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1 Radioproteção Básica Fundamentos da Física Atômica e Nuclear 2 MODELOS ATÔMICOS Modelo de Rutherford-Bohr (1913) (a base da Física Nuclear) Modelo Atual 3 Do ponto de vista da Física clássica (teoria eletromagnética clássica), qual a falha do modelo de Rutherford ? Rutherford - 1911 4 A experiência consiste em contar o número de partículas Alfa que são desviadas através de vários ângulos de espalhamento Arranjo experimental usado no Laboratório de Rutherford - 1911 5 A experiência de Rutherford leva à proposição de um modelo do tipo planetário - Forças Elétricas Pela análise dos dados experimentais, Rutherford concluiu: 1) No átomo há grandes espaços vazios (a maior parte das partículas α atravessou a placa) – Entre os elétrons e o núcleo havia um imenso espaço vazio ! 2) No centro do átomo existe um núcleo pequeno e denso (algumas partículas α colidiam com esse núcleo e voltavam, sem atravessar a placa) 3) O núcleo do átomo tem carga positiva (as partículas α, positivas, que passavam perto do núcleo eram repelidas, sofrendo desvio em sua trajetória) 6 Modelo Atual - Noções Básicas- 7 Modelo Atômico Moderno Os elétrons estão em constante movimento em torno do núcleo; os prótons (Z) e os nêutrons (n) vibram dentro do núcleo e os quarks vibram dentro dos prótons e nêutrons Os quarks são partículas elementares que se combinam para formar os prótons e nêutrons 8 Modelo Atômico Moderno O átomo de Bohr comparado com o descrito pela mecânica quântica – probabilidade associada de encontrar o elétron. Orbitais são representados por nuvens de probabilidade envolvendo o núcleo 9 Não existe correlação entre orbitais e trajetória geométricas 10 Orbital e energia dos elétrons Os elétrons de um átomo se distribuem em orbitais quânticos. Cada orbital representa uma distribuição de probabilidades 11 200 2ψ “Spherical Shells” n = 2 s-orbital l = 0 12 Complete Wave Function ψn,l,m l = 1m = ±1 l = 0n = 1 n = 2 n = 3 l = 0,1 l = 0,1,2 13 14 E s t r u t u r a N u c l e a r 15 O Núcleo Na década de 1960 descobriu-se que os prótons e os nêutrons são compostos de partículas ainda menores chamadas “quarks” 2/3e + 2/3e –1/3e = e 2/3e - 1/3e –1/3e = 0 Têm cargas fracionárias e só existem em grupos e dentro do núcleo 16 Elétrons e quarks são as partículas fundamentais do átomo 17 O tamanho do átomo 18 E as dimensões dos Nucleons? 19 O tamanho do átomo -99,9999% do volume de um átomo é apenas espaço vazio -o núcleo é 104-105 vezes menor que o átomo - A matéria é, na maior parte, constituída de espaços vazios !!! 20 AR 3 4R 3 4 V 3o 3 ππ == Raio Nuclear Experiências de espalhamento de elétrons (≈ 200 MeV) mostram que o núcleo (supostamente esférico) tem um raio médio característico R, dado por: R = Ro.A1/3→relação empírica Onde A é o número de núcleons (Z+N = massa) e Ro ≈ 1,2 fm (1 fm = 1 fermi = 10-15 m). R ≈ 2×10-15 m – R ≈ 7×10-15 m 63Cu : R = (1,2fm)(63)1/3 = 4,3 fm Vemos que o volume de um núcleo, que é proporcional a R3, é diretamente proporcional ao número de massa (A - núcleons). 