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Amanda Abreu Ricardo 
 
Alterações no Novo Código de Processo Civil 
 
No Novo Código de Processo Civil, que vem com 200 artigos a menos 
do que o código atual, a proposta não só cria instrumentos que contribuirão 
para reduzir o tempo do trâmite das ações na Justiça, como também extingue 
diversas modalidades que passariam alguns a mudar de nome, outros 
simplesmente deixariam de existir. Veremos no decorrer deste trabalho, as 
principais alterações trazidas e os benefícios de cada uma em relação ao 
nosso atual processo em vigor. E de que forma tais mudanças trariam 
melhorias significativas para nosso ordenamento jurídico atual. Assim como 
alguns defendem a continuidade de determinados institutos, e outros a 
exclusão ou modificação de alguns. 
� Ações Iguais: o projeto cria o instituto de resolução de demandas 
repetitivas, que vai permitir a aplicação de uma só decisão a várias 
ações com o mesmo pedido. É o caso de ações sobre planos 
econômicos e contra empresas de telefonia, água, luz. Hoje, cada 
pedido igual recebe uma decisão autônoma, e as sentenças podem ser 
diferentes entre si. Com o novo CPC permite que o Tribunal de Justiça 
ou o Tribunal Regional Federal seja chamado a resolver controvérsia e a 
decisão superior será aplicada a todos os pedidos iguais e a novos 
pedidos semelhantes. 
� Ação Coletiva: Os pedidos que tenham alcance coletivo ou que digam 
respeito a um conflito de interesse de um grupo poderão ser convertidos 
em ação coletiva. A ferramenta poderá ser usada para tratar as ações 
contra poluição, barulho, obras, danos ambientais, sociedades 
empresarias e outros pedidos que afetem a vida de uma comunidade. 
� Jurisprudência: Além de obrigar os Tribunais a uniformizar a 
jurisprudência e mantê-la atualizada, o novo CPC determina que o juiz 
poderá considerar improcedentes, antes mesmo do início da ação, os 
pedidos que contrariem decisões já pacificadas nos tribunais superiores, 
os entendimentos sobre incidentes de demandas repetitivas e outras 
jurisprudências. 
� Incentivo à Conciliação: A audiência de conciliação será o passo inicial 
de todos os processos. Para isso, os tribunais deverão contratar 
mediadores e conciliadores para atuar na resolução consensual dos 
conflitos. 
� Fundamentação de decisões judiciais: O novo Código obriga o juiz a 
fundamentar todas as suas decisões e inclui os requisitos para que a 
decisão seja considerada fundamentada. Assim impedindo, por 
exemplo, que o juiz se limite a parafrasear uma lei. 
� Acordo de Procedimentos: Cria o acordo de procedimento e o calendário 
processual, em que as partes colaboram e definem, junto com o juiz, 
prazos e ações do processo, como perícia. Esse acordo será possível 
quando as partes estiverem em condição de equilibro. 
� Penhora de contas e investimentos: O projeto cria regras para a penhora 
de contas bancárias e investimentos, criando mecanismos para evitar ou 
desfazer rapidamente as penhoras múltiplas. A penhora do faturamento 
é limitada em 30% e deverá ser a última alternativa. 
� Honorários de advogados: Cria uma tabela para o pagamento de 
honorários aos advogados privados nas causas contra a Fazenda 
Publica que varia entre 1% e 20% do valor da causa, inversamente 
proporcional ao total. 
� Prisão por dívida de pensão alimentícia: O texto altera a regra da prisão 
civil do devedor de pensão alimentícia. Ele será preso inicialmente em 
regime semiaberto (em que poderá sair para trabalhas durante o dia e 
será recolhido à noite) e, apenas se continuar inadimplente, ficará preso 
em regime fechado. 
� SPC para devedor judicial: No novo Código é permitido a inclusão em 
cadastro de inadimplentes, como SPC e Serasa, da pessoa que seja 
condenada judicialmente a pagar uma dívida e não cumpra a sentença. 
