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Modelo de Estudo clinico em ECAII

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR 
NÚCLEO DE SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM 
DISCIPLINA DE ENFERMAGEM A CRIANÇA E ADOLESCENTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO CLÍNICO/PROCESSO DE ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Porto Velho-RO 
Outubro, 2008. 
 
 FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA – UNIR 
NÚCLEO DE SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM 
DISCIPLINA DE ENFERMAGEM A CRIANÇA E ADOLESCENTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO CLÍNICO/PROCESSO DE ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
Material elaborado pela discente do Grupo 
C: Rosa Maria Ferreira de Almeida com o 
intuito avaliativo, sob supervisão da Docente: Ms. 
Jeanne Gadelha professora da disciplina de 
Enfermagem a Criança e Adolescente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Porto Velho-RO 
Outubro, 2008. 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Visando prestar assistência à saúde do indivíduo num contexto de pediatria e 
puericultura, seja na prevenção, tratamento ou cura, considerando-o como um ser 
indivisível e não um conjunto de partes isoladas deu-se início o estágio da disciplina de 
Enfermagem em pediatria e puericultura, com a pratica voltada a vários campos desta 
área incluindo os níveis de atenção básica, primária e secundária. 
No dia 14 de outubro do corrente ano sob a orientação da Prof. Mestre Jeanne 
Gadelha iniciou-se na Clínica Pediátrica II do Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro mais 
um campo de estágio dos alunos do grupo C. Com o decorrer das atividades fomos 
apresentados ao paciente o qual iríamos assistir durante os três dias do campo, me foi 
designado o menor D. B. G. internado devido a múltiplas lesões por queimadura elétrica 
(eletro-choque) por fios de alta-tensão. 
As queimaduras provocadas por eletricidade são acidentes que podem envolver 
ferimentos e traumatismos graves (necroses, fraturas, luxações, entre outros). Quando a 
vitima de um acidente por descarga elétrica sobrevive e chega ao hospital, ela 
impressiona pelo quadro que invariavelmente apresenta e comove toda a equipe 
multidisciplinar que trabalha na unidade e o caso agrava se a vitima for uma criança. 
Para tal estudo foi usado como ferramenta o processo de enfermagem que 
consiste na dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas, visando à assistência 
ao ser humano. Caracterizado pelo inter-relacionamento e dinamismo do histórico, 
diagnóstico, plano assistencial e evolução de enfermagem. Visando enriquecer a 
assistência se fez necessário os estudos farmacológicos e da patologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. HISTÓRICO DO PACIENTE 
 
Resumo de dados do Prontuário colhido no dia 14/10/08. 
Nome: D. B. G. Idade: 4 anos 
Data Nascimento: 12/04/2004 Cor: Pardo Sexo: Masculino 
Religião: Católico 
Naturalidade: Colorado do Oeste. Reside em: Cabixi-RO, Zona Rural. 
Endereço: Km 205, lote 10. 
Informante/cuidador: G. T. G. Grau de parentesco: Pai 
Enfermaria: 16 Leito: 251 Data Admissão: Admitido no dia 14/09/08 
na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica – UTIP, sendo transferido no dia 21/09/08 
para a Pediatria I – PED-I. 
Dias de Internação: 35 dias. 
Hipótese Diagnóstica: Queimado com choque elétrico de alta tensão. 
Além do pediatra está em acompanhamento de outro profissional de saúde? Sim, 
está sendo acompanhado pela cirurgiã plástica, pela equipe de enfermagem e nutrição 
além da psicóloga. 
Exames Realizados: Citados em tabelas a seguir. 
 
Quadro 1 – Exames Laboratoriais Comparativo. 
Exames 14/09/08 15/09/08 25/09/08 05/10/08 08/10/08 
Hemácias 4,40 4,09 3,19 3,29 4,23 
Hemoglobina 11,5 11,0 8,2 8,3 10,7 
Hematócrito 33,6 31,9 25,3 25,9 33,5 
V.C. M. 76,4 78,0 79,3 78,7 79,2 
H. C. M. 26,1 26,9 25,7 25,2 25,3 
C. H. C. M. 34,2 32,5 32,4 32,0 31,9 
R. D. W. 14,0% 14,4 12,7% 13,8% 14, 
Leucócitos 7.700 6.100 8.600 5.2000 5.600 
Eosinófilos 0 02 01% 01% 02 
Bastonetes 10% 06 0 10% 04 
Segmentados 69% 58 58% 54% 52 
Linfócitos 20% 20 40% 33% 40 
Monócitos 01 08 01 02% 02 
Plaquetas 169.000 176.000 708.000 558.000 443.000 
Glicose 98 68 - - - 
Uréia 33 20 30,0 - 31,0 
Creatinina 0,4 0,5 0,4 - 0,5 
Sódio 136 134 133 133 129,2 
Potássio 5,5 4,1 4,5 4,4 3,8 
Cálcio 0,3 - 7,7 - 8,1 
Magnésio 2,1 - - - - 
Obs: Discreta 
Microci-
tose 
Discreta 
Microci-tose 
Discreta 
Microcitose; 
Discreta 
Policromasia; 
Moderada 
trombocitose. 
Discreta 
microcitose, 
policromasia e 
trombocitose. 
Discreta 
microcitose. 
Hipocromia e 
trombocitose; 
Discreta 
granulações 
tóxicas para 
neutrófilos. 
 