21 ( )NZR mNmZ R mNmZ V m npnp +π ⋅+⋅= π ⋅+⋅==ρ 3 0 3 3 4 3 4 3171032 mkg. ⋅=ρ 33102 mkgOH =ρ Densidade Nuclear 197Au Z = 79 = np e N = 118 = nn Densidade de ocupação de 1,6x1038 nucleons/cm3 22 Estabilidade Nuclear Como o núcleo se mantém unido ? Devido à força elétrica repulsiva, os prótons deveriam se afastar uns dos outros. Os nêutrons não possuem carga elétrica, logo não interagem por meio da força elétrica. Então, como é que todas essas partículas se mantêm unidas, formando o núcleo ? Força elétrica de repulsão entre dois prótons no núcleo: N d ee o 230 )10( )106,1(109 4 ))((F 215 2199 2pp =××== − − πε 23 Força elétrica entre um próton e um elétron separados por uma distância de 10-10 metros – ordem de grandeza para distâncias atômicas. N10x3,2 )10( )106,1(109 4 ))((F 8 210 2199 2pe − − − =××== d ee oπε Fpp 100 milhões de vezes maior que Fpe 24 Força Nuclear – está associada a interação forte Força eletrostatica repulsiva Os prótons se atraem uns aos outros por intermédio da força nuclear (Forte), e ao mesmo tempo se repelem uns aos outros pela força Coulombiana. ⇒ Origina-se da força que liga os quarks entre si para formar prótons e nêutrons ⇒ Força de curto alcance – 3 fm ⇒ São 10× mais intensas que as forças coulombiana ⇒ São atrativas e atuam indistintamente entre n-n, n-p e p-p ⇒ Independe da carga ⇒ dependente da distância (não se sabe a fórmula exata) ⇒ depende da posição dos núcleons ⇒ dependente do spin 25 26 27 Importância da Relação Nêutron / Próton e a Estabilidade Nuclear Admite-se que a estabilidade do núcleo de um átomo esteja ligada à relação entre o número de nêutrons (N) e o número de prótons (P) Relação : N / P ⇔ Estabilidade Nuclear 4He4 até 40Ca20 ⇔ N / P = 1 A medida, porém, que o número de prótons do núcleo atômico aumenta, o valor da relação N/P vai se tornando cada vez menor 200Hg80 ⇔ N / P = 1,5 Quando, entretanto, há mais que 83 prótons num núcleo, nenhum número de nêutrons é capaz de torná-lo estável. 28 29 Line of Stability N = Z Proton Number Z N e u t r o n N u m b e r N 10050 100 50 Last stable element Z = 83 (Bi) O bismuto (Z=83) é o Último elemento da Tabela periódica que Possui isótopo estável 209Bi. Existem cerca de 400 núcleos estáveis São conhecidos mais de 40 isótopos naturais radioativos, de número atômico superior a 82. O número de isótopos Radioativos artificiais Conhecidos ultrapassa 800. 30 Curva da Estabilidade Nuclear vs Razão N/Z Os que estão dentro da faixa são estáveis. Os que estão fora da faixa são radioativos; eles vão emitir uma ou mais radiações procurando cair na faixa de estabilidade M u i t o s p r o t o n s p a r a s e r e s t a v e l M u i t o s n e u t r o n s p a r a s e r e s t a v e l Linha da Estabilidade 31 β - β + α 32 Decaimento do Nêutron No decaimento do n, um de seus quarks d se transforma num quark u. A combinação resutante nada mais é do que um próton. Durante esse processo, para garantir a conservação da carga elétrica, é emitido um elétron (juntamente