Buscar

17. Pesticidas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
 
PESTICIDAS 
(Agrotóxicos, Defensivos 
Agrícolas) 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
Aumentam a produção agrícola, pois: 
 • Matam pragas que destroem plantações 
 • Atuam sobre plantas daninhas 
Vantagens do Uso •AGROTÓXICOS 
• Lei nº 7.809/1989 – Decreto nº 4.074/2002 
http://www4.anvisa.gov.br/AGROSIA/asp/frm_dados_agrotoxico.asp?iVarAux=1&MarcaCod=714 
2 
Mas, o uso tem sido abusivo 
 
O Brasil consome anualmente mais de 80 mil toneladas 
de agrotóxicos e desde 2008 tem sido o maior 
consumidor mundial, superando os Estados Unidos 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
Muitos pesticidas causam sérios danos ao meio ambiente e à 
saúde de seres vivos: 
 Podem concentrar-se em altos níveis na cadeia alimentar; 
 Raramente afetam uma única espécie; 
3 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
Podem sofrer riscos imediatos ou apresentar efeitos 
posteriores à exposição (p. ex., câncer), indivíduos que: 
 Ingerem alimentos contaminados com pesticidas 
 Que têm contato direto ou indireto com esses produtos; 
 Produzem ou aplicam esses compostos. 
 3 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
 
 
1. Faixa estreita de ação: age sobre uma única espécie de 
organismo 
2. Facilmente degradado: decompõe-se natural ou biologica-
mente em compostos inofensivos (H2O, CO2, O2) 
3. Permanece no local de aplicação: não desloca-se pelo meio 
ambiente 
No entanto: os pesticidas não apresentam comportamento ideal, 
têm amplo espectro de ação e raramente afetam uma única 
espécie 
Comportamento Ideal de um Pesticida 
 
4 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 5 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
CLASSE GRAU COR DA FAIXA 
Classe I Extremamente tóxicos Vermelha 
Classe II Altamente tóxicos Amarela 
Classe III Medianamente tóxicos Azul 
Classe IV Pouco tóxicos Verde 
Classificação: conforme a toxicidade 
6 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
 
 
INSETICIDAS 
 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
Principal categoria dos pesticidas. São classificados em grupos 
conforme a estrutura química. 
Principais: Hidrocarbonetos Clorados, Organofosforados, 
Carbamatos e Piretróides 
INSETICIDAS 
 
DL50 (dérmica ou oral) 
Dose necessária (mg/kg de peso corpóreo) para matar 
50% de uma população de cobaias 
Quase todos atuam no sistema nervoso central 
bloqueando a enzima acetilcolinesterase, 
importante na função nervosa. 
8 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
 
• Amplo espectro de ação 
• Degradam-se lentamente, persistindo nos organismos e no 
meio ambiente. 
• Pouco solúveis em água mas são lipossolúveis, armazenando-
se em gorduras. 
• Quando a gordura é metabolizada podem ser liberados para a 
corrente sanguínea podendo ter sérios efeitos. 
Foram muito usados (1940 - 60), mas hoje o uso é restringido 
devido sobretudo, à persistência 
Hidrocarbonetos Clorados 
 
