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Resumo Abdome

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Parede e Cavidade Abdominal 1 
50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
RReessuummããoo AAnnaattoommiiaa IIII –– 22000099//11 
Parede e cavidade abdominal 
 Conhecer os músculos que formam a parede abdominal 
Parede abdominal ântero-lateral 
Existem cinco músculos no grupo ântero-lateral de músculos da parede abdominal: 
— Três músculos planos cujas fibras começam póstero-lateralmente, passam anteriormente e são 
substituídos por uma aponeurose quando o músculo continua em direção a linha mediana, são eles: 
oblíquo externo, oblíquo interno e transverso do abdome. 
— Oblíquo externo – É o mais superficial dos três músculos planos, é imediatamente profundo 
à fáscia superficial. Suas fibras musculares posicionadas lateralmente passam numa direção 
ínfero-medial, enquanto a sua aponeurose recobre a parede anterior da parede abdominal 
até a linha mediana. Ao se aproximar da linha mediana, as aponeuroses ficam entrelaçadas 
formando a linha alba que se estende a partir do processo xifóide até a sínfise pública. A ex-
tremidade inferior de sua aponeurose forma os ligamentos inguinais. 
— Oblíquo interno – É o segundo dos três músculos planos, e é menor e mais delgado que o 
oblíquo externo, com a maioria de suas fibras musculares passando numa direção súpero-
medial. Os seus componentes musculares laterais terminam anteriormente como uma apo-
neurose que se funde na linha alba da linha mediana. 
— Transverso do abdome – É assim chamado devido a direção da maior parte de suas fibras 
musculares. Ele termina em uma aponeurose anterior a qual se funde com a linha alba na 
linha mediana. 
— Dois músculos verticais próximos à linha mediana, os quais estão confinados dentro da bainha ten-
dínea formada pelas aponeuroses dos músculos planos, são eles: reto abdominal e piramidal. 
— Reto abdominal – É um longo músculo que se estende por todo o comprimento da parede 
abdominal anterior. Ele é um músculo par, separado na linha mediana pela linha alba, alar-
ga-se e fica mais delgado na medida em que segue superiormente a partir da sínfise púbica 
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Parede e Cavidade Abdominal 2 
50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
até a margem costal. Ao longo deste trajeto, ele é intersectado por três ou quatro bandas 
fibrosas ou intersecções tendíneas. 
— Piramidal – É um pequeno músculo triangular, que pode ser ausente, é anterior ao reto do 
abdome, tem a sua base no púbis e seu ápice é fixado superiormente e medialmente à linha 
alba. 
Músculo Inervação Função 
Oblíquo externo Ramos anteriores dos seis últimos 
nervos torácicos espinhais (T7 a 
T12) 
Comprime e sustenta o conteúdo 
abdominal; flexiona e roda o tron-
co Oblíquo interno Ramos anteriores dos seis últimos 
nervos torácicos espinhais (T7 a 
T12) e L1 Transverso do abdome Comprime e sustenta o conteúdo 
abdominal 
Reto do Abdome Ramos anteriores dos seis últimos 
nervos torácicos espinhais (T7 a 
T12) 
Comprime o conteúdo abdominal; 
flexiona a coluna vertebral; tensio-
na a parede abdominal estabiliza-
ndo e controlando a inclinação da 
pelve (antilordose) 
Piramidal Ramo anterior de T12 Tensiona a linha alba 
 
 Cada um desses cinco músculos tem ações específicas, porém em conjunto são críticos para a manu-
tenção de muitas funções fisiológicas normais. Devido ao seu posicionamento, eles formam uma firme, 
porém flexível, parede que mantém as vísceras abdominais dentro da cavidade abdominal, protege-as de 
lesões e ajuda na manutenção da posição das mesmas na postura ereta contra a ação da gravidade. 
 Ainda, a contração destes músculos ajuda tanto na expiração normal quanto na forçada, empurrando 
as vísceras superiormente (o que ajuda a empurrar o diafragma relaxado para dentro da cavidade torácica) 
e ainda durante a tosse e vômitos. 
 Todos estes músculos estão também envolvidos em qualquer ação que aumente a pressão intra-
abdominal, incluindo o parto, a micção e defecção (expulsão de fezes pelo reto). 
 
Parede abdominal posterior 
Os músculos formam os limites medial, lateral, inferi-
or e superior da região abdominal posterior preenchendo 
o esqueleto ósseo da parede abdominal posterior. Medi-
almente existem os músculos psoas maior e menor, 
lateralmente o músculo quadrado do lombo, inferiormen-
te o músculo ilíaco e superiormente o diafragma. 
— Psoas maior – Reveste, medialmente, a face ânte-
ro-lateral dos corpos das vértebras lombares, 
preenchendo os espaços entre os corpos das vér-
tebras e os processos transversos. Cada um 
desses músculos aparece dos corpos das vérte-
bras TXII e de todas as vértebras lombares. 
Passando inferiormente ao longo da margem pél-
vica, cada músculo continua para o interior da 
parte anterior da coxa, inferiormente ao ligamen-
to inguinal, para se inserir no trocanter menor do 
fêmur. 
— Psoas menor – Está situado na superfície do mús-
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Parede e Cavidade Abdominal 3 
50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
culo psoas maior, quando presente, esse delgado músculo aparece das vértebras TXII a L1 e preen-
che os discos intervertebrais. Seu longo tendão se insere na linha pectínea do osso do quadril e na 
eminência iliopúbica. 
— Quadrado do lombo – Preenche o espaço entre as costelas XII e a crista ilíaca em ambos os lados da 
coluna vertebral. É recoberto medialmente pelo músculo psoas maior. Ao longo de suas margens la-
terais estão os músculos transversos do abdome. Ele aparece a partir dos processos transversos da 
vértebra LV, ligamento iliolombar e parte adjacente da crista ilíaca. Os músculos se inserem superi-
ormente ao processo transverso das quatro primeiras vértebras lombares e margem inferior da 
costela XII. 
— Ilíaco – Preenche, inferiormente, a fossa ilíaca de cada lado. Dessa ampla origem que reveste a fos-
sa ilíaca o músculo passa inferiormente e se une com o músculo psoas maior, inserindo-se no 
trocanter menor do fêmur. Ao passar para o interior da coxa, esses músculos unidos são denomina-
dos como músculo Íliopsoas. 
Músculo Inervação Função 
Psoas maior Ramos anteriores de L1 a L3 Flexão da coxa e articulação do 
quadril 
Psoas menor Ramo anterior de L1 Flexão sutil da coluna vertebral 
lombar 
Quadrado do lombo Ramos anteriores de T12 e L1 a L4 Depressão e estabilização da cos-
tela XII e flexão lateral do tronco 
Ilíaco Nervo femoral (L2 a L4) Flexão da coxa e articulação do 
quadril 
 
 Definir o que vem a ser linha alba 
A linha alba é uma estrutura fibrosa que segue verticalmente pela linha média do abdome, correndo 
por toda a extensão da parede abdominal anterior. Ela é formada pela fusão/entrelaçamento das aponeu-
roses dos músculos laterais do abdome (oblíquo externo, oblíquo interno e transverso do abdome) e separa 
as bainhas do reto bilateralmente. Ela estreita-se inferiormente ao umbigo até a largura da sínfise púbica e 
alarga-se superiormente até a largura do processo xifóide. Seu nome significa linha branca e ela realmente 
é uma linha branca, sendo composta principalmente de colágeno. A linha alba dá passagem a pequenos va-
sos e nervos para pele. 
Em sua porção média, subjacente ao umbigo, a linha alba contém o anel umbilical, que é um defeito na 
linha alba através do qual os vasos umbilicais fetais entravam e saíam do cordão umbilical e da placenta. 
Todas as lâminas da parede abdominal ântero-lateral fundem-se no umbigo. À medida que a gordura se 
acumula no tecido subcutâneo no período pós-natal, a pele torna-seelevada ao redor do anel umbilical e o 
umbigo torna-se deprimido. Isso ocorre 7-14 dias após o nascimento, quando o cordão umbilical atrófico 
“cai”. 
 
 Conhecer as aponeuroses que formam a bainha anterior e posterior do reto abdominal 
 A bainha do músculo reto é o compartimento fibroso incompleto e forte dos músculos reto do abdome 
e piramidal. Também são encontrados na bainha do reto as artérias e veias epigástricas superiores e inferi-
ores, os vasos linfáticos e as 
partes distais dos nervos tora-
coabdominais (partes 
abdominais dos ramos anteri-
ores dos nervos espinais T7-
T12). A bainha é formada pela 
decussação e pelo entrelaça-
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Parede e Cavidade Abdominal 4 
50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
mento das aponeuroses dos músculos planos do abdome. A aponeurose do músculo oblíquo externo contri-
bui para a parede anterior da bainha em toda a sua extensão. Os dois terços superiores da aponeurose do 
músculo oblíquo interno dividem-se em duas camadas, ou lâminas, na margem lateral do reto do abdome; 
com uma lâmina passando anteriormente ao músculo e a outra passando posteriormente. A lâmina anteri-
or une-se à aponeurose do músculo oblíquo externo para formar a lâmina anterior da bainha do músculo 
reto. A lâmina posterior se une à aponeurose do músculo transverso do abdome para formar a lâmina pos-
terior da bainha do reto (A). 
Começando a aproximada-
mente um terço de distância do 
umbigo até a crista púbica, as 
aponeuroses dos três músculos 
planos passam anteriormente ao 
músculo reto do abdome para 
formar a lâmina anterior da bai-
nha do reto, deixando apenas a fáscia transversal relativamente fina para cobrir o músculo reto do abdome 
posteriormente (B). Uma linha em crescente, denominada linha arqueada, demarca a transição entre a pa-
rede posterior aponeurórica da bainha que reveste os três quartos superiores do reto e a fáscia transversal 
que reveste o quarto inferior. Em toda a extensão da bainha, as fibras das lâminas anterior e posterior en-
trelaçam-se na linha mediana anterior para formar a complexa linha alba. 
 A lâmina posterior da bainha do músculo reto também é deficiente superiormente à margem costal, 
porque o músculo transverso do abdome segue internamente às cartilagens costais e o músculo oblíquo in-
terno fixa-se à margem costal. Portanto, superiormente à margem costal, o músculo reto do abdome situa-
se diretamente sobre a parede torácica. 
 
