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TEORIA GERAL DO PROCESSO - RESUMO DIDÁTICO

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TEORIA GERAL DO PROCESSO 
PROFº. Msc. JOAQUIM JOSÉ MARQUES MATTAR 
FACULDADE ANHANGUERA DE RONDONÓPOLIS - MT 
CURSO DE DIREITO 
RESUMO DIDÁTICO PARA ESTUDOS NO PÓS-AULA 
O que são os Bens da Vida? 
São aqueles que por terem valor econômico, afetivo ou 
ligados à personalidade e serem passíveis de vinculação e 
apropriação pelo ser humano, geram conflitos de interesses. 
Podem ser essenciais ou vitais e secundários ou supérfluos. 
 
•1. O que é interesse? 
É o desejo de ter um determinado bem da vida, ou seja, de 
satisfazer uma necessidade. 
 
•2. O que é conflito de interesses? 
É quando uma pessoa tem dois interesses e só pode satisfazer 
um. 
 
•3. O que é conflito intersubjetivo de interesses? 
É quando duas ou mais pessoas têm a pretensão de se 
apropriar de um mesmo bem da vida, qualificado pela 
resistência do detentor do bem. 
 
 
•4. O que é direito objetivo? 
Conjunto de normas jurídicas que tem como objetivo 
sistematizar e regulamentar o comportamento humano e a 
sociedade. 
•5. O que é direito subjetivo? 
É a pretensão do titular do interesse juridicamente protegido de fazer 
valer o direito objetivo, subordinando o interesse de outrem ao seu. 
•6. O que é relação jurídica? 
É o conflito de interesses regulado pelo direito. 
•7. O que é sujeito de direito? 
É o titular de um direito subjetivo. 
•8. O que é objeto de direito? 
É o bem da vida, limitado, com valor econômico ou afetivo que 
deu origem a lide. 
 
•9. O que é pretensão? 
É a exigência de submissão do interesse de outrem ao próprio. 
 
•10. O que é lide? 
É o conflito de interesses qualificado por uma pretensão 
resistida. 
 
•11. O que é processo? 
É o meio ou instrumento de solução da lide. 
 
•12. O que é processo inquisitório? 
É aquele que é sigiloso e que o juiz pode iniciá-lo. Típico da 
Idade Média. 
 
 
•13. O que é reconvenção? CPC. Art. 315 
É uma ação do réu contra o autor, no mesmo feito e juízo em 
que é demandado. 
 
•14. O que é litígio? 
É uma disputa ou controvérsia entre as partes formada em 
juízo. 
 
•15. Quais as formas de solução de conflito existentes? 
Autotutela ou autodefesa, autocomposição, arbitragem e 
jurisdição. 
 
•16. Quais as formas de solução de conflito que integram a 
justiça privada? 
Autotutela ou autodefesa, autocomposição e arbitragem. 
 
•17. Quais as formas de solução de conflito que integram a 
justiça pública? 
Jurisdição. 
 
•18. O que é autotutela? 
É fazer justiça com as próprias mãos. É a lei do mais forte ou 
do mais astuto. Proibida – Art. 345 CP, exceções: direito de 
retenção, penhor legal, cortar ramo de árvores limítrofes e 
desforço imediato (legítima defesa). 
 
•19. O que é autocomposição? 
É a conciliação ou acordo entre as partes obtido em função da 
desistência do sujeito ativo, da submissão do sujeito passivo 
ou mediante concessões mútuas entre as partes, 
caracterizando um acordo ou transação, quando disponível o 
direito material. 
 
•20. O que é arbitragem na justiça privada? 
É a utilização de sacerdotes ou anciões para a mediação de um 
conflito de interesses, visando uma solução amigável e 
imparcial. 
 
•21. Pode-se impor pena através da autocomposição ou da 
arbitragem? 
Não, somente o Estado pode punir. 
 
•22. O que é jurisdição? (direito potestativo) 
É a função/obrigação, atividade e poder (que emana da 
soberania) do Estado de compor os conflitos de interesses 
pela aplicação da lei ao caso concreto. 
 
•23. O que são os MESC´s? 
São os meios de solução de controvérsias. 
 
•24. Quais os MESC´s analisados? 
Autotutela ou autodefesa, autocomposição, arbitragem e 
jurisdição. 
 
•25. Como ocorre a negociação? 
É um acordo entre as partes, ou seja, uma transação mediante 
concessões mútuas. 
 
•26. O que é mediação? 
É um meio alternativo de solução de litígios, onde um terceiro, 
neutro/imparcial, de confiança das partes, por elas livre e 
voluntariamente escolhido, intervém como “facilitador”, 
levando as partes a encontrarem a solução para as suas 
pendências. 
 
•27. Qual a diferença entre a Mediação, a Conciliação e a 
Arbitragem? 
A conciliação é exercida por força de lei e obrigatoriamente 
por servidor público, que usa a autoridade do cargo para 
tentar promover a solução do litígio. Na mediação, o mediador 
não decide; quem decide são as partes; Na Arbitragem, o 
árbitro decide. 
 
•28. Como ocorre a conciliação? 
É um acordo entre as partes mediante concessões mútuas. 
•29. Como funciona a Arbitragem? 
Na arbitragem, as partes elegem, de comum acordo, um 
árbitro para solucionar o conflito. Tal árbitro deve ser de 
confiança mútua das partes, considerado justo e imparcial. As 
partes, por sua vez, assumem o compromisso de acatar a 
decisão do árbitro. A lei que regulamenta essa forma de 
solução de conflito é a Lei nº 9.307, de 1996. Os conflitos que 
podem ser solucionados por esta lei são os seguintes: matéria 
civil (não-penal), na medida da disponibilidade dos interesses 
substanciais em conflito. As partes em conflito podem 
requerer esta forma mediante a assinatura de um contrato 
perante o juiz arbitral, com limitação aos litígios relativos a 
direitos patrimoniais disponíveis. Ex. As partes assinam uma 
convenção de arbitragem que deve se limitar aos litígios 
relativos a direitos patrimoniais disponíveis; Restrições à 
eficácia da cláusula compromissória inserida em contratos de 
adesão; Capacidade das partes; Possibilidade de escolherem 
as partes as regras de direito material a serem aplicadas na 
arbitragem, sendo ainda admitido convencionar que esta se 
realize com base nos princípios gerais de direito, nos usos e 
costumes e nas regras internacionais de comércio.; Não há 
necessidade de homologação judicial da sentença arbitral; A 
sentença arbitral dos mesmos efeitos de uma sentença 
judiciária, valendo como título executivo, se for condenatória; 
Possibilidade de controle jurisdicional ulterior se for 
provocado pela parte interessada; Possibilidade de 
reconhecimento e execução de sentenças arbitrais produzidas 
no exterior; Os árbitros não têm o poder jurisdicional do 
Estado, não podem executar suas próprias sentenças, nem 
impor medidas coercitivas; O árbitro sempre considera-se 
autorizado a julgar por eqüidade. 
 
•30. O que significa “Princípio”? Qual a importância de 
estudar os princípios? 
É um mandamento nuclear que se irradia por todo o sistema 
jurídico, compondo-lhe o espírito, servindo de critério para a 
sua exata compreensão, definindo-lhe a lógica e a 
racionalidade, conferindo-lhe harmonia. Importância – 
compreender o sistema jurídico como um todo, único, 
indivisível, harmonioso e coerente. 
 
•31. Quais as espécies de princípios analisados? 
Constitucionais: 
Devido processo legal; 
Igualdade ou da isonomia; 
Contraditório e ampla defesa; 
Publicidade dos atos processuais; 
Inafastabilidade do Poder Judiciário; 
Inadmissão da prova ilícita; 
Duplo grau de jurisdição; 
Juiz e promotor natural; 
Motivação das decisões judiciais; 
Celeridade ou da brevidade. 
 
