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ED 1 – TG (2 questões) Questão 1 TG – Visão Estratégica “O presidente de uma grande indústria de cosméticos e beleza reconhece que o momento econômico do país é extremamente favorável à expansão dos negócios da empresa. Ele propôs, então, ao Conselho de Administração, a expansão da organização, por meio da construção de uma nova fábrica na região central do país. Atualmente, a única fábrica da empresa está situada no sul e atende à demanda de todo o país. Porém, o presidente acredita que uma nova fábrica possibilitará ganhos de escala, menores custos para distribuição dos produtos e atendimento mais rápido e personalizado aos clientes. O Conselho de Administração concordou com a argumentação, mas solicitou um estudo mais detalhado ao presidente sobre o projeto. O presidente reconhece que a administração caracteriza-se pela interdisciplinaridade de conceitos e áreas, que, por sua vez, requer uma intensidade de trocas entre os especialistas de marketing, recursos humanos, finanças e produção, entre outros. Nesse sentido, para elaborar o projeto solicitado pelo Conselho, convocou inicialmente os diretores das seguintes áreas para discutir a expansão e desenvolvimento do projeto: planejamento, recursos humanos, produção, marketing e finanças. Na reunião, os diretores solicitaram uma caracterização/contextualização do projeto de expansão, que ficou a cargo do diretor de planejamento. Pouco tempo depois, o diretor de planejamento apresentou aos outros diretores da empresa a caracterização do projeto em que constavam: objetivo, breve histórico da empresa, panorama e análise do cenário atual, levantamento das oportunidades e ameaças ao negócio, justificativa e proposição da expansão da fábrica de cosméticos na região central do país”. TAVARES, M. C. Gestão Estratégica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010 (com adaptações). Suponha que, após entrega da caracterização do projeto apresentada pelo diretor de planejamento, o presidente da empresa tenha solicitado aos demais diretores que redigissem um plano que contivesse o papel estratégico e os objetivos das áreas funcionais para a realização do projeto de expansão da fábrica. Com base nessa situação, elabore um texto dissertativo que contemple os seguintes aspectos: a) Critérios críticos a serem analisados pela área de Recursos Humanos para a viabilização do projeto de expansão da fábrica. b) Critérios críticos a serem analisados pela área de Produção para a viabilização do projeto de expansão da fábrica. 1. Introdução teórica Funções organizacionais Em uma organização, uma pessoa ou um grupo de pessoas executam tarefas específicas para que os objetivos sejam atingidos. Essas tarefas são chamadas de funções organizacionais (MAXIMIANO, 2011). Segundo Maximiano (2011), as funções organizacionais mais importantes são produção (ou operações), marketing, pesquisa e desenvolvimento (P&D), finanças e recursos humanos, cabendo à administração geral a coordenação de todas essas funções. A função produção é aquela que transforma insumos no produto, ou serviço, destinados aos clientes usuários. Cabe a ela organizar o processo produtivo de maneira que seja possível obter o produto no tempo, na quantidade e na qualidade adequados às necessidades do cliente. Dentro da função produção, está a análise da relação entre a demanda e a capacidade da organização em atender a essa demanda. De acordo com Slack e Lewis (2009), a restrição de capacidade de uma operação está associada à capacidade máxima de processamento de algumas de suas unidades produtivas. Essas partes constituem o “gargalo” da operação e limitam a quantidade de processamentos de toda a operação ao limite máximo permitido por estas partes. Para que a produção atenda à demanda com o menor custo e no menor tempo possível, ela deve ocorrer de maneira ordenada com cada uma de suas etapas, sendo executada em local apropriado. A disposição relativa a cada etapa executada é chamada de arranjo físico. Embora seja comum classificar os arranjos físicos em quatro tipos básicos, na realidade existem inúmeros tipos de leiautes, obtidos por combinações dos quatro tipos básicos. Segundo Slack et al. (1997), os quatro tipos básicos são: arranjo físico posicional; arranjo físico por processo; arranjo físico celular; e arranjo físico por produto. A função marketing é aquela que deve estabelecer e manter a ligação entre a