 Conhecer os limites do canal inguinal e seu conteúdo no homem e mulher 
O canal inguinal é uma passagem que se estende em uma direção inferior e medial, logo acima e para-
lelo à metade inferior do ligamento inguinal. Ele começa no anel inguinal profundo e continua por 
aproximadamente 4 cm, terminando no anel inguinal superficial. O conteúdo do canal é o funículo espermá-
tico em homens e o ligamento redondo do útero em mulheres (o canal inguinal feminino tende a ser mais 
estreito que o masculino, e as hérnias menos freqüentes). Adicionalmente, em ambos os sexos o nervo ílio-
inguinal passa através de parte do canal saindo pelo anel inguinal superficial, juntamente com as outras es-
truturas (vasos sanguíneos e linfáticos). 
— Anel inguinal profundo (interno) é o começo do canal inguinal e está localizado num ponto mé-
dio entre a espinha ilíaca ântero-superior e sínfise púbica. Ele está localizado logo acima do 
ligamento inguinal e é imediatamente lateral aos vasos epigástricos inferiores. Apesar de algu-
mas vezes ser chamado de um defeito ou abertura na fáscia transversal, ele é na verdade o início 
da evaginação tubular da fáscia transversal que forma um dos revestimentos (a fáscia espermá-
tica interna) do funículo espermático em homens e o ligamento redondo do útero em mulheres. 
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Parede e Cavidade Abdominal 5 
50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
— Anel inguinal superficial (externo) é o final do canal inguinal sendo superior ao tubérculo púbico. 
Ele é uma abertura em forma de triângulo na aponeurose do músculo oblíquo externo, com seu 
ápice apontando súpero-lateralmente e sua base sendo formada pela crista ilíaca. Os dois lados 
remanescentes do triângulo (pilares medial e lateral) estão unidos a sínfise púbica e ao tubérculo 
púbico, respectivamente. No ápice do triângulo as duas pilares são mantidas unidas cruzando as 
suas fibras (intercrurais) as quais pró nem a dilatação do anel superficial. Da mesma maneira do 
anel inguinal profundo, o anel inguinal superficial é na verdade o início da evaginação tubular da 
aponeurose do músculo oblíquo externo sobre as estruturas que estão atravessando o canal in-
guinal e que emergem a partir do anel inguinal superficial. Esta continuação do tecido sobre o 
funículo espermático é a fáscia espermática externa. 
 
 Os limites do canal inguinal são: 
— Anteriormente: Aponeurose do músculo oblíquo externo. 
— Posteriormente: Fáscia transversal. 
— Superiormente: Músculos transverso do abdome e oblíquo interno. 
— Inferiormente: Borda superior do ligamento inguinal (próximo ao púbis). 
 
 Definir Triângulo de Hesselbach e sua importância na diferenciação de hérnia inguinal direta e 
indireta 
Descrito por Hesselbach, é uma região triangular localizada na parede posterior do abdome, delimitada: 
— Medialmente pela borda lateral do reto abdominal 
— Lateralmente pelos vasos epigástricos inferiores (artéria epigástrica inferior) 
— Inferiormente pelo ligamento inguinal, 
Essa é a região de maior fraqueza da fás-
cia transversal e por isso vulnerável à formação 
de hérnias. As hérnias que se desenvolvem den-
tro do triângulo de Hesselbach são 
consideradas hérnias inguinais diretas, enquan-
to as hérnias laterais ao triângulo são hérnias 
inguinais indiretas (ou congênitas), pois estas 
correm dentro do canal inguinal. 
A artéria epigástrica inferior é importante 
na diferenciação das hérnias, porque se a hér-
nia estiver lateral a ela, é denominada hérnia 
indireta, e se estiver medial a ela, direta. 
 
 Definir hérnia inguinal direta e indireta (não tem nos objetivos) 
Uma hérnia inguinal é uma protrusão ou passagem de um saco peritoneal, com ou sem conteúdo ab-
dominal, através de uma parte fragilizada da parede abdominal na virilha. Ela ocorre devido a penetração 
do saco peritoneal no canal inguinal: 
— Indiretamente, através do anel inguinal profundo; 
— Diretamente, através da parede posterior do canal inguinal (triângulo de Hessealbach) 
Em alguns pacientes, hérnias inguinais estão presentes desde o nascimento (congênitas) e são causa-
das pela persistência do processo vaginal e pela passagem das vísceras através do canal inguinal (indireta). 
Hérnias adquiridas ocorrem em pacientes mais velhos e suas causas influem pressão intra-abdominal au-
mentada (por exemplo, devido a tosse repetitiva associada a doença pulmonar), danificação de nervos da 
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Parede e Cavidade Abdominal 650ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
parede abdominal anterior (ex: devido a incisões abdominais cirúrgicas) e ao enfraquecimento das paredes 
do canal inguinal. 
Um dos problemas em potencial em relação às hérnias é que o intestino e gordura podem ficar presos 
no saco hernial. Isto causa muita dor e obstrução intestinal, sendo necessária intervenção cirúrgica de ur-
gência. Outro risco em potencial é o estrangulamento da hérnia, no qual o suprimento sanguíneo para o 
intestino é cortado no colo do saco inguinal, deixando o intestino isquêmico e suscetível a perfuração. 
 
Hérnia inguinal indireta 
É a mais comum dos dois tipos de hérnia inguinal sendo muito mais comum em homens do que em mu-
lheres. Ela ocorre porque alguma parte, ou todo, do remanescente embrionário do processo vaginal 
permanece aberto ou evidente. Por isso é referida como sendo de origem congênita. 
O saco peritoneal protruído penetra o canal inguinal passando através do anel inguinal profundo, ime-
diatamente lateral aos vasos epigástricos inferiores. A extensão de sua trajetória inferior no canal inguinal 
depende da quantidade do processo vaginal que permaneceu evidente. Caso todo o processo vaginal per-
maneça evidente, o saco peritoneal pode atravessar a extensão do canal saindo pelo anel inguinal 
superficial e continuando para o interior do escroto em homens ou lábios maiores em mulheres. Neste caso 
o saco, peritoneal protruído adquire os mesmos revestimentos que aqueles associados ao funículo espermá-
tico em homens ou ligamento redondo do útero em mulheres. 
 
Hérnia inguinal direta 
 Um saco peritoneal que penetra a extremidade medial do canal inguinal diretamente através de uma 
parede posterior fragilizada é uma hérnia inguinal direta. Ela é normalmente descrita como adquirida por 
desenvolver-se quando a musculatura abdominal foi fragilizada, sendo comum em homens mais velhos. Es-
 
 
Parede e Cavidade Abdominal 7 
50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
ta protuberância ocorre medialmente aos vasos epigástricos inferiores no trígono inguinal (triângulo de 
Hesselbach). Internamente, um espessamento da fáscia transversal (o trato iliopúbico), segue o trajeto do 
ligamento inguinal. 
 Este tipo de hérnia inguinal não atravessa a extensão total do canal inguinal, mas pode sair através do 
anel inguinal superficial. Quando isto ocorre, o saco peritoneal adquire uma camada da fáscia espermática 
externa e pode estender-se, como uma hérnia indireta, para o interior do escroto. 
 
 Conhecer a vascularização, drenagem venosa e inervação da parede abdominal 
Vascularização 
Numerosos vasos sanguíneos suprem a parede abdominal ân-
tero-lateral, que são: 
Superficialmente: 
— Artéria musculofrênica (ramo da art. torácica interna) – 
Supre a parte superior da parede abdominal. 
— Artéria epigástrica superficial (medial) e Artéria ilíaca cir-
cunflexa profunda (lateral) – (ramos da art. femoral) – 
Suprem a parte inferior da parede abdominal. 
Profundamente: 
— Artéria epigástrica superior (ramo terminal da art. toráci-
ca interna) – Supre a parte superior da parede abdominal. 
— 10ª /11ª Artérias intercostais e Artéria subcostal – Suprem 
a parte lateral da parede abdominal. 
— Artéria epigástrica inferior (medial) e Artéria ilíaca circun-
flexa profunda (lateral) – (ramos da art. ilíaca externa) – 
Suprem a parte inferior da parede abdominal. 
 
