Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Transição Demográfica e Epidemiológica Epidemiologia Prof. Fernando Castim Transição Demográfica Transição Demográfica Padrões da Estrutura Populacional “O padrão tradicional é caracterizado por altos níveis de mortalidade e de fecundidade e o moderno caracteriza-se por baixos níveis em relação aos dois elementos da dinâmica populacional citados”. Transição Demográfica Fases da transição Demográfica: Altas taxas da mortalidade e fecundidade; Diminuição da mortalidade e natalidade se mantém em nível elevado; Diminuição da natalidade em ritmo mais acelerado que a mortalidade; Aproximação dos coeficientes em níveis muito mais baixos. Transição Demográfica Transição Demográfica Transição Demográfica Essa queda significativa deveu-se, especialmente, à adoção expressiva da esterilização feminina, ao uso de contraceptivos orais e, possivelmente, à prática de abortos ilegais. Quais as causas do declínio da taxa de fecundidade? (SOUSA, 2002) Transição Demográfica Transição Demográfica Nos países desenvolvidos: Planejamento familiar; Educação; Melhorias sociais. Quais as causas do declínio da taxa de fecundidade? (PEREIRA, 2007) No Brasil: Utilização de métodos anticoncepcionais; Esterilização em massa; Aborto. Transição Demográfica Transição Demográfica Transição Demográfica MORTALIDADE INFANIL (< de 1 ano) Pós-neonatal (> 28 dias e < 1 ano) Neonatal (até 28 dias) Neonatal tardia Neonatal precoce Fatores do ambiente Fatores ligados à gravidez, parto e puerpério Transição Demográfica Transição Demográfica Transição Demográfica Transição Epidemiológica Histórico 1º metade do sec XX: os países desenvolvidos conseguiram controlar várias DIP. Como? Melhoria das condições de vida da população (renda, saneamento, educação...) Medidas curativas (consultas, internações), prevenção, vacinação, exames diagnósticos e monitoramento de grupos de risco. 2º metade do sec XX: predomínio das “doenças da modernidade”. Quais? Doenças crônicas e degenerativas (cardiovasculares, hipertenção, diabetes); Violência (homicídios, acidentes de trânsito...); Neoplasias; Transtornos mentais. Histórico No Brasil, verifica-se um perfil epidemiológico complexo: Doenças arcaicas Doenças da modernidade Transição Epidemiológica Estrutura social Desigualdade ... Perfil Arcaico + Perfil moderno Transição Epidemiológica Transição Epidemiológica Transição Epidemiológica Transição Epidemiológica Tendência das Doenças Infecciosas Transição Epidemiológica Doenças transmissíveis com tendência declinante A varíola foi erradicada em 1973; A poliomielite foi erradicada em 1989; O sarampo encontra-se com a transmissão interrompida desde o final de 2000; Ainda dentro do grupo, estão: a) a difteria, a coqueluche e o tétano acidental, que têm em comum o fato de serem imunopreveníveis; b) a doença de Chagas e a hanseníase, ambas endêmicas há várias décadas em nosso país; c) a febre tifóide, associada a condições sanitárias precárias; d) e a oncocercose, a filariose e a peste, todas com áreas de ocorrência restritas. Transição Epidemiológica Doenças transmissíveis com quadro de persistência Grande parte das razões para a manutenção da situação de endemicidade residem na persistência dos seus fatores determinantes, externos às ações típicas do setor Saúde: urbanização acelerada sem adequada infra-estrutura urbana, alterações do meio ambiente, desmatamento, ampliação de fronteiras agrícolas, processos migratórios, grandes obras de infra-estrutura (rodovias e hidroelétricas) etc. Destacam-se as hepatites virais – especialmente as hepatites B e C; Tuberculose Transição Epidemiológica Doenças transmissíveis com quadro de persistência A leptospirose também assume relevância para a Saúde Pública, em função do grande número de casos que ocorrem nos meses mais chuvosos, bem como pela sua alta letalidade; As meningites também se inserem nesse grupo de doenças, destacando-se as infecções causadas pelos meningococos B e C, que apresentam níveis importantes de transmissão e taxas médias de letalidade acima