Infraconstitucionais ou processuais: 
Princípio da imparcialidade do juiz; 
Princípio da iniciativa das partes; 
Princípio do impulso oficial; 
Princípio da disponibilidade 
Princípio da indisponibilidade; 
Princípio da lealdade processual; 
Princípio da oralidade; 
Princípio dispositivo; 
Princípio dalivre convicção do juiz; 
Princípio da economia processual; 
Princípio da instrumentalidade das formas. 
 
•32. Princípio do devido processo legal. 
CF-88 Art, 5º, LIV – Ninguém será privado da liberdade ou de seus 
bens sem o devido processo legal. É o conjunto de garantias que 
asseguram às partes o exercício de suas faculdades (direito material), 
poderes de natureza processual e, de outro, legitimam a própria 
função jurisdicional. É a garantia da vida, da liberdade e da 
propriedade. Sentido material – garantir o direito material; Sentido 
processual – garantir o acesso à justiça. 
 
•33. Princípio do Duplo Grau de Jurisdição 
É a possibilidade de revisão, por via de recurso, das causas já 
julgadas pelo juiz de primeiro grau ou de primeira instância, que 
corresponde a denominada instância inferior, garantindo, assim, um 
novo julgamento, por parte dos órgãos da jurisdição superior, ou de 
segundo grau. É adotado pela generalidade dos sistemas processuais 
contemporâneos. A corrente doutrinária opositora é minoria. 
Exceção: hipóteses de competência originária do STF. Recurso 
voluntário e de ofício. CF-88 Art. 5º LV e Art. 102 (STF) – aos 
litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em 
geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os 
meios e recursos a ela inerentes. 1ª instância – juízo ad quo; 2ª 
instância – juízo ad quem. 
 
•34. Princípio da isonomia ou da igualdade das partes. 
Todos são iguais perante a lei. O juiz deve ser imparcial e 
assegurar às partes igualdade de tratamento. No processo 
penal, é atenuado pelo favor rei, ou seja, o interesse do 
acusado prevalece no contraste com o direito de punir do 
Estado. 
 
•35. Princípio do contraditório. 
É o direito ou oportunidade de defesa, de contestação, assim, o juiz 
deve ouvir as alegações das duas partes antes de tomar uma decisão. 
Informação X reação. Corolário da audiência bilateral. CF-88 Art. 5º 
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos 
acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, 
com os meios e recursos a ela inerentes. Como conseqüência deste 
princípio é necessário que se dê ciência a cada litigante dos atos 
praticados pelo juiz e pelo adversário, efetivando-se o contraditório e 
possibilitando a ampla defesa. 
 
•36. O princípio do contraditório admite exceção? Quais 
as situações em que parece que isso ocorre? 
Não. Ex. inquérito policial, Liminar no caso de periculum in mora 
(perigo da demora) e no inaudita altera pars (sem ouvir a outra 
parte) . 
O inquérito é mero procedimento administrativo que visa à colheita 
de provas para informações sobre o fato infringente da norma e sua 
autoria. Não existe acusação, não havendo, portanto, réu, mas 
simples indiciado e, por isso também não há defesa. 
O perigo de mora porque existe o risco de a medida ser 
ineficaz. 
 
•37. Princípio da ampla defesa. 
É o direito de alegar fatos relevantes juridicamente e 
comprová-los por quaisquer meios de prova admitidos em 
direito, assim, os réus e os acusados em geral não podem ser 
cerceados em seu direito de defesa. 
 
•38. Quais as formas de ciência dos atos processuais? 
Citação, notificação e intimação. 
 
•39. O que é citação? 
É o ato pelo qual se chama a juízo o réu a fim de se defender. 
Art. 213 CPC. 
 
•40. O que é intimação? 
É o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos e termos do 
processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa. Art. 
234 CPC. 
 
•41. Princípio da Publicidade (restrita ou relativa) 
Inciso LX do Art, 5º da Constituição Federal de 1988 – “a lei só 
poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa 
da intimidade ou o interesse social o exigirem”. 
 
Art. 155 CPC – “Os atos processuais são públicos. Correm, 
todavia, em segredo de justiça os processos…”) e no processo 
penal, o Art. 792 do Código Adjetivo Penal reafirma o caráter 
público das audiências, enquanto o parágrafo primeiro deste 
artigo excepciona o princípio geral da publicidade, para 
salvaguardar a ordem pública. 
 
Os atos processuais, via de regra, devem ser publicados para 
serem considerados válidos e legítimos perante o nosso 
ordenamento jurídico, exceto, nos casos em que a publicidade 
dos atos possa violar o direito fundamental dos cidadãos à sua 
intimidade e também quando a publicidade dos atos possa 
prejudicar o interesse público. Ex.: Violação da intimidade: 
casamento, filiação, separação dos cônjuges, conversão da separação 
em divórcio, alimentos e guarda de menores. Interesse público – 
segurança nacional, despesas do Presidente da República com os 
cartões corporativos. 
 
•42. O que é prova ilícita? 
São inadmissíveis no processo as provas obtidas por meio 
ilícito. CF-88 Art. 5º LVI. É aquela que viola o nosso 
ordenamento jurídico. Proibição de natureza material. Ex. 
grampo ou escuta telefônica obtida sem ordem judicial se for utilizada 
como prova em um processo. 
 
•43. ADMISSÃO DE PROVAS APARENTEMENTE ILÍCITAS. 
EMENTA: “Habeas corpus”. Utilização de gravação de conversa 
telefônica feita por terceiro com a autorização de um dos 
interlocutores sem o conhecimento do outro quando há, para essa 
utilização, excludente da antijuridicidade. – Afastada a ilicitude de tal 
conduta – a de, por legítima defesa, fazer gravar e divulgar conversa 
telefônica ainda que não haja o conhecimento do terceiro que está 
praticando crime -, é ela, por via de conseqüência, lícita e, também 
conseqüentemente, essa gravação não pode ser tida como prova 
ilícita, para invocar-se o 
Artigo 5º, LVI, da Constituição com fundamento em que houve 
violação da intimidade (Art. 5º, X, da Lei Maior). “Habeas corpus” 
indeferido. Regra Geral – as provas ilícitas são inadmissíveis no 
processo; Exceção – no caso de legítima defesa e de acordo com o 
princípio da proporcionalidade. 
 
•44. GARANTIA DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO. 
Não é absoluta. 
 
•45. O que é súmula vinculante? 
É uma decisão sobre matéria constitucional editada pelo STF que 
vincula os demais órgãos do Poder Judiciário e à administração 
pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. 
Art. 103-A CF-88. Lei nº 11.417/2006. 
 
•46. Diante da súmula vinculante como fica o duplo grau de 
jurisdição? 
Prejudicado, porém, a súmula vinculante poderá ser 
questionada. 
•47. Princípio do juiz e promotor natural. 
Art. 5º XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
Art. 5º LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela 
autoridade competente. 
Trata-se de uma garantia constitucional de que ninguém será 
julgado, processado ou sentenciado senão por um tribunal 
legítimo e competente dentro do nosso ordenamento jurídico, 
assim como, ninguém será processado senão por um promotor 
natural legítimo e competente (dentro da sua área de 
jurisdição e atribuições) e também que ninguém será 
sentenciado senão por um juiz natural legítimo e competente, 
dentro da sua área de jurisdição e atribuições do cargo. Assim, 
juiz natural é aquele previsto expressa ou implicitamente 
(quando a CF-88 remete à lei a criação e a estrutura de 
determinados órgãos jurisdicionais) na CF-88, ou seja, é 
aquele investido de funções jurisdicionais, atributo só 
conferido aos juízes ou tribunais, mencionados explícita ou 
implicitamente em norma jurídico-constitucional. 
 