A sentença não paga poderá ser protestada em cartório, como uma 
dívida. 
� Ordem cronológica de julgamento: Estabelece, como regra geral, que as 
ações serão julgadas na ordem em que chegarem ao gabinete dos 
juízes. No caso dos processos com preferencia legal, terão prioridade os 
mais antigos. 
� Processo eletrônico: Cria conceitos e normas gerais para a realização 
de atos processuais feitos por meio eletrônico, permitindo inclusive que 
advogados sejam intimados por correio eletrônico. Também admite o 
julgamento eletrônico dos recursos e das causas de competência 
originária dos tribunais e que não admitam sustentação oral. 
� Ações de Família: Foi criado um procedimento especial para as ações 
de família que prestigia a conciliação entre as partes. Pelo texto, todos 
os esforços serão voltados para a solução consensual da disputa e o 
juiz deverá recorrer ao auxílio de mediadores e conciliadores de outras 
áreas do conhecimento. 
� Recursos protelatórios: A parte que apresentas embargos de 
declaração, usando para esclarecer omissão ou obscuridade da 
sentença, com o único objetivo de adiar uma decisão judicial poderá ser 
condenada a pagar multa de até 2% do valor da ação. Se houver 
reiteração de embargos protelatórios, a multa será elevada para 10% do 
valor da causa. 
� Agravo Retido: O novo Código acaba com essa modalidade de recurso 
sobre as decisões interlocutórias. Esses recursos terão de ser 
apresentados como preliminares na apelação, de uma só vez. A 
intenção é evitar a apresentação de recursos protelatórios e concentrar 
as reclamações processuais em um só momento. 
� Acordão não unânime: O projeto do Senado extinguiu o embargo 
infringente, utilizando para recorrer de acórdão não unanime que mudou, 
em grau de apelação, a sentença de mérito. O texto da Câmara, no 
entanto criou uma nova técnica de julgamento para esse caso. O 
julgamento terá prosseguimento com a presença de outros julgadores, 
em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do 
resultado inicial. 
� Intervenção de terceiros: O referido instituto ocorre quando uma vez 
instaurado um processo entre duas ou mais pessoas, o terceiro que tiver 
interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma delas, poderá 
intervir no processo para assisti-la. Com isso toda a sistemática da 
intervenção de terceiros no Anteprojeto do CPC tem, como principais 
alterações modificações. Assim sendo, a partir de agora restringe-se a 
três institutos: desaparecem, em princípio, a oposição, a denunciação da 
lide e a nomeação à autoria; acrescenta-se o amicus curiae. O 
referido Amicus curiae, no entanto, nada tem a ver com intervenção de 
terceiros, uma vez que se coloca como alguém (pessoa física, órgão ou 
entidade especializada) que é chamado a manifestar-se, sem ter 
interesse na solução da contenda e no conflito que nela se coloca. É um 
conselheiro, digamos assim. Seria algo como um testemunho qualificado 
pela especialidade, sem se sujeitar, evidentemente, aos efeitos da 
decisão. O que hoje é denominado denunciação também não 
desaparece, mudando só de nome, dado que vem inserido na seção 
do chamamento, tratado como “chamamento em garantia” (art. 330) e 
com disciplina bastante precária, sem sequer resolver as questões 
controvertidas que, atualmente, em torno do instituto, se colocam. Da 
mesma forma, sem se caracterizar com instituto próprio e sem ter uma 
disciplina que bem o demarque, não é diferente, em termos de 
conteúdo, o que está no art. 339 da nomeação à autoria de agora, dado 
que se permite, em alegando o réu ser parte ilegítima, que o autor 
emende a inicial para corrigir o vício. 
� A tutela antecipada muda de nome e passa a se chamar, tutela de 
evidência. Tem por objetivo antecipar o pedido de mérito antes do 
julgamento final. Já a liminar passa a se chamar tutela de urgëncia. 