Obs: Ambas as artérias epigástricas superior e inferior penetram a bainha do reto. Elas são posteriores 
ao músculo reto do abdome ao longo de seu trajeto, e anastomosam-se uma com a outra. 
Drenagem venosa 
 A pele e o tecido subcutâneo da parede abdominal 
drenam superiormente (finalmente para o sistema da 
veia cava superior) através da veia torácica interna (me-
dialmente) e da veia torácica lateral (lateralmente), e 
inferiormente (terminando no sistema da veia cava infe-
rior) através das veias epigástricas superficial e inferior. 
As veias cutâneas que circundam o umbigo anastomo-
sam-se com pequenas tributárias da veia porta. A 
distribuição dos vasos sanguíneos abdominais profundos 
reflete a organização dos músculos: um padrão circunfe-
rencial oblíquo (semelhante aos vasos intercostais 
acima) sobre a parede ântero-Iateral do abdome e um padrão vertical anteriormente. Os vasos circunferen-
ciais da parede ântero-Iateral são continuações dos 11os vasos intercostais posteriores, dos vasos subcostais 
e dos vasos circunflexos ilíacos profundos. Uma anastomose dos vasos epigástricos superiores e inferiores 
na bainha do reto inclui os vasos verticais. Um canal anastomótico superficial, a veia toracoepigástrica, e a 
via mediaI profunda entre as veias epigástricas inferior e superior proporcionam circulação colateral duran-
te a obstrução de uma das veias cavas. 
 
Inversão do fluxo venoso e vias colaterais das veias superfi-
ciais do abdome 
Quando há obstrução do fluxo nas veias cavas su-
perior ou inferior, anastomoses entre as tributárias destas 
veias sistêmicas, como a veia toracoepigástrica, podem ofere-
cer vias colaterais para evitar a obstrução, permitindo que o 
sangue retorne para o coração. Pequenas veias cutâneas 
(sistêmicas) que circundam o umbigo também se anastomo-
sam com as veias paraumbilicais (tributárias da veia porta), 
que seguem com a veia umbilical obliterada (ligamento re-
dondo do fígado). Durante a obstrução da veia cava ou veia 
porta, estas veias que se anastomosam também podem ser 
distendidas, causando a aparência de cabeça de medusa. 
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Parede e Cavidade Abdominal 8 
50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
Inervação 
 Os músculos ântero-laterais do abdome recebem inervação multissegmentar através dos ramos ante-
riores dos nervos espinais torácicos inferiores (T7-T12) e L1. Os ramos seguem separadamente até os 
músculos (isto é, sem unirem-se aos nervos periféricos multissegmentares, como ocorre nos membros) como 
cinco nervos toracoabdominais (T7-T11), um nervo subcostal (T12) e nervos ílio-hipogástricos e ilioinguinal 
(L1), que seguem em um plano entre a segunda e terceira camadas. Os ramos cutâneos laterais suprem a 
pele abdominal sobrejacente lateral à LMC. Exceto por L1, os mapas dos dermátodos abdominais e dos ner-
vos periféricos são idênticos. Os dermátodos que servem como referência são o dermátodo T10, que inclui o 
umbigo, e o dermátodo L1, que inclui a prega inguinal. 
 
 Conhecer a cavidade abdominal, seus limites, regiões e quadrantes (não tem nos objetivos) 
Cavidade abdominal 
A cavidade abdominal forma a parte superior e principal da cavidade abdominopélvica, a cavidade 
contínua que se estende entre o diafragma e o diafragma da pelve. A cavidade abdominal não tem assoalho 
próprio porque é contínua com a cavidade pélvica. O plano da abertura superior da pelve (entrada da pelve) 
separa arbitrariamente, mas não fisicamente, as cavidades abdominal e pélvica. A cavidade abdominal es-
tende-se superiormente na caixa torácica osteocartilagínea até o 4º espaço intercostal. Conseqüentemente, 
os órgãos abdominais mais altos (baço, fígado, parte dos rins e estômago) são protegidos pela caixa toráci-
ca. A pelve maior (parte expandida da pelve superior à abertura superior) sustenta e protege parcialmente 
as vísceras abdominais inferiores (partedo íleo, ceco e colo sigmóide). 
 
Limites da cavidade abdominal 
A cavidade abdominal é limitada superiormente pelo diafragma (músculo plano que a separa da cavi-
dade torácica), inferiormente pela pelve (plano imaginário, pois ela é contínua com a cavidade pélvica), 
anteriormente e lateralmente pelas paredes abdominais anterior e laterais, enquanto que posteriormente 
está protegida pela coluna vertebral e, na parte mais alta, pelas costelas inferiores. 
 
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Parede e Cavidade Abdominal 9 
50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
Regiões abdominais 
Os clínicos referem-se às nove regiões da cavidade abdominal para descrever a localização dos órgãos, 
dores ou patologias abdominais. As nove regiões são definidas por quatro planos: dois sagitais (verticais) e 
dois transversos (horizontais). Os dois planos sagitais geralmente são os planos medioclaviculares que se-
guem do ponto médio das clavículas (aproximadamente 9 cm da linha mediana) até os pontos 
medioinguinais, pontos médios das linhas que unem a espinha ilíaca ântero-superior (EIAS) e a margem su-
perior da sínfise púbica de cada lado. 
 
Quadrantes do abdome 
Para se fazer descrições clínicas mais gerais, são definidos quatro quadrantes da cavidade abdominal 
(quadrantes superior e inferior, direito e esquerdo) por dois planos facilmente definidos: (1) o plano tran-
sumbilical, que atravessa o umbigo (e o disco intervertebral [IV] entre as vértebras L3 e L4), dividindo-o em 
metades superior e inferior, e (2) o plano mediano vertical, que atravessa o corpo longitudinalmente, divi-
dindo-o em metades direita e esquerda. 
É importante saber quais os órgãos localizados em cada região ou quadrante abdominal, de forma que 
se saiba onde auscultá-los, percuti-los e palpá-los. O conhecimento da localização dos órgãos é essencial 
para registrar os achados do exame físico. 
 
 Conhecer o peritônio parietal e visceral 
O peritônio é uma membrana serosa contínua que reveste a cavidade abdominopélvica (peritônio pari-
etal) e as vísceras contidas (peritônio visceral). As duas lâminas de peritônio consistem em mesotélio, uma 
lâmina de epitélio pavimentoso simples. 
— O peritônio parietal possui a mesma rede vascular e linfática e a mesma inervação somática que a re-
gião da parede que reveste. Como a pele sobrejacente, o peritônio que reveste o interior da parede do 
corpo é sensível à pressão, à dor, ao calor e ao frio, e à laceração. A dor no peritônio parietal geralmen-
te é bem localizada, exceto na face inferior da parte central do diafragma, que é inervada pelo nervo 
frênico; a irritação aqui freqüente é referida aos dermátomos C3-C5 sobre o ombro. 
— O peritônio visceral e os órgãos que cobre, possuem as mesmas vascularizações sanguínea e linfática e 
inervação visceral. O peritônio visceral é insensível ao toque, calor e frio, e à laceração; é estimulado 
basicamente por distensão e irritação química. A dor produzida é mal localizada, sendo referida nos 
QSE (↖) QSD (↗) QIE (↙) QID (↘) 
Fígado: lobo esquerdo Fígado: lobo direito Colo sigmóide Ceco 
Baço Vesícula biliar 
Colo descendente: parte 
inferior 
Apêndice vermiforme 
Estômago Estômago: piloro Ovário esquerdo Maior parte do íleo 
Jejuno e íleo proximal Duodeno: partes 1-3 Tuba uterina esquerda 
Colo ascendente: parte infe-
rior 
Pâncreas: corpo e cauda Pâncreas: cabeça 
Ureter esquerdo: parte 
abdominal 
Ovário direito 
Rim esquerdo 
Glândula supra-renal direi-
ta 
Funículo espermático es-
querdo: parte abdominal 
Tuba uterina direita 
Glândula supra-renal 
esquerda 
Rim direito Útero (se aumentado) 
Ureter direito: parte abdo-
minal 
Flexura cólica esquerda 
(esplênica) 
Flexura cólica direita (he-
pática) 
Bexiga urinária (se muito 
cheia) 
Funículo espermático direi-
to: parte abdominal 
Colo transverso: metade 
esquerda 
Colo ascendente: parte 
superior 
Útero (se aumentado) 
Colo descendente: parte 
superior 
Colo transverso: metade 
direita 
Bexiga urinária (se muito 
cheia) 
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Parede e Cavidade Abdominal 10 
50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
dermátomos dos gânglios vertebrais que emitem as fibras sensitivas, particularmente para as partes 
medianas desses dermátomos. Conseqüentemente, a dor oriunda de derivados do intestino anterior ge-
ralmente é sentida no epigástrio; a dor proveniente de derivados do intestino médio, na região 
umbilical; e aquela originada em derivados do intestino posterior, na região púbica. 
 
Entre as camadas parietal e visceral do peritônio existe um espaço virtual (a cavidade peritoneal). As 
vísceras abdominais ou são suspensas na cavidade peritoneal por dobras do peritônio (mesentérios) ou es-
tão fora da cavidade peritoneal. Os órgãos suspensos na cavidade são chamados de intraperitoneais; os 
órgãos fora da cavidade peritoneal, com apenas uma superfície ou parte de uma superfície recoberta pelo 
peritânio são retroperitoneais. 
 