•48. Tribunal de Exceção 
É um Tribunal Ad Hoc (especial), criado especificamente para 
julgar um determinado caso. Pode ser criado por lei ou não, 
irrelevante a já existênciade Tribunal. Órgãos competentes – são 
aqueles instituídos pela CF-88; Órgãos Pré-constituídos – ninguém 
pode ser julgado por órgão que tenha sido criado após a ocorrência 
do fato; Juízes competentes – são aqueles que no âmbito de suas 
atribuições, delegadas pela CF-88, têm poderes jurisdicionais sobre 
determinada causa. 
 
•49. PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS 
(ART. 93, IX, CF-88) 
O objetivo é de assegurar a publicidade das decisões judiciais, 
bem como possibilitar a sua impugnação e revogação, 
exercendo-se, assim, o controle de legalidade de tal decisão. 
Entretanto, não deve restar dúvidas que fundamentar, no 
sentido constitucional, não é apenas indicar o dispositivo legal 
e dar a decisão. É necessário que o julgador demonstre os 
fatos, a base jurídica e a ligação entre eles, mostrando a 
motivação de sua decisão, sob pena de ser considerada nula 
ou ineficaz. 
 
•50. Princípio da Imparcialidade do Juiz e o Mito da 
Imparcialidade do Juiz. 
O juiz deve ser isento imparcial e eqüidistante em relação às 
partes e aos fatos da causa. 
Para assegurar a imparcialidade do juiz, que é uma garantia 
de ordem pública, a CF-88 lhes oferece garantias e vedações, 
proíbe os Tribunais de Exceção e o CPC elenca os motivos de 
impedimento ou de suspeição. Mito da Imparcialidade – o juiz 
não tem como ser imparcial por ser um ser humano e, como tal, se 
sujeita às variações, tanto de valores morais e éticos quanto a sua 
formação jurídica específica e particular. (não viola o Princípio). 
 
•51. Princípio da Iniciativa das Partes X Princípio do Impulso 
Oficial. 
Art. 2º do CPC – nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional 
senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e 
formas legais. O juiz não pode tomar a iniciativa do processo. 
Princípio do impulso oficial – uma vez instaurada a relação 
processual, compete ao juiz mover o procedimento de fase em 
fase, até exaurir a função jurisdicional. Conclusão: antes da 
abertura do processo pelas partes, o juiz não pode fazer nada, 
porém, uma vez aberto o processo, o juiz tem a obrigação de fazê-lo 
andar de fase em fase até exauri-lo. Também conhecido como 
Princípio da Ação (processo inquisitivo e acusatório) e da Demanda. 
Exceções: Art. 878 CLT, execução trabalhista; Art. 162 da Lei de 
Falências e Hábeas Corpus de ofício. 
 
•52. Princípio da Disponibilidade. 
É a liberdade que as pessoas têm de exercer ou não seus 
direitos. É a regra geral no processo civil, em que prevalece a 
verdade formal. 
 
•53. Princípio da Indisponibilidade. 
É a obrigatoriedade de exercício dos direitos, em função de 
prevalecer o interesse público. Regra geral no processo penal, 
em que prevalece a verdade material. Nestes casos, o poder 
público é obrigado a agir. Ex. o crime é sempre considerado uma 
lesão irreparável ao interesse público e a pena é reclamada para a 
restauração da ordem violada. Exceções: crimes de menor potencial 
ofensivo. Crimes de ação penal pública, a autoridade policial é 
sempre obrigada a proceder as investigações preliminares e o 
Ministério Público é obrigado a fazer a representação penal. 
 
•54. Princípio Dispositivo? 
O juiz só pode decidir com base no alegado e provado pelas 
partes. Em suma, o princípio quer dizer que as partes devem 
ter a iniciativa para levar as alegações ao processo ou indicar 
onde encontrá-las, bem como levar material probatório que 
poderá ser utilizado pelo julgador para a formação do seu 
convencimento e fundamentação da decisão. Não é absoluto. 
O princípio dispositivo manifesta-se sob dois aspectos: por 
primeiro, significa dizer que a máquina judiciária apenas se 
movimenta mediante atividade das partes (inércia da 
jurisdição) (18) e, sob outro ângulo, “consiste na regra de que 
o juiz depende, na instrução da causa, da iniciativa das partes 
quanto às provas e às alegações em que se fundamentará a 
decisão”. Importância: evita-se que o juiz decida com base em 
provas estranhas ao processo ou com base no que foi alegado 
mas não foi provado pelas partes. 
 
 
 
•55. Princípio da Livre convicção do Juiz. Esse princípio se 
contrapõe ao Princípio da Imparcialidade do Juiz? 
Este princípio regula a apreciação e a avaliação da provas 
produzidas pelas partes, indicando que o juiz deve formar 
livremente sua convicção. Situa-se entre o sistema da prova 
legal e do julgamento secundum conscientiam. No primeiro 
(prova legal) atribui aos elementos probatórios valor inalterável e 
prefixado, que o juiz aplica mecanicamente. O segundo significa o 
oposto: o juiz pode decidir com base na prova, mas também sem 
provas e até mesmo contra elas. Ex. da prova legal é dado pelo 
antigo processo germânico, onde a prova representava uma 
invocação a Deus. O juiz não julgava, mas apenas ajudava as 
partes a obter a decisão divina. Já o princípio secundum 
conscientiam é notado, embora com certa atenuação, pelos 
Tribunais do Júri. A partir do Sec. XVI, porém, começou a 
delinear-se o sistema intermediário do livre convencimento do 
juiz, ou da persuasão racional que se consolidou sobretudo 
nos primados da Revolução Francesa. Essa liberdade de 
convicção, contudo, sofre temperamento pelo próprio sistema que 
exige a motivação do ato judicial (CF., Art. 93, IX; CPP, Art. 381, 
III; CPC, Art. 131, 165 e 458, II etc.). Este princípio não se 
contrapõe ao princípio da imparcialidade do juiz. 
 
•56. Princípio da Oralidade. 
O princípio da oralidade, em seu sentido mais tradicional, 
“…consiste em um conjunto de princípios distintos, embora 
intimamente relacionados entre si…”, que são: o da 
“prevalência da palavra falada sobre a escrita”; da “imediação 
entre o juiz e as pessoas cujas declarações ele deva apreciar”; 
da “identidade da pessoa física do juiz, isto é, o juiz que 
colher a prova é que deve julgar a causa”; da “concentração 
dos trabalhos de colheita da prova, discussão da causa e seu 
julgamento em uma só audiência, ou em poucas audiências 
próximas no tempo, para que as impressões do julgador se 
mantenham frescas”; e da “inapelabilidade das interlocutórias 
para não suspender o curso da causa”, todos esses princípios 
objetivando “…que a causa seja julgada pelo juiz que colheu 
as provas produzidas oralmente”. 
 
•57. Princípio da Lealdade Processual. 
É o dever ético e moral de honestidade e boa-fé que se exige 
de todos aqueles que participam do processo, repugnando-se 
as fraudes processuais, com o objetivo maior de resolver o 
conflito. 
 
•58. Princípios da economia processual e da 
instrumentalidade das formas. 
O princípio da economia significa a obtenção do máximo 
resultado na atuação do direito com o mínimo possível de 
dispêndio. É a conjugação do binômio: custo-benefício. A 
aplicação típica desse princípio encontra-se em institutos 
como a reunião de processos por conexão ou continência, 
vulgo apensamento (CPC, Art. 105), reconvenção, ação 
declaratória incidente, litisconsórcio etc. Importante corolário 
da economia processual é o princípio do aproveitamento dos 
atos processuais (CPC, Art. 250, de aplicação geral nos 
processos civil e penal). Princípio da Instrumentalidade das 
Formas – não importa a forma, o importante é alcançar o 
objetivo, assim, os atos imperfeitos somente devem ser 
anulados se o objetivo não tiver sido atingido. 
 