 
3. ESTUDO HEMATOLÓGICO 
 
De acordo com os exames laboratoriais (hemogramas) realizados com o paciente 
e através destes objetivando um estudo comparativo percebeu-se a evolução do quadro 
(que antes apresentava apenas uma discreta micrositose) para nos últimos exames 
realizados, onde foram detectados: discreta microcitose, hipocromia, trombocitose; 
discreta granulações tóxicas para neutrófilos, apresentando ainda durante outros exames 
policromasia (vide quadro comparativo de exames laboratoriais). 
O Hemograma é um exame realizado que avalia as células sanguíneas de um 
paciente. O exame é requerido pelo médico para diagnosticar ou controlar a evolução de 
uma doença. Vale salientar que a expressão "Hemograma Completo" é de certa maneira 
redundante, já que todo e qualquer Hemograma (isto é, série vermelha, branca e 
plaquetária), exceto por erro do laboratório, é completo. As células circulantes no 
sangue são divididas em três tipos: células vermelhas (hemácias ou eritrócitos), células 
brancas (ou leucócitos) e plaquetas (ou trombócitos). 
Eritrograma é o estudo da série vermelha (eritócitos ou hemácias). Ao 
microscópio, as hemácias tem coloração acidófila (afinidade pelos corantes ácidos que 
dão coloração rósea) e são desprovidos de núcleo. As hemácias apresentam coloração 
central mais pálida e coloração um pouco mais escura na periferia. Elas são bicôncovas. 
Em indivíduos normais, possuem tamanho mais ou menos uniforme. Quando uma 
hemácia tem tamanho normal ela é chamada de normocítica. Quando ela apresenta 
coloração normal é chamada de normocrômica. 
O estudo da série vermelha revela algumas alterações relacionadas como por 
exemplo anemia, eritrocitose (aumento do número de hemácias). Os resultados a serem 
avaliados são: 
 Número de glóbulos vermelhos: Os valores normais variam de acordo com o 
sexo e com a idade. Valores normais: Homem de 5.000.000 - 5.500.000, Mulher 
de 4.500.000 - 5.000.000. Seu resultado é dado em número por litro. 
 Hematócrito: É um índice, calculado em porcentagem, definido pelo volume de 
todas as hemácias de uma amostra sobre o volume total desta amostra (que 
contém, além das hemácias, os leucócitos, as plaquetas e, é claro, o plasma, que 
geralmente representa mais de 50% do volume total da amostra). Os valores 
variam com o sexo e com a idade. Valores: Homem de 40 - 50% e Mulher de 36 
- 45%. Recém-nascidos tem valores altos que vão abaixando com a idade até o 
valor normal de um adulto. 
 Hemoglobina: segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS é considerado 
anemia quando um adulto apresentar Hb < 12,5g/dl, uma criança de 6 meses a 6 
anos Hb < 11g/dl e crianças de 6 anos a 14 anos, uma Hb < 12g/dl. 
 VCM (Volume Corpuscular Médio): é o índice que ajuda na observação do 
tamanho das hemácias e no diagnóstico da anemia: se pequenas são 
consideradas microcíticas (< 80fl, para adultos), se grandes consideradas 
macrocíticas(> 96fl, para adultos) e se são normais, normocíticas (80 - 96fl). 
Anisocitose: é denominação que se dá quando há alteração no tamanho das 
hemácias. As anemais microcíticas mais comuns são a ferropriva e as síndromes 
talassêmicas. As anemias macrocíticas mais comuns são as anemia 
megaloblástica eperniciosa. O resultado do VCM é dado em femtolitro. 
 HCM (Hemoglobina Corpuscular Média): é o peso da hemoglobina na hémácia. 
Seu resultado é dado em picogramas. O intervalo normal é 26-34pg 
 CHCM (Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média): é a concentração 
da hemoglobina dentro de uma hemácia. O intervalo normal é de 32 - 36g/dl. 
Como a coloração da hemácia depende da quantidade de hemoglobina elas são 
chamadas de hipocrômicas (< 32), hipercrômicas (> 36) e hemácias 
normocrômicas (no intervalo de normalidade). É importante observar que na 
esferocitose o CHCM geralmente é elevado. 
 RDW (Red Cell Distribution Width): é um índice que indica a anisocitose 
(variação de tamanho), sendo o normal de 11 a 14%, representando a 
percentagem de variação dos volumes obtidos. Nem todos os laboratórios 
fornecem o seu resultado no hemograma. 
Leucograma é o estudo da série branca (ou leucócitos), faz-se uma contagem total 
dos leucócitos e uma contagem diferencial contando-se 100 células. O adulto 
normalmente apresenta de 5.000-10.000 leucócitos por 1 mm³ de sangue. Contagem 
diferencial de Leucócitos: Em um paciente normal as células encontradas são: 
 Monócitos: uma das maiores células da série branca, têm citoplasma azulado, 
núcleo irregular (indentado, lobulado, em C ou oval) podem ter vacúolos (pela 
recente fagocitose). Quando estão aumentados usa-se o termo monocitose e 
ocorre em infecções virais, leucemia mielomonocítica crônica e após 
quimioterapia. 
 Linfócitos: se pequenos têm citoplasma escasso, núcleo redondo; se grandes têm 
citoplasma um pouco mais abundante. Podem ter grânulos. É a célula 
predominante nas crianças. Seu aumento é chamado de linfocitose. Em adultos, 
seu aumento pode ser indício de infecção viral ou leucemia linfocítica crônica. 
 Eosinófilos: citoplasma basofílico que não é visualizado por causa da presença 
de grânulos específicos (de coloração laranja-avermelhada), com núcleo com 2-3 
lóbulos. Quando seu número aumenta é chamado de eosinofilia, e ocorre em 
casos de processos alérgicos ou parasitoses. 
 Basófilos: citoplasma cheio de grânulos preto-purpúreos que cobrem o 
citoplasma. Em um indivíduo normal, só é encontrado até uma célula (em 
termos percentuais), seu aumento causa processos alérgicos. 
 Neutrófilos Segmentados: citoplasma acidófilo (róseo), núcleo com vários 
lóbulos (2-5 lóbulos) conectados com filamento estreito. É a célula mais 
encontrada em adultos. Seu aumento pode indicar infecção bacteriana, mas pode 
estar aumentada em infecção viral. 
Plaquetas são observadas em relação à quantidade e a seu tamanho. Seu número 
normal é de 150.000 à 400.000 por microlitro de sangue. O tamanho de uma plaqueta 
varia entre 1 a 4 micrometros. A contagem de plaquetas é feita pelo método automático. 
Em relação ao teste de glicemia temos que: a escala normal da glicose de sangue de 
jejum em a maioria de laboratórios é 70 a 100 miligramas por o deciliter (mg/dL). A 
escala normal pode variar ligeiramente do laboratório ao laboratório. Um nível de 
glicose no sangue de jejum de 100 mg/dL ou é chamado mais altamente glicose de 
jejum danificada. Um nível entre 100 mg/dL e 125 mg/dL é um sinal dos prediabetes. 
Um nível de 126 mg/dL ou mais altamente pode significar quadro sugestivo de diabetes. 
A uréia: é um produto do catabolismo de aminoácidos e proteínas. Gerada no 
fígado, é a principal fonte de excreção do nitrogênio do organismo. É difundida através 
da maioria das membranas celulares, e a sua maior parte é excretada pela urina, sendo 
que pequenas quantidades podem ser excretadas pelo suor e degradadas por bactérias 
intestinais. 
A creatinina: é um produto da degradação da fosfocreatina (creatina fosforilada) no 
músculo, e é geralmente produzida em uma taxa praticamente constante pelo corpo — 
taxa diretamente proporcional à massa muscular da pessoa: quanto maior a massa, 
maior a taxa. Através da medida da creatinina do sangue, do volume urinário das 24 
horas e da creatinina urinária é possível calcular a taxa de filtração glomerular, que é um 
parâmetro utilizado em exames médicos para avaliar a função renal. A referência típica 
para mulheres é considerada 0,5 a 1,0 mg/dL (cerca de 45-90 μmol/l), para homens 0,7 
a 1,2 mg/dL (60-110 μmol/l). 
 O sódio é o maior cátion e a principal partícula osmótica do meio extracelular. 
Por isso, é considerado o íon mais importante do organismo, tanto do ponto de vista 
quantitativo quanto por sua importância na manutenção do equilíbrio osmótico e da 
eletroneutralidade. As alterações da concentração do sódio extracelular resultam em 
alterações da osmolaridade, que, por sua vez, influenciam a distribuição da água 
corporal. Valores de referência: 40 a 220 mEq/24 h. 
O potássio é o cátion de maior concentração nos líquidos intracelulares. Somente 
cerca de 2% do potássio corpóreo é extracelular. A relação entre as concentrações do 
potássio no meio intracelular e extracelular é normalmente de 38:1. A manutenção dessa 
relação é muito importante para o funcionamento neuromuscular normal. Cerca de 90% 
do potássio ingerido é absorvido pelo trato gastrointestinal, sendo 80% excretados pelos 
rins, e o restante, pelas fezes. A quantidade excretada pela fezes aumenta como 
compensação em situações clínicas de insuficiência renal. Seus níveis séricos variam em 
ritmo circadiano, com maiores concentrações pela manhã entre as 8 e as 9 horas, e 
menores entre as 15 e as 16 horas. Valores de referência: 2,5 a 120,0 meq/l. 
O íon cálcio está entre os principais componentes minerais do organismo e 
desempenha um papel fundamental na mineralização óssea. Tem importância vital em 
vários processos fisiológicos, como o da coagulação sangüínea, a transmissão dos 
impulsos nervosos, a manutenção do mecanismo de contração e o relaxamento das 
musculaturas esquelética e cardíaca, as ativações enzimáticas, a regulação das glândulas 
endócrinas e exócrinas e a manutenção da integridade e da permeabilidade da 
membrana celular, principalmente em relação ao mecanismo de troca sódio /potássio. 
Valores de referência: 42 a 353 mg/24 h. 
O magnésio é um dos cátions inorgânicos mais abundantes no organismo. É 
essencial para diversos processos físico-químicos, sendo um co-fator para diversas 
enzimas intracelulares. Sua concentração é maior no meio intracelular do que no 
extracelular. A absorção é feita principalmente pelo intestino delgado, sendo a 
distribuição em 50% nos ossos, menos de 1% no sangue, e o restante em tecidos moles. 
A homeostase é mantida por excreção renal e regulada pela reabsorção tubular. Valores 
de referência: 24 a 255 mg/24 h. 
Diante do exposto as alterações conclusivas apresentadas foram: 
Discreta microcitose: é a diminuição do tamanho dos eritrócitos. Os micrócitos são 
notados na distensão sangüínea quando o diâmetro dos eritrócitos é inferior a 7 - 
7,2mm. O núcleo do linfócito pequeno, com diâmetro de aproximadamente 8,5mm, é 
um guia útil na avaliação do tamanho dos eritrócitos. A microcitose poderá ser geral ou 
existir em parte da população de eritrócitos. Quando todos ou a maioria dos eritrócitos 
são pequenos há uma redução significativa no VCM. Os eritrócitos de crianças sadias 
são menores que os de adultos: o tamanho eritrocitário deve ser portanto, interpretado 
conforme a idade do indivíduo. 
Hipocromia é a redução da coloração do eritrócitos (aumento da palidez central das 
hemácias) devido à deficiência de Hb. A hipocromia pode ser geral ou ocorrer em uma 
parte da população de hemácias. A hipocromia severa poderá refletir-se em uma 
redução do CHCM. Qualquer uma das condições que leva à microcitose pode causar 
hipocromia. Os eritrócitos das crianças sadias são freqüentemente hipocrômicos quando 
comparados com os dos adultos. 
Policromasia ou policromatofilia O termo refere-se aos eritrócitos que tem coloração 
róseo-azulada em consequência da captaçãosimultânea da eosina (pela Hb) e dos 
corantes básicos (pelo RNA ribossômico). Uma vez que os reticulócitos são células cujo 
RNA ribossômico absorve corantes supravitais, formando um retículo visível, há um 
relacionamento entre os reticulócitos e as células policromáticas. Ambos são eritrócitos 
imaturos, recém-saídos da medula óssea . 
Trombocitose ou Hiperplaquetose é o termo referente a um número excessivo de 
plaquetas no sangue. Quanto à origem, pode ser reactiva ou primária (também 
denominada essencial, provocada por doença mieloproliferativa). Apesar de 
frequentemente ser assintomática (particularmente quando se origina como uma reacção 
secundária), pode provocar uma predisposição para a trombose. 
Discreta granulações tóxicas para neutrófilos: quando há um aumento na produção 
dos granulócitos, há uma diminuição no tempo da maturação das células precursoras 
dos neutrófilos. Por isso os neutrófilos aparecem no sangue com os grânulos primários. 
Estão presentes em casos de infecções. 
 Pode-se concluir a necessidade da equipe de enfermagem em monitorar os 
achados laboratoriais em especifico hemogramas, pois este é indicativo de diversas 
alterações patológicas ou não e devem ser realizados com mais freqüência 
principalmente quando se tem um quadro clínico como o deste paciente. 
 