9 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
1.DDT (dicloro-difenil-tricloro-etano) 
DL50 = 87- 500 mg/kg 
• Não há indícios que em concentrações até 25 ppm na gordura 
ou em tecidos humanos cause efeitos fisiológicos. 
• Persistente e pode permanecer 
ativo por vários anos (encontrado 
em quase todo o mundo, ocorrendo 
no ar, água da chuva, gordura de 
pássaros e peixes e até em regiões 
inóspitas como a Antártica. 
• Pouco solúvel em água 
10 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
O DDT atua no sistema nervoso central bloqueando a enzima 
acetilcolinesterase, importante na função nervosa. 
Acetilcolina 
Colina Ácido Acético 
Acetilcolinesterase 
Existem 2 motivos que atenuam os efeitos: 
1º) Não rompe a membrana sináptica* 
dos animais de sangue quente (o que 
não ocorre com peixes) 
*sinapse: contato entre 2 neurônios vizinhos que permite a propagação de 
impulsos nervosos de uma célula à outra 
11 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
2º) Processos enzimáticos de 
vertebrados removem átomos 
de cloro formando DDE, que não 
inibe a colinesterase, mas 
também é tóxico, porém em 
menor proporção. 
DDT DDE 
12 
Ação do DDT sobre ovos 
DDT converte-se a DDE no organismo de 
pássaros. 
Influência sobre as aves: queda de reproduti-
bilidade e a produção de ovos com cascas 
muito frágeis: causa disfunção hormonal, 
alterando a deposição de cálcio. 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 13 
Lei nº 11.936 (14/05/2009): 
proíbe a fabricação, 
importação, exportação, 
manutenção em estoque, 
comercialização e uso de 
DDT 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
2. Dieldrin (DL50 = 46-63 mg/kg) e Aldrin (DL50 = 39-60 mg/kg) 
14 
 
 
• Na Grã-Bretanha foi usado para tratar sementes contra larvas 
de insetos. Faisões e pinguins que ingeriram as sementes 
morreram e outros animais que se alimentaram das espécies 
contaminadas sofreram envenenamento secundário. 
• Proibido na América do Norte e parte da Europa Ocidental. 
• São tóxicos ao homem e degradam-se lentamente na 
água e acumulam-se nos sedimentos. 
• Dieldrin: é muito tóxico a mamíferos e mais tóxico aos 
vertebrados que DDT. Persiste e tende a acumular-se 
nos tecidos gordurosos. 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
Dieldrin foi detectado no leite de mães cujas 
residências foram dedetizadas. A contami-
nação foi sobretudo através da via pulmonar. 
15 
Dieldrin 
Aldrin: muito estável e permanece no solo por 10 a 12 anos. 
• Age por contato e ingestão. Converte-se rapidamente ao Diel-
drin, mais resistente à biotransformação e à degradação abiótica. 
• Possui características de bioacumulação e biomagnificação e 
atravessa a barreira placentária sendo detectado no sangue, no 
tecido adiposo e em outros órgãos do feto, do neonato e do bebê. 
Efeitos: cefaleia, tontura, náusea, vômito, tremor muscular, con-
vulsão. Estudos sugerem incidência de câncer hepático e biliar à 
exposição conjunta ao aldrin, dieldrin e endrin (não comprovado). 
 
 
Aldrin 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 16 
O dieldrin é muito mais tóxico que o aldrin. Por ser lipossolúvel 
armazena-se no tecido adiposo humano. 
ORGANOCLORADO PERSISTÊNCIA (95% DO PRODUTO) 
 DDT 4 a 30 anos 
 Aldrin 1 a 6 anos 
 Lindane 3 a 5 anos 
 Clordane 3 a 5 anos 
Carcinogenicidade: suspeitos como indutores de neoplasias 
Reprodução: atravessam a placenta (1/3 do teor médio no sangue 
do feto em relação ao sangue materno); níveis mais altos no leite 
do que no sangue materno; incidência de abortos e natimortos. 
Efeito Neurotóxico: relação entre a exposição e Parkinson 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
Contêm um átomo de P centralpentavalente ligado a: 
Inseticidas Organofosforados 
17 
1) Um átomo de O ou S (dupla ligação); 
2) Grupos etoxi _OCH2CH3 ou metoxi 
_OCH3 (ligação simples) 
3) Um átomo de O, S ou C (ligação simples a um grupamento R 
de cadeia mais longa e complexa) 
Tipo A 
Tipo B Tipo C Tipo D 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
Perigosos, pois são tóxicos não apenas a insetos, mas a outros 
animais. 
A toxicidade a humanos é comparável à estricnina*, arsênio e 
cianetos. (*alcaloide muito tóxico extraído de nozes). 
Também concentram-se nos tecidos gordurosos. 
Problemas imediatos de saúde podem surgir a partir da 
exposição por: 
  Inalação  Ingestão  Absorção pela pele 
 No entanto: 
Não persistem no ambiente tanto tempo quanto os organo-
clorados, pois são degradados por microorganismos. 
18 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
Organofosforado  Colinesterase inativada 
  
