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Professor e Delegado: Lúcio Valente Professor: Lúcio Valente Direito Penal : @vouserdelegado 2 Professor: Lúcio Valente Direito Penal : @vouserdelegado 3 TEMPO DO CRIME Atividade: o crime reputa-se praticado no momento da conduta Comissiva ou omissiva. Resultado: o crime é praticado no momento da produção do resultado. Ubiquidade ou mista: o crime considera-se praticado no momento da conduta e no momento do resultado. PRESCRIÇÃO O Código Penal adotou a teoria do resultado. O lapso prescricional começa a correr a partir da consumação, e não do dia em que se deu a ação delituosa (CP, art. 111, I). Entretanto, em se tratando de redução de prazo prescricional, no caso de criminoso menor de 21, aplica- se a teoria da atividade (v. CP, art. 115, primeira parte). LUGAR DO CRIME Teoria da ubiquidade ou mista: lugar do crime é tanto o da conduta quanto o do resultado. Teoria da atividade: lugar do crime é o da ação ou omissão, sendo irrelevante o local da produção do resultado. Teoria do resultado: lugar do crime é aquele em que foi produzido o resultado, sendo irrelevante o local da conduta. Teoria Naturalista clássica Liszt e Beling): conduta é mera enervação muscular, sem finalidade. Teoria Neoclássica (Mezger, Frank etc.): Mezger identificou, em 1915, alguns tipos penais que exigiam expressamente a finalidade do agente, quebrando o dogma de que a vontade e a finalidade situam- A teoria finalista da ação (Welzel): conduta é a ação/omissão consciente, voluntária e final. A teoria social da ação: A ação é, portanto, a causação de um resultado típico socialmente relevante. Teoria da manifestação da personalidade ou Personalista da ação (Roxin), e a ação ou omissão voluntaria e consciente capaz de evidenciar uma autentica manifestação da Teoria da evitabilidade individual (Jakobs) É a ação voluntaria e consciente capaz de evitar um resultado, desde que lhe seja juridicamente exigível que assim faca Teoria da ação significativa (Vivés Anton) Os fatos humanos só podem ser compreendidos com base na norma e na sua significação global. Professor: Lúcio Valente Direito Penal : @vouserdelegado 4 TEORIAS DA CONDUTA se na culpabilidade. personalidade, ou seja, explicitar a esfera animico- espiritual do ser humano (cf. Roxin, Derecho penal – Parte general, 1. 1, p.. 265). Jakobs TEORIAS SOBRE O RESULTADO Teoria Naturalística Resultado é a modificação do mundo exterior Teoria Jurídica Resultado é a lesão ou ameaça de lesão ao bem jurídico TEORIAS DA OMISSÃO Teoria Naturalista (causal): a omissão é causa do resultado Teoria Normativa ou Jurídica: omissão não é causa física (pois o nada, nada causa). Entretanto, a omissão é juridicamente relevante). Teoria da ação esperada (consequência da teoria normativa) A análise da omissão relevante somente pode existir no campo do direito, porque na realidade “o nada, nada causa”. Nesse sentido, a doutrina tem ensinado que a omissão seria uma “omissão de algo esperado (ou determinado) pelo direito”. aliud agere ou aliud facere, que significa agir de outro modo, ou agir de modo diverso. Pela teoria do “agir de outro modo” os crimes sempre são praticados por ação, sendo que os crimes omissivos seriam, na verdade, uma ação diferente da determinada pela norma. Naturalística: Jurídica ou Professor: Lúcio Valente Direito Penal : @vouserdelegado 5 TEORIAS DO RESULTADO resultado é a modificação provocada no mundo exterior pela conduta normativa: resultado é toda lesão ou ameaça de lesão a um interesse penalmente relevante. Todo crime tem resultado jurídico porque sempre agride um bem jurídico tutelado. TEORIAS PARA APONTAR O NEXO CAUSAL Teoria da equivalência dos antecedentes: toda conduta que contribui para o resultado é causa Teoria da causalidade adequada: atribui-se a formulação desta teoria ao fisiólogo Von Kries, para quem só é considerada causa a condição idônea à produção do resultado. Obs.: para Capez o art. 13, § 1º adotou tal teoria A teoria da imputação objetiva: De acordo com a Teoria Geral da Imputação Objetiva o resultado não pode ser imputado ao agente quando decorrer da prática de um risco permitido ou de uma ação que visa a diminuir um risco não permitido; o risco permitido não realize o resultado concreto; e o resultado se encontre fora da esfera de proteção da norma. TEORIAS DO TIPO PENAL Teoria do tipo acromático (Beling): o tipo é completamente desvinculado da ilicitude, tendo mera função descritiva, sem nenhum conteúdo Teoria indiciária (Mayer): o tipo indica a ilicitude Teoria do tipo como ratio essendi (Meger e Sauer): O tipo descreve um fato injusto (proibido), que compreende, a um só tempo, o