•59. Princípio do Impulso Oficial 
O juiz tem a obrigação de dar andamento ao processo, 
percorrendo todas as fases processuais, até a pronúncia da 
sentença. 
 
•60. Princípio da Inafastabilidade do Poder Judiciário (Art. 5º 
XXX CF-88). 
A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
ameaça a direito. 
Também conhecidocomo Princípio do Direito de Ação ou de 
Acesso à Justiça; 
 
•61. Princípio da Celeridade ou da Brevidade (Art. 5º 
LXXVIII CF-88) 
A todos, no âmbito judicial e administrativo são assegurados a 
razoável duração do processo e os meios que garantam a 
celeridade de sua tramitação. 
 
•62. Norma Jurídica 
É a forma de expressão, escrita ou não, do ordenamento 
jurídico. No Sistema jurídico brasileiro (Romano-Germânico) 
predominam as normas escritas. 
 
•63. Normas Jurídicas Materiais ou Substanciais 
Criam o direito, definindo e regulando as relações; constituem 
o critério de julgar e sua inobservância leva ao “error in 
judicando”. 
 
•64. Normas Jurídicas Formais, Adjetivas, Instrumentais ou 
Processuais. 
Disciplinam a criação e a atuação das regras jurídicas; 
constituem o critério de proceder e sua inobservância leva ao 
“error in procedendo”. 
 
•65. Como saber se uma norma jurídica é material ou 
formal? 
Pelo conteúdo e pelo objeto. 
 
•66. Qual o objeto das Normas Jurídicas Processuais? 
Disciplinar o modo processual de resolver os conflitos de 
interesse mediante a atribuição ao juiz de poderes para 
resolvê-los e, às partes, de faculdades e poderes para 
defender seus direitos, além da correlativa sujeição à 
autoridade do juiz. 
 
•67. Quais as características da norma jurídica processual? 
Pública, instrumental, representativa de ônus e destinada a 
disciplinar o processo. 
 
•68. A norma jurídica é bilateral? 
Sim, porque impõe deveres a uns e faculdades ou direitos, a 
outros. 
 
•69. Como se classificam as normas jurídicas quanto à 
incidência? 
Cogentes e Dispositivas 
 
•70. O que são normas cogentes ou de ordem pública? 
São aquelas de aplicação obrigatória. 
 
•71. O que são normas dispositivas ou facultativas? 
São aquelas de aplicação facultativa, ou seja, depende da 
vontade das partes. 
 
•72. Qual a natureza jurídica das normas processuais? 
Via de regra: cogentes. 
 
•73. As normas processuais versam sobre quais assuntos? 
Da organização judiciária, da capacidade das partes e dos atos 
processuais. Organização judiciária – criação e estrutura dos 
órgãos do Poder Judiciário; Capacidade das partes – poderes e 
deveres das partes em relação ao processo; Atos processuais 
– regulamentação dos procedimentos, da estrutura e da 
coordenação dos atos que compõem o processo. 
 
•74. Qual a localização das normas processuais? 
Principais fontes: CF-88, CPC, CPP e leis extravagantes. 
Fontes secundárias: costumes, PGD (Princípios Gerais do Direito), 
negócios jurídicos e jurisprudência. 
 
•75. Constituição Federal – Exemplo de norma processual. 
Art. 101 – STF – norma de organização judiciária. 
 
 
•76. O que é interpretação? Quais os métodos de interpretação? 
É a determinação do significado e do alcance das normas 
(subsunção do fato à norma). 
- O que é subsunção? 
• É ação ou efeito de subsumir, isto é, incluir (alguma coisa) em 
algo maior, mais amplo. O caso concreto se enquadra à norma 
legal em abstrato. É a adequação de uma conduta ou fato 
concreto (norma-fato) à norma jurídica (norma-tipo), É a 
tipicidade, no direito penal; bem como é o fato gerador, no 
direito tributário. Ex. Momento em que incide o tributo, ou 
que ele deva ser cobrado. 
Os métodos são os seguintes: Deontológico – analisa a ética da 
norma. 
De acordo com o resultado, a interpretação pode ser: 
Declarativa – literal ou gramatical. 
Restritiva – limita ou restringe a aplicação da norma. 
Extensiva – amplia o campo de aplicação da norma. 
Ab-rogante – conclui pela inaplicabilidade da lei interpretada. 
 
•77. Como ocorre a interpretação processual? O que nos traz 
o Art. 5º da LICC – Lei de Introdução ao Código Civil? 
Através destes métodos, mais a integração, ou seja, nas 
lacunas da lei, o juiz deve observar os fins sociais a que ela se 
destina e às exigências do bem comum. 
 
•78. O que é a integração? 
É o preenchimento das lacunas da lei mediante a utilização da 
analogia, dos costumes e dos PGD. Art. 4º da LICC. (eqüidade) 
 
•79. Quais os meios previstos no Art. 4º da LICC para 
solucionar as lacunas? 
 
O que é Analogia? 
Analogia é resolver um caso não previsto em lei, mediante a 
utilização de regra jurídica relativa à hipótese semelhante. 
PGD – Princípios Gerais do Direito = são aqueles que decorrem do 
próprio ordenamento jurídico bem como aqueles que o informam e 
lhe são anteriores e transcendentes. É o substrato da ciência jurídica, 
o início e o fim a que se destina. 
Costumes – são práticas reiteradas pela sociedade com a convicção 
de sua necessidade. 
 
•80. Princípio da Plenitude do Ordenamento Jurídico 
Significa que o ordenamento jurídico é completo, não tem 
lacunas. 
 
•81. O que nos traz o Art. 126 do Código de Processo Civil? 
O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando 
lacuna ou obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-
á aplicar as normas legais; não havendo, recorrerá à analogia, 
aos costumes e aos PGD. 
 
•82. Lei Processual Penal 
Admite interpretação extensiva, analogia e PGD. 
 
•83. O que significa o Princípio da Indeclinabilidade do Juiz? 
O juiz não pode deixar de apreciar as lides que lhe são submetidas, 
sob qualquer alegação, pois somente o Estado possui o poder de 
dizer o direito. O juiz não se exime de sentenciar ou despachar 
alegando lacuna ou obsuridade da lei (Art. 126 CPC). 
 
•84. Quando a lei começa a vigorar? 
Art. 1º da LICC. No Brasil, 45 dias após a sua publicação, salvo 
disposição em contrário. No exterior, se admitida, 3 meses 
após a publicação. 
 
 
•85. Vacatio Legis 
É o período compreendido entre a publicação e a entrada em 
vigor da lei. 
 
•86. Princípio da Irretroatividade das Leis, o que isso 
significa? 
Regula a eficácia das leis no tempo. 
Doutrina Moderna – a lei, via de regra, não retroage. Art. 5º 
XXXVI – CF-88 - A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato 
jurídico perfeito e a coisa julgada. 
Doutrina Clássica – a lei retroage. 
 
•87. O que é Direito Adquirido? 
Art. 6º, parágrafo 2º da LICC – Lei de Introdução ao Código Civil– 
Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou 
alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do 
exercício tenha termo prefixado, ou condição preestabelecida 
inalterável, a arbítrio de outrem. 
 
•88. O que é Coisa Julgada? 
•1. Art. 6º, parágrafo 3º da LICC- é a decisão judicial 
transitada em julgado, ou seja, é aquela em que não cabe 
recurso. Pode ser: 
Formal – no âmbito do próprio processo, que não pode ser 
rediscutido; 
Material – impede que a decisão seja discutida em outro processo. 
 
