunca contraíam a varíola uma doença mais grave. Assim, ele supôs que se pegasse uma pústula de uma vaca infectada e inoculasse em uma criança de oito anos ela seria imune a tal doença. O fato é que ele foi muito criticado pois queria fazer testes no seu próprio filho e este corria o risco de desenvolver a varíola. Entretanto, diferente do que muitos pensavam a tese de Edward Jenner estava correta e este acabara de descobrir uma forma de desenvolver a imunidade do organismo contra tal doença, escrevendo um postulado da vacinação (que significa derivado de vacas). Assim, em 1980 a varíola foi a primeira doença infecciosa considerada erradicada pela Organização Mundial de Saúde. E com o aperfeiçoamento das vacinas muitas outras doenças infecciosas muito recorrentes passaram a apresentar pouquíssimos casos. A vacinação consiste em inocular no paciente uma parte de um vírus, bactéria, fungo, parasito ou proteínas por deles ou eles atenuados. O que desencadeia respostas no organismo que produz células de memória imunológica que rapidamente produzem anticorpos que liberam citocinas capazes de destruir o patógeno impedindo que ele se instale no organismo daquele indivíduo. - 1908: Paul Erich e Élie Metchnikoff descreveram a fagocitose, nossa imunidade nata, definindo que as células responsáveis por ela, como polimorfonucleados, células dendríticas, macrófagos, são fundamentais ao nosso organismo. - 1919: Jules Bordet descreveu o sistema complemento, fundamental para complementar a resposta imunológica; - 1980: Dois americanos e um francês descreveram o processo de histocompatibilidade maior, onde encontramos o nosso antígeno leucocitário humano que regula todas as atividades do sistema imunológico, fazendo a comunicação entre suas células. Através deles que o nosso organismo reconhece tudo aquilo que é próprio e reage a tudo aquilo que não lhe é próprio. - 1991: Bases da Imunologia dos transplantes. Antes desta época já haviam transplantes e até se sabia como prevenir as rejeições, porém não sabiam descrever os eventos que acontecem nas rejeições hiperagudas e na rejeição crônica. Organização do sistema imune - A função fisiológica do sistema imunológico é a defesa contra microrganismos infecciosos. Entretanto, até mesmo substâncias estranhas não infecciosas podem desencadear uma resposta imune. É o estudo dos eventos celulares e moleculares que ocorrem depois que o organismo encontra microrganismos e outras macromoléculas estranhas. - Infecção: é a entrada de microrganismos em regiões do corpo nos quais os mesmos atuam como agressores. - Nossa primeira linha de defesa é composta por pele, membranas e mucosas. Se o microrganismo conseguir atravessar essa barreira o organismo tenta controlar o patógeno (ainda na resposta imune inata) com as substâncias antimicrobianas. Depois, fazer de tudo para que os fagócitos consigam fagocitar essa estrutura. Se não conseguirem, o organismo deflagra o sistema inflamatório. O processo inflamatório é deflagrado quando se libera uma série de citocinas e isso promove um aumento do fluxo sanguíneo para aquele local (por isso o local fica ruborizado). Então ocorre a compressão de nervos e a própria liberação de citocinas pró-inflamatórias que agridem os nervos provocando dor. E como aconteceu um aumento do fluxo sanguíneo e temperatura no local também aumenta. As células ficam aderidas ao endotélio, ocorre um aumento da permeabilidade vascular, facilitando para que essas células saiam para o interstício e de lá migrem para o local onde está ocorrendo a proliferação de microrganismos. Assim, a função da inflamação é destruir os agentes lesivos, limitar os efeitos no corpo, minimizar os danos e reparar o tecido. Quando se promove e ativa todas essas células, o organismo normalmente libera uma interleucina e uma prostaglandina. Elas elevam o set point do hipotálamo e a temperatura corporal sai de 36, 37 e chega a 38, 39 graus o que caracteriza febre. Então, a febre é um importante mecanismo imunológico da resposta imune inata. A função dela é o aumento da temperatura corporal para impedir a proliferação de microrganismos. Se com tudo isso o organismo não conseguir conter o microrganismo, ele passa a resposta imune específica ou adquirida. Nessa resposta atuarão