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26/08/2010 1 Alimento e metabolismo energético Prof. Ronaldo Bastos Francini Filho Animais precisam de comida Captura de alimento: partículas pequenas Massas inativas Raspagem, mastigação, perfuração Captura de presas Captura de alimento: partículas grandes ou massas Tamanho relativo das partículas Fluídos ou tecidos moles 26/08/2010 2 Matéria orgânica dissolvida Bactérias e micróbios Suprimento simbiôntico de nutrientes Nutrientes amônia (carboidratos) Suprimento simbiôntico de nutrientes Algas pardas (Zooxanthellae) Algas verdes (Zoochlorellae) Suprimento simbiôntico de nutrientes Moela (trituração) Papo (armazenamento) Estômago Especializações Dasypeltis. Serpente Africana comedora de ovos Especializações 26/08/2010 3 Comunidades em fontes hidrotérmicas Bactérias: energia química obtida a partir da oxidação do sulfeto de hidrogênio (H2S) utilizada para fixação de CO2 Riftia pachyptila Digestão: formação de compostos solúveis e pequenos • Proteínas: moléculas relativamente grandes; • Lipídios: insolúveis em água; • Amido, celulose: geralmente grandes e insolúveis em água; Digestão • Digestão intracelular (protozoários e animais mais complexos, como esponjas e cnidários) e extracelular (permite ingestão de fragmentos alimentares grandes); • Trato digestivo: secreção de enzimas (catalisadores; proteínas) que aceleram a quebra do alimento; • Abertura única ou duas aberturas. Alimento Energia Matéria prima Tipos de alimento Carboidratos Lipídios Proteínas Alimento Energia Matéria prima Tipos de alimento Carboidratos Lipídios Proteínas 26/08/2010 4 Equilíbrio dinâmico das proteínas Aminoácidos Proteínas da dieta Proteínas endógenas Compostos nitrogenados não- protéicos Cadeia carbônica NH3 Uréia Fixação de nitrogênio por bactérias e plantas Homem adulto: renovação de 400g de proteína por dia Ciclo de Krebs Enzimas digestivas: pepsina, tripsina e exopeptidases Enzimas proteolíticas • Quebra envolve captação de água (hidrólise); • Exopeptidases (ligações terminais); • Endopeptidases (ligações intermediárias): • Pepsina: secretada no estômago e ativada pelo pH baixo (<6), promovido através da secreção de ácido clorídrico; • Tripsina: secretada pelo pâncreas e ativada no intestino. Age melhor em pH alcalino (7 e 9). Síntese de aminoácidos Aminoácidos essenciais Aminoácidos não-essenciais Lisina Arginina Triptofano Glicina Histidina Serina Fenilalanina Tirosina Leucina Norleucina Isoleucina Asparagina Treonina Glutamina Metionina Cisteína Valina Prolina Citrulina Excreção de nitrogênio • Uréia eliminada pela urina (68%); • Proteínas não-digeridas nas fezes (22%); • Suor, cabelos, unhas e descamação da pele (10%). Alimento Energia Matéria prima Tipos de alimento Carboidratos Lipídios Proteínas Digestão de gorduras • Altamente insolúveis em água, portanto não são facilmente hidrolisadas; • Enzimas que quebram gorduras (lipases) são produzidas no pâncreas; • Fígado: produção de ácidos biliares que agem como detergentes (facilitam contato entre lipases e gorduras). Quebra de gorduras produz glicerol que é hidrossolúvel e facilmente metabolizado. 26/08/2010 5 Alimento Energia Matéria prima Tipos de alimento Carboidratos Lipídios Proteínas Digestão de carboidratos Monossacarídeos, dissacarídeos ou polissacarídeos Digestão de carboidratos • Glicose é absorvida sem modificações e utilizada diretamente em vias metabólicas comuns; • Dissacarídios, como sacarose (origem vegetal) e lactose (leite) são fragmentados a monossacarídios pela enzima sacarose e lactase respectivamente (secretadas no intestino); • Hidrólise do amido (polímero de glicose): enzima amilase (secretada na saliva e no pâncreas). Cozimento ajuda ação da amilase. Celulose como alimento • Celulose: polímero de glicose extremamente insolúvel; • Enzimas digestivas (celulases): ausentes nos vertebrados e presente em alguns poucos invertebrados; • Digestão geralmente realizada por microorganismos simbiônticos. Celulose como alimento Teredo navalis Molusco bivalve – bactérias simbiontes Traça Ctenolepisma lineata Produz celulases Estômago verdadeiro (sucos digestivos usuais) Tanque de fermentação. Alimento misturado com a saliva (até 190 litros por dia!). Grande