com um antineutrino) 1n0 ⇒ 1p+ + 0e- + ν t1/2 = 12 min 33 Decaimento β + + + + + + + + + Constitui um processo comum em núcleos de massa pequena ou intermediária - antineutrino + neutrino Núcleo com excesso de nêutrons Núcleo com excesso de prótons 1n0 ⇒ 1p+ + 0e- + ν 1p+ ⇒ 1n0 + 0e+ + ν 0e+ = β+ e 0e- = β- ν= partícula sem carga, de massa muito pequena em relação ao elétron – difícil detecção 34 Emissão β- Excesso de nêutrons ↔ Falta de prótons ZXA ⇒ Z+1YA + β- + ν (antineutrino) 3 3 0 1 2 -1H He + e 3 3 0 1 2 -1H He + e β- 0.018 H31 Tritio He32 1n0 ⇒ 1p+ + 0e- + ν Energia repartida entre o e- e ν β divide com o antineutrino, a energia liberada pelo núcleo no processo de decaimento 35 Emissão β+ Excesso de prótons ↔ Falta de nêutrons ZXA ⇒ Z-1YA + β+ + ν (neutrino) Exemplo: F O + β+189 188 F189 18 8O 1.8 hrs β+ Número atômico energia Z: -1 A: não altera β+ e- γ 511keV γ 511keV e- 180 o 1p+ ⇒ 1n0 + 0e+ + ν 36 Importância da Relação Nêutron / Próton e a EstabilidadeNuclear Quando um núcleo tem prótons demais é instável, devido a repulsão elétrica entre os prótons. Quando um núcleo tem nêutrons demais, ele também é instável, porque os nêutrons aglomeram os prótons. Existe uma relação ótima entre o número de nêutrons e o número de prótons, para que um dado núcleo seja estável. 37 Unidades usadas em Física Nuclear 38 Unidade de energia usada em Física das Radiações A unidade padrão do Sistema Internacional (SI) para energia é o joule, mas, por ser uma unidade macroscópica, não é adequada para uso em fenômenos atômicos. No domínio atômico é utilizado o elétron-Volt (eV). Um eV é a energia cinética adquirida por um elétron ao ser acelerado por uma diferença de potencial elétrica de 1 Volt 1 eV = 1,6 x 10-19 J 39 Unidade de massa atômica É a unidade para medir a massa de um átomo ou de uma molécula. Definição Seu valor é 1/12 do átomo do carbono- 12 ou 1,66 x 10-27 kg. 1 uma = 1.6604·10-27 Kg E = m.c2 E = 1,6604x10-27(3x108)2 J ≅ 1,5x10-11 J lembrando que : 1 eV = 1,6x10-19 J ---- 1 J ≅ 6,25x1012 MeV E = 931,5 MeV 1 u.m.a = 931,5 MeV/c2 ou c2 = 931,5 MeV/u.m.a A massa dos elementos químicos, quando medida em kg, fica numericamente pequena, sendo necessária a notação exponencial Massa e energia são entidades físicas equivalentes e conversíveis ! Massa é energia concentrada, compactada 40 E = m.c2 E = 1,007276 u.m.a x c2 E = 1,007276 u.m.a x 931,5 MeV / u.m.a E = 938,256 MeV Energia ou massa de repouso do próton ! Próton: 1,6726×10-27 kg = 1,007276 u.m.a 41 Particula Carga u.m.a kg Spin Massa de repouso (MeV) Próton +e 1,007276 1,6726×10-27 1/2 938,256 Nêutron 0 1,008665 1,6749×10-27 1/2 939,549 Elétron –e 5,4858×10-4 9,1094×10-31 1/2 0,511 Propriedades de um próton, um nêutron e um elétron e = 1,60 x 10-19 C E = m.c2 Massa e energia são entidades físicas equivalentes e conversíveis ! Massa é energia concentrada, compactada 42 Defeito de Massa (Massa convertendo-se em PURA ENERGIA !) Se compararmos a massa do núcleo com a soma da massa de seus prótons e nêutrons constituintes, encontraremos que a massa do núcleo é menor. 