Quadro 2 – Outros Exames Laboratoriais realizados: 
25/09/08 06/10/08 08/10/08 
 Cultura da secreção 
purulenta lesão por 
queimadura: 
 Bacterioscopia Gram: 
Cocos positivos e 
freqüentes. 
 Pesquisa de fungos: 
Ausentes 
 Proteína “c” reativa: 
Reagente/título de 
96mg/l. 
 Antibiograma: 
Bactéria Isolada 
Staphylococos sp – 
coagulase negativa: 
 Resistente á: 
azitromicina, 
ciprofloxacina, 
clindamicina, 
eritromicina, 
oxacilina, penicilina 
G. 
 Sensível à: 
gentamicina, 
lenizolide, 
sulfazotrim e 
vancomicina. 
 Antibiograma: 
Bactéria isolada 
Klebsiella sp, material: 
lesões. 
 Resistente à: 
ampicilina 
 Sensível à: 
cefalotina, cefepime, 
ertapenen, gentamicina, 
meropinen e sulfazotrim 
 
 Antibiograma 
Bactéria isolada: 
Estafilococcus 
aureus. 
 Resistente à: 
Azitromicina, 
cefalotina, 
clindamicina, 
eritromicina, 
gentamicina, 
oxacilina, 
penicilina G. 
 Sensível à: 
sulfazotren e 
vancomicina. 
 
 
A antibioticoterapia sistêmica deve ser instituída mais incisivamente no 
queimado por eletricidade do que nas queimaduras térmicas, por causa da grande 
destruição tecidual, entretanto esta abordagem precoce continua sendo controversa. 
A cobertura antibiótica, quando indicada, deve atuar sobre Staphylococcus 
aureus. Em queimaduras com necrose tissulares profundas importantes também pode-se 
realizar cobertura frente a antibióticos. 
No caso do paciente em questão foram realizados antibiogramas devido à 
presença de infecção com o objetivo de indicar medicamentos adequados e que estes de 
fato possam coibir a piora do quadro. Além de identificar as bactérias especificamente, 
através da bacterioscopia e cultura de secreções das lesões. 
Foram realizados ainda os exames de tomografia, RX de tórax sem data e laudo 
conclusivo, bem como ultra-sonografia abdominal com laudo ilegível. 
 
Procedimentos invasivos realizados: 
 
 Quadro 3 – de procedimentos invasivos realizados 
14/09/08 18/09/08 06/10/08 
Realizou cirurgia e 
amputação antebraço e 
cotovelo E. e 
debridamento local. 
 
Realizou debridamento em 
grande área de necrose no 
couro cabeludo na região 
Occitoparietal D. Provável 
local de saída da carga 
elétrica. 
Recebeu bolsa de sangue 
– Volume: 293ml de 
sangue O+ (realizado teste 
de compatibilidade) 
 
Glossário: 
Amputação: é a remoção de uma extremidade do corpo através de cirurgia ou 
acidente. Na medicina, é usada para controlar a dor ou a doença no membro afetado, 
como no câncer e na gangrena. Entre as causas mais comuns de amputação de órgãos 
inferiores e superiores encontramos: vasculopatias periféricas, traumáticas, tumorais, 
infecciosas, congênitas e iatrogênicas. 
Já as causas traumáticas atingem também um número expressivo da população 
por acidentes de trânsito, de trabalho ou, em número menor, em razão de outra etiologia. 
Dentre os citados, os acidentes de trabalho tendem a culminar em amputações dos 
membros superiores (dedos, mão e braço). Caso este que ocorreu com o paciente em 
questão. 
A atuação do enfermeiro na reabilitação de amputados junto à pessoa com 
deficiências e incapacidades, há tempos é norteada por uma assistência direta e 
compromissada com a qualidade. A equipe de enfermagem tem papel expressivo junto 
aos demais profissionais reabilitadores da equipe, compreendendo uma assistência 
holística e compartilhada onde o binômio paciente-família tem o seu papel preservado 
junto à equipe de especialistas, papel este definido em sua expressão clínica e 
acadêmica, o significado de somar esforços, compartilhar responsabilidades, 
conhecimento, reconhecer os limites e enfatizar potencialidades e habilidades. 
O enfermeiro reabilitador tem como compromisso garantir às pessoas com 
deficiências e incapacidades, assistência nos vários níveis de complexidade, utilizando 
métodos e terapêuticas específicos. Ainda, lhe cabe subsidiar tecnicamente a 
implantação de serviços especializados de enfermagem em reabilitação na busca por 
melhores condições de vida, de integração social e na independência para as atividades 
básicas da vida diária das pessoas. 
A Ilustração a seguir demonstra que os locais indicados para a amputação de 
MMSS são de preferência a região medial, ou seja, a mais afasta das articulações onde 
podem ocorrer maiores complicações para a reabilitação do paciente. 
 
 
Figura 1 – Braço e antebraço e suas divisões segundo locais de amputação. 
 
 Fonte: Fisiomed 
 
Debridamento: é considerado singular no tratamento das feridas infectadas 
consiste no cuidado clínico das infecções e na remoção de tecidos desvitalizados ou 
necrosados. O debridamento desses tecidos geralmente é necessário após as grandes 
infecções. A permanência de tecidos desvitalizados serve de meio de cultura para 
agentes biológicos oportunistas que, em condições normais, convivem em íntima 
harmonia com o indivíduo e que, de repente, se valem dessa situação para seu 
desenvolvimento. 
As medidas gerais são importantes, e devem ser monitoradas pela equipe de 
enfermagem, pois as lesões teciduais são responsáveis por alterações metabólicas e 
liberação de catabólitos de alto peso molecular (mioglobina) na circulação que poderão 
levar à insuficiência renal aguda. É imperativo que durante o tratamento os pacientes 
sejam monitorizados laboratorialmente, e solicitados de rotina: hemograma, glicemia de 
jejum, marcadores de prova renal (uréia e creatinina). 
 
Medicações em uso e prescrição médica: 
 
1) Dieta Livre; 
2) Soro Glicosado 5% - 300ml + Nacl 10% (9,2ml) + Kcl 10% (6,7 ml) + 
Glucanato de Cálcio 10% (7,0 ml) Via endovenosa (EV) de 6/6 horas; 
3) Ranitidina 1,4 ml EV 12/12 horas; 
4) Dilatil 20 mg EV uma vez ao dia; 
5) Dipirona 0,7 ml EV 6/6 horas; 
6) Plasil 0,6 ml EV SOS (em caso de necessidade) 8/8 horas; 
7) Imipinem 500 mg + água destilada 100 ml (Fazer: 90 ml + 50 ml Soro 
Fisiológico (SF) EV 6/6 horas); 
8) Amicacina 500 mg/ 2 ml – 0,55 ml EV 12/12 horas; 
9) Tramal 50 mg/ ml – 0,6 ml EV uma vez ao dia antes dos curativos; 
10) Lactulona 5 ml 12/12 horas; 
11) Óleo Mineral 5 ml Via Oral (VO) 8/8 horas; 
12) Curativo com dermazine uma vez ao dia; 
13) Verificar Sinais Vitais (SSVV) 6/6 horas; 
 
 
 
 
 
4. ANAMNESE 
 
O paciente D. B. G, pré escolar 4 anos, sexo masculino, nacionalidade brasileira, 
natural de Colorado do Oeste, residente no município de Cabixi-RO na zona rural Km 
205 lote 10, não freqüenta a escola é dependente do pai que é agricultor, teve a genitora 
falecida no mesmo acidente elétrico que sofreu. 
Internados devido a lesõesde queimadura por eletricidade estas se localizam no 
couro cabeludo na região occipitoparietal D, MSD, MMII e uma lesão extensa que vai 
desde a região dorsal passando pelas regiões lombar e ilíaca se estendendo até a 
sacrococcígena, além de uma lesão com perfuração devido a queimadura na orelha E. 
 Os dados de gestação e natais não foram possíveis de serem obtidos, pois tais 
informaçãoes são desconhecidas pelo pai. 
A primeira mamada deu-se após o nascimento a partir do sexo mês foi 
introduzido em sua alimentação o leite de vaca e cereais industrializados e alguns 
mingaus que o pai não soube especificar. 
 A partir de um ano de idade não foi forçado a comer nenhum tipo de comida e o 
mesmo não rejeitou nenhum. Segundo o entrevistado desde o nascimento a única 
patologia que o mesmo apresentou foram resfriados, sendo hospitalizado duas vezes 
devido ao mesmo. Em sua caderneta da criança não possui nenhum gráfico preenchido e 
seu esquema vacinal está em dias. 
Mora com o pai e com um irmão de oito anos de idade vivem em casa cedida 
pelos patrões. De madeira –forrada – com cinco cômodos, banheiro interno. Possui 
energia elétrica, a água consumida é filtrada. Não há coleta de lixo nem rede de esgoto 
em sua residência. 
 O pai relata que o filho tomava banho duas vezes ao dia e lavar os cabelos duas 
vezes por semana. E sua higiene bucal dar-se três vezes ao dia após as refeições e é 
supervisionada pelo pai e o mesmo realiza sozinho, nunca foi ao dentista. 
Sua alimentação é composta por três refeições principais diárias geralmente 
com: feijão, arroz, banana, verdura, carne – bovina, suína, peixe – ou sopa, afirmando 
que a preferência do mesmo era por carnes vermelhas. 
 Dorme em sua própria cama e divide um quarto com o irmão mais velho, 
segundo o pai até os dois anos de idade dormia com eles. Não passou maiores 
dificuldades para dormir, não costuma acordar durante a noite e nem é agitado durante o 
sono. Usou chupeta e cheirou a fralda até dois anos de idade, largou normalmente essas 
manipulações sem maiores intervenções. 
 Tem boa interação social principalmente com crianças da mesma idade. Gosta 
de brincar prefere brinquedos como bola e carrinhos, porém não é muito cuidadoso com 
os mesmos. 
 5. EXAME FÍSICO 
 
Devemos avaliar o paciente queimado constante e minuciosamente, de 
preferência várias vezes ao dia. Esta avaliação é obrigatória, pois pode evitar a 
identificação tardia de um sério problema. Mais uma vez lembrarmos que o exame 
físico como um todo importante e enfatizamos aqui os pontos imprescindíveis na 
avaliação diária do paciente queimado. 
 