 Conhecer a bolsa omental 
A bolsa omental é uma cavidade extensa 
semelhante a um saco, situada posterior-
mente ao estômago, ao omento menor e a 
estruturas adjacentes. A bolsa omental pos-
sui um recesso superior, limitado superior-
mente pelo diafragma e pelas camadas pos-
teriores do ligamento coronário do fígado, e 
um recesso inferior entre as partes superiores 
das camadas do omento maior. 
A bolsa omental permite o livre movi-
mento do estômago sobre as estruturas 
posteriores e inferiores a ela porque as pare-
des anterior e posterior da bolsa omental 
deslizam suavemente uma sobre a outra. A 
maior parte do recesso inferior da bolsa é se-
parada da parte principal posterior ao 
estômago após aderência das lâminas ante-
rior e posterior do omento maior 
Líquido na bolsa omental 
A perfuração da parede posterior do estômago resulta na passagem de seu conteúdo líquido para a 
bolsa omental. A inflamação ou lesão do pâncreas também pode permitir a passagem de líquido pancreáti-
co para a bolsa, formando um pseudocisto pancreático. 
 
 Conhecer o forame omental (forame epiplóico ou forame de winslow) 
O forame omental (ou forame epiplóico) é uma abertura situada posteriormente à margem livre do 
omento menor (ligamento hepatoduodenal). O forame omental pode estar localizado passando-se um dedo 
ao longo da vesícula biliar até a margem livre do omento menor. O forame omental geralmente admite dois 
dedos. Os limites do forame omental são: 
— Anteriormente: o ligamento hepatoduodenal (margem livre do omento menor), contendo a veia 
porta, a artéria hepática e o ducto colédoco. 
— Posteriormente: a veia cava inferior e o pilar direito do diafragma, cobertos anteriormente pelo pe-
ritônio parietal. 
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Parede e Cavidade Abdominal 11 
50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
— Superiormente: o fígado, coberto por peritônio visce-
ral. 
— lnferiormente: a parte superior ou primeira parte do 
duodeno. 
 
Em procedimentos cirúrgicos, o cirurgião pode passar o 
dedo através do forame omental para atingir a bolsa omen-
tal. Assim, pode-se comprimir a artéria hepática que está na 
tríade portal e controlar uma possível hemorragia, permitindo 
que o cirurgião identifique a artéria que está sangrando para 
que possa clampeá-la. Como no caso de uma colecistectomia 
(retirada da vesícula biliar) mal desenvolvida, quando aciden-
talmente é seccionada a artéria cística antesde ser 
clampeada. 
Intestino na bolsa omental 
Embora seja raro, uma alça de intestino delgado pode atravessar o forame omental e ser estrangulada 
pelas margens do forame. Como não se pode fazer incisão em nenhum dos limites do forame, porque todos 
contém vasos sanguíneos, o intestino edemaciado deve ser descomprimido utilizando uma agulha, de forma 
que possa ser recolocado no saco peritoneal através do forame omental. 
 
 Conhecer e definir órgãos intraperitoneais e retroperitoneais 
O peritônio e as vísceras estão na cavidade abdominopélvica. E suas relações são as seguintes: 
— Órgãos intraperitoneais: são quase completamente cobertos com peritônio visceral (ex: estômago 
e baço). Intraperitoneal neste caso não significa dentro da cavidade peritoneal (embora o termo 
seja usado clinicamente para substâncias injetadas na cavidade). Órgãos intraperitoneais foram 
conceituadamente, se não literalmente, invaginados para o saco fechado, como pressionando seu 
punho para dentro de um balão inflado. 
— Órgãos retroperitoneais, extraperitoneais e subperitoneais: também estão do lado de fora da cavi-
dade peritoneal – externamente, posteriormente ou inferiormente ao peritônio parietal – e são 
apenas parcialmente cobertos com peritônio (geralmente sobre apenas uma superfície). Órgãos 
como os rins estão entre o peritônio parietal e a parede abdominal posterior, e têm peritônio parie-
tal apenas nas suas faces anteriores (exceto se houver gordura interposta). Da mesma forma, a 
bexiga só tem peritônio parietal sobre sua face superior. 
 
 Definir mesentério, omento e ligamento peritoneal 
Por toda cavidade peritoneal numerosas dobras do peritônio fixam os órgãos uns aos outros ou à pare-
de abdominal. Estas dobras (omentos, mesentérios e ligamentos) desenvolvem-se a partir dos mesentérios 
primordiais dorsal e ventral, os quais suspendem o trato gastrointestinal na cavidade celômica embrionária. 
Mesentério 
 Mesentérios são dobras peritoneais que unem vísceras à parede abdominal posterior. Eles permitem 
algum movimento e promovem um conduto para que vasos, nervos e linfáticos cheguem às vísceras e inclu-
em: 
— Mesentério (associado a parte do intestino delgado) – É uma dobra peritoneal dupla, larga e em 
forma de leque que conecta o jejuno e o íleo à parede posterior do abdome. Sua conexão superior 
fica ao nível da junção duodenojejunal, imediatamente à esquerda da parte lombar superior da co-
luna vertebral. Ele passa obliquamente no sentido inferior e para a direita, terminando na junção 
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Sticky Note
Órgãos intraperitoneais: fígado, baço, estômago, intestinos, útero, trompas nullÓrgãos Retroperitoneais Sistema Urinário nullRim nullParede Abdominal Posterior nullSistema Urogenital Masculino nullVasos dos órgãos Pélvicos nullÓrgãos Genitais Externos Masculinos nullRegião Urogenital e Anal Masculina nullSistema Urogenital Feminino nullÚtero e Orgãos Correlatos nullÓrgãos Genitais Externos Femininos nullRegião Urogenital Feminina
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Parede e Cavidade Abdominal 12 
50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
ileocecal próximo a margem superior da articulação sacroilíaca direita. No tecido adiposo entre as 
duas camadas peritoneais do mesentério estão localizadas as artérias, veias, nervos e linfáticos 
que suprem os intestinos. 
— Mesocolo transverso (associado ao colo transverso) – É uma dobra do peritônio que conecta o colo 
transverso à parede abdominal posterior. Suas duas camadas peritoneais deixam a parede posteri-
or através da superfície anterior da cabeça e corpo do pâncreas e passam externamente 
envolvendo o colo transverso. 
— Mesocolo sigmóide (associado ao colo sigmóide) – É uma dobra peritoneal invertida em forma de 
“V”, que une o colo sigmóide à parede abdominal. O ápice do “V” localiza-se próximo à divisão da 
artéria ilíaca comum esquerda em seus ramos interno e externo, com o “braço” esquerdo seguindo 
inferiormente ao longo da margem medial do músculo psoas maior, e o “braço” direito seguindo 
inferiormente para o interior da pelve para terminar no nível da vértebra S3. Os vasos retal superi-
or e sigmóide, juntamente com os nervos e linfáticos associados ao colo sigmóide passam através 
dessa dobra peritoneal. 
Omentos 
Os omentos consistem em duas camadas de peritônio que seguem a partir do estômago e da primeira 
parte do duodeno para outras vísceras. São eles: 
— Omento maior (derivado do mesentério dorsal) – É uma grande dobra peritoneal em forma de a-
vental que se prende à curvatura maior do estômago e primeira parte do duodeno. E que, após 
descer, se dobra, voltando-se posteriormente e subindo para associar-se à superfície anterior do 
colo transverso e seu mesentério. 
— Omento menor (derivado do mesentério ventral) – É uma dobra peritoneal que se estende a partir 
da curvatura menor do estômago e primeira parte do duodeno até a face visceral do fígado. Pode 
ser dividido em: ligamento hepatoduodenal (lateral) e hepatogástrico (medial). 
Funções do omento maior 
O omento maior, grande e cheio de gordura, impede a aderência do peritônio visceral ao parietal. Pos-
sui considerável mobilidade e desloca-se ao redor da cavidade peritoneal com movimentos peristálticos das 
vísceras. Freqüentemente forma aderências adjacentes a um órgão inflamado, como o apêndice, algumas 
vezes isolando-o e assim protegendo outras vísceras. Portanto, é comum ao penetrar na cavidade abdomi-
nal, na dissecção ou cirurgia, encontrar o omento maior muito deslocado da posição “normal”, na qual é 
quase sempre representado em ilustrações anatômicas. O omento maior também protege os órgãos abdo-
minais contra lesão e forma isolamento contra a perda de calor corporal. 
 
Ligamentos peritoneais 
 Um ligamento peritoneal consiste em uma lâmina dupla de peritônio que liga um órgão com outro ór-
gão ou com a parede abdominal. 
O fígado está conectado: 
— À parede abdominal anterior por meio do ligamento falciforme. 
— Ao estômago por meio do ligamento hepatogástrico (porção membranosa do omento menor). 
— Ao duodeno por meio do ligamento hepatoduodenal (margem livre espessada do omento menor 
que conduz a tríade portal: veia porta do fígado, artéria hepática e ducto colédoco). 
 O estômago está ligado: 
— À face inferior do diafragma pelo ligamento gastrofrênico. 
— Ao baço pelo ligamento gastroesplênico, que se reflete para o hilo do baço. 
— Ao colo transverso pelo ligamento gastrocólico (parte semelhante a um avental do omento maior). 
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Sticky Note
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Parede e Cavidade Abdominal 13 
50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
Obs: Os ligamentos hepatogástrico e hepatoduodenal são partes contínuas do omento menor e são se-
paradas apenas para conveniência descritiva. 
 