organização e seus clientes. Essa ligação é feita por meio da identificação dos interesses, das necessidades e das tendências de mercado, do desenvolvimento de produtos, do desenvolvimento de canais de distribuição, da determinação das políticas comerciais, da comunicação com o público-alvo e das vendas (MAXIMIANO, 2011). A função P&D transforma as informações de marketing, os avanços da ciência e as ideias originais em produtos e serviços (MAXIMIANO, 2011). A função finanças cuida do dinheiro da organização. O objetivo dessa função é a proteção e o uso eficaz dos recursos financeiros, de maneira que a organização consiga cumprir seus compromissos financeiros e proporcione retorno aos acionistas. A função recursos humanos tem o objetivo de atrair e manter as pessoas de que a organização necessita para o seu sucesso. Isso é feito por meio do planejamento da quantidade necessária de pessoas para o funcionamento da organização aliada às competências de cada um, para que seja possível a plena eficiência de todas as funções organizacionais. As tarefas dessa função incluem também o recrutamento, a seleção, o treinamento, o plano de remuneração, a avaliação de desempenho, a higiene e a segurança das pessoas, a administração de pessoal e as funções pós-emprego, que são a recolocação, a aposentadoria e outros tipos de benefícios (MAXIMIANO, 2011). Como afirma Ribeiro (2012), os recursos humanos devem garantir que as organizações tenham o número correto de pessoas, no lugar certo e no momento certo, e que essas pessoas sejam capazes de executar as funções a elas atribuídas. Os recursos humanos fazem um dimensionamento da quantidade e qualidade do quadro de pessoal, buscando interna e externamente competências que atendam às necessidades da organização em quantidade e qualidade, a fim de adequar-se às demandas do trabalho (RIBEIRO, 2012). 2. Indicações bibliográficas MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à administração. São Paulo: Atlas, 2011. RIBEIRO, R. V. Estratégias em recursos humanos. Curitiba: IESDE, 2012. SLACK, N.; LEWIS, M. Estratégia de operações. Porto Alegre: Bookman, 2009. SLACK, N. et al. Administração da produção. São Paulo: Atlas. 1997. Questão 2 TG – Visão Estratégica “Algumas empresas com espírito inovador estão subvertendo a lógica tradicional da indústria. No lugar de departamentos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), lotados com técnicos e pesquisadores altamente especializados, elas contam com ideias de pessoas que chegam do mundo todo, via Internet. Um modelo adotado por uma empresa americana chama a atenção: qualquer pessoa, com a contribuição de 10 dólares, pode lançar uma proposta de produto, que será submetida a um fórum de mais de 200 000 colaboradores virtuais. Na sede da empresa, onde trabalham 78 pessoas, os protótipos dos produtos são confeccionados em plástico, em impressoras 3D, e o processo de aperfeiçoamento dos protótipos conta, também, com a colaboração dos voluntários da rede. Os modelos finais são produzidos em fábricas chinesas. Os inventores e os internautas que palpitaram compartilham o equivalente a 30% das vendas, conforme sua participação no processo. A empresa foi criada com o aporte de 15 milhões de dólares angariados em fundos de capital de risco, conta com um portfólio de produtos com expressivos volumes de vendas e tem cercade 70 projetos em fase final de desenvolvimento. Cada um dos projetos é controlado por funcionários da empresa e tem prazo para acabar – não mais que seis semanas. Todavia, novos modelos de negócios trazem novos desafios, como a complexidade das questões relacionadas à propriedade intelectual e à democratização da produção caseira de produtos, propiciada pela expansão da oferta de impressoras 3D”. MANO, C. A multidão manda. Exame, São Paulo, ano 46, n. 1016, p. 112-114, 16 mai. 2012 (com adaptações). A respeito dessa situação, responda às perguntas a seguir, justificando sua resposta. a) Que tipo de estrutura organizacional melhor representa a situação descrita? b) Como os sistemas de informação dão suporte aos processos interativos de desenvolvimento de produtos e serviços? c) Quais os incentivos para um fundo de capital de risco investir nesse tipo de empreendimento? d) De que modo processos de inovação aberta tais como o descrito no texto podem contribuir para a solução de problemas públicos relacionados a governos e cidadãos? 