células especializadas na defesa que são chamadas linfócitos B (produzem os anticorpos) e T (produzem citocinas). E essas células vão tentar caracterizar a memória imunológica daquele patógeno. - A defesa contra microrganismos é mediada pelas reações de imunidade natural (também chamada de imunidade inata ou nativa) [1] e as respostas tardias da imunidade adquirida[2]. [1] é a linha de defesa inicial, constituindo em mecanismos de defesa celulares e bioquímicos que já existiam antes do estabelecimento de uma infecção e que estão programados a responder rapidamente a infecções. Constituída por: barreiras físicas e químicas (epitélio e substâncias antibacterianas nas superfícies epiteliais); células fagocitárias (neutrófilos e macrófagos) e células NK (natural killer, matadoras naturaisE); proteínas do sangue incluindo fraçõesdo sistema complemento e outros mediadores da inflamação; proteínas denominadas citocinas (que regulam e coordenam várias atividades das células da imunidade natural). Este mecanismo não consegue distinguir substâncias discretas entre substâncias estranhas, assim ele age essencialmente da mesma maneira a sucessivas infecções. [2] respostas estimuladas pela exposição a agentes infecciosos cuja magnitude e capacidade defensiva aumentam com exposições posteriores a um microrganismo em particular. As características dessa imunidade incluem uma especificidade extraordinária para distinguir as diferentes moléculas e uma habilidade de se “lembrar” e responder com mais intensidade a exposições subsequentes o mesmo microrganismo. Como consegue distinguir microrganismos ou moléculas muito parecidas, diferente da imunidade natural, é chamado de imunidade especifica. E é chamada de adquirida para lembrar que as intensas respostas protetoras são “adquiridas” por experiência. Os principais componentes são: os linfócitos com seus produtos como os anticorpos. As substâncias estranhas são chamadas de antígenos. Normalmente ele tem que ter duas propriedades: 1) Imunogenicidade (o fato de deflagrar a resposta imune): requisitos -> ser estranho, ter alto peso molecular, ter complexidade química e capacidade de ser degradado; 2) Antigenicidade (reagir como antígeno com capacidade de induzir a criação de anticorpos). Fases da resposta celular adquirida: reconhecimento do antígeno -> ativação o linfócito (expansão clonal dos linfócitos T e B) -> eliminação do antígeno (imunidade humoral, imunidade mediada por células) -> diminuição (homeostasia: linfócitos que foram estimulados pelo antígeno morrem por apoptose) -> memória (linfócitos sobreviventes do processo anterior servem de memória para uma possível invasão do mesmo microrganismo. Obs.: A resposta adquirida ocorre porque muitos microrganismos patógenos desenvolveram resistência a resposta natural, mas é a resposta natural que estimula a resposta adquirida e influencia a natureza das mesmas. - Processos da fagocitose: 1) Quimiotaxia (fase de “chamamento” para o local, onde os fagócitos são direcionados até o local especifico); 2) Aderência ao patógeno; 3) Ingestão; 4) Digestão (fagossoma se liga com o lisossoma e forma o fagolisossoma). - Tipos de respostas imunológicas adquiridas: # Imunidade humoral: é mediada pelas moléculas presentes no sangue e nas secreções das mucosas, chamadas de anticorpos, que são produzidos pelos linfócitos B. Os anticorpos reconhecem os antígenos microbianos, neutralizam a infecciosidade dos microrganismos e os preparam para serem eliminados por diversos mecanismos efetores. É o principal mecanismo de defesa contra microrganismos e suas toxinas, pois podem se ligar a eles e ajudar na sua eliminação. Os anticorpos são especializados e podem ativar mecanismos efetores diferentes. Ex.: alguns anticorpos promovem a ingestão de microrganismos por células do hospedeiro (fagocitose), enquanto outros se ligam e estimulam a liberação de mediadores da inflamação das células. Quando o linfócito B é ativado ele produz primeiramente a imunoglobulina M, que é um pentâmero e esta produz a imunoglobulina G que é um monômero, esta que neutraliza o antígeno. # Imunidade celular: é mediada pelos linfócitos T. Microrganismos intracelulares, como os vírus e algumas bactérias, sobrevivem e proliferam no interior de fagócitos e