 Definir prega peritoneal e recesso peritoneal 
Prega peritoneal 
É uma reflexão de peritônio elevada da parede do corpo por vasos sanguíneos, ductos e vasos fetais o-
bliterados subjacentes (ex: as pregas umbilicais mediais e laterais na superfície interna da parede ântero-
lateral do abdome). Algumas pregas peritoneais contêm vasos sanguíneos e sangram quando seccionadas,como as pregas umbilicais laterais, que contêm as artérias epigástricas inferiores. 
Recesso peritoneal (melhor explicado no próximo objetivo) 
É uma bolsa de peritônio formada por uma prega peritoneal. 
 
 Conhecer os recessos (escavações) peritoneais e sua importância clínica 
O peritônio que reveste a cavidade abdominal continua para a cavidade pélvica, refletindo-se sobre as 
faces superiores da maioria das vísceras pélvicas. Assim, o peritônio cria várias pregas e fossas. Como o pe-
ritônio não está firmemente ligado à parede abdominal suprapúbica, a bexiga é capaz de se expandir entre 
o peritônio e a parede anterior do abdome enquanto se enche, elevando as fossas supravesicais. O recesso 
reto vesical e suas extensões laterais, as fossas pararretais, são as extensões mais inferiores da cavidade pe-
ritoneal em homens. Em mulheres, o útero está localizado entre a bexiga e o reto, criando os recessos 
uterovesical e retouterino (fundo de saco de Douglas). As extensões laterais da prega peritoneal envolvendo 
o fundo do útero formam o ligamento largo, uma duplicação transversa do peritônio que separa as fossas 
paravesical e pararretal. O recesso retouterino e suas extensões laterais, as fossas pararretais, são as exten-
sões mais inferiores da cavidade peritoneal em mulheres. 
Estes recessos são os locais onde se tem acúmulo de líquidos dentro cavidade peritoneal quando há um 
aumento dele por algum motivo (ex: processo inflamatório: apendicite). Sua importância, na clínica, está 
associada à disseminação de líquidos patológicos como o pus, resultado da inflamação. Os recessos deter-
minam a extensão e a direção da difusão de líquidos que podem entrar na cavidade peritoneal quando um 
órgão está doente ou é lesado. 
 
[Pouco explorado aqui, olhar no Moore, 5ed. p. 344-346 e Gray’s para estudantes, 1ed. p. 416-419] 
 
 Definir peritonite e ascite 
Quando há contaminação bacteriana durante laparotomia ou quando há perfuração traumática ou 
ruptura do intestino em virtude de infecção e inflamação (como na apendicite), permitindo a entrada de 
gás, material fecal e bactérias na cavidade peritoneal, a conseqüência é a infecção e a inflamação do peri-
tônio, denominada peritonite. Há exsudação de soro, fibrina, células e pus na cavidade peritoneal, 
acompanhada por dor na pele sobrejacente e aumento do tônus dos músculos ântero-laterais do abdome. 
Devido à extensão das superfícies peritoneais e à rápida absorção de material, incluindo toxinas bacteria-
nas, da cavidade peritoneal, quando uma peritonite torna-se generalizada (disseminada na cavidade 
peritoneal), o distúrbio é perigoso e talvez letal. Além da forte dor abdominal, há dor à palpação, náusea 
e/ou vômito, febre e constipação. 
A peritonite generalizada ocorre não apenas em virtude de infecção, mas também quando uma úlcera 
perfura a parede do estômago ou duodeno, com saída de conteúdo ácido para a cavidade peritoneal. O lí-
quido em excesso na cavidade peritoneal é denominado líquido ascítico. O distúrbio clínico no qual uma 
pessoa tem líquido ascítico é denominado ascite. A ascite também pode ser decorrente de lesão mecânica 
(que também pode causar hemorragia interna) ou de outras doenças, como hipertensão porta (congestão 
venosa), metástase disseminada de células cancerosas para as vísceras abdominais e inanição (quando há 
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Parede e Cavidade Abdominal 14 
50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
deficiência da produção de proteínas plasmáticas, alterando os gradientes de concentração e produzindo 
protuberância paradoxal do abdome). Em todos esses casos, a cavidade peritoneal pode ser distendida com 
vários litros de líquido anormal, interferindo com movimentos das vísceras. 
Os movimentos rítmicos da parede ântero-lateral do abdome normalmente acompanham as respira-
ções. Se o abdome é retraído enquanto o tórax se expande (ritmo abdominotorácico paradoxal e há rigidez 
muscular, pode haver peritonite ou pneumonite (inflamação dos pulmões). Como a dor intensa agravasse 
com o movimento, as pessoas com peritonite costumam deitar-se com os joelhos fletidos, para relaxar os 
músculos ântero-laterais do abdome, e respiram superficialmente (e, portanto, mais rapidamente), reduzin-
do a pressão intra-abdominal e a dor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Aparelho Digestório 15 
50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
Aparelho Digestório 
Estômago 
O estômago é a parte mais dilatada do trato gastrointestinal e, na maioria das pessoas, possui o for-
mato da letra “J”, isto porque pode variar dependendo do biótipo da pessoa e até mesmo em virtude dos 
movimentos diafragmáticos durante a respiração, do conteúdo gástrico e da posição da pessoa. 
Posicionado entre a parte abdominal do esôfago e o intestino delgado, o estômago está localizado nas 
regiões epigástrica, umbilical e hipocôndrio esquerdo do abdome. 
O estômago mistura os alimentos da dieta e atua como reservatório, tendo como principal função a di-
gestão enzimática. O suco gástrico converte gradualmente uma massa de alimento em uma mistura 
semilíquida, o quimo, que passa rapidamente para o duodeno. 
 
 Conhecer as divisões, curvaturas e incisuras do estômago 
O estômago pode ser dividido em quatro partes/regiões: 
— Cárdia: é a parte que se localiza ao redor da abertura do esôfago no estômago (óstio cárdico). 
— Fundo: é a área que está acima do nível do óstio cárdico. Pode ser dilatado por gás, líquido, alimen-
to ou qualquer combinação destes. 
— Corpo: é a maior e principal parte do estômago, entre o fundo e o antro pilórico. 
— Parte Pilórica: é a região afunilada de saída do estômago; sua parte larga, o antro pilórico, leva ao 
canal pilórico, sua parte estreita. O piloro, a região esfincteriana distal da parte pilórica, é um es-
pessamento acentuado da lâmina circular de músculo liso, que controla a saída do conteúdo 
gástrico através do óstio pilórico para o duodeno. 
O estômago também possui duas curvaturas e duas incisuras: 
— Curvatura menor: forma a margem côncava mais curta do estômago, é o ponto de fixação do o-
mento menor. 
— Curvatura maior: forma a borda convexa mais longa do estômago, é o ponto de fixação do liga-
mento gastrofrênico e do omento maior. 
— Incisura cárdica: é o ângulo superior criado quando o esôfago chega ao estômago. 
— Incisura angular: é uma dobra na curvatura menor. 
 
A saída do estômago (óstio pilórico) é marcada na superfície do órgão pela constrição pilórica e 
rodeado por um anel espesso de musculatura gástrica circular (o esfíncter pilórico). O óstio pilórico está 
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Aparelho Digestório 16 
50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
localizado à direita da linha mediana em um plano que passa através da margem inferior da vértebra 
L1 (o plano transpilórico). 
 
 Conhecer a posição anatômica e relação anatômica do estômago 
O estômago está situado assimetricamente na cavidade abdominal, à esquerda da linha mediana e ge-
ralmente no quadrante superior esquerdo e região epigástrica (sua maior parte). 
É um órgão coberto por peritônio, exceto nos locais em que há vasos sanguíneos ao longo de suas cur-
vaturas e em uma pequena área posterior ao óstio cárdico. Tornando-o assim, um órgão intraperitoneal, 
com o omento menor (revestindo as anastomoses entre os vasos gástricos direito e esquerdo) fixado à sua 
curvatura menor,e o omento maior (revestindo as anastomoses entre os vasos gastromentais direito e es-
querdo) fixado a sua curvatura maior. 
* Fígado retirado 
 
Suas relações anatômicas são as seguintes: 
— Anteriormente, o estômago está relacionado com parte do diafragma, o lobo esquerdo do fígado e a 
parede anterior do abdome. 
— Posteriormente, o estômago está relacionado com a bolsa omental e o pâncreas; a superfície posterior 
do estômago forma a maior parte da parede anterior da bolsa omental. 
— Medialmente, a parte superior do duodeno e o fígado. 
— Lateralmente, o baço. 
— Superiormente, o músculo diafragma. 
— Inferiormente, o omento maior e colo transverso. 
 
 Conhecer a vascularização e inervação do estômago 
Vascularização 
O estômago possui um suprimento arterial rico, originado no tronco celíaco e em seus ramos. A maior 
parte do sangue provém de anastomoses formadas ao longo da curvatura menor pelas artérias gástricas di-
reita e esquerda, e ao longo da curvatura pelas artérias gastromentais direita e esquerda. O fundo e a parte 
superior do corpo recebem sangue das artérias curtas e posteriores. 
 