1. Introdução teórica 1.1. Estrutura organizacional Segundo Oliveira (2011), a “organização da empresa é a identificação, a análise, a ordenação e o agrupamento das atividades e recursos, visando ao alcance dos resultados anteriormente estabelecidos pelo planejamento”. Na organização, a estrutura organizacional é o instrumento administrativo para que a empresa tenha meios de alcançar esses resultados (OLIVEIRA, 2011). Os tipos de estrutura organizacional encontrados são a estrutura departamental, característica das empresas que apresentam uma única linha de negócios e que organizam suas atividades em grupos funcionais; a estrutura divisional, adequada para empresas que diversificam suas atividades tendo como objetivo atender a determinado mercado; e as estruturas matriciais, que permitem a especificação de relações duais para vários setores da organização (GAMBLE e THOMPSON, 2012). 1.2. Desenvolvimento de produto Segundo Eppinger e Chitkara (2009), o desenvolvimento de um produto cada vez mais deixa de ser um processo local para se tornar um processo de colaboração global. Sabe-se que, entre 2000 e 2010, times interfuncionais de desenvolvimento de produto tiveram a oportunidade de executar simultaneamente uma vasta gama de atividades de forma muito próxima e colaborativa. Isso trouxe agilidade para lançamento de novos produtos e redução nos custos de produção (VIEIRA, BOURAS e DEBAECKER, 2012). Atualmente, o desenvolvimento de um produto é um processo disperso ao redor do mundo, com equipes conectadas por meios digitais. 1.3. Engenharia simultânea e trabalho colaborativo Em uma empresa, o trabalho colaborativo tem início quando diversas áreas começam a trabalhar juntas. Esse tipo de trabalho torna-se efetivo quando é mantido o fluxo de informações, necessário para o desenvolvimento do produto (VIEIRA, BOURAS e DEBAECKER, 2012). Nessa perspectiva, surgiu, em meados da década de 1980, a engenharia simultânea, que é um conjunto de atitudes que proporciona o desenvolvimento de um novo produto, de forma concorrente ou simultânea, tomando-se proveito de grupos de trabalhos heterogêneos e multifuncionais (MELLONI, 2015). Para resolver grande parte dos problemas de informação que possam existir em um processo de desenvolvimento simultâneo, as empresas fazem uso da tecnologia de informação (TI). As aplicações da tecnologia da informação no meio empresarial podem contribuir para solucionar problemas, gerar informação efetivamente oportuna, auxiliar nos processos de tomada de decisão da empresa, determinar fatores diferenciais de negócio e proporcionar lucratividade e competitividade (NASCIMENTO e SANTOS, 2015). 1.4. Capital de risco Capital de risco é uma modalidade de investimento muito usada no apoio de negócios, feita por meio da compra de uma participação acionária, geralmente minoritária, com objetivo de ter as ações valorizadas para posterior saída da operação (CAETANO, 2013). Chama-se capital de risco pelo fato de o investimento ser efetuado em empresas cujo potencial de valorização é elevado e o retorno esperado é idêntico ao risco que os investidores querem correr (CAETANO, 2013). Este tipo de financiamento está associado a negócios que estão em fase de início, em fase de expansão ou em mudança de gestão. Qualquer dessas situações tem um risco muito elevado associado à incerteza do projeto em que a empresa se encontra. Comparada com outras formas de investimento, o capital de risco é a única que associa o sucesso do negócio com o sucesso de seu investimento. 2. Indicações bibliográficas CAETANO, P. Capital de risco. Coimbra: Almedina, 2013. GAMBLE, J. E.; THOMPSON Jr, A. A. Fundamentos da administração estratégica – a busca pela vagem competitiva. Porto Alegre: Bookman, 2012. MELLONI, L. F. Engenharia simultânea: potencialidades e limites. Disponível em <https://www.unimep.br/phpg/bibdig/pdfs/docs/25052012_142329_luis_fernando_melloni.pdf>. Acesso em 18 mar. 2015. NASCIMENTO, L. A. do; SANTOS E. T. A contribuição da tecnologia da informação ao processo de projeto na construção civil. Disponível em <http://www.eesc.sc.usp.br/sap/workshop/anais/A_CONTRIBUICAO_DA_TECNOLOGIA_DA_INFORMACA O.pdf>. Acesso em 18 mar. 2015. OLIVEIRA, D. P. R. Estrutura organizacional - uma abordagem para resultados e competitividade. São Paulo: Atlas, 2011. VIEIRA, D.; BOURAS, A.; DEBAECKER , D. Gestão de Projeto do Produto. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
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