•89. O que é Ato Jurídico Perfeito? Art. 6º, § 1º LICC 
É aquele realizado de acordo com a lei vigente na época em foi 
concluído. 
•90. Explique a Teoria do Sistema da Unidade Processual e 
as suas hipóteses. 
O processo é um todo, indivisível. A lei nova que entra em 
vigor só é aplicada no processo se este reiniciar todas as suas 
etapas. Pode optar por terminar o processo com a lei antiga. A 
lei processual, neste caso, é retroativa. Apesar de se desdobrar 
em uma série de atos diversos, o processo somente pode ser 
regulado por uma única lei, a nova ou a velha, de modo que a velha 
teria de se impor para evitar a retroação da nova, com prejuízo dos 
atos já praticados atéa sua vigência. 1ª hipótese – incidência da lei 
velha – começa e termina com a lei velha; 2ª hipótese – incidência 
da lei nova – reinicia-se o processo com base na lei nova, 
desprezando-se todos os atos processuais praticados com base na lei 
velha. 
 
•91. Teoria do Sistema das Fases Processuais. 
As etapas do processo constituem unidades e a lei nova 
somente poderá ser utilizada no início da etapa processual 
seguinte. Neste caso, a lei processual é irretroativa. 
Distinguem-se diversas fases processuais autônomas: 
postulatória, probatória, decisória e recursal, cada uma susceptível de 
per si ser disciplinada por uma lei diferente. 
 
•92. Teoria do Isolamento dos Atos Processuais. 
Aos atos processuais ainda não realizados, aplica-se a lei 
nova, respeitados os atos realizados pela lei antiga. A lei 
processual, neste caso, é irretroativa. A lei nova não alcança os 
atos processuais já realizados, nem seus efeitos, mas se aplica nos 
atos processuais a serem praticados, sem limitações relativas às 
fases processuais. Art. 2º CPC – a lei processual aplicar-se-á desde 
logo, sem prejuízo da validade dos atos já realizados sob a vigência 
da lei anterior; Art. 1.211 CPC – ao entrar em vigor, suas 
disposições aplicar-se-ão desde logo aos processos pendentes. 
 
•93. Princípio Tempus Regit Actum 
É o próprio sistema de isolamento dos atos processuais, consagrado 
nos Artigos. 2º e 1.211 do CPC e também no Art. 6º da LICC, 
que diz: a lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato 
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. As normas ao 
serem criadas somente devem disciplinar os atos futuros, ou seja, 
que vierem a ser praticados. 
 
•94. Qual o Sistema que adotamos em nosso 
ordenamento jurídico? Qual o Artigo do Código de Processo Civil 
que faz referência ao sistema adotado? 
Sistema de isolamento dos atos processuais. Art. 1.211. 
 
•95. Com relação aos processos findos como devemos 
proceder? 
A lei não retroage. Os processos já encerrados não são 
alcançados pela lei nova. 
 
•96. Com relação aos processos a serem iniciados como 
devemos proceder? 
Aplica-se a lei nova. 
 
•97. Quanto à prova como se comporta no direito processual 
e no direito material? 
No direito processual, prevalecem as provas formais (verdade 
formal), baseadas nas normas vigentes na época da produção 
da prova e no direito material prevalecem às provas materiais 
(verdade material) existentes no momento da constituição da 
prova. 
 
•98. Norma Processual no Espaço (Lex Fori – Art. 1º CPC) 
Princípio da Territorialidade – eficácia espacial das normas. 
Sempre que no território brasileiro seja proposta uma ação contra 
brasileiro ou estrangeiro domiciliado no país. 
 
•99. Direito Processual Civil Romano. 
1º Período- Legis Actiones (eram 5 leis processuais; direito material 
= Lei das 12 Tábuas). 
Eram 3 Ações de Conhecimento e 2 de Execução. O processo era 
extremamente formalista, público e oral (Princípio da Oralidade). A 
quebra do formalismo gerava a anulação do processo e a vedação da 
propositura de nova ação com o mesmo objeto. In iure + in iudicium 
= Oredo Iudiciorum Privatorum. Justiça Privada. Somente os cidadãos 
romanos podiam invocar o Ius Civilis. 
 
1ª fase – in iure (fórmulas verbais e por gestos) 
O pretor somente analisava a admissibilidade da demanda (requisitos 
formais). 
Litiscontestatio (fixação do objeto, compromisso de aceitar a decisão 
do árbitro e de indicar o árbitro, que será nomeado pelo Pretor, 
geralmente um sacerdote ou ancião) 
 
2ª fase – in iudicio (produção de provas, debates ou altercaciones e 
sentença). 
Iudex ou arbiter – eram particulares. 
In jus vocatio – direito do autor de chamar o réu. O autor tinha o 
direito de conduzir o réu à presença do Pretor, usando a força, se 
necessário e a decisão era irrecorrível. 
 
2º período – Per Formulas ou Período Formulário. 
Pretor Peregrino – litígios envolvendo estrangeiros; 
Pretor Urbano – litígios envolvendo apenas romanos. 
1ª fase – in iure 
Álbum – conjunto de fórmulas ou frases escritas. 
Pretor, autor e réu. 
In ius vocatio 
Cognitores ou Procuradores – eram os advogados da época. 
2ª fase: in iudicio 
Litiscontestatio 
Iudex ou arbiter 
Decisão Irrecorrível. 
 
3º Período: Cognitio Extraordinária – Formal – tudo escrito, 
surge o juiz oficial, representante do Estado, o Duplo Grau de 
Jurisdição, o Princípio do Juiz Natural e do Livre 
Convencimento do Juiz. 
Autor – petição inicial – juiz – indefere – fim 
Juiz defere – citação do réu – prazo legal – audiência 
preliminar – litiscontestatio – produção de provas – decisão do 
juiz – apelação. 
Provas: testemunhas, documentos, confissão e juramento. 
 
•100. Nos dois primeiros períodos do processo civil romano, no 
litiscontestatio, quem indicava o Iudex ou Arbiter? 
No 1º período, as partes e no 2º Período, o Pretor. 
 
•101. Qual a distinção entre o pretor urbano e o pretor 
peregrino? 
Pretor Urbano – prestava jurisdição aos romanos; 
Pastor Peregrino – prestava jurisdição aos estrangeiros. 
 
•102. O que era o álbum? 
Era um livro contendo várias fórmulas ou frases jurídicas 
escritas sendo que cada uma consistia em um pequeno 
documento baseado no modelo publicado no Edito do Pretor 
que tinha por objetivos concretizar por escrito as pretensões e 
fixar a missão do juiz. 
 
•103. Quem eram os cognitores? 
Eram os advogados da época. 
 
•104. Quais princípios surgem no terceiro período do processo 
civil romano? 
Duplo grau de jurisdição, Juiz Natural e do Livre 
Convencimento do Juiz. 
 
•105. Quais as características do 3º Período? 
Desenvolve-se todo perante um só juiz; (Justiça Pública – Juiz 
Natural) 
Aplicação da escrita; 
Inicial com a pretensão do autor (libellus contradictions); 
Contestação (libellus contradictions ou libellus responsionis); 
Litis denuntiatio; 
Sentença com força autoritária. 
Listiscontestatio – momento em que se encerra a fase postulatória; 
Possibilidade de recurso. (Duplo Grau de Jurisdição) 
 
•106. Direito Processual Romano Germânico. 
Ding – Presidente: Conde Feudal – Assembléia Popular de 
Homens Livres – Delegado (indicado pelo Conde Feudal) – 
Assembléia Popular de Homens Livres – Ding Menor.- Sistema 
Probatório – Juramento – Juízos de Deus – Duelo ou Ordálias. 
Tudo oral. 
 
•107. Qual a diferença da DING para a DING Menor? 
Ding Maior, presidida pelo Conde e a Ding Menor, presidida 
por um Delegado. 
 
•108. Qual a função precípua dos juízes? 
Dirigir os debates, fiscalizar as provas, orientar a DING sobre 
a matéria de direito e proferir o resultado das provas. A 
sentença, proferida pela DING, era irrecorrível. 
 
•109. Qual a “fase” que mais predominava no processo romano-
germânico? 
Probatória. 
 