 ESTADO GERAL: Restrito ao leito, consciente, hipoativo, pouco 
comunicativo, pouco cooperativo, normocárdico, eupneico, afebril. 
 COURO CABELUDO: apresenta lesão de queimadura em região 
occipitoparietal D com presença de tecido fibrinoso e de granulação e aparecimento 
da caixa craniana, drenando secreção purulenta (mais de três gases). Realizado 
enxerto no dia 22/10/08. 
 FACE: Simétrica com proporções características, ausência lesões. 
 OLHOS: Tamanhos e distância proporcional, simétricos, ausência de lesões. 
Apresenta esclera e conjuntivas hipocoradas, sem secreções. A abertura ocular 
espontânea e as pálpebras se encontram sem alterações. No dia 23/10/08 apresentou 
edema palpebral. 
 ORELHA: Pavilhão auricular sem anormalidades. Presença de lesão por 
queimadura com perfuração em orelha E. implantação normal. Apresenta boa 
acuidade auditiva. 
 NARIZ: Simétricos, fossas nasais permeáveis. Tem boa acuidade olfatorial. 
 BOCA: Lábios íntegros, normocorados. Mucosa oral rosada, úmida, gengiva 
coradas sem anormalidades e ausência de lesões dentição compatível para idade, não 
refere algia em relação a dentição. Língua apresentando um pouco de saburra. 
Gengivas coradas, tonsilas sem alterações. Fala e deglutição preservados. 
 PESCOÇO: Simétrico sem anormalidades. Com acesso venoso profundo em 
subclávia E. Linfonodos não apresentando alterações. 
 TÓRAX: Expansão sem anormalidades e simétrica percutível movimentos 
respiratórios presentes e com compatibilidade para a idade. Ausculta pulmonar com 
presença de murmuros vesiculares e a ausculta cardíaca com B1 e B2 audíveis e sem 
anormalidades. 
 ABDÔMEN: com forma e volume normais, percutível em todos os terços, a 
ausculta presença de ruídos hidroaéros em todos os quadrantes, sem retrações, algia 
ou massa papável. 
 MMSS: MSE foi amputado do antebraço até o cotovelo. MSD com presença de 
lesão por queimadura elétrica de terceiro grau no antebraço e mãos apenas os 
côncavos das mãos preservados, com tecido de granulação, processo infeccioso 
instalado e pequenos pontos necróticos nas falanges do MSD. 
 GENITÁLIA: Apresentou edema de bolsa escrotal nos dias 22/10 e 23/10/08 e 
tamanho compatível com a idade. Com assaduras, entre as dobras próximo a região 
do terço superior da coxa e os crurais. 
 MMII: com lesões por queimaduras elétrica de terceiro grau, com pontos de 
tecido necrosado e tecido desvitalizado, de granulação e fibrinoso. 
 
 
6. DESCRIÇÃO DA PATOLOGIA – QUEIMADURA POR ELETRICIDADE 
 
6.1 Fisiopatologia 
 
Níveis danosos de corrente elétrica passando através dos tecidos corporais 
causam lesão por vários e distintos mecanismos fisiopatológicos voltagem-dependente. 
Durante décadas a lesão elétrica era vista simplesmente como uma forma de queimadura 
térmica. Embora a queimadura térmica seja um componente que às vezes possa ser 
dominante, existem outros efeitos do campo elétrico fisiopatologicamente significantes. 
Estes efeitos são dependentes do circuito, da voltagem e da amperagem da corrente que 
flui através dos tecidos. Forças elétricas podem alterar e destruir tecidos biológicos e 
seus vasos de um modo totalmente não dependente do calor. 
Nas lesões por alta voltagem, a corrente faz um percurso direto entre os pontos 
de entrada e saída, geralmente divergindo entre 2 pontos e reduzindo a lesão 
centralmente. Além disso, observa-se que o meio interno funciona como condutor de 
resistência uniforme, sendo o calor gerado com a passagem da corrente uma 
conseqüência do diâmetro do condutor. Isso explica a presença de lesões mais intensas 
nos membros que no tronco, uma vez que quanto menor o diâmetro de um condutor, 
maior a resistência e o calor gerado. Por isso as lesões dos membros costumam ser mais 
graves. Nos membros superiores as temperaturas mais elevadas são observadas ao nível 
do punho e da musculatura flexora do antebraço onde o diâmetro é menor e a 
concentração de estruturas é menor. 
O trauma elétrico é verdadeiramente um problema interdisciplinar: envolve 
cirurgia, imaginologia, anestesia, neurologia, psiquiatria, fisioterapia, medicina 
ocupacional, enfermagem, dentre outros. Uma discussão das características 
fisiopatológicas dessas lesões envolvem teorias de campo elétrico, eletroquímica, 
biologia celular, fisiologia, neuropsicologia e outras disciplinas. 
Assim, podemos afirmar que as lesões elétricas assumem importância 
considerável não só devido aos graus variáveis de lesão cutânea associada a grande 
destruição de tecidos profundos. Mas também devido ao alto índice de seqüelas 
resultantes, na maioria dos casos em pessoas jovens, e que não raro tornam-se 
definitivamente incapacitados. Como é o caso deste estudo. 
Queimaduras causadas por eletricidade representam uma pequena porção das 
admissões em unidades de queimados, porém revelam um dos mais agressivos tipos de 
injúria térmica. Correspondem de 5 a 15% dos casos de pacientes hospitalizados por 
queimaduras e a superfície corporal média atingida é de 15%. 
Acidentes elétricos em crianças se devem principalmente ao contato com fios e 
tomadas, e ao fato de puxa-los ou coloca-los na boca. Em geral, encontram-se abaixo 
dos 5-8 anos, com mãos ou faces comprometidas. São queimaduras raras, porém sua 
gravidade reside na ocorrênciade lesões desfigurantes. 
 
6.2 Quadro Clínico 
 
 As lesões causadas por queimaduras elétricas são classificadas quanto à 
extensão, profundidade e gravidade respectivamente a seguir: 
 
Quanto à extensão: 
Esta classificação baseia-se na superfície corporal atingida, sendo a regra 
universalmente mais aceite para proceder ao cálculo da área atingida, a denominada 
Regra dos Nove. Esta regra tem diferentes aplicações consoantes a idade do indivíduo 
queimado (Figura 2). 
 
 
Figura 2 – Aplicação da regra dos nove em crianças de 0 à 5 anos. 
 
 
 Fonte: Fisiomed 
 
Utilizando-se de tal regra e calculando de acordo com a mesma, dentro de uma 
margem de erro o paciente em questão objeto deste estudo está com aproximadamente 
50% da área corpórea com lesões de queimaduras. 
Porém alguns autores relatam que tal regra não é fidedigna podendo provocar 
erros graves, atualmente o modelo mais aceito para o cálculo da área corpórea lesada é o 
de Lund Browder por ser mais apurado e por levar em consideração as proporções do 
corpo em relação à idade (tabela a seguir). Considera-se a superfície corporal da criança 
semelhante à do adulto a partir da puberdade. 
 
 
 
Tabela 1 – Tabela de Lund Browder 
 Idade em anos 
 
 Área 
 
 
 
0 – 1 
 
 
1 - 4 
 
 
5 - 9 
 
 
10 - 14 
 
 
15 
 
 
Adulto 
Cabeça 19 17 13 11 9 7 
Pescoço 2 2 2 2 2 2 
Tronco anterior 13 13 13 13 13 13 
Tronco posterior 13 13 13 13 13 13 
Nádega direita 2 1/2 2 1/2 2 1/2 2 1/2 2 1/2 2 1/2 
Nádega esquerda 2 1/2 2 1/2 2 1/2 2 1/2 2 1/2 2 1/2 
Genitália 1 1 1 1 1 1 
Braço direito 4 4 4 4 4 4 
Braço esquerdo 4 4 4 4 4 4 
Antebraço direito 3 3 3 3 3 3 
Antebraço esquerdo 3 3 3 3 3 3 
Mão direita 2 1/2 2 1/2 2 1/2 2 1/2 2 1/2 2 1/2 
Mão esquerda 2 1/2 2 1/2 2 1/2 2 1/2 2 1/2 2 1/2 
Coxa direito 5 1/2 6 1/2 8 8 1/2 9 9 1/2 
Coxa esquerda 5 1/2 6 1/2 8 8 1/2 9 9 1/2 
Perna direita 5 5 5 1/2 6 6 1/2 7 
Perna esquerda 5 5 5 1/2 6 6 1/2 7 
Pé direito 3 1/2 3 1/2 3 1/2 3 1/2 3 1/2 3 1/2 
Pé esquerdo 3 1/2 3 1/2 3 1/2 3 1/2 3 1/2 3 1/2 
 
 
 
 
 
 
 
Figura – 3 Modelo do boneco para calculo da área queimada 
 
 Fonte: Saúde em movimento. 
 
Como Preencher a tabela: durante o primeiro curativo devemos desenhar, no 
boneco, as áreas lesadas e somente depois devemos preencher a tabela. Sabendo a idade 
do paciente, iremos utilizar a coluna correspondente, reparando que alguns valores vão 
variar de acordo com a idade. 
 