quantidade de bactérias e protozoários simbiontes. Metano (CH4) produzido por metabolismo bacteriano é eliminado por eructação (191 litros por dia) 26/08/2010 6 Coprofagia Alimento Energia Matéria prima Produção calórica Carboidratos: 4 kcal/g Lipídios: 9 kcal/g Proteínas: 4 kcal/g Alimento Energia Matéria prima Produção calórica Carboidratos: 4 kcal/g Lipídios: 9 kcal/g Proteínas: 4 kcal/g Abundantes e de baixo custo Alimento Energia Matéria prima Produção calórica Carboidratos: 4 kcal/g Lipídios: 9 kcal/g Proteínas: 4 kcal/g Doenças vasculares Alimento Energia Matéria prima Produção calórica Carboidratos: 4 kcal/g Lipídios: 9 kcal/g Proteínas: 4 kcal/g Alto custo. Essenciais como matéria prima Dieta recomendada para suprimento energético Alimento Energia Matéria prima Carboidratos: 55% Lipídios: 35% Proteínas: 10% 26/08/2010 7 Qualidade nutricional das proteínas Depende de Digestibilidade: percentual de proteína ingerida que efetivamente é absorvida Valor biológico ou composição: conteúdo de aminoácidos essenciais Proteínas animais: alta digestibilidade e valor biológico Ingestão de proteínas com baixo valor biológico Ingestão simultânea de alimentos com deficiências de aminoácidos essenciais diferentes. Exemplo: • Cereais: deficientes em lisina • Leguminosas: deficientes em metionina Ingestão protéica mínima • Adultos: 0,75g por quilo de peso corpóreo (53 g para homem de 70 kg); • Crianças: 1,1 g por quilo de peso corpóreo. • Gravidez e lactação: ingestão adicional diária de 20 a 30g de proteína. Desnutrição Kwashiorkor (“aquele que foi colocado de lado”) Dieta pobre em proteínas Metabolismo energético • Oxidação de alimentos fornece energia; • Exceções: organismos anaeróbicos. Giardia lamblia (Protozoário) ATP: fonte comum de energia Formado na oxidação de alimentos e processos anaeróbicos 26/08/2010 8 Taxa metabólica • Definição: energia consumida por unidade de tempo; Taxa metabólica • Definição: energia consumida por unidade de tempo; • Métodos de determinação: Valor energético alimento versus valor energético excrementos • Supõe que não haja alteração na composição do organismo (crescimento e/ou armazenamento de material) Taxa metabólica • Definição: energia consumida por unidade de tempo; • Métodos de determinação: Produção total de calor do organismo • Organismo é colocado dentro de um calorímetro • Informações sobre aquecimento de alimentos ingeridos devem ser contabilizadas Taxa metabólica • Definição: energia consumida por unidade de tempo; • Métodos de determinação: Quantidade de oxigênio consumido • Desconsidera metabolismo anaeróbico Consumo de oxigênio Alimentos fornecem quantidade muito diferente de energia Consumo de oxigênio Quantidade de O2 necessário para oxidar alimentos mais energéticos é maior 26/08/2010 9 Consumo de oxigênio Oxidação de diferentes tipos de alimento gera aproximadamente a mesma quantidade de energia para uma dada quantidade de O2 consumido Peso isocalórico • Definição: peso por unidade de energia. Combustível Peso isocalórico Gordura 0,11 Proteína 0,23 Amido 0,24 Glicogênio + água 1,0 Armazenamento de energia: gordura • Alto valor energético da gordura: estoque produz menor adição de peso e volume ao animal; • Carboidrato excedente da alimentação é convertido em gordura antes do armazenamento; • Mobilização relativamente lenta; • Depende de O2 para gerar energia. Glicogênio: polissacarídeo ramificado Armazenamento de energia:glicogênio Armazenamento de energia: glicogênio • Gera energia pela quebra até ácido láctico; • Reserva adiciona peso considerável: 3 g de água para 1 g de glicogênio (fenômeno da dieta de redução de peso); • Mobilização rápida; • Não depende de O2 para gerar energia (processo anaeróbico). 26/08/2010 10 Produção de energia: metabolismo aeróbico x anaeróbico 1 mol de glicose 36 mols de ATP 2 mols de ATP Oxidação Degradação de glicose em ácido láctico 3 mols de ATP Degradação de glicogênio em ácido láctico Giardia lamblia Músculos de diversos animais Moluscos bivalves Anêmona (Bunodosoma) Zona mínima de oxigênio Zona mínima de oxigênio Vampyroteuthis infernalis Fisiologia do mergulho: animais pulmonados Fisiologia do mergulho: animais pulmonados • Principais desafios: • Embolia gasosa ou doença descompressiva; • Toxicidade do oxigênio; • Efeitos narcóticos dos gases; • Suprimento de oxigênio. 