•110. O que são os juízos de Deus? 
É a invocação da justiça divina para a solução dos conflitos. 
Acreditava-se que nada aconteceria com aquele que estivesse 
falando a verdade. Duas formas: duelo (quem sobreviver é 
porque tem a proteção de Deus) e as Ordálias (que eram 
provas a que as duas partes eram submetidas, quem 
escapasse era porque era inocente ou porque tinha razão). 
 
•111. Direito Processual Romano Canônico. 
1088 – Universidade de Bolonha, fundada por Irnerius, 
Archote do Direito. 
 
•112. Qual a primeira universidade ocidental? 
Universidade de Bolonha – 1088. 
 
•113. O que os glosadores faziam? E os pós-glosadores? 
Davam novas interpretações ao Corpus IurisCivilis, através de 
anotações nas margens ou nas entrelinhas do texto. 
 
•114. Como acontecia o processo comum ou ordinário no 
processo comum? 
Era extremamente formalista, moroso e totalmente escrito. 
 
•115. Como acontecia o processo summarius no processo 
comum? 
Supressão de solenidades, redução dos atos, restabelecimento 
da oralidade e aumento dos poderes dos juízes. 
 
•116. Qual a divisão do processo summarius? 
Indeterminado – simplificava os atos processuais; 
Determinado ou Executivo – reduzia o conhecimento do juiz. 
 
•117. Direito Processual Português. 
1139 – Reino de Oviedo (Independência da Espanha). 
Cartas de Foro ou Forais (direito baseado nas cartas dos Reis, 
regulavam os Distritos). 
No plano espiritual, vigorava o Direito Canônico. 
1290 – Universidade de Lisboa – Coimbra. 
1446 – ordenações Afonsinas; direito romano (Eram 5 livros, 
sendo que o Livro III tratava do Direito Processual Civil), foi a 
primeira legislação aplicada no Brasil. 
1521 – ordenações Manuelinas; direito romano + canônico. 
1603 – ordenações Filipinas; direito canônico. 
 
•118. O que eram as ordenações? 
Era um conjunto de leis que formavam uma espécie de mistura 
de Código Civil e Código Penal da época, com base nas Cartas 
de Foro, no Direito Romano e no Direito Canônico. 
 
•119. Quais eram as fases do procedimento nas ordenações? 
Postulatória – recebimento ou não da petição (libelo, contrariedade, 
réplica e tréplica); 
Instrutória – produção de provas (a testemunhal era sigilosa); 
Decisória – pronúncia da sentença; 
Executória – execução da sentença. 
 
•120. Quais eram as espécies de procedimentos nas 
ordenações? 
Ordinário – rito solene e formal; 
Sumário – até 1000 réis – a petição podia ser oral, os ritos eram 
menos solenes e os prazos mais curtos; 
Sumaríssimo ou verbal – bens móveis e até 400 réis – era tudo 
oral, o juiz podia não acolher certas provas, a decisão era protocolada 
pelo juiz e não cabia recurso; 
Especiais – tratavam de ações possessórias, de despejo, executivo-
fiscais e cominatórias. 
 
 
•121. Direito Brasileiro, desde a Independência até os dias 
de hoje. 
No início, utilizavam-se as Ordenações Filipinas, em função do 
Decreto de 20 de outubro de 1823; 
1827 – Bacharel e Doutor; São Paulo e Olinda. O doutor defendia 
uma tese. Era um título de mestre ou professor. 
1850 – Regulamento 737 (Processo Comercial) e 738 (Tribunais do 
Comércio); 
 Direito Processual na República; 
 Constituição de 1891 (sistema dualista de competência em 
Direito Processual) 
Competência para legislar sobre direito processual: da União e dos 
Estados; 
União – Legislação de Processo (1898) 
1915 – CPC Bahia 
1930 – CPC SP; 
Constituição de 1934 (abolição do sistema dualista, 
restabelecendo a unidade processual). 
Competência para legislar sobre Processo: exclusiva da União. 
1939 – CPC – 1º Código de Processo Civil totalmente 
brasileiro. 
Citação circunduta (falta de citação ou citação defeituosa/nula). 
Constituição de 1946; 
Justiça Trabalhista; 
1950 – Lei 1060; 
Constituição de 1967/1969; 
1973 – CPC -Lei dos Ritos; 
Alfredo Buzaid; 
Constituição de 1988; 
Mini-reforma – 1990. 
EC nº 45/2004 
Processo Eletrônico. Citação eletrônica. 
 
•122. Decreto de 20 de outubro de 1823 da Assembléia 
Geral Constituinte. 
Assegurou a continuidade da legislação lusitana (Ordenações 
Filipinas) em tudo que não contrariasse a soberania nacional e o 
regime brasileiro. 
 
•123. Quando foi sancionada a lei criando os cursos de direito? 
1827 – São Paulo e Olinda. 
 
•124. Qual a distinção entre Bacharel e Doutor? 
O Bacharel era um simples graduado em Direito enquanto o 
título de Doutor era conferido aos Bacharéis que defendessem 
uma tese de pós-graduação perante uma banca examinadora. 
 
•125. Qual o conteúdo do Regulamento 737/1850 e do 
Regulamento 738/1850? 
Regulamento 737 – Processo Comercial; Regulamento 738 – 
Tribunais do Comércio. 
 
•126. Com a constituição de 1891, o que ocorre com o direito 
processual? 
A par da dualidade de Justiça (Federal e Estadual), a 
dualidade de processos, com a divisão do poder de legislar 
sobre direito processual sobre direito processual entre a União 
e os Estados. Elaborou-se então uma legislação federal de 
processo (Decreto nº 3.084/1898) e, por outro lado, 
iniciaram-se o CPC e CPP dos Estados. Ex. CPC da Bahia (1915) e 
de São Paulo (1930). 
 
•127. Cite duas características do Código Processual Civil de 
1939. 
Primeiro Código de Processo Civil totalmente brasileiro. 
Flexibilizou-se o formalismo, fazendo-se concessões ao 
Princípio da Oralidade. 
 
•128. Qual a novidade trazida pela constituição de 1946 para a 
organização judiciária? 
Justiça Trabalhista – Lei 1060/1950 – como órgão do Poder 
Judiciário. 
 
•129. O que é a Lei dos Ritos? 
É o CPC, Lei nº 5.869, de 1973 (CPC), idealizada por Alfredo 
Buzaid, que introduziu o Processo Cautelar como processo 
autônomo. 
 
•130. Quando se iniciou a atual reforma do processo civil? 
Com a Constituição de 1988 – nomeou o STF como guardião da 
CF-88 e criou o STJ; 
Mini-reforma – 1990, EC nº 45/2004, Processo Eletrônico e 
Citação eletrônica. 
 
•131. Quais as funções do Estado? 
Administrativa, Legislativa e Jurisdicional. 
 
•132. Função Jurisdicional 
Caracteriza-se pela imparcialidade do órgão jurisdicional, que exerce 
a sua função sem interesse no resultado da sua atividade. 
 
•133. Função Legislativa 
Atua em hipóteses consideradas em abstrato, criando normas 
aplicáveis a todos os fatos futuros que venham a se adequar à 
descrição contida na norma elaborada. 
 
•134. Função Administrativa 
O Estado exerce uma função que sempre lhe coube, não tendo sido 
exercida anteriormente por ninguém. Trata-se de uma função 
originária do Estado. 
 
•135. Existem outras funções do Estado? 
Sim. Não se pode distinguir adequadamente as funções com base na 
verificação do órgão atuante (critério subjetivo ou orgânico), pois 
todas as funções do Estado são exercidas por todos os seus órgãos. 
Ex: o Poder Legislativo exerce a função jurisdicional ao julgar 
o presidente da república por crime de responsabilidade. O 
Poder Judiciário exerce a função administrativa ao deliberar 
sobre as férias dos seus serventuários. 
 