 Hidrólise da acetilcolina bloqueada 
  
 Acúmulo de acetilcolina 
  
 Sistema nervoso afetado 
 
Acetilcolina 
Ação Tóxica: fosforilam estearases vitais agindo especialmente 
sobre a colinesterase, enzima importante na hidrólise da acetil-
colina. O átomo de fósforo inativa a enzima causando acúmulo 
de acetilcolina. O Sistema Nervoso Central (SNC) é afetado: 
19 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
1. Malation DL50 = 1375 mg/kg 
Permanência no solo e água: 2 dias. É 
usado em sprays antimosca e na 
agricultura. 
É o mais importante organofosforado do tipo C. Fracamente 
solúvel em água, mas muito solúvel em solventes orgânicos. 
Efeitos: Anorexia, náusea, vômitos, diarréia, salivação, cons-
trição da pupila, broncoconstrição, convulsões, coma, parada 
respiratória. Esses efeitos são cumulativos. 
20 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
Se degrada em organismos vivos e é metabolizado diferente-
mente por insetos e vertebrados (aos quais é menos tóxico). 
21 
 O fígado humano não remove enxofre (felizmente!) 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
Toxicidade: inibe irreversivelmente a acetilcolinesterase nos 
terminais nervosos  Acúmulo da Acetilcolina 
22 
Sistema Nervoso Central: depressão do SNC, agitação, confu-
são, delírio, coma, convulsões. 
Crianças: depressão do SNC, estupor (estado de consciência ou 
sensibilidade parcial ou insensibilidade acompanhada por pro-
nunciada diminuição da faculdade de apresentar reações moto-
ras), flacidez, dispnéia (falta de ar) e coma. 
Em virtude da acetilcolina ser um neurotransmissor a com-
taminação de um indivíduo pelo organofosforado afeta o 
processo de aprendizagem e a memória. 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
2. Paration 
Dose letal: 120 mg(adultos); 2 mg (crianças) 
Organofosforado do tipo B. Muito mais 
tóxico que o malation. 
Muito usado no controle de insetos que atacam as culturas de 
algodão, milho, soja, cana-de-açúcar. 
Na aquicultura é adicionado em tanques de cultivo de peixes 
para combater os estágios larvais de insetos predadores. 
23 
Organofosfo
-rado - tipo 
C 
Classificação da EPA (Environmental Protection 
Agency): Pesticida de Uso Restrito, classe 
toxicológica dos compostos “extremamente tóxicos” (Classe I). 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
Quando absorvido é dessulfurado e se biotransforma, passando 
ao metabólito ativo paraoxon, muito mais tóxico: 
O paraoxon reage com o grupo –OH 
da colinesterase, liberando nitrofenol: 
 
24 
Irrita: nariz, garganta, olhos, 
pele. Se inalado ou ingerido: 
causa dor de cabeça, náusea 
ou perda da consciência. 
Infelizmente, do mesmo modo que o tecido gorduroso dos inse-
tos, o fígado humano remove rapidamente o átomo de enxofre  
muito perigoso a humanos, tendo sido registrados casos de 
envenenamentos por simples contato dérmico. 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
Não é específico: dizima insetos, pássaros, outros animais. 
Evidências de pesquisas com cobaias animais: prováveis 
atividades carcinogênicas a humanos e efeitos tóxicos a fetos. 
Porém, não induz defeitos congênitos. 
Intoxicação: ingestão, via respiratória e ocular, absorção cutânea. 
Apesar disso, o paration é um inseticida organofosforado ainda 
muito usado 
25 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
 