outras células do hospedeiro, onde estão protegidas dos anticorpos. Assim, a imunidade celular destrói esses microrganismos localizados em fagócitos ou as células infectadas para eliminar os reservatórios da infecção. Os linfócitos T são conhecidos como T citolítico ou T citotóxico, que tem uma estrutura que chamamos de receptor de células T. Ele reconhece outra estrutura que é chamada MHC ou complexo de histocompatibilidade (detalhe: é uma célula que está infectada). Esse MHC expressa um peptídeo a sua superfície e por mais que seja uma célula do seu próprio organismo o linfócito T vai destruí-la. Porque o HIV não é destruído? Ele possui um gene que expressa uma proteína chamada NEF, essa proteína impede que a célula expresse o MHC do peptídeo viral. Se o linfócito T chega no MHC e o reconhece como próprio (quando ele não expressa o peptídeo no lócus de apresentação de antígeno não próprio) ele não destrói a célula, mesmo que esta esteja infectada. - Tipos de linfócitos T: Linfócitos T helper ou T auxiliares, Linfócitos T citotóxicos, Linfócitos T de hipersensibilidade tardia, Linfócitos T supressores e Linfócitos T regulatórios. - Tipos de imunidades: # Ativa: imunidade induzida pela exposição a um antígeno estranho, pois, o indivíduo imunizado desempenha um papel ativo na resposta ao antígeno. Os indivíduos e os linfócitos que não tiveram exposição a um antígeno em particular são chamados de naïve ou virgens (não possuem experiência imunológica). Já os que responderam a um antígeno e estão protegidos contra exposições posteriores àquele microrganismo são considerados imunes. # Passiva: Método eficaz para conferir resistência rapidamente, sem que haja necessidade de esperar uma resposta imunológica ativa. Ex.: transferência de anticorpos maternos ao feto. - Principais características das respostas imunológicas adquiridas: # Especificidade: garante que antígenos distintos desencadeiem respostas especificas. # Diversidade: capacita o sistema imunológico a responder a uma grande variedade de antígenos. # Memória: conduz a respostas intensificadas a exposições repetidas ao mesmo antígeno. Respostas a exposições posteriores ao mesmo antígeno, chamadas de respostas imunológicas secundárias, em geral ocorrem mais rapidamente, são de maior intensidade e com frequência são qualitativamente diferentes da primeira resposta. Isso ocorre porque na resposta secundária, por conta das células de memória, vão ser produzidos mais rapidamente a proteína M e esta produz a proteína G numa proporção muito maior. # Expansão clonal: aumenta o número de linfócitos antígeno-específicos para que se mantenham atualizados com os micróbios. # Especialização: gera respostas que são ideais para defesa contra diferentes tipos de micróbios. # Autolimitação e homeostasia: permite ao sistema imunológico responder a novos antígenos encontrados, pois, todas as respostas normais diminuem com o passar do tempo e o organismo retorna ao estado de homeostasia (após eliminar cada antígeno estranho). # Tolerância a antígenos próprios: evita lesão do hospedeiro durante resposta a antígenos estranhos. Células do sistema imune - São células geradas a partir da diferenciação celular de células precursoras. - As células sanguíneas são divididas em eritrócitos, leucócitos e plaquetas. Os leucócitos, também chamados de glóbulos brancos*, são as células responsáveis pela defesa do organismo e são divididos de acordo com a presença ou não de grânulos. * contagem: 4.000 a 10.000 leucócitos/cm3 de sangue; exceção do bebê que nasce com uma quantidade bem maior, em torno dos 20.000 podendo chegar até 30.000. Quando uma criança chega aos 12 anos atinge o padrão de um adulto. Quando um adulto atinge um padrão acima de 10.000 leucócitos caracteriza-se uma leucocitose, quando apresenta menos de 4000 apresenta uma leucopenia (queda). Uma pessoa com leucemia apresenta uma contagem de 80.000 ou 100.000 leucócitos podendo chegar até mais de 100.000, entretanto estas células possuem defeitos de maturação, portanto, não apresentam suas devidas funções. Assim, o paciente apresenta 80.000 leucócitos/mm3 mas, está com pneumonia, uma necrose no pé, uma infecção, tem febre ou uma série de outros problemas que não caracterizam uma pessoa bem protegida