 
•136. Princípio da Inércia ou da Titularidade. 
Por esse princípio temos que, em regra, o juiz deverá 
aguardar a provocação da parte. 
 
•137. Princípio do Juiz Natural (Constitucional) 
O julgamento deve ser feito por órgão constitucional pré-
constituído, que a competência do órgão seja preestabelecida, 
que haja independência e imparcialidade do juiz. 
 
•138. Princípio da Investidura Regular 
A jurisdição só pode ser exercida por quem dela se ache 
legitimamente investido. 
 
•139. Princípio da Aderência ao Território 
A jurisdição está relacionada com uma delimitação territorial. 
 
•140. Princípio da Improrrogabilidade 
Os limites da jurisdição, como regra geral, estão traçados na 
Constituição, sendo assim, o legislador infraconstitucional não poderá 
nem restringi-los nem ampliá-los. Significa também dizer que o juiz 
não poderá exercer a jurisdição fora de seu território. Exceto, 
quando se tratar de prorrogação de competência diante de uma 
incompetência relativa. 
 
•141. Princípio da Indelegabilidade 
As atividades exercidas pelo magistrado são exclusivas e 
indelegáveis. 
 
•142. Princípioda Indeclinabilidade 
O órgão jurisdicional não pode declinar ou deixar de prestar a 
tutela jurisdicional já que não se trata de sua boa vontade, o 
órgão tem o dever de prestar a tutela jurisdicional. 
 
•143. Princípio da Inevitabilidade (não adianta chorar sobre o 
leite derramado). 
Sujeita as partes ao processo, bem como ao seu resultado. 
 
•144. Princípio da Correlação. 
A sentença deve estar estritamente relacionada ao pedido pela 
parte, não podendo o magistrado proferir uma sentença que 
não tenha nada a ver com o pedido. Outros nomes: Princípio 
da congruência, Princípio da Relação, Princípio da Relatividade 
e Princípio da Adstrição da Sentença. A sentença não pode: Ir 
além do que foi pedido (ultra petita); Ficar aquém do que foi pedido 
(citra petita); Conceder bem diferente do que foi pedido (extra 
petita). 
 
•145. Quais os três escopos que a jurisdição apresenta? 
Instrumentalidade negativa do processo – doutrina clássica – O 
processo é mero instrumento de atuação do direito material. 
Instrumentalidade positiva do processo – doutrina moderna – 
Instrumento de que se vale o Estado para alcançar os escopos da 
jurisdição. Garantia de tutela adequada e efetiva das posições 
jurídicas de vantagem. 
Sociais, jurídicos e políticos; 
 
•146. Quais as características da Atividade Jurisdicional? 
Provocada – depende da iniciativa das partes; 
Pública – é uma prerrogativa do Estado; 
Substitutiva – o Estado-Juiz substitui as partes; 
Indeclinável – o Estado-Juiz não pode deixar de prestar a tutela 
jurisdicional; 
Definitiva – faz coisa julgada, imutável. 
 
•147. Definitividade. 
Lei nova não pode atingir a coisa julgada, exceto nas ações 
rescisórias (Artigos 485 a 495 CPC) e na revisão criminal. (Art. 
621 CPP). 
 
•148. Características da Atividade Jurisdicional – de Humberto 
Theodoro Jr. 
Secundária – o Estado-Juiz substitui as partes; 
Instrumental – é um instrumento de que se vale o Estado para 
pacificar a lide; 
Declarativa – declara e reconhece direitos preexistentes; 
Executiva – tem o poder de coagir, exigir o cumprimento da 
sentença; 
Desinteressada – porque é imparcial, não tendo interesse no objeto 
da lide; 
Provocada – depende da iniciativa das partes. 
 
•149. Elementos da jurisdição? 
Notio ou cognitio – é o poder de conhecer a causa e de decidir a 
lide; 
Vocatio – poder de fazer comparecer em juízo todos cuja 
presença seja útil à justiça e ao conhecimento da verdade; 
Coertio ou coertitio – é o poder de fazer-se respeitar e de 
reprimir ofensas; 
Iudicium – é o poder de julgar e de proferir sentença; 
Executio – é o poder de exigir o cumprimento da sentença. 
 
•150. Poderes compreendidos dentro da jurisdição. 
Poder de decisão – é o poder de conhecer, prover, recolher provas 
e decidir mediante sentença a lide e também decidir sobre a forma e 
os limites da atividade jurisdicional. Poder de coerção – é o poder 
de exigir o cumprimento da sentença, nem que seja sob vara. Ex. 
execução, intimação de testemunhas, litigância de má fé; Poder de 
documentação – é o poder de reduzir a termo (na forma escrita), 
com fé pública, todos os atos processuais, para preservar o histórico 
do processo; 
 
•151. Divisão e classificação da jurisdição. 
Graduação dos órgãos: 
Inferior – de 1º grau ou de 1ª instância (juízes de direito); 
Superior – de 2º grau ou de 2ª instância (recursos – TJMT); 
Objeto: 
Civil – por exclusão, o que não for penal nem trabalhista. Ex. Civil, 
Constitucional, Administrativo, Tributário, etc; 
Penal – causas de natureza penal ou criminal; 
Trabalhista – questões ligadas ao Direito do Trabalho; 
Origem: 
Legal ou Permanente – é aquela que nasce da investidura do juiz – 
CF-88; 
Convencional ou Momentânea – é aquela exercida pelos árbitros 
em função de compromissos assumidos pelas partes. 
Órgãos do Judiciário que a exercem: 
Comum ou Ordinária – por exclusão das Especiais; 
Especial ou Extraordinária – CF-88 – Federal, Trabalhista, Militar e 
Eleitoral; 
Forma: 
Contenciosa – é quando há conflito de interesses ou litígio; 
Voluntária – é quando não há conflito de interesses ou litígio, mas 
apenas a necessidade de homologação de algo perante o Poder 
Judiciário. Não se aplica ao Direito Penal. 
 
•152. Jurisdições anômalas. 
•a) Art. 52 CF-88 – Impeachment – crimes de 
responsabilidade praticados pelo Presidente da República, 
Vice-presidente, Ministros do STF, AGU e PGU – juízo de 
admissibilidade: Câmara dos Deputados; competência para 
processar e julgar: Senado Federal, Comandantes da Marinha 
do Exército e da Aeronáutica, membros do CNJ e do CNMP; 
•b) Art. 71 CF-88 – Congresso Nacional com auxílio do TCU 
(Tribunal de Contas da União) – julgar as contas dos 
administradores de dinheiro, bens e valores públicos da 
administração direta e indireta. 
•c) Tribunal Marítimo – Ministério da Marinha (acidentes de 
navegação) – não afasta a apreciação pelo Poder Judiciário. 
 
•153. Jurisdição contenciosa e jurisdição voluntária. 
Contenciosa – é quando há conflito de interesses ou litígio; é uma 
atividade jurisdicional, o objeto é compor a lide, existem partes, 
contraditório e faz coisa julgada, a iniciativa é por meio de ação 
contra o réu, utiliza o critério da legalidade para decidir a lide, é um 
processo de natureza declaratória. 
Voluntária – é quando não há conflito de interesses ou litígio, mas 
apenas a necessidade de homologação de algo perante o Poder 
Judiciário. É uma atividade administrativa, simples homologação de 
ato, negócio ou providência jurídica, iniciativa por meio de 
requerimento, existem interessados, não faz coisa julgada (pode ser 
desfeito ou modificado), critério de conveniência e oportunidade, é 
um procedimento de natureza constitutiva. 
 
•154. Quais os limites da jurisdição? 
Até onde for a soberania do Estado. 
 
•155. Extensão da jurisdição ou limite da jurisdição são 
sinôninos? 
Não. Extensão – são os poderes do juiz dentro do processo. 
Limite – são limites que decorrem da soberania dos Estados. 
 