Derivados do ácido carbâmico 
H2NCOOH. 
Têm amplo espectro de ação e 
são menos tóxicos a animais 
superiores que organofosforados. 
São mais biodegradáveis que os organoclorados. Atuam acilan-
do resíduos de serina na acetilcolinesterase: o grupo R2NCO
- é 
transferido a grupos hidroxílicos da serina e a enzima se hidro-
liza lenta e espontaneamente. 
Carbamatos 
26 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
Responsáveis por várias intoxicações por ingestões acidentais 
ou intencionais. 
Crianças em tenra idade são muito susceptíveis, pois os carba-
matos agem sobre o sistema nervoso durante o desenvolvimento 
podendo causar danos permanentes como retardamento motor e 
mental, ou hiperatividade. 
Estudos indicam riscos de incidência de tumores em pessoas 
submetidas a exposições crônicas. 
27 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
Conhecido comercialmente como Baygon. 
Usado em gramados, silvicultura e no combate de pragas do-
miciliares como pulgas, mosquitos, formigas. 
É também usado como molusquicida. 
1. Propoxur: DL50 > 95 - 104 mg/kg 
28 
Silvicultura = cultura de árvores florestais 
Apresenta propriedades carcinogênicas a humanos e causa 
distúrbios no SNC, pois inativa a acetilcolinesterase. 
Porém: 
EPA (Environmental Protection Agency) 
não o classifica como carcinogênico 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
Exposição a menores concentrações pode causar náusea, lacri-
mejamento, vômito, diarreia, respiração ofegante e transpiração. 
Sintomas mais severos: contrações musculares, intensa saliva-
ção, parada respiratória e óbito. 
2. Carbofurano DL50 = 8-14 mg/kg 
• Largo espectro de ação. Usado como inseticida, acaricida e 
nematicida. Penetra nas plantas através das raízes atingindo as 
folhas, as quais ingeridas por insetos causam a morte. 
• Muito solúvel e tem pouca afinidade por solventes apolares. 
 
 
29 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
• Distribui-se facilmente no meio aquático e não se armazena em 
tecidos gordurosos de animais, apesar de ser muito tóxico a 
peixes e aves. 
• Relativamente instável, decompõe-se em poucos dias ou meses 
(3 a 60 dias) e se degrada por ação da radiação solar. Não é 
muito retido pela matéria orgânica do solo, sendo facilmente 
lixiviado para águas subterrâneas, poluindo-as. 
• Degrada-se quimicamente por hidrólise ou por processos mi-
crobiológicos. Não se volatiliza na água, nãoé adsorvido por 
partículas suspensas e sedimentos e nem se bioacumula. 
30 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
Efeitos: tóxico em altos níveis de exposição. Os sintomas se ma-
nifestam por complicações nervosas e respiratórias, sendo con-
siderado carcinogênico. Indivíduos expostos a menores concen-
trações podem ter náusea, vômito, cãibra, diarreia, dor estoma-
cal, salivação intensa, problema respiratório, hipertensão, incon-
tinência urinária. 
 
31 
Toxicidade: muito tóxico por inalação e ingestão e tóxico mode-
rado por absorção dérmica. Causa queimaduras em contato com 
a pele e olhos. Não se acumula nos tecidos mamários. 
É metabolizado no fígado e excretado pelo trato urinário. 
Exposição excessiva pode resultar em óbito. 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
• Agem sobre o SNC e periférico dos insetos, causando 
paralisia nervosa e, consequentemente a morte. 
Compostos sintéticos com estruturas semelhantes ao piretro, 
substância presente na flor do crisântemo, Chrysanthemum 
(Pyrethrum) e um dos mais antigos inseticidas naturais. 
Piretróides 
32 
• Estáveis ao calor e à luz, pouco voláteis e de eficaz 
ação sobre os insetos. 
• Possuem baixa toxicidade aguda em mamíferos, não persistem 
no meio ambiente e nem acumulam-se em tecidos adiposos, 
apesar de serem pouco polares. 
• Não se biomagnificam na cadeia alimentar. 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
Usos dos Piretróides: agricultura, produtos domissanitários e 
combate de insetos vetores de doenças como a dengue. 
Podem estar presentes em alimentos, solo e água pondo em ris-
co o homem, aves, mamíferos, peixes, abelhas, lagostas, cama-
rões, entre outros. 
Absorção: via oral, respiratória e dérmica. Causam irritação das 
vias aéreas por inalação. São rapidamente metabolizados por 
mamíferos e não se acumulam nos tecidos, sendo prontamente 
eliminados pelo sistema urinário. 
São lipofílicos e muito absorvidos através das brânquias dos 
peixes. 
 