fato típico e o ilícito. Tipicidade conglobante: de acordo com essa teoria, o fato típico pressupõe que a conduta esteja proibida pelo ordenamento jurídico como tipo de injusto (teoria dos elementos negativos do tipo): e o tipo que congrega, na sua descrição; embora Professor: Lúcio Valente Direito Penal : @vouserdelegado 6 valorativo. um todo, globalmente considerado. implicitamente, as causas de justificação. Assim, falar em tipicidade seria considerar, ao mesmo tempo, a antijuridicidade, como se o tipo penal fosse construído da seguinte forma: furto seria “subtrair coisa alheia móvel, para si ou para outrem, desde que não fosse em estado de necessidade” TEORIAS DO CONCEITO DE DOLO Da vontade: dolo é a vontade de realizar a conduta e produzir o resultado. Da representação: dolo é a vontade de realizar a conduta, prevendo a possibilidade de o resultado ocorrer, sem, contudo, desejá- lo. Denomina- se teoria da representação, porque basta ao agente representar (prever) a possibilidade do resultado para a conduta ser qualificada como dolosa Do assentimento ou consentimento: dolo é o assentimento do resultado, isto é, a previsão do resultado com a aceitação dos riscos de produzi-lo. Não basta, portanto, representar; é preciso aceitar como indiferentea produção do resultado. Professor: Lúcio Valente Direito Penal : @vouserdelegado 7 TEORIAS FUNDAMENTADORAS DA PUNIÇÃO DA TENTATIVA E DO CRIME IMPOSSÍVEL (CLASSIFICAÇÃO DA NUCCI) subjetiva (volunteristica ou monista): leva em consideração, para justificar a punição da tentativa, fundamentalmente, a vontade criminosa, objetiva (realística ou dualista): o objetivo da punição da tentativa volta-se ao perigo efetivo que o bem jurídico corre, o que somente se configura quando os atos executórios, de caráter unívoco, tem inicio, com idoneidade, para atingi-lo. subjetivo-objetiva (teoria da impressão): o fundamento da punição e representado pela junção da avaliação da vontade criminosa com um princípio de risco ao bem jurídico protegido. teoria sintomática: preconizada pela Escola Positiva, entende que o fundamento de punição da tentativa concentra-se ria analise da periculosidade do agente: Poder-se- ia punir os atos preparatórios, não se necessitando reduzir a pena,: de caráter eminentemente preventivo. TEORIAS QUE DISTINGUEM A TENTATIVA DO CRIME IMPOSSÍVEL Sintomática: se o agente demonstrou periculosidade, deve ser punido Subjetiva: deve ser punido porque revelou vontade de delinquir. Objetiva pura: é sempre crime impossível, sejam a ineficácia e a impropriedade absolutas ou relativas. Objetiva temperada: só é crime impossível se forem absolutas. Quando relativas, há tentativa. TEORIAS SOBRE A PASSAGEM DOS ATOS PREPARATÓRIOS PARA OS ATOS EXECUTÓRIOS (NUCCI) subjetiva: não existe tal passagem, pois o importante e a vontade criminosa, que esta presente, de maneira nítida, tanto na preparação quanto na execução do crime. Ambas trazem punição ao agente; objetiva: o início da execução e, invariavelmente, constituído de atos que principiem a concretização do tipo penal. teoria da hostilidade ao bem jurídico, sustentando ser ato executório aquele que ataca o bem jurídico, retirando-o do “estado de paz” . E a teoria adotada por Mayer e seguida por Hungria (Comentarios ao Código Penal, v. I, t. teoria objetivo-material, afirmando que atos executórios não são apenas os que realizam o núcleo do tipo ou atacam o bem jurídico, mas também aqueles imediatamente anteriores ao inicio da acao tipica, valendo-se o juiz do criterio do teoria objetivo- individual (ou do Plano do Autor) defendendo que os atos executórios não são apenas os que dão início a ação típica, atacando o bem juridico; mas tambem os praticados imediatamente Professor: Lúcio Valente Direito Penal : @vouserdelegado 8 II, p. 84). E a teoria que sustenta serem atos executórios apenas os idôneos e unívocos para atingir o resultado típico. Em seu apoio, além de Hungria, estão Frederico Marques (Tratado de direito penal, v. II, p. 373- 374) e Paulo J osé da CostaJ unior (Comentarios ao Codigo Penal, 7. ed., p. 50); terceiro observador, para ter certeza da punicao (cf. exposicao de Zaffaroni e Pierangeli, Da tentativa, p. 56). antes, desde que se tenha prova do plano concreto doautor (Z affaroni e P ierangeu, ob. cit., p. 56). TEORIAS SOBRE O ESTADO DE NECESSIDADE Teoria unitária O estado de necessidade é sempre causa de exclusão da ilicitude. Diferenciadora ou da diferenciação: O estado de necessidade será considerado causa de exclusão da ilicitude somente quando o bem sacrificado for reputado de menor valor. De outra forma, será excludente de culpabilidade (estado de necessidade exculpante) Da