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TRONCO CELIACO:null1) a. hepatica comum (dir)null a. gastrica dirnull a. hepatica propianull a. gastroduodenalnull2) a. esplenica (maior) (lado esquerdo)nullnull3) a. gastrica esquerda (menor) (dir) 
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Aparelho Digestório 17 
50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
Drenagem venosa 
As veias gástricas acompanham as artérias em relação à posição e ao trajeto. As veias gástricas direita 
e esquerda drenam para a veia porta; as veias gástricas curtas e as veias gastromentais esquerdas drenam 
para a veia esplênica, que se une à veia mesentérica superior para formar a veia porta. A veia gastromental 
direita drena para a veia mesentérica superior. A veia pré-pilórica ascende sobre o piloro até a veia gástrica 
direita. Como esta veia é óbvia em pessoas vivas, os cirurgiões a utilizam para identificação do piloro. 
Inervação 
 O estômago é inervado por fibras simpáticas e parassimpáticas, as quais: 
— Inervação parassimpática do estômago: provém dos troncos vagais anterior e posterior e de seus 
ramos, que entram no abdome através do hiato esofágico. 
o Tronco vagal anterior: é derivado principalmente do nervo vago esquerdo [NC X], geral-
mente entra no abdome como um ramo isolado situado na superfície anterior do esôfago. 
Segue em direção à curvatura menor do estômago, onde emite ramos hepáticos e duode-
nais, que deixam o estômago no ligamento hepatoduodenal. O restante do tronco vagal 
anterior continua ao longo da curvatura menor, dando origem aos ramos gástricos anteri-
ores. 
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Sticky Note
É formada pela união da:nullnullveia esplênica com anullveia mesentérica superior
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Aparelho Digestório 18 
50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
o Tronco vagal posterior: é maior, derivado principalmente do nervo vago direito, entra no 
abdome na superfície posterior do esôfago e segue em direção à curvatura menor do es-
tômago. O tronco vagal posterior envia ramos para as superfícies anterior e posterior do 
estômago. Emite um ramo celíaco, que segue para o plexo celíaco e depois continua ao 
longo da curvatura menor, dando origem aos ramos gástricos posteriores. 
— Inervação simpática do estômago: proveniente dos segmentos T6 a T9 da medula espinal segue 
para o plexo celíaco através do nervo esplâncnico maior e é distribuída através dos plexos ao redor 
das artérias gástricas e gastromentais. 
 
 Conhecer o tronco celíaco 
O tronco celíaco é o ramo anterior da aorta abdominal que irriga 
o tubo digestório anterior. Ele inicia-se da parte abdominal inicial da 
aorta descendente logo abaixo do hiato aórtico do diafragma, anteri-
ormente à parte superior da vértebra L1, e se divide imediatamente 
em artéria gástrica esquerda, artéria esplênica e artéria hepática co-
mum. Logo abaixo dela encontramos também a artéria mesentérica 
superior (não faz parte). 
Seus ramos são responsáveis por suprir: 
— Estômago 
— Baço 
— Pâncreas 
— Parte superior do duodeno 
— Vesícula biliar e fígado 
 
 Conhecer a drenagem linfática e sua importância no tratamento do câncer gástrico 
Os vasos linfáticos gástricos acompanham as artérias ao longo das curvaturas maior e menor do estô-
mago. Eles drenam linfa de suas superfícies anterior e posterior em direção às suas curvaturas, onde estão 
localizados os linfonodos gástricos e gastromentais. Os vasos eferentes destes linfonodos acompanham as 
grandes artérias até os linfonodos celíacos. Resumidamente, a drenagem linfática do estômago ocorre da 
seguinte forma: 
— A linfa dos dois terços supe-
riores do estômago drena ao 
longo dos vasos gástricos di-
reito e esquerdo para os 
linfonodos gástricos; a linfa 
do fundo e da parte superior 
do corpo do estômago tam-
bém drena ao longo das 
artérias gástricas curtas e 
dos vasos gastromentais es-
querdos para os linfonodos 
pancreaticoesplênicos. 
— A linfa dos dois terços direitos do terço inferior do estômago drena ao longo dos vasos gastromentais 
direitos até os linfonodos pilóricos. 
— A linfa do terço esquerdo da curvatura maior drena ao longo dos vasos gástricos esquerdos e esplêni-
cos para os linfonodos pancreaticoduodenais. 
 
 
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50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
Intestino Delgado 
O intestino delgado, parte mais longa do trato gastrointestinal, é formado pelo duodeno, jejuno e íleo. 
É o local primário para absorção de nutrientes de materiais ingeridos, e estende-se do piloro (óstio pilórico) até 
a junção ileocecal onde o íleo se une ao ceco (a primeira parte do intestino grosso). A parte pilórica do estôma-
go esvazia-se no duodeno, sendo a admissão duodenal controlada pelo piloro. 
 
 Conhecer as divisões do duodeno 
A primeira parte do intestino delgado é o duodeno. Esta estrutura em forma de “C”, adjacente à 
cabeça do pâncreas, possui 20-25 cm de comprimento e esta acima do nível do umbigo; sua luz é a 
maior de todo o intestino delgado. É um órgão retroperitoneal, exceto no seu começo que é conectado 
ao fígado pelo ligamento hepatoduodenal, que é parte do omento menor. 
Ele pode ser dividido em quatro partes: 
— Parte superior (1ª porção) – Estende-se do óstio pilórico do estômago até o colo da vesícula 
biliar, está logo acima do corpo da vértebra L1 e passa anteriormente ao ducto biliar, artéria 
gastroduodenal, veia porta e veia cava inferior (clinicamente, o início desta parte do duodeno 
é chamada de ampola ou cápsula do duodeno, sendo que a maioria das úlceras duodenais o-
corre nesta parte do duodeno. 
— Parte descendente (2ª porção) – Localiza-se logo à direita da linha mediana e estende-se do 
colo da vesícula biliar até a margem inferior da vértebra L3 – sua face anterior é cruzada pelo 
colo transverso, posterior a ela está o rim direito e medialmente está a cabeça do pâncreas – 
esta parte do duodeno contém a papila duodenal maior, que é a entrada comum para os duc-
tos colédoco e pancreáticos, e a papila duodenal menor, que é a entrada para o ducto 
pancreático acessório ainda sendo a junção do tubo digestório anterior com o tubo digestório 
médio logo abaixo da papila duodenal maior. 
— Parte inferior (3ªporção) – É sua região mais longa, passando pela veia cava inferior, a aorta 
e a coluna vertebral – é cruzada anteriormente pela artéria e veia mesentérica superior. 
— Parte ascendente (4ª porção) – Segue no sentido ínfero-superior, sobre ou à esquerda da ar-
téria aorta aproximadamente até a margem superior da vértebra L2, terminando no nível da 
flexura duodenojejunal. 
 
Obs: A flexura duodenojejunal é rodeada por uma dobra de peritônio contendo fibras musculares 
chamada de músculo (ligamento) suspensor do duodeno (ligamento de Treitz). Nesse ponto, exata-
mente no ângulo formado por esta flexura, temos o chamado ângulo de Treitz (ou ângulo 
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50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
duodenojejunal / junção duodeno jejunal), que é um ponto importantíssimo para a identificação do f i-
nal do duodeno e início do jejuno. 
 
 Conhecer as relações anatômicas do duodeno (ilustração no objetivo anterior) 
As relações anatômicas do duodeno são divididas pelos segmentos do mesmo, que são: 
— Parte superior 
o Anteriormente: Peritônio, vesícula biliar, lobo quadrado do fígado. 
o Posteriormente: Ducto colédoco, art. gastroduodenal, veia porta, VCI. 
o Superiormente: Colo da vesícula biliar. 
o Inferiormente: Colo do pâncreas. 
— Parte descendente 
o Anteriormente: Colo transverso, mesocolo transverso, alças do intestino delgado. 
o Posteriormente: Hilo do rim direito, vasos renais, ureter, m. psoas maior. 
o Medialmente: Cabeça do pâncreas, ducto pancreático, ducto colédoco. 
— Parte inferior 
o Anteriormente: AMS, VMS, alças do intestino delgado. 
o Posteriormente: m. psoas maior direito, VCI, aorta, ureter direito. 
o Superiormente: Cabeça e processo uncinado do pâncreas, vasos mesentéricos superio-
res. 
— Parte ascendente 
o Anteriormente: Início da raiz do mesentério, alças do jejuno. 
o Posteriormente: m. psoas maior esquerdo, margem esquerda da aorta. 
o Medialmente: Cabeça do pâncreas. 
o Superiormente: Corpo do pâncreas. 
 
 Conhecer a vascularização, inervação e drenagem linfática do duodeno 
Vascularização 
 As artérias do duodeno originam-se do tronco celíaco e da artéria mesentérica superior. 
— Tronco celíaco, através da artéria gastroduodenal e seu ramo, a artéria pancreaticoduodenal 
superior, supre o duodeno proximal à entrada do ducto colédoco até a parte descendente do 
duodeno. 
— Artéria mesentérica superior, através de seu ramo, a artéria pancreaticoduodenal inferior, 
supre o duodeno distal à entrada do ducto colédoco. 
 As artérias pancreaticoduodenais situam-se na curva entre o duodeno e a cabeça do pâncreas e 
irrigam as duas estruturas. A anastomose das artérias pancreaticoduodenais superior e inferior, que 
ocorre aproximadamente no nível da entrada do ducto colédoco, é formada entre as artérias celíaca e 
mesentérica superior. 
 
Drenagem venosa 
 As veias do duodeno seguem as artérias e drenam para a veia porta, algumas diretamente e ou-
tras indiretamente, através da veia mesentérica superior e esplênica. 
 