•156. Limites internacionais da jurisdição? 
Geral ou Territorial – por conveniência e inviabilidade do 
cumprimento da sentença e por respeito à soberania dos outros 
Estados e respeito também às convenções e acordos internacionais e 
por interesse do próprio Estado. 
Pessoal – é a imunidade de jurisdição por respeito à soberania dos 
outros Estados. Ex. Estados estrangeiros, Chefes de Estado e 
Agentes Diplomáticos, ONU, OEA, OTAN. 
 
 
•157. E os limites nacionais ou internos, como funcionam? 
A jurisdição interna, via de regra, cobre todos os direitos 
substanciais, porém, existem algumas exceções ao Princípio 
da Inafastabilidade do Acesso ao Poder Judiciário, por 
exemplo: atos discricionários da administração pública e dívidas de 
jogo (Art. 1.477 CPC). 
 
•158. Quais os substitutivos da jurisdição? 
Existem determinados atos que apesar de não serem oriundos do 
Poder Judiciário do Brasil, conduzem, mediante certas condições, à 
solução da lide. Ex. homologação de sentença estrangeira (Art. 105, 
I,i – CF-88 – STJ) e arbitragem (Lei nº 9.307/96). 
 
•159. Quais os requisitos para que se possa buscar a Lei da 
Arbitragem? 
Sujeitos capazes e direitos patrimoniais disponíveis. 
 
•160. Quais os escopos da Jurisdição? 
Jurídico – fazer valer o direito objetivo e cumprir com o dever-poder 
do Estado; 
Social – pacificar a sociedade (conflitos de interesse); 
Político – afirmar o poder do Estado, garantir as liberdades públicas 
e a participação do jurisdicionado nos destinos da sociedade. 
 
•161.Tutela Jurisdicional. 
É uma modalidade de tutela jurídica; é uma das formas pelas quais o 
Estado assegura proteção a quem seja titular de um direito subjetivo 
ou outra posição jurídica de vantagem. Todos têm direito à jurisdição, 
porém, nem todos têm direito à tutela jurisdicional. 
•162. Tutela jurisdicional e jurisdição são sinônimos? 
Não. Todos têm direito à jurisdição, que é uma função do Estado, 
porém, nem todos têm direito à tutela jurisdicional, portanto, não se 
confundem. Só tem tutela jurisdicional quem tem uma posição 
jurídica de vantagem. 
 
•163. Classificação da Tutela Jurisdicional. 
Quanto à pretensão do demandante: Cognitiva, executiva e 
cautelar; 
Quanto à intensidade: plena e limitada; 
Quanto ao meio de prestação: comum e diferenciada; 
Quanto à satisfatividade: satisfativa e não satisfativa. 
 
•164. Tutela jurisdicional cognitiva. 
Declara a existência ou não de um direito. 
 
•165. Tutela jurisdicional executiva. 
Satisfaz o crédito pela execução da sentença condenatória. 
 
•166. Tutela jurisdicional cautelar. 
Assegura a efetividade de um outro tipo de tutela jurisdicional 
em face do risco de que a tutela cognitiva ou executiva não 
seja suficiente, assim, para evitar dano irreparável, concede-se a 
tutela cautelar. Não satisfaz o direito material, mas assegura e 
efetividade da tutela satisfativa de conhecimento ou de execução. 
 
 
 
•167. Tutela jurisdicional plena. 
É capaz de assegurar a mais ampla intensidade possível, alcançando-
se com ela o acolhimento e a satisfação das pretensões legítimas 
levadas à juízo. Ex. tutela executiva, tutela de conhecimento e tutela 
constitutiva. 
 
•168. Tutela jurisdicional limitada. 
Não é suficiente para garantir a plena satisfação do direito 
material. É necessário que o Estado preste depois outro tipo de 
tutela que a complemente. Ex. tutela cognitiva de cunho 
condenatório; tutela cautela. 
 
 
•169. Tutela jurisdicional comum. 
É aquela prestada através dos meios tradicionalmente postos à 
disposição do jurisdicionado, como a que se presta através dos 
procedimentos comum, ordinário ou sumário, no processo de 
conhecimento. 
 
•170. Tutela jurisdicional diferenciada. 
É a prestação da tutela jurisdicional por meios diversos dos 
tradicionais. Ex. tutela antecipada, procedimento monitório e 
mandado de segurança. 
 
•171. Tutela jurisdicional satisfativa. 
Permite a atuação prática do direito material. Ex. conhecimento 
e execução. 
 
•172. Tutela jurisdicional Cautelar não satisfativa. 
É aquela que se limita a assegurar a efetividade de um outro tipo de 
tutela jurisdicional. 
 
 
 
•173. Tutela Jurisdicional Antecipada. 
É uma forma de tutela jurisdicional satisfativa, não cautelar, prestada 
com base em juízo de probabilidade. Trata-se de fenômeno próprio 
do processo de conhecimento. Ex. reintegração liminar de posse, 
despejo liminar, aluguel provisório (Art. 273 CPC – norma genérica, 
aplicável a todos os processos). 
 
•174. Qual a diferença entre o juízo de certeza para o juízo de 
probabilidade? 
Juízo de certeza – dá origem a tutela jurisdicional comum, ordinária 
ou tradicional; 
Juízo de probabilidade – dá origem a tutela jurisdicional 
antecipada, que tem natureza provisória, limitada, satisfativa e 
diferenciada. 
 
•175. Quais os requisitos para a concessão da tutela antecipada? 
Probabilidade de existência do direito alegado, ou seja, o pedido deve 
ser plausível, baseado em situação capaz de gerar o justo e fundado 
receio de dano grave, de difícil ou impossível reparação e nos casos 
em que tenha ocorrido abuso de direito de defesa por parte do 
demandado. (Art. 273,I e II CPC). 
 
•176. Prova inequívoca da verossimilhança da alegação. 
Precisa haver o Fumus Bonus Iuris (Fumaça do Bom Direito), assim, o 
pedido deve ser baseado em prova robusta. 
 
•177. Reversibilidade. 
Só pode ser concedido se puder voltar ao estado anterior. (Nélson 
Hungria Jr). 
 
•178. Abuso de direito de defesa do réu. 
É quando o réu só quer enrolar, ganhar tempo para postergar o 
pagamento da obrigação, violando o Princípio da Lealdade 
Processual e da boa fé mediante apresentação de recursos 
meramente protelatórios, caracterizando a litigância de má fé. 
(Art. 273, II, CPC). 
 
•179. Pedido incontroverso. 
É aquele em que o réu não apresentou contestação no prazo legal ou 
apresentou mas, não contestou. (Art. 273, § 6º CPC). 
•180. Fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação. 
É quando existe risco do réu sumir com o bem jurídico que se 
pretende a tutela antes da sentença final, sem chance de reparação. 
(Art. 273, I CPC). 
 
•181. Tutela antecipada quanto às espécies de tutela 
jurisdicional existente. 
Limitada, provisória, satisfativa e diferenciada. 
 
•182. A tutela antecipada pode ser modificada ou revogada a 
qualquer tempo? 
Sim. 
 
•183. Tutela Jurisdicional Específica das obrigações de fazer e 
de não Fazer. 
O juiz deve condenar o credor inadimplente a cumprir sua obrigação 
específica e não a pagar perdas e danos, assegurando os meios 
necessários à obtenção do resultado prático correspondente. (Art. 
461 do CPC). 
 
•184. O que o Princípio da congruência entre sentença e 
demanda tem a ver com a tutela mencionada na questão acima? 
Fica atenuado, uma vez que nestes casos, o juiz poderá conceder 
provimento diferente do que foi pleiteado pelo autor. 
 
•185. Em qual o dispositivo do CPC podemos encontrar 
referência a essa situação? 
Art. 461, § 5º

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