e, portanto, saudável. Um esfregaço de sangue de um paciente com leucemia apresenta leucócitos jovens, pois a medula fica “descontrolada”e não completa os processos de maturação para enviar as células. - A adrenalina pode causar aumento do número de leucócitos por desprenderem as células presentes no pool periférico para o pool circulante e quando o sangue é coletado ocorre uma alteração do número de leucócitos daquele paciente. O estresse, portanto, pode causar uma leucocitose, mas essa leucocitose não é característica de infecção. - Se o processo infeccioso for muito grave a medula acelera o processo de maturação dos leucócitos e em um hemograma deste paciente parecerá granulações tóxicas. Se essa for grosseira, o processo infeccioso é gravíssimo e se forem granulações finas, indicam supuração (formação de pus). - Se houverem vacuolizações citoplasmáticas indicam um quadro infeccioso grave. - Célula progenitora (auto renovável) -> célula tronco pluripotencial -> pode se dividir para gerar as células da linhagem mielóide e as células da linhagem linfóide. - Células da linhagem mielóide: Célula progenitora (auto renovável) -> célula tronco pluripotencial -> Degradados[1] CFU* eritróide Célula progenitora mielóide Eritrócitos Megacariócito Plaquetas CFU basófilo Basófilos CFU eosinófilo Eosinófilos CFU granulócito - monócito Neutrófilos Monócitos *Unidade formadora de colônia [1] rompimento da membrana Não são componentes do sistema imune, são originados na medula, mas são do sistema circulatório. OBS.: Das células do sistema imune da linhagem mielóide somente os monócitos não possuem grânulos. - Série granulocitica: basófilos, eosinófilos, eu neutrófilos; - Série agranulocitica: monócitos e linfócitos (linhagem linfóide). Imagens: - Eritrócitos: - Plaquetas - Basófilos - Eosinófilos - Neutrófilos - Monócitos - Características das células: # Basófilos: (Mastócito) armazenam mediadores químicos da inflamação como histamina e heparina; participa de reações alérgicas na qual atraem os leucócitos até o local e produz vasodilatação; não se encontra em sangue periférico. Possuem núcleo globulado com alguns grânulos (grânulos de histamina). # Eosinófilos: 3% dos neutrófilos. Quando ocorre uma alergia ou ataque de parasitas aumenta-se a quantidade de eosinófilos no sangue; produzem uma série de citocinas. Célula que contêm grânulos, bi lobulada (núcleo). # Neutrófilos: maior quantidade no sangue (65%). Célula granulada, com núcleo globulado, três glóbulos. Célula fagocitária, que atua no combate de infecções contra bactérias e fungos. # Monócitos: célula maior que a hemácia, parecida com o linfócito, mas seu núcleo é “frouxo”; são fagocitárias que combatem as infecções contra bactérias, fungos e vírus; se transformam em macrófagos. Não possuem grânulos. - Células que participam tanto do sistema imune inato quanto do adaptativo. - Células da linhagem linfóide: Célula progenitora (auto renovável) -> célula tronco pluripotencial -> Imagens: - Linfócito Características: núcleo grande, com cromatina densa, que toma quase toda a célula; é do tamanho aproximado de uma hemácia. - As células do sistema imune não se dividem após maturadas e diferenciadas, entretanto, se houverem estímulos antigênicos, os linfócitos se proliferam clonalmente. - Características das células: Os linfócitos T ao chegarem no Timo para serem maturados, são selecionados de modo que 90 a 95% deles serão encaminhados à apoptose e apenas 5 a 10% vão ser linfócitos T. Se ele receber um receptor chamado de TCR, uma proteína chamada CD3 e uma proteína chamada CD4 será um linfócito T helper; se receber o receptor TCR, a proteína CD3 e outra chamada CD8 será um linfócito T citolítico ou citotóxico. O linfócito T citolítico é uma célula terminativa porque não tem mais em que se diferenciar, já o linfócito T helper pode se diferenciar em dois tipos celulares: T. helper tipo 1 (produz principalmente interleucina 2 e interferon gama E, exerce assim uma função direta no linfócito T citolítico) ou tipo 2 (ativam a liberação das interleucinas 4, 5, 6 e 10 que vão interagir com o linfócito B). # Linfócitos T: (maturados no Timo) reconhecem antígenos específicos e atuam na resposta contra agentes intracelulares e extracelulares. Existem dois