26/08/2010 11 Toxicidade do oxigênio • Irritação dos órgãos respiratórios; • Convulsões. Efeito narcótico do nitrogênio (“efeito Martini”) • Efeito narcótico sobre altas pressões; • Narcose equivalente: uma dose de Martini a cada 10 m de profundidade... Fisiologia do mergulho: animais pulmonados Cachalote Physester catodon (1134 m) Foca elefante do norte Mirounga angustirostris (1529 m) • Expiração ao invés de inspiração antes de cada mergulho; • Traquéia grande; • Circulação pulmonar reduzida ou ausente. Suprimento de oxigênio durante o mergulho • Armazenamento aumentado (maior risco de embolia e maior dificuldade em submergir em baixas profundidades); • Aumento do volume sanguíneo; •Maior concentração de hemoglobina no sangue e maior afinidade da hemoglobina por O2; • Armazenamento de O2 nos músculos (mioglobina); • Diminuição dos batimentos cardíacos e alterações na circulação; • Use de processos anaeróbicos; • Retirada de O2 da água. 26/08/2010 12 Suprimento de oxigênio durante o mergulho • Armazenamento aumentado (maior risco de embolia e maior dificuldade em submergir em baixas profundidades); • Aumento do volume sanguíneo; • Maior concentração de hemoglobina no sangue e maior afinidade da hemoglobina por O2; • Armazenamento de O2 nos músculos (mioglobina); • Diminuição dos batimentos cardíacos e alterações na circulação; • Use de processos anaeróbicos; • Retirada de O2 da água. Suprimento de oxigênio durante o mergulho • Armazenamento aumentado (maior risco de embolia e maior dificuldade em submergir em baixas profundidades); • Aumento do volume sanguíneo; • Maior concentração de hemoglobina no sangue e maior afinidade da hemoglobina por O2; • Armazenamento de O2 nos músculos (mioglobina); • Diminuição dos batimentos cardíacos e alterações na circulação; • Use de processos anaeróbicos; • Retirada de O2 da água. Suprimento de oxigênio durante o mergulho • Armazenamento aumentado (maior risco de embolia e maior dificuldade em submergir em baixas profundidades); • Aumento do volume sanguíneo; • Maior concentração de hemoglobina no sangue e maior afinidade da hemoglobina por O2; • Armazenamento de O2 nos músculos (mioglobina); • Diminuição dos batimentos cardíacos e alterações na circulação; • Use de processos anaeróbicos; • Retirada de O2 da água. Suprimento de oxigênio durante o mergulho • Armazenamento aumentado (maior risco de embolia e maior dificuldade em submergir em baixas profundidades); • Aumento do volume sanguíneo; • Maior concentração de hemoglobina no sangue e maior afinidade da hemoglobina por O2; • Armazenamento de O2 nos músculos (mioglobina); • Diminuição dos batimentos cardíacos e alterações na circulação; • Use de processos anaeróbicos; • Retirada de O2 da água. mais intenso em mergulhos forçados 26/08/2010 13 Bradicardia reversa em peixes Periophthalmus Suprimento de oxigênio durante o mergulho • Armazenamento aumentado (maior risco de embolia e maior dificuldade em submergir em baixas profundidades); • Aumento do volume sanguíneo; • Maior concentração de hemoglobina no sangue e maior afinidade da hemoglobina por O2; • Armazenamento de O2 nos músculos (mioglobina); • Diminuição dos batimentos cardíacos e alterações na circulação; • Use de processos anaeróbicos; • Retirada de O2 da água. Suprimento de oxigênio durante o mergulho • Armazenamento aumentado (maior risco de embolia e maior dificuldade em submergir em baixas profundidades); • Aumento do volume sanguíneo; • Maior concentração de hemoglobina no sangue e maior afinidade da hemoglobina por O2; • Armazenamento de O2 nos músculos (mioglobina); • Diminuição dos batimentos cardíacos e alterações na circulação; • Use de processos anaeróbicos; • Retirada de O2 da água. Serpente marinha (Pelamis platurus) respiração cutânea Respiração cloacal Rheodytes leukops (Austrália) 26/08/2010 14 Taxa metabólica e tamanho Mussaranho aquático Sorex palustris (1000 batimentos por minuto) Elefante Africano Loxodonta africana (30 batimentos por minuto) Custo energético da locomoção: efeitos do tamanho corpóreo e do tipo de locomoção
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