 
33 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
Agem no sistema nervoso dos vertebrados, retardando o fechamen-
to do canal de sódio da membrana neural. 
A “corrente residual de sódio” gerada causa progressiva hiperexci-
tação do sistema nervoso, resultando em danos prolongados ou 
permanentes dos nervos periféricos. 
Sintomas: alterações no fígado, rins, pulmões, epiderme (formiga-
mento, prurido, eritema, ardor nas áreas expostas), irritação ocular 
e do trato respiratório, náusea, vômito, dor abdominal e de cabeça, 
sintomas neurológicos, vertigem, anorexia, alterações da consciên-
cia, edema pulmonar, irritação gastrintestinal, salivação, visão 
turva, edema de glote, palpitação, arritmia, hipotensão, taquicardia, 
broncoespasmo, fasciculações musculares, convulsões e coma. 
34 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
1. Permetrina 
Usada no controle de insetos em lavouras. 
Extremamente tóxica a abelhas e muito tóxica a peixes, mas bai-
xa toxicidade à mamíferos. Usada no tratamento da pediculose e 
escabiose dizimando o parasita, pois age sobre a membrana da 
célula nervosa. 
Efeitos Colaterais: queimação, sensação passageira de agulha-
das. Contraindicado à grávidas, lactantes e pessoas sensíveis. 
Degradação no solo: vida média < 4 semanas. Usado moderada-
mente não apresenta efeitos significativamente danosos à fauna 
e à microflora. 
A legislação brasileira não autoriza sua aplicação na cultura de 
alfaces 
35 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
2. Cipermetrina 
Possui um grupo -ciano potencialmente 
tóxico que bloqueia a condução nervosa. 
36 
Atua como inseticida e acaricida e tem largo espectro de ação. 
Age por contato e ingestão em vários alvos biológicos: bicudo, 
lagarta-da-maçã, bicho-furão, entre outros, que atacam diversas 
culturas (algodão, café, arroz, batata, feijão, milho, etc.). 
Não se degrada por ação da luz solar e apresenta baixa toxicida-
de a animais de sangue quente. 
Muito tóxico a peixes e outras espécies aquáticas. 
ciano 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
Absorção: trato gastrointestinal e respiratório, mas é pouco e 
lentamente absorvido pela pele apesar de depositar-se e perma-
necer superficialmente na epiderme. É mais tóxico quando admi-
nistrado por via oral. Por ser lipofílico, os produtos do metabo-
lismo distribuem-se preferencialmente no tecido adiposo. 
Em mamíferos, a maior parte absorvida é rapidamente metabo-
lizada no fígado, originando metabólitos inativos que são excre-
tados na urina ou nas fezes. 
Estudos em cobaias animais sugerem a possibilidade de efeitos 
carcinogênicos em seres humanos. 
37 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 38 
 
 
HERBICIDAS 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
Ligam-se ao solo, sobretudo às partículas minerais de argilas. 
Classificação 
 Conforme a Estrutura Química: agrupados conforme o grupo 
químico. Há pelo menos 12 diferentes grupos. 
 Conforme a Ação Geral: 
• Seletivos: agem como um hormônio controlando uma mu-
dança química; 
• Não Seletivos: atacam toda vegetação e podem interferir na 
fotossíntese. 
São também classificados quanto à forma e o tempo de aplicação 
e quanto ao mecanismo de ação. 
 