Inervação 
 Os nervos do duodeno derivam do nervo vago e dos nervos esplâncnicos (abdominopélvicos) mai-
or e menor através dos plexos celíaco e mesentérico superior, de onde são conduzidos para o duodeno 
através dos plexos periarteriais, que se estendem até as artérias pancreaticoduodenais. 
 
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50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
Drenagem linfática 
 Os vasos linfáticos do duodeno seguem as artérias. 
— Os vasos linfáticos anteriores do duodeno drenam para os linfonodos pancreaticoduodenais, 
localizados ao longo das artérias pancreaticoduodenais superior e inferior, e para os linfono-
dos pilóricos, situados ao longo da artéria gastroduodenal. 
— Os vasos linfáticos posteriores seguem posteriormente à cabeça do pâncreas e drenam para 
os linfonodos mesentéricos superiores. Os vasos linfáticos eferentes dos linfonodos duodenais 
drenam para os linfonodos celíacos. 
 
Úlceras Duodenais 
 As úlceras duodenais (pépticas) são erosões inflamatórias da mucosa duodenal. A maioria (65%) 
das úlceras duodenais ocorre na parede posterior da parte superior do duodeno, a 3 cm do piloro. O-
casionalmente, uma úlcera perfura a parede duodenal, permitindo a entrada do conteúdo na cavidade 
peritoneal e causando peritonite. 
 Como a parte superior do duodeno está intimamente relacionada a fígado, vesícula biliar e pân-
creas, qualquer uma dessas estruturas pode aderir ao duodeno inflamado e também sofrer ulceração 
enquanto a lesão continua para o tecido que a circunda. Embora freqüentemente haja sangramento 
nas úlceras gástricas ou duodenais, a erosão da artéria gastroduodenal (uma relação posterior da 
parte superior do duodeno) por uma úlcera duodenal resulta em hemorragia grave para a cavidade 
peritoneal e subseqüente peritonite. 
 
 Conhecer a ampola hépato-pancreática e sua importância clínica 
 Na parte inferior da cabeça do pâncreas, o ducto pancreático principal e o ducto colédoco. A uni-
ão dessas duas estruturas forma a ampola hepato-pancreática (ampola de Vater), a qual penetra na 
parte descendente do duodeno (2ª porção) na papila duodenal maior. Envolvendo esta ampola existe 
o esfíncter da ampola (esfíncter de Oddi), formado por músculo liso. 
 Como o ducto pancreático se une ao ducto colédoco para formar a ampola hepatopancreática e 
perfura a parede duodenal, um cálculo biliar que segue pelas vias biliares extrahepáticas pode alojar-
se na extremidade distal contraída da ampola, onde ela se abre no cume da papila maior do duodeno. 
Nesse caso, os sistemas de 
ductos colédoco e pancreáti-
co são obstruídos e não há 
entrada de bile nem de suco 
pancreático no duodeno. En-
tretanto, a bile pode refluir e 
entrar no ducto pancreático, 
geralmente resultando em 
pancreatite (inflamação do 
pâncreas). Um refluxo seme-
lhante de bile algumas vezes 
é causado por espasmos do 
esfíncter da hepatopancreática. Normalmente, o esfíncter do ducto pancreático impede o refluxo de 
bile para o ducto pancreático; entretanto, se houver obstrução da ampola hepatopancreática, o fraco 
esfíncter do ducto pancreático pode ser incapaz de resistir à pressão excessiva da bile na ampola he-
patopancreática. Se o ducto pancreático acessório estiver conectado ao ducto pancreático e se abrir 
no duodeno, pode compensar a obstrução do ducto pancreático ou o espasmo do esfíncter da ampola 
hepatopancreática. 
 
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Aparelho Digestório 22 
50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
 Conhecer o jejuno e íleo 
 A segunda parte do intestino 
delgado, o jejuno, começa na fle-
xura duodenojejunal onde o trato 
alimentar reassume um trajeto in-
tra-peritoneal. A terceira parte do 
intestino delgado, o íleo, termina 
na junção ileocecal, a união do íleo 
terminal e do ceco. Juntos, o jeju-no e o íleo têm 6-7 m de 
compri-mento; o jejuno representa 
aproximadamente dois quintos e o 
íleo aproximadamente três quintos 
da parte intraperitoneal do intes-
tino delgado. A maior parte do 
jejuno está situada no quadrante 
superior esquerdo do comparti-
mento infracólico, enquanto a 
maior parte do íleo está no qua-
drante inferior direito. O íleo 
terminal geralmente está na pelve 
de onde ascende, terminando na 
face medial do ceco. Embora não 
haja linha clara de demarcação 
entre o jejuno e o íleo, eles possu-
em características distintas que 
são cirurgicamente importantes. 
 
 Conhecer as características diferenciais entre jejuno e íleo 
 
 Definir mesentério 
 O mesentério é uma prega de peritônio em forma de leque que fixa o jejuno e o íleo à parede pos-
terior do abdome. A raiz (origem) do mesentério (aproximadamente 15 cm de comprimento) é 
direcionada obliquamente, inferiormente e para a direita. Estende-se da junção duodenojejunal no la-
do esquerdo da vértebra L2 até a junção ileocólica e a articulação sacroilíaca direita. A largura média 
do mesentério, desde sua raiz até a margem do intestino, é de 20 cm. A raiz do mesentério cruza (su-
cessivamente) a parte ascendente e horizontal do duodeno, parte abdominal da aorta, VCI, ureter 
direito, psoas maior direito e vasos testiculares ou ováricos direitos. Entre as duas camadas do mesen-
Características Jejuno Íleo 
Cor Vermelho-vivo Rosa-claro 
Calibre 2-4 cm 2-3 cm 
Parede Espessa e pesada Fina e leve 
Vascularização Maior Menor 
Vasos retos Longos Curtos 
Arcos Algumas alças grandes Muitas alças curtas (+ ramificado) 
Gordura no mesentério Menor Maior 
Pregas circulares Grandes, altas e bem próximas Baixas e espessas; ausentes no fim 
Nódulos linfóides (placas de peyer) Poucos Muitos 
Capacidade de absorção Maior Menor 
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50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
tério estão os vasos mesentéricos superiores, linfonodos, uma quantidade variável de gordura e ner-
vos autônomos. 
 
 Conhecer a vascularização, inervação e drenagem linfática do intestino delgado 
Vascularização 
 A artéria mesentérica superior supre o jejuno e o íleo. A AMS geralmente origina-se da parte ab-
dominal da aorta, no nível da vértebra L1, aproximadamente 1 cm abaixo do tronco celíaco e, após 
enviar seu primeiro ramo (artéria pancreaticoduodenal inferior), a AMS envia as artérias jejunais e i-
leais para a esquerda, seguindo entre as camadas do mesentério, derivando de 15-18 ramos para o 
jejuno e o íleo. As artérias se unem para formar alças ou arcos, denominados arcos arteriais, que dão 
origem a artérias retas, denominadas vasos retos. 
 As ramificações originadas do lado direito do tronco principal da AMS são três – as artérias cólica 
média, cólica direita e ileocólica – que irrigam a parte distal do íleo, o ceco, colo ascendente e dois 
terços do colo transverso. 
Drenagem venosa 
 A veia mesentérica superior drena o jejuno e o íleo. Situa-se anteriormente e à direita da AMS na 
raiz do mesentério. A VMS termina posteriormente ao colo do pâncreas, onde se une à veia esplênica 
para formar a veia porta. 
 
Inervação 
 A AMS e seus ramos são circundados por um plexo nervoso perivascular através do qual os nervos 
são conduzidos para as partes do intestino supridas por essa artéria. As fibras simpáticas nos nervos 
para o jejuno e o íleo originam-se nos segmentos T8-T10 da medula espinal e chegam ao plexo mesen-
térico superior através dos troncos simpático e nervos esplâncnicos torácicos abdominopélvicos 
(maior, menor e imo). As fibras simpáticas pré-sinápticas fazem sinapse nos corpos celulares dos neu-
rônios simpáticos pós-sinápticos nos gânglios celíaco e mesentérico superior (pré-vertebral). As fibras 
parassimpáticas nos nervos para o jejuno e íleo provêm dos troncos vagais posteriores. As fibras pa-
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50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
rassimpáticas pré-sinápticas fazem sinapse com os neurônios parassimpáticos pós-sinápticos nos ple-
xos mioentérico e submucoso na parede intestinal. 
 Em geral, a estimulação simpática reduz a motilidade e a secreção do intestino e atua como um 
vasoconstritor, reduzindo ou interrompendo a digestão e disponibilizando sangue (e energia) para 
"fugir ou lutar". A estimulação parassimpática aumenta a motilidade e a secreção do intestino, res-
taurando a atividade digestória após uma reação simpática. O intestino delgado também possui fibras 
sensoriais (aferentes viscerais). O intestino é insensível à maioria dos estímulos dolorosos, incluindo 
incisão e queimadura; entretanto, é sensível à distensão que é percebida como cólica (dores abdom i-
nais espasmódicas). 
 