43 Defeito de Massa Nêutrons + Prótons 2 mn = 2 . 1,00866 + 2 mp = 2 . 1,00728 = 4,03188 u.m.a Força eletrostatica repulsiva Força nuclear forte Determinação experimental (massa real) mostra que a massa do núcleo do átomo de hélio é 4,001506 u.m.a (4,03188 - 4,001506) = 0,030374 u.m.a Antes Depois Se compararmos a massa do núcleo com a soma da massa de seus prótons e nêutrons constituintes, encontraremos que a massa do núcleo é menor. 44 Se compararmos a massa do núcleo com a soma da massa de seus prótons e nêutrons constituintes, encontraremos que a massa do núcleo é menor. Esse é o chamadoDefeito de Massa. ∆m = Z.(mp) + N.(mn) – mnucleo Esse “defeito” é devido a energia liberada quando os constituintes se unem para formar o núcleo. Essa é a chamada Energia de Ligação, e de acordo com a Teoria de Einstein, é dada por : ∆E = ∆m.c2 ∆m = (2·mH +2·mn) - m(4He) = 0,030374 u.m.a = 0,030374x1,66·10-27 = 5,04×10-29 kg (0,030374x1,66x10-27)(9x1016) J ≅ 4,54x10-12 J lembrando que : 1 J ≅ 6,25x1012 MeV a energia liberada é ∆E = 28 MeV Quanto maior for a energia liberada, menor será o conteúdo de energia do núcleo e, portanto, maior será sua estabilidade 45 EL: energia de ligação energia total necessária para separar o núcleo em seus prótons e nêutrons constituintes EN: energia de ligação por nucleon quociente entre energia de ligação e o número de massa A EE LN = Para o 4He nucleonMeVMeVEN 74 28 == 46 Elemento Energia de ligação por nucleon 2H 1,1 MeV 16O 8,0 MeV 56Fe 8,8 MeV 58Ni 8,7 MeV 235U 8,0 MeV Fe tem a maior energia/nucleon. B I N D I N G E N E R G Y i n M e V / n u c l e o n 92 238 U 10 Energia de Ligação Fissao F u s a o 16 Quanto maior for essa energia, mais estável será o núcleo 47 Elemento Energia de ligação por nucleon 2H 1,1 MeV 16O 8,0 MeV 56Fe 8,8 MeV 58Ni 8,7 MeV 235U 8,0 MeV Quanto maior for essa energia, mais estável será o núcleo 48 Fusão Nuclear Junção de dois ou mais núcleos atômicos leves originando um único núcleo atômico e a liberação de uma quantidade colossal de energia 49 41H1 ---> 4He2 + 2e+ + 2ν A cada segundo 657 milhões de toneladas de Hidrogênio sofrem fissão, transformando-se em 653 milhões de toneladas de Hélio 4 milhões de toneladas de massa são transformadas em energia ! 50 Somente uma vez, em 1026 colisões p-p, há formação de um dêuteron Taxa de formação de deutério no volume do Sol é 1012 kg/s ! 51 ∆m = (1·mH +1·mn) - m(2H) ∆m = (1,007825 + 1,008665 – 2,01410178) ∆m = 0,002388 u.m.a ∆E = ∆m.c2 ∆E = 0,002388 x 931,5 MeV/c2.c2 ∆E = 2,22 MeV Qual a energia produzida na produção do deutério – 2H ? 52 Fissão Nuclear O núcleo de um átomo pesado é separado em dois ou mais fragmentos. 