Quanto à profundidade: 
Lesão de Primeiro Grau: considera-se lesão de primeiro grau aquela que atinge a 
camada mais externa da pele, a epiderme. Não provoca alterações hemodinâmicas, nem 
tão pouco é acompanhada de alterações clínicas significativas. Clinicamente a lesão é 
hiperemiada, úmida, dolorosa. Exemplo: lesão por raios solares. 
Lesão de Segundo Grau: atinge tanto a epiderme como parte da derme. A 
característica clínica mais marcante é a formação das bolhas ou flictenas. Exemplo: 
lesão térmica causada por líquido superaquecido. 
Lesão de Terceiro Grau: acomete a totalidade das camadas da pele (epiderme e 
derme) e, em muitos casos, outros tecidos, tais como tecido celular subcutâneo, músculo 
e tecido ósseo. Clinicamente apresenta um aspecto esbranquiçado ou marmóreo ; há 
redução da elasticidade tecidual, tornando-se rígido. Pode apresentar por transparência 
vasos sangüíneos trombosados. É a mais grave de todas as lesões térmicas, provocando 
lesões deformantes. Pode ser de causa elétrica ou térmica. Alguns autores consideram 
como lesão de "quarto grau" as áreas carbonizadas. 
A grande dificuldade prática está na diferenciação entre a queimadura de 
segundo grau profundo e lesão de terceiro grau. Durante a própria evolução da 
queimadura, uma infecção ou uma grave instabilidade hemodinâmica podem provocar o 
aprofundamento da lesão, ou seja, uma queimadura de segundo grau superficial pode 
evoluir para um segundo grau profundo ou terceiro grau. Em decorrência disso, não 
devemos ser categóricos quanto ao grau de queimadura em uma primeira avaliação, 
sendo de suma importância a reavaliação do paciente decorridas 48-72 h da lesão. 
 
Quanto à gravidade: 
Esta classificação serve para nos indicar o potencial de risco que a queimadura 
pode trazer para a vítima. Nesta classificação para além de termos de saber qual a causa, 
qual a profundidade e qual a área atingida, temos de saber também qual o local atingido 
e qual a idade da vítima, pois, é da conjugação dos três primeiros com estes dois últimos 
que podemos estabelecer um prognóstico da evolução da situação no sentido de 
estarmos despertos para o perigo de vida que aquela queimadura representa. 
 
• Queimaduras leves - sem indicação de internação ambulatório: 
— l° grau qualquer extensão. 
— 2° grau menores que 10%. 
— 3° grau menores que 2%. 
• Queimaduras moderadas - indicação dependente de outros fatores: 
— 2° grau entre 10 a 20%. 
— 3°grau entre 3 a 10%. 
• Queimaduras graves - internação sempre: 
— 2 a grau que excedem 20% da Superfície Corporal (SC). 
— 3° grau que excedem 10% da SC. 
 
6.3 Complicações 
Variam de acordo com o grau de gravidade entre as mais comuns destacam-se: 
As complicações do trato respiratório: como a pneumonia e a embolia pulmonar; 
a forma mais comum desta complicação é a broncopneumonia ou pneumonia de 
contaminação por via aérea. São precoces e relacionadas a diversos fatores, como a 
extensão da queimadura, a broncoaspiração, a lesão por inalação e presença de um tubo 
orotraqueal ou de uma cânula de traqueostomia. 
Já a embolia pulmonar é uma complicação freqüente e potencialmente séria; a 
queimadura está relacionada, na sua fase inicial, a um estado de hipercoagulabilidade e 
é necessária freqüentemente a permanência dos pacientes em posições fixas por tempo 
prolongado. As cirurgias de debridamentos e enxertos também são fatores 
predisponentes à ocorrência de fenômenos tromboembólicos. Neste caso atentar para o 
monitoramento do paciente, pois este se encontra predisponente a tais eventos adversos 
(complicações). 
Entre as complicações do sistema urinário destacam-se: a insuficiência renal e a 
infecção urinaria; na ausência de uma reposição adequada, ocorrerá redução do débito 
cardíaco e do fluxo plasmático renal. A insuficiência renal, tanto oligúrica quanto de 
alto débito, tem sido registrada, aumentando acentuadamente a taxa de mortalidade. 
 Já a infecção urinária é uma complicação freqüente por causa do uso da sonda 
vesical de demora, para controle do débito urinário nos grandes queimados. Outros 
fatores podem contribuir para a infecção, como a queimadura de períneo, o uso de 
antibióticos de largo espectro, doenças obstrutivas do trato geniturinário. 
A anemia é agravada pelas perdas sangüíneas durante procedimentos como 
debridamentos, curativos, cirurgias e colheita de sangue para exames laboratoriais, além 
da possibilidade da ocorrência de hemorragia digestiva. 
O íleo adinâmico é descrito como um complicador da queimadura nas primeiras 
24-48 h pós-trauma. Raramente se observa o quadro clássico de íleo, com distensão 
abdominal, vômitos, náuseas e ausência de ruídos hidroaéreos à ausculta. Mais 
freqüentemente os pacientes apresentam vômitos nas primeiras horas pós-queimaduras, 
relacionados principalmente à grande ingesta, com sofreguidão, de água antes do início 
da reposição hidroeletrolítica, devida à sede intensa provocada pela desidratação. 
Pacientes grandes queimados desenvolvem freqüentemente diarréia no curso do 
tratamento, sendo a causa certamente multifatorial. É comum a presença de verminose 
associada, principalmente nos pacientes pediátricos, devendo ser feita à pesquisa de 
helmintos e protozoários nas fezes para administração de antiparasitários específicos. 
Nas primeiras 24 h pós-queimadura, observa-se em grandes queimados elevação 
nos níveis séricosdas enzimas hepáticas, sem que apresentem quaisquer manifestações 
clínicas. Estas alterações tendem a se normalizar em poucos dias. 
São pouco freqüentes as lesões intestinais. Elas podem ser observadas 
ocasionalmente em doentes graves, em razão de isquemia da mucosa, que pode causar 
úlceras de íleo e de cólon que, por sua vez, podem perfurar e causar peritonite fecal. 
O paciente queimado manifesta um estado de hipermetabolismo que é 
diretamente proporcional à extensão da queimadura. O hipermetabolismo é evidenciado 
pelos aumentos no consumo de oxigênio, no débito cardíaco, na ventilação minuto e na 
temperatura corporal. Esta resposta é mediada pela elevação do nível de catecolaminas. 
O miocárdio estimulado pelas catecolaminas aumenta acentuadamente o consumo de 
oxigênio, sendo este o principal fator na gênese do infarto do miocárdio. 
A arrtimia cardíaca pode ser uma complicação do infarto agudo do miocárdio ou 
ocorrer de forma isolada, sendo a mais freqüente alteração cardiovascular observada nos 
queimados. A queimadura elétrica é uma importante causa de arritmia. 
Quando ocorre um óbito secundário ao choque elétrico de baixa voltagem, ele é 
devido ao efeito direto da corrente sobre o miocárdio causando fibrilação ventricular. A 
assistolia cardíaca e a parada respiratória ocorrem como resultado de lesão dos centros 
cerebrais decorrente de passagem de corrente de alta voltagem. 
A tromboflebite supurativa ocorre por contaminação das veias previamente 
canuladas no paciente queimado. Está diretamente relacionada com a duração de 
canulação. Ocorre com mais freqüência em veias dos membros inferiores. Clinicamente 
observam-se sinais inespecíficos de infecção, como febre elevada e persistente, 
calafrios, taquicardia e taquipnéia. No local da dissecção venosa podem ser observados 
sinais flogísticos e drenagem de secreção purulenta. O Staphylococcus aureus é a 
bactéria mais comumente isolada. 
Por ser o grande queimado um paciente que necessitará de grandes repo-sições 
de albumina, plasma, concentrado de hemácias, eventualmente de cri-oconcentrados de 
fatores de coagulação e plaquetas, ele poderá se tornar portador de diversas patologias 
infecciosas veiculadas pelos hemoderivados e também ser suscetível às complicações 
hemolíticas por incompatibilidade sangüínea. 
Lesões por alta voltagem podem causar dano direto ao cérebro quando o ponto 
de contato é o crânio, e também podem lesar a medula espinhal e os nervos periféricos 
quando a corrente atravessa estas estruturas liberando calor. O déficit neurológico é 
mais comumente motor, tem início geralmente imediato e pode mostrar alguma melhora 
com o passar do tempo, dependendo da gravidade da lesão do neurônio, porém a 
completa recuperação é incomum. 
Diversas doenças podem ser complicadas pela queimadura. Observamos no 
grande queimado um estado de hipermetabolismo promovido pela ação de diversos 
hormônios, que, associado a uma grande reposição de salina, pode descompensar tanto 
uma hipertensão arterial quanto uma insuficiência cardíaca previamente compensadas. 
O mesmo se observa em relação a doenças endócrinas como o diabetes, a insuficiência 
de supra-renal e o hipotireoidismo. 
 