equidade (Adäquitätstheorie): criada por Kant, sustenta que o estado de necessidade não exclui nem a antijuridicidade, nem a culpabilidade. O fato deixa de ser punido, apenas por razões de equidade. Teoria Psicológica (Clássica) Dolo e culpa são formas de culpabilidade Teoria psicológico- normativa Dolo e culpa são espécies de Teoria normativa pura (finalista) A culpabilidade não possui dolo ou culpa. Teoria estrita ou extremada da culpabilidade e teoria limitada da culpabilidade: Professor: Lúcio Valente Direito Penal : @vouserdelegado 9 TEORIAS DA CULPABILIDADE culpabilidade. O dolo possui consciência da ilicitude (dolus malus). A exigibilidade de outra conduta é elemento da culpabilidade ambas são derivações da teoria normativa pura da culpabilidade e divergem apenas quanto ao tratamento das descriminantes putativas. TEORIAS SOBRE O CONCEITO DE AUTOR (CLASSIFICAÇÃO DE CAPEZ) Teoria unitária todos são considerados autores, NÃO existindo a figura do partícipe. Teoria extensiva todos são considerados autores, NÃO existindo a figura do partícipe, mas permitindo penas diferentes. Teoria restritiva Faz diferença entre autor e partícipe SE DIVIDE NAS TRÊS SEGUINTES: Teoria ou critério objetivo-formal: somente é considerado autor aquele que pratica o verbo, isto é, o núcleo do tipo legal Teoria ou critério objetivo- material: autor não é aquele que realiza o verbo do tipo, mas a contribuição objetiva mais importante. Teoria do domínio do fato: partindo da teoria restritiva, adota um critério objetivo- subjetivo, segundo o qual autor é aquele que detém o controle final do fato, dominando toda a realização delituosa, com plenos poderes para decidir sobre sua prática, interrupção e circunstâncias. NATUREZA JURÍDICA DO CONCURSO DE AGENTES Teoria unitária ou monista: todos os que contribuem para a prática do delito cometem o mesmo crime Teoria dualista: há dois crimes, quais sejam, um cometido pelos autores e um outro pelo qual respondem os partícipes. Teoria pluralista ou pluralística: cada um dos participantes responde por delito próprio, havendo uma pluralidade de fatos típicos, de modo que cada partícipe será punido por um crime diferente. Professor: Lúcio Valente Direito Penal : @vouserdelegado 10 TEORIAS DA ACESSORIEDADE DA PARTICIPAÇÃO Acessoridade mínima O partícipe tem que praticar um fato típico Acessoriedade limitada O partícipe tem que praticar um fato típico + ilícito Acessoriedade máxima O partícipe tem que praticar um fato típico + ilícito +culpavel Hiperacessoriedade O partícipe tem que praticar um fato típico + ilícito +culpável + punível NATUREZA JURÍDICA DO CRIME CONTINUADO unidadereal: os vários delitos, na realidade, constituem um único crime; ficção jurídica: na realidade existem vários crimes. A lei é que resume, por uma ficção, a existência de um único delito mista: o crime continuado não é um só, nem são vários. Ele constitui um terceiro delito. ^ UNIDADE DE DESIGNIO NO CRIME CONTINUADO: subjetiva: exige apenas u nidade de designio para demonstrar a existencia do d elito continuado. objetiva: nao exige a pro va da unidade de designio, ma s unica e tao somente a d emonstracao de requisitos objetivos objetivo-subjetiva: exige-se,para aprova do crime continuado, nao somente a demonstracao dos requisitos objetivos, mas ainda a prova da uniaaae de designio PUNIBILIDADE DA EMBRIAGUEZ COMPLETA E VOLUNTÁRIA A teoria da actio libera in causa: com base no principio de que a “causa da causa tambem .e causa do que foi causado”, leva-se em consideracao que; no momento de se embriagar, .o agente pode ter- agido dolosa ou culposamente, projetando-se esse elemento subjetivo para.o instante da Professor: Lúcio Valente Direito Penal : @vouserdelegado 11 conduta criminosa. TEORIAS SOBRE A IMPUTAÇÃO PENAL DA PESSOA JURÍDICA Teoria da dupla- imputação adotada pelo STJ Teoria da imputação individual Adotada pelo STF TEORIAS SOBRE A CONSUMAÇÃO DO FURTO Contrectatio Para que o crime se consuma basta o agente tocar na coisa. Amotio (aprehensio) O crime se consuma quando a coisa subtraída passa para o poder do agente, mesmo que não haja posse mansa e pacífica e mesmo que a posse dure curto espaço de tempo. Não é necessário que o bem saia da esfera patrimonial da vítima. Ablatio Consuma-se quando o agente consegue levar a coisa, tirando- a da esfera patrimonial do proprietário. Ilatio Para que o crime se consuma, é necessário que a coisa seja levada para o local desejado pelo agente e mantida a salvo. COMBINAÇÃO DE LEIS PENAL (LEX TERTIA) Ponderação Diferenciada Ponderação unitária STJ Professor: Lúcio Valente Direito Penal : @vouserdelegado 12
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