53 1n0 + 235U92→ 236U92*→ 141Ba56 + 92Kr36 + 3 1n0 54 ⇒ Podem surgir outros produtos de fissão, como por exemplo : 55 ⇒ Podem surgir outros produtos de fissão, como por exemplo : •Xe-140 e Sr-94 são radioativos *Decaimento beta •Xenônio-140* → Cério-140 estável 140Xe54→ 140Cs55→ 140Ba56→ 140La57→ 140Ce58 β-(14s) β-(64s) β-(13d) β-(40h) •Estrôncio-94* 94Sr38→ 94Y39→ 94Zr40 (estável) β-(75s) β-(19min) 1 235 140 94 1 0 92 54 38 0n U Xe Sr 2 n+ → + + 56 1n0 + 235U92→ 141Ba56 + 92Kr36 + 3 1n0 Fazendo o balanço das massas antes e depois da fissão, pode-se determinar a energia liberada Q (∆E) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )n3KrBa nU 1092361415610235922 mmmmmcQ −−−+= Antes da fissão: massa do 235U = 235,0439 u.m.a. massa do n = 1,0087 u.m.a massa total antes = 236,0526 u.m.a Depois da fissão: massa do 141Ba = 140,9139 u.m.a. massa do 92Kr = 91,8973 u.m.a massa dos 3 n = 3,0261 u.m.a massa total depois= 235,8373 u.m.a Logo, ∆m = 0,2153 u.m.a 57 1 u.m.a = 1,66×10-27 Kg Dessa forma, a energia liberada é : Q = ∆E = ∆m.c2 (0,2153x1,66x10-27)(9x1016) J ≅ 3,2x10-11 J Lembrando-se que 1 J ≅ 6,25x1012 MeV a energia liberada é Q ≅ 200 MeV 58 Essa energia é distribuída do seguinte modo : Energia cinética dos núcleos produtos ...... 164 MeV Energia cinética dos nêutrons ..................... 6 MeV Energia da radiação γ instantânea ...................7 MeV Energia dos decaimentos radioativos ............23 MeV Energia produzida por uma única fissão. 59 Qual é a energia de ligação do isótopo 92U238 ? ∆E = {92(mH) + 146(mn) - m(238U)} x c2 ∆E = { 92.(1,007825) + 146.(1,008665) – 238,05076 } x 931,5 ∆E = 1.801,771 MeV = 2,886x10-10 J 60 Decaimento Radioativo Decaimento α Decaimento β 61 β - β + α 62 Radiações Nucleares São produzidas por processos de ajustes que ocorrem no núcleo ou nas camadas eletrônicas, ou pela interação de outras radiações ou partículas com o núcleo ou com o átomo. + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + antineutrino ++ antineutrino - neutrino -- neutrino 4He Nucleo Raio Gama 63 A instabilidade do núcleo ⇒ decaimento radioativo + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + antineutrino ++ antineutrino - neutrino -- neutrino 4He Nucleo Raio Gama emissão de partículas partículas alfa (núcleosde Helio) nêutrons partículas beta (elétrons e pósitrons) emissão de fótons de alta energia (raios gama). 64 Decaimento Radioativo Decaimento α Decaimento β 65 Decaimento α Núcleos de partículas constituídas de 2 prótons e 2 nêutrons - Núcleo de 4He 66 Quando há mais que 83 prótons num núcleo, nenhum número de nêutrons é capaz de torná-lo estável. Processo de emissão espontânea alfa ocorre em núcleos de Z elevado. 238U 67 SÉRIE RADIOATIVA PARCIAL DO 238U 68 DECAIMENTO ALFA “Quando o no. de p+ e n1 é elevado, o núcleo pode se tornar instável devido à repulsão coulombiana entre os p+, que pode superar a força nuclear atrativa” Emissão de Partícula Alfa (+2) FilhoNucleoYPaiNucleoX HeYX AZ A Z −⇒− ++→ −− Q4242 Em geral os núcleos alfa-emissores tem Z elevado 69 Processo de Decaimento α 226Ra222Rn α AntesAntes KRa=0 pRa=0 KRn>0 pRn>0 Kα>0 pα>0 MeV87,442 222 86 226 88 ++→ HeRnRa Energia da partícula α A = número de massa do núcleo pai. A 4)-Q(A Ealfa = 4,78 MeV 70 Mp = massa do núcleo pai – inicialmente em repouso; m end v = massa e velocidade da partícula alfa; MD and vD = massa e velocidade do núcleo filho. Considerando que o núcleo pai está em repouso, então: Eliminando vD Razão de massa ~ razão do número de massa. 