6.4 Tratamento 
As queimaduras de relativa extensão por alta voltagem elevam 
consideravelmente o número de complicações devido à magnitude das lesões, 
aparentemente ocultas, dos tecidos profundos, sendo o tratamento cirúrgico inicial mais 
extenso. Nestes pacientes a complicação mais grave na fase inicial é a insuficiência 
renal aguda, sendo as causas mais freqüentes de morte a sepse, o choque séptico e a 
falência de múltiplos órgãos. Estas complicações podem ser evitadas pela detecção 
precoce dos primeiros sinais de infecção, por alteração nos parâmetros clínicos e 
culturas seriadas. 
A infecção por Pseudomonas aeruginosa pode aparecer tardiamente, sendo que 
hemoculturas negativas não excluem essa possibilidade; e sempre deve ser suspeitada 
na vigência de sinais de gravidade como: deterioração da função renal, instabilidade 
hemodinâmica com decréscimo da saturação de oxigênio, febre alta, aparecimento 
brusco ou agravamento da coagulopatia de consumo e leucopenia neutropênica. 
No queimado elétrico a evolução clínica vai influenciar a precocidade do 
tratamento cirúrgico. 
Conduta em relação aos tecidos desvitalizados: Nas queimaduras por 
eletricidade o tempo da ressecção dos tecidos desvitalizados é controverso. Enquanto 
um grupo de autores preconiza ressecção imediata, outro grupo prefere faze-la mais 
tardiamente. 
Realmente, nem todas as queimaduras resultantes de acidente por eletricidade 
podem ser consideradas como verdadeiras queimaduras elétricas. Muitas dessas 
queimaduras comuns e o tratamento em nada se diferenciam daquele empregado nas 
queimaduras por outros agentes. 
Na avaliação e tratamento das lesões causadas por eletricidade deve-se levar em 
conta uma série de fatores tais como: características evolutivas próprias das lesões 
elétricas, topografia das lesões elétricas, extensão e localização das queimaduras 
associadas. 
A necrobiose das lesões por eletricidade apresenta caráter progressivo, sendo 
difícil o reconhecimento precoce da quantidade de tecidos cuja vitalidade foi ou será 
comprometida de modo irreversível. Geralmente um segundo e algumas vezes um 
terceiro desbridamento serão necessários. A trombose após uma lesão elétrica priva as 
fibras musculares de seu suprimento sangüíneo, seguindo-se sua morte. 
Na queimadura elétrica por alta voltagem, o tratamento cirúrgico tem por 
objetivo eliminar grandes massas de tecidos desvitalizados para favorecer a recuperação 
dos transtornos gerais do grande queimado, controlar a infecção e diminuir a morbidade 
de seqüelas. 
A localização mais freqüente da queimadura é nas extremidades, especialmente 
as superiores. Na avaliação das lesões, deve-se valorizar os pontos de entrada e saída, a 
localização da queimadura, a evidência de dano muscular e a situação vascular do 
membro. Deve-se considerar possíveis lesões nervosas em queimaduras localizadas 
sobre o antebraço e punho, a intensidade do edema proximal e a possível instalação de 
uma síndrome compartimental. Em lesões torácicas e abdominais é importante verificar 
a possibilidade de dano visceral. No comprometimento da cabeça, o crânio oferece na 
maioria dos casos, proteção suficiente para evitar comprometimento cerebral. 
Nas queimaduras por alta voltagem, pode ser necessária algumas medidas 
cirúrgicas urgentes, como escaratomia, fasciotomia e amputação em alguns casos. 
A escaratomia está indicada em queimaduras de membros circulares, 
semicirculares ou quando existe um edema intenso. As incisões devem evitar que 
fiquem expostos os troncos nervosos ou as artérias principais. As queimaduras da 
parede torácica também requerem uma atuação imediata. 
A fasciotomia está indicada quando há edema importante em membros ou em 
tecidos profundos que elevem a pressão intracompartimental acima de 30 mmHg ou 
quando o critério clínico assim o aconselhe. Ao realizar a fasciotomia gera-se uma 
ferida ampla, sendo aconselhável sua cobertura com retalhos ou enxertos de pele se os 
tecidos profundos que ficam expostos não estão queimados. Se, ao contrário, os tecidos 
profundos apresentam-se afetados pela queimadura, é aconselhável o tratamento com 
antimicrobianos tópicos (creme de sulfadiazina de prata). 
Não é freqüente que se proceda como medida urgente a amputação de um 
membro, exceto naqueles casos nos quais deve-se evitar complicações ou quando o 
membro ou segmento distal seja absolutamente inviável. Nestes casos, o nível proximal 
de amputação é difícil de estabelecer, pela existência de grave deterioração muscular 
próximos a zonas de laceração cutânea. 
Conduta em relação ao fechamento das áreas cruentas: Na cobertura de áreas 
cruentas onde há exposição de estruturas profundas como tendões,vasos, nervos e 
ossos, retalhos pediculados são preferidos, pois estas áreas constituem mau leito 
nutriente aos enxertos de pele. Os transplantes pediculados garantem sua própria 
nutrição assim como nutrem e protegem melhor as estruturas expostas. 
Nos casos em que se torna difícil a utilização de retalhos devido a localização e 
extensão das lesões, inicialmente são usados os enxertos de pele. Estes devem ser 
colocados de preferência sobre as áreas granulantes que circundam as estruturas que não 
granulam. 
Em alguns casos, ocorre até a integração de enxertos colocados sobre pequenas 
porções de tendões expostos. 
Nos casos de enxertos colocados como pontes sobre pequenas áreas de ossos 
expostos, a nutrição é garantida através de sua periferia pelas porções restantes dos 
enxertos que se apóiam em bom leito nutriente. Mesmo quando os enxertos em contato 
com ossos e tendões expostos não sobrevivem, a melhoria das condições locais 
resultantes do fechamento das áreas granulantes circunvizinhas favorece a cobertura de 
tais estruturas pelo tecido de granulação. A posterior retração desse tecido e sua 
cobertura pelo epitélio vizinho resolve o problema, se não de modo definitivo, pelo 
menos provisoriamente. 
Quando segmentos maiores de ossos são expostos, deve ser feito o reavivamento 
do osso através da ressecção de toda a tábua externa, pondo-se a descoberto a medular 
de ossos chatos ou, nos ossos longos, a ressecção de porções variáveis da camada 
compacta até planos onde o sangramento seja mais fácil. A cobertura do osso pelo 
tecido de granulação acontece dias depois. 
A técnica da utilização de enxertos de pele é mais simples, de execução mais 
rápida e interfere menos intensamente com o tratamento das demais lesões. É freqüente 
o enxerto intermediário de pele constituir boa cobertura definitiva para estas áreas. 
Quando isto não ocorre, eles podem, em qualquer tempo, ser substituídos por retalhos 
pediculados, os quais serão executados em melhores condições (ausência de infecção ou 
grave comprometimento do estado geral do paciente). 
 
9. EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM 
 
Evolução utilizada do dia 23/10/08: Infante, 4 anos no 39º dia de internação por 
queimaduras elétricas (eletrocussão). Afebril, taquicárdico, eupnéico, restrito ao leito. 
Mantido acesso venoso no terço proximal do braço direito. Ao exame físico: pele e 
mucosas hipocoradas. Mantêm curativo oclusivo em lesão na região occpitoparietal 
direita. Face simétrica, apresenta edema palpebral. Tórax e expansão torácica 
simétricos. À ausculta cardíaca B1 e B2 audíveis. À ausculta pulmonar presença de 
murmuros vesiculares. Apresenta lesão na região dorsal, lombar e sacrococigea na 
região central drenando secreção purulenta (+ 3 gases) demais areas presença de tecido 
de granulação e mantidos hidrocolóide.. Membro superior direito (MSD) com lesão 
drenando secreção purulenta (+ 3 gases) e pontos necróticos nas falanges distais com 
pontos apresentando tecido fibrinoso e granulação. Membro inferior esquerdo (MIE) 
com lesão drenando secreção purulenta ( + 3 gases) com tecido de granulação. Membro 
inferior direito (MID) apresenta lesão com tecido de granulação e pontos necróticos. 
Persiste edema em bolsa escrotal. Diurese presente e límpida sendo monitorada 
drenando (250 ml as 6:30, segundo relato do genitor e as 8:30 150 ml observados e 
anotados. Evacuações ausentes durante o período matutino. Aceitando bem a dieta 
oferecida. Realizado curativo oclusivo com soro fisiológico, fibrase e ataduras. 
 
Quadro 4 – Alguns valores de Referência para crianças (pré-escolares) de 04 anos 
de idade necessários e importantes para a equipe de enfermagem. 
 
Pressão Arterial 95/60 mmhg 
Freqüência Respiratória 20 à 25 inc/min 
Pulsação 80 à 120 média 100 bat/min 
Temperatura 35,5 à 37 ºC 
Tamanho do mangito a ser utilizado 5 cm 
Níveis de hemoglobina <11 
Valor ponderal de ganho de peso 1.650 gramas +-/ano 
Estatura 0,75 cm ao mês 
 
 
 
10. PLANEJAMENTO DO CURATIVO 
 
Objetivando uma melhor qualidade da assistência prestada e uma vez que o paciente 
em questão encontra-se em isolamento se faz necessário um planejamento diário do 
curativo, desde o tipo de cobertura a ser utilizado como os matérias necessários para 
realizar tal procedimento adequadamente otimizando o tempo para realizar avaliações 
dom quadro clínico. 
Lista de materiais necessários para a execução dos curativos: 
 
 02 Lençóis para queimado (estéreis); 
 05 Ataduras de crepe; 
 04 Pacotes de compressa; 
 01 Espátula estéril; 
 500 ml de soro fisiológico; 
 03 capotes; 
 03 gorros; 
 03 máscaras; 
 06 luvas estéreis; 
 06 pares de luvas de procedimento; 
 01 Esparadrapo; 
 05 tubos de fibrase; 
 Álcool à 70%; 
 Clorexidina; 
 12 pacotes de gases estéreis; 
 