Drenagem linfática 
 Os vasos linfáticos especializados nas vilosi-
dades intestinais (pequenas projeções da 
mucosa) que absorvem gordura são denomina-
dos lactíferos. Eles drenam seu líquido leitoso 
para os plexos linfáticos nas paredes do jejuno e 
do íleo. Estes, por sua vez, drenam para os vasos 
linfáticos entre as camadas do mesentério. No 
mesentério, a linfa segue seqüencialmente atra-
vés de três grupos de linfonodos: 
— Linfonodos justaintestinais: localizados 
perto da parede intestinal. 
— Linfonodos mesentéricos: dispersos entre 
os arcos arteriais. 
— Linfonodos centrais superiores: localiza-
dos ao longo da parte proximal da AMS. 
 
 Os vasos linfáticos eferentes dos linfonodos 
mesentéricos drenam para os linfonodos mesen-
téricos superiores. Os vasos linfáticos do íleo 
terminal seguem o ramo ileal da artéria ileocóli-
ca até os linfonodos ileocólicos. 
 
 O que vem a ser divertículo de Meckel 
 O divertículo ileal (de Meckel) é uma anoma-
lia congênita que ocorre em 1-2% da população. 
Um remanescente da parte proximal do pedículo 
vitelino embrionário, o divertículo geralmente a-
presenta-se como uma bolsa digitiforme. É 
sempre no local de fixação do pedículo vitelino na 
borda antimesentérica (borda oposta à fixação 
mesentérica) do íleo. Um divertículo ileal pode in-
flamar e causar dor semelhante àquela produzida 
por apendicite. Se o tecido gástrico for incluído, 
pode haver uma úlcera péptica. 
 
 
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50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
Intestino Grosso 
 O intestino grosso é o local de absorção da água dos resíduos indigeríveis do quimo líquido, co n-
vertendo-o em fezes semi-sólidas que são temporariamente armazenadas e que se acumulam até que 
haja defecação. 
 Conhecer as divisões do intestino grosso 
 Iniciando na região da virilha como ceco, com o apêndice vermiforme associado, o intestino gros-
so segue superiormente como colo ascendente, através do flanco direito e para o hipocôndrio direito. 
Logo abaixo do fígado, ele dobra-se para a esquerda, formando a flexura cólica direita (flexura hepá-
tica) e cruza o abdome como colo transverso até o hipocôndrio esquerdo. Nesta posição, logo abaixo 
do baço, o intestino grosso dobra-se inferiormente formando a flexura cólica esquerda (flexura esplê-
nica) e continua como colo descendenteatravés do flanco esquerdo e para o interior da virilha 
esquerda. E penetra a parte superior da cavidade pélvica como colo sigmóide, continua na parede 
posterior da cavidade como reto e termina como canal anal. 
 
 Conhecer as principais diferenças entre o IG e ID (ilustração no objetivo anterior) 
 O intestino grosso pode ser distinguido do delgado por: 
— Apêndices omentais do colo (apêndices epiplóicos): Projeções pequenas, adiposas, semelhan-
tes ao omento. 
— Três tênias do colo: 
o Mesocólica, à qual se fixam os mesocolos transverso e sigmóide. 
o Omental, à qual se fixam os apêndices omentais. 
o Livre, à qual não estão fixados mesocolos nem apêndices omentais. 
— Haustros do colo (saculações): Saculações da parede do colo entre as tênias. 
— Um calibre (diâmetro interno) muito maior. 
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Aparelho Digestório 26 
50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
 
 Conhecer a válvula ileocecal e sua importância clínica 
 No intestino delgado, o íleo terminal entra na musculatura do ceco e forma uma válvula, chama-
da de válvula ileocecal. Esta válvula possui algumas funções como prevenção do refluxo bacteriano, 
impedindo que toxinas e outros materiais que são liberados pelo apêndice entrem no intestino delga-
do. Adicionalmente, a válvula ileocecal ajuda na regulação do trânsito intestinal, mantendo o material 
digerido no intestino delgado até que todos os nutrientes estejam absorvidos. Quando o resíduo do a-
limento está pronto para a eliminação, o intestino delgado os libera sistematicamente através da 
válvula ileocecal no intestino grosso em forma de secreção fecalóide. Este processo impede uma so-
brecarga do material no intestino para que o corpo elimine. 
 
 Conhecer o apêndice cecal e seu ponto de localização no abdome (Ponto de Mcburney) 
 O apêndice (tradicionalmente, o apêndice vermiforme) é um divertículo intestinal cego (6-10 cm 
de comprimento) que contém massas de tecido linfóide. Origina-se na face póstero-medial do ceco, in-
feriormente à junção ileocecal. O apêndice possui um mesentério triangular curto, o mesoapêndice, 
originado da face posterior do mesentério do íleo terminal. O mesoapêndice 
fixa-se ao ceco e à parte proximal do apêndice. A posição do apêndice é va-
riável, mas geralmente é retrocecal. 
 Ele é irrigado pela artéria apendicular, ramo da artéria ileocólica. E 
sua drenagem venosa é feita pela veia íleocólica, ramo da VMS. 
 A projeção superficial da base do apêndice está na junção dos terços 
medial e lateral de uma linha que segue da espinha ilíaca ântero-superior 
até o umbigo, área conhecido como ponto de McBurney. 
 
Apendicite 
 Apendicite aguda é uma emergência abdominal. Ela geralmente ocorre quando o apêndice é obs-
truído ou por um fecalito (comum em pessoas idosas) ou por hiperplasia (aumento) dos nódulos 
linfáticos (comum em jovens). No interior do apêndice obstruído, ocorre proliferação bacteriana e es-
tas invadem a parede do apêndice, que é danificada pela necrose de pressão, distendendo o peritônio 
visceral. Em alguns casos, isto pode resolver-se espontaneamente; em outros casos, a alteração infla-
matória continua e a perfuração segue, a qual pode levar a uma peritonite local ou generalizada. 
 A maioria dos pacientes com apendicite aguda apresenta-se como uma dor suave localizada na 
virilha direita. Inicialmente, a dor começa semelhante a uma cólica periumbilical central, a qual tende 
a oscilar. Após 6-10 horas, a dor tende a localizar-se na fossa ilíaca direita e tornar-se constante. Os 
pacientes podem manifestar febre, náuseas e vômitos. 
 O tratamento para apendicite é a apendectomia (retirada do apêndice inflamado). 
 
 Conhecer a vascularização do intestino grosso 
Vascularização 
 O intestino grosso é irrigado por diferentes ramos da artéria mesentérica superior e inferior. 
— Artéria mesentérica superior – É o ramo da aorta abdominal que irriga o tubo digestório mé-
dio. Inicia-se da aorta abdominal logo abaixo do tronco celíaco. As ramificações originadas do 
lado direito do tronco principal da AMS são três – as artérias cólica média (colo transverso), 
cólica direita (colo ascendente) e ileocólica (íleo, ceco e colo ascendente). O apêndice é irriga-
do pela artéria apendicular – que é ramo da artéria ileocólica. 
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Sticky Note
MEDIOnull
 
 
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50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
— Artéria mesentérica inferior – É o ramo anterior da aorta abdominal que irriga o tubo diges-
tório posterior. Inicialmente, a AMI desce anteriormente à aorta e então passa para a 
esquerda continuando inferiormente. Seus ramos incluem a artéria cólica esquerda (colo des-
cendente), várias artérias sigmóideas (colo descendente e sigmóide) e artéria retal superior 
(parte proximal do reto). 
Drenagem venosa 
 O intestino grosso é drenado por diferentes tributárias da veia mesentérica superior (VMS) e infe-
rior (VMI). Quando a VMI se unir com a veia esplênica, irá formar, em conjunto com a VMS, a veia 
porta. 
— Veia mesentérica superior – A veia 
mesentérica superior drena o sangue 
do intestino delgado, ceco, colo 
ascendente e colo transverso. Inicia-se 
na fossa ilíaca direita como uma veia 
drenando a parte distal do íleo, ceco e 
apêndice vermiforme, ascendendo no 
mesentério à direita da artéria 
mesentérica superior. Os nomes de 
suas tributárias correspondem ao 
nome das artérias que acompanham. 
— Veia mesentérica inferior – A veia 
mesentérica inferior drena o reto, colo 
sigmóide, colo descendente e a flexur 
esplenica. Inicia-se na veia retal 
superior e ascende, recebendo 
tributárias das veias sigmóideas e veia 
cólica esquerda. Todas essas veias 
acompanham artérias com o mesmo nome. Continuando a ascender, a veia mesentérica 
inferior passa posteriormente ao corpo do pâncreas e normalmente se une a veia esplênica 
para terminar na veia porta. 
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Aparelho Digestório 28 
50ª Turma - Luiz Felipe Pitzer 
 
 Definir arcada marginal de Drummond e Riolan 
 Na vascularização do intestino grosso, temos a formação de uma arcada marginal que liga a arté-
ria cólica média a artéria cólica esquerda, que se chama arco de Riolan, que promove anastomose 
entre a artéria mesentérica superior e inferior. E uma arcada que vem em torno de todo o cólon, a ar-
téria marginal, que é chamada de arcada de Drummond. [retirado de aula] 
 Arterioscleroses podem ocorrer através da aorta abdominal nas aberturas das artérias celíaca, 
mesentérica superior e mesentérica inferior. Freqüentemente a artéria mesentérica inferior torna-se 
obstruída. Interessantemente, a maioria dos pacientes não sofre qualquer complicação devido às a-
nastomoses entre as artérias cólicas direita, média e esquerda que gradualmente aumentam e 
formam a artéria marginal. A grade intestinal distal torna-se irrigada

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