71 Exemplo: 86Rn222. →222 218 4 86 82 2Rn Po + He ( ) 2radon poloniumQ = m - m - m cα ( )⎛ ⎞⎜ ⎟⎝ ⎠ 931MeVQ = 222.017574 u- 218.008930 u- 4.002603 u u Q = 5.587 MeV A - 4K = Q Aα 222 - 4K = Q = 5.486 MeV 222α 72 Algumas Fontes α-emissora ⎯ Z elevado ↔ emissão espontânea Fonte Ealfa (MeV) Meia-vida 238U 4.20 4.9×109 a 230Th 4.68 8 ×104 a 226Ra 4.78 1602 a 210Po 5.3 138 d 222Rn 5.49 3.8 d 218 Po 6.00 3.05 min 214 Po 7.69 1.6×10-4 s Energia da maioria das partículas α - 3 ≤ E ≤ 8 MeV - Transições com energias bem definidas – valores discretos 73 Decaimento Radioativo Decaimento α Decaimento β 74 Decaimento β Radiação beta β é o termo usado para descrever elétrons de origem nuclear, carregados positiva (β+) ou negativamente (β-) Sua emissão constitui um processo comum em núcleos de massa pequena ou intermediária, que possuem excesso de nêutrons ou prótons em relação à estrutura estável correspondente. 75 Curva da Estabilidade Nuclear vs Razão N/Z Constitui um processo comum em núcleos de massa pequena ou intermediária M u i t o s p r o t o n s p a r a s e r e s t a v e l M u i t o s n e u t r o n s p a r a s e r e s t a v e l 76 Decaimento do Nêutron No decaimento do n, um de seus quarks d se transforma num quark u. A combinação resutante nada mais é do que um próton. Durante esse processo, para garantir a conservação da carga elétrica, é emitido um elétron (juntamente com um antineutrino) 1n0 ⇒ 1p+ + 0e- + ν t1/2 = 12 min 77 Decaimento β + + + + + + + + + Constitui um processo comum em núcleos de massa pequena ou intermediária - antineutrino + neutrino Núcleo com excesso de nêutrons Núcleo com excesso de prótons 1n0 ⇒ 1p+ + 0e- + ν 1p+ ⇒ 1n0 + 0e+ + ν 0e+ = β+ e 0e- = β- ν= partícula sem carga, de massa muito pequena em relação ao elétron – difícil detecção 78 Emissão β- Excesso de nêutrons ↔ Falta de prótons ZXA ⇒ Z+1YA + β- + ν (antineutrino) 3 3 0 1 2 -1H He + e 3 3 0 1 2 -1H He + e β- 0.018 H31 Tritio He32 1n0 ⇒ 1p+ + 0e- + ν Energia repartida entre o e- e ν β divide com o antineutrino, a energia liberada pelo núcleo no processo de decaimento 79 Emissão β+ Excesso de prótons ↔ Falta de nêutrons ZXA ⇒ Z-1YA + β+ + ν (neutrino) Exemplo: F O + β+189 188 F189 18 8O 1.8 hrs β+ Número atômico energia Z: -1 A: não altera β+ e- γ 511keV γ 511keV e- 180 o 1p+ ⇒ 1n0 + 0e+ + ν 80 LEIS DO DECAIMENTO RADIOATIVO 81 A instabilidade do núcleo ⇒ decaimento radioativo + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + antineutrino ++ antineutrino - neutrino -- neutrino 4He Nucleo Raio Gama emissão de partículas partículas alfa (núcleos de Helio) nêutrons partículas beta (elétrons e pósitrons) emissão de fótons de alta energia (raios gama). 82 Decaimento Radioativo é um processo probabilístico Exemplos : Lançamento de uma moeda ou dado, taxa de decaimento de fonte radioativa, atenuação da radiação, emissão de radiação, ... 