Vale lembrar que além de realizar o curativo a equipe de enfermagem deve está 
atenta e anotar todas as intercorrências observadas durante o procedimento bem como 
analisar casa lesão individualmente anotando a evolução (involução) diária de cada 
uma. 
Outro ponto fundamental principalmente no caso deste paciente é mensuração da 
dor informação do paciente em relação à intensidade da dor é subjetiva, uma vez que 
varia de acordo com as experiências dolorosas anteriores, com a etnia, com o sexo, a 
idade, etc. Essa subjetividade dificulta a definição paradigmática e aponta mais para que 
a intensidade da dor seja conceituada, ao invés de definida. 
Diversos critérios têm sido propostos para conceituar a intensidade de dor, não 
só com mais objetividade, mas também com mais especificidade quantitativa isso 
através de escalas. Essas escalas verbais descritivas e categóricas, escalas analógicas 
visuais numéricas (0 a 10), pictográficas (faces, figuras, linhas, cores), e outras 
desabilitantes funcionais, têm sido usadas. 
Escala de faces Wong Baker 
 
 
Vinda do relato do paciente, considera-se a chamada descrição verbal, sendo que 
essa verbalização leva a uma enorme diversidade complicadora, própria dessas 
descrições verbais, cujas palavras se apresentam muito voltadas às qualidades e nem 
tanto à intensidade da dor. 
A intensidade da dor deve ser avaliada pela equipe de enfermagem diariamente 
principalmente à manipulação e aos curativos, o paciente em questão tem de ser 
avaliado conforme a escala de faces de Baker, e dentro desses parâmetro temos que a 
intensidade da dor dele encontra-se de 8 à 10. As intervenções de enfermagem têm de 
estar direcionadas para minimizar tais agravos. 
 
11. ESTUDO FARMACOLÓGICO 
 
11.1 – SORO GLICOSADO 
O que é: 
Receptor de fluidos e nutrientes. 
Indicações: 
Regimes, nutrição parenteral. 
Contra indicações: 
Gravidez, diabete, hemorragia intracraniana ou intra-espinhal. 
Reações adversas: 
Dor local, reação febril, trombose, hipovolemia, hiperglicemia, etc. 
 
 
11.2 – CLORETO DE SÓDIO 
O que é: 
Eletrólito; solução salina normal (0,9%); solução salina isotônica (0,9%); 
solução salina hipertônica (3% ou 5%); [sal de sódio]. 
Indicações: 
Reposição de cloreto; diluição de drogas injetáveis compatíveis; reposição de 
sódio. 
 Solução a 0,9% (solução salina normal) (solução salina isotônica): reposição 
de água e cloreto de sódio, diluente de drogas injetáveis (intravenosas, intramuscular ou 
subcutâneas); limpeza de catéteres; reposição de líquido extracelular; alcalose 
metabólica (quando há perda líquida e depleção leve de sódio). 
 Solução a 3% ou 5% (solução salina hipertônica): hiponatremia severa. 
 
Contra indicações: 
Hipernatremia (aumento de sódio no sangue); retenção de líquidos. Não usar a 
solução hipertônica (3% ou 5%) nos casos das concentrações plasmáticas de sódio e 
cloreto estarem altas, normais ou pouco baixas. Não usar solução de cloreto de sódio 
com preservativo (ex.: álcool benzílico) em recém-nascidos (pode intoxicar a criança). 
Reações Adversas: 
Abscesso; dor ou sensibilidadelocal; flebite (inflamação da veia); hipervolemia; 
infecção local; necrose dos tecidos no local da injeção; reação febril; trombose venosa. 
Quantidades excessivas de cloreto de sódio podem causar diminuição de potássio no 
sangue e acidose; sobrecarga de líquidos ou eletrólitos podem resultar em diluição das 
concentrações sangüíneas dos eletrólitos, insuficiência cardíaca congestiva, hiper-
hidratação, edema pulmonar ou congestão pulmonar, particularmente em pacientes 
recebendo medicamentos que retém sódio (corticosteróides, corticotropina ou pacientes 
com doença cardiovascular). 
Precauções: 
 Soluções concentradas a 10%, 20% não podem ser injetadas diretamente. 
Essas soluções precisam ser diluídas até as concentrações compatíveis indicadas. Se 
injetadas diretamente dão origem a hipernatremia, choque cardiovascular, problemas no 
sistema nervoso central, hemólise (destruição de hemácias) acentuada, necrose renal, 
necrose severa de tecidos locais se houver infiltração da solução. 
Soluções hipertônicas só podem ser injetadas perifericamente e em veias de 
grosso calibre, para evitar irritação venosa (cuidado para que não haja infiltração da 
solução). Em caso de superdosagem: a infusão de mais de 1 litro de solução salina a 
0,9% pode resultar em hipernatremia (aumento exagerado do sódio no sangue) e acidose 
(por perda de bicarbonato). Infusão durante ou logo após cirurgia pode levar a excessiva 
retenção de sódio. 
 
11.3 – CLORETO DE POTÁSSIO 
O que é: 
Suplemento de potássio. 
Indicações: 
Reposição de potássio. 
Contra indicações: 
Anúria; aumento de nitrogênio no sangue (a menos que o paciente seja 
hipocalêmico); aumento de potássio no sangue; desidratação severa; diminuição da 
urina; doença de Addison não curada; em pacientes que fazem uso de diuréticos 
poupadores de potássio; imediatamente após cirurgias; até que o fluxo urinário seja 
restabelecido; insolação; insuficiência renal grave. 
Reações Adversas: 
Ansiedade; batimento cardíaco irregular; cansaço excessivo; cólica; confusão 
mental; diarréia; dor no estômago; fezes escurecidas ou com sangue; fraqueza nas 
pernas; hemorragia; náusea; palidez; pele fria; perda de sensibilidade dos pés, dos dedos 
mãos ou dos lábios; respiração curta; vômito. Em caso de superdosagem: hipercalemia, 
paralisia plácida com parestesias, arritmias cardíacas, bloqueio AV total, 
desaparecimento da onda P, alargamento do complexo QRS. O tratamento consiste em: 
sal de Cálcio (gluconato); glicose; insulina; bicarbonato de sódio. 
 
 
11.4 – RANITIDINA 
O que é: a ranitidina é um medicamento que atua na cicatrização da gastrite e/ou 
das úlceras pépticas do estômago e do duodeno e prevenindo suas complicações. 
Indicações: A ranitidina promove uma diminuição da produção de ácido e 
pepsina no estômago, favorecendo a cicatrização da gastrite e/ou das úlceras pépticas do 
estômago e do duodeno e prevenindo suas complicações. A ranitidina também pode ser 
usado no tratamento de doenças relacionadas à hipersecreção ou hipersensibilidade à 
secreção gástrica, tais como esofagite de refluxo (associada ou não a hérnia de hiato). 
Contra Indicações: O de ranitidina durante a gravidez e/ou amamentação não é 
recomendado. Informe seu médico a ocorrência de gravidez na vigência do tratamento 
ou após o seu término. Informe ao médico se está amamentando. 
 
11.5 – DIPIRONA 
O que é: 
Analgésico; antipirético; antitérmico. 
Indicações: 
Dor; febre. 
Contra-indicações: 
 Pacientes com alergia à dipirona sódica ou a qualquer um dos componentes da 
formulação ou a outras pirazolonas (ex.: fenazona, propifenazona) ou a pirazolidinas 
(ex.: fenilbutazona, oxifembutazona) incluindo, por exemplo, caso anterior de 
agranulocitose em relação a um destes medicamentos; 
 Em certas doenças metabólicas tais como: porfiria aguda do fígado 
intermitente (pelo risco de indução de crises de porfiria) e deficiência congênita da 
glicose-6-fosfato-desidrogenase (pelo risco de ocorrência de hemólise); 
 Função da medula óssea insuficiente (ex.: após tratamento citostático) ou 
doenças do sistema hematopoiético; 
 Asma analgésica ou intolerância analgésica do tipo urticária-angioedema, ou 
seja, em pacientes com desenvolvimento anterior de broncospasmo ou outras reações 
anafilactóides (ex.: urticária, rinite, angioedema) provocadas por salicilatos, 
paracetamol ou outros analgésicos não-narcóticos (ex.: diclofenaco, ibuprofeno, 
indometacina, naproxeno); 
 Crianças menores de 3 meses de idade ou pesando menos de 5 kg; 
 Não se deve administrar dipirona sódica por via intravenosa em crianças com 
idade entre 3 e 11 meses ou pesando menos de 9 Kg; 
 Durante os três primeiros e três últimos meses de gravidez; 
 A dipirona sódica não deve ser administrada por via intravenosa ou 
intramuscular em pacientes com pressão sangüínea baixa ou circulação instável. 
 
Reações adversas: 
Ataques de asma em pacientes predispostos; diminuição acentuada de células 
sangüíneas denominadas granulócitos; choque; reação na pele (do tipo alérgico) ou nas 
mucosas (principalmente da boca e da garganta). 
 