Agora com o novo CPC o que se denota é a inserção das tutelas de 
urgência na Parte Geral, não havendo, portanto, mais a previsão da 
tutela antecipada dentro do Livro I referente ao Processo de 
Conhecimento, como tambémnão mais existindo um Livro próprio para 
tratar do Processo Cautelar. Com isso, verifica-se o acréscimo que se 
encontra no artigo 278 do Anteprojeto que determina: "O juiz poderá 
determinar as medidas que considerar adequadas quando houver 
fundado receio de que uma parte, antes do julgamento da lide, cause ao 
direito da outra lesão grave e de difícil reparação" com a redação deste 
artigo estará prezando-se com uma maior relevância às tutelas 
preventivas. Em virtude disso, o novo CPC, caso aprovado como consta 
no Anteprojeto, comportará a concessão das medidas de urgência de 
caráter satisfativo. Visto que ao contrário do nosso atual diploma 
processual, a mera existência do fumus boni iuris e do periculum in mora 
autorizará o juiz a deferir essas medidas que hoje necessitam de 
requisitos mais densos como a verossimilhança, a prova inequívoca e o 
risco de dano irreparável ou de difícil reparação. Caso concedida a tutela 
de urgência ou da evidência, o recurso para combatê-la será o agravo 
de instrumento, conforme determina o parágrafo único do art. 279 do 
Anteprojeto do novo CPC. 
Alterações que implicam diretamente ao Direito Administrativo 
 
 De acordo com a sistemática hoje em vigor, nas causas em que for 
vencida a Fazenda Pública, os honorários sucumbenciais são fixados somente 
com base na apreciação equitativa realizada pelo juiz, observado o grau de 
zelo profissional; o lugar da prestação dos serviços; bem como a natureza e 
importância da causa; o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido 
para o seu serviço (§§3º e 4º, alíneas “a”, “b” e “c”, art. 20, CPC/73). Em outras 
palavras, não se aplicam os percentuais de 10% a 20% fixados com base no 
valor da causa, como ocorre com os particulares. 
Por seu turno, o Novo CPC estabelece que os honorários sucumbenciais 
contra a Fazenda Pública irão variar de 1% a 20% e serão fixados com base no 
valor da condenação, bem como nos critérios de apreciação equitativa já 
adotados (art. 85, §§3º e 4º, Lei n.º 13.105/2015). 
Outra novidade em relação aos honorários de sucumbência é a 
percepção destes, nos termos da lei, pelos advogados públicos (art. 85, §19). 
O problema deste dispositivo é que não se faz distinção entre procuradores 
concursados ou comissionados, tampouco se fixa critérios de remuneração. 
 O Novo CPC estabelece, ainda, que a Administração Pública direta e 
suas respectivas autarquias e fundações de direito público (art. 183), o 
Ministério Público (art. 180) e a Defensoria Pública (art. 186) terão prazo em 
dobro para todas as suas manifestações processuais. Tal significa o fim do 
prazo em quádruplo para contestar, garantido pelo atual Código às partes 
acima aludidas. 
 O projeto manteve o duplo grau de jurisdição obrigatório como condição 
de validade da sentença, porém dispensou a remessa necessária quando o 
julgamento estiver fundado em “entendimento coincidente com orientação 
vinculante firmada no âmbito administrativo do próprio ente público, 
consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa” (art. 496, §4º, 
IV, Lei n.º 13.105/2015). Também, não haverá remessa necessária nas ações 
de valor inferior a 1 mil salários mínimos, em se tratando da União e suas 
autarquias e fundações; nas ações de valor inferior a 500 salários mínimos, em 
se tratando de estados, Distrito Federal suas entidades autárquicas e dos 
municípios que sejam capital do estado; e, nas ações de valor inferior a 100 
salários mínimos, em se tratando dos demais municípios e de suas autarquias 
e fundações de direito público (art. 496, §3º, Lei n.º 13.105/2015). 
Após o período de vacacio legis, que é de um ano, o novo diploma será 
automaticamente aplicado, inclusive aos processos já em curso, com a 
inserção das alterações acima indicadas.

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