83 Lançamento de um dado n(S) S de elementos de numero n(A)A de elementos de numero P(A) = 2/1 6 3 P(impar) == 84 Um dado é lançado duas vezes, probabilidade de obter-se soma = 4 11 12 13 14 15 16 21 22 23 ... 26 31 32 ... 36 41 ... 46 51 ... 56 61 ... 66 p(x1 + x2) = 3/36 •Decaimento radioativo : n >> 1 (amostras de grandes populações) • e p << 1 (probabilidade pequena de ocorrência) 85 Não importa qual seja a natureza do decaimento, sua característica principal é ser governado por leis estatísticas Considere uma amostra de 1 mg de 238U Antes αApós Pai Filho U23892 Th 234 90 1 mol de 238U = 238 g → correspondem a 6,02.1023 átomos 10-3 g → 2,5.1018 átomos Após 1 segundo → 12 núcleos decairão Probabilidade de um núcleo decair no próximo s = 12/(2.5×1018) 4,8.10-18 ou 1 chance em 2×1017 86 Decaimento Radioativo dt dN(t) t N(t) 0t −=⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ ∆ ∆ →∆ Ni > Nf if fi if if tt NN tt NN t N − −−=− −=∆ ∆ Decaimento contínuo: 87 Constante de Desintegração (s-1) 2,5 x 1018 núcleos 12 núcleos decaem em 1 s λ= N dN/dt- 18 18 108,4105,2 12 −×=×=λ 1 chance em 2x1017. 88 1 chance em 1.000 1-3 18 15 s100,1 109,2 103 −×=× ×=λ Agora, considere uma amostra de 1 mg de 228U Após 1 segundo, cerca de 3x1015 em nossa amostra decairão emitindo partículas Probabilidade de um núcleo decair no próximo: Antes αApós Pai Filho U22892 Th 224 90 89 Constante de Desintegração (s-1) 2,9 x 1018 núcleos 3x1015 núcleos decaem em 1 s λ= N dN/dt- N dt dN λ−= λ é a constante de decaimento⇒ probabilidade de decaimento por átomo por segundo em uma amostra ⇒ específica para cada núcleo em particular. 90 Nuclídeo Radioativo Constante de Decaimento, λ 238U 226Ra 131I 76As 218Po 217At 214Po 4,9×10-18 s-1 1,3×10-11 s-1 10×10-7 s-1 7,3×10-6 s-1 3,8×10-3 s-1 4×10-1 s-1 4,2×10-3 s-1 Valores das constantes de decaimento de alguns radionuclídeos. 91 Leis do Decaimento Radioativo processo de decaimento radioativo de um núcleo é essencialmente estatístico Não se pode prever o momento em que em determinado núcleo irá se transformar por decaimento – é um processo aleatório Taxa de decaimento : número de átomos decaem no tempo → Depende de N e λ N dt dN λ−= 92 Integrando t N )t(Nlndt N dN o t)t(N No λ−=⎟⎟⎠ ⎞ ⎜⎜⎝ ⎛⇒λ−= ∫∫ 0 ( ) teNtN λ−= 0 N dt dN λ−= No = Número de núcleos radioativos na amostra, no instante t =0 93 Amostra com No átomos em t = 0 ( ) teNtN λ−= 0 94 EXEMPLO: A constante de decaimento de um dado isótopo é 0,021 / ano. Se existem inicialmente 4×1019 átomos deste isótopo, quantos átomos deste isótopo restarão após 66 anos ? N = 4×1019.exp-(0,021)66 = 1019 átomos Quantos anos seriam necessários para que o número de átomos (N) deste isótopo caísse a metade de seu valor inicial dedecaimento ? No/2 = No.exp-(λt) ⇒ ln2 = λt ⇒ t = 0,693 / λ ⇒MEIA-VIDA t = 0,693 / 0,021 ⇒ t = 33 anos ⇒ 137Cs 95 tempo necessário para que metade dos núcleos radioativos existentes em uma determinada amostra decaiam Meia vida τ ( ) λτ τ λτ 2ln 2 0 0 =⇒ == −eNNN 96 Os passos sucessivos através dos