11.6 – PLASIL 
O Que é: 
Antiemético; estimulante gastrintestinal; [cloridrato de metoclopramida; 
bloqueador dopaminérgico; benzamida (derivado)]. 
Indicações: 
Refluxo gastroesofageano; distúrbios da motilidade gastrintestinal; náuseas e 
vômitos de origem central e periférica (cirurgias, doenças metabólicas e infecciosas, 
secundárias a medicamentos); utilizado também para facilitar os procedimentos 
radiológicos do trato gastrintestinal. 
Contra-indicações: 
Em pacientes com antecedentes de alergia aos componentes da fórmula; casos 
em que a estimulação da motilidade gastrintestinal seja perigosa, como por exemplo na 
presença de hemorragia, obstrução mecânica ou perfuração gastrintestinal; em pacientes 
epiléticos ou que estejam recebendo outras drogas que possam causar reações 
extrapiramidais, uma vez que a freqüência e intensidade destas reações podem ser 
aumentadas; em pacientes com feocromocitoma, pois pode desencadear crise 
hipertensiva, devido à provável liberação de catecolaminas do tumor. Tal crise 
hipertensiva pode ser controlada com fentolamina; em pacientes com insuficiência 
hepática, insuficiência renal ou parkinsonismo; por mais de 12 semanas consecutivas. 
Reações adversas: 
As reações adversas mais freqüentes são inquietação, sonolência, fadiga e 
lassidão, que ocorrem em aproximadamente 10% dos pacientes. 
Com menor freqüência podem ocorrer insônia, dor de cabeça, tontura, náuseas, 
sintomas extrapiramidais, galactorréia, ginecomastia, erupções cutâneas, incluindo 
urticária ou distúrbios intestinais. 
As reações extrapiramidais (inquietude, movimentos involuntários, fala 
enrolada, etc.) podem ser mais freqüentes em crianças e adultos jovens, enquanto que 
movimentos anormais ou perturbados são comuns em idosos sob tratamentos 
prolongados. 
 
11.7 – IMIPINEM 
Indicações: 
 Atua sobre a maioria dos gram-positivos aeróbicos (Streptococcus pneumoniae, 
estreptococos grupo A e B, Staphylococcus aureus oxacilina-sensivel. Os S. 
aureus oxacilina-resistente são rotineiramente resistentes ao Imipenen) 
 Atua sobre bactérias gram-negativas, incluindo Neisseria meningitidis, N. 
gonorrhoeae e Haemophilus influenzae, tem efeito também sobre Escherichia 
coli, espécies de Klebsiella, de Salmonella e Shigella. Sua ação sobre 
Pseudomonas aeruginosa e espécies de Pseudomonas é significante, porém neste 
último caso não deve ser usado como agente único. 
 Apresenta uma excelente atividade sobre bactérias anaeróbicas. 
 Não tem atividade sobre espécies de Legionella sp. Mycoplasma sp, 
Flavobacterium sp, Xanthomonas maltophilia, Pseudomonas cepacia, 
Corynebacterium do grupo JK, Streptococcus faecium, Staphylococcus aureus 
resistentes a oxacilina e Clostidium difficile 
 Padrão de sensibilidade: germessensívesi CIM < 4 mg/l, resistente CIM > 16 
mg/l. 
Contra indicações: 
 Hipersensibilidade: rash, febre, prurido, urticária 
 Hematológicas: eosinofilia, leucopenia, neutropenia, trombocitopenia e 
trombocitose. 
 Neurológicas: Convulsões, sonolência, encefalopatia, confusão, mioclonia. Estes 
efeitos são mais comuns em portadores de convulsões, tumores cerebrais e 
trauma craniano. 
 Gastrointestinal: Náusea, vômitos e diarréia. 
 Elevação da uréia e creatinina sérica em 2% dos pacientes. 
 Elevação temporária das enzimas séricas. 
 
11.8 – AMICACINA 
O que é: antibacteriano; [sulfato de amicacina; aminoglicosídeo]. 
Indicações: infecção do trato biliar; infecção óssea; infecção articular; infecção 
do sistema nervoso central; infecção intra-abdominal; pneumonia por bactérias gram-
negativas; septicemia bacteriana; infecção da pele e dos tecidos moles; infecção 
urinária. 
Como age: Interfere com a síntese de proteínas da bactéria. 
 Absorção: rápida e completa por via intramuscular. 
 Biotransformação: não é metabolizado. 
 Tempo para concentração máxima (pico): 0,5 a 1,5 horas. 
 Eliminação: urina (na sua forma original); pequena quantidade via 
bile/fezes. 
Efeitos adversos: 
 Toxicidade renal: grande aumento ou diminuição da freqüência urinária e 
do volume de urina, sede excessiva, perda de apetite, náusea, vômito; 
 Neurotoxicidade; 
 Toxicidade auditiva; 
 Toxicidade vestibular; 
 Raramente: bloqueio neuromuscular (com dificuldade para respirar, 
sonolência, fraqueza). 
 Atenção: suspeitar de toxicidade auditiva ou vestibular, após a retirada do 
medicamento, se surgirem ou se agravarem os sintomas a seguir: perda de 
audição, sensação de barulho ou entupimento nos ouvidos, insegurança ao 
andar, tontura, náusea, vômito. 
 
11.9 – TRAMAL 
Indicações : Dores moderadas a severas de caráter agudo, subagudo e crônico. 
 Contra-indicações : Hipersensibilidade ao Cloridrato de tramadol. Intoxicações 
agudas pelo álcool, hipnóticos, analgésicos e psicofármacos.Pacientes em tratamento 
com inibidores da monoaminoxidase (MAO). 
 
Reações Adversas: podem ocorrer náuseas, vômitos, secura da boca, tontura e 
sonolência. Reações adversas pouco freqüentes podem ocorrer relacionadas à função 
cardiovascular: palpitação, taquicardia e sensação de colapso cardiovascular. Estas 
reações adversas podem ocorrer particularmente quando o paciente realiza esforços 
excessivos, após administração intravenosa de TRAMAL. 
 
11.10 – LACTULONA 
Indicações: para o tratamento sintomático da constipação intestinal; também é 
indicada para a prevenção e tratamento de encefalopatia hepática, tanto no pré-coma 
quanto no coma hepático. 
Contra-indicações: A Lactulona é contra indicada em: 
· Pessoas com história de hipersensibilidade a qualquer um dos componentes da 
fórmula; 
· Casos de intolerância à lactose, galactose, frutose; 
· Pessoas com apendicite, hemorragia retal não-diagnosticada ou com obstrução 
intestinal; 
· Como agente para o preparo intestinal de exames proctológicos em que se pretenda 
usar eletrocautério. 
 
Além disso não deve ser administrada juntamente com laxantes, pois podem 
reduzir o efeito acidificante da lactulose. O uso de antiácidos pode inibir a ação da 
lactulose. 
 
Reações adversas 
O uso de doses altas de lactulose em encefalopatia hepática pode causar 
distensão abdominal, flatulência, meteorismo, eructação, desconforto e aumento da 
sede, normalmente transitórios. Náusea e vômito têm sido relatados com pouca 
freqüência. Caso ocorra diarréia em resposta à lactulose, a dose deve ser reduzida. 
Alterações de exames laboratoriais: a administração prolongada ou de doses 
elevadas de lactulose pode aumentar a concentração plasmática de glicose e diminuir os 
níveis séricos de potássio. 
 
11.11 – DERMAZINE/SULFADIAZINA DE PRATA 
O que é: é uma pomada hidrofílica, composta por sulfadiazina de prata a 1%. 
Pode ser associada ao nitrato de cério e ao ácido hialurônico. A prata: confere 
características bactericidas imediatas e bacteriostáticas residuais, provoca precipitação 
protéica e age diretamente na membrana citoplasmática bacteriana. 
Indicações: no tratamento de queimadura além de lesões crônicas refratárias, 
por exemplo, úlcera vasculogênica. 
Reações adversas: Como um dos efeitos colaterais da Sulfadiazina de Prata 1%, 
tem sido relatado episódios de discreta leucopenia depois de poucos dias de uso, e de 
alergias em menos de 5% dos pacientes sem necessidade de interrupção do uso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
As características de patogênese e fisiopatologia das lesões elétricas são muito 
mais complexas do que se pensava. As contribuições de dano térmicas e puramente 
elétricas dependem da duração da passagem da corrente elétrica, na orientação das 
células, na localização, e outros fatores. Se o tempo de contato é curto, mecanismos 
não-térmicos de destruição celular serão mais importantes e a destruição será 
relativamente restrita à membrana celular. Entretanto se o tempo de contato é maior, 
destruição por calor predomina e toda a célula é afetada diretamente. Esses parâmetros 
também determinam a destruição anatômica da lesão. 
 Este estudo clínico buscou aprimorar as intervenções de enfermagem com um 
plano assistencial adequado, uma prescrição correta a aplicabilidade de técnicas e 
estudos atualizados em relação a grandes queimados minimizando assim o risco de 
agravos e buscando o aperfeiçoamento aprimorando a assistência individual 
principalmente em clinicas pediátricas onde se deve ter um cuidado aumentando. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
SMELTZER, Suzanne C.; BARE, Brenda G. Brunner & Suddarth: tratado de 
enfermagem médico-cirúrgica. 10 ed. v. 3. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. 
 
FAILACE, R., Hemograma, Manual de Interpretação. Quarta edição: Artmed, 2006. 
Disponível em: <http://www.wiki.ogr.pt/hemograma> . 
 
AZEVEDO, O. A.; FONSECA S. C., Queimaduras. 1ª Edição, São Paulo: Revista 
Brasileira de Fisioterapia: Atlântica, 2007. 
 
GOMES, D.R., SERRA, M.C., PELLON, M.A.; Condutas atuais em queimaduras. 
Queimaduras elétricas 2 ª Edição, São Paulo, Editora Revinter 2005. 
 
FAROL M., C., A.; Enfermagem em Reabilitação 40(1):128-33. Rev Escrita de 
Enfermagem USP, São Paulo. 2006. Disponível em: http://www.ee.usp.br/reeusp>

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