HERBICIDAS 
39 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
1. Ácido Diclorofenoxiacético (2,4-D) e Ácido 
Triclorofenoxiacético (2,4,5-T) 
Herbicidas seletivos mais usados. Combatem ervas daninhas 
em culturas de cereais, árvores frutíferas, cana-de-açúcar e con-
trole florestal. O 2,4,5-T e 2,4-D têm o mesmo comportamento. 
Possuem estrutura similar ao hormônio auxina simulando sua 
ação e alterando o processo natural. 
40 
Auxina: hormônio natural responsável pelo crescimento vegetal. 
O crescimento exagerado e deformado dizima ervas daninhas: as 
células incham e os tecidos tornam-se muito finos para o trans-
porte químico através das raízes, dificultando a absorção de 
água e nutrientes. 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 41 
Persistência no solo: pode ser baixa ou moderada. 
Absorção: contato dérmico, ingestão e inalação. Na exposição 
podem causar neurite periférica retardada e diabetes transitória. 
Em doses altas causam lesões degenerativas hepáticas e renais. 
Manifestações: anorexia, irritação da pele, enjoo, vômito, cansa-
ço, fraqueza, irritação do trato gastrointestinal, dor abdominal e 
torácica, contração muscular, confusão mental, convulsão, coma. 
(2,4,5-T): induz a atividade da oxidase de função mista do fígado. 
Moderadamente tóxico, mas na síntese são obtidos traços de 
dioxinas (impurezas), organoclorados muito tóxicos. 
 
 
A ANVISA classifica-os como um herbicidas hormonais de 
toxicidade II (moderadamente tóxicos). 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 42 
Dioxinas: Persistem no solo e água. Em grandes 
teores matam pequenos animais. Em humanos 
bloqueiam as glândulas sebáceas surgindo uma 
acne persistente e repugnante. O TCCD (2,3,7,8-
tetraclorodibenzo-p-dioxina, é extremamente tóxico, 
carcinogênico e teratogênico.Agente Laranja: composto obtido pela mistura de 
2,4-D e 2,4,5-T (principal constituinte) e muito 
usado pelos americanos (Guerra do Vietnã, 1961-
71) no Vietnã, Laos e Camboja como desfolhante 
para expor o “inimigo” e destruir as colheitas. 
 
 
*Porquinho-da-India 
* 
(sapo-boi) 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 43 
Intencionalmente ou por negligência os EUA produziram o 
agente laranja com alto teor de TCCD e o pulverizaram sobre 
matas e aldeias vietnamitas. Grande parte do habitat natural foi 
destruído (manguezais e florestas). 
 Sequelas: enfermidades irreversíveis acometeram milhões de 
pessoas: malformações congênitas, aborto, câncer de vários 
tipos, síndromes neurológicas com danos cerebrais irreversíveis, 
mudanças genéticas na prole de pessoas expostas, inclusive os 
descendentes (netos). 
O Governo brasileiro usou o agente laranja para desfolhar 
grande área da Floresta Amazônica na construção da Usina 
Hidrelétrica de Tucuruí 
 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 44 
Consequências 
do agente la-
ranja lançado 
sobre o Vietnã 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
2. Atrazina: herbicida sistêmico e seletivo. Usado 
no controle pré- e pós-emergente de ervas de 
folhas largas (culturas do milho, cana-de-açúcar) 
45 
Polar, fracamente básico e de solubilidade moderada em água e 
praticamente independente do pH, apesar de ser mais solúvel 
em pH inferiores a 2,0. 
 
 
Ação: inibe a fotossíntese através do bloqueio do transporte ele-
trônico. O vegetal morre por inanição e por processos oxidativos 
causados pelo bloqueio do transporte eletrônico. Nos vegetais 
tolerantes, é metabolizada gerando formas atóxicas, mas as 
plantas mais sensíveis à ação sofrem clorose resultando na ne-
crose dos tecidos. 
 
 Não visto 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
Degrada-se no solo por ação de microorganismos, onde pode 
permanecer dias a meses. A biodegradação pode se dá por hi-
drólise da ligação C-Cl e desalquilação dos grupos amínicos. 
46 
Flui pelo solo. A mobilidade contribui para a presença 
na água (não é removida por tratamento convencional). 
A atrazina e derivados são relativamente persistentes e contami-
nam o solo e a água. Apesar de serem mundialmente usados, a 
União Europeia baniu-os devido aos registros ecotoxicológicos 
de contaminação da água, causando efeitos endócrinos e hor-
monais (alteração do ciclo menstrual e redução do nível de 
espermas), além de indícios de possíveis efeitos carcinogênicos 
e teratogênicos. 
 Não visto 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
 