de 10%; Leishmanioses (visceral e tegumentar); Esquistossomose; Malária (região amazônica); Febre Amarela. Transição Epidemiológica Doenças transmissíveis emergentes e reemergentes “Doenças emergentes são as que surgiram, ou foram identificadas, nas últimas duas décadas; ou, ainda, as que assumiram uma nova situação, passando de doenças raras e restritas para constituírem problemas de Saúde Pública. Reemergentes, por sua vez, são aquelas que ressurgiram, enquanto problema de Saúde Pública, após terem sido controladas no passado”. Transição Epidemiológica Doenças transmissíveis emergentes e reemergentes Desde o início da década de 80, algumas doenças infecciosas passaram a ser registradas ou foram reintroduzidas no país, destacando-se a AIDS (1980), o dengue (1982), a cólera (1991) e a hantavirose (1993). Transtornos mentais – Alzheimer, Parkinson, depressão... Transição Epidemiológica O desafio da desigualdade Transição Epidemiológica O desafio da desigualdade Enquanto nas Regiões Sul e Sudeste, em 1980, as DIPs já representavam a quinta causa de óbito, esse grupo representava, na Região Nordeste a segunda causa de óbito naquele ano; Na década de 30, a Região Sudeste apresentava TMI de 153, a Região Sul de 127 e a Região Nordeste de 168. Portanto, a Região Nordeste apresentava taxas 10% superiores à Região Sudeste e 32% superiores à Região Sul. Para o ano de 99, o Nordeste apresentava TMI 154% maior do que a registrada na Região Sudeste e 205% maior do que a taxa da Região Sul; A frequência de qualquer doença, com raras exceções, aumenta com a redução do nível social e econômico dos grupos sociais. É consistente o fato de que, entre países com níveis econômicos similares, aqueles com maiores níveis de desigualdade social apresentam níveis mais baixos de saúde. Transição Epidemiológica O desafio da complexidade Transição Epidemiológica O desafio da complexidade Esses fatores agregam-se ao surgimento de novas doenças ou de novas formas de manifestação das doenças na população – aumento na severidade por surgimento de novas cepas patogênicas, ampliação da resistência aos antimicrobianos –, bem como à persistência de problemas como a desnutrição e doenças endêmicas; Assim, se de um lado temos a manutenção dos problemas urbanos caracterizados por marcantes deficiências em áreas como saneamento ambiental, habitação e transporte, temos também o surgimento da poluição ambiental de origem química (industrial, inseticidas etc.), os riscos ocupacionais, o aumento dos fatores estressores gerados pela ‘modernização’ das relações sociais, as mudanças comportamentais, o desemprego estrutural e crescente e a ampliação das desigualdades intraurbanas. Transição Epidemiológica O desafio da complexidade Exemplo do envelhecimento populacional x qualidade de vida; Tomemos o exemplo do desemprego: além da privação a que sujeita os indivíduos e suas famílias, gerando efeitos no estado nutricional de adultos e crianças e aumento do risco de exposição a doenças infecciosas, provoca aumento na ocorrência das doenças psiquiátricas e cardiovasculares. Transição Epidemiológica Os desafios para as políticas de saúde Transição Epidemiológica Os desafios para as políticas de saúde Ainda que as políticas de saúde tenham possibilidade de ampliação dos benefícios para grupos populacionais excluídos desse processo, a articulação com outras políticas públicas adquire relevância impar na redução das causas e riscos. Sem essa articulação, serão mantidas as desigualdades nos padrões epidemiológicos atuais. Tais políticas e ações, devem ser, necessariamente, dirigidas para os determinantes das doenças, visando ao enfrentamento da complexidade da sua produção. Referências Carmo, E.H.; Barreto, M.L.; Silva Jr, J.B. Mudanças nos padrões de morbimortalidade da população brasileira: os desafios para um novo século. Epidemiologia e Serviços de Saúde. Vol. 12, n. 2, p.63-75, 2003. AS CAUSAS SOCIAIS DAS INIQÜIDADES EM SAÚDE NO BRASIL. Relatório Final da Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS). Abril, 2008.
Compartilhar