quais o 238U decai para tornar-se 206Pb estável Elemento Símbolo Meia-Vida Tipo de Radiação Urânio 23892U 4,55 x 109 anos α Tório 23490Th 24,1 dias β , γ Protactinio 23491Pa 1,14 min β , γ Urânio 23492U 2,69 x 105 anos α Tório 23090Th 8,22 x 104 anos α , γ Rádio 22688Ra 1 600 anos α , γ Radônio 22286Rn 3,8 dias α Polônio 21884Po 3,05 min α Chumbo 21482Pb 26,8 min β , γ Bismuto 21483Bi 19,7 min α , β , γ Polônio 21484Po 1,5 x 10-4 seg α Chumbo 21082Pb 22,2 anos β , γ Bismuto 21083Bi 4,97 dias β Polônio 21084Po 139 dias α , γ Chumbo 20682Pb Estável ---- 97 ( ) teNtN λ−= 0 NN dt dN o λλ λ == − te Atividade, AAo Atividade de uma Amostra, A, ou taxa de decaimento É o número de transformações nucleares por unidade de tempo que ocorre numa amostra de qualquer material radioativo “velocidade de decaimento” 98 Atividade de uma Amostra, A, ou taxa de decaimento A atividade da amostra no instante zero, Ao, é expressa por : 00 NA λ= e portanto : teAtA λ−= 0)( 99 Unidade de Atividade Antiga : Curie ( Ci ) 1 Ci = 3,7×1010 desintegrações por segundo 1 Ci = atividade especifica ( 1 grama ) de 226Ra 1 mCi = 3,7×107 s-1 1 µCi = 3,7×104 s-1 Nova : becquerel ( Bq ) Portanto : 1Bq = 1 desintegração por segundo 1 Ci = 3,7×1010 Bq 100 PROBLEMAS 1. O sódio radioativo 24Na que tem uma meia-vida de 15 horas é enviado de um laboratório para um hospital, gastando no percurso 3 horas. Sabendo-se que sua atividade deve ser de 10 mCi ao chegar ao hospital, calcule a atividade da fonte na saída do laboratório (Lista 3 – exercício 11). 2. O volume de um fluido extracelular pode ser medido injetando-se sulfato de sódio marcado com 35S. Uma tal fonte tem uma atividade inicial de 2 mCi. Sabendo-se que este isótopo tem uma meia-vida de 87 dias, calcule a atividade da fonte após 60 dias em Ci e em Bq (Lista 3 – exercício 10). 3. Um material radioativo contém inicialmente 3 mg de 234U, cuja meia-vida é de 2,48×105 anos (Lista 3 – exercício 8). a) Quantos miligramas de 234U existirão após 4,96×105 anos ? b) Calcule a atividade inicial e a final no período citado no ítem a. 101 RESOLUÇÕES 1) τ = 15 h t = 3 h A = 10 mCi Ao = ? A = Aoexp(-λt) ⇒ 10-2 = Aoexp(-λ.3) λ = 0,693/15 = 0,0462 h-1. Ao = 10-2 / exp(-0,0462.3) = 10-2 / 0,87058 = 11,487 m Ci 2) Ao = 2.10-3 Ci τ = 87 dias t = 60 dias A = ? A = Aoexp(-λt) ⇒ A = 2.10-3.exp(-λ.60) λ = 0,693/87 = 0,00797 dias-1. A = 2.10-3.exp(-0,00797.60) ⇒A = 1,24.10-3 Ci A = (1,24.10-3).(3,7.1010) = 4,59.107 Bq 102 3) mo = 3 mg 234U τ = 2,48.105 anos t = 4,96.105 anos a) Decorridas 2 meia-vidas a amostra cai a ¼ do original. Assim, restarão 0,75 mg. b) A = λ.N ⇒ λ = 0,693/(2,48.105) 234 g de 234U contém ⇒ 6,02.1023 átomos de 234U 3 mg ⇒ No No = (3.10-3).(6,02.1023)/ 234 Ao = (0,693/2,48.105). (3.10-3).(6,02.1023) / 234 Ao = 0,0216.1015 desintegrações/ano = 2,16.1013 des /ano Ao = (2,16.1013)des/(365x24x60x60s) = 6,85.105 Bq Ao = (6,85.105)/(3,7.1010) = 1,85.10-5 Ci = 18,5 µCi E s t r u t u r a N u c l e a r Defeito de Massa
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