tipos deste linfócito: linfócito T auxiliar (CD4) (também chamados de linfócitos T helper) e linfócito T citotóxico (ou citolítico) (CD8). As maneiras de se distinguir os dois são através de marcadores: CD’s. Eles reconhecem apenas peptídeos antigênicos ligados a proteínas do hospedeiro que são codificadas pelos genes do complexo principal de histocompatibilidade (MHC) e que se expressam na superfície de outras células. Em resposta à estimulação antigênica as células T auxiliares secretam proteínas chamadas citocinas, cuja função é estimular a proliferação e a diferenciação das células T, assim como a ativação de outras células incluindo as células B, os macrófagos e outros leucócitos. Os linfócitos T citotóxicos destroem células que produzem antígenos estranhos, como as células infectadas por vírus e outros microrganismos intracelulares. Existem ainda os linfócitos T reguladores que inibem as respostas imunológicas. Célula progenitora linfóide Linfócitos B Linfócitos T Células NK # Linfócitos B: (maturados na medula óssea) são células responsáveis por toda produção de anticorpos do sistema imune. Eles reconhecem os antígenos extracelulares (incluindo os que se encontram na superfície celular) e se diferenciam em células secretoras de anticorpos, funcionando assim, como mediadores da imunidade humoral. # Células NK: (Natural Killers) são responsáveis pelo combate a células tumorais e células infectadas por vírus; parecidos com linfócitos, mas com granulações. Participam da resposta imune inata. - Existem células especificas apenas para apresentarem os antígenos aos linfócitos específicos. São chamadas de células apresentadoras de antígenos (APCs). Órgãos do sistema imune - São divididos em duas classes: # Geradores (primários): são os órgãos responsáveis por produzirem e maturarem os leucócitos no organismo. São eles: medula óssea[1] e timo[2]; [1] onde ocorre a produção de todas as células do sistema imune; é encontrada em ossos longos – exceto o esterno; onde ocorre a maturação de todas as células da linhagem mielóide e a maturação dos linfócitos B. [2] órgão responsável pela maturação dos linfócitos T; localiza-se no tórax – região anterior ao coração. No recém-nascido pesa 30g, cresce até a puberdade e após entra em involução chegando a pesar 10g no idoso. Entra em estado de atrofia em casos de gravidez e estresse. No timo que se adiciona os receptores das células T e os CDs. # Periféricos (secundários): órgãos responsáveis pelo desencadeamento inicial da resposta imunológica adquirida, armazenam as células que já sofreram diferenciação nos órgãos linfoides primários e as lançam na circulação sanguínea. São eles: baço (adulto: 150 a 250g; filtram o sangue), linfonodo[1] (se distribuem por todo o corpo, exceto o cérebro) e tonsilas faríngeas (amídalas); OBS.: a medula óssea também armazena, nela encontram-se células maduras prontas para exercerem suas funções secundárias, portanto, também é um órgão secundário. [1] funções: filtrar a linfa e remover bactérias, vírus e restos celulares; drenar os líquidos intersticiais que não retornam pelas vênulas. Mecanismo (exemplo): um certo tecido está sofrendo uma infecção bacteriana, por conta disso a célula dendríticas irá migrar para o tecido, fagocitar o microrganismopara processar os antígenos desse microrganismo, com isso ele vai expor esses antígenos da superfície da sua célula e posteriormente migrar para os vasos linfáticos até chegar no linfonodo. No linfonodo está o linfócito T inativo e a partir do momento que a célula dendrítica chega no linfonodo e entra em contato com o linfócito T ele é ativado e este sai do linfonodo e vai para o tecido onde está ocorrendo a infecção. Este mesmo processo ocorre nas tonsilas e no baço (o baço é o local onde os linfócitos respondem a antígenos no sangue). OBS.: Os linfócitos estão sempre circulando no sangue e nos vasos linfáticos de um órgão periférico para o outro esse processo é denominado de homing linfocitário ou endereçamento linfocitário. Curiosidades - Um indivíduo é capaz de responder a até 100 milhões de antígenos diferentes; - Cada plasmócito vive somente alguns dias mas pode produzir cerca de 2000 moléculas anticorpos por segundo.
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