CONSEQUÊNCIAS DO 
USO DE PESTICIDAS 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
Crescimento Demográfico Produção de Alimentos 
2/3 da população mundial subnutrida 
↑ de fertilidade 
(adubo, manejo 
do solo, irrigação) 
Agrotóxicos 
(combate a pragas 
 
Eng. genética ou 
técnicas de 
aclimatação 
 
Necessário > Produção de alimentos/área cultivada 
48 
NECESSIDADE DO USO DE PESTICIDAS 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
1. Uso Excessivo 
 
 
 
 
 
CONSEQUÊNCIAS DO USO DE PESTICIDAS 
Elevado no de aplicações/m2 de área cultivada 
Alta concentração numa determinada área 
 ♦ Consumo Brasileiro: >> 80.000 ton/ano 
 ♦ Pulverizações/Ciclo de Cultura (tomate, repolho): 
• Normal: 6 a 8 aplicações 
• Ceará (em 1995): ~ 20 aplicações 
 
49 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
2. Estabilidade 
 
 
 
Resistentes  Reproduzindo  Resistentes 
Mecanismos fisiológicos, morfologia, não penetração na 
cutícula, retenção nas patas de insetos 
Velocidade de Concentração > Velocidade de Decomposição 
Organoclorados: acentuada persistência (estabilidade química) 
 
3. Desenvolvimento de Resistência 
 
50 
 
Persistência no MA (meio ambiente) 
 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 51 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
Na Itália 20 anos após o 
uso do DDT: cerca 100 
espécies de insetos e ~ 
200 pragas resistentes 
Ano No (~) Pesticidas No (~) Espécies Resistentes 
 1940 20 7 
1980 Inúmeros 400 
52 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 53 
Lagarta que ataca algodão 
Lagarta que ataca o tabaco 
> 33.333 
13 
127 
215,7 
181,9 4,5 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
4. Efeitos Sobre a Saúde 
 ◊ Organoclorados: indícios de carcinogeneidade 
 ◊ Organofosforados: são venenosos e agem sobre o sistema 
nervoso. 
 ◊ Herbicida 2,4-D: casos de linfoma 
 
Local 
 
No Suicídios/100.000 habitantes 
Venâncio Aires 37 (10 x > que a média brasileira) 
Hungria 36 
Dinamarca 22 
Japão 16 
USA 12 
54 
Organofosforados??? 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
alface 
pessêgo 
trigo 
soja 
55 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
. 
56 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
Alta Pvapor (aplicação por via aérea)  10-70% perdidos para o ar 
  
 Contaminação 
 (áreas vizinhas ou distantes) 
5. Transporte Através da Atmosfera 
 
6. Contaminação da Água: análise (peixes, algas) indicam o grau 
de poluição: bioacumulação e bioconcentração na cadeia alimentar 
7. Contaminação de Alimentos: análises indicam teores acima 
dos valores tolerados e presença de produtos proibidos (aplica-
ção recente ou antiga (persistência), transporte). 
57 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
. 
58 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 59 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 60 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 61 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
8. Mobilidade No Solo 
 Comportamento no solo: função de: 
• Estrutura química 
• Tipo de solo e cultura 
• Presença de microorganismos 
9. Trajetória no Meio Ambiente 
 São “perdidos” por: 
• Volatilização 
• Transporte pela água, ventos... 
• Reações químicas 
• Atividades microbiológicas 
62 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 63 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 
. 
(pretendido) 
(sedimentação) 
64 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 65 
Pelo 6º ano seguido (2008-2013) 
campeão mundial no consumo de 
agrotóxicos!! Cerca de 20% de 
todos os inseticidas,fungicidas, 
herbicidas, nematicidas, 
acaricidas, formicidas e outros 
defensivos agrícolas produzidos 
no planeta são aplicados em 
nosso país. 
FINAL 
 Universidade Estadual do Ceará – Química Ambiental – Profa. Dra. Nadja Vasconcelos 66 
Final do 
Curso

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes